28 DE NOVEMBRO DE 2024
166ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h01min.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Cumprimenta os alunos do Colégio Sidarta, presentes nas galerias.
4 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Assume a Presidência.
6 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência. Rebate o pronunciamento do deputado Gil Diniz.
10 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - REIS
Assume a Presidência.
12 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
16 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Convoca os Srs.
Deputados para a sessão ordinária do dia 29/11, à hora regimental, sem Ordem do
Dia. Levanta a sessão às 15h.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o Expediente.
Com a palavra o deputado Rodrigo
Moraes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Com a palavra
o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra a deputada Carla Morando.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.)
Com a palavra o
deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Com a palavra o deputado André Bueno. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Márcia Lia. (Pausa.)
Com a palavra a
deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão.
(Pausa.)
Com a palavra o
deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi,
também cumprimentar o deputado Simão Pedro, o público presente, os integrantes
da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-científica,
também cumprimentar os funcionários da Alesp e todos aqueles e aquelas que nos
acompanham pela Rede Alesp.
Presidente,
esta semana apareceram várias matérias nos jornais de grande circulação, vários
títulos: “Preso em ação contra fintech do PCC esteve em 25 comitivas de viagem
do governador Tarcísio de Freitas”. O PCC está infiltrado no cerne do Governo,
está infiltrado ali, no Palácio dos Bandeirantes.
E, observando o
que aconteceu lá no aeroporto de Cumbica, onde o delator, o empresário delator
do PCC foi executado, a gente observa que, até agora, a polícia não prendeu
ninguém. Identificou dois olheiros, mas não passou disso.
Está faltando
mais empenho para desmontar esse esquema, esse partido que está tomando conta
do crime não só em São Paulo, mas já virou até internacional. Quando ganha esse
status, é o status de máfia - não é mais pré-máfia, é o status de máfia.
Surpreendeu-me
saber, está aqui a matéria: “o capitão Diogo Costa Cangerana”, eu até conheci
um coronel, quando eu trabalhei na Polícia Militar, em 1988. Tinha um coronel
lá que o nome era coronel Cangerana, o povo morria de medo dele, ele deixava a
tropa em pânico. Não sei se esse capitão é parente dele, porque eu não o
conheço.
“Preso nesta
terça-feira, durante uma operação da Polícia Federal que investiga fintechs
ligados ao Primeiro Comando da Capital, esteve ao menos em 25 comitivas do
governador Tarcísio de Freitas nos últimos dois anos, entre elas, viagens para
se reunir com ministros do Supremo Tribunal Federal, STF, para se reunir com o
presidente da Câmara dos Deputados e também no Ministério da Fazenda.
Cangerana é
suspeito de atuar na abertura de contas que seriam usadas para lavar dinheiro
do crime por meio de instituições financeiras. Ele trabalhou na Casa Militar,
no Palácio dos Bandeirantes, como chefe de equipe de segurança do governador
até o dia 3 de setembro, quando foi transferido para o 13º Batalhão da Polícia
Militar, responsável pelo patrulhamento na Cracolândia. Olha a raposa aí
tomando conta do galinheiro, olha só. Responsável pelo patrulhamento na
Cracolândia.
‘O policial
citado na reportagem ingressou na unidade em 2012. E em setembro deste ano foi
transferido pela atual gestão para o 13º BPM, 13º Batalhão que eu fiz estágio
lá em 1988, quando era aluno-soldado. Durante esse período, ele não exerceu
funções de assessoria ou ajudância de ordens às autoridades, limitando-se às
atividades de rotina da Polícia Militar, assim como outros 347 policiais que
são designados às autoridades conforme escala de trabalho’, afirmou a
assessoria do governador”.
Só que o
governador agora desfaz dele, simplifica a atividade, a ação dele. Mas esse
policial ganhou até medalhas. Ele recebeu medalha do governador Tarcísio de
Freitas. Cangerana foi visto ao lado de Tarcísio em diversas agendas públicas.
Em publicação
no perfil oficial do governador, no Instagram, ele aparece acompanhando o
Tarcísio em um ato de campanha com o prefeito Ricardo Nunes, no Mercado
Municipal de São Paulo, em agosto.
E durante uma
viagem a Balneário Camboriú, em Santa Catarina, para a Conferência Política de
Ação Conservadora. Na ocasião, Tarcísio se encontrou com o presidente da
Argentina, Javier Milei, e com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
É que o tempo é
muito curto para falar, porque é muita coisa para falar... E agora o governador
tenta simplificar: “não, ele não tem nada a ver, ele era apenas uma pessoa que
acompanhava a segurança, não exercia nenhuma função”. Estava lá, chefe da
equipe de segurança do governador, participante do esquema do PCC. Quer dizer,
o PCC chegou ao cerne do Governo.
Por isso que o
Governo não consegue resolver. Acontece essa execução, onde o delator diz que
ia delatar vários policiais, tanto da Polícia Militar como da Polícia Civil. E
aí ele é executado e não consegue elucidar esse caso, não tem resposta.
Foi à
televisão, de manhã, lá no “Bom Dia São Paulo”, a polícia anunciando, o
repórter anunciando que a polícia já tinha identificado o olheiro, e disse,
inclusive, o nome dele.
Ou seja, estava
falando: “foge, que nós já sabemos quem é você”. Aí, até agora, não conseguiu
prender o olheiro. “Ah, identificou o segundo olheiro”. Obviamente, estão todos
foragidos. Identificou, você vai à televisão e fala que já sabe quem é, não vai
sobrar ninguém para contar a história.
Mas isso é o que
acontece em São Paulo, a dificuldade que tem o Governo do Estado de São Paulo
de realmente combater o PCC, e esse PCC está se infiltrando em prefeituras e se
infiltrando, Sr. Presidente, até no cerne, até na casa, na cozinha do
governador do estado de São Paulo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito
obrigado, deputado Reis. Dando sequência à lista de oradores inscritos, o
deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Com
a palavra o deputado Simão Pedro, que fará uso regimental da tribuna.
Quero anunciar aqui a honrosa presença
dos alunos e professores do Colégio Sidarta, que estão aqui, hoje, visitando a
Assembleia Legislativa, aqui no Plenário JK. Sejam bem-vindos e bem-vindas.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. presidente desta sessão, nobre deputado Carlo
Giannazi; deputado Reis, quero cumprimentá-lo pelo importante pronunciamento a
respeito desse escândalo nas portas do governador. Como é que pode, não é? Um
policial vinculado ao PCC, comandando uma área importantíssima de segurança do
Palácio dos Bandeirantes.
Mas, Sr. Presidente,
eu vim aqui hoje para elogiar o presidente Lula e o ministro Fernando Haddad,
parabenizar o presidente Lula pela iniciativa de encaminhar, ao Congresso
Nacional, esse conjunto de medidas para fazer justiça fiscal, justiça
tributária, justiça na renda dos brasileiros.
Eu quero
cumprimentar o ministro Fernando Haddad, que coordenou todo o processo e
discussão com o Congresso, com os líderes da Câmara e do Senado, os demais
ministérios. O Fernando Haddad também merece um cumprimento pelo seu pronunciamento
ontem, em cadeia de rádio e televisão nacional, de forma muito didática, que
todo brasileiro e brasileira que assistiu compreendeu as medidas.
E quais são
essas medidas? É mudar o sistema tributário. Nosso sistema tributário é um dos
mais injustos do mundo. Por isso que aqui sempre tem aquelas coisas: “Quanto
mais você faz política, os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam mais
pobres”.
Esse fosso
social que são alguns super-ricos, bilionários, e uma maioria da população
pobre mal consegue sobreviver com a renda que tem. Às vezes, milhões dependem
de uma ajuda do Governo do Estado, como o Bolsa Família, o BCP e programas,
assim, muito importantes, inclusive para dinamizar a economia local, não só
para ajudar a família a sobreviver.
Mas o que é a
novidade desse programa? Um cumprimento de um compromisso do presidente Lula de
isentar os trabalhadores que ganham até cinco mil reais, de isentar de pagar
Imposto de Renda. Hoje só quem ganha até dois salários mínimos que está isento.
Então quem ganha cinco salários mínimos, 71% dos trabalhadores do Brasil vão
ser beneficiados, deixar de pagar Imposto de Renda.
Esse dinheiro é
uma injeção na economia local, no comércio, no turismo, nos serviços. Setenta
por cento do nosso PIB é a economia interna; não é a exportação, é a economia
interna. Então esse dinheiro vai circular, vai fazer com que a gente tenha um
crescimento nessas áreas, gerando mais empregos e uma melhor economia para o
nosso País.
E de onde que o
governo vai cobrir essa isenção de Imposto de Renda? Tirando daqueles mais
ricos, que ganham mensalmente acima de 50 mil. Vão pagar, ao invés de pagar 1%,
como pagam hoje, vão pagar dez por cento. Então com isso o governo federal vai
implantar uma medida de equilíbrio.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
* * *
Essa é,
deputado Reis, uma das medidas. Tem aquela questão que ninguém conseguia mexer,
que são os privilégios de algumas castas, de alguns setores da nossa sociedade,
como, por exemplo, os militares que se aposentam e, quando morrem, transferem
essa aposentadoria para as esposas; se as esposas morrem, para os filhos, e é
hereditária. Então, por exemplo, se um militar comete um crime, é expulso das
Forças Armadas, ele e a família continuam recebendo. Então isso vai acabar.
Muito importante.
Então, assim,
uma série de medidas que vamos fazer justiça, ou seja, tira um pouco dos
privilegiados, superssalários, controle sobre isso; tira um pouquinho dos
militares; tira dos super-ricos; isenta a maior parte dos trabalhadores, e
rigor nas contas públicas; rigor nos gastos do governo; rigor na gestão
financeira do nosso País para que a gente continue trilhando esse caminho de
desenvolvimento sustentável, desenvolvimento com inclusão social.
Esse caminho,
que já vem sendo trilhado há dois anos, com medidas como melhoria do salário
mínimo... É importante dizer: o salário mínimo vai continuar sendo reajustado
acima da inflação, porque essa é uma política que se faz justiça, mas também
muito importante para dinamizar a nossa economia e melhorar a renda das
famílias, melhorar o consumo, combater o desemprego. Nós estamos vivendo hoje
um dos índices de menor desemprego da história do Brasil: seis e meio por
cento.
Continuar
melhorando a renda dos trabalhadores. Então esse é o caminho que a gente vem trilhando.
Então, por isso, mais uma vez, parabéns, presidente Lula; parabéns, ministro
Fernando Haddad, pelo conjunto de iniciativas. E espero que o Congresso
Nacional debata, aprove essas medidas e não defenda a continuidade dos
privilégios de uma pequena minoria sempre beneficiada, inclusive com o apoio do
estado no nosso Brasil.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores do Pequeno Expediente, chamo para fazer o uso da palavra a deputada
Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Major Mecca.
(Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi.
(Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputado Simão Pedro,
Colégio Sidarta, alunos e professores, telespectador da TV Assembleia.
Sr. Presidente,
eu quero mais uma vez aqui denunciar a Secretaria da Educação e o Departamento
de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, porque eles estão produzindo um
verdadeiro terrorismo psicológico em cima dos professores que foram aprovados
no último concurso público e que estão fazendo os exames médicos.
O que acontece,
Sr. Presidente, é que o Departamento de Perícias Médicas tem dificultado
bastante as perícias no sentido de pedir novos exames complementares. Exames,
na nossa opinião, desnecessários e discriminando pessoas acima de 40 anos,
pessoas que usam óculos, pessoas que já lecionam na rede estadual há 10, 15, 20
anos.
Estão
dificultando ao máximo, na verdade, na prática, a posse dessas pessoas e
atrasando imensamente, Sr. Presidente, a publicação dessas perícias. Isso causa
um atraso na posse dos professores que foram aprovados, na posse, na atribuição
de aulas e na transferência. Inclusive, começa amanhã a atribuição de aulas e
nenhuma palavra da Seduc, Sr. Presidente, nenhum processo de agilização do
Departamento de Perícias Médicas.
É um descaso
total, uma falta de compromisso, uma falta de cuidado e um desprezo, na
verdade, com os profissionais da Educação. Esse comportamento, tanto do
Departamento de Perícias Médicas, que tem aterrorizado os professores aprovados
exigindo, repito, exames complementares desnecessários, Sr. Presidente, e da
Seduc, que lava as mãos e não toma uma atitude em relação a isso, em relação à
flexibilização do calendário de atribuição de aulas para que esses professores,
que estão esperando ainda o atraso das publicações, não sejam prejudicados.
Porque eles
serão, Sr. Presidente, prejudicados na posse, na atribuição, na transferência,
porque os laudos não são publicados; então, eles ficam excluídos de todo esse
processo. Então, mais uma vez, nós já tínhamos denunciado isso e até agora nada
foi feito.
Então, aqui da
tribuna da Assembleia Legislativa, eu quero exigir, novamente, que o governo
tome providências, que a Seduc faça uma intervenção, flexibilize esse
calendário de tal forma que possa beneficiar esses professores que estão
reféns, que são vítimas do Departamento de Perícias Médicas que não faz as
publicações e que fica exigindo exames complementares.
Sr. Presidente,
é um absurdo. Uma pessoa que usa óculos não pode tomar posse; uma pessoa acima
de 40 anos é discriminada, uma pessoa que é obesa, que tem alguma obesidade,
também é discriminada. Mas esse professor que tem obesidade já leciona há 20
anos na rede estadual; então, como categoria “O” ele pode ser professor, como
professor efetivo ele não pode?
Então, tem
muitas contradições nefastas nesse tipo de procedimento, me parece que a
Secretaria da Educação pretende contratar um professor atleta, que não tenha
nenhuma doença, que não use óculos e etc.
É isso que me
parece. E também faz um teste de saúde mental com o professor, porque o
professor fica exposto a todo esse processo de atrasos, exames complementares e
então ele tem que ter uma saúde mental para aguentar esse tipo de procedimento.
Então mais uma
vez nós exigimos, aqui da Assembleia Legislativa, que a Secretaria da Educação
tome as providências protegendo esses professores e que o Departamento de
Perícias Médicas também, sobretudo, faça a imediata publicação de todas essas
perícias e pare de pedir esses exames desnecessários que ela chama de exames
complementares, que são caríssimos. Então a professora é obrigada a pagar
clínicas particulares, Sr. Presidente. Parece que até tem uma máfia aí dessas
clínicas.
Então é isso o
que eu queria dizer. Nós exigimos providências imediatas da Seduc, da
Secretaria da Educação, e também do Departamento de Perícias Médicas do Estado
de São Paulo.
Quero ainda,
Sr. Presidente, aqui comentar que ontem nós tivemos um dia extremamente difícil
e histórico no pior sentido, porque a Assembleia Legislativa, a base do
Governo, os deputados e deputadas que compõem a base do Governo, aprovaram
ontem a redução do Orçamento da Educação de 30% para 25 por cento. Eles fizeram
toda uma militância aqui dentro. Deram número de 59 deputados - a PEC precisava
de 57 - e eles votaram e comemoraram.
Inclusive, eu
não sei como que um deputado tem a capacidade e a coragem de comemorar a
aprovação de um projeto de lei que vai prejudicar a educação do estado de São
Paulo, retirando 11 bilhões e 300 milhões de reais da educação, da escola
estadual, prejudicando os alunos e professores.
E eu vi ontem
aqui os deputados comemorando, Sr. Presidente, fazendo festa. Como é que pode
tanta crueldade, tanta perversidade contra a Educação? E eu lembrei, Sr.
Presidente, nós não comemoramos, nós votamos contra, obstruímos.
Saímos daqui
tristes e derrotados do ponto de vista daquela votação, mas eu logo li uma
frase do grande Darcy Ribeiro, grande antropólogo, um dos maiores intelectuais
da história deste País, que foi um alento para todos nós, quando ele diz o
seguinte, Sr. Presidente: “Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei
alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não
consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil
desenvolver-se e fracassei. Mas os fracassos são as minhas vitórias. Eu
detestaria estar no lugar de quem me venceu”.
Olha só: “eu
detestaria estar no lugar de quem me venceu”. Eu tenho certeza de que V. Exa.,
deputado Reis, deputado Marcolino, também não queria estar no lugar daqueles
deputados ali comemorando a aprovação de um projeto.
Eles foram
vencedores do ponto de vista da matemática, do ponto de vista numérico, eles
tinham 59, mas eu fico chocado que eles estavam comemorando o fim da educação do
estado de São Paulo como eles comemoraram também a privatização da Sabesp, a
privatização da água, como eles comemoraram também a militarização da rede
estadual das escolas.
Então isso aqui
cai como uma luva, essa frase do Darcy Ribeiro. Então deixo para esses
deputados da base do Governo que votaram contra o povo de São Paulo, contra a
escola pública, essa frase aqui do grande Darcy Ribeiro. Eu repito: eu também
detestaria estar no lugar de quem me venceu, de quem nos venceu aqui, que foi a
base de sustentação do Governo.
Era isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista,
chamo para fazer uso da palavra o deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado
Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Ricardo
Madalena. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo
Nóbrega. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Ediane Maria.
(Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.)
Entrando na Lista Suplementar, deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino, tem V. Exa. o tempo
regimental de cinco minutos.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, funcionários e funcionárias da nossa Assembleia Legislativa, a população
que nos acompanha aqui pelas galerias e TV Assembleia, nos acompanha em casa,
Sr. Presidente, o deputado Simão Pedro fez aqui uma referência importante em
relação ao anúncio do ministro Haddad no dia de ontem.
Sai agora a
argumentação de algumas ações importantes que tramam para o fortalecimento da
renda dos trabalhadores que ganham até cinco mil reais, que foi uma promessa do
governo passado.
Eu vou falar um
pouco também sobre a questão da nova indústria, que é uma ação que vem sendo
feita, mas eu quero fazer uma comparação. Ontem nós tivemos aqui uma votação,
em que o governador Tarcísio apresentou uma proposta, na PEC 9, de tirar muitos
recursos da Educação no estado de São Paulo. E eu tinha acompanhado diversas
escolas pelo estado de São Paulo.
Escolas sem
climatização. Escolas com problema para que os alunos possam fazer as suas
aulas de educação física. Escolas com falta de professores. Escolas que não têm
ainda o ensino em tempo integral. Escolas que, mesmo onde tem ensino em tempo
integral, não têm todos os profissionais suficientes para dar conta de uma
escola de tempo integral, como determina a lei.
Mesmo assim o
governador insistiu. E ontem colocou para segunda votação, encaminhando e
cobrando que os seus deputados, da base do Governo, aprovassem o projeto que
retira recursos da Educação. Estamos falando de 5% do Orçamento. Mais de 11
bilhões de reais que o estado de São Paulo deixará de ter para investir na
Educação, para o ano de 2025 e pelos anos subsequentes.
Todo mundo fala
que a Educação é prioridade no Brasil. Nós ouvimos isso de muitos candidatos a
prefeitos, prefeitas, vereadores e vereadoras, agora na eleição de 2024. Mas a
primeira ação do governador Tarcísio, após a eleição, foi encaminhar um projeto
que retira recursos da Educação do nosso País. Com isso, a gente vê a
contradição.
Enquanto, de um
lado, o governador Tarcísio está tirando recursos da Educação, do outro lado o
presidente Lula participou agora, no dia 26, de um encontro com diversos
setores da construção, no estado de São Paulo.
Não só da
indústria da construção, mas da indústria de uma maneira geral. Foi aportado no
ano passado e agora tem um complemento para esse ano, mais de 300 bilhões de
reais de financiamento para o setor da indústria, no nosso País.
E o
fortalecimento da indústria não só cria condição de você ter mais empregos no
nosso País. Você consegue ter uma competitividade internacional, investindo nas
indústrias do nosso País. Esse investimento criou-se a partir de um projeto que
se chama “Nova Indústria Brasil”.
É uma resposta
significativa para fortalecer a indústria brasileira, tornando-a mais
competitiva, gerando empregos e promovendo a inovação. Esse recurso, que a
previsão, de 2024 a 2026, é de 300 bilhões de reais, já teve aqui anunciado, na
primeira reunião, de julho de 2023, 106 bilhões de reais.
Outros 194
bilhões foram incorporados, provenientes de diversas fontes de recursos. Como,
principalmente, financiamento das prioridades da “Nova Indústria Brasil”, com
mais 347 bilhões de reais previstos agora em agosto de 2024. São recursos
vindos do BNB, do Basa, e aumento dos recursos na Finep.
Todos esses
recursos foram organizados dentro do Plano Mais Produção, um conjunto de
soluções financeiras que irão viabilizar o financiamento da política industrial
de forma contínua nos próximos três anos.
Então eu queria
trazer essa informação que, ao mesmo tempo que o governador Tarcísio retira
recursos da Educação no estado de São Paulo... Quando eu falo que retira
recursos, está tirando recursos da escola técnica.
Está tirando
recursos do investimento nas pesquisas no nosso estado, porque essa diferença
de 5% era responsável por ajudar escolas técnicas e fortalecer o financiamento
educacional no Estado de São Paulo.
Do outro lado,
o presidente Lula não só está investindo agora para garantir que o trabalhador
que ganha até 5 mil reais deixará de pagar Imposto de Renda. É mais recurso na
economia brasileira. Mas, também, tem feito um papel importante no
desenvolvimento da indústria do nosso País.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado
Luiz Claudio Marcolino. Próximo orador, deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, nobre deputado Reis.
Cumprimentar o nobre deputado Marcolino, que fez uso da palavra antes de mim.
Cumprimentar os assessores, os policiais militares e civis desta Casa, o
público na galeria e quem nos assiste pela Rede Alesp.
O público na
galeria, salvo engano, Colégio Sidarta, estava vendo aqui. Cotia, Fernando
Nobre. Meses atrás, há cerca de um ano, mudei ali para a região de Cotia,
próximo ali do KM-30. Estive agora no Templo Zu Lai este final de semana com a
minha família.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.
* * *
Templo Zu Lai,
Deputado Reis, que tem muito contato com a comunidade de Taiwan. Taiwan, que um
grupo de deputados vai visitar agora no início do mês. Eu, este deputado, o
nobre deputado Vitão do Cachorrão, o nobre deputado Tenente Coimbra e o nobre
deputado André Bueno. Nós iremos em uma comitiva para Taiwan. Taiwan, um país
ali, seria, digamos, um tigre asiático, e tão boicotado, deputado Reis, pela
potência que é a República Popular da China.
Mas nós aqui, a
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, como vanguarda das assembleias
legislativas no Brasil, temos a coragem, a ousadia de não nos curvarmos,
deputado Marcolino, ao autoritarismo de Pequim, que bloqueia esse diálogo entre
os povos.
Taiwan, um
pequeno país ali, mas com um grande povo, e ter ali, em Cotia, o Templo Zu Lai,
o Colégio Sidarta, essa comunidade trabalhando, atuando aqui no estado de São
Paulo, é de extrema importância. E nós temos que fazer com que esses laços,
cada vez mais, sejam de grande valor, de grande valia para a nossa população.
Então, eu quero
agradecer aqui ao Consulado de Taiwan, na figura do Sr. Luís Fong, de toda a
sua assessoria, que nos dá, mais uma vez, a oportunidade de visitar essa terra
abençoada que é a República da China, Taiwan.
Senhoras e
senhores, subi aqui à tribuna, acompanhando as discussões, obviamente, sempre a
oposição criticando o nosso governador Tarcísio, mas esquecendo de falar do
impacto que São Paulo sofre por medidas horríveis vindas do governo federal.
Ontem, o ministro,
o “antiministro” Fernando Haddad, ao fazer um pronunciamento, conseguiu um
feito histórico, jovens que estão aqui. O dólar bateu seis reais. Luiz Inácio,
presidente hoje no Brasil, provavelmente vai dizer que pobre não come dólar.
Provavelmente. Mas, com toda certeza, esse discurso do “antiministro” Fernando
Haddad vai ter um impacto significativo nas nossas importações, e o produto vai
ficar mais caro, principalmente para o mais pobre.
Vendo a
declaração do “antiministro” Fernando Haddad, ele diz que o Imposto de Renda
até R$ 5.000,00 será isento. Ele não diz como, ele não fala como. Ele faz ali,
senhoras e senhores, uma conta de padaria e vem em rede nacional dizer ali:
“Olha, até R$ 5.000,00 você, trabalhador, vai ter o seu rendimento isento”.
Mas não fala
como, e também não diz da batalha que será no Congresso Nacional, porque lá,
nessa Casa Legislativa, Câmara Federal, Senado Federal, ele vai ter que mostrar
os números que ele tem.
Se é que tem.
Vai ter que mostrar de onde vai sair esse recurso e onde o governo vai buscar.
Será que vai ter que onerar ainda mais a população que produz? O governo do PT
tem uma mentalidade antiliberal, antiprodutiva.
Ele culpa por
todos os males sociais aqueles que ousam empreender no Brasil. Então, eles vão
fazer o quê? Arrancar ainda mais o couro desses pequenos, médios,
microempresários que conseguem ter a sua renda superior?
De repente,
deputado Marcolino, suas empresas, R$ 50.000,00, tendo seus trabalhadores...
um, dois trabalhadores assalariados, será que é isso? Vão tentar subverter a
lógica das coisas mais uma vez.
O que nós vemos
hoje é justamente um marco histórico para o governo federal, governo do Partido
dos Trabalhadores, que, tendo o seu “antiministro” Fernando Haddad e tendo
essa política, digamos, da turma maluca ali da economia, que de
economia não entende nada, tendo um recorde histórico com o dólar a seis
reais.
Aqui em São
Paulo, nós somos uma trincheira contra esse desgoverno e, apesar de Lula no
governo federal, nós estamos avançando aqui em São Paulo.
Obrigado,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO
MARCOLINO - PT - Dando sequência aos oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o nobre deputado Reis. V.
Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos.
Aproveitando a oportunidade, nobre
deputado Gil, é importante lembrar que, durante o período do governo Temer
e Bolsonaro, não houve correção da tabela do Imposto de Renda.
E, no governo do presidente Lula e da
presidenta Dilma, a correção estava sendo feita a 7% todo ano, acima da
inflação, que era uma forma de adequar quem ganhava menos a poder pagar menos
de Imposto de Renda. Então, na verdade, é o contrário. A ação que está
sendo feita é que o trabalhador passe a pagar menos imposto, principalmente
descontando da fonte da renda.
Então, na verdade, essa correção, até
chegar a cinco mil reais, é uma adequação de reajustes ou adequação que os
presidentes anteriores, tanto o Temer quanto o Bolsonaro, deveriam ter
feito ao longo do tempo e não fizeram a correção da tabela do Imposto de Renda.
Com a palavra o nobre deputado
Reis.
O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Retorno
à tribuna, presidente, deputado Luiz Claudio Marcolino, também para dizer para
o Gil Diniz para ele ficar tranquilo.
Eu sei que ele
se preocupa muito com o governo Lula, porque é a pauta dele. Mas para ele
ficar tranquilo, porque já no governo Lula, quem ganha até R$ 2.800,00, já
não desconta Imposto de Renda. E antes não.
Antes, quem
ganhava menos de dois salários mínimos, descontava Imposto de Renda. Então,
eu só não gostei muito desse anúncio do Fernando Haddad, porque não é para
agora. É para 2026. Eu gostaria que fosse a partir de hoje.
Claro, tem toda
uma regulamentação, o Congresso tem que aprovar, e obviamente que o ano
legislativo está acabando, está terminando. Então, eles vão aprovar o ano
que vem e vai valer para 2026.
Mas eu gostaria
que fosse para já, porque isso beneficia, inclusive, os policiais. Você
imagina um soldado, um soldado que ganha R$ 4.500,00, somando os dois padrões
do soldado, são quatro mil cento e poucos reais. Paga Imposto de Renda. Só
que o pagamento do Imposto de Renda que o soldado paga não vai para o governo
federal. Ele fica para o Governo do Estado.
Então, também é
uma renúncia que se dá que o Governo do Estado não vai mais se
apropriar desse dinheiro dos servidores do Estado. Muitas pessoas não
sabem disso, que o Imposto de Renda dos funcionários públicos... aqueles que
são municipais, voltam para o município, e os que são do estado, voltam
para o estado.
Então, o Imposto
de Renda acaba penalizando os que ganham menos, os que ganham
pouco. Porque quem ganha 50 mil, 60 mil, pagar 27,5% de Imposto de Renda,
não é lá essas coisas. Mas quem ganha dois, três, quatro, cinco mil reais,
sofre muito com isso. Então, deixe o homem trabalhar, Gil Diniz.
Deixe o homem
trabalhar, que os resultados aparecerão. Vossa Excelência pode ficar
tranquilo, porque o Brasil está crescendo. O crescimento, o PIB está
demonstrando isso. Então, está crescendo, só que tem que crescer com
justiça. Não adianta crescer e só a turma que está lá em cima ganhar. Os
que estão aqui embaixo precisam também sobreviver. A questão mais de
sobrevivência.
Mas eu me
inscrevi, Sr. Presidente, e acabei tocando nesse assunto, porque V. Exa. e
o deputado Gil Diniz tocaram nessa questão. Mas eu me inscrevi mais para falar
do PLC 54, que ontem foi publicado aqui na Assembleia Legislativa. É um
PLC de minha autoria que estabelece a criação do PAI. PAI: “Programa de
Aposentadoria Incentivada para os Policiais Civis”.
E eu fiz uma
análise de tudo o que foi escrito nesse projeto, e do que as entidades de
classe pleiteiam. E o projeto é muito bom. O Governo deveria abraçar
essa ideia, porque o Governo quer incentivar os policiais civis a se
aposentarem aos 65 anos.
Mas, para os policiais
civis se aposentarem aos 65 anos, tem que ter alguma coisa que compense,
porque, quando ele se aposenta, ele perde um terço dos seus ganhos, um terço
dos seus vencimentos. Então imagina uma pessoa que ganha R$ 9 mil, vai passar a
ganhar ali R$ 6 mil e poucos reais. Então ele acaba ficando até os 75 anos.
E o próprio
secretário, o secretário Guilherme Derrite falou: “eu não posso cobrar um vigor
físico de um policial com 65, 70, 74 anos”. Por isso que nós queremos
estabelecer esse programa de aposentadoria incentivada. Mas eu construí esse
programa com a participação dos policiais, porque é aquilo que eles pleiteiam e
o que é possível.
E não traz
prejuízo para o Governo, porque, quando a gente fala de uma classe imediata, se
o policial se aposentar aos 65 anos e receber a classe imediata, e se ele ficar
até os 75 anos, ele vai ter cerca de quase 11% de quinquênio, porque ele ficou
mais dez anos, dá dois quinquênios; como é 5% em cima de 5%, vai dar quase 11
por cento. E a diferença de classe para classe é menor do que isso, é menor do
que 11 por cento.
Então se eu
conceder a classe imediata, já é um ganho para o Governo, porque ele vai
oxigenar a polícia, vai abrir vagas para novos policiais, além de estar
resolvendo essa demanda que é conceder essa classe imediata. E ao mesmo tempo,
a questão do abono permanência, se o policial ficar até os 75 anos, ele vai
receber esse abono permanência até os 75 anos.
Ora, se o
Governo já tem que pagar, ele tem que reservar no Orçamento o dinheiro para
pagar o abono permanência. Então se eu conceder um adicional para incentivar
ele a se aposentar aos 65 anos, é o recurso que o Governo vai ter de todo jeito
que dispor durante esses dez anos. Então é muito significativo para o Governo
se ele coloca, se ele abraça essa ideia dessa aposentadoria incentivada.
Porque não há
de se falar: “Porque isso vai ter um custo muito alto, isso vai estourar os
cofres do Estado”. Não vai estourar, porque de todo jeito ele vai ter que pagar
o abono permanência e, de todo jeito, se o policial ficar até os 75 anos, ele
vai ter direito aos dois quinquênios.
Então, a
concessão da classe imediata, como é o caso da Polícia Militar, que tem o posto
imediato. Quando o policial militar se aposenta, ele ganha uma promoção. “Ele é
sargento, ele é terceiro-sargento”, vai a segundo-sargento.
“Ele é
subtenente”, vai a segundo-tenente, ele tem uma promoção. Só que a Polícia
Civil não tem, já teve no passado. Mas a gente espera o bom senso do Governo,
do seu secretário de Segurança Pública, do seu secretário de Fazenda, de
Finanças e também o seu secretário de Governo Digital, porque tudo que vai se
aprovar tem que passar por essa junta, essa junta é que decide.
Quando um fala
não, todo mundo diz não. Então, politicamente, o governador deveria dizer sim. Então
nós trouxemos essa ideia, protocolamos esse PLC, vamos tramitar, mas a gente
quer convencer o Governo, porque ele vai mandar um projeto nesse sentido para a
Casa, só que não pensou na classe imediata e não pensou nessa questão do abono
permanência.
Então, garantir
um adicional, o equivalente ao abono permanência, até o policial completar os
75 anos, porque, de todo jeito, ele vai ter que dispor desses recursos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Obrigado, nobre deputado Reis. Se V. Exa. pudesse assumir aqui a Presidência.
Dando sequência aos oradores inscritos
no Pequeno Expediente, com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)
O nobre deputado Reis assume aqui a Presidência, porque eu sou o próximo
orador.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, deputado.
Concede-me uma breve comunicação enquanto o orador se dirige à tribuna?
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PL - PARA
COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Presidente, V. Exa. citou que gostaria que
essa mudança do “antiministro” Haddad fosse feita justamente nesse ano.
Ora, se ele
tivesse feito esses ajustes no início do mandato, provavelmente já teriam sido
aprovados no Congresso Nacional com o início dessa ideia que ele tem agora
neste ano.
Agora, deputado
Marcolino, vai ter que ir para o Congresso Nacional se for aprovado, e eu creio
que não será aprovado, porque é uma peça folclórica que ele propõe, a peça
midiática em que ele quer conquistar o coração e a mente da massa, mentindo.
Com toda certeza, mentindo.
Então,
provavelmente, se aprovado com os ajustes que serão aprovados no Congresso
Nacional, somente em 2026 alguma medida efetiva será aprovada. Dois anos já de
desgoverno de Lula e nada. O deputado Marcolino vai à tribuna agora e poderia
nos dizer qual foi a correção que Lula fez nesses dois anos no Imposto de Renda,
principalmente do trabalhador assalariado.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo na Lista
Suplementar, eu chamo o deputado Luiz Claudio Marcolino para fazer uso da
palavra.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, nobre deputado Reis, que preside esta sessão.
Rapidamente, acho que é importante para quem nos acompanha entender um pouco do
quão importante é essa correção da tabela do Imposto de Renda.
Ainda no
primeiro governo do presidente Lula, eu estava como presidente do Sindicato dos
Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Junto com o presidente dos
Metalúrgicos do ABC - na época, o Feijó -, tivemos uma reunião com a Secretaria
da Fazenda cobrando a necessidade da correção da tabela do Imposto de Renda
para os trabalhadores e trabalhadoras do nosso país.
Por que é
importante a correção da tabela do Imposto de Renda? Durante os oito anos de
governo Fernando Henrique Cardoso, ele parou de fazer a correção da inflação da
tabela do Imposto de Renda. Então, a tabela do Imposto de Renda, até 2002,
estava muito defasada.
Nós garantimos,
ainda no ano de 2003, um valor de 100 reais e depois, a cada ano que foi
passando do governo do Lula e da presidenta Dilma, você tinha não só a
reposição da inflação, mas você tinha garantido pelo menos sete por cento ao
ano para ir corrigindo aquela perda que o trabalhador e a trabalhadora tiveram
em relação à tabela do Imposto de Renda.
Tivemos
inclusive cassado por um período, em que você não poderia fazer abatimento de
saúde, de educação. Foi feita uma adequação onde você pudesse também abater
parte da saúde e parte da educação também na tabela do Imposto de Renda.
Nós conseguimos
comprovar, naquele momento, para o então ministro da Fazendo, Antonio Palocci,
que a correção da tabela do Imposto de Renda ajudaria não só no aumento da
renda do trabalhador, mas você conseguiria fazer com que o retorno desse
investimento na economia brasileira voltasse inclusive como aumento de
arrecadação.
E foi o que foi
feito. No ano seguinte, aumentou cinco bilhões de reais e, a cada ano, ia
aumentando progressivamente o valor de arrecadação a partir dos investimentos
que tinha na correção da tabela do Imposto de Renda.
Então, agora o
presidente Lula e o Haddad estão fazendo o que os governos Temer e Bolsonaro
deixaram de fazer. Durante os governos dos presidentes Lula e Dilma, teve o
processo de correção da tabela do Imposto de Renda, foi feito um processo de
adequação, e agora, já no primeiro ano do governo Lula, ele já começou a fazer
a correção para uma parcela do trabalhador.
Quem ganha até
dois salários mínimos já tem hoje a tabela do Imposto de Renda corrigida, visto
que no governo anterior, do Bolsonaro, ficou congelado e não tinha a correção
da tabela do Imposto de Renda.
De novo: por
que é importante corrigir? Todo ano você corrige as contas públicas, no mínimo
pela inflação do período; em alguns períodos você tem uma arrecadação um pouco
maior. Em relação ao Imposto de Renda, essa correção não existia. Então, esse
anúncio feito pelo ministro Haddad e pelo presidente Lula vai ajudar muito,
sim, a classe trabalhadora.
Eu pego a minha
categoria, a categoria dos bancários. Hoje, um caixa já paga Imposto de Renda.
Se você pegar até 2010, 2012, o caixa não pagava Imposto de Renda. Hoje, o
salário inicial de uma categoria bancária já paga. Como o deputado Reis colocou
aqui, a parte inicial dos servidores da Segurança Pública também paga Imposto
de Renda.
É uma
injustiça. Se a gente pensar, os menores salários hoje do Brasil pagam Imposto
de Renda e os salários maiores acabam tendo uma adequação ou, como a gente
fala, uma inversão: quem ganha mais paga menos e quem ganha menos paga mais.
Então, a ação
que está sendo feita agora pelo ministro Haddad é uma adequação e uma correção
de governos que passaram pelo Brasil, tanto o governo do Fernando Henrique
Cardoso, como os presidentes Temer e Bolsonaro, os dois presidentes; tanto o
anterior ao presidente Lula, no primeiro mandato, como os anteriores, agora, ao
terceiro mandato do presidente Lula. O Temer e o Bolsonaro foram presidentes
que passaram pelo Brasil e não corrigiram a tabela do Imposto de Renda como
deveriam.
Mesmo com essa
correção chegando a cinco mil reais, ainda tem uma defasagem na tabela do
Imposto de Renda, pois uma parcela maior dos trabalhadores não deveria pagar
Imposto de Renda. Por que é importante essa adequação? Porque o trabalhador não
tem como fugir, o trabalhador é descontado na fonte, é descontado no holerite.
Então, o
trabalhador, quando paga o Imposto de Renda e tem esse desconto na fonte, ele
acaba sendo o único prejudicado. É menos dinheiro na Economia; é menos recursos
para a poupança; é menos recursos para o trabalhador viajar; é menos recursos
para o trabalhador, de fato, estruturar a sua vida, seja em relação à compra de
automóvel, seja um financiamento imobiliário ou mesmo uma poupança que ele
possa fazer.
Então, a
correção da tabela do Imposto de Renda é mais recurso na Economia do nosso
País. Parabéns ao ministro Haddad. Parabéns ao presidente Lula. Mais uma
promessa de campanha que será realizada.
É isso, nada
mais do que fazer uma adequação. Aqueles presidentes que passaram pelo Brasil,
Fernando Henrique Cardoso, presidente Temer, presidente Bolsonaro, que não
fizeram a sua lição de casa e não corrigiram a tabela do Imposto de Renda como
deveriam...
Então, na
verdade, é uma adequação a uma perda que nós já tivemos. A adequação tem de ser
feita.
Parabéns ao
ministro Haddad e parabéns ao presidente Lula.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista,
chamo o deputado Gil Diniz para fazer uso da palavra.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Volto aqui a esta tribuna, presidente. Primeiro, gostaria
de citar um outro fato antes de voltar ao tema da Economia do nosso
“antiministro” Fernando Haddad.
Aliás, pior
prefeito da história da cidade de São Paulo, diga-se de passagem. Ele conseguiu
esse feito tirando os louros de Marta Suplicy, talvez, de Celso Pitta, de Luiza
Erundina etc.
Presidente,
para anunciar a esta Casa, obviamente, a quem nos assiste, o STF, por
unanimidade, disse, determinou que os nossos símbolos religiosos, presidente,
não serão retirados dos espaços públicos. Salvo engano aqui a Procuradoria
Geral entrou com essa solicitação de retirar - olhe só, você, dona Maria, Sr.
José, que está em casa... Gostariam que fosse retirado todo e qualquer símbolo
religioso do espaço público.
Por
unanimidade, o STF determinou que não, que esses símbolos religiosos não ferem
a laicidade do Estado. Esse princípio, digamos assim, tão sagrado para alguns
que é usar o estado laico, que seria o estado em que não há perseguição
religiosa, e sim, liberdade religiosa.
Eles usam esse
fundamento para perseguir determinadas religiões. Agora, o STF decide por
unanimidade - até que enfim uma boa notícia vinda daqueles lados ali de
Brasília. Então, fica mantido.
Presidente,
tenho aqui algumas demandas em São Paulo. Inclusive, já falei com o meu líder,
com a bancada e com o presidente André que a Procuradoria Geral do Estado tem
acionado o Tribunal de Justiça para que, por exemplo, presidente, as nossas
sessões não comecem com os dizeres: “sob a proteção de Deus”.
Em várias
câmaras municipais pelo estado de São Paulo essa frase ofensiva, segundo
alguns, já foi proibida, já foi banida e, logo mais, chegará aqui na Assembleia
Legislativa de São Paulo.
Inclusive,
chamo a atenção dos deputados, chamo a atenção de quem escreve o texto das
sessões ordinárias, das sessões aqui em que nós homenageamos algumas
personalidades, presidente, como hoje nós teremos à noite, que esse texto já
foi alterado.
As sessões,
obrigatoriamente, começam “sob a proteção de Deus”, e, agora, estão colocando
nessas sessões “iniciamos os nossos trabalhos na forma regimental”. É uma
mudança sutil, mas que me chamou atenção.
Eu peço, daqui
desta tribuna, a imediata correção. Nas sessões solenes já alteraram esse
texto. Hoje, na solene de hoje à noite, vou prestar atenção se permanecerá
dessa maneira, porque não vai funcionar assim neste Parlamento enquanto eu
estiver por aqui.
Então nós
precisamos, sim, reagir ao que a Procuradoria do Estado está fazendo, porque
logo estes deputados serão cerceados de utilizar o dizer: “sob a proteção de
Deus, iniciamos o nosso trabalho”, frase vinda do preâmbulo da nossa
Constituição.
Talvez, para
alguns, a nossa Constituição seja inconstitucional, já que muitos ministros
acham que eles encarnam a lei, o bem e o mal, a Constituição. Alguns - ou
muitos ali - se acham acima de Deus, presidente. Então faço aqui esse alerta,
porque é nessa sutilidade, é nesse detalhe que o mal está impregnado.
Presidente,
para terminar aqui o meu tempo - já aviso ao senhor que vou ultrapassar, peço
tolerância -, gostaria de colocar aqui no telão algumas manifestações sobre o
dólar quando ele tinha um valor um pouco menor do que está hoje.
Flávio Dino era
ministro de Luís Inácio. Hoje ele é o primeiro comunista, companheiros, no STF,
segundo Luiz Inácio. “Não posso acreditar que as autoridades competentes nada
farão para conter o elevado patamar do dólar. Essa inércia não faz sentido”. Eu
concordo com ele, porém essa frase não é de agora, não é de agora que o dólar
bateu seis reais é de 2019.
O próximo, por
favor, Machado. Simone Tebet, ministra de Luiz Inácio. Segundo alguns petistas,
golpista, porque ela votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff, mas agora
ela é companheira, agora ela está no governo, então não é mais golpista, não
merece ser presa. Dezessete anos de cadeia para ela. O que que ela falava em
2022? “O dólar passa de cinco reais hoje por quê? Porque nós temos uma
instabilidade política e jurídica. É um governo que não garante segurança
jurídica para os investidores”.
Senhores, o
dólar estava cinco reais - caríssimo, obviamente -, mas hoje bateu seis reais.
Eu dei uma pesquisada no Twitter da ministra, anteriormente golpista - hoje não
é mais golpista, porque ela é companheira -, e ela não tinha falado
absolutamente nada sobre o “antiministro” Fernando Haddad e seu dólar a seis
reais.
Próximo, por
favor. PT é campeão: “Quem achou que poderia ir para a Disney com o novo
governo se enganou”, se referia a Jair Bolsonaro, é 2019. “Com Bolsonaro, real
afunda em relação ao dólar, que chega a quatro reais e onze centavos”. Senhores,
em 2019, deputado Reis, 17 de maio de 2019, o dólar chegava à casa de R$ 4,11,
e hoje essa marca histórica de Fernando Haddad, seis reais.
Outro post do
PT, de 2020, sejamos justos: “Dólar ultrapassa cinco reais e petistas cobram
medidas do governo Bolsonaro”. “Ao invés de pensar quanto pior, melhor, prefiro
cobrar os responsáveis por nossa política econômica. E agora, Guedes?”,
questionou a deputada Professora Rosa Neide em 12 de março de 2020. E agora,
Professora Rosa, seis reais? E agora, Tebet, seis reais?
E o último,
para fechar aqui o meu tempo, presidente, por favor. Este aqui é fantástico.
Está ali o dólar correndo para a linha de chegada, o litro de gasolina correndo
ali, não é? Aí eles dizem: “Não está dando para andar de carro e muito menos
viajar para a Disney. Na corrida maluca do governo, quem perde é o povo. Quem
chegará primeiro ao valor de seis reais: a gasolina ou o dólar? Saudades do
PT”.
Jesus amado,
Deus me livre. Bateu seis reais a gasolina, bateu seis reais o dólar no turno de
Luiz Inácio Lula da Silva e seu “antiministro” Fernando Haddad. E a gente cobra
da tribuna do povo Paulista, desta tribuna, sim, sagrada, da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, medidas desse antigoverno que é o governo
de Luiz Inácio, um presidente que, sem Covid...
Lembremos,
senhores, nós estávamos no meio de uma pandemia. Guerra na Rússia, Rússia x
Ucrânia. Nós não temos pandemia e nós não temos uma guerra. Minto: nós temos,
sim, um vírus, um vírus na nossa economia chamado Partido dos Trabalhadores, e
nós temos essa guerra desse partido contra o povo brasileiro, contra o povo de
São Paulo. Por isso o dólar a seis reais. Volta Bolsonaro, fora Lula.
Obrigado,
presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, se houver
aqui acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputado Gil Diniz,
não tem como voltar o Bolsonaro. “Game over”.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 15 horas.
*
* *