20 DE MARÇO DE 2024
30ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: LECI BRANDÃO e CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - LECI BRANDÃO
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h05min.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
4 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - LECI BRANDÃO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
6 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Defere o pedido. Discorre acerca da falta de regulamentação do governo sobre o PLC da Polícia Penal aprovado nesta Casa. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 21/03, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h22min.
* * *
-
Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Leci Brandão.
* * *
- Passa-se
ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Iniciamos a relação dos oradores
inscritos no Pequeno Expediente. Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Paulo
Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Enio
Tatto. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Tem
V. Exa. o uso da palavra pelo tempo regulamentar.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente deputada Leci Brandão, telespectador da TV
Assembleia.
Deputada Leci
Brandão, tenho já denunciado, há algum tempo, a máfia, a ditadura das
plataformas digitais na rede estadual de ensino. Eu falo que é uma máfia porque
são plataformas milionárias, compradas por milhões de reais, que estão
beneficiando apenas as empresas. E estão prejudicando enormemente a Educação do
estado de São Paulo.
Sra.
Presidente, é grave a situação. Os professores da rede estadual perderam
totalmente a autonomia pedagógica. Perderam totalmente o direito de ensinar, a
liberdade de ensinar. Essas plataformas estão, inclusive, adoecendo o
Magistério estadual. São mais de dez plataformas que os professores são
obrigados a utilizar. Eu tenho aqui a relação delas, vou colocar no telão da Assembleia
Legislativa, deputada Leci Brandão.
O professor
hoje virou um mero executor dessas plataformas digitais e dos materiais
digitais, dos conteúdos digitais, os tais slides, aqueles que já foram
denunciados, com muitos erros. São erros gravíssimos, dizendo inclusive, um
deles, que tem praia aqui na cidade de São Paulo.
Essa é a máfia
das plataformas digitais, que estão, repito, acabando com a autonomia
pedagógica dos nossos professores. Elas estão prejudicando imensamente todo o
processo de ensino e aprendizagem, deputada Leci Brandão. Elas estão robotizando,
automatizando, engessando o projeto pedagógico.
Porque o
professor não tem mais liberdade de ensinar. Ele tem que se direcionar, tem que
utilizar todas essas plataformas. Caso não ocorra a utilização das plataformas,
ele é punido, e a direção da escola também.
Não foi à toa
que, na semana retrasada, a Seduc, Secretaria da Educação, publicou uma
portaria do coordenador pedagógico, que eu denunciei também, falando da farsa
do apoio presencial.
Ele se resume
em obrigar os diretores, vice-diretores e coordenadores pedagógicos a entrarem
nas salas de aula e fiscalizarem, não a aula em si, mas a utilização dessas
plataformas.
Então é como se
fosse uma empresa de telemarketing. Os professores têm que atingir as metas -
como no telemarketing, como se fosse uma empresa, como se fosse um banco - na
utilização das plataformas digitais, na utilização dos materiais digitais.
É isso que está
sendo cobrado hoje dos professores. A Secretaria da Educação não quer saber se
o aluno está aprendendo ou não. Sem contar que isso vai na contramão do que vem
acontecendo em vários países do mundo, que estão recuando dessas plataformas,
estão recuando dos celulares, dos tablets, dos computadores, voltando a
utilizar o livro didático.
O livro está
voltando para as escolas do mundo inteiro, para retirar um pouco o aluno da
frente dos computadores e dos celulares, porque está provado que isso prejudica
a aprendizagem, esse uso em excesso. E São Paulo está na contramão porque, na
verdade, por detrás dessa insistência da Secretaria da Educação existem
interesses econômicos e empresariais com a compra dessas plataformas digitais,
que são compradas por milhões de reais. Tem vários contratos.
Inclusive, eu
já acionei - eu quero dizer isso, deputada Leci Brandão - o Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo para fazer uma devassa, uma investigação em todos esses
contratos milionários dessas plataformas, mas também que o Tribunal de Contas
faça uma avaliação dos impactos no processo educacional, na política pública
educacional.
Porque os
professores estão sofrendo e não concordam com isso. O professor gasta todo o
seu tempo utilizando essas plataformas. Ele nem tem tempo mais para o aluno
porque é o tempo todo, é dentro e fora da sala de aula.
Então é muito
importante que o Tribunal de Contas faça uma investigação profunda, uma
devassa, nos contratos dessas plataformas, que foram compradas sem licitação.
Muitas delas lá do Paraná, porque o secretário Renato Feder era do Paraná.
E ele trouxe,
Sra. Presidente, por exemplo, essa plataforma “Alura” é de lá. Ele tinha
comprado essa plataforma no estado do Paraná quando ele era o secretário da
Educação e trouxe a “Alura” para cá por milhões de reais. Está aqui, eu já
mostrei.
Então é grave
essa situação, nós queremos a revogação imediata. Eu já entrei com um PDL
contra essa portaria da farsa do apoio presencial. Não tem apoio nenhum, é
fiscalização, é assédio. É vigiar e punir.
É isso que está
por detrás dessa portaria que eles chamam agora de “Apoio Presencial”, um nome
muito bonito para vigiar os professores. Nem a ditadura militar conseguiu fazer
isso, Sra. Presidente Leci Brandão, nem a ditadura militar.
E também, nós
queremos o fim dessa “ditadura da máfia das plataformas digitais” que está
arruinando o Magistério e arruinando a Educação do estado de São Paulo.
Tudo isso para
beneficiar as grandes empresas que vendem essas plataformas, e os equipamentos
eletrônicos também, para o Estado. Como a própria “Multi” que é a empresa do
secretário Renato Feder.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Obrigada,
deputado. Seguindo a lista de oradores, deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)
Convido o deputado Carlos Giannazi para
ocupar aqui a Presidência.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, agora, para fazer uso da palavra, a
nobre deputada Leci Brandão que fará uso regimental da tribuna.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Carlos Giannazi, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público que nos assiste
pela nossa querida TV Alesp, funcionários dos serviços gerais desta Casa, corpo
militar, Deus abençoe, proteja e ilumine a todos.
Srs. Deputados,
a gente não constrói nada sozinhos, principalmente quando a gente trabalha em
prol da população. As construções para dar bons frutos são construções
coletivas. Além disso, acredito que boas iniciativas sempre devem ser
destacadas e elogiadas.
Por isso, hoje
ocupo esta tribuna para parabenizar a iniciativa de dois mandatos desta Casa:
das deputadas da Bancada Feminista e do deputado Maurici. Esses deputados
realizam hoje dois eventos de grande significado e que contam com o nosso
apoio.
Acontece hoje,
no Plenário José Bonifácio, a “femenagem” à grande mulher, negra, ativista,
comunista, atriz, teatróloga, pesquisadora, professora, publicitária Thereza
Santos. Ela lutou pelos direitos dos negros nas lutas por liberdade de
Moçambique e Guiné-Bissau.
Thereza Santos
foi uma pessoa que ocupou a Secretaria de Cultura aqui de São Paulo e, durante
a sua gestão, conseguiu realizar eventos da maior importância para esse
segmento da população negra.
Uma mulher que sempre
nos orientou, que sempre ajudou muito, inclusive em enredos de escolas de samba
aqui de São Paulo. Foi jurada também dos desfiles, há algum tempo, e é uma
mulher que merece toda homenagem. Quero parabenizar a Bancada Feminista por
essa homenagem.
Já a iniciativa
do deputado Maurici, do Partido dos Trabalhadores, é um ato solene pelo Dia
Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.
Essa lei foi proposta pelo nosso querido amigo, deputado federal Vicentinho,
mas também é resultado de muita luta dos povos de tradição de matriz africana.
O deputado
Maurici, que faz parte inclusive da Comissão de Educação, é um homem que tem
tido o comportamento, a atitude de defender o povo de São Paulo, defender as
populações que sofrem uma série de problemas e tal. Fui muito amiga também do
filho dele, que também foi prefeito.
Temos que dizer
que estamos muito honradas por termos sido convidadas para esse ato solene que
vai acontecer hoje aqui no Plenário Paulo Kobayashi, se não me engano. Ou seja,
esta Casa vai abrigar dois eventos que reconhecem a nossa história, a nossa
cultura, a nossa ancestralidade do povo negro, do povo brasileiro.
Eu fico também
muito honrada de saber que, quando chegamos aqui, em 2010, já tinham passado
por aqui dois deputados que também cumpriam essa missão de defender outros
grupos religiosos: no caso, o deputado Vicente Cândido e o deputado José
Cândido também. Mas houve a continuidade.
Nós chegamos
aqui em 2010 e conseguimos realizar uma série de eventos aqui com a presença
das pessoas dessas religiões. E agora o deputado Maurici dá continuidade. Quero
parabenizar o deputado e também todas as deputadas da Bancada Feminista por
essa homenagem à nossa grande sábia Thereza Santos.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, havendo acordo de líderes, eu peço o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado,
deputada Leci Brandão.
Antes de levantar a sessão, só gostaria
de dizer que meu mandato está acionando o Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo e o Ministério Público estadual contra o governo estadual por
prevaricação, por omissão, por improbidade administrativa o governo até agora
não regulamentou, não apresentou a proposta para regulamentar a PEC, que nós
aprovamos aqui na Assembleia
Legislativa, que regulamenta a Polícia Penal.
Então, o governo está na verdade
afrontando a Constituição Federal, a Emenda Constitucional nº 104, que foi
aprovada, que foi promulgada no Congresso Nacional no dia quatro de dezembro de
2019, onde foi regulamentada a Polícia Penal em todo o território nacional e
ficou a cargo dos estados regulamentar as suas respectivas policias penais.
Nós aprovamos, depois de muita luta,
depois de muita mobilização dos próprios servidores do sistema penitenciário, a
PEC da Polícia Penal. Ela foi aprovada aqui no plenário em junho de 2022. Nós
alteramos a Constituição Estadual, mas até agora - hoje nós já estamos no mês
de março - o governo não regulamentou, não enviou o projeto de lei.
Então, o governo está cometendo
improbidade administrativa, está prevaricando contra uma legislação importante
que tem que ser regulamentada imediatamente. Até porque daqui a pouco vai
chegar - eu espero que chegue - a proposta de reajuste salarial para todos os
servidores do estado de São
Paulo. E os servidores da Polícia Penal ficarão
novamente excluídos, marginalizados do reajuste que é dado aos servidores da Segurança Pública.
Por isso que é urgente, nós estamos
semanalmente cobrando do governo estadual para que ele faça o encaminhamento em
caráter de extrema urgência da proposta do PLC, do Projeto de lei Complementar,
regulamentando a Polícia Penal, incluindo os amplos setores dos trabalhadores e
trabalhadoras do sistema penal. Que eles sejam incluídos na Polícia Penal,
sobretudo também os motoristas.
Então, era isso. Havendo acordo entre
as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantado os trabalhos,
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem
Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 22
minutos.
* * *