4 DE MAIO DE 2023

32ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e GUILHERME CORTEZ

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CARLOS CEZAR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Cumprimenta representantes do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo - SINDPESP, presentes neste plenário.

        

10 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Tece elogios ao trabalho da deputada Ediane Maria.

        

GRANDE EXPEDIENTE

15 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

16 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

17 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

18 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Anota o pedido.

        

19 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Defere o pedido do deputado Luiz Claudio Marcolino. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 05/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde presidente deputado Carlos Giannazi, deputado Eduardo Suplicy, todos os servidores desta Casa, público que nos assiste nas galerias, ou através da Rede Alesp.

A pergunta que eu faço na tribuna desta Assembleia é uma pergunta que a gente vem repetindo exaustivamente, já há cinco anos. Quem mandou matar Marielle Franco? Essa é uma pergunta que, embora a gente repita ela há vários anos, desde que, no dia 14 de março de 2018, a nossa companheira Marielle Franco, uma vereadora negra, do PSOL, da cidade do Rio de Janeiro, teve a sua vida covardemente ceifada, no dia de hoje ela tem mais importância ainda.

Porque ontem foi deflagrada uma operação, pela Polícia Federal, na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu estive aqui ontem falando sobre isso. Que é lamentável, beira ao ridículo, que o Brasil tenha que conviver com um ex-presidente que está sendo investigado por colaborar com um grupo que realizou fraude em carteira de vacinação. A gente vê a que ponto chega o negacionismo científico.

Aliás, o Brasil foi um dos países que mais perdeu vidas, por conta da pandemia. Porque, durante a pandemia de Covid 19, esse mesmo hoje ex-presidente estava no governo federal. E fez tudo o que pôde, e o que não pôde, para atrasar que a vacina chegasse ao braço dos brasileiros. Muitas pessoas perderam a vida porque a vacina demorou para chegar.

A gente vê que essa mesma pessoa foi capaz, inclusive, de participar de um esquema para adulterar, falsificar a sua própria carteira de vacinação para, supostamente, entrar de maneira ilegal em outro país. Isso beira o escracho com o povo brasileiro.

Volto aqui para dizer que é fundamental que essa investigação chegue até o fim e responsabilize os culpados. Ninguém, nem ex-presidente da República, pode sair impune de um crime contra a Saúde pública como esse.

Mas, além disso, nas operações realizadas no dia de ontem, o major reformado, advogado e ex-candidato a deputado no Rio de Janeiro, que durante a sua campanha se autodenominava 01 do Bolsonaro, Sr. Ailton Barros, foi preso pela Polícia Federal.

No seu celular, que foi apreendido, foi identificada uma mensagem onde ele dizia: “Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão. Sei quem mandou. Sei a porra toda, entendeu? Está de bucha nessa parada.”

Estou lendo aqui a mensagem ipsis litteris do celular deste que se dizia o 01 do ex-presidente Bolsonaro. Bom, se ele sabe essa história toda sobre a Marielle e se ele sabe quem mandou matar, então a gente fica muito preocupado.

Por que essa informação não veio a público? Por que uma pessoa do círculo íntimo do presidente da República omitiria essa investigação, justo quando a gente está há tantos anos investigando e exigindo justiça para a Marielle?

A morte da Marielle, deputado Giannazi, foi um atentado contra a democracia brasileira, não foi só contra o corpo da Marielle, contra o corpo do Anderson. Quando se assassina, se tenta silenciar uma parlamentar democraticamente eleita, como qualquer um de nós, você está atentando contra toda a democracia, sobretudo contra todas as mulheres negras e todos os grupos que são sub-representados na nossa política e que a Marielle corajosamente representava na Câmara do Rio de Janeiro.

Essa não é a primeira coincidência que envolve o ex-presidente Bolsonaro nesse crime brutal. Vamos lembrar que o suposto responsável pelos disparos que mataram Marielle, Ronnie Lessa, morava onde, deputado Giannazi? No condomínio Vivendas da Barra, o condomínio onde também morava o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Pode ser só uma coincidência, mas esse monte de coincidências deixa a gente extremamente preocupado, ainda mais sabendo da relação entre o círculo do ex-presidente Jair Bolsonaro e as milícias no Rio de Janeiro.

Portanto, hoje é mais um dia em que a gente vem para esta tribuna para exigir respostas e para exigir justiça para a Marielle, para o Anderson, para os seus familiares, mas, acima de tudo, para todas as pessoas que também foram vítimas daquele atentado, porque o atentado contra a Marielle foi um gatilho para o avanço da violência política no nosso país, para o avanço de uma onda de ódio no nosso país, da violência como maneira de se fazer política.

Por isso, enquanto a gente não elucidar o crime que tirou a vida da Marielle, a gente não pode dormir tranquilamente, a gente não pode dizer que vive em uma democracia, em um Estado Democrático de Direito, porque, enquanto a mensagem que for passada para a sociedade por criminosos de que parlamentares legítima e democraticamente eleitos pelo povo podem ser silenciados, podem ser inclusive assassinados por defenderem o que eles defendem, a gente não vive em uma democracia de fato.

Por isso, elucidar quem mandou matar a Marielle é uma responsabilidade do Estado Brasileiro, e esses novos indícios de que pessoas próximas do círculo do ex-presidente Jair Bolsonaro saberiam de toda essa história da Marielle, saberiam quem mandou o crime da Marielle, são extremamente graves e merecem a atenção de todos nós.

Portanto, que essa investigação da Polícia Federal siga o seu curso até descobrirem todos os detalhes desse crime brutal, sem o qual nenhum de nós pode sossegar.

Muito obrigado, deputado Giannazi.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado. Gostaria de convidar V. Exa. para presidir a sessão, até porque eu sou o próximo orador.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.

 

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O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Chamo agora a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Chamo o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Chamo agora para usar a tribuna o deputado Carlos Giannazi. O senhor tem o tempo regimental para uso da tribuna.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Guilherme Cortez, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, eu quero aqui tratar de dois temas importantes no Pequeno Expediente.

O primeiro é em relação ao PLC, ao Projeto de lei Complementar nº 75, que foi protocolado pelo governador Tarcísio de Freitas aqui, que trata da questão do reajuste dos servidores da Segurança Pública.

Após uma ampla mobilização, após uma ampla pressão dos servidores da Segurança Pública, sobretudo dos aposentados e pensionistas da Polícia Militar e de vários deputados aqui da Assembleia Legislativa - a qual eu quero incluir aqui o deputado Telhada, que ontem fez várias gestões nesse sentido, o nosso mandato também -, o governador Tarcísio voltou atrás em relação a um tópico do projeto, que é um dos artigos o Art. 2º do Projeto de lei nº 75, de 2023.

Ele estava - e está ainda, porque isso não foi resolvido - reimplantando o confisco das aposentadorias e pensões para os servidores da Segurança Pública, especialmente para os policiais militares aposentados e os pensionistas. Seria um retrocesso imenso. Estava lá no projeto de lei. Está ainda no projeto de lei complementar.

Porém, após uma ampla mobilização, pressão e críticas, o governador voltou atrás. Ele teve que recuar e anunciou agora pela manhã que estaria enviando uma mensagem aditiva à Assembleia Legislativa, retirando esse artigo, esse tópico, da lei, que implantava novamente o confisco das aposentadorias e pensões.

Eu quero lembrar que eu já tinha denunciado isso faz tempo, porque a Lei da Reforma da Previdência, de 2019, deputado Cortez, V. Exa. que é um jurista, ela impunha... Aquela lei do Bolsonaro da reforma da Previdência.

Nós tivemos duas leis, uma para as Forças Armadas, para a Polícia Militar, e uma outra para os servidores em geral, mas essa daí impunha também um confisco para as aposentadorias e pensões de todas as Polícias Militares do Brasil, de todos os estados.

Porém, isso foi questionado no Supremo Tribunal Federal, e o Supremo disse que não, que o Governo Federal não poderia impor esse confisco aos estados para os policiais militares. Então, o Supremo livrou, o Supremo defendeu aí, no caso, os aposentados e pensionistas, através desse Tema 1.177.

O Tema 1.177 livrou esse confisco, livrou os militares, os policiais militares aposentados e os pensionistas de todos os estados desse confisco, que foi imposto pela reforma previdenciária do Bolsonaro, a Lei nº 13.954, de 2019, a lei federal.

Então, para a gente entender por que teve esse confisco aqui em São Paulo. Porém, com a decisão do Supremo Tribunal Federal, o estado de São Paulo também ficou proibido de confiscar, tanto é que a PGE, a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, entrou com recursos, para pelo menos modular essa situação, para não devolver o que já tinha confiscado e, a partir deste ano, 2023, o confisco foi cancelado, ele foi revogado.

O Estado não estava mais cobrando até então, e não está cobrando até hoje, porque tem a decisão do supremo. O que o Doria conseguiu fazer... Porque o Doria, o governador Doria, ex-governador, estava confiscando aqui.

Ele disse o seguinte, através da PGE eles conseguiram um recurso para não devolver o que foi confiscado, e o Supremo reconheceu isso. Mas o Supremo disse que não é para confiscar.

No entanto, estranhamente, agora, no PLC, no projeto de lei complementar do reajuste dos salários apareceu de novo o confisco. Até porque acho que como o Tarcísio foi do governo Bolsonaro, e concordou com a reforma da Previdência, as duas feitas no Brasil, ele colocou na lei, só que talvez achando que as pessoas não perceberiam. Mas, enfim, houve uma forte reação e ele teve que voltar atrás.

Nós já apresentamos emendas e vários deputados também.

Elas já foram protocoladas, mas ele se antecipou às críticas e à pressão e retirou, mas por pouco a gente não teria aqui, deputado Suplicy, a reedição do confisco das aposentadorias para os aposentados e pensionistas da Polícia Militar. Mesmo com o Supremo Tribunal Federal dizendo que não era permitido mais isso e que os estados tinham autonomia.

Mas foi uma vitória importante aqui dos deputados da Assembleia Legislativa e, sobretudo, dos próprios servidores, que fizeram uma ampla mobilização. Não vamos aceitar nenhum tipo de confisco mais aqui em São Paulo, já foi uma luta imensa derrubar o confisco das aposentadorias e pensões para mais de 600 mil servidores que estavam sendo confiscados também pelas reformas previdenciárias tanto do Bolsonaro quanto do Doria. Nós derrubamos no ano passado através de uma ampla mobilização esse confisco.

Agora a nossa luta é para mudar a lei federal, a emenda 103, por isso defendemos a PEC da professora e deputada federal Luciane Cavalcante, que revoga o Art. 149 da Constituição Federal, que ainda autoriza esse tipo de confisco no Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Giannazi. Chamo agora o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. O senhor tem a tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, querido presidente, queridos deputados estaduais e deputadas.

Com o objetivo de educar o povo brasileiro, especialmente a classe média, sobre os potenciais terapêuticos da cannabis para diversas enfermidades, como Parkinson, autismo, Alzheimer, ansiedade e epilepsia, eu, hoje, estive presente no Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal para podermos pensar em políticas públicas que favoreçam o acesso universal aos produtos da cannabis para todas as pessoas que passam necessidade.

Na ocasião, nesta manhã, eu transmiti a todos que aqui, na Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado Caio França, estivemos juntos na Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal.

Informei que recentemente foi sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas o projeto de lei, aqui aprovado em 2022, do deputado Caio França, que garante que os medicamentos à base da cannabis sejam distribuídos pelo Sistema Único de Saúde no estado de São Paulo.

O próprio governador mencionou que ele tinha um sobrinho com uma das doenças que são muito melhoradas quando se utiliza a cannabis medicinal e eu conheci a história, por exemplo, da Cidinha, mãe de uma menina que hoje está com 20 anos e que por um longo período ao longo da sua vida não tinha as condições de vida normais.

Até mesmo para andar, para se alimentar, para abraçar alguém e, por mais de oito anos, essa menina estava em condições... Estava impossibilitada de viver adequadamente.

Até que então ela descobriu a cannabis medicinal. A Sra. Cidinha conseguiu um habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e, portanto, uma licença para que ela pudesse plantar a cannabis no jardim de sua residência. Eu tive a oportunidade de visitar o pai, o Fábio, ela, Cidinha, e a menina Cacá, que justamente foi tão beneficiada pela cannabis medicinal. Eu ali muito aprendi.

Amanhã, nosso colega deputado Caio França deverá ser um dos oradores do simpósio que acontecerá. Então, meus cumprimentos a todos aqueles que veem na cannabis medicinal algo muito relevante. Acho importante que a Anvisa possa dedicar-se com toda a atenção ao tema da cannabis medicinal.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Chamo agora para fazer uso da palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. O senhor tem o tempo regimental para uso da tribuna.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente. Uma excelente tarde a todos os deputados e deputadas, aos funcionários militares e civis da Assembleia. Neste dia 4 de maio venho à tribuna para parabenizar os deputados estaduais da Assembleia Legislativa por exercerem, na data de ontem, principalmente, dia 3 de maio, a autonomia típica do Poder Legislativo.

Ficou evidenciado para mim - principalmente para mim, que estou no primeiro mandato como deputado estadual, vindo das fileiras da instituição Polícia Militar - como é importante nós, deputados estaduais, nos posicionarmos de fato como representantes do povo.

Temos cargo eletivo, recebemos votos de confiança da população paulista para ocupar essas cadeiras e, de fato, representar aqueles que confiaram em nós. Por que eu digo isso?

Na terça-feira última, dia 2 de maio, o nosso governador Tarcísio de Freitas, junto com o seu secretariado da Casa Civil e da Segurança Pública, veio até a Assembleia Legislativa e nos entregou, ao presidente da Assembleia Legislativa, a proposta de recomposição salarial das polícias da pasta de Segurança Pública.

No dia seguinte, 3 de maio, que foi ontem, nós, deputados estaduais, tivemos acesso, na íntegra, a essa proposta, a esse projeto e fomos surpreendidos com uma inconformidade muito grave nesse projeto, que era, justamente, além do Art. 1º, em que vinha a recomposição das carreiras policiais - Polícia Militar, Civil e Técnico-Científica -, nos Arts. 2º, 3º e 4º dessa proposta de lei vinha algo que em nenhum momento foi falado e que seria totalmente impróprio de acompanhar um projeto de recomposição salarial, que era um assunto de contribuição previdenciária, alíquota previdenciária aumentada, que traria um enorme prejuízo de previdência, um enorme prejuízo em déficit para os inativos da Polícia Militar e para as pensionistas.

Por quê? Traria uma alíquota de 10,5% nessa proposta para o policial contribuir previdenciariamente em cima de todos os vencimentos, em cima do total de vencimentos, o que de maneira alguma seria próprio num projeto que visa beneficiar, valorizar e reconhecer o policial militar, não trazer prejuízo.

Com essa proposta previdenciária que estava incluída na proposta de reajuste, algumas graduações inclusive teriam perda de salário e não aumento de salário, e não recomposição salarial. Então por que estou falando hoje orgulhoso aqui?

Porque os deputados desta Casa, os deputados da Segurança Pública, que eu faço parte, e outros deputados estaduais se mobilizaram, vieram à tribuna como eu vim ontem aqui também - inclusive fui o primeiro orador do dia a trazer esse assunto ontem - e através da nossa voz, ouvindo os policiais, ouvindo os veteranos, ouvindo os pensionistas das mais diversas maneiras, conversando aqui pessoalmente no nosso gabinete, nas nossas redes sociais, no telefone, ligação, WhatsApp...

Enfim, com as portas abertas do nosso mandato a gente ouviu o clamor do veterano, o clamor do policial que dedicou a sua vida inteira, o seu suor, o seu sangue muitas vezes, a sua qualidade de vida para bem servir a população na Polícia Militar e iria sofrer um desgaste, um prejuízo enorme.

Então, através da nossa voz e do movimento que fizemos aqui na Assembleia Legislativa, sensibilizando o nosso presidente André do Prado, que também abriu as portas da Presidência, também ouviu a nossa opinião, conseguimos sensibilizar o Governo do Estado.

E como eu sempre repito, o governador é uma pessoa sim diferenciada porque ele tem humildade para ouvir, ele tem sensibilidade, ele não coloca uma barreira com os deputados.

Então ele ouviu o nosso clamor que representamos o povo e, hoje de manhã, anunciou que estará encaminhando para esta Casa uma emenda aditiva retirando desse projeto de recomposição salarial justamente esses termos de contribuição previdenciária que estavam adicionados, que a nosso ver foram totalmente equivocados.

Então, parabéns, governador. Mais uma vez acerta em arrumar, em consertar o que estava errado. Parabéns pela sensibilidade, por nos ouvir, por ouvir os representantes do povo, por ouvir os legítimos representantes das polícias. E em breve eu tenho certeza que comemoraremos juntos essa recomposição salarial e o tiro não sairá pela culatra.

Algo que é para ser positivo não pode vir como um fardo para os nossos bravos guerreiros policiais. E eu digo a todos, para encerrar o meu discurso: continuem contando com o nosso mandato aqui na Casa Legislativa.

Um grande abraço.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Capitão Telhada. Chamo agora o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Calos Cezar, o senhor tem o tempo regimental para fazer o uso da tribuna.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, deputado Guilherme Cortez, Srs. Deputadas e Srs. Deputados aqui presentes, público que nos acompanha através da Rede Alesp, apenas cumprimentar aqui o deputado Conte Lopes, o deputado Capitão Telhada, o deputado Rafael Saraiva, os deputados Major Mecca, Danilo Balas, deputado Gil Diniz, os deputados aqui que fizeram um trabalho incansável.

Parabenizar e somar aí às falas do deputado Capitão Telhada nessa primeira ação efetiva do governo Tarcísio ao vir a esta Casa, trazer um projeto de extrema relevância e, mais que isso, alguém já disse que é melhor você errar fazendo do que errar por não fazer.

E o governo Tarcísio é um governo que tem feito a diferença, que olha principalmente para o servidor público e sobretudo o servidor público da carreira policial, das áreas de Segurança Pública no Estado.

Então aqui quero exaltar o trabalho do governador Tarcísio, do secretário de Segurança Pública, capitão Derrite, que também atendeu já um clamor dos veteranos, dos soldados, que deveriam...

Pela proposta inicial do projeto viria a esta Casa um desconto previdenciário e de forma assertiva o governo já retira, manda uma emenda a esta Casa para suprimir esse artigo.

Penso que isso é algo acertado e este Parlamento funciona exatamente com esse propósito. Deputado Conte Lopes, à medida que um projeto chega a esta Casa, o projeto é nosso, é do povo, na verdade, é da população que nos elegeu para representá-los e para opinar, para aperfeiçoar e dizer se aceita ou não, e é exatamente isso, e esta Casa saberá fazer isso.

Esse projeto chegou agora, está fazendo aí pouco mais de 48 horas que chegou a este Parlamento. Não tenho dúvida de que vai tramitar pelas comissões permanentes desta Casa, e depois será apreciado, depois será enfrentado e votado aqui.

Tenho certeza de que o salário mínimo paulista é um grande avanço para o nosso estado, um aumento aí na faixa mais baixa de mais de 20%, na faixa mais alta um pouco mais de 18 por cento.

Enfim, um crescimento significativo também. É um olhar para que o estado continue sendo o estado mais pujante da federação, para que as pessoas sintam orgulho cada vez mais do nosso estado, que representa quase 40% do PIB nacional.

Não é possível que o estado mais rico da federação tenha as suas forças de segurança entre aquelas que menos pagam no País. Então não tenho dúvidas de que ao final deste governo nós vamos ter mais orgulho ainda, que é a primeira ação. É o começo. Ninguém chega numa grande distância sem dar o primeiro passo.

Então, ele está dando um passo, e muitas vezes as pessoas falam: “Olha, eu não preciso enxergar o final da escada, deputado Claudio Marcolino, mas eu preciso subir o primeiro degrau”.

Então, o importante é que haja, o importante é que nós saiamos da inércia. É exatamente esse o propósito: sair da inércia, sair do lugar de estagnação em que nós estávamos, com o reconhecimento, repito, dessa categoria que muito desempenhou.

Vamos lembrar que a ação que tivemos aqui no final do governo passado já foi uma ação de reconhecimento para que o estado continue a ter aqui pessoas dispostas a trabalhar, dispostas a prestar concursos, a ficar aqui, quando nós subimos o subteto do governador, o que possibilita aí que as carreiras, seja do oficialato, seja de delegado de polícia, sejam carreiras que estavam no teto, pudessem ter o seu reconhecimento.

Então, estamos dando um passo importante. Tenho certeza de que a próxima semana será extremamente exitosa, quando vamos votar primeiro o salário mínimo paulista, eu não tenho dúvida disso. Depois, aí sim, o reconhecimento, a recomposição salarial das forças de polícia, seja Polícia Civil, seja Polícia Técnico-Científica, seja Polícia Militar.

Então, em nome de todos os militares desta Casa, cumprimentar cada um de vocês que merecem todo o nosso reconhecimento.

Que Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Carlos Cezar. Chamo agora o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.)

Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. O senhor tem o uso da tribuna pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, hoje vou falar sobre a duplicação da estrada do M’Boi Mirim.

Tivemos durante o ano passado, acompanhei durante o processo eleitoral, visitando vários bairros do extremo sul da cidade de São Paulo, nobre deputado Suplicy e deputada Ediane, e vimos um monte de placas espalhadas falando sobre a duplicação da M’Boi Mirim lá, com a placa do DER em todo o canto, de ponta a ponta da M’Boi Mirim se falava sobre a duplicação dessa estrada.

É uma estrada importante. Na gestão do Haddad foram feitas várias melhorias. Foi feita a Ponte Baixa lá na divisa com Itapecerica da Serra. Foi feita aqui a ponte do Luiz Gushiken, foi feita uma estrada paralela à Estrada do M'Boi Mirim.

E esse final de semana eu estava visitando a região - eu queria que colocasse aqui um vídeo -, mostrando que o governador, Tarcísio, agora colocou uma nova placa. Placa é fácil, você vai lá, faz a placa, coloca a placa, mas a obra que é bom nada.

Então quero mostrar aqui para vocês numa das partes da M’Boi Mirim a nova placa que o governador acabou de colocar falando sobre a duplicação.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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É importante, nobre deputado Suplicy, na hora que eu estava passando na região estavam acabando de colocar o adesivo em cima da placa anterior, mas é importante trazer essa referência aqui porque a previsão de entrega da obra não era 2026.

A previsão do governo passado concluía a obra praticamente, uma boa parte, ainda em 2024, de 2022, uma outra parte em 2026. Está aumentando dois anos para a conclusão da obra.

Qual é o problema? Muitas vezes aqui no estado de São Paulo as obras vão sendo preparadas ou discutidas sempre olhando o calendário eleitoral. Em 2026 nós teremos uma nova eleição para o governo do estado de São Paulo, só que a população que mora na região do M'Boi Mirim, nós estamos falando em torno de 1,2 milhões pessoas que moram nesse trecho onde a obra vai ser realizada, que já sofrem com o trânsito nessa região há muito tempo, e você ter uma previsão da execução da obra até 2026...

E a gente já viu obras muito maiores, obras com estrutura bem maior do que a Estrada do M'Boi Mirim, serem concluídas em menos tempo. Aí ainda, deputada Ediane, aquela lógica do calendário eleitoral.

A população que mora no M'Boi Mirim só vai conseguir ver a execução dessa obra em 2026, daqui quase quatro anos, porque está olhando a lógica do calendário eleitoral. E não é que não tenha recurso, porque o recurso para essa obra já foi liberado pelo DER ainda em 2022, que já tinha uma previsão de execução da obra com calendário mais curto inclusive do que foi apresentado agora.

Então nós passamos esse final de semana, acompanhamos aqui a primeira execução, já tínhamos feito uma denúncia no final do ano passado, antes das eleições, porque inclusive essa estrada do M’Boi Mirim, uma parte dela é estadual e boa parte dela é municipal.

Inclusive a gente fez um questionamento como é que está tendo uma execução do DER, que a execução das obras do DER tem que ser numa estrada estadual. Uma parte dela que pega na região de Itapecerica da Serra, na região do Embu-Guaçu é uma estrada estadual, mas boa parte de onde vai ser feita a duplicação é uma estrada municipal.

Daí a gente vê ali que tem esse recurso do governo estadual, mas nós não vimos nenhuma placa colocando também a parceria em relação ao governo municipal, porque é uma estrada municipal, mas você tem uma parte dela que é uma estrada estadual.

Então nós vamos acompanhar toda a execução dessa obra. Como eu disse, atende a 1,2 milhões de pessoas que vem lá do Crispim, em Jardim Ângela, pega o Jardim Aracati, são vários bairros que tem na região do extremo sul da zona sul que a gente quer ver atendidos.

Essa duplicação é muito importante, mas espero que não fique apenas a placa. Então nós vamos acompanhar toda a execução da obra para que ela seja realizada o mais rápido possível.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Marcolino.

Aproveito para registrar aqui a presença da Dra. Jacqueline Valadares, Dr. Edson Pinheiro e Dr. Moisés Tavares, representando o Sindicato dos Delegados e das Delegadas de Polícia do Estado de São Paulo. (Palmas.)

Imediatamente chamo para utilizar a tribuna o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, deputado Conte Lopes, deputado Eduardo Matarazzo Suplicy, deputado Marcolino, deputada Ediane, cumprimentar o público presente, os trabalhadores, os funcionários desta Casa, cumprimentar os policiais, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil e todos aqueles e aquelas que estão em seus afazeres, em suas residências e nos acompanham pela Rede Alesp.

Senhores, senhoras, hoje tive a honra de receber em meu gabinete os representantes da Polícia Civil, do Sindicato dos Investigadores de Polícia, Sr. Rebouças, também representando o Sindicato dos Escrivães de Polícia, o Sr. Heber e representando o Sindicato dos Delegados de Polícia e das Delegadas de Polícia, está aqui a Dra. Jaqueline, a presidenta desse tão importante sindicato, sindicato de luta, sindicato que está brigando por conta do Projeto de lei 75.

Também registrar a presença do Dr. Edson Pinheiro, também do Sindicato dos Delegados e das Delegadas, e do Dr. Moisés Leite Tavares, que também faz parte da diretoria desse importante sindicato.

Deputado Conte Lopes, nós estamos discutindo justamente a insatisfação gerada por conta desses reajustes diferenciados. Hoje nós fizemos um cálculo somando toda a massa que foi destinada à Polícia Militar e toda a massa que foi destinada à Polícia Civil. Dá uma diferença, de um pelo outro, no geral, de mais de 4%, que a Polícia Militar receberá em detrimento da Polícia Civil.

Então eles trouxeram aqui a reivindicação, que eu quero levar para todos os meus colegas e as minhas colegas, os colegas deputados e as colegas deputadas, para avaliarmos essa questão, em que reivindicam que pelo menos seja dado um aumento linear de 30% para toda a categoria Polícia Civil, tanto os delegados quanto a parte operacional, porque a parte operacional ficou muito distante do aumento da parte da cúpula. É importante se aproximar um pouco mais.

Dos investigadores e dos escrivães de polícia não foi reconhecido o nível superior, que a Lei Complementar 1.067, de 2008, estabeleceu. Então são todas essas questões, além das questões atinentes à Polícia Militar, que nós já falamos aqui, do aumento que foi muito baixo para o 2º tenente, o 3º sargento.

Eu vi que o Major Mecca, juntamente com outros integrantes da Comissão de Segurança, fez uma “live” inclusive, fez um pronunciamento a respeito disso. Vai ser resolvida essa questão, mas nós temos que resolver também a questão da Polícia Civil, a insatisfação que esse projeto trouxe à Polícia Civil.

Diante disso, na terça-feira, às 17 e 30, deputado Conte Lopes - e V. Exa. já está convidado, todos os presentes aqui já estão convidados -, nós vamos ter aqui uma plenária, uma audiência no Auditório Franco Montoro, às 17 e 30, com a presença, a participação dos representantes dessas entidades de classe, do sindicato dos delegados, das delegadas, dos escrivães, dos investigadores e outros policiais civis, papiloscopistas, agentes policiais, que estão muito insatisfeitos, fotógrafo policial.

Eles ficaram muito insatisfeitos com o projeto, da forma como ele foi feito, um projeto construído de cima para baixo, sem a participação das classes e com essa diferenciação, em que alguns ganharam bem, e outros ficaram à deriva.

Então é muito importante que possamos juntar nossos esforços, juntar todos os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas e buscar uma resposta para essa tão importante categoria e tão importante para a Segurança Pública.

E, para não dizer que eu não falei, cobrar do governador também que ele mande para cá o projeto da Polícia Penal, porque tem muita coisa na internet, mas é o que eu digo: projeto é quando ele chega aqui. Se não chegou, não existe.

Então, que o governo mande para cá também a recomposição das perdas salariais da Polícia Penal, dos educadores, dos profissionais da Educação, dos profissionais da Saúde e dos demais servidores, como, por exemplo, os oficiais administrativos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Reis. Chamo agora para fazer uso da tribuna o deputado Gil Diniz. O senhor tem o tempo regimental para usar a tribuna.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Cumprimento aqui todos os deputados presentes no Pequeno Expediente. Cumprimento os assessores, policiais militares e civis, público aqui na galeria e quem nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, venho aqui a esta tribuna, nessa data, para, obviamente, falar, deputado Conte Lopes, repercutir, o aumento dos policiais militares e dizer... Não só militares, deputado Reis, civis também. A classe de Segurança Pública. E dizer do nosso empenho para que seja efetivado esse reajuste.

Ontem fomos surpreendidos, deputado Marcolino, com a questão previdenciária inclusa no projeto e, rapidamente, nos posicionamos. Pelo que vimos hoje, já caiu esse desconto previdenciário.

Então, dar os parabéns aqui a Comissão de Segurança Pública. Dar os parabéns aos deputados envolvidos nesse trabalho, que é um trabalho, muitas vezes, feito nos bastidores, deputado Suplicy. Nos bastidores, sem muito alarde.

Conseguimos e vamos conseguir outros avanços, porque é questão de justiça. Esses policiais não nos pedem nada que não mereçam. É uma questão de justiça e reconhecimento.

Então, vamos continuar trabalhando, temos outras questões dentro desse projeto, temos outras categorias, como a dos policiais penais, que não foram e não serão esquecidos e, também, a tramitação desse projeto que está... Da forma que veio aqui para a Assembleia, nós queremos melhorar, queremos colocar as nossas posições, as nossas ideias.

Presidente, gostaria aqui, para encerrar a minha fala, cumprimentar os meus amigos. O padre Jeferson Alves, ele é pároco na Matriz São João Batista, lá em Porto Nacional, no Tocantins. Cumprimentar também meu amigo padre Douglas Pinheiro, pároco aqui em Jandira, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Diocese de Osasco. Eles nos honram aqui com a presença.

Então, hoje me sinto ainda mais animado, ainda mais abençoado a continuar fazendo o meu trabalho na Assembleia de São Paulo, com esses homens de bem, esses homens de Deus, que têm por missão pregar, levar o Evangelho. Padre Douglas, um professor, padre Jeferson também, ambos professores da doutrina. Tenho a honra de ter a amizade.

Então, quem não os conhece, procurem nas minhas redes sociais, os sigam, que eu tenho certeza que, assim como eu, se aproximarão ainda mais da Santa Igreja Católica e do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Gil Diniz. Chamo agora o deputado Rafael Saraiva. Rafael Saraiva não está mais. Chamo o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.)

Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. O senhor tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, primeiramente eu queria cumprimentar o governador do estado, Tarcísio de Freitas que, nos meus últimos 55 anos de Polícia, entrei na Polícia em 67, muitos aqui sequer tinham nascido, dá um aumento bom para a Polícia, realmente.

Então ele teve a intenção de valorizar os policiais, como ele apresentou até na campanha política. Não sei porque cargas d’água deu um problema no meio, quando se colocou os índices, muita gente xingando.

É bom colocar que os deputados não legislam em cima de Orçamento, não legislam em cima de verba. E também, eu, pelo menos, não participei de nenhuma reunião de aumento de policiais.

Acho que tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Militar devem ser valorizadas, realmente. Principalmente, como o governador falou aqui, as classes mais baixas. Ele disse aqui para a gente. Agora, se não fizeram isso, nós temos que reestudar na Casa. Chegou um desconto de previdência que era um jabuti, que ninguém nem sabia disso aí. Então, ontem ficamos sabendo.

Agora, é óbvio que esta Casa tem que ser ouvida também. Porque tem algumas pessoas que acreditam que não precisa ouvir o Poder Legislativo. Mas ele tem força, tem poder, e tem que votar, para se aprovar o projeto do Executivo. Então esse é o grande problema. Talvez, se houvessem ouvido os deputados desta Casa, muitas coisas, arestas teriam sido aparadas.

Então eu espero que, a partir de agora, realmente, com a vontade do governador, que está ajudando, que está prestigiando a Polícia, essa Polícia, valorizada, tem que ter condições de prestar o melhor serviço à população. Acho que isso é o principal. Como que a gente leva segurança para a população, que vive totalmente insegura, e o policial, sem condição de trabalho?

É evidente que São Paulo, que é a locomotiva do Brasil, não pode ter um dos piores salários. O governador prometeu corrigir isso. Então tem que se privilegiar, mesmo, quem está nas ruas, cumprindo o seu dever.

Não adianta ficar criando tornozeleira, quartel. Isso é muito bonito na teoria. Mas, na prática, a Polícia tem que estar na rua, combatendo o crime, que é a função da Polícia. Essa é a grande verdade. Então agradeço o Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Conte Lopes. Chamo agora o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Passo para a lista suplementar. Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.)

Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. A senhora pode usar a tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Primeiro, boa tarde, Sr. Presidente. Que orgulho ter você sentado, Guilherme Cortez. Quero saudar todos os deputados, todas as deputadas. Quero saudar todos os funcionários desta Casa.

Eu gostaria muito de exibir, fazer uma denúncia, aproveitar a minha fala para fazer uma denúncia. Gostaria muito de colocar um vídeo, para que todos acompanhem o que está acontecendo na praça da Sé, aqui na cidade de São Paulo. 

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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Bom, é com muita tristeza, né, subir na tribuna, e aí a gente escuta várias falas e vários deputados enfatizando várias políticas. Inclusive, o deputado Marcolino fez uma denúncia que nós queremos, sim, que as estradas saiam, mas não que fique no papel, não que sejam usadas como uma forma de campanha para as próximas eleições.

Então, com muito orgulho, para quem não conhece as cozinhas solidárias, as cozinhas solidárias do MTST são 31 cozinhas solidárias que lutam exatamente no combate à fome.

Quando as cozinhas solidárias surgiram? Não é uma política, ainda não é do governo. Resiste à base de muita solidariedade, à base de muitas doações, à base de muitas pessoas que, inclusive, fazem um trabalho voluntário.

É assim que nós resistimos com 31 cozinhas inauguradas em 14 estados do nosso país, e aqui, na Praça da Sé, nós estamos sofrendo uma violência gigantesca.

Todos os dias, no horário do almoço, nós servimos, as cozinhas solidárias servem mais de 500 marmitas por dia. Lembrando que também é uma denúncia, porque eu acho que todo mundo lembra daquela cozinha do “Bom Prato” que foi fechada em Campos Elíseos, foi fechado um “Bom Prato” e, como retaliação, como essa política mesmo genocida, higienista, racista, fascista, a gente vê um grande empenho do governador, a gente vê um grande empenho do prefeito Ricardo Nunes, prefeito da cidade de São Paulo, que continua, que insiste, não em um processo de dar dignidade para as pessoas que já estão em extrema vulnerabilidade da fome, em extrema vulnerabilidade, em situação de rua.

Lembrando que esse grande aumento, o aumento recorde, inclusive, de pessoas que estão hoje em situação de rua, foi uma política também genocida lá atrás, de 2020, que, enquanto nós estávamos lutando para ficar...

Porque tinha aquela política do “fique em casa”, mas, no contraponto, Marcolino, sabe o que estava acontecendo? No contraponto, eles estavam indo para as comunidades derrubar as casas, reintegração de posse.

Para as pessoas, essa é a política que a gente vê aqui no estado de São Paulo. Várias pessoas estão hoje em situação de rua, famílias inteiras, sem contar a grande quantidade de crianças que hoje se encontram sem lar, que hoje se encontram sem ter o que comer, sem escola, e aí surgiu, do nada, um processo. Sabe, Cortez? O governador falou que iria fazer uma política de reparação e de organizar o Centro da cidade, de organizar a Praça da Sé.

Então, vamos organizar quem está em situação de rua? Então, o que aconteceu? Ele inventou um programa, um tal programa que vai colocar as pessoas que já estão em situação de rua para ir trabalhar. Sabe onde? Na agricultura. Sabe, no interior de São Paulo? Colocar lá.

Pegar as pessoas, “vamos juntar todo mundo”. Acho que todo mundo lembra, inclusive, quando o Doria pegou, “Cidade Limpa”, mas ele pegou as pessoas e colocou dentro de um ônibus e colocou lá em Santos.

Ou seja, mais uma vez, nós estamos enxergando nitidamente, e por isso que é bom a gente lembrar que eu protocolei. Protocolei pedindo o processo de requerimento, exigindo, pedindo que venha aqui o secretário, para que a gente consiga saber como que vai se dar esse processo.

Será que mais uma vez nós vamos ter que acompanhar pessoas sendo jogadas para o interior de São Paulo, para viverem em situação de trabalho análogo à escravidão?

Já não basta a fome? A nossa luta é para combater a fome, a vulnerabilidade. Nós não vamos sair das ruas enquanto, de um lado, passa para a população que estamos fazendo coisas, estamos reajustando.

Inclusive, é importante lembrar que a GCM que está hoje sendo, lógico, conduzida pelo prefeito da cidade de São Paulo, o Sr. Ricardo Nunes, são pessoas que inclusive estão dependendo também de um aumento salarial, de melhores condições de vida.

São pessoas também que muitas vezes estão ali sem nem saber o que está acontecendo, porque estão tendo que, mais uma vez, oprimir pessoas que estão em uma situação de vulnerabilidade extrema, que é a situação da fome.

É só fazermos um exercício. Vamos ficar três dias sem nos alimentar? Vamos ficar três dias sem tomar banho, três dias dormindo em situação de rua, que aí nós iremos ter, de fato, esse olhar para a sociedade?

Estou aqui para dizer que as cozinhas solidárias vão resistir.

Viva a luta dos sem-teto, viva a luta das cozinhas solidárias.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigada, deputada Ediane Maria. Orgulho é o que essa Assembleia tem que ter por ter a sua primeira trabalhadora doméstica como deputada estadual. Parabéns pelo seu trabalho. Pelo horário, dou por encerrado o Pequeno Expediente e abro, imediatamente, o Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Queria falar pelo Art. 82, pelas bancadas do PT e PCdoB.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - É regimental. O senhor tem a palavra pelo Art. 82.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários que estão nesta Assembleia Legislativa. (Inaudível.).

Sr. Presidente, chegou aqui o projeto de lei esta semana entregue pelo governador em relação à adequação salarial dos servidores da Segurança Pública do estado de São Paulo, da Polícia Militar e da Polícia Civil.

Nós estamos conversando com diversos representantes, estão percebendo que tem diversas distorções que terão que ser adequadas ao longo dos próximos dias. Então, vão chamar audiência pública, vão fazer adequações e emendas aos projetos apresentados para que, de fato, a Polícia Militar e a Polícia Civil sejam valorizadas pelo Governo do Estado de São Paulo.

Mas o outro projeto que foi apresentado... Nós estamos fazendo um estudo agora em relação ao da Polícia Militar para apresentar também na próxima semana; já fizemos em relação ao outro projeto, do salário mínimo. Queria que colocassem aqui uma apresentação para a gente entender a proposta que foi apresentada, que é o 704, de 2023.

Pode passar a próxima? Aqui, nós temos uma adequação. O salário mínimo estadual foi autorizado e aprovado na Lei federal nº 103, de 2000, que permitiu a fixação de salários mínimos estaduais.

Aqui no estado de São Paulo, o salário mínimo foi aprovado na Lei nº 12.640, de 2007. Foi a primeira vez que teve o salário mínimo estadual com três faixas. A partir de 2015, teve a descontinuidade dessa faixa, da três. A última atualização foi feita pela Lei nº 17.526, de 30 de março de 2022. Agora, volta uma nova proposta.

Pode seguir. Queria deixar esse quadro para vocês perceberem que aqui tem as três faixas, mostrando do salário mínimo somente até 2014, como teve a descontinuidade.

A gente percebe que aqui é o salário mínimo nacional, aqui em verde; depois, nós temos as três faixas do salário mínimo estadual: tinha a faixa um, a faixa dois e a faixa três. A gente percebe que você não pode fazer uma fixação de um salário mínimo estadual menor do que o salário mínimo nacional.

Pode passar para a próxima. Estou colocando aqui a faixa um, agora, e a faixa dois, que está sendo proposto pelo governador fazer uma adequação, não ter mais agora a faixa dois, ter a faixa um.

A gente percebe aqui que, durante o período de 2021 a 2022, sempre teve... Eu vou mostrar para vocês na próxima transparência. Pode colocar a próxima transparência? Vocês vão percebendo ali a adequação que tem?

Você tem um crescimento do salário mínimo desde que ele foi aprovado, em 2007, aqui no estado de São Paulo sempre maior do que o salário mínimo nacional. Quando chegou em 2021, continuou tendo um crescimento do salário mínimo nacional e o salário mínimo estadual teve praticamente uma queda.

Teve uma queda em 21, teve uma queda em 22 porque não houve correção. Então, aproximou muito o salário mínimo nacional com o salário mínimo do estado de São Paulo.

Pode passar para a próxima. Aqui, a gente mostra efetivamente essa queda. Então, pega 2007: começou com 7,89%, foi subindo a cada ano; chegou em 2019 a 16,59%; 16,18% em 2018. Só que, em 2021/2022, o percentual - e já começou a cair em 2020 - o percentual do salário mínimo regional, que é o do estado de São Paulo, foi menor do que nos anos anteriores.

Então, agora, quando o Governo apresenta que vai fazer aqui uma adequação, em 2023, em 17,42%, a gente percebe que houve uma queda nos anos anteriores e o que se faz agora é uma adequação do salário mínimo estadual e regional do que era a base de comparação com os anos anteriores.

Passe a próxima transparência. Aqui, a gente mostra essa diferença, porque a gente vê agora, na televisão, o governo Tarcísio quando apresentou aqui: “Estamos apresentando um salário mínimo muito maior do que o presidente Lula está apresentando no Brasil”.

Eu estou mostrando para vocês aqui agora que a adequação que o Governo do Estado apresentou e está apresentando aqui no estado de São Paulo está adequando a diferença que teve de 2021 e de 2022, que não fez a projeção, está voltando a projeção em torno de 16%, que era a média dos anos anteriores. Interessante que quando você olha o impacto real do salário mínimo você percebe que a diferença é muito pequena, não é tão grande como o Tarcísio tem apresentado.

Concluindo, em relação a essa informação, o salário mínimo regional não impacta nos servidores da Saúde, não impacta nos servidores da Educação, não impacta nos servidores públicos do Estado, diferentemente do salário mínimo federal, que impacta em todos os aposentados do nosso País, impacta em todos os salários mínimos do Estado.

Então, do mesmo jeito que nós fizemos aqui esse levantamento para mostrar para a população que o que está sendo apresentado aqui no estado de São Paulo é muito diferente do que aquilo que foi efetivamente apregoado pelo governador no estado de São Paulo. E essa diferença é a mesma que tem em relação aos servidores da Polícia Militar e aos servidores da Polícia Civil.

Nos próximos dias vamos mostrar para vocês o que foi apresentado pelo Governo do Estado de São Paulo para os servidores de Segurança Pública, pensando em um governador que está em início de mandato, tinha que ter conversado muito mais com seus representantes, do mesmo jeito que não foi conversado, nobre presidente, com as centrais sindicais para discutir o salário mínimo regional.

Também o governador não discutiu com as representações da Polícia Militar e da Polícia Civil para montar o projeto aqui para a Casa. Então estamos fazendo esse estudo e na semana que vem vamos trazer aqui o impacto que, de fato, tem essa proposta apresentada, mostrando que o Tarcísio, quando vai para a televisão, é uma coisa, quando a gente abre os números a gente percebe que não é tudo aquilo que ele apresentou.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Marcolino.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Gostaria de usar o Art. 82 pela liderança da bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - É regimental. A senhora tem o uso da palavra na tribuna pelo tempo regimental.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PELO ART. 82 - Presidente, o motivo que me traz aqui, e eu sei que o senhor é grande partidário e colaborador dessa ideia, é que o governador Tarcísio, na última semana, prometeu rigor na punição e cadeia aos invasores de terra do estado de São Paulo.

Eu acho que ele quer jogar para a claque e se referir aos lutadores por moradia popular, um direito constitucional garantido na legalidade e na constituição do Brasil. Então, a gente quer lembrá-lo de quem são os grandes invasores de terra do estado de São Paulo e o mandato do senhor colabora bastante para a gente lembrar isso.

Os invasores de terra são aqueles que invadem área de preservação ambiental e desmatam, que invadem áreas de manancial para instalar condomínio, que constroem mansões em Maresias, toda terra devoluta do estado de São Paulo, os grandes latifundiários que praticam trabalhos análogos à escravidão, todos aqueles e aquelas que na cidade de São Paulo desmataram pelo menos 90 áreas para a construção de condomínios em plena luz do dia, sem nenhum encaminhamento da gestão pública.

Por isso eu quero dizer ao governador Tarcísio que ele conte com o nosso mandato para punir os invasores de terra do estado de São Paulo. Por isso nós, mais uma vez, vamos mandar para ele um relatório dos latifundiários, fazendeiros, construtores de condomínio que invadiram áreas de preservação ambiental no estado de São Paulo, que bate, ano após ano, desde a passagem do Ricardo Salles pela secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo, recordes de desmatamento da Mata Atlântica e do Cerrado.

A quem desmata e nos priva do futuro, eu sou a favor do rigor da lei. Aos movimentos populares de moradia, toda a minha solidariedade e apoio, porque existe terra e casa para todo mundo. O que existe também é um racismo estrutural que há séculos separa pessoas pobres, e quando a gente está discutindo pobreza no Brasil a gente está discutindo raça, que separa pessoas pobres do direito à moradia.

Por isso, vou lembrar ao governador mais uma vez que eu estou ansiosíssima para ver ele mandar para a cadeia latifundiários e empreiteiros que constroem em área de preservação ambiental.

Outro tema, assunto do dia, ainda a proposta de aumento de salário dos policiais. Ouvi os colegas, alguns deles que me antecederam, comemorarem a promessa de retirada do artigo que fala da alíquota de contribuição previdenciária para os aposentados e pensionistas da Polícia Militar.

Um avanço, sem dúvida. É escabroso confiscar salário de aposentado e pensionista. É escabroso, escandaloso que isso estivesse no texto, mas não está bom. Não está bom. Não é uma vitória ainda.

Não é uma vitória porque o aumento não atinge a todos de forma igual e não é uma vitória porque divide os policiais quando a gente deveria trabalhar para uni-los e organizá-los. Não estará bom enquanto os policiais penais não forem incluídos.

E olha, Suplicy, Marcolino, eles estão muito preocupados com a proposta de regulamentação da Polícia Penal. Não que isso justifique eles não estarem no projeto; não justifica, não existe nenhum dispositivo legal para eles não estarem nessa proposta. É falta de vontade política.

A gente apresentou emenda para a inclusão dos policiais penais nesse projeto, mas eles estão com medo porque talvez o governo aplique a eles a mesma forma de remuneração dos professores, que é através de subsídios. Vocês sabem que subsídio não conta para fins previdenciários.

Uma pessoa que recebe por subsídio não vai se aposentar com o salário que recebeu a vida inteira, porque não é salário, é bonificação. Não vai receber férias proporcionais, não vai receber 13º, não vai ter os direitos trabalhistas calculados por cima disso tudo.

Então, é um absurdo que uma classe policial receba recomposição salarial - e uma recomposição salarial ainda tardia - e outra classe policial seja rebaixada ao critério de receber por subsídio e não mais salário.

É por isso que repito que o governo do estado de São Paulo trabalha para dividir os policiais. Olha que debate tortuoso a gente está fazendo aqui. Enquanto os policiais militares aguardam um ansioso e justo aumento de salário, a gente tem que ficar brigando para lembrar dos esquecidos. Uma categoria não pode ser colocada contra a outra, porque, lá na rua, vão ter que trabalhar juntas.

Então, o governo do estado de São Paulo trabalha para implantar um estado de guerra, revanchismo e competição entre as forças policiais ao valorizar algumas e esquecer e golpear as outras, coisa que nós não vamos permitir.

Esse projeto só sai da Assembleia Legislativa, no que depender da bancada do PSOL, quando todos os trabalhadores da Segurança Pública receberem a merecida recomposição salarial.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputada Monica.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Havendo acordo de líderes, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - O senhor permite apenas... Eu gostaria de registrar a importância dos pronunciamentos, tanto agora da Monica Seixas, como da Ediane Maria, quando ela mencionou e mostrou o vídeo de pessoas que estavam distribuindo uma caixinha de alimentos para a população em situação de rua, que estava lá com grande fila, e eis que os responsáveis pela segurança na Praça da Sé tentaram proibir uma coisa dessa natureza.

Eu acho que, ainda mais na Praça da Sé, onde tanto o padre Júlio Lancellotti tem defendido o direito da população em situação de rua, essa operação dos responsáveis pela segurança não é admissível.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Suplicy.

Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, e também agradece o empenho e o trabalho de todos os servidores desta Casa, sobretudo os servidores da Rede Alesp, que cumprem um trabalho essencial para comunicar o que acontece nesta Casa. Merecem todo o nosso respeito e gratidão.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 14 minutos.

           

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