19 DE FEVEREIRO DE 2025

12ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: VITÃO DO CACHORRÃO, MAJOR MECCA, GILMACI SANTOS e DANILO CAMPETTI

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - VITÃO DO CACHORRÃO

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h05min.

        

2 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Parabeniza o deputado Dr. Jorge do Carmo por seu pronunciamento. Agradece o trabalho realizado pela Defesa Civil do Estado de São Paulo.

        

4 - LETÍCIA AGUIAR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Parabeniza a deputada Letícia Aguiar por seu pronunciamento.

        

6 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Endossa o pronunciamento do deputado Reis. Critica o governo quanto ao valor do vale-refeição dos servidores estaduais.

        

8 - DR. JORGE DO CARMO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

9 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Cumprimenta alunos do Senac Aclimação, presentes nas galerias.

        

11 - BETH SAHÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

13 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência. Rebate o pronunciamento do deputado Guilherme Cortez.

        

17 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - PAULO FIORILO

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

19 - MAJOR MECCA

Responde à questão de ordem do deputado Paulo Fiorilo.

        

GRANDE EXPEDIENTE

20 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

21 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - FABIANA BOLSONARO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - DANILO CAMPETTI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

        

25 - RAFAEL SARAIVA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

26 - PAULO FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

27 - DANILO CAMPETTI

Assume a Presidência.

        

28 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

29 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

30 - CONTE LOPES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

31 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

32 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

33 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI

Acolhe a questão de ordem do deputado Luiz Claudio Marcolino, para respondê-la oportunamente.

        

34 - MAJOR MECCA

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

35 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

36 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

37 - EDIANE MARIA

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

38 - ANA PERUGINI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

39 - ANA PERUGINI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

40 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

41 - ANA PERUGINI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

42 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

43 - ANA PERUGINI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

44 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

45 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

46 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI

Defere o pedido. Parabeniza os deputados pelo debate realizado no plenário. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 20/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 16h48min.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Vitão do Cachorrão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

           

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O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Boa tarde a todos, que Deus abençoe nossos trabalhos, dê-nos sabedoria e capacite-nos cada vez mais nesta Casa de Leis, a Casa que é do povo. Agradecer à TV Alesp aqui também.

Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Essa Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Aguardando a lista aqui dos inscritos, agora na lista de oradores do Pequeno Expediente. Está melhorando cada vez mais aqui, não é, Giannazi? Agora na tela, já estava aqui, agradecer ao pessoal que trabalha na Comunicação, na TV, agradecer ao pessoal da limpeza que trabalha aqui na Alesp também e a todos que fazem parte da Alesp.

Iniciando a lista dos oradores inscritos, Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo.

O deputado Dr. Jorge do Carmo tem o tempo de cinco minutos no Pequeno Expediente, deputado que tem muitos amigos lá no interior, na cidade de Sorocaba também.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Muito bem, nobre deputado Vitão do Cachorrão, presidindo aqui o Pequeno Expediente.

Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, os policiais aqui presentes, assessores, público da TV Alesp; Sr. Presidente, quando a gente vem a esta tribuna, certamente é para denunciar demandas, ou maus feitos, ou falta de política pública, enfim. Os problemas do nosso estado e também da nossa principal cidade do estado, que é a Capital.

Hoje eu quero falar, Sr. Presidente, sobre retomar um assunto que foi mediático, que a gente tratou por diversas vezes, que é a questão do Jardim Pantanal, lá na região de São Miguel, no distrito do Jardim Helena.

Não bastassem, Sr. Presidente, as enchentes, deputado Simão, as enchentes que assolaram aquelas famílias que ficaram lá ao menos uma semana com as suas casas inundadas; não bastassem incêndios que aconteceram posteriormente das construções, evidentemente precárias, agora nós vamos ver hoje aqui, e aconteceu nessa data, exatamente lá na região, o despejo, a política de habitação, a política de acolhimento da administração.

Ao invés de a gente se debruçar sobre o assunto, reunir os parlamentares, as lideranças políticas, o subprefeito, o secretário de Habitação, o prefeito da cidade, o governador do estado e até a Presidência da República, porque é um assunto em que pese pontual de uma região, mas que teve repercussão nacional e que precisa de um olhar social, independente dos entes da federação, independente de quem é a responsabilidade...

Eu aqui não estou procurando responsabilizar esse prefeito que aí está, que é o Ricardo Nunes, mesmo porque esse problema já existe há 40 anos, mas é preciso olhar com atenção e é preciso que se pense em políticas públicas verdadeiras, e não, depois de tudo que as famílias passaram, estão passando, a gente ver cenas como essa que eu vou pedir para o Machado apresentar aqui para nós no telão. Por favor, Machado.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Pode tirar, Machado. Era só para as pessoas verem o quanto há maldade e há falta de sensibilidade da administração. E olha que eu sei o que é o poder de polícia administrativo, porque eu já fui administrador público. Eu sei que existe o poder de polícia administrativo, que é preciso coibir as ocupações irregulares.

Agora, passar por o que aquelas famílias passaram de maneira, sabe, vergonhosa, vexatória, e aí querer resolver o problema dessa maneira. Essa semana que passou, eu fui falar com o secretário municipal de Habitação, e lá, disse pra ele: “secretário, isso não é um problema que você criou, e nem que o prefeito criou; esse é um problema que existe, há anos que existe”.

É preciso sentar as pessoas que pensam a política com “P” maiúsculo e caixa alta, para que a gente possa buscar solução para resolver esse problema, que é a remoção das famílias, e oferecer para eles moradia dia decente e digna, para que eles não sejam submetidos a esse tipo de política, que eu estou chamando de política de forma a menosprezar a política, porque a política não pode ser esse tipo de situação que nós estamos vendo.

Então, clamo às autoridades, inclusive dessa Casa, para que a gente adote providências para que nas próximas chuvas, que vão acontecer, a gente não veja cenas de enchente ou então cenas de despejo, como aconteceu hoje lá em São Miguel, lá no Jardim Helena.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Parabéns, deputado Dr. Jorge do Carmo. Parabéns pela fala. Eu vou agradecer aqui também à Defesa Civil, deputada Letícia Aguiar, deputado Major Mecca. Ela é a primeira que chega para ajudar.

Em algumas cidades, Santos, Guarujá, São Vicente, Bertioga e outros municípios, em Sorocaba, sempre é a Defesa Civil que está lá para ajudar. E graças ao desenvolvimento de avisar no celular, dar o alerta, graças a Deus não teve nenhuma vítima. Então a gente tem que agradecer por isso também, o trabalho do Governo do Estado.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - É regimental. Pode usar a comunicação.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa. e os colegas. Sr. Presidente, eu sou presidente da Frente Parlamentar em Defesa e Valorização das Guardas Municipais do Estado de São Paulo, e eu sempre digo e reforço um mantra que nós temos: o prefeito inteligente investe na sua guarda municipal.

Eu preciso destacar aqui o prefeito Geninho, prefeito de Olímpia. Olímpia tem uma guarda municipal muito eficiente, muito atuante, mas a guarda municipal lá não é armada. Veja que absurdo colocar policiais na rua para proteger as pessoas desarmados. E o prefeito Geninho iniciou a sua gestão e enviou para a Câmara Municipal o projeto para armar a guarda. Prefeito Geninho, parabéns.

Eu estive na Câmara Municipal defendendo o armamento da Guarda Municipal de Olímpia, foi um debate, foi uma discussão a respeito disso, e mostramos com números, com bons argumentos, que é fundamental que a nossa guarda municipal esteja armada, treinada e qualificada para proteger as pessoas e combater o crime.

Parabéns pela sua iniciativa, e eu espero que toda a Câmara Municipal adiante esse projeto, para que a gente possa, o quanto antes, ter essa guarda armada.

E fica aqui já também o meu compromisso na destinação de recursos para comprar as pistolas, os fuzis, o armamento que for adequado para nossa Guarda Municipal de Olímpia. Parabéns. E quero aqui também parabenizar a nossa querida cidade de Severínia, que hoje, dia 19 de fevereiro, completa 111 anos. Parabéns, em nome do nosso querido vereador William Bala.

Nós já enviamos recursos lá, para a reforma do estádio. Enviamos recursos para o asilo da cidade, que cuida dos nossos velhinhos. Parabéns, Severínia! Conte com o trabalho dessa deputada, vereador William Bala, e nosso prefeito também, Guilherme. Que Deus abençoe. Estamos juntos. Parabéns, Severínia.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Eu que agradeço. Parabéns, deputada Letícia Aguiar. Parabéns pelo excelente trabalho. Seguindo a lista dos oradores do Pequeno Expediente, deputada Thainara Faria. (Pausa.) Meu amigo deputado Reis. É regimental, tem o uso da palavra, de cinco minutos, meu amigo Reis. Está devendo uma visita lá em Sorocaba, Dr. Jorge do Carmo. O Reis está devendo uma visita lá também.

 

O SR. REIS - PT - Bom, cumprimentar meus colegas vereadores e vereadoras. Desculpa, deputados e deputadas. Eu estou com esse nome de vereador porque eu estou lendo aqui uma peça. A peça em que eu, vereador de São Paulo, e o vereador Alfredinho,  fizemos uma representação, na época, em desfavor do João Agripino Doria.

Sim, então, uma saudação a todos os vereadores da cidade de São Paulo. Porque nós temos que comemorar esse papel fiscalizador dos vereadores e das vereadoras e, obviamente, dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas. Cumprimentar o público presente, os integrantes das forças de Segurança Pública, cumprimentar o presidente Vitão do Cachorrão.

E fazer uma reclamação pública a ele. Porque o governador continua pagando um vale coxinha de R$ 12,00; e V. Exa. está vendendo seu cachorro quente por R$ 13,00. E os funcionários públicos que recebem esse vale coxinha não conseguem sequer comer um cachorro quente lá, no Vitão do Cachorrão.

Então, fazer essa reclamação, porque o governador está duro na queda. Não quer reajustar o vale refeição dos funcionários públicos, dos policiais militares, dos demais servidores. E Vossa Excelência está cobrando acima do que é o valor do vale coxinha.

Eu comecei falar de vereador e de vereadores. E o sempre vereador Paulo Fiorilo, que V. Exa. também foi vereador. O nosso senador Suplicy também foi vereador. Porque eu fiz uma representação, junto com o vereador Alfredinho, por conta da propaganda do Asfalto Novo.

O Doria, quando chegou aqui, o recapeamento de rua, que sempre teve, ele mudou de nome. Ele carimbou Asfalto Novo. Ele carimbava tudo, ele botava rótulo. Então, o programa de iluminação pública era programa Luz Acesa, e assim por diante. Essa representação colocou os bens indisponíveis, do João Agripino Doria, quando foi julgada, no valor de cerca de 29 milhões.

Porque ele gastou 14 milhões de recapeamento de rua de asfalto, e gastou 29 milhões para fazer autopromoção. Gastou 29 milhões de propaganda. Aí nós vimos que tinha uma improbidade administrativa, e representamos. Obviamente, chegou o momento que ele virou governador. E o governador tem influência.

Foi lá, e vai daqui, e recorre daqui, o TJ acabou por, primeiro, suspender a indisponibilidade dos bens do João Agripino Doria, no valor de até 29 milhões. E isso foi correndo, correndo.

E inclusive o TJ deu uma decisão, fez um acórdão, teve um acórdão e extinguiu o processo. Só que o MPF recorreu e isso foi parar no Superior Tribunal de Justiça. E ontem houve uma decisão desfavorável ao seu João Agripino Doria, em que o processo volta a correr na primeira instância novamente, e vai ter que ter decisão, nesse processo.

Então toda essa movimentação que ele fez segurou bem, mas, deputado Vitão, o ditado é muito simples: “a Justiça tarda, mas não falha”. E eu fiz questão, porque eu fiquei muito contente quando eu vi ontem, no site Migalhas, essa informação, e eu pedi para a minha assessoria levantar todo o processo, a certidão do Superior Tribunal de Justiça, as nossas representações.

Nós temos duas representações, uma, inclusive, no Ministério Público Eleitoral, porque ele gastou, no ano da eleição, o dobro do que a lei permitia, porque a lei diz que você pode gastar até a média dos últimos três anos, e ele gastou 78 milhões no ano da eleição.

E por isso também nós fizemos a representação no Ministério Público Eleitoral. Então, o que o Superior Tribunal de Justiça decidiu é que, cabe sim, à primeira instância continuar esses procedimentos e, obviamente, dar uma sentença. Não teria cabimento a extinção do processo sem o julgamento do mérito.

Então, eu fiquei muito contente, porque isso é fruto de uma representação de minha autoria junto com o vereador Alfredinho, na época, hoje deputado federal, e que eu quero dizer para V. Exas. para continuar representando contra os atos do Executivo, aqueles atos que a gente julga irregulares. Porque uma hora a Justiça vem e mostra que essas discrepâncias, que o Executivo sempre comete, têm que ter fim.

Então, é isso que eu quero deixar registrado, e a minha satisfação de ter visto ontem no Migalhas essa matéria, de que realmente o processo do João Agripino Doria volta lá para a primeira instância, volta para ser julgado e, com certeza, ele responderá por essa improbidade administrativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Eu que agradeço. Vou só agradecer ao Reis aqui e falar que o preço do cachorro-quente está justo, R$ 12,99, Guilherme Cortez.

O que está uma vergonha é o vale do servidor. Está uma vergonha, e eu já tenho requerimento pedindo para aumentar o vale do servidor. Eu também estou junto com o deputado Reis e com outros deputados nessa luta aí.

“Ah, Vitão, mas você é base do Governo”. Sim, eu sou base, mas eu sou povo, e o servidor merece um salário melhor, com dignidade e também um vale-refeição melhor, por isso que eu já fiz o requerimento.

Obrigado, deputado Reis. E falando nisso, o lanche está barato, o que está caro no nosso País é R$ 50,00 ou R$ 45,00 um pó de café.

Muito obrigado, deputado Reis.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. O senhor, certamente, vai chamar aí o próximo para orador, e eu gostaria de fazer uma comunicação enquanto isso.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - É regimental, pode fazer a comunicação.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Mais uma vez, boa tarde aos colegas, deputados e deputadas. Queria falar aqui, Sr. Presidente, que eu apresentei o Projeto de lei nº 442, de 2024, que propunha declarar de utilidade pública o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Criança e Adolescente Ermínia Circosta.

Ele tem sede lá no Itaim Paulista, na zona leste da cidade, e que faz um trabalho brilhante, um trabalho voltado para a defesa e a garantia dos direitos humanos, a defesa e a garantia das crianças e dos adolescentes, e contra, evidentemente, os desmandos, a falta de política pública e a vulnerabilidade social que a gente vê muitas vezes as nossas crianças expostas, especialmente nas regiões mais longínquas do centro, a chamada periferia da cidade.

E o Cedeca, que é o Centro de Defesa, faz um trabalho com maestria, com muita dedicação e com pouco recurso. Por isso eu até recomendo que os deputados e deputadas e os demais parlamentares que puderem ajudar entidades que fazem um trabalho sério e que usam do recurso público para combater a desigualdade social, eu recomendo que essa entidade merece o nosso apoio e merece o nosso aplauso.

Eu apresentei esse projeto para declarar essa entidade de utilidade pública e foi aprovado aqui nesta Casa pela nossa comissão conclusiva, comissão da CCJR, da qual eu faço parte, e hoje foi publicado no “Diário Oficial” do estado o autógrafo do governador, portanto, é considerada sanção, declarando o Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente Ermínia Circosta como entidade de utilidade pública.

Por isso, parabéns à professora Iara, a toda a equipe que desenvolve esse trabalho, e dizer que eu tenho muito orgulho de ter proporcionado isso aqui no Parlamento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Parabéns, deputado Jorge do Carmo. Seguindo a lista dos oradores, deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. É regimental Simão Pedro, grande amigo. Tem o uso da palavra por cinco minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Vitão do Cachorrão, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha aqui pelas galerias, também que acompanha esta sessão pelas redes sociais e pela TV Alesp.

Sr. Presidente, a Procuradoria-Geral da República denunciou ontem o presidente Jair Bolsonaro e outros comparsas, em que ele é acusado de liderar a tentativa de um golpe de Estado no dia 08 de janeiro de 2023.

Além disso, a Procuradoria investigou o Bolsonaro, que ele não só sabia como aprovou o plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal, Alexandre de Moraes. E o que o procurador está imputando de crime ao Bolsonaro?

Liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público, deterioração de patrimônio tombado.

O procurador Gonet, nesta denúncia, apresenta provas, gravações e depoimentos. Há gravações e reuniões em que Bolsonaro e aliados discutem estratégias para deslegitimar as eleições e manter o poder. Testemunhas relataram que o ex-presidente teria conhecimento prévio dos atos que aconteceram no 08 de janeiro de 2023.

Mensagens, documentos e áudios. A Procuradoria coletou mensagens trocadas entre assessores de Bolsonaro que mencionam planos para desestabilizar o governo eleito e neutralizar adversários políticos, entre as quais cópias de minutas, o roteiro do golpe feito pelo general Heleno de Freitas, que foi o candidato a vice, que também entra como indiciado pela Procuradoria.

Investigação sobre armas. Há indício de que armas foram distribuídas a apoiadores de Bolsonaro com o objetivo de viabilizar ações violentas, incluindo possíveis atentados. Relatos de militares. Alguns militares teriam confirmado que Bolsonaro discutiu a possibilidade de intervir no processo democrático para permanecer no poder.

A Procuradoria-Geral da República, nesta denúncia que encaminhou ao Supremo Tribunal Federal, sustenta que as provas indicam um plano organizado para desestabilizar a democracia brasileira e eliminar adversários políticos. Bolsonaro pode responder por crimes como tentativa de golpe, incitação ao crime e associação criminosa.

Se a denúncia for aceita, o que deve ser feito pelo Supremo, Bolsonaro se tornará réu e responderá a um processo penal no Supremo, podendo pegar mais de 30 anos de prisão. Essa denúncia era esperada pela Nação brasileira, era esperada por todos nós. Muita gente estava dizendo que estava demorando, mas a Procuradoria é um órgão muito respeitado e fez isso com muito esmero, com muito cuidado.

Mas o que eu quero destacar aqui é que essa denúncia, que pode tornar Bolsonaro e seus comparsas réus desses crimes que estão sendo-lhes imputados, foi muito bem amparada em provas robustas. Então, nós aguardamos que o Supremo agora se manifeste, faça o processo do julgamento, aceite a denúncia, torne o Bolsonaro e os seus comparsas réus, para que isso entre para a nossa experiência democrática como algo que nós temos que repudiar e não deixar acontecer. Hoje, é um grande dia para a democracia no Brasil.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Parabéns, deputado Simão Pedro. Quero anunciar aqui e agradecer nosso futuro do Brasil, a escola Senac Aclimação, aqui da capital. Sejam bem-vindos, que Deus abençoe a todos vocês. Muito obrigado pela presença. Aqui é a Casa do povo, pessoal. (Palmas.)

Seguindo a lista de oradores: deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) A deputada Beth Sahão. É regimental, deputada Beth Sahão, tem o tempo de cinco minutos.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - O que me traz aqui, Sr. Presidente, boa tarde a todos e todas, é exatamente falar sobre a dengue. A dengue que na verdade já deveria estar sendo combatida há muitos anos neste estado e que isso não vem acontecendo.

Eu acho engraçado, porque hoje, o Governo do Estado decretou estado de emergência e colocou, deputado Marcolino, que cidades onde a dengue está com uma incidência muito grave podem fazer compra, podem comprar sem licitação etc. Até aí, vamos considerar.

O grande problema é que o governo e a Secretaria Estadual de Saúde já deveriam ter feito ações preventivas que antecedem a contaminação pelo mosquito Aedes aegypti, nesta época tão chuvosa quanto nós estamos tendo. Todo mundo está cansado de saber que esse período é um período onde as coisas se tornam mais graves, os criadouros. O combate é ineficaz, é ineficiente, não consegue fazer aquilo que precisa ser feito.

Precisa ter campanhas permanentes, campanhas de conscientização da população, de modo que a população também possa colaborar. Mas a população não é culpada sozinha. Muita dessa responsabilidade está nas autoridades, que deveriam já ter feito com antecedência um programa claro e que fosse eficiente para poder impedir que nós chegássemos a essa situação que estamos passando.

Eu vou citar alguns dados aqui da dengue: O Brasil tem 320 mil casos, no Brasil todo. Só que no estado de São Paulo nós temos 110 mil casos confirmados, fora os casos que estão sendo levantados e que estão sendo investigados. Não é? Desse total, 2.907 pacientes apresentaram quadro grave da doença, que eles estão dizendo que essa dengue é a tipo três, com sangramentos pelo corpo, mucosas etc. Inclusive com óbitos. Nós tivemos no estado 126 óbitos.

E para a minha grande preocupação, 126 óbitos confirmados até o momento. Cento e vinte e seis no País, 101 no estado de São Paulo. Quer dizer, o estado que deveria dar exemplo para o resto do País, o estado mais rico e desenvolvido do País, na verdade é o estado que mais apresenta números de morte e de óbitos pela dengue. Isso não é um cálculo de proporcionalidade.

Porque às vezes, as pessoas podem dizer: “mas a população de São Paulo é a maior do País,” mas se a gente fizer o cálculo da proporcionalidade, nós observamos que o que falta para São Paulo é responsabilidade e comprometimento das autoridades de Saúde para fazer a lição de casa.

E o pior ainda, Sr. Presidente, é que desses 110 mil casos, 33 mil foram na minha região, na região de São José do Rio Preto. E a região de São José do Rio Preto teve um terço do total dos casos do estado de São Paulo, com a quantidade de 13.400 casos confirmados até agora. Desses casos confirmados até agora, 101 óbitos no estado. Somente 34 foram na região de São José do Rio Preto, da qual a minha cidade faz parte, que é Catanduva.

E por falar em Catanduva, teve até agora 841 casos confirmados de dengue até agora, sendo que mais 1.400 casos em investigação. Quer dizer, nós nem finalizamos o mês de fevereiro, porque a dengue vai embora, vai entrar março, certamente entra em abril, e nós já temos na cidade de Catanduva mais de dois mil casos. Porque certamente esses 1.400, grande parte deles, serão confirmados como casos de dengue.

Foram 7.400 casos no ano passado. Então a cidade já deveria ter se preparado também para isso; não o fez. Não o fez porque faltam critérios; porque faltam investimentos sérios para fazer o combate; porque falta uma campanha educativa importante, sendo que a cidade já apresentou dois óbitos pela dengue e mais dois que estão sendo investigados e certamente resultarão também na causa mortis da dengue.

Então, Sr. Presidente, a gente vem aqui falando há muito tempo sobre essa questão e você não vê um resultado. O próprio secretário, para concluir, Sr. Presidente, o próprio secretário estadual de Saúde, que é de São José do Rio Preto, a quem eu tenho uma relação muito cordial por sinal, o secretário Eleuses Paiva, já tinha anunciado dias atrás em uma entrevista a um órgão de imprensa de que o caso ia ser muito pior de dengue no Estado.

Então é preciso que mudem essas práticas de esperar acontecer, como é o que está ocorrendo agora em São Paulo, no estado de São Paulo, para depois atuar. É preciso atuar primeiro e evitar que as pessoas morram, ainda, de uma doença que já deveria ter sido erradicada do País e do nosso Estado há muitos anos, Sr. Presidente.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Parabéns, Beth Sahão, deputada.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - É regimental. Tem o uso da palavra.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Só para uma rápida comunicação em cima do que a deputada Beth Sahão colocou com muita propriedade. Deputada Beth Sahão, queria só complementar que o governo anterior extinguiu a Sucen, que era a Superintendência de Controle das Endemias do Estado de São Paulo, naquele famigerado PL 529, que também extinguiu o Instituto Florestal, o Instituto Geológico, o Instituto de Botânica.

E nós apresentamos, eu apresentei, um projeto de lei que está tramitando aqui na Assembleia Legislativa que recompõe, que traz de volta a Sucen e os institutos que foram... Institutos de pesquisa que foram extintos pelo ex-governador Doria no famigerado PL nº 529.

Agora eu não vi nenhuma atitude ainda, nenhum pronunciamento, nenhuma inciativa do governo Tarcísio para que a Sucen seja reconstruída, seja recolocada de volta no SUS, no Sistema Único de Saúde, porque ela dava assistência aos municípios, sobretudo do interior paulista, que ficou totalmente abandonado.

Então nós temos que voltar com a Sucen. A Sucen deve ser reconstruída novamente, juntamente com os institutos de pesquisa, para que nós possamos atravessar toda essa crise ambiental e de endemias no estado de São Paulo, que a dengue é uma delas, tem muitas outras.

Era isso, muito obrigado e parabéns deputada Beth Sahão pela sua intervenção.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Seguindo a lista dos oradores. Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.)

Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Tem o tempo de cinco minutos no Pequeno Expediente, meu amigo Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, aos deputados, às deputadas que estão presentes nesta Casa Legislativa, a todos os funcionários que nos dão suporte, aos policiais militares, civis e a todos que nos acompanham pelas redes sociais.

É absurda, inexplicável... Que nós não podemos aceitar a perseguição política que sofre hoje o presidente Jair Bolsonaro e toda a sua base aliada.

Eu acredito sim que essa denúncia, que foi feita pela PGR, apresentada ontem, foi o ataque mais evidente à perseguição que sofre Jair Bolsonaro e sofremos todos nós. Quem diria que nós viveríamos uma fase de censura, em que você não pode expressar aquilo que você pensa sobre evidências, sobre fatos que nós presenciamos?

Como que se apresenta uma denúncia, sendo que não há ato executório algum? Não houve mobilização de tropa. Não houve assinatura de nenhum decreto para esse fim. É absurda essa denúncia que foi feita. Concidentemente, no dia em que pesquisas apontam que Jair Bolsonaro ganharia do Lula no primeiro turno e no segundo turno.

Nós precisamos, todos nós, que somos homens, mulheres, tementes a Deus, que trabalhamos, que cuidamos e zelamos pela nossa família, expor essa indignação. Todas as Casas Legislativas do Brasil, sejam municipais, estaduais, o Congresso Nacional, devem sim repercutir essa insatisfação, essa nossa decepção com a postura atual do governo que está no poder, promovendo ações de censura e perseguição a nós, que somos da direita. Nós não podemos aceitar esse tipo de atitude em um país democrático.

Eu faço essa explanação aqui porque eu, como policial que fui por 32 anos no serviço ativo, e hoje estou aqui defendendo esses homens, essas mulheres, todos os trabalhadores do estado de São Paulo... Nós sempre trabalhamos com os dois maiores valores da humanidade, que é a vida e a liberdade.

Nós testemunhamos hoje a vida de inúmeras pessoas que estavam em Brasília no dia oito de janeiro, que construíram todo um arcabouço para dizer que aquilo foi um golpe, uma tentativa de golpe de Estado. Sem ninguém estar armado, senhoras de idade que estavam com Bíblias, com terço. Praticaram crime de depredação? Que sejam punidos pelo crime de depredação, e não por golpe de Estado.

A liberdade de expressar aquilo que pensamos... Porque qualquer deputado de direita hoje tem que ter todo o cuidado do mundo para dizer o que pensa. Eu fui cerceado inúmeras vezes nas minhas redes sociais por expressar aquilo que penso.

Sendo parlamentar, tendo imunidade, mesmo assim fui censurado. Que essa nossa indignação seja repercutida em todo o Brasil, em todas as casas parlamentares, porque nós não podemos aceitar um absurdo como esse que nós vivemos no Brasil hoje.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Eu que agradeço, deputado Major Mecca. Seguindo a lista dos oradores, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Vitão do Cachorrão, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, ontem tivemos um dia histórico no Brasil, porque o procurador-geral da República, enfim, denunciou no Supremo Tribunal Federal a tentativa de golpe, a tentativa de sabotagem da democracia brasileira, contra o ex-presidente Bolsonaro e outras 33 pessoas que participaram desse movimento, desse atentado contra o povo brasileiro.

Então, agora, o Supremo Tribunal Federal vai analisar as 900 páginas do inquérito que foi produzido pela Polícia Federal e amplamente analisado pela PGR, a Procuradoria-Geral da República. Então, as denúncias são extremamente consistentes, Sr. Presidente. Foram feitas com todo o rigor da legislação, dentro também do Estado Democrático de Direito.

O fato é que as denúncias se referem ao ex-presidente Bolsonaro, que tentou implantar no Brasil uma ditadura, um governo com características protofascistas. Ele está sendo acusado pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, por golpe de estado, por organização criminosa armada, por dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado, sem contar, logicamente, as outras denúncias contra ele, como a falsificação da carteira de vacinação, o roubo das joias. Tem várias outras denúncias contra o ex-presidente Bolsonaro.

A questão que eu acho que é a mais séria de todas é a questão da Covid, da pandemia, onde ele estimulou a propagação do vírus. Talvez nós não tivéssemos... Talvez não, com certeza, se ele, como presidente, tivesse estimulado o isolamento social, o uso de máscara, a vacinação, não teríamos 700 mil pessoas mortas no Brasil.

Então, uma boa parte dessas mortes são debitadas na conta, ou creditadas na conta exatamente do comportamento desse presidente que defendeu a cloroquina, que foi contra a utilização de máscaras, que foi contra o isolamento social e sobretudo tentou sabotar a vacina o tempo todo. Então, muitas pessoas morreram por conta dessa política genocida. Esse talvez tenha sido o maior crime de todos, do ex-presidente Bolsonaro.

Então, a denúncia é importante. Espero que o Supremo Tribunal Federal tome as devidas providências, porque para nós é claro: houve mesmo tentativa de golpe, de golpe e de matar o presidente Lula, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e o próprio vice-presidente Alckmin. Isso está mais do que provado. Então houve ali uma organização criminosa, que não era mais nem política, era tentativa de intervenção criminosa contra a democracia brasileira, contra o povo brasileiro.

Então, esses fascistas devem ser todos condenados e presos. General Heleno, general Braga Netto, o Ramagem, todos eles, sem exceção, devem ser punidos com todo o rigor da lei, porque o Brasil não pode mais aceitar atentados contra a democracia. Temos que enfrentar o fascismo. Com fascista a gente não discute, a gente tem que derrotar, Sr. Presidente, e tem que usar a lei, porque é inconcebível o que aconteceu.

O Brasil tem que punir qualquer tentativa de intervenção na nossa democracia, como essa nefasta tentativa que houve, sobretudo no dia 8 de janeiro, que foi, na verdade, o apogeu de um movimento que começou com os acampamentos em frente ao aos exércitos, como aqui na frente do Ibirapuera nós tivemos aqui três meses de acampamento.

Ninguém falou nada, não houve nenhuma atitude, nem da Assembleia Legislativa. Nós repercutimos que éramos contra e sabíamos que havia a preparação ali de uma intervenção.

Então ontem foi um dia histórico, porque o Brasil não pode aceitar ditadura de nenhum tipo, nem ditadura militar, nem esse tipo de ditadura, Sr. Presidente. Então viva a democracia, e, como diz o Chico César, grande músico: fogo nos fascistas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado, Giannazi. Seguindo a lista, Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado André Bueno. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.)

Deputado Guilherme Cortez, deputado que está fazendo um excelente trabalho, tem uma oratória excelente.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, presidente, meu grande amigo Vitão do Cachorrão, e boa tarde a todos os meus colegas, deputados e deputadas, aos servidores desta Casa e ao público que nos acompanha aqui na galeria ou através da Rede Alesp. Presidente, hoje os bolsonaristas estão chorando aqui, porque o grande líder deles está prestes a ver o sol nascer quadrado. Isso é um grande motivo de alegria.

O deputado Mecca veio aqui e disse que é inexplicável o motivo pelo qual o Bolsonaro foi indiciado pela PGR. Engraçado que são os mesmos deputados que dizem que bandido bom é bandido morto e que dizem que não precisa de muita explicação para alguém tomar um tiro por conta da Polícia Militar ou ser jogado de uma ponte. Agora, para o Bolsonaro, faltam motivos. Então eu me proponho a explicar por que o Jair Bolsonaro está sendo indiciado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

* * *

 

Jair Bolsonaro está sendo indiciado por conta de fartos indícios probatórios de que ele participou pessoalmente de uma articulação para tentar dar um golpe de Estado depois que ele perdeu a eleição de 2022, articulação essa que envolveu reuniões no Palácio do Planalto com a sua presença, a confecção de uma minuta do golpe, com comentários seus, e inclusive um plano para se assassinar o presidente eleito da República.

Sabe, assassinos, pessoas que iriam matar um senhor de idade que foi eleito presidente da República. Aí eles dizem: “Mas não teve arma, mas não teve mobilização de tropas”. Precisava ter? Precisavam ter matado o Lula também para gente estar falando que teve golpe? Que bom que não teve, aí não precisa sofrer o golpe para dizer que as pessoas estão tentando dar um golpe.

O que mais falta de prova, de indício? Uma pessoa que a vida inteira falou de ditadura, que nunca reconheceu que perdeu eleição, que fez reunião com embaixadores e autoridades de outro país para tentar colocar em xeque a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro, que depois tomou um pau na eleição, foi lá e passou meses escondido, articulando tentativa de fraudar o resultado da eleição... O que mais falta de prova e o que mais falta para uma pessoa que faz tudo isso ser punida pelos seus crimes?

O lugar do Bolsonaro, e isso não é porque eu discordo dele... Por eu discordar do Bolsonaro, eu quero que o projeto político do Bolsonaro seja derrotado na sociedade brasileira. Mas, por o Bolsonaro ser um criminoso que tentou dar um golpe de Estado e fraudar o que a gente tem de mais sagrado na democracia brasileira, que é a vontade popular, aí, sim, e só por isso, ele tem que ser preso. Não só ele, mas todos os seus comparsas, porque ele não ficou pensando em dar golpe sozinho.

Ele ficou discutindo o golpe com os filhos, ficou discutindo o golpe com os deputados, ficou discutindo o golpe com autoridades do Exército, com empresários. Toda essa turma que confabulou uma tentativa de dar um golpe de Estado, de matar pessoas, de fraudar a democracia brasileira, de se criar uma instabilidade no País, tem que ser presa pelos seus crimes.

E aquelas pessoas que foram feitas de massa de manobra também para cometer crimes também tem que ser presas, porque o deputado Mecca fala de senhoras de idade com Bíblia e terços que, no dia 8 de janeiro, estavam passando lá por Brasília. Senhoras de idade com Bíblia e terços que quebraram gabinete de ministro do Supremo Tribunal Federal, que defecaram em coisas, que danificaram o patrimônio público, que senhoras de idade com Bíblia e terços são essas?

Deviam estar fazendo coisa melhor, porque você pode estar com Bíblia, pode estar com terço. Se você cometer um crime, você tem que ser preso, não é? Turma do bandido bom é bandido morto. Vamos usar o mesmo critério que a gente usa para golpista, que vocês usam para quem comete crime, ou para quem vocês acham que cometeu algum crime.

Agora, o que a gente está vivendo é histórico no nosso país, presidente. O Brasil, daqui algumas semanas, vai ganhar o Oscar pelo seu primeiro filme, melhor filme estrangeiro, pelo filme “Ainda Estou Aqui”, um filme muito simbólico e um filme que nos relembra a desgraça que foi a ditadura militar brasileira.

E que nos lembra de que os fantasmas do autoritarismo da ditadura ainda estão aqui, ainda estão neste plenário, ainda estão em generais que acham que o papel deles é tutelar a nossa política, ainda estão em políticos perdedores e fracassados que, quando perdem uma eleição, vão lá e tentam dar um golpe.

E a gente não deve cometer o mesmo erro que a gente cometeu no fim da ditadura. Se a gente não exorciza esses demônios, se a gente não passa os crimes do autoritarismo a limpo, se a gente não condena os criminosos que cometem crimes contra o povo brasileiro, eles voltam para nos assombrar anos depois, como estão voltando agora.

E a gente não vai deixar nem o Bolsonaro, nem os arruaceiros que tentaram dar um golpe junto com ele, nem os financiadores, nem ninguém que esteve envolvido nessa quadrilha por uma série de tentativas de crime que sigam impunes, porque se isso acontecer, a democracia brasileira vai estar mostrando que ela pode ser abatida, ela pode se curvar para qualquer pessoa. E a gente não pode deixar que isso aconteça.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - O projeto da direita, dos conservadores não cairá e, a partir de 2026, esse País voltará a ter dignidade.

Próximo orador, deputado Vitão do Cachorrão, para o tempo remanescente.

Pela ordem, tem a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Deputado, o deputado Vitão do Cachorrão...

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Ainda não falou, ele está se dirigindo para lá. Há uma prática de possibilitar. Eu posso até pedir para o deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Ele tem o tempo remanescente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Ele tem quantos minutos?

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Tem dois minutos para falar.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu peço em seguida, então, eu não vou cercear o deputado da palavra.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Com a palavra o deputado Vitão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, deputado.

Boa tarde a todos. Vou ser breve aqui, mas não posso deixar de agradecer. O sonho de todo, não é de todo brasileiro, de todo o ser humano é ter a casa própria. E eu quero agradecer aqui ao secretário Marcelo Branco, que tem se destacado no Estado.

Ontem eu fui com alguns prefeitos a algumas cidades. Fora as moradias populares em que eu já fui na inauguração e a gente conseguiu através do nosso pedido, ontem não foi diferente. Porto Feliz, Timburi, Sorocaba, que precisa muito de moradias, teve até sorteio em Sorocaba, então as casas precisam ser construídas.

Capela do Alto, Pariquera-Açu, cidade de Canas, Itapetininga, Barão de Antonina e Torre de Pedras, só que nada, nada, vai ser mais de duas, três mil moradias para essas outras cidades. E para Sorocaba, estou solicitando três mil moradias.

Vou ser breve aqui também, Major Mecca, e conto com a ajuda de V.Exa., que V.Exa. é especialista nessa causa; falar aqui dos nossos heróis da Polícia Militar. E eu tenho meu sogro que se aposentou no Corpo de Bombeiros, mas não é pela amizade, é pela justiça.

Os policiais receberam, no ano de 2013, o benefício chamado ALE, que é um Adicional de Local de Exercício. Esse benefício foi extinto em 2013, pela Lei Complementar nº 1.197, de 2013, mas é interessante a gente retomar a discussão desse benefício.

 Por esse benefício, os policiais recebiam um valor a mais nos seus vencimentos, dependendo do tamanho da população da cidade, oferecendo riscos, muito perigoso. Vossa Excelência esteve na rua trabalhando pela segurança pública. Nós temos recebido solicitações no nosso gabinete de pessoas que querem a volta desse valor adicional. E é merecido para a Polícia Militar.

Mas temos recebido também reclamações de policiais militares que receberam esse adicional de local de exército e não tiveram incorporação de cem por cento dele. Segundo os policiais, a incorporação foi apenas 50 por cento. Desta forma, eu fiz a indicação: uma pleiteando a volta dos benefícios e a outra pedindo para que o governador reveja essa decisão e incorpore 100% do adicional para todos aqueles que receberam o benefício até 2013.

A Polícia Militar, a Guarda Civil, a Polícia Civil, os nossos policiais merecem dignidade. Então eu peço para que volte o ALE 100% para os policiais.

Obrigado.

Obrigado, Presidente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Vitão. Tem a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Primeiro dizer ao deputado Vitão que jamais cercearia a palavra do deputado no Pequeno Expediente ou no Grande Expediente.

Sr. Presidente, a minha questão de ordem é a seguinte. Qualquer um dos 94 deputados, quando o presidente desta Casa não está, pode exercer a presidência da Casa. Minha questão de ordem é: o presidente que assume os trabalhos precisa se portar como presidente, e não como deputado; nem de esquerda, nem de direita.

Então eu queria que a Mesa pudesse se pronunciar sobre o uso da palavra pelo presidente para se posicionar pela “A”, pela “B”, pela “C”, pela direita ou pela esquerda, porque isso aqui não pode ser feito dessa forma.

Então eu vou apresentar por escrito, para que a gente não tenha mais dúvida de como se porta um presidente desta Casa, que não deve ser de direita nem de esquerda. E se o presidente que está tocando os trabalhos for de direita, que ele não se manifeste com as suas opiniões particulares, até porque ele tem microfone de aparte e os microfones do Pequeno e do Grande Expedientes.

Nós vamos encaminhar por escrito, para que o presidente desta Casa oriente todos os deputados a se comportarem da forma adequada.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Apresente, sim, deputado Paulo Fiorilo, e oriente a sua bancada, que eles fazem e têm essa mesma atitude aqui. Mas quando é um deputado de direita, os senhores querem cercear a nossa liberdade de expressão. Apresente, fique à vontade, é um direito seu.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Vou fazer a abertura do Grande Expediente, que tem outros oradores aguardando.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Diferente do senhor, eu permito que as pessoas falem.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - O senhor poderá falar pelo Art. 82.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não. No 82, peço, mas eu pedi uma questão aqui que é de comunicação.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Está aberto o Grande Expediente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, o senhor vai proibir a minha comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Faço início da lista de oradores do Grande Expediente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, o senhor vai proibir a minha comunicação? Sr. Presidente, o senhor vai proibir a minha comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Chamo à tribuna o deputado Conte Lopes.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, o senhor não pode fazer isso. Sr. Presidente. O senhor vai proibir a minha comunicação? O senhor vai dizer que o senhor não vai me permitir?

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - O senhor pode contribuir para o bom andamento da sessão?

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu estou perguntando se o senhor vai abrir a comunicação. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Eu estou chamando o deputado para a tribuna e vou abrir a comunicação para o senhor, se o senhor puder contribuir, seria de bom alvitre isso.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Se o senhor não tiver essa postura, eu contribuo.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - É essa a democracia do PT, do PSOL?

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, não. A democracia é o senhor dizer se vai ou não me permitir falar.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Se um deputado de direita tivesse falado aqui, “fogo nos fascistas”, direcionado a vocês, seria um dos maiores absurdos.

Tem a palavra o senhor para comunicação.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado. Primeiro, eu queria ajudar o senhor. Vou ajudar o senhor. O que o senhor falar naquele microfone ou neste, o senhor é responsável pelas suas palavras.

O que o senhor falar como presidente, não. O senhor está dirigindo os trabalhos desta Casa, o senhor tem que ter uma postura de presidente. Se for para ter postura de presidente, tem o senhor e tem os deputados da esquerda. Agora, o senhor não pode aí, em cima do banco da Presidência, ditar ordens.

Aliás, quando eu pedir uma comunicação, o senhor pode dizer: “Assim que eu chamar o primeiro orador, vou permitir”. Não: o senhor alterou a voz, assim como eu o fiz, para poder ser ouvido.

Então, eu queria dizer o seguinte: eu vou encaminhar por escrito e vou pedir que o presidente se manifeste, até porque a gente dirime qualquer dúvida de quem preside os trabalhos: da esquerda, da direita, do centro, de qualquer lado.

Presidente é presidente, deputado é deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Retorno. Faça-o, deputado.

Tem a palavra o deputado Conte Lopes, para uso regimental da palavra.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a primeira vez que eu fui fazer uma reunião política foi com o deputado Cunha Bueno.

Eu ia começar a carreira política na Polícia Militar, ia na Rota. E ele me falou se eu tinha legenda, eu falei que tinha, ele falou: “tem certeza?”. Aí ele me levou do lado de fora e falou: “olha, a política é igual isso aqui, ó, a nuvem. Ela está de uma forma e daqui a pouco ela está de outra”.

Então é bom a gente colocar aí que o pessoal tenha calma, o pessoal da esquerda. O presidente hoje, o Lula, ficou dois anos preso. Ele trocou 587 cartas com a Janja. Foi ele que falou “não fui eu”. E hoje ele é presidente da República. Ele foi condenado três vezes, em três instâncias, por corrupção, sei lá, e um monte de gente foi condenado também. E voltou todo mundo, está todo mundo aí. Então vejam bem: a política é dinâmica.

Alguém esperaria que o procurador que fez a denúncia faria algo diferente? Ele foi indicado pelo presidente Lula. Ele foi indicado. Da mesma forma quando o Alexandre de Moraes manda para primeira, o primeiro grupo lá deles, que tem o Flávio Dino, o advogado do Lula, ele e mais duas pessoas lá, que já sabe o voto que são.

Agora o problema é o seguinte: e daqui um ano? E daqui até a eleição, vai continuar a mesma coisa? Esse é o grande problema. Eu vejo deputados entrarem aqui, até advogados, discurso bom: “a polícia é a favor da pena de morte, bandido bom é bandido morto”.

É mesmo: bandido bom é bandido morto mesmo. Porque não dá lucro para mais ninguém. Não dá lucro para advogado, para ninguém. E uma coisa certa, que eu sou obrigado a colocar aqui. Dou uma aula de polícia, que eu estou há mais de 50 anos na polícia.

Ou a polícia caça os bandidos, ou os bandidos caçam a população. É simples. a polícia estava caçando os bandidos, aí estava todo mundo chiando aqui. A polícia deu uma travada? Deu! O que está acontecendo com a população agora? O cara é morto em cima de uma bicicleta. A doutora vai correr de manhã e é atacada por bandidos, tem a mão mordida, apanha.

Outra, é o povo morrendo na mão dos bandidos. Então isso não vai mudar nunca. Ou a polícia tem força para combater o crime, para perseguir bandido, ou então obviamente, os bandidos perseguem o cidadão de bem.

E, com relação à denúncia, é óbvio que ia acontecer isso. O procurador foi indicado pelo Lula. Ele não é nem o primeiro. Ele foi indicado pelo presidente atual. Agora, as próximas eleições serão as próximas eleições.

Eu só fico triste que o Judiciário hoje é usado politicamente. Quando o presidente põe o cara lá, já sabe o que o cara vai fazer. A Justiça vai continuar assim? Rui Barbosa já dizia: “a pior ditadura é a do Judiciário”, porque o cara não tem onde recorrer. Você vai recorrer para quem?

“Ah, não pode nem falar isso, que é perigoso”. Eu sei disso, mas, infelizmente, a gente está vivendo isso. Não é de direita, de esquerda. Eu acho meio errado. O próprio Lula hoje está dando declaração: “cada um responde pelos seus atos”. Ele mesmo fala isso. Agora, tentativa de matar o presidente? Com o quê? Iniciou-se alguma coisa?

Eu vi doutores que vêm aqui, temos vários doutores aqui, que eu entendo o que pô, pensar, querer... Você tem que iniciar alguma coisa. Alguém comprou veneno, procurou o Lula, o Alckmin, para jogar veneno para ele comer? Então, a partir daí, realmente não dá para entender isso. Vossa Excelência...

 

A SRA. FABIANA BOLSONARO - PL - Deputado Conte, com licença. Eu gostaria de pedir o restante da parte da vossa fala. Pode concluir, por gentileza.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Então vou concluir meu raciocínio, e peço para V. Exa. honrar o meu tempo. Então eu acho que é hora de muita calma em todos os sentidos. O ano que vem vai haver eleições. Quem ganha eleição, da direita, da esquerda, as coisas podem mudar.

Até lá, as coisas podem mudar. Está aí, o Lula caindo nas pesquisas. Está aí, caindo o governo, desbarrancando. Não sou eu que estou falando, é a imprensa. O povo aguenta tanto tempo isso aí? Essa é a grande verdade. Então fica aí a nossa colocação.

Vamos com calma, vamos aguardar os acontecimentos. E aqui entre nós: o capitão que fez a denúncia, o ajudante de ordens, não é amigo do Bolsonaro. Ajudante de ordem, o presidente da casa tem. É um capitão que anda junto com o cara, leva os documentos, vai marcar pauta. Não é que é amigo, que participa. É simplesmente um ajudante de ordens. Vamos ver o que ele falou, que eu nem sei. Vou ver agora o que ele falou.

Mas, obrigado, Sr. Presidente.

Queria passar o restante do tempo para a nobre deputada Fabiana.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - É regimental. Tem a palavra a deputada Fabiana Bolsonaro.

 

A SRA. FABIANA BOLSONARO - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, inclusive queria parabenizar a condução do presidente, do nosso querido Major Mecca, na condução aqui dos trabalhos.

Eu subo hoje a esta tribuna para manifestar minha indignação e meu veemente repúdio às denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e outras 33 pessoas, sob a absurda acusação de tentativa de golpe.

Essa denúncia não se sustenta, ela não tem fundamentação jurídica sólida e carece de provas concretas. Trata-se de mais um capítulo de perseguição política que vem sendo imposta contra Bolsonaro e aqueles que ousam defender os valores conservadores, a liberdade e a soberania do nosso País.

Vejam, senhoras e senhores, a celeridade com que a Polícia Federal conduziu esse inquérito sem conceder o direito ao contraditório e à ampla defesa, princípios básicos da nossa Constituição. É um processo montado, seletivo e direcionado, que tem como único objetivo criminalizar a figura de Bolsonaro e deslegitimar a sua trajetória política.

Aqui eu reforço, Jair Bolsonaro sempre respeitou a Constituição e o Estado Democrático de Direito nunca compactou com qualquer movimento que visasse à desestabilização do País. Quem acompanhou sua trajetória sabe que ele sempre lutou pelo fortalecimento da democracia, pela liberdade do povo e pela soberania nacional. Não podemos permitir que essa narrativa, criada para manchar sua reputação, prospere.

Não podemos aceitar que um ex-chefe de Estado seja alvo de perseguição política disfarçada de um procedimento legal. Hoje é Bolsonaro, amanhã pode ser qualquer um de nós. Por isso, apresentamos esta moção de repúdio contra essa denúncia da PGR e reafirmamos nosso total apoio a Bolsonaro e àqueles que estão sendo injustamente acusados.

Seguiremos vigilantes, firmes e atuantes à defesa da verdade, da justiça e da liberdade. Estamos juntos, nosso querido presidente, sempre presidente Jair Bolsonaro. A nossa moção de repúdio. Conte conosco, sempre seremos unidos.

Inclusive, esse papo do Covid, morreu um milhão de gente nos Estados Unidos, não foi culpa do Bolsonaro. Aqui foi o primeiro país, um dos primeiros a liberar a vacina. Aqui também, eu quero ler sobre o fascismo para tentar entender. Fascismo é uma ideologia política ultranacionalista e autoritária caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição por via da força e forte arregimentação da sociedade e da economia.

Realmente, estamos vivendo um regime fascista, mas não é por Jair Bolsonaro, são outros 500 que, se eu falar, talvez eu saia daqui algemada. Porque hoje não podemos expressar o que a gente sente, o que a gente pensa, mesmo tendo todo o respaldo jurídico que um deputado tem para falar. Isso, eu ficaria indignada se fosse um deputado da esquerda querendo falar o que precisasse ser falado, se fosse um deputado do centro ou da direita. A gente tem que ter o direito de poder falar o que a gente pensa e acredita, porque estamos vivendo, sim, pessoal, um momento muito sombrio de democracia relativa.

É isso.

Obrigada a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputada Fabiana Bolsonaro. Dando sequência à lista, deputado Paulo Fiorilo, por permuta com o deputado Dr. Jorge do Carmo.

Só retornando, na sequência está o deputado Danilo Campetti, a quem o senhor está na sequência. Deputado Danilo Campetti tem o tempo regimental, para o uso da palavra.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Cumprimentar aqui o Sr. Presidente, deputado Major Mecca, obrigado pela concessão da palavra. Cumprimentar as Sras. Deputadas e Srs. Deputados, colegas aqui em Plenário, cumprimentar os amigos que nos acompanham pelas galerias, servidores da Casa, policiais civis, militares, assessorias, quem nos acompanha pela Rede Alesp.

Sr. Presidente, eu fico pensando, estava refletindo, na condição de 25 anos como policial, participando de diversas, diversas audiências, enquanto policial civil, enquanto policial federal, e eu fico imaginando o que é se deparar com uma peça acusatória como essa que foi apresentada ontem, cheia de ilações, cheia de conjecturas. Eu estou há 17 anos na Polícia Federal, deputado Conte Lopes.

Esses dias até me perguntaram, em uma postagem que eu fiz, porque eu coloco às vezes algumas fotos minhas, na época da Polícia Federal, me perguntaram, Major Mecca, o seguinte: “deputado, está com saudade de vestir o uniforme da Polícia Federal?”. Ao passo que eu respondi, eu falei: “eu estou com saudade da Polícia Federal, de quando eu vestia esse uniforme”.

Porque lá atrás, só para fazer um comparativo, eu participei de diversas fases da Lava Jato, com certeza, de praticamente todas aqui em São Paulo. A Lava Jato são sete anos de operação, 80 fases. Eu devo ter participado, pelo menos, para chutar baixo, de um terço dessas fases. E falam em prisão, prisão do presidente Bolsonaro.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

No caso da Lava Jato, se chegou à prisão de um ex-presidente da República depois de quatro anos de investigações, crimes comuns, provas consistentes, e não tinha um viés político dentro da Polícia Federal. Infelizmente, eu sinto com muita tristeza ter que dizer isso, mas a Polícia Federal hoje está inclinada a um lado ideológico.

A Polícia Federal hoje cumpriu um papel já no relatório de investigação que nos chama a atenção, porque põe sempre no condicional - estaria, seria, teria se encontrado -, não é algo consistente. E disso resultou... E nós temos lá a prisão de várias pessoas, de várias, mais de mil foram processados nos atos de 08 de janeiro, e não há uma conexão desses atos com o que querem se imputar agora, não há unidade de desígnios.

Não há individualização de penas, não há proporcionalidade na dosimetria da pena. Nós temos uma senhora que, com um perigosíssimo batom, que escreveu em uma estátua, lá na frente do STF, o batom não resistiu a um lance de água. Ela foi condenada a 17 anos de cadeia, ao passo que uma outra pessoa, que esquartejou o seu marido, com 16 anos estava na rua.

Então, temos que assumir, há um problema na dosimetria da pena, ponto. Com relação à denúncia de ontem, na minha concepção, ilações, conjecturas. O presidente Bolsonaro desde sempre conviveu com uma acusação, lá desde 2019, de um fascismo imaginário. Desde 2019, acusam o presidente Bolsonaro: “é um fascista, vai dar golpe”. É o fascismo imaginário e o golpe imaginário, que não ocorreram.

Como é que ele vai dar golpe nele mesmo, no poder? Qual a conexão desses atos, do que querem imputar ao presidente Bolsonaro ao que aconteceu no 08 de janeiro? Nós temos que estar adstritos àquilo que diz a teoria geral do crime, caminho do crime, “iter criminis”: cogitação, atos preparatórios, atos executórios, consumação e resultado. A tentativa começa com o início dos atos executórios, a tentativa começa com o início dos atos executórios. Não há atos executórios, não há uma liderança, não há uma liderança. Não há uma liderança nos eventos de 08 de janeiro, não há uma liderança.

Há dano ao patrimônio público, há invasão dos prédios, tudo bem, e é para isso que está sendo votada a anistia. Agora, cadê a liderança para assumir? No 08 de janeiro os prédios estavam vazios, vazios, potencial lesivo mínimo, zero. Não tinha como dar-se o golpe de Estado, não havia.

Ou a nossa democracia é muito frágil, ou a nossa democracia é como o atual presidente fala, é uma democracia relativa. Aliás, no 08 de janeiro tem até um pronunciamento que o próprio presidente fez - eu fico até feliz que as deputadas, aqui, estejam presentes, que eu acho que é uma oportunidade de se manifestar também.

Machado, por favor, se puder colocar o pronunciamento do presidente aí no dia 8 de janeiro.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Eu peço que deixe aí a frase, por favor, durante o meu pronunciamento aqui, Machado. Então, assim, é aí que está a preocupação? Onde está o respeito com as mulheres nesse momento? É uma questão que fica e que eu acredito que as deputadas depois se pronunciarão.

“Por isso que eu sou um amante da democracia. Não sou nem marido, eu sou um amante da democracia, porque a maioria das vezes os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas próprias mulheres. E eu sou um amante da democracia, porque eu conheço o valor dela”.

Então, assim, a gente tem que levar a sério a defesa das instituições democráticas. Deputado Major Mecca, o presidente Bolsonaro sempre esteve na defesa das quatro linhas da democracia, sempre.

Imputar um monte de conjecturas, ilações, além de ser uma grave injustiça, grave injustiça que estão sofrendo aquelas pessoas que estão presas, tá? Porque o atual presidente ficou preso 500 dias, mas ele ficou em uma sala de Estado Maior lá em Curitiba. Uma sala com ar-condicionado, com bicicleta ergométrica, com acesso a tudo que ele podia.

Essa mulher que eu falei, a Débora, está aqui em Tremembé, na tranca. Ela não entrou em nenhum lugar. Então, assim, não pode... A gente não pode conceder que pau que deu em Francisco não dê em Chico. As instituições devem ser preservadas, preservadas. Nós precisamos de um Judiciário de estado, de um Ministério Público Federal de estado e de uma Polícia Federal de estado.

Essa Polícia Federal que conduziu e conduz... E conduziu, na época, as melhores operações policiais contra crimes; contra aqueles crimes que lesaram o Estado brasileiro; contra aqueles crimes que recuperaram ativos; contra aqueles crimes que prenderam e que deram opção, que deram possibilidade de se seguir a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal.

Nós temos aqui apenas uma denúncia. O que é uma denúncia? Uma denúncia é uma interpretação dos fatos por uma parte. Temos ainda todo o processo a ser seguido. Esperamos que se abram possibilidades de defesa, de oitiva de testemunhas para que o contraditório realmente seja efetivo.

É isso que nós esperamos, é isso que nós contamos, que as instituições estabelecidas democraticamente neste país... E que nós apoiamos. As instituições devem ser instituições de estado; não devem estar contaminadas com nenhuma ideologia política, sabe por quê? Porque o chicote troca de mão. E aí não é bom para a população. É a população que paga esse ódio de um lado para o outro.

O que nós defendemos é a isenção, é imparcialidade das instituições do julgamento, principalmente de julgamentos importantes como esse em que tem, dentre as trinta e quatro pessoas denunciadas, o presidente Bolsonaro, que sempre prezou, sempre esteve ali na defesa da nossa democracia e que conta aqui com o nosso apoio.

Muito obrigado, presidente.

Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Dando continuidade aqui ao nosso Grande Expediente. Chamamos para fazer uso da palavra o nobre deputado Jorge do Carmo, não é? Em permuta com o Paulo Fiorilo? Paulo Fiorilo, deputado Paulo Fiorilo, com permuta com o deputado Jorge do Carmo.

 

O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Rafael Saraiva.

 

O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - Uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. RAFAEL SARAIVA - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Quinze dias, presidente. A partir de hoje contamos, iniciamos uma contagem regressiva de quinze dias que o governador Tarcísio de Freitas tem para sancionar ou vetar o PL 587, de 2023, de autoria do deputado Caio França, do qual sou coautor, que fala muito, conhecido...

É carinhosamente apelidado de Lei Joca, que fala sobre condições de saúde e bem-estar para os animais domésticos dentro dos aeroportos estaduais. Isso se deu por causa das tragédias, infelizmente rotineiras, dentro do Aeroporto de Guarulhos, Aeroporto de São José do Rio Preto e tantos outros.

Então o animal, com esse projeto sendo sancionado, essa lei sendo sancionada, terá condições de saúde, bem-estar, dignidade e respeito por parte das companhias aéreas, com poder coercitivo, fiscalização do Governo do Estado de São Paulo. Eu tenho certeza de que, neste ano de 2025, com essa sanção, vai ser a primeira conquista da causa animal de muitas outras que virão, de muito trabalho intenso dentro do Legislativo, do maior Parlamento da América Latina.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha das galerias, as assessorias, aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp, quero aproveitar aqui o Grande Expediente para retomar o debate sobre a denúncia apresentada ontem pela Procuradoria-Geral da República.

A primeira questão que a gente precisava colocar aqui - e eu ouvi atentamente os deputados bolsonaristas - é se leram as 270 páginas da Procuradoria-Geral. Porque, vir aqui e descredenciar, que não tem prova, que é achismo, que é denúncia sem comprovações e tal, eu fico impressionado, não é? Porque ninguém leu.

Se lesse, ia perceber que a denúncia apresentada tem conteúdo, substância e provas. Aliás, provas que podem ser contestadas depois que se iniciar o processo, para saber se vão ser condenados ou não aqueles que estão na representação da Procuradoria. É impressionante o malabarismo verbal que alguns deputados fazem aqui para tentar defender o presidente Bolsonaro, inelegível.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Danilo Campetti.

 

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Então vamos lá. Deputado vem aqui para falar da Polícia Federal. “A minha Polícia Federal é melhor que a Polícia Federal de hoje”. Depois termina dizendo: “Nós precisamos defender as instituições”. Bom, se a Polícia Federal é uma instituição, qual é a instituição que está se defendendo aqui? A dele ou a atual?

Aliás, a gente poderia olhar o que a Polícia Rodoviária fez no processo eleitoral. Alguém esqueceu as blitz para impedir que os eleitores fossem às urnas? Pior do que isso, a denúncia mostra uma tentativa de matar o presidente eleito e seu vice.

Então eu queria perguntar aos deputados defensores do inelegível: vão falar que foi o quê? “Ah, não, mas não teve morte, era só um planinho”. Eu fico ouvindo aqui e acho que nós estamos brincando de historinha da carochinha, não é? Porque, assim... “Ah, não teve depredação, as pessoas estavam com Bíblia e terço”.

Eu fico imaginando a pessoa que estava com Bíblia e terço, subiu no monumento, arriou as calças para fazer suas necessidades. Eu fico imaginando aqueles que jogaram extintores ou que quebraram vidros, o que faziam com a Bíblia e o terço? Eu sou um cristão, eu não posso acreditar nisso. Eu não posso achar que as pessoas querem tapar o sol com uma peneira. Aliás, uma peneira que tem buracos.

Nós vamos ter a oportunidade de ouvir a defesa de todos. Aliás, eu quero ouvir a defesa do inelegível sobre as urnas, que voltou, de novo, a acusar de fraude as urnas eleitorais. As quatro linhas do gramado, deputado Suplicy, nosso sempre senador, parece que elas são invisíveis para o bolsonarismo. Por que quem vai fazer reunião com os embaixadores, o que levou à inelegibilidade, vai defender que as urnas foram fraudadas?

Bom, depois ele recuou, ficou com medo, foi orientado. Agora voltou de novo, talvez para poder mobilizar a sua base, não é? Defender a democracia significa defender as instituições, os instrumentos democráticos, o que o bolsonarismo e o Bolsonaro não fazem. Aliás, é ao contrário, a extrema-direita tenta destruir as instituições.

É disso que nós estamos falando. É disso que... agora, a primeira turma vai se debruçar para analisar as 270 páginas que, aliás, eu queria sugerir que, quem pudesse ter acesso, fizesse a leitura. Primeiro para saber quem é que está com a verdade, se são aqueles que vêm aqui e dizem que é achismo, ou se são aqueles que estão dizendo que tem consistência e materialidade.

Se entendemos a materialidade... Primeiro que essa história do dia 08 não começou no dia 08. Começo já lá atrás, com a questão das urnas; depois com a mobilização nas portas dos quartéis, das polícias, dos Tiros de Guerra; depois com a ideia de que, como teve a vitória da Lula, era preciso arquitetar um golpe ou até a morte.

Eu fico pensando como é que um cristão pode defender a morte de uma pessoa, até porque a Bíblia diz: “Não Matarás”. Mas eu vejo aqui que isso não está posto, porque era possível, sim, matar. Aliás, os instrumentos de estado foram utilizados para acompanhar os passos de um ministro do Supremo, de um presidente eleito, de um vice eleito.

Do que nós estamos falando? Nós estamos falando de banalidades, das histórias da carochinha? Não é possível. Estamos falando de uma gravidade enorme em que pessoas planejaram, arquitetaram, escreveram uma minuta encontrada com aquele que está também sendo denunciado, que hoje é deputado.

É impressionante, não é? Porque é assim: a forma de atacar é o jeito que se tem para se defender. Eu fico olhando. Olha só: eu não vi na história do Brasil o juiz acusador virar ministro e muito menos um outro virar deputado da oposição. Mas aqui vale tudo, não é?

Então, precisamos olhar exatamente o que aconteceu nesse período, porque o dia 8 não foi uma visitinha a um espaço que estava lá aberto, uma visita a um museu. Não foi. Foi uma tentativa de destruir a democracia e isso é gravíssimo. Agora, aqueles que querem passar a mão e dizer: “Não, o que é isso, o inelegível defendia tudo dentro das quatro linhas.”

O problema é que as quatro linhas são invisíveis para ele, porque quem falou contra as urnas eletrônicas, quem aceitou a minuta de golpe, quem planejou ou sabia do plano para poder matar presidente e vice eleitos e ministro... Nós estamos falando do que aqui? Nós vamos enganar a quem? A bolha de vocês?

Agora, vamos ter a oportunidade de passar a limpo essa situação. Essa e outras, até porque essa é a primeira de outras que virão. Aqui deputados lembraram da questão da carteirinha da vacina, das joias. Ou vamos esquecer? Ninguém esquecerá o que foi o Brasil sob a tutela do Bolsonaro e a tentativa de golpe.

E aqueles que defendem: “Golpe só se tivesse materialidade, se o Exército, a Marinha...” Claro, o Exército não topou. Aliás, o responsável pela Marinha também está no processo, porque esse topava, disse que aceitaria. Nós mexemos com as grandes instituições deste país, nós tentamos destruir a democracia tendo o inelegível capturando as estruturas de estado.

Aliás, eu aproveito aqui para retomar um debate que faço sempre: nós tivemos a oportunidade, deputado Luiz Claudio Marcolino, deputada Monica, Paula, Suplicy, Mecca, Conte Lopes, Campetti, de ouvir no Colégio de Líderes o PGJ, de ouvir no Colégio de Líderes o comandante Cássio, de ouvir no Colégio de Líderes o Dr. Artur, da Polícia Civil, para tratar de um tema gravíssimo: o envolvimento de setores da polícia com o crime organizado.

É sobre isso que a gente está falando. Quando a gente fala de crime organizado, a gente tem que entender que tem muita gente envolvida. Eu espero sinceramente... Tive duas conversas importantes: com o coronel Fábio, corregedor da Polícia Militar, e uma rápida conversa com o Dr. João, corregedor atual da Polícia Civil, que veio aqui, e com o controlador. Eu espero - e disse isso a eles - que a gente possa de fato depurar, para que a gente possa sim defender as instituições, como nós sempre defendemos.

E aqueles que vêm a este microfone atacar o PT precisam rever a sua posição, porque é muito fácil atacar para poder esconder. Precisamos tirar a peneira desse sol que brilha no rosto de cada um de vocês mostrando a realidade do que tem sido as instituições do estado, que não podem ser capturadas nem pelo crime organizado, nem por aqueles que estão de plantão no governo do estado.

No governo do estado, no governo federal, na prefeitura. Governo tem tempo. Instituições são permanentes e devem ser defendidas sempre. É sobre isso que a gente está falando. Nesse caso do golpe, punir os responsáveis, os irresponsáveis, significa ter um respiro pela democracia e para a democracia.

Nós vamos fazer esse debate permanente aqui neste plenário. Deputados do PT, do PSOL, todos aqueles que são defensores da democracia vão continuar o tempo todo usando esse espaço para trazer as informações, para se contrapor às desinformações.

Aliás, para terminar aqui o uso do Grande Expediente, eu queria ressaltar o que a PGR traz como eixo importante da denúncia. Ficou nítida a má-fé da perpetuação de narrativas já suficientemente desautorizadas.

O golpe, as urnas eletrônicas, tudo fez parte da grande mentira que se construiu e que foi vendida para as pessoas para que se destruísse a democracia, para que se perpetuasse no poder a extrema direita, aquela que vacinou todo mundo, aquela que se preocupou com os mais pobres, aquela que olhou para quem precisava do outro lado e não do lado correto.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Paulo Fiorilo.

Pela ordem, deputada Monica.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Posso usar uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - A senhora tem a palavra.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada.

Dois temas. O primeiro: hoje deve voltar a chover em boa parte do Estado, embora a gente esteja enfrentando mais uma grande onda de calor. Ontem, a 19ª pessoa morreu em trânsito durante uma forte chuva com queda de granizo, ao mesmo tempo em que a gente estava derretendo de calor.

Eu sou uma grande defensora, e há muitos anos venho brigando com a Anatel, com as empresas de telefonia privada, com a defesa civil, que a gente poderia desenvolver alertas por geolocalização, isso que o governo só fez seis anos depois agora. Mas os alertas não são eficientes.

As pessoas continuam morrendo, porque os alertas chegam junto com a chuva. A gente precisa salvar vidas. E a gente está cobrando do Governo do Estado que as informações precisam ser divulgadas antes. Hoje vai chover no horário de fim de expediente.

As pessoas vão estar voltando para casa, vão estar no transporte público, vão estar nos carros, vão estar nas marginais. A gente já sabe disso, porque a Defesa Civil mede. É preciso avisar as pessoas decentemente, e essa é uma briga que a gente vai continuar travando. É preciso cuidar das pessoas antes que os fenômenos extremos cheguem.

O segundo ponto, o assunto do dia, é a denúncia contra o ex-presidente Bolsonaro, golpista, feita pela PGR ontem. Eu li durante a madrugada quase 300 páginas da denúncia. Ela traça uma linha do tempo e na linha do tempo desenha que em 22 de março houve um slide. Que fixação por slide que tem a extrema direita, que gente burra, eu não entendo essa fixação por desenhar plano golpista.

No computador do Cid, dizia que para não perder as eleições, já que o Lula tinha acabado de vencer um processo no STF que o tornou elegível, tinha que descredibilizar a urna. Bolsonaro dá “play” no plano, em julho, naquela “live” feita de dentro da residência da Presidência. Teve aquela reunião ministerial que o Augusto Heleno falou que tinha que usar as Forças, que tinha que fazer agora.

No dia 7 de setembro de 2021, Bolsonaro sobe ao púlpito e diz que não vai cumprir a legislação e, apesar de todas as investigações, ele continua descredibilizando a urna. O golpe não encerrou em oito.

O golpe falhou em dezembro, quando um único comandante das Forças Armadas, e vai perguntar para ele se é mentira, um único comandante das Forças Armadas que comandava o Exército se negou a aderir.

Isso está aqui, está escrito, vamos ouvi-lo, porque ele vai ter que depor. Vai perguntar para o comandante das Forças Armadas se é mentira que ele foi convidado a aderir a um plano de golpe que previa assassinato de pessoas. Não era só um autogolpe, mas era o mais alto caso de violência política que a gente assistiu nos últimos tempos.

Aguardo ansiosamente a prisão de Bolsonaro e seus capangas.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Seguindo a lista de oradores, convido a deputada Paula da Bancada Feminista.

Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde aos deputados e deputadas aqui presentes, aos funcionários desta Casa e também a quem nos acompanha pela Rede Alesp e pelo plenário; Sr. Presidente, trago aqui dois temas também.

O primeiro deles são as fortes chuvas somadas à onda de calor que a gente passa aqui no estado de São Paulo. Mais uma vez, o estado de São Paulo foi ontem atingido por fortes chuvas, mais uma vítima da negligência climática do Governo do Estado e da Prefeitura de São Paulo, porque eu falo sobre negligência, porque, infelizmente, o Poder Público não se dedicou a fazer o que precisaria fazer para se adaptar a essa nova situação que nós estamos vivendo, que é uma constância de fortes chuvas somada a uma onda de calor muito intensa que vai seguir acontecendo.

Nós ajuizamos uma ação popular aqui no estado de São Paulo justamente pela omissão do Governo do Estado, Tarcísio de Freitas, assim como o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, que não implementaram nem um plano estadual de proteção e defesa civil, como deveria ter sido feito, como manda a lei federal, nem um plano municipal de redução de riscos. Inclusive, a Prefeitura de São Paulo já foi condenada por isso e, mesmo assim, não apresentou esse plano.

Temos algumas iniciativas para tratar esse tema com seriedade.

A primeira coisa é: nós protocolamos nesta Casa um projeto de lei em coautoria do deputado Simão Pedro, do PT, que garante o pagamento de um auxílio-reconstrução, assim como foi feito pelo governo federal no Rio Grande do Sul, para as vítimas de enchentes aqui no estado de São Paulo. Também um projeto de lei que garante a criação do fundo estadual de perdas e danos para atingidos pela emergência climática e uma política de deslocados climáticos.

Eu também tenho um projeto de lei que já passou por todas as comissões desta Casa - só falta ser votado no plenário -, para a distribuição de água potável em grandes eventos diante dessa onda de calor. O Carnaval está chegando.

É indiscutível a necessidade de que exista a distribuição, por parte do poder público e de organizadores de grandes eventos, de água potável para que pessoas não morram, assim como aconteceu em um show, a Ana Benevides morreu no show da Taylor Swift. E é muito importante que a gente garanta essa distribuição por aqui.

O Tarcísio tem um plano de mudanças climáticas que, na verdade, serve para pouco ou nada. Então a gente precisa, realmente, tratar com seriedade e dar resposta aos atingidos.

Quero falar sobre o grande tema do dia: o grande tema do dia é a denúncia oferecida pelo PGR contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. É importante dizer que a PGR reconheceu que o Bolsonaro está no centro da trama do golpe.

Ele está no núcleo duro da organização de uma tentativa de golpe de estado no Brasil, que passou pelo dia 8 de janeiro, mas não só, que foi construído ao longo de meses depois da derrota eleitoral, porque não aceitaram uma derrota eleitoral. Depois da investigação da Polícia Federal, ninguém pode ter dúvidas de que, de fato, o Bolsonaro atentou contra a frágil democracia brasileira.

Eu ouvi aqui atentamente a fala do agora presidente Danilo Campetti, deputado Danilo Campetti, e achei curioso quando a V. Exa. disse: “Vejam só, são só conjecturas, na verdade, de que forma existe a punição, quais são os atos preparatórios, ‘puniciados’ preparatórios, atos executórios”.

Eu acho que essa é uma discussão jurídica interessante, se V. Exa. conhece a lei, eu também, e gostaria de falar aqui que, na verdade, o tipo penal de atentar contra a democracia, assim como o tipo penal de golpe de estado, já foi reconhecido pela STF, pelo ministro Gilmar Mendes. Que, na verdade, a mera tentativa já é, por si só, a consumação desse crime.

E é óbvio, isso nem precisaria ser dito, em primeiro lugar, porque está escrito no tipo penal. E eu vou ler aqui o tipo penal para V. Exas. e também para as pessoas que nos acompanham: “Tentar a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentar, com o emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito; golpe de estado, tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído”.

E é óbvio que se pune a tentativa. Pune-se a tentativa, porque se há consumação de um golpe de estado, não existe Judiciário, não tem quem julgue, não tem democracia. Tem que punir a tentativa, sim.

E, nesse caso, Bolsonaro foi central na trama do golpe. Bolsonaro discutiu a minuta do golpe a fundo. Falou: “Não, não. Não vai prender o presidente do Senado, prende só Alexandre de Moraes”. Discutiu, deu opinião. Isso está nítido na denúncia que foi apresentada pelo PGR. Atentou contra a frágil democracia brasileira. Não é à toa que eles estão articulando no Congresso Nacional uma lei de anistia para deixar de responsabilizar, para fazer passarem impunes os crimes que foram cometidos agora.

Pessoas que atentaram gravemente contra o Estado Democrático de Direito brasileiro articulam a lei da anistia. E vejam só: articulam a revisão da Lei da Ficha Limpa para beneficiar Bolsonaro. Lei da Ficha Limpa que, olha, foi votada por Jair Bolsonaro como deputado. Votou favoravelmente à Lei da Ficha Limpa, uma lei de iniciativa popular, que quando o pau é para bater nos outros, aí vale.

Mas agora: “Vamos rever, é muito tempo de inelegibilidade”. Não, não é. Sabe por que não é? Porque não é só na cadeira da Presidência que o Bolsonaro não pode sentar. É porque a única cadeira que o Bolsonaro vai sentar é da cela em que ele vai ficar preso. A única cadeira que o Bolsonaro vai sentar é a cadeira do xilindró. Acabou!

O Estado brasileiro precisa prestar contas seriamente contra quem atentou contra a democracia brasileira no passado. Infelizmente, torturadores da ditadura militar morreram sem nenhuma punição. Infelizmente, como Estado, nós não tivemos... A nossa frágil democracia não teve a força necessária para punir quem arquitetou, quem executou e quem feriu de morte, feriu as famílias, quem deixou marcas profundas em pessoas, em famílias e na democracia brasileira no passado.

Mas agora a gente realmente não pode mais cometer o mesmo erro. É necessário não dar nenhuma margem para que a lei da anistia seja aprovada no Congresso Nacional. Nós não queremos nenhuma anistia para golpista.

E por golpista eu falo de quem pensou, de quem planejou, de quem executou, quem entrou, quem financiou. Todos vocês vão cair, um por um. A democracia brasileira vai acertar as contas com cada um de vocês. E nós, é importante dizer, somos aqueles e aquelas que de fato defendemos a importância da democracia brasileira. Infelizmente, frágil.

Infelizmente, ainda não totalmente nossa. Infelizmente, não é a democracia que sonhamos, mas a democracia que nós temos. E a democracia, que gerações que vieram antes de mim lutaram para que a gente tivesse hoje. Esta Casa legislativa, aqui mesmo, em tempos sombrios, que agora completa 190 anos, foi fechada. Porque em tempos antidemocráticos, espaços como esse aqui de discussão sequer existem.

Então nós estamos aqui para reafirmar a importância da democracia brasileira, para reafirmar que, se depender de nós, não vai ter nenhuma anistia para golpista. Nenhuma! Se depender de nós, o Bolsonaro não só fica inelegível, como o Bolsonaro vai para a cadeia. E que, na verdade, apesar deles, apesar de vocês - como diz o filme, o livro, que vai ganhar o Oscar nas próximas semanas -, eu quero dizer que nós ainda estamos aqui, lutando para a garantia da democracia brasileira.

Lutando pra que a nossa democracia tenha um passado, um presente e um futuro.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Paula. Para comunicação, deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Senhor, na minha colocação aqui, eu coloquei bem. O presidente Lula ficou no xilindró, como falou a doutora Paula, 587 dias, que ele trocou cartas com a Janja. Ele mesmo falou. Então ele ficou no xilindró também.

Agora eu atentei, a doutora estava explicando aí a tentativa, que eu punha a tentativa, que o Gilmar Mendes decidiu. É ele que decidiu. Não foi a lei: ele decidiu. Como o Alexandre Moraes decide. Quis prender nós, prende todo mundo. Então, quem decidiu a tentativa que não é mais a tentativa?

Porque no meu tempo, quando eu estudei também, a tentativa é quando você inicia o ato. Cogitar? Quem nós vamos pensar em matar? O cara que a gente queria matar? O Lula de novo, vai: “Vamos envenenar o Lula”. Isso é crime? Agora, a hora que você vai lá, compra o veneno vai atrás do Lula, e fala “toma esse café aqui’, aí você iniciou a execução.

Então não entendi a nobre deputada, que é doutora, é muito inteligente. Mas eu não, eu não entendi o que é a tentativa. “Esse falou isso aqui, o Bolsonaro, na reunião, falou isso aqui”. Ora, se for pegar reunião, cada um que fala uma coisa, vai todo mundo em cana. Inclusive o que eu falei para agora. “Eu vou matar alguém”. É o “inter criminis”.

Cogitação não se pune. A gente pensou, falou: “vamos lá assaltar o banco”. Não é crime. “Vamos preparar aí uma reunião”. Podemos até arrumar arma para assaltar o banco. Não é crime de assalto a banco. Você pode ser preso por porte de arma.

Agora, a hora que você entra no banco e fala que é um assalto, aí é um assalto. Então, eu não entendi até agora, me perdoe o deputado. Tentou o quê? Uma pessoa falou, o outro falou, o outro falou, outro falou. Fica só no falou, e aí o procurador vai somando, somando, e dá o tempo exato que ele quer.

Obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Conte Lopes. Seguindo a lista de oradores, convido o deputado Eduardo Suplicy. Em permuta com o deputado Rômulo Fernandes. Vossa Excelência tem a palavra, deputado Suplicy, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado Danilo Campetti, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, após quase dois anos de investigação, a denúncia feita pela Procuradoria Geral da República, e teve Paulo Gonet, o procurador-geral, nos mostra como o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais trinta e três pessoas planejaram uma tentativa de golpe de Estado em 2022, e buscavam a permanência autoritária no Poder, sem respeito ao resultado das urnas.

Bolsonaro é acusado de cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de Patrimônio tombado. Destaco um trecho da denúncia da Procuradoria Geral da República contra Jair Bolsonaro e seus aliados.

“Evidenciou-se que os denunciados integraram a organização criminosa cientes de seu propósito ilícito de permanência autoritária ao Poder. Em unidade de desígnios, dividiram-se em tarefa e atuaram de forma relevante para obter a ruptura violenta da ordem democrática e a deposição do governo legitimamente eleito, dando caos ainda aos eventos criminosos de 08 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes”.

Para a Procuradoria Geral da República, o ex-presidente liderava o núcleo crucial da trama golpista. A denúncia diz que a tentativa de golpe começou com discurso de Bolsonaro atacando o sistema eleitoral, ainda em julho de 2021, e culminou com os atos golpistas de 08 de janeiro.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ainda afirma que a trama só não foi bem-sucedida devido à falta de apoio dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica, que bem souberam é compreender e respeitar os anseios do povo brasileiro que, de fato, ama a democracia.

A denúncia também leva em conta trocas de mensagens do general Mário Fernandes com Mauro Cidade, na véspera do primeiro pronunciamento público do ex-presidente, após ser derrotado em 2022. Apontado como mais radical entre os militares, o general da reserva tinha em um HD planos detalhados para assassinar Lula, Alckmin e até o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Fernandes está preso desde novembro do ano passado. É de extrema gravidade isso, e eu espero que todos os trâmites legais sejam cumpridos para que os golpistas sejam punidos com todo o rigor para fortalecer a democracia brasileira.

Gostaria também Sr. Presidente, de realizar uma homenagem ao pesquisador brasileiro que ganhou o Tyler Prize, o “Nobel” do Meio Ambiente. Com mais de 35 anos de pesquisas com populações na Amazônia e uma consolidada carreira de publicações internacionais, o antropólogo brasileiro Eduardo Brondízio, de 61 anos, foi um dos vencedores da edição de 2025 do Tyler Prize, popularmente conhecido como o “Nobel” ambiental.

Professor da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e também da Unicamp, da Universidade Estadual de Campinas, Brondízio divide o prêmio de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,49 mi) com a ecóloga argentina Sandra Díaz. Esta é primeira vez, em 52 anos de história, que a láurea é concedida a indivíduos da América do Sul.

Embora tenham recebido indicações independentes, a dupla trabalhou em conjunto no comando de um grande relatório de avaliação de biodiversidade publicado pelas Nações Unidas. O levantamento, que teve liderança também do pesquisador Josef Settele, da Alemanha, revelou que mais de um milhão de espécies estão em risco de extinção.

"Foi uma grande satisfação ser reconhecido e poder compartilhar isso com minha colega Sandra, com quem venho colaborando há mais de uma década", disse Brondízio para a “Folha de S. Paulo”. "Fico contente que tenham dado essa oportunidade para destacar os temas e problemas que trabalhamos, especialmente relacionados à região amazônica".

Nascido em São José dos Campos, em uma família com forte ligação rural, o cientista conta que a questão da agricultura e das migrações para áreas urbanas sempre o interessou.

Os estudos na floresta começaram perto de casa, na Mata Atlântica, ainda na faculdade. O primeiro contato com a Amazônia aconteceu em 1989 e nunca parou. Desde então, Brondízio participou de vários trabalhos de campo extensos com diferentes populações ribeirinhas.

As pesquisas do brasileiro adotam uma abordagem multidisciplinar, combinando ciências naturais, Antropologia e outros domínios. Dados recolhidos nos trabalhos de campo são integrados a imagens de satélite e georreferenciamento, ampliando o escopo e as interpretações dos resultados.

"Isso permite analisar a transformação da paisagem ao longo do tempo e entender como as mudanças ambientais, econômicas e sociais se interconectam. Nós conseguimos mapear, por exemplo, áreas de produção intensiva de açaí, mostrando que elas não são simplesmente floresta nativa, mas sim sistemas produtivos sofisticados manejados pelas populações locais". Dar visibilidade a essas comunidades é um dos pontos centrais de sua atuação, explicou Brondízio.

"Categorias sociais foram impostas a esses produtores, posicionando-os em uma paisagem social desfavorável. O exemplo do açaí ilustra bem isso: produtores sempre foram chamados de 'extrativistas', mas, na realidade, os sistemas de produção de açaí são altamente manejados e sofisticados", afirmou. "A ideia de que o extrativista é apenas um sujeito passivo, que colhe o que a natureza dá, desvaloriza a complexidade do trabalho desses produtores."

Para Brondízio, a complexa realidade das populações urbanas da Amazônia, que muitas vezes se movimentam entre o campo e a cidade, também é frequentemente excluída do debate público.

 Ainda, Sr. Presidente, gostaria de aqui registrar que é importante dizer que a reportagem da “BBC News”, na terça-feira, trouxe uma reportagem sobre a “inclusão recente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo na ‘lista suja’ do trabalho escravo, um cadastro publicado pelo Ministério do Trabalho e Emprego para dar visibilidade às fiscalizações de combate ao trabalho análogo à escravidão”.

Segundo a reportagem, “é a primeira vez que uma empresa 100% pública entra na ‘lista suja’ desde que ela foi criada, em 2003. O caso da CDHU ocorreu em 2019, quando nove trabalhadores da construção civil foram encontrados em ‘situação degradante’ e sem receber salário há três meses, segundo o relatório de fiscalização ao qual a BBC News teve acesso.

Os empregados haviam trabalhado na construção de conjuntos habitacionais da CDHU na cidade de Itatiba, a 80 km de São Paulo. A mão de obra era terceirizada, por meio da construtora Viasol, que começou a apresentar problemas de atraso na entrega das etapas da obra.

Isso gerou um efeito dominó, já que a CDHU foi retendo os repasses à construtora, que, por sua vez, passou a atrasar os salários dos trabalhadores, suspender a compra de material até, por fim, deixar de pagar completamente os funcionários.” Vou pular um trecho aqui, para não exagerar no tempo.

“Para Marina Ferro, diretora-executiva do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (Inpacto), a CDHU deveria criar mecanismos de reparação. Assim como quando uma empresa privada cai na ‘lista suja’, isso causa rapidamente um efeito reputacional.

No caso da CDHU, ela deveria ter um processo parecido: fazer um Termo de Ajuste de Conduta, pagar multa, algo que promova a reparação”, afirma Marina, que ainda completou: “O fato de ser uma empresa pública na ‘lista suja’ é preocupante, e o fato de eles negarem a responsabilidade é ainda mais grave. O Estado, que é quem deve proteger, deveria ter mais critérios para as suas contratações”.

Muito obrigado Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Questão de ordem, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Com fundamento no Art. 260 e seguintes do Regimento Interno, formulo a V. Exa. uma questão de ordem a fim de obter o entendimento quanto ao disposto no Art. 18º, § 3º, do referido Regimento Interno, formulando-a nos seguintes termos:

No curso da sessão extraordinária do dia 19 de fevereiro de 2025, ocupando a presença durante o Pequeno Expediente, o deputado Major Mecca fez comentários contrários ao pronunciamento dos deputados da bancada de oposição, utilizando a Presidência para manifestar posição política em relação à denúncia da Procuradoria Geral da República em face do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de vários crimes, dentre eles falsificação do cartão de vacinação, provocar mortes por omissão na pandemia, liderar a organização criminosa armada, tentar abolir de forma violenta o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, qualificado por violência e grave ameaça ao patrimônio público da União.

 É muito importante para o bom andamento das sessões, e em respeito ao Regimento, o deputado ou a deputada que estiver presidindo a sessão se mantenha equidistante das discussões. Para isso, o Regimento é cristalino ao estipular que, para fazer a discussão, o deputado deverá deixar a Presidência. Art. 18º, § 3º:

 “Para tomar parte de qualquer discussão, o presidente deixará a Presidência e não reassumirá enquanto se debater a matéria que se propôs a discutir. Ao fazer comentário sobre o assunto que está em discussão ou em relação a pronunciamentos de outros parlamentares, o deputado que está presidindo não pode se afastar da função inerente à Presidência, que é conduzir os trabalhos.

Solicito ao presidente que discipline a atuação do parlamentar no exercício da Presidência para que se atenha ao Regimento Interno, especialmente no que diz respeito às atribuições de quem estiver presidindo as sessões, zelando pelo decoro e pela equidistância dos debates, discussões da sessão que preside, mantendo a neutralidade e imparcialidade.

Consideramos que, respeitando o Regimento, os parlamentares podem contribuir para o bom andamento e respeito aos parlamentares e ao público que acompanha as sessões. É imperioso que se estabeleça o bom senso e o respeito às normas regimentais, que se recupere as boas práticas da atividade parlamentar e política e o respeito ao decoro da guia ética.

Posto isso, solicitamos que essa resposta a essa questão de ordem seja informada da importância de respeito ao Regimento Interno. Pela oportunidade, reiteramos nossos votos de autoestima. Deputado Paulo Fiorilo, líder da bancada do Partido dos Trabalhadores.

Então, protocolo, Vossa Excelência, agora, aqui, a nossa questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Esta Presidência recebe vossa questão de ordem, deputado Luiz Claudio Marcolino, e responderá no tempo regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Como vice-líder do PL, indicar o nobre deputado Major Mecca para fazer uso da palavra pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Ciente, deputado Conte Lopes, vice-líder do PL. Deputado Major Mecca tem a palavra com fulcro no Art. 82 do Regimento pelo tempo de cinco minutos.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PELO ART. 82 - Presidente, ouvir o PT e o PSOL falar de democracia é piada pronta. Os protagonistas dos maiores atos de corrupção já vistos no mundo... Destruíram empresas públicas, todas altamente endividadas, com desvios de recurso. O que aconteceu no Ceagesp aqui no estado de São Paulo, só por Deus, tamanho desvio de recursos como eles promoveram.

Estão todos os dias aqui, todos os dias atacando neste plenário policiais militares, chamando-os e imputando-os a pecha de assassinos sem prova alguma, sem processo legal já concluído. Todos os dias estão aqui acusando policiais militares de assassinos; esses homens e mulheres que arriscam a vida para nos defender e, principalmente, se não fossem eles, nós não estaríamos aqui.

O crime organizado está dentro da polícia? Está. Só que na polícia a gente corta na carne. E como disse o Conte Lopes: quem prendeu os corruptos foi a própria polícia. Não é como na política, que está cheio de corrupto e ninguém responde por nada; é sempre passação de pano. E eu reforço aqui, essa denúncia da PGR é o maior ato que demonstra a perseguição política ao presidente Jair Bolsonaro. Maior ato de perseguição política.

A esquerda vem aqui nos microfones, xinga todo mundo, xinga a direita, ofende, mas eles acham que somente eles têm liberdade de expressão. Nós não temos; nós não podemos falar; nós não podemos nos expressar, porque, segundo uma deputada aqui, nós somos burros. Ofende gratuitamente.

Eu desafio o deputado Guilherme Cortez a mostrar o dia que eu falei que bandido bom é bandido morto. Eu nunca falei isso. Participei, sim, de muitos confrontos armados com integrantes do crime organizado, com bandidos nas ruas praticando roubo, todos eles arriscando a minha vida, arriscando a vida dos policiais que estavam junto comigo para defender a sociedade.

Respondemos processo, tivemos que pagar advogado do nosso bolso e mesmo assim nós somos atacados aqui no plenário da Assembleia Legislativa. Repito, houve mobilização de tropa armada? Não houve.

Houve assinatura de decreto para esse fim? Não houve. Houve ocupação de qualquer instituição? Não houve. Onde que está a tentativa? Houve a instrumentalização de qualquer instituição para inviabilizar as eleições? Não houve.

Onde que tem tentativa do quê? Uma mensagem de celular? Uma delação que ninguém nunca viu. Nem a defesa, nunca viu, nunca teve contato com essa delação. Mas os juristas da esquerda, que são muitos neste país... O povo brasileiro sabe o que se tornou as nossas vidas depois de 1984 com a tal redemocratização. Acabaram-se as escolas, acabou-se as polícias, porque a Segurança Pública ficou na mão dos bandidos. Os bandidos mandam em tudo.

Só poderia acontecer o que aconteceu. As facções aqui em São Paulo e em todo o Brasil, hoje, ultrapassam as fronteiras do País e já estão vendendo, comercializando drogas, armas, traficando pessoas por todo o mundo. Impunidade, o bandido é vítima da sociedade, essa é a visão deles. Acabaram com o Brasil, mas nós não desistiremos de defender esta nação. Não aceitamos perseguição política. Não aceitamos censura.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Major Mecca. Pela ordem, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para falar pelo Art. 82, pela Federação PT/PCdoB/PV.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Vossa excelência tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos pelo Art. 82.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo, para uma comunicação.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Só para poder concluir esse debate tão importante. Aliás, inclusive, pelas solicitações feitas naquele microfone da tribuna. É sobre a questão de execução. Então, vamos lá.

As reuniões que estão descritas com precisão na peça que o senhor leu, as 270 páginas, em especial a página 56, são, inequivocamente, o início da execução. Dois, a pressão aos oficiais também é início da execução. Três, a captação e distribuição de recursos são o início da execução. O inelegível vai ter a oportunidade de se defender nas quatro linhas que ele sempre faz alusões.

Então nós precisamos deixar claro aqui, e eu tenho certeza que o senhor leu com muita atenção. Só peço que o senhor volte à página 56, que fala da Polícia Federal, porque eu acho que é elucidativo. E nós vamos poder, com certeza, fazer esse debate aqui ao longo deste semestre, acompanhando o debate público, tão importante para a sociedade, para a gente defender a democracia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Paulo Fiorilo. Tem a palavra o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, senhores e Sras. Deputadas, funcionários da nossa Assembleia Legislativa, pessoal que nos acompanha aqui pelo plenário e pela TV Assembleia, Sr. Presidente, eu vou falar rapidamente em relação ao debate que está travando no dia de hoje em relação à investigação e agora o indiciamento do presidente Bolsonaro.

Na minha avaliação, ele teria que já ter sido investigado, denunciado e até preso por outros crimes cometidos no nosso país. Nós tivemos aqui a questão da vacina. E não estou nem falando em relação a questão de burlar e falsificar a questão da vacina.

Mas nós tivemos aqui milhares de pessoas que morreram no nosso país, em outros países do mundo. Isso seria tratado como genocídio. Sequer ele foi investigado. Por isso que eu acho que ele deveria ser preso no nosso país, por esse crime de genocídio que ele cometeu no nosso país.

Um outro fato, são elementos de gestão pública. A gente tem andado pelo estado de São Paulo e a gente percebe milhares de pessoas do nosso estado hoje que perderam seus maridos, que perderam suas mulheres, que quando veem que hoje recebem metade do valor da pensão do marido, tendo que pagar aluguel, tendo que pagar conta de luz, conta de água, manter a alimentação da casa...

E foi a reforma da Previdência que tirou do direito das pensionistas do estado de São Paulo e de todo o país receber metade da pensão, do pagamento do marido, que já reduz o valor da pensão, e essa mudança que o presidente Bolsonaro fez na reforma da Previdência e que hoje prejudica milhares de pessoas aqui do nosso estado e do nosso país.

Até hoje ainda não foi feita uma investigação profunda em relação à facada “fake”, aquela facada que todo mundo sabe (Inaudível.) Porque imagine: você em plena campanha eleitoral, cercado por diversas pessoas que estavam acompanhando o ex-presidente, conseguir alguém chegar próximo, dar uma facada e até hoje esse crime ainda não foi investigado. É importante essa investigação. É importante que a população saiba que aquilo foi uma armação. É importante que esse processo se execute.

Eu quero falar de uma outra coisa, de outro crime que também foi cometido pelo governo passado. Machado, se puder colocar aqui a transparência. É em relação à questão dos preços dos alimentos. Muitas vezes, as pessoas acabam fazendo comparações com governos anteriores.

Eu trouxe aqui um levantamento mostrando de 2019 até 2024, pegando aqui os quatro anos do governo Bolsonaro. Em 2019, inflação de 7,84 de alimentos; em 2020, 18,15; em 2021, 8,24; em 2022, 13,73. A média é quase 12%, que foi a inflação de alimentos nesse período.

Quando a gente vê aumentando a miséria do nosso país, a população passando fome, como foi no período de outrora, do governo FHC, era muito parecido com o que foi nos governos Temer e Bolsonaro; demonstra que a inflação de alimentos nesse período chegou a praticamente 12%, aumentando a fome e a miséria no nosso país.

Então a gente percebe e compara: quando olha agora os dois primeiros anos do governo Lula, estamos falando de um preço, de um aumento de alimentos de 3,76. Pode seguir, Machado. Aqui mostrando um pouco também que, nesse mesmo período, enquanto nos dois anos do governo Lula tivemos um crescimento de 3,72% do PIB, tivemos no governo Bolsonaro um crescimento em torno de zero, um ponto alguma coisa, 1,18.

Então, percebemos que não só melhorou o índice de emprego no nosso país, melhorou o PIB do nosso país e você conseguiu diminuir também o impacto da inflação, mas estamos trazendo ainda uma herança maldita do governo passado que acaba impactando agora e, aos poucos, vai se resolvendo, mas nós vemos o outro lado. Queria que passasse aqui o vídeo, Machado, para a gente mostrar o que está acontecendo no nosso país.

O governo passado, de Temer e Bolsonaro, desmontou a Conab, que fazia o controle do abastecimento da alimentação no nosso País. Com o desmonte da Conab, hoje é o setor privado que faz o controle do alimento no estado e no Brasil, e olha o que acontece hoje aqui no nosso estado.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Pode parar, Machado. É só para mostrar. Hoje estamos percebendo que, de uma forma geral, parte do agronegócio, boa parte da produção é exportada; pouco fica, na distribuição desses alimentos, para o nosso estado e para o nosso país. Isso foi uma política que foi montada nos governos Temer e Bolsonaro, que desmontaram a Conab, que fazia o controle da distribuição de alimentos.

O governo comprava a diferença, a sobra das safras dos agricultores familiares e do agronegócio durante o período, depois fazia a distribuição e mantinha sempre o preço mais baixo. Então, esse desmonte, que levou milhares de pessoas à fome no nosso país, isso é um crime.

Então, acho que é importante o que a PGR fez, nobres deputadas Monica, Paula, Ediane. Esse movimento que a PGR faz, de investigação, é importante, mas o nobre deputado Bolsonaro teria que ser também penalizado, investigado pelos crimes do genocídio em massa no meio da pandemia, na questão do desmonte da Conab, que gerou milhares de pessoas que morreram de fome por desemprego. Esses crimes também têm que ser colocados (Inaudível.)

Então, acho que algo que a PGR faz agora é colocar luz nessa questão da manutenção da democracia no nosso País, que é muito importante. Nós temos que primar pela democracia, mas, mais do que isso, ele tem que ser condenado, investigado pelos demais crimes que cometeu durante os quatro anos como presidente do Brasil.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem, presidente. Gostaria de indicar a deputada Ediane para falar pelo Art. 82, pela bancada PSOL REDE.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Ciente. Deputada Ediane, V. Exa. tem a palavra por cinco minutos, tempo regimental de acordo com o Art. 82.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - PELO ART. 82 - Muito obrigada, Sr. Presidente. Eu gostaria muito de rebater várias falas que foram colocadas aqui no plenário e que me assustam bastante. Semana passada eu estava aqui para fazer uma fala e ouvi do deputado falas horrorosas colocando a esquerda como se nós fôssemos a escória da política, como se nós não pudéssemos existir, como se nós não fôssemos o contraponto.

Nós, da esquerda, defendemos os direitos humanos e saudamos o seu projeto de lei, que é um projeto de lei importantíssimo. O que foi pautado inclusive por mim na Comissão de Segurança Pública é: por que que vocês defendem tanto a polícia e não pensam em uma política de habitação, não pensam na garantia de melhores condições de trabalho, melhores condições de saúde?

E que bom que o deputado está pautando aqui nesta Casa. Inclusive assinei também, fui a favor, até porque venho de um movimento de moradia e sei a importância de termos a moradia, até porque já imaginou você trabalhar um dia inteiro não ter onde dormir? Já imaginou você trabalhar o dia inteiro com péssimas condições de trabalho? É isso que nós apontamos aqui o tempo inteiro. Isso é a esquerda, que luta para que a gente tenha qualidade de vida e tenha vida além do trabalho.

A gente viu aqui no início do governo Tarcísio, quando houve a grande contradição da própria bancada que defende os policiais, a bancada da bala. E aí eu falo o seguinte: nós ali defendemos que o reajuste salarial fosse para todos, não somente para uma categoria. Isso é defender de fato a igualdade salarial para todos.

Agora vamos lá, quero saudar... Ontem tivemos uma audiência pública aqui nesta Casa, importantíssima, para debater sobre a Lei anti-Oruan, que visa criminalizar o funk, mas também toda e qualquer cultura artística preta e periférica. Só que nós, pretos deste país, já vimos isso acontecer em vários cenários da história, com o samba, com o rap, com o hip hop, com o trap, e agora com o funk.

Em tudo que nós produzimos automaticamente existe essa cooptação de olhar e falar: “vamos tentar criminalizar, vamos tentar fazer com que eles se silenciem, que eles não falem da violência que eles sofrem no território por uma luta por moradia digna”, o que está acontecendo agora, inclusive, no Jardim Pantanal, na Chácara Três Meninas.

Sabe o que está acontecendo todos os dias em São Paulo? Para quem é de São Paulo, quando vai chover, vem um alerta da Defesa Civil. Só que, neste exato momento, está acontecendo um despejo, estão derrubando casas na região do Jardim Pantanal e da Chácara Três Meninas.

E eu pergunto: quando você olha aquele alerta, você se pergunta para onde você vai? Um motorista de aplicativo morreu na enchente. Para onde a gente vai quando vem o alerta? É difícil. A gente vê que a periferia mais uma vez dá resposta, se organiza e vai lá, com a sua caixa d’água, fazer o socorro para os seus.

Bom, ontem também fomos dormir com a notícia muito importante que estamos esperando há muito tempo. As famílias das mais de 700 mil mortes deste país pelo Covid-19 estão esperando resposta. Não voltarão seus entes queridos. Nós vimos na pandemia um presidente que andava de jet ski, estava mais preocupado em isenção de IPVA para jet ski, para iate, do que em focar no preço dos alimentos.

Hoje me surpreende bastante quando eu vejo aqui neste plenário os parlamentares da direita, que inclusive não têm projeto nenhum para combater a fome neste País, nem luta aqui no estado de São Paulo, que deveria ser referência para o país inteiro, aqui não deveria ter ninguém passando fome, aqui não deveria ter ninguém hoje no supermercado lutando realmente se vai levar o arroz mais barato, qual é o arroz que vai levar para a sua casa, qual é o café que vai levar para a sua casa.

E a gente viu ontem imagens horrorosas de pessoas jogando fora, dos agricultores jogando fora o alimento para não vender mais barato. Olha, meu pai, José Merêncio... Eu tenho muito orgulho de dizer que sou filha de um feirante, que quando sobrava o resto da feira, o que ele não conseguia vender, sabe o que ele fazia com o que ele não conseguia vender, deputado? Ele pegava e levava para o nosso bairro e distribuía para que a minha avó conseguisse se alimentar, para que meus tios conseguissem se alimentar e as pessoas do meu bairro se alimentavam com o que ele dava.

Eu venho desse lugar, e é muito triste ver a bancada da fome se organizando em todo o País para falar de um projeto importantíssimo, que é o projeto das “Cozinhas Solidárias”, que garante, inclusive surge da pandemia por irresponsabilidade do presidente à época, o genocida Bolsonaro, que deveria, sim, ter feito uma política de combate à fome naquele momento, mas mais uma vez somos nós que nos organizamos para ajudar os nossos a não morrer. Mais uma vez nós demos exemplo.

Se pegar a Boa Cozinha fazendo alguma coisa, que pegue, investigue ela, mas que não proíbam uma política de combate à fome na periferia que dá alimentação totalmente gratuita. Ninguém viu a Conab, em 2019, sendo entregue, sendo fechada. Por isso que hoje tem um reajuste tão grande dos preços.

Mas quem tanto grita, que tanto fala, tenta destruir o presidente Lula, tenta destruir a esquerda, eles sabem no final do dia, quando colocam a sua cabeça no travesseiro, que eles nunca lutaram para combater a fome.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada Ana Perugini.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Para falar pelo Art. 82, pela minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pelo tempo remanescente V.Exa. tem a palavra.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Sr. Presidente, desculpe, pelo prazo de cinco minutos, não é?

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pelo tempo remanescente, deputada. Acaba às 16 horas e 30 minutos a nossa sessão.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - PELO ART. 82 - Bem, vou tentar ser o mais breve possível e pedir a paciência, mas o que me traz à tribuna hoje é, justamente, aquilo que tem mobilizado essa tribuna em função do oferecimento da denúncia para que o Supremo Tribunal Federal decida ou não pelo recebimento e pela aceitação de todos os elencados na denúncia apurada aqui como réus de uma investigação em um devido processo legal.

E eu venho à tribuna justamente porque acompanhei muito de perto todo esse processo, já no passado, e me indagava, como profissional do Direito, da legitimidade, da legalidade que, no passado, levaram Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive, a ser conduzido de forma coercitiva sem, inclusive, a anuência ou o seu advogado ter conhecimento do que estava acontecendo.

E nós estamos diante do oferecimento de uma denúncia que vem tramitando desde o dia 08 de janeiro de 2023, não é isso? Então, foi feita toda uma investigação. Aqui há relatos, transcrições, cópias, dados com precisão de tudo que foi feito, a ponto de ser oferecida a denúncia baseada na lei. É uma lei, inclusive, que foi assinada pelo ex-presidente, que foi a Lei nº 14.197, de 2021, que trata do crime contra a democracia. Isso é por demais importante.

Então, há um processo legal acontecendo, um procedimento legítimo acontecendo, diferente do que ocorreu no passado, quando foi feita a prisão de um ex-presidente sem que oferecesse qualquer risco à investigação, sem que tivesse havido uma prisão em flagrante, sem que houvesse em curso uma pensão alimentícia a ser cobrada e sem que houvesse em curso, ou melhor, se já tivesse terminado o devido processo legal com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Deputada, a senhora pode falar por comunicação pelo tempo de três minutos.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Para falar por uma comunicação. Muito obrigada, Sr. Presidente, o senhor é muito gentil.

Então nós precisamos pensar justamente no que é o Estado de Direito e no risco que corremos com as instituições democráticas sendo violadas e, muitas vezes, sendo banalizadas, banalizadas vulgarmente.

É muito interessante, porque há amostra aqui, e o ex-presidente vai ter oportunidade, se for aceita a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, de fazer sua defesa, de fazer sua defesa dentro de um processo legal, com muita transparência e já previsto em todo o Regimento, em todo o nosso ordenamento jurídico, diferente do que ocorreu no passado.

Agora, o que é bom de se colocar aqui na tribuna, do ponto de vista da política, lembrando o querido Totonho, o nosso querido Antonio Mentor, que essa tribuna é o lugar da discussão política. Não é preciso perseguir quem se persegue.

Quem ofende mulheres no exercício da sua profissão enquanto jornalistas; quem não respeita as pessoas no processo democrático; quem incita a violência, inclusive, de autoridades internacionais; quem chama para derrubar as urnas eletrônicas, mobilizando todo um cenário nacional de descrédito à democracia.

Então, tudo o que aconteceu, que ficou comprovado, que está aqui - e eu convido a população que está nos assistindo a lerem letra por letra -, é uma denúncia longa, mas vale a pena. Vale a pena, porque aqui nós temos minúcias, minúcias daquilo que foi feito.

E a falácia aqui de que se é contra o policial militar, que depois de 84 nós tivemos uma bagunça no País porque acabou um regime e agora nós estamos caminhando cada vez mais para uma democracia consolidada, é dizer... o Sul só nasceu em 1988, o relativo ao bem-estar social só aconteceu a partir de 1988, que foi a nossa Constituição. Direitos das mulheres, direitos dos idosos: só foi pensado isso a partir de 1988.

 Então nós estamos falando de um estado que está se consolidando, que ainda não vive plenamente a democracia, porque nós temos entendimentos diferentes daquilo em que não deveria pairar qualquer desatenção à letra posta.

Então existe uma lei que tipifica o que é crime contra a democracia. O ex-presidente aqui, foi oferecida a denúncia, não só contra ele, mas com inúmeras pessoas que estão aqui, porque incorreram, sim, incorreram, sim, com dados comprovados aqui. Agora, cabe agora o devido processo acontecer, para que haja ou não a condenação.

E nisso nós precisamos ser muito responsáveis aqui nesta tribuna, no exercício democrático de nossa fala, porque alguém ali na rua fala alguma coisa e é penalizado. Mas desta tribuna nós podemos dizer e garantir a nossa imunidade. Mas, mesmo assim, nós temos que garantir que daqui saiam palavras que mereçam crédito.

Então eu convido a população para que conheça toda essa denúncia oferecida pela PGR, que é um órgão sério e que trabalhou durante mais de dois anos em cima de tudo isso. Então não foi ontem, não foi com raiva, não foi para atacar, não foi para perseguir, mas é porque nós precisamos defender a democracia, porque foi muito difícil, muito difícil, construir a condição de todos nós um dia virmos a ter um mínimo de condição de igualdade no nosso País. Isso é o dever da política, é por isso que estamos aqui.

Muito obrigada pela tolerância.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Ana Perugini

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente. Não me cabe usar a tribuna neste momento, eu gostaria de pedir a palavra para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Para uma breve comunicação.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, ontem tivemos o resultado de mais uma pesquisa eleitoral. Luiz Inácio Lula da Silva perde nos cenários para o presidente Bolsonaro em 2026. Outra pesquisa diz que mais de, salvo engano, 60% da população desaprova esse desgoverno que está aí. Lula está perdido, um governo sem rumo.

E para nossa surpresa, presidente, na data de ontem sai a denúncia da PGR dizendo que o presidente Bolsonaro mais 30, 35, 40 pessoas, fora as milhares que estão presas a mando de Alexandre de Moraes e seus aliados do Supremo Tribunal Federal, fazem a festa.

Presidente, sempre que Luiz Inácio está no noticiário com notícias negativas, o Partido da Toga age e coloca em todos os jornais essa notícia, porque o Bolsonaro dá ibope. O Bolsonaro dá “like”, o Bolsonaro dá assunto, obviamente.

Dias atrás o deputado Donato disse aqui, de onde V. Exa. está sentado, que trocaria a liberdade dos presos políticos hoje, pela prisão do Bolsonaro. Ou seja, isso aqui é uma guerra política, são narrativas políticas. E hoje o governo quer eliminar a oposição. O presidente Bolsonaro não está mais no poder.

O presidente Bolsonaro não passou, obviamente, a faixa ao descondenado, mas não houve golpe militar. Não houve ordem para golpe militar, é um golpe não tentado, presidente. E quando nós vemos, aqui no Brasil, neste momento, quando se fala tanto de democracia, nós vemos aqui a Débora como coloquei semana passada. Mãe de duas crianças menores de 12 anos, presa, condenada a 14 anos de prisão porque escreveu com batom “perdeu, mané” em uma imagem em frente ao STF.

Olha, é difícil de acreditar que uma mulher, que uma mãe concorde com essa condenação e com o desrespeito aos direitos humanos dessa família. Presidente, se essa mãe está condenada a 14 anos de prisão, está longe da sua família, imagina só o que não vai acontecer com o presidente Bolsonaro, com esse grupo político que está aí. As decisões já estão escritas, já estão dadas, e nós sabemos o que vem.

Porque esse grupo político quer, mais uma vez, eliminar a oposição. Não vão conseguir, porque o povo brasileiro está de olho. O povo brasileiro rechaça Lula e o Partido dos Trabalhadores, mas eles tentam criminalizar a minoria, a oposição. Porque só assim para tirar o presidente Bolsonaro da próxima eleição, de 2026.

Muito obrigado

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - obrigado, deputado Diniz. Para comunicação, deputada Ana Perugini.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu não gostaria de continuar.

Mas, nesse rebate todo, na comunicação, gostaria de deixar muito claro que, normalmente, as pessoas que formam quadrilhas, ou elas são mães, ou são mulheres, ou são pais, ou são homens, são pessoas. Existe lei neste País, e ela precisa ser cumprida, e o processo legal precisa ser cumprido. Essa é a primeira coisa.

A outra questão é: felizmente haverá, sim, oposição, e continuará havendo. Porque é importante que haja. É importante que haja diversidade, é importante que nós tenhamos partidos que pensam diferente. Essa é uma questão. Agora, conspirar, formar quadrilha, depredar patrimônio, isso deve ser exigido, no mínimo, o cumprimento da lei para “a”, “b” e “c”.

Não é só nosso povo que responde quando quebra um orelhão na periferia. O presidente, quando incita, em havendo prova, no mínimo ele tem que ser investigado. Volto a insistir: tentar fechar os olhos é abrir o leque, abrir uma porta muito grande para algo que nenhum de nós que estamos em partidos políticos, que discutimos a política - que bom que aqui seja a discussão política - queremos que aconteça.

Então é importante que haja a recepção e haja o devido processo, para que se tenha a defesa, que se tenha a acusação, e que nós consigamos chegar, a um termo razoável de comportamento, a tudo que foi galgado em 1988. Isso deve permanecer e deve ser consolidado, nos anos futuros, a partir de agora, e desde sempre. Eu espero que isso realmente aconteça e que nós tenhamos a responsabilidade sobre as nossas palavras aqui.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma pequena discussão, antes de encerrar, só para dialogar com a deputada.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Deputado Gil Diniz, mais uma comunicação.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Que bom que a deputada Ana Perugini defende o devido processo legal. Ou seja, ela há de convir comigo que essas centenas ou milhares de presos políticos precisam ter os seus processos anulados. Começo por aqui.

Nenhum deles tem foro por prerrogativa, nenhum deles. A nossa Constituição, nenhum ordenamento legal prevê que sejam julgados na suprema corte. É uma corte constitucional. Ou seja, o direito dessa senhora foi violado.

Velhinhas, idosas, mulheres, moradores de rua foram presos um ano, deputado Campetti, V. Exa. que é policial federal. Um ano de prisão preventiva para o morador de rua que catava latinhas e se alimentava no acampamento. Ficou um ano de prisão preventiva, e agora Alexandre de Moraes, desmoralizado teve que absolver um morador de rua.

Então, se V. Exa. defende o devido processo legal, V. Exa. há de convir comigo, concordar comigo que não é nesse foro, não é nessa corte que civis, pessoas comuns devem ser julgadas. Para isso tem a primeira instância, se condenadas, a segunda instância, caso queiram recorrer, e aí começam sim a serem julgadas.

Hoje, o que nós temos? Nós temos vários juízes que usam a sua toga para fazer política. Barroso, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Gilmar Mendes, e posso continuar aqui falando de todos os outros. Se querem fazer política, que larguem a toga e venham disputar o voto, venham fazer a disputa política. Agora sim, as decisões já estão tomadas, o presidente Bolsonaro, e já está condenado, presidente, e não é porque tem devido processo legal, não.

É porque estes não conseguem ganhar no voto. Inclusive, tiveram que tirar o senhor ali da cadeia, aquele que gosta, ele mesmo disse, que gosta de tomar aquele outro álcool. Tiveram que tirar da cadeia para disputar a eleição, alijar o nosso grupo político, e agora querem eliminá-lo e eliminar os seus apoiadores. Justamente, por quê? Porque não querem a verdadeira democracia.

Então, senhoras e senhores, convido todos vocês aqui a realmente estudarem esse processo. Não só a denúncia do presidente Bolsonaro, mas os processos onde senhoras idosas, mães de famílias e inclusive moradores de ruas foram presos preventivamente porque estavam ali em Brasília.

Como George Orwell dizia em “1984”: “guerra é paz, liberdade é escravidão”, e essa democracia relativa que os petistas defendem não é a democracia que nós defendemos. Querem eliminar a oposição? Que eliminem nas urnas, como nós fizemos aqui em São Paulo com o PSDB. Talvez um dia faremos também com o PT, presidente.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada Ana Perugini.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu vou insistir, porque está fugindo do Regimento este debate. Eu não gostaria de me alongar em relação a isso, mas eu insisto, devido ao processo legal, deputado Gil Diniz, até porque o crime que foi cometido, ele chama para a última instância, volta para a segunda instância a decisão. Essa é uma questão jurídica que precisa ser colocada aqui.

Em relação ao segundo quesito levantado aqui, de quem foi preso inocentemente porque estava no local. Nós sabemos que toda ação que exige uma ação em massa acontece, sim, e inclusive aquele que foi vitimado, ele deve sim entrar até com pedido de indenização contra o Estado, isso pode acontecer.

Agora, quando há essa fala de que é pai, que é mãe. Gente, as maiores atrocidades, os maiores crimes, os crimes abomináveis, o crime de pedofilia, acontecem dentro dos nossos lares. Então, não pode ser um atenuante a sua condição civil naquele momento, a sua condição de filiação. É preciso saber que a lei prevê todos os casos, tem atenuantes, tem agravantes e isso deve ser aplicado. Então, nós temos que ter a responsabilidade sobre os nossos atos, e quando se decide quebrar patrimônio, nós temos que ter a responsabilidade também.

Então, pedir ao deputado, por quem eu tenho um grande respeito, e dizer que vai continuar tendo oposição. Mas eu escutei do deputado, enquanto deputada, sentada escutei da tribuna que nós temos muitos direitos, o povo tem muito direito e pouca obrigação.

Nós temos muitas leis que precisam ser aplicadas a todos os cidadãos, independente da sua condição econômica, independente do seu status de poder, e para isso tem foro de prerrogativa, sim, e ele precisa ser exercido.

Eu insisto ainda, que os crimes que começaram a ser investigados hoje, do já não mais presidente, ex-presidente, mas eles começaram a ser investigados, eles foram apurados no exercício da Presidência. Daí o porquê do foro privilegiado.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito obrigado, deputada Ana Perugini.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu retorno aqui ao plenário amanhã, não vou me alongar, mas V. Exa. me permita aqui. Discordo da deputada Ana Perugini. Há várias e graves violações dos direitos humanos dessas pessoas e convido a deputada a ir comigo a uns presídios aqui no estado de São Paulo para testemunhar, ouvir essas mulheres - podem ser homens também, não tem problema -, ler os processos, ler as acusações, presidente. É simplesmente absurdo e inadmissível o que está acontecendo hoje.

Essas vítimas, esses presos políticos podem recorrer ao Estado, podem ganhar uma indenização, mas quanto custa, presidente - V. Exa. é pai - uma hora do seu tempo longe do seu filho? Quanto custa uma hora do seu tempo longe dos seus pais? Essas pessoas não sabem quando sairão da cadeia. Catorze anos por depredação! Mas nem assassino, nem esses pedófilos que ela disse aqui, nem abusadores de crianças tomam essa pena aqui no País.

Tem traficantes que saem pela porta da frente em audiência de custódia. Tem ladrão de banco que sai pela porta da frente em audiência de custódia. Então não é razoável e é inconcebível que, para eliminar a oposição, o atropelo a esses direitos humanos seja admitido, que esses direitos, que a própria lei seja rasgada justamente porque é um outro político que hoje sofre.

Sou de Pernambuco, sou de Serra Talhada e lá tem um ditado que é comum ao brasileiro: “Pau que bate em Chico, bate em Francisco também”. O canhão de Alexandre de Moraes, esse ser inepto, desumano, está mirado para nós aqui, mas amanhã, presidente, vai estar mirado a eles.

Geraldo Alckmin já está aquecendo, já está alongando, presidente. A Globo já virou aqui, olha, está pulando do barco. O barco está afundando e os ratos começam a saltar. Logo, logo, os criminalizados não estarão aqui à direita, estarão à esquerda e eles novamente rogarão aqui justamente o papel dos tribunais, o respeito à lei, essa lei que hoje não é respeitada para o nosso grupo político.

Então eu peço aqui aos deputados, a Assembleia de São Paulo é pioneira, São Paulo é a locomotiva do Brasil, nós lideramos o País. A Assembleia precisa ser pioneira e puxar esse movimento pela anistia humanitária desses homens e mulheres que foram sequestrados por esse ser abjeto que é Alexandre de Moraes, presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, se houver acordo aqui, levantar a presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito obrigado, deputado Gil Diniz. Quero parabenizar as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados pelo alto nível dos debates. Dizer que a nossa Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em seus 190 anos, dá exemplo de como o exercício da democracia é efetivado em prol da nossa população.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Quero agradecer a todos que nos acompanharam nas galerias, as assessorias, servidores, policiais civis e militares, os que nos acompanharam pela Rede Alesp. Fiquem todos com Deus, uma boa tarde.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 48 minutos.

 

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- É inserida Questão de Ordem, não lida em Plenário.

 

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QUESTÃO DE ORDEM 2025

 

Com fundamento no artigo 260 e seguintes do Regimento Interno, formulo a Vossa Excelência a presente Questão de Ordem, a fim de obter o entendimento quanto ao disposto no Art. 18, § 3.•- do referido Regimento Interno, formulando-a nos seguintes termos:

No curso da Sessão Ordinária do dia 19 de fevereiro de 2025, ocupando a Presidência durante o Pequeno Expediente, o deputado Major Mecca fez comentários contrários ao pronunciamento dos deputados da Bancada de Oposição.

Utilizando da Presidência para manifestar posição política em relação à denúncia da Procuradoria Geral da República, em face do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de vários crimes, dentre eles falsificação do cartão de vacinação, provocar mortes por omissão na pandemia, liderar organização criminosa armada, tentar abolir de forma violenta o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, qualificado por violência e grave ameaça ao patrimônio público da União.

É muito importante para o bom andamento das sessões, e em respeito ao Regimento, o deputado ou deputada que estiver presidindo a sessão, se mantenha equidistante das discussões, para isso, o Regimento é cristalino ao estipular que para fazer a discussão, o deputado deverá deixar a Presidência:

“Artigo 18

§ 3.• - Para tomar parte em qualquer discussão, o presidente deixará a Presidência e não reassumirá enquanto se debater a matéria que se propôs a discutir.”

Ao fazer comentários sobre o assunto que está em discussão, ou em relação a pronunciamentos de outros parlamentares, o deputado que está presidindo não pode se afastar da função inerente à Presidência, que é conduzir os trabalhos.

Solicito ao presidente que discipline a atuação do parlamentar no exercício da Presidência, para que se atenha ao Regimento Interno, especialmente no que diz respeito às atribuições de quem estiver presidindo as sessões, zelando pelo decoro e pela equidistância dos debates e discussões da sessão que preside, mantendo a neutralidade e imparcialidade.

Consideramos que respeitando o Regimento, os parlamentares podem contribuir para o bom andamento e respeito aos parlamentares e ao público que acompanha as sessões.

É imperioso que se reestabeleça o bom senso e respeito às normas regimentais, que se recupere as boas práticas da atividade parlamentar e política e o respeito ao decoro e à ética.

Posto isto, solicitamos que em resposta a esta Questão de Ordem, sejam informados da importância de respeito ao Regimento Interno.

Pela oportunidade, reiteramos nossos votos de alta estima.

Deputado Paulo Fiorilo

Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores

 

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