26 DE ABRIL DE 2023
27ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, LUIZ
CLAUDIO MARCOLINO, CAPITÃO TELHADA e DR. ELTON
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
7 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - ANDRÉA WERNER
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Faz homenagem aos servidores da carreira de auditor de
controle externo.
10 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - CAPITÃO TELHADA
Assume a Presidência.
12 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - DR. ELTON
Assume a Presidência.
15 - CARLOS CEZAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
16 - PRESIDENTE DR. ELTON
Cumprimenta autoridades presentes no plenário.
17 - CAPITÃO TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - PRESIDENTE DR. ELTON
Endossa o pronunciamento do deputado Capitão Telhada.
GRANDE EXPEDIENTE
19 - VINICIUS CAMARINHA
Para comunicação, faz pronunciamento.
20 - PRESIDENTE DR. ELTON
Cumprimenta autoridades presentes no plenário.
21 - TOMÉ ABDUCH
Por inscrição, faz pronunciamento.
22 - PRESIDENTE DR. ELTON
Endossa o pronunciamento do deputado Tomé Abduch.
23 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
24 - DONATO
Por inscrição, faz pronunciamento.
25 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
26 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
27 - BETH SAHÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
28 - BETH SAHÃO
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
29 - BETH SAHÃO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
30 - PRESIDENTE DR. ELTON
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 27/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e
recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Ricardo Madalena.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Vinicius Camarinha. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Itamar Borges.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr.
Jorge do Carmo. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Paula da
Bancada Feminista. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Fernando. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge
Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Ediane Maria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino, que fará uso regimental por até cinco minutos.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde,
Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias
da Assembleia Legislativa.
Sr. Presidente,
hoje eu quero tratar de um assunto que, muitas vezes, o pessoal trata com tabu
para o Partido dos Trabalhadores, mas é um tema que durante o governo Lula, de
2003 até 2010 e, depois, durante o governo da presidenta Dilma, de 2010 até
2016, antes que ocorresse o golpe no nosso País... Algumas áreas importantes o
governo do presidente Lula do Partido dos Trabalhadores investiu de forma
estrutural.
Primeiro, foi a
criação do “Simples Nacional”, que muitos profissionais liberais, muitos
pequenos empresários, hoje, têm um pagamento da sua estrutura tributária de
forma facilitada, a partir do “Simples Nacional”, que foi estruturado pelo
Partido dos Trabalhadores.
Depois, no
mesmo período, o Partido dos Trabalhadores teve outro grande projeto, inclusive
eu acompanhei a criação do Microempreendedor Individual, que quando ele foi
montado, foi montado de forma interministerial, e um dos ministros que acabou
na organização do Estado foi o ministro Pimentel, na época.
Depois
acompanhamos o ministro Marinho também, pelo Ministério do Trabalho, que
acompanhava também a estruturação dos ministérios. Inclusive o estado de São
Paulo tinha participação nesse grupo interministerial, a gente acompanhava pela
Central Única dos Trabalhadores e pelo Sindicato dos Bancários, na época.
Então o
Microempreendedor Individual foi um projeto estruturado pelo Partido dos
Trabalhadores para garantir que o trabalhador e a trabalhadora que tem a sua
renda, que tem ali o seu pequeno negócio mas não tinha uma nota fiscal, não
tinha um CNPJ, não podia ter até um trabalhador vinculado ao seu CNPJ, pudesse
ter direito a fazer uma encomenda para uma creche, para uma escola, uma delegacia
de polícia ou mesmo para o setor privado. Não tendo CNPJ, não tendo nota fiscal
ou mesmo aquela renda que ela tinha ou que ele tinha individualmente, não podia
ser executado.
Então o MEI foi
importante. Hoje nós temos milhares de pessoas Brasil afora que são
empreendedores individuais, têm direito à licença-maternidade, ao
Seguro-Desemprego, ao seguro-doença, têm o direito à aposentadoria, que são
formalizados a partir do MEI.
Mostrando duas
questões importantes no governo passado, que foram a questão do Simples
Nacional e a questão do Microempreendedor Individual, demonstrando que o
Partido dos Trabalhadores também tem uma preocupação com a micro e a pequena
empresa, tem uma preocupação com a formalização dos empreendedores e dos
empresários do nosso país.
Muitas vezes a
gente olha e vê apenas algumas referências de alguns partidos de direita
defendendo ações como essa. É importante deixar claro que foi o Partido dos
Trabalhadores que fez esse movimento, e nós estamos vendo hoje... Foi anunciado
nessa semana o presidente Lula, mais uma vez, reeditando a questão do Pronampe.
O Pronampe é um
valor que a micro e a pequena empresa hoje têm direito a conseguir um
empréstimo. Esse processo começou durante a pandemia, mas sabemos que tem
muitos empresários, muitos comerciantes que até agora não conseguiram se
reestabelecer pós-pandemia.
Então essa é
mais uma ação do presidente Lula, do governo federal ajudando a micro e a
pequena empresa, ajudando o micro e o pequeno empresário do nosso país a poder
pagar, nos próximos meses, o que deve do empréstimo que foi feito. Mais uma
ação que o governo federal, que o Partido dos Trabalhadores está desenvolvendo
para ajudar a micro e a pequena empresa também, no nosso Estado e no nosso
País.
Uma outra ação
que vai ser apresentada na semana que vem: o BNDES, que é o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, vai desenvolver uma série de medidas,
inclusive com recursos para o financiamento de máquinas e equipamentos, um
investimento que será feito também no agronegócio.
O nosso
partido, o Partido dos Trabalhadores, além de investir na agricultura familiar,
também vai lançar uma linha de crédito voltada para o agronegócio no estado de
São Paulo e em todo o País na Agrishow.
Nos próximos dias será apresentada uma nova
linha de crédito voltada para máquinas e equipamentos para os agricultores do
nosso Estado. Então, demonstrando que o Partido dos Trabalhadores é um partido
que defende a Saúde, defende a Educação, a Mobilidade, a Segurança Pública, mas
também são ações que nós fizemos desde o governo passado e voltamos a
reestruturar o apoio à micro e à pequena empresa do nosso país.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista dos oradores inscritos, com a palavra o deputado Rafael
Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra
o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra a deputada Carla Morando.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Donato. (Pausa.) Chamo o deputado Marcolino para continuar presidindo
a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio
Marcolino.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Com
a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi, para fazer o uso regimental por
cinco minutos no Pequeno Expediente. Vai lá o nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público
aqui presente, telespectador da TV Assembleia, quero informar a todos e a todas
que nós, recentemente, acionamos o Ministério Público para que os governos
estadual e municipal aqui de São Paulo Capital, façam o cumprimento de uma lei
federal, uma lei importante, que foi aprovada no Congresso Nacional, em 2019.
A lei foi
aprovada, foi vetada pelo governo Bolsonaro. É uma lei importante, que tem a
ver com o debate que nós estamos fazendo hoje sobre a violência nas escolas. A
lei foi vetada pelo Bolsonaro, pelo governo genocida, protofascista, contra a
Educação. Mas nós derrubamos o veto. O Congresso Nacional derrubou o veto e
promulgou a lei. Me refiro à Lei nº 13.939, de 2019.
É uma lei
federal que garante, em todas as escolas públicas do Brasil, a presença de
psicólogos e assistentes sociais. A lei é federal. Lembro que aqui neste
plenário da Assembleia Legislativa foram aprovadas duas leis com o mesmo teor,
que foram vetadas pelas gestões dos governadores do PSDB, do tucanistão, que
governou esse estado durante 28 anos.
Então, em duas
oportunidades, nós aprovamos projetos similares a esse e os governos tucanos
vetaram a presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas da rede
estadual, nas nossas quase 5 mil escolas do estado de São Paulo. Então nós não
conseguimos ainda derrubar os vetos na Assembleia Legislativa. Porém, nós temos
a lei federal, que tem que ser cumprida.
Nós temos que
ter a presença, o atendimento em todas as escolas públicas do Brasil, na
verdade. Porque a lei é federal. Todos os municípios devem implantar, devem
cumprir essa importante legislação que tem a ver também com o combate à
violência, ajuda nesse sentido. É um fator a mais para combater a violência.
Não só por
isso. Nós temos a questão da saúde mental, do apoio psicológico. Nós temos a
questão da assistência social também, que é uma questão gravíssima hoje em
nossas escolas. Nós precisamos que as escolas tenham uma rede de proteção,
inclusive social, também.
Porque, muitos
problemas, a escola não consegue resolver sem a ajuda da Saúde, da Segurança, e
de tantos outros setores governamentais, de outras instituições, do Conselho
Tutelar da Criança e do Adolescente. Por isso que a lei foi aprovada e
promulgada pelo próprio Congresso Nacional.
Mas São Paulo
não cumpre a lei. O governo estadual não cumpre. A prefeitura de São Paulo não
cumpre a lei. Por isso, nós acionamos o Ministério Público. Aqui, foi uma
representação assinada não só pelo meu mandato, mas também pelo mandato da
deputada federal do PSOL de São Paulo, a professora e supervisora de ensino
Luciene Cavalcante; pelo vereador da Capital, da Comissão de Educação, vereador
Celso Giannazi.
Então nós
assinamos para que o governo estadual cumpra a lei, e o governo municipal
também. Logicamente, nós queremos estender esse cumprimento a todos os 645
municípios do estado de São Paulo.
E lembrando, só
para concluir, que hoje nós estaremos, daqui a pouco, na avenida Paulista, num
grande ato, numa grande manifestação. Que não vai ocorrer só na avenida
Paulista, mas em várias regiões do Brasil, em defesa da Educação, contra a
violência nas escolas, pelo cumprimento do piso nacional do Magistério, que não
é cumprido no estado de São Paulo, que cumpre de uma forma irregular, através
de abono complementar. Isso é proibido pela Lei nº 11.738.
Então a nossa
pauta é imensa. É uma manifestação nacional em defesa da Educação e dos
profissionais da Educação. Agora, às 17 horas, estaremos todos lá, na Paulista,
apoiando esse importante movimento. Aqui em São Paulo, a pauta é grande.
Além dessas
duas, que são pautas do Brasil inteiro, tem a pauta da nossa luta pelas APDs,
para que elas sejam cumpridas em local de livre escolha do professor, a volta
das faltas abonadas, da falta-aula, também de tantos outros itens.
Contra o
fechamento de salas de aula em todo o estado de São Paulo, contra a redução do
orçamento da Educação, que já foi anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas
e que nós somos totalmente contra; faremos tudo para que esse projeto não seja
aprovado.
Enfim, nossa
pauta aqui é imensa, uma pauta de luta e de resistência, em defesa da educação
pública e dos profissionais da Educação.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Dando sequência aos oradores do Pequeno
Expediente, com a palavra o nobre deputado Reis. Tem V. Exa. o tempo regimental
de cinco minutos para falar no Pequeno Expediente. Com a palavra, o nobre
deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, o
presidente, deputado Luiz Claudio Marcolino, todos os funcionários desta Casa,
os integrantes da Polícia Civil, os integrantes da Polícia Militar, o público
presente e todos aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp.
Sr. Presidente,
ontem eu falei nesta tribuna sobre a questão das policiais femininas, as
investigadoras e escrivãs de polícia gestantes, que estão sendo obrigadas a
trabalhar em escalas extra, escalas de 12 horas, período noturno. São questões
que têm chegado ao nosso mandato, e nós estamos fazendo uso aqui da tribuna
para falar a respeito desses problemas.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
Problemas da
saúde mental dos policiais. O índice de suicídios, que nós também estamos
levantando: está pandêmico o número de suicídios na Polícia Civil e na Polícia
Militar.
E agora me
chegou mais um problema, presidente Carlos Giannazi, deputado Vitão do
Cachorrão. Um problema que está sendo falado pelos policiais penais, que são os
scanners, a falta de manutenção nos scanners.
Lá no presídio,
tem um scanner eletromagnético, e a falta de manutenção desses scanners tem
aumentado o número de policiais que trabalham no sistema penal - os policiais
penais - com câncer.
Eu, inclusive,
estou fazendo um requerimento ao governo do estado por conta dessa denúncia que
chegou: o porquê de não se fazer manutenção nesses aparelhos. A utilização de
scanner de retrodispersão nas unidades do sistema penitenciário de São Paulo.
Se aponta que,
segundo estudos da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, as ondas
eletromagnéticas estão entre os fatores que propiciam o aparecimento de doenças
cancerígenas.
Conforme o
Instituto Nacional do Câncer, evidências sugerem que a exposição crônica à radiação
não-ionizante de baixa frequência e a fontes de campos eletromagnéticos de
frequência extremamente baixa pode aumentar o risco de câncer em crianças e
adultos. Detectores de metais funcionam por eletromagnetismo, estando os
scanners de retrodispersão inseridos na referida lógica de funcionamento.
Então, lá nos
presídios tem esses scanners. E eles não estão recebendo, por parte do estado,
a manutenção adequada. E começou, então, a surgir um grande número de policiais
penais acometidos de câncer por conta dessa, vamos dizer assim, negligência do
estado. O estado não cumprindo o seu papel.
Nós estamos
vendo a questão da Polícia Civil, a questão das policiais femininas gestantes,
as várias denúncias que estão chegando por parte dos sindicatos dos delegados,
das delegadas, dos investigadores, dos agentes policiais.
E agora também
surge por parte do Sindicato dos Policiais Penais: esses scanners não estão
tendo a manutenção adequada. O governo não está
fazendo o seu papel fiscalizador, o seu papel de garantir que se faça a
manutenção.
Os funcionários ali, obviamente, quando
vai passar uma pessoa, um preso que tem que passar por detecção, a pessoa que
vai fazer uma visita naquele CDP tem que passar por esse scanner, e a falta de
manutenção está produzindo um aumento desses profissionais acometidos de
câncer.
É mais uma denúncia que eu trago aqui, que
chegou ao meu gabinete e que nós estamos cobrando. Já fiz, inclusive, um
requerimento de informação para a Secretaria de Assuntos Penitenciários
informar por que não se está fazendo manutenção, o que está acontecendo, para
que nossos policiais possam ter o seu tratamento adequado e ter a proteção
à sua saúde.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI -
PSOL - Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra a deputada
Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Com a palavra a deputada
Solange Freitas, que fará uso regimental da tribuna por até cinco minutos.
A SRA. SOLANGE FREITAS -
UNIÃO - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde a todos. Ontem, eu fiz um
desabafo aqui nesta tribuna em relação aos acidentes na Rodovia Padre Manoel da
Nóbrega, especialmente na altura de Peruíbe. Fiz uma indicação ao Governo do
Estado e ao DER, para que medidas urgentes fossem feitas naquele trecho, na
altura do Km 346, para evitarmos mais mortes.
Os moradores de conjuntos ali perto dizem
que, nos últimos meses, já foram registradas dez mortes só naquele trecho. Na
sexta-feira, feriado, uma família inteira, quatro pessoas morreram depois de um
acidente ali por causa de um caminhão. O caminhão bateu no carro, foi um
acidente muito grave, e dois adolescentes e duas jovens morreram por causa
desse acidente.
Em agosto do ano passado, houve outro
acidente grave envolvendo caminhões. Se algo tivesse sido feito depois do
acidente de agosto, será que aquele de sexta-feira teria acontecido?
A gente não sabe, mas, se medidas tivessem
sido tomadas para amenizar os problemas naquele local, provavelmente alguns
acidentes teriam sido evitados. Como eu me manifestei ontem, quando o Poder
Público não ouve a população, tragédias podem acontecer, e foi o que aconteceu.
Mas, depois dessa minha indicação ontem,
hoje de manhã eu conversei com o superintendente do DER, Sérgio Codelo, com o
prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício, e veio a boa notícia: nesta semana, no
máximo semana que vem, naquele trecho, vão ser colocadas lombadas e uma
sinalização muito melhor do que aquela que está lá, para amenizar os
problemas naquele trecho.
Vai resolver de vez? Não vai, mas é um
paliativo que vai ajudar neste primeiro momento. Além disso, vai ser aberta uma
licitação para uma nova rotatória naquele local.
Então a gente tem que ressaltar a
presteza, a resposta rápida não só do DER como do governador diante de
tragédias. Outras tragédias poderiam acontecer. Infelizmente, aconteceu uma
tragédia na sexta-feira, e foi depois disso que a atitudes foram tomadas. Se
tivessem tomado antes, lá atrás, em agosto, quando aconteceu outra tragédia,
talvez essa não acontecesse, mas a gente tem que ressaltar, destacar e elogiar
também esse trabalho rápido.
O superintendente do DER nos atendeu,
atendeu à solicitação do prefeito, mas, mais do que isso, atendeu ao pedido dos
moradores, porque foram os moradores que chegaram até nós pedindo ajuda com um
pedido de socorro para que evitassem novas tragédias.
Então quero agradecer imensamente a
resposta rápida das autoridades diante desse pedido de socorro dos moradores de
Peruíbe.
Gostaria de ressaltar também que, no dia
24 de abril, foi comemorado o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais. Eu
acho, Sr. Presidente, que nós deveríamos dar o exemplo. Cadê a nossa intérprete de libras? Desde que nós
assumimos, nesta nova legislatura, pelo menos nenhum discurso nosso tem uma
intérprete de libras.
Então, eu acho
que esta Casa deveria dar o exemplo. Eu sei que tinha intérprete antes e não
tem mais, e a gente tem que fazer uma indicação, para que nós tenhamos, e todos
os nossos discursos tenham uma intérprete de libras.
Eu ressalto que
quase 100% dos vídeos que eu posto nas redes sociais eu coloco com um
intérprete de libras, porque a gente precisa falar de inclusão, e nós temos que
ser um exemplo para toda a população.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vossa
Excelência está coberta de razão. O maior Parlamento estadual da América Latina
tinha e tem que ter novamente. Dando sequência à lista de oradores inscritos,
com a palavra deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Mauro Bragato.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra a deputada Marta Costa. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Andréa Werner, para uso regimental da tribuna por até cinco
minutos.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a
todos e todas. Vinte e dois anos atrás, no mês de abril, o presidente Fernando
Henrique sancionou a Lei nº 10.216.
Essa lei tinha
como objetivo mudar o modelo assistencial de saúde mental no Brasil, e garantir
os direitos humanos de pessoas com transtornos psiquiátricos e alguns tipos de
deficiência.
Ela foi um
marco na lei e na luta antimanicomial. A gente está falando aqui de luta
antimanicomial. É muito importante a gente se lembrar disso, porque essa lei
veio depois do que ficou conhecido como holocausto brasileiro.
Eu recomendo
aqui, inclusive, a leitura do livro da Daniela Arbex, para quem não conhece
essa história, que descreve o que acontecia em um hospital no interior de Minas
Gerais, que é o meu estado natal, onde 60 mil pessoas morreram nesse hospital,
depois de internações compulsórias, sem critérios técnicos.
As pessoas eram
submetidas aos piores tipos de maus-tratos. As famílias muitas vezes não tinham
nenhum conhecimento, nem visibilidade sobre o que acontecia lá dentro, que
tratamento estava sendo feito. Não tinham acesso a informações sobre
diagnósticos, e o que poderia ser feito para tirar aquele familiar dali, para
poder incluir aquele familiar na sociedade.
A gente está
falando de seres humanos, que estavam ali dentro. Cada um com uma necessidade
diferente, com uma história diferente de vida, e ficavam lá abandonados, como
se fossem animais. Pessoas com condições diferentes.
A gente está
falando de pessoas com síndrome de down, com esquizofrenia, autistas, que
possivelmente, naquela época, nem diagnóstico não tinham, disléxicos, pessoas
com estresse pós-traumático, com depressão, e até casos muito tristes de uma
coisa que era social naquela época, de internação compulsória de pessoas
LGBTQIAP+ e de mulheres que eram consideradas “desobedientes”, bem entre aspas,
pelas famílias.
Mesmo com esses
avanços que a gente vê todos os dias, a gente ainda tem perigo de retrocesso,
infelizmente. Um o estudo do doutor em psicologia social Marcos Roberto Vieira
Garcia, publicado em 2012, mostrou que hospitais psiquiátricos na região de
Sorocaba, entre 2004 e 2011, tinham quase três vezes mais óbitos por mil
internos do que o restante do estado, Vitão. Ou seja, um município só tinha
quase o mesmo número de óbitos de internos que o restante do estado inteiro.
Isso é muito sintomático.
Isso foi depois
da lei antimanicomial passar, e nos últimos anos a gente viu investidas muito
prejudiciais do governo federal, inclusive com projetos de lei passando no
Senado, que impunham retrocessos graves.
E por que que
eu estou falando disso tudo? Eu ainda estou me recuperando, porque há 48 horas
atrás eu fiz uma visita a um hospital psiquiátrico na cidade de São
Paulo, um hospital
psiquiátrico do Estado.
É um assunto
que me toca muito particularmente, por dois motivos. Um deles é que eu tive um
tio, irmão do meu pai, que era esquizofrênico, e passou grande parte de sua
vida institucionalizado. Em segundo lugar, porque eu tenho um filho autista de
15 anos, com grande necessidade de suporte.
Nessa visita,
da qual eu ainda estou me recuperando, eu fiquei muito impactada com o que eu
vi. Mesmo sem testemunhar cenas de horror como tinham ano passado, no
holocausto de Barbacena, mesmo sem violações flagrantes de direitos humanos,
mesmo sem violência institucional. Eu vi adultos autistas internados, adultos
de grau 3 de suporte, que é o que a gente chama de autismo severo, aqueles que
não falam, que às vezes apresentam comportamento agressivo; eu vi pessoas com
esquizofrenia em isolamento, em situação extremamente triste.
Quantos
abandonos essas pessoas sofreram até chegarem lá? Essa é a minha pergunta. O
que eu sempre falo aqui é: a culpa não é da deficiência, a culpa não é do
transtorno.
Essa pessoa foi
parar lá após uma série de abandonos do estado, professor Giannazi. Faltou
tudo. Faltou diagnóstico precoce, faltou intervenção precoce, faltou inclusão
escolar, faltou intervenção intensiva durante a vida, faltou acesso à Saúde, à
Assistência Social, faltou emprego assistido.
Eu nunca vou
esquecer de uma palestra que fiz em Cotia, quando uma mãe me contou que ela
estava com câncer, estava doente, e o filho dela estava em uma instituição,
porque ele era um autista severo.
Ela sabia que
eles tinham quebrado o braço do filho dela duas vezes em um mês, mas ela não
tinha como tirá-lo de lá, porque ela não tinha como cuidar dele doente, com
câncer. Olha as escolhas que o estado força algumas mães a fazerem.
Eu não vi
pessoas incapazes, eu vi pessoas excluídas, excluídas ativamente pelo estado,
que falhou gravemente em tudo. O estado falhou com essas pessoas e com suas
famílias. Hoje, a solução mais fácil foi isolar essas pessoas, tirá-las de
vista e continuar sem dar suporte.
Já caminhando
para o encerramento: na semana que vem vou marcar a primeira reunião da Frente
Parlamentar pela Saúde Mental, que protocolei aqui nesta Casa e que teve uma
adesão muito grande, porque a gente precisa quebrar esse ciclo. Essas pessoas
não chegaram lá à toa, elas chegaram lá após uma vida de abandonos, uma vida de
abandono do estado, principalmente.
Eu trouxe a
esta tribuna dados de pessoas, falando de distúrbios psiquiátricos, pessoas com
deficiência, mostrando que elas são dez vezes mais propensas a sofrer violência
do que a perpetuar violência. Quando a gente compara com a população em geral,
essas pessoas são vítimas, elas não são as perpetuadoras de violência.
Inclusive, eu
me manifestei, fui uma das primeiras deputadas a falar com relação àquela fala
do presidente Lula, quando ele falou das “pessoas com problemas de parafuso”,
com relação à violência nas escolas. Eu fui uma das primeiras deputadas a me
manifestar, a pedir uma retratação.
Fiquei muito
feliz que a retratação veio e inclusive já com uma proposta de política
afirmativa, mas vou continuar cobrando o governo federal, vou continuar
cobrando o governo estadual e os municípios.
Inclusive,
estou cobrando a Secadi para que voltem os programas relacionados à inclusão
escolar que ainda não retornaram, porque, como falei desta tribuna, a gente não
foi eleito para fazer o que é mais fácil, que é excluir. A gente foi eleito e
eleita para fazer o que é certo.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Vitão do
Cachorrão, que fará uso regimental da tribuna por até cinco minutos.
Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna,
queria anunciar que amanhã, dia 27 de abril, é o Dia do Auditor de Controle
Externo do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo; aliás, de todo o Brasil.
O auditor de Controle Externo cumpre um
papel fundamental no processo de fiscalização dos equipamentos públicos do
estado, dos municípios. São eles os responsáveis pela fiscalização, por
exemplo, das escolas. Tem uma diligência feita pelo Tribunal de Contas para
investigar a situação de precarização das escolas estaduais.
São esses servidores concursados,
aprovados em concurso público do Tribunal de Contas, que estão na linha de
frente. Sem eles, não teríamos esse trabalho, toda investigação que é feita in
loco, nos processos. São feitas exatamente pelos auditores de Controle Externo.
Lembrando que aprovamos um projeto de
lei, o PL 39, de 2018, criando o Dia Estadual do Auditor de Controle Externo do
Estado de São Paulo. Infelizmente, o ex-governador Doria vetou o projeto, não
sei por quê. Foi um desrespeito a esses valorosos servidores públicos do estado
de São Paulo. Fica aqui a nossa homenagem a todos vocês.
Com a palavra, o deputado Vitão do
Cachorrão.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Giannazi.
Parabéns pelo trabalho, sempre lutando, defendendo o funcionário público, os
professores. Peço a Deus que abençoe todos os deputados e deputadas da Casa.
Cumprimento todos os funcionários, em especial o pessoal da TV Alesp. Daqui, a
gente está sendo mostrado para todo o estado de São Paulo, o maior estado do
Brasil. Então cumprimento aqui todos os funcionários, o carinho que eu tenho
também pela Polícia Militar, cumprimento a todos.
E eu vim aqui,
eu fiz um projeto, falando em Polícia Militar, e no nosso Estado, onde
funcionou muito bem a operação delegada, eu estive conversando, recebendo os
policiais civis e eu acho que tem mais de 30 mil, Giannazi, caro deputado,
também meu amigo do SBT, parceiro, para incluir nessa operação delegada a
Polícia Civil, até para aumentar a segurança nas escolas.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Capitão Telhada.
* * *
Por exemplo,
escrivão numa cidade de quase 900 mil habitantes em Sorocaba, dificulta muito o
trabalho da Polícia Militar quando eles pegam às vezes uma ocorrência e só tem
dois escrivães numa cidade imensa. Então, que essa operação delegada seja
estendida também para a Polícia Civil, que são verdadeiros heróis. Como é a
operação delegada?
Comandante,
capitão, meu amigo, quero que você me ajude nisso porque você é um especialista
- já vem isso do seu pai também, agora aqui na Presidência -, que estenda para
a Polícia Civil. Ao invés do policial fazer bico, correndo risco num
supermercado, ele trabalha lá para o município, e tem cidades em que eles
ganham até R$ 500,00 por dia - eles são valorizados - algumas R$ 300,00.
Tem que
conversar sobre esse salário do dia que eles estão recebendo da prefeitura e
incluir também - quero que você me ajude no meu ponto de vista - a Polícia
Civil, que não foi incluída nessa operação delegada.
E aqui a gente
está para somar junto com os colegas deputados, com as deputadas. Vamos fazer
um esforço. Eu já fiz aqui, entrei com um projeto para incluir a Polícia Civil.
Quero falar
aqui de um assunto que eu falei ontem e eu vi a deputada falando das estradas
onde tem muitos acidentes, onde às vezes o caminhoneiro, o passageiro, o
condutor do veículo paga caríssimo em algumas estradas no nosso Estado.
Estradas com
buracos, estradas em que as pessoas... às vezes o motoqueiro morre, sofre um
acidente ali para desviar de um buraco ou passa num buraco no dia de chuva, não
consegue enxergar a profundidade.
E eu tive aqui
e recebi os pedidos do vereador Odair Oliveira Mota e Adriano Rossi Gomes, que
eles pedem a ligação. O que eles pedem? O recapeamento da Rodovia SP-249, que
liga Itaberá a Itapeva.
Então quando um
vereador vem aqui no nosso gabinete, um secretário, não é para pedir para eles.
Eles estão pedindo aqui pela vida e ali também precisa de uma terceira faixa.
Onde já se viu
não ter uma faixa de acostamento? O lugar que tem lá está cheio de barro, fica
escorregadio, cheio de buraco. Um verdadeiro queijo suíço o pedaço dessa
estrada que eles falam aqui na Rodovia sp-249, que liga Itaberá a Itapeva.
Então a gente pede também o recapeamento urgente nesse pedaço de estrada e que
crie também a terceira faixa.
Outro assunto
de extrema importância: o pessoal que faz a caminhada, que treina, os alunos
das escolas, também o pessoal da melhor idade. Eu vou falar que em Sorocaba -
quando eu falo Sorocaba é para toda a região - não tem uma pista oficial de
atletismo.
Tem cidades
menores que Sorocaba que têm três ou quatro pistas, deputado, e lá não tem uma
pista e vários atletas já saíram. Eu sou amigo pessoal... Por exemplo, é outro
esporte, lutou pela outra cidade porque não tem estrutura em Sorocaba: Fábio
Maldonado Caipira de Aço; é grande amigo meu. Lutou no MMA, UFC, sem estrutura.
Então Sorocaba
também precisa de uma ajuda do Governo do Estado para que tenha... conversando
ali com o pessoal que faz o atletismo, que faz a caminhada, que vai ser um
lugar seguro, sem caminhar na poluição. A pessoa que quer treinar e ser um
profissional também precisa de uma pista oficial de atletismo na nossa cidade.
Quero aqui
finalizar e agradecer a todos. Esses pedidos que eu faço não são para mim.
Esses pedidos vêm da população, vêm de quem pede aqui para a gente, para os
deputados. E o melhor pedido vem da população.
Por isso eu
continuo até hoje atendendo ali na Avenida Nove de Julho - para encerrar,
comandante -, 1230, lá na Vila Barão, no Nova Esperança, do lado da favela do
Canta Sapo com muito orgulho. Não é porque eu estou de terno e gravata aqui que
eu não atendo mais o povo. O meu escritório está aberto lá no bairro e a melhor
ideia vem de vocês, para o estado.
Um abraço a
todos, do deputado Vitão do Cachorrão.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito
obrigado, deputado. Parabéns pela iniciativa para ajudar as nossas polícias, é
sempre muito bem-vinda.
Dando continuidade à lista dos oradores
inscritos, chamamos no Pequeno Expediente a deputada Letícia Aguiar. (Pausa.)
Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Ana
Perugini. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes.
(Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.)
Pela Lista Suplementar, dando início, deputado
Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Caio
França. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. Por gentileza, o senhor tem o tempo
regimental.
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Pena que o deputado Carlos Giannazi não está aqui.
Gostaria muito que ele estivesse presidindo hoje, continuando a presidir, para
ele me escutar, eu olhar no olho dele para a gente conversar aqui.
Porque ele
chama o presidente Bolsonaro de genocida, só que o partido dele, que é o PSOL,
do Carlos Giannazi, é a favor do desarmamento, é a favor da paz e do amor, ele
é a favor, esse partido, de tudo o que é ruim na sociedade.
E foi esse
partido, um membro dele que deu uma facada no presidente Bolsonaro. Quando ele
fala “genocida”, tomo a liberdade aqui de também falar do presidente Lula, que
é o maior corrupto da história da política brasileira. O Carlos Giannazi,
infelizmente, vem com esse discurso de ódio da tribuna, só que ele não
reconhece a realidade do nosso estado de São Paulo, não é possível.
Um engenheiro
de 44 anos, com a sua esposa, três filhos, indo para o Aeroporto de Viracopos,
ele que é de Capital paulista, agora, esta semana, passando por uma comunidade
- tem gente do bem dentro dessa comunidade, que eu já fui muito a essa
comunidade ajudar, ali no Campo Belo, na cidade de Campinas -, quando ele
passou nessa comunidade, um carro parou e brecou na frente dele.
Ele, com a
esposa e os filhos, não sabia o que fazer. Desceu alguém desse carro, pediu
para ele parar. Eu me coloquei no lugar dele, com a esposa, com os filhos. Será
que eu acelero o carro? Será que eu não acelero?
E esse
engenheiro de 44 anos acelerou o carro. Esse bandido não teve dó, deu um tiro
nesse cidadão de bem, tirando a vida desse engenheiro, que era da Capital
paulista, deixando a esposa e três filhos, que acabaram ficando vivos.
Eu defendo,
sim, o armamento para o cidadão de bem, eu defendo, sim, uma polícia armada em
todas as escolas do nosso País, coisa que o PSOL não defende, que é o partido
do Carlos Giannazi. Eu defendo a castração química, que já existe em diversos
países, e, infelizmente, não existe no Brasil.
Inclusive na
Argentina existe castração química. Um homem que abusa de uma criança de quatro
anos merece voltar para a nossa sociedade? O PSOL é contra. O partido PSOL é
contra a castração química.
Então a gente
tem que ouvir nesta tribuna diversas acusações sobre um político, que é o
presidente Bolsonaro, que fez a gente abrir a cabeça para muita coisa dentro da
direita conservadora.
Eu vejo, e eu
fico triste, infelizmente, de ver esse discurso. Aquele discurso bonitinho, da
paz e do amor, que vem aqui falar. Mas, em prática, não adianta nada. A prática
mesmo, é quando você sair de casa e estiver protegido.
Quando você sai
de casa e sabe que tem patrulhamento de polícia ostensivo, que você é protegido
quando você deixa o seu filho na escola, que aquele estuprador que está preso,
vai ficar preso, e não vai sair da cadeia.
É isso que a
gente quer no nosso País. É isso que a gente precisa para o nosso estado de São
Paulo. No discurso do PT e do PSOL, não é isso que a gente vê. A gente só vê
eles falando mal do nosso governador Tarcísio, que está fazendo um excelente
trabalho. E falando mal do presidente Bolsonaro, que avançou o País
imensamente.
Agora, com 100
dias do presidente Lula, já está querendo desarmar a população, já está
querendo voltar para trás, um monte de coisa. A gente pode ver como ele foi
recebido em Portugal. Já dá para a gente perceber onde é que a gente parou.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito
obrigado, deputado Paulo Mansur.
Dando continuidade à Lista Suplementar,
chamamos o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Beth
Sahão. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Conte Lopes. O senhor tem o tempo regimental.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Sr. Presidente, Capitão
Telhada, o deputado Reis, do PT, cobrava a respeito do aumento dos policiais.
É importante
colocar que eu, o Capitão Telhada, que preside a sessão, o Major Mecca, Danilo
Balas e o Gil Diniz estivemos ontem com o governador Tarcísio de Freitas. E
também hoje com o secretário Derrite.
O projeto do
aumento da Polícia está chegando. É um bom projeto, diga-se de passagem. Então
é importante a gente colocar aqui. Se o PSDB não deu aumento, durante os anos
todos que teve, o governador prometeu e está cumprindo.
Então é
importante que o projeto está chegando a esta Casa. Espero que o PT e o PSOL
aprovem, como prometeram aqui, que iriam aprovar o aumento, que é um bom
aumento, para a Polícia Civil, para a Polícia Militar e para a Polícia
Científica.
Então a gente
fica feliz com isso. Estamos trabalhando realmente para isso. Qual é o objetivo
nosso? A segurança da população, como dizia o deputado Paulo Mansur. Vamos
torcer para os policiais que estão nos ouvindo, para que vocês realmente
coloquem a mão na massa.
Que combatam o
crime. Nunca, na história de São Paulo, que eu me lembre, desde que eu entrei
na Polícia Militar, em 1967, como soldado, de que a Secretaria da Segurança
Pública foi comandada por policiais.
Hoje tem o
Capitão Derrite como secretário. Tem o secretário adjunto, doutor Nico. Tem o
doutor Artur, na Polícia Civil, grande delegado também. Temos o coronel Cássio,
experiente policial, na Polícia Militar. Então é evidente que a Polícia Civil e
Militar têm que dar valor, sim, ao governador que aí está, se propôs a
valorizar a Polícia, e está valorizando. Agora, qual é o fundamento maior?
Segurança para
a população. Quando a gente fala que nós somos contra as câmeras, não é por causa
do policial. Não quero proteger policial nenhum, não. Eu não quero. E também
não sou contra tecnologia alguma. Eu sou contra você usar um policial, com uma
câmera, e o bandido, sem câmera, sem nada, matando o povo, como falou o
deputado Paulo Mansur.
O bandido,
agindo à vontade, sem câmera, sem nada. E o policial, quando ele dispara uma
arma em revide ao bandido, se a câmera não pega o bandido atirando no policial,
o policial vai parar na cadeia.
Porque o
promotor público e o juiz não aceitam a versão do tiro que veio do bandido,
porque nem sempre se consegue gravar, né. O policial não é cameraman, é
policial.
E às vezes o
bandido está correndo, ele dobra à direita, dobra à esquerda, e você encontra o
cara baleado, com a arma na mão... Ele não estava baleado... E não se aceita a
palavra do policial aqui em São Paulo e no Brasil. Não se aceita. Se aceita a
do bandido, mas do policial ninguém aceita. Por isso que o crime está aí
crescendo.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Dr. Elton.
* * *
Ontem,
inclusive, eu falava com o governador Tarcísio: vamos pôr a Rota na rua,
governador, enfia a Rota nessa Cracolândia, eu quero ver se esses caras ficam
aí. A Rota do meu tempo. Bandido não ficava.
Pelo contrário,
no meu tempo, a gente patrulhava a periferia de São Paulo, Guarulhos, Osasco.
Quando chegava três, quatro horas da manhã, a gente recolhia as viaturas para o
centro.
Por quê? Na
periferia, já quase não havia mais ocorrências; as ocorrências vinham para o
centro, até pelas boates. E a gente vinha patrulhar o centro. Então, está na
hora de fazer o contrário: começa a patrulhar, quando a Rota sai do serviço, o
centro, e depois vai para a periferia. Para combater o crime, para combater o
banditismo. A polícia não é para defender bandido, nem para partido “a”, “b” ou
“c”. É para defender a sociedade.
Não é justo que
as pessoas não possam sair nas ruas. Não pode o centro de São Paulo ter não sei
quantos estabelecimentos comerciais fechados por causa de bandido. Não pode um
casal estar andando na rua, e chegarem cinco, seis caras dando mata-leão no
cidadão e tirando a roupa dele, e ele sair pelado junto com a mulher no meio da
rua. Não pode isso. Essa é a obrigação da polícia. É a polícia que tem que
agir.
A polícia
defende o PT, defende o PL, defende o PSOL; defende todo mundo. Essa é a função
da polícia. A polícia não é para defender “a” ou “b”; é para defender todo
mundo. Eu nunca participei de ocorrência e perguntei: “você é vítima de quê...
Você é do PT, do PL?”. Não, não existe isso.
Então, é
importante que se valorize financeiramente os policiais e que se deem condições
a esses policiais, para que realmente venham a combater o crime. Porque os
senhores têm um compromisso não é comigo, nem com a polícia, mas com o povo de
São Paulo, de combater os bandidos e dar segurança.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Obrigado pela
fala, deputado Conte Lopes.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Sim, com a
palavra.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, para uma comunicação. Apenas para registrar a presença, aqui entre
nós, do vereador Pastor Lilo, da cidade de Votorantim, brilhante vereador que
nos honra com a presença aqui nesta tarde. Seja bem-vindo, vereador.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Muito obrigado
pela sua presença aqui nesta Casa. Esta é a Casa do povo. Que Deus abençoe
você.
Dando continuidade aos trabalhos do
Pequeno Expediente, agora eu convoco o Capitão Telhada para realizar a sua
fala. O senhor tem o tempo regimental.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP –
Muito obrigado, Sr. Presidente. Uma excelente tarde a todos os deputados e
deputadas, funcionários civis e militares desta Casa, policiais civis que fazem
a nossa segurança aqui na Casa, policiais militares. Uma excelente
quarta-feira.
Como o nobre
deputado Conte Lopes, que me antecedeu, citou, nesta semana, nós, policiais
militares e civis, hoje, deputados estaduais aqui nesta Casa, fomos recebidos
pelo nosso governador do Estado, Tarcísio Gomes de Freitas, para uma reunião no
Palácio, para tratar justamente do reconhecimento e valorização; desse assunto
tão emergencial, tão urgente, que são as carreiras policiais aqui no estado de
São Paulo.
Na campanha, o
nosso governador falou muito desse assunto, sempre levando em frente os
valores, os princípios que nós cultuamos, como cristãos, como pessoas, como
patriotas, como paulistas. E hoje esse assunto da valorização, do
reconhecimento das carreiras policiais, tem a compreensão da sociedade como um
todo.
E nós deputados
estaduais, como bancada de Segurança Pública, tivemos a grata satisfação de
sermos recepcionados pelo nosso governador para tratar desse assunto, para
entender como que está se passando isso dentro do governo, em alinhamento com o
nosso Poder Executivo, com o nosso secretário de Segurança Pública, que, como o deputado Conte Lopes citou, é um
policial militar, é um capitão da PM, hoje à frente da Secretaria de Segurança
Pública, algo que há décadas não víamos, tratamento desse assunto por pessoas
de fato técnicas, que conhecem o chão de fábrica, que pisaram lá na ocorrência,
no asfalto, na terra, que amassaram o barro, como nós amassamos também, e hoje
estão em cargos chave, com o poder de tomar decisões, com a caneta, digamos
assim, em condições de ser usada para o bem, para o reconhecimento.
E essa reunião
que tratamos, ainda na data de ontem, com o nosso governador, hoje ela teve
prosseguimento com o nosso secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite,
que compartilhou conosco todo o estudo que está sendo feito, toda a parte
técnica, a parte profissional responsável de tratar esse assunto, que envolve,
sim, custos, envolve gasto, envolve dinheiro público, mas tratar com muita responsabilidade,
com parcimônia.
Foi nos trazido
conhecimento de todo o estudo, o projeto que está sendo feito para valorização,
para recomposição salarial das forças policiais, da Secretaria de Segurança
Pública, e nós podemos dizer que continuamos no apoio total ao nosso governo,
assim como desde o ano passado, desde 2022, estivemos juntos na caminhada, na
campanha, sempre levantando a bandeira da Segurança Pública, a bandeira do
respeito, a bandeira da valorização, da humanização do agente de Segurança Pública,
que não são pessoas que vêm de um mundo paralelo e entram em uma farda e passam
a prestar serviço nas ruas de São Paulo combatendo o crime.
Não, são seres
humanos, são esposas, maridos, pais, mães, filhos e filhas, que prestam
concurso e se dedicam a estudar, e se dedicam a colocar a sua vida em risco, a
sua integridade física, o seu bem-estar, a sua liberdade, muitas vezes, em
risco, para salvaguardar a vida de outros, que nem conhecem.
Todo policial
faz um juramento quando ingressa na carreira, de sacrificar a própria vida, se
necessário for, em razão de um outro, em razão da defesa de terceiros, e muitos
levam esse juramento ao último recurso e, de fato, dedicam sua vida, entregam
sua vida. Então, é justo que esta Casa, os 94 deputados estaduais, reconheçam o
valor desses bravos guerreiros, policiais militares, civis,
técnico-científicos, que em breve estarão sendo reconhecidos pelo nosso governo
estadual.
Nós continuamos
com a mesma convicção, com a mesma energia, com o mesmo otimismo de que veremos
aqui um momento histórico, um governo histórico de quatro anos de benfeitorias,
quatro anos de conquistas e vitórias que há décadas nós queremos ver, e não
passávamos de números, e não passávamos de marketing vazio no governo anterior,
que ficou no poder por 28 anos neste Estado, e eu tenho certeza e afirmo que
nestes quatro anos nós avançaremos nas nossas pautas, e teremos um governo
histórico, que deixará a sua marca, a sua chancela, por muitas décadas à frente
do nosso Estado.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Obrigado pela
sua fala, deputado Capitão Telhada. Tive muito prazer, durante oito anos, de
trabalhar ao lado do policiamento. Então, eu fico muito feliz pela sua fala, e
por engrandecer o trabalho desses homens.
Em virtude da questão do tempo, eu
encerro, neste momento, o Pequeno Expediente, e já dou início ao Grande
Expediente.
*
* *
-
Passa-se ao
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Convocando
agora os oradores do Grande Expediente, eu dou sequência convocando o deputado
Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Tomé
Abduch. (Pausa.) O senhor tem o tempo regimental.
O
SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO -
Pela ordem, Sr. Presidente. Enquanto o orador se dirige à tribuna, só para uma
comunicação, deputado Tomé.
É só para registrar aqui a presença do
Sr. Manoel Conde, do grupo Farma Conde, de São José dos Campos, que nos
prestigia hoje com uma visita à Casa.
Muito obrigado, presidente. É de vossa
cidade, Excelência.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Exatamente,
isso que eu ia falar. É um prazer tê-lo aqui vendo os trabalhos desta Casa.
Muito obrigado pela sua presença e que Deus abençoe todo o trabalho que tem
feito ali na região, principalmente do Vale do Paraíba, São José, Ubatuba.
Muito obrigado pela sua presença. (Palmas.)
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bem-vindo, Manoel. Parabéns por ser um grande
empresário e gerar oportunidades de emprego.
Boa tarde a
todos; boa tarde, presidente. Hoje eu gostaria de poder falar um pouquinho
sobre as nossas crianças, os nossos jovens, e o caminho para as pessoas,
principalmente as mais pobres, da periferia. Falar um pouco sobre oportunidade.
Para isso, vou ilustrar um pouco com um pedaço da minha própria história.
Eu venho de uma
família simples. Meu pai trabalhou durante 65 anos no mesmo local, como gerente
de uma loja. Sempre fomos de classe média baixa. Tive o privilégio de ter uma
família muito equilibrada emocionalmente, um pai muito presente, uma mãe muito
presente.
Tive exemplos
muito concretos sobre princípios e valores, vida em sociedade, respeito,
trabalho, o valor da família. Tudo o que eu quis na minha vida sempre foi
orgulhar a minha família, dar orgulho ao meu pai, vendo-o trabalhar sempre para
poder dar o básico para a gente, como educação e uma casa equilibrada.
Comecei a
trabalhar aos 16 anos de idade como estoquista em loja de shopping. Foi meu
primeiro emprego. Aquele emprego foi muito importante na minha vida, porque eu
entendi um pouco o valor do trabalho, o valor das coisas, como é difícil você
conquistar alguma coisa. Passei a olhar com um valor muito maior para o meu pai
e para a minha mãe e entender tudo que eles passavam para poder sustentar a
nossa casa e dar o melhor para nós.
Então, ao longo
dos anos, por conta de vontade, de trabalho, de disciplina, de integridade,
consegui conquistar muitas coisas na minha vida. Montei minha primeira empresa
aos 18 anos de idade. Já faz quase 30 anos. Foi muito difícil no começo.
Muito difícil.
Eu praticamente vendia o almoço para pagar a janta, sempre com foco e com uma
determinação muito grande. Ao longo dos anos, para quem trabalha, acorda cedo e
tem vontade e integridade para seguir em frente, as coisas dão certo. É só uma
questão de tempo.
Então, hoje eu
olho muito para esses jovens, principalmente as pessoas da periferia, e me
pergunto qual é a oportunidade que esses jovens devem ter para poder se
encaminhar na vida. É muito difícil morar em uma periferia. Eu tenho bastante
propriedade para falar disso, porque, por diversas e diversas vezes, entrei em
comunidades, fiz trabalho social, tentei entender quais são as dores dessas
pessoas.
A grande
dificuldade que é, para uma pessoa que está longe do centro, poder se
desenvolver, para um pai que acorda normalmente às quatro e meia da manhã, sai
de casa, enfrenta às vezes três horas dentro de uma condução, tem que deixar os
filhos em uma creche, tem que trabalhar o dia inteiro.
Não consegue
dar atenção para a família, porque o foco está no trabalho. Depois, são mais
três horas para voltar para casa. Chega em casa cansado, tem todos os afazeres
domésticos para fazer.
A preocupação
de pagar contas em um país onde a renda per capita é na casa dos 1.360 reais.
Quando você tira os descontos da CLT, sobram 900. Essas pessoas normalmente têm
que alugar uma moradia; uma moradia em uma periferia, em uma comunidade, não
custa menos de 500 reais.
Então, a
dificuldade de se viver com praticamente 400 reais para passar o mês, para você
poder alimentar, para você poder cuidar da parte de saúde, para você poder
comprar o mínimo necessário de vestuário. A vida é muito dura.
A vida é dura
porque a dificuldade que se traz em torno de uma família de periferia é enorme.
O dinheiro não está na periferia. O dinheiro está onde? No centro da cidade.
Então, o deslocamento é muito complicado. Aí entra uma questão que é a vontade
que as pessoas têm que ter para poderem estar se dedicando, estudando, criando
vínculos importantes, familiares, para poderem se desenvolver quando não há
oportunidade.
É muito difícil
você ter a disciplina quando você não vê aonde você pode chegar e a grande
maioria dessas crianças acaba se envolvendo com crime. Elas querem comprar um
tênis, querem ter uma bicicleta, querem poder ter alguma coisa e elas não veem
como.
E como não há
ainda uma formação de caráter forte, é muito fácil você iludir um jovem para
que ele se perca ao longo do caminho. Isso é uma grande tristeza. Então a
oportunidade é muito importante e necessária para que o jovem possa encontrar
um caminho.
E hoje eu tive
um orgulho muito grande na parte da manhã de poder ver a aprovação do Projeto
Jovem Aprendiz e eu me retratei com isso, que é a oportunidade de quem não tem
a experiência poder ter o seu primeiro emprego. Esse emprego, o qual nós temos
num país como o Brasil que algo na casa de 80% das empresas são empresas
pequenas, são empresas familiares.
E quando você
tem a oportunidade, com o Programa Jovem Aprendiz, de poder estrar dentro de
uma família, compreendendo o que é o trabalho, o que é lutar, vendo um objetivo
e, principalmente, tendo essa oportunidade ao lado da onde você mora, isso abre
uma oportunidade para esses jovens do tamanho do mundo.
Primeiro,
porque você tira a cabeça de coisas erradas e você foca em coisas que realmente
importam na vida, que é trabalho, disciplina, carinho, respeito, família. E
mais do que isso, você pode olhar para algo e tentar se colocar naquela
posição. Todo mundo tem a oportunidade de poder conquistar alguma coisa. Todos
nós temos, quando realmente queremos, um caminho para poder trilhar.
O Brasil é um
país maravilhoso, é um país de grandes oportunidades. É um país que valoriza
muito o empreendedorismo. O brasileiro é um povo criativo, um povo que tem
vontade, que acorda cedo, que luta e trabalha e essa primeira oportunidade para
um jovem traz um horizonte de prosperidade muito grande para a nossa Nação.
Você aprender
uma profissão, compreender que o seu estudo também é muito importante para que
você possa atuar dentro da sua profissão. O conhecimento, o pensamento lógico
te traz uma disciplina muito maior para que você possa, inclusive, olhar para a
sua escola de uma maneira diferente, olhar para quem trabalha e para quem
empreende de uma maneira diferente.
É muito difícil
ser um empresário no Brasil. Muitos acham que o empresário é a pessoa, é o
proletariado, é o opressor mas, na verdade, você montar sua própria empresa,
você pegar um empréstimo muitas vezes dando o pouco que você tem como garantia
e aí você vai e compra o estoque, começa a vender, tem as dificuldades.
Às vezes você
tem que pegar um segundo empréstimo para poder pagar o primeiro empréstimo e
ter a oportunidade de poder desenvolver. Quando você consegue, é uma coisa
maravilhosa, porque você gera a possibilidade de que as pessoas tenham a
oportunidade. As oportunidades não vêm do governo; o governo é um meio.
As
oportunidades vêm do empresário que gera essa oportunidade para que as pessoas
possam trabalhar e gerar riqueza. Esse Programa Jovem Aprendiz é tão
maravilhoso no sentido de poder agregar tudo isso e dar a oportunidade de se
subir o primeiro degrau da vida, e esse primeiro degrau é muito alto.
Eu me recordo
quando eu procurava emprego aos 16 anos de idade que todo mundo me perguntava:
“Qual é a sua experiência?”. Eu não tinha experiência e eu não tinha como
adquirir experiência sem que alguém me desse uma oportunidade; essa
oportunidade não aparecia. Foi muita luta para eu conseguir o meu primeiro
emprego como estoquista numa loja de shopping.
Só que depois
que eu tive meu primeiro emprego eu passei a ter experiência, eu passei a
compreender o que é uma empresa, o que há de importante em você entender um
pouco de Administração, de Economia, a importância de você ler e compreender o
que realmente é importante para que você possa se desenvolver. E é incrível
quando uma pessoa se desenvolve.
E eu digo isso
com muita propriedade, porque quando você se desenvolve, você passa a ganhar um
pouco mais. Quando você ganha mais, você passa a consumir mais. Você vai mais
ao supermercado, você viaja, você compra bem de consumo, você compra uma moto,
um dia o seu primeiro carro, um dia o seu primeiro imóvel.
E o que vem
junto com isso é maravilhoso, porque você gira uma economia quando você ganha
mais e consome mais. A fábrica passa a fabricar mais, o distribuidor passa a
vender mais, a ponta, que é o varejo, também passa a vender mais. Isso gera
mais empregos e mais arrecadação de impostos.
Então
desenvolver as pessoas é uma coisa de extrema importância na nossa Nação. A
educação é muito importante e essa educação deve contemplar empreendedorismo.
Ela deve contemplar que as nossas crianças aprendam a raciocinar matemática.
A matemática é
importante para todas as áreas. A minha formação é engenharia civil. Isso me
abriu portas para trabalhar com qualquer coisa que eu queira porque tudo
envolve raciocínio lógico.
Então, eu
queria parabenizar o Governo do Estado de São Paulo, o governador Tarcísio, o Afif
Domingos, os secretários que estiveram envolvidos nisso, o Jorginho Lima, por
essa importante medida que será um início muito forte para que a gente possa desenvolver
os nossos jovens com o primeiro trabalho, com oportunidade e abrir um caminho
maravilhoso para que cada um de vocês possa ser o que vocês quiserem ser.
Tenham a
certeza que vocês podem, acreditem no potencial de vocês. Levantem a cabeça,
não tenham medo. Acordem cedo, trabalhem. E quando você cair, levanta porque
cada vez que você cai, você levanta mais forte. E quanto mais forte você é,
mais experiência você tem, mais musculatura você tem e um dia você conquista.
Se alguém pode,
todos nós podemos. Olhem para o empresário e digam: “Eu quero ser igual a ele.
Eu quero também conquistar.” Olhem para pessoas que vocês admiram e digam: “Eu
consigo chegar lá.” É isso que eu queria passar para vocês, parabenizar mais
uma vez o governador Tarcísio por essa importante iniciativa.
E o papel
importante de nós políticos para que nós tenhamos uma orientação e um cuidado
especial com os nossos jovens, principalmente os de periferia, as pessoas que
não têm oportunidade, independentemente da cor da pele deles - se eles são
negros, se eles são brancos. Existem muitas pessoas que precisam de atenção e
oportunidade.
E eu serei um
grande defensor para que esse governo, e para que esta Casa, possa ter pautas
que tirem a questão ideológica e se preocupem com as pessoas que realmente
precisam e que podem ter um papel importante no desenvolvimento da nossa Nação.
Muito obrigado
a todos.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Obrigado pela
fala, deputado Tomé Abduch. Obrigado pela fala sobre Jovem Aprendiz,
extremamente importante para a nossa sociedade, em virtude de não trazer apenas
o benefício social, mas também ensinar a pescar.
Prosseguindo com os oradores inscritos
ao Grande Expediente, eu convido o deputado Carlos Giannazi, o senhor tem o tempo
regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectador da TV
Assembleia.
De volta a
tribuna, Sr. Presidente, no dia
de hoje eu quero dizer que nós conseguimos uma grande vitória em relação ao
cumprimento do piso nacional do Magistério para todos os entes federativos.
Recentemente, o
Ministério Público Federal publicou em seu site um parecer favorável, dizendo
que sim, que a metodologia do reajuste do piso é constitucional. Esse parecer é
muito importante porque ele só reforça o que nós estávamos dizendo até então e
coloca por terra aquela tese defendida, aquela orientação criminosa da
Confederação Nacional dos Municípios orientando aos prefeitos a não cumprirem
essa metodologia.
Então, o
Ministério Público publica em seu site que sim, que a metodologia do reajuste
do piso, segundo a Lei nº 11.738, de 2008 - lei federal, que institui o piso
nacional salarial e a sua jornada do piso - está valendo, é constitucional. E
esse parecer foi elaborado por uma das câmaras do Ministério Público.
E nós estamos
nessa luta já há um bom tempo. Quero informar ainda que eu participei, há
alguns dias atrás, de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, promovida
pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, juntamente com outras
entidades. Uma audiência pública, de iniciativa da deputada federal Luciene
Cavalcante, fazendo a defesa nacional do piso.
E essa
audiência foi importante porque todas as manifestações foram favoráveis ao
cumprimento do piso, que é tão óbvio, está na lei. Mas, muitos prefeitos não
cumprem.
O estado de São
Paulo, Sr. Presidente, o Estado mais rico da
Federação, que tem o maior orçamento na área da Educação, também não cumpre de
forma correta a Lei 11.738, pagando o piso de forma incorreta, através de abono
complementar, sem repercussão na carreira. Ou seja, não cumpre corretamente o
piso nacional. E muitas prefeituras também não estão cumprindo.
É por isso que
nós realizamos uma audiência pública na Câmara dos Deputados. Também tinha,
alguns meses atrás, protocolado uma representação do próprio Ministério Público
Federal contra essa orientação da Confederação Nacional dos Municípios,
induzindo os prefeitos ao erro, para que eles não cumprissem. E essa entidade é
uma entidade privada, que não tem nenhum poder normativo nem deliberativo sobre
esse tema.
Então o que eu
quero dizer é que o piso nacional salarial é constitucional, é uma lei aprovada
em 2008, o presidente Lula era o presidente na época. O projeto foi aprovado no
Congresso Nacional, foi sancionado pelo presidente Lula.
A lei foi
questionada no Supremo Tribunal Federal, na época, por cinco estados. Nós
ganhamos no Supremo Tribunal Federal. Na época, o Supremo reconheceu a legalidade
da lei e da jornada do piso também.
Nós, pela
Assembleia Legislativa, fizemos já vários movimentos. Acionamos, recentemente,
o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e o Ministério Público e
organizamos um grande dossiê com o nome de todos os municípios que não estão
pagando o piso no estado de São Paulo. E são muitos. Muitos pagam corretamente,
mas muitos não pagam.
Então o
Ministério Público já está investigando. Nós já tínhamos, anteriormente a isso,
feito uma reunião com o presidente do Tribunal de Contas, no ano passado, ainda
era o Dimas Ramalho, levando essa denúncia ao Tribunal de Contas.
Eu queria
passar essa informação e dizer que nós vamos continuar fazendo esse trabalho,
em parceria com a nossa deputada federal, que é professora aqui de São Paulo,
da rede municipal de ensino, é supervisora de ensino. Ela leva essa pauta,
conjuntamente com o nosso mandato, em Brasília. Ela já acionou também lá o
Tribunal de Contas e o Ministério Público Federal, onde foi protocolado esse
dossiê.
Esse era um
tema que eu queria abordar, Sr. Presidente, aqui no Grande Expediente.
Outro tema é
também muito importante, que é a nossa luta em defesa dos aposentados e
pensionistas do estado de São Paulo. Primeiramente, nós temos aqui um projeto
de lei que eu apresentei, que é o PLC nº 9, de 2023, que começa a tramitar.
Eu já peço o
apoio de todos os parlamentares para que ele seja aprovado, no sentido de que
haja, em caráter de extrema urgência, a devolução dos valores roubados,
assaltados e confiscados pela gestão do PSDB, pelo Doria e pelo Rodrigo Garcia,
no ano passado.
Os nossos 600
mil aposentados e pensionistas foram assaltados, literalmente, tiveram o
confisco. Nós derrubamos o confisco, mas os valores não foram ainda devolvidos.
Então essa é uma luta prioritária para nós, na Assembleia Legislativa. Pedimos
o apoio para que o nosso PLC nº 9, de 2023, seja aprovado em caráter de extrema
urgência.
Também quero
informar, Sr. Presidente, que eu estive agora, na segunda-feira, de novo na
Câmara dos Deputados, em uma outra audiência pública, também relacionada a esse
tema, também promovida pela deputada federal Luciene Cavalcante, porque ela tem
uma PEC em Brasília que revoga o Art. 149 da Emenda 103, da reforma da
Previdência do Bolsonaro, aquela que ele aprovou em 2019, autorizando o
confisco das aposentadorias e pensões dos servidores públicos de todo o Brasil.
Eu digo que é
um artigo que dá licença para matar, para que os municípios possam confiscar e
os estados. É isso o que está acontecendo em todo o Brasil. Tem ali a brecha.
Se a porta está aberta, vários prefeitos e vários governadores confiscam as
aposentadorias e pensões de quem ganha abaixo do teto do INSS.
Então, ela
apresentou exatamente uma PEC para revogar esse Art. 149, de forma que não haja
mais a possibilidade de confisco de aposentadoria ou de pensão. Nós somos
contra qualquer tipo de confisco, mesmo de contribuição para quem ganha acima
do teto, porque se uma pessoa já se aposentou, é porque ela já pagou o seu
regime previdenciário, já contribuiu durante anos. Ela não tem que continuar
pagando novamente, independentemente do salário.
Por isso que
nós somos contra a Emenda nº 41, que foi aprovada em 2003. Nós somos a favor da
PEC que tramita no Congresso Nacional, a PEC nº 555, que revoga, inclusive,
essa Emenda nº 41.
Mas o nosso
foco aqui, no momento, é a revogação em Brasília, no Congresso Nacional, do
Art. 149, da Emenda nº 103, que autoriza o confisco. Então, é uma luta
importante para nós lá em Brasília, com a deputada Luciene Cavalcante, cortando
o mal pela raiz.
Aqui em São
Paulo, a devolução dos valores roubados pelo Doria e pelo Rodrigo Garcia. E
aqui na capital, a nossa luta contra o Sampaprev, contra o confisco das
aposentadorias de 100 mil servidores que estão sendo roubados, assaltados aqui
pela Prefeitura de São Paulo, que se aproveita da Emenda nº 103 para confiscar
aposentadorias e pensões de quem ganha abaixo do teto.
Por isso que
nós estamos apoiando aqui em São Paulo também o PDL, o Projeto de decreto
legislativo nº 92, do vereador Celso Giannazi, nosso vereador na Câmara
Municipal, Sr. Presidente, que revoga, exatamente, o confisco municipal.
O que é um
verdadeiro absurdo que o prefeito Ricardo Nunes tenha copiado aqui o
tucanistão, implantando o mesmo confisco. Mas há uma grande luta na Prefeitura
de São Paulo entre os servidores, as entidades, o PDL do vereador Celso
Giannazi, para que a gente possa derrubar esse confisco.
Então, são três
lutas: mudar a Constituição Federal, revogar a reforma da Previdência do
Bolsonaro, a Emenda nº 103, o Art. 149 da Emenda nº 103; aprovar o nosso PLC
aqui na Assembleia Legislativa, o PLC nº 09, para que haja devolução dos
valores roubados e assaltados; e a aprovação imediata, em São Paulo, do PDL nº
92, de 2022, do vereador Celso Giannazi, que também revoga e acaba com o
confisco municipal, com o Sampaprev 2.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Prosseguindo
com os oradores inscritos do Grande Expediente, convoco agora, com permuta, o
deputado Donato que falará no lugar de Paulo Fiorilo. O senhor tem o tempo
regimental desta Casa.
O
SR. DONATO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos que
nos acompanham nas galerias, aqueles que nos acompanham pelas redes da Alesp,
venho a esta tribuna em função de aprofundar um pouco o debate pautado pelo
governador que diz respeito à possível privatização da Sabesp.
O governador, recentemente, autorizou a
contratação sem licitação de um instituto, o IFC, ligado ao Banco Mundial, se
eu não me engano, no sentido de preparar estudos para a privatização.
Curiosamente, a
contratação, e me foge os números, mas a ordem de grandeza eu lembro bem, diz o
seguinte, se o estudo concluir pela não privatização, o estado paga oito
milhões, se concluir pela privatização, o estado paga, acho que, mais 30
milhões.
Então, imagina
o que vai dar o estudo, né? Me parece que é um jogo de cartas marcadas aí. Mas
eu gostaria de fazer uma apresentação para aprofundar esse debate, com as
experiências recentes no Brasil. Eu gostaria de que pudesse pôr. Muito obrigado
à assessoria por colocar na tela.
Vamos à
primeira tela. Vamos ver a experiência do Rio de Janeiro. A gente deu uma
estudada rápida, mas, enfim, já com alguns números significativos. O Rio de
Janeiro privatizou o seu serviço de água em abril de 2021. Foram três lotes e
depois um outro lote em novembro de 2021, então a gente já tem dois anos de
experiência no Rio de Janeiro.
O investimento
previsto era de 31 bilhões de reais em 35 anos. Parece um número fabuloso, mas
se a gente for ver a realidade aqui, a Sabesp investe muito mais do que um
bilhão por ano, investe... Acho que até chegou a investir quatro ou cinco
bilhões por ano.
A lógica de uma
concessão geralmente é você antecipar investimentos que você não tem caixa para
fazer porque a operação a Sabesp sabe fazer. Hoje ela já é parcialmente uma
empresa semipública porque 49,7% das ações estão em bolsa de valores - na B3
aqui em São Paulo e na Bolsa de Nova Iorque -, então ela já tem um componente
privado grande que, aliás, pressiona muito no sentido de favorecer maiores
lucros e um atendimento que não é o que a gente poderia ter, mas a
privatização, na nossa opinião, vai piorar isso.
O exemplo da
Cedae mostra isso. Realizou-se nesses dois anos 980 milhões de investimento,
bem abaixo, 3% do investimento total, ou seja, a lógica de você investir
primeiro para antecipar investimento e depois, na tarifa, ao longo do tempo,
você ter o retorno desse investimento se mostra contrária.
Aliás, essa é a
prática das concessões no Brasil: primeiro se arrecada para depois discutir se
vai investir, e quando vai investir tem um monte de problemas, perde o
equilíbrio e não faz o investimento que é necessário.
Eu acompanhei
algumas concessões na cidade de São Paulo e o modelo é sempre esse: aumenta a
tarifa de cara, aumenta a eficiência da cobrança, arrecada-se mais, mas
investir mesmo que é bom é para o futuro. Olha só o resultado no Rio: aumento
de reclamações, depois eu vou mostrar isso; baixo investimento, apenas 3% em
dois anos; e desemprego, a Cedae já demitiu 1800 funcionários e cortou um
bilhão em custos.
Eu queria
chamar a atenção, olha, são quatro lotes no Rio, dois da concessionária Águas
do Rio, um é da Rio+Saneamento, e o segundo lote é de uma empresa chamada Iguá
- guardem esse nome, Iguá, vocês vão ouvir falar muito desse nome aqui.
Vamos ao
próximo slide, por favor. Olha só a experiência do Rio de Janeiro, tarifa
social no Rio de Janeiro: em São Paulo a tarifa social é de R$ 20,42; no Rio de
Janeiro, R$ 45,30, mais do que o dobro, mais do que o dobro a tarifa social no
Rio de Janeiro, da rede privatizada do Cedae.
A residencial,
R$ 65,44 em São Paulo; R$ 111,92 no Rio, 71% a mais. Esse é o resultado da
política de privatização, olha, do O Globo: “aumento nas contas de água leva a
salto de reclamações, e consumidores vão à Justiça”. Isso é de agora, é desse
ano, olha, 29 de janeiro de 2023, é recente. “Reclamações sobre o aumento da
conta de água sobem mais de 500% em um ano” no Rio de Janeiro, com a Cedae
privatizada, e um dos lotes é da Iguá, prestem atenção nesse nome.
Vamos lá,
próximo slide. Quem é a Iguá Saneamento? É a vencedora do Lote 2 da Cedae, ela
é controlada por fundos, tem uma gestora, que é a IG4, por fundos canadenses e
com 10,9% da BNDESPAR, que é um braço do BNDES para investir em empresas
privadas.
Esse é um
modelo curioso no Brasil porque, para comprar empresa pública, você pega
dinheiro público, então a lógica de você aportar recursos privados para gerar
emprego, para gerar investimentos, sempre é parcialmente verdadeira.
A IG4 é
especializada em comprar ativos estressados. O que é um ativo estressado, no
caso? Ela comprou a CAB Ambiental, que era da Galvão Engenharia, que com a
Lava-Jato ficou insolvente, ela comprou a preço de banana essa CAB e
transformou em Iguá, e quem é o presidente da Iguá? Um sujeito chamado Paulo
Mattos, que foi diretor do BNDES.
Foi diretor do
BNDES e depois ele funda a Iguá, em 2017, e ganha a concessão em 2021. Agora
vamos à última tela. Não sei quanto tempo eu tenho ainda. Aqui na tela não
aparece.
Mas é
importante isso. Quem é o atual presidente da Sabesp? André Salcedo. Vamos ao
currículo dele. Diretor financeiro da Akad Seguros, em 2022. Consultor
independente da Climate Bonds Initiative. Diretor executivo de Novos Negócios
da Iguá Saneamento, 2019 a 2021.
Ou seja, quem
ganhou a concessão no Rio de Janeiro, um dos lotes? A Iguá. Um dos diretores
vira presidente da Sabesp. Aqui, uma curiosidade. Ele foi diretor de Fomento do
Ministério da Infraestrutura na gestão de Tarcísio. Ele não chegou a ser
diretor.
Ele foi nomeado
diretor, e nunca assumiu o cargo, e depois foi revogada a sua nomeação porque
tinha uma denúncia, no Globo, denunciando Salcedo por gestão fraudulenta quando
era chefe do departamento de Investimento da BNDESPar.
Ou seja, a
origem dele, servidor de carreira do BNDES de 2003 a 2019. Então o modelo me
parece claro. Você tem alguém com os canais no BNDES, que associa a fundos
privados, monta empresas, para ganhar concessões no caso aí.
Em 12 do 7 de
2021, ou seja, depois da saída do servidor de carreira, mas certamente, com
suas relações no BNDES, o BNDESPar aporta recursos na Iguá e passa a compor o
quadro societário com 10,9% de participação.
Então as
relações entre o BNDES, a Iguá e a Sabesp. E também uma outra diretora, a Paula
Violante, que é a atual diretora executiva de Engenharia e Inovação da Sabesp,
foi diretora de Engenharia e Desenvolvimento Operacional da Iguá.
Então a gente
vê que as coisas estão montadas. Deputado Conte Lopes, que é policial, aqui a
gente tem evidências. Então eu queria alertar. Não estou fazendo nenhuma
acusação.
Mas eu queria
alertar os interesses que se movem para esse processo de privatização e alertar
para os efeitos para a população. Isso é o mais importante de alertar. A gente
viu a tarifa de água, no Rio de Janeiro, 71% maior do que em São Paulo. E a
tarifa social, mais de 100% maior do que em São Paulo.
A gente não
pode chegar nesse quadro. É por isso que o debate sobre a privatização tem que
ser bem feito. Estou trazendo dados para que a gente debata. Espero que a gente
possa debater em cima de dados, de análises. Porque a gente tem que preservar a
condição dos nossos consumidores.
São quase 30
milhões de consumidores da Sabesp, de paulistas que dependem da Sabesp para ter
acesso à água, esgoto e ao tratamento desse esgoto. Então queria deixar esse
alerta e dizer que a gente está muito atento a esse processo. E que a gente vai
continuar acompanhando de perto tudo o que governador Tarcísio vai apresentar
nesse debate.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Dando
prosseguimento aos trabalhos do Grande Expediente, eu continuo convocando os
oradores inscritos a seguir. Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Gil
Diniz. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.)
Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Rafael
Saraiva. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputada Monica Seixas. A senhora tem
o tempo regimental.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde,
presidente, boa tarde a todos. Eu vim hoje me solidarizar com o povo de Itu,
minha cidade, que está em luta nas últimas semanas contra a taxa de lixo na
cidade. A taxa de lixo, ou a “ecotaxa”, como algumas prefeituras têm chamado, é
um dos muitos retrocessos do Marco do Saneamento Básico.
No entanto,
embora o Marco do Saneamento Básico diga que pode ser cobrada a taxa de lixo,
ele não obriga os prefeitos a o fazerem, tampouco estipula o método de
cobrança, tanto é que a maior parte das cidades ainda não o faz.
Em algumas
cidades, como São Paulo, por exemplo, o prefeito Ricardo Nunes foi lá,
sinalizou à Agência Nacional de Águas, dizendo: “não preciso cobrar da
população, tenho recursos para fazer”. Reservou, no orçamento municipal,
recursos para fazer a destinação de resíduos sólidos e na cidade de São Paulo
não existe taxa de lixo.
Na minha
região, na região de Itu, as cidades vêm adotando diversos métodos. Em Salto,
por exemplo, a Câmara de Vereadores também rejeitou a possibilidade de cobrança
de taxa de lixo e a prefeitura deve sinalizar à Agência Nacional de Águas que
tem dotação própria para cobrança.
A Prefeitura de
Sorocaba faz a cobrança anualmente, no IPTU, segundo o tamanho do imóvel e a
quantidade de lixo produzido, reservando o direito de as pessoas não aderirem
ao serviço público.
Friso: não
aderirem ao serviço público, portanto não terem que pagar a taxa e contratarem
um serviço privado, verificando, em muitos casos, que essa contratação de serviço
privado sai muito mais barata do que a taxa cobrada pela administração
municipal.
No entanto,
Itu, que é uma cidade que sofre há muito tempo com a falta de participação
popular e transparência na gestão pública, é uma cidade de coronéis, uma cidade
de prática política arbitrária.
Eu mesma
participei de muitas mobilizações sociais por participação popular e
transparência na minha cidade. Inclusive, foi o fato de Itu ser uma cidade tão
politicamente fechada que me fez me erguer como uma liderança política
regional.
A prefeitura de
Itu optou por cobrar a taxa de lixo na conta de água. E foi tentar dizer para
uma população que mal recebe água na torneira - e quando recebe, recebe água
suja - que a cobrança de taxa de lixo no valor dobrado do que é a conta de água
é obrigatória para garantir a coleta de lixo.
Veja bem, a
situação criada em Itu onera sobremaneira os mais pobres, primeiro porque quem
paga taxa mínima passou a pagar dobrado. Quem pagava trinta e poucos reais está
pagando quase 80 reais agora.
Se você é
pobre, ganha um salário mínimo - com um valor líquido que cai na conta do
trabalhador que trabalha CLT por um salário mínimo -, isso representa 10% do
orçamento familiar. Se o trabalhador não conseguir pagar a taxa, ele vai ser
punido de uma maneira indigna, porque vai ter a sua água cortada.
Diferentemente
das outras cidades, em que se você atrasa o IPTU, você negocia e você tem
diversas outras formas, a população de Itu vai ser imediatamente, de uma forma
muito desumana, sancionada por não poder pagar a taxa de lixo.
É por isso que
a população de Itu está ocupando as ruas. É por isso que a população de Itu
está ocupando as redes. É por isso que a população de Itu vai à Câmara de
Vereadores cobrar o Poder Legislativo local, que precisa se fazer um Poder
Legislativo local que represente a população, que seja a sua voz, que legisle
sobre a tarifação.
Pode-se criar
isenção para os mais vulneráveis, pode-se criar tabela de tarifação
diferenciada por consumo, pode-se cobrar separadamente da conta de água e
pode-se até renunciar, porque a prefeitura sequer comprova que a taxa de lixo
vai mesmo servir para a destinação correta dos resíduos da cidade. E quem é que
não quer aqui 100% de esgoto tratado? Nós somos partidários dessa ideia.
Quem é que não
quer aqui reciclagem e destinação de resíduos sólidos? Nós somos partidários
dessa ideia. Mas não há uma transparência sobre se é isso que vai acontecer.
Quem é a empresa contratada? Custa mesmo tudo isso? É justo que se pague
horizontalmente, dessa forma, a taxa de lixo?
Eu quero aqui abrir um diálogo com o
Poder Legislativo local e com a Prefeitura Municipal de Itu. Não é verdade que
a Prefeitura de Itu é obrigada pelo Marco do Saneamento Básico a fazer tal
cobrança, mas se há a necessidade que se abra diálogo com a população para que
os mais pobres não sejam violentamente taxados pela cobrança.
O Poder Legislativo local tem muito o
que fazer. A gente tem exemplos do Poder Legislativo de Sorocaba, que regulou
excepcionalidade sobre a cobrança da taxa de lixo, que pode ser replicada em
Itu se o Poder Legislativo for altivo, coisa que, peço licença para dizer, há
muito tempo não é.
E aqui eu quero me solidarizar com o
síndico de prédio que foi expulso da Câmara Municipal ao usar a palavra e
sinalizar que a taxa de lixo, da forma como está sendo cobrada, penaliza
sobremaneira os mais pobres.
Quero dizer que houve falta de
solidariedade política com a população na tomada de tal decisão. A gente pede
ao Ministério Público que investigue, a gente pede ao Tribunal de Contas que
opine sobre a forma correta de fazer e a gente pede à Prefeitura de Itu e aos
vereadores que observem de fato como é que outras prefeituras têm lidado com a
possibilidade de taxação da manutenção dos resíduos sólidos e líquidos das
cidades, porque não é verdade que existe uma obrigação para que a taxação seja
feita de tal forma.
Por fim, quero mudar de assunto e me
solidarizar, desta vez, com os trabalhadores da Educação e os estudantes que
hoje estão em paralisação geral. Mais tarde, me somarei aos atos dos
educadores, dos trabalhadores da Educação, dos estudantes que pedem, assim como
os policiais, a data-base. Tarcísio, pague a data-base, pague o reajuste
salarial dos servidores públicos, cumpra as suas promessas.
Os professores pedem o pagamento do
piso do Magistério, ainda não cumprido por muitos municípios e pelo estado de
São Paulo cumprido falaciosamente, porque comissionamento não é salário. Os
estudantes pedem a revogação do Ensino Médio, a denúncia contra a centena de
demissões silenciosas que o governador Tarcísio fez neste final de semana na
escola pública.
Ele demitiu centenas de professores da
categoria “O”, mais uma leva enorme de professores para fechar salas. A gente
tinha professores, a gente tinha infraestrutura, que é a sala de aula, mas a
opção do governo Tarcísio tem sido aglomerar 45 estudantes ou mais em uma sala
de aula.
Eu me somo aos estudantes que denunciam
a grande evasão recorde no Ensino Médio do estado de São Paulo após uma falsa
escola de período integral que expulsa estudantes da escola e não dá para eles
alternativa de horário para conciliar os jovens que infelizmente precisam
trabalhar para ajudar no orçamento de casa. Os estudantes denunciam que estão
sendo expulsos da escola e não existe um cuidado e um programa educacional para
resgatar esses estudantes para a Educação.
Eu me somo aos agentes de organização
escolar, os antigos inspetores, também demitidos pelo governo Tarcísio no
início deste ano. Eram esses senhores os responsáveis por cuidar da portaria,
por cuidar do pátio, por cuidar do banheiro e por olhar quem é ou não
estudante, se a escola tem ou não conflitos entre os estudantes, se tem
situação de violência entre os estudantes e os professores. Esses trabalhadores
fazem falta no cotidiano da Educação.
Por fim, me somo a todos aqueles e
aquelas que lutam pela não redução do orçamento da Educação no estado de São
Paulo. O governo Tarcísio anunciou que pretende reduzir de 30...
Nunca cumpriu 30 o estado de São Paulo,
bate 27, 28% de investimento na Educação, mas quer reduzir de 30 para 25% o
orçamento da Educação. Fazendo um cálculo simples na média dos últimos anos,
ele está falando de uma redução de cinco, seis bilhões anuais.
Pois bem, se a gente olhar a lista dos
devedores do estado de São Paulo, só o primeiro da lista deve mais do que isso.
As empresas de telefonia se configuram entre os grandes devedores do estado de
São Paulo, cada uma delas deve mais de um bilhão e elas são exímias cobradoras.
Inclusive,
recomendo muitíssimo que você feche uma parceria com qualquer empresa de
telefonia para cobrança porque elas são boas, porque se elas pagarem a sua
dívida, tenho certeza que o governador vai ter os cinco bilhões que ele quer,
justamente, investir no SUS, que também faz falta, mas não é da Educação que
esses recursos devem sair.
Por isso hoje,
às cinco horas da tarde, eu me somo a professores, professoras, estudantes e
demais trabalhadores da Educação, pela paralisação geral na Educação,
denunciando a precarização desse setor.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Continuando
agora com os oradores inscritos no Grande Expediente, eu prossigo chamando
agora o deputado Conte Lopes. O senhor tem o tempo regimental.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Sr.
Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, sou obrigado a retornar e esta tribuna
para responder aos deputados do PT e do PSOL, inclusive ataques feitos ao
governador Tarcísio, que está há três meses no governo de São Paulo, e então
querem passar para ele todos os problemas de São Paulo há mais de 30 anos.
Inclusive, o
deputado Antonio Donato falando em uma possível falha, quando se privatizar a
Sabesp, se for privatizar “tal”, o cara “tal”, e eu, como policial, estou
respondendo. Queria colocar para o deputado Antonio Donato que quando alguma
denúncia chega ao nosso conhecimento, a gente encaminha. Vi o deputado Reis
fazendo denúncias, a deputada Monica fazendo denúncias sobre a Polícia Militar
estar sendo usada por empresas privadas, não sei o quê, lá na Baixada.
Olha, o que eu
fiz? Procurei o comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Cássio, pessoa
da minha confiança, expliquei das denúncias, e ele falou: “eu estou abrindo um
IPM, estou abrindo um inquérito policial que está correndo na Corregedoria.
Então, eu peço aos deputados que, como já estão fazendo isso com o Ministério
Público, que acompanhem também na Corregedoria.
Então, não
estamos aqui para tapar o sol com a peneira de ninguém. Eu não tenho envolvimento
nenhum com firma de Segurança nenhuma. Procuramos aqui trabalhar corretamente,
falaram: “olhe, nós vamos contratar, não sei, cinco mil vigilantes para pôr nas
escolas”.
Eu,
particularmente, não acho certo. Qual o preparo? Não sou contra, de jeito
nenhum, aliás. Treinei vigilante a minha vida inteira, eu e o Banco Itaú, mas
eu acho que cada um na sua.
Se o vigilante
cuidar de escola e criança, vai custar caro, muito caro, e o efeito não sei se
vai ter, ou não vai haver. Aí falaram uma época de se colocar um PM na escola,
até um PM aposentado.
Eu acho que
quem tem que analisar isso são os professores, os pedagogos, se vale a pena ou
não. Se vale a pena. Na minha época nós tínhamos a Ronda Escolar, que ia em
todas as escolas para fazer Segurança. Entrava na escola, falava com a
diretora, assinava um livro.
Então, todos
nós temos que trabalhar para que haja mais segurança nas escolas. Não é
verdade? Então essa é a grande verdade, é a grande realidade. O governador está
apresentando um projeto de aumento. Vai apresentar para a Polícia Civil e para
a Polícia Militar, uma promessa que ele fez, de campanha, de valorizar a
Polícia, que não foi valorizada durante 30 anos. Um aumento para Civil e para
Militar, inclusive os aposentados.
Estivemos com o
governador Tarcísio de Freitas ontem e estivemos com o secretário Derrite hoje.
É o nosso trabalho aqui na Assembleia a gente falar. O deputado fala daqui. É
daqui que o deputado fala. Então, não é como a deputada Monica Seixas: “não, é
um aumento, tal”. Tá, ele está chegando agora. Deixa o homem sentar na cadeira.
Para a área de
Segurança Pública, ele está mandando para cá, e é um bom aumento, é um bom
aumento, e obviamente temos que valorizar os policiais. Para quê? Para que ele
dê segurança à população de São Paulo.
A gente tem que
entender que o policial não trabalha para o PT, para o PL, para o PP, para
partido político. Ele trabalha para a sociedade. A sociedade tem que saber que
polícia ela quer. Eu acho que a função da polícia é combater o crime.
Até falaram:
“Ah, vamos criar um quartel na Cracolândia. Eu falei: “Pô, mais um?”. Tem
quartel em todo lugar; em volta da Cracolândia tem quartel. O que tem que fazer
é pegar a polícia e colocar lá para fazer segurança: Rota, Força Tática, Baep.
Põe lá, põe na rua. Saturação.
O cara está
cometendo delito? Ele é preso e levado para a delegacia, em flagrante. Soltou?
Prende de novo quando estiver cometendo delito, mas a presença da polícia é
essencial.
Não adianta
ficar com a polícia lá na hora do programa do Datena. “Estamos aqui e tal,
Datena, olha aqui quantas viaturas.” Acabou o Datena e o outro do canal 7, vai
todo mundo embora? Não, polícia nas ruas. É o que eu falo: põe a Rota para patrulhar
o centro de São Paulo. “Ah, a Rota...” Não, tudo é crime: organizado,
desorganizado, é crime.
Quem mora no
centro de São Paulo não consegue dormir, não pode sair às ruas. Temos grupos de
bandidos atacando casal, atacando pessoas idosas, como eu. O cara dá uma
gravata e deixa a gente pelado na rua. Na minha idade, ficar pelado na rua é
ruim para caramba. E a gente vê constantemente.
Não pode a Rota
fazer isso? “Ah, não, nós, não.” Não, é para fazer tudo. No meu tempo fazia
tudo. Não tem especialidade. Que especialidade? Vai esperar acontecer alguma
coisa? Não, vamos pôr o pessoal para trabalhar. Falei até para o governador,
foi promessa de campanha: “Rota nas ruas”.
Agora, se
quiser fazer quartel, aí tem que colocar um coronel, dois tenentes-coronéis,
quatro majores, não sei quantos capitães. Até fazer o quartel, o governador foi
embora. Então, precisamos de coisa prática: pôr a polícia para trabalhar, pôr a
polícia para combater o crime.
A tecnologia
das câmeras. As câmeras, no meu modo de ver e pelo pouco que conheço de
policiamento, com mais de 50 anos na polícia, devem servir para a população. É
para dar segurança para o povo, não é para evitar que o policial cometa um
delito.
Ora, se ele
cometer um delito, ele tem que ser punido, como sempre foi, mas temos que
confiar no policial. Se ele cometer delito, ele vai ser punido, mas o principal
é que ele possa servir à população.
Eu pergunto:
como é que uma diretora de escola, uma funcionária de uma escola, vai fazer uma
denúncia de um traficante com um policial gravando a fala dela? Quem tem
coragem de fazer isso? Alguém tem? Para ser morta pelo traficante? Porque vai
ficar configurado que foi ela que denunciou.
Então, são os
dois lados da medalha. Não adianta criar uma câmera para falar: “Olha, não
morrem mais policiais”, como ouvi falando na televisão. Como é que vão morrer?
Não tem entrevero.
O policial tem
medo de correr atrás do bandido porque se ele for lá e der um tiro no bandido e
não conseguir, com a câmera dele, gravar o bandido atirando nele, ele vai
gravar ele atirando, mas não tem o contraponto. Não tem. Ele vai para a cadeia.
Prende primeiro e resolve depois.
A sociedade
está sendo protegida agindo assim? É muito mais fácil, realmente. Eu, coronel,
capitão, gravo e fico sentadão lá vendo a câmera de todo mundo andando nas
ruas. Não preciso nem ir lá.
No meu tempo
não tinha câmera, não tinha colete à prova de balas. Usavam um “revolvinho” 38
na cintura e tinham que se virar com isso. E se viravam. Bandido não tomava
conta de São Paulo, não. Não tinha negócio de PCC, de Marcola. Não tinha, não.
Em São Paulo não tinha, porque havia o combate efetivo ao crime. Agora, se
quiser cada um criar um quartel, criar uma banda de música...
É rua.
Policiamento é na rua. E cobro da Secretaria de Segurança Pública, que é minha
obrigação. Do comandante-geral, do secretário, do delegado-geral, do Dr. Nico.
O quê?
O governador
acreditou nos policiais e colocou à frente da secretaria homens ligados à
Segurança Pública. Então, tem que haver uma resposta disso, de toda a tropa. De
toda a tropa.
Não adianta
ficar sentadão lá no meu gabinete vendo o que o soldado vai errar, vai acertar.
Não, tem que estar lá na rua junto acertando e errando junto.
Se possível não
errar, porque a função do policial não é errar; é evidente. Então fica a nossa
colocação. Acho que o governador Tarcísio está chegando. Então ele está vendo a
Segurança, Educação. Privatizações? Se tiver alguma vai ter que chegar nesta
Casa. Os deputados vão poder debater, vão poder falar.
Então é só o
começo de governo. Tanto é que na pesquisa Datafolha ele se saiu muito bem na
pesquisa. Está muito bem aprovado pela população de São Paulo e eu espero que
continue assim. Então eram essas minhas colocações, Sr. Presidente.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Obrigado,
deputado Conte Lopes. Prosseguindo agora com os oradores inscritos, eu convoco
o deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada
Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.)
Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.)
Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)
E por meio de permuta eu convoco a deputada Beth Sahão. A senhora tem o tempo
remanescente do Grande Expediente.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputadas e deputados desta Casa,
funcionários, pessoal que acompanha a sessão da Alesp nesta quarta-feira, hoje
nós fizemos o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades
Públicas e dos Institutos de Pesquisa, agora pela manhã.
Extremamente
bem representada, com participantes da USP, da Unesp, da Unicamp, de todos os
institutos de pesquisa, da Associação de Pesquisadores e Cientistas do Estado
de São Paulo, da SBPC, da Unifesp, da Universidade Federal de Guarulhos, da
Universidade Federal do ABC, do Instituto de Pesca, Instituto Butantan,
Instituto de Economia Agrícola, das CATs. Enfim, muitos deles aqui
representados.
E eu já havia
feito essa frente parlamentar na legislatura passada e agora nós estamos
reeditando, dada a importância deste assunto e, mais do que isso, para que haja
uma visibilidade sobre este tão importante segmento de produção de
conhecimento, de produção da Ciência, de produção de novas tecnologias mas que,
infelizmente, é um segmento que tem que ficar passando o chapéu para poder
atender as suas grandes demandas.
As
universidades, desde 1995, estão trabalhando com percentual idêntico do ICMS:
9,57% da cota-parte do ICMS destinado às universidades públicas paulistas. E
quantas lutas nós fizemos aqui nesta Casa desde a chegada do PPA, que deve já
estar chegando aqui na Casa, passando pela LDO, passando pela Lei Orçamentária
mais para o final do ano, no sentido de aumentar alguns décimos nesse repasse.
Ou então de que no cálculo destinado para o ICMS fosse computada a totalidade
da arrecadação do ICMS no Estado, coisa que nunca aconteceu.
E isso coloca o
trabalho das universidades em xeque muitas vezes. Por quê? A Unesp, por
exemplo, que é uma universidade que tem campi espalhado em várias regiões do
Estado, todo o interior; uma parte do interior é coberta pela Unesp. Ela
cresceu. Ela cresceu em número de alunos, ela cresceu em instalações físicas,
mas ela não cresceu em recursos.
Ela não cresceu
nos investimentos necessários que acompanhassem na proporcionalidade esse
crescimento e isso acaba dificultando o trabalho. E mais do que isso: muitas
vezes os profissionais se aposentam.
Professores,
professores com títulos, com mestrado, com doutorado, com livre-docência, com
pós-doc etc., e não é aberto concurso, muitas vezes, para poder substituir
esses produtores do conhecimento.
E a gente sabe
como isso é importante. Nós vimos que a situação dos institutos de pesquisa é
muito pior, porque falta pessoal, falta, às vezes, material, faltam condições
de trabalho adequadas, os espaços físicos são inadequados.
Quantas
pesquisas são interrompidas porque, às vezes, um cientista está desenvolvendo
uma pesquisa, aí ele tem que se aposentar porque chegou o tempo de
aposentadoria - e é justo que o faça -, e essa pesquisa acaba não tendo ninguém
para dar continuidade?
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Eu quero continuar
falando, Sr. Presidente, se me permite, pelo Art. 82, pela vice-liderança da
bancada do PT.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - É regimental.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT -
PELO ART. 82 - Desse modo, e isso ficou nítido quando nós tivemos, por exemplo,
a Fundação Butantan, o Instituto Butantan no período da pandemia. Pois o
governador João Doria queria privatizar o Butantan, como começou a fazer em
alguns institutos, abrindo concessões públicas. Graças a Deus que ele não
conseguiu chegar no Butantan.
Depois ele
próprio deve ter percebido a importância que foi o Butantan na produção da
vacina CoronaVac. Os servidores daquela instituição, sobretudo os
pesquisadores, os funcionários, tiveram que dar o seu sangue, quase, para poder
correr para chegar e produzir essa vacina a tempo, porque era preciso correr
para colocar vacina à disposição da população, vacina essa que foi responsável
por salvar milhões de vidas no Brasil, graças à Fundação Butantan.
O importante é
que a sociedade brasileira começou a perceber que a ciência tem o seu peso, que
o estado precisa investir na ciência, que a ciência, para ser legal, precisa
ser pública. Sabe por quê? Porque a ciência não pode ter interesses privados
por trás dela, a ciência tem que caminhar, segundo seus preceitos mais básicos,
pela neutralidade e pela isenção de interesses privados.
Pode fazer
parcerias com o setor privado? Claro que sim. Aqui ninguém é dinossauro para
dizer que não podemos fazer. Mas sempre levando em conta, em primeiríssimo
lugar, o interesse público. E hoje nós temos muitos institutos no estado que
estão precisando da sensibilidade, que estão precisando de investimentos,
muitos deles vinculados a secretarias.
Tem instituto
vinculado à Secretaria de Ciência e Tecnologia, que, aliás, o secretário foi
convidado, tem institutos vinculados à Secretaria de Meio Ambiente,
Infraestrutura, que também a secretária foi convidada.
Tem institutos vinculados
à Secretaria de Agricultura, que também o secretário foi convidado.
Infelizmente, não compareceram. Ainda que o secretário de Ciência e Tecnologia
me ligou ontem se justificando pela ausência hoje de manhã, quando lançamos a
frente parlamentar.
Mas é mais do
que urgente que essas questões sejam levadas muito a sério e com muita
responsabilidade. Esta Casa, esta Assembleia Legislativa tem a obrigação de
zelar pelo bom desenvolvimento, acompanhando o trabalho dessas instituições,
porque, muitas vezes, as sanhas privatistas de governos acabam destruindo a
ciência.
E a ciência não
é para ser destruída, muito pelo contrário, a ciência tem que ter estímulos,
tem que ter investimentos. Não se faz ciência, não se produz ciência sem
recursos, preferencialmente, recursos públicos.
A Fapesp, que é
a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, que tem um recurso
bastante considerável, todos os anos ela pode, sim, destinar também recursos,
fazer repasses para prover as dificuldades que enfrentam os institutos de
pesquisa.
Meios existem,
basta que se sente, que se converse, que se dialogue, para encontrar
alternativas, para melhorar a situação desses institutos de pesquisa. Não é com
ameaças privatistas, não é com terceirização da mão de obra. Terceirização
esta, que precariza os trabalhadores que atuam no interior desses institutos,
no interior das universidades.
Só nesse último
mês, eu recebi duas denúncias. Uma do IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas,
sobre os trabalhadores terceirizados daquela instituição. E nessa semana que
passou, de funcionários da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
dos terceirizados, que estavam sem receber. Porque a empresa contratada
simplesmente desapareceu, e os trabalhadores e as trabalhadoras não receberam o
seu salário.
Então são
problemas que precisam ser enfrentados. Não adianta ficar estendendo essa
terceirização. A terceirização é um desastre para as relações do trabalho. É um
desastre para os trabalhadores. Porque ela precariza, porque ela piora, porque
ela reduz os salários.
E porque ela
humilha os trabalhadores. E retira, das trabalhadoras e dos trabalhadores, a
sua dignidade. Meu tempo acabou. A gente retorna ainda e esta tribuna para
continuar esse raciocínio.
Obrigada, Sr.
Presidente.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para solicitar o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - PSC - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência,
antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia ainda firmada.
Está levantada a sessão.
Agradeço a todos os servidores desta
Casa por nos ajudarem na condução dos trabalhos.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 16 horas e 7 minutos.
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