8 DE MAIO DE 2025

19ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 80 ANOS DAS VITÓRIAS DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA

        

Presidência: CAPITÃO TELHADA

        

RESUMO

        

1 - CAPITÃO TELHADA

Assume a Presidência e abre a sessão às 19h35min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a composição da Mesa.

        

3 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente solenidade para "Homenagem aos 80 anos das vitórias da Força Expedicionária Brasileira", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Banda do Comando Militar do Sudeste. Diz ser esta solenidade para homenagear a bravura e a glória daqueles que defenderam a Pátria durante a Segunda Guerra Mundial. Anuncia o toque de presença de ex-combatente. Cumprimenta as autoridades presentes na Mesa Diretora.

        

4 - ALEXANDRE VITORINO ROLDAN

Comandante coronel, chefe da Assessoria Policial Militar desta Casa, faz pronunciamento.

        

5 - MARCO ANTONIO ISMAEL TROVÃO DE OLIVEIRA

Comandante do 8º Distrito Naval, representante da Marinha, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Anuncia a exibição de vídeo da Marinha do Brasil em homenagem à Força Expedicionária Brasileira.

        

7 - PEDRO CELSO COELHO MONTENEGRO

General, comandante militar do Sudeste, representante do Exército Brasileiro, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Anuncia a exibição de vídeo institucional do Exército sobre os 80 anos da Força Expedicionária Brasileira.

        

9 - VALTER BORGES MALTA

Tenente-brigadeiro do ar, comandante geral de apoio, representante da Aeronáutica, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Anuncia a exibição de vídeo da Aeronáutica em homenagem à Força Expedicionária Brasileira.

        

11 - DANILO CAMPETTI

Deputado estadual, faz pronunciamento.

 

12 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Anuncia a apresentação da música "Lili Marlene" pela Banda do Comando Militar do Sudeste.

        

13 - JULIO CEZAR FIDALGO ZARY

Coronel, representante do Exército Brasileiro, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Entrega placas comemorativas em homenagem ao cabo Waldomiro Grotto, presente na solenidade; e ao tenente Piason, representado pelos seus filhos. Anuncia a exibição de vídeo em homenagem aos 80 anos da Força Expedicionária Brasileira, editado pelo seu gabinete.

        

15 - CORONEL TELHADA

Ex-deputado estadual e subprefeito da Lapa, faz pronunciamento.

        

16 - MARIA HELENA DA SILVA BORRO

Irmã de Clovis Rosa da Silva, representando as famílias dos que perderam suas vidas lutando pelo País, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Faz entrega de placa comemorativa para Maria Helena da Silva Borro, irmã de Clovis Rosa da Silva, morto em combate, na luta pelo Brasil.

        

18 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia toque de silêncio pelos militares tombados em solo italiano durante a Segunda Guerra Mundial.

        

19 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Informa os presentes que dois canhões estão expostos na entrada do Hall Monumental. Cumprimenta os integrantes da Mesa Diretora. Diz estar honrado em presidir esta solenidade hoje e abrir a Casa do povo e este plenário para os visitantes. Ressalta ser o seu mandato uma continuidade do mandato de seu pai, Coronel Telhada, iniciado em 2012. Destaca a presença hoje de jovens e veteranos que deram sua contribuição tanto para o Exército, como a Aeronáutica e a Marinha. Afirma ser este um momento de divisão de águas no País e ter escolhido defender e proteger o policial e os cidadãos de bem. Elogia os policiais, que todos os dias deixam suas famílias, sem saber se voltarão para suas casas, para cumprir o seu papel com honra. Esclarece que os policiais defendem a população e o estado de São Paulo e o Brasil. Agradece a presença de todos. Coloca o seu gabinete à disposição. Anuncia a Canção do Expedicionário, executada pela Banda do Comando Militar do Sudeste. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 21h24min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Capitão Telhada.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear a passagem dos 80 anos do Dia da Vitória da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal da Alesp no YouTube.

Convido para que componham a Mesa Diretora o deputado estadual Capitão Telhada. (Palmas.) O sempre deputado desta Casa, Coronel Telhada, atual subprefeito da Lapa. (Palmas.) Tenente-brigadeiro do ar Valter Borges Malta, comandante-geral de apoio, representando a Aeronáutica. (Palmas.) General de Exército Pedro Celso Coelho Montenegro, comandante militar do Sudeste, representando o Exército. (Palmas.)

Vice-almirante Marco Antonio Ismael Trovão de Oliveira, comandante do 8º Distrito Naval, representando a Marinha do Brasil. (Palmas.)  E o coronel Alexandre Vitorino Roldan, chefe da Assessoria Policial Militar da Assembleia Legislativa, representando a Polícia Militar do Estado de São Paulo. (Palmas.)

Encontram-se em posição de destaque militares com uniformes históricos, conduzindo o estandarte das organizações militares que compuseram a Força Expedicionária Brasileira. O 6º Batalhão de Infantaria Aeromóvel, 20º Grupo de Artilharia de Campanha Aeromóvel, 1º Esquadrão de Cavalaria Aeromóvel e o 2º Batalhão de Polícia do Exército, todas essas unidades do Exército Brasileiro.

E em destaque também, um militar conduzindo o estandarte do 2º Batalhão de Polícia de Choque, Batalhão Marechal Mascarenhas de Moraes. Passamos a palavra ao deputado Capitão Telhada para que proceda à abertura e condução desta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, excelentíssimo coronel Melo, que nos abrilhanta com essa condução pelo Cerimonial. Senhoras e senhores, uma excelente noite, uma noite marcante, repleta de eventos e justas homenagens neste 8 de maio.

E para honrar aqueles que nos honraram no passado, hoje, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Senhoras e senhores, esta sessão foi convocada pelo presidente da Assembleia, o deputado estadual André do Prado, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de homenagear os 80 anos do Dia da Vitória da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Sendo assim, convido a todos os presentes para que, em posição de respeito, possamos cantar o Hino Nacional Brasileiro, composto por Francisco Manuel da Silva e com letra de Joaquim Osório Duque Estrada, executado, nesta ocasião, pela banda do CMSE, do Comando Militar Sudeste, sob a regência do subtenente Marcos de Sousa Silva.

 

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- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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Agradecemos à banda do Comando Militar do Sudeste pela execução brilhante do Hino Nacional Brasileiro. E nesta ocasião especial, temos a presença ilustre do Sr. Waldomiro Grotto. Se possível, conduzir o nosso veterano aqui à frente em posição de destaque, por gentileza.

 O Sr. Waldomiro Grotto, integrante da FEB, integrante da Força Expedicionária Brasileira, à época lotado no 6º Regimento de Infantaria, atualmente o 6º Baterão de Infantaria Móvel, sediado em Caçapava. Nesta noite, prestamos a merecida homenagem a ele e a todos aqueles que, com sacrifício de sua vida, com bravura e glória, souberam defender a honra da Pátria e os ideais de liberdade e democracia durante a Grande Guerra Mundial.

Convidamos a todos para que, em posição de respeito, possamos entoar o toque, presença de ex-combatente, seguido do exórdio correspondente.

 

* * *

 

- É entoado o toque.

 

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Agradecemos imensamente a presença do nosso veterano, do nosso febiano Waldomiro Grotto, e também aproveito, nesta oportunidade, para registrar e agradecer a presença das autoridades que nos acompanham nesta noite.

Ao meu lado, meu pai, Coronel Telhada, eterno deputado estadual aqui na Assembleia Legislativa, deputado federal e atualmente subprefeito da Lapa. Cumprimentar o tenente-brigadeiro do ar, Valter Borges Malta, muito obrigado pela presença, comandante, neste ato, representando o comandante da Aeronáutica.

Cumprimentar o general Montenegro, comandante do Militar do Sudeste, cumprimentar o vice-almirante Marco Antonio Ismael Trovão de Oliveira, comandante do 8º Distrito Naval, cumprimentar o coronel Roldan da Polícia Militar, chefe da assessoria policial militar na Assembleia Legislativa, cumprimentar o desembargador federal Alessandro Diaferia, neste ato representando o TRF da 3ª Região.

Aproveitando também para cumprimentar os oficiais generais presentes aqui neste evento, o general de Divisão Porto, comandante da 2ª Região Militar, o major brigadeiro Macedo, comandante do 4º Conar, o general de divisão Edson Massayuki Hiroshi.

Cumprimentar o general de brigada Igor Lessa Pasinato, cumprimentar o general de brigada Alexandre Gueiros Teixeira, cumprimentar o general de brigada Eduardo Rodrigues Schneider, cumprimentar... Enfim, daqui a pouco eu faço os demais cumprimentos, para que passamos seguir ao próximo ato.

Gostaria também de agradecer ao 20º Grupo de Artilharia de Campanha Aeromóvel e ao Sr. Marcelo Tibúrcio, que nos prestigiaram com a exposição dos artefatos históricos, das maquetes, de todos os objetos de época que os senhores e senhoras, ao adentrar o nosso Salão dos Espelhos, aqui na Assembleia Legislativa, puderam vislumbrar, bem como aqui ao fundo do auditório do Plenário Juscelino Kubitschek. Agradecer pelo empenho e pela cortesia em abrilhantar o nosso evento nesta noite.

Neste momento, convido para fazer uso da palavra, para sua breve saudação, o chefe da Assessoria Policial Militar, aqui na Casa, na Assembleia Legislativa, o comandante coronel Roldan.

 

O SR. ALEXANDRE VITORINO ROLDAN - Boa noite a todos. Muito obrigado, deputado Capitão Telhada, parabéns por esta justa homenagem. Na oportunidade, também agradeço e parabenizo esta composição honrosa de Mesa, de estar ao lado do nosso eterno deputado Coronel Telhada, ao lado do brigadeiro Valter Borges, general Montenegro, nosso comandante no Sudeste, Raul Miranda de Trovão, especialmente a nossa honra de ver um grande combatente, Waldomiro Grotto, muito obrigado pela presença e o quanto nos inspira.

A minha palavra é breve, é de agradecimento por esta oportunidade, por nós conseguirmos, em um momento de paz, lembrar de tantas pessoas, tantos combatentes, tantas instituições que estiveram representando o povo brasileiro em um momento tão relevante da história mundial.

Então isso nos inspira, realmente, no combate, que a gente percebe a capacidade dos nossos cidadãos, a capacidade do indivíduo. É ali que se forja o homem. E o exemplo para a nossa história, o exemplo para as nossas gerações é ter ao lado pessoas como o combatente Waldomiro Grotto.

Então, deputado Capitão Telhada, agradeço muito o nome da nossa instituição. Nós estivemos nesse momento marcante 80 anos atrás, quando nós pudemos, representando o povo brasileiro, trazer de volta a nossa bandeira ferida, mas altiva como sempre.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, coronel Roldan. Convido para fazer uso da palavra o vice-almirante Marco Antonio Ismael Trovão de Oliveira, comandante do 8º Distrito Naval da Marinha do Brasil.

 

O SR. MARCO ANTONIO ISMAEL TROVÃO DE OLIVEIRA - Deputado Telhada, muito obrigado por este momento, por esta homenagem que nos concede. Aproveito a oportunidade também para cumprimentar o deputado Coronel Telhada, grande companheiro de muitos momentos, sempre um apoiador nosso em várias ocasiões. Cumprimento também o brigadeiro Malta, aqui um caro colega que compõe esta Mesa juntamente com o general Montenegro, grande homenageado, e também o coronel Roldan.

É uma satisfação muito grande estar presente neste momento em que fazemos justa homenagem com gratidão e reconhecimento àqueles que voltaram de um momento conturbado de nossa história. Aproveitamos para fazer uma respeitosa reverência àqueles que deram o seu último sacrifício em defesa da liberdade. É momento de nós pensarmos em tudo o que aconteceu e nos inspirarmos no passado.

São 80 anos do Dia da Vitória. As Forças Armadas trabalharam bastante por este momento de liberdade. A Força Expedicionária Brasileira, o 1º Grupo de Aviação de Caça, a Esquadra na Guerra do Atlântico e policiais militares deste Estado, juntos, combateram as forças do Eixo. Muitos deixaram suas vidas na Itália e no mar. Isso realmente, como disse o nosso ministro da Defesa, nos inspira, nos inspira para estarmos prontos ao sacrifício extremo em prol do nosso país.

Mas deve inspirar também toda uma sociedade que às vezes vive em uma suposta segurança de que talvez não seja hoje a realidade. Deve inspirar toda uma sociedade, para proporcionar que os militares possam ter forças críveis e dissuasórias, forças aprestadas e treinadas, para que as próximas batalhas possam ser travadas por nossos governantes em mesas de negociação e não em campos de batalha ou nos mares.

Precisamos estar prontos para fazermos as próximas guerras. Precisamos estar prontos para defender a Pátria. Não pela guerra, mas para estarmos prontos para defender os interesses da Nação. É um momento muito especial esses 80 anos e esta demonstração desta Casa, deputado, muito nos engrandece. Obrigado pela homenagem e é uma satisfação estar aqui.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, almirante Trovão. Neste momento, vamos assistir a um vídeo da Marinha do Brasil em homenagem à Força Expedicionária Brasileira. Por favor, no telão.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Parabéns. Belo vídeo. E vamos aguardar o documentário agora, não é, almirante? Ficou um gostinho aí. Convido, neste momento, o general Montenegro, comandante militar do Sudeste, a fazer uso da palavra.

 

O SR. PEDRO CELSO COELHO MONTENEGRO - Bom, boa noite a todos. Eu quero cumprimentar o Capitão Telhada, deputado estadual. Em seu nome, cumprimentar o deputado André do Prado, presidente desta Casa.

Agradecer imensamente a oportunidade de podermos conduzir, nesta noite, neste dia tão simbólico, esta homenagem da Assembleia Legislativa aos heróis da nossa Pátria, sempre lembrados. Aqui está o Coronel Telhada, a quem eu queria, em seu nome, cumprimentar todas as demais autoridades. Todos nós déssemos luz a este senhor, ao cabo Waldomiro Grotto.

Este senhor traduz todos os esforços, todas as vitórias, todas as conquistas, todas as páginas de superação, de sacrifício, de resiliência. Eram jovens à época, viviam os seus melhores momentos de sua juventude e receberam o chamado da Pátria, o chamado para cumprir o sagrado compromisso, se preciso for, morrer em defesa da nossa Pátria.

E os senhores se somaram a outros mais de 25 mil brasileiros, cruzaram o Atlântico, chegaram ao teatro europeu, especialmente na Itália, enfrentaram agruras de toda ordem, temperaturas abaixo de zero, um terreno montanhoso, lutando contra exércitos muito desenvolvidos à época, forças alemãs, forças italianas presentes e conseguiram vencer todos esses sacrifícios.

Foram vários momentos de muitas lutas, lutas essas que estão todas contextualizadas em muitas obras que devem ser lidas, sobretudo pela nossa juventude. Capitão Telhada, no dia de hoje, esta Casa nos permite homenagear, celebrar e prestar justa homenagem à memória dessas pessoas, dos nossos queridos pracinhas, dos nossos marinheiros, dos nossos aviadores, dos nossos irmãos da Polícia Militar, enfim, de todos nós brasileiros que hoje somos lembrados pelos países aliados em todos os momentos que nós nos reunimos.

Hoje é um dia de celebração a nível mundial, e sempre que interagimos com outras forças esse espírito guerreiro, vencedor do povo brasileiro, do soldado brasileiro, é reconhecido. Eu tive a oportunidade, quando comandava - obrigado para quem disse - no Rio de Janeiro, de receber o comandante Sul, um almirante da esquadra americana. E ele fez questão, em sua fala, brigadeiro Malta, de dizer do reconhecimento do Exército norte-americano, das Forças Armadas Norte-Americanas, pelas nossas Forças Armadas.

E é disso que falamos. Nós temos que ter orgulho do nosso país, orgulho da nossa Pátria e orgulho das nossas Forças Armadas, que, a despeito da carência de recursos e de alguns meios que nós gostaríamos de ter, nós ainda temos o soldado, o marinheiro, o aviador extremamente preparado, dedicado, comprometido. Mais do que tudo, comprometido com o sacrifício. São os senhores.

Eu quero aqui prestar homenagem não só ao cabo Waldomiro Grotto. Há poucos dias, hein, Pasinato, nós nos encontramos em Caçapava, celebrando a Batalha de Fornovo di Taro, quando a nossa Força Expedicionária Brasileira teve a oportunidade de cercar 148 divisões alemãs e aprisionar mais de 20 mil homens alemães, o que nos permitiu que a guerra fosse abreviada - e muito - naquele teatro, com a conquista subsequente da linha gótica e, posteriormente, na sequência, chegarmos à rendição incondicional das tropas alemãs e, portanto, ao fim da guerra que celebramos no dia de hoje.

Na Europa, ela prosseguiu até o dia 2 de setembro, quando os japoneses, posteriormente, se renderam também. E houve, portanto, o fim da Segunda Guerra Mundial. Então, com essas breves palavras, eu gostaria de dizer da nossa felicidade, Capitão Telhada, de estarmos aqui irmanados - Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira, Exército Brasileiro, a nossa Polícia Militar - junto com a nossa sociedade, para mostrar que nós estamos preparados.

Estamos sempre com uma esperança. Também estamos esperançosos de que o País possa crescer, que a gente possa ter harmonia, que o diálogo possa prevalecer, que o consenso e a diplomacia possam chegar e também fazer o seu papel, de modo que o último cartucho, como nós chamamos - que são as Forças Armadas, o emprego das Forças Armadas -, como Max Weber diz, que o emprego legítimo da força e da violência, na proteção do Estado, cabe às suas Forças Armadas.

Nós esperamos que a gente não tenha que chegar a ser empregado, mas não podemos estar um minuto despreparados. E a sociedade precisa, portanto, reconhecer a importância, valorizar a profissão militar, identificar como uma carreira importante para a sociedade, para que nós tenhamos a nossa juventude olhando as oportunidades na Marinha do Brasil, na Força Aérea, no Exército, na Polícia Militar e nas instituições fundamentais na preservação do Estado Brasileiro.

Então, muito obrigado ao Sr. Cabo Waldomiro Grotto. E, falando ao senhor, eu estendo os cumprimentos a todos os familiares dos nossos queridos pracinhas que deram as suas vidas para que nós pudéssemos hoje viver, realmente, momentos de liberdade e que nos enchem de orgulho de sermos brasileiros e de sermos reconhecidos pelos países amigos.

Muito obrigado a todos pela oportunidade de poder, ainda que estendendo um pouco mais, falar um pouquinho desse sentimento de soldado.

Uma boa noite a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, general Montenegro. Da mesma maneira, neste momento, assistiremos a um vídeo institucional do Exército sobre os 80 anos do Dia da Vitória.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Muito obrigado. Parabéns, general, pelo vídeo do nosso Exército Brasileiro.

Quero anunciar a presença do meu amigo Danilo Campetti, deputado estadual também, ombreamos diversas batalhas aqui na Assembleia Legislativa. Borro, pegue uma cadeira para o deputado estar conosco aqui na Mesa. Por favor, Danilo, um grande prazer, uma honra, por gentileza.

Enquanto o deputado se aproxima, eu gostaria de aproveitar para cumprimentar o prefeito da cidade de Itaju, meu amigo Jerri de Souza. Cadê o Jerri? Muito obrigado, prefeito. Logo ali a cidade, não é? Uns 500 quilômetros? Muito obrigado pela presença da mesma maneira. Obrigado, Danilo, sente aqui com a gente. Sente aqui. Obrigado, Jerri, pela presença, diretamente de Itaju.

Da mesma maneira, quero cumprimentar os meus amigos de Itapuí, que também vieram de longe, também estão prestigiando o evento. Muito obrigado! Quero cumprimentar o meu amigo, comandante interino do 2º Batalhão de Choque, major Arcanjo, e agradecer o apoio com efetivo, com fardamento histórico aqui, também, que nos prestigia hoje.

O 2º Batalhão de Choque, hoje chamado Batalhão General Mascarenhas de Moraes, foi de lá que partiram os nossos guardas civis para integrar, também, o contingente da FEB. Comandante, muito obrigado pela amizade e pela parceria.

Cumprimentar o vereador de Vargem, Clébson Damásio. Cumprimentar o meu amigo vereador de Itanhaém, Professor Fernando. Cumprimentar o 1º tenente Zaros, neste ato representando o coronel Teodoro, da Escola Superior de Soldados.

Cumprimentar a tenente Natália, da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, juntamente com o Grêmio de História Militar, que prestigia o evento nesta noite. Cumprimentar o comandante da Guarda Civil, Ailton Rodrigues de Oliveira. De qual cidade que é? É nosso, é nosso... Ah, daqui de São Paulo. Opa, muito obrigado pela presença. Comandante atual, não é? Parabéns pela assunção do posto.

Cumprimentar Alessandro Barbosa, diretor de Trânsito e Defesa Civil de Cerquilho. Cumprimentar o secretário de Segurança Pública de Rancharia, Ângelo Augusto Cardoso Pascotto, bem como o diretor da Guarda Municipal de Rancharia, meu amigo, sargento Andrade. E cumprimentar também o subcomandante da Guarda Civil de Tatuí, o inspetor Vieira.

Neste momento, eu gostaria de convidar o tenente-brigadeiro do ar Malta para fazer uso da palavra.

 

O SR. VALTER BORGES MALTA - Sr. Deputado Telhada, Capitão Telhada, acho que eu vou com esse aqui mesmo. Muito obrigado, prazer imenso. Agradeço muito pelo convite.

Uma honra muito grande poder participar deste momento, momento histórico mundial em que tivemos aí a oportunidade - o Brasil - de colocar seus brasileiros para poderem combater, e teve um resultado ímpar. Então esses 80 anos de retorno da nossa Força Expedicionária, dos nossos pracinhas, dos nossos pilotos, dos nossos marinheiros, isso simboliza muito.

Coronel Telhada, prazer muito grande estar com você na Mesa, junto do senhor. Também, Deputado Danilo, um prazer conhecê-lo. General Montenegro, Almirante Trovão, coronel Roldan, prazer muito grande estar, neste momento, aqui junto dos senhores, da sociedade paulista, das forças armadas, das forças de Segurança Pública, pessoas que têm o mesmo tipo de preocupação, ocultam os mesmos valores, e o prazer imensurável de estar diante de um representante daquele momento em que o Brasil se doou, em toda a sua essência, para trazer um resultado digno de recuperação da dignidade humana, da nossa democracia.

São 80 anos hoje de orgulho. A Força Aérea, praticamente - acho que é por isso que eu falo por último -, é a mais nova, a mais moderna. Teve a oportunidade, no ano de 1941, de herdar os meios aéreos e tudo aquilo que havia de atividade aeronáutica no País. Herdamos equipamentos, pilotos, mantenedores do Exército Brasileiro. Juntamos também com os mesmos da Marinha do Brasil e com todas as atividades aeronáuticas que eram peculiares naquele momento.

E, de pronto, passados três anos, estávamos nós sendo lançados para uma atividade significativa, onde pouco tempo foi disposto aos nossos pilotos, aos nossos mantenedores, para se prepararem junto com os Estados Unidos e atravessarem o oceano. Tivemos a oportunidade, diante de bravura, talento, devoção, comprometimento, de obter os resultados magníficos que nós tivemos.

Tive a oportunidade hoje de manhã de fazer um comentário na formatura que tivemos lá em Santana, na nossa - desculpe - na nossa Praça do Expedicionário, lá em frente ao Parque de São Paulo, não é? Ao Parque Material Náutico de São Paulo. Falaram algumas palavras também, mas mostrar a importância desse momento.

E fui questionado até pela TV Record: como é que a gente poderia fazer com que esse momento fosse aspergido para a sociedade brasileira? Nós cultuamos esse tipo de feito, de memória, não é? Mas como passar isso para os demais brasileiros?

Eu acho que atitudes como esta da Assembleia Legislativa de São Paulo são um excelente exemplo. A gente pode atingir mais cidadãos brasileiros com esse conhecimento, ter a oportunidade de estar aqui com o senhor, o Sr. Waldomiro Grotto, e passar esse conhecimento que nós temos hoje em nosso meio: familiares, pracinhas, pessoas que cultuaram com muita devoção essa atividade.

Eu gostaria de dizer um pouquinho também da minha vertente aqui. Até do vídeo, viu, deputado? Traz um pouquinho daquilo que a Força Aérea Brasileira teve como oportunidade. Praticamente, a gente nasceu dos meios aeronáuticos que o Brasil possuía no momento, mas ele foi brindado com a demonstração de devoção, de caráter, de valor daqueles nossos pilotos. E aprendemos muito com eles. Aprendemos muito com eles. Até hoje nós temos uma devoção muito grande por tudo aquilo que eles fizeram.

Nós tivemos, no mês passado, dia 22 de abril, um evento comemorando os 80 anos do retorno, mas, basicamente, o dia 22 de abril concentra um significado muito grande, que foi o dia em que a Força Aérea Brasileira teve o maior número de surtidas. E surtidas exitosas.

Nós tivemos ali também alguns depoimentos dos nossos ex-combatentes, que hoje não estão mais conosco, mas demonstraram tudo aquilo que foi a dificuldade daquele momento e aquilo que eles tiveram de êxito. Praticamente, tiveram muito pouco tempo para treinar, mas aquilo que eles atingiram de objetivos certeiros foi muito significativo e até incomparável diante das demais nações.

Então são exemplos muito bonitos que nós temos, que cultuamos até hoje. E hoje nós estamos com uma Força Aérea muito mais capacitada, muito mais moderna, mais ciente, consciente de que precisamos ainda mais. As questões que levaram o mundo àquele momento de beligerância não são diferentes das que temos hoje.

As técnicas e tecnologias que nós tínhamos naquele momento talvez fossem um pouco mais estagnadas. Atualmente, nós temos uma evolução muito rápida. Questão de meses, um semestre e nós evoluímos tecnologias, evoluímos técnicas, e estamos suscetíveis cada vez mais a nos tornarmos reféns das nossas incapacidades.

Então é extremamente necessário que sejamos muito bem aquinhoados com o orçamento necessário para que a gente possa continuar equipando as nossas forças, deixando as nossas tripulações, os nossos combatentes no melhor estágio possível diante das possíveis situações que possamos encontrar.

Então é importantíssimo que nós tenhamos um pé no passado, olhando para o Sr. Waldomiro Grotto, mas olhando para o presente e sempre nos colocando disponíveis, atentos e comprometidos com o desenvolvimento das nossas forças armadas e da capacidade do nosso país em defender a nossa Nação.

Agradeço a oportunidade e parabenizo novamente esta Casa por fazer esse preito aos que defenderam nosso país há um tempo atrás.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, comandante. Também, neste momento, assistiremos a um vídeo da Força Aérea em homenagem ao Dia da Vitória.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Excelente! Inspirador! Convido a fazer uso da palavra, para seus cumprimentos, o deputado estadual Danilo Campetti.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Boa noite a todos. Quero fazer um cumprimento especial aqui ao meu amigo, meu irmão de armas, Capitão Telhada, deputado Capitão Telhada, e parabenizá-lo especialmente pela iniciativa, presidente, desta homenagem. É o legado dos nossos heróis que precisa ser, além de lembrado, prestigiado e honrado. Então V. Exa. está de parabéns. Obrigado pela honra do uso da palavra.

Desculpe o meu atraso, mas fiz questão de marcar presença aqui para contribuir um pouco também com esta homenagem. Quero cumprimentar o nosso sempre deputado Coronel Telhada, que é uma inspiração para nós. Coronel, eu não tive o privilégio de estar com V. Exa. aqui na Casa, mas conheço o legado. Um legado que nos inspira, um trabalho parlamentar que esteve também na Câmara dos Deputados e que agora exerce um excelente trabalho na Subprefeitura da Lapa. Conte conosco aqui também.

Quero fazer também cumprimentos especiais aos representantes das forças aqui: o general Montenegro, o tenente-brigadeiro Malta, o vice-almirante Trovão - muito obrigado pela presença, sejam sempre bem-vindos aqui na nossa Casa. Parabéns pelo trabalho de devoção com o nosso país, por tudo que exercem na defesa do nosso território, mas, principalmente, dos nossos valores.

Cumprimentar também o coronel Roldan, que nos proporciona segurança aqui na Assembleia Legislativa, que é o coronel que cuida aqui de todos, da segurança dos nossos trabalhos legislativos.

Dizer que eu sou policial há 25 anos. Iniciei na Polícia Civil por 8 anos, estou na Polícia Federal já há 17 e, licenciado, estou no cargo, na função de deputado estadual. Mas faço questão de dizer que lá em 1996, general Montenegro, eu servi o Tiro de Guerra 02-033 de São José do Rio Preto. Eram 240 atiradores, quatro turmas de 60, e foi nesse momento que eu me inspirei para poder vir para a área militar, para poder vir para a área policial.

Então o TG 02-033 formou a minha base do que eu conheço hoje, e com muito orgulho sou cabo da reserva. Fui monitor, sou cabo da reserva, o que eu ostento com muito orgulho hoje e desde sempre. Desde sempre tive a inspiração dos nossos pracinhas, então, eu não vou me furtar de render homenagens aos nossos verdadeiros heróis, que foram para a Segunda Guerra Mundial defender o nosso país, que foram para a Segunda Guerra Mundial defender a paz no mundo e contribuíram hoje com o contexto geopolítico.

Se existe hoje do jeito que está, meu amigo Capitão Telhada, é porque esses homens foram lá. Esses valorosos homens honrados foram lá e doaram o que tiveram de melhor. Deixaram seus familiares e compuseram lá as forças para derrotar o nazismo, para pôr fim à Segunda Guerra Mundial.

Dizer também ao TG 02-033 que o meu chefe de gabinete é um coronel da reserva da Força Aérea, coronel aviador Maurício. Então faço questão. Tenho assessores na polícia que eram policiais militares, que são militares da reserva, coronel Roldan. Então eu prezo muito por manter sempre esse contato com os irmãos de farda, os irmãos de propósito, porque ser hoje militar, ser hoje policial, além de uma vocação, é um dom de Deus.

Então eu desejo a todos vocês, cada um na sua profissão, cada um na sua área, cada um na sua força, que tenham muita proteção de Deus e sigam suas missões protegidas. Então, muito obrigado pela oportunidade. Que Deus abençoe a todos. E parabéns, Capitão Telhada, e parabéns a todos os homenageados.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado Danilo Campetti. Senhoras e senhores, neste momento, eu gostaria de convidar a nos abrilhantar e a nos brindar com a canção Lili Marlene”, a Banda do Comando Militar do Sudeste.

Essa canção foi escrita por Hans Leip, um soldado alemão, que serviu durante a Primeira Guerra Mundial, mas foi durante a Segunda Grande Guerra que a canção se tornou um hino para os combatentes, pois era tocada na rádio todo final de tarde, momento em que os combates eram cessados.

Com a chegada da FEB, em 1944, à Itália, Lili Marlene ganhou uma versão em português. Então, neste momento, será entoada pelo corpo musical e, no telão, será passado um vídeo com a letra da canção. Por favor.

 

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- É entoada a canção.

 

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Excelente! Mais uma vez, agradecemos à Banda do Comando Militar do Sudeste.

Neste momento, dando continuidade ao roteiro, convido para fazer uso da palavra o coronel do Exército Brasileiro, Zary.

 

O SR. JULIO CEZAR FIDALGO ZARY - Em 1º de setembro de 1939, Hitler ordenou que tropas alemãs atravessassem a fronteira da Polônia sem nenhum aviso prévio. Dois dias mais tarde, Inglaterra e França declaravam guerra à Alemanha, dando origem ao maior conflito armado da história da humanidade: a Segunda Guerra Mundial.

Como em um baralho de cartas, diversos outros países europeus foram caindo sob o jugo alemão um a um: Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e até a França, uma das grandes vencedoras da Primeira Guerra Mundial, caiu em apenas seis semanas. O mundo estava atônito, assistindo às vitórias sucessivas da estupenda máquina de guerra alemã, a Wehrmacht, que parecia invencível.

O Brasil, distante do conflito, inicialmente, declarou neutralidade, porém, com o desenrolar dos acontecimentos, diversas nações acabaram sendo arrastadas para a guerra, como foi o caso dos Estados Unidos, ao terem sua base aeronaval de Pearl Harbor atacada pelos japoneses em 7 de dezembro de 1941.

Assim, o continente americano já não poderia mais permanecer apenas assistindo, pois a Kriegsmarine, a famosa marinha de guerra alemã, iniciou uma campanha submarina irrestrita, inclusive contra navios mercantes que navegavam no Atlântico Sul. Tal fato acabou infligindo as primeiras baixas aos brasileiros, em face do afundamento dos navios Buarque, Olinda e Cabedelo a partir de fevereiro de 1942.

Consequentemente, em todo o País, aumentou a pressão popular pela declaração de guerra contra os países do Eixo, notadamente a Alemanha e a Itália. E, finalmente, em 22 de agosto daquele ano, o presidente da República assinou a entrada formal do Brasil na guerra.

Assim, iniciaram-se os preparativos para a formação de uma divisão de infantaria, de forma a ser enviada para o além-mar. Na mesma toada, permitiu-se que os americanos utilizassem as bases aéreas do saliente nordestino, entre elas, Parnamirim, com o intuito de que se iniciassem as patrulhas antissubmarino em operações combinadas com a Força Aérea Brasileira.

Concomitantemente, a Marinha de guerra do Brasil foi reequipada, sendo, então, formadas as forças navais do nordeste e do sul, as quais atuariam junto à 4ª Frota da marinha americana. No ano seguinte, o Exército Brasileiro iniciou a formação do que viria a ser a Força Expedicionária Brasileira, ficando a cargo do nomeado comandante, o general de Divisão, Mascarenhas de Moraes.

Como o Exército teve que se adaptar à doutrina americana, uma vez que com bateria subordinada ao 5º Exército de Campanha, moldou-se a organização da Divisão com três Regimentos de Infantaria, que compuseram a Infantaria Divisionária, a comando do general de brigada Zenóbio da Costa.

Além do 1º e do 11º, o 6º Regimento de Infantaria de Caçapava compôs a principal força de manobra da FEB. Para o apoio de fogo, foram convocados quatro grupos de obuses, os quais compuseram a Artilharia Divisionária, a comando do general de brigada Cordeiro de Farias. Da arma ligeira a cavalaria, responsável pelos primeiros entreveros com o inimigo, foi formado o Esquadrão de Reconhecimento, sob o comando do capitão Plínio Pitaluga.

Para compor esta formidável força de combate, que contaria com efetivo de 25 mil homens e da qual fariam parte militares de todos os estados brasileiros, houve a necessidade de se convocar contingentes diferenciados, com destaque para os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

É de se notar que, na década de 1940, o estado de São Paulo já era a força motriz da Nação, o que refletia na sua mais do que necessária participação no esforço de guerra brasileiro. Desta forma, quatro unidades expedicionárias, as quais são herdeiras da FEB, estão atualmente subordinadas ao Comando Militar do Sudeste.

A saber: o 6º Batalhão de Infantaria Aeromóvel, então 6º Regimento da Infantaria de Caçapava, o qual enviou 3.889 militares; o 2º Batalhão de Polícia do Exército, então Companhia de Polícia Militar de Osasco, a qual contava com 73 guardas civis do estado de São Paulo e que foi o embrião da Polícia do Exército anos mais tarde; o 20º Grupo de Artilharia de Campanha Aeromóvel, então III Grupo de Obuses 105mm, de Barueri, o qual enviou 477 militares; por fim, o 1º Esquadrão de Cavalaria Aeromóvel, então Esquadrão de Reconhecimento, de Valença, o qual enviou 149 militares.

Desta forma, em termos de efetivos, os quais não poderiam deixar de ser adicionados oficiais egressos do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, bem como médicos da USP, pode-se afirmar que cerca de 20% do total do pessoal enviado à Itália, entre 1944 e 1945, saiu do estado de São Paulo.

Todas estas unidades paulistas fizeram parte da guerra contra o nazifascismo, que estava assolando o mundo desde 1939. Vitórias em diversas batalhas, sendo as mais famosas as de Monte Castello e Montese, escreveram páginas na história da nação brasileira, que se mostrou pronta para responder ao chamado naquela guerra contra a tirania.

A primeira das unidades paulistas a responder ao referido chamado e a chegar ao teatro de operações foi o 6º Regimento de Infantaria, em 16 de julho de 1944, tendo sido também a que mais permaneceu em combate. Dos seus quadros, pertenciam não apenas a oficialidade formada na Escola Militar do Realengo, mas também a do CPOR Solar dos Andradas.

Entre aqueles oficiais estava o 1º tenente José Alfio Piason, que, apesar de ter sido formado em Medicina na USP, foi convocado como oficial de infantaria. Como era fluente em outros idiomas, foi designado oficial de inteligência do 1º Batalhão.

Entre suas inúmeras funções de combate, uma delas tinha contato direto com o inimigo, pois entrevistava prisioneiros de guerra que haviam sido capturados e estavam sob a custódia da Companhia de Polícia Militar, sendo responsável por levantar informações valiosas sobre o inimigo em presença na Itália.

Assim como o tenente Piason, também fazia parte do 6º Regimento de Infantaria o cabo Waldomiro Grotto, que esteve em Monte Castello e na rendição da 148ª Divisão de Infantaria Alemã, na qual, em apenas uma oportunidade, foram aprisionados cerca de 15 mil alemães e italianos, o que impulsionou a derrocada das forças do Eixo na Itália, acelerando a vitória final dos Aliados.

Como tantos outros pracinhas, os quais voltaram como verdadeiros heróis brasileiros vitoriosos junto aos demais países aliados, o tenente Piason e o cabo Waldomiro Grotto participaram ativamente desse legado de paz, liberdade e democracia, não só para o povo brasileiro, mas para toda a humanidade.

Desta forma, para honrar e preservar a memória deles e dos cerca de 25 mil brasileiros que compuseram a FEB na Segunda Guerra Mundial, em especial dos cerca de 480 que não voltaram, convido o cabo Waldomiro Grotto e os filhos do tenente Piason, Sr. José Francisco de Barros Piazzon e Sra. Maria Bernadete de Barros Piazzon, para receberem das mãos do Capitão Estadual Telhada e do general Montenegro, comandante Militar do Sudeste, uma justa e merecida homenagem, pois a cobra ainda fuma.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - A fim de que possamos dar continuidade à cerimônia, solicitamos aos homenageados que retornem aos seus lugares.

Muito obrigado, coronel Zary pela explanação. Muito obrigado a banda, pelo fundo musical que nos emociona e nos faz refletir sobre tudo que foi exposto aqui nesta noite e esta justa homenagem ao nosso veterano, ao nosso febiano e aos familiares do tenente que foram homenageados também nesta noite. Deus abençoe vossas famílias, muito obrigado pela presença.

Eu gostaria, já que todas as forças aqui exibiram seus vídeos, eu gostaria também de exibir um vídeo feito pelo meu gabinete, pelo gabinete do Capitão Telhada, pela minha equipe de marketing. Então eu convido a todos a acompanharem no telão um curto vídeo a ser exibido, também em homenagem a FEB e ao Dia da Vitória, feito e realizado pela equipe Telhada Team.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Parabenizo a equipe que fez o vídeo. Estou assistindo também em primeira mão. Então parabéns ao Vítor e ao locutor. Alguém conheceu a voz? Familiar? Então convido para fazer uso da palavra o locutor do vídeo, meu pai, Coronel Telhada, por gentileza.

 

O SR. CORONEL TELHADA - Boa noite a todos. Prazer em estar aqui com os senhores e senhoras. Louvo a Deus pela vida e pela saúde de todos. Quero saudar a nossa Mesa na figura do meu amado filho, deputado estadual Capitão Telhada, que é meu orgulho, junto com a sua irmã Juliana.  Como policial militar, você sempre foi um excelente policial militar. Como deputado estadual, tem se superado nas ações. Parabéns, meu filho.

Quero cumprimentar também o meu amigo deputado estadual Danilo Campetti, policial também. Danilo, fiquei muito contente quando você assumiu o mandato. Sabemos da perseguição que você seguiu. Você sofreu. Temos certeza de que você fará uma bela carreira na política também. O Brasil precisa de homens como vocês.

Saudar aqui, permitam-me chamá-los de amigos, nossos comandantes das Forças Armadas aqui em São Paulo, o tenente-brigadeiro Valter Borges Malta, paulista, nosso amigo, nosso amigo general do Exército, Celso Coelho Montenegro, comandante militar do Sudeste, nosso amigo, não vou contar da história do dominó no submarino, mas, tudo bem, nosso querido amigo, comandante da Marinha aqui em São Paulo, vice-almirante Marco Antonio Ismael Trovão de Oliveira. Muito obrigado, comandante. O senhor sabe da amizade que eu tenho pelo senhor, o carinho que eu tenho pelo senhor.

Muito obrigado pela sua presença. Saudar o meu amigo também, irmão de armas da Polícia Militar, coronel Alexandre Vitorino Roldan, hoje aqui assessor militar da Assembleia Legislativa. Saudar o Sr. Almirante, o Sr. Brigadeiro, os senhores oficiais generais. Muito obrigado pela presença de todos. Saudar aqui também o desembargador federal, o senhor Alessandro Diaferia. Muito obrigado pela presença.

Saudar também o comandante geral da nossa Guarda Civil Metropolitana, em nome de quem saúdo as demais guardas municipais, os demais prefeitos aqui presentes, demais autoridades.

O senhor Ailton Rodrigues de Oliveira, sucesso na missão, missão difícil. Saudar aqui na figura da minha esposa Ivania e da querida amiga Maria Helena todas as senhoras presentes nesta noite.

Saudar as associações aqui presentes, associações de veteranos, associações que representam as nossas Forças Armadas também. O Rui, o Ney, o Grotto, os três mosqueteiros aí que estão sempre com a gente. Querido amigo Romagnoli também, Douglas também, o Jairo. Cadê o Jairo? Está ali o Jairo, Camargo. Obrigado, não sei se esqueci de alguém. Se esqueci, me perdoe. Prazer estar com todos vocês aqui, de verdade.

Eu não preparei discurso. Para variar, não é? Eu sou ruim para ler discurso. Pensei em falar um monte de coisa aqui, pensei em contar a história da FEB, mas aí o coronel Zary veio e deu essa excelente aula, os demais vídeos. Ou seja, tiraram o chão do meu discurso. Então eu não vou fazer um discurso hoje. Eu vou fazer um testemunho.

Quero fazer um testemunho, porque é uma realidade. Eu acho que a vida é... Todos aqui têm as suas passagens, os seus momentos. Todos aqui são militares ou foram militares, sempre serão militares, os que não são conhecem a história da nossa Força Expedicionária Brasileira, conhecem essa história maravilhosa de mais de 25 mil homens e mulheres que foram à Europa lutar pelo Brasil.

Imaginem que situação difícil. Hoje já seria difícil, mas imaginem há 80 anos você pegar uma pessoa do interior de São Paulo, do interior do nordeste, colocar dentro no navio, levar para uma terra estranha, pegar o inverno abaixo de 20 graus negativos, 20 graus abaixo de zero. Imaginem a situação desses homens e mulheres. Na época, havia muito analfabetismo, havia muitos problemas. Muitos nem sabiam o que era aquela guerra na Europa e foram, lutaram, venceram.

As nossas Forças Armadas... Estou por coincidência lendo um livro chamado Flores ao Mar”. É um livro que conta a história dos três navios da Marinha que naufragaram no período da guerra, um excelente livro, aconselho aos amigos, em que a nossa Marinha, não só a nossa Marinha de guerra, mas a nossa Marinha Mercante deu milhares de vidas.

Homens e mulheres que foram sepultados nos nossos mares, muitos nunca mais foram achados seus corpos. História de glória da nossa Marinha. Na nossa Força Aérea, primeiro grupo de caça com seus maravilhosos P-47. Quem aqui nunca, criança, sonhou fazer o que aqueles homens fizeram? Oito aviadores morreram no conflito. O nosso Exército, com a Força Expedicionária Brasileira, mais de 25 mil homens foram em cinco escalões para a Itália.

Eu confesso que, desde criança, sempre prestei atenção na história da Segunda Guerra, sempre me chamou atenção, minha esposa sabe disso. Desde criança, sempre me chamou atenção. Ingressei na Polícia Militar em 1979, eu ia nos eventos da Segunda Guerra. Eu não via a participação da polícia, aquilo me incomodava. A polícia não participou, a polícia não esteve lá.

Quando eu ingressei na polícia, tinha um coronel chamado coronel Edilberto, falecido já, um querido amigo. Eu fui visitá-lo uma vez. Ele estava montando o Museu da Polícia. Ele me deu um livro. Ele era escritor, me deu um livro. Naquele livro, chamado “Salto na Amazônia”, em determinada página, eu achei uma foto de uma companhia de Polícia Militar, e estava escrito no livro que aquela Polícia Militar era constituída de guardas civis.

Para quem não sabe a história da nossa Polícia, comandante Roldan, permita-me, só fazer um pequeno, porém aqui. A Polícia Militar de hoje é oriunda de duas forças, da Força Pública de São Paulo, que foi criada em 1831, e da Guarda Civil de São Paulo, que era uma tropa estadual criada em 1926.

Essas duas tropas foram seguindo o seu rumo e em 1970, no dia 8 de abril, essas duas tropas foram unificadas e passaram a se chamar Polícia Militar do Estado de São Paulo. Eu falei: “Poxa, mas Guarda Civil é a nossa Guarda Civil, é a nossa Polícia Militar”. Passei a pesquisar, passei anos pesquisando.

Em 2002, lancei um livro chamado “Polícia de São Paulo nos Campos da Itália”. General, foi o primeiro livro que tratou do assunto, até então. Um assunto não relegado ao esquecimento, mas um assunto que não se prestava muito atenção.

Hoje, é um assunto que eu fico orgulhoso, quando eu vejo esses policiais militares aqui, junto a mim, fardados de “military police”. Ali, nas fardas históricas, nós temos um “military police” também.

Hoje o 2º Batalhão de Polícia de Choque, comandado pelo major Arcanjo - cadê o Arcanjo? Está ali -, até pedir permissão a ele para os seus policiais me acompanharem aqui na tribuna, hoje o 2º Batalhão de Choque carrega as tradições da tropa de “military police”. Para quem não sabe, essa tropa de “military police” foi constituída, na sua grande maioria, por guardas civis de São Paulo.

General Mascarenhas de Moraes... Cadê o Zary? Está aqui? Você me corrija, por favor, hein? Nosso professor Zary, nosso escritor, me corrija, por favor. Comandante da FEB, general Mascarenhas de Moraes, havia sido comandante da 2ª Região Militar, aqui em São Paulo, e conheceu a Guarda Civil. A Guarda Civil tinha uma característica muito interessante, não é, dona Maria Helena?

A Guarda Civil era muito querida pela população, pelo seu contato com a população. Quando ele teve que montar uma tropa nos moldes da polícia americana, porque, até então, o Exército, as Forças Armadas, seguiam mais os moldes franceses - na Segunda Guerra Mundial, a França caiu em 1940, como o coronel Zary citou aqui -, passou a ser um modelo ultrapassado.

Então o modelo que se adotou como um modelo novo de combate era o modelo do Exército americano. Então o nosso Exército teve que ser a nossa força expedicionária, teve que ser amoldada à tropa americana e teve que criar algumas tropas que não existiam no Exército Brasileiro. Entre essas tropas, a tropa de polícia.

Como eu vou montar uma tropa de polícia, fazer serviço de polícia? É trânsito, fiscalização, escolta de presos, tem que treinar, pegar o pessoal do Exército, não vai dar tempo. Alguém falou “Vamos pegar o pessoal”, ele mesmo falou, “Vamos pegar o pessoal da Guarda Civil de São Paulo, eles são homens treinados. Vamos falar com o interventor...” - na época, que era o governador de São Paulo - “ver se ele autoriza”.

Foi autorizado, aberto voluntariado na Guarda Civil. Mais de 600 guardas civis se alistaram como voluntários. Desses 600 guardas civis, 73 guardas civis seguiram para a Itália no primeiro escalão, já como policiais militares. Uma tropa com uniforme diferente. Era um uniforme, aqueles capacetes tipo safari branco, um braçal. Tem aí, Marcelão? Está lá atrás, o Marcelão trouxe.

Olha, tudo material original, que depois vocês vão ver. Não era esse braçal de MP que o cabo está usando ainda, não. Era um braçal escrito PM”. Preto, com letras brancas. Policial Militar. Só que quando chega na Itália, o primeiro escalão, quem é PM?

A tropa é americana, tem que se adaptar. Praticamente se pegou e se adotou o uniforme americano. O braçal MP, “Military Police”, que era uma tropa conhecida em todos os exércitos. O capacete MP, o uniforme americano, armamento americano. Nas golas, as pistolas bucaneiras, que são o símbolo da Polícia Militar.

E uma característica, eu não sei se os senhores notaram, devem ter notado, porque o Zary é companheiro nosso há muitos anos, a gente até conversou isso, salvo engano o coronel Zary, a tropa brasileira é a única tropa de MP que tem a bandeira do Brasil no capacete.

As outras tropas somente ostentam a letra MP. O Exército, o 5º Exército, usavam alguns o símbolo do 5º Exército, mas todos os nossos MP usavam a bandeira brasileira no capacete.

Ao lado do capacete... Dá para você virar para lá, por favor? Ao lado do capacete, o símbolo do 5º Exército americano, porque a nossa tropa pertencia ao 5º Exército americano. Aqui, também, no braço, vocês podem ver o símbolo do 5º Exército americano. Muito obrigado.

Passou a ser uma tropa super-respeitada. Por quê? Porque o policial militar, o “military police”, representa a figura do comandante. O que um militar... Se estivesse um “military police”, era a figura do comandante da FEB, que estava ali naquele momento. Passou a ser uma tropa conhecida. Esses homens passaram a trabalhar em pontes, trânsito, escolta de presos, comboios, 24 horas na rua. Infelizmente, pagamos um saldo também de mortos. Tivemos dois mortos no pelotão.

No dia 7 de novembro de 1944, nós perdemos um inspetor, então, cabo da MP, Paulo Emídio Pereira, aqui de São Paulo, morreu em um acidente de trânsito. Ele estava comandando um jipe que comboiava tropas que haviam chegado.

No deslocamento, à noite, aquele jipe caiu em uma ribanceira, e o cabo Paulo Emídio faleceu. O soldado que estava com ele, o gauchinho, que era o motorista, ficou totalmente arrebentado. Não morreu, mas retornou ao Brasil bem ferido e, depois, na Guarda Civil, foi aposentado porque não tinha mais condições físicas.

Quando eu falo tudo isso, eu olho aqui para o senhor Waldomiro Grotto e sinto o orgulho de ter uma pessoa com 103 anos, 40 anos a mais do que eu, que participou de Monte Castello, que participou de... Ele estava lá. Ele estava lá, ele viu isso, ele viu nossos MP trabalhando. Viu ou não viu, senhor Waldomiro? Ah, viu. Falou que viu, viu? Viu, ele estava lá. Ele estava lá.

Então eu me orgulho muito do trabalho que nós fizemos resgatando essa parte da história, porque, hoje, eu falo, a Polícia Militar do Estado de São Paulo, sim, participou da Força Expedicionária Brasileira, ativamente, como tropa de polícia. Em março de 45, esse Pelotão de Polícia, que era como era chamado, passou a ser Companhia de Polícia Militar, porque foi acrescida de mais homens que eram do Depósito de Pessoal.

Então, sob comando do capitão Sabino, passou a ser a primeira companhia, ou, melhor, a Companhia de Polícia Militar, que, após a guerra retornar ao Brasil, passou a ser a Companhia de Polícia do Exército e depois 1º Batalhão de Polícia do Exército. Ou seja, uma das tropas de elite do nosso Exército Brasileiro, hoje, general Montenegro.

A nossa Polícia do Exército, da qual nós temos integrantes aqui, da nossa querida banda, a nossa Polícia do Exército é oriunda da Polícia Militar de São Paulo. É um motivo de muito orgulho para todos nós aqui.

Como eu falei, nós perdemos o Paulo Emídio no dia 7 de novembro. No dia 10 de janeiro de 1945, nós tínhamos um jovem de 23 anos chamado Clovis Rosa da Silva. Eu falo testemunho porque a vida - perdoem-me pela extensão do discurso ou do testemunho - faz algumas surpresas interessantes para nós, João Borro.

Interessante. No dia 10 de janeiro de 1945, um jovem soldado de 23 anos escreveu uma carta para a família pela manhã, dia 10 de janeiro de 1945. Eu vi essa carta, dei essa carta para o general... General? Olha, para o coronel Zary. Não estou querendo dizer nada, não, viu? Para o coronel Zary, dei essa carta nas mãos dele e essa carta hoje faz parte do acervo do 2º Batalhão de Polícia do Exército.

Naquela manhã, ele escreveu uma carta para a família, dizendo que estava bem, que voltaria para o Brasil, só que, naquela noite, ele estava de serviço na Ponte Sila, trabalhando no seu turno de policial militar. E dois americanos, conta a história que embriagados, brigavam, estavam discutindo.

Ele, como policial militar que era, como policial do Exército que era, foi intervir e acabou sendo morto por um daqueles homens. Olha que loucura a vida. Ele, uma tropa aliada dos americanos, lutando contra os alemães, acabou morrendo.

Quem é, dona Maria Helena? É ele? É ele. Acabou morrendo na mão de um americano. Olha como a vida do policial é difícil. E a vida do policial continua difícil até hoje. Ele caiu ali na neve, seu sangue escorreu. Ele não voltou para casa. Clovis Rosa da Silva. Eu vou depois falar do término da guerra, porque já foi citado.

Eu quero dizer o seguinte, o tempo passou e, quando eu já era coronel, comandando um batalhão em São Paulo, teve um jovem tenente trabalhando comigo, que ficamos amigos. Um dia nós fomos conhecer a família desse jovem tenente, fui à casa do sogro dele, estava casado, recém-casado, estava puxando o saco do sogro, me levou para comer pizza na casa do sogro, fui eu e meu filho.

E, quando nós estamos lá conversando com esse amigo, com o sogro desse tenente, bate papo e fala, não sei por que cargas d'água saiu um assunto sobre a Força Expedicionária, e aquele senhor me fala “Ah, meu tio serviu na Força Expedicionária”, “Que legal, parabéns”, “É, ele lutou lá na Itália”. Pensei, “Tanta gente fala que lutou na Itália, será que lutou mesmo, não é? Porque não é todo mundo que conhece a história da FEB.”. Morreu em uma ponte em 1945.

Eu falei, eu olhei para ele, eu falei: “Clovis Rosa da Silva morreu dia 10 de janeiro de 45”. Ele tomou um susto. Como é que o senhor sabe disso?”, “Eu escrevi sobre ele”, “Ah, é mentira”. Fui, peguei o livro, mostrei para ele. Aquele sogro do tenente é amigo meu até hoje, é o chefe de gabinete do Capitão Telhada, João Borro. Somos amigos até hoje. Venha cá, João, por favor.

O João Borro, naquele dia, me deu a carta que eu falei que li, me deu a bandeira que veio sobre o caixão dele, me deu a medalha de campanha dele, medalha que o Sr. Waldomiro usa no peito ali, me deu a medalha do Clovis Rosa da Silva, que, aliás, não tem nem fecho, porque ela veio sobre o caixão.

E hoje, aos 80 anos da FEB, a qual nós temos o orgulho de participar, que não tivemos a honra de estar lá, mas temos aqui o orgulho de poder homenagear essas pessoas, ele escreveu na carta do dia 10 de maio, mandando um beijo para sua irmã mais nova, a Maria Helena, que está aqui conosco. Venha cá.

Maria Helena da Silva Borro. Traga ela aqui, por favor. Traga aqui, por favor. Policial, pega, traga ela para mim, por favor. Acompanhe ela. Venha aqui, por favor. A Maria Helena tinha seis anos quando Clovis morreu.

Nós fizemos homenagem aos filhos do tenente Piason, fizemos homenagem ao Sr. Waldomiro Grotto, com todo o respeito, com todo o merecimento, e vamos fazer uma homenagem a um familiar de um herói que morreu no campo de batalha, Clovis Rosa da Silva.

Maria Helena era uma menina de seis anos, e hoje ela, aqui, representa as famílias dos heróis. O número, existe uma certa discrepância, alguns falam 451, 457. Tem um número exato. Sempre tem uma certa dúvida, mas não só desses da FEB, os milhares que morreram na Marinha, os que morreram na Força Aérea.

Maria Helena representa aqui a família desses homens que deram o que eles tinham mais de importante, que era a vida. Saíram daqui de São Paulo, foram morrer na Itália e foram sepultados em Pistoia.

nos anos 60 que seus restos mortais foram trazidos aqui para o Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. E eu aqui acompanhado do filho dela, João Borro, que é nosso amigo, vem aqui por favor, que é nosso amigo, chefe de gabinete do Capitão Telhada, que eu peço que nos acompanhe também.

Nós queremos aqui fazer uma homenagem à querida Maria Helena, passando para ela uma lembrança simples, mas para que ela aguarde com mais carinho ainda a lembrança do seu querido irmão, que a tinha com grande carinho e grande respeito. Não é, Maria Helena?

 

A SRA. MARIA HELENA DA SILVA BORRO - Muito obrigada, meu querido. Muito obrigada, muito obrigada. Eu tenho o maior prazer de falar que meu irmão morreu pela Pátria. Não, ele foi para lutar e voltar. Não voltou, mas na nossa lembrança ele está sempre conosco, sempre. E graças ao Coronel Telhada, nós tivemos o reencontro muito lindo até hoje. Ele é meu amado. Está bem? Lindo.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. CORONEL TELHADA - Passar as suas mãos? Vai passar os 100 também. Uma salva de palmas para a dona Maria Helena, uma salva de palmas para os nossos heróis da Força Expedicionária Brasileira. (Palmas.)

Como eu disse a vocês, isso não é um discurso, isso é um testemunho sincero, de coração, pelo amor que eu tenho pelos nossos heróis. Eu sempre digo e ensinei meu filho quanto a isso: os nossos heróis não morreram de overdose.

Nossos heróis são heróis de carne e osso, homens e mulheres que se sacrificam diariamente, se sacrificaram e se sacrificam pelo Brasil. Vocês são nossos heróis e nossas heroínas. Não se afastem jamais das suas missões. São missões sagradas. Deus abençoe a todos.

Viva a FEB! Viva! Viva o Brasil! Brasil acima de tudo! (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras do Coronel Telhada e parabenizamos a Sra. Maria Helena da Silva Borro por representar o seu irmão Clovis Rosa da Silva. Dando continuidade à nossa solenidade, ouviremos o toque de silêncio pelos militares tombados em solo italiano durante a Segunda Guerra Mundial.

 

* * *

 

- É executado o toque de silêncio.

 

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Convidamos o deputado Capitão Telhada para fazer uso da palavra.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Vou terminar de fazer os cumprimentos. Cumprimentar o contra-almirante Sérgio Luis de Carvalho Miranda. Aproveitar para cumprimentar os representantes da Polícia Civil que nos acompanham nesta noite, Dr. Talamonte, de Botucatu, Dr. Leandro, também aqui da Assessoria Policial Civil da Casa. Cumprimentar o Carlinhos e o Oberlei, vereadores de Itapuí. Cumprimentar as associações também que nos prestigiam nesta noite, a Associação Crescer e Viver, de Itanhaém.

Cumprimentar a Bernadete, minha amiga, e todas as minhas amigas de Itanhaém. Cumprimentar o presidente do Conseg de Jarinu, Santiago. O presidente da Alfa, Gilberto Ritchie. Cumprimentar o presidente do Centro Cultural da Força Expedicionária Brasileira, o Sr. Jairo Junqueira. Agradecer, inclusive, pelo M8, que está lá à frente estacionado no nosso Hall Monumental.

Quem não teve oportunidade de adentrar pela entrada de pedestres ali do Hall Monumental, por gentileza, pelo estacionamento, vão até lá, no final do evento da solenidade, porque temos lá dois canhões expostos e também o M8, está bem? Além de artes ali expostas pelo Hall Monumental. A saída tem que ser por lá, então todo mundo vai ser obrigado a passar por lá, está bem?

Cumprimentar o presidente executivo da Sociedade Amigos do Centro, Douglas Ramos, Amigos do Centro de Preparação da Reserva. Cumprimentar o Rui, vice-presidente da Associação dos Veteranos, o sargento da Reserva do Exército Brasileiro. Cumprimentar o presidente Joel, do Grupo Bandeirante. Cumprimentar o presidente Gerotto, da Associação dos Veteranos do Esquadrão de Cavalaria Mecanizada, Esquadrão Anhanguera.

E o presidente Camargo, da Associação dos Veteranos das Polícias do Exército. Cumprimentar o Alexandro Wagner de Siqueira, representando a Associação dos Veteranos da Força Aérea Brasileira. E o vice-presidente Rogerio Carlos de Camargo, da Agruban.

Não poderia deixar de realizar esses cumprimentos. E, nesse momento, senhoras e senhores, eu não quero me estender, até porque tudo que tinha de ser falado já foi dito. À Mesa, agradeço demais os cumprimentos e a cada um em sua colaboração. Nesta noite, nos trouxe informação, nos trouxe conteúdo e, acima de tudo, nos trouxe emoção.

De verdade, como meu pai disse, cada um aqui tem o seu testemunho, tem o seu quinhão, tem a sua colaboração de vida, o seu suor derramado, tem a sua história, tem o seu legado.

E eu fico muito honrado, nesta noite, em poder ser um instrumento, poder ser uma ferramenta, junto com a minha equipe do Gabinete do Capitão Telhada, junto com a assessoria e o Cerimonial aqui da Assembleia Legislativa, junto com os meus amigos deputados estaduais, também junto com o presidente, poder abrir a Assembleia Legislativa, a Casa do povo, poder disponibilizar o nosso auditório, o nosso plenário, o Juscelino Kubitschek, onde a democracia acontece.

É justamente neste espaço que nós votamos no dia a dia os benefícios, os projetos, aquilo que a população usufrui no futuro. É aqui que São Paulo acontece, a maior Assembleia Estadual da América Latina. Então eu fico honrado, neste primeiro mandato, de dar continuidade a tudo o que o meu pai começou lá em 2012, quando se afastou da Polícia Militar e ingressou na política.

A gente vem seguindo esses passos, tentando utilizar o nosso mandato para bem da população e honrar os nossos heróis, utilizar esses exemplos, como o do nosso veterano Grotto, como os dos nossos familiares aqui, Piason e também do Clovis. Utilizar esses exemplos de honra e de sacrifício para nós próprios e para as nossas respectivas Forças.

Nós temos aqui jovens e nós temos também veteranos que também colocaram o seu tijolinho, também deram sua contribuição na Força Aérea, na Marinha, no Exército e na Polícia Militar.

Nós temos aqui pessoas em formação que também poderão ser futuras deputadas, como Danilo Campetti, que outrora se formou lá no Tiro de Guerra e hoje está combatendo aqui no campo político, como eu me formei no Barro Branco e hoje estou aqui, e tantos outros que virão.

A nossa sociedade tem que entender que nós estamos em um momento de divisão de águas no Brasil, onde nós temos que realizar certas opções, e aqui na Assembleia, no meu mandato e nos amigos que nos acompanham no dia a dia, porque aqui nós temos verdadeiros amigos que deslocam-se do estado de São Paulo para estar conosco, para ombrear esse combate.

Nós já fizemos nossa opção. Nós escolhemos defender e proteger o cidadão de bem. Nós escolhemos proteger e defender o policial, aquele que continua se sacrificando no dia a dia, aquele que, utilizando o exemplo dos nossos pracinhas, dos nossos combatentes, lá na Segunda Guerra Mundial, também vão ao encontro do seu futuro, ao encontro do seu destino, sem saber se retornarão para sua família.

Os nossos policiais até hoje partem para o cumprimento de sua missão, deixando sua família para trás, seus filhos, seus irmãos, sua esposa, seu marido, seus pais, para cumprir aquilo que o Brasil espera de nós, por nós próprios, com honra, para que a gente nunca envergonhe a nossa família, a nossa fé e os nossos camaradas.

Nós combatemos por cada um de vocês. Cada homem e cada mulher aqui se colocou à disposição, se voluntariou para envergar uma farda, para utilizar um distintivo e para se entregar, se for necessário, com o sacrifício da própria vida, a um bem muito maior do que o nosso interesse individual, que se chama estado de São Paulo e que se chama Brasil.

É por essa bandeira que a gente luta e que a gente levanta todo dia, e nós faremos em cada oportunidade, em cada suspiro que tivermos daqui para o futuro. Eu agradeço imensamente a presença de cada um dos senhores e das senhoras nesta noite.

Solicito e peço para que o que vocês assistiram e testemunharam nesta noite seja estendido a quem não teve esta oportunidade e que, em cada círculo social, cada oportunidade que a gente tenha nos nossos dias, possamos também levar esses exemplos adiante. E, no mais, deixo o meu mandato, o meu gabinete de portas escancaradas para cada iniciativa que vocês também tiverem, para cada ideia.

Deixo um convite aqui que, em breve, nós teremos o evento do 9 de julho, que, após o desfile cívico-militar aqui no Ibirapuera, aqui em frente, na Avenida Pedro Álvares Cabral, por volta das 11 horas, meio-dia, todos nós ingressamos aqui neste mesmo espaço e também realizamos a nossa solenidade em alusão aos veteranos e aos combatentes do 9 de julho de 1932. Aproveito para cumprimentar o meu amigo Romagnoli também, que acho que passou batido aqui nas filipetas, presidente da Sociedade Veterana de 32.

Para encerrar as minhas palavras, não poderíamos ir embora nesta noite, coronel Melo, sem antes entoarmos juntos a canção do Expedicionário. Então eu solicito que a nossa banda do Comando Militar do Sudeste nos prestigie e convido a todos também a assumirem posição de respeito para juntos entoarmos a canção do Expedicionário.

Muito obrigado a todos e teremos todos uma excelente noite.

Deus abençoe.

 

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- É entoada a canção.

 

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Senhoras e senhores, mais uma vez, muito obrigado à presença de todos.

Os senhores e as senhoras notaram que, em frente aos locais, aos assentos, quem esteve na galeria acho que não tem, porém, a minha equipe está com um contingente reserva aqui de adesivos e na saída do auditório, na saída do plenário, quem desejar levar mais exemplares desse adesivo que nós montamos em homenagem aos 80 anos do Dia da Vitória, por gentileza, pode retirar com a nossa equipe que temos adesivos disponíveis aí. Mais alguma lembrança?

Dessa maneira, agradeço mais uma vez à minha equipe, ao Cerimonial da Assembleia Legislativa, às assessorias policial, civil e militar, aos funcionários da Casa, a todos que com vossas presenças prestigiaram e abrilhantaram o nosso evento, agradecendo a Deus pela oportunidade de vida e, mais uma vez, colocando-me à disposição.

Dessa maneira, agradeço e declaro encerrado o evento. A cobra fumou, pracinhas eternos. FEB 80 anos, heróis sempre serão lembrados, viva o Dia da Vitória.

Obrigado.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 24 minutos.

 

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