16 DE SETEMBRO DE 2024
124ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: EDUARDO SUPLICY, CARLOS GIANNAZI e CONTE LOPES
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Elogia a atuação do deputado Carlos Giannazi.
4 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
5 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
8 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - CONTE LOPES
Assume a Presidência.
10 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - EDUARDO SUPLICY
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
12 - PRESIDENTE CONTE LOPES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 17/09, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h39min.
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-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.
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O SR. PRESIDENTE -
EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
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-
Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
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O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - No Pequeno
Expediente tem a palavra o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Paulo
Fiorilo. (Pausa.) Deputados Reis. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.)
Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado
Barros Munhoz. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Mauro
Bragato. (Pausa.)
Deputado Danilo Campetti. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Teonilio
Barba. (Pausa.) Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes.
(Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)
Deputado Felipe Franco. (Pausa.)
Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.)
Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi, tem a palavra
pelo tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, telespectador
da TV Assembleia, o governo estadual, através da Secretaria Estadual de
Educação, vem declarando uma verdadeira guerra contra os alunos trabalhadores,
os alunos do ensino noturno, tanto do Ensino Médio regular como também da
Educação de Jovens e Adultos, conhecidos como os alunos de EJA, com o
fechamento de salas, de turnos do período noturno, impedindo que os alunos que
trabalham durante o dia possam estudar no período noturno.
O governo tem
orientado as diretorias de ensino e as escolas a fecharem salas e turnos. Eu
tenho denunciado exaustivamente isso pela tribuna. Já acionei o Ministério
Público e o Tribunal de Contas em relação a esse fato.
Estamos tendo
um desmonte do curso noturno. Parece que o governo Tarcísio tem ódio dos alunos
que trabalham durante o dia, ou que frequentam cursos profissionalizantes
durante o dia e só podem estudar durante o período noturno.
Então, há
orientação da Secretaria da Educação para não permitir, mesmo havendo demanda,
que os alunos possam estudar no ensino médio noturno. Eles proíbem inclusive a
abertura de novas salas do ensino médio, sobretudo do primeiro ano do ensino
médio.
Então, é uma
denúncia que já faço há um bom tempo, Sr. Presidente, e o governo continua.
Mesmo com nossas denúncias, acionando o Ministério Público, o Tribunal de
Contas, o governo continua fechando salas e colocando em prática um verdadeiro
processo de exclusão desses alunos trabalhadores.
Mas agora, Sr.
Presidente, o governo baixou a Resolução Seduc nº 50, de 2024, que dispõe sobre
a aplicação do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São
Paulo e do Provão Paulista Seriado em 2024.
Ou seja, essa
resolução trata da aplicação da prova do Saresp e do Provão Paulista para os
alunos, para todos os alunos matriculados nas escolas públicas do estado de São
Paulo.
Mas qual é a
denúncia aqui, Sr. Presidente? É que as provas serão realizadas agora no final
do ano e não haverá horário para os alunos do curso noturno. Ou seja, os alunos
que trabalham durante o dia ou que estão fazendo cursos profissionalizantes
também durante o dia, eles terão, se quiserem, que fazer o curso durante o dia,
durante a manhã.
Está aqui,
olha: “matutino ou vespertino”. Não há alternativa da prova, da avaliação, no
período noturno, ou seja, essa Resolução nº 50 confirma essa política de ódio
do governo Tarcísio e da Secretaria da Educação contra o aluno trabalhador.
O aluno, se
quiser fazer a prova, tanto o Saresp quanto o Provão Paulista, como está aqui,
ele terá que faltar ao seu trabalho e fazer a prova durante o dia. O que a
Secretaria diz aqui é que ela daria para ele, vai oferecer a esse aluno que
trabalha durante o dia um atestado, um comprovante de que ele faltou ao seu
trabalho, mas vai ter um comprovante para apresentar para o seu patrão, para o
seu chefe, de que ele faltou para fazer a prova, Sr. Presidente.
Olha só o
absurdo que é essa Secretaria da Educação. Acontece que nós... Acho que a
última notícia não chegou ao secretário da Educação, de que nós temos,
infelizmente, uma grande informalidade nessa área do emprego de jovens que
trabalham de forma precarizada, sem carteira assinada, sem CLT. O mundo do
trabalho mudou e vem mudando de forma muito veloz, mas parece que a Secretaria
da Educação não entendeu isso.
Então, o máximo
que ela vai fazer é oferecer um comprovante para o aluno que trabalha, para que
ele apresente naquele dia da prova. Para fazer o Provão Paulista, ele vai
faltar. Isso é exclusão, Sr. Presidente. Não podemos aceitar isso com
naturalidade.
O aluno do
período noturno tem que fazer a prova no período noturno, não tem que fazer
durante o dia. Isso mostra realmente que o governo pretende acabar com o curso
noturno da rede estadual de ensino, tanto do ensino médio como também de
Educação de Jovens e Adultos.
Estamos aqui
tomando providências para que haja a alteração dessa resolução, que seja
publicada uma nova resolução corrigindo esse gravíssimo erro, essa gravíssima
injustiça, e outras. Isso é importante, Sr. Presidente. Os nossos alunos
merecem ter a oportunidade de fazer a prova também no período noturno.
Não podemos
aceitar isso, até porque a própria legislação de ensino do Brasil, tanto a
Constituição Federal, no seu capítulo da Educação, como a LDB, garantem esse
tipo de atendimento aos nossos alunos, dizendo que o aluno do ensino noturno
tem que ter um tratamento especial.
Ele tem que ter
condições adequadas para que ele possa, exatamente, cursar o noturno. Seja no
Ensino Fundamental, através da EJA, seja através do ensino regular, é isso que
diz a lei. Então há todo um amparo legal da Constituição Federal, da
Constituição Estadual e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a
Lei 9.394, para que o aluno do curso noturno seja contemplado, também, nesse
caso aqui, com uma prova no período noturno, de tal forma que ele não tenha
nenhum prejuízo no seu trabalho, Sr. Presidente.
Então nós vamos
exigir, aqui nós estamos tomando várias providências, para que a Secretaria da
Educação, para que o governo Tarcísio modifique rapidamente essa resolução.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus
cumprimentos, deputado Carlos Giannazi, por sua atenção sempre para com os
problemas da Educação, da melhoria do nível das escolas, da atenção que o
governador, os secretários de Segurança precisam ter para com as oportunidades
de Educação. Agradeço, se puder agora presidir um pouco.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
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* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, no Pequeno Expediente, seguindo a
lista, com a palavra a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Rogério
Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Com
a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Com
a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Marcos Damasio.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas
Bove. (Pausa.) Com a palavra o deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.)
Iniciamos a lista de oradores no
Pequeno Expediente, mas já na Lista Suplementar, com a palavra o deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra a deputada Marina Helou. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Eduardo
Suplicy, para o uso regimental da tribuna.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR -Sr. Presidente, deputado Carlos Giannazi, depois de ter
estado de licença, aprovada aqui pela Assembleia Legislativa, e participar do
23º Congresso Internacional da Basic Income Earth Network, da Rede Mundial da
Renda Básica, tive um problema de saúde e precisei estar alguns dias no
Hospital Sírio Libanês, repousando também na minha casa, Mas, felizmente,
agora, depois de ter sido constatado, inclusive, que tive Covid, hoje, segundo
o meu médico, não estou mais passando para terceiros qualquer doença de Covid,
e, felizmente, pude voltar.
E, em
pronunciamento, possivelmente hoje à tarde, vou aqui fazer o relato do
congresso do qual participei na Universidade de Bath, na Inglaterra. Mas, hoje,
considero importante assinalar o que, infelizmente, aconteceu ontem no debate
entre os candidatos a prefeito de São Paulo na TV Cultura.
Neste debate
eleitoral de ontem, nós presenciamos, novamente, cenas de agressividade de tal
ordem que acabaram resultando num incidente que poderia ter sido até mais
grave.
Desta vez, em
um grau elevado, houve tantas agressões verbais e físicas. Relembro que os
debates são de extrema importância para que a população possa estar
acompanhando, de fato, o que cada um dos candidatos apresenta como suas
propostas, a sua história e os valores dos candidatos e das candidatas.
Todos queremos
saber como será melhorada a qualidade de vida na cidade de São Paulo pelas
iniciativas dos candidatos a prefeito e a vereadores. E, justamente, são nesses
espaços que os telespectadores poderão ter conhecimento do que cada candidato e
cada candidata pretende realizar se for eleito ou eleita e como planeja
melhorar a qualidade de vida de nós, munícipes.
Ontem, vimos,
novamente, o candidato Pablo Marçal agredir verbalmente os demais candidatos
sem ser silenciado. Acompanhamos, também, o candidato José Luiz Datena, que tem
uma vida profissional tão significativa, de repente, perder a cabeça, segundo o
que ele próprio acabou falando, depois de tantas ofensas sofridas.
Grande parte
dos paulistanos têm interesse nas eleições de seis de outubro. A expectativa
com o debate era conhecer as propostas das mais diversas áreas de
responsabilidade da Prefeitura, como Transportes, Educação, Saúde, combate à
desigualdade, geração de emprego, renda e, em especial, pelos acontecimentos
climáticos que temos observado, e que têm causado problemas de extraordinária
importância, custo e despesas, como o que aconteceu ali com as chuvas no Rio
Grande do Sul, como o que tem acontecido, e a cada dia se agrava, com as
queimadas de florestas em, praticamente, todos os estado da Federação, em
especial, na região amazônica, mas também aqui em São Paulo, a mata atlântica e
a mata da Cantareira.
Então, o que se
viu ontem foi uma insistência em acusações e agressões, fazendo com que os
ânimos se exaltassem e o público seguisse sem acesso a um debate de maior
profundidade sobre as ideias e as propostas.
Então, é
lamentável o que estamos assistindo reiteradas vezes já nesses três debates, da
TV Bandeirantes, da “Veja” e esse da TV Cultura. É muito lamentável o que
estamos assistindo. É importante que as eleitoras e os eleitores da cidade de
São Paulo não mereçam isso.
Prezado
deputado Conte Lopes, caro presidente Carlos Giannazi, eu queria aqui fazer uma
lembrança a uma reflexão muito importante de Martin Luther King Jr. a respeito
de situações como essa triste que aconteceu ontem à noite. Disse, certo dia,
exatamente no seu belíssimo discurso “I have a dream”, “Eu tenho um sonho”, o
seguinte, abrindo aspas para o Martin Luther King Jr.:
“- Nós sempre
temos que conduzir nossa luta em um alto nível de dignidade e disciplina. Nós
não devemos permitir que o nosso criativo protesto se degenere em violência
física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da
reunião da força física com a força da alma.” Ou seja, com respeito a qualquer
ação física, precisamos agir com a força da alma.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado,
deputado Eduardo Suplicy.
Com a palavra agora o deputado Conte
Lopes, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; seguindo as colocações do deputado
Suplicy a respeito do debate de ontem, que todo mundo assistiu, coisas do outro
mundo.
Desculpe a
minha ignorância, mas nunca ouvi falar do Pablo Marçal, até por cima, na
eleição que ele ia disputar a Presidência, depois virou deputado federal,
depois foi cassado pela Justiça, a candidatura dele.
E esses dias
atrás, a meninada, que trabalha com a gente: “O Pablo Marçal vai ser candidato
a prefeito.” Está brincando, não é? “Ele pode ganhar”. Eu falei: não tem tempo
de televisão, não tem dinheiro, não tem partido, vai ganhar de quem?
Agora, as
coisas são todas mudadas, inclusive na política. No primeiro debate, quando o
Boulos chama o Pablo Marçal de Padre Kelmon, parecia até uma combinação. Ele
saca uma carteira e fala: “Então vou te exorcizar.” Aí começou, até o que
aconteceu ontem, com o candidato Datena, agredindo o Pablo, que hoje está em
todo o lugar do mundo.
E continua
tocando uma campanha sozinho, sem partido, sem dinheiro, e está aí demonstrando
o quê? O outro lado da política, a fraqueza? A gente acompanha a política, tudo
muito mudado. A gente acompanha os meninos que são eleitos, eles chegam em
determinados locais com 10 seguranças, parece até artista, da Federal, não sei
o quê.
A gente que tem
300 tiroteios contra bandidos aí, anda na rua, numa boa. Posso até me ferrar, é
coisa da vida, mas antes de eu me ferrar, eu já ferrei muita gente também, não
foi de graça. Duro são os coitados que vão de graça, eu não vou de graça.
Mas vira tudo
artista. Chega no lugar, os caras todos armados, colete à prova de bala, parece
uma guerra. Chegou um cara aí agora, parece mudando o conceito de política, sem
televisão. Não gasta dinheiro, é milionário. É só a diferença das coisas.
Impressionante isso.
E volto a
dizer, quando houve uma reunião do PL, meu partido, que é o maior partido do
Brasil, com Bolsonaro, com Valdemar, com todo mundo aqui, nessa sala, eu
coloquei que eu não entendia como o maior partido do Brasil, na maior cidade do
Brasil, não tinha um candidato, que era muito melhor ser cabeça de sardinha do
que rabo de baleia. Usei até outra expressão, no lugar do rabo. E é verdade, se
nós tivéssemos um candidato, nós não estaríamos passando por tudo isso aí.
E é uma
realidade. Aqui vem todo mundo se envolvendo. Vamos se envolver também. No Rio,
tem candidato do PL no Rio também, vamos lá ganhar eleição também, o Ramagem. Precisa
apoiar lá também.
Então, se
houvesse seguido o conselho desse antigo ou velho deputado, nada disso iria
acontecer. Teria um candidato e estaria nas ruas defendendo as cores do nosso
partido. Mas não: “Esse não é o momento, porque a esquerda em São Paulo domina
tudo, não sei o quê.” O Doria, quando eu saí candidato a vereador, que eu tinha
perdido aqui, ganhou do Haddad no primeiro turno. Então, como que todo mundo é
esquerda?
Agora, na
eleição, por exemplo, para presidente da República, não houve um comício do
Bolsonaro na periferia de São Paulo. Não houve uma visita, nem dele, nem do
governador, infelizmente, e eu cobrava. Quantas vezes falei até com o
governador: “Olha, precisamos ir para a periferia, se não for para a periferia
não tem voto”. Aí vai para Sergipe, tem 800 pessoas, na Zona Leste de São Paulo
tem três milhões. Então, infelizmente é isso.
Se nós
tivéssemos um candidato, obviamente, para o nosso partido seria muito melhor. E
a gente vê a briga interna agora aí. Tem que um vai para o lado, o outro vai
para o outro. E vamos esperar.
Agora, que é do
outro mundo, não dá para entender o que está acontecendo na política de São
Paulo, porque uma pessoa sem partido, sem hora de televisão, sem coisa nenhuma,
sem poder gastar o próprio dinheiro, diz que é bilionário, e está enfrentando
todos os partidos juntos aí.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus
cumprimentos, deputado Conte Lopes, as suas preocupações são válidas a respeito
do que está acontecendo na campanha aqui de São Paulo. Tenho a palavra agora,
novamente, o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhor presidente, deputado Eduardo Suplicy, de volta à
tribuna no dia de hoje, gostaria de dizer, Sr. Presidente, que estamos
indignados e perplexos com as maldades da Secretaria da Educação contra o
magistério estadual.
Na semana
passada, foram publicadas quatro resoluções da Seduc, da Secretaria, a nº 61, a
nº 62, a nº 63 e a nº 64, dando conta da recondução dos professores, da
classificação, das funções dos professores na escola PEI.
Senhor
presidente, são todas elas, em geral, resoluções que atacam os direitos e a
dignidade do magistério estadual. Primeiramente, Sr. Presidente, que na
classificação dos professores, na pontuação, a Secretaria da Educação quase que
não considera mais o tempo de serviço, a experiência dos professores na rede
estadual de ensino.
Os critérios
utilizados são absurdos, onde a experiência, a trajetória na rede pública de
ensino só vale 10% da pontuação. Nós temos professoras e professores que já
estão há 20, 30 anos, 15 anos na rede estadual, que têm experiência, com os
nossos alunos, esses professores e essas professoras estão prejudicados por
conta desse perverso critério.
Na avaliação, o
Sr. Presidente, 360, que continua na escola PEI, por exemplo, que é uma
avaliação muitas vezes utilizada como instrumento de perseguição, de assédio,
de constrangimento para os professores, mesmo que o professor seja muito bem
avaliado, com nota máxima, quem vai decidir se ele vai continuar ou não na
escola é o diretor ou a diretora da escola.
Olhe só o
absurdo, sr. presidente. então, esse professor, que foi bem avaliado pelos
alunos, pelos profissionais da Educação, ele fica refém dos humores e das
vontades exatamente do diretor da escola. Então, não importa se ele foi bem
avaliado ou não, o que importa é a avaliação do diretor sobre esse professor.
E sobre esse
tipo de avaliação, Sr. Presidente, esse tipo de decisão do gestor, da direção,
também vai acontecer com os professores que forem também avaliados nas outras
áreas.
Quem vai
decidir, mesmo que o professor seja bem avaliado, que ele tenha lá 90% de
frequência, que ele atinja todas as metas e todos os critérios, quem vai
decidir se esse professor vai ou não continuar trabalhando naquela escola será
o diretor da escola, Sr. Presidente.
Então, não
adianta nada o professor se esforçar na avaliação 360 ou para atingir os outros
critérios nas outras escolas, porque, no final das contas, se o diretor não
gostar desse professor, ele será afastado da escola. É isso que acontece, Sr.
Presidente, sobretudo nessa Resolução nº 62.
Aqui, por
exemplo, ainda na Resolução nº 62, que dá um peso muito grande para a
frequência do professor em sala de aula, não levando em conta que os
professores adoecem, que os professores são obrigados a fazer consultas
médicas, que os professores, muitas vezes, são afastados por licenças médicas.
Então, essas
faltas médicas, essas licenças médicas serão descontadas na pontuação. O
professor perde com isso, Sr. Presidente. Está aqui também na resolução. As
duas únicas exceções são para orientação técnica e para os professores de
educação física, quando eles participarem com seus alunos de competições
escolares. Fora isso, tem desconto, e o professor não vai atingir as metas, os
critérios, e vai perder com isso, vai estar fora, pode estar fora da escola.
Tem mais, Sr.
Presidente, aqui em relação às professoras das séries iniciais do ensino
fundamental. Essas professoras, diz aqui a Resolução nº 62, não serão
reconduzidas. Olha só o absurdo, o crime, Sr. Presidente, que foi estipulado
pela resolução da Secretaria da Educação.
E tem mais:
eles afirmam também que os professores que terão os seus contratos vencidos,
encerrados no ano de 2024, também não serão reconduzidos. E nós temos aí os
professores do contrato de 2021. Esses professores, Sr. Presidente, ficarão
fora da rede.
E eu tenho aqui
dois projetos tramitando: um deles, um PLC que autoriza a Secretaria da
Educação a prorrogar esses contratos, de tal forma que não haja desemprego em
massa dos professores categoria “O” do contrato de 2021; e também o meu PLC 24,
de 2015, que já foi aprovado, Sr. Presidente, em todas as comissões da Alesp.
Inclusive, eu já tenho um pedido de regime de urgência para que ele seja
pautado aqui no plenário. E ele resolveria esse problema de uma forma geral. Ou
o PLC que prorroga os contratos de 2021.
Ao mesmo tempo,
nós estamos pressionando o governo a fazer a chamada dos aprovados no concurso,
Sr. Presidente. Porque o governo só está chamando de 15 a 18 mil professores
aprovados, quando nós temos mais de 80 mil vagas, mais de 80 mil professores
categoria “O”.
Então, tem vaga
aí para todo mundo. E o concurso foi classificatório. Então, o governo pode
fazer as duas coisas: chamar os aprovados, prorrogar os contratos - não há
problema nenhum com isso, Sr. Presidente -, para resolver essa situação. E as
professoras que foram surpreendidas pela municipalização do ensino no final do
ano passado e no início deste ano também estão sendo prejudicadas por essas
resoluções.
São vários
ataques nessas quatro resoluções, Sr. Presidente. Nós estamos aqui apresentando
PDLs para que elas sejam alteradas, para que haja a revogação de vários artigos
que estão penalizando os nossos professores da rede estadual.
Então, Sr.
Presidente, eu quero, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, não só fazer a
denúncia, como exigir providências imediatas para que o governo corrija todas
essas incoerências, todos esses ataques ao Magistério estadual.
Nós estamos
tomando medidas aqui, Sr. Presidente: PDLs, vamos acionar o Ministério Público,
o Tribunal de Contas, porque isso é uma afronta à dignidade humana dos nossos
professores e professoras da rede estadual.
Sr. Presidente,
quero ainda, para concluir o meu pronunciamento hoje aqui na tribuna da
Assembleia Legislativa, prestar a nossa total solidariedade à professora Amanda
dos Santos Monteiro, que foi, na semana passada, duramente espancada lá numa
escola municipal, a Escola Municipal Valéria Cristina Vieira da Cruz Silva, no
bairro de Morrinhos, na cidade do Guarujá.
Essa professora
foi espancada por uma mãe de aluno, Sr. Presidente. Isso é grave, isso vem
acontecendo, infelizmente, nas escolas, sobretudo escolas públicas do estado de
São Paulo - a violência contra as escolas, e sobretudo contra os profissionais
da Educação.
Isso é grave,
então quero prestar minha solidariedade à professora espancada, que foi vítima
dessa violência, a professora Amanda dos Santos Monteiro, e também a toda a
comunidade escolar e a todas as professoras e professores e servidores da
Educação dessa escola do Guarujá. Prestar nosso apoio, nossa solidariedade. E
dizer que a gente tem que continuar lutando contra a violência nas escolas.
Formulando políticas públicas, sobretudo, de prevenção dessa violência.
Eu aprovei aqui
um projeto de lei, o Projeto de lei nº 583, de 2023, que institui o Programa de
Proteção e Apoio ao Profissional da Educação Vítima de Violência. O projeto foi
aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo.
E o governador,
simplesmente, governador Tarcísio, vetou o projeto que apoia os professores e
profissionais da Educação que foram vítimas de violência. É um projeto
importante, que foi construído coletivamente com os profissionais da Educação.
A luta nossa é
pela derrubada do veto. E tem mais, Sr. Presidente. Aqui em São Paulo, ainda na
rede estadual, o governador vetou o projeto que autorizava a Secretaria da
Educação a contratar psicólogos para estarem nas escolas estaduais. Isso
ajudaria bastante também a resolver, a amenizar essa questão da violência
dentro das escolas.
Então o governo
está vetando tudo. Tudo o que a Assembleia Legislativa faz para prevenir, para
combater a violência nas escolas, o governador Tarcísio veta. Vetou o meu
projeto, o PL 583. Vetou o projeto dos psicólogos na escola. Aí é difícil, Sr.
Presidente. Mas eu queria isso: prestar solidariedade, e pedir para que a
professora seja amparada pela secretaria municipal do Guarujá, pelo governo.
Porque ela foi
mais uma professora, mais uma colega nossa, do Magistério, vítima da violência
que vem crescendo bastante nas escolas. Sobretudo nas escolas públicas
municipais e nas escolas da rede estadual de ensino.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
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- Assume a Presidência o Sr. Conte
Lopes.
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* *
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Continuando
a relação dos deputados inscritos, nobre deputado e sempre senador Eduardo
Suplicy. Vossa Excelência tem o prazo regimental.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Conte Lopes, eu estou
entregando hoje o relatório da minha viagem, representando a Assembleia
Legislativa para o 23º Congresso Internacional da Rede Mundial da Renda Básica.
Mas eu, por ter
um horário médico agora, eu vou deixar para falar amanhã sobre o que aconteceu
neste congresso internacional. Eu pergunto se a palestra, que eu apresentei lá,
se eu entregar, para a possibilidade de as notas taquigráficas transcreverem a
minha palestra. É possível?
O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É possível. A gente vai fazer o
encaminhamento.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Então vou pedir a gentileza de
que seja transcrita nos anais a palestra que eu formulei, lá na Inglaterra, no
Reino Unido, no congresso, de 29 a 31 de agosto de 2024, da Basic Income Earth
Network
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Eu que
agradeço. É regimental e a gente fará o encaminhamento.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Presidente, havendo
concordância dos líderes, peço o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É
regimental. Saúde para Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira.
Está levantada a presente sessão.
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* *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 39
minutos.
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