
16 DE OUTUBRO DE 2023
39ª SESSÃO SOLENE PARA ENTREGA DE COLAR DO MÉRITO LEGISLATIVO PARA O DEPUTADO ESTADUAL EDUARDO MATARAZZO SUPLICY
Presidência: ANDRÉ DO PRADO e BARROS MUNHOZ
RESUMO
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão.
2 - MARCUS VINICIUS
Mestre de cerimônias, anuncia a composição da Mesa.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, para realizar a "Entrega de Colar do Mérito Legislativo para o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy", por solicitação do deputado Barros Munhoz.
4 - MARCUS VINICIUS
Mestre de cerimônias, convida todos a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Diz ser uma honra participar desta homenagem, por solicitação do deputado Barros Munhoz. Ressalta sua alegria em estar entre duas personalidades que já prestaram tantos serviços para a comunidade. Demonstra seu respeito e gratidão por tudo que já fizeram. Parabeniza o deputado Barros Munhoz por solicitar esta homenagem.
5 - BARROS MUNHOZ
Assume a Presidência. Considera o deputado Eduardo Suplicy acima de todos, acima da política, como um mito e exemplo de político. Diz ter lido livro sobre a vida de Suplicy. Considera que sua família deve estar muito orgulhosa de sua trajetória. Agradece a presença de todos. Menciona a participação de 17 partidos nesta homenagem. Ressalta a coragem do deputado. Afirma que a luta de Suplicy pela renda básica da cidadania inspirou a luta por programas de combate à pobreza. Agradece a existência do homenageado.
6 - DONATO
Deputado estadual, faz pronunciamento.
7 - PAULO FIORILO
Deputado estadual, faz pronunciamento.
8 - REIS
Deputado estadual, faz pronunciamento.
9 - RÔMULO FERNANDES
Deputado estadual, faz pronunciamento.
10 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Deputada estadual, faz pronunciamento.
11 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Deputado estadual, faz pronunciamento.
12 - SIMÃO PEDRO
Deputado estadual, faz pronunciamento.
13 - DR. JORGE DO CARMO
Deputado estadual, faz pronunciamento.
14 - LECI BRANDÃO
Deputada estadual, faz pronunciamento.
15 - BETH SAHÃO
Deputada estadual, faz pronunciamento.
16 - MARCUS VINICIUS
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo sobre a vida e o trabalho de Eduardo Suplicy.
17 - ANDRÉ SUPLICY
Filho do homenageado, faz pronunciamento.
18 - MÔNICA DALLARI
Jornalista, faz pronunciamento.
19 - MARINA HELOU
Deputada estadual, representando os deputados coautores da homenagem, faz pronunciamento.
20 - MARCUS VINICIUS
Faz leitura sobre a entrega do Colar de Honra ao Mérito. Anuncia a entrega do Colar de Honra ao Mérito do Legislativo para o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.
21 - EDUARDO SUPLICY
Deputado estadual e homenageado, faz pronunciamento.
22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência. Presta homenagem ao deputado Barros Munhoz. Cita cargos já ocupados pelo mesmo. Menciona obras realizadas que transformaram a vida das pessoas. Informa que será entregue ao deputado Barros Munhoz também um Colar de Honra ao Mérito Legislativo. Agradece o legado dos deputados Barros Munhoz e Eduardo Suplicy.
23 - MARCUS VINICIUS
Anuncia a exibição de vídeo sobre a vida e o trabalho do deputado Barros Munhoz.
24 - LUIZ HENRIQUE SECCHI MUNHOZ
Filho do deputado Barros Munhoz, faz pronunciamento.
25 - VINICIUS CAMARINHA
Deputado estadual, faz pronunciamento.
26 - MARIA LÚCIA AMARY
Deputada estadual, faz pronunciamento.
27 - MARCUS VINICIUS
Anuncia a entrega do Colar de Honra ao Mérito do Legislativo para o deputado Barros Munhoz.
28 - BARROS MUNHOZ
Deputado estadual e homenageado, faz pronunciamento.
29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Anuncia que todas as bancadas estão presentes nesta homenagem. Ressalta que as próximas homenageadas serão as deputadas Leci Brandão e Maria Lúcia Amary. Considera tanto Eduardo Suplicy como Barros Munhoz imortais.
30 - EDUARDO SUPLICY
Agradece a sua equipe.
31 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
*
* *
- Abre a sessão
o Sr. André do Prado.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Senhores, boa noite
novamente. Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Esta sessão
solene tem a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao
nobre deputado estadual Eduardo Suplicy. Comunicamos aos presentes que esta
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e também pelo canal
Alesp no YouTube.
Convido neste
momento para compor a nossa Mesa Diretora, já conosco aqui à Mesa, o deputado
André do Prado, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
(Palmas.) Convido também o deputado estadual Barros Munhoz, que é o proponente
desta solenidade. (Palmas.) O nosso grande homenageado da noite, o deputado
estadual Eduardo Suplicy. (Palmas.)
A deputada
estadual Marina Helou. Ela representa os deputados coautores desta homenagem.
Por favor. (Palmas.) E também compondo a Mesa o nossos defensor público-geral
do estado de São Paulo, Dr. Florisvaldo Fiorentino Junior. (Palmas.)
Todos podem
acomodar-se, por gentileza.
Passo a palavra
inicialmente ao nosso presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, o deputado André do Prado.
O SR.
PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sob a proteção
de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência
dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Senhoras,
senhores, deputados desta Casa e todos os nossos convidados, esta sessão solene
foi convocada por mim, presidente desta Casa de Leis, atendendo à solicitação
do deputado estadual Barros Munhoz, com a finalidade de outorgar o Colar de
Honra ao Mérito Legislativo ao nobre deputado Eduardo Suplicy. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Obrigado, Sr. Presidente. Chamamos para que também componha
a nossa Mesa Diretora - ele é líder do PT aqui na Assembleia Legislativa - o
deputado estadual Paulo Fiorilo, por gentileza. (Palmas.)
Convido todos
os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro pela
nossa camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
*
* *
- É executado o
Hino Nacional Brasileiro.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Nossos agradecimentos
à camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo aqui mais
uma vez na execução do Hino Nacional, obrigado a todos.
Nós registramos
e agradecemos a presença das autoridades aqui conosco. Os deputados presentes:
Gilmaci Santos, Andréa Werner, Maria Lúcia Amary, Reis, Rômulo Fernandes, Donato,
Itamar Borges, Luiz Claudio Marcolino, Paula da Bancada Feminista, Rafael
Saraiva, Gil Diniz, Jorge Wilson e Vinicius Camarinha. Também o nobre deputado
estadual Simão Pedro.
Agradecer
também ao amigo Chiquinho Maturro, nosso sempre secretário de Estado da
Agricultura e Abastecimento.
Aos familiares
do nosso homenageado: Roberto Suplicy, irmão; sua irmã, Vera; sobrinha, Vera;
sua nora, Patrícia Scotolo; sua irmã, Besita Suplicy; seu neto, Felipe; André
Suplicy, João Suplicy e Supla.
Obrigado a
todos os familiares - claro, extensiva a todos os amigos aqui presentes
conosco.
Agradecer ao
prefeito de Cotia, Rogério Franco; ao prefeito de Tapiratiba, Ramon Jesus
Vieira. Ao delegado Jefferson, que representa a delegada Margareth,
divisionária da Assessoria Policial Civil aqui da Assembleia Legislativa. A
todos, o nosso muito obrigado.
Neste momento,
retoma a palavra o deputado André do Prado, nosso presidente da Assembleia.
O SR. PRESIDENTE
- ANDRÉ DO PRADO - PL - Boa noite a todos. Boa
noite.
TODOS - Boa
noite.
O SR.
PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dia de festa.
Dia de muita honra. Nós aqui desta Casa, eu, como presidente, de todos os
deputados já nominados pelo nosso mestre de cerimônia.
Poder
participar de uma homenagem na qual nós estamos hoje aqui a pedido deste ícone
da política, deste homem que tem 48 anos de vida pública prestada à nossa
sociedade, fez este pedido aos nobres deputados, à Mesa Diretora, a solicitação
do deputado Barros Munhoz, fazemos nesta noite uma homenagem a outro ícone da
política, nosso sempre senador e hoje deputado estadual que muito nos honra,
Eduardo Suplicy.
Que honra a
nossa, Srs. Deputados. Que honra a nossa, principalmente a minha, de estar aqui
no meio, deputado Gil, dessas duas personalidades que tanto prestaram serviço à
nossa sociedade.
Quarenta e
quatro anos, Eduardo Suplicy, esse homem a vida toda combatendo as
desigualdades sociais, a vida toda lutando pelo bem do próximo com energia, com
garra, com transparência, com dedicação. E depois de 44 anos, ele está aqui ao
nosso lado na Assembleia, Camarinha, ensinando-nos todos os dias.
Então, por ser
uma honra muito grande, Suplicy, uma honra mesmo para esta Casa, para todos os
deputados. Você é querido por todos. Todos o amam, todos o respeitam, todos
reconhecem os relevantes serviços que você já prestou e presta para a nossa
sociedade do estado de São Paulo e do nosso Brasil.
Por isso você é
especial. E por isso todos nós estamos aqui hoje, para lhe render as nossas
homenagens, a nossa gratidão por tudo e por tudo ainda que você fará pelo nosso
estado e pelo nosso País.
Então,
parabéns, deputado Barros Munhoz, pela iniciativa que honra toda nossa Casa.
Depois, no final, cumprimento todas as demais autoridades. Está chegando a
nossa rainha do samba, Leci Brandão também, nossa guerreira que está aqui
homenageando o nosso senador Eduardo Suplicy. (Palmas.)
Como a
iniciativa é do nobre deputado Barros Munhoz, neste momento, após fazer a
abertura desta sessão solene, peço que o deputado Barros Munhoz assuma esta
Presidência para conduzir esta sessão solene, que ficará registrada no coração
e nos Anais desta Casa.
Com você, meu
presidente Barros Munhoz.
*
* *
- Assume a
Presidência o Sr. Barros Munhoz.
*
* *
O SR.
PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Bem, pessoal,
hoje eu não vou fazer discurso: eu vou abrir o coração e vou dizer o que me
motivou a propor esta homenagem e o que me motiva a...
Em sequência de
uma semana, dois eventos semelhantes. Mas eu reputo... dou muita importância, porque
o Suplicy é uma figura que está acima de todos nós. Ele está acima da política.
Ele é um mito para nós. Ele é uma pessoa extraordinária, fantástica, um exemplo
de político. Mas isso é o que ele menos é.
Eu li o livro
que você me deu - o menor, o maior eu vou ler com mais tempo. E o menor é mais
saboroso, porque fala mais da sua vida, Eduardo. Que vida linda, que vida
maravilhosa. Seu Paulo e dona Filomena devem estar lá em cima orgulhosos de
você, felizes por terem tido um filho como você.
Assim como os
seus filhos, o André, o João e o Eduardo - universalmente conhecido como Supla
-, os três também devem estar muito felizes, assim como seus netos e todos aqui
presentes.
Mas eu queria
dizer, meu caro presidente - saudando Chiquinho Matorro, ex-secretário da
Agricultura -, todos os componentes da Mesa que já foram citados, eu quero
citar também o Dr. Chiquinho Matorro pela expertise em todas as áreas ligadas
ao agronegócio de São Paulo. E agradecer a presença de todos os colegas
deputados.
Eu me sinto
extremamente feliz. Nós tivemos quase 50 deputados que subscreveram a
apresentação desta moção, mais do que os 48, número fatídico para ultrapassar o
limite de quórum e os projetos serem aprovados. E tivemos a participação de 17
partidos.
Quero saudar
também o nobre deputado - sempre deputado - ex-presidente desta Casa, Vanderlei
Macris, que nos honra muito com sua presença, deputado Vanderlei, muito
obrigado. (Palmas.)
Mas nós tivemos
a participação de 17 partidos aqui representados. E nada menos do que 13
partidos e mais quatro federações - inclusive uma nossa do PSDB e do Cidadania.
Mas, minha gente, podia parecer loucura do Suplicy, e muita gente até pensou,
diante de muitas situações que ele criou, que ele fosse louco.
O discurso de
posse de Tancredo Neves, que ele não pôde ler - foi ser internado para
enfrentar a doença que enfrentou e que o matou -, ele dizia que bendito os
loucos que amam o Brasil, que lutam pelo Brasil, que acreditam no Brasil.
Este é o nosso
“louco” pelo Brasil. Louco por São Paulo. Louco pela Justiça Social. Louco pela
política. Combatente com fé, com ânimo, com coragem, com dignidade na nobre
arte de servir.
Eu cito sempre
e faço questão de citar Tuco Mantel, vice-prefeito de Mogi-Guaçu aqui presente;
Guilherme Campos, vereador em Mogi-Guaçu; Ramon, prefeito de Tapiratiba; o
Rogério Franco, prefeito de Cotia; todos vocês aqui presentes.
Eu gosto de
frisar que a política é uma sórdida profissão, principalmente quando usada para
más intenções, mas é a mais nobre das artes. É esta arte que o Suplicy pratica:
a arte de servir. A renda baixa de cidadania é obsessão...
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Básica.
O SR.
PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Básica,
desculpe. É mágica. Renda Básica de Cidadania. É obsessão do Suplicy? Não. É
coerência, é uma luta digna que inspirou os programas que hoje nós temos de
combate à pobreza, e que se inspiraram nessa luta do Suplicy.
Então, não
quero me alongar mais, já ultrapassei o tempo regulamentar. Quero agradecer aos
companheiros do PT, Paulo, porque esta homenagem podia ser feita pelo PT. Eu
atrapalhei, mas sabe por quê? Porque eu acho que ela transcende o PT. (Palmas.)
Neste momento
de guerra, neste momento de irmãos enfrentando irmãos, eu vejo com uma alegria
imensa no meu coração.
Aqui, neste
momento, nesta hora, pessoas que se digladiam aqui neste Parlamento e que vêm
homenagear alguém que é um símbolo de união, é um símbolo de sensatez, é um
símbolo que tudo aquilo que a gente almeja, que a gente sonha, que a gente reza
para que aconteça no nosso País.
Suplicy, muito
obrigado por você existir e vai existir por muitos e muitos anos. Muito
obrigado pelo seu exemplo, pelo seu ânimo. Que Deus te ilumine. E como dizia
Fernando Pessoa: a vida não é pequena quando a alma não é pequena.
A alma de
Suplicy nos inspira, e haveremos de construir o Brasil dos nossos sonhos sob o
lema: Eduardo Matarazzo Suplicy. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos ao
deputado Barros Munhoz, presidindo neste momento esta sessão solene. Saudar
também os deputados Jorge do Carmo, Caio França e Bruno Zambelli, muito
obrigado.
E a partir
deste momento, nós daremos início às saudações pelos parlamentares desta Casa
que as solicitaram, iniciando com a saudação do deputado Donato.
Por gentileza.
(Palmas.)
O SR. DONATO -
PT - Boa noite. Cumprimentar aqui o meu
presidente, André do Prado. Cumprimentar especialmente o proponente desta
homenagem, Barros Munhoz. Cumprimentar Marina Helou; Florisvaldo, da Defensoria;
meu líder, Paulo Fiorilo. Enfim, cumprimentar todos e todas aqui presentes.
Não quero tomar
muito o tempo de vocês, eu só queria contar dois episódios, o que acho que é a
melhor maneira que eu posso homenagear o Suplicy e tentar falar um pouco dele -
e haverá muitos depoimentos aqui, certamente.
Em um sábado de
manhã - provavelmente em 2005, 2006 -, eu estava no Jardim Comercial, no Capão
Redondo. Estava lá vistoriando o bairro com suas lideranças.
Na favela do
Jardim Comercial, passei pela porta de um barzinho lá, e um cara que já tinha
tomado algumas falou: “O Suplicy está aí”. Mas como o cara tinha tomado
algumas, eu não acreditei, continuei andando.
Daqui a pouco,
sai de um beco de uma viela o Suplicy, o Ferréz - que é um escritor importante,
lá do Capão Redondo - e um monte de estudantes da GV.
Então o Suplicy
- ontem foi o Dia do Professor - é sempre um mestre não só nas salas de aula,
mas mostrando exatamente a realidade da população para aqueles alunos, que
certamente saíram de lá com uma outra visão do mundo, das desigualdades do País
e da cidade.
E o segundo
episódio, para ser breve: eu tive a honra de compartilhar um mandato - dois, na
verdade -, como vereador lá com o Suplicy e agora aqui na Assembleia. Mas no
meu primeiro mandato, no mandato que nós compartilhamos juntos em 2017, o
Suplicy e eu éramos da mesma bancada e tornei líder da bancada.
E vem o Suplicy
com mais de 300 mil votos. Uma instituição em si mesmo. Lá na Câmara a gente
brincava que ele era uma instituição própria, o Regimento lá não tinha tanta
possibilidade de fala como aqui, e o Suplicy, vocês sabem, que ele todo dia vem
aqui e fala. Fala no Pequeno, no Grande...
E lá na Câmara,
não havia tantas possibilidades, mas lá a gente criou um regimento especial para
o Suplicy: ele podia falar o quanto quisesse com o acordo de todo mundo, porque,
de fato, ele merecia essa homenagem.
Mas eu fiquei
muito preocupado, porque, como líder, falei: “Poxa, vou comandar uma bancada
com o Suplicy, vai que ele decide... porque tem autoridade para fazer o que ele
quiser com a votação que teve, com a representativa que tem, com a história que
tem?”.
Mas eu me
surpreendi, porque eu tive um companheiro de bancada absolutamente
disciplinado, leal, nunca fez nada sem a gente conversar antes e a gente
estabeleceu um diálogo muito positivo.
E vocês aqui na
Assembleia testemunham isso: a disciplina, a lealdade, além do compromisso com
o povo, que é o fundamental do Suplicy.
Parabéns,
Suplicy.
Linda homenagem
para você, e que a gente possa tê-lo junto com a gente por muito tempo.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao
nobre deputado Donato.
A seguir, nós
teremos mais oito saudações pelos deputados. Reiteramos o pedido para que sejam
breves, por favor. Também agradecer aqui a presença da professora Laura Laganá,
diretora-superintendente do Centro Paula Souza, e do Laércio Ribeiro, que é o
presidente do diretório municipal do PT aqui de São Paulo, muito obrigado.
A seguir, a
saudação pelo deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO
FIORILO - PT - Boa noite a todos e a todas, é um
prazer tê-los aqui com a gente. Vou saudar a Mesa em nome do presidente André
do Prado; em nome da Maria Lúcia Amary, todos os deputados e as deputadas aqui
presentes que participam desta homenagem merecida ao companheiro Eduardo
Suplicy.
Como foi dito
aqui para que pudéssemos ser breves, eu primeiro preciso fazer uma reclamação
ao Barros, que ele tirou a possibilidade de a bancada do PT fazer a homenagem.
Mas, Barros, eu
preciso dizer aqui: isso transforma o Suplicy não só em um deputado do PT, mas
em um deputado da Casa. Então, eu queria te parabenizar pela iniciativa.
E o Suplicy
representa isso, representa para além desta Casa. É um exemplo de político. E
eu não vou recordar aqui nenhum episódio, mas eu preciso dizer de um texto que
eu acho que cabe direitinho ao companheiro Eduardo Suplicy. É o texto escrito
pelo Rubem Alves sobre política e vocação.
O Suplicy é um
vocacionado - ele faz política por vocação -, e o vocacionado é aquele que
cuida do jardim de todo mundo, não do jardim dele. E é assim que faz política o
Suplicy quando colocou a renda básica cidadã como uma referência e agora dá um
outro passo importante para a sociedade, que é a defesa da cannabis.
Isso mostra o
que é o Suplicy para a nossa sociedade, para o Brasil e para o mundo. O Suplicy
esteve na Coreia e tem possivelmente outros convites.
Então, Eduardo,
eu queria dizer para você que é para nós, da bancada do Partido dos
Trabalhadores, uma referência; para a sociedade você é um ícone, por isso esta
homenagem merecida.
Continue o
político por vocação para transformar sonhos em realidade.
Parabéns.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao
deputado Paulo Fiorilo por sua saudação. Chamamos a seguir o deputado Reis, por
favor.
O SR. REIS - PT
- Boa noite a todos, boa noite a todas,
boa noite a todes. Quero dizer da grata satisfação que tenho de participar
desta sessão solene, que traz esta homenagem a esse meu companheiro de muitas
lutas, o Eduardo Suplicy. É fato, Suplicy, que dois minutos é insuficiente para
a gente falar de você aqui.
Eu
praticamente, talvez, em cinco ou seis horas não daria conta de falar, pelo
tempo que nós nos conhecemos. Quantas e quantas lutas? O Donato falou do
Suplicy lá no Jardim Comercial, e eu encontrei várias vezes o Suplicy no Largo
Treze entrando nos ônibus.
Aliás, aprendi
muito contigo, porque passei a entender como se deveria realmente fazer
campanha com a população, como realmente deve ser. O Suplicy entrava no ônibus,
falava com todas as pessoas ali sentadas, panfletava e conversava.
Eu tive a
oportunidade de ter sido candidato a vereador em 1992, com o Suplicy candidato
a prefeito de São Paulo, e depois em várias outras campanhas, ali andando e
conversando.
Tive a grande
oportunidade e o privilégio de também ser colega do Suplicy na Câmara de São
Paulo, na Câmara dos Vereadores e, quantas vezes - porque quem me conhece sabe
que às vezes eu brigo muito e vou para cima - ele me chamava: “Reis, quero
conversar com você. Reis, vamos nos acalmar, vamos dialogar, eu tenho uma
proposta”. Então, é sempre essa pessoa conciliadora.
Olhe só, ela
está dizendo que eu tenho um minuto. Um absurdo isso, preciso de mais tempo.
Então, aquela pessoa conciliadora, e eu me espelho muito no trabalho do Suplicy
aqui no Parlamento.
O Suplicy não
deixa de falar e, se puder, ele vem todos os dias. E conforme já foi dito aqui,
ele fala no Pequeno, no médio e no Grande Expediente. Para ele, não tem essa,
ele termina de falar e já se inscreve, pede pelo Artigo 82 e pede comunicação.
Então, é tudo
isso que vai nos espelhando e mostrando para a sociedade aquilo que se diz aqui,
esse “ícone da política”. Esse “falar em nome do povo”, porque, é sim, é a
nossa função falar aquilo que o povo não pode falar.
Falar aquilo
que as pessoas que estão lá fora sofrendo no dia a dia e não podem falar para o
governador, para o prefeito, para o presidente. Mas o parlamentar pode falar, e
ele tem essa tribuna para falar.
É nessa lógica
que eu aprendo muito com o Eduardo Suplicy e eu sinto, assim, muita inveja do
Barros Munhoz, que realmente é outra pessoa que eu conheci aqui e aprendi a
admirar, por ter proposto esta tão importante homenagem.
Então,
parabéns, Barros Munhoz.
Parabéns,
Suplicy. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS
VINICIUS - Muito obrigado ao deputado Reis por sua saudação. Queremos aqui
saudar também os demais membros da família do homenageado, os seus netos,
Rafael, Bernardo e também Teodoro estão presentes aqui conosco, muito obrigado.
Continuando com
as saudações pelos parlamentares, ouviremos a seguir o deputado Rômulo
Fernandes.
O SR. RÔMULO
FERNANDES - PT - Boa noite a todos, boa noite a
todas. Queria cumprimentar o Barros Munhoz, em nome de toda a composição da
Mesa, e dizer do orgulho de estar aqui.
O Suplicy, de
fato, é um ícone de referência. Eu queria ir um pouco pela linha do Donato e
vou contar rapidamente como eu conheci o Suplicy.
Foi em 1994 e
foi uma coisa muito engraçada. A gente estava fazendo uma campanha na cidade de
Mauá, Reis, e o Suplicy, como todos sabem aqui, de vez em quando ele canta,
certo? Todo mundo sabe aqui, entre a gente até rolou uma aposta aqui para ver
se ele iria cantar ou não, mas não deu muito certo, Suplicy.
“O Homem na
Estrada”, ele estava cantando exatamente essa música, Reis, na cidade de Mauá em
um evento grande. Um rapaz encostou perto de mim e falou: “Aquele rapaz ali é o
Suplicy, não é?”.
E eu falei: “É
o Suplicy”. O Suplicy começou a falar e ele estava atento, mas não piscava, não
piscava de admiração com relação ao Suplicy, e o Suplicy com aquela maciez começou
a cantar.
Em um certo
momento da música, tem um tiro. Ele faz o barulho do tiro e o Suplicy deu um
tapa na mesa, mas um barulho estrondoso, o rapaz caiu da cadeira. O rapaz caiu,
Barros, caiu da cadeira, e foi uma coisa que nós vimos naquele momento. Mas o
rapaz, em vez de ficar chateado com o Suplicy, ficou muito mais admirado.
Então, queria falar do meu orgulho, Suplicy,
de ser deputado pela primeira vez e ter a honra de compartilhar este mandato
com vocês, e falar de uma coisa que eu sempre ouvi.
O Lula - que é
uma referência, que eu sei que é uma referência para o Suplicy -, a mãe dele
sempre falou de uma coisa, que a gente tem que ser teimoso, Simão. Ele falava
assim: “Teime, filho. Teime, filho”. E o Suplicy sempre honrou o Partido dos
Trabalhadores.
Eu queria fazer
essa referência. Ele continua teimando por uma vida melhor para as pessoas e
teve um carimbo na vida dele, que é o “Renda Básica de Cidadania”. Isso nos
orgulha, orgulha-nos demais, Suplicy.
Por isso,
parabéns, Barros, por essa iniciativa.
E parabéns a
esse ícone da história nacional e internacional, Eduardo Matarazzo Suplicy.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao
deputado Rômulo Fernandes por suas palavras. Também registramos e agradecemos a
presença do vice-presidente da OAB, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção-São
Paulo, Leonardo Sica, muito obrigado.
A seguir, a
saudação por Paula da Bancada Feminista, por favor. (Palmas.)
A SRA. PAULA DA
BANCADA FEMINISTA - PSOL - Boa noite. Boa noite a
todas as pessoas presentes, principalmente ao nosso homenageado querido, o
deputado Eduardo Suplicy; também ao deputado Barros Munhoz, que teve a
brilhante iniciativa de outorgar esta homenagem hoje ao deputado Eduardo
Suplicy.
Quero dizer que
para mim, como uma deputada jovem... Eu tenho 30 anos e o Suplicy tem 44 anos
só de vida política, não é, Suplicy?
E eu, como uma
deputada jovem, não posso deixar de falar em nome dos parlamentares jovens, em
nome dos ativistas jovens, sobre a importância que o Eduardo Suplicy tem para
todos nós.
Porque nós
aprendemos muito com ele sobre a necessidade de não só nos espelharmos nas
pessoas mais velhas, não só de referenciarmos as pessoas mais velhas, mas
especialmente o Suplicy diz o tempo todo o quanto ele aprende conosco na nossa
forma de fazer política, e para a gente isso é muito importante.
Não tem um
evento da juventude em que o Suplicy não esteja; não tem uma audiência pública
que a gente promove em que o Suplicy não esteja; não tem uma reunião de frente
parlamentar em defesa da juventude negra e periférica em que o Suplicy não
esteja, e para a gente isso é um grande orgulho.
Todos os dias
nós aprendemos com o Suplicy aqui e eu sei que todos os dias o Suplicy também
leva um pouquinho da nossa energia para ele.
Então, eu quero
hoje, acima de tudo, agradecer ao Suplicy por esta grande oportunidade que é
compartilhar o Parlamento Estadual Paulista com ele, aprender todos os dias com
ele e dizer que eu quero chegar aos 80 anos sendo uma defensora incondicional
dos direitos humanos como o Suplicy é.
Se cada um de
nós aqui formos um pouquinho defensores dos direitos humanos como o Suplicy é,
com certeza a gente vai ter um mundo muito melhor.
Então,
parabéns, Suplicy. Esta é uma das homenagens que você merece.
Se depender da gente,
serão muitas mais. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS
VINICIUS - Tivemos a saudação pela nobre deputada Paula, da Bancada
Feminista, muito obrigado.
A seguir,
chamamos para que venha aqui à tribuna o deputado estadual Jorge Wilson Xerife
do Consumidor, por favor. (Palmas.)
O SR. JORGE
WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Sr. Presidente,
proponente desta tão importante honraria nesta Casa Legislativa, o que nos dá
muito orgulho. Todos os deputados, Srs. Deputados e Sras. Deputadas aqui
presentes, é um momento histórico para esta Casa de Leis.
Prefeitos,
vereadores, lideranças, amigos aqui deste grande líder, deste grande político,
deste exemplo para o estado de São Paulo, que é o nosso sempre senador Eduardo
Matarazzo Suplicy.
Dizer, deputado
Barros Munhoz, V. Exa. decano desta Casa. Vossa Excelência, de tanta
importância também como figura pública, como homem público, como deputado desta
Casa, ter tido a sensibilidade de ter apresentado esta tão importante
propositura.
Dizer que
ficamos orgulhosos de fazer parte deste momento histórico para o estado de São
Paulo e histórico para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Dizer que o
Eduardo Suplicy... o meu filho há pouco assumiu como vereador na cidade de São
Paulo, aí eu quero fazer aqui um depoimento, viu, André?
Presidente
André do Prado, a atenção do senador... ele, na qualidade de vereador naquele
momento, e recebeu o meu filho lá de braços abertos. “O que você precisar aqui,
conte comigo, conte com o meu gabinete se colocando à disposição de Jorge
Wilson Filho”.
Meu filho
chegou muito emocionado, nosso primeiro vice-presidente aqui, deputado Gilmaci,
e falou: “Papai, olhe, eu fui muito bem recebido pelo vereador Eduardo Suplicy.
Ele se colocou à disposição e sabe de tanta importância que é ele, e ele deu
uma atenção tão especial para um novo, para um jovem vereador”.
É aí que a
gente vê a essência da verdadeira política, aí que a gente pode observar a
verdadeira essência de um homem público. Um homem que teve a sua vida, como
outros deputados colocaram - deputados que me antecederam - através de uma
vocação.
Quarenta e
quatro anos é mais que uma vida, e 44 anos dedicando à coisa pública, à causa
pública, às pessoas. E falar que deixou legado, muitos legados. Ele tem deixado
muitas sementes, ele tem deixado, não só no Estado de São Paulo, como plantou e
deixou no País.
Em um momento,
eu pude presenciar ele como senador lá em Brasília. Passei por lá e eu vi um
gabinete com muita gente, filas de pessoas e o gabinete aberto. Eu falei: “Que
gabinete é esse?”.
Lá eu vi que
era o gabinete do deputado Eduardo Suplicy. Ele vivia na antessala, ele saía
pelo corredor, ele falava com todas as pessoas. Então, deputado Barros Munhoz,
dizer que o momento foi muito oportuno.
Cumprimento
toda a Mesa, que na presença do nosso grande presidente André do Prado, quero
fazer uma saudação também ao nosso Paulo Fiorilo e dizer que, Paulo, o Barros
foi o propositor e o PT perdeu essa.
Que Deus
abençoe grandemente nosso querido sempre senador, deputado, Eduardo Suplicy.
Barros Munhoz,
orgulho de tê-lo nesta Casa, orgulho de tê-lo contribuindo todos os dias em
todas as sessões do seu dia a dia com todos nós, deputados e deputadas desta
Casa.
Muito obrigado,
senhoras e senhores. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao
nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor por sua saudação.
Continuando com
as breves saudações dos parlamentares, chamamos a seguir o deputado Simão
Pedro, por favor.
O SR. SIMÃO
PEDRO - PT - Boa noite a todas e todos, serei
breve. Um cumprimento especial ao presidente desta Casa, André do Prado; Marina
Helou; meu líder, Paulo Fiorilo; o Florisvaldo, da Defensoria. Queria deixar um
cumprimento no final para o Barros Munhoz, agradecendo esse gesto.
A política,
pessoal, não é o discurso. O discurso é muito bonito, mas o gesto é mais
importante, não é? E desse gesto, Barros, nós não vamos nos esquecer.
É um gesto
nobre e a gente fica, enquanto bancada do Partido dos Trabalhadores, muito
agradecido, viu? Sem ciumeira nenhuma, porque acho que o seu gesto representa a
homenagem desta Casa. O Suplicy é uma pessoa do PT, mas é uma pessoa
suprapartidária também.
E cumprimentar
meu irmão, meu amigo, companheiro Eduardo Suplicy, por mais esta homenagem que
ele recebe desta Casa.
Eu queria
destacar aqui, pessoal, um episódio em que o Suplicy sempre inspirou a
juventude, sempre inspirou novos candidatos que querem entrar na política e
disputar uma eleição.
Suplicy, acho
que você não vai se lembrar disso, mas eu fui candidato pela primeira vez a
deputado em 2002, fui eleito naquela ocasião e eu fiz uma plenária de
lançamento da minha candidatura lá em Itaquera, no espaço do Padre Rosalvino.
E no meio da
nossa plenária, da nossa assembleia, chega o senador Suplicy. Foi aquela festa,
aquela alegria, como quando ele sempre chega, e o Suplicy, na palavra dele,
pediu para me dar um conselho.
Ele falou
assim: “Simão, eu estou me lembrando de quando eu fui candidato, fui deputado
estadual em 1978”. Se eu não me engano. E ele falou: “Eu queria eu te dar um
conselho”. E eu sempre guardei esse conselho e sempre retransmito ele, Suplicy,
para as pessoas que me procuram pedindo apoio, que vão começar na política e
vão disputar uma eleição.
O Suplicy
falou: “Simão, você quer se eleger? Vá andar e vá falar com o povo. Se você
quiser ir de sandália, você vai de sandália. Se você quiser ir de tênis, você vai
de tênis. Se você preferir ir de sapato, vá de sapato. Mas vá andar e vá falar
com o povo. Segunda coisa, não tenha vergonha de pedir apoio e pedir voto”.
Ele falou:
“Quem tem vergonha é porque fez coisa errada, e eu sei que você não fez”.
Então, eu naquele início de campanha coloquei isso na minha cabeça. Eu falei:
“Preciso andar, preciso falar com o povo e preciso...”. Perdi a minha vergonha
e a minha timidez de pedir voto com aquela orientação, com aquele conselho do
senador Suplicy.
Então, sou
muito grato ao Suplicy. Já fomos secretários juntos na gestão do Haddad e vocês
não imaginam, pessoal, como é honroso para nós, deputados da bancada do PT -
mas acho que de todas as bancadas -, ter o Suplicy aqui conosco no dia a dia
como um dos nossos, honrando-nos com a sua presença aqui no Parlamento.
Então,
parabéns, muita força. E eu queria lançar aqui uma ideia, lançar uma proposta
de que a gente faça um abaixo-assinado para que o Suplicy possa viver mais uns
100 anos, porque não é fácil e não é comum ter uma figura pública como o
Suplicy na vida política brasileira, na vida política de uma forma geral.
E a gente
espera que neste ano, Suplicy, ou no ano que vem, ou no máximo em três anos, o
programa de renda universal básica e cidadania esteja implementado no nosso
Brasil, como a principal homenagem que este País possa fazer à Vossa
Excelência.
Um abraço.
Muito obrigado.
Boa noite.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado ao
deputado Simão Pedro por sua saudação. Agradecer também ao deputado desta Casa,
o Delegado Olim, presente conosco, muito obrigado.
Continuando com
as saudações, a seguir ouviremos a saudação pelo deputado Jorge do Carmo, por
favor. (Palmas.)
O SR. DR. JORGE
DO CARMO - PT - Boa noite, senhoras e senhores.
Boa noite, nosso presidente da Casa, deputado André do Prado. Boa noite, nosso
proponente desta brilhante ideia, o deputado Barros Munhoz, nosso professor
aqui também. Saudar o nosso líder da bancada, o deputado Paulo Fiorilo; o Dr.
Florisvaldo aqui prestigiando; a deputada Marina Helou e o nosso Eduardo
Matarazzo Suplicy.
Também quero saudar todos os deputados e
deputadas, além do público presente. Deputado Suplicy, nosso sempre senador, em
1985 eu cheguei a esta cidade, esta cidade maravilhosa que é São Paulo - para
mim a cidade maravilhosa é São Paulo - e naquela época eu tinha 18 anos, ou
seja, eu não podia votar antes dos 18 anos, hoje pode votar a partir dos
dezesseis.
E dizer, Suplicy,
que V. Exa. foi candidato a prefeito em 1985, deputado Barros Munhoz, e o meu
primeiro voto enquanto eleitor foi no meu, na época, candidato a prefeito,
Eduardo Matarazzo Suplicy.
Ele não ganhou
a eleição naquela época, quem ganhou foi o Jânio Quadros, mas em seguida, no
ano seguinte, o nosso deputado homenageado hoje aqui foi candidato a
governador, em 1986.
Também votei no
meu candidato a governador, Eduardo Suplicy. Posteriormente ele foi candidato a
senador uma, duas ou três vezes, e eu sempre votei no meu candidato a senador,
nosso sempre senador, Eduardo Matarazzo Suplicy.
Por isso, eu
tenho um grande orgulho de... naquela época, jamais imaginaria que um dia,
deputado Barros Munhoz, eu estaria aqui nesta tribuna, participando desta
homenagem tão justa.
Por isso, eu
tenho o orgulho de fazer parte desta bancada, orgulho de, junto com os
deputados e deputadas desta Casa, a gente poder proporcionar esta homenagem
muito justa ao deputado Suplicy.
Que Deus te
abençoe, dê muita saúde, justíssima homenagem.
Abraços.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Deputado Jorge do
Carmo, muito obrigado por sua saudação. Nós temos mais duas saudações pelos
parlamentares aqui presentes.
Chamo agora
Leci Brandão, por favor. (Palmas.)
A SRA. LECI
BRANDÃO - PCdoB - Que Deus abençoe, proteja e
ilumine todas, todos e todes que aqui estão. Deputado Barros Munhoz, meus
cumprimentos por esta iniciativa, por esta propositura. Eu não esperava outra
coisa de V. Exa., porque eu conheço V. Exa. há algum tempo e sei que o senhor
tem toda a sensibilidade de conhecer, honrar e dar mérito a quem merece.
Deputado - e
para mim sempre senador - Eduardo Suplicy, eu o conheci em um palco, eu
cantando e V. Exa. estava assistindo. Desde então, eu sempre observei a sua
luta incansável pelos direitos humanos, sempre vi a presença de V. Exa. em
todas as lutas democráticas deste País.
E, digo mais,
sinto-me muito honrada de estar presente aqui nesta sessão solene, até porque
eu vejo nesta legislatura atual uma diferença muito grande da legislatura
passada.
A Casa está em
paz, todos através da vossa presença se respeitam, não há mais discussões.
(Palmas.) Também sei que V. Exa. ficou muito feliz em ver a diversidade da
Casa.
Hoje nós temos
o prazer de ver nos nossos corredores deputadas de outras cores, não é? Eu fui
a segunda e, graças a Deus, nós temos mais mulheres pretas nesta Casa.
(Palmas.) Então, eu fico muito feliz por isso.
Fico muito
tranquila de falar, porque sei das lutas de V. Exa., são muitas as suas lutas.
A questão da renda básica, que V. Exa. sempre, quando tem oportunidade, toca
nesse assunto e vai continuar por muitos e muitos anos, e um dia vai realizar o
seu sonho, eu tenho certeza disso.
Eu quero dizer
que tenho muita honra também de conhecer o seu filho, João Suplicy, que já me
deu oportunidade de cantar, de fazer podcasts com ele, enfim, faço parte da
família indiretamente.
Mas o que mais
me fascina no comportamento de V. Exa., além da sua elegância natural, é a sua
simplicidade, é a sua humildade, porque, tendo todos os títulos que V. Exa. tem
- senador, já fez tanta coisa por este País -, V. Exa. continua sendo um homem
simples.
Um homem que
dialoga com todo mundo, um homem que tem respeito por todos e todas, um homem
que eu... Sabe? (Palmas.)
Tenho muito
prazer e muita honra de tê-lo conhecido e, hoje eu posso dizer, parabéns, meu
amigo. Parabéns, senador.
Que Deus o
abençoe e que V. Exa. tenha muitos e muitos anos de vida. É isso que eu desejo.
Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado à
nobre deputada Leci Brandão por sua saudação.
Chamo à tribuna
a seguir, encerrando às saudações pelos parlamentares que as solicitaram, Beth
Sahão, por favor. (Palmas.)
A SRA. BETH
SAHÃO - PT - Boa noite a todas e a todos, é uma
alegria participar desta sessão. Cumprimentar o nosso presidente, o André;
cumprimentar Florisvaldo; Paulo Fiorilo; o nosso proponente desta importante
honraria, o deputado Barros Munhoz; e o homenageado desta noite, o deputado
Eduardo Suplicy.
E dizer que é
um orgulho, é uma alegria poder ter o Suplicy na nossa bancada. A gente nem
esperava que um dia o Suplicy... Não é verdade, Jorge? Não é verdade, Simão
Pedro?
Quem mais está
aqui? Que o Suplicy... O Reis... Fosse nosso colega de bancada. Isso engrandece
a nossa bancada e eu acho que todo mundo tem um episódio para contar do
Suplicy.
E eu me lembro
de que eu era ainda... Estava saindo da faculdade e vim aqui para São Paulo. Eu
moro no interior, moro um pouco aqui e um pouco no interior, mas foi de
Catanduva.
E eu vim aqui
porque um padre amigo meu, lá na zona leste, estava fazendo - tinha acabado de
ser ordenado padre - uma manifestação para que não fosse jogado... ali fosse
feito um lixão, e eles fizeram uma vigília.
Eu falei assim
para ele: “Eu vou ficar acordada também, vou ficar junto com você nessa
vigília”. Quem surgiu na madrugada às três horas da manhã na vigília? Eduardo
Suplicy.
Foi lá trazer a
sua solidariedade, trazer o seu apoio e o seu compromisso com o povo mais pobre
desta cidade, deste estado e deste País, porque o Suplicy extrapola, ele não é
só um deputado.
É claro que ele
defende São Paulo, mas se precisar ir lá para a Amazônia defender, ele vai. Se
precisar ir para outro país, ele vai. Ele vai levar suas causas, as suas ideias
e as suas propostas, e é assim que ele é, um homem disciplinado.
Todos os dias,
14 horas e impreterivelmente ele está neste plenário para fazer uso desta
tribuna, para trazer a sua mensagem, para trazer a sua fala, que é sempre muito
importante, de um homem que viveu essa trajetória, que tem essa experiência e
que nos ensina o tempo inteirinho.
A gente aprende
com o Suplicy. A gente aprende na paciência, a gente aprende com a
sensibilidade dele, a gente aprende com o compromisso que ele tem em relação às
causas mais importantes da população: da população que vive em situação de rua,
passando pelos mais vulneráveis, passando por população carcerária, pelas
mulheres, pelos negros, pelos jovens, por toda a comunidade LGBT, enfim.
O Suplicy é
esse patrimônio da política nacional e da política internacional. Já vou
finalizar.
Portanto,
Suplicy e Barros Munhoz, você teve uma iniciativa brilhante ao propor esta
honraria para o nosso querido Suplicy.
É mais do que
justa a homenagem, porque ele é um profundo merecedor desta honraria que ele
recebe nesta noite e esse público que está aqui é o exemplo disso, porque veio
prestigiá-lo, como tantas deputadas e deputados que aqui estão para trazer o
seu abraço fraterno.
Saudar também a
deputada Marina Helou, trazendo o seu abraço fraterno para o Suplicy.
Parabéns a
todos os deputados e deputadas que participaram desse processo.
Parabéns ao
Barros, ao nosso presidente.
E, mais do que
nunca, parabéns ao nosso querido Suplicy.
Muito obrigada
e uma boa noite a todos. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS
VINICIUS - Muito obrigado à nobre deputada Beth Sahão por sua saudação.
Agradecer a todos os parlamentares desta Casa que aqui vieram, trazendo a sua
mensagem ao grande político, ao grande amigo, Eduardo Matarazzo Suplicy,
obrigado a todos.
Agora
convidamos a todos para que assistam ao vídeo sobre a vida e sobre o trabalho
do nosso homenageado desta noite, Eduardo Suplicy.
Vamos ao vídeo,
por favor.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - E as emoções não
param por aí. Agora nós teremos mais algumas saudações. Eu quero convidar aqui,
falando em nome dos familiares aqui presentes, com a palavra, vamos ouvir aqui
o filho do nosso deputado Eduardo Suplicy.
Por favor,
André, venha cá. (Palmas.)
O SR. ANDRÉ
SUPLICY - Boa noite, senhoras e senhores, a
todes. Boa noite aos membros da Mesa, especialmente ao deputado Barros Munhoz,
proponente desta que eu considero uma justa homenagem, embora como filho seja
sempre... soe como um autoelogio elogiar o pai, mas eu acho que nesse caso é
mais do que merecido mesmo.
Peço desculpas
aí pela... vou procurar ser breve e não chorar, porque depois desse vídeo
bonito fiquei bastante emocionado. (Palmas.)
Bom,
basicamente, os que me antecederam aqui falaram já de praticamente todas as que
eu considero muitas qualidades do meu pai. Falo em nome aqui do Supla e do João
também, porque ali eles falaram, mas também venho aqui representá-los. Vou
também pela linha dos antecessores e falar um pouco do que eu me lembro.
Em 1978, na
primeira eleição da qual o meu pai participou, ele conseguiu emprestado como
comitê a parte de baixo da “Casa Bola”, que foi a primeira casa construída
nesse formato em São Paulo, próxima à Avenida Faria Lima.
Ele também
conseguiu emprestada uma picape azul, em que ele colocou dois megafones, porque
tinha um microfone no carro e saiu pela cidade com toda a família colando
cartazes.
Naquela época,
a gente fazia uma cola de farinha e saía lambuzando os postes, o famoso
“lambe-lambe”. E saíamos aí pela madrugada afora. É uma boa lembrança que eu
tenho de como se iniciou essa trajetória política do meu pai, que está fazendo
44 anos - quase 45 -, e desde então percebi que a política seria uma constante
em casa, como de fato, foi.
Relembrando
essas histórias que cada um dos senhores que me antecederam e as senhoras
contaram, de fato o meu pai em casa parecia um médico cardiologista, que a
qualquer hora do dia ou da noite era acionado pelas mais diferentes pessoas, o
telefone tocava.
Não havia celular
e nem nada e, de repente, a gente ouvia o telefone na madrugada e já sabia que
em breve, em 15 minutos, meu pai já estaria saindo para verificar uma situação
- geralmente de alguém muito humilde sendo vítima de alguma injustiça.
Então, essa
sempre foi a vida dele, a ambição, lutar pela redução da desigualdade, pela
justiça social, de uma forma muito aguerrida, com uma garra e com uma força de
vontade que impressionam a mim, aos meus irmãos, aos meus filhos também, o que
é um motivo de orgulho para nós.
É
impressionante, pai, que na sua idade você tenha mais pique do que todos nós.
(Palmas.)
Assim, só
contando também um pouquinho sobre o dia a dia familiar, há alguns anos, por
sugestão da companheira Mônica - uma companheira de mais de 20 anos -, ficou instituído
na nossa família que em todos os domingos nós almoçamos com o papai, em algum
restaurante ou na casa dele. E ele sempre convida todos os familiares, às vezes
um ou outro amigo de algum filho. Mas é fato que ele está sempre com pressa,
vindo de algum lugar e indo para outro.
Como exemplo,
assim: “Ah, hoje eu estou vindo de Paraisópolis e daqui eu vou para a Cidade
Tiradentes”. Ou vice-versa, enfim, sempre compromissos com o povo, com os mais
humildes, e isso é sempre...
Embora a gente
sinta falta da presença dele muitas vezes e tenha sentido por muitas vezes na
família, a gente sabe que é por uma ótima causa e sempre teve muito orgulho
disso.
E lembrar, como
outros já lembraram, que ele atua no macro, no micro e no que está no meio.
Então, assim, desde ouvir cada pessoa sempre com a maior simplicidade e
humildade, e tentar resolver o problema daquela pessoa sem jamais buscar um
favorecimento pessoal.
Todas as vezes
em que alguém me procurou como uma espécie de pombo-correio: “Ah, queria falar
com o seu pai, se ele pode ajudar nisso e naquilo”. Aí eu falei: “Olhe, aqui
está o telefone dele ou da assessoria dele, que o senhor ligue lá e fale com
ele, ele vai atendê-lo.
Mas já aviso,
se for alguma coisa, um favor pessoal, uma situação particular em que o senhor
acha que só vai para furar alguma fila ou algo assim, nem precisa falar com
ele, porque não vai conseguir.
Agora, se a sua
causa for justa e você estiver sofrendo uma injustiça em que ele possa intervir
para que o seu direito seja reconhecido e exercido, pode contar com ele”.
Então, essa
sempre foi a linha que ele nos ensinou, e sempre lembrando do que o pai dele
dizia também - meu avô, Paulo - de que é muito importante ouvir sempre as
pessoas, e ele sempre tem feito isso, muito, por toda a vida. Então, é mais um
motivo de orgulho para nós.
E uma coisa que
também todos ressaltaram, e acho que a gente aprende a cada dia com ele sobre
isso, é como nunca, jamais, houve falta de respeito com alguém, nunca.
Por mais
adversária que fosse, por mais dura que fosse a situação, sempre com muito
respeito. E, se alguma vez eu o ouvi levantando a voz em casa, assim, era
quando ele dizia: “Respeite a sua mãe”. Mas nunca para dar uma palmada ou coisa
assim, jamais.
Então,
realmente é um exemplo que a gente carrega aí de... essa simplicidade dele, a
humildade e que a gente busca seguir na família, embora seja muito difícil
chegar perto, porque sabemos o quanto ele se exige da pessoa no dia a dia.
Obrigado, pai,
pelo exemplo. (Palmas.)
Também gostaria
de fazer uma breve homenagem a todas as pessoas que trabalharam e trabalham com
ele ao longo desses anos, que sem dúvida foram muito importantes para que ele
também exercesse com dignidade todos os cargos que exerceu.
Nesse sentido,
lembro-me especialmente da Valéria e da Joana, que estão há mais de 30 anos com
ele. (Palmas.) Também do Damião, o grande Damião, que o acompanha há muitos
anos, sabe bem de todas as lutas dele e do tamanho da dedicação dele em relação
a todos. (Palmas.)
Acho que é isso
que eu consigo falar por agora.
Obrigado.
Boa noite.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Parabéns ao André,
que não só se emocionou, mas contagiou a todos, muito obrigado.
Chamo agora
para a sua saudação a jornalista Mônica Dallari, por favor. (Palmas.)
A SRA. MÔNICA
DALLARI - Boa noite. Eu não tenho o costume de
falar também, então eu trouxe anotado.
A primeira vez
que eu ouvi falar sobre o nome Eduardo Matarazzo Suplicy foi exatamente há 45
anos, quando ele se candidatou pela primeira vez a deputado estadual. Eu tinha
14 anos.
Eu venho de uma
família de muita militância política e o meu irmão mais velho, Pedro Dallari -
que inclusive foi deputado aqui nesta Casa - fazia campanha para um deputado
federal, Darci Passos.
Naquela época,
no dia da eleição, tinha panfletagem e distribuição de santinhos, aí a
dobradinha do Darci Passos era Eduardo Matarazzo Suplicy. Aí as pessoas
perguntavam: “Ah, ele é jornalista da Folha ou professor da FGV?”. Então, essa
foi a primeira vez.
Em 1978, ele
foi eleito também com uma pessoa que não pode ser, nunca, esquecida, que é o
Dr. João Baptista Breda, que era de Itapira, como o deputado Barros Munhoz. Ele
foi diretor do Instituto Bairral e da Clínica Cristalia. Quando eu estava com
20 anos, em um dia, em 1985, na PUC - eu era estudante de jornalismo - chegou o
Breda com o Suplicy.
Aí o Suplicy
falou assim: “Você não quer trabalhar na minha casa? Mas eu não posso te
remunerar. Você é estudante...”. Eu estudava à noite. “Então, de manhã você
fica atendendo o telefone”. Eu aceitei. E à tarde, eu com o Breda, a gente ia
fazer campanha por todos os lugares. Foi uma campanha muito especial, foi a
campanha do experimento Suplicy.
Ele acabou em
terceiro lugar, mas deu uma visibilidade imensa, e foi em uma situação dessas
que o Breda virou para mim e falou: “Mônica, não se preocupe. Provavelmente,
algumas coisas que ele falar você não vai entender, porque a cabeça dele está
100 anos na nossa frente. Então, enquanto você estiver entendendo - tentando
entender - ele já foi e já voltou”. E é o que acontece, por exemplo, com a
renda básica, não é?
Em 2004, o
Brasil foi o primeiro País do mundo a ter uma lei, proposta pelo então senador
Eduardo Suplicy, e que teve aprovação de todos os partidos, foi um momento
muito importante em 2004.
No dia 08 de
janeiro, o presidente Lula sancionou a lei. No ano passado, quando houve a Copa
do Mundo, a gente resolveu fazer uma brincadeira assim: “Vamos ver nas quartas
de final os 16 times, para a gente ver quantos têm alguma proposta, alguma
experiência de renda básica”.
E foi incrível,
porque os 16 países selecionados tinham uma experiência ou um debate sobre a
renda básica, e isso é uma coisa incrível. Vou dar alguns exemplos. Por
exemplo, na Polônia, na fronteira com a Rússia, há uma área que se agravou
ainda muito com a questão da guerra.
Então, as comunidades
locais criaram uma renda básica de 230 euros às pessoas que vinham chegando.
No Reino Unido,
na França e na Coreia, a questão da renda básica é direcionada para os jovens,
porque são países desenvolvidos, aí os jovens vão e estudam. Aí o normal seria
cada um ter a sua vida e ir para a sua casa, mas não é o que acontece, porque
não tem emprego. Então, as pessoas voltam para as casas dos pais.
Então, isso é
visto na Inglaterra, por exemplo, como um problema de saúde mental gravíssimo.
Eles tratam como uma “pandemia de suicídios”, por conta dessa frustração dos
jovens.
Na Namíbia, na
Índia, ou no Quênia, já é para se combater a pobreza. A gente esteve no Quênia
em janeiro de 2019 e nós conhecemos a experiência de uma distribuição de uma
renda básica por 12 anos, de 22 dólares mensais, em 44 vilas rurais
extremamente pobres.
E o resultado
foi uma coisa incrível. Em dois meses da experiência, a violência doméstica
caiu 51%. Em dois meses, 51%, e a violência sexual 66%. Então, isso mostra que
a renda básica é muito transformadora e o resultado que aparece em todas as
experiências é o empoderamento feminino.
Então, é muito
revolucionária a renda básica nesse sentido, porque efetivamente traz mudanças
para a sociedade. Hoje, fazendo uma pesquisa, dos 220 países, 130 já tem algum
nível de debate, de experiência em relação à renda básica. Mas eu, por 20 anos
acompanhando e vendo a força dele, a determinação em correr atrás dos sonhos,
também já estou acostumada que seja assim.
Ontem à noite,
ele estava escrevendo mais uma carta para o presidente Lula, pedindo para que
seja criado um grupo de trabalho para estudar a renda básica, já que a renda
básica está prevista na lei do Bolsa Família na transição.
Aí eu fiquei
com aquilo na cabeça tarde da noite e eu fui ver, fui pesquisar. Há exatos 10
anos ele escreve - acho que semanalmente - uma carta. Foi para a presidente
Dilma, para o Bolsonaro e agora para o presidente Lula, para que se crie um
grupo de trabalho.
E eu já aprendi
que ele não vai desistir, então... Não vai desistir enquanto ele estiver aqui.
Ele vai estar presente, ele vai estar escrevendo cartas, e eu acho isso uma
coisa muito admirável.
Aí, para
encerrar, a gente tem uma parceria de trabalho muito forte e a nossa última
ação foi ele na audiência da Câmara dos Deputados, no dia 19 de setembro,
assumir que ele tem doença de Parkinson leve e que ele está se tratando com a
cannabis medicinal. (Palmas.) Essa foi uma ação muito importante, de muita
coragem, porque ele assumiu dois estigmas: o estigma do Parkinson e o estigma
da cannabis.
Para mim foi
uma ação muito especial, porque era uma questão dele, pessoal, que ele não
tinha obrigação de expor para todo mundo, mas ele fez isso exatamente pelo
sentimento da coletividade, do trabalho. (Pausa.)
Então, para
encerrar, só para falar da cannabis medicinal, a gente tem uma razão. Já tem
esse diagnóstico desde o final do ano passado e a nossa ideia foi para falar
dessa atitude dele com milhões de brasileiros, para insistir, para trazer na
pauta que o recurso do projeto da cannabis medicinal, 399, seja finalmente
colocado em votação pelo plenário da Câmara.
Isso é uma
causa importantíssima, a cannabis já beneficia 250 mil brasileiros, que podem
comprar pela Anvisa a cannabis importada, que não sai por menos de 1.000, 1.200
reais.
Enquanto a gente está vendo a cannabis
cada vez mais com pesquisas - que ainda são poucas -, com incentivos - que são
poucos ainda -, o quanto se está avançando em situações bastante graves, por
exemplo, com crianças.
Porque hoje crianças
que estão dentro do espectro autista têm muitas condições de melhorar de vida,
especialmente com a cannabis medicinal, com um acompanhamento, com um
atendimento de saúde integral que deve ser um direito à vida de todos e não
apenas só de quem pode comprar a cannabis importada.
Aí, em nome
desse grupo, como a última ação que nós fizemos, eu queria falar sobre as
associações.
Eu queria
trazer esse tema, porque as associações hoje que estão fornecendo a cannabis
para quem precisa, com uma produção muito restrita, com muitas proibições, com
ameaças de prisão por tráfico de drogas de mães que estão plantando para tirar
o óleo para dar para uma criança... então, essas associações praticam uma
desobediência civil pacífica e organizada.
Então, Eduardo,
eu quero te dar os parabéns.
Nestes 20 anos
juntos foram muitos aprendizados, muitas coisas, mas que valeram a pena, e é
uma emoção para todo mundo que está aqui ver e ouvir. Todo mundo tem uma
história com você para contar e elas são sempre muito especiais.
Parabéns.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos à
jornalista Mônica Dallari por suas palavras.
Neste momento,
cumprimento as autoridades da Mesa e, a seguir, ouviremos, representando os
deputados coautores desta homenagem, a deputada estadual Marina Helou, por
favor. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tomo a
liberdade de antes fazer uma colocação.
Parabéns,
deputado Caio, parabéns.
Parabéns,
colegas deputados, pelo que se falou aqui a respeito da cannabis. (Palmas.)
Desculpem-me.
A SRA. MARINA
HELOU - REDE - Excelente colocação.
Boa noite a
todas e todos. Cumprimento esta Mesa, que tenho muito orgulho aqui de compor na
figura do nosso querido homenageado, o Suplicy, e cumprimento todos e todas
presentes na figura do Rafael, que gritou: “Vá lá, vovô”. Isso é muito lindo, a
gente poder também celebrar a inspiração das crianças hoje.
Então, quero
cumprimentar realmente com muita alegria de poder estar aqui representando
todas as deputadas e todos os deputados que subscreveram esta brilhante
homenagem proposta pelo Barros. Barros, deputado, parabéns por trazer essa
amplitude e orgulhar esta Casa.
Hoje a
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo está orgulhosa de poder estar
junto, independentemente de partido, independentemente de visão. Juntos
homenageando um político com P maiúsculo.
Professor
Suplicy, o senhor foi o meu professor e o senhor me apresentou o Ferréz,
aproximou-me dos Racionais e mudou a minha vida, abrindo os meus olhos para a
política.
Eu falo isso
com todo o meu coração, mas eu tenho a certeza de que o senhor me ensinou muito
além do que aqueles que tiveram o privilégio de ter conduzido uma sala de aula.
O senhor ensinou ao País, gerações e gerações, que é possível fazer política
com P maiúsculo, colocando o propósito da política em primeiro lugar.
O senhor
ensinou ao País sobre ética na política, uma lição tão valiosa. O senhor
ensinou que é possível estar aliado a diversas pautas. Eu sou mulher; somos,
nesta Casa, 94 deputados e estamos na legislatura com o maior número de
mulheres, 24 deputadas.
Ainda muito
distante da metade que nos cabe, que nos é justa, mas eu posso dizer com toda a
propriedade que o senhor sempre foi um aliado da nossa causa, e o senhor nos
ensinou que é possível.
A deputada
Paula falou hoje sobre os jovens, o Movimento Negro reconhece. Hoje de manhã a
gente esteve junto em um evento importantíssimo do Yunus e eu tive a
oportunidade de ver uma liderança indígena, colocando como o senhor esteve
junto, sempre como aliado, à causa LGBTQIA+, e o senhor ensinou isso para o
País, que é possível.
É possível
manter um compromisso e lembrar a política como esse espaço em que a gente
constrói um espaço comum, a gente constrói o que é público e a gente está aqui
por quem mais precisa. A gente tem a honra de ter tido o senhor como um farol
que nunca deixou de apontar que a política tem que ser para quem mais precisa
na sociedade.
Isso para a
gente é uma lição que fica para todas as gerações e que fica para esta Casa.
Então, muito
obrigada, Suplicy.
Eu faço a minha
homenagem agradecendo ao senhor por esse exemplo que o senhor nos dá, deu-nos e
continuará a dar. A gente ouviu aqui do João, a gente ouviu da Mônica sobre a
importância da renda básica cidadania e o quanto hoje ela é reconhecida no
mundo como uma política pública de futuro, e isso se deve muito à sua luta e ao
trabalho do senhor.
Esse vídeo emocionante
que a gente viu, e é uma honra poder testemunhar isso, se tornando realidade.
Bom, acho que se a gente tem aqui para dizer sobre esta homenagem, eu queria
dizer sobre a oportunidade que é poder prestar esta homenagem com o senhor em
vida.
Porque nos dá o
privilégio de trazer uma oportunidade que não seja apenas para trazer belas
palavras, para lembrar o senhor do quanto o senhor mudou tantas vidas - como
foi colocado aqui hoje -, mas nos dá a oportunidade de fazer um compromisso com
o senhor.
Porque o nosso
compromisso aqui é continuar a sua luta, é ampliar as suas batalhas, é honrar o
seu legado. Porque esta homenagem serve para que esta Casa, que os deputados e
que os políticos de hoje se lembrem de que é possível fazer a política maior,
com diálogo e com as suas lutas.
Então, conte
conosco, Suplicy, esse é o nosso compromisso.
E talvez a
gente não tenha a mesma energia incansável que o senhor tem, porque realmente é
uma coisa impressionante, está em todos os lugares.
Talvez a gente
não vá ter a mesma resiliência de anos que o senhor trouxe, a mesma teimosia ou
a mesma coragem, mas se cada um de nós puder dar um pouquinho de cada uma coisa
dessas, a gente vai fazer jus ao tamanho que o senhor construiu na política.
Muito obrigada
e parabéns. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos à
deputada Marina Helou por suas palavras. Recebe os cumprimentos do homenageado
e das demais autoridades aqui da Mesa.
Senhoras e
senhores, o Colar de Honra ao Mérito Legislativo é a mais alta honraria
conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Foi criada em
2015 e é concedida a pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou
estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a contribuir
para o desenvolvimento social, cultural e econômico do nosso estado, como forma
de prestar-lhes pública e solenemente uma justa homenagem.
Esta sessão
solene homenageia com a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo, a mais
alta honraria da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o deputado
Eduardo Matarazzo Suplicy. (Palmas.)
Neste momento,
também registramos e agradecemos a presença de Gilberto Kassab, secretário de
Estado de Governo e Relações Institucionais, aqui representando o governador
Tarcísio de Freitas. (Palmas.)
Sr. Presidente
da Assembleia; secretário Kassab; Barros Munhoz; o nosso homenageado, Eduardo
Suplicy; todas as autoridades aqui da Mesa se deslocando aqui à frente para a
outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
(Palmas.)
*
* *
- É feita a outorga do Colar de
Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Já com a sua
homenagem, parabéns mais uma vez ao nobre deputado Eduardo Suplicy, já portando
ali o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, esta que é a maior honraria
conferida pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Vamos ao registro oficial
aqui, por favor.
Em seguida, as
autoridades retornam aos seus lugares à Mesa para darmos continuidade a esta
solenidade. Ok para todos?
Muito obrigado,
parabéns. (Palmas.)
E já se
deslocando aqui para a Mesa, ouviremos a seguir palavras do homenageado desta
noite, o deputado Eduardo Suplicy tem a palavra a seguir, por favor.
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Nossa, que coisa linda esta noite.
Eu queria
primeiro cumprimentar os deputados presentes: Rafael Saraiva; deputado Reis;
Marina Helou; Luiz Claudio Marcolino; Rômulo Fernandes; Simão Pedro; Jorge do
Carmo; Beth Sahão; Donato; Gilmaci Santos; Itamar Borges; Maria Lúcia Amary;
Paula da Bancada Feminista; querido Paulo Fiorilo, o líder; Caio França;
Vinícius Camarinha; Leci Brandão.
Aquele que foi
presidente desta Casa, da Assembleia Legislativa, quando eu fui eleito aqui em
1978, então, foi presidente, Vanderlei Macris, que nós tivemos aqui em inúmeros
momentos importantíssimos na luta pela democracia, para a democratização do
Brasil.
Então, é uma
satisfação tê-lo aqui, Vanderlei Macris, que de 1999 a 2001 dirigiu esta Casa.
Caro secretário
de Estado de Governo e Relações Internacionais, Gilberto Kassab, que aqui
representa o governador Tarcísio de Freitas; queridos filhos, André e João, o
Supla precisou sair, ele chegou logo cedo, mas precisou sair e tinha um
compromisso de viagem.
Minha querida
Mônica Dallari, essa jornalista, escritora excepcional que é coautora de muitos...
por exemplo, do livro “24 anos no senado”, que ainda está para sair em outubro;
do livro “Um Jeito de Fazer Política”, com um jeito muito especial que ela
sempre propôs.
Hoje a minha
família resolveu vir aqui, meu irmão Roberto, minha irmã Vera. Quando eu vi a
Vera assim, eu falei: “Mas não é possível, você parece a mamãe”.
Para quem
conheceu a minha mãe, ela está muito parecida com a Filomena Matarazzo Suplicy,
casada com o Paulo Cochrane Suplicy. Mas ela está no céu muito contente, viu,
Vera?
E também a Vera
é mãe. Está junto com a Vera está a minha sobrinha, a Vera Suplicy. Também a
Patrícia Scotolo, minha nora, mãe dos meus netos. A minha irmã Besita e estão
aqui alguns netos como o Felipe, o Teodoro, o Bernardo e... Qual mais está?
O SR ANDRÉ
SUPLICY - (Inaudível.)
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Alto.
O SR ANDRÉ
SUPLICY - (Inaudível.)
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Ah, o Rafael. O Rafael, que já
foi mencionado, e amigos tão...
Também a
deputada Andrea Werner, o deputado Olim, o Jorge Wilson, e eu acho que eu vi aí
o deputado Gilmar, ele estava aí junto com vocês.
Então, eu
queria agradecer muito a presença dos amigos Marina Coutinho; Maurício Pedrosa;
Camila Ferreira; Sérgio Ferreira; Walter Appel; Moira Vasconcellos; Rosana
Emília Gaspar; Tatá Amaral; o prefeito de Tapiratiba, o Ramon; Chiquinho
Maduro, ex-secretário de estado da Agricultura, que está aqui.
André Ye,
presidente da Associação Geral Chinesa do Brasil; também a Rosana Emília
Gaspar, presidente do Conselho Estadual da Segurança Alimentar; Antonia Cileide
Oliveira de Souza, minha querida presidente da Cooperativa dos Vendedores
Autônomos do Parque Ibirapuera. A Antonia está lá no fundo. (Palmas.)
Uma das coisas
mais significativas que aconteceu na minha vida política... eu que sou um fã do
legado de qual seja secretário de economia solidária, foi que eu, que costumo
andar no Parque Ibirapuera desde menino, da adolescência, muitas vezes, quando
ia fazer a caminhada, a corrida no bosque, deixava o meu celular e a minha
carteira com os vendedores autônomos.
Então, um dia,
a que era presidente da Associação dos Vendedores Autônomos, a Antônia, aqui
presente, disse-me: “Olhe, senador...”. Eu era senador. “É um problema
terrível. Nós fomos avisados pela prefeitura do Celso Pitta e do Ricardo
Ohtake...”. Que era o secretário de verde e meio-ambiente. “Nós teremos que
sair daqui até outubro”. Era janeiro de 2000.
“E poderemos
ser eventualmente empregados de cinco grandes empresas que vão tomar conta de
cinco quiosques cada, mas muitos aqui são pessoas idosas, com deficiências, vai
ser muito difícil”. E eu falei: “Que tal vocês formarem uma cooperativa?”.
Gostaram da
proposta e eu fui falar com o prefeito e o secretário Ricardo Ohtake na missa
de aniversário da cidade, lá no Pátio do Colégio, na Igreja São José de
Anchieta, e expliquei a eles.
Eles, então,
não mais levaram adiante aquela proposta. E uma advogada muito amiga delas, que
trabalhava na Cooperativa Agrícola de Cotia há 12 anos, psicóloga e advogada, a
Vieira, resolveu escrever o estatuto da cooperativa.
E a Mônica
Dallari, dez anos depois - em 2010 para 2011 -, escreveu uma verdadeira
biografia daqueles. Como todas as famílias já haviam melhorado tanto de vida,
quando veio o prefeito João Dória e anunciou que iria fazer concessões no
parque, a Antônia me disse: “O que será que vai acontecer?”.
Mas eu levei o
livro da Mônica e um dia fomos visitar o parque, o próprio prefeito me convidou
para conversar com as vendedoras e vendedores ambulantes. Aí ele disse: “Olhe,
eu vou assegurar que vocês continuem trabalhando aqui com a cooperativa, só vou
tentar melhorar para vocês as condições”. E depois disso se renova até hoje com
a prefeitura presente.
Ainda há cerca
de dois meses tivemos uma reunião aqui com a representante da prefeitura e da
cooperativa e, então, era uma história de estímulo às formas cooperativas de
produção.
Então, agradeço
muito à Antônia pela sua presença aqui.
De Maria do
Carmo Guido, conselheira do Conselho Municipal da Pessoa Idosa; a querida Tita,
Francisca Dantas Mendes, professora da USP que também organiza a Cooperativa de
Materiais Recicláveis para fazer tecidos, vestidos e roupas, que tem uma
determinação tão forte.
Janaína Xavier,
que está ali - Janaína, eu não tinha te visto ainda -, que é uma liderança
comunitária na região conhecida como “Cracolândia”, desde que eu sou vereador e
começaram as ações de expulsar pessoas ali das ruas da Luz e tudo.
Janaína me
telefonava e me procurava para que eu pudesse ajudar no diálogo lá com a Guarda
Civil Metropolitana, com a Polícia Militar, com a Polícia Civil, e ela tem um
papel muito importante lá, inclusive também com os moradores em situação de
rua.
Laércio
Ribeiro, presidente do Diretório Municipal do PT, que está aí ao lado do
deputado Jorge; a Laura Capriglione, uma jornalista formidável, é um exemplo.
Ela está aqui? Não, saiu já.
A Laura Capriglione
que, muitas vezes, testemunhou ações muito significativas, assim como a Marlene
Bergamo, que às vezes estavam presentes no momento em que ouvi o relato de
moças que haviam sido objetos de abusos, quando ouve o deslocamento do bairro
Pinheirinho, lá em São José dos Campos.
Também
cumprimento o Bruno Zambelli; e quero muito agradecer às palavras tão gentis do
Donato, do Paulo Fiorilo, do Reis, do Rômulo Fernandes, da Paula da Bancada
Feminista, do Jorge Wilson, Simão Pedro, Dr. Jorge, Leci Brandão, Beth Sahão,
Marina Helou.
Eu poderia
comentar cada um dos episódios, mas eu trouxe aqui para vocês... boa parte dos
oradores que aqui falaram, mencionaram uma longa jornada para que eu possa
viver para assistir à implantação da renda básica, tal como prevê a Lei nº
10.835, de 2004. Permitam-me dizer que em dezembro de 2002...
Eu, que havia
já apresentado o primeiro projeto de garantia de renda mínima, em abril de 1991,
de cujos debates resultaram os programas “Bolsa-Escola”, “Bolsa-Alimentação”, “Auxílio
Gás”, “Cartão Alimentação”. Daí veio o “Bolsa Família”, que unificou aqueles
quatro e teve um fator muito forte de diminuição da pobreza extrema, da
desigualdade.
Mas eu, ao
estudar as formas de transferência de renda, fiquei persuadido de que melhor
ainda do que um programa com condicionalidades seria a renda básica universal e
incondicional para toda e qualquer pessoa, não importa a sua origem, raça,
sexo, idade e condição civil, mesmo socioeconômica.
Era abril de
2002 quando foi designado o relator, o senador Francelino Pereira,
ex-presidente da Arena e do PFL, ex-governador de Minas Gerais, que me diz:
“Eduardo, estou com 81 anos, não vou ser mais candidato, mas quero estudar
seriamente a sua proposta”.
Eu dei a ele o
meu livro “Renda de Cidadania: A Saída é Pela Porta”, agora na oitava edição - tinha
acabado de ser lançado. Ele leu e disse: “Eduardo, é uma boa ideia, mas você
precisa torná-la compatível com a lei de responsabilidade fiscal, pela qual
para cada despesa precisa ter a receita correspondente.
Que tal você
aceitar um parágrafo que diga que será instituído por etapas, a critério do
Poder Executivo, começando pelos mais necessitados? Como, portanto, fazia e faz
o Bolsa-Família”.
Eu achei de bom
senso, aceitei e, graças àquele parágrafo, o senado e depois a câmara aprovaram,
praticamente por todos os partidos, sem objeção.
Em 08 de
janeiro de 2004, foi sancionado pelo presidente Lula, só que faz 19 anos e na
forma de se tornar universal e incondicional ainda não aconteceu.
Então, certo
dia eu estava fazendo uma palestra com o professor Paul Singer na Secretaria da
Recita Federal, para mais de 600 servidores federais, muitos professores das
escolas da cidade de São Paulo e estudantes, e o Paul Singer falou das oito às
dez.
Daí ele disse
sobre a história da economia solidária no mundo e no Brasil. Depois ele disse:
“Olhe, agora vocês vão ouvir o professor Eduardo Matarazzo Suplicy, senador,
sobre a renda básica”.
Quando o
presidente Lula sancionou a lei, eu pensei que ele iria formar um grupo de
trabalho e eu gostaria de participar desse grupo de trabalho. Eu pensei comigo
mesmo: “Vou sugerir”. Era 2013, com a presidente Dilma.
Vocês sabem que
os 81 senadores assinaram a carta sugerindo, e a presidente Dilma, por algumas
razões difíceis, só pôde me receber para conversar quando ela já estava no
Palácio Alvorada, aguardando a decisão que eu teria votado contrariamente se
estivesse ainda no senado. Mas ela foi retirada do Governo.
E, então, a
proposta do grupo de trabalho, para mim, ainda está na cabeça.
Se vocês me
permitem, a Mônica disse que eu estava ontem escrevendo uma carta e já era
tarde, 11 e meia, e ela falou: “Está na hora de você dormir, precisa dar uma
descansada”. Mas eu continuei a escrever e eu vou pedir licença, presidente
André, para ler esta carta, porque tem muito a ver com tudo o que disseram ao
meu respeito, está bem?
A carta é
dirigida aos excelentíssimos senhores, ao presidente Luís Inácio Lula da Silva,
ao vice-presidente Geraldo Alckmin, ao Fernando Haddad, à ministra Simone Tebet,
Wellington Dias, Alexandre Padilha, Marina Silva e Silvio Almeida:
“Conforme a
minha mensagem de 25 de setembro passado, venho reiterar meus cumprimentos pela
promulgação da Lei nº 14.601, de 2023, que foi publicada em 19 de julho, o
último, que extingue o Auxílio Brasil e reinstitui o Bolsa Família, afirmando
que este constitui a etapa do processo gradual e progressivo da implementação
da universalização da renda básica de cidadania, na forma estabelecida no
parágrafo único do Art. 6° da Constituição e no § 1° do Art. 1° da Lei nº
10.835, de 08 de janeiro de 2004.
Dessa maneira,
o governo obedece à decisão do Supremo Tribunal Federal, de 26 de abril de
2021, de que ele precisa cumprir a referida lei, conforme o Supremo decidiu a
respeito do mandado de injunção que a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul
fez em nome de Alexandre da Silva Português, um morador de rua de Porto Alegre,
epiléptico, 51 anos, que vinha recebendo 89 reais. Mas, então, fez bem o
governo Lula e seus ministros em publicarem essa medida.
Venho agora
propor a V. Exas. a formação de um grupo de trabalho composto pelos
economistas, filósofos, sociólogos, assistentes sociais, cientistas sociais,
políticos e humanistas que mais contribuíram para os debates sobre as mais
diversas formas de garantia de renda, com vista a erradicação da fome e da
pobreza, a promoção de maior igualdade e a realização da justiça social em
nosso País e em outros países do mundo ao longo das últimas décadas. Trata-se
apenas de uma sugestão.
Obviamente,
poderão convidar a todas essas pessoas que, conforme conversei com muitas
delas, estão inteiramente dispostas a colaborar com este propósito, para que o
governo brasileiro venha a ser o primeiro país do mundo a instituir para valer
a renda básica universal como um direito inalienável de todos participarmos da
riqueza da nossa Nação.
Podem notar que
nessa relação estão os nomes daqueles que, pioneiramente, propuseram a garantia
de renda mínima, como Edmar Lisboa Bacha, Roberto Mangabeira Unger, em “Participação,
salário e voto: um projeto de democracia para o Brasil”, de 1978.
Alguns dos
principais defensores da garantia de renda ao longo da história, como Josué de
Castro, Celso Furtado, Antonio Maria da Silveira, Ana Maria Medeiros da Fonseca
e Paul Singer não estão na lista porque já faleceram, mas seu legado se
encontra presente no conhecimento dessas pessoas que compõem a lista de nomes
aqui apresentados.
Por sinal, foi
o professor Paul Singer que, em 2013, sugeriu esse grupo de trabalho,
mencionando que tinha expectativas de participar do mesmo. Obviamente, poderão
adicionar outros nomes que tem também se destacado no debate sobre o tema.
Eis a lista de
nomes por ordem alfabética e as respectivas instituições as quais pertencem.
Vocês conhecem muitos desses nomes aqui citados, vou falar rapidamente:
Aldaíza
Sposati; Aloizio Mercadante; Ana Lúcia Lobato; Anderson Lopes Miranda; André
Janones; André Lara Resende; André Mountian; André Gama; Antonio Corrêa de
Lacerda; Bárbara Cobo; Bernard Appy; Bruna Cristina Neves Carnelossi; Camila
Jara; Carolina (Inaudível.) Justus; Celia Lessa Kerstenetzky.
Ciro Gomes, que
me visitou há duas semanas aqui na Assembleia Legislativa e disse que, sim, ele
está disposto a colaborar. Eu o lembrei de que era a proposta que ele havia
apresentado quando candidato a presidente. Então, está inteiramente disposto a
colaborar.
Clóvis Roberto Zimmermann;
Darcy Costa; Diego Zeidan; (Inaudível.); Edmar Lisboa Bacha; Eduardo Braga;
Eduardo Matarazzo Suplicy; Eurália Barbosa; Fabiano Horta; Fábio Domingues
Waltenberg; Fernando José Gomes Freitas; Frei Betto; George Endrigo; Geyze
Diniz, coordenadora do Pacto Contra a Fome.
Guilherme de
Melo; Gustavo Zortea; Jessica Maldonado de Medeiros; João Henrique Campos, hoje
prefeito de Recife, que foi proponente da frente parlamentar em defesa da renda
básica.
João Joaquim de Melo, que é do Banco Palmas;
João Saboia. (Inaudível.) Perdão. Jorge Abrão; José Márcio Camargo; José
Ricardo Bezerra Nogueira; José Wellington dos Santos; José Pereira da Silva; Leandro
Teodoro Ferreira.
Júlio Lancellotti,
o Padre Júlio; Ladislau Dowbor; Lena Lavinas; Leonardo Boff; Letícia Bartholo;
Luciana Costa; Luiz Carlos Bresser-Pereira; Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo;
Luiz Guilherme Schymura de Oliveira; Luiza Erundina; Mani Tebet; Márcia Helena
Carvalho Lopes; Margareth Alves Dallaruvera; Maria Elzanira Silva; Maria
Gabriela dos Santos Silva; Márcio Pochmann; Marcelo Neri; Marilena Chaui.
Nelson Marconi;
(Inaudível.); Paola Loureira Carvalho; Paul (Inaudível.); Paulo de Tarso
Hebling Meira; Paulo Jannuzzi; Paulo Paim; Pedro Grossi; Pedro Herculano
Ferreira de Souza; Pérsio Arida; Randolfe Rodrigues; Raquel Costa; Renata
Mirandola Bichir; Ricardo Henriques; Ricardo Paes de Barros.
Roberta Mendes;
Roberto Mangabeira Unger; Robson Mendonça; Rodrigo Orair; Rogério Carvalho;
Rosane Bezerra de Siqueira; Samir Cury; Sergei Suarez Dillon Soares; Sérgio Luiz
de Morais Pinto.
Sidarta
Ribeiro; (Inaudível.) Balakrishna; Shirley Samico; Tábata Amaral; Tatiana
Roque; Tereza Campello; Thiago Rocha dos Santos; Vicente Faleiros; Vinícius
Amaral; Walquíria Leão Rego; Washington Quaquá.
E inclusive,
também, estudiosos da Basic Income Earth Network, a Rede Mundial da Renda
Básica, que acompanha a evolução da renda básica no Brasil e na Terra, que
terão toda a boa vontade de colaborar com o governo brasileiro, como Klaus
Zoff; Guy Stanley; Karl Widerquist; Peter Knight; Philippe Van Parijs, a maior
autoridade sobre esse tema; Sarah (Inaudível.) e Yannick Vanderborght.
Acredito que
essa lista de nomes e a proporção do grupo de trabalho podem ser objetos de
reflexão da próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e
Sustentabilidade.
Coloquei-me à
disposição do ministro Alexandre Padilha para, perante o conselho que ele
coordena, fazer uma palestra sobre a renda básica universal, para debatermos
sobre de que forma a renda básica universal vai de encontro com a ações
propostas pelo conselho.
Vale ressaltar
um exemplo prático e pioneiro no mundo, de um dividendo pago a todos os seus
habitantes, residentes no Alasca há um ano ou mais. Desde o início dos anos
1980 - e eu estive lá nos anos 1990 para examinar -, 25% dos royalties
decorrentes da exploração do petróleo são investidos no fundo permanente do
Alasca, em títulos de renda fixa a ações de empresas do Alasca, dos Estados
Unidos e internacionais, inclusive de 200 empresas brasileira e empreendimentos
imobiliários.
E o fundo
passou de um bilhão de dólares no início dos anos 1980 para, hoje, em torno de
80 bilhões de dólares. Cada residente no Alasca, há um ano ou mais, passou a
receber um dividendo anual que variou desde cerca de 300 dólares, no início dos
anos 1980, para 3.284 dólares no ano passado.
O Alasca passou
do mais desigual dos 50 estados norte-americanos para hoje ser um dos dois
estados mais igualitários, e constitui suicídio político para qualquer
liderança propor o fim desse sistema no Alasca.
De 1980 a 2022,
a renda per capita do Alasca evoluiu de 15.507 dólares para 68.635 dólares,
enquanto a dos Estados Unidos evoluiu de 10.180 para 65.423. A dos Estados
Unidos, do país todo, foi um pouco mais rápida, mas ambos hoje têm um alto
padrão de vida.
Outro exemplo
importante com resultados positivos é o de Macau, que desde 2008 passou a pagar
um “Wealth Partaking Scheme” a cada um dos seus cerca de 700 mil habitantes
permanentes, decorrentes de 6% dos recursos arrecadados por seus cassinos,
hotéis e restaurantes.
A esses
exemplos, somam-se muitos outros que, em todos os continentes do mundo, estão
sendo realizados.
Inclusive, em
Maricá, que através de uma política local da renda básica de cidadania aos
moldes do que propõe a Lei nº 10.835, anunciou recentemente que 50% dos seus
cidadãos, a partir de 2023 no mês que vem, passarão a receber 200 mumbucas -
que é a moeda social de lá -, que é igual a 200 reais. O programa alcançará 93
mil beneficiários, tornando-se um dos mais importantes exemplos de renda básica
no mundo.
Além da
incondicionalidade da política dar passos decisivos em direção da
universalidade, Maricá é um exemplo de erradicação da pobreza, redução das
desigualdades, combinação dos mecanismos da economia solidária com as moedas
sociais, o que tem despertado o interesse de estudiosos do mundo todo pela
iniciativa.
Na manhã de
hoje, 16 de outubro de 2023, encontrei-me em São Paulo com Muhammad Yunus...”.
Foi por isso, Reis, que eu não pude estar aqui às 14 horas, eu estava vindo do
Colégio Santa Cruz querendo falar, mas...
O SR. REIS - PT
- (Inaudível.)
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Ah, muito obrigado. Queria
cumprimentar o deputado Guilherme também, que chegou e é um dos que está sempre
aqui, junto com o Reis e o Carlos Giannazi.
Pois bem...
“Então, eu me encontrei com Muhammad Yunus, do Prêmio Nobel da Paz em 2008,
porque criou o Grameen Bank, o Banco do Vilarejo, e o seu livro “Um Banqueiro
dos Pobres” é um best-seller traduzido para dezenas de idiomas.
Em sua fala,
além de relembrar visitas ao Brasil, ele para mim, pessoalmente, disse que
aprova e defende, sim, a renda básica. E ele está ao lado de outros importantes
aliados com o Prêmio Nobel de Economia e da Paz que defendem a renda básica,
como Desmond Tutu, Robert Solow, Amartya Sen, Vernon Smith, Daniel McFadden, o
próprio Muhammad Yunus, Peter Diamond, Christopher Pissarides, Angus Deaton, Abiy
Ahmed Ali e Esther Duflo.
Onze prêmios
Nobel da Paz e da Economia que defendem. Quando nós tivermos a renda básica
universal...”.
Mas como? Para
todo mundo que está aqui? Para os moradores em situação de rua? Para os mais bem-sucedidos
empresários brasileiros? Sim, para mim próprio também, só que aqueles que tem
mais vão colaborar para que nós próprios e todos os demais venham a receber.
Com isso,
eliminamos toda e qualquer burocracia envolvida em ter que saber o quanto cada
um ganha no mercado formal, na carteira de trabalho assinada ou em qualquer
atividade que façamos. Se uma mãe toma conta das crianças da vizinha, não
precisa declarar.
Eliminamos
qualquer sentimento de vergonha ou de estigma de precisar dizer o quanto ganha.
E é do ponto de vista da dignidade, da liberdade do ser humano, como nos
explica Amartya Sen em “Desenvolvimento Como Liberdade”, que “desenvolvimento,
se for para valer, deve significar maior grau de liberdade para todos, e que
nós temos a maior vantagem”.
Então, eu quero...
Eu já lhe dei o meu livro “Renda de Cidadania: A Saída é Pela Porta”, mas hoje
eu vou dar o “Renda Básica: Uma Proposta Radical Para Uma Sociedade Livre e Uma
Economia Sã”, esse aqui é (Inaudível.).
“Na contracapa
do livro de Philippe Van Parijs, “Renda Básica: Uma Proposta Radical Para Uma
Sociedade Livre e Uma Economia Sã”, eis o que diz o grande Prêmio Nobel de
Economia, que é: “Amartya Sen - Esse livro é uma leitura essencial para
qualquer pessoa que se interesse pelos problemas da privação e da falta de
liberdade, até mesmo nos países mais ricos do mundo”.
E quero
concluir com quatro afirmativas de pessoas muito importantes. O primeiro,
Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro, na Universidade Federal do Rio Grande
do Norte: “O mundo está passando por grandes transformações com a chegada das
inteligências artificiais, dos robôs, que podem vir a facilitar a concentração
do capital. E o que vamos fazer nessa transição?
Se quisermos
investir em saúde mental, não tenho dúvidas de que precisamos, em primeiro
lugar, instituir uma renda básica universal bacana, que dê conta de garantir o
bem-estar das pessoas e de manter a economia funcionando”.
Palavras de
Sidarta Ribeiro. Agora, de uma pessoa que eu tenho a certeza de que todos vocês
da Mesa consideram muito, ainda mais para quem no início da nossa cerimônia
falou que era muito importante que pudéssemos aqui estar falando de paz, e paz
entre os seres humanos - em nosso País, lá na Palestina, em Israel, na Rússia e
na Ucrânia:
“Reconhecer o
valor do trabalho não remunerado para a sociedade é vital para repensarmos o
mundo pós-pandemia. Por isso, acredito que seja a hora de explorar conceitos
como o da renda básica universal. A renda básica universal poderia redefinir as
relações do mercado laboral, garantindo às pessoas a dignidade de rejeitar
condições de trabalho que as aprisionam na pobreza.
Daria aos
indivíduos a segurança básica de que precisam, eliminando o estigma do
seguro-desemprego, e facilitaria a mudança de um trabalho para outro, como cada
vez mais os imperativos tecnológicos do mundo trabalhista exigem.
Políticas como
essa também podem ajudar pessoas a combinar o tempo dedicado ao trabalho
remunerado, com tempo para a comunidade”.
Quem disse
isso, Barros Munhoz, em “Vamos Sonhar Juntos”? O Papa Francisco, o caminho para
um futuro melhor. Você gosta do Papa Francisco, não é?
O SR. PRESIDENTE
- BARROS MUNHOZ - PSDB - (Inaudível.)
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Então...
O SR.
PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Não só como
católico. Gosto muito do Papa Francisco.
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - E o presidente André do Prado
acho que também gosta muito dele, não é?
Agora, de Josué
de Castro, em um pronunciamento que ele fez em 1956, como deputado na Câmara
dos Deputados: “Eu defendo o direito de todos receberem o mínimo para sua
sobrevivência, como um direito de ser brasileiro”.
E finalmente a
mensagem que aquele que muitos consideram - eu próprio - o maior economista
brasileiro, Celso Furtado, em 08 de janeiro de 2004, encaminhou ao presidente
Lula, e que foi líder na cerimônia:
“Nesse momento
em que V. Exa. sanciona a Lei da Renda Básica de Cidadania, quero expressar em
minha convicção de que, com essa medida, nosso País coloca-se na vanguarda...”.
Que coisa.
“Daqueles que
lutam pela construção de uma sociedade mais solidária. Com frequência, o Brasil
foi referido como um dos últimos países a abolirem o trabalho escravo.
Agora com esse
ato, que é fruto decisivo e da ampla visão social do senador Eduardo Suplicy, o
Brasil será referido como o primeiro que institui o sistema de solidariedade
tão abrangente e ademais aprovado pelos representantes do seu povo”. Celso
Furtado, em 8 de janeiro de 2004.
Pois bem, querido
Barros Munhoz, presidente André do Prado... deputada Marina Helou, Paulo
Fiorilo, Chiquinho Maturro e presidente André do Prado, eu acredito firmemente
que muitas das tragédias que estamos presenciando diariamente ali na Ucrânia,
na Rússia, em Israel, na Palestina, poderiam ser muito minimizadas se nós já
tivéssemos - até no âmbito dos continentes - a renda básica universal. Tenho a
convicção.
Por exemplo,
certo dia o presidente Trump pediu ao Congresso Nacional dos Estados Unidos 50
bilhões de dólares para construir o muro em relação ao México. Eu escrevi um
artigo, na Folha de São Paulo, dizendo que seria bom se ele sugerisse que todos
os países das três Américas formassem um fundo, como o fundo permanente do
Alasca, para criar uma renda básica universal desde o Canadá até a Argentina.
No dia em que
houver uma renda básica universal em todas as três Américas, acho que não
haverá mais necessidade de quaisquer muros que separem as nossas fronteiras.
Então, é por
essa razão, presidente André, que eu queria dizer ao caro secretário Gilberto
Kassab que, se o governador Tarcísio de Freitas quiser considerar a cooperação
dos três níveis de governo - federal, estadual e municipal - e dar os primeiros
passos em direção à renda básica em São Paulo, na cidade de São Paulo e no
Brasil...
Por exemplo, se
o Lula e os seus ministros compuserem esse grupo de trabalho, poderíamos estar
dialogando a respeito dessa possibilidade do nível de financiamento até nos
três níveis, um cooperando com o outro. Aí sabe onde nós vamos chegar,
presidente André do Prado? A Mônica está fazendo sinal para eu não fazer o que
eu... ela sabe o que eu me propus a fazer.
Que, para
concluir, então, poderíamos todos cantar “Blowin’ In The Wind”. (Palmas.)
Mas eu só vou
ousar a tomar a iniciativa se o presidente André achar que...
O SR. ANDRÉ DO
PRADO - PL - Com certeza, autorizado.
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Autorizado. Então, um pouquinho de
água. Podem me acompanhar.
*
* *
- É entoada
música em língua estrangeira.
*
* *
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Agora todo mundo junto outra vez.
(Palmas.)
*
* *
- É entoada
música em língua estrangeira.
*
* *
TODOS - Suplicy.
Suplicy. Suplicy...
O SR. ANDRÉ DO
PRADO - PL - Como dizia Barros Munhoz, Suplicy,
você é único, viu?
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Bravo. Agradecemos as
palavras do homenageado.
Retorna ao seu
lugar à Mesa para darmos continuidade aos atos desta sessão solene. Antes de
encerrarmos... (Vozes sobrepostas.)
O SR. ANDRÉ DO
PRADO - PL - (Inaudível.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Pois não, presidente?
O SR. ANDRÉ DO
PRADO - PL - Pois não.
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Antes de encerrarmos
esta solenidade, retoma a palavra o presidente, o deputado André do Prado.
*
* *
- Assume a
Presidência o Sr. André do Prado.
*
* *
O SR.
PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Depois de
todas estas homenagens feitas para o nosso senador, gostaria também de pedir
que adentrasse a este recinto alguns familiares e amigos, nossos convidados,
para darmos sequência a esta sessão tão importante nesta Casa no dia de hoje.
Por favor,
nossos convidados. (Pausa.)
A esposa do
nosso deputado Barros Munhoz, Ana Carmen; os filhos Eduardo, Luís Henrique e
Larissa; (Palmas.) os netos Sofia, Clara, Luísa, Alice, Francisco e Cecília;
José Augusto e irmãos; Carla, a nora; seus amigos de Itapira, nosso interior,
todos presentes. E por que tudo isso está acontecendo, pessoal?
Em consonância
com vários deputados desta Casa, e aproveitando a presença de vários
parlamentares amigos do nosso querido Barros Munhoz, aproveitamos o ensejo para
prestar homenagem a esse grande líder também, com quem temos a honra de contar
com a sua experiência e trabalho nesta Casa de Leis.
Eu, em 2010,
fui eleito pela primeira vez como deputado da Assembleia Legislativa de São
Paulo, e na ocasião quem ocupava a Presidência está aqui ao meu lado, com a
posição que com muita honra eu ocupo hoje. Meu amigo Barros Munhoz. (Palmas.)
Desde então,
tive o privilégio de contar com a amizade, a parceria, com as suas orientações
que contribuíram para o meu mandato parlamentar, e agora como presidente desta
Casa.
Não poderíamos
deixar de fazer esse importante reconhecimento à V. Exa. que foi prefeito da
sua querida Itapira; subprefeito de Santo Amaro, Capital; secretário de Agricultura
do nosso estado e ministro da Agricultura do governo de Itamar Franco.
Presidente da
Assembleia por dois biênios, atualmente em seu sétimo mandato como parlamentar.
Deputado municipalista, que emprega suas forças e sua dedicação em contribuir
com o progresso da nossa região e do nosso estado.
Sempre buscando
os investimentos do governo para atender às demandas da população e daqueles
que mais precisam. Frutos do seu trabalho e dedicação são as obras realizadas,
que já transformaram a vida de milhares de pessoas nos mais diversos municípios
onde V. Exa. atua.
Por isso, não
poderei deixar de aproveitar esta oportunidade, senador Eduardo Suplicy, para
também fazermos a outorga de Colar de Honra ao Mérito à V. Exa. como uma justa
homenagem desta Casa, a este amigo decano desta Casa de Leis, Barros Munhoz,
que é uma homenagem de todos os deputados da Assembleia Legislativa a esses
dois ícones aqui nesta noite, Eduardo Matarazzo Suplicy e deputado Barros
Munhoz. (Palmas.)
Olhem que coisa
linda, isso vai ficar nos Anais desta Casa.
Por isso,
Barros Munhoz e Eduardo Suplicy, muito obrigado por vocês existirem. Muito
obrigado por vocês fazerem parte deste estado e deste País.
Muito obrigado
pelo legado que vocês me deixarão e continuam lutando todos os dias nesta Casa.
Por isso, esta Casa está em pé, rendendo homenagens a vocês dois.
Por isso, agora, mestre de cerimônias,
vamos dar sequência, vamos ouvir um pouquinho da história do Barros Munhoz
também nesse vídeo. Peço para que coloquem esse vídeo agora e prometo que o
Barros Munhoz vai cantar só duas músicas no final.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - MARCUS
VINICIUS - Vamos ao vídeo, por favor.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB -
Obrigado. Pessoal, eu estou extremamente surpreso e feliz. Eu não merecia isso,
mais da metade de Itapira está aqui, grande parte da região está aqui, de
algumas cidades de longe também estão aqui, vários companheiros e amigos. (Palmas.)
Eu fico surpreso, mas extremamente
feliz.
O SR.
PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Calma, seu
discurso não está na hora ainda.
O SR. BARROS
MUNHOZ - PSDB - Não? Pelo amor de Deus.
O SR.
PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - DJ?
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - (Inaudível.) Daqui a
pouquinho, viu, “Totonho”?
Nós tivemos
ainda há pouco um dos filhos do nosso Eduardo falando aqui, do querido Suplicy.
Você não vai fugir dessa emoção também, não.
Quero chamar
aqui o Luís Henrique para falar em nome de toda a família. Por favor, Luís
Henrique Secchi Munhoz. (Palmas.) Se vocês quiserem... Bom já estão ali... Se
quiserem se acomodar, por favor.
O SR. LUÍS
HENRIQUE MUNHOZ - Boa noite a todas e a todos. Peço
licença, como é um momento muito emotivo, de me fazer auxiliar aqui de algumas
notas que fiz. Excelentíssimo presidente André do Prado, em nome de quem saúdo
todas as deputadas e os deputados aqui presentes.
Excelentíssimo
deputado Eduardo Matarazzo Suplicy, deputado e nosso sempre senador, a quem
parabenizo pela justíssima homenagem. Seus familiares, companheiros e amigos
aqui presentes.
Excelentíssimos
Srs. Prefeitos e vereadores aqui presentes. Excelentíssimo secretário Kassab,
demais autoridades, funcionárias e funcionários da Casa, familiares e amigos,
tanta gente querida. Um agradecimento especial a quem veio de longe para esta
homenagem.
Excelentíssimo
deputado Barros Munhoz, querido pai. Estou aqui hoje com imensa honra
representado a família, meus irmãos Eduardo e Larissa, sua esposa Ana Carmen,
suas netas e netos Sofia, Clara, Luísa, Alice, Francisco e Cecília. Suas noras
Carla e Isadora, seu genro Fábio.
Seus irmãos,
José Roberto e José Augusto, que estão aqui, seus sobrinhos. E tenho certeza de
que lá em cima, tão orgulhosos como nós estamos de você, o vô Caetano, a vó
Vilma e os seus irmãos, a tia Marilena, a tia Cecília e o tio Caetaninho.
Também em nome
do Sandro, que consideramos da família. O Sandro trabalha com meu pai há mais
de 40 anos. Começou como guardinha, que era uma espécie à época de um menor
aprendiz. Não é fácil trabalhar com Barros Munhoz. Então, agradeço muito ao
Sandro e, através dele, a todos que ajudaram e ajudam o trabalho do meu pai até
hoje.
Também estar
aqui nesta Casa, neste plenário, neste microfone e nesta tribuna é uma grande
responsabilidade, já que é onde você, pai, proferiu tantos e tão eloquentes e
brilhantes pronunciamentos nos últimos mais de 30 anos, desde 86, ano de seu
primeiro mandato como deputado estadual - ou seja, há 37 anos.
Procurarei ser
breve e certamente não serei tão eloquente. Em primeiro lugar, gostaria de
agradecer muito e sinceramente ao presidente André do Prado pela homenagem,
pela surpresa, e a todos os deputados desta Casa. Muito, muito obrigado.
É muito
simbólico e emocionante que seja concedida esta honraria no mesmo dia que ao
senador deputado Suplicy, afinal, são duas vidas inteiramente dedicadas à vida
pública, colocando-as, cada qual... (Palmas.)
Colocando-as,
cada qual a sua maneira sempre em primeiro lugar a causa pública à frente de suas
vidas e interesses particulares. Histórias de políticos que sempre buscaram,
através da vida pública, a boa política e, de forma inabalável, melhorar a vida
das pessoas.
Através de
trajetórias feitas com tanto afinco, com tanto trabalho e com tanta dedicação.
Assim, uma ocasião muito especial para esta homenagem, o que nos deixa ainda
mais sensibilizados, e tenho certeza de que o meu pai, também pela surpresa,
está também muito sensibilizado e muito contente.
Como o André
disse sobre o Suplicy, não é fácil como filho falar do pai, parece que estamos
advogando em causa própria. Mas há momentos que pedem que a gente abra uma
exceção.
Meu pai tem uma
vida dedicada à política desde 1976, há quase 50 anos. Aqui já foi dito,
passando muito brevemente, foi prefeito de Itapira, nossa cidade, por três
vezes, foi subprefeito na Capital, secretário de Estado, ministro de Estado.
Mas foi aqui nesta Casa onde mais esteve e dedicou-se.
São sete
mandatos. Foram tantos trabalhos em missões, como líder de Partido; como líder
de Governo - de mais de um governo; como presidente da Casa por duas vezes; e
também, não poderia deixar de recordar, como presidente da Comissão de
Sistematização, que formulou a Constituição do Estado de São Paulo.
Sempre atuante
e muito combativo, mas também sempre buscando encontrar as melhores soluções
para fazer avançar as causas nas quais sempre acreditou, sempre pensando no
bem-estar e na vida das pessoas. Também sempre buscando valorizar os
funcionários da Casa, respeitando e dialogando com seus colegas de todos os
partidos.
E sempre
lutando, de forma incansável, para buscar ajudar a população das cidades que
representa, os cidadãos que o elegeram. Teve muitas oportunidades em
convocações para ir à Brasília para candidatar-se ao Congresso Nacional, mas
sempre escolheu ficar nesta Casa e aqui lutar para as causas dos paulistas.
Por isso
novamente agradecemos muito à homenagem. Em meio a tantas homenagens que meu
pai já recebeu - como dito aqui, tem por exemplo título de cidadão de mais de
70 cidades -, essa, sem dúvida, o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, é das
mais significantes, se não a mais significante, muito especial.
Então, muito
obrigado novamente.
Sabem bem os
senhores que não é fácil ser um político sério no Brasil. Infelizmente, nas
últimas décadas houve uma deterioração importante da atividade política no
nosso País.
Assim também
não é nada fácil ser filho ou familiar próximo de um político. Por isso quero
aproveitar este dia e esta tão bonita homenagem para te dizer, pai, em nome de
toda a família.
Primeiro,
parabéns. Valeu sim e vale sim a pena dedicar-se à atividade política, à
política com P maiúsculo, como você gosta sempre de dizer: a nobre arte de
servir a gente.
Mas também
preciso te dizer, também em nome de toda a família: muito, muito obrigado, pai.
Obrigado por sua trajetória elevada com tanta, tanta dignidade, o que não é
fácil, nunca foi fácil, como sabemos.
Sempre você foi
e sempre será exemplo para todos nós. Exemplo não só de dignidade, de trabalho,
de caráter, de dedicação e de luta. Aliás, como você também sempre gosta de
dizer citando o nosso Hino Nacional: “verás que um filho teu não foge à luta”.
Você nunca fugiu, e assim nos ensinou a todos a enfrentar as lutas e as
batalhas da vida, sempre com muita paixão, coragem e trabalho.
Filhos de
pessoas públicas são muitas vezes parados na rua, abordados de alguma forma em
algumas situações incômodas, e quero contar, com muito orgulho, de, como filho
de Barros Munhoz, fui e sou abordado muitas vezes. Em 100% das vezes, com
elogios, com histórias de reconhecimento.
Foram muitas e
muitas situações, pessoas das mais diferentes. Gente simples, colegas e
ex-colegas políticos, funcionários e autoridades públicas. Pessoas da
iniciativa privada, de entidades de classe, de empresa, trabalhadores. Enfim,
pessoas das mais diversas atuações. Mas sempre com uma mensagem de
reconhecimento pela seriedade do trabalho e contando alguma história, alguma
passagem marcante com o meu pai.
Com isso, você
nos enche de orgulho e alegria, pai. Mesmo com sete dias da semana de tanta
dedicação e trabalho, meu pai sempre foi muito presente. Mais do que um pai, um
verdadeiro amigo. Continua assim como um avô querido e também presente. Ser
filho de político não é fácil, muito menos de um orador como Barros Munhoz.
Então,
finalizando minhas palavras, quero agradecer de coração mais uma vez,
presidente André do Prado e todos os deputados que proporcionaram esta
homenagem ao meu pai.
E pai, parabéns
mais uma vez.
Obrigado,
Barros Munhoz.
Também
utilizando de uma frase que você sempre disse: quem produz, merece respeito.
Você trabalhou, trabalha e merece. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Filho de eloquente,
eloquente também o é. Parabéns aí ao Luís Henrique. E, devido ao adiantado da
hora, nós teremos aqui agora mais dois deputados aqui falando e homenageando o
amigo Barros Munhoz.
Quero chamar
inicialmente o deputado Vinicius Camarinha e, em seguida, será a deputada Maria
Lúcia Amary.
Por favor,
deputado Vinicius Camarinha.
O SR. VINICIUS
CAMARINHA - PSDB - Bom, gente, eu vou ser
superbreve, mas eu não poderia deixar de registrar algumas palavras nesta
noite.
Presidente
André do Prado, Kassab, Marina Helou, Paulo Fiorilo, nosso querido Florisvaldo.
Senador Suplicy, parabéns pela homenagem, senador. Hoje nós estamos
homenageando dois gigantes.
Quando o
deputado André do Prado me deu a ideia, e eu, como líder da federação
PSDB/Cidadania, falei: “Presidente André, é justo”, porque tão importante
quanto o homenageado Suplicy é também quem o homenageia, que é o deputado
Barros Munhoz. São dois gigantes da política. Dois gigantes que têm uma
bibliografia maravilhosa, que serve de inspiração para nós, jovens.
E eu quero
dizer aqui, Luís Henrique, que eu falei com o Eduardo, seu irmão, na
sexta-feira. A gente precisava fazer uma surpresa, e era difícil, porque
estaria o povo aqui do Suplicy e precisaria entrar o povo do Barros, e que
ninguém soubesse, porque a gente queria criar uma situação, Kassab, de
surpresa.
E o Suplicy,
tão querido, com uma fala maravilhosa... E eu agradeço, Suplicy, que você não
foi tão extenso, porque deu tempo da gente... Porque a gente já estava pensando
em fazer outro dia, e aí você resumiu e deu certo de a gente encaixar esta
homenagem no dia de hoje.
Deputado
Barros, queria dizer o seguinte, meu amigo: você é um dos melhores que eu tenho
aqui nesta Casa. E nós te amamos, nós te amamos. (Palmas.)
Você é tudo
isso: ministro, presidente da Casa, líder do Governo, mas a sua maior
característica é a de um ser humano maravilhoso, leal, honesto, honrado, amigo,
parceiro de todas as horas.
E vou dizer a
vocês aqui, não tem um dia sequer que eu não falo três vezes, quatro dias por
semana, com o deputado Barros Munhoz. E a nossa bancada, quando temos algumas
reuniões, a gente pergunta: “Barros, e agora, o que nós vamos fazer?”. E o
Barros, com aquele entusiasmo, com aquela energia dele, procura sempre nos dar
uma alternativa, uma solução, a melhor possível.
O quanto é bom,
Barros, poder conviver contigo aqui. O quanto é bom aprender contigo aqui. Falo
isso em nome da nossa bancada, deputada Maria Lúcia, que está aqui, tantos
colegas que me pediram para eu transmitir essa mensagem para você, e eu não vou
me alongar, porque eu teria tanta coisa legal para falar de você aqui.
E eu quero
encerrar dizendo o seguinte, uma frase tua que...
Primeiro, uma
que é conhecida, que é o comandante Barros Munhoz. O Barros costuma chamar todo
mundo de comandante. Eu acho que isso é uma sacada fantástica, porque você não
erra o nome de ninguém. “Comandante, comandante, comandante”, é uma boa, então
ele - não é, Kassab? Então, nosso comandante.
E uma frase que
é peculiar dele, gente, que eu queria dividir com vocês, é o seguinte - para
encerrar, para não me alongar mais, porque não dá para tanta coisa aqui: “sustenta
o fogo, que a vitória é nossa”, comandante Barros Munhoz.
Um grande
abraço. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Agradecemos ao
deputado Vinicius Camarinha por suas palavras.
E chamamos a
deputada Maria Lúcia Amary, por favor, deputada.
A SRA. MARIA
LÚCIA AMARY - PSDB - Boa noite a todos. Com
certeza, vou ser breve em uma noite tão especial.
Quero
cumprimentar a Mesa na pessoa do deputado André do Prado. André, você está
dando um tom diferenciado, um tom democrático da Assembleia promovendo eventos
como hoje. Terminando com o senador cantando “Blowin' In The Wind”, foi uma
noite memorável.
Então, eu quero
dizer para vocês, primeiro, com relação ao senador - eu chamo de senador -
Suplicy. A sua figura é emblemática, é inspiradora. É um homem que lutou pela
democracia, pela liberdade de imprensa, pela justiça social, pela redução das
diferenças sociais.
Você merece uma
homenagem, o que eu acho importante que está sendo feito hoje: homenagem a
vocês no exercício do mandato de vocês, dividindo com a família, com os amigos,
com os seus eleitores, com as pessoas que acreditam em você.
Quero
cumprimentar aqui também o secretário Kassab, a Marina, o André, o Paulo
Fiorilo, o Dr. Florisvaldo.
Mas enfim, eu
quero falar um pouco do Barros. O Barros é uma pessoa que se precisar de alguém
para conciliar, chama o Barros; se precisar de alguém para discutir e defender
as nossas prerrogativas, chama o Barros. Então, pela sua lealdade, pela sua
competência, pela sua forma democrática, pelos cargos que exerceu com maestria,
em todos deixou uma marca.
Eu acho que
nós, políticos, quando saímos de nossos mandatos e deixamos uma marca positiva,
nós estamos construindo a história. Vocês dois, senador Suplicy e Barros
Munhoz, estão dando exemplo de inspiração política no País.
Difícil a gente
dar um aval, testemunhar em nome de alguém, e nós vamos dizer isso hoje e
sempre, porque o nome de vocês é a garantia de respeito, de democracia e de
políticos sérios e éticos.
Mas hoje,
Barros, eu quero dizer para você: seu melhor papel hoje, para mim, é ser meu
amigo e meu conselheiro.
Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Muito obrigado,
deputada Maria Lúcia Amary.
Neste momento,
as autoridades se dirigem aqui à frente da Mesa para que possamos proceder a
outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao deputado Barros Munhoz.
Todos que estão
conosco à Mesa já descendo aqui, por favor. O homenageado, o Kassab, a Marina,
o presidente André, o deputado Eduardo Suplicy, todos aqui se dirigindo à Mesa.
Nosso líder do PT aqui também, o deputado.
Vamos todos
agora para a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao deputado Barros
Munhoz. Depois retornam à Mesa e aí teremos o seu discurso. (Palmas.)
O presidente
André do Prado, junto às demais autoridades, procede neste momento a outorga de
Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo da nossa Assembleia
ao deputado Barros Munhoz.
*
* *
- É feita a outorga do Colar de
Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
*
* *
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - MARCUS VINICIUS - Parabéns aos nossos
agraciados, Eduardo Matarazzo Suplicy e Barros Munhoz.
Todos os
parlamentares estão convidados a virem aqui à frente para fazermos uma foto
aqui. Vamos caprichar, que esta vai para a capa. Como o “Totonho” já recebeu o
título de cidadão em mais de 70 municípios, então agradecer a todos os seus
conterrâneos aqui.
Os prefeitos,
nós temos aqui: o Álvaro, lá de Pedra Bela; o Amarildo, de Vargem Grande do
Sul; Gil Helou, de Águas de Lindoia; o Padoca, de Divinolândia; e o Ramon, de Tapiratiba.
Obrigado aos
prefeitos, a todos os amigos aqui, familiares. Capricha na foto aí, porque
agora todos vão retornar aqui à Mesa para a gente ouvir o discurso de mais um
homenageado, o deputado Barros Munhoz. Agora ele vai falar.
Parabéns a
todos, obrigado. (Palmas.)
Com a palavra o
homenageado Barros Munhoz. As autoridades retornem aqui aos seus assentos à
Mesa Diretora, por favor, para que o nosso sempre presidente Barros Munhoz
possa fazer uso da palavra.
O SR. BARROS
MUNHOZ - PSDB - Pessoal, eu sinceramente entendo
que não há mais o que falar. Foi indiscutivelmente a maior homenagem que eu
recebi na minha vida. Eu estranhei, não sabia de nada, nada, nada, foi um
segredo total, um segredo realmente total. Mas um bom segredo e uma boa
vivência.
São 48 anos de
vida pública, como já se disse, muitas emoções vividas ao longo desse tempo
todo, mas nenhuma como esta, como o meu filho Luís Henrique disse.
Então eu me
sinto gratificado. Valeu a pena a caminhada e vai continuar valendo, porque,
repito, a política é a mais sórdida das profissões, mas é a mais nobre das
artes. E principalmente esta homenagem, meu querido amigo Paulo Fiorilo, junto
com a homenagem que prestamos a Eduardo Matarazzo Suplicy.
Então obrigado,
André do Prado. O André é um amigo de longa data. Está sendo um presidente
fantástico. O Parlamento de São Paulo está se levantando e se afirmando a cada
dia de passa.
Muito obrigado,
Gilberto Kassab, você que é o maior articulador político deste País. Muito
obrigado pela sua honrosa presença.
Muito obrigado
a todos os colegas deputados.
Hoje o que
vivemos aqui, Jorge do Carmo, foi uma experiência fantástica, fantástica. É uma
união de todos os parlamentares, que se digladiam. O André contou aí, Gilberto,
dez partidos, 30 deputados aqui presentes, 30 deputados aqui presentes.
(Palmas.) É um momento histórico.
Eu vou contar
um causo também. Todo mundo contou um causo, também vou contar. Eu lancei, em
Itapira, um candidato a deputado estadual, João Batista Breda, médico
psiquiatria, que aqui já se referiu, muito amigo do Suplicy.
O Suplicy foi
como um irmão para ele. Isso foi em 1978, na eleição para deputado estadual.
Eles eram candidatos pelo MDB. Eu não sei o que aconteceu, não faço ideia. Eu
vi o Lula toda hora nos embates trabalhistas, liderando os trabalhadores,
sobretudo os do ABC. E alguma coisa me disse: “Convida o ‘Breda’ e vai visitar
o Lula lá em Santo André”. E eu fui.
O Lula me perguntou quando eu cheguei: “Mas o
que você veio fazer aqui? Você é dirigente de alguma empresa? Tem algum
sindicato que você represente?”. Eu falei: “Não, eu sou prefeito de Itapira. É
terra de louco, mas nenhum que mora lá, nenhum itapirense”.
E conversamos,
nos entendemos, ele gostou muito do “Breda”, que era extremamente simpático, e
o Lula acabou se tornando a figura que se tornou e que é desnecessário que se
mencione.
Estou dizendo
isso, Suplicy, para dizer que ele lá no céu, hoje, está extremamente feliz por
ver a sua caminhada, o seu exemplo e por ver um aprendiz seu, como eu me
considero, trilhar o mesmo caminho que você trilhou.
E quando vejo
aqui a minha família, os meus filhos, minhas netas, minha esposa e vocês todos,
amigos de várias cidades da região, eu me animo a prosseguir na luta. Essa luta
não tem fim.
Nós temos que
acreditar sempre a cada dia na perspectiva e na possibilidade realizada por
Eduardo Matarazzo Suplicy de fazermos do nosso País um País mais justo e do
nosso mundo, um mundo menos beligerante, mais fraterno, mais humano e mais
feliz.
Muito obrigado,
queridos amigos.
Muito obrigado,
Eduardo Matarazzo Suplicy.
Muito obrigado,
André do Prado.
De coração,
vamos em frente e realmente o nosso presidente vai dar um toque final que eu
quase o atropelo e menciono.
Deus nos pague
e até a vitória final com a renda básica. Acertei, a Renda Básica Universal.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes de dar
por esgotado a sessão, nós homenageamos aqui hoje dois reis da nossa política.
E eu quero consultar o plenário agora - esta sessão solene tem mais de 30
deputados aqui presentes -, consultar V. Exas., todas as bancadas presentes,
que na próxima sessão homenagearemos duas rainhas: Maria Lúcia Amary e Leci
Brandão.
Serão nossas
duas próximas homenageadas nesta Casa. (Palmas.)
Quero agradecer
muito a bancada do Partido dos Trabalhadores, que foi também quem teve a
iniciativa. Apesar do PT não ter proposto a homenagem ao Suplicy, o PT fez a
propositura com as demais bancadas, de homenagear o Barros Munhoz, que está
homenageando Eduardo Suplicy.
Parabéns a
todos.
E aqui foi dito
que queriam dar mais 100 anos para o Suplicy, mas o Suplicy, assim como o
Barros, chegam a mais de 100 anos, porque eles são imortais já.
Esgotado o
objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, à minha equipe...
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Eu esqueci uma coisa que eu posso
falar em um minuto, se me permitirem.
O SR.
PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O senhor tem
toda a palavra, Eduardo Matarazzo Suplicy.
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Eu quero muito agradecer à minha
equipe, que é formidável: Ana Paula Souza Leal, Larissa Baptista D’Alkmin,
Marina Coutinho, Sérgio Cavalcanti dos Santos, Noélia Presley Dias de Souza.
Ana Rafaela
Flores Santos Pinto, Luisa Piazzi, Marilia Gabriela Santos Silva, Leandro
Teodoro Ferreira, Amanda Gabriela Jesus Amparo, Ciara Pitima de Area Leão,
Lucas Porto Martins.
Joana Agata
Mobarah, Valeria Amadio Beneton, Sandra Cristina Batalha, Rafael Soares Noronha
Mendonça, Cassia Neves Yebra, Júlia Carvalho Ferreira Barbosa Lima, Joyce
Aparecida da Silva, José Damião da Silva e seu companheiro Sérgio também.
Muitíssimo
obrigado pela dedicação ao meu trabalho. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É isso aí,
Eduardo Suplicy. Que ninguém faz nada sozinho. Sem nossa equipe, a gente não
realizada nada.
Esgotado o
objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, à minha equipe, aos
funcionários do serviço de som, taquigrafia, fotografia, serviço de atas,
Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp,
todos os assessores, Polícia Militar, Polícia Civil, bem como a todos que, com
as suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.
Obrigado,
Senhor, por esta noite.
Está encerrada
a presente sessão. (Palmas.)
*
* *
- Encerra-se a
sessão às 22 horas e 38 minutos.
*
* *