6 DE JUNHO DE 2023

55ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS, GILMACI SANTOS e ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - LETÍCIA AGUIAR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

7 - PRESIDENTE REIS

Endossa o pronunciamento da deputada Letícia Aguiar.

        

8 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - PRESIDENTE REIS

Cumprimenta advogados presentes nas galerias.

        

14 - SOLANGE FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

16 - DIRCEU DALBEN

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Rômulo Fernandes).

        

19 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - PRESIDENTE REIS

Endossa o pronunciamento do deputado Major Mecca.

        

21 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

25 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

26 - PRESIDENTE REIS

Cumprimenta Francine Félix, vereadora de Espírito Santo do Pinhal, presente nas galerias.

        

27 - CAIO FRANÇA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

28 - CAPITÃO TELHADA

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

29 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

30 - VITÃO DO CACHORRÃO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

31 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

32 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

        

33 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

34 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Solicita aos presentes que permaneçam em silêncio por um minuto em homenagem a Astrud Gilberto e a Josué Amador, em razão do falecimento de ambos.

        

35 - PAULO FIORILO

Solicita a suspensão da sessão, até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

36 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h25min.

        

ORDEM DO DIA

37 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h30min. Dá conhecimento de resposta às questões de ordem formuladas pelos deputados Paulo Fiorilo, na 14ª sessão ordinária, em 04/04; Monica Seixas do Movimento Pretas, na 31ª sessão ordinária, em 03/05; Jorge Wilson Xerife do Consumidor, na 40ª sessão ordinária, em 16/05. Solicita que as réplicas sejam encaminhadas aos parlamentares e publicadas no Diário Oficial. Coloca em votação o requerimento de urgência ao PL 752/21.

        

38 - CARLOS GIANNAZI

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 752/21, em nome do PSOL.

        

39 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Solicita comportamento regimental ao público presente nas galerias.

        

40 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 752/21, em nome do PSOL.

        

41 - EDUARDO SUPLICY

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 752/21, em nome da Minoria.

        

42 - PROFESSORA BEBEL

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 752/21, em nome da Minoria.

        

43 - REIS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

44 - ALTAIR MORAES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

45 - CAIO FRANÇA

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 752/21, em nome do PSB.

        

46 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

        

47 - ANDRÉA WERNER

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 752/21, em nome do PSB.

        

48 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

49 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Solicita aos presentes que permaneçam em silêncio por um minuto em homenagem ao sargento Sérgio Pereira, da Polícia Militar, morto em Guarujá.

        

50 - DR. JORGE DO CARMO

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 752/21, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

51 - PAULO FIORILO

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 752/21, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

52 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PL 752/21.

        

53 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Solicita verificação de votação.

        

54 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação, pelo sistema eletrônico.

        

55 - MILTON LEITE FILHO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.

        

56 - PAULO FIORILO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.

        

57 - ALTAIR MORAES

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.

        

58 - VINICIUS CAMARINHA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.

        

59 - PAULO CORREA JR

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.

        

60 - GERSON PESSOA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.

        

61 - CAIO FRANÇA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.

        

62 - ATILA JACOMUSSI

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Solidariedade.

        

63 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.

        

64 - DR. ELTON

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSC.

        

65 - CAPITÃO TELHADA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Progressistas.

        

66 - JORGE CARUSO

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.

        

67 - LEONARDO SIQUEIRA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Novo.

        

68 - MARCIO NAKASHIMA

Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PDT.

        

69 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Registra as manifestações.

        

70 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

71 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Acolhe a questão de ordem da deputada Monica Seixas do Movimento Pretas, para respondê-la oportunamente. Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge quórum regimental, ficando adiada a votação.

        

72 - TEONILIO BARBA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

73 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PLC 92/23.

        

74 - GUILHERME CORTEZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

75 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Solicita à plateia comportamento regimental.

        

76 - MILTON LEITE FILHO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

77 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 07/06, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito bem. Cumprimentar o público presente, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil, todos os funcionários desta Casa, cumprimentar todos aqueles senhores e senhoras que nos acompanham pela Rede Alesp e cumprimentar o presidente que conduz os trabalhos na data de hoje, deputado Carlos Giannazi, que eu tenho o privilégio de fazer o revezamento ora aqui na tribuna, ora lá na Presidência, e assim por diante.

Presidente, eu quero continuar cobrando o governador Tarcísio de Freitas, porque ele ainda não mandou o projeto para valorizar os profissionais da Educação - V.Exa. que é diretor de escola, professor da rede pública. E eu tenho sido cobrado aí do lado de fora desse prédio por setores da Educação, da Saúde e demais funcionários públicos.

A gente sabe que o primeiro pagamento é só para agosto, mas que o governador, que prometeu que daria um aumento acima da inflação, que ele mande o quanto antes esse projeto para esta Casa.

E gostaria que todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas, a partir do uso dessa tribuna, fizessem essa cobrança, fizessem essa cobrança ao governador, porque no mês de junho vai passar tudo muito rápido.

Amanhã já é feriado, depois ponto facultativo, e essa Casa já tem dificuldade de trabalhar, não é deputado Giannazi? Que os nossos colegas ficam na base fazendo trabalho na base parlamentar lá nas cidades deles e muitas vezes aqui não se atinge o quórum para votar os projetos.

Eu já tenho vários projetos que protocolei nessa Casa, inclusive em defesa da Polícia Civil, em defesa da Polícia Militar, projeto de cotas raciais, e eu fico surpreso porque nós já estamos no mês de junho e eu não vi em nenhum momento um processo de votação de projeto dos deputados e das deputadas. Estou assim impressionado como funciona essa Casa.

Mas, Sr. Presidente, eu quero falar também sobre a “Folha do Pirajuçara”. Hoje ela chegou à sua milésima edição. Nesta semana o jornal “Folha do Pirajuçara” está completando a sua milésima edição, com tiragem semanal ininterrupta.

Por quase 24 anos esse órgão de imprensa tem levado informações de interesse geral e prestado serviço às populações das regiões de Taboão da Serra, Embu das Artes, Itapecerica da Serra e São Lourenço da Serra.

Com o lema “o trabalho tudo vence”, a equipe editorial atual é formada pelo jornalista Mário Aparecido de Souza, por Eliane de Souza e German Rojas, responsáveis pelo projeto gráfico.

O jornal “Folha do Pirajuçara” desenvolve um trabalho sério, reconhecido e focado nos problemas sociais, na cultura, na educação, na saúde, nos esportes e no turismo da região. Esses 24 anos de serviços prestados e mil edições distribuídas são motivos de orgulho para as cidades onde circula a “Folha do Pirajuçara”.

Espero que a multimídia, editoração e publicações responsáveis por essa valorosa publicação continuem seu esforço para a publicação do jornal “Folha do Pirajuçara”, porque sei que não é uma tarefa fácil manter um jornal independente, que vive da venda de anúncios, em um país que já teve tantos altos e baixos como o nosso. Portanto, por esses 24 anos de existência, reconheço o mérito e eu cumprimento a todos que trabalham para a publicação do jornal “Folha do Pirajuçara”.

Inclusive eu protocolei na data de hoje uma moção de aplausos por esse trabalho, que é levar informação a esses municípios lindeiros à cidade de São Paulo, Taboão da Serra, Embu das Artes, Itapecerica, São Lourenço da Serra, Juquitiba, para reconhecer o trabalho dessa equipe de reportagem que faz circular ali a “Folha do Pirajuçara”.

Parabéns, “Folha do Pirajuçara”, pela sua milésima edição.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Chamo V. Exa. para continuar presidindo esta sessão. Antes, chamo o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, o próximo orador é o deputado Carlos Giannazi. 

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia e público aqui presente, nós estamos estarrecidos com o anúncio do governador Tarcísio de Freitas.

Em plena comemoração do Dia Mundial em Defesa do Meio Ambiente, o governador Tarcísio anuncia privatizações de parques estaduais, mais privatizações. Parece que a marca desse governo, uma das grandes marcas, é privatizar, dilapidar o patrimônio público, entregando o patrimônio público da população do estado para o capital privado, para os grandes grupos econômicos, como pretende fazer com a Sabesp, com a Emae, com o Metrô, com a CPTM e tantos outros equipamentos públicos do nosso estado.

O anúncio foi feito agora, Sr. Presidente. Repito, em uma crise ambiental que nós estamos vivendo no mundo, no Brasil, no estado de São Paulo, o governador anunciou a privatização, que ele chama de concessão, dos parques.

Olha só, o Parque Ecológico Tietê será privatizado, o Parque Estadual da Juventude, o Parque Estadual do Belém, o Parque Estadual Jequitibá. Esses parques serão entregues à iniciativa privada.

Alguns outros já foram, pelo tucanato, pelo Tucanistão, como o Villa-Lobos, como o Parque da Água Branca, que fica aqui próximo, e tantos outros que já foram privatizados.

O que nós estamos assistindo em muitos desses parques é cobrança de taxa ou aumento de taxa, porque alguns desses parques já tinham as taxas, mas houve um aumento. Nós estamos tendo, por exemplo, ao lado da Assembleia Legislativa, no Parque do Ibirapuera, embora seja municipal, mas foi privatizado.

Nós tínhamos, até então, por exemplo, atividades artísticas gratuitas, onde existia apenas o patrocínio de empresas. Grandes shows foram realizados, durante muitos anos, no Parque do Ibirapuera, na Praça da Paz. Até o João Gilberto cantou gratuitamente no Parque do Ibirapuera.

Hoje, para que uma pessoa tenha acesso a um show, dentro do parque do Ibirapuera, ela paga, e paga caríssimo. Porque uma área foi fechada, dentro de um parque público. Isso está acontecendo também no Parque Villa-Lobos. Esse já é estadual.

Tem uma área reservada para shows, onde as pessoas são obrigadas a pagar para assistir a um espetáculo artístico, dentro de um espaço público, dentro de um equipamento público do povo, que o povo sustenta, o povo de São Paulo financia.

Isso está retirando, impedindo, colocando um grande obstáculo econômico para que a população, por exemplo, da periferia, a população mais pobre, as camadas populares, possam acessar esses parques.

Porque, cada vez mais, só quem tem condições econômicas poderá acessar parques estaduais e municipais. É o caso de São Paulo. Um dos casos mais emblemáticos é o Vale do Anhangabaú, que foi totalmente privatizado.

Hoje, para você entrar dentro do Vale do Anhangabaú, você paga. E, muitas vezes, paga caríssimo. Tem festivais que são organizados ali. Quando, até recentemente, todos os espetáculos artísticos eram gratuitos. Grandes espetáculos e shows já foram realizados também no Ibirapuera.

Mas, então, essa é a situação. Privataria na cidade de São Paulo, com o prefeito Ricardo Nunes. E aqui em São Paulo, nem se fala. Não foi à toa que nós tivemos aquela imagem deprimente, do governador Tarcísio, com o martelo das privatizações, acenando para esses grandes grupos econômicos, dizendo que vai, na verdade, privatizar tudo o que ele encontrar pela frente. Entregando todo o nosso patrimônio público para que os grandes grupos econômicos tenham lucro, e muito lucro.

Por isso que nós nos colocamos contra esse anúncio. Ele não foi efetivado ainda. Segundo a secretária de Infraestrutura e Meio Ambiente, haverá a elaboração de um edital, que nós vamos contestar, com certeza.

Como contestamos também a tentativa de privatização de vários outros equipamentos e parques, como Itirapina. Como também, no Vale do Ribeira, e tantos outros espaços que estão sendo entregues à iniciativa privada. Então nós não vamos aceitar a privataria bolso-tucana no estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores. Próxima oradora, deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente deputado Paulo Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

Gostaria de informar que, ainda ontem, segunda-feira, tive uma audiência com o governador Tarcísio de Freitas, que durou 1 hora e 45 minutos. Tendo acompanhado este encontro o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite; da Administração Penitenciária, Marcelo Streifinger; de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab; da Casa Militar, Henguel Pereira; e de Comunicação, Lais Vita. E de membros da minha equipe, como Leandro Ferreira e Larissa D’Alckmin.

Neste encontro, relatei meus esforços em diversos temas que até agora têm ocupado minha agenda nos últimos três meses na Assembleia Legislativa. O governador e sua equipe foram atenciosos, mencionaram possibilidades abertas em relação a cada um dos temas.

No caso dos assuntos indígenas, relatei que estive na cerimônia Tape Rupi, dos indígenas Guarani do Jaraguá nesse domingo. Fiz questão de valorizar o que presenciei, em início dos entendimentos a respeito da melhor forma de se garantir a realização de manifestações públicas por parte dos indígenas.

Os comandantes responsáveis pela região naquele momento, inclusive, estiveram na Casa de Reza, dentro da terra indígena, e eu testemunhei como ouviram as lideranças, que explicaram como a sua manifestação tinha um caráter espiritual, frente ao avanço de pautas como o marco temporal, que tanto prejudicará as comunidades indígenas em todo o Brasil se for aprovado pelo Congresso Nacional.

Tarcísio de Freitas e seu secretário de Segurança Pública mostraram-se solícitos às possibilidades de avançar para um entendimento e uma organização conjunta, que permita o deslocamento a pé pela Rodovia dos Bandeirantes até o Parque Cidade de Toronto.

Falei também do caso de José Rainha, liderança importante dos movimentos agrários, que se encontra detido enquanto aguarda julgamento de seu habeas corpus. Será necessária uma maior atenção da Administração Penitenciária para que seu estado de saúde seja considerado em um pedido de transferência que o colocaria no presídio de Presidente Prudente, mais próximo de seus familiares e com melhores cuidados para a sua saúde, uma vez que ele, com 63 anos, tem epilepsia. Então, seria importante.

Também estimulado por movimentos como o MST, mencionei que seria mais prudente, por parte do Governo do Estado, aguardar o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade no 7.326 antes de proceder com a aplicação da Lei Estadual no 17.557, que permite a destinação de terras para posseiros por valores reduzidos e desvinculados da reforma agrária. A ADI foi de iniciativa do PT, Partido dos Trabalhadores, e está em fase de conclusão, com o voto da ministra Cármen Lúcia por ser julgado.

A cannabis medicinal, objeto da frente parlamentar que já lançamos na semana passada, foi também tratada neste encontro.

Eu solicitei que o estado de São Paulo possa colaborar no financiamento de estudos que ampliem, com rigor científico, as possibilidades de casos para os quais medicamentos derivados dela possam ser receitados.

Como sabemos, o próprio governador tem em sua família membros que fazem tratamentos com medicamentos dessa origem, e até por isso reforcei meus cumprimentos pela sanção, pelo governador, da lei apresentada por nosso colega, deputado Caio França, que permite a aquisição e distribuição destes medicamentos em seu início de governo.

Estou ciente de que o tema da Cracolândia é de enorme complexidade e relatei que o governador está preocupado com isso, inclusive pela necessidade de complementar a abordagem do poder público com políticas públicas que efetivamente impactem a situação, como por exemplo medidas de saúde, educação, trabalho, renda e habitação.

A Segurança Pública é um dos elementos deste universo. Certamente, teremos melhores condições de superar o cenário em que nos encontramos se compreendermos os elementos determinantes para que as pessoas daquele território cheguem àquela situação, como os de caráter social e racial.

O fato é que a política, aplicada em conjunto com a prefeitura, de espalhamento de usuários e o tratamento que aponta apenas para medidas como as implementadas por comunidades terapêuticas não têm surtido o resultado que a sociedade espera do Poder Público.

E esse assunto relaciona-se ao tema da instalação da CPI sobre o crack, que terá instalação amanhã. Eu faço um apelo aos deputados e deputadas, para que tratem o tema da forma mais racional, científica e respeitosa possível, de modo a partir do qual poderemos construir nossa colaboração entre o Legislativo e Executivo.

Ainda apresentei ao governador duas propostas de emenda à Constituição. Uma delas para que ele compareça aqui nos primeiros 30 dias de mandato de cada ano, para falar de seus planos de governo, e conosco discuti-los, e também falei de assuntos relacionados às melhores condições de vida nas penitenciárias, inclusive relativas à alimentação.

Eu agradeço ao governador e sua equipe, e me coloco à disposição para continuar um trabalho construtivo e respeitoso, mesmo quando divergirmos a respeito dos mais diversos assuntos.

Muito obrigado.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputada.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Sr. Presidente, uma comunicação, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Tem V. Exa. dois minutos.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., cumprimento os demais colegas. Hoje aproveito a minha comunicação para mandar um recado especial para o município de Osvaldo Cruz, que faz aniversário nesta data. A cidade completa 82 anos, um município que acolheu com muito carinho o nosso trabalho.  Fui a deputada estadual mulher mais votada no município.

Então, fica aqui o meu agradecimento aos meus eleitores de Osvaldo Cruz, por trabalhar em conjunto com a deputada Leticia Aguiar. Quero agradecer também o De Lima, que faz parte da minha equipe e muito bem me representa no município de Osvaldo Cruz, atendendo toda aquela região do estado de São Paulo.

Obrigada pela oportunidade de representá-los aqui na Assembleia Legislativa, para que assim possamos trabalhar por todos os municípios do estado de São Paulo.

Mais uma vez a cidade de Osvaldo Cruz que completam hoje 82 anos, meus parabéns, e contem aqui com o trabalho desta deputada. Que Deus abençoe.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Parabéns a Osvaldo Cruz. Seguindo na lista de oradores, próximo orador, deputado Conte Lopes. (Pausa.) Agora pela Lista Suplementar, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa. Sr. Presidente, hoje eu vou me dirigir aos alunos e educadores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Na semana passada, Sr. Presidente, a pedido do deputado Carlos Giannazi, foi feita uma audiência pública aqui na Assembleia, que eu participei, acompanhei, e a deputada Paula da Bancada Feminista me acompanhou nessa audiência pública, e um dos encaminhamentos que nós tiramos nessa audiência pública é começar a coletar assinaturas para uma CPI para investigar a Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, que é mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

A Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho é uma entidade filantrópica de caráter educacional, sem fins lucrativos, há mais de 60 anos. É mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

A estrutura da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho é formada por um conselho curador, um conselho fiscal, uma diretoria executiva e uma gerência geral, tendo por objetivo manter a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, cultivar o saber, em todos os campos e conhecimento, puro e aplicado, incentivando a produção de insumos de qualquer ordem nos cursos técnicos, superiores, e nos serviços prestados, revertendo os resultados para fins institucionais.

Qual é o problema, Sr. Presidente? É que nos últimos meses houve um processo de desmonte da estrutura da faculdade, com demissão de servidores, com desmonte de cursos. Inclusive, uma das propostas do curador, inclusive que já foi presidente aqui da Assembleia Legislativa, uma das propostas é que o curso de Enfermagem seja feito de forma online, nobre deputada Thainara, que o curso de fisioterapia, que é importante, seja extinto e uma redução do curso de medicina, inclusive com a eliminação de bolsas, o que dificulta a entrada de novos bolsistas.

Então, os relatos que nós recebemos nessa audiência pública, parte deles foi levada ao Ministério Público, trazem ainda a interferência na presidência, na área administrativa e até mesmo na alteração da estrutura funcional, a fim de criar cargos em favorecimento do próprio presidente do conselho curador.

Pela gravidade do material recebido pelos deputados estaduais, que relatam uma série de fatos cuja apuração se faz urgente e necessária, é que estamos propondo a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito, CPI, para apurar as denúncias de possíveis irregularidades cometidas na gestão da fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da fundação de ciências médicas da Santa Casa de São Paulo, nas células administrativas, acadêmicas e financeiras.

Então, essa representação também está sendo encaminhada ao procurador-geral de Justiça do estado de São Paulo, Dr. Mario Sarrubbo e denúncias trazidas na audiência pública também fazem com que a gente faça a entrada dessa CPI. Queria passar só uma foto para mostrar o que foi a audiência.

Pode seguir. Aqui tem o pedido de requerimento da CPI, inclusive com a justificativa, pode seguir. Aqui também a (Inaudível.) do nobre deputado Carlos Giannazi, que fez a solicitação da audiência. E aí coloca rapidamente o vídeo.

É importante que, nessa proposta da CPI, um dos índices apresentados é que podem ser desviadas finalidades do uso de dinheiro público, que estariam se distanciando dos deveres institucionais que duramente lhes foram conferidos, interferir na gestão da área acadêmica, extrapolando as funções e competências, praticando assédio contra os empregados da fundação, colocando em situação constrangedora, abusiva, inconveniente, no ambiente de trabalho, e interferência também na secretaria-geral, assessoramento, coordenação dos colegiados e instituição de ensino da congregação em suas missões.

Pode passar o vídeo rapidamente.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Concluindo, Sr. Presente, aqui depois tem a conclusão do vídeo, mas nós estamos solicitando agora uma CPI, inclusive todos os deputados e deputadas já têm acesso e eu solicito, para garantir as 32 assinaturas, aos deputados que possam assinar essa CPI para que a gente possa depois discutir internamente para garantir que haja a apuração necessária em relação à fundação do conselho curador que acompanha a Santa Casa do Estado de São Paulo.

Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, o próximo deputado é Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Thainara Faria.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, nobre presidente em exercício, deputado Reis. Uma boa tarde aos deputados e às deputadas presentes, aos servidores e servidoras, aos policiais; muito boa tarde ao estado de São Paulo.

Mais uma vez voltando a esta tribuna - sexta vez nessa contagem que estou fazendo. Nem todos tem a sorte, digamos assim, do nosso querido deputado Suplicy, porque eu continuo pedindo para o prefeito Ricardo Nunes e também para o governador Tarcísio me receberem para que a gente possa tratar da pessoa em situação de rua no estado de São Paulo e na cidade de São Paulo.

No Estado inteiro, somam mais de 80 mil pessoas em situação de rua e na Capital são 50 mil pessoas em situação de rua. Eu já vi deputados, inclusive da base aqui, subirem e dizerem da dificuldade que há às vezes de ter acesso ao governo. Então, mais uma vez, solicitar encarecidamente para que a gente possa se reunir para buscar soluções para a situação da pessoa em situação de rua aqui no estado de São Paulo.

Quero fazer a vocês uma prestação de contas rápida: ontem nós estivemos em Brasília - nas nossas redes sociais vocês podem acompanhar a prestação de contas em tempo real, aquilo que nós estamos fazendo, no que estamos trabalhando pelo estado de São Paulo, vocês podem acompanhar em tempo real pelo Instagram, pelo Twitter e pelo Facebook.

Mas eu quero usar esse parlatório para poder dizer a vocês que ontem eu estive em quatro ministérios dialogando sobre as questões do estado de São Paulo, aquelas que são mais caras para todos nós.

Primeiro passei na reunião interministerial sobre a discussão da política de combate à discriminação política de gênero. A gente sofre todos os dias nos parlamentos, em todas a cidades do estado de São Paulo.

Então eu fui convidada a prestar depoimento da violência política de gênero que venho sofrendo nos mandatos enquanto vereadora e agora, enquanto deputada, para que essa comissão interministerial procure soluções para esses problemas.

Depois estive então no Ministério da Saúde, com a Coordenadoria da Pessoa com Deficiência, para poder tratar da questão dos aparelhos auditivos - tema esse que eu já trouxe para esta Casa. Agora eu vou conversar na Secretaria Estadual de Saúde porque é uma responsabilidade solidária entre o governo federal, o governo estadual e os municípios para que a gente consiga resolver a questão dos aparelhos auditivos e dar mais dignidade à vida dos idosos, das crianças e de todas as pessoas que precisam desse aparelho.

Em seguida, estive no Ministério da Justiça, dialogando com o secretário nacional de Justiça, Augusto Botelho, sobre a questão dos refugiados no estado de São Paulo. Ele me disse então que está sendo feita uma força-tarefa, também interministerial, para conseguir resolver a situação de todos aqueles refugiados que vêm para o Brasil, para que a gente possa dar dignidade a essas pessoas.

Por fim, reuni-me com o ministro da Fazenda. Como sou membro, nesta Casa, da Comissão de Assuntos Econômicos, quis discutir um pouquinho com ele sobre a situação do estado de São Paulo e ouvi-lo também sobre tudo aquilo que ele vem promovendo para o nosso país. Indo ao encontro disso, a todos vocês que nos assistem, quero passar agora à leitura que diz o seguinte: “taxa de desemprego em abril é a menor em oito anos”.

Tem tanta gente que sobe aqui falando para a gente fazer o “L”, né? Faz o “L” então aí, porque a taxa de desemprego em abril é a menor em 8 anos, e a matéria diz o seguinte: “a taxa de desemprego no trimestre encerrado em abril é a menor para o período de 8 anos.

O índice marcou 8,5%, o menor para o período desde 2015, quando ficou em 8,1 por cento. O dado integra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, pelo IBGE Oficial, e o número também é o menor do que os 10,5% registrados no mesmo período de 2022. De acordo com o IBGE, a população desocupada ficou em 9,1 milhões de pessoas em abril - o dado mostra estabilidade em relação a janeiro deste ano, que eram 9 milhões”.

Então, o que eu quero dizer para vocês é que, em 5 meses aí, o governo já mostra a que veio. Nós estamos com a situação econômica do país melhorando, a questão do desemprego, que é tão séria e tão cara para todos nós.

As pessoas querem a dignidade de ter uma carteira assinada, de conseguir chegar ao mercado e escolher o que vai comer, de chegar ao começo do mês e conseguir pagar seu aluguel, conseguir pagar as suas contas.

É para isso que nós estamos aliados ao governo federal, trabalhando muito para que a situação econômica do povo do estado de São Paulo melhore cada vez mais.

Por hoje é isso, Sr. Presidente.

Agradeço a oportunidade de dialogar com os senhores, e continuemos trabalhando muito pelo estado de São Paulo.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. O próximo orador é o deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Enquanto o Capitão Telhada se dirige, peço uma brevíssima comunicação, no sentido de que o governador Tarcísio de Freitas possa também receber a nossa querida deputada Thainara Faria, porque, se eu tive a atenção do governador e de seus secretários ontem, não há por que ela deixar de ter.

Quero recomendar fortemente ao governador Tarcísio de Freitas que receba a deputada Thainara Faria.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Está registrado o comunicado. Deputado Capitão Telhada, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Uma excelente tarde, Sr. Presidente da sessão, a todos os deputados e deputadas presentes, a quem nos acompanha na galeria, pela TV Alesp e a todos os funcionários civis e militares da Assembleia Legislativa.

Uma excelente semana, semana curta, pois teremos um feriado em breve, porém, não menos importante, com votações expressivas nesta data e muitos trabalhos parlamentares. Graças a Deus, seguimos com saúde e com afinco.

Venho a esta tribuna hoje... Não tive a oportunidade de estar presente na sexta-feira em razão de compromissos externos: no dia 2 de junho, acompanhei a formatura dos novos aspirantes a oficiais da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, juntamente com o nosso governador Tarcísio de Freitas, com o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro, também marcando presença na formatura dos novos aspirantes da PM, e demais autoridades parlamentares, autoridades civis, autoridades militares.

Venho hoje então, aproveitando este tempo, para comentar de uma ocorrência. Há pouco conversava com meu amigo Major Mecca sobre uma ocorrência no 38º Batalhão, na zona leste de São Paulo, onde, no dia 1º de junho, quinta-feira passada, dois policiais militares, no serviço padrão, na rádio patrulha, realizando a segurança preventiva da população, saíram de suas casas pela manhã, deixaram seus filhos e suas esposas para mais um dia de trabalho e mal sabiam eles que, naquele dia, iriam se encontrar face a face com a morte.

Por quê? Em uma abordagem de rotina, os policiais, fazendo uso de seu tirocínio, fazendo uso de seus direitos e deveres constitucionais, protegendo a população, resolveram abordar dois indivíduos em atitude suspeita e, após a revista pessoal, quando consultaram o Imei do celular de um daqueles indivíduos, o celular dava como produto de furto. Os indivíduos não tinham documentos e não davam seus dados corretamente, como nome e RG. Não concediam aos policiais os dados.

Então, os dois guerreiros policiais militares resolveram conduzir aqueles indivíduos até a delegacia para realizar a correta averiguação dos dados. Como o deputado Reis - policial civil e policial militar - bem sabe, é uma atitude rotineira, de condução até o distrito policial para verificar exatamente quem eram aquelas pessoas.

Nesse meio tempo, enquanto os dois policiais preparavam a viatura, conversaram com o indivíduo abordado: “Você vai para a delegacia. Vai tranquilo?”. “Vou tranquilo, não precisa de algema.”

A gente sabe que, hoje, se o policial militar usar uma algema para conduzir um indivíduo para a delegacia, ele já pode ser processado por tortura, pode ser processado por abuso.

Ele tem que ficar se justificando a todo momento no boletim de ocorrência da PM, no boletim de ocorrência da Polícia Civil, por que usou uma algema, por que conduziu o indivíduo no guarda preso da viatura, que é o compartimento correto para se conduzir.

Então, nossos policiais têm que ficar se justificando toda hora, tendo filmadas todas as ações dele, o que ele está falando, o que está fazendo, sendo filmado, sendo usado tudo contra ele. Então, nossos policiais sempre oprimidos pela população, pela rede social, pela televisão, pelo próprio abordado, que sabe que tem a segurança de estar sendo filmado para falar o que quiser, para fazer o que quiser contra o polícia.

Nesse meio tempo, quando os dois PMs se preparavam para conduzir aquele indivíduo até a delegacia, esse indivíduo, que inclusive era procurado pela Justiça, estava evadido do sistema prisional, foragido, esse vagabundo fez o quê?

Atacou o policial militar. Grudou no policial militar, tentou pegar a sua arma, desvencilhou-se do policial militar juntamente com o apoio do outro, uma luta corporal tremenda, gravíssima. O indivíduo conseguiu puxar a pistola de um dos policiais e baleou os dois. Um recebeu um disparo na cara, tomou um tiro na cara, caiu em estado de choque no chão, ensanguentando.

O outro recebeu três disparos: um na perna esquerda, um na perna direita e um no abdômen, parando no seu fêmur. Machado, por gentileza, coloque a imagem que eu passei para você.

Ontem, estive visitando o soldado Robert. Essa foto foi solicitação dele e da família para registrar a nossa presença lá, autorizada por ele. Estive visitando o policial Robert, soldado Robert, que recebeu três disparos nas pernas e no abdômen.

Estive também visitando o parceiro dele, o soldado Matos, que recebeu um disparo no rosto. Por Deus, por um milagre, os dois estão vivos, os dois estão fora de perigo. Não estão mais em coma induzido, como ficou o Matos. Estão aguardando cirurgia no HC. Estive os visitando ontem com a família, o pai dele, o Sr. Ricardo, com o irmão, o cabo Castro, da Ambiental.

E registro hoje aqui os meus parabéns a esses dois guerreiros que não deixaram de cumprir o seu dever, mesmo com todas as dificuldades que o Estado e que a sociedade atual impõe para os patrulheiros na rua. E estão lá se recuperando com o apoio da família, com o apoio dos médicos, enfermeiros e funcionários do HC, ao qual registro o meu agradecimento por todo o apoio que estão dando aos nossos heróis.

E também obrigado ao Comando Geral por visitar esses guerreiros, ao secretário de Segurança Pública por ter visitado esses guerreiros, aos parlamentares que visitaram assim como eu esses policiais lá acamados. Eles estão tendo suporte e fica o meu apelo aqui: vamos olhar pelas forças policiais, porque, Reis, foi a terceira ocorrência em dois dias.

Só na quarta e na quinta-feira, três ocorrências de ataque e de luta corporal contra policiais militares, que estão hoje numa abordagem e não têm o mínimo respeito. As pessoas estão partindo para cima dando soco, dando tiro, atacando, tentando pegar arma. Isso porque, infelizmente, estamos sofrendo uma crise de autoridade na nossa sociedade e os policiais militares são aqueles que estão lá na ponta da linha vivenciando de maneira mais cruel e de maneira mais transparente, mais pronta.

Lá na ponta estão sofrendo essa crise de autoridade que nós temos hoje em relação a tudo no Brasil, mas os nossos guerreiros precisam muito de apoio, inclusive nosso, deputados estaduais.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Capitão Telhada. Seguindo a lista de oradores, o próximo orador é o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde aos deputados aqui presentes, as pessoas que nos acompanham pela galeria e também a todos os trabalhadores e trabalhadoras desta Casa e quem nos acompanha pela Rede Alesp. Dia importante, dia cheio.

Eu quero deixar registrado, antes de começar a entrar no assunto da minha fala que hoje, às 15 horas, tem uma manifestação da Ordem dos Advogados do Brasil aqui na porta da Alesp, justamente por conta da votação de hoje, do requerimento de aumento das custas das taxas judiciárias.

Então quero nos colocar aqui novamente contrários a esse projeto, inclusive ao requerimento de urgência e incentivar todos os deputados que se somem também à luta não só dos advogados, mas de todos aqueles que acessam a Justiça no estado de São Paulo.

Sr. Presidente, hoje eu vim aqui, na verdade, para fazer um apelo ao governador Tarcísio e também aos deputados da base do governo do Estado, por quê?

Nós já fizemos uma indicação aqui, que inclusive nós não fomos respondidos. Uma indicação ao Governo do Estado pedindo algo bastante simples e necessário para o estado de São Paulo, que é: “Governador, por favor, contrate mais trabalhadores metroviários”.

Provavelmente, o governador não anda de metrô e se andasse, saberia que nós temos um problema seriíssimo que eu pude conferir de perto, todos aqueles que utilizam o metrô também podem conferir de perto, que é a falta de funcionários no metrô. As pessoas podem nos perguntar: “Por que o funcionário no metrô é importante?”.

O funcionário no metrô, para além dos seguranças que nós vemos quando tem alguma ocorrência, para além dos trabalhadores que ficam na catraca, são os trabalhadores que atendem as pessoas com deficiência para que elas possam chegar efetivamente até o trem.

São os trabalhadores que garantem a organização do metrô, a organização e o funcionamento da atividade metroviária. São os trabalhadores que prestam socorro caso algum trabalhador passe mal.

Então é fundamental que exista uma contratação maior, mais funcionários públicos, mais concurso público, para os trabalhadores metroviários. Eu conversava esses dias com a Camila Lisboa, que é a presidenta do Sindicato dos Metroviários, e ela me disse que atualmente faltam na operação do metrô cerca de 1.500 funcionários, e que na manutenção do metrô faltam cerca de 700 funcionários. Problemas na manutenção acarretam o que estamos vendo nas linhas 8 e 9 da CPTM.

Infelizmente, o governador Tarcísio está deixando o metrô de São Paulo agonizar. Isso adoece os funcionários, isso prejudica a prestação do serviço. Essa situação está tão grave que os metroviários estão em campanha salarial e a principal reivindicação da sua campanha salarial é justamente a abertura de concurso público e a contratação de mais funcionários.

Existe um indicativo para que dia 13 de junho aconteça uma greve dos trabalhadores metroviários, greve essa que pode ser suspensa caso o Tarcísio anuncie a abertura de um novo concurso público.

São Paulo precisa de emprego, São Paulo precisa de metrô funcionando. Para isso, é fundamental a abertura de concurso. A gente não consegue entender por que o governador está deixando o metrô chegar nesse nível de caos, nesse nível de crise.

Nós estaremos ao lado dos metroviários e das metroviárias no dia 13, caso eles sejam obrigados a paralisar o metrô, inclusive para ver se assim eles são ouvidos pelo governador, já que agora, infelizmente, a única coisa que eles têm é porta na cara.

Está na mão do Tarcísio atender não só a demanda dos trabalhadores metroviários, mas a reivindicação de toda a população. É uma reivindicação que não é só da categoria, mas é de todos aqueles que utilizam o metrô. É isso, Sr. Presidente.

Quero anunciar, vocês podem ver os deputados e as deputadas que estão aqui que a galeria está sendo preenchida, felizmente, pela presença de advogados. Inclusive, conta com a presença da presidenta da Ordem dos Advogados do Brasil, Patrícia Vanzolini, do vice-presidente, Leonardo Sica, que estão aqui, como eu mencionei no começo da minha fala, por um tema fundamental, que é garantir que não seja aprovado hoje o requerimento de urgência do projeto de lei que aumenta a taxa do Judiciário, um projeto de lei que vai prejudicar o acesso à Justiça, um projeto que lei que traz mais obscuridade, mais falta de clareza, para o orçamento do Judiciário, um projeto de lei no qual nós, da Bancada do PSOL, nós, da oposição aqui nesta Casa, somos frontalmente contrários, e esperamos hoje que não seja aprovado nesta Casa.

Hoje é um dia importante. Estou feliz com a presença dos meus colegas advogados aqui, e tenho certeza de que a base do Governo vai colaborar para que esse projeto e esse requerimento de urgência não sejam votados hoje, e que esse projeto não avance nesta Casa, a fim de que a gente possa ver garantido o acesso à Justiça das pessoas em todo o estado de São Paulo.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Esta Presidência saúda a presença de todos os advogados e de todas as advogadas aqui presentes. Sejam todos bem-vindos. Seguindo a lista de oradores, a próxima oradora é a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde a todos. Gostaria de fazer uma pergunta a todos: vocês sabem o que é doença de Crohn ou a retocolite ulcerativa?

Quem não teve ou teve uma dessas doenças, ou quem não tem um parente ou um amigo próximo que está passando por essa situação provavelmente vai dizer: “não sei” ou “já ouvi falar”, porque é assim mesmo que funciona, não é? A gente acaba se preocupando com um assunto quando ele atinge nós mesmos ou então as pessoas que estão ao nosso redor.

Mas aí é que está o nosso problema, e aí é que está o erro, porque a prevenção é o melhor tratamento de saúde em todos os casos, e nesses casos, também. Maio é considerado maio roxo, é um mês de conscientização sobre as doenças inflamatórias intestinais, que são doenças pouco faladas, mas que afetam milhões de pessoas.

As doenças inflamatórias intestinais a que estou me referindo são essas duas que eu falei: a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Mas maio passou, e o que você aprendeu sobre essas doenças? Ou o que você soube sobre essas doenças? A resposta da maioria das pessoas vai ser: Nada. Então, eu vou dar um testemunho para vocês para falar da importância de falar sobre essas doenças.

No domingo agora vai fazer um ano que meu pai morreu, e tudo começou com uma diarreia que não passava. Ele foi em vários prontos-socorros, mandavam ele voltar para casa, davam medicamentos para diarreia, não adiantava.

Até que ele foi internado, e mesmo internado no hospital levou vários dias para ele descobrir qual era a doença, para os médicos descobrirem qual era a doença dele. E a doença era retocolite ulcerativa.

Talvez tenha sido tarde demais, é uma doença que não tem cura, mas tem tratamento. E a doença se agravou, o problema foi se agravando, ele teve um AVC no hospital, pegou uma bactéria no hospital e, infelizmente, morreu.

Se tivesse descoberto no início talvez ele estivesse aqui? Não sei e não importa, não dá mais para lutar pelo meu pai. Mas dá para lutar por todos nós quando a gente fala sobre essa doença, quando a medicina também fala mais sobre essa doença - porque os médicos também tiveram dificuldade de identificar essa doença - então a prevenção ainda é o melhor remédio.

Eu conheci uma médica de Santos que é uma batalhadora, a doutora Bianca Schiavetti, ela é gastro, tem vários títulos e é responsável pelo ambulatório de doenças inflamatórias intestinais da Prefeitura de Santos. A doutora Bianca é engajada nessa causa e tem se empenhado muito para ajudar os pacientes, principalmente na Baixada Santista.

Mas na Baixada, por exemplo, só tem em Santos um ambulatório que é municipal, e muitas outras cidades nem se fala muito dessa doença. Então no dia 18 de maio eu apresentei duas indicações ao governador referentes ao Maio Roxo.

A primeira indicação foi a ampliação do calendário de divulgação de doenças inflamatórias intestinais na Baixada Santista. Maio passou, e aí? Você aprendeu algo sobre isso? Provavelmente não. Por isso que eu fiz a indicação em maio, mas deixei para falar sobre isso em junho, para mostrar que a gente precisa falar mais sobre essas doenças.

A segunda indicação ao governador é a adoção de providências urgentes para implantação nas unidades do AME tratamento especializado para pessoas com as doenças inflamatórias intestinais.

Sr. Governador, quando nós falamos em prevenção é maravilhoso para os pacientes e também é maravilhoso para o Poder Público, que vai economizar lá na frente. Eu esperei maio passar, estou dando esta alerta porque quero lutar por todos nós. Não posso mais lutar pelo meu pai, mas posso lutar por todos nós.

Então, essa é uma dica para o governador e eu espero que ele atenda os meus pedidos. Salve vidas, governador. Muitas vezes apenas com a informação a gente pode salvar vidas, e conta comigo.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputada Professora Bebel.

 

 A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, nobre deputado Reis. Cumprimento a Mesa de trabalhos, meus assessores à esquerda, à direita, Srs. e Sras. Deputadas, público presente.

Na pessoa da presidenta da OAB, doutora Patrícia Vanzolini, uma satisfação tê-la aqui nessa luta correta contra o aumento das custas judiciais, nossa bancada tem clareza que não dá para votar esse projeto de lei, que sabemos que não é de acordo com o que a gente sempre defendeu em termos de direitos de toda a sociedade paulista. Então, podem contar com o nosso apoio, a bancada do Partido dos Trabalhadores.

Com isso, eu quero abrir a minha fala dizendo o seguinte: Hoje nós tivemos uma notícia muito importante, que foi a extensão do prazo, aliás, a prorrogação do Ensino Médio, que não mais vai ter até o dia 6 só para fazer a consulta, mas colocou um mês para frente.

Isso para nós é uma vitória do movimento dos professores, dos estudantes, da sociedade, porque o Ensino Médio, da forma como está, não pode ficar. Ou muda ou muda, simples assim. Por quê? Porque está fazendo de conta que está ensinando.

Eu até tenho feito debates profundos por todo o estado de São Paulo, no Brasil até, e o que a gente pergunta é o seguinte: quando a gente debatia a necessidade, deputado, presidente Reis, de mudar o Ensino Médio, a gente queria, deputado Mecca, é dar um sentido, um conhecimento mais profundo para os nossos estudantes. A gente não queria que se retirassem componentes curriculares, que são importantes.

Então, se discutia com a gente: “Ah, mas como é que vocês conseguem trabalhar com 15 componentes curriculares?” Tudo bem, e como trabalhar com essa porcaria de 300 itinerários somativos que, na verdade, rebaixou o conhecimento dos jovens do Ensino Médio do estado de São Paulo?

Por sorte aqui há indicação também do secretário. Eu estive com o secretário de Educação e ele indicou que deve ter mudanças, mas, por favor, faça mudanças nos ouvindo, não de cima para baixo, porque se for de cima para baixo vai dar isso que virou: medida provisória, 300 itinerários formativos, e ao mesmo tempo fazendo de conta que a estudantada está aprendendo. E não está. Então, esse é o recado.

A gente pede aí para o secretário de Educação, o secretário-executivo, que, por favor, antes de implantar nos chame, porque a gente não atrapalha, a gente apresenta propostas, a gente sabe que tem que ter um tratamento interdisciplinar, a gente tem inscrito uma resolução no Conselho Nacional de Educação.

Eu tive a honra de ser conselheira do Conselho Nacional de Educação, a mais alta câmara de educação desse país, que é a Câmara de Educação Básica. E de lá então nós, junto com os outros conselheiros do país, conseguimos produzir essa peça que se qualquer um ler fala: “Poxa, por que é que não foram implantadas essas diretrizes nas escolas do Ensino Médio no país?” Porque me parece que é a tese histórica, que é uma escola para os ricos e outra escola para os pobres, e isso nós não vamos admitir.

Nós queremos uma escola pública de qualidade, desde creche, pré-escolas até o nível superior. E para se chegar ao nível superior tem que ter uma sólida formação básica. Não basta pôr goela abaixo 300 itinerários somativos, e os estudantes fazerem de conta que estão aprendendo alguma coisa.

Para ir terminando, Sr. Presidente, quem acompanhou o “Fantástico”, domingo, viu o que foi a farra do boi do orçamento secreto, o preço que foi as aulas de Robótica no antigo MEC e quanto dinheiro foi desviado, e que acertadamente, aliás já deveria, mas penso que estava sob análise, o nosso ministro Camilo demitiu o responsável do FDE.

E agora espero que a gente caminhe aí na perspectiva de ter verbas públicas para as escolas públicas com qualidade. E essa porcaria de orçamento secreto veio aí comprovar a tese que nós defendemos: não tem que ser secreto; tem que ser público para que todos saibam para onde foi e de que forma foi gasto.

Um forte abraço.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Encerrando o Pequeno Expediente, nós vamos dar entrada...

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

                                                           * * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Entrando no Grande Expediente, pela ordem...

 

O SR. DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Tem V.Exa. o tempo de dois minutos.

 

 O SR. DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, sempre agradecendo a Deus pela vida e pela saúde, saudando o senhor na Presidência e todos os colegas aqui presentes, quero usar este espaço para fazer uma saudação especial à Ordem dos Advogados do Brasil do estado de São Paulo, na pessoa da sua presidente, Patrícia Vanzolini, e também do seu vice-presidente, Leonardo Sica, saudando todos os colegas operadores do Direito, e também parabenizá-los pela atuação, por estarem atentos e sempre preocupados com o bem-estar do povo paulista.

É isso, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Entrando na lista de oradores do Grande Expediente, o próximo orador é o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Em permuta com o deputado Luiz Fernando, o deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos. 

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, funcionárias da Assembleia Legislativa, população que nos acompanha aqui pelo plenário e que nos acompanha, também, pela TV Assembleia, ontem nós apresentamos aqui uma Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento das Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo.

Queria que colocasse, Machado, a apresentação. Pode passar a próxima. Aqui tem alguns conceitos do que é uma região metropolitana: são agrupamentos regionais, instituídos por lei, integrados por municípios limítrofes, com afinidades culturais, sociais, econômicas, políticas etc., não basta apenas a proximidade. A ideia é integrar o planejamento, a organização e a execução das funções públicas de interesse comum.

Pode passar a próxima. Quando se pensa numa região metropolitana, nós temos, primeiro, o respaldo legal, que hoje tanto está respaldado na Lei Federal 10.257, de 10 de julho de 2001, que é o Estatuto da Cidade, e a Lei Federal 13.089, de 12 de janeiro de 2015, que também é o Estatuto das Metrópoles.

Qual é a intenção dessa frente parlamentar que nós lançamos no dia de ontem? Primeiro, quais são os benefícios? A integração, o estímulo à mobilidade.

Pode passar a próxima. A otimização da gestão pública, a busca por soluções consorciadas, a formação de massa de consumo, a atração de investimentos produtivos, a diversificação produtiva, a organização de arranjos produtivos, a ampliação de mercados e o dinamismo do mercado de trabalho.

Hoje, no estado de São Paulo - pode passar a próxima -, nós temos nove regiões metropolitanas: a de São Paulo, Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba, Litoral Norte, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Piracicaba e Jundiaí.

É importante lembrar - pode passar a próxima - que, ao pegar essas nove regiões metropolitanas do estado de São Paulo, nós representamos o equivalente a 80% da população paulista do nosso estado. Então isso equivale a 36 mil e 931 pessoas, somando essas nove regiões metropolitanas.

Pode passar a próxima. Alguns dos desafios colocados é a questão das desigualdades regionais, a integração e mobilidade, planos diretores menos individualistas, ativação de gestões metropolitanas, conquistas de autonomia e recursos financeiros.

Inclusive, um dos debates colocados agora, na LDO, porque por mais que você tenha a região administrativa, o aglomerado urbano, e foram criadas nove regiões metropolitanas no estado de São Paulo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias não determina recursos para a estruturação das regiões metropolitanas no estado de São Paulo.

Então fizemos uma emenda à LDO para garantir que, dentro da estrutura do orçamento do estado, as regiões administrativas tenham a designação, a partir da LDO, “recursos para o desenvolvimento das regiões do estado”. A legalidade e a regulamentação, a compreensão da visão do novo governo também em relação a essa questão.

Pode passar. Por que da legalidade? Porque nós tivemos criadas, nesse último período, quatro regiões metropolitanas: a de Ribeirão Preto, a de Piracicaba, em 2021, a de São José do Rio Preto, em 2021, e a de Jundiaí, também em 2021. Só que essas três últimas ainda estão pendentes de regulamentação, de instituição da Agência Metropolitana e de criação do Fundo Metropolitano.

 Quer dizer, cria-se uma região metropolitana no estado de São Paulo, mas, efetivamente, você não faz o arcabouço legal para que tenha validade o seu funcionamento. Então, a frente parlamentar vai discutir a questão da legalidade em relação às regiões metropolitanas.

Um outro ponto importante que a gente olhe nas regiões metropolitanas é quando a gente faz o olhar. As nove que nós temos hoje, quando pensamos na Região Metropolitana da Grande São Paulo, você tem uma conurbação de prefeituras. Só que você tem outras cidades em que não existe essa conurbação. Vou dar um exemplo para vocês aqui.

Mesmo na Região Metropolitana da Grande São Paulo, Salesópolis tem 36 habitantes por quilômetros quadrados, enquanto Taboão da Serra tem 13.901 habitantes por quilômetro quadrado.

Se a gente for para a região de Sorocaba, nós temos Tapiraí, que tem 11 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto Sorocaba tem 1.641 habitantes por quilômetro quadrado; Campinas, pegar Morungaba, tem 99 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto Hortolândia 3.948 habitantes por quilômetro.

Então, percebemos que existe uma diferenciação entre as regiões metropolitanas que foram criadas no estado de São Paulo. Elas não têm a mesma característica. Pode seguir.

A próxima é em relação ao emprego formal, que nós estamos levantando também algumas informações. Em relação ao Vale do Paraíba, enquanto Piquete teve uma queda de 6% do emprego, Potim teve um crescimento de 19 por cento. Na Região Metropolitana de Jundiaí, enquanto Louveira teve uma queda de 2.87%, Cabreúva de 7.39 por cento. Pode passar.

A próxima transparência trata do orçamento per capita. Enquanto a cidade de São Paulo, Carapicuíba tem 1.966 reais por habitante, nós temos Barueri com uma renda per capita de 14.115 reais.

Se pegar a região aqui do Vale do Paraíba, do litoral norte, enquanto em Cachoeira Paulista a renda per capita é de 3.841, Ilha Bela tem 33.735 de renda per capita por habitante. Sorocaba, enquanto Votorantim tem 3.746, Araçariguama tem 8.861.

 Mostrando que existe uma dispersão. Mesmo dentre as regiões metropolitanas, as cidades não são iguais. Então, tem diferença entre as regiões metropolitanas e também dentro das regiões metropolitanas em relação à população, habitantes e também à densidade populacional.

Os passos que nós estamos colocando para essa frente parlamentar é, primeiro, detalhamento das locações produtivas de cada uma das regiões metropolitanas, fazer produções e diagnósticos de cada uma delas, fazer o incremento de base de dados e começar a ter cobranças, principalmente, no Legislativo, ter projetos e produções de lei aqui na Assembleia Legislativa, que a gente possa, de fato, fazer com que as regiões metropolitanas, após a conta em relação ao transporte metropolitano, à habitação, à estruturação da saúde, pensar o desenvolvimento econômico de cada uma das regiões metropolitanas do estado de São Paulo.

Porque nós não podemos, nobre deputado Donato, deixar essas regiões metropolitanas ficarem apenas no papel. Nós vimos que, nesses últimos anos, houve uma criação de regiões metropolitanas, uma atrás da outra, e isso acaba virando apenas marketing do Governo do Estado de São Paulo. Mas depois, na prática, você não tem uma estruturação das regiões metropolitanas, para que, efetivamente, a gente possa ter o desenvolvimento do estado de São Paulo.

Então, ontem nós apresentamos e criamos essa frente parlamentar na Assembleia Legislativa, para que possamos fazer um debate a partir do orçamento, um desenvolvimento do Estado na sua integralidade. Esse debate foi feito no dia de ontem. Lançamos essa Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, a partir das regiões metropolitanas.

Inclusive, o fundo metropolitano que tem hoje nas regiões metropolitanas, um dos debates que foi colocado na gestão passada... E quando você cria um fundo metropolitano, o desenvolvimento de cada uma das regiões, você acaba com o Fumefi, que é um fundo que também faz o desenvolvimento dos munícipios mais carentes do estado de São Paulo.

Isso nós não podemos aceitar. Nós temos que ter, de fato, um estado desenvolvido e essas regiões metropolitanas podem ter esse papel. Por isso, nós apresentamos, no dia de ontem, a criação dessa frente parlamentar.

Para concluir aqui, é importante: se uma área foi demarcada como região metropolitana, ela precisa produzir efeitos e entregar resultados e benefícios esperados pelo estado de São Paulo e pela população. Então, nós não podemos esperar nada menos do que isso, para uma frente parlamentar como essa que foi apresentada no dia de ontem.

Eu queria, no meu um minuto final, agradecer Sr. Presidente, a oportunidade de poder apresentar aqui o que nós discutimos ontem na frente parlamentar. Aproveitando, inclusive, que, hoje, profissionais do direito acompanham aqui também a Assembleia Legislativa... Hoje, o debate que vai ter na sessão ordinária é a questão da urgência.

A nobre deputada Bebel já colocou aqui o posicionamento da nossa bancada. A nossa bancada é contrária à urgência desse projeto. A nossa bancada também será contrária ao mérito quando esse projeto vir a ser votado. (Manifestação nas galerias.)

Então é importante a presença de vocês. Mas, antecipando que a bancada do PT é contrária à urgência do projeto. Mas também somos contrários ao mérito, caso esse projeto venha a ser discutido na Assembleia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputado Donato, em permuta com o deputado Dr. Jorge do Carmo.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,  Sras. Deputadas, Srs. Deputados, em particular, saudar a todos que nos acompanham aqui das galerias.

Da mesma forma, como aqui já foi afirmado pela professora Bebel e pelo deputado Luiz Claudio Marcolino, na semana passada, a gente já conseguiu impedir a votação da urgência do PL referido. E vamos continuar nessa batalha no dia de hoje.

Eu estou aqui hoje para falar um pouco sobre a cidade de São Paulo. Em particular, sobre a questão do Plano Diretor. O deputado Reis, que preside essa sessão, foi vereador junto comigo na Câmara Municipal. Votamos o atual Plano Diretor, em 2014. Ele representou um avanço importante para a cidade de São Paulo.

Conceitualmente, ele definiu algumas coisas. A principal delas, que está em disputa agora, diz respeito ao adensamento nos eixos de transporte de massa. Tanto onde tem metrô, como onde tem corredor de ônibus. Esse adensamento permite verticalizar, de 150 a 300 metros, dependendo da via.

Prédios maiores, e com padrões estabelecidos, que geram coeficientes, que geram apartamentos menores, com uma vaga só em garagem. Ou seja, induzindo que essas regiões sejam ocupadas por aqueles que querem utilizar esse transporte de massa. Preservando os miolos de bairro.

A gente chama de miolo de bairro o interior dos bairros, que tem vias menores, que tem mais dificuldade de locomoção, e preservando para prédios menores, até 28 metros. Esse foi um embate grande, em 2014, com o setor do mercado imobiliário.

Não que ele tenha sido derrotado em 2014, e se proibiu construir na cidade. Nunca se construiu tanto, na cidade de São Paulo, como nesses últimos períodos. Mas se dirigindo, esse consumo, para as regiões desses eixos. Se a gente for para o Capão Redondo, perto da estação de metrô Capão Redondo, tem centenas de apartamentos. Se for em Itaquera, tem também.

É evidente que tem desvios nesse processo. Tem manobras do próprio mercado imobiliário, que geram situações que não eram desenhadas no plano. Se a gente pegar a Rebouças, por exemplo, você tem uma verticalização.

Ali tem um corredor de ônibus. E tem a Linha 4 do Metrô, do outro lado. E você tem uma manobra do mercado imobiliário, de fazer prédios que têm micro apartamentos, de menos de 30 metros quadrados, com apartamentos maiores.

Então, no micro apartamento, você não põe vaga de garagem. No apartamento maior, você põe duas, três, quatro vagas. Mas, enfim, são acertos que o plano poderia fazer. Em 2014, quando foi votado o plano, o horizonte dele é de 15 anos, até 2029. Ou seja, para produzir efeitos, ele precisa de um tempo de maturação, naturalmente. Previu uma revisão, sete anos depois, que seria em 2021. Mas, com a pandemia, ela foi adiada.

E agora está sendo feita essa revisão. Na quarta-feira passada, foi votada, na Câmara Municipal, em primeira votação. Na Câmara Municipal, os projetos são votados em duas votações. Em primeira votação, votou-se um substitutivo do projeto, que o Executivo havia mandado, que já era um projeto que mexia em alguns conceitos.

Mas esse substitutivo piorou muito o que o projeto apresentava. Praticamente incorporando todas as sugestões do Secovi, que é o sindicato das construtoras e incorporadoras, ignorando a dinâmica da cidade e das necessidades da cidade. Evidente que quem é incorporador, quem é construtor, precisa ganhar dinheiro, produzir. E nenhum problema com isso.

Mas a cidade precisa dizer onde deseja que o desenvolvimento da cidade aconteça. E o plano votado na quarta-feira passada é um “liberou geral”: você pode produzir uma cidade que vai ser inviabilizada em vários aspectos, em particular no aspecto da locomoção.

Porque quando você amplia, nos eixos de transporte, de 300 para 600 metros, ou em torno das estações, que era de 600 metros que você podia verticalizar, para um quilômetro, você invade o miolo de bairro.

E onde você tem várias vias estruturantes, com corredor de ônibus ou com metrô, você vai gerar bairros sufocados, e a consequência vai ser que o morador desse bairro não vai sair da garagem de manhã.

Ele vai ficar congestionado, dentro da garagem, porque não tem viário para suportar isso. Mas isso não é um problema da construtora, porque a construtora quer ganhar dinheiro; depois que ela vendeu ou entregou, não é mais problema dela. É problema do Poder Público e do morador.

A gente não pode aceitar que a cidade seja submetida a essa lógica. Então, eu estou aqui para colocar esse aspecto. Já vou conceder um aparte, um minutinho só. E para comentar outros aspectos também, mas principalmente para lamentar.

E dizer que nós temos cerca de 20 dias, segundo o calendário da Câmara, para mudar isso em segunda votação. As pressões são enormes, e eu vou falar de algumas delas, de algumas confissões que não deveriam nem... Enfim, nos envergonham enquanto Poder Parlamentar.

Mas quero passar o aparte para o deputado Rômulo.

 

O SR. RÔMULO FERNANDES - PT - Trinta segundos só, deputado.

 

O SR. DONATO - PT - Claro.

 

O SR. RÔMULO FERNANDES - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado, eu moro na cidade de Mauá e tenho uma interface com a cidade de São Paulo. E a gente está fazendo um debate bastante grande com relação ao polo petroquímico ali da cidade.

Eu não peguei a lei, confesso que não li a lei, mas parece que há alguns problemas com relação à lei de zoneamento ao lado das indústrias petroquímicas ali; um certo exagero de permissão de construção, que é um outro tema que... Eu acho que a gente também tem que dar uma levantada nessa pauta.

 

O SR. DONATO - PT - Muito bem lembrado. E eles vão votar a lei de zoneamento logo em seguida também; a revisão da lei de zoneamento. Mas o polo petroquímico tem uma CPI na Câmara Municipal, que o vereador Alexandre Guedes preside, e que já demonstrou, com dados das UBSs do entorno, como doenças causadas pela poluição do polo petroquímico que está na divisa de Mauá e São Mateus são geradas na população de Mauá, mas também na população paulistana que mora em São Mateus.

Mas, como eu estava dizendo sobre o plano diretor, aqui nesses minutos que me faltam, lamentar... Hoje, na “Folha de S.Paulo”, a gente é surpreendido com a reprodução de uma mensagem de um vereador para a diretoria do Secovi, dizendo: “olha, nós acolhemos tudo o que vocês mandaram. Nós acolhemos as 18 propostas que vocês mandaram. E agora nós precisamos de uma contrapartida”, ele diz, “para o prefeito, já que ele vai ter desgaste; a eleição dele é no ano que vem”.

É lamentável que a administração pública de São Paulo, que o prefeito Ricardo Nunes submeta a cidade a um plano que inviabiliza a cidade - e não vai ser em médio prazo, mas em curto prazo -, visando apenas garantir os interesses do setor imobiliário na cidade de São Paulo.

Então, lamentar, pedir para que a população possa se mobilizar, cobrar seus representantes, porque a ideia da revisão do plano era justamente aperfeiçoar o plano em vários aspectos.

Por exemplo, tem um aspecto lá que foi a figura dos PIUs, Projetos de Intervenção Urbana, que eu acho que foi mal regulamentada, exagerada, e que poderia ser mais bem trabalhada. A questão de você ter uma política em relação à emergência climática; o plano é pobre nisso.

E você poderia ter medidas em relação a isso, que tem a ver com uma revisão, com uma atualização a partir das necessidades de hoje. Mas hoje o plano não é isso; a revisão não é isso. A revisão é uma revanche do mercado imobiliário contra a cidade. É disso que se trata a revisão do plano diretor na Câmara Municipal de São Paulo.

Então, eu queria, dessa forma, alertar todos os paulistanos que nos assistem, todas as paulistanas. Enfim, me solidarizar com aquelas entidades que estão cobrando na Justiça, o próprio Ministério Público, um maior debate, e, na questão de mérito, não dá para a gente deixar a nossa cidade à venda.

Porque é isso. Está se vendendo o solo da cidade, está se baixando a outorga onerosa, que alimenta o Fundurb, que é o fundo de urbanização para moradia popular, para melhorar a mobilidade da cidade.

Ou seja, é o sete a um do mercado imobiliário contra a cidade de São Paulo, contra os interesses do povo paulistano, contra os interesses da moradia popular, e que não pode prosperar em segunda votação na Câmara.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, próximo orador, deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado. Boa tarde presidente, deputado Reis, que está presidindo esta sessão, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, a todos que estão na galeria, sejam muito bem-vindos à Assembleia Legislativa, a todos que nos acompanham pela TV Alesp, pelas redes sociais.

O que mais somos cobrados pela sociedade é a respeito de uma polícia forte no estado de São Paulo, uma polícia que proporcione segurança jurídica e condições adequadas para os nossos policiais defenderem a sociedade.

No entanto, torna-se muito difícil construir-se uma polícia forte, com homens e mulheres que tenham essa segurança jurídica, quando nós nos deparamos com a publicação de atos normativos, como a nova edição da I-40-PM, que é um conjunto de normas que ampliou as hipóteses de instauração obrigatória de processos demissórios de policiais.

Resumindo, e para facilitar a todos que nos ouvem a respeito do que eu estou falando. Os nossos policiais do estado de São Paulo, principalmente os nossos policiais militares, que fazem o policiamento ostensivo na nossa cidade e no nosso estado, e cuidam dos cidadãos de bem, cuidam da segurança de todos nós, nós que estamos aqui trabalhando, das senhoras e dos senhores que estão nesse momento na galeria aqui na Assembleia Legislativa, para acompanhar o nosso trabalho, para demonstrar os anseios de todos vocês em relação à legislação que é votada aqui, esses homens e essas mulheres, esses policiais militares, atualmente não conseguem trabalhar e desenvolver a sua atividade dentro do nosso estado.

Agora há pouco o Capitão Telhada trouxe aqui a esta tribuna a ocorrência na zona leste de São Paulo, em São Mateus, envolvendo o soldado Matos e o soldado Robert, que estão internados no Hospital das Clínicas, onde eu estive na quinta-feira da semana passada, prestando apoio a esses patrulheiros e a seus familiares, no dia da ocorrência, e outros parlamentares também lá estiveram, e estão acompanhando.

Todos nós assistimos, durante uma abordagem policial, o indivíduo ir para cima dos dois policiais, arrebatar a arma de um deles e balear os dois policiais.

Nós não podemos, com atos normativos como esse que foi publicado semana passada, repito, que amplia as hipóteses de instauração obrigatória de processo demissório para policiais que estão nas ruas defendendo a sociedade.

Exemplifico aqui, eu acompanho a situação de policiais militares que estão respondendo a processo demissório, que foi pedido a demissão do policial por conta de uma abordagem policial efetuada e o suspeito que foi abordado denunciou o policial por lesão corporal. Lesão corporal essa que não foi comprovada nem através de provas testemunhais, nem através de laudos. E o policial, mesmo assim, responde a um processo exoneratório.

Aí eu pergunto, como construir uma polícia forte, uma polícia que tenha homens e mulheres com segurança jurídica para intervenções tanto preventivas quanto repressivas para defender o cidadão de bem, para defender a todos nós, para defender a sociedade, com um conjunto de normas frágeis como as que nós temos nos dias atuais?

Nós estamos em construção de tratativas com a Secretaria de Segurança Pública, com o comando-geral da Polícia Militar para a alteração dessas normas. Porque o que não estava bom ficou pior com a edição desses novos atos administrativos.

Semana passada protocolamos na Secretaria de Segurança Pública um ofício solicitando uma resposta acerca de propostas que nós apresentamos durante a transição na Secretaria de Segurança Pública, principalmente em relação à alteração dos horários operacionais dos policiais militares no estado de São Paulo.

Nós propomos a mudança de horário, de 12 por 36 para 10 por 38, ou seja, o policial trabalhar 10 horas tendo 2 horas de treinamento em instrução e 8 horas de patrulhamento por 36 horas de descanso.

Essas duas horas de treinamento e instrução visam um melhor preparo técnico-operacional a esses homens e mulheres que arriscam as suas vidas nas ruas de São Paulo. Estão pagando, derramando o seu sangue, entregando a sua saúde em prol dos nossos cidadãos.

Então fica aqui o nosso apelo, fica aqui a nossa cobrança, a nossa manifestação em nome dos policiais do estado de São Paulo. Nesse momento principalmente aos policiais militares, que estão com extrema dificuldade de desenvolver a sua atividade operacional nas ruas das nossas cidades, nas ruas do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Major Meca. Quero me juntar a essa proposta sua, porque é meu entendimento também que a preparação, o treinamento pode salvar a vida do policial. Quero me juntar à proposta de Vossa Excelência.

Seguindo a lista do Grande Expediente, o próximo orador é o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) A próxima oradora, em permuta com o deputado Donato, é a Professora Bebel. Deputada Professora Bebel, tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. De volta à tribuna para tratar também de alguns assuntos. Eu ouvi atentamente o deputado Luiz Claudio Marcolino e tenho clareza de que, quando as regiões metropolitanas...

Na época, a de Piracicaba, da qual sou oriunda, quando foi criada, eu até fui injustiçada por um deputado de Piracicaba que não foi eleito desta vez, porque eu estaria contra.

Eu não estou contra e não fui contra. Eu tinha exatamente a preocupação que foi colocada aqui naqueles slides, que era o quê? Se pensar em região metropolitana, se é para ter desenvolvimento, então temos que ter, primeiro, fundo para desenvolvimento regional.

Isso seria o indicador para que a gente tivesse confiança de que a criação ou a estruturação do estado dividido em regiões metropolitanas tivesse que ter esse fundo com um conselho de acompanhamento, com um planejamento estratégico, aliás, com um diagnóstico.

Eu, por exemplo, estive na Simespi, que é um sindicato dos industriais, dos donos das indústrias, sentada com eles na semana passada, e fizemos esse debate. Quer dizer, há uma possibilidade intensa de desenvolvimento, por exemplo, do polo industrial de Piracicaba. Piracicaba tem ciência, tem tecnologia, tem o chamado Hub, que dá condições de desenvolvimento, mas, na verdade, está sendo tratada de forma muito secundarizada e muito fragmentada.

Então, essa ideia de região metropolitana é boa se tiver, na vértebra, primeiro, um regime de colaboração. Não adianta, você vai continuar aglomerando municípios e dando o nome de “região metropolitana”.

Simples assim. O nome é bonito, mas, na prática, é isso, quando a gente tem que pensar na forma de como colocar em contato, no caso da minha região, que tem 23 municípios, os três municípios que ali compõem.

Não se pode formar bacias de municípios sem ter diálogo com os outros municípios paulistas também, porque há trocas, há desenvolvimento que acontece lá, mas não acontece aqui.

Como é que a gente faz o estado crescer? É isso. Lamentavelmente, o estado cresce por quê? Porque faz isso aí, olha: aumenta a taxa judiciária. O que mais? Retira verbas da Educação, que é o caso da redução das verbas da Educação, que, depois deste PL, virá para a Casa.

Nós fizemos um debate qualificado na Comissão de Educação na semana passada. Até quero agradecer a bancada, inclusive, que não concordava com a minha posição, mas estiveram lá inclusive fazendo o debate, porque antes não se fazia nenhum debate.

Então, de certa maneira, a gente fez esse debate e a gente constatou o quê? Que se houver a redução de verbas através de uma emenda à Constituição, que é o que o governador Tarcísio quer fazer, e vir para esta Casa, com certeza vai ter nove bilhões a menos para toda a Educação, desde a Educação Infantil até a Educação Superior.

Então a gente fez esse debate. E o interessante nessa redução de verbas é que não tem uma justificativa lógica. “Tem que investir mais em Saúde. Está sobrando em Educação.

Então pega 5% das verbas da Educação e joga para a Saúde”. Não, senhor. Tem que implementar as verbas que estão previstas para a Educação e tem que implementar as verbas que estão previstas para a Saúde, que sequer o Estado tem utilizado.

É ele que não utiliza e ficam aí professores com superlotação de salas de aula, essa porcaria de escola de tempo integral, que levou a um esvaziamento das escolas de tempo integral, porque é Ensino Médio e os estudantes são trabalhadores e trabalhadoras e precisam ajudar no sustento da casa.

Então tem que pensar de forma muito séria o porquê da redução dessas verbas. “A taxa da natalidade caiu”. É verdade, esse dado nós temos, mas verdadeiro é também que durante a pandemia os estudantes deixaram as salas de aulas e não teve nenhuma busca ativa para que esses estudantes voltassem para as salas de aulas; e eles estão lá e vão voltar na forma de Educação de Jovens e Adultos à distância.

Portanto, o direito ao conhecimento está sendo retirado de uma forma frontal. Então não é verdade que gasta tudo com a Educação, que há muito recurso para a Educação, e que, portanto, não se investe. Não é verdade. A verdade é: onde é que estão os estudantes que deixaram o Ensino Médio?

Quando foi feita essa busca ativa, deputado Simão Pedro? Porque aí ele responde a questão da demanda de que tem poucos, menos estudantes. Então é uma questão fundamental. Nós temos que universalizar o Ensino Médio. Toda vez que vai universalizar inventam essas formas aí “mirabólicas” para retirar os recursos da Educação.

Eu não posso deixar de falar também da importante participação minha no curso “Violência de gênero - Noções fundamentais e alterações legislativas”. Gente, eu não consigo falar assim, desculpe. Entre nós eu sento, fico quietinha aí, desculpe.

Mas a Defensoria Pública esteve nessa primeira etapa do curso ontem. A Edepe, que é a Escola da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, também, e o Instituto Legislativo Paulista também e a Assembleia Legislativa, através da Procuradoria da Mulher.

Ontem, eu fui uma das deputadas que faz parte da procuradoria que mediou os trabalhos. No dia 12 de junho, o tema vai ser... O meu de ontem foi, a Mesa da qual participei ontem foi: “Construção de gênero e violência doméstica”.

A próxima, no dia 12 de junho, é: “Violência doméstica do ponto de vista jurídico e psicossocial” e quem vai mediar é a deputada Paula da Bancada Feminista, que é procuradora adjunta junto comigo na Procuradoria da Mulher.

E é importante dar o tamanho que a Procuradoria da Mulher tem, eu acho que no trato com a política de gênero. Ontem para mim foi fundamental, fundamental já virou, mas foi bastante instigante entender como essa teoria toda é criada e cai no patriarcalismo, o que a gente acaba reforçando diuturnamente aí nas nossas vidas.

Por último e não menos importante, a Casa está lotada. Parabéns para os Srs. Deputados e Sras. Deputadas que aqui estão na luta contra o PL nº 752, de 2021. Justiça cara não é justa. (Manifestação nas galerias.)

Esta Casa tem que respeitar o que os ... Que bom. Que delícia. A nossa posição, deputada Paula, nós, do Partido dos Trabalhadores, e a oposição, estamos unidas contra esse PL, unidas contra esse PL nº 752. Um forte abraço.

Muito obrigada. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador, deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, fico muito feliz de ver a galeria lotada com os meus colegas de profissão, advogados. (Manifestação nas galerias.)

Tenho muito orgulho de ser advogado formado em Direito na Unesp, embora há pouco, porque também sou um dos deputados mais jovens aqui na Assembleia. Mas aprendi muito na faculdade, aprendi muito com a militância, pela justiça, pela efetivação dos direitos aqui no estado de São Paulo.

Quero pegar o começo da minha fala aqui, porque eu tenho certeza de que durante a Ordem do Dia vamos nos alongar sobre esse tema, e a Professora Bebel já adiantou nossa posição. Mas falar sobre esse projeto que vai ser discutido hoje, que mostra a total “dissincronia” da Assembleia Legislativa com a realidade do povo do estado de São Paulo.

Quando a gente deveria estar discutindo como facilitar o acesso à Justiça no estado de São Paulo, que já é tão difícil, vai ser discutido aqui hoje, vai ser pautado aqui hoje, para a gente discutir em regime de Urgência, um projeto que vai na contramão, um projeto para encarecer ainda mais o acesso da população aos seus direitos, ao sistema de justiça, que é direito constitucional assegurado e do qual a advocacia, segundo nossa própria Constituição diz, deputado Reis, é essencial na administração da justiça.

Por isso quero parabenizar todos os advogados de todas as subseções do estado de São Paulo que vieram aqui hoje, a diretoria estadual da OAB.

Tenho muito orgulho de carregar uma carteira de identificação profissional de advogado, porque as pessoas acham, deputada Paula, que assim como eu é advogada, acham que fazer Direito é para ficar rico. É uma glamourização, uma romantização, da realidade dos advogados.

A realidade do advogado no estado de São Paulo é trabalhar em condições cada vez mais precárias, cada vez mais inseguras, em trabalho autônomo, tendo que se virar em um mês em que não consegue as suas causas, não consegue ganhar o processo para poder se sustentar no mês seguinte.

E numa realidade em que é cada vez mais difícil a nossa população, quem precisa do acesso à advocacia, conseguir chegar até a Justiça, justamente por conta de várias mudanças que aconteceram no último período na Justiça trabalhista, por exemplo, para afastar, para amedrontar quem quer fazer uma denúncia à Justiça da efetivação desse seu direito.

Então, eu não entendo por que a prioridade de alguns deputados da base do governo aqui da Assembleia é pautar em regime de Urgência esse projeto, deputado Reis. Eu quero criticar o método, eu quero criticar o método dessa discussão.

Primeiro o método: por que regime de Urgência? É uma urgência do povo do estado de São Paulo aumentar custa judicial? Olha, eu acho que tem coisa muito mais urgente (Manifestação nas galerias.) que a população do estado de São Paulo se preocupa do que com aumento de custa judicial. Pode ter coisa muito mais importante que a gente deveria estar discutindo.

A gente precisava discutir, deputada Ediane, a qualidade do transporte público da ViaMobilidade aqui em São Paulo, a gente precisava discutir os índices de desemprego, de pobreza, de violência em São Paulo.

Agora, eu tenho certeza que não é urgente para ninguém nem aqui dentro, nem ocupando a galeria e nem lá fora aumentar custa judicial. Isso não tem nada de urgente. Isso só vem ao encontro a uma demanda da direção do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a quem eu, como deputado, como advogado, respeito muito, mas o Tribunal de Justiça aqui do ano passado para cá teve um aumento de seu orçamento de dois bilhões, e ainda está discutindo como aumentar suas custas.

E a gente esteve aqui, durante o último mês, deputado Reis, prestando todo o nosso apoio e a nossa solidariedade aos servidores do Judiciário, que a despeito desse aumento do orçamento do TJ, não tiveram seus salários reajustados.

E não tem garantias, não foram oferecidas garantias de que esse aumento nas custas vai ser endereçado para aumentar o salário, para garantir a recomposição salarial dos servidores do Judiciário.

Ou seja, é um projeto ruim para a população, que vai ter o seu direito de acesso à Justiça ainda mais afastado, é um projeto ruim para a advocacia, que vai ter o seu trabalho ainda mais precarizado, vai afastar as pessoas com quem trabalhamos do exercício do seu direito de entrar na Justiça, de ter um litígio resolvido na Justiça. É um projeto ruim para os servidores do Poder Judiciário, que não têm qualquer garantia de que vão ser beneficiados.

Então, eu pergunto: para quem serve esse projeto? A quem no estado de São Paulo interessa aumentar a custa judicial? Eu tenho uma resposta: é a quem tem interesse em que a população não entre com ação, que a população não entre na Justiça. (Manifestação nas galerias.)

Que a população não utilize o seu único mecanismo que a Constituição assegura para ela resolver os seus conflitos, que é entrando na Justiça, que é entrando com uma ação.

É contando com apoio da Defensoria ou da advocacia, e é uma tentativa de você afastar ainda mais a população desse instrumento. E consequentemente você excluir ainda mais a população que mais precisa do exercício de seus direitos, porque as grandes ações, os grandes reclamantes, os grandes autores não vão sentir tanto esse impacto.

Quem mais vai sentir será a população que precisa resolver um litígio de menor valor, e que está sendo proposto agora um aumento de 50% na custa inicial do processo, o aumento de 100% na custa de execução, fragilizando sobretudo a população que mais vai precisar dessa defesa, do trabalho dos nossos advogados e do acesso à Justiça.

Então, tenho certeza que a gente vai ter muita oportunidade essa tarde para fazer essa discussão aqui. E vocês podem contar com a bancada do PSOL, com a bancada da oposição, com os nossos mandatos aqui para que o regime de Urgência desse projeto não seja aprovado, porque não é urgente, simples assim.

E quando o mérito desse projeto for ser votado também podem contar com a gente para nos posicionarmos contra, porque é isso que a população do estado de São Paulo espera da gente. (Manifestação nas galerias.)

A população de São Paulo não nos elegeu para aumentar as custas do Poder Judiciário. A população de São Paulo espera dos seus representantes eleitos justamente os mecanismos para garantir o acesso aos seus direitos. É para isso que a gente está aqui. Não é para atrapalhar ainda mais um processo que já é tão burocrático, é tão difícil e ainda é tão inacessível para tanta gente.

Então, parabenizar mais uma vez todos os meus colegas de trabalho, de profissão da OAB por estarem aqui dando um exemplo de manifestação democrática e exercendo seu papel de cobrar os deputados para que sejam coerentes com o que dizem durante a campanha. Parabéns por essa luta e contem com a gente. (Manifestação nas galerias.)

Mas eu quero dizer também, deputado, no tempo que me resta, quero anunciar a presença da vereadora Francine Félix e pedir para que, daqui a pouco, ela venha aqui, para a tribuna de honra, vereadora de Espírito Santo do Pinhal, que está visitando a gente, uma lutadora em defesa dos direitos humanos em uma pequena cidade do Interior.

Mandatos como o da Francine mostram para a gente como existe muita luta, muita resistência, muita criticidade no Interior. Então seja muito bem-vinda aqui, Francine. Venha ocupar esse espaço junto com a gente, aqui, na tribuna.

Falando da presença da Francine, como um dos deputados assumido e orgulhosamente LGBTs da Assembleia e agora com uma grande tarefa, que é de coordenar a nossa Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da População LGBTQIA+, eu quero dizer que esta é uma semana muito importante.

Nós estamos no mês de junho, que é um mês simbólico, um marco da luta LGBT, não o único mês em que nós fazemos luta, deputado Reis, porque ser LGBT no Brasil é um ato de luta diária, constante, permanente, 12 meses por ano, 7 dias por semana, durante todas as semanas do nosso mês.

Agora, o mês de julho é um marco e os marcos são importantes justamente para que a gente possa refletir, para que a gente possa ocupar o espaço.

E neste domingo, a cidade de São Paulo, o estado de São Paulo, vai receber a maior manifestação pública do mundo, que é a Parada do Orgulho LGBT, na Avenida Paulista.

Vem gente do Brasil inteiro, do estado inteiro, do mundo inteiro para participar desse momento, que é um momento de festa, é um momento de celebração da nossa diversidade, mas é, acima de tudo, um momento de muita luta e resistência.

O Brasil ainda é, de maneira lastimável, o País que mais mata pessoas por conta de sua orientação sexual e por conta de sua identidade de gênero no mundo inteiro, inclusive mais do que países onde ser LGBT é crime, onde ser LGBT é apenado com a pena de morte. No Brasil, a gente ocupa o ranking de país que mais mata a população LGBT no mundo.

Então não faltam motivos para a gente lutar. Esta Assembleia hoje tem a maior quantidade de parlamentares assumidamente LGBTs do Brasil inteiro, nós somos em sete aqui. É uma presença muito significativa que a gente tem aqui, na Assembleia Legislativa, mas, infelizmente, a gente ainda vê muitos projetos de lei aqui, CPIs, iniciativas legislativas na Assembleia para restringir ainda mais a cidadania da nossa população.

E isso nós estamos aqui para dizer que nós nunca mais vamos aceitar. Agora vão ter que nos ouvir, vão ter que discutir com a gente e a gente vai falar sobre as nossas vidas, as nossas dores, mas também o nosso orgulho, a nossa alegria em primeira pessoa.

Então, que esta seja uma semana em que a cidade de São Paulo, em que a Assembleia Legislativa possa ser tomada com a nossa cor, que também a nossa potência é a nossa diversidade, é a nossa garra, nossa coragem e a nossa luta todo dia de ser exatamente quem a gente é, sem qualquer vergonha disso, mas com muito orgulho.

Obrigado, deputado Reis. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Guilherme Cortez. Próxima oradora é a deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Em permuta com o deputado Valdomiro Lopes, a deputada Ediane Maria, pelo tempo remanescente do Grande Expediente. 

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todas e todos. Obrigada, Sr. Presidente. Quero saudar a todos que estão hoje aqui na plateia, acompanhando um momento único nosso.

Eu quero fazer uma fala que está ali escrito, que é assim, a sociedade não aguenta mais pagar por um trabalho que, como o nosso companheiro acabou de falar, deputado Cortez, que é advogado, eu sou uma sem-teto, eu sou a primeira empregada doméstica que ocupa esta Casa e sou aquela que precisa da OAB, que precisa, de fato, ser assistida, e que veio dos movimentos sociais. Que nós sejamos assistidos e que a Justiça seja plena e atenda a todos que necessitam dela.

Então quero saudar vocês que estão aqui hoje lutando contra esse reajuste salarial que não vai atender toda a classe e que afasta os sem-teto, afasta as mulheres negras e afasta toda a população empobrecida por esse sistema capitalista, que vai precisar, sim, da Justiça, e não vai poder usar, usufruir.

É esse o olhar nosso, da sociedade. Por isso estamos aqui, de pé, de cabeça erguida, para falar que é graças à Justiça que nós estamos aqui hoje podendo lutar por direitos sociais e reparação histórica no estado de São Paulo.

Quero falar, falando de justiça, quero falar das trabalhadoras domésticas. Eu quero falar que, nesse final de semana, fiz uma visita, como a primeira empregada doméstica eleita no estado de São Paulo, fiz uma visita no Sindicato das Trabalhadoras Domésticas.

Eu quero que vocês se espantem com os dados alarmantes de mulheres que estão sendo resgatadas em trabalho análogo à escravidão. Mais de 70% de nós, que somos mulheres negras, que ocupamos esse lugar na sociedade, de trabalhadora doméstica, de diarista, e que nos encontramos ainda na invisibilidade, ainda sem direitos garantidos em carteira.

Somos aquelas que ainda não temos direito a férias. Somos o país que mais contrata, que mais tem. E que, inclusive, não tem vergonha de colocar nos seus anúncios de apartamento que tem quarto de empregada, ou área de serviço, como é colocado no nosso País.

Somos as mesmas, que continuamos sem direitos garantidos. Somos as mesmas, que continuamos sem ser assistidas. É vergonhoso falar esse dado. Sabe por quê? Porque ainda, no estado de São Paulo, onde tínhamos 27 sindicatos, onde tínhamos todo o acolhimento, toda a orientação... O trabalho nosso envolve afeto.

Sabe por que uma empregada doméstica, ou a menina que trabalha na faxina, sofre? Sabe por que ela não põe o patrão dela no pau, como o pessoal fala, na Justiça, a maioria de nós? Porque nós não produzimos máquina.

Nós reproduzimos a vida. Nós reproduzimos pessoas. É impressionante que, mesmo quando nós somos duramente atingidas, quando nós somos encarceradas, quando são negados os nossos direitos, sabe o que nós temos pelos nossos patrões? Afeto. Por isso que é tão duro.

Estava, no sábado, conversando no sindicato. Aí veio uma moça que estava desesperada. Chorando, desesperada, porque ela estava vivendo uma violência, uma violação de seus direitos, na casa a qual ela morava, e ficava de 15 em 15 dias, e uma folga. De 15 em 15 dias. Se os patrões precisassem, ela ficava 20 dias, à mercê dos patrões. Ela estava desesperada.

Porque, ao mesmo tempo que ela falava assim “para onde eu vou, o que eu vou fazer?” ela olhava e falava “eu não posso sair da casa porque as crianças precisam de mim, eu sou babá, eles precisam de mim”.

Então são esses olhares de afeto, de solidariedade, o qual as trabalhadoras domésticas têm pelos seus patrões, que a sociedade, de fato, tenha com a gente. Que nos olhe como seres humanos, que precisam ter dignidade para avançar, por ter uma moradia, por ter acesso, de fato, à cidade.

Que a gente não seja encarcerada, e que o único momento em que a sociedade nos olha é quando a gente sai numa notícia de jornal, quando a gente finalmente é resgatada, é finalmente descoberta por alguém, pela rede social, por um vizinho que ouviu os nossos gritos.

Nós não queremos mais viver numa sociedade onde nós não somos vistas como seres humanos de fato. Não vou dizer que os patrões não amam a nós. Nos amam, mas não lutam pelos nossos direitos, muitas vezes. É necessário olhar que, a cada quatro, apenas uma trabalhadora doméstica tem os seus direitos garantidos assegurados na Carteira de Trabalho.

É a única... você imagina, são poucas. Somos menos de 20% que temos acesso, direitos garantidos. Graças à política da nossa eterna presidenta Dilma, que nos garantiu e assegurou. É necessário que avancemos por uma política de reparação e de reconstrução dessa sociedade.

Quero falar também, quero saudar os trabalhadores da limpeza desta Casa. Na sexta-feira, fui fazer uma visita. Hoje passei no tapete vermelho, aqui na entrada. Tapete vermelho esse que nem todo mundo pode passar por cima dele.

Será que os trabalhadores da limpeza desta Casa, que mantém este plenário limpo, que mantêm os gabinetes limpos, será que estes trabalhadores estão conseguindo ter uma hora de descanso?

Será que eles têm onde se alimentar, de fato, com qualidade? Não! Eu repito, não têm. Continuamos na invisibilidade. Continuamos lutando por direito. Que esta Casa legislativa, o maior do País, que nós demos resposta concreta.

Porque fui ouvir as demandas dos trabalhadores desta Casa, que também continuam na invisibilidade. Continuam sendo retirados, todos os dias, os seus direitos. Então é necessário. Inclusive, o presidente desta Casa, o deputado André do Prado, passou também lá.

Então, atendeu a uma reivindicação nossa. Passou, foi ver como estão as reais condições dos funcionários da limpeza e também se comprometeu, Monica Seixas, a estar organizando esse espaço, a estar dando dignidade. Porque eu falo que é para além só da marmita, de onde esquenta a marmita; é para além de onde eles apenas esquentam seus alimentos ou fazem uma refeição.

A gente está falando de um espaço de descanso que não existe. Numa Casa deste tamanho, não existe um espaço, de fato, onde os trabalhadores... Sendo que na grande maioria, 100%, está sendo ocupado por mulheres negras e que têm que fazer o seu horário de descanso, de almoço, sabe onde, deputado Carlos Giannazi? Têm que fazer ali nos corredores, no estacionamento. Ainda não temos um espaço.

Então, é necessário que a gente lute junto para dar dignidade para esses trabalhadores. Então, eu só tenho a agradecer. Meu tempo já acabou. E quero saudar: logo mais, vamos começar aqui a nossa luta, e vai ser grande, né Monica.

Muito obrigada a todos.

A luta continua. (Manifestação nas galerias.)

Nem um LGBT a menos.

A luta é nossa.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Encerrado o Grande Expediente.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para usar o Art. 82 pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Enquanto a deputada Monica Seixas, Sr. Presidente, se dirige à tribuna, eu posso fazer uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Prossiga.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu queria aqui primeiramente saudar as advogadas e os advogados da OAB presentes, que vieram das mais variadas regiões do estado de São Paulo e estão mobilizados e mobilizadas, como nós aqui no plenário, contra a aprovação do PL 752, o perverso projeto que aumenta as custas judiciais. (Manifestação nas galerias.)

Esse projeto, Sr. Presidente, já foi debatido exaustivamente aqui na Assembleia Legislativa, desde 2021, quando ele foi protocolado. Nós já realizamos audiências públicas; ele já foi derrotado em todas as audiências públicas. Então, é um absurdo que ele volte à pauta, agora em caráter de urgência. E essa urgência será votada, infelizmente, hoje.

Mas eu faço um apelo a todos os deputados que têm, aqui, a carteira da OAB, para que votem contrariamente. (Manifestação nas galerias.) Até porque, Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, eu entendo que o deputado ou a deputada que tenha inscrição na OAB e votar a favor desse projeto estará desonrando a instituição e a entidade.

E faço um apelo também ao proponente do regime de Urgência, que é o deputado Carlos Cezar. O deputado Carlos Cezar disse que é advogado. Então, eu acho que... (Manifestação nas galerias.) Como que um advogado propõe um regime de Urgência a um projeto contra os advogados e advogadas, contra a OAB e contra o povo do estado de São Paulo? Faço um apelo ao deputado Carlos Cezar, para que retire o pedido de urgência.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputada Monica Seixas, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos, pelo Art. 82.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PELO ART. 82 - Obrigada, presidente. Então, vou começar fazendo coro aos nossos advogados, operadores do direito do estado de São Paulo, ao pedido de retirar da pauta o regime de Urgência. (Manifestação nas galerias.) Mas dizer que a bancada do PSOL já se manifestou aqui ao longo do dia.

O deputado Carlos Giannazi já está há muitos anos obstruindo, desde que o projeto chegou à Assembleia Legislativa, exímio defensor do acesso ao serviço público e aos direitos.

Nossa bancada tem a deputada Paula, o deputado Guilherme, dois advogados; tem a Ediane Maria e eu, duas mulheres negras periféricas que sabem a diferença que faz, e a necessidade de o povo preto, pobre e periférico usar, acessar os direitos. E infelizmente a gente, muitas vezes, tem que fazer através da Justiça.

Então, todo o nosso apoio à luta dos advogados que estão aqui presentes hoje, contra o PLC 752. (Manifestação nas galerias.)

Mas não vai ser sem luta, infelizmente. Acho que, entre operadores do Direito, os que advogam para fazer cumprir e aqueles que os escrevem, ou que lutam para avançar nos direitos, eu preciso dizer sempre que o Poder Legislativo do Estado de São Paulo é um Poder Legislativo bastante moroso em relação a todos os demais direitos.

Na Legislatura passada, a gente já tinha dificuldade de avançar, tudo era muito sobre acordão, os deputados não topavam alterar projetos do Poder Executivo ou de outras esferas.

Esta Legislatura está ainda pior. Nem as famosas aglutinativas de fim de pauta que o líder do Governo costumava fazer, aos 45 minutos, para fazer algumas concessões de vírgula para a oposição acontecem nesta Legislatura.

Então, peço aos senhores para continuarem engajados, não só aqui, mas de gabinete em gabinete, também quem nos assiste e quem nos acompanha, para fazer, quem sabe, nesse projeto o Poder Legislativo um poder de fato, o que não tá acontecendo aqui na Assembleia Legislativa.

Bom, presidente, nos meus dois minutos restantes, eu queria falar de um projeto novo que a gente protocolou hoje, um projeto inspirado, e em pauta hoje na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, do deputado Josemar, que é um projeto que prevê uma nova regulamentação sobre partidas esportivas em que tenham manifestações racistas.

No meu ponto de vista, é um projeto de lei redundante. Afinal, se racismo e injúria racial são crimes, e se ela acontece em público, e todos que assistem e não fazem nada ou que organizam os eventos são cúmplices, mas, infelizmente, a gente precisa dizer o óbvio ainda.

Então, a gente pede nesse projeto de lei que os organizadores de eventos esportivos parem as partidas, identifiquem e responsabilizem aqueles que são racistas durante a partida de futebol.

Projeto protocolado aqui (Manifestação nas galerias.), que foi protocolado primeiro na Câmara do Rio de Janeiro, e que deve ser votado hoje. A gente está na torcida para ser aprovado lá, porque talvez isso abra portas para a gente avançar sobre os eventos em todo o País.

Outro tema é que ontem foi Dia do Meio Ambiente, dia esse que, infelizmente, a gente não tem muito o que comemorar, mas muito a temer. Eu acho que está todo mundo sendo atingido de alguma forma pelas alterações climáticas aqui no estado de São Paulo.

A gente vive de forma muito dramática a alteração do regime de chuvas e, infelizmente, ano após ano, a gente assiste centenas de pessoas pretas, pobres, periféricas morrendo ou perdendo tudo, devido às intensidades das chuvas, que chegam mais violentas e concentradas no verão, e que somem completamente no inverno, e aí a gente tem uma outra situação, que é a falta de água na torneira para a dignidade humana, e aí, de novo, favelas e periferias são atingidas primeiro, neste mesmo momento em que a gente não discute a preservação ambiental, o reflorestamento e uma integração digna entre pessoas e meio ambiente.

Um tema completamente relacionado a isso é habitação. Habitação tem a ver com os direitos ambientais, os direitos humanos mais fundamentais, porque apenas com casa para todo mundo a gente vai discutir planejamento urbano, tratamento de esgoto, área de preservação ambiental etc.

E a gente tá vivendo um momento, e aí sim, voltando ao tema inicial das custas, a gente ouviu membros do TJ - já vou concluir - defendendo que é uma vergonha o estado de São Paulo cobrar a menor custa do país, o que não é verdade no final, porque o processo todo não dá isso, a menor custa do Judiciário do país, mas, se for pra gente dizer o que é vergonha, é vergonha que o estado de São Paulo tenha o maior número de pessoas sem-teto do País.

Isso é uma vergonha para o estado de São Paulo. A cidade de São Paulo tem mais sem-teto do que muitos estados inteiros. A gente está vivendo uma situação de colapso humano e ambiental, ao mesmo tempo em que o estado de São Paulo está doando um milhão de hectares de terras para grileiros.

Se eu não me engano, também falando de acesso à Justiça, é prioridade do Estado usar terra pública para vencer o seu déficit habitacional, e não está sendo usado um centímetro dessa doação de terras para a construção de habitação popular, e aí lá vamos nós usar o Judiciário para processar o Governo do Estado de São Paulo, para garantir os direitos da população em situação de vulnerabilidade, então tudo está relacionado.

Infelizmente, para o direito da natureza e para o direito das pessoas, a gente tem que recorrer ao Judiciário porque, infelizmente, a política está de costas para os interesses das pessoas. Está tudo relacionado, por isso nós estamos juntos nesta tarde e vamos seguir batalhando.

Obrigada, presidente. 

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, presidente. Vice-líder do Progressistas para falar pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido. Vossa Excelência tem o tempo de cinco minutos. Enquanto V. Exa. vai até a tribuna, eu quero anunciar a presença da vereadora Francine Félix, vereadora do Espírito Santo do Pinhal, acompanhada de sua assessora Fabiana.

Sejam todas bem-vindas na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente. É possível uma comunicação antes da fala do meu colega?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Com a anuência do deputado Capitão Telhada, V. Exa. tem dois minutos para a comunicação.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero enaltecer a mobilização das minhas colegas advogadas e meus colegas advogados que aqui estão neste plenário hoje.

Tenho muito orgulho de poder também ser da advocacia, saúdo em nome da presidente Patrícia Vanzolini, do vice-presidente Leonardo Sica, a grande mobilização, que é fundamental para que a gente possa ter mais tempo para poder discutir esse projeto que já está aqui há alguns anos, mas que ficou muito claro para a gente que ele não vai resolver de uma vez por todas o problema da autonomia do Tribunal de Justiça.

Portanto, não é justo que as pessoas mais uma vez tenham que pagar esse pato. Eu tenho muito orgulho de ser advogado e entendo que a mobilização que está sendo feita aqui hoje não é porque diretamente influencia apenas os advogados, porque obviamente quem vai pagar essa conta no final é o cidadão.

Então eu quero reiterar, nós teremos tempo ainda para poder fazer encaminhamento aqui pela bancada do PSB, mas digo a todos eles que eu com certeza estarei ao lado deles.

E antes de poder concluir aqui a minha fala, eu tenho muito orgulho de ter sido autor da lei que incluiu os medicamentos à base da cannabis no SUS, presidente, e eu pedi apoio para várias entidades ao longo da minha caminhada após a aprovação aqui neste plenário para mobilizar o governador para que ele pudesse sancionar.

E pasmem, tentei várias entidades ligadas aos médicos, aos pesquisadores, aos cientistas, e aí eu reitero aqui, com meu coração, com bastante energia, que foi uma única entidade que se manifestou se posicionando a favor e pedindo a sanção do governador, foi a OAB aqui de São Paulo.

Então, com muito orgulho, eu estou aqui para poder agradecer também a manifestação da OAB. (Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputado Capitão Telhada, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos. 

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - PELO ART. 82 - Muito obrigado, Sr. Presidente. Retorno a esta tribuna nesta terça-feira saudando, aproveitando a galeria cheia, sei que também o auditório Paulo Kobayashi está cheio de advogados, então, em nome da minha irmã advogada, a Juliana Telhada, cumprimento a todos nesta tarde. Sejam muito bem-vindos. (Manifestações nas galerias.)

Rapidamente, usando esse primeiro minuto da minha fala, quero dizer que tive contato com esse projeto agora, no meu primeiro mandato, nesses primeiros dois meses. Não sou favorável ao ritmo, ao critério de urgência para esse projeto, porque, sinceramente, quando eu tive contato com o relatório da comissão de jurimetria, análise preditiva, eu, primeiro, não consegui entender a destinação dos valores corretamente. Não percebi transparência, acho que a gente tem que discutir mais a fundo essa questão.

Segundo, que eu percebi que a morosidade, o aumento de taxas, não vai acelerar essa questão de morosidade que a gente tem hoje no TJ, porque a maior parte dos processos é em razão das próprias execuções fiscais, estaduais e municipais. Estou correto ou não? (Manifestações nas galerias.)

Que, detalhe, que o estado não recolhe taxa, o estado não recolhe a taxa que, justamente, está querendo ser aumentada para o povo. Então vou votar contra esse caráter de urgência, que fique claro. 

Mas eu gostaria de usar esses três minutos, Machado eu coloquei um vídeo, por gentileza. Gostaria de que fosse passado aqui um vídeo da cidade do Guarujá. Muitos aqui são do litoral paulista, olhem essa vergonha, nas barbas da lei, cidade de Guarujá.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Final de semana. Esse final de semana no Guarujá, Caio, você que é da Baixada. Pistola na mão, o de trás com um fuzil. Pessoal, não é filme, isso não é filme do Bope, da Tropa de Elite, não. Isso é São Paulo, junho de 2023, cidade de Guarujá.

Isso é um famoso bonde de traficantes, de safados, de vagabundos, todos armados, de pistola na mão, com um fuzil colt 5.56 m16, igual àquele de camiseta branca.

Coloca a foto que tem escrito alguma coisa, esse primeiro que estava sem camiseta na frente. Coloca outra foto, em que ele está sem camiseta e com a pistola na mão, a próxima, aí.

Esse primeiro que vem, não tem nem 20 anos de idade, usando a pistola lá atrás, fuzil m16, cada um deles armado. Põe a foto anterior aí com o nome dele, é esse: [Expressão suprimida.], bandido conhecidíssimo.

Art. 157, está errado aqui embaixo, Art. 157 lá de Guarujá. Então esse bonde aí do tráfico tromba com uma viatura nossa da PM, deputado Conte Lopes, uma lenda da Polícia Militar e da Rota, o que uma rádio patrulha vai fazer contra um bonde desse, do tráfico? O que uma viatura da Polícia Militar, uma equipe de Polícia Militar vai fazer quando encontrar um bonde de traficantes desse? Sabe o que vai acontecer?

O que aconteceu agora: o sargento Sérgio, enquanto nós estamos aqui brigando por questões justas, um policial militar foi morto, de novo em Guarujá, covardemente assassinado com cinco disparos nas costas, com três disparos no peito - sargento Sérgio, terceiro-sargento reformado, aposentado, morto nas ruas de Guarujá. Igual foram mais dois mortos na semana passada também, na porta de um supermercado. Morto, assassinado, atacado. São três ataques em Guarujá em poucos dias, policiais militares sofrendo um verdadeiro genocídio.

Eu subo aqui, nesta manhã, para colocar a minha indignação e para dizer o seguinte: até quando vamos aceitar que nossos policiais militares sejam acuados, pressionados pelo Estado, pressionados pela opinião pública, pela grande imprensa, pelos órgãos de controle, filmados a todo o tempo com câmera no peito, pressionados por tudo que é formado por eles de imagens usadas contra eles próprios e morrendo na mão do crime.

Polícia Militar, comandante geral que estava inclusive aqui na Assembleia agora, secretário de Segurança Pública, vamos atuar, vamos colocar nossa tropa de choque para dar uma resposta para esse tipo de situação.

Os policiais militares estão acuados, morrendo na mão do crime. Deixe o Baep trabalhar, deixe a Rota trabalhar, deixe o Coi trabalhar e buscar levar esses indivíduos para onde eles merecem: para trás das grades.

Muito obrigado.

 

O SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputada Monica Seixas.

 

O SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Toda a solidariedade à situação toda que vivem, às ameaças que vivem os policiais e as comunidades nas mãos das milícias e do tráfico.

Eu queria fazer uma questão de ordem. A gente exibiu aqui uma foto, endereço, RG de uma pessoa acusada pelo Capitão Telhada, que não condenada pela justiça, nos canais da TV Alesp - isso é grave.

No mesmo Guarujá, a gente já teve uma morte por conta de fake news. Eu queria pedir para a Casa retirar as imagens, o endereço, o RG e todas as imagens exibidas, e que o Capitão Telhada entregue isso para a justiça, porque a gente tem que ter fé na justiça.

Se existe uma denúncia, que seja feita à justiça, senão a gente apoia a pena de morte pela população, milicialização da polícia, que pode sair atirando. Tem que retirar isso do ar, não pode exibir assim a imagem dele, esse RG de uma pessoa que não condenada pela justiça, e exibir como se tivesse pedindo a caça dela.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Será encaminhado para a direção da Casa para possíveis providências.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Para comunicação, deputado Vitão do Cachorrão, tem V. Exa. dois minutos.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado. Eu, deputado Vitão do Cachorrão, filho de pedreiro, como vim lá da periferia com muito orgulho, quero colocar aqui, manifestar o meu posicionamento sobre o requerimento de urgência do PL 752 de 2021, proposta pelo Tribunal de Justiça do Governo do Estado.

O meu posicionamento é entender que esse PL tem a finalidade de aumentar a arrecadação de taxas jurídicas por meio do aumento de custos e impostos aos cidadãos que acessam a Justiça.

Eu, como deputado eleito pelo povo e que sempre defendi a justiça social, não posso ser a favor desse PL, que altera a alíquota de recolhimento de custos judiciais em diversas fases do processo. (Manifestação nas galerias.) Eu, como vim do povo e da periferia, com muito orgulho, filho de pedreiro, voto contra esse PL 752, de 21.

Muito obrigado, presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sr. Presidente

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Pela liderança da Minoria, peço para fazer uma comunicação e uma homenagem póstuma a Astrud Gilberto, que infelizmente faleceu, nos deixou. Ela, que foi esposa de João Gilberto, foi a responsável pela divulgação da bossa nova pelo Brasil e pelo mundo afora, especialmente quando ambos cantaram “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

           

* * *

 

Eu agradeço, Sr. Presidente, se eu puder apenas relembrar:

“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é ela, menina, que vem e que passa, num doce balanço a caminho do mar. Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema, o seu balançado é mais que um poema, é a coisa mais linda que eu já vi passar. Ah, por que estou tão sozinho? Ah, por que tudo é tão triste? Ah, a beleza que existe, a beleza que não é só minha, que também passa sozinha.

Ah, se ela soubesse que quando ela passa o mundo inteirinho se enche de graça e fica mais lindo por causa do amor. Ah, por que estou tão sozinho? Por que tudo é tão triste? Ah, a beleza que existe, a beleza que não é só minha, que também passa sozinha.

Ah, se ela soubesse que quando ela passa o mundo inteirinho se enche de graça e fica mais lindo por causa do amor. Por causa do amor, por causa do amor, por causa do amor.” (Manifestação nas galerias.)

Assim, Sr. Presidente, venho solicitar que possa haver um minuto de silêncio em homenagem a Astrud Gilberto.

Minhas condolências a sua família.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. O deputado Suplicy pediu um minuto de silêncio para que a gente pudesse fazer essa homenagem justa, depois, inclusive, dessa leitura tão importante de uma música que é referência para muita gente.

Eu queria propor também: hoje nós perdemos um companheiro lá em São Vicente, o Josué Amador, 50 e poucos anos, uma morte súbita. Então, queria propor que, ao fazer essa homenagem, a gente pudesse também estendê-la ao companheiro, militante e funcionário público Josué Amador.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Vamos então fazer o nosso minuto de silêncio.

 

* * *

 

- É feito um minuto de silêncio.

           

* * *

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, presidente. Se houver acordo de lideranças, sugiro a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência está suspendendo então a nossa sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 25 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Um minutinho só antes de passar a palavra ao deputado Carlos Giannazi.

Comunico ao Plenário que, nesta Sessão, estou respondendo a três questões de ordem:

- a apresentada pelo nobre Deputado Paulo Fiorilo na Décima Quarta Sessão Ordinária, acerca da regra contida no artigo 2º, inciso II, do Ato do Presidente nº 14, de 2023;

- a apresentada pela nobre Deputada MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS na Trigésima Primeira Sessão Ordinária, sobre a CPI proposta no Requerimento nº 298, de 2023, e criada pelo Ato do Presidente nº 101, de 2023; e

- a apresentada pelo nobre Deputado JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR na Quadragésima Sessão Ordinária, a respeito do procedimento a ser observado, no âmbito das Comissões Permanentes, quanto à prestação de contas prevista no artigo 52-A da Constituição Estadual.

Em prol do dinamismo dos trabalhos do plenário, não farei leitura das respostas. Para dar a elas a devida publicidade, determino que sejam prontamente encaminhadas aos nobres autores da questão de ordem e que sejam transcritas nas notas taquigráficas desta sessão.

Determino, ainda, que a resposta à questão de ordem de autoria do nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor seja transmitida ao Departamento de Comissões, que deverá encaminhá-la a todos os presentes das comissões permanentes da Casa.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa o requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 752, de 2021, de autoria do Tribunal de Justiça, com a discussão encerrada. Em votação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para encaminhar pela liderança do PSOL.

 

O SR PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. O deputado Carlos Giannazi fará encaminhamento pela Bancada do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, eu vou dividir o encaminhamento com a deputada Paula da Bancada Feminista.

 

O SR PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Carlos Giannazi irá compartilhar o tempo com a deputada Dra. Paula.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Eu também gostaria de me inscrever para encaminhar, Sr. Presidente, em nome da Minoria.

 

O SR PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental, deputado Eduardo Suplicy. Assim que o deputado Carlos Giannazi, com a deputada Dra. Paula, fizer o encaminhamento pela Bancada do PSOL, V. Exa., com anuência do líder da Minoria, fará o encaminhamento assim então.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, quero saudar novamente as advogadas e os advogados do estado de São Paulo, da OAB, das várias seções, da Capital, do interior paulista, da Baixada Santista. Sr. Presidente, aproveitar rapidamente, aproveitando que o deputado Carlos Cezar, autor do requerimento de urgência, está presente, fazer novamente um apelo a ele.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Peço à galeria que não se manifeste, de acordo com o Art. 219, quem está na tribuna não pode ser interrompido. Então peço a todos que cumpram o Regimento da Casa. Todos os senhores são sabedores, então peço. Todos são bem-vindos de maneira democrática, porém temos que cumprir o Regimento desta Casa.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, então faço um apelo ao deputado que também é advogado, tem inscrição na OAB. O deputado Carlos Cezar me disse que ele é advogado.

Eu disse a ele que parece que ele é o único advogado de São Paulo que defende esse projeto, tanto é que ele apresentou o regime de Urgência. Mas V. Exa. pode ainda recuar dessa posição, que é contra a OAB, contra a orientação da OAB. Vossa Excelência será visto depois como um traidor da OAB, dos advogados e da população, deputado Carlos Cezar.

Também apelo aqui aos deputados e deputadas da base do governo, que são advogados e advogadas - tem alguns que são, que têm inscrição na OAB - que votem contrariamente, porque se não V. Exas. estarão deixando também uma digital na aprovação desse projeto que aumenta as custas judiciais, que na prática significa o aumento de taxas para a população num momento tão difícil do estado de São Paulo. É isso que a Assembleia Legislativa vai votar hoje se o PL for aprovado no regime de urgência.

Foi chamada uma audiência pública para a semana que vem. Eu lembro que nós já realizamos várias audiências públicas desde 2021 e em todas elas o projeto foi derrotado, tanto é que ele não foi aprovado, não entrou mais em pauta e agora, estranhamente, a base do governo cedeu aos apelos do Tribunal de Justiça para que o projeto seja votado.

E nós temos informações de que, na verdade, o governo Tarcísio está apoiando agora e mobilizou a sua base porque o governo não quer fazer a suplementação orçamentária para o Tribunal de Justiça. Então, para se livrar dessa suplementação ele prefere jogar essas custas, essas taxas para a população pagar.

E eu quero aproveitar, já que a Assembleia Legislativa está disposta a votar um projeto tão perverso como esse à urgência, me parece que a base do governo de repente está preocupada com o funcionamento do Judiciário, então vamos lá. Olha, nós temos dois projetos importantes já prontos para serem votados aqui com urgência, inclusive eu aprovei as duas urgências há muito tempo para o TJ.

Um deles é o PLC nº 30, de 2013, do próprio presidente do Tribunal de Justiça encaminhado aqui em 2013, reconhecendo uma dívida salarial com os servidores, escreventes, oficiais de justiça de 10,55 por cento. Nós aprovamos esse projeto em todas as comissões, o projeto já está em regime de urgência.

Esse nº 752 nem tem urgência e ele vai ser aprovado ou não agora. E esse outro, que é muito mais importante, está em regime de urgência, ele pode ser votado a qualquer momento, basta o presidente pautar. E também o outro... Esse não foi eu que apresentei, foi o presidente do Tribunal de Justiça, reconhecendo a dívida. É um projeto do TJ.

E o outro aí, esse eu apresentei, que é o PL nº 3, de 2018, a pedido dos escreventes técnicos, solicitando o nível universitário, que também já foi aprovado em todas as comissões e está também em regime de urgência.

Então, nós estamos preocupados é com os servidores que trabalham no Tribunal de Justiça, que estão com os salários arrochados, defasados e nós temos uma oportunidade histórica aqui de votar esses dois projetos, até porque o Tribunal de Justiça está dando apenas 6% de reajuste salarial a esses servidores.

Esses dois projetos, sim, nós queremos votar. O nº 752 é contra a população do estado de São Paulo, por isso que eu rogo a todos os deputados da base do governo, sobretudo, aos advogados e advogadas, ao deputado Carlos Cezar para que votem contrariamente ao PL.

Quero dividir então o meu tempo que encerrou com a deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde aos colegas deputados, mas especialmente aos meus colegas advogadas e advogados, que hoje encheram a galeria desta Assembleia Legislativa para fazer coro com a oposição nesta Casa.

Para fazer coro com as bancadas do PSOL, do PT, do PSB, do PCdoB para dizer que nós somos completamente contrários e contrárias ao Projeto de lei nº 752, de 2021, que, vejam, aumenta substancialmente as taxas do Judiciário.

Parece, quando a gente discute um projeto como esse, que a gente não está falando do aumento de 50% e 100% do valor das custas, respectivamente, para as custas inicias e para as custas de execução. Isso tem um grande impacto.

Um grande impacto, em primeiro lugar, no acesso à Justiça, um dos direitos humanos fundamentais previstos no Art. 5º da Constituição Federal. É tão importante, eu sei que a OAB, como outras instituições, como a Defensoria Pública são muito parceiras na luta por um acesso à Justiça e para que os cidadãos, na nossa sociedade, tenham acesso de forma integral ao Judiciário para ver seus direitos reivindicados, infelizmente o que esse projeto de lei faz é atrasar esse direito, que é um direito fundamental.

Eu digo isso porque hoje a galeria está tomada por advogados e advogadas, felizmente, mas essa não é uma luta só nossa, essa não é uma luta só nossa dos advogados e advogadas, deputados e deputadas, ou advogados e advogadas em atuação.

Essa é uma luta de todos aqueles que entendem, como eu mencionei aqui antes, que esse direito do acesso à Justiça é um direito fundamental. E a pior parte de toda essa discussão é entender que existe pouca ou nenhuma transparência no debate sobre o orçamento do Judiciário.

O Tribunal de Justiça de São Paulo nunca nos disse qual é a real razão para ver aumentada e relegada aos usuários do sistema de Justiça, as pessoas que precisam se utilizar do sistema de Justiça essa responsabilidade de custear o seu orçamento, quando o orçamento do Tribunal já é altíssimo.

Eu falei aqui longamente na discussão desse projeto, na última semana, que o orçamento destinado no ano de 2021 ao Tribunal de Justiça é muito superior a áreas somadas como Habitação, como Assistência Social, Esporte e Lazer, Trabalho.

Várias pastas do Governo do Estado somadas não têm o orçamento que o Judiciário tem sozinho. E a maior parte desse orçamento é destinada para o pagamento de salários, para as folhas de pagamento, para altos salários do Judiciário.

Queria eu que a gente estivesse aqui discutindo como os advogados e advogadas vão ter o melhor acesso aos fóruns, muitos deles muito prejudicados, computadores que não funcionam direito, fóruns em que o servidor precisa lidar com a lentidão das máquinas, a falta de servidor, uma longuíssima lista de problemas.

Mas não é isso que está em discussão, porque nunca nos foi apresentada pelo Tribunal qual é a real razão para o aumento das custas e consequentemente para deixar para a população a responsabilidade de arcar com aumento do orçamento do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Então, assim como fez o deputado Carlos Giannazi antes de mim, eu faço um apelo, um apelo que não é só em nome dos advogados e advogadas do estado de São Paulo, mas um apelo em nome de toda a população do estado de São Paulo, que entende a importância da luta pelo acesso à Justiça.

Hoje, colegas deputados, por favor não vamos votar a urgência desse projeto, não há razão para votar urgência desse projeto. Na verdade, não há nem razão para votar a matéria que está em discussão, que dirá sua urgência.

Então, todo mundo aqui pediu, os deputados da oposição com certeza subirão aqui para, como eu, como o deputado Carlos Giannazi, encaminhar contra. Alguns deputados da base do governo vieram aqui dizer que também são contra, então é hora de a gente dar consequência e não enfiar goela abaixo um projeto de lei que não interessa em nada para a sociedade no estado de São Paulo. O nosso voto com certeza é contra.

Obrigada. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Para indicar, eles vão dividir o tempo, o deputado Eduardo Suplicy e a deputada Professora Bebel.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. O deputado Eduardo Suplicy irá compartilhar o tempo da Minoria com a deputada Professora Bebel.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, presidente André do Prado, queridos convidados aqui que estão acompanhando essa importante votação.

O mundo jurídico paulista está sendo palco de intensas discussões a respeito do PL que dispõe sobre o aumento das taxas jurídicas sobre o serviço público e a natureza forense, bem como outras providências.

Venho discutir uma questão de extrema importância, o orçamento e os gastos do Tribunal de Justiça de São Paulo. Sob esse trinômio da transparência, da avaliação adequada que seja fornecido um detalhamento completo dessas informações.

É fundamental que analisemos se o orçamento do Tribunal de Justiça de São Paulo está defasado e se há necessidade de aumentar as custas. Se está, citar quais medidas podemos tomar para sanar esse problema, sem que se onere mais a nossa população.

É de extrema importância que solicitemos, de maneira incisiva, um detalhamento completo dessas informações. Precisamos examinar minuciosamente esses dados e, portanto, não vejo necessidade de urgência para a votação dessa propositura.

Precisamos bem estudar e debater em audiências públicas com especialistas, a sociedade civil e, obviamente, com advogados. Somente com um estudo aprofundado dessas informações poderemos tomar decisões justas, embasadas, garantindo que o acesso à Justiça se torne uma realidade para todos os cidadãos de São Paulo.

Já enfrentamos dificuldades consideráveis no acesso à Justiça em nosso País, e esse aumento proposto apenas agrava essa situação. A população enfrenta inúmeros obstáculos para buscar a Justiça. Essa medida tornará ainda mais difícil o acesso apropriado a esse direito fundamental.

Além disso, essa proposta vai de encontro aos princípios fundamentais estabelecidos na Constituição, nos incisos XXXIV e XXXV, do Art. 5. A aprovação desse projeto de lei resultaria em maior desigualdade, aprofundaria as barreiras do acesso à Justiça.

Vale ressaltar que as custas já são elevadas, nem sempre é concedida assistência judiciária gratuita, o que torna a situação ainda mais preocupante. Os serviços e as taxas do Tribunal de Justiça estão entre os mais altos do Brasil.

Devemos interpretar toda a Constituição de acordo com o seu preâmbulo e os Arts. 1 e 3, que fundamentam o nosso compromisso com a justiça, a igualdade e o bem-estar da população.

Para ilustrar a magnitude do aumento proposto, cito um exemplo trazido por especialistas em uma execução de alimentos. Considerando uma pensão de cinco mil reais atrasada por dois meses, o aumento das custas judiciais e possíveis recursos seriam de 212 por cento. É inegável que o aumento proposto prejudica gravemente o acesso à Justiça e contraria os princípios fundamentais de nossa Constituição.

É nosso dever, como representantes do povo, zelar pelo acesso igualitário e efetivo à Justiça, garantindo que todos possam exercer seus direitos e buscar soluções para seus conflitos de forma sensível. Conclamo, assim, a todos os colegas desta Assembleia a unirmos forças nessa luta pelo acesso igualitário à Justiça.

É imperativo que exerçamos nosso papel de fiscalizadores, cobrando transparência e responsabilidade na gestão dos recursos do Tribunal de Justiça. Nossos cidadãos dependem de nós para assegurar que a Justiça não seja apenas uma palavra vazia, mas sim uma realidade tangível para cada um deles.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Saúdo todos vocês. (Palmas.) 

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra, então, a deputada Professora Bebel, para compartilhar o tempo da Minoria.

 

O SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação, enquanto a Professora Bebel aguarda.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está no meio do encaminhamento. Pode sim, quando finalizar a fala da Professora Bebel, eu dou dois minutos para comunicação de Vossa Excelência.

 

O SR. REIS - PT - Obrigado, presidente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, André do Prado, é um momento bastante importante e singular. Toda vez que esta Casa lota é a denotação de que alguma coisa não está bem dentro dela. Por isso estão aqui os advogados e as advogadas, enfim, todos que têm uma compreensão justa do que significa o PL 752, de 2021, na vida do cidadão e da cidadã paulista.

Eu quero dizer, deputado André do Prado, que V. Exa. tem um perfil altamente, na minha opinião, aberto para o debate.

Antes de qualquer coisa, nós teríamos que ter uma audiência pública, porque a audiência pública é que vai permitir nos dizer se o TJ precisa de dinheiro ou não. Eu tenho certeza de que, diante do orçamento que nós vimos, não há justificativa para isso. Mas como é papel nosso convencer ou sair convencido, nós sempre estamos abertos ao debate.

Acho que V. Exa., deputado André do Prado, em que pese não prestar atenção na minha fala... Eu lamento dizer, mas eu gostaria de que V. Exa. prestasse.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Perdoe-me, Professora Bebel. Eu estava dando atenção ao líder da Minoria, o deputado Enio Tatto, do PT. Mas prestarei atenção.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Muito obrigada, eu não quis tripudiar em cima de Vossa Excelência. É só um pedido que eu quero endereçar à V. Exa., que já fora feito pela minha bancada, e que...

Eu acho que V. Exa. abraçou, mas ao mesmo tempo quer pôr a urgência antes de abrir a audiência, né? Quando o correto, deputado André do Prado, é abrir a audiência e depois discutir a urgência.

Porque eu lembro perfeitamente, vocês vejam a data, 2021. Em 2021, eu era líder da bancada do Partido dos Trabalhadores, e junto comigo, para ser justa aqui, tinha uma deputada que não tinha nenhuma... Ela era oposta a mim, de posição. Uma concepção totalmente contrária à minha, mas, neste ponto, nós convergimos, era a deputada Janaina Paschoal.

 Nós duas, mais outros líderes, seguramos lá no próprio Colégio de Líderes esse PL, e nem veio para debate de urgência em plenário. De repente, vem para debate de urgência em plenário.

É verdade que a gente tem uma norma aqui que urgência a gente deixa passar e depois debate o mérito, mas não é... Mas projetos de deputados, não um projeto, que no mérito já está dizendo que é negativo.

Que é o quê? Que é aumento de taxas processuais para aqueles que querem ter acesso à Justiça. Nós não podemos permitir isso. Isso não vai de acordo com o que nós sempre professamos, que é a igualdade de direitos, a igualdade para todos e todas, portanto, como disse e leu aqui o nosso querido deputado, e sempre senador, Eduardo Suplicy, é um instituto constitucional. Não pode ser mexido assim com projeto de lei e mudado de uma hora para outra.

Então, na posição do Partido dos Trabalhadores, a nossa posição é contrária à votação do requerimento de urgência. Nós somos contrários ao mérito da matéria, a menos que...

Nós temos que ter uma audiência pública, deputado André do Prado. Por isso, o mais correto, é o quê? Vossa Excelência tem em si um caráter democrático. Retira. Retira e vamos fazer o debate na forma da audiência pública.

Eu acho que, dessa forma, a gente consegue, com certeza, clarificar os posicionamentos e sair com uma posição mais correta desse encaminhamento.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Reis, para uma comunicação.

 

O SR. REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente André do Prado, na semana passada, eu apresentei aqui uma matéria do “Intercept”, na qual mostrava que policiais militares fardados, com o uso da viatura, estavam indo para a Igreja Universal e participando de cultos - nada contra. Se o policial quiser ir, por livre e espontânea vontade, isso não tem proibição.

Mas eu passei uma matéria e, à noite, eu tive que ir a uma audiência pública, lá na Câmara Municipal de Diadema, que tratava da privatização, contra a privatização da Sabesp.

Fui assistindo a sessão pela Rede Alesp, pelo celular. Para minha surpresa, na fala do deputado Altair Moraes, ele, que inclusive é meu vizinho, e que eu o respeito, ele me chamou de mentiroso. Eu o estou representando no Conselho de Ética. Porque nós podemos divergir, podemos debater. Mas nunca ir para a questão pessoal, e destratar os colegas deputados e deputadas.

Eu fiz questão de vir aqui fazer essa comunicação, para que todos tomem conhecimento, porque não podemos nivelar o debate por baixo. Não podemos aceitar a forma como o deputado Altair Moraes se colocou neste plenário, com ataques pessoais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Caio França.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Para encaminhar, pela bancada do PSB. Vou dividir o meu tempo com a deputada Andréa. Eu inicio e ela conclui.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. Então tem o tempo, V. Exa., de 10 minutos, para o encaminhamento, compartilhado com a deputada Andréa Werner.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Altair Moraes.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Uma breve comunicação, só para responder o nobre deputado Reis. Quando se fala a verdade, é a verdade. Mas quando se fala a mentira, é mentira. É simples.

O que o deputado Reis colocou, sobre a matéria fake news, do “Intercept”, ele disse, na sua fala, está muito claro isso, vi ele falar várias vezes, dizendo que a igreja tem o comando, ela doutrina as polícias, e que se reúne as polícias para ouvir os pastores. Não é nada disso. Quando se falta com a verdade, é mentira. Simples assim. Se faltou com a verdade. Nós não convidamos e convocamos ninguém da Polícia.

São eles que pedem o apoio da Igreja Universal para fazer as suas reuniões, com os seus comandantes. Seria melhor que o deputado Reis se informasse, para não soltar esse tipo de coisas, essas inverdades. Tá bom? Então é isso, deputado Reis. Espero que o senhor, da próxima vez, se informe melhor, para saber o que acontece, realmente, com o trabalho da Igreja Universal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para encaminhar, o deputado Caio França.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação, com a anuência.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Depois do Caio França, deputado Major Mecca, eu dou uma comunicação a Vossa Excelência. Dois minutos.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, eu encaminho, em nome da bancada do PSB. Obviamente, contrário à urgência da votação do Projeto nº 752.

E quero fazer de uma forma muito respeitosa com os colegas do Tribunal de Justiça, todos os desembargadores, o presidente do tribunal, que aqui esteve, para poder apresentar as suas justificativas.

Mas é importante que a gente possa fazer o contraditório. Até porque, essa é uma das funções primordiais da advocacia. Então eu faço isso dizendo, primeiro, que a defesa em relação a não votar esse projeto, nesse momento, a urgência dele, ela se faz, não pelos interesses dos advogados, diretamente falando.

Nós estamos, e aqui todo mundo tem a maturidade suficiente para poder compreender que, quando você aumenta a taxa do Judiciário, obviamente que isso vai ser passado para o cidadão.

Então é fundamental que a gente possa ter a clareza que os advogados aqui, nesse momento, estão aqui hoje, porque conhecem, obviamente, do assunto. E sabem muito bem que vai ser mais difícil poder acessar a Justiça, no estado de São Paulo, caso esse projeto avance.

E aí, também fazer algumas colocações. Primeiro. São mais de 200 moções de repúdio à tramitação com urgência desse projeto de lei, que me foi encaminhado. (Manifestação nas galerias.) Eu quero agradecer todas as câmaras municipais, os vereadores de todas as cidades, praticamente, do estado de São Paulo, que tiveram conhecimento do assunto, que se posicionaram contrariamente à urgência desse projeto de lei.

E quero reiterar, ainda mais, que o argumento de que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo é o mais barato de todos os estados da Federação, não é correto. Visto que, quando você analisa um único recurso, até pode parecer isso. Mas, quando você acompanha o projeto, desde o início da sua tramitação, até uma decisão final, ele não se sustenta.

Portanto, é importante esclarecer isso para os colegas. Porque foi uma das justificativas que acabaram pegando os colegas, principalmente aqueles que estavam em dúvida, dizendo que era importante que a gente pudesse equilibrar as taxas com os demais estados.

Então, senhoras e senhores, é importante esclarecer que essa conta final não ficará para os advogados; ficará para o cidadão. E aí, quando você fala isso, você sabe muito bem que muitos deles têm dificuldade, porque um recurso não é a certeza de que você vai vencer.

Muitas das vezes, o cliente também aposta num recurso a chance que tem de poder se ver fazer justiça. Então, eu gostaria de conclamar aqui os colegas. Esse projeto já está tramitando aqui há um bom tempo. A outra legislatura não aprovou essa urgência, e ficará nas costas desta legislatura o avançar desse projeto.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

Então, acho que é importante que a gente possa ter tempo para maturar esse projeto. O argumento de que grandes empresas, projetos bilionários, inclusive, pagam a mesma coisa que pessoas que têm processos com valores muito mais baixos... A gente pode corrigir isso. Então, vamos fazer uma taxa especificamente para projetos bilionários, por exemplo, mas não para todos. Não é isso que está no texto legal.

Infelizmente, uma ampla maioria das pessoas que acessam o Judiciário vai pagar essa conta, e eu quero aqui reiterar pedindo que os colegas possam refletir a respeito desse assunto. Todo mundo aqui, ao longo do tempo, seja lá de qual partido for, fala que é contra aumento de qualquer imposto, tributo ou taxa. Agora é a hora de conseguir materializar esse discurso, para não ficar só nas palavras.

Eu quero aqui, mais uma vez, parabenizar a mobilização da OAB. Quero, em nome da presidente Patricia Vanzolini e do vice-presidente Leonardo Sica, cumprimentá-los. (Manifestação nas galerias.) E dizer que é só assim que a gente consegue as coisas, na base da mobilização mesmo.

E quero, como disse aqui, passar o tempo que me resta à minha colega de partido, deputada Andréa Werner, para que possa ocupar esta tribuna.

Muito obrigado. (Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos e todas, boa tarde, presidente, boa tarde a todos os advogados que vieram nos acompanhar hoje. (Manifestação nas galerias.) Já começo dizendo que o meu partido, PSB, é contra a urgência desse projeto. Eu queria me apresentar rapidamente aqui. Este é meu primeiro mandato. Eu sou Andréa Werner, eu tenho um filho autista de 15 anos.

Antes de estar aqui nesta Casa, a minha vida era orientar famílias de pessoas com deficiência, que me procuravam porque estavam tendo seus direitos negados. Então, apesar de eu não ser advogada, eu entendo um pouquinho da questão do acesso à Justiça. “Andréa, a escola negou a matrícula do meu filho”. “Olha, isso é contra a lei; você vai precisar procurar a Defensoria ou um advogado particular”. “Andréa, não tem terapia no CAPS”. “Você vai precisar procurar um advogado ou a Defensoria”. “Andréa, o plano de saúde cortou o plano do meu filho”, que é o que nós temos visto com muita frequência no último mês. “Procure a Defensoria; procure um advogado”.

E sabe o que a gente escuta com muita frequência, que eu não sei quantas vezes, presidente, eu ouvi nos últimos 10 anos? “Andréa, é o seguinte: eu não ganho pouco o suficiente para poder ter acesso à Defensoria Pública, mas eu também não tenho dinheiro para pagar um advogado particular”.

E essa, senhores e senhoras, é a realidade de uma parcela enorme da nossa população, que já não tem acesso à Justiça, porque infelizmente a nossa Defensoria, que tem um papel importantíssimo, ainda não consegue atender a todos; tem um limite de renda.

E essas pessoas também não conseguem pagar um advogado particular. Todo mundo faz a conta: “quanto eu vou pagar para o advogado, mais quanto que vão ser as custas do processo, quanto custa esse exame que o plano de saúde está me negando? Não vale mais a pena eu pegar um empréstimo no banco e pagar em 20 vezes do que correr o risco de ainda perder na Justiça e ter que pagar as custas, ter que pagar o advogado, porque eu não tenho acesso à Defensoria?”.

Essa é a realidade no nosso país. A gente já tem uma dificuldade atual de acesso à Justiça, e isso vai piorar. E eu quero saber o seguinte: para que serve esta Casa? A gente está aqui para legislar para quem?

Para melhorar a vida de quem? Porque eu fui eleita pensando em melhorar a vida da população e não colocar mais peso em cima da população. (Manifestação nas galerias.) Isso me frustra um bocado.

É a primeira vez em que eu venho encaminhar algum projeto de lei aqui, porque isso me toca muito pessoalmente. E eu tenho uma pergunta: a quem interessa limitar ainda mais o acesso dos paulistas à Justiça? A quem interessa isso?

E eu tenho uma resposta muito rápida aqui. Às operadoras de saúde. Quem está me acompanhando sabe que faz mais de um mês que as operadoras de saúde estão cortando as apólices de autistas, pessoas em tratamento oncológico, pessoas com deficiência, ilegalmente.

O meu mandato acionou o Ministério Público, que já abriu um inquérito, porque essa atitude é ilegal, e muitas pessoas a gente fala que precisam procurar um advogado, e vem a mesma resposta de novo: “eu não consigo contratar um advogado, e eu não consigo ter acesso à Defensoria”. Imagine se esse quadro piorar ainda mais, que é o que vai acontecer.

Então, a gente vai trabalhar para aumentar o teto da Defensoria Pública? Essa é a pergunta que eu deixo aqui. A gente vai aumentar as custas do Judiciário. A gente vai aumentar o teto da Defensoria, para que possa atender mais gente?

A gente vai ter concurso para a Defensoria Pública, que é justíssimo, inclusive, para aumentar o número de defensores que possam atender melhor a população? A gente está discutindo isso, ou a gente está falando só em penalizar a população, dificultar o acesso à Justiça, e piorar ainda mais essa situação no nosso Estado?

A gente não pode aceitar que a conta caia, mais uma vez, no colo dos mais vulneráveis, na conta daqueles que estão sempre sofrendo, estão sempre sendo penalizados. É isso que acontece aqui, e eu tenho que falar aqui, porque tem muitos deputados aqui, meus colegas da direita, da esquerda, de todo lado, que apoiam a luta das pessoas com deficiência, que apoiam a luta das pessoas com doenças raras, doenças crônicas graves.

Se você apoia a luta das pessoas com deficiência, você não pode apoiar esse projeto de lei. Eu sinto muito falar essa verdade aqui. (Manifestação nas galerias.) Porque ser familiar de pessoa com deficiência é viver judicializando, gente.

Porque direito de pessoa com deficiência, de doença rara, doença crônica grave, não cai no colo. Você precisa da Justiça, e é toda hora, é todo mês. Então, se a gente aprovar esse projeto de lei, a gente vai piorar a vida das famílias de pessoas com deficiência, com doenças raras, com doenças crônicas graves.

Então, aqui eu estou chamando os meus parceiros nesta Casa, as minhas parceiras, de todo o espectro político, que nos apoiem, para que a gente não passe a Urgência desse projeto, para que esse projeto não passe aqui.

A gente não tem nenhum motivo que faça sentido para dificultar ainda mais o acesso dos cidadãos à Justiça no nosso Estado.

Muito obrigada. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para uma comunicação, deputado Mecca. Tem V. Exa. dois minutos regimentais.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje, dia seis de junho de 2023 eu fiz o uso da Tribuna da Assembleia Legislativa no Grande Expediente para chamar a atenção quanto à insegurança jurídica dos policiais militares para exercer a sua atividade no estado de São Paulo, problema que foi agravado com atos normativos publicados na semana passada, que ampliam a possibilidade de instauração de processo demissório dos nossos policiais.

E, agravando a situação dos nossos policiais, eu quero trazer ao conhecimento de todos que estão aqui, os deputados, as deputadas, que há minutos atrás foi executado, na cidade do Guarujá, o sargento Sérgio, policial veterano, executado por criminosos na porta de um supermercado.

Gostaria de solicitar ao Sr. Presidente um minuto de silêncio, em homenagem e respeito a um herói da Polícia Militar, mais um morto nas mãos de criminosos no estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Então solicito a todos um minuto de silêncio.

 

* * *

 

- É feito um minuto de silêncio.

 

* * *

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, para encaminhar, em nome da Federação PT/PCdoB/PV, o deputado Dr. Jorge, que vai dividir o tempo comigo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Têm V. Exas. o tempo regimental de até dez minutos.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessoria aqui presente, policiais militares, público da TV Alesp, galeria aqui presente, eu quero hoje, com muita alegria, poder falar, e cumprimentar, de frente para os meus colegas, advogadas e advogados, saudar a OAB, a Ordem dos Advogados do Brasil, e dizer que hoje nós estamos nessa batalha para defender mais acesso à Justiça. Por isso saúdo a todos os advogados e advogadas e que sejam bem-vindos a nossa Casa, a essa Casa de Leis.

Sr. Presidente, eu me inscrevi para falar, pedi para o meu líder me indicar aqui para encaminhar, para falar sobre esse Projeto de lei 752, de 2021, que versa sobre o aumento das taxas do Poder Judiciário, deputado Carlos Giannazi.

Nós, ao longo de toda a nossa trajetória, sempre fomos contra taxar ainda mais a população paulista. E eu, advogado que sou, deputado que estou, não poderia deixar de vir aqui a esta tribuna e dizer, colegas, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, dizer o quanto esse projeto de lei vai piorar a vida dos advogados.

E mais do que isso, vai dificultar o acesso à Justiça, piorando assim que os advogados possam ter aquilo que é o seu sustento, aquilo que é para garantir o seu direito de advogar com decência, com dignidade, com condições e, além disso, Sr. Presidente, nós vamos dificultar também que a população, aquele que mais precisa da Justiça, tenha dificuldade de acessar a Justiça.

E quero dizer que nos termos da Constituição Federal, Art. 133, a advocacia é indispensável à administração da Justiça. E é por isso, Srs. Advogados, Sras. Advogadas, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, que nós aqui, neste plenário, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, já fizemos de tudo para que esse projeto não viesse com urgência.

Não entendemos necessária a urgência em um projeto que sequer quer fazer audiência pública para a gente discutir melhor, para a gente ouvir os advogados e advogadas, para a gente ouvir a OAB, para a gente ouvir o Judiciário, para a gente ouvir as partes e, sobretudo e principalmente, ouvir quem vai pagar a conta, ouvir a população que não está dentro da categoria de assistência judiciária gratuita, muito bem defendida pela Defensoria Pública, e também aquelas pessoas que têm dinheiro para pagar a advocacia e as custas processuais, porque aqueles que têm recursos e condições, esses não vão ter problemas, vão continuar pagando as custas, podem aumentar como for, eles vão continuar tendo condições.

A assistência judiciária gratuita, as pessoas que estão nessa categoria de hipossuficiência, vão continuar tendo esse direito, porque também é um direito constitucional, deputado Enio Tatto. Agora, as pessoas que precisam recolher as taxas desde quando dão início à ação, recolher todas as demais taxas no decorrer do processo e em fase de recursos também, essas vão ter dificuldades, porque não vão ter recursos para fazer isso.

E os advogados também vão ter dificuldades, porque com menos clientes, com menos pessoas para procurar o seu escritório para que você possa prestar assessoria jurídica com decência, com qualidade, com a estrutura que lhe é necessária, você também não vai ter, vão diminuir os seus clientes, e por isso é que nós não podemos aqui, no estado de São Paulo, votar para aumentar as taxas, deputado Luiz Claudio Marcolino.

Todas as vezes nós sempre fomos contrários à taxação, ao aumento de impostos. Este País já paga muito imposto, não somos nós que vamos colocar a nossa digital aqui para aumentar ainda mais aquilo que já é pesado, que são os impostos que nós pagamos.

Por isso, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nós, da bancada do Partido dos Trabalhadores, já conversamos. Nosso líder, Paulo Fiorilo, aqui está. Nós já combinamos, conversamos que não vamos colocar a nossa digital nesse projeto.

Não vamos votar favorável à urgência daquilo que entendemos que não é urgente. Mais do que isso, é necessário fazer uma audiência pública e, mais do que isso ainda, é necessário que se retire esse projeto, porque ele não é importante e não é necessário para a população paulista do estado de São Paulo.

Por isso, quero dizer a vocês que vamos votar contra a urgência. E quando vier o mérito, mais ainda, vamos votar contra, porque não podemos concordar com o aumento de taxas para a população, que já é muito apenada no estado de São Paulo.

Quero, a partir de agora, passar o tempo que me resta ao meu líder, deputado Paulo Fiorilo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Muito obrigado a todos vocês. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que acompanha este debate, assessorias, quem nos acompanha pela Rede Alesp, acho que quem me antecedeu já deixou clara a nossa opinião, mas acho que é preciso esclarecer algumas dúvidas, até para que não haja dificuldade na hora da votação e dos encaminhamentos.

Primeira questão: ao longo desses últimos dias, tivemos a oportunidade de dialogar com a OAB, com a Apamagis, com o TJ. Dialogamos no Colégio de Líderes, fora do Colégio de Líderes, e várias dúvidas persistem, principalmente porque, pelo que conseguimos apurar, o valor amealhado pelo aumento de taxa é insuficiente para resolver o problema do TJ. Primeira questão. A segunda questão é de quem pode arcar com esse custo ou não.

Então, essas dúvidas, como disse o deputado Dr. Jorge, precisamos aproveitar em uma boa e grande audiência pública, que será chamada pela Comissão de Finanças e Orçamento - quem preside essa comissão é o deputado Gilmaci, que agora preside esta sessão -, para que a gente possa ter lá a Apamagis, a OAB, o TJ, os advogados, as pessoas que podem ou não ser penalizadas, para que a gente construa uma grande audiência pública.

Acho que esse é o grande objetivo que conseguimos acordar para que o projeto não fosse votado sem que as partes pudessem, de fato, debater, porque o que a gente teve até agora foram posições individuais. Nada mais justo que a gente transforme as posições individuais em um debate grande e coletivo.

Agora, para encerrar, Sr. Presidente, é preciso entender que estamos votando a urgência do projeto. Não estamos discutindo o mérito do projeto, mas a bancada do PT decidiu - e é por isso que preciso explicar a quem nos acompanha - que não votaremos porque, se o governo tem interesse, que coloque os 48 votos.

Nós não votaremos porque, se votarmos “não”, a gente vai estar ajudando a dar os 48 votos. Então, a bancada do PT decidiu não votar. E que o governo coloque os 48 votos.

Essa é uma decisão importante, porque quem está aqui desde o início ouviu vários deputados virem a esta tribuna ou àquele microfone de apartes dizendo: “Sou contra o projeto”. Beleza, mas, para ser contra o projeto, não pode votar “não” agora, no voto para a urgência. Só isso. É só para deixar claro.

“Ah, o PT não vai votar?” Não, porque o governo tem que por os 48 votos. Depois, se tiver os 48 votos, nós voltamos depois da audiência pública para fazer o debate de mérito. Aí sim vamos fazer essa discussão tão importante para o TJ mas também para os advogados e para os usuários da Justiça.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Acho que ficou clara a nossa posição.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado.

Em votação a urgência do PL 752, de 2021, de autoria do Sr. Governador. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. Verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação que se realizará.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. União Brasil em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - União Brasil está em obstrução.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PT/PCdoB/PV em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Federação PT/PCdoB em obstrução.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Colocar o Republicanos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Republicanos está em obstrução.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Federação PSDB Cidadania em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - A Federação PSDB Cidadania está em obstrução.

 

O SR. PAULO CORREA JR - PSD - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PSD em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PSD em obstrução.

 

O SR. GERSON PESSOA - PODE - Pela ordem, presidente. Colocar a bancada do Podemos em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Podemos está em obstrução.

 

O SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, presidente. Para colocar o PSB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSB está em obstrução.

 

O SR. ATILA JACOMUSSI - SOLIDARIEDADE - Pela ordem, Sr. Presidente. Solidariedade em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Solidariedade está em obstrução.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem. Federação PSOL Rede em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Federação PSOL Rede em obstrução.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Apenas para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nós estamos ainda no processo de votação, deputado. Depois você pode fazer a comunicação.

 

O SR. DR. ELTON - PSC - Presidente, pelo PSC coloco em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PSC está em obstrução.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Progressistas em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Progressistas está em obstrução.

 

O SR. JORGE CARUSO - MDB - Pela ordem, Sr. Presidente. MDB em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - MDB em obstrução.

 

O SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - Pela ordem, presidente. Partido Novo em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Novo está em obstrução.

 

O SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para colocar o PDT em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O PDT está em obstrução. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo decorrido os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos em suas mesas.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para uma comunicação enquanto as pessoas estão votando.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Neste momento não cabe, deputado. Após a votação o senhor faz uma comunicação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Depois pode ser tarde demais, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Vamos esperar que não seja. Depois V. Exa. fará a comunicação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, então uma questão de ordem sobre a votação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Qual artigo do Regimento?

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Não me lembro agora, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Quando V. Exa. lembrar, V. Exa. venha ao microfone, por favor.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, é o Art. 280, do Regimento Interno.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O senhor vai falar sobre tumulto na sessão? Deputado, nós estamos em votação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vossa Excelência está implantando a censura e a mordaça. É isso.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Eu não estou censurando V. Exa. dessa forma.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu vou judicializar esta sessão porque V. Exa. está impedindo...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Faça isso, deputado. Faça isso. Obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - A minha participação e a minha fala. Vou judicializar. Ela será invalidada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - O Art. 280 fala sobre tumulto, deputado. O senhor está tumultuando. Fala sobre tumulto na sessão.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Vossa Excelência está negando uma Questão de Ordem, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Por gentileza, pode cortar o microfone do deputado. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Presidente, Questão de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Qual artigo?

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Eu quero falar, o senhor nunca pediu o artigo para ninguém. Vai pedir porque é oposição agora?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nós estamos em votação, deputado. Nós estamos em votação, não cabe nenhuma Questão de Ordem. Nós estamos em votação. Agora nós estamos em votação.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Não dá, não peça o artigo. Agora o senhor está querendo negar o direito de o deputado pedir?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ele está falando sobre tumulto, é o que está falando aí agora.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - O senhor está falando aí de tumulto, o senhor não sabe nem do que ele vai tratar. É direito regimental do deputado pedir Questão de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É essa a questão que V. Exa. quer? Qual é a questão de V. Exa., qual é a Questão de Ordem?

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - A questão é que o senhor tem que dar a Questão de Ordem para o deputado Giannazi, é um direito dele.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ah, deputado, não é o senhor que vai determinar isso. Muito obrigado.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Não, é o Regimento que determina. O senhor não é maior que o Regimento, não. O senhor é escravo do Regimento tanto quanto nós.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - E nem o senhor. E nem o senhor.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Nós todos somos escravos do Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Então somos iguais. Nem o senhor é para também estar falando dessa forma.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Não, o senhor não quer ser igual. O senhor quer ser superior ao Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Por favor, nós estamos em votação. Pode cortar também o microfone, nós estamos em votação, por favor.

Neste momento nós vamos abrir os microfones de aparte para que os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que não conseguiram votar nos terminais possam fazê-lo nos microfones a partir deste momento.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Sr. Presidente, Questão de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nós estamos em votação, deputada.

 

 A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Questão de Ordem tem hierarquia, eu posso citar o artigo do Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Então cita, deputada. Nós estamos em votação, para que os deputados e deputadas que não conseguiram votar nos terminais possam votar nos microfones de aparte.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - QUESTÃO DE ORDEM - A minha Questão de Ordem é perguntar para o senhor qual é o artigo do Regimento que permite ao senhor perguntar qual é o artigo do Regimento antes de aceitar ou não uma Questão de Ordem. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Algum deputado gostaria de registrar o seu voto neste momento? Ou fazer no microfone de aparte?

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - O senhor vai responder a minha Questão de Ordem?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - No momento oportuno responderei.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Muito obrigada, presidente. Estou curiosa para saber qual é o artigo regimental que permite a sua...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - No momento oportuno responderei. A senhora já fez a Questão de Ordem? No momento oportuno responderei para Vossa Excelência.

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente. Para votar?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sim, já pode votar nos microfones de aparte. Os Srs. Deputados que não conseguiram registrar os seus votos nos terminais podem fazê-lo agora.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, presidente. O quórum para esta votação: nós precisamos de 48 votos “sim”?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Maioria simples. Mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada deseja alterar o seu voto?

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - São 48 votando, Sr. Presidente? Quarenta e oito votando aqui?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Quarenta e oito votando, 48 votando.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - A maioria dos quarenta e oito.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Mais algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada deseja registrar o voto? (Pausa.) Não havendo quem queira, vamos a alteração de voto. Algum Sr. Deputado ou Sra. Deputada deseja alterar o seu voto? (Pausa.) Passamos a proclamar o resultado: 26 Srs. Deputados e Sras. Deputadas votaram “sim”, quatro “não”, este presidente, no total 31 votantes, quórum insuficiente para deliberar essa urgência no dia de hoje, ficando a votação adiada.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Teonilio Barba.

 

O SR. TEONILIO BARBA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a minha comunicação é só para poder ajudar e esclarecer o público aqui presente: o deputado Barros Munhoz, que eu respeito pela coragem, veio aqui ao microfone e votou "sim" para poder dar quórum, então votou a favor do projeto, mas tem deputados que vieram e votaram "não" e o público está aplaudindo.

Quem votou "não" está ajudando a dar quórum. Nesse momento, não se pode votar nada. Quem tiver coragem de votar "sim" que venha e vote "sim". Não venha votar "não" para dizer que está sendo contrário, porque o "não" é para ajudar a fazer quórum. O correto é não votar, é manter-se em obstrução e para esclarecer o plenário presente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei Complementar nº 92, de 2023, de autoria da Mesa.

Em discussão. Não havendo quem queira discutir, está em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada a urgência ao PLC nº 92, de 2023.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu quero só aproveitar para parabenizar a mobilização da advocacia do estado de São Paulo (Manifestação nas galerias.), que foi fundamental para rejeitar esse absurdo, tentativa de se impor uma urgência para discutir um projeto que não é urgente para o estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Senhoras, doutores e doutoras, há um parlamentar na tribuna falando. Os demais gostariam de ouvir, se os senhores permitirem. Por gentileza, doutores e doutoras.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Tudo bem, presidente. Meu tempo também é o tempo da minha categoria.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tudo bem que não é regimental.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Tudo bem, presidente. Mas a minha fala, minha comunicação, que ainda não terminou, era justamente para parabenizar a mobilização da Ordem dos Advogados do Brasil, de todos os setores da sociedade civil que se mobilizaram para pressionar os deputados, e nem os próprios deputados da base de apoio do governo conseguiram declarar os seus votos para dar quórum para poder aprovar um Regime de Urgência que não é urgente, porque a urgência do povo do estado de São Paulo não é ter mais dificuldade, não é pagar mais caro para ter acesso à Justiça. Mas a urgência do povo do estado de São Paulo é conseguir ter mais acesso ao seu direito constitucional de recorrer à Justiça.

Quero dizer, presidente, que eu, como advogado, como membro da OAB, estou muito feliz, estou muito orgulhoso com o que essa categoria fez aqui hoje, porque a derrota desse Regime de Urgência, e nas próximas semanas a gente vai continuar lutando para que esse projeto seja derrotado também no seu mérito, é uma vitória da advocacia, mas sobretudo é uma vitória de toda a população e é uma vitória do direito de cada cidadão do estado de São Paulo à Justiça.

E que essa votação aqui seja um símbolo de que o povo do estado de São Paulo quer mais acesso à Justiça e não pagar mais caro as suas custas.

Obrigado a todos os deputados que ajudaram, e parabéns à Ordem dos Advogados do Brasil. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem o deputado Milton Leite Filho.

 

O SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicitar o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.

Está levantada a sessão.

Um abraço a todos.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 17 horas e 34 minutos.

 

* * *

 

- São inseridas respostas da Presidência, não lidas em plenário, a três questões de ordem.

 

* * *

 

RESPOSTA À QUESTÃO DE ORDEM APRESENTADA PELO NOBRE DEPUTADO PAULO FIORILO NA DÉCIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA, REALIZADA EM 4 DE ABRIL DE 2023

 

I. No curso da Décima Quarta (14ª) Sessão Ordinária, realizada em 4 de abril de 2023, o nobre Deputado PAULO FIORILO apresentou questão de ordem “a fim de obter resposta da Presidência quanto à legalidade do disposto no inciso II do artigo 2º do Ato do Presidente nº 14, de 21 de março de 2023”.

Sustentou Sua Excelência que referido Ato teria sido “editado em flagrante contrariedade” ao que dispõe o Estatuto da Pessoa Idosa, que estabelece, no artigo 3º, § 1º, inciso I, que a garantia de prioridade à pessoa idosa compreende atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população.

Assinalou, ainda, que aquele Estatuto assegura, entre as pessoas idosas, prioridade especial às maiores de oitenta anos, e aduziu, a esse propósito, que, em 24 de março último — data na qual, conforme definido no mesmo Ato nº 14, o protocolo de proposições e ofícios legislativos deu-se de forma presencial —, o nobre Deputado Eduardo Suplicy, de 81 anos, “se dirigiu ao protocolo no local indicado pelo Ato nº 14, e foi impedido de exercer o direito de prioridade especial”.

Na conclusão da questão de ordem, asseverou o ilustre Líder da Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) que o Ato do Presidente nº 14/2023 é “nulo de pleno direito, bem como, por estarem eivados de nulidade, todos os atos que se sucederam”, e pugnou que, como consequência do reconhecimento da apontada nulidade, sejam recebidas as “proposituras protocoladas no dia 24 de março do corrente ano, em que o nobre Deputado Eduardo Suplicy figura como subscritor ou apoiador, com prioridade das demais, para efeitos de processamento e tramitação legislativa”.

Eis a matéria trazida ao exame da Presidência, que passa a decidir.

II. Cabe, inicialmente, proceder a um breve retrospecto das circunstâncias que motivaram a edição do Ato do Presidente nº 14, de 21 de março de 2023.

Na iminência do encerramento da 19ª Legislatura, deu-se, em 10 de março último, a edição do Ato do Presidente nº 13, determinando, no artigo 1º, que no período de 15 a 23 de março de 2023 não seriam recebidos para protocolo proposições de autoria parlamentar e ofícios legislativos, e prevendo, nos artigos 2º e 3º, algumas exceções à regra geral do artigo 1º.

O artigo 4º desse Ato preceituou que ao Presidente a ser eleito na sessão preparatória de 15 de março de 2023 — data inaugural da 20ª Legislatura —, caberia, na condição de regulamentador dos trabalhos da Assembleia Legislativa: (i) complementar ou rever as disposições do próprio Ato nº 13, se assim entendesse cabível; (ii) disciplinar a forma e o procedimento relativos à protocolização de proposições de autoria parlamentar e ofícios legislativos nos dias que se seguissem à cessação da vigência do Ato nº 13 (isto é, de 24 de março de 2023 em diante); e (iii) estabelecer o cronograma dessas atividades.

Foi, então, no desempenho da função de regulamentador dos trabalhos da Assembleia Legislativa e de sua ordem (cf. Regimento Interno, artigo 17), e em absoluta conformidade com as disposições do artigo 4º do Ato do Presidente nº 13, de 10 de março de 2023, que esta Presidência editou, no dia 21 daquele mês, o Ato do Presidente nº 14, estabelecendo a retomada, a partir de 24/03/2023, das atividades relativas à protocolização de proposições de autoria parlamentar e ofícios legislativos.

O Ato nº 14/2023 definiu, ainda, que, excepcionalmente, nos dias 24 e 27 de março a apresentação de proposições de autoria parlamentar e ofícios legislativos far-se-ia exclusivamente em via impressa, observadas as regras especificadas no artigo 2º, merecendo transcrição, aqui, os respectivos incisos II a IV:

“Artigo 2º - (...)

(...)

II - será observada e respeitada, rigorosamente, a ordem de chegada, e a ninguém se concederá preferência ou tratamento prioritário, seja em razão da função que ocupe ou do cargo que exerça, seja por qualquer outra condição ou particularidade;

III - a cada Parlamentar, servidor ou estagiário será permitido o protocolo de apenas um documento por vez;

IV - quando não houver fila, não se aplicará o limite definido no inciso III.

(...)”

As regras contidas nos incisos acima reproduzidos foram fixadas por esta Presidência levando em consideração situações verificadas ou noticiadas em legislaturas passadas, no intuito de evitar que pudessem se repetir. Em outras palavras, buscou-se impedir a ocorrência de situações que pudessem, eventualmente, ser tidas como caracterizadoras dos atos de “furar” ou de burlar a fila (ou de tentativa de prática desses atos).

III. Sustenta-se, na questão de ordem, que, “para efeitos de processamento e tramitação legislativa”, as proposições nas quais o nobre Deputado Eduardo Suplicy figurasse como “subscritor ou apoiador” deveriam ter sido recebidas com prioridade, ante a circunstância de o digno Parlamentar ter idade superior a 80 anos.

Como já referido, o eminente Líder da Federação Brasil da Esperança advoga, na questão de ordem, a tese de que o fator etário conferiria ao nobre Deputado Eduardo Suplicy o direito de protocolizar, antes de todas as demais pessoas postadas na fila, proposição(ões) em que figurasse como “subscritor ou apoiador”, e o faz invocando preceitos do Estatuto da Pessoa Idosa que estabelecem, em favor das pessoas maiores de sessenta anos, garantia de tratamento prioritário, e, entre as pessoas idosas, prioridade especial às maiores de oitenta anos.

“Maxima venia concessa”, não assiste, absolutamente, razão ao nobre suscitante da questão de ordem.

Assim dispõe, em sua atual redação, o artigo 3º do Estatuto da Pessoa Idosa (Lei federal nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, com modificações posteriores):

“Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.  

§ 1º A garantia de prioridade compreende:

I - atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;

II - preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

III - destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à pessoa idosa; 

IV - viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio da pessoa idosa com as demais gerações;     

V - priorização do atendimento da pessoa idosa por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;

VI - capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços às pessoas idosas; 

VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII - garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais;

IX - prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.

§ 2º Entre as pessoas idosas, é assegurada prioridade especial aos maiores de 80 (oitenta) anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação às demais pessoas idosas.”

A garantia de prioridade de que trata o § 1º do artigo 3º do Estatuto da Pessoa Idosa é voltada, a toda a evidência, ao exercício, pelos cidadãos em geral que tenham idade igual ou superior a sessenta anos, dos direitos fundamentais enumerados no “caput” do mesmo artigo, de forma a permitir a efetivação de tais direitos.

Assim, a norma inscrita no artigo 3º, § 1º, inciso I, do Estatuto, que garante “atendimento preferencial imediato e individualizado [à pessoa idosa] junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população”, tem a nítida finalidade de tutelar o exercício de direitos pelo cidadão comum dessa faixa etária, não se prestando a justificar que, no seio de uma Casa de Leis, se confira a um mandatário popular, ou a um grupo deles, tratamento prioritário ou diferenciado, em detrimento dos demais, quanto à prática de atos ínsitos ao desempenho da atividade parlamentar.

E, quanto a isso, não há a menor dúvida: no último dia 24 de março, quem almejou obter tratamento prioritário não foi o cidadão Eduardo Matarazzo Suplicy, mas o Deputado Eduardo Suplicy. E o almejou em relação à prática de ato que exterioriza, tipicamente, o exercício do mandato parlamentar: a apresentação de proposição legislativa.

Ora, titulares que são de mandato conferido pelo povo paulista, todos os integrantes da Assembleia Legislativa, exatamente por serem representantes populares, detêm a mesma e exata legitimidade política, e, por isso mesmo, devem ser tratados de forma absolutamente isonômica.

Imperioso que se tenha clareza, portanto, de que a situação retratada na questão de ordem — em que um Deputado, invocando sua condição etária, pretendeu obter, em detrimento de seus Pares, prioridade na prática de ato estritamente relacionado ao desempenho da função parlamentar — não pode, absolutamente, ser equiparada com outras que essa mesma pessoa, ou outra na mesma faixa etária, poderia enfrentar em sua vida cotidiana, na condição de cidadão comum, perante um órgão público ou privado prestador de serviços à população (como, por exemplo, no atendimento em uma agência bancária ou dos Correios, em um estabelecimento de saúde, em um posto do INSS etc.).

Nessa ordem de considerações, esta Presidência tem firme convicção da plena higidez jurídico-constitucional da regra veiculada no inciso II do artigo 2º do Ato do Presidente nº 14/2023, segundo a qual “será observada e respeitada, rigorosamente, a ordem de chegada, e a ninguém se concederá preferência ou tratamento prioritário, seja em razão da função que ocupe ou do cargo que exerça, seja por qualquer outra condição ou particularidade”, na medida em que buscou garantir (e, efetivamente, garantiu), em conjunto com as dos incisos III e IV do mesmo artigo, a plena observância do princípio de tratamento isonômico entre os membros do Poder Legislativo.

Registre-se, por derradeiro, que, a prevalecer a linha de argumentação trilhada pelo nobre Deputado Paulo Fiorilo, seria profundamente afetada, em diversos aspectos, a rotina dos trabalhos parlamentares nas Comissões e no Plenário da Assembleia Legislativa, com a necessidade de, em caráter permanente, garantir-se a um grupo de Parlamentares (e às proposições de sua autoria) primazia em relação às demais Deputadas e Deputados (e às proposições de sua autoria), quanto, por exemplo, ao uso da palavra para proferir pronunciamentos, à discussão e votação de matérias, etc.

Salta aos olhos que disso resultaria irreparável vulneração ao já mencionado princípio de tratamento isonômico entre os membros do Poder Legislativo — como, aliás, teria ocorrido caso se tivesse dado, no dia 24 do último mês de março, o almejado tratamento prioritário, no recebimento e processamento, às proposições e ofícios legislativos em que o digno Deputado Eduardo Suplicy figurasse como “subscritor ou apoiador”.

IV. São estas as considerações que cabia à Presidência fazer, em resposta à questão de ordem apresentada pelo nobre Deputado Paulo Fiorilo, Líder da Federação Brasil da Esperança, na Décima Quarta Sessão Ordinária, realizada em 4 de abril último.

Palácio 9 de Julho, em ___ de junho de 2023.

ANDRÉ DO PRADO

Presidente

 

* * *

 

 

RESPOSTA À QUESTÃO DE ORDEM APRESENTADA PELA NOBRE DEPUTADA MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS NA TRIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA, REALIZADA EM 3 DE MAIO DE 2023

 

I. No curso da Trigésima Primeira (31ª) Sessão Ordinária, realizada em 3 de maio de 2023, a nobre Deputada MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS apresentou questão de ordem acerca do Ato do Presidente nº 101, de 13 de abril de 2023, que criou Comissão Parlamentar de Inquérito para “apurar e investigar as práticas adotadas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no diagnóstico, acompanhamento e tratamento de menores de idade com suspeita ou diagnóstico de incongruência de gênero ou transgêneros e, em especial, a submissão de crianças e adolescentes a hormonioterapias para transição de gênero realizadas pelo hospital em possível violação às disposições do Conselho Federal de Medicina”, e do requerimento que ensejou a edição do mencionado Ato do Presidente, isto é, o Requerimento nº 298, de 2023, de autoria coletiva, tendo o nobre Deputado GIL DINIZ como primeiro subscritor.

O questionamento formulado diz respeito, especificamente, à exigência constitucional de que a Comissão Parlamentar de Inquérito tenha por finalidade a apuração de fato determinado[1], requisito que a ilustre Líder da Federação PSOL/REDE reputa não atendido “in casu”.

Além de citar doutrina e jurisprudência sobre o tema, a nobre suscitante da questão de ordem invoca o que qualifica como precedente, consistente na anulação dos Atos do Presidente nº 2 e nº 3, ambos de 2021, que criaram as Comissões Parlamentares de Inquérito propostas, respectivamente, nos Requerimentos nº 291 e nº 292, estes de 2019. Referida anulação decorreu do acolhimento, pela Presidência da Assembleia Legislativa, em resposta proferida em 3 de dezembro de 2021, de questão de ordem formulada pelo nobre Deputado CAMPOS MACHADO em 03/08/2021, na Sexagésima Sessão Extraordinária em Ambiente Virtual da 3ª Sessão Legislativa da 19ª Legislatura.

A ilustre Líder da Federação PSOL/Rede requereu, na conclusão da questão de ordem, “a anulação do Ato do Presidente nº 101, de 2023, [e] do Requerimento nº 298, de 2023, de autoria do Deputado Gil Diniz e outros”.

Eis a matéria trazida ao exame da Presidência, que passa a decidir.

II. A propósito do precedente apontado pela nobre Deputada MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS, consubstanciado na resposta proferida em 03/12/2021 à questão de ordem formulada pelo nobre Deputado Campos Machado em 03/08/2021, ainda que se possa qualificá-lo como relevante, eis que alicerçado em robustos fundamentos jurídicos, colhidos de respeitabilíssima produção doutrinária e jurisprudencial, saliente-se que seu objeto referia-se especificamente às Comissões Parlamentares de Inquérito propostas por meio dos Requerimentos nº 291 e nº 292, ambos apresentados em 2019, no início da 19º Legislatura. Sendo assim, evidentemente, descabe, por inoportuno e extemporâneo, qualquer tipo de (re)exame por esta Presidência.

Tenha-se clareza, portanto, de que a análise a ser aqui empreendida, provocada pela questão de ordem suscitada pela nobre Deputada MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS, diz respeito, única e exclusivamente, à Comissão Parlamentar de Inquérito proposta no Requerimento nº 298, de 2023.

III. Voltando a apreciar os elementos contidos no citado requerimento (pois, como é evidente, já o fizera ao editar o Ato do Presidente nº 101, de 13 de abril último, no qual, em termos expressos, ficou consignado ter-se “verificado o preenchimento dos requisitos do artigo 13, § 2º, da Constituição Estadual”), a Presidência tem como certo que a propositura em tela delimita, de forma adequada, suficiente e devidamente contextualizada, o objeto a ser apurado e investigado, permitindo caracterizá-lo como fato determinado.

Sobre o tema, deve-se recordar que, como já salientou a eminente Ministra ROSA WEBER, do Supremo Tribunal Federal, “(...) a exigência de ‘fato determinado’ implica vedação a que se instale CPI para investigar fato genérico, difuso, abstrato ou de contornos indefinidos. Fato determinado, unitário ou múltiplo, é aquele devidamente descrito no requerimento que dá origem à CPI com objetividade suficiente para permitir o adequado desenvolvimento da missão confiada à Comissão de Inquérito”[2].

No sentir desta Presidência, os fatos expostos no Requerimento nº 298, de 2023, não se mostram, em absoluto, genéricos, difusos, abstratos ou de contornos indefinidos; demais disso, estão devidamente descritos naquele requerimento com objetividade suficiente para permitir o adequado desenvolvimento da missão confiada à Comissão Parlamentar de Inquérito proposta.

A esse propósito, deve-se notar que, já em sua parte inicial, o Requerimento nº 298, de 2023, enuncia em termos claros e objetivos o objeto da CPI: “[apurar e investigar] as práticas adotadas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no diagnóstico, acompanhamento e tratamento de menores de idade com suspeita ou diagnóstico de incongruência de gênero ou transgêneros e, em especial, a submissão de crianças e adolescentes a hormonioterapias para transição de gênero realizadas pelo hospital em possível violação às disposições do Conselho Federal de Medicina”.

Há que se ter presente, ademais, que, como bem acentuado na já mencionada resposta proferida pela Presidência em 3 de dezembro de 2021, o Ministro CELSO DE MELLO, no voto proferido “no paradigmático julgamento [pelo Supremo Tribunal Federal] do Mandado de Segurança nº 26.441/DF, (...) frisou a relevância, para fins de aferição do cumprimento do requisito constitucional atinente à caracterização de fato determinado, da justificação do requerimento que propõe a criação de CPI. A esse propósito, invocou a lição de PAULO RICARDO SCHIER, para quem ‘é (...) através da exposição, da justificação, da evidenciação do fato no requerimento de abertura da comissão parlamentar de inquérito que se poderá constatar se ele é, em si, determinado ou não’.”

Ora, é absolutamente inegável que a justificativa oferecida pelos autores do Requerimento nº 298, de 2023, expõe e correlaciona fatos e informações dos quais exsurge, claramente definido e delimitado, o objeto a ser investigado — e ao fazer esta afirmação não está a Presidência, cumpre acentuar, emitindo qualquer tipo de juízo quanto ao mérito do objeto em questão.

Com efeito, a justificativa articula fatos, informações e argumentos — provenientes não apenas de matéria jornalística veiculada no portal G1, como também de resposta fornecida pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo ao Requerimento de Informação nº 453, de 2021, de autoria do nobre Deputado GIL DINIZ (como já referido, primeiro signatário do Requerimento nº 298, de 2023), e, ainda, de outras fontes — de forma detalhada, contextualizada e motivada, logrando explicitar, com clareza, o objeto a ser apurado e investigado, e as razões pelas quais se pretende fazê-lo.

IV. Conclui-se, portanto, que o Requerimento nº 298, de 2023, atende à exigência constitucional relativa à caracterização, como fato determinado, do objeto a ser apurado pela Comissão Parlamentar de Inquérito proposta; inexiste, pois, razão para a pretendida anulação do Ato do Presidente nº 101, de 13 de abril de 2023.

Cabe, por fim, sublinhar que a Presidência, além da criação da mencionada CPI, já procedeu, mais recentemente, nos termos regimentais, à sua constituição, por meio do Ato do Presidente nº 162, de 25 de maio p.p., sendo certo, aliás, que a Federação PSOL/Rede está representada na composição do referido Órgão Parlamentar.

V. São estas as considerações que à Presidência cabia fazer, em resposta à questão de ordem formulada em 3 de maio de 2023 pela nobre Deputada MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS, Líder da Federação PSOL/REDE.

Palácio 9 de Julho, em ___ de junho de 2023.

ANDRÉ DO PRADO

Presidente

 

* * *

 

RESPOSTA À QUESTÃO DE ORDEM APRESENTADA PELO NOBRE DEPUTADO JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR NA QUADRAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA, REALIZADA EM 16 DE MAIO DE 2023

 

I. No curso da Quadragésima (40ª) Sessão Ordinária, realizada em 16 de maio de 2023, o nobre Deputado JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR submeteu à Presidência, por meio de questão de ordem, “dúvida quanto ao procedimento a ser observado, no âmbito das Comissões Permanentes desta Casa, no que diz respeito à prestação de contas de Secretários de Estado e demais autoridades de que trata o artigo 52-A e parágrafos, da Constituição do Estado de São Paulo”.

Assinalou o nobre Líder do Governo, na questão de ordem, que, na 19ª Legislatura, já houve decisão da Presidência sobre a matéria, ao responder, em 10/09/2019, à questão de ordem suscitada pelo nobre Deputado CARLÃO PIGNATARI em 20/08/2019.

Ponderou, porém, que existem “razões bastante razoáveis” para que o tema volte a ser apreciado pela Presidência, tendo em vista as “significativas modificações [havidas] na estrutura organizacional dos Poderes Executivo e Legislativo, pela criação, fusão e extinção de Pastas, bem como pela criação de novas comissões permanentes na Assembleia Legislativa”.

Ressaltou, assim, na conclusão, que “serve (...) a questão de ordem para buscar uma atualização do entendimento” da Presidência, no tocante à resposta proferida em 10/09/2019.

Eis, em síntese, a matéria trazida ao exame da Presidência, que passa a decidir.

II. Conforme realçou o nobre Líder do Governo na questão de ordem ora apreciada, foi proferida pelo então Presidente da Assembleia Legislativa, nobre Deputado CAUÊ MACRIS, na Quadragésima Segunda (42ª) Sessão Extraordinária da 1ª Sessão Legislativa da 19ª Legislatura, realizada em 10/09/2019, resposta à questão de ordem suscitada em 20/08/2019, na Octogésima Quinta (85ª) Sessão Extraordinária daquela mesma sessão legislativa, versando sobre “o procedimento a ser observado, no âmbito das Comissões Permanentes desta Casa, no que diz respeito à prestação de contas de que trata o artigo 52-A da Constituição do Estado”.

Cumpre reproduzir o entendimento firmado, na ocasião, pela Presidência da Casa:

“(i) o cumprimento do dever imposto aos Secretários de Estado e às demais autoridades mencionadas no artigo 52-A da Constituição Paulista, nos casos em que as atribuições da Pasta (ou órgão/entidade) se correlacionem, no campo temático, com as áreas de competência de mais de uma Comissão Permanente, não implica, para aquelas autoridades, o dever de comparecer, para esse fim, em reunião de cada qual das Comissões;

(ii) em tais casos, cabe, por aplicação analógica das disposições do artigo 70 do Regimento Interno, definir a Comissão com cujo campo temático se correlacionem, de forma precípua, as atribuições da Secretaria (ou órgão/entidade), competindo à Comissão assim identificada receber e ouvir a autoridade, para os fins previstos no artigo 52-A da Constituição Estadual; e

(iii) verificando-se, porém, que as atribuições de determinada Secretaria/órgão/entidade se conectem tão nuclearmente com as áreas de competência de mais de uma Comissão Permanente, a ponto de impossibilitar que em uma única delas (Comissões) se identifique o correspondente ‘objeto principal’, é de se aplicar, também por analogia, a norma regimental que possibilita a realização de reuniões conjuntas (artigo 68).”

(Diário Oficial do Estado - Poder Legislativo, 14/09/2019, p. 61)

É certo que o artigo 52-A da Constituição do Estado mantém-se com a mesma redação com que vigorava quando foi proferida, pela Presidência da ALESP, a resposta cujas conclusões encontram-se transcritas acima; igualmente certo é que continua a inexistir, no Regimento Interno, disciplina específica quanto ao comparecimento, perante as Comissões Permanentes da Casa, das autoridades a que se refere aquele artigo.

Sendo assim, e tendo em conta os robustos fundamentos jurídicos expostos naquela resposta, os quais esta Presidência subscreve “in totum”, não se vislumbram razões para alterar o entendimento expresso nas correspondentes conclusões.

De outra parte, há que se considerar que, com bem sublinhou o nobre Deputado JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR, havia, à época em que proferida aquela resposta, dezessete Comissões Permanentes na Assembleia Legislativa, ante as vinte e uma atualmente em funcionamento, e, além disso, verificaram-se, recentemente, significativas mudanças na estrutura organizacional do Poder Executivo.

Tais circunstâncias não apenas recomendam, mas verdadeiramente impõem a revisão do quadro no qual se definiu a correspondência entre os órgãos e entidades do Poder Executivo e as Comissões competentes para proceder à oitiva dos respectivos titulares.

Operando, assim, tal revisão, estabelece a Presidência que a oitiva das autoridades mencionadas no “caput” e nos §§ 1º a 4º do artigo 52-A da Constituição do Estado deve dar-se na seguinte conformidade:

 

Autoridade

Comissão(ões)

referências

Secretário(a)-Chefe da Casa Civil

Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho (CAPRT)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 10

Secretário(a)-Chefe da Casa Militar

Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários (CSPAP)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”; artigo 141, §§ 3º e 4º

▪ Decreto nº 48.526/2004, artigo 30, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 9º

Secretário(a) de Governo e Relações Institucionais

Reunião conjunta: Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho (CAPRT) e Comissão de Fiscalização e Controle (CFC)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ Lei nº 4.595/1985

▪ RI, artigo 31, §§ 10 e 15

Secretário(a) de Gestão e Governo Digital

Reunião conjunta: Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP) e Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho (CAPRT)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, §§ 2º e 10

Secretário(a) de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística

Reunião conjunta: Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), Comissão de Infraestrutura (CI), e Comissão de Transportes e Comunicações (CTC)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, §§ 7º, 8º e 11

Secretário(a) da Justiça e Cidadania

Reunião conjunta: Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais (CDD), e Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor (CDDC)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, §§ 1º, 13 e 16

Secretário(a) de Desenvolvimento Social

Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais (CDD)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 13

Secretário(a) da Segurança Pública

Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários (CSPAP)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 9º

Secretário(a) da Administração Penitenciária

Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários (CSPAP)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 9º

Secretário(a) da Fazenda e Planejamento

Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP)

▪ CE, artigo 52-A, “caput” e § 3º

▪ RI, artigo 31, § 2º

Secretário(a) de Agricultura e Abastecimento

Comissão de Atividades Econômicas (CAE)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 12

Secretário(a) dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CDDPD)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 19

Secretário(a) da Educação

Comissão de Educação e Cultura (CEC)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 4º

Secretário(a) da Saúde

Comissão de Saúde (CS)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 3º

Secretário(a) da Cultura e Economia Criativa

Comissão de Educação e Cultura (CEC)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 4º

Secretário(a) de Desenvolvimento Econômico

Reunião conjunta: Comissão de Atividades Econômicas (CAE) e Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação (CCTII)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, §§ 12 e 14

Secretário(a) de Esportes

Comissão de Assuntos Desportivos (CAD)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 5º

Secretário(a) de Desenvolvimento Urbano e Habitação

Comissão de Habitação, Desenvolvimento e Reforma Urbana (CHDRU)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 21

Secretário(a) dos Transportes Metropolitanos

Reunião conjunta: Comissão de Transportes e Comunicações (CTC) e Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais (CAMM)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, §§ 6º e 8º

Secretário(a) de Turismo e Viagens

Comissão de Turismo (CT)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 20

Secretário(a) de Negócios Internacionais

 

Reunião conjunta: Comissão de Atividades Econômicas (CAE) e Comissão de Relações Internacionais (CRI)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, §§ 12 e 18

Secretário(a) de Parcerias em Investimentos

Reunião conjunta: Comissão de Atividades Econômicas (CAE), Comissão de Infraestrutura (CI), e Comissão de Transportes e Comunicações (CTC)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, §§ 7º, 8º e 12

Secretário(a) de Políticas para a Mulher

Comissão de Defesa e dos Direitos das Mulheres (CDDM)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 17

Secretário(a) de Ciência, Tecnologia e Inovação

Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação (CCTII)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 14

Secretário(a) de Comunicação

Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação (CCTII)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”

▪ RI, artigo 31, § 14

Procurador(a)-Geral do Estado

Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR)

▪ CE, artigo 52-A, “caput”; artigo 100, parágrafo único

▪ LC nº 1.270/2015 (Lei Orgânica da PGE), artigo 6º, e artigo 7º, inciso XXVIII

▪ RI, artigo 31, § 1º

Diretor(a)-Presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transportes do Estado de São Paulo (ARTESP)

Comissão de Transportes e Comunicações (CTC)

▪ CE, artigo 52-A, § 1º

▪ RI, artigo 31, § 8º

Diretor(a)-Presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARSESP)

Comissão de Infraestrutura (CI)

▪ CE, artigo 52-A, § 1º

▪ RI, artigo 31, § 7º

Reitor(a) da Universidade de São Paulo (USP)

Reunião conjunta: Comissão de Educação e Cultura (CEC) e Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação (CCTII)

▪ CE, artigo 52-A, § 4º

▪ RI, artigo 31, §§ 4º e 14

Reitor(a) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Reunião conjunta: Comissão de Educação e Cultura (CEC) e Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação (CCTII)

▪ CE, artigo 52-A, § 4º

▪ RI, artigo 31, §§ 4º e 14

Reitor(a) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp)

Reunião conjunta: Comissão de Educação e Cultura (CEC) e Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação (CCTII)

▪ CE, artigo 52-A, § 4º

▪ RI, artigo 31, §§ 4º e 14

Presidente da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp)

Reunião conjunta: Comissão de Educação e Cultura (CEC) e Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação (CCTII)

▪ CE, artigo 52-A, § 4º

▪ RI, artigo 31, §§ 4º e 14

Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação (CCTII)

▪ CE, artigo 52-A, § 4º

▪ RI, artigo 31, § 14

 

III. Ante todo o exposto:

a-) esta Presidência mantém o entendimento expresso na conclusão da resposta proferida na Quadragésima Segunda (42ª) Sessão Extraordinária da 1ª Sessão Legislativa da 19ª Legislatura, à questão de ordem formulada pelo nobre Deputado CARLÃO PIGNATARI na Octogésima Quinta (85ª) Sessão Extraordinária daquela mesma sessão legislativa, no sentido de que: “(i) o cumprimento do dever imposto aos Secretários de Estado e às demais autoridades mencionadas no artigo 52-A da Constituição Paulista, nos casos em que as atribuições da Pasta (ou órgão/entidade) se correlacionem, no campo temático, com as áreas de competência de mais de uma Comissão Permanente, não implica, para aquelas autoridades, o dever de comparecer, para esse fim, em reunião de cada qual das Comissões; (ii) em tais casos, cabe, por aplicação analógica das disposições do artigo 70 do Regimento Interno, definir a Comissão com cujo campo temático se correlacionem, de forma precípua, as atribuições da Secretaria (ou órgão/entidade), competindo à Comissão assim identificada receber e ouvir a autoridade, para os fins previstos no artigo 52-A da Constituição Estadual; e (iii) verificando-se, porém, que as atribuições de determinada Secretaria/órgão/entidade se conectem tão nuclearmente com as áreas de competência de mais de uma Comissão Permanente, a ponto de impossibilitar que em uma única delas (Comissões) se identifique o correspondente ‘objeto principal’, é de se aplicar, também por analogia, a norma regimental que possibilita a realização de reuniões conjuntas (artigo 68)”; e

b-) dentro dessas balizas, e consideradas as atribuições atualmente conferidas às Secretarias de Estado (e aos outros órgãos e entidades mencionados no artigo 52-A da Constituição Paulista), e os campos de competência delimitados nos §§ 1º a 21 do artigo 31 do Regimento Interno para cada qual das Comissões Permanentes em funcionamento na Assembleia Legislativa, esta Presidência estabelece, na forma especificada no quadro constante da parte II da presente resposta, a correspondência entre as autoridades titulares das diferentes Pastas, órgãos e entidades, e as Comissões que devem proceder à sua oitiva, nos termos do referido artigo.

São estas as considerações que à Presidência cabia fazer, em resposta à questão de ordem formulada na Quadragésima Sessão Ordinária, realizada em 16 de maio de 2023, pelo nobre Deputado JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR, Líder do Governo.

Palácio 9 de Julho, em ___ de junho de 2023.

ANDRÉ DO PRADO

Presidente

 

 

* * *

 

 

 

 

 

 



[1] Constituição Federal, artigo 58, § 3º; Constituição Paulista, artigo 13, § 2º; Regimento Interno da Assembleia Legislativa, artigo 34, “caput”.

[2] Excerto da decisão monocrática proferida ao apreciar a Medida Cautelar em Mandado de Segurança nº 37.977 (j. 15/06/2021, publ. 17/06/2021). Em idêntico sentido, e também da lavra de Sua Excelência, confira-se a decisão monocrática proferida na Medida Cautelar em Mandado de Segurança nº 38.001 (j. 25/06/2021, publ. 29/06/2021).