21 DE OUTUBRO DE 2024
68ª SESSÃO SOLENE PARA OUTORGA DO COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO AO ILUSTRE SENHOR VICENTE CÂNDIDO DA SILVA
Presidência: REIS
RESUMO
1 - REIS
Assume a Presidência e abre a sessão às 20h05mim.
2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes.
3 - REIS
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente solenidade para "Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Vicente Cândido da Silva", por solicitação deste deputado.
4 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
5 - PRESIDENTE REIS
Comenta a Lei de Cotas. Valoriza a Cultura e políticas sociais. Elogia o homenageado.
6 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia apresentação musical do Mestre Brasília, capoeirista.
7 - MÁRCIA LIA
Deputada estadual, faz pronunciamento.
8 - RUI FALCÃO
Deputado federal, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE REIS
Lê carta em homenagem a Vicente Cândido da Silva.
10 - JOÃO ANTÔNIO DA SILVA FILHO
Conselheiro do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, faz pronunciamento.
11 - MARCO INNOCENTI
Sócio do homenageado, faz pronunciamento.
12 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia a exibição de vídeo em homenagem a Vicente Cândido da Silva.
13 - MARIA BEATRIZ HONORATO
Amiga do homenageado, faz pronunciamento.
14 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia apresentação circense e exibição de vídeo em homenagem a Vicente Cândido da Silva. Informa a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Vicente Cândido da Silva.
15 - VICENTE CÂNDIDO DA SILVA
Advogado homenageado, faz pronunciamento.
16 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia apresentação teatral do Grupo Redimunho.
17 - PRESIDENTE REIS
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 22h06min.
* * *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Reis.
* * *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhoras,
boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo.
Os senhores que estão assistindo agora
a essa transmissão devem estar perguntando: por que uma palhaça neste momento
solene? Porque o homenageado da noite é um grande apoiador da Cultura.
(Palmas.) Então, senhoras e senhores, bem-vindos todos à Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo.
Esta sessão solene tem a finalidade de
outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Vicente
Cândido da Silva, sempre deputado. Comunicamos aos presentes que esta sessão
solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo Canal Alesp no
YouTube.
Convido para que componham a Mesa
Diretora: deputado estadual Reis, proponente e presidente desta sessão solene;
Vicente Cândido da Silva, sempre deputado e homenageado da noite; Alfredinho,
deputado federal; Carlos Zarattini, deputado federal; Rui Falcão, deputado
federal; Arlindo Chinaglia, deputado federal; Juliana Cardoso, deputada federal.
Márcia Lia, deputada estadual; João
Antônio da Silva, conselheiro do TCM, Tribunal de Contas do Município de São
Paulo; Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas; Marco
Innocenti, representando Innocenti Advogados Associados, amigo e sócio do
homenageado. (Palmas.)
Passo então... Ah, tem gente chegando.
Passo então a palavra ao deputado Reis para que proceda à abertura desta sessão
solene. Deputado federal Kiko. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem mais algum
deputado federal para subir?
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Pronto. E chamarei
aqui a Maria Amália, esposa do homenageado. (Palmas.)
Por favor, passo-lhe a palavra,
deputado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Boa noite a todos.
Iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Senhores, esta sessão
solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do
Prado, atendendo a minha solicitação, com a finalidade de outorgar o Colar de
Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Vicente Cândido da Silva,
o nosso sempre ilustre deputado. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido a todas as
pessoas presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional
Brasileiro executado pelo Corpo Masculino do Corpo Musical da Polícia Militar
do Estado de São Paulo.
* * *
- É
executado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
Agradecemos o coro masculino do Corpo
Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do sargento
Elder, maestro do Coral. Palmas para eles. (Palmas.)
Para compor a tribuna de honra,
chamarei aqui os deputados estaduais Donato, Emídio de Souza, Maurici e
deputado Luiz Fernando. (Palmas.) Muito bem. Seguirei aqui agradecendo e
registrando.
Agradecemos a presença das seguintes
personalidades: Amália Neves Cândido, esposa; Geraldo Cândido, irmão; Antônio Cândido,
sobrinho; Nicolas Araújo, sobrinho; Otávio Almeida, sobrinho; Cristiane Sales,
sobrinha; José Candido, irmão; Sebastião Candido, irmão; Marcos César Amador
Alves, desembargador federal do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região;
Dra. Daniele Maranhão, desembargadora do TRF1; Dra. Cristina Melo,
desembargadora do TRF3; desembargador Sérgio Antonio Ribas, representando o
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - é muita gente.
No final, a gente aplaude. Alessandro
Azevedo, representante do Ministério da Cultura no Estado de São Paulo;
Virgílio Carvalho, representante do secretário de estado de Turismo e Viagens,
Roberto de Lucena; Claudio Aparecido da Silva, ouvidor da Polícia de São Paulo;
João Ananias, vereador por São Paulo.
Tadeu de Souza, secretário de Cultura
de Mauá; Adriano Diogo, sempre deputado; João Paulo Cunha, ex-deputado federal;
Gabriel Rissato, auditor fiscal do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da
Receita Federal do Brasil; Vinicius Cascone, diretor de negócios jurídicos do
Corinthians - timão, ê, ô; Michel Saliba, representando o presidente da
Abracrim, Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas; João Paulo
Rodrigues, coordenador nacional do MST. Palmas para todos eles. (Palmas.)
Gente, a tribuna de honra está
aumentando. Claudio Aparecido da Silva, ouvidor da Polícia de São Paulo. Por
favor, componha a tribuna de honra. (Palmas.)
Passo a palavra ao deputado Reis.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Já é o meu
discurso?
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - É o seu discurso
agora. Aquele momento chegou.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Eu fui pego de
surpresa, porque, geralmente, quem propõe é o último a falar. Já que me
chamaram logo no início... (Voz fora do microfone.) Eu já fiz a abertura lá em
cima. Já fiz a abertura, é para fazer de novo? A abertura foi feita. Estamos
quebrando o protocolo.
Primeiro, eu quero dizer da grata
satisfação que eu tenho de estar participando desta sessão solene com a
presença de todos que vieram abrilhantar este evento muito importante para a
nossa história, para a história daqueles que conviveram e convivem com o
Vicente Cândido da Silva.
Eu preciso fazer um agradecimento aos
meus colegas. Eu não tenho uma lista de nomes, mas eu vou olhar um a um e falar
o nome deles, porque, geralmente, quando você não fala, depois eles cobram.
Então, vamos começar pelo nosso grande
companheiro, deputado lutador, tem feito um trabalho extraordinário na
Assembleia Legislativa e no estado de São Paulo, deputado Luiz Fernando. O
nosso grande companheiro de Osasco e de São Paulo, um lutador, Emídio de Souza,
deputado estadual Emídio de Souza.
O Donato, que é nosso vizinho em Campo
Limpo, porque eu, Vicente Cândido e Donato, praticamente, moramos no mesmo
quarteirão. Muito obrigado, Donato, pela sua presença. O deputado Maurici, que
também faz um trabalho extraordinário nesta Casa em defesa do nosso povo.
O ouvidor, que eu conheci quando era
criança, garoto de rua, e agora está aí, ouvidor da Polícia do estado de São
Paulo, o Claudinho, ou o Claudio Aparecido, como queiram... Cumprimentar o
nosso companheiro deputado federal Zarattini também, um lutador, um desbravador.
Está aqui o aqui o Kiko - também tal
pai, tal filho -, um lutador também, uma pessoa que preside o nosso partido,
preside o Partido dos Trabalhadores com maestria e nos engrandece aqui com a
sua presença.
O nosso conselheiro
João Antônio da Silva... Essa família Silva é muito grande: Luiz Inácio Lula da
Silva, Vicente Cândido da Silva, Geraldo Cândido da Silva e João Antônio da
Silva.
E eu, que fui
adotado pela família, agora eu também sou um Reis da Silva. Eu não tenho o nome
do companheiro... Ah, trabalha junto com Vicente Cândido, não é isso? Do
escritório Innocenti, não é isso? Seja bem-vindo. Parabéns pelo seu trabalho.
A companheira
Juliana Cardoso, deputada federal; o companheiro Arlindo Chinaglia, deputado
federal; a companheira Márcia Lia, deputada estadual; e o companheiro Rui
Goethe da Costa Falcão. Quantos anos trabalhando juntos, não é? É o nosso
grande mestre, o nosso grande professor. Obrigado pela sua presença, Rui Falcão,
e de todos vocês que estão aqui.
(Voz fora do microfone.) Eu não estou
vendo. Tem alguém lá em cima? Espera aí. Está se escondendo? O nosso grande
companheiro Alfredinho. Alfredinho Cavalcanti, obrigado pela presença. Fui
vereador junto com Alfredinho e aprendi muito. Às vezes eu ficava muito bravo
na Câmara e falava: “Não, eu vou para cima”. Ele: “Vem cá, Reis, calma, calma,
vamos por aqui, vamos por ali”.
Então esse
companheiro nosso de luta, quando a gente ia incendiar, ele ia lá com o seu
extintor e falava: “Não, vamos apagar o incêndio aqui”. Ele falava: “O Reis
está bravo, o Reis está bravo”. Então obrigado, viu, professor Alfredinho? A
companheira Amália também, uma companheira de muitos anos. A gente via ali a
luta deles no Campo Limpo, sempre ao lado do Vicente Cândido.
Falar do
Vicente Cândido eu não preciso, porque todos aqui vieram porque conhecem o
Vicente, sabem da sua história desde quando começou a sua luta lá na região do Campo
Limpo, na Igreja, nos movimentos eclesiais de base, lutando pela população.
Administrador
regional de Campo Limpo. Quanta coisa o Vicente Cândido fez ali naquele Campo
Limpo. Hoje ainda as pessoas falam: “Quem colocou asfalto aqui foi o Vicente
Cândido, quem arrumou o bairro aqui foi o Vicente Cândido, quem melhorou o nosso
bairro foi o Vicente Cândido”. Então é uma história brilhante, uma história
brilhante, depois vereador.
Eu tenho uma
lei de cotas na cidade de São Paulo. Eu sou autor dela, mas essa lei não foi
feita exclusivamente por mim. Ela teve a participação de vários companheiros na
construção do texto, inclusive do Vicente Cândido.
Então a lei de
cotas... Eu quero lembrar bem o Movimento Negro, lembrar o Luciano Barbosa, que
trabalhava comigo, o Claudinho, que aqui está. Nós construímos esse projeto
juntos, não é? E hoje é uma lei que produz seus resultados.
Comemoramos 10
anos da Lei de Cotas na cidade de São Paulo e com a grande participação do
nosso companheiro Vicente Cândido. Ele deixou de ser vereador, mas ele sempre
falava: “Reis, vamos por aqui, vamos fazer isso, vamos fazer esse projeto”.
Ninguém pode
discutir Cultura em São Paulo sem lembrar do Vicente Cândido e do Nabil, que
aqui está também, que foi o nosso secretário de Cultura e agora um dos
vereadores mais bem votados do PT. Parabéns, Nabil. (Palmas.) O Nabil também, a
gente tem que lembrar do trabalho dele junto à Cultura.
O Jason também está aqui, um
lutador da periferia. (Palmas.) Eu vi o meu vereador. Eu tenho um vereador que
eu posso falar que é meu. Cadê ele, hein? João Ananias. (Palmas.) E também o
Tiago Nogueira. Cadê o Tiago, hein? Está lá o Tiago Nogueira também, que foi
eleito vereador em Santo André. (Palmas.)
Então vários
projetos de economia solidária, de Cultura, projetos para as minorias, sempre
esses projetos tiveram a participação do nosso companheiro Vicente Cândido,
inclusive o Fundo Municipal de Cultura, que é um projeto que nós aprovamos em
São Paulo e teve a grande participação do Vicente Cândido e depois do Nabil.
O Nabil ajudou
muito quando passou para a Secretaria, porque o Nabil foi o grande construtor
do Plano Diretor na gestão Haddad. Depois do Plano Diretor, ele foi para a
Secretaria de Cultura.
Eu tive muito
problema com o secretário anterior, que era o Juca Ferreira. Não sei se vocês o
conhecem, se já ouviu falar, mas foi um secretário que veio para cá e falava:
“Não, não dá para aprovar esse projeto, não dá para aprovar”. Quando o Nabil
falou: “Reis, nós vamos construir a aprovação desse projeto e a sanção dele”.
E hoje São
Paulo tem uma lei que criou o Fundo de Cultura e que teve a participação do
Vicente Cândido e a participação do Nabil. (Palmas.) E depois o Cultura na Periferia
também, né? Não podemos esquecer do Cultura na Periferia, também um projeto por
que nós batalhamos muito.
Então eu quero
dizer para vocês que, por mim, eu ficaria aqui a noite inteira falando. Às
vezes eu preparo um discurso de duas, três, quatro horas, e as pessoas às vezes
até se cansam, não é? Então, para não acontecer isso, Vicente Cândido, eu quero...
E quando eu falei isso, as pessoas da Mesa já ficaram apreensivas, não é?
Eu quero dizer,
assim, da história sua, do carinho que todos que estão aqui têm por você, do
reconhecimento pela sua história de vida, sua história de luta, sempre
trabalhando para todos, mas principalmente para aqueles que precisam de
políticas públicas, para aqueles que precisam de saúde, de educação, de
transporte, de melhorias nos bairros. Você sempre teve esse lado, esse lado de
olhar para aqueles que realmente precisam, mesmo agora, advogando, a gente sabe
disso.
Então, quando
nós construímos essa proposta aqui para homenagear você, é por toda a sua
história, é por tudo o que você representa para a gente no Partido dos Trabalhadores,
por tudo o que você fez pela cidade de São Paulo, por tudo o que você fez pelo esporte,
pela cultura, pelos bairros, pelo nosso Campo Limpo, pela nossa cidade. Então
você é digno, é merecedor.
Estas pessoas
vieram aqui, Vicente, porque elas gostam de você. (Palmas.) Elas vieram aqui porque
reconhecem o seu trabalho, porque reconhecem o que foi e o que é a sua luta. E
as pessoas se perpetuam na história pelos seus feitos, pelo seu legado.
E você é uma
pessoa que se perpetua e se perpetuará na história por tudo aquilo que você fez,
por tudo aquilo que você representa para o nosso partido, para a nossa
militância -, a nossa militância que vê em você esse lutador, esse guerreiro.
Muito obrigado
por você ser o que você é, muito obrigado por você estar aqui junto com a
gente, muito obrigado por eu dizer que sou teu amigo, que sou seu companheiro
de luta e que nós estamos juntos aqui lutando por uma cidade, por um estado,
por um país e você faz muita parte de toda essa luta.
Muito obrigado,
Vicente Cândido, forte abraço a todos e a todas. (Palmas.)
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS -
Para a tribuna de honra, chamarei os padres Linaldo e Eduardo. (Palmas.)
Queremos agradecer a presença do deputado Alencar Santana, sempre deputado.
(Palmas.)
E agora
seguiremos a cerimônia com a apresentação de Canto com Berimbau, do Mestre
Brasília. (Palmas.)
* * *
- É feita a
apresentação musical.
* * *
Palmas para a apresentação de Canto com
Berimbau, Mestre Brasília. (Palmas.) Isso é legado, isso é história. Vamos
seguir e eu vou chamar aqui a deputada estadual Márcia Lia. Agradeço a sua
presença e a convido para fazer um discurso representando todos os deputados e
deputadas aqui presentes. (Palmas.)
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - Boa noite a todos e a todas. Um salve ao povo da Cultura, um
salve ao pessoal da religião de matriz africana, um axé a todos e muito boa
noite a todos que vieram aqui para este momento tão importante.
Deram tão-somente dois minutos para eu
representar os nossos companheiros deputados estaduais, mas todos nós estamos
aqui porque todos nós temos uma história junto com o nosso querido Vicente Cândido,
uma pessoa por quem nós temos o maior respeito.
Eu saí de Araraquara hoje, vim aqui
para dar um abraço no Vicente, porque o Vicente realmente é uma pessoa que tem
uma história linda. O Vicente é uma pessoa que nos representa.
O Vicente é um companheiro e um amigo
de todas as horas. Então eu não poderia me furtar a estar com vocês neste
momento tão importante, em que o Vicente está sendo homenageado aqui nesta Casa
de Leis.
E eu quero aproveitar a oportunidade
para parabenizar o nosso companheiro deputado Reis pela iniciativa - viu, Reis
- de estar homenageando o nosso companheiro Vicente Cândido. E também deixar um
grande abraço à Maria Amália, nossa querida companheira, esposa do Vicente.
E dizer da alegria de estar recebendo esse
casal maravilhoso aqui na nossa Casa. Então sejam muito bem-vindos, que Deus abençoe
vocês e a família. E saibam que aqui vocês têm muitos amigos. Olha só quanta
gente linda que veio aqui para dar um abraço em vocês.
E, em nome de todos os deputados
estaduais, eu deixo esse abraço e agradeço a presença de todos vocês, porque este
momento, para nós todos, é muito importante e também para o pessoal da Cultura
que está aqui, que o Vicente tão bem representa e representou ao longo da sua
história.
Uma boa-noite a todos, e vamos dar
continuidade a deste evento.
Parabéns, Vicente. (Palmas.)
Estamos juntos.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Essa foi a deputada
Márcia Lia, que falou em nome de todas as deputadas e os deputados estaduais.
Para falar em nome dos deputados e deputadas federais, chamarei aqui o deputado
federal Rui Falcão. (Palmas.)
O
SR. RUI FALCÃO - Boa noite a todos e todas.
Primeiro a escolha da representação foi o cerimonial aqui, então meus colegas e
minhas colegas, tomar cuidado com o que eu vou dizer, porque a
representatividade é uma coisa que, para delegar, precisar consultar todo
mundo.
Mas, Reis, eu vou me dirigir primeiro a
você, porque normalmente homenagens muitas vezes são protocolares, são de um
rito muito comum. Mas no seu caso, realmente, as homenagens são cheias de
mérito, que se estende a você próprio que propõe essas homenagens.
Primeiro queria me referir à primeira
homenagem de que eu participei aqui. Foi o nosso conselheiro João Antônio, que
foi vereador, foi deputado, foi líder do governo da Marta na Câmara, a quem eu
prezo muito e você também. Então essa foi a primeira homenagem muito merecida.
Está aqui o conselheiro João Antônio entre nós. (Palmas.)
E agora nosso grande amigo, mestre
Vicente Cândido, a quem eu devo, não sei se devo ou deveria cobrar dele, eu ter
entrado neste papel de deputado, que eu nunca tinha cogitado. Em 1990, o
Vicente me convenceu, quase me forçou com os votos que me deu, a ser deputado.
E agora o Vicente não é mais deputado. Há
quem diga que ele faz mais hoje pelo povo brasileiro do que quando era deputado.
Não por inépcia, não por descaso. É que ele luta tanto, tem tanta solidariedade,
que a gente o tem como um deputado honoris causa.
Então Vicente, eu não vou me estender
aqui, porque quando você exagera no argumento perde a causa. Então eu não vou
me exceder nos elogios. Todo mundo te conhece, os amigos, principalmente a
Amália que te conhece bem. Então convém também eu não me alongar muito aqui.
E dizer uma coisa muito rápida: que
você deixou de ser deputado, mas continua honrando as suas origens. E quando a
gente muda, quando muda para melhor, não tem problema, porque um ser que
continua a mudar é um ser que continua a viver. Seja feliz, continue na sua
luta.
Um grande abraço. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Eu quero quebrar o
protocolo, viu, cerimonialista?
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Fique à vontade.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É para ler uma carta
que eu recebi: “São Paulo, 21 de outubro de 2024.
Caríssimo coestaduano, Vicente Cândido.
Eu já tinha amarrado com o Max que iríamos juntos à sua homenagem, mas não
consegui desmarcar uma consulta com um desses ‘capa branca’, que só atendem a
cada seis meses. Tudo isso para lhe dizer que, de verdade, estou aí na pessoa
dos amigos Max Arveláez e Alcides Moreno. Viva o Vicente! Viva! Viva Bom Jesus
do Galho! Viva!
Abraço do Fernando Morais”. (Palmas.)
O
SR. VICENTE CÂNDIDO DA SILVA - Para não ficar no ar,
o Max, a que ele está se referindo aqui, é o ex-embaixador da Venezuela. O
querido amigo deve estar por aí. Veio de Londres para este evento. Talvez seja
aqui a visita mais cara. Cadê o Max? Mas já passou por aqui, já dei um abraço
nele aqui na chegada.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Devolvo a palavra para
a nossa mestre de cerimônias.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada. Vamos
agradecer também aos vereadores de São Paulo: João Ananias, Alessandro Guedes,
Arselino Tatto, Hélio Rodrigues, Jair Tatto, Manoel Del Rio, Senival Moura,
Luna Zarattini, Dheison e Nabil Bonduki, vereador eleito pela cidade de São
Paulo. Palmas! (Palmas.)
Chamo aqui para falar agora, nesta Mesa
solene, João Antônio da Silva Filho, conselheiro do Tribunal de Contas do
Município de São Paulo. (Palmas.)
O
SR. JOÃO ANTÔNIO DA SILVA FILHO - Pela
importância do evento, eu fiz uma “colinha”. Eu inicio esta minha fala,
senhores e senhoras, cumprimentando aqui as autoridades presentes, os deputados
federais já mencionados aqui pelo proponente, os deputados estaduais, os
vereadores, todas as autoridades presentes e, obviamente, todos os que aqui
vieram para homenagear o Vicente Cândido.
É uma ocasião de grande relevância para
esta Casa Legislativa, em que temos a honra de celebrar uma trajetória de
compromisso e dedicação à vida pública. Hoje o ex-vereador, ex-deputado
estadual, federal, Vicente Cândido, recebe o Colar de Honra ao Mérito
Legislativo, a mais alta honraria concedida pela Assembleia Legislativa de São
Paulo. Uma justa homenagem a quem tanto contribuiu para o fortalecimento da
nossa democracia.
Nesse sentido, ao me referir à
iniciativa do deputado Reis, quero igualmente estender a minha homenagem a
todos os deputados desta Casa por reconhecerem a importância de honrar um
cidadão que fez de sua vida pública um exemplo de retidão e comprometimento.
Inciativas como esta refletem a grandeza do Legislativo Paulista ao reconhecer
os que dedicam suas vidas à política com responsabilidade e coerência.
Falar de Vicente Cândido é remeter-se a
um político cuja trajetória se confunde com a defesa de princípios sólidos e
compromissos, inabalável com o bem comum. Entre seus amigos e companheiros mais
próximos, é reconhecido como alguém que sempre esteve presente, pronto a
oferecer a sua solidariedade, seja em momentos de desafios, seja em momentos de
celebração.
Vicente Cândido se destacou por estar
sempre do lado certo da história, assumindo posturas firmes e corajosas quando
o momento exige. Na política, a determinação, a perseverança e a coerência são
elementos que definem a credibilidade deste político. Essas são exatamente as
características que fizeram de Vicente Cândido um articulador respeitado, capaz
de unir forças diversas em prol de objetivos maiores.
Além disso, sempre demonstrou profundo
respeito pelas diferenças, entendendo que a democracia é o espaço da
pluralidade. Vicente fez do diálogo o principal mecanismo para a construção de
consenso, utilizando a política como uma ferramenta para incluir e compor,
valorizando as diversas opiniões e o contraditório como mecanismo de fortalecimento
do processo democrático.
Hoje, como advogado, Vicente Cândido
segue sendo um profissional comprometido, estudioso, preparado, exercendo a
profissão com a mesma seriedade, serenidade e dedicação que marcaram a sua
trajetória como político. Ele continua contribuindo agora em uma nova função
para o desenvolvimento da justiça e da harmonia social.
Parabéns, Vicente Cândido, por sua
brilhante trajetória. Parabéns ao deputado Reis, por promover essa merecida
homenagem. Sem dúvida a marcha da humanidade saberá reconhecer o valor daqueles
que sempre estiveram do lado certo, e o nome do Vicente Cândido estará gravado
como exemplo de integridade e comprometimento com aqueles que buscam construir
uma sociedade onde a solidariedade suplante o individualismo competitivo.
Caminho seguro para a construção de um mundo mais justo.
Parabéns, Vicente, parabéns a todos os
presentes.
Justa homenagem a este guerreiro.
(Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Cheguei! E para darmos
seguimento, chamarei aqui Marco Innocenti, sócio e amigo do homenageado.
(Palmas.) Tudo bom?
O
SR. MARCO INNOCENTI - Boa noite a todas e a
todos, eu fico muito honrado pelo convite que recebi do presidente desta sessão solene, o
deputado Reis, e do convite do meu amigo, sócio lá do escritório, o Dr. Vicente
Cândido.
Acredito
que todos aqui conheçam a história do Vicente como político, a história na
Câmara de Vereadores aqui da cidade de São Paulo. Nesta Casa, passou por duas
gestões, por dois mandatos, e no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados.
Então
eu não vou falar sobre o político Vicente Cândido, porque eu estou em uma Casa política,
então todas as senhoras e os senhores conhecem o trabalho de uma vida do
Vicente.
Mas eu
vou falar um pouco do Vicente advogado, meu sócio, sócio da nossa banca. Hoje
nós temos vários advogados aqui do escritório, vieram prestar essa homenagem a
você, Vicente.
E dizer
que o Vicente começou no meu escritório, ele já advogava antes, mas no
escritório, a partir de 2017, nós começamos a empurrar coisas para o Vicente
desafiadoras, porque o Vicente advogava, mas não advogava muito, não era um
advogado de ir para a tribuna, não era um advogado que ia para o SJ, para o
Supremo. Então eu tive o prazer de conviver com o Vicente desde 2017, e já
presenciei, inclusive, brilhantes sustentações orais do Vicente.
E o que
mais impressiona é a capacidade de trabalho que o Vicente tem. O Vicente, um
dia, me disse assim: “olha, eu vou para Pequim para uma reunião e volto na
terça-feira”, eu falei: “mas você deve voltar na terça-feira do outro mês”. Não,
era na quinta-feira, ele ia voltar na terça-feira seguinte, porque ele ia fazer
uma reunião em Pequim.
E não é
incomum o Vicente sair de Brasília para vir para São Paulo para participar, às
vezes, de uma reunião e voltar no mesmo dia, ou pegar um voo em horas
completamente impensáveis, e sair do estado, ir para o Pará, ir para o
Amazonas, e sempre com esse espírito público. Mesmo exercendo agora a função de
advogado, ele tem assim, presta um grande empenho ao princípio da humanidade.
O
Vicente é um humanista, então você conversa com ele sobre determinados
assuntos, assuntos técnicos, assuntos jurídicos, e ele sempre tem um olhar
humanista das coisas da vida.
E isso
ajuda muito os colegas, os colegas mais novos, principalmente, influenciados
por essa capacidade de articular ideias, esse trator que é o Vicente, com a
capacidade de trabalho, de compreensão, de aprender coisas na cabeça, que
praticamente, eu não sei como ele consegue, mas o fato é que ele consegue.
Você
conversa com ele um assunto, esse assunto está registrado na cabeça dele e, na
oportunidade certa, ele vai tratar daquele assunto.
Então,
assim, é uma homenagem justíssima que esta Casa presta para o seu
ex-integrante, um dos grandes nomes das Casas Legislativas aqui de São Paulo,
do Brasil, do município de São Paulo. É uma justíssima homenagem e eu fico
muito feliz com a presença de todos, especialmente lá dos advogados que vieram
prestigiar aqui o Vicente.
Então,
Vicente, parabéns pela sua trajetória brilhante no Parlamento. E que a gente
possa desfrutar muito tempo juntos ainda na advocacia, que você vem
desempenhando um papel espetacular.
Parabéns
para você, viu? (Palmas.)
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Quero agradecer, queremos
agradecer ao Manoel Cândido, irmão do homenageado, agradecemos as palavras das
autoridades. E, neste momento, assistiremos a um vídeo com depoimentos de
familiares do homenageado.
* * *
- É
exibido o vídeo.
* * *
Ai,
derreti. Derreti agora. E chamarei aqui uma surpresa para o...
O SR. VICENTE CÂNDIDO DA SILVA - Com todo o respeito aos
palmeirenses, são-paulinos, santistas, são todos bem-vindos aqui.
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Sim, com certeza. Viva a
diversidade, em todos os sentidos. Chamaremos aqui, em uma homenagem, a amiga
do homenageado, Maria Beatriz Honorato. (Palmas.)
A SRA. MARIA BEATRIZ HONORATO - Boa noite a todos, eu sou a
Maria Beatriz. O Vicente me conheceu através da Toninho, que está aqui presente,
e ele teve um papel muito importante na minha história, porque há 18 anos ele
salvou a minha vida.
Vicente,
quero lhe agradecer pelo carinho que teve comigo e com a minha família, em um
dos momentos mais difíceis de nossa vida. Quando eu nasci de 5 meses, bem
pequenininha, meus pais não tinham condições de pagar o hospital em que eu
estava internada, na UTI neonatal. Você simplesmente, sem nos conhecer, nos
ajudou.
Atualmente
sou uma jovem de 18 anos, que realizou muitos sonhos e luta para realizar
muitos outros. E você tem um papel importante nisso. Você é responsável por eu
poder realizar estes sonhos. Quero lhe agradecer por tudo e que Deus continue
te abençoando para que você possa continuar alcançando outras vidas. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Herolino está por aí?
Ah, está pronto. Então o homenageado Vicente Cândido, sempre deputado. São
muitas emoções. Para seguir as emoções desta noite, contarei a trajetória do
sempre deputado em frações de segundos.
Trarei aqui o acróbata Herolino para
contar. Depois eu vou ler a trajetória dele para valer, gente, mas agora é uma
síntese com o acróbata e palhaço Herolino. Palmas para Herolino. (Palmas.) Cuidado
aí, Herolino. Herolino, não me faça passar vergonha aqui na frente de tanta
gente. Está preparado, Herolino?
Pois muito bem, como toda trajetória de
luta, conquista, como a do deputado, exige aventura, peripécia, estratégia,
mostraremos a trajetória agora em uma versão do circo, palhacesca.
O Herolino vai dar um salto mortal e
mergulhar de cabeça em um copo d 'água. Oh! Vocês fazem, gente, eu vou falar “oh”,
vocês fazem “oh”. Pronto, Herolino? Vai, Herolino. Vai. Herolino, aqui ó, isso,
prepare-se aí.
Pois muito bem, senhoras e senhores,
ele vai dar agora um salto mortal com mergulho de cabeça em um copo d 'água.
Oh! Pronto? É um, é dois, é três e... Espera aí, Herolino, espera aí.
Só um pouquinho, desculpe, deputado. O
Herolino, para pegar propulsão para um salto na história, para galgar outros
caminhos e outros degraus, precisa ter o quê, minha gente?
Estratégia, precisa ter distância,
precisa ter formação, precisa ter percurso, precisa ter conhecimento, então,
pegue distância, se prepare, Herolino. Herolino! Herolino, o que você está
fazendo aí no fundo? Mas não era tudo isso, volta aqui, sua anta. Peraí que ele
pegou demais, não era tanta.
Vem, Herolino, aqui, aqui, aqui. Bom,
às vezes é assim, não é, deputado, precisa recuperar o fôlego, precisa respirar
para buscar novos caminhos. Você bebeu água do (Inaudível.) Mas é uma besta.
Herolino, sem mais delongas, agora,
para homenagear esta trajetória de altíssima importância, um salto mortal com
mergulho de cabeça no copo d 'água. Por favor, gente, mande energia para o
Herolino conseguir assim. E foi um, e foi dois, e foi três, e... Palmas para o
Herolino! (Palmas.) E essa foi a versão circense, palhacesca, a este homem que
tanto apoia e é próximo à Cultura.
Neste momento, é isso mesmo,
assistiremos a mais um vídeo com depoimentos de amigos do homenageado.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
Uhu, cacildis. Vocês viram “Mussum, o
Filmis”? Aílton premiadíssimo. Sucesso. Bom, neste momento, senhoras e
senhores, daremos início à outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo a
Vicente Cândido da Silva.
O Colar de Honra ao Mérito Legislativo
é a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo. Foi criado em 2015 e é concedido a pessoas naturais ou jurídicas,
brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a
contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico de nosso estado,
como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa homenagem.
Esta sessão solene homenageia, com a
outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, a
Vicente Cândido da Silva, sempre deputado.
Agora eu vou contar a história do
Vicente. Vicente Cândido da Silva nasceu em 17 de novembro de 1959, em
Caratinga, Minas Gerais, município que foi distrito da cidade de Vargem Grande.
O pai, Antônio Cândido da Silva, era operário, e a mãe, Marina Cristina
Francisca, dona de casa. Desde 1973 vivendo na cidade de São Paulo, graduou-se
em direito pela FMU, especializando-se em direito tributário, com pós-graduação
em direito empresarial pela PUC-SP, e pós-graduado em direito constitucional
pelo Idep - Instituto Brasiliense de Direito Público. Casado com a procuradora
federal Maria Amália, tem dois filhos, Tainã Cândido e Cainã Cândido.
Aos 14 anos - olha a história pregressa
-, ingressou na rede de supermercado Gonçalves Sé por cinco anos, exercendo
várias funções, sendo a última “encarregado de seções”.
Aos 18 anos, ingressou na empresa de
farináceos Kitano S. A., como promotor de vendas, por um ano. Aos 19 anos,
ingressou por cinco anos na Kibon S. A., exercendo várias funções, a última
como supervisor de vendas.
Durante a gestão da prefeita Luiza
Erundina, 1989 a 1992, foi administrador regional do Campo Limpo. Em 1996,
elegeu-se vereador e foi reeleito vereador em 2000; e em 2002 elege-se deputado
estadual, sendo reeleito em 2006.
Na Assembleia Legislativa, foi líder da
Minoria, presidente da Frente Parlamentar de Promoção da Igualdade Racial e da
Comissão de Esporte e Turismo. Também foi um dos coordenadores da Frente
Parlamentar em Defesa da Micro e Pequena Empresa.
Foi autor de - e ajudou a aprovar -
vários projetos de incentivo à Cultura. Em 2010, foi eleito para o primeiro
mandato de deputado federal, com 160.242 votos. Esporte, Cultura, Defesa da
Igualdade Racial, pequena empresa, Desenvolvimento e Juventude são setores de
grande relevância em sua trajetória.
A regulamentação de meia-entrada para
estudantes, a proposta do novo Código Comercial e o fortalecimento para
esportes olímpicos são alguns dos temas que Vicente Cândido já encaminhou para
debater através do seu mandato na Câmara Federal. Foi relator da Lei Geral da
Copa e autor do projeto do novo Código Comercial, entre outros projetos e
emendas constitucionais.
No início de 2014, foi eleito
presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que é considerada a
comissão mais importante da Casa Legislativa. Em 2015, presidiu a Comissão de
Fiscalização e Controle e, em 2016 e 2017, foi relator da reforma política. Em
2008 a 2015, foi vice-presidente da Federação Paulista de Futebol. Por três
anos, foi diretor de relações internacionais da Confederação Brasileira de
Futebol - CBF -, de 2015 a 2017.
Exerceu o cargo de diretor de assuntos
institucionais e internacionais do Corinthians de 2018 a 2020. Foi sócio do
Marco Polo e Vicente Cândido Advogados e Associados. Atualmente, é sócio do
escritório Innocenti Advogados e Associados e é pesquisador da Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas - Fipe.
Convidamos aqui, então, depois dessa
enorme, linda, forte e poderosa trajetória, para vir a à frente os membros da
Mesa Solene, juntamente com o homenageado, para a outorga do Colar de Honra ao
Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. (Palmas.)
A Mesa aqui também, de baixo, por
gentileza, pode acompanhar neste momento. Os deputados aqui acima também, por
gentileza. Todo mundo, gente. Neste momento, acontece a entrega do Colar de Honra
ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao homenageado Vicente Cândido da
Silva, sempre deputado. Olha este momento agora. É o momento que sacramenta, o
momento que consolida.
Está recebendo agora o Colar de Honra
ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo o homenageado, Vicente Cândido da
Silva, sempre deputado. (Palmas.)
* * *
- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo.
* * *
Sempre deputado! Agora convido todas as
autoridades a retornarem aos seus locais, por gentileza. E o homenageado da
noite, a vir a esta tribuna, fazer o seu discurso.
O
SR. VICENTE CÂNDIDO DA SILVA - Boa noite a todos e
todas. Já abracei quase que a metade deste plenário na chegada. E prometo
abraçar o restante assim que terminar esta cerimônia. Vamos depois brindar
também, com vinho, aqui no final. O pessoal que está na mesa, já foi duplamente
citada a presença.
Então, por economia processual, para
não abusar muito da paciência dos senhores, me permitam que todo mundo se sinta
citado de novo. Eu vou procurar fazer justiça a todo o plenário, registrando a
presença, pelo menos, de quem veio de fora de São Paulo. O Max, que mora em
Londres, ex-embaixador na Venezuela, passou por aqui e teve que cuidar de
outros assuntos.
Mas eu queria registrar, veio muito de
longe, o Wellington, o companheiro lá do Ceará, empresário e advogado como eu.
É parceiraço. Estamos com grandes tarefas e grandes missões. Dedé Teixeira,
levanta aí, para o pessoal poder te conhecer. (Palmas.)
Dedé Teixeira, do Ceará, foi prefeito
do PT naquela primeira leva de prefeitos que o PT elegeu, em 82, 85, e depois
88. Superpremiado pelo Brasil afora, pela ONU. A ONU recomendou muitas
políticas públicas executadas e implementadas pelo Dedé. Dedé, você para mim é
quase uma lenda.
Fui te conhecer de perto muito
recentemente. Mas o Dedé, lá em Icapuí, no Ceará, e nós aqui, no governo da
Luiz Erundina, o PT tinha apenas nove anos de idade. E o Dedé mandou para cá,
naquela ocasião, um secretário de Saúde dele, para fazer reuniões e conversas
conosco, lá no Jardim Ângela. O padre Eduardo já passou por aqui também. Já com
experiencias consagradas na Prefeitura de Icapuí.
Então, Dedé, você, que veio do Ceará,
quase uma viagem internacional. Vocês e o Wellington, junto com o Robson -, que
é um senhor aí do fundo também, que o Wellington participa -, e estamos tentando
convencer o patrão dele a investir no Brasil.
Então, obrigado pela presença. O
Aquino, de Brasília, veio para cá também, nesta homenagem. Depois você conversa
com o deputado Reis, que ele vai reembolsar as passagens de todo mundo que veio
de fora. Não é isso? Põe na conta dele.
Daniele Maranhão, que passou por aqui,
desembargadora federal, candidata no STJ, nessas vagas que estão sendo agora
preenchidas. O João Paulo Cunha, que tem duplo domicílio, como eu, não sei se
ainda está aqui. Grande irmão e parceiro.
Michel Saliba, grande advogado do Grupo
Prerrogativas, parceiraço lá em Brasília, fazemos muitas coisas juntos. Fez
questão de vir aqui. Ele, quando anunciou que vinha, ele acabou assumindo uma
tarefa minha, que foi visitar um cliente em um presídio em Guarulhos. Obrigado
por ter me quebrado o galho. Você tirou essa tarefa minha, durante o dia.
Obrigado, Saliba.
Pessoal do Sampapão, Sindicato dos
Panificadores de São Paulo, que está aqui também. Sindicato de que já fui
sócio, com muito prazer, defendendo as padarias. Geraldo Alckmin, toda vez que
me encontra, lembra as padarias, porque ele baixou o ICMS das padarias a pedido
nosso, na época. E recomendou ao secretário de Fazenda dele: “Atende o Vicente,
que eu não atendi a ele até hoje.” Pelo menos não fica devendo uma das
promessas que ele tinha assumido compromisso.
Corinthians, tem uma galera do
Corinthians aqui. O diretor, Leandro, do Corinthians. Eduardo Ferreira, diretor
jurídico do Corinthians, está aqui conosco. Duplamente, Luque, presidente
Luque, da Fipe, também lá do Conselho do Corinthians. Cadê o Luque? Está aqui.
Obrigado Luque, professor da USP, de Economia, muito obrigado pela presença.
Portuguesa de Desportos, representada
pelo Armando, e meu irmão Marcos César, desembargador também. Vários dirigentes
da Portuguesa de Desportos aqui, (Palmas.) Padre Linaldo e padre Eduardo, meu
guia espiritual. Sempre vou me reconfortar, reabastecer a fé no final de
semana.
Muito obrigado, padre. Grande parceiro
do Airton Graça. Já fui lá assistir uma missa. É por isso que ele citou o São
Benedito na fala dele. Os vereadores eleitos, Reis, se você me permite, quero
estender a homenagem aos heróis desta eleição.
Jason, esperança jovem na Câmara
Municipal. Parabéns pela eleição, Jason. (Palmas.) A Luna, que estava por aqui,
chegou atrasada. Cadê a Luna? Não está aqui. (Voz fora do microfone.)
Está aí? Desceu. Aliás, campeã de
votos, 100 mil votos. Parabéns, e obrigado, Luna, pela presença. Nabil Bonduki,
que retorna à Câmara Municipal, merecidamente. Obrigado, Nabil, pela presença,
e parabéns pela reeleição. (Palmas.) João Ananias também, parabéns pela
eleição. (Palmas.)
Meus companheiros dirigentes do MST.
Joba, fica de pé. (Palmas.) Dirigente nacional do MST. Estamos discutindo
vários projetos conjuntos, junto com o João Paulo, que estava aqui, mas teve
que se ausentar também, por outro compromisso.
Meus afilhados! Isso é privilégio de
poucos, meu e da Amália, ter dois afilhados na mesma família. Cadê o Pedro
Vicente? O Pedro Vicente é em homenagem ao padrinho. E O JJ? Cadê os meus
afilhados? Está ali, dois afilhados. Isso não é para qualquer um. Está vendo?
(Palmas.)
Reis... (Voz fora do microfone.) O que
foi? Faltou alguém? Faltou, certamente. Eu preferi correr o risco, mas... (Voz
do microfone.) O quê? Ô, cadê o Mateus? Mais um afilhado, está lá.
Olha lá que coisa linda. Já falei com o
pai dele e com o avô, que está ali também. O avô é palmeirense e vai levá-lo pra
assistir a um jogo no Palmeiras. O pai é são-paulino e vai levá-lo pra assistir
a um jogo no São Paulo, e eu vou levar no do Corinthians, deixa-o decidir pra
quem ele vai torcer.
Reis, eu queria pedir aqui a
autorização sua. Quando eu vi que era verdade a homenagem, você terceirizou com
o Geraldo para me dar a notícia, meu irmão mais novo aqui. O mais novo tá com
55, imagina o mais velho, né? Também está ali, o Zé Cândido.
Eu só acreditei quando eu vi a chamada.
Encontrei com algumas pessoas. “Tem um convite lá para homenagem a você”. Aí eu
vi que era verdade. E também comecei a convidar para que eu e você não passássemos
vergonha aqui, meia dúzia de gato pingado aqui nos homenageando. Então deixa-me
ajudar o Reis aqui nessa tarefa.
E fiquei durante a semana, Reis, nesse
final de semana, pensando com quais palavras eu ia te agradecer. Nesta tribuna
aqui já fiz alguns discursos na minha vida, lá em Brasília, nas reuniões, como
dirigente esportivo, como militante da igreja, grupo de jovens. Na época, o
padre Linaldo era dessa nossa geração aí, da juventude da igreja.
E pelo espontaneísmo de um militante
partidário, você nunca se preocupa muito com o que vai falar, organização; é
sempre muito natural pra gente. Tomei mais cuidado depois que eu virei sócio do
Marco Antônio, ao despachar e fazer uma defesa oral lá no STJ, Supremo, então
tem que tomar um pouco mais de cuidado. Mas dentro da militância era meio, às
vezes, relaxado até.
Mas aí eu falei, o que eu vou falar, o
que eu fiz para merecer ocupar a noite de muitos aqui que vieram de fora de São
Paulo, de vários deputados, companheiros aqui de bancada. O que eu fiz para
merecer?
E igual a essa, inclusive, também eu
tenho que receber um título lá do Espírito Santo da (Inaudível.), que me
ligaram. No ano passado, nós aprovamos aqui um título cidadão espírito-santense
para você.
O que eu fiz para o Espírito Santo, a
não ser estragar a vida de uma capixaba ali durante 36 anos? Também não entendi
muito. Mas a uma conclusão, eu cheguei, Reis. Se chegamos até aqui pela bondade
ou generosidade tua, não foi sozinho.
Acho que aqui é a típica obra coletiva,
ainda mais quando se trata de organização social, de organizar parlamento,
projetos, debater, pegar apoio, mobilizar. Então é uma tarefa que dificilmente
você vai fazer sozinho.
Então, diante disso, eu peço
autorização para estender essa homenagem, primeiro a você próprio, porque você
está sendo muito generoso aqui comigo e com a minha família, e depois para
todas as pessoas que me acompanharam nesta vida, nessa trajetória.
São 44 anos de PT, mais a igreja desde
pequenininho, desde que minha mãe me levava para a igreja. Então isso é
tipicamente uma obra coletiva. Então é justo hoje eu estender essas homenagens
a você, a meus companheiros de partido, tantos aqui, Donato, que trabalhamos
juntos, foi meu chefe de gabinete, Luiz Fernando. Ou seja, o Kiko, que representa
essa ala jovem do PT que está assumindo o bastão.
Enfim, certamente eu vou cometer aqui
alguma injustiça de não citar todos. Mas tudo isso começa na família, na minha
família, meu pai, minha mãe, porque, por óbvio, se não fossem eles eu não
estaria aqui. Não é isso?
E, como disse aqui o Marco Innocenti, a
minha vida pública você aperta lá no Google, você vai saber de um monte de
coisas, coisas boas, coisas ruins. O PT conhece, os adversários conhecem, a
política conhece.
Então me permita aqui falar um pouco da
minha vida antes da vida pública, até para, talvez, justificar essa noite aqui
dedicada a essa homenagem.
Aliás, quero registrar o Sindifisp, Sindicato
dos Auditores Federais, Floriano, Pati, nosso diretor jurídico, que está aqui,
grandes companheiros, parceiros de grande jornada.
E aí, Reis, o fato de eu estar aqui,
das posições políticas que eu aprendi a defender na vida, do meu comportamento
social, tudo isso tem origem, tem origem muito dos meus pais, principalmente da
minha mãe.
E por estar em São Paulo, em particular...
Eu sou mineiro, como viram aí no currículo. Eu cheguei aqui em São Paulo em
1973, com 14 anos, e aí começa a minha vida, a minha peregrinação, como muitas
famílias brasileiras, da sobrevivência na cidade grande.
Isso começa com meu irmão, que está
ali, José Cândido. Se puder levantar para a turma conhecer. O Reis conseguiu
uma proeza, Reis, que pela primeira vez só não veio minha irmã, que já partiu
para outra vida. Você conseguiu trazer aqui toda a minha família, direta, indireta,
agregados, afilhados, cunhados, primos, sobrinhos, e está aqui meu irmão.
E essa vida começa com ele. Nascemos lá
no interior de Caratinga, em Minas Gerais. Nós somos filhos de analfabetos,
pais analfabetos. Meu irmão, com 12 anos, já sai de casa lá da roça, vai
trabalhar em um armazém lá do povoado, que a gente vivia, numa região chamada
Itacaraçu, que fica entre Ipatinga e Caratinga.
Meu pai foge daquele bairro, daquele
povoado, porque o empreiteiro que trabalhava para a Acesita, Aço Especiais de
Itabira, siderúrgica, quebrou, faliu. Aí meu pai sai de lá em um ano de seca,
de 64, 65, eu tinha quatro, cinco anos, e vai para um outro povoado chamado
Cascalho, aí sim já em Caratinga.
E meu irmão, ao invés de ir com a gente
para esse outro povoado, continua naquele armazém e vai para Timóteo - cidade
que muitos aqui conhecem, cidade de Agnaldo Timóteo -, trabalhar no armazém
desse empreiteiro que quebrou lá. Mas ele tinha um armazém na cidade principal,
que era Timóteo, vai lá trabalhar. E a gente não tinha notícia.
Meu irmão, José, eu só vim a viver,
conviver com ele quando eu vim para São Paulo. E dali contatos por aquelas
cartas. Viva o Correio brasileiro, que chegava a carta lá no fim do mundo, né? Carta
manuscrita das famílias, que era a maneira de ter notícia.
Meu irmão, de Timóteo, já com um patrão
lá em crise, vai para Belo Horizonte, sem nenhum amparo, sem nenhuma
orientação, menor de idade, não me lembro muito, mas ele pode dizer. Com quanto
anos, Zé, você foi para Belo Horizonte? Quanto? Dezessete. Dezessete anos.
E vai lá. A lembrança que eu tenho do
Zé em Belo Horizonte, e nós lá no interior de Caratinga, ele com um carrinho de
sorvete, desses carrinhos da Kibon, da Nestlé, na rua vendendo sorvete.
Ele mandou uma foto pra nós em algum
momento, é a lembrança que eu tenho. E sem notícia nenhuma. De vez em quando
chegava uma carta dele lá, que minha mãe escalava a Luzia, quem está aqui é a
outra irmã, para responder as cartas do Zé, de Belo Horizonte e São Paulo.
Lá em Belo Horizonte, o Zé chegou a
dormir na rua. Por caridade de uma irmã de um convento, acabou ali ajudando,
apoiando. E o Zé, eu acho que ainda sem lenço e sem documento, e aí vale
lembrar que o poema do Carlos Drummond de Andrade, que por sinal é de Itabira,
mineiro, que encaixa muito com a vida do José Cândido, nosso irmão mais velho.
E agora, José? A festa acabou, a luz
apagou, o povo sumiu, a noite esfriou. E agora, José? E agora, você? Você que é
sem nome, você que zomba dos outros, você que faz versos, você que ama,
protesta. E agora, José? Eu tenho certeza de que o José deve ter imaginado essa
poesia, essa canção, em muitos momentos da vida.
Lá em Belo Horizonte ele pega o trem,
em homenagem aqui aos engenheiros da CPTM, Marcelo Machado, mais o Henrique,
que está aqui ainda, a homenagem aos engenheiros da CPTM, que está tentando
ajudar o Brasil com projetos importantes para o Brasil na área de ferrovia.
O Zé pega um trem de Belo Horizonte,
Marcelo, que precisa ser reestudado por vocês, e vem para São Paulo de trem. Eu
não me lembro, vocês que são aí da área, quando que acabou esse trabalho, esse
serviço, da ferrovia. São Paulo-Rio eu até me lembro. A malha era uma das
grandes usuárias. Mas, de Belo Horizonte para São Paulo, eu não me lembro
quando encerrou essa linha de trem.
Zé vem para São Paulo com algum pouco
dinheiro no bolso e vai trabalhar de servente pedreiro na Gomes de Almeida
Fernandes, uma das grandes empresas construtoras.
E ontem a Luzia, me rememorando, a Luzia,
minha irmã ali, quando passa na Avenida Paulista, no Conjunto Nacional, que é
número 2000, é a obra da Gomes de Almeida Fernandes, ondo Zé foi um dos
funcionários. Isso foi em 70 mais ou menos.
O Zé foi duas vezes a Caratinga: uma,
para levar um dinheiro para ajudar a pagar uma cirurgia, que a minha mãe sofreu
lá no interior de Caratinga, que o empreiteiro, o dono do sítio em que a gente
morava pagou em Acesita.
Foi lá se representar, levou o
dinheiro, ajudou a pagar lá a cirurgia da minha mãe, de vesícula. E volta para
São Paulo, daí um ano, um ano e pouco, foi lá, buscou a família toda. Chegamos
em São Paulo em 73, em outubro de 73, na velha rodoviária aqui do centro de São
Paulo.
Por sorte eu cheguei, pela amizade do
Zé, com o emprego arrumado nesse supermercado Gonçalves Sé, nessa rede. Meu pai
foi trabalhar na Metafil, que muitos conhecem lá em Campo Limpo, que estamos
lutando agora para virar um Instituto Federal lá. Teve um acidente, caiu do
ônibus na porta da Metafil, perdeu a perna.
E aí foi a vida de tantas famílias com
histórias muito parecidas como essa. Como, por exemplo, a história do
Presidente Lula, que ainda é mais, talvez, mais sofrida do que essa.
Aí entra o papel da minha mãe,
analfabeta, sete filhos, o pai analfabeto. Mas minha mãe até contraria uma
afirmação do Paulo Freire, porque nós temos aquela máxima brasileira, que a
educação vem do berço, não é?
É isso? O Paulo Freire contrariava essa
afirmação dizendo que nem sempre vem do berço, porque nem sempre as famílias
tiveram o mínimo de formação, principalmente nesses casamentos precoces hoje,
da juventude, da falta de estrutura familiar.
Então você não pode exigir que a
educação venha do berço. Para quem teve o privilégio, a sorte, de ter tido a
educação formal do banco escolar, tudo bem. Mas nem todo mundo teve.
Meu pai e minha mãe não tiveram essa
oportunidade. Mas a minha mãe, com a garra, com a sabedoria mineira, conseguiu
criar os filhos, parecido com muitas outras situações, de uma rigidez familiar,
de uma educação familiar, que talvez se ela tivesse tido um curso superior não
seria ali com aquela pureza e com aquele cabedal da minha mãe.
Ela cuidando dos filhos, o pai
trabalhando na roça, nunca faltou comida, apesar de todo sacrifício de seca
nessas duas regiões onde nós moramos, nunca faltou carinho, nunca faltou
orientação.
Eu me lembro de uma das poucas broncas
que eu tomei da minha mãe, eu trabalhando no Gonçalves Sé, um subgerente saiu
de lá e foi trabalhar no Bazar 13, me convidou para ir trabalhar lá, eu com 15
anos, tinha um ano no supermercado, e fui para lá, saí, pedi a conta e fui
trabalhar no Bazar 13 lá de Campo Limpo, na Estrada do Campo Limpo, ali, quem
conhece lá a região, né.
E aí cheguei e contei para minha mãe: “Ah,
eu mudei de emprego”. “Seu cabeçudo, você tem autoridade e liberdade para mudar
de emprego? Volta para onde você estava.” Eu tive que ir lá no patrão pedir
desculpa e voltar no trabalho que eu estava antes, explicar que minha mãe não
deixou mudar de emprego.
Eu, quando administrador de Campo
Limpo, a gente ganha eleição, 89 assumimos. No nosso bairro, Jardim Macedônia,
alguns aqui de lá, nós conseguimos lá um posto de saúde, Mário Covas prefeito.
Minha mãe, mesmo analfabeta, participando, lutando, vida social intensa, era do
conselho de saúde desse posto.
E o Eduardo Jorge, esse posto, apesar
de novo, ele tinha uma estrutura lá comprometida. Aí o Eduardo Jorge,
secretário de Saúde da Luiza, chega e fecha o posto de saúde para reforma, mas
sem a obra contratada, sem nenhuma previsão.
Circulando na região como administrador
regional, sempre que eu estava perto da casa da minha mãe, eu ia lá e filava uma
boia, um almoço, comida da mãe; chego lá um dia para almoçar, a minha mãe falou:
“Mas vocês fecharam o posto de saúde?” “Fechou, mãe, precisa reformar.” “Ah,
mas quando?” “Não sei, o secretário de Saúde que é o responsável e tal.” “Vocês
tratam de reabrir aquele negócio lá. Com que cara eu vou chegar lá na reunião
do conselho de Saúde e explicar que vocês fecharam o posto de saúde, o único
serviço que tem aqui no bairro?”
“Mãe, mas não é competência da regional
fazer essa reforma; é do secretário de Saúde.” “Se vire, o povo não quer saber.
Vá lá e você dê um jeito de reabrir ou de reformar esse negócio. Senão você nem
venha aqui almoçar mais na minha casa e não pise aqui enquanto você não
resolver isso. Vocês ganharam a eleição, vocês têm que se virar.” (Palmas.)
O que eu tive
que fazer? Cheguei lá, tive que remanejar a verba de contratos que eu tinha,
pedi ajuda para a empresa que prestava serviço. “Vá lá e reforme isso aqui,
senão eu vou ser deserdado da família.” E, em dois meses, estava lá
reinaugurando o posto de saúde com o secretário Eduardo Jorge.
Então é diante dessa energia que a
gente conseguiu construir essa família, apesar de todas as dificuldades. Eu
estou falando isso porque eu vivi no meu bairro, no Jardim Macedônia, padre
Aguinaldo, muitos jovens da convivência ali, de infância, de juventude, que
queria que eles tivessem tido o privilégio de ter uma mãe assim. Muitos
morreram, muitos se perderam, muitos foram para a marginalidade.
Então o valor social de uma família
estruturada, independentemente do seu grau de padrão econômico ou intelectual...
E essas desestruturações a gente não vê só na pobreza, isso acontece hoje em
todas as camadas sociais... Isso não tem preço para a construção de uma
família.
Então, Reis, por isso que eu quero
dividir aqui nesta noite essa homenagem. Nós temos um, para não cansar aqui
muito vocês, alguns exemplos na família. Somado hoje tudo, somos lá mais de 50
pessoas.
Por exemplo, aqui por iniciativa do
Geraldo, Bolsa Família na família. Geraldo, há quantos anos isso? (Vozes fora
do microfone.) Vinte e cinco anos atrás, reuniu a família e falou: “Vamos fazer
uma bolsa educação entre nós?” E a família assumiu o compromisso de que toda
essa nova geração vai ter que fazer uma faculdade.
E talvez o mais exemplar disso, o mais
emblemático disso, uma cunhada desempregada foi trabalhar de empregada para a
irmã dela, lá no Jardim Macedônia, a Bernadete, não sei se ela está por aqui. E
com o dinheiro que ela recebia da irmã, ela ajudava no Bolsa Família para
conseguir colocar os filhos dela em uma bolsa coletiva da família, que existe
até hoje...
A Ana Cristina que é a administradora
da Bolsa Família nossa. Cadê a Ana Cristina? Deve estar por aqui. Está ali, que
é a minha sobrinha, filha da Luzia. Hoje ela é encarregada; ela aqui e o Wellington
Dias lá em Brasília, o nosso ministro do Bolsa Família.
Então a Bernadete, com essa Bolsa
Família, colocou os dois filhos para fazer USP. E a nossa prioridade é a
seguinte: nós vamos batalhar para que eles entrem nas faculdades públicas. Se
não tiver jeito, façam nas privadas.
E, depois
disso, nenhum sobrinho dessa nova geração fica sem estudar e sem fazer
universidade. Então com tudo isso vai se formando uma unidade familiar que eu
tenho inveja disso; eu me orgulho disso. A nossa família não aguenta dois meses
sem se reunir.
Quando eu... Advogados mais... Lá no
escritório, nós temos lá uns dois, três casos de briga familiar em empresa. Aliás,
comigo e a turma lá do direito privado, é um horror. Briga familiar e empresarial
é um negócio que você pode chamar padre, pastores, que é difícil a solução, viu
padre, porque quando você mistura essa coisa da briga econômica com o passional,
com ódio...
Então você vê um irmão, às vezes, até
querendo matar o outro. Tem um caso que a polícia teve que ir para separar a
briga dos dois irmãos lá dentro da empresa. Então, quando eu vejo isso, aí sim
eu valorizo ainda mais essa estrutura familiar que dentro dela eu fui criado.
Nós temos um caso também bastante
exemplar... O Manoel Cândido está aí? Ou não? Eu não consegui... Está aí?
(Vozes fora do microfone.) Está ali. Meu irmão que é o terceiro da hierarquia:
José, Maria e Manoel.
Ele era dono de um caminhão, fazia
trabalho autônomo, e teve um infortúnio de atropelar uma menina na rua, na
porta da casa dela. O caminhão passou em cima da Gabi, não é isso? E o pai
estava na calçada e viu o acidente. Meu irmão deu toda a assistência para a
família; família pobre também como a nossa...
E o Sebastião não está aqui, não é? (Vozes
fora do microfone.) Está ali, o Sebastião. A Gabi está no Japão neste momento,
não é isso? (Vozes fora do microfone.) Está aqui? Está aqui.
E a Gabi é uma dessas beneficiárias do
Bolsa Família, que fez FEI, é isso? Em São Bernardo? Não, Unifesp em São
Bernardo, não é isso? (Vozes fora do microfone.) UFABC. Está certo. De Relações
Internacionais.
A Gabi é essa menina que o meu irmão
Manoel atropelou na porta da casa dela; o caminhão passou por cima dela e
conseguiu sobreviver, não sei como, milagre, e o padre está aí, um milagre.
E isso, esse desastre fez essa unidade
familiar com o Sebastião, a Ana; e a Gabi hoje é integrante da família... E
fiquei sabendo essa semana que eles querem incorporar o nome Cândido na família.
(Palmas.) Está autorizado pelo plenário aqui da Assembleia Legislativa de São
Paulo.
Então tudo isso demonstra o que é um
berço familiar com consistência. Talvez eu tenha sido aqui o mais parecido com
a minha mãe. Pena que a minha mãe não me viu parlamentar.
Ela morreu em 94, 13 de abril. Perdi a
eleição - culpa do Donato que era o coordenador da campanha na minha primeira
eleição - e depois me elegi em 96, e minha mãe não viu.
Mas se a minha mãe estivesse viva nesse
período de parlamentar, eu tenho certeza de que ela ia ser a principal fiscal
do mandato, que ia ajudar muito, porque ela queria ver a família engajada
nessas lutas sociais.
E toda vez que eu participo dessas
reuniões de família, que a cada dois meses junta todo mundo, cada um leva um
prato, a gente faz lá o almoço coletivo, o Zarattini e o Rui Falcão já tiveram
oportunidade de participar de algum desses eventos; a Luna aqui inclusive... Eu
faço isso para mostrar para mim mesmo, para nunca esquecer de onde eu vim. (Palmas.)
E aqui, Kiko, para terminar essa longa
fala. Primeiro, o Kiko é dessa nova geração, junto com... Ele e o Maurici, os
dois foram meus chefes de gabinete em momentos diferentes.
E o Kiko é uma dessas esperanças nossas
da renovação geracional da esquerda, do PT. E nesse oxigênio que eu recebo aqui
hoje, de todos esses testemunhos, com o apoio da minha família, eu quero
assumir um compromisso contigo, como presidente do PT, assim, quero me dedicar
muito a te ajudar para você reorganizar o PT de São Paulo. (Palmas.)
Com todo respeito a quem tem aqui
relação com qualquer outra agremiação partidária, mas a esquerda, o PT, precisa
refazer um monte de posicionamentos. (Palmas.) Nós não podemos ser aquele PT da
primeira geração aqui, do Arlindo Chinaglia, minha, do Rui, do Zarattini.
Nós temos que delegar para essa
juventude que está aqui eleita para a Câmara Municipal, de ajudar a redesenhar
a esquerda no Brasil. Algo está errado. Algo está errado.
Não é o caso agora de abrir debate
sobre isso. Mas eu quero, como militante, e, seguindo aqui, eu já falei aqui
nessa tribuna, quando a gente homenageou aqui o Aílton Graça, seguindo aqui o
ensinamento de Plínio Marcos: a gente não veio aqui para passeio, a gente veio
aqui para ser cidadão.
E a prática política partidária, talvez
seja esse o momento mais alto da cidadania, porque não é fácil. Porque não é
fácil. E a gente precisa redescobrir maneiras de trazer as pessoas para se
engajarem em algum movimento.
Não precisa ser no partido, está aqui o
pessoal da Cultura, do Esporte, na comunidade, nas igrejas, mas que tenha a cidadania,
que tenha o projeto de nação, de cidade, de cooperativismo, de relações humanas
como centro dessas questões.
E a pergunta a que eu mais respondo
depois que eu deixei de disputar mandato, as pessoas falam: “pô, mas você
deixou a política?” Eu deixei a política de mandato. E eu assumi um compromisso
comigo mesmo e, por duas vezes, em conversas com o Lula. Em 2014, que eu tinha
ensaiado parar, aliás, tinha até declarado apoio aqui ao meu amigo Luiz
Fernando, que era deputado estadual.
Eu, na conversa com ele e com o Luiz
Marinho, falei: “eu não vou ser candidato e apoio o Luiz Fernando” e tal. Aí
contaram para o Lula, me chamou lá no Instituto, deu aquela enquadrada. Falei
que eu estava cansado, que não sei o quê. Ele falou: “você está cansado? E os
outros? Companheiro, vamos lá, para com isso”.
E depois, em 17, eu fazendo a reforma
política, sendo relator, ele me liga, e Luiz Marinho, foi almoçar na minha casa,
falou: “vamos rever essa posição tua de não ser candidato”.
E falei: “vamos fazer o seguinte, vamos
tomar cerveja aqui”. Tinha ganhado um litro de uísque de 38 anos, era
oportunidade de abrir, porque receber um presidente da República em casa não é
qualquer hora, não é qualquer momento. Mas eu assumo um compromisso também
contigo, e até para ser coerente com os discursos que eu fiz a vida inteira.
Política não se faz só com mandato.
Política se faz em todo lugar, em todo momento.
E eu estou procurando ser fiel à minha consciência e aos compromissos com os
companheiros do partido, da esquerda e de todas as minhas relações familiares. (Palmas.)
Então, ficam aqui os meus mais
profundos agradecimentos desta noite. Que a gente continue sonhando com um
Brasil melhor, construído pelo povo brasileiro, pelos trabalhadores.
Um abraço a todos.
E vamos agora tomar o nosso vinho. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Bom, senhoras e
senhores, como é noite de festa, nesse momento assistiremos ao cortejo cênico
com o Grupo Redimunho de Teatro.
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- É feita a apresentação musical.
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Palmas para o Grupo Redimunho.
E seguiremos a festa com a bateria do
Grêmio Recreativo Cultural e Social Escola de Samba Vai-Vai!
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- É feita a apresentação musical.
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Viva a escola de samba Vai-Vai! E
agora, passo a palavra ao deputado Reis para que proceda ao encerramento desta
sessão.
O
SR. PRESIDENTE REIS - PT - Bom, fiquem todos
tranquilos que nós não vamos falar muito. Eu acho que foi bastante
significativa esta participação de todos vocês nesta homenagem merecida ao Vicente
Cândido.
Esgotado o objeto da presente sessão,
eu agradeço a todos os envolvidos na realização desta solenidade, assim como
agradeço a presença de todas e todos.
Convido os presentes para o coquetel.
Teremos um coquetel que está acontecendo agora no Hall Monumental. Então, para
fechar nossa noite com maestria, nós vamos participar deste coquetel e poder
conversar ali junto com todos os familiares do Vicente Cândido e o homenageado,
ainda seguindo os nossos trabalhos.
A sessão está encerrada.
Muito obrigado a todos.
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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 06
minutos.
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