13 DE JUNHO DE 2023

16ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO, CARLOS CEZAR e GILMACI SANTOS

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão. Coloca em discussão o PLC 87/23. Anuncia a presença de vereador de Jandira em plenário.

        

2 - PAULO FIORILO

Discute o PLC 87/23.

        

3 - CAIO FRANÇA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

4 - PROFESSORA BEBEL

Discute o PLC 87/23.

        

5 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência.

        

6 - DR. JORGE DO CARMO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

7 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência. Anuncia a presença da cantora Sula Miranda em plenário.

        

8 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o PLC 87/23.

        

9 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Retifica o horário de início das reuniões conjuntas das comissões anteriormente convocadas, para que se realizem às 14 horas do dia 14/06.

        

10 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Discute o PLC 87/23.

        

11 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência.

        

12 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Discute o PLC 87/23.

        

13 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Encerra a discussão do PLC 87/23. Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de método de votação ao PLC 87/23. Coloca em votação o PLC 87/23, salvo substitutivo, emendas e subemendas.

        

14 - ENIO TATTO

Encaminha a votação do PLC 87/23, em nome da Minoria.

        

15 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação e declara aprovado o PLC 87/23, restando prejudicado o substitutivo.

        

16 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Coloca em votação e declara aprovadas as emendas nºs 3, 12 e 19, na forma de subemendas, restando prejudicadas as respectivas emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas, englobadamente, as demais emendas com pareceres contrários do congresso de comissões.

        

18 - PAULO FIORILO

Declara voto favorável às emendas da bancada da Federação PT/PCdoB/PV.

        

19 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Declara voto favorável às emendas nºs 1, 2, 3, 4, 7, 8, 9 e 11, em nome do PSOL.

        

21 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PLC 92/23. Encerra a sessão.

 

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- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental das Sras. e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 87, de 2023, de autoria do Sr. Governador. Em discussão. Para discutir a favor, com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

Antes, porém, do deputado Paulo Fiorilo iniciar suas palavras, gostaria de noticiar que está entre nós o vereador Velhinho, da cidade de Jandira. Seja bem-vindo, vereador. Grande trabalho na cidade de Jandira. (Palmas.) Aí, Velhinho.

Com a palavra então o nobre deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quem nos acompanha pela Rede Alesp, assessoria aqui das bancadas, eu me inscrevi para apenas aqui registrar um pouco qual foi o processo desse projeto de lei, o Projeto de lei Complementar nº 87, que deveria ter sido entregue junto com o aumento do salário mínimo.

Infelizmente, o governo mandou o aumento do salário mínimo, mas não mandou o abono. Porque... O que acontece aqui no estado de São Paulo? Nós temos vários funcionários que ganham menos que o salário mínimo. Aliás, funcionários que ganham 400 reais, principalmente na área da Saúde.

Nós fizemos todo um debate, no aumento do salário mínimo, propondo que, de fato, o mínimo pudesse ser aquele aprovado aqui, e não ter abono, ter uma diferença, porque isso é muito ruim para o Estado, que tem recursos, que poderia pagar bem seus funcionários.

Como nós estamos em um processo de debater reajustes salariais... Aliás, eu depois gostaria de perguntar para o líder do governo se já tem a data do envio dos projetos de aumentos salariais para as outras categorias.

Porque a gente já votou aqui a questão dos policiais civis e militares, mas o governador disse que mandaria da Polícia Penal, dos outros servidores, e o semestre está terminando, faltam apenas três semanas.

Depois nós temos a votação da LDO, então, deputado Danilo Balas, que é da base governista, é importante que o governador cumpra com a palavra e mande para cá o projeto de reajuste para que a gente possa fazer o debate.

E aí nós vamos estar atentos, até para que a gente não entre nas pegadinhas, não é? A gente já viu aqui que teve a pegadinha da previdência, mandou aumento para os policiais militares e policiais civis e quis taxar a providência. Então vamos ficar atentos.

Aí mandou o aumento do salário mínimo e esqueceu do abono. Nós apresentamos no Congresso de Comissões, deputado Enio, deputado Rômulo, Luiz Claudio, deputado Dr. Jorge, deputada Bebel, um voto em separado em que a gente defendeu essa questão do salário de 1550, do reajuste automático, do salário mínimo a partir dos índices inflacionários, iniciativas importantes que poderiam ajudar os funcionários para que a gente não tivesse que ficar aqui brigando para que eles mandem o projeto de abono e todo ano a gente ter que fazer essa discussão.

E agora eles mandaram o abono e tinha mais uma pegadinha. Faltou a retroatividade. É impressionante, não é? O salário mínimo a gente aprovou em maio, ele passou a valer a partir de junho e eles estavam propondo que o abono só tivesse validade a partir de julho, o que significa um mês sem abono e sem os 1550 para os funcionários do Estado.

Nós fizemos todo um debate na bancada do PT junto ao líder do Governo e agora, antes da reunião do Congresso de Comissões, ele trouxe incorporando emendas da professora Bebel e de outros deputados aqui, acho que do deputado Giannazi, da liderança da bancada, o que contribuiu muito para avançar esse debate.

Mas ainda é preciso registrar que o projeto é capenga, porque não incorpora os 1550 como salário, porque não incorpora a questão do índice inflacionário nos reajustes salariais do mínimo a partir do próximo ano.

Há várias lacunas nesse projeto. A bancada do PT sempre vai votar favorável a melhorar salários, aos abonos, mas é preciso deixar registrado aqui o nosso descontentamento, mais uma vez, principalmente nesse momento em que há uma discussão sobre reajustes salariais de várias categorias em que o governo poderia ter sido muito mais proativo, mandando para cá um projeto que pudesse contemplar o salário mínimo de 1.550 para todos os servidores que ganham menos, tendo como referência esse salário.

Infelizmente, mas é infelizmente mesmo, o governo não o fez. Espero que a gente tenha depois, do líder do Governo, a informação sobre os próximos projetos de lei que serão enviados de reajuste, porque ele está devendo, em especial para a Polícia Penal, mas também para o pessoal que trabalha na Fundação Casa e para as outras categorias que precisam de reajuste.

Sr. Presidente, então eu queria fazer esse registro e espero que a gente possa avançar nesse debate nos próximos projetos.

Muito obrigado. 

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, presidente. É possível uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim, é possível, enquanto chamo o próximo orador, que é a Professora Bebel, para discutir a favor.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só para complementar aqui a fala do meu colega, deputado Paulo Fiorilo, reforçando sobre um tema importante, ainda a respeito do salário mínimo paulista, eu vi o governador na sanção do projeto de lei que cria o mínimo paulista de 1540 reais, ele falando, em várias redes inclusive, que ele vai garantir um aumento real do salário mínimo durante os quatro anos do seu mandato.

Eu quero dizer que eu estarei aqui para poder apoiá-lo, e não só para apoiá-lo, presidente, como essa também - e aí serve também para toda a Casa poder refletir - essa era uma das emendas que, no caso, eu tinha apresentado pela bancada do PSB quando esse projeto tramitou aqui.

Então fica aqui até mesmo essa referência para que a gente possa valorizar esta Casa, visto que o próprio governador, agora em sequência, diz que fará isso nos próximos quatro anos. Eu quero, obviamente, antecipar que aumento real do salário mínimo é uma política necessária e importantíssima e que eu estarei aqui, obviamente, para poder ajudar.

É isso.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência agora, com a palavra a Professora Bebel, para discutir. 

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa de trabalhos, assessores a minha esquerda, a minha direita, Sras. e Srs. Deputados, público presente e todos que nos acompanham através da Rede Alesp.

Sempre que for para discutir direitos, seja do funcionalismo público ou da classe trabalhadora, nós, a bancada do Partido dos Trabalhadores, somos aqueles que sempre se colocam à disposição.

Às vezes não conseguimos tudo, não é, deputado Barba? O senhor é sindicalista, o deputado Marcolino também é, eu também sou, e a gente é talhado numa luta exatamente por aquilo que disse o deputado Caio França, para que o salário mínimo - de fato, o regional - seja perseguido de uma meta de valorização como o governo federal fez no sentido de ter uma metodologia de valorização do salário mínimo, que inclui a inflação mais o crescimento anterior do Produto Interno Bruto.

Enfim, uma metodologia em que talvez, com o tempo, nós também devamos avançar mais que a inflação num poder de compra, que foi se perdendo ao longo do tempo, exatamente porque nunca se teve uma política de valorização do salário mínimo. Quando a gente fala em valorizar o salário mínimo, às vezes, quem é empresário, deputada Beth, fala assim: “poxa, mas querem quebrar comigo, né?” Eu até ouço empresários, quem tem trabalhadores e trabalhadoras, mas também digo o seguinte: pode ter certeza de que se tiver um trabalhador bem valorizado, com certeza o desempenho é maior.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.

 

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Mas é por dinheiro? Sim. As pessoas às vezes dão demais de si para poder desempenhar uma tarefa, né? Então eu acredito que também tem uma outra lógica que na sociedade em geral, a gente acaba também garantindo mais poder de compra.

Se a gente dá rotatividade para a economia, a gente vai ter mais serviço público de qualidade, a gente vai ter mais Educação, mais Saúde, mais Segurança Pública, porque vêm dos impostos.

Quem mais gasta, para mim, aqui no Brasil, não é... Está certo, não estou fazendo uma briga de pobre e rico, mas o trabalhador é o que mais gasta. Ele vai dar rotatividade para a economia: se ele tem dinheiro, vai gastar, portanto o empresário tem mais condições de vender, né?

A gente vai fazer a economia crescer. A Renda Básica de Cidadania, cujo autor é o nosso nobre deputado Suplicy, é uma renda básica que trabalha exatamente no conceito de emancipação, de que o trabalhador, a pessoa mais simples, nunca ganhe menos que uma renda básica de cidadania.

Aqui nós estamos discutindo um salário mínimo de mil e 550 reais. Veja bem, eu quero ouvir o deputado Xerife do Consumidor, até agradecer a V. Exa. porque cumpriu um acordo que foi feito ali no corredor - né, deputado Enio Tatto? - de trazer imediatamente para esta Casa um abono que desse conta de compor para o restante do funcionalismo.

Isso aconteceu para todos os outros salários, não só o da rede privada. Tanto que a gente tem aqui os servidores da Saúde, aliás, da Educação, que são agentes de serviços escolares, ganhando 920, com abono complementar, dá 1.320, e o abono, conforme a proposta, tem mais 630 para chegar a mil e 550 reais.

Olha do que nós estamos falando: nós estamos falando do servidor público, agentes de serviços escolares, e mesmo agente de organização escolar, que ganha abaixo do mínimo e está complementando salários para chegar no mínimo, então está cheio...

Você pega os holerites desses trabalhadores e dessas trabalhadoras da Saúde, inclusive, a gente vai ver que está cheio de penduricalhos. Nosso sonho é que mudem essa metodologia e que transformem em reajuste linear de 17,42 para todos. Aí corrigiríamos todas as distorções.

Agora, da forma como está, vai ficar assim: um salário-base, no caso do agente de serviço escolar, de 920, e, depois, olha quanto: complementação de abono, 400; salário inicial atual, 1.320; aí mais uma complementação de 630. Se nós somarmos 630 com 400, dá 1.030, não é isso? Dá mais que o salário-base.

Quer dizer, está tendo mais gratificação do que salário-base, e é o salário-base que é referência para valorização, para a gente poder considerar tempo de serviço, enfim, fazer com que a carreira tenha um desempenho.

Nós vamos ter, na próxima semana... Olha aqui, é gritante quando a gente pega o auxiliar de saúde. Olha o auxiliar de saúde: 326 é o salário-base, uma gratificação de 550, mais um abono complementar de 445, para chegar ao antigo 1.320; e agora mais um de 675 para dar 1.550. Meu Deus, juntasse tudo e desse os 17,42. Você estaria partindo de outro patamar.

Então, isso, para nós, é algo assim... Eu não vou usar a questão de honra, mas é uma questão de política de valorização. Nós esperamos que tudo o que o deputado Caio França disse ali, no sentido de que o governador se comprometeu, nós também queremos. E eu concordo com ele. Agora, a gente tem que mudar a metodologia de como dar esses reajustes. Essa não é a forma mais correta.

A gente vê os professores da rede estadual de ensino, que ganham um mínimo de 4.450 e chegam a ter 2.500 de abono complementar, porque ele ganha dois mil. Isso é um absurdo.

Não é melhor dar o reajuste do piso salarial profissional nacional? Claro que é. Estaríamos falando de uma política de valorização; do contrário, a gente está chovendo no molhado em termos de valorização. Desculpe, está muito distante.

O senhor quer um aparte? Ou não pode? (Fala fora do microfone.) Uma comunicação? Depois.

Então, nesses termos, eu quero dizer o seguinte: a Apeoesp tem feito muito esse debate nas instâncias.

Na próxima terça-feira - vou chamar a atenção dos Srs. e das Sras. Deputadas -, estará nesta Casa para prestar contas, enfim, do serviço, da proposta de Educação do estado de São Paulo, até da política que teve aí, o secretário de Educação, Renato Feder. Vai estar aqui na próxima terça-feira. Espero que todos devam estar lá, porque é importante. Temos aí a reforma do ensino médio.

Ontem, tive a honra... Eu já sabia da propositura do ministro Camilo Santana, mas tive a honra de assisti-lo no Roda Viva e digo que foi show de bola. Não um show porque... Eu não acho que é só falar. Acho que é o conteúdo que foi dito, que ele deixou claro que haverá mudanças, sim, substanciais, no ensino médio.

Muitos vão discordar: “Ele tinha que revogar”. Ele falou que a luta não é revogar ou não revogar. A luta é a seguinte: “Vamos mexer na base nacional curricular? Vamos mexer, é isso que vamos fazer”. Então, estão vendo todas as tratativas para escapar do Congresso Nacional, porque o Congresso Nacional, deputada Paula, não vai votar, não quer votar a revogação, não quer, porque o Mendoncinha Filho foi aquele que foi senão ministro da Educação na era do Temer e ao mesmo tempo a BNCC foi na era Temer, era Bolsonaro.

O primeiro ano de implementação dessa farsa desse ensino médio foi o ano passado. Não precisou ir muito longe para a gente ver a desgraceira que está o ensino médio na vida dos estudantes e os pais têm clareza que ninguém está aprendendo nada. E a dissonância que está entre a questão do Enem, como o Enem vai cobrar e com que base vai ser cobrado esse Enem.

Se for com base nos itinerários formativos, deputado Jorge do Carmo, os filhos e filhas da classe trabalhadora de antemão já estão reprovados, desculpe, porque o que se cobra lá não tem nada.

Você espreme, você não sabe o que que os meninos tiveram e nós avisamos que ia ser uma grande enganação isso aí. Então fechando parênteses aí do Camilo Santana, eu quero dizer que ontem na entrevista dele ele deixou claro.

Vai ter a diminuição, por exemplo, das aulas; vai dar bolsa de estudos para alunos trabalhadores, porque não adianta ter ensino médio integral e o aluno não poder trabalhar. Ele vai sair do ensino médio - é disso que nós estamos falando -, mas se ele tiver uma bolsa de estudo... Eu se tivesse na época, eu ganhava meio salário mínimo quando eu trabalhava, porque disse que era meio período.

Então você ganhava meio salário mínimo. A conta era no lápis, mas você trabalha mais que o meio dia; a gente sabe disso. A Ediane não está aí, mas ela sabe como é que são os trecos das donas de casa. Então nada contra as donas de casa, pelo amor de Deus, mas estou contando um histórico meu que era assim. Então se você trabalha meio período, beleza, só que o seu trabalho era de um dia inteiro, entendeu?

Ninguém queria medir por fita métrica para ver quanto nós trabalhávamos naquele meio período. Então quer dizer, se eu tivesse meio salário mínimo para estudar, deputado Jorge do Carmo, eu só teria estudado e dava lá em casa e beleza. A minha mãe não tinha condições e ninguém tinha condições.

O importante foi que eu pude estudar; poderia ter sido mais tranquilo. Então fechando esses parênteses eu quero dizer que também fomos assim... Eu pelo menos fui pega de surpresa com essa mudança também do atual secretário de Educação - questão que nós precisamos levantar na semana que vem - com tirar o ensino profissionalizante das Etecs.

Porque as Etecs têm cumprido um papel, as Fatecs, todas elas têm cumprido um papel. Agora vai levar para dentro das escolas do Estado ditas regulares e vai dar o ensino profissionalizante.

Eu sou contra? Não. Eu só quero saber com que metodologia e se haverá integração entre o ensino geral e o ensino profissionalizante e como ficarão no caso as Fatecs e as Etecs, se será um esvaziamento aí dessas escolas que têm dado bons resultados.

É isso, Sr. Presidente, e agradeço todos e todas e pedir à bancada do Partido dos Trabalhadores total acordo com a votação nesse PL 87 e com as emendas que estão nele, que são da nossa bancada e da bancada de oposição.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem pela ordem, deputado Dr. Jorge do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem V. Exa. o tempo de dois minutos enquanto o próximo orador se dirige à tribuna para falar a favor, o deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu venho fazer esta comunicação porque entendo o assunto extremamente relevante.

Sr. Presidente, desde o primeiro dia em que cheguei a esta Casa, em 15 de março de 2019, encampei dentre tantas lutas a luta em defesa da acessibilidade da estação Guaianases da CPTM.

Os deputados e deputadas certamente já viram nos telejornais o quanto nós temos problemas naquela estação exatamente por falta de acessibilidade. Fizemos diversas ações, atividades, lá na estação, fizemos abaixo-assinado, encaminhamos para a CPTM. Quero dizer que valeu a pena a luta.

A CPTM já encaminhou projeto de execução para que nos próximos meses tenhamos acessibilidade, além dos melhoramentos daquela estação da CPTM que fica lá na região leste, no fundão da zona leste, em Guaianazes, o projeto contempla escadas rolantes, melhorar os acessos das plataformas, adequações pontuais, e o que é mais relevante: a gente não vai ter mais, esperamos que não demore muito, não vamos ter mais nenhuma pessoa com dificuldade na mobilidade, com nenhuma pessoa em idade avançada, tendo que fazer um esforço descomunal para acessar as plataformas da estação da CPTM de Guaianazes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

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Isso é uma demonstração de que a luta, deputado Luiz Claudio Marcolino, que a luta vale a pena. E porque aquela população que tanto reivindica de mim e de outros deputados, e da população daquelas comunidades lá e das lideranças da região que reivindicaram e, graças a gente poderá ter resolvido de uma vez por todas a questão da acessibilidade na estação da CPTM de Guaianazes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Dr. Jorge do Carmo. Antes de passar a palavras ao deputado Luiz Claudio Marcolino na tribuna, eu queria aqui, com muita alegria, anunciar a presença entre nós da minha querida amiga, rainha dos caminhoneiros, Sula Miranda, visitando a nossa Assembleia Legislativa. Sula, seja bem-vinda. (Palmas.)

Obrigado pela presença, Sula.

Luiz Claudio Marcolino com a palavra, deputado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, só rapidamente relembrando o projeto de lei que aprovamos aqui, que era a estruturação do salário mínimo estadual, a qual nós aprovamos no valor de mil, quinhentos e cinquenta agora nos últimos dias, e o governador ficou de encaminhar o projeto de abono.

Mas é importante fazer uma reflexão sobre as emendas apresentadas por diversos deputados estaduais e diversas bancadas, para fazer essa adequação, lembrando um pouco de como foi constituído o salário mínimo estadual aqui no estado de São Paulo.

Uma lei federal de 2002 autoriza os estados do País a poderem ter um salário mínimo regional estadual acima do salário mínimo nacional. Só que esse salário mínimo, uma lei de 2002, só passou a valer no estado de São Paulo a partir de 2007.

Mas como é que essa construção, que vem sendo trabalhada, nobre deputado Simão Pedro, o salário mínimo de 2002, a lei, em 2007 começa a valer, nós estamos agora em 2023. Desde 2007, é o mesmo raciocínio: aprova o salário mínimo estadual.

Mas sempre foi perceptível que uma parcela dos servidores públicos da Saúde, da Educação, de diversas áreas, nobre deputado Suplicy, recebem um salário menor do que o salário mínimo estadual. Então em 2007: completa com abono; 2008: completa com abono; 2009, dez.

Estamos falando de 2023, e o governo utiliza a mesma prática de todo ano fazer um complemento com abono para os servidores públicos do estado de São Paulo que recebem menos do que o salário mínimo estadual.

Isso é um crime que se acaba fazendo com o trabalhador e com a trabalhadora do serviço público do estado de São Paulo, que já ganham um salário baixo, e não têm a recomposição sequer do salário mínimo estadual.

O que estamos dizendo com isso? Esse trabalhador, quando se aposentar, não terá o seu salário na integralidade, porque todo ano o salário dele é complementado com o abono.

Esse abono não é levado para vantagens pessoais, ele não se incorpora no seu salário real. Então isso é um crime com o servidor e com a servidora pública do estado e da Educação no nosso Estado.

Aí a gente olha aqui o relatório que foi apresentado agora pelo governo, ele coloca aqui o percentual, e olha o questionamento que é feito em relação às emendas apresentadas que tentam corrigir, que tentam corrigir a distorção apresentada no projeto.

Apesar do elevado mérito contido nas propostas, nossa análise é no sentido de que tais medidas acarretariam a criação de despesa de caráter continuado, violando o disposto no Art. 24 da Carta Paulista.

No tocante à vedação, há um aumento de despesas de projetos de iniciativa exclusiva do Poder Executivo. Nós sabemos que é prerrogativa do Poder Executivo, só que essa prerrogativa do Poder Executivo é desde 2007, deputado Rômulo, 2007. Nós estamos em 2023.

Sabe-se que é necessário fazer essa correção, e desde 2007 na estrutura do salário mínimo estadual sempre foi feito combinado com abono, o Executivo já poderia ter encaminhado nos últimos anos, ou mesmo esse ano um projeto fazendo adequação com salário real para esses trabalhadores.

E nós estamos falando aqui no estado de São Paulo para algumas áreas, na Saúde, como auxiliar de saúde, auxiliar de laboratório, auxiliar de radiologia, agente de saúde, oficial de saúde, agente de saneamento, auxiliar de enfermagem, desinsetizador, agente técnico de saúde, técnico de enfermagem, auxiliar de análises clínicas, técnico de laboratório, técnico de radiologia. São todos trabalhadores que ganham menos do que 1.550 no estado de São Paulo. É desses trabalhadores que nós estamos falando.

Nobres pares, deputados e deputadas, nós estamos falando de servidores da Saúde do estado de São Paulo que muitos de vocês durante a campanha eleitoral de 2022, com certeza, devem ter passado nos hospitais pedindo voto, pedindo apoio, e hoje estão inclusive aqui nessa Casa de Leis, talvez com apoio de muitos desses servidores.

O que nós propomos nas nossas emendas é apenas uma adequação, é uma valorização desse servidor público que durante o período da pandemia salvou milhares de vidas dos nossos familiares, dos nossos parentes, dos nossos amigos no estado de São Paulo.

Então, o mínimo que o Governo do Estado poderia fazer, ou mesmo os nobres deputados, é fazer uma adequação nas emendas que foram apresentadas pelos deputados estaduais na Assembleia Legislativa: bancada do PT, do PSOL, do PSB, bancadas que têm esse compromisso, uma responsabilidade com o servidor público no estado de São Paulo.

Então, sabemos, Sr. Presidente, que em relação a esse projeto que debatemos nesse momento, a nossa bancada do Partido dos Trabalhadores votará favoravelmente a esse projeto, à garantia do abono, mas colocamos, vamos reiterar a necessidade de uma valorização dos servidores públicos da Saúde, da Educação que recebem menos que o salário mínimo no estado de São Paulo.

E tem um crime maior ainda que vai acontecer nos próximos dias em relação a esse projeto e a esse abono que nós estamos aprovando nesse momento, nobre deputada Andréa.

A hora que chegar na Casa o projeto de lei que vai reajustar os salários da Educação, que vai reajustar da Saúde, esses trabalhadores que estão recebendo o abono agora serão descontados do reajuste que esses servidores receberão quando for votado o reajuste da Educação e da Saúde.

E foi proposto fazer uma adequação, uma emenda para garantir que quando esses trabalhadores tivessem um reajuste, quando vier o projeto para essa Casa não fosse descontado esse abono, e será descontado.

Então,  é um crime que essa Casa, a hora que aprova um projeto de lei como esse sem analisar efetivamente o impacto com esse valor para essa trabalhadora, seria o momento de a gente fazer uma correção, um ajuste, uma adequação em pessoas que não servem hoje no estado de São Paulo do mesmo jeito que nós também servimos a população desse Estado.

Mas seria o momento de garantir um mínimo, uma reposição de 17% que foi dada ao salário mínimo estadual para esses servidores que serão contemplados apenas com abono nesse momento.

Votaremos favorável, mas faremos o debate da necessidade de ter uma valorização de servidores do nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, nobre deputado Luiz Claudio Marcolino.

Para fazer uso da palavra agora, a nobre deputada Paula da Bancada Feminista.

Antes, porém, enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência retifica a convocação da reunião conjunta das comissões, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei 919, de 2023, para constar seu início às 14 horas de amanhã, mantendo as demais disposições.

Mesmo porque esse Congresso seria às 11 da manhã, e nós teremos aqui várias comissões funcionando nesse momento, então o presidente está mudando para as 14 horas, com as mesmas disposições, demais disposições. Muito obrigado.

Com a palavra a deputada Paula.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Boa tarde aos colegas deputados, às pessoas que nos acompanham na galeria, aos funcionários desta Casa e a quem nos acompanha pela Rede Alesp.

A bancada do PSOL também é favorável e votará favorável ao PLC 87, de 2023, porém, nós consideramos fundamental travar o debate aqui sobre o que significa, de fato, esse projeto de lei.

Por que eu digo isso? Desde dia 1º de junho está em vigor o novo salário mínimo paulista, de 1.550 reais, um valor que foi estabelecido pelo próprio Governo e encaminhado para esta Casa pelo próprio Governo do Estado.

A oposição, inclusive, teve uma tentativa de aumentar esse valor com diversos índices e, mais do que isso, prever a possibilidade de aumento ou a necessidade de aumento anual e o reajuste de acordo com a inflação que acontecesse todos os anos aqui nesta Casa, e nos fosse encaminhado projeto de lei semelhante a isso todos os anos  nesta Casa.

O projeto que passou, o projeto que foi aprovado, foi justamente o projeto encaminhado pelo governador para esta Casa, com uma única emenda, que acrescentava uma nova categoria, mas que mantinha o valor de 1.550 reais, valor esse, repito, estabelecido pelo próprio Governo do Estado.

Quando esse projeto chegou, nós, da oposição, falamos muito, insistimos muito no fato de que deveria ter sido encaminhado para cá também um projeto de lei que reajustasse igualmente o salário dos servidores públicos estaduais, ou seja, que são comandados pelo Governo do Estado, e que ganhavam, ganham ainda abaixo do salário mínimo paulista que foi votado nesta Casa de acordo com a proposta do governador.

Nós entendemos como uma surpresa bastante negativa ver que quando esse projeto de lei foi encaminhado para cá, do reajuste, esse reajuste, na verdade, não era um reajuste salarial, mas sim como complementação a partir do abono.

E eu quero deixar bastante nítido por que isso é um problema, porque o fato de o governador ter estabelecido um salário mínimo paulista de 1.550 reais para todo o estado de São Paulo é um problema diante do fato de que ele mesmo não vai garantir o cumprimento desse mesmo valor de reajuste salarial para os servidores públicos estaduais que ganham abaixo do piso salarial do estado de São Paulo.

Porque abono, queridos colegas, não é salário. O abono não tem o mesmo impacto para fins previdenciários que o reajuste salarial tem. E não é justo com esta Casa, com os altos salários desta Casa, com os altos salários do governador, com os altos salários que existem no estado a gente dizer para um servidor público que ganha  menos de 1.550 reais que ele não tem o direito de se aposentar recebendo os 1.550 reais que são estabelecidos pelo próprio governador como o salário mínimo paulista.

Isso não faz nenhum sentido. Não faz sentido que isso seja estabelecido por forma de abono e que isso não tenha nenhum impacto depois, para fins previdenciários, que o servidor que ganha 900 reais, 700 reais como salário-base, vai seguir ganhando esse mesmo valor, porque, repito, abono não é reajuste salarial.

É muito injusto e equivocado que, diante do aumento do salário mínimo paulista, existam ainda servidores públicos estaduais que ganhem abaixo do piso estabelecido neste Estado.

Então nós votaremos favoráveis ao projeto, mas apresentamos também um substitutivo que garantia que esse reajuste viesse, de fato, em forma de reajuste, e não de abono, porque nós entendemos que essa, sim, é uma política fundamental de valorização do salário e do servidor público.

Falando ainda em valorização do salário de servidor público, valorização de carreira de servidor público.

Eu quero informar que, hoje, os servidores do Centro Paula Souza, que compreende as Etecs e as Fatecs, fizeram uma paralisação, estão paralisados. São mais de 100 Etecs e Fatecs em todo o Estado que estão paralisadas diante de uma campanha que está sendo feita pelos servidores do Centro Paula Souza.

Campanha essa que pauta o reajuste salarial e a valorização da carreira dos professores e técnicos administrativos, sim. Mas também fala sobre a necessidade de investimento na estrutura e reforma nas escolas, na reversão das privatizações nas terceirizações e na necessidade de pagamento imediato do bônus resultado.

Então, quero, também diante dessa discussão aqui sobre o reajuste do salário ou, na verdade, sobre o pagamento do abono para servidores que ganham abaixo do piso... Eu quero dizer também sobre a importância de que, o mais rápido possível, seja encaminhado para esta Casa um projeto de lei de reajuste salarial - e reajuste real, não por meio de abono - das demais categorias que ainda não tiveram os seus salários reajustados.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a nobre deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, boa noite a todos. Muito rapidamente. Confesso que toda vez que vem projetos sobre direitos trabalhistas dos servidores públicos do estado de São Paulo, é bastante difícil entender.

Primeiro, porque quem tem uma experiência só da iniciativa privada está acostumado com salário mínimo, direitos trabalhistas, férias, aposentadoria e etc., e se surpreende bastante de saber que o funcionalismo público não funciona assim. O que significa subsídio, abono... O que isso representa na vida das pessoas.

É difícil. Para mim, é sempre muito difícil. Eu preciso estudar muito. Estava até agora consultando a Paula, falando: “- Mas como assim? Como assim? Como assim?”. E aí eu vou tentar explicar um pouco do que eu entendi, para as pessoas verem o quanto é absurdo o Estado dar calote no Estado.

O quanto é absurdo, essas pessoas que nos atendem no serviço público... E quando a gente está discutindo serviço público, apesar de ter gente dizendo que o serviço público, o funcionalismo público, é tudo rico, beneficiado e etc., o funcionalismo público é o postinho. O funcionalismo público é a escola pública precária. O funcionalismo público é o asfalto.

O serviço público é o atendimento à população em situação de vulnerabilidade. Muitas vezes, é a própria população em situação de vulnerabilidade, o trabalhador. A gente está falando que o Estado se permite pagar como salário, este que vai ser considerado para fins previdenciários, 400, 500, 600 reais.

Aí eu perguntei: “- Mas gente, pode pagar isso de salário? Não é ilegal? O Estado não tem que pagar o salário mínimo? Como é que essas pessoas se aposentam no final?”. “Ah, vai receber um salário mínimo nacional.”. Então, está fraudando a previdência? Porque está dizendo que ganha 400 reais; está contribuindo e arrecadando sobre 400 e, no final, essa pessoa vai entrar na previdência com o salário mínimo nacional.

O governador do Estado acabou de ir para a televisão dizer que tem o maior salário mínimo do País, mas os seus servidores não vão ganhar isso lá na frente. Não estão assegurados com isso. O abono é o resto, porque não é salário, para dizer que paga, ao menos, o mínimo. É um abono.

Essas pessoas, no holerite, ganham 400, 500, 600, 700, 800, 900 reais. A gente tem servidor público no estado de São Paulo que ganha menos que um salário mínimo. A gente tem o estado de São Paulo, no meu ponto de vista, fraudando a previdência, porque essas pessoas vão ganhar um salário mínimo lá na frente sem ter contribuído sobre.

Se isso é legal, é no mínimo imoral. Eu acho que o governo do estado de São Paulo deveria se envergonhar, e a gente também, que sempre está votando no afogadilho, em um universo do que é menos pior. Menos pior que essas pessoas tenham um reajuste imediato de 17% caindo na conta agora. A gente vai pressionado pelo menos pior, mas não falam as verdades que são inexplicáveis. Eu não consigo explicar.

Quando a gente votou aqui o salário mínimo paulista, as pessoas me escreviam e falavam: “Para que vale o salário mínimo paulista, se eu não ganho o salário mínimo paulista?”

Tem coisas que são difíceis de explicar. É difícil explicar por que servidores públicos não ganham o mínimo paulista. É difícil explicar por que a gente investe milhões em muitas coisas, e não começa do básico.

Eu estou votando contrariada. Meu respeito aos agentes de organização escolar. Meu respeito aos trabalhadores que estão no hospital, nas categorias que estão nesse baixo salário. Mas estou votando isso inconformada. Eu voto isso inconformada. Como é que a gente está votando isso e falando “é o menos pior”, e a gente não se atreve a melhorar?

A gente não se atreve a ser o Poder Legislativo, e alterar esse estado de coisas. A gente não se atreve a discutir a urgência de fixar um piso para o funcionalismo público do estado de São Paulo.

Eu considero essa votação mais um capítulo das vergonhas da Assembleia Legislativa, do Governo do Estado de São Paulo, que vai continuar normalizando que tem gente que, no holerite, tenha como salário 400 reais, mas que seja compensado por um abono, para dar um salário mínimo, mas que lá na frente, não vai ter os direitos trabalhistas de ao menos um mínimo de salário mínimo.

É isso, presidente. A gente vai votar favorável. Mas eu acho que isso daqui fica para a vergonha da Casa. Desde o ano passado, a gente vem tentando discutir o piso. A gente vem tentando discutir que o piso tem que ser no mínimo um salário mínimo. E tem que ser salário de verdade. Porque é imoral que o estado de São Paulo não pague salário mínimo para as pessoas.

Para isso, a gente precisa fazer reserva orçamentária. A gente vai votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias. A gente vai ter uma outra oportunidade de vencer essa vergonha, colocando como diretriz para o Estado. Depois, ali na frente, a gente vai votar o Orçamento. Eu estou hoje na tribuna para dizer que, ali na frente, a gente vai voltar para fazer esse debate. Eu vou continuar cobrando isso.

Eu espero que a Casa se mobilize para que a gente consiga vencer isso, que é imoral. O salário mínimo deveria ser o mínimo do direito daqueles que prestam serviços para o estado de São Paulo.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo mais oradores inscritos para fazer a discussão, está encerrada a discussão.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - O deputado Enio.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - No momento exato, eu vou encaminhar pela Minoria. 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.

Há sobre a mesa o requerimento de método de votação. Eu coloco em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação o projeto, salvo o substitutivo, emendas e subemendas.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem. Para encaminhar pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para encaminhar pela Minoria, com a palavra o nobre deputado líder Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Vou fazer um encaminhamento bastante breve. 

Mas esse projeto, como alguns deputados já falaram aqui, é bom a gente colocar para a população o nível salarial do estado de São Paulo. 

Se a gente falar, para qualquer pessoa, o salário base de um funcionário público, principalmente na área da Saúde, que é o que tem mais aqui, que ele ganha um salário base de 400 reais, 401 reais, 500 reais, ninguém acredita. E aqui está demonstrado isso. E o governo dá um abono para chegar nos 1.550 reais. 

O que é um grande absurdo no Estado mais rico da Nação, o Estado que nós temos mais de 317 bilhões de Orçamento, que deveria dar o exemplo no Brasil todo. Eu, como sou do Partido dos Trabalhadores, queria fazer um desafio a todos os deputados da base do Governo, deputado Gilmaci. 

Pode procurar, em qualquer estado governado pelo PT no Brasil, se existe esse tipo de absurdo. Porque, se existiam, imediatamente isso foi corrigido. E eu vou mais longe: tenho certeza de que vocês não vão encontrar, em nenhuma prefeitura que o PT governou ou que governe, esse tipo de absurdo - que um salário-base de um funcionário público seja de 300, 400, 500, 700 reais. E tem que dar um abono para poder chegar ao salário de 1.550, que nós aprovamos aqui, da iniciativa privada. 

Agora, não dá para entender por que isso não vai sendo corrigido. Não estou falando aqui que tem que pegar o salário-base de 400 e já colocar para 1.550, que é o salário mínimo. 

Mas por que não tem um critério, uma forma de você ir reajustando, para ver se pelo menos no mandato, em quatro anos, você chega a um salário razoável? Porque é verdade: a pessoa está ganhando esse abono aqui, só que ela vai um dia se aposentar e isso não é contado. 

São contados alguns pequenos penduricalhos, que são levados em consideração na hora da aposentadoria. Mas não dá para acreditar, não dá para admitir que no estado de São Paulo haja funcionários que vão lá, se dedicam, trabalham, cumprem horário e ganham um salário-base de 400, 500 reais. E tem que fazer esses arranjos aqui. A gente fazer uma discussão, aqui, para votar um abono como esse. 

Então, não dá para admitir. Está na hora de corrigir essa distorção. Esperamos que o novo governo Tarcísio tenha um plano para corrigir esses salários, pois é um absurdo o que está acontecendo. A bancada do PT, logicamente, o líder já falou: a gente vai votar favorável. 

Mas com essa denúncia de que a gente precisa corrigir o mais rápido possível para que as pessoas possam ter esse aumento. Esse aumento, não; essa reposição. Mas elas vão se aposentar um dia. E, quando se aposentar, ela vai se aposentar com o salário-base. 

Deveria ser proibido a pessoa se aposentar com o valor menor do que o salário mínimo. Salário mínimo nacional. E mais uma vez vou falar para todo mundo que está nos assistindo: podem procurar qualquer governo do PT - onde o PT governou, deputado Jorge do Carmo - ou qualquer prefeitura, se esse tipo de correção já não foi feito. 

Aqui, nós saímos de 30 anos de governo do PSDB, e não tiveram a coragem, não tiveram o respeito com o funcionalismo público para corrigir essa grande distorção que tem aqui no estado de São Paulo, estado mais rico da nação. 

É isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o projeto, salvo substitutivo, emenda e subemenda. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nós não vamos pedir verificação de votação, mas quero registrar aqui que nós vamos fazer isso para contribuir com a base do Governo, que não está presente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Aprovado. Prejudicado o substitutivo.

Em votação a subemenda apresentada pelo congresso de comissões às Emendas nos 03, 12 e 19. As Sras. e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado. Prejudicadas as emendas.

Em votação as demais emendas, englobadamente, com o parecer contrário do congresso de comissões. As Sras. e os Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para registrar voto favorável às emendas da Federação PT/PCdoB/PV.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado o pedido de Vossa Excelência.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Gilmaci Santos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Só uma comunicação rápida. Queria aqui agradecer ao nobre deputado Paulo Fiorilo, juntamente com sua bancada. Mas só para dizer a ele que a base do Governo está aqui, sim, firme e forte. Ficaríamos felizes em votar nominalmente. Mas V. Exa. ajudou. Nós agradecemos muito.

Muito obrigado.

Mas a base está aqui, firme e forte, esperando a verificação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Item 2. Discussão e votação do projeto de lei...

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Primeiro, para declarar voto favorável às Emendas nos 01, 02, 03, 04, 07, 08, 09 e 11, todas da bancada do PSOL.

E dizer que então fica complicado, porque pediu ajuda e depois disse que não tem. A gente ajuda, e tem... Coloca a gente aqui no plenário, então, e não pede favor, que senão depois a gente não acredita nos acordos. 

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado, então...

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O pedido das emendas pedidas pela deputada Monica Seixas, e declarado o voto da bancada do PSOL.

Item nº 2.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Rapidamente, Sr. Presidente. Não é a primeira vez, por isso eu faço o registro. O deputado Gilmaci, já pela segunda vez, depois de uma votação em que a base não está presente, em que a oposição faz um gesto, o deputado resolve dizer que: “Ah, é só pedir votação nominal, porque a base está aqui”.

Eu acho que precisava ter um pouco de humildade, para olhar e ver que a base não está aqui. Portanto, a oposição faz um gesto, mais uma vez, para poder votar sem pedir verificação em um abono que nós desconsideramos como sendo alternativa para os funcionários.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Item nº 2 - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 92, de 2023, de autoria da Mesa. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Esgotado o objeto da presente sessão, está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 36 minutos.

 

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