6 DE MAIO DE 2025

9ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO, ALEX MADUREIRA e CARLOS CEZAR

Secretaria: THIAGO AURICCHIO, CARLOS CEZAR, PAULO MANSUR e ORTIZ JUNIOR

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão às 16h50min. Coloca em discussão o PL 20/25.

        

2 - DONATO

Solicita verificação de presença.

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

4 - DONATO

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Acolhe a questão de ordem do deputado Donato, para respondê-la oportunamente.

        

6 - PAULO FIORILO

Discute o PL 20/25.

        

7 - ALEX MADUREIRA

Assume a Presidência.

        

8 - LUCAS BOVE

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

9 - DANI ALONSO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA

Cumprimenta o vereador de Marília, Mauro Cruz, presente no Plenário.

        

11 - LUCAS BOVE

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

12 - DONATO

Discute o PL 20/25.

        

13 - BETH SAHÃO

Solicita verificação de presença.

        

14 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

15 - RAFAEL SARAIVA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

16 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA

Cumprimenta a vereadora de Leme, Fabiele, presente no Plenário.

        

17 - PROFESSORA BEBEL

Discute o PL 20/25.

        

18 - THAINARA FARIA

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

19 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA

Acolhe a questão de ordem da deputada Thainara Faria, para respondê-la oportunamente.

        

20 - ORTIZ JUNIOR

Discute o PL 20/25.

        

21 - DONATO

Solicita verificação de presença.

        

22 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença.

        

23 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência. Interrompe a chamada de verificação de presença quando constatado quórum.

        

24 - BETH SAHÃO

Discute o PL 20/25.

        

25 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência.

        

26 - ORTIZ JUNIOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

27 - ENIO TATTO

Discute o PL 20/25.

        

28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência.

        

29 - SIMÃO PEDRO

Discute o PL 20/25 (aparteado pelo deputado Gilmaci Santos).

        

30 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA

Assume a Presidência. Encerra a sessão às 19h20min.

        

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

                                                                

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e votação do Projeto de lei nº 20, de 2025, de autoria do Sr. Governador, que dispõe sobre inspeção, fiscalização e auditoria sanitária e industrial de produtos de origem vegetal e seus derivados, e de produtos da algicultura e da fungicultura, com três emendas, Art. 26 da Constituição do Estado.

 

O SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Aguardando que o plenário fique mais repleto, eu peço uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

Faremos, então, uma verificação de presença. Solicito ao deputado Thiago Auricchio e ao deputado Carlos Cezar que façam a verificação de presença.

 

O SR. THIAGO AURICCHIO - PL - Primeira verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o quórum regimental com a presença do deputado Rogério Santos, agradeço ao deputado Thiago Auricchio e ao deputado Carlos Cezar pela verificação de presença.

Para discutir contra, com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. DONATO - PT - Presidente, para uma questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem do deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, formulo a presente questão de ordem com a finalidade de obter de V. Exa. esclarecimentos acerca da aplicação do disposto no Art. 29 do Regimento Interno. O Art. 29 do Regimento Interno estabelece um prazo para a composição das comissões permanentes nos seguintes termos:

Artigo 29 - iniciados os trabalhos da 1ª sessão legislativa e a partir de 15 de março, na 3ª sessão legislativa, a Mesa providenciará a organização das comissões permanentes, dentro do prazo improrrogável de 15 dias.

Sr. Presidente, estamos já a mais de 30 dias do início da 3ª sessão legislativa, em 15 de março, sem que a Mesa tenha providenciado a organização das comissões permanentes, em total descumprimento do Regimento Interno desta Casa Legislativa.

Em que pese o disposto no §4º do Art. 27, entendemos que a manutenção da atual composição das comissões, para justificar a inércia da Mesa, não encontra amparo regimental, uma vez que se trata de exceção à regra do Art. 29.

O funcionamento das comissões durante o prazo regimental improrrogável de 15 dias está plenamente respaldado pelo disposto do §4º do Art. 27, porém, não há amparo no Regimento para o descumprimento do prazo do Art. 29 do Regimento Interno.

O Regimento Interno, ao prever a composição das comissões ao início de cada sessão legislativa, visou assegurar a rotatividade e a alternatividade, além de pretender corresponder à nova realidade das bancadas partidárias em cada eleição da Mesa Diretora, que se renova a cada dois anos.

Tem a presente questão de ordem a finalidade de indagar a essa Presidência sobre a aplicação dos Arts. 29 e 27, pretendendo que seja esclarecido se as comissões poderão funcionar com a atual composição até a nova composição, mesmo tendo expirado o prazo improrrogável de 15 dias que dispõe o Art. 29.

Sr. Presidente, indago quanto tempo ainda a Presidência levará para organizar a composição das comissões, publicando os nomes dos membros para que sejam feitas as eleições de presidente e vice-presidente, uma vez que já são passados mais de 30 dias de expirado o prazo regimental.

Essa é a questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Donato. Recebo a sua questão de ordem e responderemos oportunamente. Tem a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha nas galerias, aqueles que nos acompanham na TV Alesp, e as assessorias aqui das bancadas, nós vamos discutir o Projeto de lei, o PL 20/25, apresentado então pelo governador em exercício, o governador Felicio Ramuth, que dispõe sobre a inspeção, fiscalização e auditoria sanitária e industrial de produtos de origem vegetal e seus derivados e de produtos da agricultura e da fungicultura.

Projeto interessante, vindo da Secretaria de Agricultura. Aliás, uma secretaria que tem uma importância muito grande nesse governo: impede liberação de emendas. Tem uma emenda de cinco milhões acordada aqui nesta Casa com o líder do Governo, o deputado Gilmaci, com os representantes do PT na Comissão de Finanças, deputado Enio e deputado Marcolino, que construíram uma emenda de cinco milhões que seria destinada à feira do MST.

Secretaria importante que grava vídeo para falar mal dos trabalhadores e dos agricultores familiares. Secretaria que propôs um grupo de estudos para analisar o salário dos pesquisadores, até porque o governador insistentemente, ao longo desses anos, fez referência ao salário dos pesquisadores, deputado Teonilio Barba.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Alex Madureira.

 

* * *

 

Eu queria pedir para que a gente pudesse acompanhar as declarações do governador, esse governador do rumo certo, um governador que sabe que está levando o estado para o rumo certo.

Eu não sei bem qual é o rumo certo desse governador, mas eu queria que vocês pudessem ouvir o que disse o governador sobre os pesquisadores. Temos aí na cabine? Machado, o pessoal aí? Dá para passar ou não? Machado, vamos lá. Vamos ver se a gente tem um vídeo aqui. Bom, aí, vamos lá. Tem áudio?

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Não tem problema, pode aplaudir o governador, até porque ele está propondo cinco por cento de aumento. Aplaude. Eu gosto disso. Aplaude o governador dos cinco por cento, do rumo certo. Tem que aplaudir, porque olha o que ele disse, que vai melhorar a carreira dos pesquisadores, melhorar mais do que o salário pago pela Embrapa. Pura verborragia.

Eu fico impressionado, como é possível um governador do estado, que não conhece muito bem ainda o estado - é o cara que não sabia onde votava, qual era a escola, que trocou estações de metrô, de trem - tudo bem, não tem problema. Agora, depois de dois anos e meio, ter a cara de pau de falar que nós vamos reestruturar a Polícia Civil, que ia melhorar o salário da Polícia Militar, impressionante.

Porque assim, alguém aqui acredita em Papai Noel? O líder do Governo. Eu sabia, tinha alguém para apoiar o governador acreditando em Papai Noel. Está certo. Agora quero que vocês aqui que acreditam em Papai Noel, defendam os cinco por cento que, aliás, a defasagem não é de cinco, é de quase 12%, 11,69 por cento.

E parece que está tudo bem. O pessoal dando risada porque “Deixa para lá, é servidor, não é?”. O governador faz o discurso de valorizar o servidor e propõe um reajuste pífio, o governador propõe valorizar os servidores, pesquisadores da Secretaria de Agricultura e sabe o que ele fez? Não ouviu o grupo de trabalho.

Aliás, o grupo de trabalho está enviando mensagens a todos os deputados pedindo primeiro, deputada Beth Sahão, que deve estar por aqui, precisa retirar a urgência. Esta Casa não é pastelaria, aqui pastel não sai a toda hora. Mas o governador acha que é porque tem uma base articulada com emendas, emendas robustas, polpudas que possibilitam o governo a chegar a 60 votos e considerar isso aqui uma pastelaria.

Pastelaria, só se for na casa do governador, porque aqui não pode ser pastelaria. Aqui a gente deveria ter tempo, deputada Bebel, de fazer o debate, de ter a audiência pública, de ouvir quais foram os servidores, pesquisadores que serão valorizados, que puderam falar, que puderam discorrer sobre essa proposta inepta que o governador manda para esta Casa e com urgência. Aliás, manda com urgência (Inaudível.)

Pior, quer uma pior ainda, deputado Leite? O governador manda projeto aqui, que só passa a valer depois de aprovado, não tem nem a retroatividade para data-base dos servidores.

É uma coisa de louco. Deputada Bebel, que é sindicalista, que acompanha a luta, sabe o que a gente está falando, do descaso, do destrato que esse governador tem com o serviço público. E depois fala em valorização.

Eu fico me perguntando se está valorizando os policiais que bateram o bumbo, se está valorizando o policial civil que bateu, se está valorizando os professores que estão em greve. Não é possível. E aí mandam um projeto, o Projeto nº 20, de 2025, que quem vai atuar, fiscalizar, são esses mal pagos.

O governo está entregando as empresas importantes, como a Sabesp e outras, para a iniciativa privada e está destruindo o estado em todas as áreas, na Educação, na Saúde, na Segurança Pública. A gente viu agora os índices da Segurança Pública. Tem gente dizendo: “Eu não acredito mais em Segurança Pública no estado de São Paulo”.

Todo dia tem assalto de celular, é a dona Maria... Eu estive outro dia na zona sul, pedindo permissão aos deputados e deputadas da zona sul, para fazer uma reunião em um bairro periférico lá da zona sul, e eu ouvi as mulheres dizerem assim: “Nós não podemos mais sair da missa com anel, aliança, porque as pessoas roubam a gente”.

Nós estamos falando dessas pessoas que estão desprovidas de qualquer tipo de amparo do Governo do Estado. A Segurança pública é de responsabilidade do Governo do Estado; a Saúde pública, uma parte da responsabilidade é do Governo do Estado; a Educação, uma parte da responsabilidade é do Governo do Estado.

Bom, aí o governador manda seis projetos com pedido de urgência, com aumento de 5%, e manda um que bateu o bumbo, que tinha deputados apoiando sobre o salário mínimo do estado: 1.804. Que lindo, não é? Mil oitocentos e quatro para quem? Nem para os servidores do estado. Muitos servidores do estado não ganham o salário mínimo estadual e não vão ganhar.

Fazer embaixada com o chapéu dos outros é a coisa mais bonita que tem, botar deputado para aplaudir salário mínimo de 1.804 é a coisa mais bonita que tem. Mil oitocentos e quatro para servidor que não ganha salário mínimo. Sabe quando que ele vai atingir os 1.804? Com o abono, abono que não incorpora, abono que não tem para a aposentadoria.

É esse o tipo de estado que o governador está querendo para o estado mais importante da Federação? É incrível isso, é achar que a gente pode acreditar que o salário mínimo de 1.804, que ele bateu o bumbo, vai resolver a vida das pessoas. Eu peço aqui, sugiro aos deputados e às deputadas que são muito interessados no tema, que deem uma olhada nas categorias que vão ser beneficiadas pelos 1.804.

Tem trabalhador que ganha mais de 1.804, porque fez convenção sindical, porque teve acordo. Baristas, técnicos estão muito acima dos 1.804. E pior, o governador não paga os seus servidores e propõe um salário que alguns já ganham muito mais. Esse é o governador Tarcísio, que, aliás, se coloca, assim, acima em um pedestal, colocando situações que não existem...

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Questão de ordem, presidente. Questão de ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Sr. Deputado Lucas.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Só para confirmar, nós estamos discutindo o PL nº 20, de 2025, não é isso?

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Discussão e votação do Projeto de lei nº 20, de 2025.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Pedir para o orador, por gentileza, só se ater ao tema, porque nós vamos ter a oportunidade de discutir o salário mínimo, a revisão dos salários, e tenho certeza de que os deputados de situação também têm muito a dizer. Nem o governador, nem os secretários, acho que ninguém...

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, por uma questão de ordem. Por uma questão de ordem.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Eu estou finalizando a minha questão de ordem.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, isso não é uma questão de ordem.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Acho que ninguém gosta quando alguma classe fica descontente, mas acho que haverá um momento oportuno. Não quero cercear o debate, só queria pedir ao presidente que peça para o orador que se atenha ao tema. Se ele não tiver nada para falar sobre a proposta, ele ceda o tempo a mim, porque de agro a gente entende um pouquinho, a gente pode discutir o negócio aqui também...

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não entende é de funcionário público, não é? Sr. Presidente, eu estou me atendo ao projeto de lei no que diz respeito aos servidores, porque tem aqui um projeto tramitando que diz respeito aos pesquisadores que estão na secretaria de onde eles serão os responsáveis por tratar desse tema.

Se o deputado não leu o projeto, se o deputado não sabe o que está sendo discutido - aliás, se o deputado do agro não se preocupa com os trabalhadores da Secretaria de Agricultura -, os deputados do PT se preocupam, os deputados do PT trazem aqui quais são as agruras dos trabalhadores.

Falar do agro com a boca cheia é fácil, agora pagar mal os servidores que são responsáveis por pesquisa é fácil, porque não tem nenhum problema para o governador, para os deputados. Aí querem, inclusive, cercear o debate, é impressionante. Bedel aqui, não.

Sr. Presidente, eu não estou fugindo do tema, o tema diz respeito a uma proposta que está vinculada à Secretaria de Agricultura, e é sobre isso que nós estamos discutindo. Agora, se o deputado do agro não conhece o termo bedel, é talvez porque não tenha estudado. Devia ter estudado mais, devia ter se preocupado, sentado nos bancos das escolas, ter se dedicado a aprender um pouco mais.

Bom, Sr. Presidente, dito isso, eu queira aqui continuar trazendo quais são as preocupações sobre esse projeto. Na verdade, são duas ressalvas a esta proposta. Aliás, por falar em agro, eu me lembro de debates que a gente fez aqui...

É, Sr. Presidente, se o senhor puder pedir para o deputado se recolher ao quadrado dele, eu agradeço, porque assim não dá. Eu não posso falar e um deputado ficar na minha fala, interrompendo, Sr. Presidente. Não dá, pega o Regimento e distribua, Sr. Presidente, por favor. Bom, aliás, a gente já fez isso, é que nem isso o deputado lê.

Ambas as duas ressalvas, ambas estão em dois pontos que foram abordados por meio de emendas ao projeto de lei. Primeiro ponto refere-se ao Art. 31, que prevê a possibilidade de terceirizar os serviços de inspeção e de educação sanitária, restringindo, apenas, o poder de fiscalização aos servidores concursados. O segundo ponto, problemático, é que não estão previstos tratamentos diferenciados para estabelecimentos vinculados à agricultura familiar.

O deputado Simão Pedro apresentou emendas nesse sentido, a liderança do PT a mesma coisa, na tentativa de corrigir as distorções do projeto. Infelizmente o governador olha para esta Casa, para a bancada governista e acha que é uma pastelaria.

Nós precisamos acabar com a pastelaria, começando aqui a fazer o debate e propondo mudanças importantes que possam, de fato, ajudar as pessoas, ajudar a agricultura familiar, ajudar o agro.

Porque, se o governo pagasse bem... Aliás, reconhece que a Embrapa paga melhor do que o Governo do Estado, só que ele não conseguiu fazer com que o projeto de lei resolva o problema, o projeto de lei que diz respeito aos pesquisadores, pesquisadores responsáveis por discutir e fiscalizar o que está preconizando esse projeto.

Então esse é o grande problema e o grande debate. Nós vamos discutir os outros seis. Aliás, nós vamos pedir a retirada da urgência e vamos propor, no caso de pagamento de salário, de benefício, que haja retroatividade. É o básico, até porque este governo tem muito dinheiro, deputado Barba.

Eu nunca vi, nós estamos em... Ele tem tanto dinheiro que, em alguns casos, gasta mal. Pega a questão da Secretaria das Mulheres, continua gastando mal. A gente viu os índices de violência contra as mulheres aumentando, 12% executado, três meses. É um absurdo, não é?

Então, assim, bom, eu não vou fugir do tema, senão o deputado vai ficar preocupado com essas informações. Informações são importantes porque, assim, elas precisam ser ditas para que elas possam ser corrigidas. Quem sabe a gente não tenha as correções necessárias? Não para este governo, do rumo certo. Este não tem mais jeito. Este é um governo fadado ao erro, ao equívoco, às posições pendulares.

É um governo que começa assim: “Nós vamos retirar os livros didáticos”. Não, depois botam os livros didáticos de novo. “Nós vamos retirar as câmeras corporais dos policiais”, volta as câmeras de novo. “Nós vamos fazer “Free Flow”, pedágios no estado todo, Sorocaba”, volta e tira Sorocaba. É o governo do rumo certo, só não sei para onde.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Para falar contra, deputado Donato.

 

A SRA. DANI ALONSO - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem, deputada Dani Alonso.

 

A SRA. DANI ALONSO - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de fazer um comunicado. Cumprimentar aqui o nosso vereador Marco Cruz, da nossa cidade de Marília, vereador que está em seu primeiro mandato, representando, dignamente, nossa população, principalmente todos os nossos moradores do bairro Jânio Quadros.

Que Deus continue te abençoando, te capacitando. Você é muito bem-vindo nesta Casa para trazer as demandas da nossa querida cidade de Marília, que, com certeza, junto com você, estaremos trabalhando. Que Deus abençoe, e seja sempre muito bem-vindo.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputada. Cumprimento o vereador Marco Cruz, da cidade de Marília. Seja bem-vindo à Assembleia Legislativa de São Paulo.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Presidente, posso fazer uma breve comunicação? Posso? Um minutinho antes, se o senhor me permitir com a anuência do orador aí. Um minuto só, porque o deputado Fiorilo traz meias palavras aqui, e a gente é obrigado a rebater.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Ninguém aqui... Aliás, pelo menos, ninguém aqui não. Eu vi algumas pessoas se manifestarem aqui. Eu não estava na Casa ontem, cheguei hoje para a sessão, e certamente, quando o tema, justamente, por conhecer e respeitar o Regimento, quando o tema for o aumento dos servidores públicos em geral, que inclui, na minha opinião, baixo, baixíssimo aumento, que está sendo dado para os policiais militares, em especial.

Assim como os professores, são classes que merecem uma atenção especial, até porque o governo insiste em sempre mostrar, de maneira correta, a melhora efetiva dos números da Segurança Pública. Nada mais justo do que honrar aqueles que estão lá na ponta respeitando e fazendo com que esses números sejam entregues.

Agora o senhor pode falar de servidor público, falar de agro, o agro brasileiro, que é o agro que mais sustenta o meio ambiente no mundo, é o agro mais sustentável do mundo, a gente podia falar de funcionário público, por exemplo, do Ibama, que, durante os quatro anos de gestão Bolsonaro não tivemos problemas.

Olha que coisa de louco, hein. Foi só o PT entrar, oito meses do Ibama em greve, a Amazônia desmatando, a Amazônia pegando fogo, toda hora. Bateu o recorde aqui, bateu o recorde ali. Agora, para vir falar mal do estado de São Paulo é muito fácil. Agora, enxergar os próprios erros, talvez nem tanto. Eu acho que é importante que façamos o debate aqui, mas eu fui muito claro, não estava cerceando a palavra de ninguém.

Só acho que esta Casa, os demais deputados, aqueles que nos acompanham pelas mídias e nos acompanham aqui, merecem respeito. Se eles estão aqui para ouvir a discussão sobre o tema 20/2025, não é hora de fazer palanque político eleitoral aqui, porque sabem que vão perder de novo a eleição aqui ano que vem, então já estão tentando desgastar o governador. Em vão.

A população percebe mais de 60% de aprovação e esses pequenos deslizes aí, como por exemplo, aumentos que talvez não venham como a gente gostaria, certamente vão ser corrigidos ao longo do caminho.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Com a palavra, deputado Donato.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem.

 

O SR. DONATO - PT - Não, presidente. Se quiser, eu aguardo aqui. Está interessante.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Não, se for, vai usar o seu tempo.

 

O SR. DONATO - PT - Não, claro que não. Nem comecei a falar.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Não, se eu pedir comunicação você tem que me dar. Eu faço uma questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputada, a senhora pediu “pela ordem”. Nós tivemos um “pela ordem” já com o deputado Lucas. Se a gente ficar parando, nós vamos parar a discussão do projeto.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - E daí? Então não desse para ele. Simples assim.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Após a fala do deputado Donato, a senhora fala. É simples.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Eu conheço muito bem o Regimento também, viu? Por favor.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Se a senhora tiver uma questão de ordem, tudo bem. Mas se for “pela ordem” para fazer comunicação.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu não vou fazer comunicação, é uma questão de ordem para o senhor.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Uma questão de ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu fui citado. Eu quero saber se o senhor vai me permitir responder ao deputado que me citou.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Sempre vai ser permitida a sua manifestação. Só iria pedir se, com a anuência do deputado, nós vamos utilizar o tempo dele.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, claro que não.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Senão, depois da fala do deputado, o senhor fala. Mas essa não é uma questão de ordem, deputado Paulo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Claro que é, Sr. Presidente. Eu fui citado.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - O senhor tem alguma dúvida regimental?

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Tenho. Ele disse que eu falei meias verdades. Sr. Presidente, desculpe. Eu jamais ofendi o deputado. Jamais. Então, eu queria propor ao senhor que eu pudesse utilizar os dois minutos que ele teve aqui, para respondê-lo.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Devolvo a palavra ao deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, todos que nos acompanham aqui nas galerias, todos que nos acompanham na Rede Alesp.

Bom, foi importante a fala do deputado Fiorilo, que mesmo que se saiu do tema ou não saiu, mas revelou que o deputado Lucas Bove está indignado com o baixo aumento que o governador está dando, e acho que nós vamos ampliar o debate aqui. Já foi um fruto importante desse debate. Já foi uma coisa. Você quer falar mais alguma coisa contra o governador, eu dou o aparte. Se for contra o governador, como essa. Mas vamos lá.

Vamos lá, a gente está aqui para discutir o PL 20, de 2025 que, enfim, dispõe sobre inspeção, fiscalização e auditoria sanitária e industrial de produtos de origem vegetal e seus derivados e de produtos da agricultura e da fungicultura.

Então, ele cria um serviço de inspeção estadual. É uma coisa positiva. Ele dá mais agilidade para o registro de conservas, de outros produtos dessa natureza, e espero que beneficie o pequeno produtor, mas isso não está explicitado no projeto. Por isso que a bancada do PT fez uma emenda nesse sentido, que priorize o pequeno produtor.

Ao mesmo tempo, nós temos uma outra emenda para que também não permita a terceirização do serviço de inspeção, porque para o serviço de inspeção precisa de fé pública, precisa de um servidor público de carreira que garanta e valide aquela fiscalização que foi feita. Isso só pode ser realizado por servidores de carreira.

Então é nesse sentido que a gente quer aperfeiçoar o projeto, mas aqui, infelizmente, a máxima que tem... Eu vim de um Parlamento Municipal, da Câmara Municipal de São Paulo, que tinha uma máxima. Projeto do executivo nunca sai como entra. Então, por menor que fosse a alteração, se conseguia fazer uma alteração. Geralmente para melhorar o projeto.

Aqui a máxima é: “projeto do executivo tem que sair do jeito que entrou”. Não se permite nenhuma colaboração do Parlamento, como se fôssemos incapazes de melhorar um projeto.

E a gente tem duas emendas para melhorar o projeto, para aperfeiçoá-lo, para garantir que o pequeno produtor seja privilegiado, para garantir que o servidor de carreira de fato exerça o poder de fiscalização e que, com disfarces de terceirização, não se prejudiquem as carreiras que são de estado, de fiscalização, que precisam ser priorizadas.

Mas eu queria falar também de um outro tema conexo, que é conexo porque diz respeito também à Secretaria da Agricultura, um debate absolutamente fundamental que está passando longe da Assembleia, de maneira ilegal está passando longe da Assembleia: a Constituição Estadual determina que a alienação de imóveis ligados à pesquisa tenha que ter autorização legislativa. E a gente não tem isso.

O Governo do Estado está colocando à venda 34 áreas em 25 cidades, áreas de unidades de pesquisa e desenvolvimento, unidades regionais de pesquisa e desenvolvimento. Lá atrás, há décadas, não é uma coisa recente, há décadas, para a gente ter essa agricultura pujante defendida aqui por todos, essa agricultura pujante, foi a partir de muita pesquisa e desenvolvimento da Embrapa e também da pesquisa desenvolvida nessas unidades regionais de pesquisa e desenvolvimento.

Quando foi concebida essa pesquisa, quem concebeu distribuiu pelo estado, porque em cada região do estado você tem um bioma diferente, você tem características climáticas diferentes...

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Com anuência do orador na tribuna, queria pedir uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Vamos proceder à verificação de presença. Peço ao deputado Paulo Mansur e ao deputado Carlos Cezar que procedam à primeira chamada da verificação de presença.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Constatado quórum regimental, chamo o deputado Donato para o tempo remanescente.

 

O SR. DONATO - PT - Sr. Presidente, eu falava aqui de um tema conexo, porque também é da Secretaria da Agricultura, que é a proposta de venda de 34 áreas que são usadas para pesquisa e desenvolvimento agropecuário no estado de São Paulo.

E como eu disse, quando foi concebido esse modelo de unidades, fazendas para desenvolvimento de pesquisa e desenvolvimento agropecuário, foram pensadas em várias regiões do estado, porque cada região tem um clima, tem uma característica.

E por que você precisa de áreas grandes? Eu entendi isso, porque eu fui visitar a unidade regional de São Roque. É uma área de 46 hectares, praticamente no centro da cidade. É uma área que, para reproduzir o clima para as pesquisas necessárias, precisa ter uma área grande.

Lá se pesquisou e se desenvolveu tipos de uvas mais resistentes às pragas, com maior qualidade para a produção de vinho. Se desenvolveu a pesquisa para melhorar a alcachofra na região. Se dá o apoio ao pequeno agricultor, a melhorar suas condições de produtividade.

Portanto, são áreas absolutamente estratégicas para a pesquisa e desenvolvimento. E elas precisam de áreas maiores. E áreas que, não sendo utilizadas, porventura, é exatamente pela falta de investimento em pesquisa e desenvolvimento. Eu vou dar alguns números aqui, que eu aprendi nessa unidade.

Por exemplo, o último concurso para pesquisador cientifico é de 2005, 20 anos atrás. Então você tem as áreas, tem a capacitação, mas você não tem os pesquisadores para ampliar a pesquisa. A carreira de apoio, então! O último concurso de carreira de apoio é de 85, 40 anos atrás. Todo mundo de aposentou.

Então, como é feita a pesquisa, por exemplo, lá em São Roque? São os produtores de vinho que financiam as pesquisas. São os produtores de alcachofra que financiam outras pesquisas.

Ou seja, não tem um investimento do próprio estado. O governador recentemente lançou o que se chama Rota do Café. Fez um evento no estado. Fez um, também, da Rota do Vinho, ano passado. Mas a Rota do Café e a Rota do Vinho existem, porque existiam essas unidades de pesquisa e desenvolvimento.

Foi lá, se não me falha a memória, na Fazenda Santa Elisa. Que agora ele falou que está fora dessas áreas, mas as outras 33 continuam. Lá que se desenvolveu a qualidade do café em São Paulo. Então é um governo anticiência. Fala aqui, no vídeo que o Fiorilo apontou, que vai valorizar os pesquisadores. Mas, na prática, não contrata pesquisador, não valoriza.

E as áreas de pesquisa, ele quer desmontar, porque, se não tivessem esses territórios, mantendo o bioma de cada região... Porque não adianta pesquisar uva se não for na região de são Roque, na altitude de São Roque, de 800 metros, com o clima de São Roque.

E não adianta pesquisar pesca - por exemplo, tem uma unidade em Iguape, se não me engano - se não for em uma área de pesca. Então você precisa dessas unidades. E o governador, ou melhor, o vendedor Tarcísio de Freitas, que não governa quase nada, só quer vender, quer arrecadar um bilhão de reais com essas áreas. E quer fazer isso sem autorização legislativa, apesar da Constituição Estadual exigir autorização legislativa.

Ele se vale de pareceres, assim como foi no caso da Sabesp, que é claro que precisava uma autorização legislativa, porque a Constituição assim determinava. Mas vai trabalhando em brechas e desrespeitando a lei. Então, a gente lamenta muito que seja esse o tratamento dado à pesquisa e ao desenvolvimento. Mas aí combina com o bonezinho do Trump que ele usou.

Combina bem, porque... o que o Trump está fazendo nos Estados Unidos? Atacando a pesquisa, atacando as universidades. E o governador faz isso aqui. Ataca a pesquisa, ataca o desenvolvimento tecnológico; fala uma coisa e faz outra. Aliás, ele é muito dissimulado. Essa é uma característica do governador. Ele é muito dissimulado, porque ele fala uma coisa e faz outra.

Já tive uma experiência. O deputado Lucas Bove não está aqui para me censurar, porque ele é o fiscalizador de fala dos outros. Mas o governador Tarcísio continua falando que São Paulo vai ser referência na transição energética. Mas ele vetou o incentivo ao carro elétrico, que é a coisa mais avançada, em termos de transição energética, do ponto de vista veicular, da eletromobilidade.

Vetou o incentivo ao carro elétrico. E fez um incentivo ao carro hibrido, de uma marca só. Adivinhem? Da Toyota. É só da Toyota. É projeto, como a gente diz, com CNPJ. É uma vergonha a gente ter aprovado um projeto com CNPJ aqui, que beneficia só um tipo de carro, só uma empresa. Fiz esses parênteses para mostrar que o governo tem essa política, ele fala uma coisa, faz um discurso, e na prática é outra. Na prática é completamente diferente: Ataca a pesquisa e o desenvolvimento.

É curioso também, vou dar outro dado interessante. O secretário da Agricultura, Guilherme Piai, parece que ele é de Presidente Prudente. É de Presidente Prudente? Ajudem-me, minhas colegas do Interior. Ele é de Presidente Prudente. Sabe que lá tem unidades regionais de pesquisa e desenvolvimento que não entraram para serem vendidas?

Ali onde ele produz, onde tem que estudar o gado, tem que estudar a soja, o milho, a cana, ali não, ali não vai ser vendido nada, porque ali está contribuindo para esse tipo de agronegócio. Mas quando é para estimular o pequeno produtor, para trabalhar de fato em áreas essenciais de desenvolvimento da Agricultura, aí se vende. Aí pode vender tudo.

“Ah, vou vender só a parte que não é usada para pesquisa”. Como eu disse, você precisa ter aquela área toda para reproduzir o bioma, para poder fazer a pesquisa. Em São Roque, por exemplo, tinha uma plantação de uvas, mas ela precisa daquele ambiente todo para reproduzir as condições em que é plantada a uva na região. Além do que a área podia ser muito mais utilizada para pesquisa se tivesse, de fato, contratação de pesquisadores e se tivesse investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

Então a gente lamenta muito que seja esse o caminho escolhido pelo Governo do Estado. A Associação dos Pesquisadores, a nossa deputada Beth Sahão tem liderado esse debate pela bancada, junto com a associação, já entrou na Justiça, conseguiu liminar suspendendo uma audiência pública.

Agora a Justiça exigiu que sejam detalhadas as áreas e que seja apontado, de fato, um estudo sobre o porquê de se vender cada pedaço, e a gente sabe que não tem estudo nenhum. Tem uma voracidade de fazer caixa, de arrecadar esse bilhão de reais.

Até porque é curioso, mas, lendo a LDO, tem um parágrafo interessante na LDO mandada para esta Casa. Tem uma incerteza na arrecadação do ano que vem, sabe por quê? Pelo tarifaço do Trump. O Trump, o do bonezinho que o governador vestiu. O tarifaço do Trump, a LDO do governador reconhece que vai ter impacto na economia paulista.

Aí ele, com medo desse impacto, quer arrecadar vendendo o patrimônio público, vendendo um patrimônio... É evidente que uma ou outra área você fala: "Isso aqui não tem sentido, quero fazer uma reforma patrimonial, vamos discutir isso". E se discute. Mas vender o patrimônio que é utilizado para pesquisa e desenvolvimento é condenar o estado ao atraso, é condenar o estado a não se desenvolver, inclusive na Agricultura.

Porque se o agronegócio é forte, é forte porque tem Embrapa, é forte porque tem a pesquisa no estado, é forte porque tem universidades que pesquisam. É isso que fez o agro forte, fora o crédito a juros baixos, fora todos os lobbies, porque o agro, além de tudo, mais do que tudo, o agro não é pop, o agro é lobby. Lobby para não pagar imposto, lobby para usar agrotóxico, lobby para ter juros baratos.

Mas, enfim, eu quero dizer o seguinte: é evidente que a Agricultura é fundamental, é uma das características do nosso Estado. Para privilegiar o pequeno agricultor, para dar condições de ele ser competitivo, a gente precisa de pesquisa e desenvolvimento e apoio científico.

Para isso, é necessário que essas áreas sejam mantidas como as áreas, e fortalecidas, porque, se só as mantiver do jeito que estão, elas vão acabar por decurso de prazo. Porque vão aposentando os pesquisadores, não tem reposição, e essas áreas vão ficar de fato vazias, sem uso. Mas é necessário mantê-las, em primeiro lugar, e, em segundo lugar, valorizar a carreira de pesquisadores.

A gente vai ter um debate aqui de um projeto que veio com regime de urgência, e a gente quer mais tempo para debater. Viu, presidente? Depois a gente vai falar com o presidente André do Prado para que a gente possa ter mais tempo para debater a carreira dos pesquisadores, carreira tão importante para o desenvolvimento da Agricultura, em particular da agricultura familiar no estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - A próxima oradora inscrita é a deputada Professora Bebel.

 

O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem.

 

O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria só de consignar a presença e cumprimentar a vereadora Fabiele, da cidade de Leme.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Seja bem-vinda, Fabiele, da cidade de Leme. Quem puder aplaudir a nossa vereadora... (Palmas.) Seja bem-vinda à Assembleia Legislativa de São Paulo. Com a palavra a Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, os assessores à minha direita, os assessores à minha esquerda, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, enfim, todos que nos assistem através da rede Alesp, sobretudo os vários debates que a gente aqui faz.

Eu, quando o deputado Paulo Fiorilo estava na tribuna, e que senti, vi uma certa irritação de um dos deputados, aliás, que estava acompanhando, a preocupação é “não está falando do tema”.

Ora, se você está falando de algo que tem a ver com funcionalismo, e isso aqui também trata da carreira também de quem pode trabalhar nesse projeto de lei que avisamos de antemão, ressalvados pontos levantados aqui, e com as emendas que foram apostas, a gente tem acordo, por óbvio. Nós somos favoráveis à inspeção de produtos de origem animal.

Aliás, em 2023, foi aprovada já uma lei, e essa se insere porque nunca, pelo menos é pela primeira vez, que você vai ter uma inspeção das algas, da cachaça. Enfim, a cachaça, acho que até não precisaria de inspeção, porque ela tem... Mas, de qualquer forma, a cachaça, enfim, uma série de produtos que são necessários para que...

Enfim, mas é importante incorporar as emendas da nossa bancada para que, de certa forma, nós consigamos fazer com que esse projeto fique, de fato, um projeto bom, um projeto que cuide daquilo que tem que ser inspecionado.

Mas, na parte central, é que pode caminhar também, deputado Eduardo, para terceirização, e com isso nós não concordamos. Nós entendemos que tem que estar aí sob a ótica do Estado, o Estado tem que ter o papel de prover essa fiscalização e essa inspeção.

Estou aqui também falando do funcionalismo público e, ao falar do funcionalismo público, a gente sabe que... Não sei se chegou o plano de carreira das polícias técnicas, me parece que ia chegar às polícias técnicas. Também ia ter como teve agora, dos técnicos pesquisadores.

E eu quero dizer para vocês o seguinte, qualquer plano de cargos e salários, qualquer carreira que não for discutida com a sua base, com aqueles que vão, na verdade, ser endereçados àquela carreira, com certeza não é bom. Você tem que debater, buscar saídas que tanto...

Por isso eu defendo que a comissão deva ser paritária, portanto, um espaço paritário entre o governo e as entidades que representam as diversas carreiras, exatamente porque é o momento de construção da vida profissional de qualquer que seja o funcionário público.

Por exemplo, esse projeto de lei. Se não tiver funcionário público para geri-lo, é mais um projeto de lei bom, que pode cair lamentavelmente, não vou usar o termo descrédito, mas fica lá sem acontecer. Nós temos que ter gente muito preparada. Por isso a gente defende concurso público, carreira, valorização de todos os servidores públicos do estado de São Paulo.

O próprio deputado, que é a parte “O”, que estava na tribuna disse: “Olha, 5% é muito pouco”. Eu também acho. Não é pouco. Cria, inclusive, distorções na própria carreira do Magistério. Digo para vocês com certeza, uma faixa da carreira do Magistério vai ter, na verdade, de reajuste com esse 5%, de 0,6% a 0,8 por cento.

O que vai significar isso? O que vai significar, na verdade, é uma falsa impressão de que teve um reajuste, mas não vai ter. Uma parte vai ter 5,2%, outra vai 5,3%, mas essa vai ter 0,6% e 0,8 por cento. Eu estou me dirigindo, exatamente, àqueles professores que são efetivos e que são estáveis, nos chamado categoria “F”, que estão na rede de ensino.

Nós estamos, por óbvio, em um processo negocial, tivemos ontem uma reunião dita de reconciliação, mas a gente esticou um calendário para 20 dias à frente, porque a gente quer, na verdade, que o processo negocial avance, mas avance com propostas que deem conta de responder aquilo que a categoria, que o funcionalismo público requer.

Por exemplo, o ticket refeição, gente, vão cobrar, com todo o respeito, ao ex-líder do Governo, que é o Xerife do Consumidor, comprometeu-se conosco que apresentaria no ano de 2023, ainda, um reajuste no ticket refeição. Até agora o nosso vale é coxinha, é de 12 reais. Se alguém comer com 12 reais, e depende da coxinha que você vai comer.

Então tudo isso tem a ver com valorização. Valorizar é respeitar os servidores públicos. Valorizar é nós termos claro que o serviço público e nem um gestor público toca a máquina no estado de São Paulo se nós não tivermos servidores públicos valorizados. Isso é fato. Não é?

Não adianta desmontar, porque se desmontar, o que vai acontecer é que cada vez mais vão degradando serviços públicos no estado de São Paulo e isso, lamentavelmente, tem acontecido aqui.

Eu quero chamar a atenção pelo o que falava aqui o líder da nossa bancada, deputado Donato. Acho que todos estamos envolvidos com essa luta, contra a venda dos prédios que produzem a pesquisa.

Sobretudo, por que, deputado Enio Tatto? Esses prédios que eles dizem que são ociosos, que não estão fazendo nada lá, não está acontecendo nada, não é verdade. São prédios experimentais, a pesquisa é experimental e tem que ter uma fase da pesquisa que seja experimental.

Não tem uma pesquisa que vai direto e reto, e já vai em uma... Não, passa por um processo experimental, aí o governo vai investindo para chegar na pesquisa, naquele produto enfim que se espera da pesquisa.

Eu costumo dizer que a soberania não se debate. A gente pode debater soberania nacional, é verdade, mas a soberania nacional não se atém somente àquilo que o país tem em termos de, sabe, riqueza. Sejam elas minerais, enfim, riqueza... Os vários biomas que temos, a riqueza mesmo que temos aqui em termos de arborização.

Aliás, quero chamar atenção que a matéria do Fantástico, no domingo, deixou claro que a ação do governo federal sobre a população Yanomami, que estava lá magra, morrendo... Em face da ação do governo federal, está todo mundo reestabelecendo a sua dignidade humana de povos originários. Isso é muito importante, porque passa pela alimentação, passa por tudo.

Então é importante deixar claro que a ação já tem um efeito, porque não deixamos os povos originários morrerem à míngua. Deu tratamento, cuidou daquelas crianças, as crianças estão todas lá no seu habitat, porque lá é o habitat, e tem o investimento do governo federal para lá também. Então é importante destacar essa questão.

Voltando para o que eu chamava de soberania, soberania, para mim, é quando você investe pesadamente na Educação, começando por creches, pré-escolas, pós-graduação, vai e desenvolve a ciência, tecnologia e inovação. Isso é soberania. Produzir ciência é o que há de mais caro para nós. É o que tem que ser.

Veja o Trump. O governo Trump está neste momento, na verdade, fazendo algo ruim para o mundo, muito ruim. Nós aqui no Brasil dependemos do quê? Do aço, que está sofrendo com a taxação.

Mas, se nós não tivéssemos tido o golpe dado na presidenta Dilma, se a gente tivesse aplicado 75% dos royalties do Pré-Sal, eu tenho certeza de que nós já estaríamos exportando muita coisa para fora e, Oxalá, já estaríamos emancipados no que diz respeito a trazer coisas de fora para cá, o que eu não condeno.

Eu acredito que um país pode ter, sim, relação internacional com outro, mas não ser eternamente dependente, como fazem os Estados Unidos da América, querendo que o mundo se ajoelhe para eles.

Isso não acontecerá, porque cada país tem a sua relação interna e tem relações com outros países. É necessário que nós entendamos isso quando a gente faz um debate de monta, que é sobre a pesquisa, sobre a extensão, sobre a tecnologia e a inovação.

Se não fossem as universidades, a gente não teria avançado tanto. Eu acredito piamente que o Brasil tem condições de ser, sim, um cartão de visitas no que diz respeito à agenda climática, por exemplo. Temos, porque somos nós é que temos mais biomas e tudo quanto é forma, nós temos mais extensões territoriais e matas. Nós é que temos isso, nós temos condições.

Nós vamos ter condições também se aqueles que tiverem comprometimento com a agenda do clima de fato tiverem e assim assumirem, senão vai desmatando e a gente vai empurrando a agenda do clima para frente. Neste ano, vamos ter a COP 30, não é? Vamos ter a COP 30. É o momento de avançar e pautar exaustivamente este tema, porque ou nós pautamos este tema ou nós morremos.

Então me desculpe o meu companheiro lá da Comissão de Educação, deputado Lucas Bove, mas quem sobe aqui na tribuna, deputado, pode até tratar do assunto em pauta, como de resto tratamos, dissemos que tem pontos para serem aprimorados, mas isso não quer dizer que a gente não venha poder fazer, colocar os nossos posicionamentos frente à gestão do Governo do Estado de São Paulo, que é um pouco disso.

Dizer que, agora para terminar, nós vamos estar no dia nove, de novo, lá na frente da Secretaria do Estado da Educação, porque o governo, só para falar, quando...

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Para concluir, deputada.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Concluirei. Quando o governo judicializou a nossa greve, a gente antecipou a data e puxamos para o dia nove, momento em que faremos o debate da mesa de negociação.

Um forte abraço, muito obrigada.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Questão de ordem, deputada Thainara. Já quero chamar aqui o deputado Ortiz Junior, para falar a favor.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Para a Presidência da Assembleia Legislativa desta Casa, referente à ausência de indicação tempestiva dos membros das comissões. Nos termos do Art. 260, do Regimento Interno, formulo a presente questão de ordem tendo em vista a inobservância do Art. 18, inciso III, alínea “a”, ambos do Regimento Interno desta Casa, que tem a seguinte redação.

O Art. 18.: “São atribuições do Presidente, além de outras expressas neste Regimento, ou que decorram da natureza de suas funções ou prerrogativas.” Inciso III, quanto às Comissões, alínea “a”: “nomear, à vista da indicação partidária, os membros efetivos das Comissões e seus substitutos”. Essa disposição deve ser interpretada conjuntamente com o Art. 27, §1º e §4º, que determina prazo sucessivo para os líderes e, posteriormente, para o presidente exercer a competência acima mencionada. Ademais, determina a possibilidade de prorrogar o mandato dos membros das comissões.

A situação poderia ser resolvida de modo e princípio intuitivo. As indicações para as comissões não são eternas e deve ser reconhecida a existência de um mandato cujo termo ocorrerá por ato do presidente. A disposição do §4º, do Art. 27, afasta, em princípio, a solução pela existência de um mandato para os membros das comissões. Em função da determinação, que sejam prorrogadas até a sua substituição.

Ora, então caso não seja exercida a prerrogativa regimental de indicar os membros das comissões, independentemente da atuação dos líderes, inclusive os parlamentares indicados na primeira sessão legislativa, poderiam permanecer até o final da legislatura, o que é logicamente inadmissível.

Nestes termos, não se pode admitir que sejam mantidas as comissões em funcionamento, em função das indicações realizadas no início da legislatura, fazendo, assim, com que se transforme em letra morta a disposição regimental do Art. 26, que determina a composição da comissão para cada um dos biênios da legislatura.

Essa é a questão de ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Esta Presidência recebe a questão de ordem da nobre deputada Thainara Faria e responderá em momento oportuno.

Deputado Ortiz Junior tem o tempo regimental.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Cumprimentar todos os colegas, as colegas que estão aqui. Eu venho aqui para sustentar a importância desse projeto de lei apresentado pelo Governo do Estado.

Fazer algumas considerações que eu considero importantes e relevantes, trazendo um pouco esta discussão para um contexto um pouco maior da experiência de outros países, a experiência de outros municípios, enfim, que vem sendo exitosa aí, e que diz respeito, especificamente, a essa questão colocada aqui nas falas dos deputados que foram contrários ao projeto de lei, que eu acho que considero relevantes algumas observações.

Primeira observação, quando se diz que falta investimento na contratação de especialistas, de técnicos para que a Secretaria de Agricultura possa desenvolver o seu trabalho, a gente perde a perspectiva importante de que, grande parte da produção agropecuária do Brasil ou da experiência de expansão agropecuária do Brasil, vem a partir do investimento feito em pesquisa pelas cooperativas de produtores.

Eu quero dar alguns exemplos importantes aqui, não necessariamente... Claro que o sistema tem que ser híbrido, claro que a secretaria tem que ser indutora dessa pesquisa, como o ministério também, mas...

Tem uma experiência curiosa lá em Taubaté, que eu queria compartilhar com vocês. Taubaté é uma cidade ali no Vale do Paraíba, entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, e tem uma fazenda produtora de camarão. Sim, Taubaté é um dos maiores produtores de camarão do País. Taubaté está a 100 quilômetros do oceano.

Como é que isso se dá? Porque nós temos fazenda de camarão desenvolvidas a partir de tanques de água salgada, da experiência de empresários locais que financiaram a pesquisa e a produção e que conseguiram esse resultado importante em Taubaté.

E assim é com vários outros arranjos produtivos do estado de São Paulo. Eu cito o arranjo produtivo do mel de Redenção da Serra. Redenção da Serra é o principal município produtor de mel do estado de São Paulo. Não tem um centavo de investimento público.

Todos os produtores se cooperaram em uma cooperativa, pagaram técnicos especializados na produção, na meliponicultura - que é o cultivo de mel pelas abelhas nativas -, ou na produção do mel a partir da abelha de ferrão, e hoje Redenção da Serra é um dos grandes produtores de mel no estado de São Paulo e no Brasil.

Natividade da Serra é o maior produtor de cambuci do Brasil. E cambuci é a matéria-prima para diversos produtos e subprodutos da agricultura brasileira. E não tem um centavo, não tem um centavo de recurso público no planejamento, na pesquisa. E é possível atingir resultados importantes.

Ali em São Bento do Sapucaí... Aliás, parabéns ao governador que iniciou as obras da Estrada do Baú, que é uma estrada importante que liga Campos do Jordão a São Bento do Sapucaí, que vai permitir na “Toscana brasileira” - que é o principal conjunto, ali na face norte da Serra da Mantiqueira, ali na face interna na Pedra do Baú -, a produção de vinhos e azeite de muita qualidade. O azeite de Santo Antônio do Pinhal e de São Bento do Sapucaí são os mais premiados, hoje, do mundo.

O vinho produzido naquela região é um vinho de excelente qualidade, tanto tinto, quanto rosé, quanto o branco, e não tem um centavo de pesquisa pública. Os cooperados daquela região da “Toscana brasileira” - que é ali na face interna da Mantiqueira - é que financiaram as pesquisas.

Então é absolutamente natural e normal que, no mundo todo... Olha, lá, o vinho Alentejo, ali em Portugal, do Vale do Alentejano, é todo fiscalizado pelo Poder Público, com agências certificadoras.

Ou seja, você tem o modelo híbrido de fiscalização: o Poder Público regulamenta e o Poder Público organiza, mas quem certifica é uma agência reguladora, é uma agência, melhor, certificadora privada. E não há nenhum problema nisso, no modelo híbrido.

Então acrescentar aqui uma emenda estabelecendo que o Governo do Estado não pode terceirizar à iniciativa privada a fiscalização, é um enorme de um equívoco. Quem é que vai conseguir fazer um concurso público para, por exemplo, contratar um especialista em camarão para fiscalizar a produção de camarão de Taubaté?

Quer dizer, isso é absolutamente sem sentido. Claro que o modelo é híbrido. Claro que o modelo tem de prescindir necessariamente de uma agência certificadora, como é no mundo todo.

Olha só, no Canadá é o modelo híbrido: você tem o poder público fiscalizando e você tem uma agência certificadora, delegada pelo Poder Público, para fazer as fiscalizações necessárias.

O Poder Público não consegue especialistas em todas as áreas. Você vai abrir um concurso público, você vai publicar um edital e você vai ter um grande conjunto de candidatos aprovados nesse concurso público.

Mas você não pode colocar no concurso público, no edital, necessariamente a formação em mestrado em café, para fiscalizar a produção de café aqui na região do estado de São Paulo que produz café em altitude, que é um dos principais cafés do Brasil, de exportação.

Então você não consegue contratar, por concurso público, o especialista para fazer esse tipo de fiscalização. Claro que você tem que ter as agências certificadoras privadas com especialistas nos mais diversos assuntos.

Então, o Canadá funciona assim: sistema híbrido. Os Estados Unidos funcionam com o sistema híbrido. A União Europeia só fiscaliza com agências certificadoras. A África do Sul, com agências certificadoras. Nova Zelândia fiscaliza com agências certificadoras. É claro que o Brasil tem que também evoluir para um sistema híbrido de fiscalização.

O Poder Público mantém a capacidade de regular e de planejar as políticas públicas, e agências certificadoras com especialistas, contratadas ali no âmbito privado, auxiliando o Poder Público nessa fiscalização específica.

Então, refutando aqui as emendas colocadas, e que hoje fundamentam a palavra dos deputados contrários a esse projeto de lei, dizendo que é absolutamente necessário e importante.

O que a gente pode estabelecer é que a fiscalização não seja delegada exclusivamente às agências certificadoras. Isso sim. Então, o Estado conserva o poder de Polícia, o Estado reserva para si o poder de Polícia, mas ele pode delegar esse poder de Polícia a essas agências certificadoras.

E o segundo aspecto importante é dizer que a capacidade de planejar, a capacidade de pesquisar, a capacidade de entregar qualidades na produção, ela é sem dúvida nenhuma uma tarefa importante do produtor que tem o recurso financeiro.

O manejo ali dessas propriedades vinícolas de São Bento do Sapucaí é um manejo caro. Para se chegar naquele ponto, foram 20 anos de pesquisa. E esses 20 anos de pesquisa financiados pela iniciativa privada.

Grandes proprietários ali de terra que passaram a entender que ali o clima, a acidez do solo, permitiam o desenvolvimento das uvas de qualidade, isso permitiu 20 anos de pesquisa e se chegar nesse estágio de produção em que se chegou.

As cooperativas de produção de arroz no Rio Grande do Sul, se chegou a esse estágio de produção para ser o estado mais produtor de arroz do Brasil, graças às pesquisas financiadas pela iniciativa privada, pelos cooperados, grandes produtores de arroz que se mobilizaram em torno disso.

Então dizer que é só o Poder Público que é capaz de induzir a pesquisa é um grande equívoco. Claro que o Poder Público tem de estimular a pesquisa, mas é muito importante não perder de vista que a iniciativa privada tem uma tarefa e um papel importante na pesquisa agropecuária para permitir a expansão dessa produção.

Celebrar aqui, fazer uma recordação importante aqui, já encaminhando para o final da minha fala. Há dois anos faleceu o Alysson, o Dr. Alysson Paolinelli, que foi um grande ministro da Agricultura no governo Geisel. Ele ficou cinco anos como ministro, foi o ministro mais longevo da Agricultura no nosso País, foi ele que expandiu a Embrapa, foi ele que permitiu a exploração econômica do cerrado brasileiro. Render aqui uma homenagem, já que a gente está falando aqui de fiscalização, de pesquisa.

Render uma homenagem ao Dr. Alysson Paolinelli, que foi talvez o grande expoente. Um agrônomo, engenheiro agrônomo, um grande expoente da pesquisa agropecuária no Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Obrigado aos nobres deputados por me ouvirem.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputado Ortiz Junior. Seguindo aqui a ordem dos oradores inscritos para falar contra. Deputada Beth Sahão.

 

O SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente. Como o plenário está vazio, eu gostaria de pedir uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. O deputado Ortiz, por favor, deputado Ortiz, se puder nos ajudar aqui, nos auxiliar na verificação de presença, e o deputado Carlos Cezar. Procedendo à verificação em primeira chamada.

 

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- Verificação de presença.

 

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- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o quórum regimental, com a presença da deputada Bruna Furlan. Agradeço ao deputado Carlos Cezar e ao deputado Ortiz Junior pela verificação de presença e devolvo a palavra para a deputada Beth Sahão.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputadas e deputados desta Casa, servidores, público que está na galeria, telespectadores. Hoje a avaliação é sobre esse Projeto nº 20, de 2025 de autoria, na verdade, não sei se é do governador ou do vice-governador.

Enfim, de qualquer modo, o projeto acaba não atendendo aquilo que nós gostaríamos que um projeto dessa natureza pudesse atender. Primeiro, porque ele terceiriza funções. Segundo, numa área que já é extremamente fragilizada, que é a área de defesa agropecuária. Uma área que há muitos anos não tem investimentos públicos, não tem concurso público, faltam servidores.

Porque eles não conseguem, por absoluta falta de recursos humanos e de recursos materiais, apesar dos esforços dos servidores que lá estão, mas eles não conseguem cobrir as necessidades do estado de São Paulo.

Principalmente o estado cujo interior tem na Agricultura, no setor agrícola, no setor agrário, uma forte renda econômica. Na verdade, uma predominância da agricultura em muitas regiões do nosso Estado. No entanto, esse projeto, ora apresentado pelo governo, deixa de lado essas questões, terceiriza funções em mais uma tentativa de sucatear mais um setor da área pública.

Cada período é um. Uma hora vem o Itep, uma hora vem a Sucen, uma hora vem os institutos de pesquisa, que eu vou falar já sobre isso. Outra hora vem a defesa agropecuária. Enfim, como disseram alguns deputados que me antecederam aqui, é um governo vendedor.

Na verdade, é uma imobiliária, Imobiliária Tarcísio. Vende-se tudo nesse Estado, tudo, desde quando esse governo, infelizmente, assumiu. E queria aqui trazer, Sr. Presidente, uma reportagem ampla, que saiu no site da “Intercept”, a respeito da venda de uma fazenda em Pindamonhangaba. Uma fazenda que foi vendida uma grande parte dela. Foram 350 hectares, sem a devida licitação, sem a devida transparência.

Foi um negócio entre amigos. Sabe, negócio de pai para filho, que se enxuga para valer o valor da terra, para vender mais barato. Foi vendida a preço de banana, deputado Conte Lopes, literalmente a preço de banana.

Uma área cujo hectare pode valer, pode variar de 100.000 a 130.000 por hectare foi vendida pela bagatela de 50 mil reais. Uma área que produz pesquisa científica em tempo integral.

Os amigos que compraram, seguem os nomes deles: o imóvel foi vendido para o Paulo Skaf, do grupo SFA Agro, Paulo Skaf; seu filho Gabriel Junqueira Skaf e mais dois empresários da região, o pecuarista Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio - espero que não seja parente do nosso querido Thiago Auricchio - e o cirurgião vascular e pecuarista Rubens Freire Gonçalves. Na verdade, esse aqui tem uma propriedade, deputado Simão Pedro, vizinha, que faz cerca com essa propriedade que foi vendida.

Então foram 350 hectares a R$ 17.100.000; esse valor foi subavaliado, porque se fosse avaliado a preço de mercado deveria ser vendido por 100 mil a 130 mil reais. Então essa é a tentativa - essa é a tentativa, não -, esse já é o caminho que o governo Tarcísio vem demonstrando, o que quer fazer com os institutos de pesquisa, o que ele quer fazer com as fazendas experimentais. São mais de 35 fazendas experimentais espalhadas por este Estado.

O deputado Donato veio aqui, falou sobre a fazenda de São Roque, uma fazenda em que eu estive semana passada, visitando e vendo que ela tem possibilidades. A própria comunidade quer a continuidade das parcerias importantes que existem na pesquisa, principalmente no que diz respeito aos produtores de vinho, pequenos produtores de vinho, pequenas cooperativas de vinho, que têm ali um subsídio para a sua produção, que tem ali uma orientação para poderem aprimorar, cada vez mais, seja no tipo de uva plantada, seja no tipo de vinho produzido.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.

 

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No entanto, sabe quantos pesquisadores tem lá por conta do sucateamento que vem sendo promovido por esse governo? Tem um pesquisador, um pesquisador, numa área extremamente importante, numa área de preservação ambiental também, porque eles têm uma área de APP ali, uma área de preservação permanente. As nascentes dos rios certamente serão destruídas se essas áreas forem parar nas mãos inescrupulosas do setor privado, que quer fazer disso uma exploração imobiliária.

Porque o Sr. Paulo Skaf, juntamente com os seus sócios, na verdade, um dos ramos em que ele atua, grande, é o ramo imobiliário, é o ramo da construção. E se compra ali...

Sabe como eu descobri isso? Eu descobri porque vi uma foto desses quatro senhores que eu acabei de citar montados em cavalos no interior da fazenda. Isso foi fotografado por um funcionário, que eu tenho que preservar o nome porque ele tem medo de retaliações - e com razão, porque isso pode acontecer.

E o governo não consegue explicar. Eu fiz um requerimento à Procuradoria Geral da Justiça solicitando explicações sobre essa venda. Estou aguardando a resposta da Procuradoria, o que aconteceu para que esse valor, essas terras fossem vendidas tão baratas. Imagine você, deputado Enio, se você for comprar um lote de 200 m² em qualquer cidade deste Estado, das mais longínquas cidades, nos grotões lá do Interior, você não vai pagar nunca 50 mil reais. É impossível achar um lote de 50 mil reais. É impossível.

Agora imagine uma área que produzia, eu vou ler para vocês, o espaço era utilizado para pesquisa de bovinocultura de leite e de corte, aquicultura, piscicultura, melhoramento genético do arroz, além de estudos sobre agroecologia, plantas alimentícias e medicinais. Essa é a pesquisa pública.

A pesquisa pública é a pesquisa democrática. A pesquisa pública é a pesquisa que é socializada para as pessoas. A pesquisa pública permite que qualquer cidadão ou cidadã tenha um alcance no conteúdo desta pesquisa. A pesquisa pública não tem interesse econômico por trás disso.

O único interesse da pesquisa pública, independentemente da área que ela estiver sendo pesquisada - pode ser na Agricultura, pode ser na Saúde, pode ser na Biologia, pode ser nos Metais, pode ser aonde for -, quando ela é pública, ela tem um componente importantíssimo quando se faz pesquisa científica neste País, que é a isenção, que é a neutralidade de quem faz pesquisa. Ao passo que a pesquisa privada tem interesses econômicos por trás dela.

Ela pode até levar a resultados interessantes. Ela pode até levar a resultados importantes. A gente teve aí, no período da Covid, muitos laboratórios farmacêuticos multinacionais que fizeram pesquisas sobre a questão do vírus e chegaram a resultados importantes.

A gente aqui não está negando a importância também do setor privado, mas ele precisa complementar a pesquisa que é realizada fundamentalmente pelo setor público. E essa venda, ela diria para vocês, foi vergonhosa, e o governo deve explicações de que maneira que se chegou a esses nomes para comprarem essa fazenda.

É um ponto de interrogação. É preciso uma resposta, e a sociedade merece uma resposta, porque não é possível que uma venda seja direcionada - e foi direcionada - para um determinado grupo econômico.

E se outras pessoas quisessem comprar? E se pessoas que queriam lá para fazer, para dar continuidade, por exemplo, a esses projetos que vinham sendo pesquisados pelos servidores que ali estavam? Então, eu diria para vocês.

E, além disso, a unidade mantinha convênio com a Cooperativa de Laticínios do Médio Vale do Paraíba, a Comevap, que agrega hoje mais de 600 produtores de leite e também estão presentes em 20 municípios daquela região. Então, vocês veem como, qual é o impacto negativo que um ato desse acaba alcançando, infelizmente.

Um impacto devastador sobre uma área importante, uma área de preservação, uma área de pesquisa agroecológica, uma área de pesquisas para medicamentos que vêm, inclusive, daquelas plantas que ali estão.

No momento em que nós estamos discutindo a COP30, em que o mundo todo vai estar com suas atenções voltadas para a preservação ambiental, para os cuidados com a natureza, para tentar diminuir essas mudanças climáticas que têm provocado tantas tragédias mundo afora, a gente vê um governo irresponsável que coloca uma área tão importante dessa à venda. Isso machuca, isso é muito ruim. E, mais do que isso, o governo agora aponta que quer vender novas áreas.

Por sorte, conseguimos na Justiça, e por competência da Associação de Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, do seu corpo jurídico, da APQC... conseguiu primeiro uma liminar, impedindo que fosse feita uma audiência pública, que foi feita de qualquer maneira para justificar a possível venda de outras áreas, para, em seguida, também uma nova derrota pro governo Tarcísio numa das câmaras do Tribunal de Justiça.

E o nosso mandato também se juntou a isso, através de uma representação de elites com sorte para poder fortalecer ainda mais esta ação. E ainda bem que por hora isso está suspenso, mas nós não sabemos até quando.

Por isso é preciso mobilizar todas as categorias, e por isso mesmo, no próximo dia 14, aqui nesta Assembleia Legislativa, realizaremos, através da Frente Parlamentar em Defesa dos Institutos de Pesquisa e das Universidades Públicas, frente esta que eu tenho a honra e o orgulho de coordenar, uma audiência pública para poder traçar as estratégias necessárias para impedir que a vontade desse governador que já está de plantão seja realizada.

Nós temos que evitar que essas áreas tão preciosas, que têm tantas riquezas para o nosso povo, que promovem um trabalho de promoção, de pesquisa, de conhecimento, de produção de ciência, de produção de novas tecnologias seja jogado na lata do lixo, porque é isso que aconteceu.

E mais, Sr. Presidente. Muitas pesquisas, infelizmente, acabam sendo interrompidas, acabam não sendo concluídas, porque muitos pesquisadores se aposentam, não tem quem os substitua, e às vezes anos e anos de um trabalho árduo, difícil, que é duro de se fazer - eu já fui pesquisadora na Universidade Estadual Paulista, na Unesp, e eu sei o que significa isso -, e acabam também esses trabalhos sendo perdidos pelo caminho, porque não tem como ter continuidade diante de uma falta de um governo que não tem compromisso com a ciência, que não tem compromisso com o bom exercício do serviço público.

Então, por hora é isso. Certamente, Sr. Presidente, nós voltaremos a esta tribuna para dar continuidade a essas discussões extremamente importantes para o desenvolvimento do povo paulista. A gente não cresce, a gente não se desenvolve, a gente não é competitivo se a gente não leva em consideração e não valoriza a pesquisa científica no nosso Estado.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Continua em discussão.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Convido para fazer uso da tribuna, para discutir contra, o deputado Enio Tatto. Tem, pela ordem, o deputado Ortiz, enquanto o vereador se caminha para a tribuna.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - PARA COMUNICAÇÃO - Só para dar o meu testemunho aqui. Eu conheço o Dr. Rubens Freire. O Dr. Rubens é um médico cirurgião vascular de Taubaté. Tem um Hospital-Dia em Taubaté. Ele é cirurgião que opera nesse Hospital-Dia. Não precisa, mas ainda hoje faz seus plantões ali na UPA central de Taubaté, como cirurgião de corpo presente. Não é nem cirurgião a distância. Ele não faz plantão a distância.

É um cooperado da Cooperativa do Médio Vale do Paraíba, cuja sede é em Taubaté. É uma cooperativa com 600 produtores, pequenos produtores, médios produtores e grandes produtores de leite. O Dr. Rubens é cooperado. A fazenda dele, que ele possui, que é uma fazenda vizinha a essa área alienada pelo estado, é uma fazenda produtora de leite. Além disso, ele produz grãos, hortaliças, tem lá uma granja importante nessa propriedade.

Então, dizer aqui da idoneidade do Dr. Rubens Freire, que adquiriu - eu não sei em que condições ele adquiriu essa fazenda alienada pelo estado -, mas é importante dizer que ele é um homem honesto, sério. É um cirurgião respeitado na cidade.

Eu preciso dizer isso aqui, que ele é efetivamente um homem sério. As questões colocadas pelo deputado evidentemente têm que ser investigadas, mas é importante dar o testemunho aqui da idoneidade, da seriedade do Dr. Rubens Freire, que é um grande cirurgião formado na Universidade de Taubaté.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Registrado, devolvo a palavra ao deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Obrigado, Sr. Presidente. Gostaria de cumprimentar todos os deputados, público que nos assiste e funcionários da Casa. O PL nº 20, de 2025, dispõe sobre a inspeção, fiscalização, auditoria sanitária e industrial de produtos de origem vegetal e seus derivados, e de produtos da algicultura, que é a produção de algas, e da fungicultura, de fungos. 

A proposição busca definir e estruturar melhor as responsabilidades de inspeção e fiscalização dos produtos processados de origem vegetal, tal como já ocorre com os produtos de origem animal, além de definir procedimentos para as atividades de criação de algas e de fungos. 

É um projeto que, no final, a bancada do Partido dos Trabalhadores provavelmente vai votar favorável também. Mas por que a gente está obstruindo esse projeto, e qualquer outo projeto que venha do Governo do Estado? É por falta de cumprimento de acordos nesta Casa. 

A gente está tratando da área da agricultura. Foi feito um acordo aqui no final do ano, na votação do Orçamento, depois de muita discussão, que o Governo do Estado liberaria cinco milhões para a Feira do MST, do Movimento Sem Terra. Isso foi acordado e foi votado por todos os deputados, e esse Orçamento foi sancionado pelo governador. 

Pois bem, a Feira vai começar dia 8 próximo. Esse acordo não foi cumprido pelo Governo do Estado e pela base do Governo, que apoiou e que votou a favor. Então, a bancada do Partido dos Trabalhadores, entre outros problemas, está obstruindo, porque aquilo que é acordado, aquilo que é votado, aquilo que é sancionado pelo governador não está sendo cumprido. 

Isso acontece praticamente no mesmo período do Agrishow, em que muitos deputados participam. O presidente da Casa, o líder do Governo, acho que o deputado Carlos Cezar e muitos outros deputados também estavam lá em Ribeirão Preto prestigiando o Agrishow, que é um fato importante do agronegócio do estado de São Paulo e do Brasil. 

O Agrishow teve todos os incentivos, deputado Barba. Tudo, tanto é a presença de inúmeros deputados, o governador passa por lá, o presidente da Casa, o líder do Governo. 

Agora, uma feira para o MST, para trazer produtores da agricultura familiar, pequenos produtores de todos os estados do Brasil, que é tradicional aqui no Parque da Água Branca, onde é exposto tudo o que é produzido pela agricultura familiar, pelo MST, isso foi negado. Não foi cumprido esse acordo. Apenas cinco milhões. 

Então, não dá para admitir isso, porque é um rompimento de acordo votado por todos os deputados. No dia da votação do Orçamento, eu não vi nenhum deputado desta Casa levantar a mão e declarar voto contrário a esse valor, junto com outros valores importantes que foram colocados nos 160 milhões na Secretaria da Agricultura. 

Secretaria da Agricultura que, aqui no estado de São Paulo - e eu faço parte da Comissão de Finanças e Orçamento, o deputado Marcolino também faz -, tem apenas 0,32% do Orçamento. É dessa forma que o Governo do Estado verifica e trata a Agricultura do estado de São Paulo. 

Para o agronegócio, para a exportação, que também é importante para o Brasil, tudo. Agora, para o pequeno produtor, para o acampado, para o assentado, para a agricultura familiar, apenas 0,32% do Orçamento. Nem meio por cento. O que o pequeno produtor, o que a agricultura familiar produz? Produz aquilo que chega à mesa do trabalhador todos os dias. Produz arroz, feijão, batata, mandioca, as hortaliças, as frutas. 

O agronegócio produz laranja; agora, o restante das frutas está no pequeno produtor, na agricultura familiar. É aquilo que é saudável, inclusive com menos tóxicos, aquilo que é uma produção mais adequada. E o Governo do Estado não coloca nem meio por cento na Agricultura do estado de São Paulo. 

Quando há maior produção e investimento, a oferta do produto aumenta, atendendo à demanda. Como resultado, os preços caem nos supermercados, quitandas, feiras e demais pontos de venda.

Além de ter pouca verba para a Agricultura - menos de meio por cento, como eu coloquei -, não é empenhado aquilo que é publicado, que é aprovado aqui na Assembleia Legislativa. Só para você ter uma ideia, em 2003, de um bilhão e 92 milhões, apenas 861 milhões foram aplicados. 

Em 2024, de um bilhão e 120 milhões, nos quatro primeiros meses, apenas 328 milhões foram aplicados. Então é dessa forma que o Governo do Estado de São Paulo trata o pequeno produtor, o pessoal que produz, a agricultura familiar, que é de suma importância na mesa do trabalhador, no dia a dia, como eu coloquei. 

Então, governador Tarcísio, respeite o trabalho dos pequenos produtores do MST. O MST, para você ter uma ideia, é o maior produtor de arroz orgânico do País, e vem cada dia mais apresentando resultados positivos, de produtos saudáveis, sem agrotóxicos, que chegam à mesa do trabalhador. 

É o sonho de todos nós comer alimentos mais saudáveis, que trazem menos problemas de doença. Está confirmado cientificamente que traz muitos problemas aquilo que é produzido com muito veneno. 

Sobre as questões que foram colocadas aqui dos institutos de pesquisa, também chama a atenção como o Governo do Estado de São Paulo trata esses institutos. Como foi colocado muito bem aqui pela Professora Bebel, pela deputada Beth, o governo vê um local que, muitas vezes, está servindo de experiência. 

Você vê uma mata, você vê uma árvore, você vê um produto, um bioma que você tem que dar tempo até para você avançar nas pesquisas. O tempo é uma forma de você estudar esse produto, e o governo coloca como áreas improdutivas, áreas obsoletas, e, por isso, quer vender, quer entregar para a iniciativa privada. 

E neste projeto aqui chama a atenção não aceitar emendas do deputado Simão Pedro e do deputado Paulo Fiorilo, que vêm ajustar, vêm chamar atenção. Tem uma chave nesse projeto para que essa fiscalização, por exemplo, não seja terceirizada para você favorecer a iniciativa privada para ganhar dinheiro em cima de uma coisa da agricultura do estado de São Paulo. Nem essas duas emendas foram acatadas.

Aqui na Assembleia Legislativa, quando o Governo do Estado manda um projeto para cá, para que serve o Parlamento? Serve para ajustar, serve para discutir, serve para debater, serve para melhorar o projeto, mas é impressionante. É muito difícil uma emenda de parlamentares, não só da oposição, mas também da base, ser aceita, porque aqui é tudo na base da tratoragem.

E, como foi colocado no dia de hoje, é lamentável a forma como esta Casa está funcionando este ano. Nós estamos hoje no dia 6 de maio e não tem reuniões das comissões. Já está terminando o primeiro semestre, deputada Thainara, líder da Minoria, e não estão constituídas as comissões. 

Amanhã foi chamada uma reunião para a gente aprovar o nome da Raquel para a Artesp na Comissão de Transportes, que é a única que está sendo chamando reunião, mas não dá quórum, porque não foram indicados os membros. 

A Comissão de Finanças e Orçamento, uma comissão tão importante... Logo, logo a gente tem que correr o estado para discutir o Orçamento de 2026, e não foi chamada nenhuma reunião em cinco meses de trabalho de 2025. Então é absurdo, está paralisada esta Casa. Então precisa realmente fazer com que esta Casa funcione. É uma vergonha a gente falar isso para a população.

Muitos vêm nos procurar: “Olha, pauta lá na comissão tal, na Comissão de Educação, na Comissão de Saúde”. E olha que problema de saúde tem muitos, Segurança pública idem. “Pauta na comissão.” Mas não está tendo reunião, as comissões não estão compostas. E olha que tem muitos problemas no estado de São Paulo. Por exemplo, foi falado aqui, foi discutido no dia de hoje, a questão da Segurança Pública. Eu nunca imaginava isso depois de mais de 22 anos de deputado.

Sempre, em qualquer lugar do País, em qualquer lugar do estado de São Paulo, o problema, o primeiro lugar da reclamação da população, era a Saúde. Aqui no estado de São Paulo e agora no Brasil, que reflete muito o que acontece em São Paulo, o maior problema da população em todas as pesquisas é o problema da Segurança Pública. E é verdade, é um problema sério.

E o governo Tarcísio, o Governo do Estado de São Paulo, o secretário de Segurança Pública não têm dado solução para esse problema. Roubos de celulares, mortes, tragédias, como aconteceu ontem com um menino de 15 anos que foi assaltado e morto aqui no estado de São Paulo. 

E não dá resultado essa forma de Segurança Pública que o secretário Derrite, junto com o governador Tarcísio, tem implantado no estado. O problema é a arrogância, a soberba que em nenhum momento admite isso, que ele perdeu essa parada, e dessa forma, do jeito que administra e do jeito que trata a Segurança Pública no estado de São Paulo não dá resultado.

Chamou-me muita atenção, e eu recebi no dia de hoje o meu filho, que é vereador em Embu-Guaçu, e ele falou: “Pai, dá uma verificada no que aconteceu na área da Saúde na cidade de Cotia, na cidade de Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Vargem Grande Paulista, Taboão da Serra, Juquitiba, São Lourenço, Embu das Artes, Carapicuíba e Bom Jesus dos Perdões.” 

Sabe o que aconteceu, deputado Marcolino? O Governo do Estado encerrou os convênios que tinha com as clínicas dessas cidades para fazer diversos tipos de exames. Simplesmente acabou, e a gente sabe do tamanho da fila para muitos exames. Quem é que vai fazer esse trabalho? O Governo do Estado? Ele não colocou alternativa nenhuma. Ele simplesmente encerrou os contratos na área da Saúde com esses municípios. 

Sabe o que o governo fala? “Não, esses exames... quem vai ter que arcar com os custos é o município.” A gente sabe que esses municípios, principalmente esses que eu li aqui, que eu conheço muito bem, não têm recursos para isso. Ou seja, o que a gente vai perceber? Vão aumentar as filas, vai aumentar o número de pessoas que, muitas vezes, morrem sem fazer o exame adequado. É isso que vai acontecer aqui no estado de São Paulo. 

Então, governador Tarcísio, secretário Eleuses - que atende muito bem a gente -, eu não entendi essa situação de terminar os convênios com as clínicas que faziam esse trabalho, as clínicas particulares que tinham convênios com o estado, e jogar isso na mão das prefeituras que não conseguem resolver o problema de orçamento do seu município. 

Quem tem dinheiro é o Governo do Estado, é o governo federal, e não esses municípios. Então, com certeza vão aumentar as filas, muita gente vai ficar sem fazer os exames, e a gente sabe que, muitas vezes, por falta de fazer ou a demora de um exame leva à morte. 

E para finalizar, Sr. Presidente, eu não poderia mais uma vez, já fiz no Pequeno Expediente, deixar de lamentar a morte de um trabalhador hoje pela manhã, amassado numa estação de metrô do Campo Limpo entre a plataforma e o trem. 

Eu nunca vi isso. Simplesmente o trem avançou, e o trabalhador ainda estava entre a plataforma e a porta do trem. Isso é falta de planejamento, isso é falta de fiscalização, isso é falta de profissionais adequados para tocar as linhas privatizadas do metrô do Estado de São Paulo. 

Então, toda a minha solidariedade a essa família que perdeu um ente indo para o trabalho, às 8 horas da manhã, numa estação de metrô privatizada, tocada pela ViaMobilidade há pelo menos sete anos. E a gente ainda tem que assistir a esse tipo de tragédia aqui no estado de São Paulo, o estado mais rico, o estado mais poderoso do País.

Era isso, Sr. Presidente. 

Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Enio Tatto.

Dando sequência à lista dos oradores inscritos, com a palavra o deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, presidente da Assembleia, André do Prado, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e público que nos acompanha aqui nas galerias e também pelas nossas redes pela TV Assembleia.

Sr. Presidente, eu me inscrevi para discutir esse PL 20, de 2025. O autor é o vice-governador, Felicio Ramuth, governador em exercício. Dispõe sobre a inspeção fiscalização e auditoria sanitária industrial de produtos de origem vegetal e seus derivados e de produtos da agricultura e da fungicultura.

Primeiro comentário, Sr. Presidente. Aqui não temos, assim, uma posição contrária a esse projeto em si. Ou seja, ele vem para resolver uma série de lacunas e problemas que a gente presenciava aqui no Estado.

Ausência da participação do Estado, por exemplo, na atividade de inspeção, só fazia na parte sanitária, na parte de animais. Mas, na parte de vegetais não tinha qualquer atividade. Sempre ficando isso a cargo do Ministério da Agricultura. Mas nós percebemos muitas lacunas nesse projeto.

Por exemplo, ele não distingue, na ação de fiscalização, de inspeção, a grande, a grande agricultura. Nós temos dois tipos de agricultura no Estado. Temos o grande agronegócio expansionista, voltado para a exportação, que é um grande produtor, gera divisas.

Mas também traz, por trás, também muitos problemas, principalmente ao meio ambiente. Uso intensivo de agrotóxicos, desmatamento, poluição dos nossos rios e assim por diante. O custo é muito alto.

E tem a agricultura familiar, que responde por 36% das propriedades, mas ela tem uma coisa muito importante, que é a produção de alimentos que vão para a mesa dos brasileiros, porque 70% dos produtos consumidos na mesa dos brasileiros são oriundos da agricultura familiar, da pequena, da média.

Por isso é um setor que precisa da atenção do Estado, precisa de política pública, precisa de incentivo. Deputado Ortiz, eu quero aproveitar, e dar as boas-vindas, e desejar sucesso na sua nova missão aqui no Parlamento paulista. Com a sua experiência, evidentemente.

Então, por isso mesmo que me sentei com a minha assessoria e analisamos. “Olha, precisamos fazer uma emenda nesse projeto, para dar uma corrigida nele, para melhorar, né?” Eu acho que esse é o nosso grande papel.

Muitas pessoas me perguntam qual o papel de um deputado. Eu sempre falo: o principal é legislar. Legislar, votando nos projetos que o Executivo manda para cá, fazendo as alterações, melhorando com o instrumento das emendas. E também nós podemos legislar propondo projetos de lei.

Depois temos as outras tarefas, que é fiscalizar e abrir espaços para os grandes problemas, demandas, levando até o Governo do Estado, para que ele possa resolvê-las. Então esse papel da legislação é muito importante, e foi isso que a gente fez.

E o deputado Paulo Fiorilo também chama a atenção aqui. Nosso ex-líder, que está aqui, já fez o discurso. Já chamou a atenção, que o projeto não coloca nenhuma ressalva ou garantia de que esse serviço tão importante, estratégico, que tem que ser feito por servidores públicos qualificados, de preferência concursados, não pode ser terceirizado.

Então, vedando aí a possibilidade de esse serviço ser feito por empresas particulares. Porque aí mistura tudo, gera problemas e coisas que nós não queremos que aconteçam. Então, por conta dessa lacuna existente nesse projeto, a sua insuficiência, nós estamos em dúvida se votamos contra, se votamos a favor. Mas, inicialmente, são essas observações que eu queria falar.

Mas eu queria aproveitar essa tarde, que a Assembleia está reunida, temos quórum. Se a gente pedir aqui uma verificação de presença, vão correr aqui mais de 24 presentes.

Mas assim, o governo está entupindo essa Casa de projetos, tudo tramitando em regime de urgência, e assim por diante. Então eu queria chamar a atenção também de um projeto que tem um pouco a ver com esse assunto. (Voz fora do microfone.)

Obrigado, deputado Donato, pela intervenção importante. Mas o projeto, o governo entope aqui de projeto, deputado Barba, e assim não permite que a gente os discuta nas comissões afins. Por exemplo, seria bacana se a gente pudesse debater, fazer uma audiência pública na Comissão de Agricultura quando o projeto é relativo à agricultura.

Então esse aqui, por exemplo, o Projeto nº 410, de 2025, do governador Tarcísio, que propõe alterar três leis estaduais que têm a ver com...

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Primeiro, parabenizar V. Exa. pela fala, pela coerência de sempre e só dizer, pedir permissão para V. Exa. também, que nós acabamos aqui de fazer um acordo com o nosso deputado, liderança da Federação, liderança da Minoria, os demais deputados, Teonilio Barba, que nós vamos encerrar esta sessão, não haverá convocação da segunda sessão extraordinária, e que nós vamos dar por cinco horas discutido esse projeto, restando apenas uma hora para a semana que vem na votação.

Então, só para comunicar, porque daqui a pouco já vai encerrar a sessão e agradecer à V. Exa. pela oportunidade de poder anunciar isso.

Muito obrigado.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - De nada, deputado Gilmaci. Então eu estava aqui falando - V. Exa. é líder do Governo -, já falei da lei da inspeção, do nosso posicionamento, mas aproveito - V. Exa. pode ficar muito à vontade para... - para chamar a atenção desse Projeto nº 410, deputado Barba.

Aqui já foi votada, ano passado, a continuidade daquele PL feito pelos deputados aqui, contestado no Supremo Tribunal Federal, que doa praticamente as terras públicas, as terras devolutas para os ocupantes, mas não o pequeno e o médio, que nós já tínhamos resolvido com a lei votada aqui, em 2012, que era uma lei considerada boa pela oposição e pela situação. Eu mesmo ajudei a intermediar, encontrar uma solução que a gente permitia a regularização de terras públicas até 15 módulos rurais, que é o que é a Lei de Terras, a nossa Constituição permite.

Mas aí veio o governo Doria, eu não sei por que, o Tarcísio... O Tarcísio, não - o Doria e depois o Rodrigo. Eles, ao invés de proporem um projeto de lei, jogaram para que os deputados fizessem.

Eu já acho que isso é um vício de iniciativa, doação de terras. Então tem que ser do Executivo, mas não sei por que, acho que ficou com medo de ser responsabilidade, desse algum problema, e os deputados aqui tomaram iniciativa e votaram.

O Tarcísio usou esse projeto para fazer então a entrega das terras, principalmente do Pontal do Paranapanema, aquele perímetro todo ali, um milhão de hectares - que V. Exa. conhece bem lá, deputado Barba, que tem uma atuação junto aos agricultores familiares, aos assentados -, jogando por terra um bom instrumento que nós tínhamos, que era: regulariza a metade daquele que pede, que está em conflito com o Estado, regulariza a metade e a outra metade utiliza para fazer assentamentos.

Mas ele desprezou esse instrumento usado há mais de 30 anos, desde o governo Montoro, que vinha tendo sucesso, 7.000 famílias assentadas só lá na região do Pontal do Paranapanema com esse instrumento de negociação que envolvia Procuradoria-Geral do Estado, o Itesp, e com a nossa anuência.

Agora ele, assim, não satisfeito, mandou um projeto prorrogando esse prazo para dar tempo de regularizar para os grandes grileiros daquela região, que falsificaram documentos ou compraram propriedades e documentos falsificados, porque ali são terras devolutas, são terras do Estado.

Agora ele manda assim, na surdina, um projeto de lei para alterar de novo esse projeto, não só das terras do Pontal, que ele vai permitir agora, deputado Barba, que aquelas ocupantes de condomínios, somando um e outro, ultrapassem os 2.000 hectares permitidos pela Constituição. A malandragem que ele está fazendo para permitir a regularização, inclusive, desse tipo de condomínio, então manda para cá, em regime de urgência, e ninguém discute.

Não temos condição de fazer um debate a respeito disso. Então a gente vai passando aqui, vai passando todas essas ilegalidades. Enquanto isso a gente aguarda o Supremo definir, mas ele mais do que isso nesse PL agora, o PL 410, deputado Barba, ele também mexe com...

 

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- Assume a Presidência o Sr. Alex Madureira.

 

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O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputado Simão, esgotou a nossa sessão agora, às 19 horas e 20 minutos. O tempo de V. Exa. está preservado para a próxima sessão. O senhor tem mais quatro minutos preservados para a próxima sessão.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Eu termino, então, na próxima sessão as minhas conclusões.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Então esta Presidência declara encerrada a presente sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 19 horas e 20 minutos.

 

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