24 DE ABRIL DE 2025
52ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e EDUARDO SUPLICY
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h03min.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa o pronunciamento do deputado Luiz Claudio Marcolino.
4 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
8 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
9 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
12 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Defere o pedido. Endossa o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 25/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h44min.
* * *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI
- PSOL - Presente
o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata
da sessão anterior e recebe o expediente.
Dando
inicio à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o
deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do
Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino, que fará uso
regimental da tribuna.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr.
Presidente, nobre deputado Carlos Giannazi. Srs. Deputados, Sras. Deputadas e
funcionários da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente, hoje estamos realizando
aqui na Assembleia, junto com o Sinafresp e o Conacate, um seminário, um
debate, sobre Brasil, dívida pública versus cobranças do mercado financeiro.
Vou pedir ao Machado
para colocar aqui. Este aqui é o seminário, então: “Brasil, dívida pública
versus cobranças do mercado financeiro”. A gente ouve muito falar em relação à
taxa de juros. Muitas vezes nós não temos dimensão do impacto que ela acaba
tendo na vida da população e o quanto, efetivamente, nós deixamos de ter
investimento em Saúde, Educação, mobilidade e assistência social, porque parte
desse recurso acaba indo para os juros ativo.
Então tratamos de
alguns pontos no seminário,
como a questão do mercado primário, a questão da evolução da composição da
dívida e também como que é feita essa relação com o resto do mundo. Pode
passar, Machado. A próxima.
Trouxemos aqui
alguns dados, alguns elementos. Quando a gente fala em taxa de juros real hoje
no Brasil, nós estamos falando que é a taxa nominal menos a inflação. Eu trouxe
aqui uma comparação no quadro, mostrando que no Brasil, de 2006 até 2024,
quando a gente olha aqui para a taxa de juros, para a dívida bruta do Brasil e
a questão do PIB, a gente ouve o tempo todo a mídia falar a questão do mercado.
“O mercado está
assustado, o mercado está se movimentando, o mercado está cobrando uma posição
do governo”. Então trouxe aqui alguns dados para mostrar que nem sempre aquilo
que o mercado, em tese, cobra do governo, seja do governo federal, mesmo também
com algumas dívidas do Estado... Nós estamos tratando que nem sempre aquilo que
eles falam que gera inflação ou que tem que aumentar a taxa de juros, de fato,
é real.
Então aqui
nesse dado a gente demonstra que, no período de 2020 a 2021, nós tivemos aqui
uma retração da economia. Tivemos um PIB baixo. A gente olha aqui para a taxa
real, estava em 86,9 por cento. Nós chegamos até aqui em 2006 uma taxa de
10,11% para 55 por cento.
Então
demonstra, mesmo quando você tem um crescimento do PIB baixo, você devia ter
automaticamente uma taxa de juros baixa. Na verdade, as taxas de juros
continuam crescentes, praticamente, o tempo todo. Pode passar, a próxima.
Um outro
elemento que a gente quis fazer uma comparação é mostrando a relação,
comparação da dívida do governo brasileiro com os juros de economias
desenvolvidas.
Então a gente
percebe que, enquanto o Japão tem um endividamento de 249% do seu PIB, a Itália
tem 134%; Estados Unidos, 123%; a França, 110% - quer dizer, tem o
endividamento em relação ao PIB muito maior que o Brasil, que é de 76 por
cento. Só que a taxa de juros no Japão é negativa, de 3,35%; na Itália é 1,70%;
nos Estados Unidos, 1,60%; enquanto no Brasil a taxa real hoje está em 7,42 por
cento. É a taxa de juros nominal, descontada a inflação.
Só que aí a
gente compara também a questão da taxa de juros brasileira com países que têm o
mesmo grau de risco do Brasil, porque podem falar: “ah, mas o Brasil tem um
grau de risco elevado, por isso que a taxa de juros é alta”. Então já mostrei
aqui em relação ao PIB.
Hoje o
endividamento - o Brasil é bem menor do que as economias desenvolvidas - em
relação aos mesmos países de risco que o Brasil, pegue a Colômbia, 4,30%;
República Dominicana, 2,65%; Marrocos, 1,80%; Paraguai, 2,20%; e aqui no Brasil
a taxa de juros real está em 7,42 por cento.
Estamos falando
de taxas de juros de mais de 14% nominal. Descontando a inflação, uma taxa de
juro real de 7,42 por cento. Então esses países têm uma classificação “BB”.
Pode passar.
Aqui que eu
falo das classificações. O grau de investimento do Brasil, nós chegamos a ter
uma classificação, de 2008 até 2014, “BBB”, que quer dizer uma classificação
muito bem avaliada. O Brasil é um dos países mais bem avaliado pelas agências
de risco no nosso país, e, mesmo assim, a taxa de juros era elevada naquele
momento. Pode seguir.
Hoje aqui a
taxa de juros... Isso daqui é só os juros que o Brasil pagou no ano de 2024,
988 bilhões de reais, quase três vezes o Orçamento do estado de São Paulo, que
é 370 bilhões de reais. Isso é só juros. Quando a gente compara essa questão
dos juros... Pode passar a próxima.
Aqui é o quanto
o governo federal gastou em 2024 no “Bolsa Família”. Ele gastou 168 bilhões de
reais para beneficiar 21 milhões de famílias no nosso país. Vinte e um milhões
de famílias foram beneficiadas, gastando 168 bilhões de reais, enquanto só com
os juros da dívida foi o equivalente a 950 bilhões de reais, quanto o governo
brasileiro, a partir dos impostos que nós pagamos, pagou para os rentistas,
pagou para o sistema financeiro no ano passado. Quase um trilhão de reais,
enquanto o “Bolsa Família”, que atinge 21 milhões de pessoas apenas, 168
bilhões de reais. Pode passar rapidamente.
Aqui, nobre
deputado Carlos Giannazi, nosso presidente, mostrando um pouco para onde que
vai esses juros da dívida hoje. Parte deles, 29,4% vai para os bancos,
instituições financeiras, mais 21% para os fundos e mais 23% para fundos de
Previdência. Tanto que a Previdência, os fundos, nós estamos falando do mesmo
grupo. Se você pegar os principais bancos, eles têm as suas fontes, seus
aglomerados financeiros.
Então hoje eles
estão na parte dos fundos, estão na parte da Previdência. Então os bancos ficam
com quase 80% daqueles quase um trilhão de reais que nós pagamos só no ano
passado de juros da dívida pública no Brasil.
Aqui, mostrando
um pouco o impacto do crescimento dos bancos, pegando aqui uma taxa de juros de
13,75 por cento. A gente olha que, em 2020, os bancos, todos eles, tiveram
crescimento. Em 2021, 2022 e 2023. Então nós estamos passando, praticamente,
para o sistema financeiro tudo aquilo que poderia servir de investimento para o
nosso País.
Então é menos
recurso na Saúde, menos recurso na Educação, menos recurso na Infraestrutura
dos estados e municípios, a partir de recursos do governo federal, porque nós
estamos pagando hoje um valor imensurável só de juros da dívida. Só de juros da
dívida.
Por isso que
estamos fazendo esse debate junto com o Sinafresp, junto com o Conacate,
justamente para alertar a população do nosso país que, quando governos dos
estados, dos municípios e do governo federal falam: “não tem recurso para pagar
os servidores públicos”, seja municipal, estadual ou federal... Recurso existe.
O que nós temos que fazer é discutir uma auditoria, principalmente do estado de
São Paulo.
Hoje, nós
estamos pagando uma dívida, também, quase que impagável em relação a outros
estados, inclusive no Brasil, que hoje, em um dos encaminhamentos do nosso
seminário, eu iria fazer o levantamento da dívida, hoje, do Governo do Estado
de São Paulo, principalmente com o sistema financeiro.
Dívida também
que acaba tendo com o próprio governo federal, e que esse dinheiro, voltando
para o cofre do Governo do Estado de São Paulo, vai proporcionar, mais do que o
investimento, também a valorização dos servidores públicos do estado de São
Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. Aqui estão algumas informações que nós debatemos hoje nesse
seminário com o Sinafresp, junto com o Conacate, e a partir daqui é também
debater como foi feito no governo federal. Um debate sobre a dívida que hoje o
estado de São Paulo tem, que é uma dívida, em tese, que é impagável, mas, se
fizer uma auditoria dessa dívida, com certeza vai sobrar mais recursos para o
investimento no nosso estado e também no nosso país.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de
chamar V. Exa., deputado Marcolino, para continuar presidindo esta sessão, e ao
mesmo tempo parabenizá-lo por essa importante intervenção sobre a questão da
dívida e do juros do pagamento da dívida, que é um dinheiro que faz falta para
as áreas sociais do estado de São Paulo e do Brasil.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Luiz
Claudio Marcolino.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Dando sequência aos oradores do Pequeno Expediente, com a palavra o nobre
deputado Reis. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Dr. Eduardo Nóbrega.
(Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Com a
palavra a nobre deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado
Caio França. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com
a palavra o nobre deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.)
Com a palavra a nobre deputada Ediane
Maria. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Com a
palavra a nobre deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Com a palavra o nobre
deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Paulo Mansur.
(Pausa.)
Com a palavra o nobre deputado Edson
Giriboni. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a
palavra a nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Com a palavra a nobre
deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Carlos
Giannazi.
Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos no Pequeno Expediente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Marcolino, telespectador da TV
Assembleia, Sr. Presidente, não bastasse o ataque que o governo estadual, que a
gestão Tarcísio/Feder vem fazendo em várias áreas da Educação paulista...
Fechamento de
salas, fechamento de turnos, redução do Orçamento da Educação, ditadura das
plataformas digitais, militarização das escolas, privatização das escolas
estaduais, assédio e perseguição contra professores, falta de estrutura nas
escolas, violência nas escolas, superlotação de salas e tantas outras denúncias
que nós fazemos quase que diariamente aqui pela Assembleia Legislativa, ou
mesmo encaminhando essas denúncias ao Ministério Público estadual, ao Tribunal
de Contas, à Defensoria Pública e, muitas vezes, acionando o próprio Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo, agora nós estamos assistindo, Sr.
Presidente, ao governo estadual, através da Secretaria da Educação, tentar a
toque de caixa implantar na força, na marra, as escolas militarizadas.
Cem escolas
militarizadas. Mesmo com a judicialização já feita por nós, no Supremo
Tribunal, contra a lei aprovada aqui na Assembleia Legislativa do Tarcísio de
Freitas. O governador aprovou uma lei aqui com a sua base de sustentação, com
os deputados e deputadas, que autorizou
militarizar escolas.
Mas nós fomos ao Supremo Tribunal
Federal, tem uma Adin nossa lá no Supremo, Sr. Presidente, sendo debatida. Mesmo assim, o
governador, para agradar a sua base de extrema-direita, a sua base eleitoral do
estado de São Paulo - como se avizinha já a eleição do ano que vem, e ele pensa
ou na sua reeleição ou em ser candidato à Presidência do Brasil -, então ele se
antecipou.
O que o governador está fazendo? E
isso vai prejudicar imensamente a Educação do estado de São Paulo. Ele quer
implantar agora, já no segundo semestre - isso que é grave, Sr. Presidente -, a escola militarizada. Cem escolas
serão militarizadas agora já no mês de agosto, no meio do ano letivo. Isso é um
absurdo, Sr. Presidente. Qualquer projeto de mudança numa escola se inicia no
início, logicamente, do ano letivo.
Aqui em São Paulo, não. Para
satisfazer a ânsia eleitoral, os interesses partidários e eleitorais do
governador Tarcísio, então, ele quebra essa tradição, esse processo, e vai
implantar a escola militarizada já no segundo semestre deste ano, causando um
dano irreparável aos nossos alunos da rede estadual e também aos professores e
a todo o processo pedagógico, a todo o processo de ensino e aprendizagem dessas
escolas.
Ele vai desfigurar projetos
pedagógicos, processos de ensino e aprendizagem de praticamente 100 escolas. Tudo
isso não preocupado com a Educação, com as crianças, com os adolescentes;
preocupado exclusivamente com o processo eleitoral do ano que vem.
E, para implantar essas escolas,
existe um vale-tudo, deputado Marcolino, deputado Suplicy, em que o governador,
através da Secretaria da Educação, está fazendo um movimento de pressão,
assediando, obrigando - explícita ou implicitamente - escolas a aceitarem esse
processo, esse regime, a implantação da escola cívico-militar.
Nós estamos recebendo muitas
denúncias sobre essa pressão, essa perseguição e esse assédio. Quero citar
algumas denúncias que nós recebemos aqui na Assembleia Legislativa, Sr.
Presidente, que nós já estamos tomando providências.
Nós fomos acionados aqui pelo
dirigente da Apeoesp, o professor Serginho, juntamente com a professora Ana
Cláudia, da região lá de Barretos, e eles apresentaram a nós, com documentos,
inclusive com vídeos publicados na internet, no Instagram, no Facebook, de
pressão em cima de, pelo menos, duas escolas daquela região, para que elas
possam ser transformadas em escolas cívico-militares.
Eu me refiro aqui à Escola
Estadual Silvestre de Lima e à Escola Estadual Fábio Junqueira. A Fábio
Junqueira tem mil alunos, Sr. Presidente, lá na região de Barretos, e tem vídeos
até do prefeito da cidade fazendo divulgação da escola cívico-militar e indo na
escola pública estadual para fazer apologia desse modelo de escola, não dando
oportunidade para que os representantes, por exemplo, da Apeoesp, de outras
entidades contrárias, e nem mesmo que os professores possam se manifestar
livremente, denunciando o que é esse projeto nefasto de escola cívico-militar,
que é uma verdadeira farsa, na verdade, Sr. Presidente.
Então, tem essa denúncia da região
lá de Barretos, que nós estamos apurando. Vamos fazer a denúncia no Ministério
Público, no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo... a Escola Estadual
Silvestre de Lima e a Escola Estadual Fábio Junqueira. Tem denúncias de
vereadores, assessores e deputados indo para pressionar, para fazer
proselitismo dessas escolas.
E também, para finalizar, Sr.
Presidente, quero registrar que nós recebemos denúncias também lá da Diretoria
de Ensino de Adamantina, na região de Dracena. Nós temos lá duas escolas também
na mesma situação, a Escola Estadual Julieta Guedes, em Dracena, e também a
Escola Estadual Alfredo Machado.
Também lá tem marcação acirrada da
Diretoria de Ensino, de políticos da região, vereadores, assessores e deputados
indo nessas escolas para fazer apologia, repito, não havendo oportunidade para
que haja um debate com paridade de armas, no sentido de que quem faz a crítica
possa ter a oportunidade de conversar com os pais, com os alunos e com a
comunidade escolar.
Ou seja, querem
colocar goela abaixo a implantação da farsa da escola cívico-militar no estado
de São Paulo, no meio do ano letivo, o que é gravíssimo, Sr. Presidente. Não
podemos permitir nem que seja implantado esse modelo de escola, muito menos no
final do semestre agora e no início do próximo semestre.
Então, diante
disso, estamos tomando providências para cancelar essas consultas que, em boa
parte, foram quase todas viciadas e manipuladas em todo o estado de São Paulo.
A Educação do estado de São Paulo não precisa de militarização, de privatização,
de fechamento de salas de aula, de turnos; a escola de São Paulo, a Educação
não precisa de corte do orçamento de 30 para 25 por cento.
Ela precisa de
investimento, precisa de democracia, precisa de valorização dos profissionais
da Educação, precisa de reformas escolares, precisa de investimento. A
militarização não resolve minimamente a questão da Educação no estado de São
Paulo. Aliás, vai agravar ainda mais, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Muito obrigado, nobre deputado Carlos Giannazi. Dando sequência aos oradores do
Pequeno Expediente, com a palavra o nobre deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa.
o tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente, deputado Eduardo
Suplicy.
O SR. EDUARDO SUPLICY
- PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Caro deputado Marcolino, agora nosso Carlos Giannazi, presidente desta
sessão, eu gostaria de fazer um apelo no sentido de que... Saiu na coluna de
Mônica Bergamo, na “Folha de S. Paulo”, a notícia sobre a suspensão de recursos
da Casa Hope, instituição que oferece apoio a crianças e adolescentes com
câncer aqui na Capital pelo governo estadual.
Segundo a
notícia, a Secretaria Estadual da Saúde destinava verbas para a instituição
desde 2007, com o aporte anual médio de um milhão de reais. O governo Tarcísio
de Freitas decidiu não renovar o convênio com a Casa Hope neste ano. Segundo a
instituição, o convênio com o governo estadual é renovado todos os anos. O
contrato então em vigor venceu em fevereiro de 2025, mas desta vez não foi
prorrogado.
A notícia ainda
traz que o governo de São Paulo afirmou em ofício enviado à Casa Hope que a
organização não presta serviços diretamente ligados à Saúde, como exigido pelas
normas que regulam a aplicação de recursos públicos na área.
A instituição
tem 31 anos de existência, oferece estadia, alimentação, assistência
psicológica e cursos livres, monitoramento 24 horas e outros serviços para
pacientes oncológicos e seus familiares, encaminhados a ela por mais de 10
hospitais públicos e privados que atendem o SUS. A maior parte dos atendidos
reside fora da capital.
Em nota, a Secretaria
da Saúde afirmou à “Folha” que a associação não regularizou a documentação
necessária para continuar recebendo recursos públicos, apesar de ter sido
notificada diversas vezes pela pasta. A Casa Hope nega que o governo estadual
tenha feito qualquer pedido para que o cadastro fosse alterado.
Sem o apoio
financeiro do estado, os atendimentos devem ser reduzidos pela metade. Segundo
o instituto, ao menos 300 famílias são acolhidas anualmente. O médico e CEO da
Casa Hope, Fernando Rizzolo, afirmou para a “Folha” que alguns governadores já
transferiram essa assistência para pastas de assistência social ou dos direitos
humanos, mas nenhuma orientação nos foi dada nesse sentido. Nós, inclusive,
convidamos o governador Tarcísio de Freitas para nos conhecer diversas vezes e
nunca tivemos resposta.
Eu faço aqui o
meu apelo ao secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, e ao governador
Tarcísio de Freitas para que voltem atrás na decisão e dialoguem com a Casa Hope,
para que nenhum paciente deixe de receber o suporte necessário durante o
tratamento oncológico. Trata-se, portanto, de uma questão de bom senso, de
saúde, e eu espero que o governador atenda esta solicitação.
Também gostaria
de reiterar aqui o apelo que fiz em ofício ontem ao governador Tarcísio de
Freitas para que tenha um diálogo respeitoso, construtivo, com os membros da
população que está no bairro do Moinho, ali na Favela do Moinho, por onde passam
duas vias ferroviárias, para que possa haver um diálogo positivo, construtivo.
E eu quero aqui
dizer que acabo de participar de um diálogo muito importante com o Sr. Samuel,
que é o diretor do Parque Ibirapuera e responsável pela Urbia, empresa que toma
conta do parque, porque há, presentemente, uma discordância com respeito a
alguns dos termos dos contratos entre a Urbia e a cooperativa de vendedores
ambulantes do Parque Ibirapuera.
Eu, que
acompanho a história dos ambulantes do Parque Ibirapuera, cuja história está
registrada num livro tão bem feito pela jornalista Mônica Baumlitz de Abreu Dallari,
e este livro traz a história da cooperativa, que acompanho desde o ano 2000.
E eu reiterei à
Urbia que quando João Doria foi eleito, eu fiz um apelo a ele para que desse
continuidade à existência da cooperativa, que é algo tão significativo, como um
exemplo de uma cooperativa que reúne dezenas de famílias. Hoje muitas dessas
participantes da cooperativa são pessoas mais idosas, mas que continuam a
tratar tão bem todos aqueles que visitam o Parque Ibirapuera.
Que tenha vida
longa a cooperativa dos vendedores ambulantes do Parque Ibirapuera, e que possa
chegar a bom termo com a Urbia.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy.
Convido V.Exa. para continuar
presidindo esta sessão.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Com a palavra o
deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista.
(Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) André Bueno. (Pausa.) Monica Seixas do Movimento Pretas.
(Pausa.)
Beth Sahão.
(Pausa.) Gil Diniz. (Pausa.) Ana Perugini. (Pausa.) Conte Lopes. (Pausa.) Dr.
Elton. (Pausa.) Marcos Damasio. (Pausa.) Leci Brandão. (Pausa.) Luiz Fernando
Ferreira. (Pausa.) Andréa Werner. (Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.) Sebastião
Santos. (Pausa.)
Agora, já na
Lista Suplementar, Luiz Claudio Marcolino.
Tem a palavra
pelos cinco minutos regimentais.
O SR. LUIZ CLAUDIO
MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado
Eduardo Suplicy, neste momento queria aproveitar a oportunidade porque, nessa
última terça-feira, os sindicatos municipais de São Paulo aprovaram uma greve
por tempo indeterminado, em virtude das negociações salariais com o prefeito
Ricardo Nunes aqui, na cidade de São Paulo.
Só que essa
greve, além de ser de todos os servidores públicos municipais de São Paulo,
também é uma greve que está sendo articulada junto aos professores da Educação
municipal.
E, no dia de
ontem, os vereadores incluíram na pauta a votação do reajuste dos servidores
municipais da cidade de São Paulo. Então foi feita uma grande manifestação no
dia de ontem, tem tido diversas mobilizações em frente à Prefeitura e à Câmara
Municipal, cobrando do prefeito Ricardo Nunes respeito com os servidores
municipais do estado de São Paulo.
Entre a pauta
de reivindicações, está a recomposição salarial. Tem o aumento real de
salários, tem a valorização do plano de carreira, tem, ainda, nobre deputado Carlos
Giannazi, o questionamento em relação à questão da Previdência.
Hoje os 14% que
derrubamos no estado de São Paulo ainda são cobrados dos servidores municipais
da cidade de São Paulo. Então é uma luta justa que os servidores municipais da
cidade de São Paulo estão tendo, tanto os servidores municipais, como também os
servidores da Educação municipal.
Então quero
trazer aqui o meu apoio à greve dos servidores municipais, quero deixar o meu
abraço ao meu amigo, que hoje é o presidente do sindicato, João Buonavita, e à Luba
Melo, que é vice-presidenta do sindicato, tem feito um brilhante trabalho em
frente à direção dos sindicatos municipais da cidade de São Paulo. Essa greve é
uma greve justa.
Eu quero
dialogar com você que está nos ouvindo de casa, porque, muitas vezes, o
prefeito tenta jogar a responsabilidade da greve para os trabalhadores e para
as trabalhadoras. Em relação aos servidores municipais, hoje são quem atende os
nossos filhos, são quem nos atende na estrutura das reparações públicas
municipais.
Foram tentadas
diversas negociações junto ao prefeito, junto aos seus secretários responsáveis
pelo processo de negociação, várias rodadas de negociação, mas, mais uma vez, o
prefeito de São Paulo, mesmo tendo recurso em caixa, mesmo tendo aumentado o
orçamento do município no ano de 2024, não está garantindo sequer a reposição
salarial para os servidores municipais.
Então essa é
uma greve justa, uma greve que cada servidor e servidora municipal da cidade de
São Paulo faz por irresponsabilidade do prefeito Ricardo Nunes, que não tratou
com dignidade os seus servidores. É por isso que, neste momento, eles estão em
greve.
Parabéns aos
servidores por terem ontem feito uma grande manifestação em frente à Câmara
Municipal. A votação foi adiada, mas pedimos também aos vereadores e às vereadoras
da cidade de São Paulo que atendam a reivindicação dos servidores e que possam
apresentar um projeto que, de fato, contemple as reivindicações apresentadas
pelos servidores municipais da cidade de São Paulo.
Eu queria, Sr.
Presidente, que este meu discurso fosse encaminhado ao presidente do sindicato,
ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, aos vereadores e também ao
prefeito Ricardo Nunes.
Nós cobramos
aqui, da parte da Assembleia Legislativa, que o prefeito de São Paulo tenha
mais respeito pelos servidores municipais da cidade de São Paulo, porque são
eles que atendem efetivamente toda a população nos serviços públicos que nós
precisamos para a população da nossa cidade.
Então eu queria
que este meu discurso fosse encaminhado ao prefeito, ao presidente da Câmara e
aos vereadores da cidade de São Paulo, para que possam ter mais respeito junto
aos servidores públicos e votem um reajuste que, de fato, traga dignidade e
valorização aos nossos servidores do município de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem, deputado
Marcolino. Tem a palavra agora o deputado Carlos Giannazi, pelo tempo
regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, de volta à
tribuna, no dia de hoje, eu quero aqui dizer que o governo Tarcísio de Freitas
não tem limites na sua perversidade contra as áreas sociais e contra o povo do estado
de São Paulo.
Nós acompanhamos
hoje essa reportagem, essa matéria que saiu na “Folha de S. Paulo”, na coluna
Mônica Bergamo, sobre o rompimento do convênio da Secretaria da Saúde do
governo estadual, logo do governo estadual, com a Casa Hope, que é uma casa
importante, que tem um trabalho já de 31 anos de existência, atendendo crianças
com câncer no estado de São Paulo. Está aqui a matéria de hoje: “Governo
Tarcísio suspende recursos de instituição que oferece apoio a pacientes com
câncer”.
Essa casa é
reconhecida pelo seu trabalho na área da Saúde, da Assistência, do Acolhimento.
Ela oferece alimentação, oferece hospedagem para crianças e para os seus
familiares. E o convênio foi simplesmente rompido após 31 anos, porque a
Secretaria da Saúde disse que essa entidade, essa instituição, não faz trabalho
na área da Saúde.
Simplesmente,
assim, uma decisão dos tecnocratas, dos burocratas da Secretaria da Saúde está
inviabilizando um trabalho importante na área da Saúde, na área Social, um
trabalho extremamente humanitário, Sr. Presidente.
Então, quero
repudiar veementemente essa decisão da Secretaria da Saúde e exigir que haja a
tomada de algum tipo de providência nesse sentido, que o Ministério Público
possa agir, o Tribunal de Contas, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
Nós vamos
acionar todas essas instituições, mas é inadmissível, Sr. Presidente, que o
Estado mais rico da Federação abandone uma entidade, repito, que presta um
serviço essencial na área da saúde há 31 anos e, do nada, os burocratas, os
tecnocratas, não sei se a mando do governo mesmo, porque quer se livrar desse
tipo de atendimento.
É um governo
que só pensa em privatizar, em terceirizar, em vender o patrimônio público, é
um governo de negócios que faz leilão de escolas públicas na Bolsa de Valores,
que vai instalar mais de 100 pedágios nas estradas estaduais.
É um governo
que vai privatizar as linhas da CPTM, do Metrô, que vai privatizar, que
anunciou a privatização da Fundação Casa, que há indícios de privatização
também do Poupatempo. São várias áreas que serão privatizadas. Até mesmo as
áreas de Pesquisa estão na lista de privatização do governo estadual.
Então, essa é a
tônica do governo Tarcísio: privatizar. Repito, o governador Tarcísio de
Freitas não é um governador, ele é um corretor de imóveis. Ele transformou o
Palácio dos Bandeirantes, lá no Morumbi, numa imobiliária. Então ele colocou
uma placa lá “Vende-se tudo. Estou vendendo todo o patrimônio do estado de São
Paulo”.
Então, essa é a
preocupação do governo. Ele não tem nenhuma preocupação com as áreas sociais,
só que é demais romper o contrato com uma entidade, a Casa Hope, que funciona
já há 31 anos, dando assistência, acolhendo crianças com câncer de todo o estado
de São Paulo, Sr. Presidente.
Então que
providências sejam tomadas imediatamente e que o convênio seja restabelecido.
Nós vamos acionar a Comissão de Direitos Humanos aqui da Assembleia Legislativa
e a Comissão de Saúde também, levando essa denúncia e cobrando solução,
cobrando, sobretudo, emergencialmente, que o convênio seja rearticulado
novamente, para que a Casa Hope continue prestando esse trabalho. Aliás, nós
precisamos de mais investimento nessa área.
Quero ainda, Sr.
Presidente, aqui, manifestar o nosso total apoio aos servidores municipais aqui
da Capital, que já estão há alguns dias em greve, contra os ataques do prefeito
Ricardo Nunes, que está confiscando as aposentadorias e pensões de mais de 100
servidores aposentados e pensionistas, um governo que atacou a carreira do Magistério
municipal, mexendo em direitos conquistados historicamente pela categoria, como
o direito a Geif, que é uma jornada importante que o professor faz fora da sala
de aula.
Então o governador aprovou uma lei, no final
do ano passado, que nós judicializamos, inclusive, que simplesmente não paga
essa Geif caso o professor tire licença-médica e prejudicando, também,
sobretudo os professores readaptados e os professores de módulo.
Além disso, Sr. Presidente, a greve também é
contra o processo de terceirização da gestão escolar. Sobretudo, contra o
projeto de lei que foi apresentado e, infelizmente, aprovado ontem, lá na
Câmara Municipal. Estive ontem na manifestação.
Aliás,
fui em todas manifestações feitas pelos servidores municipais, sobretudo
servidores da Educação e fiquei perplexo, porque conversei lá com vários
vereadores da base do Governo, fazendo um apelos a eles para que votassem a
favor das emendas ao projeto de lei do prefeito que deu um reajuste de apenas
2,6%, que não repõe nem a inflação do período.
Mas mesmo assim a Câmara aprovou em primeira
votação esse projeto. Na semana que vem, na terça-feira, haverá uma nova
votação, a segunda. Eu renovo aqui o pedido aos vereadores da base do Governo,
para que votem o reajuste maior, repondo de fato a inflação dos servidores
municipais, que estão há anos com os seus salários defasados e arrochados, Sr.
Presidente. Então todo o nosso apoio à greve.
E a greve continua até que essa situação seja
resolvida, porque o prefeito Ricardo Nunes, que agora assumiu que é
bolsonarista, que é de extrema-direita, que segue os mesmos passos do Bolsonaro
e, sobretudo, do Tarcísio de Freitas, está implantando a mesma política de ódio
contra os servidores municipais.
É a mesma política do Tarcísio de Freitas, é a
mesma política do PSDB, foi implantada no estado de São Paulo durante anos,
agora está sendo implantada pela gestão Ricardo Nunes, contra os servidores
municipais. Ele ataca as carreiras, tentando retirar direitos conquistados
pelos servidores, sobretudo na área da Educação. Então todo o nosso apoio à
greve, que é um direito.
Aliás, também aproveito, Sr. Presidente, para
denunciar o governo Ricardo Nunes, que está criminalizando a greve municipal,
foi à Justiça e conseguiu uma decisão para que apenas 30% da categoria tenha
direito de entrar em greve.
Eu acho um absurdo ter lei de greve. A greve é
um instrumento conquistado pela classe trabalhadora. Não tem que ter lei
limitando; é a arma, um instrumento de luta da classe trabalhadora.
Então não tem que ter uma lei da greve, mas
ele está usando esse dispositivo, que é um dispositivo extremamente covarde,
contra os trabalhadores municipais que estão em greve. É uma tentativa de
desmobilizar a categoria, mas que não foi desmobilizada, porque a categoria
continua em greve, continua ocupando as ruas do estado de São Paulo, na frente
da Câmara Municipal e da Prefeitura.
Terça-feira, nós estaremos na frente da Câmara
Municipal para pressionar, convencer os vereadores a votar um reajuste justo e
digno para todos os servidores municipais.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR.
CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre as lideranças, solicito o
levantamento desta sessão.
O SR.
PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem, deputado Carlos Giannazi,
que aqui reforçou o meu apelo para que a Casa Hope possa ser considerada
novamente a prestar o serviço na área de Saúde para todas as famílias com
crianças e adolescentes que hoje têm câncer. Também expresso a minha
solidariedade aos servidores municipais de São Paulo.
Havendo
acordo entre todas as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados
os trabalhos, convoca V. Exas. para sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a
sessão às 14 horas e 44 minutos.
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