23 DE MAIO DE 2023

45ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS, REIS, VITÃO DO CACHORRÃO, CARLOS GIANNAZI, CAPITÃO TELHADA e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão ou às 16 horas e 30 minutos. Convoca reunião conjunta com as comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se dia 24/05, às 14 horas.

        

2 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - REIS

Assume a Presidência.

        

7 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - VITÃO DO CACHORRÃO

Assume a Presidência.

        

10 - REIS

Assume a Presidência.

        

11 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

12 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência. Parabeniza o deputado Reis pela iniciativa de criação da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil. Convida os deputados a visitarem o acampamento dos servidores da Fundação Casa.

        

14 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - CAPITÃO TELHADA

Assume a Presidência.

        

16 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

        

GRANDE EXPEDIENTE

18 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - GUTO ZACARIAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência. Anuncia a presença em plenário de representantes da Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP) e da base do governo.

        

22 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - REIS

Assume a Presidência.

        

24 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

25 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

26 - SIMÃO PEDRO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

27 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

28 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

29 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h.

        

ORDEM DO DIA

30 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e reabre a sessão.  Anuncia a presença de diversas autoridades. Coloca em votação, separadamente, e declara aprovados requerimentos de constituição de comissão de representação: do deputado Luiz Fernando, com a finalidade de participar do seminário "Indústria Química Brasileira - Contribuições e oportunidades para transição energética e economia circular" e de uma reunião com o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em Brasília, nos dias 22 e 23/05; e da deputada Beth Sahão, com a finalidade de despachar junto à ministra de Estado do Ministério das Mulheres, ao ministro das Relações Institucionais e ao presidente da Caixa Econômica Federal, em Brasília, nos dias 24 e 25/05.

        

31 - RODRIGO MORAES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

32 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

33 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

34 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 24/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra a sessão extraordinária a realizar-se às 16 horas e 51 minutos. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, antes de nós iniciarmos aqui o Pequeno Expediente, convocação. Nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou 10 minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º, Art. 100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

* * *

 

- NR - A Ordem do Dia para a 12ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 24/05/2022.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações do Trabalho; e Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se amanhã, às 14 horas, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 81, de 2023, de autoria do Sr. Governador.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, neste momento, passamos ao Pequeno Expediente, chamando para fazer uso da palavra o nobre deputado Agente Federal Danilo Balas.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, servidores desta Casa, todos que nos acompanham pela TV Assembleia, antes de iniciar o assunto que eu trago a esta tribuna, quero parabenizar o trabalho de dois vereadores do interior de São Paulo.

A cidade de Porto Feliz conta com um vereador atuante, Dr. Luís Diniz, excelente trabalho, presente no município e também buscando investimentos aqui na esfera estadual, com secretários de estado, com deputados estaduais, conseguindo levar não só verbas para a Saúde, para a Apae, para a Escola Estadual Professora Esther Maurino Rodrigues, mas também fiscalizando os atos do Poder Executivo municipal.

É a figura do vereador, fiscalizando, cobrando o prefeito, para que execute obras que atendam à população de forma a contento. Então, parabéns, vereador Luiz Diniz, Dr. Luiz Diniz, pelo excelente trabalho em Porto Feliz.

Também outra cidade que tem um trabalho sensacional de um vereador é a cidade de Capela do Alto, presidente, o vereador Rodrigo, vereador jovem, presente no município, que também constantemente busca investimentos para a cidade de Capela do Alto, não só nesta Assembleia Legislativa, mas também com secretários de estado e em Brasília. Esse também é o papel do vereador, buscando investimentos lá em Brasília com deputados federais para a sua cidade. Parabéns, vereador Rodrigo, de Capela do Alto.

Agora falaremos rapidamente sobre mais uma ação do governo do estado de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas, a sua equipe imbuída de trazer o melhor para o estado de São Paulo, cumprindo promessas de campanha e, mais uma vez, na área da habitação, ao lado do secretário Marcelo Branco, entre outros secretários.

O governador Tarcísio entregou onze mil títulos, mais precisamente 11.073 títulos de imóveis, e beneficia mais de 44 mil pessoas na Capital. Isso é algo inédito. Temos aqui a chamada da matéria do site do governo do estado de São Paulo.

No domingo ele fez a entrega em um estádio de futebol na Zona Leste de São Paulo, e é o sonho da casa própria, da segurança jurídica, daquele cidadão lá na ponta da linha, de alguns bairros.

Por exemplo, Campo Limpo, Guaianazes, Brasilândia ali na Zona Norte, Cidade Tiradentes, Itaquera, lá na Zona Leste, Mooca, Raposo Tavares, Santa Cecília, São Miguel Paulista, Santo Amaro, Vila Curuçá.

Então, Sr. Presidente, o governador Tarcísio de Freitas cumprindo promessa de campanha e entregando 11.073 títulos de posse, e aí esses títulos definitivos trazem a segurança da família em ter uma casa, de ter um teto, de saber que após um longo dia de trabalho tem para onde retornar e acomodar a sua família.

Então, parabéns, governador Tarcísio de Freitas, que, desde o início da sua gestão, vem cumprindo o que disse em campanha e também entregando unidades habitacionais regularizadas, com posse definitiva e entregues ao morador, e aí ele faz o seu discurso, dirige a sua palavra ao público presente, o secretário Marcelo Branco à direita ali.

Então, temos uma ação do governador Tarcísio de Freitas, mais uma ação em prol da população, em especial aqueles que mais necessitam, de baixa renda, que moravam em propriedades, em moradias até então irregulares.

Parabéns, governador Tarcísio, e toda a sua equipe.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. Vai fazer uso da palavra?

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público da TV Alesp, assessores presentes, o povo da galeria. Sr. Presidente, vim a esta tribuna para, mais uma vez, falar das contradições do governador do Estado.

Ontem, assistindo no telejornal, vimos que a famosa linha 17 - Ouro do monotrilho, que havia sido contratada, deputada Thainara, em 2014, para entregar naquele ano, na Copa do Mundo de 2014.

Dez anos depois, quase nove anos, depois de tanto falarmos aqui que esse contrato não iria ser cumprido, que essa obra não iria acontecer porque a empresa que havia sido contratada não apresentava um cronograma de obras e uma expectativa de que esse resultado poderia acontecer com sucesso, pasmem, hoje nós estamos assistindo nos meios de comunicação que o governador finalmente rescindiu o contrato com a empresa que estava prometendo fazer e não fazia.

Até aí, não tem problema, acho que tinha mesmo que rescindir, porque se não executa, se não cumpre, tem que ser punido, como está, está sendo punido com alguns milhões de reais em defesa dos cofres públicos, em defesa do prejuízo para a sociedade paulista.

Até aí está correto, o que não acho correto, e fico pensando qual foi o critério, porque quantas vezes eu vim a esta tribuna, outras deputadas e outros deputados vieram a esta tribuna, deputada Thainara, falar da inoperância da ViaMobilidade. A ViaMobilidade que está operando, de forma precária e muito ruim, as linhas 8 e 9, 8-Diamante e 9-Esmeralda.

E a gente está vendo exatamente o transtorno que está causando à nossa sociedade e, infelizmente, a gente não viu uma resposta eficaz do governador do Estado. Mesmo a promotoria de Justiça do estado de São Paulo dizendo que chega, que chegou em todos os limites e que iria pedir a rescisão do contrato da ViaMobilidade, o governador do Estado resolveu dar mais algumas chances para a ViaMobilidade, mas a gente vê ainda continuando os problemas da operação.

Não obstante isso, vem a contradição, a empresa ViaMobilidade agora está sendo indicada pelo governador para construir a linha 17-Ouro. Então nós não podemos aceitar que o governador...

Qual é o interesse com a ViaMobilidade? Que paixão é essa? Que desejo é esse? Que compromisso é esse com essa ViaMobilidade, que eu costumo chamar de “Via Imobilidade”, porque de mobilidade não tem nada e, infelizmente, parece que está esperando uma tragédia com morte de pessoas - e espero em Deus que isso não aconteça - para que essa empresa seja punida.

Ao contrário, ela é beneficiada. Agora ela não só já está prometida para operar a linha 17-Ouro, como agora ela vai construir. Qual é o interesse que o governador tem? Que compromisso? O que tem em troca? Que retorno tem? Que vantagem tem essa empresa que está tão protegida, está sendo tão bem protegida pelo Governo do Estado.

Então, eu não poderia deixar, presidente, de vir a esta tribuna e denunciar uma situação que eu acho lamentável. E vou adotar as providências, vou oficiar o Ministério Público também, mais uma vez, porque não é possível.

Não podemos acreditar que às vezes a empresa é penalizada, ela presta um péssimo serviço, e ela é beneficiada porque o governador disse, inclusive chegou a dizer, que quem governa o estado não é o Ministério Público, é ele. É verdade.

Ninguém está dizendo que o Ministério Público deve governar, quem é o governador é ele, agora, adotar determinadas providências no sentido de privilegiar aquela empresa que está prestando um péssimo serviço no nosso Estado, com isso nós não podemos concordar, e é por isso que esta Casa não pode se calar a situações lamentáveis, vexatórias, como essa.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra, o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. 

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, venho à tribuna no dia de hoje para fazer uma gravíssima denúncia de um crime de lesa-pátria com o erário público do estado de São Paulo.

Refiro-me à publicação do Decreto nº 67.526, de 2023, publicado no dia 27 de fevereiro de 2023, decreto do governador Tarcísio de Freitas que vai prejudicar a Saúde, a Educação, os servidores públicos, os municípios do estado de São Paulo. Todos serão prejudicados.

Refiro-me a um decreto de isenção fiscal, de renúncia fiscal para um setor conhecido como os fabricantes de embalagens metálicas. É grave, é um crime. Eu apresentei um PDL, um projeto de decreto legislativo, que foi publicado hoje no “Diário Oficial”, mas estou tomando outras medidas: estou entrando com uma ação popular no Tribunal de Justiça, estou acionando o Ministério Público estadual e também o Tribunal de Contas.

Esse decreto afronta a nossa Constituição Estadual, o Art. 163 da Constituição Estadual, o Art. 113 da Constituição Federal e o Art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, para resumir, o estado de São Paulo vai perder, com essa renúncia fiscal, mais de 300 milhões de reais por ano para beneficiar um setor do nosso Estado, que são os fabricantes de embalagens metálicas.

Eu fiz um pequeno quadro para mostrar o impacto orçamentário desse crime, dessa renúncia fiscal. É o Decreto nº 67.526. Em 2021, nós arrecadamos - tenho aqui os dados - mais de 414 milhões de reais. Isso só em 2021.

Com essa renúncia fiscal, com essa redução para apenas três por cento, vamos perder aproximadamente 345 milhões de reais, ou seja, vamos arrecadar, por baixo, 69 milhões de reais. Olha só a renúncia fiscal. E não há nenhum relatório de impacto financeiro sobre isso, não há transparência alguma. O que o Estado ganha com isso? Absolutamente nada.

Estou tomando várias medidas: PDL publicado hoje - espero que a Assembleia Legislativa aprove o nosso PDL para revogar esse famigerado decreto -, ação popular no Tribunal de Justiça, representações no Ministério Público estadual, no Tribunal de Contas, mas olha, Sr. Presidente, isso é grave.

Para que as pessoas possam entender: nós estamos, logicamente, apoiando a greve dos servidores e servidoras da Fundação Casa. Parabéns pela mobilização de vocês, pelo acampamento na frente da Assembleia, vocês que estão sendo esquecidos, mais uma vez, pelo governo estadual.

O governo diz que não tem dinheiro para pagar o reajuste dos servidores da Fundação Casa, que só pode pagar, no máximo, seis por cento, porque não tem recursos, mas, olha só, ele está abrindo mão dessa receita de 345 milhões de reais.

Vocês sabem quanto significa dar um reajuste para os servidores e servidoras da Fundação Casa, um reajuste minimamente digno, que é pouco ainda, de 15 por cento? Tem aqui o quadro, olha: se o Estado der um reajuste de 15%, isso vai custar apenas 168 milhões por ano, bem abaixo do que estamos perdendo com uma renúncia fiscal.

Então, a questão não é orçamentária, a questão é política. O governador Tarcísio de Freitas está beneficiando grupos econômicos do estado de São Paulo e prejudicando e arrochando e achatando os salários dos servidores do estado de São Paulo.

Então tem dinheiro. Então nós estamos aqui reivindicando que os servidores da Fundação Casa sejam atendidos, da Polícia Penal, todos os servidores do Estado, mas com base aqui, com dados.

Ninguém está fazendo aqui bravata. Nós estamos apresentando dados concretos, econômicos do Orçamento, mas é grave esse decreto, Sr. Presidente. Ele tem que ser revogado imediatamente e os recursos devem ser investidos no estado de São Paulo, na Educação...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - ...na Saúde e nos servidores públicos.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.)

Passamos à lista suplementar. Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputada Thainara Faria.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muitíssimo boa tarde, Sr. Presidente. Uma boa tarde aos Srs. Deputados que nos acompanham no plenário, servidores, policiais.

Boa tarde, estado de São Paulo. Eu estou na terceira sessão hoje colocando a necessidade de discutirmos as pessoas em situação de rua do estado de São Paulo, fazendo a contagem; permanecerei.

Pessoas que nos acompanham no plenário, nós vimos a entrega justíssima e merecidíssima, fruto de muita luta das famílias, dos 11 mil títulos das casas, mas nós ainda temos 50 mil pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo e 80 mil pessoas em situação de rua no estado de São Paulo.

Então continuarei contando, antes de qualquer fala minha nesta tribuna, a questão das pessoas em situação de rua. Quero trazer hoje três temas importantes. O primeiro deles é alertá-los que nós estamos discutindo a LDO. Para quem não sabe o que significa, porque às vezes esses termos são muito distantes da população, é a Lei de Diretrizes Orçamentárias para reger este governo.

Então nós estamos nesse período de discussão. O nosso gabinete, o nosso mandato está muito atento às questões de Orçamento para que as políticas para as mulheres funcionem; para que as políticas de combate à discriminação racial funcionem; para que os locais onde acolham-se crianças e adolescentes também funcionem.

E os nossos temas prioritários dentro da infraestrutura e também dos assuntos econômicos serão colocados em pauta na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, que tanto falamos. Mas agora eu quero dialogar diretamente com o nosso governador Tarcísio.

Eu estou em mãos com dois requerimentos que tratam de situações em escolas estaduais. O primeiro deles, um caso de racismo que aconteceu contra a aluna Thamires Rosa. É uma violência de dois alunos contra ela, que proferiram xingamentos racistas e tratamentos racistas à aluna, e nós estamos aguardando então a resposta do Governo do Estado, da Secretaria de Educação.

Quais são os encaminhamentos que estão sendo dados em relação às situações de racismo que estão acontecendo dentro da sala de aula? Nós tivemos, infelizmente, nesta semana, o Brasil e o mundo assistiram o jogador Vinícius Jr. sendo vítima de racismo e a La Liga não se pronunciando a respeito.

Ao contrário, criminalizando o jogador que sofre racismo por ser um cara preto. E eu sempre falo que nós, que estamos em qualquer posição, ocupamos todos os cargos. Não importa onde nós estivermos, a cor da nossa pele sempre chega antes. Então nós estamos repudiando todo e qualquer ato racista que aconteça dentro e fora do campo.

Acompanhei a reação da ministra Anielle Franco, que acionou o Ministério Público da Espanha, e também acompanhei a prisão de sete daqueles que ofenderam o Vinícius, mas nós continuaremos aí em luta contra situações de discriminação racial. E quero trazer um outro tema que também é de fundamental importância e de primeira necessidade.

Nós recebemos a denúncia de que na cidade de Franca a empresa, que aqui trago o nome para vocês, Mana Gestão de Terceiros e Serviços de Manutenção, está há dois meses sem fornecer as merendas das crianças, não paga os funcionários e a situação a gente sabe que é complicada.

Nós sabemos que, infelizmente, deputado Vitão do Cachorrão, milhares de alunos vão para as escolas, infelizmente, só para comer. Nós sabemos que isso é uma realidade.

Não gostaríamos que fosse, mas muitas crianças vão para a escola para ter uma refeição digna no dia. Se chegando à escola não tivermos a estrutura básica e mínima para o conhecimento, para o saber, o que nós faremos?

Então está aqui o requerimento que nós mandamos ao Sr. Renato Feder, que inclusive pediu uma audiência com ele há um mês, e ele está tentando me ceder a data do dia 26 de julho.

Então, eu vou dizer aqui, porque estou tentando por meios institucionais: se para atender uma deputada estadual ele está dando um prazo de um mês, imaginem vocês para atender o povo.

Um mês para ser atendida para falar em relação a merenda, para falar em relação a casos de racismo, a estrutura para os servidores da Educação. Enfim, está muito complicada esta situação.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

Então estou enviando, oficiando mais uma vez o Sr. Renato Feder, para saber sobre esse contrato do governo estadual com esta empresa, que não presta mais serviços, que está em estado de falência, segundo relatos, e que não mais paga seus funcionários e nem fornece as refeições para os alunos.

É de fundamental importância que a gente garanta alimentação de qualidade. O acesso à educação faz parte do conjunto de questões que garantem a educação.

O meu tempo está acabando. Agradeço a atenção de todos vocês e coloco o nosso mandato à inteira disposição do povo do estado de São Paulo para continuar lutando pelas questões mais justas e primárias para o povo.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo no Pequeno Expediente, o próximo orador, deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Fernando Siqueira. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.)

Deputado Ítalo Jacomussi. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) E agora, com vocês, o deputado Vitão do Cachorrão. O Vitão do Cachorrão nós temos que chamar de forma bem forte. Outro dia, ele estava lá fazendo cachorro-quente. Eu disse: qualquer dia eu vou visitá-lo.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, meu amigo, deputado Reis. Parabéns pelo trabalho também. Thainara, deputado Suplicy, deputada Thainara.

Cumprimento aqui, como sempre faço, toda a Casa, todos os funcionários, em nome de todas as funcionárias, pessoal da TV Alesp, o fotógrafo, mais o pessoal da limpeza, que limpa aqui a Casa, que limpa os banheiros, que limpa os corredores: vocês são muito importantes.

Quero agradecer aqui também a Deus, Thainara, de poder lutar junto com o povo aqui, e receber a visita dos vereadores quando eles vêm no nosso gabinete, deputada Thainara.

Estou aqui com um grande amigo meu, que é o vereador Simoa, que está aqui em cima participando na Casa, e trouxe as demandas, Suplicy, lá de Sorocaba.

Simoa, um vereador batalhador, simples, que ganhou a eleição, continuou morando lá em um bairro que é totalmente um bairro de terra, em um estado tão rico. Então ele fez muitas indicações aqui para que tenha o asfalto.

Estou com algumas indicações aqui, tem um programa agora, Nossa Rua, no estado. Espero que seja cumprido, vou pedir ajuda dos colegas, já estou aqui com o ofício, que seja aprovado, porque é muita gente sofrendo ali na Estrada dos Impérios, que é no Bairro Genebra, Estrada São Roquinho, Estrada Inhaíba, Estrada Santa Maria do Povo, Brigadeiro Tobias, Estrada dos Reis, Estrada Monte Alpino.

E o asfalto é um direito que tem que ter principalmente nas principais. Já chegou lá em Sorocaba, por exemplo, no Bairro Ipanema das Pedras, em um dia chuvoso, uma criança se engasgou, Simoa, e a ambulância foi chamada, não chegou a tempo, e essa criança veio a falecer.

Então veja como a sua luta é importante ali para o Bairro de Brigadeiro, de Genebra, os bairros rurais de Sorocaba, são mais de 600 quilômetros.

Quando eu falo Sorocaba, também tem toda a região, tem a região de Araraquara, que é da Thainara, da deputada, aqui do Reis, que luta pela Grande São Paulo e por todo o estado. Tenho certeza de que estou junto nessa luta com você.

E também a Artesp anda fazendo aí as obras na estrada, pavimentação aí do DER, e tem o Bairro ali Genebra, em que eu acho que mora muita gente, mais de 21 mil pessoas passando no local, circulando, e o retorno é a seis quilômetros.

Vai fazendo a obra sem conversar com a população, acho que só vendo no Google Maps, e não conversa com o povo, quem sofre é o povo. Então, a gente está lutando lá, teve uma mobilização, eu fui até a mobilização, porque eu sou deputado de rua. A gente tem que estar junto com o povo, mas numa boa.

Ouvi a população junto com o vereador Fábio Simoa, e graças a Deus está vindo aqui o representante, um secretário da Artesp, no nosso gabinete. Ele tem que entender que a gente não pode fazer só vendo o Google Maps lá e vou fazer entrada a sete quilômetros do bairro.

Como é que uma mulher grávida, uma mulher que está fazendo pré-natal, as crianças que vão à escola, que têm que atravessar para o outro lado da pista, vai ter sete quilômetros de distância. Então, o Simoa tem lutado muito também.

Agora, Simoa, quero dar os parabéns, e aguardo essa reunião. Tenho a certeza de que o governador vai atender, porque ninguém é louco de fazer isso. Com toda a humildade minha, o meu jeitão de falar, de deixar num bairro tão populoso sete quilômetros para a frente, Reis. Não são todos que têm carro.

A maioria da população anda de ônibus, vai trabalhar num ônibus lotado, às vezes com a marmita, não tem nenhuma mistura, agora tem que andar sete quilômetros para voltar ao bairro também quem tem o carro, uma ambulância que precisa fazer um socorro, isso em Sorocaba tem que ser resolvido aí, e o Simoa tem lutado pelo bairro Genebra.

Eu vim aqui também, e quero até mostrar um pequeno vídeo, e eu coloquei um projeto de lei, eu vou precisar de todos os deputados aqui do Republicanos, de todos os partidos, porque a gente está aqui pelo povo. Não importa, não é Reis, a gente é muito amigo, se a bandeira é vermelha ou azul. Quando é pelo povo, a gente tem que votar a favor.

E o vendedor aqui é o Ivan do Nascimento. Ele está há 30 anos na estrada ali de Mogi-Bertioga, tem 40 metros de recuo na rodovia, ele vende o doce, ele vende o pingado, ele vende ali o bolinho caipira, e chegou uma ordem ali para ele sair do local de um dia para o outro, 30 anos a família com seis funcionários.

Aí o pessoal esteve lá, você vê como é a força do comerciante, de quem é do povo: em apenas cinco dias, com os caminhoneiros e quem passa ali para ele ser mantido ali, porque nunca ninguém tirou e não pode tirar agora.

Fiz um projeto de lei, Thainara, deputada Thainara, eu quero que vocês me ajudem, que eu não estou sozinho aqui, para manter esse pessoal na estrada. Muita gente que vai comer um salgado, que vende a banana ali na serra indo para Iguape, que vende o palmito, que vende o bolinho caipira, que vende o pastel, o pingado, e eu, como vendedor de cachorrão, também quero que sejam mantidas essas pessoas no projeto de lei, tanto que tem um “guardrail” e que tem uma distância.

Na próxima sessão, na próxima fala eu mostro o vídeo, que o tempo já estourou, Reis. Acho que era de um minuto, mas tem outros colegas para falarem.

Então, conto com vocês, deputada Thainara, para deixar o povo trabalhando, Suplicy, e que Deus abençoe a todos. Conto com a bancada do Republicanos também.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Vitão do Cachorrão.

A próxima oradora é a deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; primeiro quero assinalar um evento de grande importância para o combate à fome que se realizou hoje, pela manhã, ali no Hotel Santander, na Av. Juscelino Kubitschek, quase na Marginal Pinheiros.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Vitão do Cachorrão.

 

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E com o Teatro Santander completamente lotado, com a presença do prefeito Ricardo Nunes e do governador Tarcísio de Freitas, todos os ministros, 41 Dias do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da ministra Simone Tebet, do Planejamento; do ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; e com centenas de pessoas interessadas nesse tema, inclusive alguns empresários, como Abilio Diniz, e, sobretudo, porque a senhora Geyze Diniz, esposa de Abílio Diniz, foi aquela pessoa que coordenou as ações deste plano de combate à fome.

Em 1993, nós tivemos a ação tão especial, uma iniciativa muito forte do Betinho, que resolveu lançar um grande programa e conclamar a todos os brasileiros e brasileiras a terem a consciência de que era importantíssimo acabarmos com a fome no Brasil.

Naquela época havia como que 5,5% da população em condições de fome, mas hoje são mais de 13,5%, 15,5% de pessoas e atinge o número de mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras, desde crianças, a adultos e pessoas idosas que vivem em condições de pobreza extrema e precisam de políticas públicas que podem ser objeto da mobilização dos mais diversos setores, inclusive de setores suprapartidários, das mais diversas empresas, empresários e tudo.

Então eu quero saudar esse movimento com o qual pretendo colaborar. Esse plano de mobilizar toda ação para combater a fome vai inclusive criar um plano que a Unesco e outra entidade estão realizando.

Haverá pelo menos seis prêmios, os seis melhores estudos a respeito de como combater a fome poderão receber um prêmio da ordem de 100 mil reais, a ser pago em outubro.

Achei importante que houvesse esse diálogo, de muitas pessoas ali, sobre como poderão colaborar para extinguir a fome no Brasil. Da minha parte, acredito que há uma forma muito eficaz, será a implantação da renda básica universal, com a colaboração daqueles que têm mais recursos, que possam efetivamente colaborar.

Isso poderá se dar através de uma reforma tributária mais progressiva, bem como com a ampliação dos recursos destinados a esta, destinados a que possa haver a efetiva erradicação da fome.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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Mas quero também transmitir que agora está ocorrendo, em frente à prefeitura, um segundo ato unificado de paralisação do funcionalismo público municipal em defesa da sua campanha salarial.

Em 12 de maio, em assembleia chamada Sinpeem, sindicato dos profissionais de Educação, os profissionais rejeitaram a proposta do prefeito Ricardo Nunes de implementação de um regime de remuneração por subsídio, que significa a destruição do plano de carreiras dos servidores, que perdem direitos, como quinquênio e sexta-parte.

Não houve apresentação, de fato, de uma reestruturação, mas uma intenção de fazê-lo, sem demonstrar quais seriam as tabelas salariais, as evoluções nas carreiras, os critérios. Caso não aceite, o reajuste proposto será de apenas 3%, o que, na prática, não repõe sequer a inflação.

Essa assembleia dos servidores da Educação reiterou o seu posicionamento contra o confisco dos 14% implementado no Sampaprev para aposentados e pensionistas, em defesa da valorização do piso salarial e incorporação de 32% para ativos e aposentados.

Em 16 de maio, as demais entidades e servidores, representados pelo Sindsep, também em reunião com o governo, decidiram se somar à paralização de hoje, que além da defesa das pautas da Educação, defende reajuste linear de 16,36% para o funcionalismo, e traz em pauta outras carreiras, com agentes da Saúde, das endemias, serviço social e cultura.

Essa Assembleia de hoje definirá a resposta final ao governo, com o indicativo de greve com o regime de remuneração por subsídio, valorização... contra a remuneração por subsídio, a valorização salarial, o fim do confisco e melhores condições de trabalho.

Considero importante que haja um bom diálogo entre o prefeito Ricardo Nunes e as entidades sindicais, em suas reivindicações por salários mais justos. Nos últimos tempos, temos discutido sobre a questão da saúde mental para os profissionais de Educação e sobre a segurança nas escolas.

Acredito que abordar essas questões também passa por assegurar melhores condições para os profissionais, valorização salarial, reconhecimento da importância que possuem na construção da sociedade.

São Paulo aumentou significativamente sua arrecadação e precisamos assegurar direitos aos profissionais responsáveis pelas políticas públicas tão essenciais. Será importante a realização de um bom estudo que demonstre a viabilidade de atender as solicitações dos funcionários.

Não é possível que mais uma vez a base do funcionalismo que mantém a cidade fique de fora das decisões e não tenha suas decisões consideradas. Caso não haja o devido diálogo, também, devemos assegurar o devido direito à greve.

Quero também expressar a minha solidariedade aos trabalhadores da Fundação Casa, que ainda não tiveram seus direitos assegurados.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para uma rápida comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, registrar a honrosa presença no plenário hoje, Sr. Presidente, dos valorosos servidores e servidoras da Fundação Casa, que estão em greve. Estão em greve desde o dia três, reivindicando melhores salários, melhores condições de trabalho.

Eles lutam contra o assédio, lutam contra as transferências compulsórias, lutam contra a superlotação das unidades, o fechamento das unidades e, sobretudo, Sr. Presidente, por um reajuste digno. Porque é uma afronta à dignidade humana dos servidores e servidoras da Fundação Casa, o reajuste de apenas, no máximo de 6%, que a Fundação Casa está oferecendo e não negocia.

É uma fundação autoritária - a sua direção -, a Secretaria de Justiça também não negocia, muito menos o governador.

Então, eu faço um apelo no dia de hoje para que o governador Tarcísio receba o sindicato, abra processo de negociação, atenda as reivindicações. E um apelo maior para a Assembleia Legislativa.

Hoje, nós vamos votar, provavelmente, o PLC 75, e nós temos emendas incluindo os servidores da Fundação Casa, para que eles tenham um reajuste digno, Sr. Presidente.

Então, hoje é o dia da verdade. Nós queremos saber quais deputados e deputadas votarão a favor dessas emendas apresentadas, não só por nós, mas, também, até mesmo, por deputados da base do governo.

Então, hoje é um dia importante, em que a Assembleia Legislativa pode fazer história e fazer justiça com os servidores da Fundação Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo o Pequeno Expediente, o próximo orador, deputado Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Uma boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde à plateia que nos acompanha, de maneira eufórica, acompanhando o nosso amigo, deputado Carlos Giannazi. Parabéns pela representatividade. Senhores funcionários, civis e miliares, desta Assembleia Legislativa, nossos pares deputados estaduais.

Finalmente chegamos ao dia 23 de maio. Como o orador que me antecedeu citou hoje, teremos continuidade no terceiro dia de discussões e debates acerca desse importante Projeto de lei Complementar nº 75, de 2023, que trata da justa recomposição salarial às polícias.

Foi apresentado nesta Casa, no dia 2 de maio, pelo governador Tarcísio de Freitas. E, mais ou menos 20 dias depois, 21 dias depois, hoje, enfim, votaremos, se Deus quiser, teremos os encaminhamentos. E trabalhamos para isso, para que cheguemos, no final do dia, a essa importante votação.

Nós, deputados da Segurança Pública, trabalhamos, no dia a dia, na Polícia. Conhecemos as dificuldades que o policial militar enfrenta na rua, que o policial civil enfrenta nas investigações, nos plantões policiais, que os policiais técnico-científicos têm de enfrentar, no dia, para o cumprimento da sua função. Nós reconhecemos como extremamente justa essa proposta do governador.

Esse é o primeiro passo que ele apresenta, conforme prometeu, e se comprometeu, na sua campanha, em 2022, de valorizar e reconhecer as polícias que fazem parte desse sistema de Segurança Pública.

Então estamos otimistas com todos os debates que travamos nesta Casa, com todos os deputados estaduais comprometidos, fazendo presença, discursando, colocando suas ideias, colocando suas emendas.

O que é, sim, muito importante não ser apático. É muito importante que cada deputado, independente da bandeira que defende, independente da temática que ele está envolvido, pela sua carreira, pela sua tecnicidade, pela sua criação, mas é importante que todos estejam comprometidos com essas pautas que são muito caras à sociedade paulista.

Virão outras à frente. Virão pautas de outros servidores públicos, de professores, de enfermeiros, de médicos, de policiais penais, de funcionários e servidores da Fundação Casa, que estão presentes aqui hoje. (Manifestação nas galerias.)

Muito obrigado pela presença. Estive conversando já duas vezes com a presidente do sindicato, do Sitsesp. Estamos totalmente favoráveis, com os braços abertos e com as portas abertas para as demandas dos senhores. Trabalhei muitas vezes em parceria, enquanto na Polícia Militar, tenente, capitão. Mas, muitas escoltas, muitas ocorrências junto com esses funcionários.

Tenho muitos amigos, inclusive, que fazem parte da Fundação Casa. E conheço o nível de risco e a tensão a que os senhores e as senhoras estão expostos. Então, todos os projetos e todas as propostas de lei, principalmente na valorização, na regulamentação, no aumento salarial desses bravos guerreiros, que fazem parte, todos, sim, fazem parte da Segurança Pública, Nós estaremos sempre aqui a favor dessas propostas, e brigando pela melhoria delas.

Então podem ter certeza de que falo não só pelo Capitão Telhada, mas falo por toda a bancada de Segurança Pública. Nós estaremos sempre como tropa de choque, como bravos soldados, intercedendo pelos senhores, junto ao governo que, graças a Deus, está se mostrando como um governo do diálogo. Nos recebe, nos ouve, e aí estuda e analisa as nossas propostas.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Eu tenho certeza de que nós teremos muito a avançar, porque eu não vi ainda nenhuma proposta, nenhuma promessa, nenhum comprometimento, que o governador tenha feito na campanha, que ele não está cumprindo.

Passo a passo, mês a mês, semana a semana, ele cumpre uma promessa de governo, uma promessa de campanha. O que nos deixa muito otimistas para esses próximos 3 anos e 7 meses que nós teremos pela frente.

Ainda no último minuto, eu gostaria de projetar a imagem e fazer uma alusão rápida à minha avó, mãe do Coronel Telhada, que, na noite de sábado, por volta das 22 horas, foi recolhida ao Reino de Deus.

Ela já enfrentava um câncer há quase três anos, um tumor na sua mente. Infelizmente, a família toda vinha acolhendo, vinha tornando a situação de uma maneira paliativa. Era algo que não tinha possibilidade de intervenção cirúrgica. E nós viemos acompanhando a minha vó Heleusa Morgado Telhada.

Então, eu não posso deixar de, em homenagem a ela, em alusão a essa brava mulher, a essa brava guerreira, que nasceu em 1941 e, já aos 82 anos agora, teve uma vida muito entregue à religião. Uma frequentadora assídua da Congregação Cristã no Brasil, da qual eu faço parte também; toda a minha família.

Ela criou três filhos, inclusive divorciada, fazendo bolo, costurando para fora, criando três filhos homens. Graças a Deus, um, o Coronel Telhada, entrou no Barro Branco, se formou, é um exemplo de cidadão, um exemplo de pai, de profissional. Meu tio, sargento da polícia, hoje primeiro-sargento reformado. Um outro tio meu também foi policial, foi guarda civil metropolitano; hoje, é professor e artista.

Então, uma pessoa que deixa um legado. No velório dela, domingo, anteontem, graças a Deus, pudemos ver todo o respeito que a nossa comunidade da Congregação Cristã no Brasil tinha pela minha avó: quase 500 pessoas no velório, uma coisa linda. Então, eu deixo registrado aqui. Enlutada, ainda, toda a minha família. Porém, não podemos deixar de trabalhar. 

Eu não podia deixar de estar aqui hoje, para fazer essa homenagem a ela publicamente, na tribuna desta Casa, e também para cumprir a minha função de parlamentar, de capitão da Polícia Militar, mas também para participar hoje, ativamente, dessa recomposição salarial, presidente.

Eu tenho certeza de que nós conseguiremos avançar nesse passo nessa data tão emblemática, inclusive, como é o 23 de maio, que foi o início da Revolução de 32; foi o dia 23 de maio de 1932.

Então, muito obrigado pelo tempo.

Deus abençoe a todos.

Uma ótima sessão. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, pela Lista Suplementar, tem a palavra o deputado Reis.

Quero aqui parabenizar o deputado Reis, que ontem lançou uma importante Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores da Segurança Pública, da Polícia Civil. Parabéns, deputado.

Aproveito, ainda, deputado Reis, para pedir que todos os deputados possam visitar o acampamento dos servidores da Fundação Casa e manifestar apoio ao movimento, à greve e ao reajuste salarial.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, deputado Carlos Giannazi, obrigado por ter participado ontem do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil.

Quero saudar aqui os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, os integrantes da Polícia Militar. Saudar aqui todos os trabalhadores, os profissionais da Fundação Casa. Dizer do apoio da bancada do PT à importante luta de vocês.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Capitão Telhada.

 

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E nós também estamos aqui, deputado Carlos Giannazi, deputado Capitão Telhada, lutando por direitos. E por isso que nós criamos essa frente, a Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil, porque a Polícia Civil tem ficado muito para trás, inclusive no projeto de lei, o PLC 75, que voltará à pauta na data de hoje.

A Polícia Civil foi desprestigiada. E, claro, setores da Polícia Militar também, como os terceiros-sargentos, os segundos-tenentes, que também ficaram muito aquém daquilo que eles merecem.

Eu estive até fazendo uma análise da questão dos profissionais da Polícia Civil: o governo propõe 24% para os investigadores de polícia de 3a classe e os escrivães de polícia de 3a classe.

Ele propõe 24%, justamente porque a 3a classe é a que tem o menor número de profissionais. De uma forma maquiavélica, ele prejudicou os terceiros-sargentos, dizendo que era posto de transição, e os segundos-tenentes também, com essa alegação de que é posto de transição.

Obviamente, para os que são oriundos da academia, realmente é posto de transição. Ele entra como aluno oficial, aspirante a oficial, segundo-tenente, fica pouco na condição de segundo-tenente, e vai a primeiro-tenente, e a diferença do segundo-tenente para o primeiro-tenente ficou em torno de quatro mil reais.

Agora, a grande massa de aposentados da Polícia Militar são os segundos-tenentes, porque quando o praça chega à condição de subtenente, e que ele vai se aposentar e tem o posto imediato, ele vai a segundo-tenente e se aposenta na condição de segundo-tenente, e o sargento, o terceiro-sargento, uma grande quantidade de cabos que, quando se aposentam, têm o posto imediato, e vão a terceiro-sargento, esses estão recebendo o menor índice.

Na realidade, atinge bastante os aposentados. O governo bateu a porta na cara dos aposentados, e os investigadores e os escrivães de Polícia, que o acesso na carreira, a porta de entrada é a exigência de curso superior, eles ficaram com salários muito abaixo, muito aquém daquilo que se esperava, e quando se diz de dar 24% para quem está na terceira classe, atinge um número muito ínfimo, porque a grande maioria dos investigadores de polícia, dos escrivães de Polícia, inclusive dos delegados de Polícia também, que têm mais carreiras também, estão na segunda classe, na primeira classe e na classe especial, e foram as classes que estão recebendo o menor índice de reajuste.

Então, esse aumento diferenciado não trouxe benefício para a Polícia como um todo. Ele trouxe benefício, sim, para alguns da cúpula, mas a base está muito aquém daquilo que se esperava.

Aumentar R$ 798,00 no salário do soldado é muito pouco. O soldado deveria ganhar, pelo menos, no mínimo, um piso, pelo menos cinco salários mínimos. Pelo menos. Eu estou falando do piso, além da sexta parte, dos quinquênios. É que um soldado de segunda classe não vai ter sexta parte e também não vai ter quinquênio, porque é a porta de entrada.

Vai ser continuado hoje o debate desse projeto, mas eu quero deixar registrada a insatisfação dos integrantes da Polícia Civil com relação a esse projeto, e também dos praças da Polícia Militar e, principalmente, o terceiro-sargento e o segundo-tenente, porque essas carreiras, essas categorias foram deixadas de lado pelo governo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado. Seguindo a Lista Suplementar, chamamos o deputado Valdomiro Lopes. Ausente. Deputada Ediane Maria. A senhora tem o tempo restante do Pequeno Expediente.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde a todos os servidores e servidoras desta Casa, boa tarde a todos que estão hoje aqui acompanhando e reivindicando e protestando por uma luta legítima. (Manifestação nas galerias.) Esta salva de palmas é para vocês que resistem todos os dias, gente.

Eu queria, primeiro, prestar toda a minha solidariedade e as minhas indignações para o jogador Vini Jr., que sofreu mais uma vez uma violência racista, e que nós não podemos tolerar. Nós não queremos só justiça, nós queremos reparação.

É essa a nossa luta. É um jovem negro, brasileiro, do Rio de Janeiro, que está avançando no Real Madrid, mas que a gente sente, por mais que a gente avance, o nosso corpo negro sente toda a violência quando a gente ocupa lugares na sociedade que um dia falaram que não eram nossos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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Então, nós estamos aqui hoje para reivindicar justiça, solidariedade, reconstrução, porque só assim nós iremos, de fato, avançar neste País. Eu queria muito pedir para passar um vídeo aqui, para que a gente consiga continuar.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Bom, já são 20 dias, 20 dias da greve. Greve essa por reajuste salarial e valorização da classe.

Nós estamos aqui para mostrar, para provar, inclusive com a plateia lotada, então uma salva de palmas para vocês que estão aqui hoje, mostrando... (Manifestações nas galerias.)

 Sabe quando, de fato, a fundação teve um reajuste e uma valorização do seu trabalho? Em 2016. Sabe qual foi o último concurso? Em 2014. Desde 2016, não tem progressão da carreira. Aí você vira e fala o que está acontecendo na Fundação Casa?

A gente sabe muito bem que com o reajuste salarial os trabalhadores conseguem ter dignidade. Valorização da carreira. A gente sabe muito bem que vários agentes hoje se encontram morando na periferia, sofrendo vários tipos de violência, são aqueles que vão para proteger, para garantir a segurança, só que no final do dia são aqueles que continuam no lugar e com um salário que só quem é da categoria sabe: não consegue pagar um aluguel, não consegue se alimentar direito, não consegue dar dignidade para a sua família.

A gente está falando desse lugar. Por isso que eu estou aqui hoje, neste plenário, para falar que nós estamos juntos e que nós seremos sim esse canal de abertura da negociação com a classe trabalhadora, com o governo, porque nesse momento deixaram vocês de fora. Nesse momento, deixaram vocês de fora, só que nós seremos o contraponto para abrir essa barreira, para que a gente consiga dialogar com o Governo do Estado.

Então, gente, estamos juntos nessa luta. Essa luta é nossa, porque só quem precisa de moradia, só quem precisa de dignidade trabalhista sabe o que é isso. Então podem contar com o meu mandato.

Estamos juntos.

Essa luta é nossa.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Encerrado o Pequeno Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Dando início aos oradores inscrito no Grande Expediente, com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. a palavra pelo tempo regimental de dez minutos. 

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - De volta, Sr. Presidente, à tribuna no dia de hoje, agora no Grande Expediente, quero saudar mais uma vez as servidoras e servidores da Fundação Casa, em greve desde o dia três de maio.

São 20 dias de greve, uma greve amparada pela Constituição Federal, uma greve que reivindica melhores salários, melhores condições de trabalho, tem uma pauta imensa que não está sendo atendida já há muito tempo pelos governos de plantão, mas também, presidente, uma greve em solidariedade, em memória dos mortos e feridos da Fundação Casa.

Inclusive tem aqui uma faixa muito importante, mostrando essas pessoas mortas e feridas, eu até gostaria de que a TV Alesp filmasse e o pessoal da imprensa fotografasse aquela faixa lá em cima, que mostra o quanto as condições adversas, a falta de segurança na Fundação Casa têm levado ao adoecimento físico, mental, psicológico, emocional e também mesmo à morte de dezenas de servidoras e servidores da Fundação Casa.

Então, essa greve de vocês também é uma greve em defesa da vida e da saúde dos servidores, não é? E vocês cumprem um papel muito importante de reeducação e ressocialização de adolescentes. É uma função difícil, árdua. Eu sou um diretor de escola pública, professor.

Então, trabalhar com a Educação é uma tarefa e também um desafio, mas o desafio de vocês é maior ainda, que é o processo de reeducação. A luta de vocês tem que ser a luta de toda a sociedade brasileira, por isso que nós estamos apoiando essa luta e dizendo também ao estado e ao governador que ele tem recursos para atender as reivindicações, sobretudo recursos orçamentários.

Hoje eu quero repercutir, deputado Marcolino, durante todas as minhas intervenções, o PDL, o Projeto de decreto legislativo nº 21, que eu protocolei, que saiu publicado hoje, no Diário Oficial, denunciando um crime contra o orçamento e contra toda a população do estado de São Paulo.

Refiro-me aqui à publicação do Decreto 67.526/2023. Esse decreto dá benefício fiscal, isenção fiscal e renúncia fiscal para grupos econômicos que são fabricantes de embalagens metálicas do estado de São Paulo.

Eu tenho aqui os dados, e esse tema tem muito a ver com a Fundação Casa. Eu quero mostrar com a Fundação Casa, com o PLC nº 75, que será votado hoje.

Vejam só, os senhores e as senhoras que estão aqui, acompanhando a sessão de hoje, tem um quadro aqui, olha: “Arrecadação do ICMS de 2021” ainda, porque o ICMS é o principal imposto estadual, foi só com esse setor - fabricantes de embalagens metálicas -, 414 milhões de reais, só com um único setor.

Vejam só, os senhores e as senhoras, o governador Tarcísio de Freitas resolveu agora beneficiar esse grupo, deu de presente para eles um decreto, uma isenção, reduzindo de 8% para 3%, apenas.

Isso significa que nosso orçamento estadual vai ser enxugado, nós vamos perder ali, no mínimo, por baixo, 345 milhões de reais, é o que São Paulo vai perder.

São Paulo vai deixar de arrecadar para financiar o reajuste dos servidores da Fundação Casa, dos professores, dos servidores da Educação, da Saúde, da Segurança Pública, 345 milhões, mas não é só isso. Esse dinheiro é o dinheiro que financia também o SUS, o Sistema único de Saúde. Uma parte, 25% desses recursos são destinados aos municípios, todos perdem com esse decreto do governador.

Servidores da Fundação Casa estão perdendo, os municípios perdem 25% da transferência desses recursos, a Educação pública perde, a Saúde perde, todos perdem, porque o ICMS é o principal imposto que financia o funcionamento do nosso estado, sobretudo na área das políticas públicas, porque nós só vamos arrecadar 69 milhões.

Olha como caiu: de 414 milhões, vamos arrecadar, com essa isenção fiscal do Tarcísio, apenas 69 milhões. Isso é um crime contra o erário público, contra o patrimônio público.

Eu ingressei já, na verdade eu apresentei um PDL - que foi publicado hoje, no Diário Oficial - PDL nº 21, que revoga, que anula o decreto do governador, de tal forma que esse dinheiro volte para o orçamento público.

Essa foi a primeira medida que eu tomei no dia de hoje, mas, além disso, eu já estou protocolando também uma ação popular no Tribunal de Justiça e duas representações - uma no Ministério Público e outra no Tribunal de Contas - contra essa medida que afeta, que viola o Art. 163 da Constituição Estadual, o Art. 113 da Constituição Federal e o Art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Além de todos os prejuízos para todos nós, esse decreto é inconstitucional, e eu tenho certeza que ele será derrubado, que será revogado imediatamente, mas o que ele tem a ver com os servidores da Fundação Casa, com o reajuste de vocês? Já mostro.

Agora, olha, por favor, queria colocar outro quadro. Olha só, um reajuste de 15% para todos os servidores e servidoras da Fundação Casa custaria apenas 168 milhões por ano.

Vejam bem: estamos perdendo, com a renúncia do decreto, 345 milhões de reais. Vejam só: o reajuste para os servidores da Fundação Casa, se ele der, no mínimo, 15%, que é pouco, porque os servidores merecem muito mais do que isso, mas se ele der 15%, e não seis, como está oferecendo, teríamos no Orçamento 168 milhões de investimentos, porque não digo que é gasto.

Não é gasto com funcionalismo, é investimento no funcionalismo público, porque é o funcionalismo público que coloca na ponta as políticas públicas do estado, que atende a população nas escolas, no Sistema Único de Saúde, na Fundação Casa, em todas as repartições públicas. É investimento.

Vocês percebem a gravidade da situação? O que estou dizendo com tudo isso é que tem dinheiro. O estado de São Paulo tem o maior Orçamento da sua história. Então, é possível dar o reajuste.

Por isso, quando a gente vem à tribuna falar, não estamos fazendo bravatas. Eu não sou palanqueiro de ficar fazendo bravatas, não sou bravateiro. A gente apresenta dados econômicos, dados técnicos.

Apresentamos aqui justificativas jurídicas para a nossa luta, temos embasamento técnico, econômico e jurídico para defender o reajuste. Não é algo irresponsável, não é demagogia, não é populismo barato de quinta categoria. Estamos demonstrando que tem dinheiro no cofre público para dar o reajuste aos servidores da Fundação Casa.

Podemos corrigir o PLC 75 no dia de hoje. Temos uma chance histórica hoje. A Assembleia Legislativa pode fazer história se aprovar as emendas que apresentamos. Existem 45 emendas apresentadas ao PLC 75, algumas delas incluindo também os servidores da Fundação Casa.

Eu apresentei emenda incluindo todos os servidores e servidoras da Fundação Casa no reajuste da Segurança Pública. Apresentei também corrigindo as diferenças entre a própria Polícia Militar, como disse bem o deputado Reis, mostrando as diferenças entre 3º sargento, 2º sargento, que são duas patentes marginalizadas, a diferença da Polícia Civil.

Tem muitas contradições e injustiças prejudicando também os servidores da Polícia Civil e da Fundação Casa. Nós apresentamos emendas corrigindo todas as contradições e injustiças e incluindo os trabalhadores da Polícia Penal, mais os servidores da Fundação Casa.

Então, as condições estão dadas. A Assembleia Legislativa, se quiser, no dia de hoje, pode votar favoravelmente às emendas que foram apresentadas. Nós faremos isso. Então, parabéns, servidores da Fundação Casa.

Viva a greve! (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Com a palavra, o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra, nobre deputado Reis. Tem V. Exa. a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos, como orador no Grande Expediente.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem, presidente. Só para fazer uma breve comunicação enquanto o deputado Reis se dirige à tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Com anuência do nobre deputado Reis, é regimental.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só para comunicar a esta Assembleia e aos demais deputados presentes, ao deputado Reis, ao deputado Giannazi, que há pouco se encontrava, ao deputado Marcolino, que, há pouco, protocolei nesta Casa um projeto que trata da segregação positiva de presos nas unidades carcerárias, nas cadeias paulistas.

Quem mora no estado de São Paulo já deve ter escutado a frase de que “cadeia em São Paulo é escola para o crime”. O que acontece? Alguns presos são oriundos de organizações criminosas, sendo a maior e mais famosa, infelizmente, aqui em São Paulo, o Primeiro Comando da Capital, o PCC. Alguns outros presos não são oriundos dessas organizações criminosas.

Quando a gente os coloca juntos na cadeia, um sujeito que entrou na prisão graças a um roubo de celular - e eu defendo que quem rouba celular tem, sim, que ficar na cadeia - acaba saindo da cadeia especialista, por exemplo, em assalto a bancos e, muitas vezes, membro do Primeiro Comando da Capital.

Alguns outros países que também enfrentam uma luta contra organizações criminosas, o que eles fizeram? Segregaram os presos que são oriundos de organizações criminosas dos presos que não são oriundos dessas organizações criminosas. Com esse projeto, quero fazer isso também no estado de São Paulo.

Assim como nas cadeias paulistas segregamos por conta de gênero, homens de mulheres, assim como nas cadeias paulistas nós segregamos por conta da periculosidade do crime, eu quero também segregar por conta de origem de organização criminosa para que finalmente, no estado de São Paulo, não tenha nas cadeias paulistas uma espécie de curso técnico de formação ao crime organizado.

E, para concluir, dizer ali de todo o meu apoio à Polícia Militar do Estado de São Paulo, não à bandidolatria e não a também quem passa a mão na cabeça de bandido. O estado de São Paulo tem lei e com esse projeto vai tudo ficar melhor.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Com a palavra o nobre deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Marcolino, eu quero falar um pouco sobre fatos que envolvem a saúde dos nossos policiais e eu gostaria de passar um vídeo, porque eu já estou há uma semana tentando passar esse vídeo, esperando ter o Grande Expediente e hoje nós conseguimos ter o Grande Expediente.

Eu gostaria que a assessoria técnica pudesse colocar o vídeo para que os presentes e V. Exas. pudessem assistir com relação ao adoecimento dos nossos policiais.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Seis meses sem ter final de semana com a família.

Então é isso. Perseguição, assédio, todas essas formas que acontecem em uma delegacia de polícia, que acontecem, muitas vezes, na relação entre o superior e o funcionário.

Aconteceu o que aconteceu: esse policial acabou ceifando a vida de quatro colegas, de quatro colegas.

Então ele relata aí a situação da delegacia, a situação da perseguição, a falta de convívio com a família, com os filhos.

Ocorrências recentes apontam que conforme já indicavam alguns estudos, um grande número de policiais civis e militares estão sofrendo adoecimento psíquico e psicológico por causa de suas condições de trabalho e de vida.

Os salários insatisfatórios para quem coloca diariamente a vida em risco, o medo de morte na atividade profissional, o medo pelo futuro da família, o temor de não conseguir proporcionar aos filhos a assistência necessária são alguns dos fatores que levam os policiais a ficarem doentes.

Outros fatores são má disciplina, as injustiças na organização interna do trabalho e a insatisfação com o próprio trabalho.

Os salários baixos não permitem boas condições de vida para o trabalho policial. A maioria reside nos mesmos bairros periféricos que os bandidos que devem prender. Isso provoca uma insegurança, um temor, uma necessidade de o policial viver o tempo todo em alerta para precaver-se e para proteger os familiares.

A falta de políticas públicas eficazes de combate ao crime e a falta de continuidade na forma de gerir a Segurança Pública com o fim de um governo e o começo de outro também são fatores que influem no ânimo e na esperança por uma vida mais estável.

Esse conjunto de fatores e as características do trabalho causam um estresse permanente, tristeza e depressão. Há registro de um grande número de suicídios e tentativa de suicídio entre policiais, dependência química e violência doméstica.

Por último, cabe aqui ressaltar o problema da falta de pessoal que sobrecarrega os policiais e impede que eles executem e melhore a própria atuação. Só na Polícia Civil, são mais de 16 mil vagas em aberto, na Polícia Militar mais de 20 mil vagas em aberto. É necessário que o governo tome medidas que promovam a melhoria das condições de trabalho, a valorização e a motivação dos policiais.

E infelizmente estamos vivendo um episódio que vai justamente na contramão dessas medidas, que é esse projeto do governo, que poderia ser melhor, mas o governo vem se recusando a corrigir os pontos reivindicados pelas carreiras policiais.

Então, o governo também acaba praticando um assédio contra os nossos policiais, porque ele não ouve, ele não ouve, ele bate a porta na nossa cara. Essa realidade é a realidade das questões psíquicas que vem passando os policiais, o adoecimento que os nossos policiais vêm passando e a sobrecarga, porque muitas vezes têm que trabalhar por dois, três, quatro, muitos têm que fazer operações delegadas para poder sustentar sua família.

Essa é a situação dos integrantes da Segurança Pública nesse momento.

É um absurdo, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado, deputado Reis.

Dando sequência à lista de oradores inscritos no Grande Expediente, por permuta com o deputado Luiz Fernando, chamo à tribuna o deputado Luiz Claudio Marcolino.

Enquanto V.Exa. se dirige à tribuna, quero anunciar também aqui a honrosa presença dos integrantes da Frente Paulista das Entidades do Funcionalismo Público Estadual. Está aqui o José Gozze, o seu coordenador; o Alexandre, que é do Sintusp; e o Ismael, que é da Apase.

Estão aqui hoje para falar com o presidente da Assembleia Legislativa sobre a pauta de todos os servidores públicos do estado de São Paulo. Estão aqui para conversar com o líder do Governo e apoiando a luta e a greve dos servidores da Fundação Casa.

Muito obrigado pela presença de vocês aqui. Inclusive o Alexandre está fazendo uma gravíssima denúncia de que o reitor da Universidade de São Paulo quer demitir mais de 30 servidores do Instituto Oceanográfico que estão nos navios de pesquisa da Universidade de São Paulo, que nós vamos reagir aqui com todo o rigor, Alexandre.

Com a palavra o deputado Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, servidores da Fundação Casa que nos acompanham aqui no plenário, da Polícia Civil.

Deputado Reis, há mais de 15 dias, nós estamos aqui na Assembleia Legislativa debatendo o projeto de lei que trata da Segurança Pública. A nossa bancada, em conjunto com o PSOL, com o Solidariedade, com o PSB apresentou mais de 45 emendas ao projeto de lei que trata da Segurança Pública. O governo não incluiu nem a Polícia Penal, nem o servidor da Fundação Casa no projeto ora apresentado.

Então, hoje continuamos o debate aqui na Assembleia Legislativa não só em relação ao projeto, mas em relação às emendas que foram apresentadas, inclusive com substitutivo que algumas bancadas apresentaram.

Eu queria fazer um diálogo agora, porque muitos servidores da Fundação Casa nos acompanham aqui no plenário, mas tem milhares de pessoas nos acompanhando também em casa pela TV Assembleia.

Eu já estive com o presidente do Sindicato de Bancários de São Paulo, Osasco e região, vice-presidente da Central dos Trabalhadores, e sei que com a greve, depois que passa de cinco, dez, ou 20 dias, como é o caso de vocês agora, é importante que o lado patronal, a outra parte que senta na mesa junto com os trabalhadores, busque uma alternativa e busque uma solução.

E muitas vezes na dinâmica de uma greve, entre a relação patrão/empregado, entre o trabalhador e o empresário, no caso de vocês da Fundação Casa, o próprio Governo do Estado de São Paulo, mas tem o outro lado também, as pessoas que estão também vinculadas ao trabalho que vocês estão desenvolvendo. Então, o sindicato encaminhou aqui uma carta aberta à população.

E eu faço questão de ler essa carta agora, na íntegra, para que quem esteja acompanhando em casa também saiba qual o real motivo da greve dos servidores da Fundação Casa.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

“Carta aberta à população. A categoria do Sistema Socioeducativo no estado de São Paulo, Fundação Casa, vem comunicar à população e, principalmente, aos pais e tutores de adolescentes internados na instituição que, no dia 29/04, decidiu em assembleia, por unanimidade, entrar em greve a partir do dia 03/05, à zero hora, por falta de proposta do Governo para a categoria que viesse suprir as necessidades dos trabalhadores na campanha salarial deste ano de 2023.

A única proposta que veio do Governo do Estado foi um índice de 5,75%, que não repõe nem a inflação do período. No dia 02/05, os trabalhadores, representados pelo sindicato, estiveram em uma reunião na Casa Civil, onde o Governo propôs um novo índice, agora de 6%, ainda abaixo da reposição inflacionária do período. A categoria se reuniu em assembleia e resolveu não aceitar.

Após essas tratativas, ocorreram duas reuniões de conciliação no TRT, Tribunal Regional do Trabalho, e a Fundação Casa, mais uma vez, de forma intransigente, não trouxe nada de proposta para a categoria. Diante disso, a categoria decidiu manter o movimento paredista”, o movimento de greve.

“A categoria pede valorização nas carreiras, segurança no local de trabalho, reposição salarial que venha a contemplar os anos de perda e desvalorização do poder de compra dos salários dos servidores, manutenção das cláusulas sociais, execução do Plano de Cargos, Carreira e Salários, PCCS, entre outras reivindicações.

O Governo do Estado e a gestão da Fundação Casa vêm negligenciando os pedidos reais da categoria e, com isso, colocando em risco a segurança dos trabalhadores, bem como daqueles adolescentes que se encontram internados nos 116 centros e unidades da Fundação Casa espalhados por todo estado.

Pedimos o apoio da população, bem como de toda comunidade política - deputados, prefeitos, vereadores - para que o Governo reconheça e valorize os trabalhadores que prestam um trabalho de maestria dentro da socioeducação para adolescentes em conflito com a Justiça no maior e mais rico estado brasileiro.

Lembramos, ainda, que a Fundação Casa, na gestão executiva, vem convocando sistematicamente, durante o movimento paredista, servidores comissionados ou de carreira para trabalhar além dos horários de escala para maquiar uma situação inversa de segurança dentro dos centros.

Os trabalhadores se cansaram das promessas, que durante anos não foram cumpridas por parte da Fundação Casa. Morte, agressões e adoecimento do trabalhador são as consequências de uma gestão pautada na ausência de políticas públicas para o sistema socioeducativo.

Não restou outra alternativa aos trabalhadores senão a paralisação das atividades nos centros espalhados por todo estado de São Paulo, sempre respeitando a decisão liminar quanto ao contingenciamento de 80% do efetivo em funcionamento nos respectivos centros de medidas socioeducativas.”

Claudia Maria de Jesus, presidente do SITSESP. Israel Leal de Souza, diretor de imprensa do SITSESP.

Então essa é a carta aberta dos trabalhadores e das trabalhadoras da Fundação Casa. Uma grande salva de palmas para os companheiros e as companheiras da Fundação Casa que estão em greve. (Palmas.)

É importante que a população que nos acompanha entenda que nenhum trabalhador e nenhuma trabalhadora entra em greve apenas porque quer. Quando entra em greve é ou porque não houve o atendimento das suas reivindicações, ou não tem por parte do outro lado o interesse ou a boa vontade de resolver o conflito ora colocado.

É importante lembrar também que nós apresentamos, como eu disse, ao Projeto 075, várias emendas, inclusive para o Governo do Estado de São Paulo reconhecer que os trabalhadores da Fundação Casa e da Polícia Penal fazem parte da estrutura da Segurança Pública do estado de São Paulo. Não foram nem uma, nem duas emendas, foram 45 emendas apresentadas ao Governo do Estado de São Paulo.

Só que a gente percebe que, por parte do Governo do Estado ou pela própria Fundação Casa não tem o mesmo interesse ou o mesmo desejo de resolver esse conflito. Criou-se uma crise entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, entre a própria carreira da Polícia Militar tem uma diferenciação entre os tenentes e os sargentos; entre a Polícia Militar e a Polícia Civil, no topo do comando, o reajuste foi de forma diferenciada.

No caso da Fundação Casa, da Polícia Penal, sequer apresentou uma proposta para que fosse contemplada na proposta de Segurança Pública.

Por isso que nós vamos continuar, no dia de hoje, a fazer um debate aqui na Assembleia Legislativa, em relação à importância da Segurança Pública no Estado de São Paulo. Ademais, quero colocar o nosso apoio aos funcionários, aos servidores da Fundação Casa do Estado de São Paulo. A greve de vocês é uma greve justa. (Manifestação nas galerias.)

Esperamos que a Casa Civil e a Secretaria de Gestão possam, efetivamente, resolver o mais rápido possível o problema que está colocado, do conflito. A greve dos trabalhadores continua. (Manifestação nas galerias.)

Queria, mais uma vez, para concluir, parabenizá-los. E colocar o nosso mandato, o nosso partido, o Partido dos Trabalhadores, à disposição da luta de vocês. Nós sabemos que 20 dias de greve não é fácil. Já são 20 dias de greve, que vocês estão organizando em todo o estado de São Paulo. Nós sabemos que a responsabilidade é do governador do estado de São Paulo.

Esperamos que esse conflito possa representar uma proposta, o mais rápido possível. Que a reabertura de negociação seja feita, para contemplar o índice e os itens que vocês apresentaram na pauta de reivindicação.

Então, parabéns a cada um e a cada uma de vocês.

Estamos junto com vocês nessa luta. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem! Seguindo a lista de oradores do Grande Expediente. O próximo orador, deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)

Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)

Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) (Manifestação nas galerias.)

Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.)

Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy. (Manifestação nas galerias.) Tem V. Exa. o tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Paulo Reis, caro Luiz Claudio Marcolino, deputado estadual do PT, que há pouco aqui nos falou.

Quero saudar a presença de um número tão significativo de trabalhadoras e trabalhadores da Fundação Casa, que há cerca de 20 dias estão em processo de greve, de paralisação do trabalho, porque está acontecendo uma inconsistência, da parte do governador Tarcísio de Freitas.

Porque, ao se preocupar, e é natural, com a remuneração dos que trabalham na Segurança, que, tendo em conta que está propondo um ajuste de remuneração para a Polícia Militar, para a Polícia Civil, que outros setores da administração pública estadual também trabalham com a Segurança. São os que trabalham na Fundação Casa, por exemplo.

Então são pessoas que estão preocupadas em atender àquelas pessoas menores de idade, de 12 a 21 anos, que porventura tenham cometido algum delito, alguma contravenção à lei.

Para esses jovens de 12 a 21 anos, é importantíssimo que possam ter a possibilidade de recuperação, a possibilidade de pensar bastante a respeito de suas respectivas vidas, de como podem estudar, se aperfeiçoar, ter algum conhecimento tecnológico novo, para que possam, quando saírem da Fundação Casa, ter acesso a uma possibilidade de sobrevivência digna. (Manifestação nas galerias.)

Sabem que eu sou deputado estadual pela segunda vez. Na primeira vez, eu fui eleito em 1978, quando só existiam MDB e Arena. Em tantas atividades que aconteceram em 1979, eu e alguns outros deputados estaduais do PT nos solidarizamos com os metalúrgicos que naquele ano entraram em greve, com os professores, com os lixeiros. E também de preocupações com os direitos humanos.

Naquele ano de 1979, por exemplo, a presidenta Lia Junqueira, do Movimento em Defesa do Menor, convidou a mim e a outros deputados estaduais, naquela época, para visitarmos a Febem, que foi a precursora da Fundação Casa, para conhecermos situações em que alguns jovens, menores, estavam sendo maltratados, por vezes até sendo torturados.

E também, naquela época, aconteceu uma coisa interessante na minha vida política, porque a Sra. Lia Junqueira, presidente da Fundação Casa, um dia me procurou e disse: “olha, deputado, tem uma moça que está na Febem, com 17 anos e meio; ela está presa lá desde os 14 anos, e o juiz de menores - porque ela nunca cometeu qualquer delito - disse que se alguém se responsabilizar por ela, ela poderá ser libertada”.

Então, eu fui até a sede do Movimento em Defesa do Menor e ouvi a história de uma jovem chamada Sandra Mara Herzer, mas que se vestia com uma camiseta e uma calça como se fosse um rapaz.

E na verdade esta era uma pessoa que se chamava, ela própria se chamava Anderson Herzer. E eu ouvi a história dela: ela nasceu em Rolândia, no norte do Paraná, depois... E o pai dela tinha um bar. Um dia, teve uma correria em casa, e ela soube que o pai dela havia sido assassinado.

E então ela foi morar com a mãe, mas a mãe, tendo dificuldades de sobreviver, acabou se prostituindo, teve uma doença venérea e faleceu. Daí ela foi morar com a avó, muito querida, mas que logo veio a falecer. Daí foi morar a tia, que era casada com um senhor mais velho, e daí a família se transferiu para Foz do Iguaçu e depois para São João Clímaco, aqui perto de Heliópolis.

Eis que essa jovem, então com 13 anos e pouco, tinha muita energia. Ela teve um namorado de 30 e poucos anos, mas que faleceu em um desastre de motocicleta. Ela gostava muito dele, colocou “Bigode” escrito em uma tatuagem no pulso e passou a ter o apelido de Bigode.

Pois bem, certo dia o tio, casado com a tia, resolveu querer ter relações sexuais com ela, aos 13 anos e meio. E eis que ela lutou bravamente, quebrou o braço. Daí a tia resolveu colocá-la na Febem.

Ora, ela sabia escrever muito bem, escrevia poemas e me mostrou alguns dos seus poemas. Estava preocupada com o diretor da Febem, hoje Fundação Casa, que poderia publicar aqueles poemas como se fossem de todas.

Mas, quando ela me contou essa história, eu disse: “Olha, eu vou convidá-la para trabalhar na Assembleia Legislativa como estagiária. Vai aprender a atender as pessoas, atender o telefone. Não tinha computador na época, mas tinha o xerox, fazia um pouco de tudo.

Ela trabalhou comigo aqui na Assembleia por um ano e meio, mas, certo dia, veio a mim e mostrou um lindo poema: “Minha vida, meu aplauso”, onde ela terminava morrendo. Daí eu disse: “Olha, você teve uma vida tão interessante.

Vou pedir a você para que, dentre as suas responsabilidades aqui comigo, escreva a sua história. Ela escreveu, e essa história acabou se tornando um livro denominado “A queda para o alto” e se trata da primeira autobiografia de uma pessoa trans. Inclusive já tem acho que umas 30 edições desse livro, que é muito lido pelos jovens.

Então eu quero lhes dizer que com a Febem, e agora com a Fundação Casa, eu muitas vezes, como parlamentar, inclusive como senador, fui visitar. Quem sabe um dia eu possa estar visitando vocês em um momento. (Manifestação nas galerias.)

Eu me coloco à disposição de um dia fazer uma palestra para vocês sobre como elevar o grau de justiça na sociedade brasileira, como prover uma renda básica como um direito à cidadania para toda e qualquer pessoa no Brasil, não importando a sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou socioeconômica.

O dia que houver uma renda básica de cidadania para todo e qualquer ser humano, eis que aquele personagem que vocês conhecem, do meu amigo Mano Brown, dos Racionais MC’s, “O Homem na estrada”, que “recomeça a sua vida, sua dignidade, a sua liberdade que foi perdida, subtraída, e quer mostrar a si mesmo que realmente mudou, que se recuperou, quer viver em paz, dizer ao crime nunca mais”.

O dia que houver, para si e cada membro da sua família, uma renda suficiente para atender as suas necessidades vitais, esse jovem vai poder dizer: “não, agora eu não preciso aceitar essa única alternativa que me surge pela frente, mas que vai ferir a minha dignidade, colocar minha saúde e vida em risco.

Agora posso aguardar um tempo, quem sabe fazer um curso aqui em uma instituição, em uma escola, com uma ótima professora aqui da Fundação Casa, até que um dia eu encontre uma oportunidade, mas de acordo com a minha vocação, com a minha vontade”.

É nesse sentido, pois, que a renda básica da cidadania vai elevar o grau de dignidade e liberdade real para todos, e por isso que eu acredito tanto nessa proposta, e que, se estiver instituída para valer, vai ajudar muito a não haver mais em nossa cidade e no Brasil tantos assaltos, roubos e assassinatos, vai diminuir muito a criminalidade.

Eu tenho a certeza que poderei estar dialogando. Podem me convidar para fazer palestras na Fundação Casa, que eu vou contar estas histórias, tanto para vocês que trabalham na Fundação Casa, quanto para as meninas e meninos que estão lá com vocês. Tá bem?

Um abração.

Felicidades.

Toda força e solidariedade.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para falar pelo Art. 82, pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Tem V. Exa. o tempo de cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PELO ART. 82 - Boa tarde, Sr. Presidente. Quero aproveitar este momento para dialogar com os servidores da Fundação Casa. Tem um projeto aqui em tramitação, que é o Projeto de lei nº 269, de 2021, que cria o adicional de periculosidade para os ocupantes do cargo de agente de apoio socioeducativo da Fundação Casa.

Esse projeto de lei é de autoria do deputado Emídio de Souza, do Partido dos Trabalhadores, e esse projeto está na Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho, que justamente debate o Projeto nº 269, de 2021.

“A presente proposição esteve em pauta nos termos regimentais nos dias correspondentes às Sessões Ordinárias de 04.05.2021 a 07.05.2021 e 10.05.2021, não recebendo emendas ou substitutivos.

A seguir, essa matéria foi encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, no dia 12.05.2021, distribuído no dia 13.05.2021 e 19.05.2022, sendo devolvida sem voto. Redistribuída em 10.08.2022, em 15.08.2022 na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, e trouxe o voto, o parecer favorável.

Na presente oportunidade, o projeto vem a esta Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho, cabendo-nos, na qualidade de relator, a apreciá-lo quanto aos aspectos definidos no Art. 31, §10 do Regimento Interno.

Ao fazê-lo, verificamos que o projeto reconhece a condição a qual os agentes de apoio socioeducativo da Fundação Casa estão expostos para o exercício diário de sua atividade profissional.

São diversos relatos trazidos pela empresa, dando conta de agressões, ataques, e infelizmente até assassinatos desses trabalhadores. Como consequência dos constantes atos de violência contra os agentes, temos problemas emocionais, sociais e pedidos de afastamentos, a fim de que possam se recuperar, física e emocionalmente, das ocorrências sofridas.

Portanto, ainda que não se entenda como medida compensatória, o adicional de periculosidade é uma forma de levar a esses trabalhadores um benefício já percebido por outras categorias expostas ao mesmo risco.

Ante ao exposto, naquilo que nos compete analisar, somos favoráveis ao Projeto de lei nº 269, de 2021, de autoria do nobre deputado estadual Emídio de Souza, sala das comissões, 19 de maio de 2023. Luiz Claudio Marcolino, relator.”

Então, esse projeto acabou de passar, está passando agora pela Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho, já passou pela CCJ com parecer favorável e nós estamos dando parecer favorável a esse projeto de vocês na Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho. Então é importante que vocês também acompanhem, porque é um projeto muito importante para a categoria.

Muito obrigado, boa tarde a todos e a todas. (Manifestações nas galerias.)

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Pelo Art. 82, para usar a tribuna para falar pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O PT já falou pelo Art. 82.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Pela minoria, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Segundo orientação da Mesa, teria que ser vice-líder.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sou vice-líder da bancada do PT, mas tranquilo, eu faço um comunicado, Sr. Presidente. Posso fazer uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu queria, primeiro, fazer uma saudação às visitas que nós temos hoje aqui no plenário, principalmente aos trabalhadores da Fundação Casa, aos trabalhadores da Polícia Civil, que vem para cá, os da Polícia Civil, reivindicar uma correção no PL que nós iremos votar hoje, que oferece reajuste para a Polícia Militar, para a Polícia Civil, mas que tem muitas distorções e que, infelizmente, o governador não se sensibilizou nem para acolher as emendas da bancada do Governo.

Mas nós estamos juntos com vocês, nós vamos propor aqui uma mudança no regime de votação, no formato, na metodologia, para que pelo menos as emendas sejam analisadas caso a caso aqui.

Mais tarde vocês poderão acompanhar, mas eu quero me solidarizar, também, Sr. Presidente, em nome da bancada do PT, da Minoria, dos que já falaram aqui, com os trabalhadores da Fundação Casa.

Estão em greve reivindicando justamente melhores condições de trabalho, melhores condições salariais. A gente acompanha a dificuldade que vocês enfrentam no dia a dia, no trabalho, as condições, inclusive mortes, não é? Eu recebi agora no gabinete o vereador Zezequinho, lá da cidade de Miracatu, município esse que teve um trabalhador morto recentemente, não é?

Então todo o nosso apoio à luta de vocês, toda nossa solidariedade. É uma instituição que devia ter um tratamento, porque o Estatuto da Criança e do Adolescente diz que as crianças e os adolescentes em conflito com a lei têm que ser tratadas em instituições educacionais e nós tínhamos que ter esse status, mas é um debate que nós vamos fazer.

Por enquanto eu quero aqui transmitir toda a nossa solidariedade e apoio ao movimento de vocês.

Sejam bem-vindos. (Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. Também uma breve comunicação para saudar os visitantes.

Infelizmente nos visitam em uma situação ruim, que é a luta pelos seus direitos trabalhistas rejeitados, né? A gente sabe que 6% é uma proposta até humilhante pela condição de trabalho em que estão os trabalhadores da Fundação Casa. Agora, a partir das quatro e meia, a gente deve começar o processo real de votação do PL 75.

Nele, até agora, a gente não teve nenhum avanço de inclusão das demais categorias dos policiais penais da Fundação Casa, mas a gente vai tentar destacar as emendas. Foram inúmeras emendas, emendas da bancada do PSOL, emenda da bancada do PT, tentar destacar para trazer aqui para o plenário, em uma última chance de incorporá-los.

Quero colocar o nosso mandato à disposição, o mandato do movimento das pretas, e os senhores sabem que gozam do nosso respeito e vamos para a batalha agora às quatro e meia votar esse projeto. (Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Presidente, e não havendo mais nada, peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Suspensão.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Suspensão?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem uma comissão do deputado Luiz Fernando para ser votada.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Ah, até as quatro e meia então. Ok. Então eu peço a suspensão da presente sessão até as quatro e meia.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Estão suspensos os nossos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

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- Suspensa às 16 horas, a sessão é reaberta às 16 horas e 34 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Reaberta a sessão. Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Antes de propriamente falar o que nós temos sobre a mesa, eu queria anunciar, a pedido do deputado Luiz Claudio Marcolino, a presença do Luiz Cordeiro, vice-prefeito da cidade de Cananéia. Obrigado, Luiz, seja bem-vindo.

O Lucas Barreto, vereador de Cananéia. Lucas, obrigado pela presença. Devanir Xavier, presidente da Colônia de Pescadores. Obrigado. O doutor André Luiz Ferreira da Silva, que é presidente do Fórum. Obrigado, doutor. E o Edson Fidelino, que é representante da CUT Ribeirão Preto. Muito obrigado pela presença de todos. (Manifestação nas galerias.)

Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Luiz Fernando, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de Representação com a finalidade de participar do seminário “Indústria Química Brasileira - Contribuições e oportunidades para transição energética e economia circular” e de uma reunião com o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em Brasília, nos dias 22 e 23 de maio de 2023, sem ônus para este Poder.

Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento da nobre deputada Beth Sahão, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de Representação com a finalidade de despachar junto à ministra de Estado do Ministério das Mulheres, ao ministro das Relações Institucionais e ao presidente da Caixa Econômica Federal, em Brasília, nos dias 24 e 25 de maio de 2023, sem ônus para este Poder.

Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

           

O SR. RODRIGO MORAES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Rodrigo Moraes.

 

O SR. RODRIGO MORAES - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Queria fazer um comunicado bem breve aqui. Eu gostaria de pedir atenção desta Casa, do Sr. Presidente desta sessão agora, e também dos nobres deputados.

Estou meio aborrecido com uma situação que tem me ocorrido: desde o dia 15 de fevereiro, eu solicitei uma audiência com o secretário de Educação, Sr. Renato Feder. E dessa data até agora... Inclusive, eu recebi agora um segundo email da secretária dele, a Sra. Morize Aparecida Maia, dizendo que ele não tem possibilidade de receber este deputado.

Eu não sei como estão os outros deputados desta Casa, se têm conseguido ter audiência com ele, se ele está recebendo, se o problema é só comigo. Às vezes, ele não foi com a minha cara e não quer me atender.

Mas, mesmo que ele não vá com a minha cara, eu tenho a representação popular. Eu cheguei a esta Casa com um percentual grande de votos; encheram alguns estádios de futebol para que eu pudesse chegar aqui. Eu fui eleito, eu não fui nomeado.

Então, quando eu preciso falar com o Sr. Governador, nosso Tarcísio, ele me recebe, responde WhatsApp; a mesma coisa, a Casa Civil; a mesma coisa, o secretário de Governo, Gilberto Kassab.

Mas esse Sr. Renato Feder, eu não tenho o contato dele, não consigo falar com ele; ele não responde. Além do mais, ele diz claramente, aqui no e-mail, que não tem condições de me receber.

Então, eu queria que o senhor, como presidente desta Casa, encaminhasse isso ao governador do Estado, encaminhasse isso ao secretário, para que pudesse solucionar esse problema. Então, presidente, eu peço a V. Exa. que faça essa gentileza, por favor, porque é inadmissível um deputado desta Casa não poder ser atendido por um secretário.

Eu não sei se lá no Paraná ele agia dessa forma. Mas aqui nós temos demandas da população a resolver. Diretores regionais estão sendo trocados, e eu, como deputado mais votado da minha cidade, da minha região, nem consultado fui para saber para quem estava indo a diretoria regional lá e qual currículo e quem está ocupando o cargo.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado, por favor.

 

O SR. RODRIGO MORAES - PL - Então, eu gostaria que V. Exa. pudesse me dar essa satisfação, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Vamos fazer o encaminhamento para Vossa Excelência.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada, nós temos um acordo, agora, para levantar....

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu tenho certeza, Sr. Presidente, mas eu quero uma pequena comunicação, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deixe-me só falar, deputada. Nós temos um acordo, inclusive com o seu líder, que está do lado, para que a gente levante a sessão agora, porque precisamos votar o Projeto 75. Então, existe um acordo, inclusive, com o líder de Vossa Excelência.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Mas o meu líder tem compreensão de que eu sou objetiva, ele sabe que eu não estendo o que eu tenho para falar. Por favor.

A questão, Sr. Presidente, é a seguinte: hoje nós tivemos um ato em frente à Secretaria de Educação, até porque a gente não é ouvido. Porque a questão do concurso público está sendo...

O edital está complicado. Veja aí: até a Fundação Casa, que está aqui, com zero de reajuste, não é atendida. E nós também, professores e professoras, estamos com esse problema no concurso público, no edital que precisa ser acertado.

Então é isso, e corroborar com a fala do nobre deputado, que há dificuldade, sim, de ser ouvida, não pelos outros funcionários, mas pelo secretário Feder.

Muito obrigada.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Jorge Wilson.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Havendo acordo de líderes, eu peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ok. Senhoras Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão. Está levantada a sessão.

 

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- Levanta a sessão às 16 horas e 41 minutos.

 

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