14 DE AGOSTO DE 2025

34ª SESSÃO SOLENE PARA OUTORGA DE COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO AO DOUTOR ANTONIO ROQUE CITADINI

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO e BARROS MUNHOZ

        

RESUMO

        

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão às 19h16min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Nomeia a composição da Mesa e as demais autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Informa que convocou a presente sessão solene, para realizar a "Outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Doutor Antonio Roque Citadini", por solicitação do deputado Barros Munhoz. Destaca a justeza desta homenagem a Antonio Roque Citadini, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, a quem considera um homem público exemplar.

        

4 - BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência. Discorre sobre a importância do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Tece elogios à atuação de Antonio Roque Citadini como conselheiro do órgão. Fala sobre sua relação com o homenageado. Parabeniza o presidente André do Prado, por seu trabalho à frente desta Casa.

        

5 - CARLOS CEZAR

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

6 - EMÍDIO DE SOUZA

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

7 - FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA

Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

8 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Lê o currículo de Antonio Roque Citadini, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Discorre sobre o significado do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

        

9 - RENATO MARTINS COSTA

Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

10 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Antonio Roque Citadini, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

        

11 - ANTONIO ROQUE CITADINI

Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

12 - PRESIDENTE BARROS MUNHOZ

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 20h42min.

 

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ÍNTEGRA

 

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- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Antonio Roque Citadini, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e também pelo Canal Alesp no YouTube.

Convido para que componha a Mesa Diretora destes trabalhos o deputado estadual André do Prado, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Também o deputado estadual Barros Munhoz, 2º secretário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e proponente desta sessão solene.

Convidamos também o desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. E conosco também o Dr. Antonio Roque Citadini, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e homenageado desta noite.

Senhoras e senhores, convido agora a todos os presentes para colocarem-se em posição de respeito para ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro 1º sargento PM Ivan Berg.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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Agradecemos à camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo pela execução do Hino Nacional Brasileiro.

Registramos e agradecemos a presença das seguintes personalidades: Denis Dela Vedova Gomes, procurador-chefe da Fazenda junto ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, neste ato representando a procuradora-geral do estado de São Paulo, Dra. Inês Coimbra.

Agradecemos aos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, conselheiro-corregedor Dimas Ramalho, conselheiro Renato Martins Costa, conselheiro Maxwell Borges de Moura Vieira, conselheira Cristiana de Castro Moraes, vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Também anunciamos a presença de Daniel Scheiblich Rodrigues, subsecretário de Estado da Cultura, Economia e Indústria Criativas, representando neste ato a secretária Marilia Marton. Também registramos a presença de Leticia Feres, procuradora-geral do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Também recebemos, neste ato, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, na figura do seu presidente Kennedy Barros, do vice-presidente Kléber Eulálio e também do conselheiro Jaylson Campelo; conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, Estilac Xavier; conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, Júlio Pinheiro.

Também registramos a presença do secretário e diretor-geral do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Germano Fraga Lima; o Dr. Sérgio Rossi, chefe de gabinete da presidência do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Registramos também a presença do delegado Antônio José Fernandes Vieira, chefe da Assessoria Policial Civil do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Também recebemos a presença do coronel Alexandre Vitorino Roldan, chefe da Assessoria Policial Militar da Alesp, e do Dr. Flávio Borgheresi, diretor jurídico do Instituto Butantan. A todos, muito obrigado pela presença e também ao público aqui presente.

Neste momento, senhoras e senhores, passo a palavra ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado André do Prado, para que proceda com a abertura desta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Boa noite a todos. É uma honra muito grande estar hoje nesta noite tendo a honra de fazer a abertura desta sessão solene em homenagem a este homem público, Dr. Roque Citadini.

Dizer que é uma honra também para nós da Assembleia, dos deputados aqui presentes, do deputado Emídio de Souza, da deputada Dra. Damaris, do deputado Carlos Cezar e do proponente desta sessão solene de outorga de honra ao mérito, nosso grande líder desta Casa, decano Barros Munhoz.

Em nome desses deputados, que representam os demais deputados desta Casa, dizer que é uma honra muito grande estar aqui ao lado do nosso presidente do Tribunal de Justiça, Dr. Fernando Torres Garcia. É uma honra muito grande e, em seu nome, cumprimento todos os demais membros do Poder Judiciário, e ao lado do Dr. Roque Citadini, o homenageado.

Vou comentar aqui os conselheiros do Tribunal de Contas aqui presentes, Dr. Renato Martins, Dra. Cristiana de Castro, Dr. Maxwell Vieira, Dr. Dimas Ramalho. Cumprimentar também os nossos procuradores aqui presentes, Dra. Leticia, Dr. Thiago e também o Dr. Denis, que é procurador-chefe da Fazenda junto ao TCE. Em nome desse, também, servidor, que há mais de 50 anos também presta esse relevante serviço ao nosso Tribunal de Contas, Dr. Sérgio Rossi.

Em nome do Dr. Sérgio Rossi, Dr. Germano, eu cumprimento todos os demais presentes aqui que fazem parte desse Tribunal de Contas, que é um orgulho para o nosso estado de São Paulo pela competência, pelo trabalho que é feito nesse Tribunal com maestria, com responsabilidade, e faz com que nós, paulistas, tenhamos, Dr. Renato, um orgulho muito grande do trabalho que todos vocês desenvolvem no Tribunal de Contas.

Então, em nome do Dr. Sérgio Rossi, eu gostaria de uma salva de palmas a todos os servidores e a todos que pertencem ao quadro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. (Palmas.)

Cumprimentar aqui também o nosso prefeito de Guararema, Odvane Rodrigues, o nosso prefeito lá da cidade de Itaoca - pessoal vem de longe, Dr. Roque -, Frederico, presente conosco também, o Wagner, lá do Vale do Ribeira, de Pariquera-Açu, junto com o Fábio Amarelo, nosso vice-prefeito, ao lado do Danilo também, nosso prefeito da cidade de  Paulínia , entre outros prefeitos e vereadores que estão presentes. Em nome desses citados, cumprimento todos os demais prefeitos, vereadores e vice-prefeitos aqui presentes nesta solenidade.

Também gostaria de cumprimentar de maneira especial todos os nossos conselheiros do Tribunal de Contas de outros estados que estão aqui hoje prestigiando o companheiro, o amigo, Dr. Roque Citadini. É uma honra muito grande também receber a todos os conselheiros aqui nesta noite nos prestigiando com as suas... Uma honra muito grande com as suas presenças.

Vamos dando sequência, depois as outras autoridades serão citadas pelo nosso proponente desta sessão, que é o nosso decano desta Casa, Barros Munhoz, mas sejam todos muito bem-vindos.

Dizer que é com muita alegria e profundo respeito que participo desta solenidade para prestar essa justa homenagem ao conselheiro Antonio Roque Citadini, decano dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e atual presidente da Corte de Contas, que hoje recebe a medalha do mérito legislativo por iniciativa desse meu amigo estimado, deputado Barros Munhoz, com uma trajetória de mais de três décadas, exatamente 37 anos de dedicação à fiscalização.

Dr. Roque Citadini ingressou no Tribunal de Contas em cinco de abril de 1988; desde então, vem exercendo um papel de destaque, tendo sido presidente do TCE por cinco mandatos, nos anos 1991, 1998, 2007, 2013 e 2019, e ocupado também outros cargos de liderança.

Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a USP, sua carreira é marcada pela competência técnica, pela integridade e pelo compromisso inabalável com a missão constitucional de fiscalizar, orientar e garantir a correta aplicação do dinheiro do contribuinte.

Sua liderança no Tribunal de Contas se destaca não apenas pela experiência jurídica e administrativa, mas também pela postura ética, pela defesa do interesse público e pelo incentivo constante, a transparência e a modernização das práticas de controle.

E, se me permite, uma curiosidade também: além de um homem público, exemplar, que Roque Citadini é, é também apaixonado pelo seu e pelo meu time de coração, o Corinthians. “Vai, Corinthians!”. (Palmas.) Tem bastante corintiano aí, Roque. Uma paixão que é, assim como a sua trajetória, marcada por grandes vitórias, desafios superados e histórias que merecem ser celebradas.

O reconhecimento que hoje lhe é conferido ultrapassa o mérito individual, simboliza também a valorização das instituições que trabalham silenciosamente em favor de um estado mais eficiente, responsável e justo.

Citadini tem sido, meu amigo, secretário Samuel, ao longo de sua trajetória, exemplo de servidor público comprometido com a lei, com a verdade e com o bem comum. Sua atuação inspira novas gerações e reforça a importância de termos homens públicos de coragem e de caráter à frente de nossas instituições.

Por tudo isso, este momento é mais do que uma cerimônia, é um agradecimento da sociedade paulista, representada por esta Casa de Leis, a um homem que dedicou a sua vida ao serviço público e que continuará, com certeza, a contribuir com a construção de um estado cada vez melhor.

Parabéns, Dr. Roque Citadini, parabéns. Merecida honraria, que ela seja também estímulo e continue sendo fonte de inspiração e orgulho para todos nós. Que Deus te abençoe sempre. Conte sempre com esta Casa de Leis.

Parabéns, porque você é merecedor de todas as homenagens possíveis, por tudo e por tudo que já fez pelo nosso estado de São Paulo. Fique com Deus. Que Deus continue te abençoando muito, Dr. Roque, porque é isso que desejo para o senhor, muita saúde e paz. (Palmas.)

Agora, dando sequência a nossa sessão solene, é justo que o proponente desta sessão possa assim dirigi-la. Então, passo agora a Presidência desta sessão solene, deputado Emídio, ao nosso decano aqui, deputado Barros Munhoz, para que dê sequência a esta linda sessão solene em homenagem ao Dr. Roque Citadini.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Bem, pessoal, muito obrigado, antes de mais nada, ao presidente André do Prado, que é merecedor do nosso respeito, do nosso carinho, da nossa admiração, que vem administrando brilhantemente a nossa querida Alesp. Agradeço essa oportunidade, nosso querido presidente André do Prado.

Assumo essa postura de pleitear mais esta homenagem da Alesp a um cidadão que merece esta homenagem. Pensei muito se levava adiante, se não levava adiante, se fazia, se não fazia, se ele iria aceitar ou não, mas gostaria de dizer que me senti compelido a fazer a proposta desta homenagem. Por quê? Porque sou um fã incondicional do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Será porque nunca tive algumas contas rejeitadas? Não. Sinceramente, não. É porque, na verdade, esse Tribunal é modelo para São Paulo e para o Brasil. O dele, inclusive para as nossas prefeituras. Tem um trabalho fecundo, importantíssimo na formação das pessoas que dirigem os próprios municipais sem conhecimento, o que os submetem - às vezes submetem, às vezes - a punições pesadas e justas.

Mas por que fiz questão de fazer essa proposta, meu querido presidente? Porque eu era líder do Governo. Já falei isso nos nossos 190 anos, mas vou pedir desculpas por falar de novo.

Eu, quando fui entrar no MDB... Eu sou do MDB de 1966, quando foi fundado. E fui candidato a prefeito da minha cidade de Itapira, na minha querida Itapira, aqui tão bem representada pelos nossos queridos vereadores - inclusive o presidente da Câmara, Carlinhos Sartori. Mas eu fui do MDB. Fui do MDB. Era duro ser do MDB. Todo mundo dizia que quem era do MDB era comunista. Você ganhar uma eleição não era fácil.

Mas eu conheci esse cidadão, sabe o porquê? Porque ele me deu... Outro dia o Quércia, aqui, nesta mesma tribuna, agradeceu a ele, que deu a ficha de filiação para o Serra. Ele foi comunicar ao Serra que estava presente: “Eu sou o Antonio Roque Citadini”. E o Serra falou: “Eu me lembro de você. Você me deu a filiação, praticamente. A filiação do MDB”.

E a mesma coisa aconteceu comigo. Eu, jovem, queria entrar no MDB e fui. E quem me deu, também, a ficha de filiação foi o Roque Citadini. Foi o Roque Citadini. Olha que feliz coincidência para mim. Mas eu vou tomar um pouco o tempo, meu comandante - é uma hora e meia, só, não mais do que isso -, para dizer o seguinte: eu enfrentei um drama.

Meu caro Emídio, você que é um exemplo para todos nós aqui nesta Assembleia; meu querido, antes de mais nada, Carlão, Carlos Cezar, nosso querido Carlos Cezar, Damaris, eu queria dizer o seguinte: foi muito difícil eu propor contra a nomeação do Roque para o Tribunal de Contas, porque o meu partido estava em briga total com o Orestes Quércia, que foi um grande governador. Era um grande político, mas era tinhoso. (Fala fora do microfone.) Perseguia, também.

Já que estamos à vontade, uma vez eu estava em um velório aqui, André, e aí começou a chegar o helicóptero com o governador. Eu falei: “Bom, vou ficar aqui na porta para receber o governador”. Quando ele veio vindo e viu que era eu, ele virou as costas e foi embora. Não foi ao velório. Mas esse era o modo de ser do Quércia. Em contrapartida, extremamente leal e fiel, e fiel cumpridor de compromissos.

Eu já convivi com 14 governadores. Eu não diria que ele foi o melhor de todos, mas eu diria que foi ele, sem dúvida alguma, quem melhor cumpriu todos os compromissos de um governador.

Então eu queria votar no Roque. Eu era líder do PTB. Nesta tribuna, aqui: “Pelo amor de Deus”, eu falei com meus companheiros, “eu não posso fazer isso. Eu fui eleito pelo MDB. O Roque me orientou, o Roque me deu caminhos, e o MDB também”. “Não, nós temos que fechar a questão contra o MDB do Quércia e votar contra o Roque Citadini.” Eu não tive alternativa e votei.

Eu já contei naquela reunião dos 190 anos e vou repetir agora: nunca, em nenhum momento, o Roque fez qualquer coisa que me perseguisse. Nunca. Então eu sou o admirador número um do Roque. Muito pelo contrário, tivemos uma convivência sempre respeitosa. Então é o que mais o Brasil está precisando hoje, minha gente.

Desculpa, eu não preparei discurso, eu não preparei fala, eu quero é falar com o coração. Nós estamos vivendo momentos dramáticos. Dramáticos. Quando um presidente da República dos Estados Unidos da América do Norte faz o que faz o tal de Trump, tudo pode acontecer amanhã na humanidade, até uma guerra. Não é possível que o nosso país seja espezinhado como está sendo por alguém de um outro país. Nunca vi isso na minha vida. (Palmas.) Nunca vi isso na minha vida.

E vocês podem, então, me perguntar o que tem isso a ver com a homenagem ao Roque Citadini. Tudo a ver, minha gente. Tudo a ver. Sabe por quê? O Roque não vai parar. “Vai, Corinthians”. (Palmas.) Ele vai é gritar isso, bastantes vezes. E além disso, ele é uma pessoa que cultua o bom, cultua o difícil, cultua a Justiça e é jovem.

Então, meu caro conselheiro e amigo, eu fico muito honrado de V. Exa. ter concordado em receber essa homenagem, porque nós precisávamos fazê-la, especialmente eu, que hoje posso dizer, em alto e bom som: eu votei também para a nomeação do Roque Citadini de todo o meu coração. Votei com o meu coração. E não me arrependo um minuto.

Então, minha gente, vamos em frente. A caminhada é dura, a caminhada é dura, mas é com gente como o Roque, nos servindo de exemplo, que nós vamos vencer as adversidades.

E, sobretudo, me permitam, tendo uma pessoa como o André do Prado na Presidência da Casa. Os deputados que aqui estão presentes sabem disso. Sabe comandar como a Casa merece ser comandada. Obrigado, André, pela sua condução deste que é o maior Parlamento da América Latina.

Para não me estender, eu vou só tomar a liberdade, Roque, de falar alguns nomes. A primeira eleição do MDB que o Roque estava lá comandando: “faça isso, não faça aquilo”, ele era o comandante, foram candidatos ao Senado: Araripe Serpa. Alguém se lembra? Janista ferrenho.

Padre Benedito Calazans, o Padre Calazans, do PSD; André Franco Montoro; Mário Covas Júnior; Adhemar de Barros Filho; Oscar Pedroso Horta; Raphael Baldacci Filho; Chaves Amarante; Ivette Vargas, que sempre foi do PTB; Anacleto Campanella, cassado; Amaral Furlan. Aqui, é Jorge Cury. Tem santista aqui? O Renato.

Desculpe-me, pessoal, mas eu estou revivendo esses momentos extremamente importantes da minha vida e tendo como expoente o nosso homenageado de hoje. Mas tem também Ulysses Guimarães, deputado federal eleito; Francisco Amaral, de Campinas; Chico Amaral. Quem não se lembra dele? Gastone Righi, santista, grande orador.

Depois, os deputados estaduais, muitos com os quais eu convivi também, Fauze Carlos, irmão do Emílio Carlos, outro grande orador. Mas o melhor de todos, sem dúvida alguma, era o Emílio Carlos.

Quando ele falava, lá na Praça da Sé, em comícios do Jânio Quadros, parava São Paulo para ouvir. Fauze Carlos. Esmeraldo Tarquínio, santista, santista.  Então. Gióia Junior; Jacinto Figueira, “O Homem do Sapato Branco”, também cassado; e o João Mendonça Falcão, também cassado, acho que foi, não? Vocês viram que era uma caça às bruxas que não tinha tamanho.

Minha gente, muito obrigado por vocês me tolerarem. Vamos dar sequência e vamos homenagear essa pessoa extraordinária, que é Antonio Roque Citadini.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras do deputado Barros Munhoz. Gostaria de também registrar a presença em nosso plenário de Samuel Kinoshita, secretário de Estado da Fazenda e Planejamento; também do secretário-executivo Rogerio Campos; e também do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Marco Bertaiolli.

Convido para fazer uso da palavra o deputado estadual Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Boa noite a todos. Quero cumprimentar com muita alegria o presidente desta Casa, meu amigo e irmão, o deputado André do Prado. Cumprimentar com muita alegria o nosso presidente do Tribunal de Justiça, o Dr. Fernando Torres Garcia.

Cumprimentar com muita alegria o autor dessa honraria desta noite, nosso decano da Casa, nosso grande exemplo aqui, uma pessoa amiga, leal, que é uma inspiração para todos nós, deputado Barros Munhoz. E o nosso homenageado, presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Dr. Antonio Roque Citadini.

Cumprimentar cada um dos parlamentares aqui presentes, nossa querida Dra. Damaris Moura, deputada estadual, deputado Emídio de Souza. Em nome deles, cumprimentar todos os servidores da Casa e todos os deputados e prefeitos, vereadores que estão aqui.

Cumprimentar os nossos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Dr. Marco Bertaiolli, Dr. Dimas Ramalho, o meu amigo craque, Dr. Maxwell Borges, Dr. Renato Martins, Dra. Cristiana de Castro, cumprimentar o Dr. Thiago.

Enfim, todos do Tribunal de Contas do Estado, dos outros estados que estão aqui, cada um que se dispôs a estar aqui nesta noite para prestar essa honraria, para prestar essa homenagem. Cumprimentar a todos que nos acompanham aqui, seja aqui no plenário, seja na galeria ou até mesmo pela Rede Alesp.

Falar um pouco do nosso querido presidente do Tribunal de Contas do Estado, Dr. Antonio Roque Citadini. Dr. Antonio Roque Citadini tem uma história de quase quatro décadas no Tribunal de Contas, esse, como foi colocado aqui pelo Barros Munhoz, um tribunal que nos dá orgulho. Penso que é o tribunal do estado mais pujante da Federação, com respeito a todos os outros conselheiros que estão aqui de outros estados, mas alguém já disse...

Alguém já disse: “Não, está escrito na Bíblia que nós devemos ser bem-aventurados ao entrar e bem-aventurados ao sair”. O mais importante, lá em Eclesiastes 7:8 está escrito que o mais importante de tudo é o fim das coisas. E como foi feliz o deputado Barros Munhoz para narrar o seu início e narrar o que todos nós sabemos, que está se concluindo esse ciclo, essa nova estação.

E eu quero aqui dizer do êxito da passagem do Dr. Roque à frente do Tribunal de Contas como conselheiro. Está, então, há 37 anos servindo, sexto mandato como presidente. Ele pôde participar, destes 102 anos do tribunal, de quase 40% da existência do Tribunal, participou dos maiores avanços do tribunal, que vem dando motivo de orgulho para todos nós.

Desde a descentralização, ou seja, criando unidades regionais, aproximando o Tribunal dos jurisdicionados, criando também aquelas ações que estamos vendo aí ao longo de todo o interior, onde o Tribunal vai até os municípios e é mais acessível aos prefeitos, aos gestores, aos vereadores.

Então, isso mostra a importância de um Tribunal que cuida de 644 municípios, além de toda a administração direta e indireta do estado de São Paulo. Então aqui nós queremos fazer esse reconhecimento.

Eu quero dizer, Dr. Roque Citadini, vale a pena nós lembrarmos que o senhor, além de fazer parte de toda essa criação, seja do tribunal regional, das unidades regionais, seja também de dar maior foco nas ações pedagógicas, ações preventivas e na exigência de resultados, que tem como pressuposto o uso adequado dos recursos públicos, que é o interesse de todos.

Mais recentemente, nós tivemos aqui uma parceria firmada entre o ILP, o Instituto Legislativo Paulista, desta Casa, com a iniciativa do presidente André do Prado e de V. Exa., como presidente do Tribunal de Contas do Estado, com a Escola de Contas, podendo fortalecer, então, a capacitação e formação de agentes públicos com cursos, ou seja, sendo preparados para um melhor entendimento daquilo que eles devem desempenhar. Eu tenho a certeza de que todas essas palestras, nas quais o tribunal tem ido nas cidades, têm contribuído e muito para todo agente público.

Eu quero aqui, Sr. Presidente André do Prado, dizer aquilo que eu sempre falo das oportunidades que a vida nos dá. Hoje nós vemos pessoas que desprezam as oportunidades.

Eu sempre digo uma história que eu acho que calha bastante, que sempre existem duas irmãs gêmeas, Dr. Renato, que andam juntas. E se você não casar com a primeira irmã gêmea, fatalmente você se casará com a segunda.

O nome da primeira irmã gêmea é oportunidade. E quando você não se casa com a oportunidade, você vai se casar com a segunda irmã gêmea, que é o arrependimento. Então, nós devemos nos casar sempre com a oportunidade, não a desprezar. Alguém já disse que há três coisas que não voltam jamais: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.

Hoje, esta Casa, deputado André, está tendo a oportunidade de fazer uma homenagem justa a alguém que merece, a alguém que contribuiu por quase quatro décadas, 37 anos, nesse Tribunal. Eu vejo sempre pessoas que desprezam as oportunidades da vida. Dimas, às vezes, não são poucas vezes que eu vejo pessoas que deixam para querer abraçar alguém quando a pessoa já não pode mais sentir o calor do abraço.

Às vezes, as pessoas viajam quilômetros e quilômetros de distância - temos gente aqui de outros estados - para dizer palavras para alguém que já não pode mais ouvir. Às vezes, as pessoas esperam para mandar flores para alguém quando alguém já não pode mais sentir o cheiro da flor.

Nós estamos aqui porque não desprezamos as oportunidades de reconhecer alguém que merece ser honrado, que merece ser homenageado, alguém que tem feito a diferença no nosso estado e alguém que não está apenas...

Se é verdade, Dr. Roque, que o senhor está encerrando esse ciclo em breve no Tribunal de Contas do Estado, já foi dito aqui que o senhor não está se aposentando de forma nenhuma, porque eu me somo ao deputado Barros Munhoz, me somo ao deputado André do Prado e a mais de 60 milhões da nação corintiana que querem o senhor como presidente do Sport Club Corinthians. (Palmas.) Eu me somo a esses.

Então, só para encerrar, V. Exa., além de receber merecidamente a mais alta honraria que o maior Parlamento da América Latina pode dar a alguém, que é o Colar do Mérito Legislativo paulista, o senhor não apenas está sendo homenageado aqui duplamente. Primeiro, porque está recebendo a sua homenagem, e segundo, porque está recebendo das mãos do baluarte desta Casa, deputado Barros Munhoz.

Parabéns, nosso querido Antonio Roque Citadini, nosso presidente.

Parabéns, Barros Munhoz.

Que Deus abençoe a todos.

Uma ótima noite.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, convido agora para fazer uso da palavra o deputado estadual Emídio de Souza.

 

O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Boa noite a todos, boa noite a todas. Prazer em encontrá-los neste plenário lotado da Assembleia Legislativa de São Paulo. Eu cumprimento o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, o excelentíssimo desembargador Fernando Torres Garcia, o nosso querido presidente da Assembleia, dinâmico, o nosso deputado André do Prado, que é o primeiro presidente a ser reeleito. Ele foi tão bom que nós mudamos até o Regimento para podermos reelegê-lo presidente desta Casa.

Eu cumprimento também o meu querido amigo, deputado Barros Munhoz, paladino da elegância, um homem que sabe discutir política com elegância, o que faz tanta falta em um tempo de ódio como esse, saber discutir política com elegância.

Saber fazer o contraditório sem agredir ninguém, sem ser agressivo, fiel à verdade. Um homem que orgulha, que honra muito esta Casa Legislativa. E eu cumprimento especialmente o nosso homenageado da noite, o Dr. Antonio Roque Citadini, presidente do TCE.

O que me traz aqui, ainda que por breves momentos, Dr. Roque, não é... Eu não vou poder ficar o tempo todo, eu fiquei pensando, será que eu vou e saio no meio? Ou será que eu não vou? Mas eu achei que era melhor correr o risco de vir e ter que sair, e, ao mesmo tempo, poder participar deste momento tão solene e tão importante.

Eu queria também estender meus cumprimentos a todos os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado presentes aqui. Eu o faço em nome do nosso querido Maxwell, que é o último a chegar. Nós estamos homenageando o decano e vamos homenagear também o nosso querido primeiro aqui.

Mas o que me traz aqui, Dr. Roque, certamente não é a paixão pelo Corinthians, porque eu sou palmeirense. (Palmas.) Aliás, eu queria entender por que o Corinthians só joga contra o Palmeiras, porque contra os outros ele não joga nada, mas contra o Palmeiras ele vira uma arma. E, aliás, realmente está fazendo falta. O senhor, que é um homem de contas, quem sabe o senhor dá um jeito no que o Corinthians está precisando.

Mas, Dr. Roque, eu queria dizer o seguinte. Olha, eu falo aqui não só como deputado, mas como jurisdicionado que eu fui do Tribunal de Contas, como prefeito da cidade de Osasco.

E nessa condição, ao contrário do Barros Munhoz, eu tive contas rejeitadas, e não foi só uma. Nada por nenhum motivo grave, mas motivos que quem é prefeito sabe que às vezes acontece algo que nem é do seu controle direto.

Mas, então, se fala: “É justo eu participar de uma homenagem a quem ajudou a rejeitar contas minhas?” Eu falo: “É justo”. Primeiro porque o Dr. Roque é uma pessoa que orgulha as instituições do estado de São Paulo, não apenas a instituição Tribunal de Contas do Estado.

Se fosse só ela, já estaria por demais suficiente. Mas ele orgulha porque é um patrimônio da administração pública brasileira. Ele é alguém capaz de julgar de maneira justa, mas é capaz de ouvir também. Mesmo quando ele não vá dar o seu voto favorável, ele é capaz de ouvir, e eu admiro muito as pessoas que são capazes de ouvir.

O Dr. Roque, nesse tempo que eu o conheço, engrandeceu o Tribunal de Contas. Uma forma de você medir o valor de uma pessoa quando ela ocupa um cargo é se ela sai maior ou menor do que ela entrou, e se aquele órgão onde ele trabalha também se engrandeceu com a presença dele.

E todo mundo que conheceu o Tribunal de Contas nos anos 70, 80, naquele período de atraso tecnológico, de dificuldade, e vê o Tribunal de Contas hoje, você vê o tanto que ele cresceu em termos de respeitabilidade, em termos de, vamos dizer, de controle das contas públicas mesmo.

O dinheiro público, ele tem mesmo que ser fiscalizado. Cada centavo que o cidadão paga de imposto no seu estado, no seu município, no seu país, tem que ter o destino correto.

E o Tribunal de Contas são os olhos da cidadania para garantir que isso aconteça. Ele é um órgão auxiliar da Assembleia, é verdade, mas ele trabalha de maneira muito autônoma e sempre com apoio da Assembleia Legislativa.

Então, Dr. Roque, uma coisa que eu queria deixar para o senhor é o seguinte: o valor das homenagens não está em tê-las, está em merecê-las. E o senhor merece muito a homenagem que o senhor está tendo hoje. Ela pode não ser a maior da sua vida, mas certamente é a mais sincera que o senhor pode receber.

E o deputado Barros Munhoz, ele é uma espécie, Dimas, de, vamos dizer, ele é o nosso decano, mas ele também é a síntese da Assembleia. Ele consegue transitar desse lado do plenário, à esquerda de quem olha para a mesa, onde eu normalmente sento, ao centro e aos que sentam mais à direita, e ele consegue ser respeitado por todos.

Por isso que a homenagem, quando vem de você, hoje nós encontramos o proponente da homenagem alguém de uma conduta ilibada e de uma trajetória importante.

E quero finalizar dizendo uma coisa. Quando o Barros estava falando da história, vamos dizer, política também, o Dr. Roque no antigo MDB, de tudo, eu fiquei pensando: o Tribunal ganhou muito, a cidadania ganhou muito, mas a política perdeu um quadro valiosíssimo, que era o Dr. Roque.

Muito embora ele é uma pessoa que acompanha a política, sabe, tem opinião sobre as coisas, mas não está mais no dia a dia, porque é incompatível com o exercício da função de conselheiro.

Mas eu estava lembrando também, Barros, como faz falta a política antiga, ela tinha algo de mágico. Ela exigia muito mais. Eu confio sempre muito mais nos políticos que eram obrigados a ir para o palanque, ouvir, falar ao vivo, sem truque de televisão, sem gravar, regravar e “trigravar”, aqueles que falavam de improviso ali na frente porque tinham muito mais sinceridade do que a geração que acabou sendo, que hoje é muito mais político de rede social, de lacração, mas que tem pouco conteúdo para oferecer à sociedade.

Então, essa política antiga, Barros, sinceramente me dá saudade. Eu sou mais novo que vocês, mas eu ainda peguei o tempo dos palanques, eu peguei o tempo dos comícios. Não era showmício, era comício mesmo, de você chegar lá, juntar 40, 50, e ter que convencer.

Então, Dr. Roque, essa homenagem realmente é uma homenagem mais do que justa, atrasada, mas não sem tempo.

Parabéns, felicidades ao senhor. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Este cerimonial gostaria de registrar a presença de Virgílio Carvalho, representante do secretário de Estado de Turismo e Viagens, Roberto de Lucena.

Neste momento, convido para fazer uso da palavra o desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

 

O SR. FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA - Muito boa noite a todas e a todos. Eu inicio cumprimentando o deputado André Luis do Prado, chefe do Poder Legislativo do Estado de São Paulo; cumprimento o deputado estadual José Antônio Barros Munhoz, 2º secretário da Assembleia Legislativa e proponente desta merecida homenagem ao conselheiro Antonio Roque Citadini, presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Na pessoa do deputado Barros Munhoz, peço vênia também para cumprimentar a todos os membros do Poder Legislativo do Estado de São Paulo.

Cumprimento ainda os integrantes do colendo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo: conselheira Cristiana de Castro Moraes, vice-presidente da Corte de Contas; conselheiro Dimas Ramalho; conselheiro Renato Martins Costa; conselheiro Marco Aurélio Bertaiolli e conselheiro Maxwell Borges de Moura Vieira.

Nas pessoas dos conselheiros paulistas, cumprimento também todos os conselheiros dos Tribunais de Contas dos demais estados da Federação aqui presentes. Por fim, cumprimento também a Dra. Leticia Formoso Delsin Matuck Feres, procuradora-geral de contas do estado de São Paulo.

É com muita alegria que participo, em nome do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desta sessão solene de entrega da maior honraria concedida pelo Parlamento paulista ao presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, conselheiro e meu amigo Antonio Roque Citadini, honraria essa destinada a pessoas naturais ou jurídicas que tenham contribuído para o desenvolvimento social, cultural e econômico do estado de São Paulo.

Sem dúvida é o caso do nosso homenageado, conselheiro Roque Citadini, que foi presidente da nossa Corte de Contas em seis ocasiões, como já dito aqui: 1991, 1998, 2007, 2013, 2019 e agora, 2025. O mais antigo entre os conselheiros do Tribunal de Contas de São Paulo, está no cargo desde 5 de abril de 1988. Autor de várias obras jurídicas, sempre exerceu papel de destaque na Corte de Contas e isso também como vice-presidente e corregedor.

Dou esse testemunho não apenas por conta desta sessão solene. Em realidade, digo isso por ter presenciado, como corregedor-geral da Justiça no biênio 2022-2023, e agora, como presidente do maior Tribunal de Justiça da América Latina, a profícua atuação de S. Exa. no Tribunal de Contas.

Roque Citadini sempre agiu de forma a promover o respeitoso relacionamento institucional entre as cortes paulistas, o que propiciou à sociedade de nosso estado excelentes resultados. Sabemos que a carreira de Roque Citadini no TCE é um marco de compromisso com a gestão pública responsável e eficiente em nosso estado, um exemplo de trajetória comprometida com a legalidade e com a transparência na fiscalização dos recursos públicos.

Sempre que posso, ressalto a força do exemplo. Digo isso às magistradas e aos magistrados: mirem-se nos bons exemplos. O conselheiro Antonio Roque Citadini é exatamente isso, um exemplo de vida dedicada ao bem comum e uma fonte de inspiração para qualquer pessoa que queira o bem do estado de São Paulo.

Daí, extremamente feliz a iniciativa da outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao conselheiro Roque Citadini. Mais uma vez, parabenizo o deputado Barros Munhoz por essa iniciativa.

Já tive oportunidade de afirmar aqui mesmo nesta Casa: a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a mais importante da nossa federação, é um dos pilares do Estado Democrático de Direito. A Alesp sempre esteve ao lado do bem comum e da democracia. A homenagem hoje conferida pela trajetória de S. Exa. só tem a engrandecer essa tradição. 

Um abraço a todos e muito obrigado por me ouvirem. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, neste momento, daremos início à outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Dr. Antonio Roque Citadini.

O Colar de Honra ao Mérito Legislativo é a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Foi criado em 2015 e é concedido a pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico de nosso estado, como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa homenagem.

Esta sessão solene homenageia com a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, o Dr. Antonio Roque Citadini, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Natural de Rio Claro, Antonio Roque Citadini construiu uma trajetória sólida, marcada pelo compromisso com a gestão pública, a ética e o fortalecimento das instituições democráticas.

Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo, a USP, com especialização em Direito do Trabalho e da Seguridade Social, foi nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo em 1988, presidindo a corte em seis mandatos: 1991, 1998, 2007, 2013, 2019 e agora em 2025.

Antes de chegar ao tribunal, atuou como advogado trabalhista, consultor jurídico da Câmara Municipal de São Paulo, advogado credenciado junto ao Tribunal Regional Eleitoral, assessor jurídico da Prefeitura de Santo André, diretor administrativo e diretor-presidente da Companhia de Gás de São Paulo, a Comgás, além de integrar o Conselho de Administração da Cesp, da Eletropaulo e da Companhia Paulista de Força e Luz.

Com intensa atuação política desde jovem, foi fundador e dirigente de diretórios do MDB e do PMDB, ocupando posições estratégicas em campanhas e órgãos partidários, sempre defendendo o diálogo e a participação popular como pilares da democracia. Intelectual atuante, é autor de diversas obras jurídicas e políticas, incluindo títulos de referência sobre direito eleitoral, licitações públicas e controle externo da administração.

Além de livros que revelam outra de suas paixões, entre eles, “Neco - O Primeiro Ídolo” e “Alambrado”. Estamos falando obviamente do futebol, obras que resgatam memórias e histórias desse esporte brasileiro. Corintiano de coração, leva consigo a paixão pelo esporte como metáfora de vida, lealdade ao time, respeito ao jogo e comprometimento com as regras, princípios que também pautaram sua trajetória no serviço público.

Hoje, ao receber esta homenagem, reconhecemos não apenas o conselheiro, o jurista e o escritor, mas o homem que dedicou a sua vida à causa pública, à boa governança e ao fortalecimento das instituições.

Este é o homenageado de hoje, Antonio Roque Citadini. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Após a leitura desse maravilhoso currículo, eu não poderia deixar de convidar um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para se pronunciar em nome de todos os conselheiros. E eu convido o nosso querido Dr. Renato para que assuma essa posição em nome de todos os seus colegas. Por favor. (Palmas.)

 

O SR. RENATO MARTINS COSTA - Minhas amigas, meus amigos, muito boa noite. Cumprimento o presidente André do Prado, desta maravilhosa Casa de Leis, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Cumprimento o presidente Fernando Antonio Torres Garcia, chefe do Poder Judiciário Bandeirante, grande liderança e grande magistrado brasileiro. Cumprimento o presidente desta sessão, neste momento, meu prezado amigo, deputado Barros Munhoz, a quem laços longínquos nos unem a todos.

Antonio Roque Citadini, designado que fui, agora, para, em nome dos meus queridos colegas e amigos, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, fazer uso da palavra, recebo esse encargo, não como encargo, mas como uma dádiva.

E, como disse o Carlos Cezar, uma oportunidade. E eu não quero ter o arrependimento de não ter podido falar em nome dos colegas e dos servidores do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Roque, você é uma inspiração, uma liderança e um capítulo extraordinário na história da nossa instituição. Eu, pessoalmente, tive a aventura de cruzar os meus caminhos de vida com o de Antonio Roque Citadini em 1974, na Faculdade de Direito, do Largo de São Francisco.

Fomos colegas de classe durante quatro anos. Aí no quinto ano tinha uma especialização, cada um foi para um lado, e somos amigos desde então. Cada um teve a sua carreira, a sua vida profissional e, inacreditavelmente, em 1994, eu me torno conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Barros Munhoz votou em mim. E dois colegas de classe - uma improbabilidade inacreditável - acabam se tornando colegas e membros de uma instituição dessa relevância.

E, para completar as impossibilidades, chega em 2012 o Dimas Ramalho, nosso colega de turma - não de classe, mas de turma. O Dimas era da turma da manhã, turma mais importante.

O Roque e eu ralávamos de dia e éramos da turma da noite. E é quase bancário, famoso bancário, Fernando, é isso aí, éramos bancários. Então, isso é uma improbabilidade, mas, de tudo, uma alegria maravilhosa.

E, obviamente, todos nos congregamos com os colegas que, ao longo desse tempo, estiveram conosco; aqueles que chegaram agora e que já são inteiramente integrados à nossa instituição; a nossa querida vice-presidente, que está a pouco tempo de se tornar presidente do tribunal, a conselheira Cristiana. Enfim, são palavras de reconhecimento, amizade, emoção, que me propiciaram delas fazer uso em nome dos outros conselheiros do tribunal e de todos os nossos servidores.

O Roque tem uma característica muito marcante. E eu não vou falar muito, porque uma das características marcantes do Roque é não ter paciência com quem fala muito. Mas eu não posso deixar de dizer que, a par de todas as qualidades de jurista e profissional, o Roque é talvez uma das pessoas mais cultas que eu conheço, que tem uma plêiade de conhecimentos nas mais diferentes áreas.

Então, é impressionante e é muito interessante conversar com ele sobre qualquer assunto, porque ele sempre já leu três livros sobre o tema, ele tem informações. Eu acho que muitas vezes, se vamos falar da Guerra do Paraguai, eu acho que ele esteve lá, porque ele vai falar em detalhes muito interessantes.

Enfim, eu agradeço ao presidente André do Prado, ao presidente Barros Munhoz, pela oportunidade de ter feito uso da palavra. E digo que é com grande reconhecimento que o tribunal aqui comparece nesta Casa, que é a Casa do povo de São Paulo, para aplaudir essa iniciativa tão importante.

Muito obrigado. (Palmas.) 

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, então vamos agora para a outorga. Convidamos para virem à frente os membros da Mesa Diretora, juntamente com o homenageado, para a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. Mesa Diretora já aposta, também com os deputados Thiago Auricchio, Carlos Cezar e deputada Damaris.

Neste momento, o presidente desta sessão, deputado Barros Munhoz, faz a imposição do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao conselheiro-presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Antonio Roque Citadini. (Palmas.)

 

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- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, a Mesa Diretora retorna à posição para que possamos passar a palavra e ouvir as palavras do homenageado desta noite, Dr. Antonio Roque Citadini. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO ROQUE CITADINI - Boa noite a todos. Cumprimento o presidente da Assembleia, André do Prado; o presidente Fernando Torres Garcia, do Tribunal de Justiça; quero cumprimentar o deputado Barros Munhoz; cumprimento também os nossos colegas conselheiros do Tribunal de Contas de São Paulo e também os que nos visitam nesta semana.

Quero agradecer a homenagem, eu fiquei muito satisfeito. O Barros, quando ele me procurou e falou sobre homenagem, eu fiquei bastante satisfeito. Quero também cumprimentar os prefeitos que estão aqui, na pessoa do prefeito de Pariquera-Açu, que se não sabe, eu morei em Pariquera.

Eu estudei no Ginásio Getúlio Vargas... Aliás, o único, a coisa pública que tem o nome do Getúlio no estado. O Getúlio não tem nada aqui. Varreram o Getúlio. Mas eu estudei no Ginásio Getúlio Vargas.

Mas eu queria falar algumas palavras de agradecimento, Barros, e dizer o seguinte. O Barros já me falou várias vezes: “Olha, eu me arrependo. Meu Deus, eu votei contra o seu nome”, quando eu fui indicado. Mas a situação era outra, Barros.

Primeiro o seguinte: na oportunidade em que eu vim para o Tribunal, o presidente da Assembleia queria a minha vaga. Só ele queria a minha vaga. E ele não botava o nome para julgar, para aprovar. E demorou nove meses, não foi pouco. Ele segurou, segurou. Era o Luiz Máximo, o deputado Luiz Máximo, um promotor.

E foi difícil, Dimas, porque ele não botou. O governador teve que convocar a Assembleia extraordinariamente para votar o aumento do funcionalismo e o meu nome. Aí ele não tinha mais para onde correr, porque com a convocação ele teve que botar.

A votação, Barros, foi difícil. Quer dizer, foi difícil, não. Vamos também falar a verdade. O governador era encrenqueiro, porque ele não... Foram lá falar com ele 30, querendo trocar o meu nome. Ele disse: “Não troco, não troco, não troco e não troco.” E manteve o meu nome.

E a verdade é que ele tinha uma bancada... Naquela época, a bancada se pegava. Era votação... Não tinha esse negócio de “vamos fazer um acordo”. Não tinha acordo nenhum. Era quem votava a favor, era a favor, e quem votava contra, era contra. Era isso mesmo. E eu tinha três bancadas contra: era o PTB, que tinha apoiado o Antônio Ermírio, vinha da campanha do Antônio Ermírio; o partido do Maluf, o PDS; e o PT.

O PT fez uma oposição violenta contra mim, essa é a verdade. Até o deputado Zé Dirceu cunhou uma frase interessante... Porque uma parte da bancada queria se abster, não queria votar contra porque eu conhecia quase todos os deputados. A deputada líder era a Clara Ant, que hoje é secretária do presidente Lula, e queria... “Não vamos votar a favor, mas não vamos votar contra.”

Mas aí o Zé Dirceu disse: “Não, vamos votar contra, porque o governador Orestes Quércia não está nomeando o Roque Citadini para o Tribunal de Contas. Ele está nomeando o Orestes Quércia para o Tribunal de Contas”. Para forçar que votassem contra. E votaram contra.

Eu também não fiquei magoado, porque nós ganhamos a votação. Mas eu estou contando isso para você não ficar com remorso, viu? Não fica com remorso. Não, não precisa ficar, porque foi aquilo, eram outros tempos.

Mas eu queria dizer da minha chegada ao Tribunal, que é uma coisa muito interessante. Nós vivíamos um período muito rico na política brasileira, que foi a Constituição de 88. Foi nesse período. Eu sou da Constituição antiga. Talvez eu seja o último conselheiro que foi nomeado com a Constituição antes de 88.

Eu sou da Constituição em que quem indicava era só o governador, não tinha esse negócio de deputado, Ministério Público. Era só o governador. Eu sou o último daquela geração. Quando eu fui indicado, vivia-se a Constituinte.

Eu, Barros, presidente André, eu era presidente da Companhia de Gás. Vocês vão dizer, mas o que você entende de gás? É que quando nós chegamos no governo, no governo Montoro, havia um grupo que tinha um projeto para o gás canalizado. E deu certo o projeto, é um projeto riquíssimo que deu certo. Essa Companhia de Gás que existe aí só existe por causa daquele governo, que acabou, mas nós tínhamos um problema, nós tínhamos um inimigo.

Por incrível que pareça, o inimigo era a Petrobras, porque a Petrobras era contra o gás canalizado. Porque gás e petróleo não têm essa história de “vamos dividir”, não. Entra um pouquinho aqui... Onde um entra, o outro morre; o outro chega, o outro morre. Então, a Petrobras trabalhava contra o gás canalizado. A conselheira deve estar falando: “Mas o que é isso?” Mas é verdade, ela trabalhava contra.

E nós tínhamos uma dificuldade. Pela Constituição anterior, a distribuição de gás canalizado era da União. E nós fizemos um bom lobby. Eu fui ao Dr. Ulysses, o Dr. Ulysses era meu amigo. Todo mundo sabe que eu me dava muito bem com ele. Era uma grande figura.

Nós fomos com ele, fizemos um lobby e o nosso lobby deu certo, porque nós tomamos da União a distribuição de gás. Até hoje, até hoje. Essas empresas que apareceram aí, só apareceram porque foi tomada. Porque se ficasse com a Petrobras, não avançava nada. Ela queima o gás, mas ela não quer o gás.

Mas aí eu sou indicado para o Tribunal, no meio da Constituinte, nós já tínhamos ganho o negócio do gás. Sou indicado para o Tribunal. Chego lá no Tribunal, o lobby era dos tribunais de contas. Porque não é só o Renato que comandava o lobby do Ministério Público, que ficou lá com 120 promotores, Fernando, fazendo tudo o que fizeram e deixaram o Ministério Público desse tamanho aí.

Na verdade, tinha o lobby deles, mas também tinha o nosso lobby, o lobby do Tribunal, e que acabou vitorioso. Estão aí meus colegas que são conselheiros. O tribunal que nasce na Constituição de 88 é um outro tribunal. É um tribunal muito diferente. É um tribunal que mudou a cara na fiscalização. Não é mais aquele tribunal antes de 88.

E eu fui bater na porta do Dr. Ulysses. “Dr. Ulysses, nós estamos aqui para falar.” Ele falou: “Roque, mas você veio a semana passada falar sobre gás. Agora vem sobre tribunal de contas?” Eu falei: “Bom, é que agora eu estou indo para o Tribunal de Contas”.

Então, nós fizemos. Eu participei de dois lobbies. Dois lobbies vitoriosos. Só não participei do lobby do Ministério Público. Esse não precisava também, porque eles já estavam ganhando tudo. Mas foram dois lobbies que acabaram dando certo na Constituinte. Eu sou muito grato por ter ido para o tribunal.

Quando eu fui, obviamente, como o Barros sabe, eu tinha um discurso por dia contra o meu nome. Tudo. O que mais discursava contra era o Wadih Helu, que depois virou meu amigo. Mas era um discurso todo dia contra tal, tal... O pessoal do PT tirava um pouco o pé do acelerador, mas o Wadih não tirava. Não tirava, era a característica dele, né?

E, naquela época, a imprensa tinha muito peso. Então, qualquer coisa que falava saía na “Folha”, no “Estado”, era sempre uma complicação. Bom, mas, afinal, eu fui para o Tribunal.

E aí eu sou grato, porque eu chego no Tribunal, encontro vários conselheiros. Alguns já estavam meio próximos de aposentadoria e tal, mas teve um que eu quero destacar, que me ajudou muito no Tribunal naquele começo, o conselheiro Orlando Zancaner.

Eu não sei se o Zancaner, as pessoas não o conhecem mais, mas ele era senador e trocou o mandato de senador, trocou seis anos de senador para ser conselheiro do Tribunal. E a vida inteira diz que não se arrependeu, dizia que era melhor. E ele foi um grande conselheiro, com quem eu tive, está aí o Sérgio para testemunhar, com quem eu tive grande... E ajudou muito na transformação do tribunal.

E quando nós estávamos naquele processo de refazer o Tribunal de Contas... Porque ele foi refeito, ele foi feito um outro tribunal, que tem 20 regionais, e não tinha regional nenhuma, que mudou a qualidade das suas auditorias.

Quando nós estamos fazendo tudo aquilo, chega uma geração nova de conselheiros, que está aqui o Renato, outros já não estão mais, o Edgard, o Cláudio, o Fulvio, chega uma geração nova, mais ou menos com a mesma cabeça, a cabeça da mudança que o Tribunal estava tendo.

Então, eu não tenho dúvida de que aquela formação que ficou 20 anos no Tribunal e que agora está indo embora, foi essa geração que promoveu uma grande alteração no órgão de fiscalização e, de uma certa forma, foi a responsável por refazer o Tribunal em tudo o que foi refeito.

É claro que a gente convivia com gente difícil também. O professor Anhaia Mello, que tinha sido professor meu, do Dimas e do próprio Renato, ele era contra as nossas ideias em tudo. Ele achava que o Tribunal - viu, Fernando? - não tinha que fazer auditoria desse jeito que nós fazíamos, porque refizemos o manual da auditoria, mandamos fazer a auditoria.

Ele achava que o Tribunal devia ficar meio... Jogar parado. Era característica dele, ele tinha sido, ele era professor de Direito Constitucional. Tudo o que a gente falava ele dizia que era inconstitucional, essa era uma regra dele. E a gente tinha um problema sério, porque ele tinha sido nosso professor na faculdade.

Mas, enfim, o Tribunal... Essa geração nova acabou permitindo ao Tribunal se refazer como órgão, que mudou a qualidade da fiscalização, mudou tudo. Essa geração está indo embora, eu estou indo embora, outros já foram e alguns irão nos próximos meses.

Eu torço para que a nova geração, que vieram, porque só alguns já chegaram, está aqui o Max, o Maxwell, o nosso Bertaiolli, que já chegou lá encantado com a coisa, né? Mas eu espero que essa nova geração que venha entenda e toque - viu, Maxwell? -, toque o Tribunal com a importância que ele tem.

Ele tem a importância como órgão de fiscalização, mas ele também tem uma importância, desculpem meus colegas dos outros estados, mas uma importância nacional. O Tribunal, tudo o que ele faz repercute no País inteiro. E nós tivemos, dezenas de vezes, muitas divergências com a área federal.

O Tribunal talvez seja a única, o último traço do federalismo brasileiro. É o único tribunal, Fernando, que não tem recurso para a União. O que a gente decidir aqui, morre aqui. Rejeitou a conta do prefeito de Pariquera, ou do prefeito que estava aqui, de Osasco, acabou. Não tem para quem correr. É o único órgão que tem essa visão federalista que tem.

E nós nem sempre pensamos como a União. A União não pensa como a gente. Nós tivemos, depois da Constituição de 1988, grandes divergências com a Constituição Federal. O Renato vai lembrar, o problema das fundações universitárias, que, no fundo, administravam hospitais.

O TCU - a União - resolveu extinguir todas as fundações universitárias. E extinguiram. E o Rio de Janeiro é o exemplo do erro que fizeram: acabaram com o sistema de Saúde do Rio de Janeiro. E nós? Nós não extinguimos. Nós dissemos que não precisava extinguir. Eles precisavam prestar conta, mas não ser extintos.

Resultado? Está aí o HC, está o Incor, está o Hospital Universitário de Campinas, o de Botucatu, todos eles funcionam como uma fundação que nós não quisemos extinguir, não achamos que devíamos extinguir. A União achou que devia extinguir, se arrebentou.

Até hoje estão tentando se recuperar, refazer as fundações. Toda vez que você vê crise na Saúde no Rio de Janeiro, aquelas crises são pelas mesmas razões: os hospitais são geridos por deputado, por vereador, por prefeito, etc. e tal, e dá essa confusão toda que dá.

Então, o nosso Tribunal, conselheiros, ele não tem medo de dizer não; não tem medo de dizer não até para coisas federais. Quando veio o Plano Real - o Renato está aí -, quando veio o Plano Real, havia um problema da mudança da moeda e da mudança dos contratos. A nossa interpretação foi totalmente diferente da do TCU, totalmente.

A nossa era muito mais dura para os contratos e para as empresas. Deu uma briga do diabo - viu, secretário? - porque - como é que é? - o expurgo da expectativa inflacionária, era esse o problema. E a nossa visão era mais dura do que a do governo federal.

Bom, o que aconteceu é que todas as empresas entraram com ação, pipocando, dizendo que elas queriam o modelo federal. Perderam tudo, viu, no Judiciário. Todos perderam. Mas foi um trabalho difícil, porque como é que você explicava que a nossa interpretação era diferente da União? A União é a União - a União tem dinheiro, ela imprime papel, se precisar -, nós somos diferentes.

Mas o Tribunal... Tudo isso foi feito pelo Tribunal, que nasceu, renasceu. O Tribunal tem duas vidas: a primeira, da criação até 88; e a de 88 para cá. Nós somos outra vida. E eu acho que eu ajudei nisso aí bastante - não vou ser hipócrita e dizer que não ajudei, ajudei bastante -, até porque, Dimas, como nós sabemos, eu sou irrequieto e tudo o que precisa é você não se acomodar nessa situação.

E nós fizemos, e eu sou muito grato ao Tribunal, sou muito grato a todos os meus colegas, a todos os funcionários - que eu me dou bem com os funcionários - e também - por que não dizer, aí vou prestar uma homenagem - aos governos e à Assembleia. A Assembleia sempre... Nunca foi mesquinha com o Tribunal. Toda vez que nós viemos bater aqui na porta...

Este ano mesmo, no segundo, no primeiro, no começo do ano, todo mundo ficou com ciúme, porque nós aprovamos três projetos da Assembleia em, sei lá, 15 dias - nem sei se é isso.

E até o governo ficou com ciúme: “Que força que vocês têm aí?”. É que o nosso projeto estava bem feito. Não é, secretário? Então, de uma certa forma, nós precisamos ser gratos também à Assembleia, que nos ajudou tanto nisso.

Mas essa transformação que nós fizemos não seria possível sem apoio da Assembleia e sem apoio dos governos também. Outro dia, nós fizemos uma homenagem ao governador Fleury, que foi o que fez a nossa lei orgânica e que nos ajudou muitíssimo nessa reforma.

Bom, a verdade é o seguinte: é que eu sou muito grato ao Tribunal. Não considero que... Porque, em geral, as pessoas, quando se aposentam, falam: “Ah! Eu devia ser reconhecido”. Eu sou reconhecido demais. Eu, aliás, vou dizer uma coisa: eu não gosto nem de ser muito reconhecido. Há pouco tempo, queriam, lá no plenário, falar uma coisa, eu falei: “Se começarem a falar, eu pego e saio do plenário”.

Aceitei essa homenagem - viu, Barros? -, porque você é um deputado por quem eu tenho uma grande estima há tantos anos. E tudo que vinha do Tribunal para cá, lá estava na primeira fila o Barros e o Campos Machado, que já é falecido, mas é preciso dizer que nos ajudou muito também, não é, Renato? Tudo que aparecia, estava o Campos Machado na primeira lista.

Muito bem. Eu não tenho nada a dizer, que “ai, eu queria ser reconhecido”. Não quero ser mais reconhecido do que sou, está muito bom, e está demais. Está bom? Eu agradeço a todos, muito obrigado, obrigado por esta honraria. Espero que a Assembleia continue a ter uma boa relação, uma relação perfeita com o Tribunal de Contas.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, passo a palavra ao deputado Barros Munhoz, para que proceda ao encerramento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Bem, pessoal, eu acredito que tenha sido uma das melhores e mais significativas e importantes homenagens que já foram praticadas nesta Casa. De coração, meu comandante Antonio Roque Citadini. Melhor do que qualquer discurso, você abriu o seu coração. Como nós estamos precisando de quem abra o coração, não é, gente?

Como nós estamos precisando de quem não se esconda atrás das coisas, de quem não vise só o amanhã, mas que vise, acima de tudo, a melhora das condições de vida do nosso povo, da nossa gente e da nossa terra. Eu acho que foi um dia extremamente importante.

Eu não posso deixar, meu caro presidente André, de te agradecer e de agradecer a Deus. Eu tenho vivido momentos muito significativos na minha vida. Já estou com 80 anos. Estou completando mais um mandato, o sétimo nesta Casa. E não tenho nada do que me arrepender.

Aqui é a Casa, não só das leis, é a Casa do povo. É a Casa de quem ama o nosso estado e o nosso país. Deus há de nos abençoar e de olhar por nós. E nós temos um exemplo aqui, na pessoa de Antonio Roque Citadini. Muito obrigado a todos vocês. Uma sessão linda e maravilhosa, não apenas pelo número de pessoas.

Mas aqui tem gente, comandante Roque - e você viu, e você abraçou muitos deles -, que veio de longe, veio te abraçar, que veio dividir com você a sua alegria.  Muito obrigado, presidente. Muito obrigado a todos vocês.

Viva o Roque Citadini.

Está encerrada a presente sessão. (Palmas.)

 

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Encerra-se a sessão às 20 horas e 42 minutos.

 

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