15 DE ABRIL DE 2025
48ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: FÁBIO FARIA DE SÁ e DR. ELTON
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - FÁBIO FARIA DE SÁ
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h07min.
2 - DR. JORGE DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE FÁBIO FARIA DE SÁ
Anuncia a presença de alunos da Escola Avenues. Dá boas-vindas a autoridades de Itatinga presentes no plenário.
4 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
5 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE FÁBIO FARIA DE SÁ
Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas, ou dez minutos após o término desta sessão.
7 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - THAINARA FARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - EDIANE MARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
12 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - DANILO CAMPETTI
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
19 - DANILO CAMPETTI
Solicita a suspensão da sessão até às 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.
20 - PRESIDENTE FÁBIO FARIA DE SÁ
Defere o pedido e suspende a sessão às 16h07min.
ORDEM DO DIA
21 - DR. ELTON
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h36min. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, requerimentos de constituição de comissão de representação dos deputados: Andréa Werner, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa de São Paulo em reuniões com ministérios do governo federal, no dia 16/04, em Brasília/DF; e Donato, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa de São Paulo em reuniões com ministérios do governo federal, nos dias 23 e 24/04, em Brasília/DF. Convoca reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se no dia 16/04, às 14 horas e 30 minutos, em primeira convocação, e às 15 horas, em segunda convocação. Convoca reuniões conjuntas das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Finanças, Orçamento e Planejamento; de Constituição, Justiça e Redação, Saúde e Finanças, Orçamento e Planejamento; de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Finanças, Orçamento e Planejamento; de Saúde, Finanças, Orçamento e Planejamento; de Constituição, Justiça e Redação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Finanças, Orçamento e Planejamento; de Educação e Cultura, Finanças, Orçamento e Planejamento; de Constituição, Justiça e Redação, Educação e Cultura, Finanças, Orçamento e Planejamento; de Constituição, Justiça e Redação, Transportes e Comunicações, Finanças, Orçamento e Planejamento; e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Finanças, Orçamento e Planejamento, a serem realizadas no dia 16/04, às 14 horas e 30 minutos, em primeira convocação, e às 15 horas, em segunda convocação.
22 - THAINARA FARIA
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
23 - PRESIDENTE DR. ELTON
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 16/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas. Levanta a sessão às 16h46min.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o
Sr. Fábio Faria de Sá.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Presente o número Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Lista de
oradores do Pequeno Expediente no dia 15 de abril de 2025. Nosso primeiro
orador inscrito, deputado Dr. Jorge do Carmo. Vossa Excelência tem a palavra
por cinco minutos.
O SR. DR. JORGE DO
CARMO - PT -
Boa tarde, presidente, conduzindo aqui o Pequeno Expediente, deputado Fábio
Faria de Sá, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público da TV Alesp, os
assessores, os policiais, público da galeria que hoje nos visita aqui, visita
esta Casa de Leis.
Sr. Presidente, hoje venho a esta tribuna para falar de um assunto que eu
tenho insistido e persistido, claro que sempre atendendo a pedido daquela
população ali do fundão da zona leste, mas com destino à região do Alto Tietê,
que é a linha da CPTM, a Linha 11-Coral.
Eu
sempre disse para o presidente da CPTM e para o secretário que a Estação
Guaianases da CPTM não tem acessibilidade, e de tanto a gente insistir, foram
vários abaixo-assinados, foram várias reuniões, e agora quero pedir para o
Machado colocar aqui no telão, exatamente.
Esse
é projeto de acessibilidade da Estação Guaianases da Linha 11-Coral. Na
verdade, lá, essas pessoas, já vi por diversas vezes as pessoas com mobilidade
reduzida, pessoas idosas, passando por muitas dificuldades para acessarem o
bloqueio, a catraca, como a gente costuma chamar.
* * *
- É exibido o
eslaide.
* * *
Esse projeto
foi apresentado em uma última reunião, que daqui a pouco vai aparecer a foto
também. Essa é a primeira reunião, essa foi a reunião com o ainda presidente da
CPTM, Pedro Moro, em que levamos a reivindicação, levamos o abaixo-assinado,
para dizer para ele que é um clamor da população daquela região, uma estação
tão importante como é aquela de Guaianases, que ela não tinha acessibilidade.
Tem uma rampa
em que as pessoas, para chegarem até a estação, têm que dar uma volta muito
grande, especialmente quando está chovendo, as pessoas com mobilidade reduzida.
Então, essa
luta e aquele projeto que foi apresentado... essa é uma luta nossa, do nosso
mandato e do mandato do nosso vereador Senival Moura, que também está nessa
foto e estava naquela reunião. Essa foi uma luta dos nossos mandatos naquela
região.
Hoje, a gente
tem a informação de que foi feita a licitação para implementar tanto elevadores
quanto escadas rolantes na estação de Guaianases da CPTM, da Linha 11-Coral.
Isso é uma conquista do povo daquela região, porque é necessário que haja, sim,
acessibilidade.
Mais para
frente, também outra conquista, que é importante também na Linha 11-Coral, é a
construção de uma nova estação. Essa é a reunião com o secretário Rafael
Benini, que foi na última semana, quando ele anunciou exatamente que tanto a
estação de Guaianases, a acessibilidade, a construção das escadas rolantes, bem
como dos elevadores para facilitar a acessibilidade, ele também anunciou que já
foi feita a licitação e que nos próximos dias - a expectativa é de que agora no
começo de maio, até o começo de maio - a gente tenha o contrato assinado.
Aí queria pedir
para você colocar o próximo eslaide. Essa é a implantação da Estação Lajeado,
depois da Estação de Guaianases, com destino a Mogi das Cruzes, Estudantes.
Antes da próxima estação, que é em Ferraz de Vasconcelos hoje, que é Antônio
Gianetti, a CPTM vai implantar a Estação Lajeado, o que vai também atender
muito a demanda do distrito Lajeado. A Estação Guaianases atende muito mais o distrito
de Guaianases e adjacências da Cidade Tiradentes, do Robru e de outros tantos
locais. A implementação dessa estação vai atender.
Essas
informações foram da Secretaria de Parcerias em Investimentos. Conforme eu
disse, na semana passada estivemos lá falando com o secretário Rafael Benini.
Toda obra, investimento, tem impacto. Queria que passasse o próximo eslaide.
Qual é o
impacto? Tem impacto negativo e impacto positivo. É lógico que a gente tem que
ver as coisas pelo lado positivo e fazer a defesa, evidentemente, da
comunidade. Essa comunidade será impactada, será removida, e a informação,
também do secretário, é de que toda essa comunidade que fica ali na Estrada de
Poá, onde será construída a Estação do Lajeado, será removida e será atendida,
indenizada, como se fosse desapropriada. Ainda que não seja, não tenha
propriedade, elas serão indenizadas como se proprietárias fossem, ou também
atendidas com unidades habitacionais. Então, é para dizer que essa luta é
importante.
Por fim,
reafirmar que precisou entregar as Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade para a
iniciativa privada para, aí sim, fazer a obra. Então, é uma notícia importante,
mas poderia ter sido feita mesmo sem a necessidade da privatização, mesmo sem a
necessidade da entrega do patrimônio público.
Então,
parabenizar aquela população e dizer que nossos mandatos vão estar sempre à
disposição, o mandato do vereador Senival Moura em São Paulo e o mandato deste
deputado que vos fala, para que juntos possamos lutar sempre por uma qualidade
de vida melhor e por um transporte de qualidade.
Era isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado
pela oportunidade.
O SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ -
PODE - Obrigado,
deputado. Darei sequência à nossa lista de oradores inscritos no Pequeno
Expediente, mas antes queria registrar a presença dos alunos da Escola Avenues.
Falei certo?
Sejam bem-vindos à maior Casa de Leis
estadual da América Latina. Um bom passeio, conheçam aqui. A Casa é de vocês.
Também quero registrar a presença do nosso vereador Reginaldo, lá de Itatinga.
Seja bem-vindo, acompanhado da Aline, é isso? Sejam bem-vindos também.
Dando sequência, deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi.
(Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado
Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Donato.
(Pausa.)
Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.)
Deputado Lucas
Bove. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)
Deputado Eduardo Suplicy.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de cinco minutos.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve comunicação,
presidente?
O SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ -
PODE - Deputado Paulo
Mansur, claro.
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado,
presidente Fábio. Bom, saiu uma notícia hoje no “O Globo”, que é o maior meio
de comunicação do Brasil, não é? É um absurdo a gente ver algo dessa maneira no
maior veículo de comunicação do Brasil: “Intestino de Bolsonaro se adianta e já
está preso”.
Olha só a nota
que sai na imprensa do maior meio de comunicação do Brasil e um dos maiores do
mundo, meu Deus do céu. Aí depois eles apagam, falam que foi erro de edição,
mas esse jornalista vai ser punido?
Esse jornalista
vai ser mandado embora? Como eles não fazem isso, já demonstra que a emissora
de televisão tem um lado político, né? Porque fazer uma crítica dessa a um
presidente da República, um ex-presidente da República que está no hospital...
Ele ficou 12
horas na mesa de operação, com o seu intestino, que a gente sabe que, no corpo
humano, é algo sensível. Já foram feitas sete operações. Ele tem dificuldade de
se alimentar. O intestino é uma região que a pessoa, quando tem problema, fica
dias sem evacuar, acaba vomitando. E a Globo faz uma piada dessa sem graça, ou
seja, a gente já vê o lado em que o Brasil está.
Quando é com a
esquerda que isso acontece, é motivo de revolta da imprensa. Quando se faz uma
agressão ou se fala com opinião sobre o Alexandre de Moraes, sobre o Lula, já
vira dentro da imprensa algo que a gente é genocida, nós somos da direita
extremista. Agora, quando a esquerda faz esse tipo de ação e entra na imprensa
dessa maneira, fica por isso mesmo, né?
Muito obrigado,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ -
PODE - Obrigado,
deputado Paulo Mansur. Na tribuna, o deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, prezado
presidente, deputado Fábio Faria de Sá, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.
Estudantes da Escola Avenues, quero aqui saudá-los e me colocar à disposição
para recebê-los, se assim considerarem importante.
Gostaria
primeiro de ler um artigo que Fernando Haddad, junto com Mário Spinelli,
publicou hoje sobre o combate à corrupção além da retórica. Do ex-prefeito e
hoje ministro da Fazenda: “Combate à corrupção: além da retórica”.
“Há poucos
dias, a Justiça paulista determinou o bloqueio e a apreensão de 79 imóveis de
um único servidor público, um auditor da Prefeitura de São Paulo, em valores
que, segundo o Ministério Público estadual, podem chegar a cerca de 100
milhões.
Embora tardia,
é mais uma decisão judicial, entre dezenas de outras feitas no âmbito daquele
que talvez seja o maior escândalo de corrupção já encontrado em uma prefeitura
brasileira, e ficou nacionalmente conhecida como a Máfia do ISS.
Detectado em
2013 pela então recém-criada Controladoria-Geral do Município de São Paulo, com
subsequente parceria com o Ministério Público, o caso envolveu mais de 400
empresas investigadas, muitas delas de grande porte; dezenas de servidores
públicos; bilhões em valores desviados dos cofres municipais; centenas de
inquéritos; mais de uma centena de denúncias criminais; uma infinidade de ações
ajuizadas contra os envolvidos e inúmeras condenações.
A inovadora estratégia
utilizada na investigação baseou-se no uso intensivo da inteligência de dados
na realização de análises financeiras e na aplicação da metodologia ‘follow the
money’ - siga o caminho do dinheiro.
Somente nos
três anos subsequentes à detecção do esquema, 332 milhões em bens de servidores
e de empresas foram bloqueados judicialmente, e a arrecadação do ISS em obras
de construção cresceu incrivelmente em 67 por cento.
Apenas uma
única universidade envolvida no caso celebrou um acordo para devolver mais de
um bilhão de reais aos cofres públicos. Mas talvez o maior legado dessa ação
tenha sido fazer com que o dinheiro da corrupção, que vem sendo recuperado ao
longo de todos esses anos, venha sendo utilizado em ações sociais como forma
de, ao menos um pouco, reparar os danos gerados à sociedade.
Entre outras
iniciativas, os recursos recuperados foram repassados ao empreendimento da
pandemia de Covid-19, além de projetos nas áreas de Saúde, Educação, assistência
e pessoas com deficiência. Parte significativa dos valores, com base em ações
do Ministério Público, foi destinada à reforma de hospitais e a instituições
filantrópicas, incluindo o Hospital Infantil Darcy Vargas; o Hospital do Câncer
de Barretos; o Instituto Jô Clemente; o Instituto Protea, especializado em
câncer de mama; o Lar da Criança Ninho da Paz; a Casa de Davi, entre outros.
Sem a criação da Controladoria-Geral do Município, é razoável pressupor que o
esquema seguisse em operação até hoje, desviando recursos públicos de forma
sistemática.
O caso revela
que, quando vontade política se alia à competência técnica, os resultados são
não apenas visíveis, mas transformadores. É uma prova concreta de que o combate
à corrupção precisa ir muito além da retórica, precisa ser uma ação real, com
impacto direto na vida das pessoas, e também um claro exemplo de como o
discurso anticorrupção não pode ser apropriado de forma indevida e oportunista.
Pode e deve deixar de ser instrumento de conveniência política ou promoção
pessoal e se transformar em ferramenta efetiva de justiça e reparação social.”
Cumprimento
Fernando Haddad e Mário Spinelli pelo conteúdo desse importante artigo relativo
ao combate à corrupção.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy.
Dando sequência à lista de oradores,
deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado
Rafael Saraiva. (Pausa.) E o deputado Gil Diniz. (Pausa.)
Na Lista Suplementar, deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Deputado Simão Pedro, presente.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de cinco minutos.
Enquanto o deputado se dirige à
tribuna, nos termos do Art. 100 do Inciso I do Regimento Interno, convoco V.
Exas. para a sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas, ou dez
minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício
previsto no § 3º, do Art. 100, do nosso Regimento Interno, com a finalidade de
ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
* * *
-
NR - A Ordem do Dia para a 8ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
16/04/2025.
* * *
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Fábio Faria de Sá, V.
Exa. fica muito bem à frente da Presidência desta Casa.
Sr. Presidente,
queria abordar um tema que está sendo debatido nas mídias e é objeto de
preocupação das famílias, preocupação de todos nós, que é esse problema do
chamado desafio do desodorante. No último domingo, dia 13, a pequena Sarah
Raissa, de apenas oito anos de idade, faleceu após uma parada
cardiorrespiratória devido à inalação de desodorante.
Ela foi
encontrada em casa, desmaiada, segurando o frasco do produto e chegou a ser
internada, mas infelizmente não resistiu. Esse caso ocorreu na Ceilândia, no
Distrito Federal, mas não é algo isolado. Ainda em março deste ano, Daniele, de
11 anos, faleceu em Pernambuco pelos mesmos motivos, esse tal de desafio do
desodorante.
O que é esse
desafio? Veiculado e estimulado nas redes sociais, especialmente no Tik Tok, é
uma prática extremamente nociva e pode levar à morte. Ainda assim, é realizada
por crianças e adolescentes em busca de likes, curtidas, nas suas redes. Sarah
e Daniele são vítimas da negligência coletiva da internet sem freio e de uma
mídia que lucra com a viralização do absurdo.
Eu e minha
esposa, Vilma, assistimos recentemente à série “Adolescência”, na Netflix, que
eu recomendo a todos os pais, mesmo aos que não são pais. Todos nós, adultos,
deveríamos assistir a essa série britânica que me impressionou bastante, pois
ela nos leva a um lugar sensível, frágil e potente dos adolescentes que tentam
existir, buscar aceitação e pertencimento em um mundo que nos engole.
Dessa maneira,
os nossos filhos e netos estão mais vulneráveis do que nunca, afinal buscam
tudo isso, só que não vemos como antes, pois normalmente estão em casa em seus
quartos, numa falsa sensação de segurança, apenas sob a companhia inofensiva
dos seus celulares.
A verdade é que
o mundo virtual tem sido permeado cada vez mais de discursos extremos,
preconceituosos e até mesmo letais. Além disso, a lógica do algoritmo de
premiar sempre o engajamento tem promovido riscos e sensacionalismo.
Interessante
que essa série também aborda a fragilidade do ambiente escolar. O crime
retratado na série “Adolescência” nasce e é estimulado numa escola cheia de
problemas, como as escolas que nós conhecemos, as nossas escolas estaduais, as
nossas escolas municipais, onde, de vez em quando, a gente é surpreendido e
chocado com notícias de crimes, assim, horrorosos.
De todo modo, a
solução para esse problema está longe de ser imediata ou simples, mas sim
composta por uma rede complexa de sujeitos e ações interconectadas. A
responsabilização precisa ser conjunta, em sociedade, a começar pelo Poder
Público, para que família, Estado e Poder Público possam trabalhar em sintonia.
Eu li ontem,
senador Suplicy - aliás, eu quero parabenizar a nossa Fapesp, porque fez um
estudo e publicou os casos, sistematizou os casos de violência escolar nos
últimos anos no Brasil -, que, em 2023, houve 13.100 casos de violência no
ambiente escolar. Mais do que triplicou nos últimos dez anos, o ápice foi em
2023. Foram atendidos em serviços públicos ou privados após se mutilarem,
tentarem suicídio ou sofrerem ataques psicológicos.
Isso está muito
relacionado com... aí a Fapesp faz um levantamento e elenca alguns itens que
chamam atenção, que causam esse ambiente de violência nas escolas, a
desvalorização dos professores no imaginário coletivo, a relativização de
discurso de ódio, como se fosse menos prejudicial do que realmente é, a
precarização da infraestrutura das escolas, as agressões sofridas ou vistas
pelos alunos no ambiente doméstico, falhas nas ações de mediação de conflitos
nas escolas, despreparo das secretarias estaduais de Educação para lidar com
casos de misoginia e racismo.
Só para
concluir, Sr. Presidente, a série “Adolescência” retrata muito bem isso, que é
o crescimento dessas chamadas comunidades mórbidas virtuais, que são grupos
online que se estruturam com base em ideias destrutivas.
Eu queria, para
concluir, dizer que, quando cheguei aqui à Assembleia, me inscrevi para ser
membro da Comissão de Educação; nesses próximos dois anos, serei membro
efetivo.
E apresentei um
projeto de lei, que é o nº 1.436, de 2023, cujo objetivo é instituir um plano
de convivência ética e democrática nas escolas estaduais do estado de São
Paulo, para que a gente possa tratar desses assuntos de uma forma que envolva
toda a comunidade escolar, sem que o Poder Público abra mão do seu papel.
Eu tenho
certeza de que o Governo do Estado, ao analisar esse nosso projeto de lei, vai
dizer: “ah, mas esse programa já existe na rede estadual”. Mas nós precisamos
efetivar isso como uma política pública de Estado, não só do secretário ou
coisa assim.
Então é um
assunto que nos preocupa, não só para quem lida com a Educação pública, mas um
assunto de todas as famílias, de todos os pais, de todos os avós, por conta
dessa ascensão da internet, que tem tantos benefícios, mas também nos traz
esses problemas e desafios, que são enfrentar a violência contra crianças,
contra adolescentes. Para que isso não possa acontecer mais, que a gente
enfrente com eficácia esse problema.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Simão Pedro. Importante aviso.
Dando continuidade à Lista Suplementar,
deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada
Thainara Faria. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, nobre deputado e presidente, uma boa
tarde aos deputados, deputadas, aos servidores, assessores, policiais, a quem
nos acompanha em casa. Muito boa tarde ao estado de São Paulo.
Infelizmente,
mais uma vez, eu subo a esta tribuna para conversar com vocês sobre o racismo.
Quando eu estou numa palestra, eu converso com as pessoas e peço para todas
levantarem a mão, aquelas que acreditarem que existe racismo no Brasil.
Praticamente todo mundo levanta a mão. Quando a gente pergunta quem é racista,
todo mundo abaixa a mão. E aí a conta não bate.
Subir hoje para
conversar com vocês não só sobre racismo, mas também, mais uma vez, sobre a
violência policial no estado de São Paulo, com o aval completo do governador
Tarcísio e também do secretário Derrite. Por favor, solta o vídeo para a gente
acompanhar.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Agora eu
pergunto a vocês: alguém acha isso normal? Alguém acredita que isso pode
acontecer no dia a dia, à luz do sol - uma execução de um ambulante que se
agarra à sua mercadoria como se a sua vida dependesse daquilo? Que, no dia
seguinte, tinha o chá de bebê de sua filha, e sua esposa grávida o aguardava em
casa com o sustento. Uma pessoa desarmada, vocês podem acompanhar, ele estava tentando
defender a sua mercadoria e é executado pela polícia aqui no estado de São
Paulo.
Vocês viram os
números de policiais, o ambulante senegalês completamente indefeso se agarrando
a sua mercadoria, que garantia o sustento de sua família aqui no Brasil e
também enviava para o Senegal. Está aí, uma foto de mais uma pessoa que entra
para a lista de mortos pela polícia com arma de fogo.
Nós não podemos
nos calar, silenciar, o racismo existe, e a polícia tem executado pessoas
pretas em todo o estado de São Paulo. Um dia a gente acorda, e é um estudante
de medicina executado à queima-roupa, porque bateu no retrovisor da polícia; no
outro dia, é um ambulante, que tem sua esposa grávida, também executado pela
polícia.
Governador, nós
precisamos de respostas. Nós precisamos de uma ação e de uma polícia que nos
defenda, não que nos mate. Não é aceitável que essa situação continue no estado
de São Paulo. Uma completa insegurança pública. Quando você é perseguido e
executado pela própria polícia, para quem você liga para te defender? Eu teria
medo de ligar para uma polícia que executa os meus, os iguais a mim. Para quem
você liga quando a polícia te executa, persegue, mata?
Eu peço,
encarecidamente, respostas e darei todo suporte necessário à família para que,
sim, entre com a ação, responsabilize o Estado e peça, sim, a pensão vitalícia
para a filha do senegalês e para a esposa, que ficou desassistida por conta de
uma ação policial.
Não tem como
deixar a polícia matando a torto e a direito, como quer, como tem acontecido
nesse estado. Alguém precisa falar alguma coisa, porque aqueles que foram
executados com uma bala à queima-roupa não poderão mais falar.
Não há
reparação que traga a vida de volta. Em que momento nós banalizamos a vida
desse jeito? Em que momento nós estamos tão despreparados a ponto de achar que
a única solução possível é executar inocentes que dependem da polícia para
protegê-los?
Qualquer
irregularidade, crime, tem que ser investigado, punido, se for confirmado como
crime. Agora executar uma pessoa à queima-roupa, uma pessoa preta, um ambulante
que estava trabalhando para garantir seu sustento, é inaceitável.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado, deputada Thainara
Faria, que esteve presente ontem no município de Iacanga, no seu centenário.
Continuando a nossa Lista Suplementar,
com a palavra a deputada Ediane Maria. Vossa Excelência tem o tempo regimental
de cinco minutos.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Quero saudar todos os
funcionários desta Casa, todos os deputados, todo mundo que está aqui hoje,
acompanhando o plenário aqui na plateia. Eu subo com uma indignação. Acho que
todo mundo acabou vendo, na última semana, o assassinato de um ambulante, de um
imigrante que veio aqui para o nosso País, Vitão do Cachorrão, para ganhar a
sua vida.
Ontem, naquele
ato de manifestação, de repudio à ação da própria polícia, porque - para quem
não anda no Brás, acho que é importante trazer -, para quem vai ao Brás, é natural
que você pegue, ali, um certo momento em que todos os ambulantes estão correndo
com as suas mercadorias e podem voltar depois.
Então tem a
operação delegada, que todos passam pelas ruas, quem ali está trabalhando como
ambulante tem que correr com a sua mercadoria, que foi o caso que aconteceu com
o senegalês. Até quando esse Estado, a Segurança Pública do estado de São Paulo
vai reproduzir órfãos? Porque é isso o que está dado na Segurança Pública do
estado de São Paulo.
A gente viu
declarações, inclusive, saiu em um jornal da Inglaterra que o estado de São
Paulo tem a polícia mais letal do mundo. Isso não é uma estatística, isso é
entender que a periferia hoje morre de medo, de uma péssima formação,
inclusive.
Aqui não é um
ataque à Segurança Pública. Nós queremos que a Segurança Pública atue para
proteger as nossas vidas, afinal de contas, são os nossos impostos, é o segundo
maior investimento do estado de São Paulo que vai para a Segurança Pública.
No contraponto,
a gente está vendo muito bem essas ações, a Operação Delegada, que pegam
policiais que não descansam, que vão para as ruas e que fazem essas ações.
Ações essas
totalmente descoordenadas, ações essas que proíbem um pai ver o seu filho nascer.
Foi assim em Piracicaba, também, onde o pai não conseguiu... Não vai conseguir
ver o seu filho nascer. Mais uma vez é um estado que reproduz órfãos da
Segurança Pública.
Então trazer a
nossa revolta, indignação. Toda a minha solidariedade, toda a minha empatia por
toda a família desse ambulante que lutou como se fosse, sim, a sua vida, porque
aquela mercadoria é o sustento da sua casa. É o sustento, é o pão. Inclusive
vários que vêm de fora do nosso país ajudam o seu país lá fora.
Ajudam a mãe
que deixou, a companheira que deixou, os filhos que deixou. Então não é só mais
uma pessoa. É uma pessoa preta que mais uma vez teve a sua vida retirada pela
Segurança Pública, que mais uma vez mostra um despreparo. Cadê, gente, a
segurança?
Eu rezo todos
os dias. Eu rezo todos os dias. Só sabe o medo da viela escura, de morar em um
bairro que colocaram como de alto risco, quem mora lá. Eu sei o que foi criar
um filho sem poder... Ter que explicar para ele o porquê ele não podia jogar
bola na viela.
Eu sei o que é
olhar para as minhas filhas que chegavam tarde da escola e falar: “Filha, toma
cuidado. Pelo amor de Deus, toma cuidado”. É esse o cuidado que nós pais... É o
tempo inteiro tendo que falar para os nossos filhos pretos na comunidade,
gente.
Agora não podemos
mais nem sequer trabalhar no centro da cidade. É na luz do dia, é na madrugada,
ou seja, essas operações não param, elas não sanam e só ganham protagonismo
quando nós, figuras públicas, vamos para cima e nos mobilizamos. Ontem a
mobilização, a movimentação, foi gigantesca.
Inclusive o chá
de bebê seria no domingo. Esse pai não viu e não vai ver o seu filho crescer,
dar os seus primeiros passos. É essa a nossa luta todos os dias, de fazer essa
denúncia, de dizer que tem, sim, que fazer uma moção de repúdio, repudiar essas
ações, porque não dá mais para nós vivermos em uma estatística. É a estatística
da fome, é a estatística da bala perdida, é a estatística de tudo. Mas, no
final do dia, é sempre uma pessoa preta que está ali.
É sempre uma
pessoa preta que vai estar nessa estatística, assim como foi a minha volta do
México aqui para o Brasil. Não dá para tolerarmos mais a gente passar aqui na
alfândega, ou que seja em qualquer lugar, deputado Suplicy, e a gente ser
aqueles que olham na nossa cara e falam: “Vocês vão lá. Vocês vão passar
naquele canto”.
Então se é uma
lei, se é uma revista, que seja para todos. Aí quando é para todos, nós olhamos
e falamos: “Sim, tem igualdade. Todos nós estamos passando pelo mesmo lugar”.
Então isso é igualdade. Então a nossa luta do enfrentamento e da denúncia do
racismo é fundamental para que a gente consiga avançar e fazer as denúncias
necessárias.
Então as nossas
vozes são esse lugar, inclusive, que se a sociedade não tem espaço de fala, nós
temos, que é para defender, sim, os direitos humanos. Muita gente pede anistia
hoje para os golpistas do 8 de janeiro. O povo deveria estar se mobilizando
aqui neste microfone para pedir que a Segurança Pública, de fato, zele pela
vida, de fato, lute para que a gente consiga ir trabalhar, garantir o nosso
sustento e voltar vivos.
Então toda a
minha solidariedade à família do senegalês. Dizer que para vocês, ambulantes, a
luta não vai parar, até porque se tem alguém na rua, na informalidade é porque
esse próprio estado, essa Prefeitura no estado de São Paulo, não garante
dignidade.
Porque quem
está ali quer pagar os seus impostos. Inclusive, quem mais paga imposto neste
País e neste Estado são aqueles que ganham, muitas vezes, até menos que um
salário mínimo.
É o informal que está ali sustentando e
garantindo que, inclusive, o estado de São Paulo seja o segundo maior
arrecadador de impostos - só perde para o governo federal. Só perde para o
governo federal. E a gente mostra, na prática, que na base nós morremos de
fome, ou de bala, ou de alguma violência do Estado.
É isso que está
dado para nós e é esse o nosso esforço todos os dias aqui para que a gente
garanta dignidade.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputada Ediane Maria. Dando sequência na Lista Suplementar, deputado Atila
Jacomussi. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Professora
Bebel. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)
Deputado Vitão do Cachorrão, V. Exa.
tem cinco minutos.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Boa tarde,
presidente em exercício, Fábio Faria de Sá, nosso deputado, amigo, senador
Suplicy, deputada Thainara e deputado Guilherme Cortez. Guilherme Cortez, já
ouviu aquele ditado: “Quem avisa amigo é”? Eu agradeço à minha equipe, porque
sozinho a gente não é nada. Quando eles percebem: “olha, vá para outro caminho,
esse caminho está difícil”. Eu quero dizer aqui onde eu quero chegar.
Alguns projetos
eu elogiei, votei a favor do aumento do salário da Polícia Militar, elogiei a
construção de moradias populares, que é um sonho. Eu vim de um lugar onde minha
família, muitos faxineiros, meu pai pedreiro, o sonho de todo ser humano,
Suplicy, é ter a casa própria. Elogiei também, sempre elogiei, as reformas das
escolas.
Mas sobre o
“Free Flow”, e eu quero agradecer aqui as audiências públicas que estão tendo
em massa, o apelo popular, tem uma solução aqui. Quero agradecer ao Guilherme
Cortez, que esteve em Sorocaba, deputado Guilherme Cortez, na audiência
pública.
A partir do
momento que não estava transparente no dia do leilão, Thainara, que a gente
percebeu que iriam colocar mais pedágios no estado de São Paulo - onde não
existem -, imediatamente chamamos uma audiência pública.
Além disso, eu
peço. Eu sei que tem 26 assinaturas sobre o PDL nº 6. Isso foi um decreto do
governador. A gente, assinando esse PDL nº 6 e vindo para votação - a gente
precisa de 48 deputados -, vai acabar com esse decreto de ter mais pedágios no
estado de São Paulo, porque a gente já paga imposto.
Só para vir de
Ourinhos - olha, prefeito Zóio, de Ourinhos, veio falar comigo aqui, o
vice-prefeito - até aqui na Alesp, Eduardo Suplicy, já tem dez pedágios. O povo
já rala, já se aposenta, às vezes com um salário mínimo, já gasta com
medicamentos. Um motorista de Uber, de aplicativo, as pessoas que pagam
fretado, Thainara, para fazer faculdade, deputada Thainara, e o caminhoneiro
pagar mais pedágio?
Então, quem
avisa amigo é. Eu tenho um respeito, gosto muito do governador e admiro, mas eu
não posso ficar puxando saco, ficar defendendo um projeto desse. Por isso eu
peço, então. Tem 94 deputados aqui, e a gente está aqui pelo povo que votou na
gente. O interior está implorando, está vendo quem está se mexendo. Não adianta
fazer só vídeo, não.
A solução é
pedir para esse PDL 6, para que os deputados votem no plenário, para que acabe
essa parte aí de colocar esse “Free Flow”, que tem que baixar um aplicativo,
Guilherme Cortez. Muita gente lá no interior nem sabe baixar o aplicativo. Tem
que pagar o pedágio, e, ainda, você tem que pagar a ida e a volta.
Por isso que eu
falei: “Governador, repense, quem avisa amigo é. Não é aquele que fica nas suas
costas, puxando o saco, exaltando você, não”. Quando a minha equipe fala para
mim “Vitão, vá por esse caminho, pelo outro”, apesar de a gente ter autonomia,
a gente tem que escutar as pessoas.
Eu quero uma
imagem aqui de Sorocaba. Se você entrar no bairro Brigadeiro Tobias, saindo da
Armando Pannunzio, veja se o povo merece isso aí. Thainara, peço atenção do Guilherme
Cortez, do Suplicy, está lá no painel, olha. Em um raio de 86 a 101, dá 15
quilômetros. Para você comer um bolinho caipira com a sua vovó, você vai ter
que pagar três pedágios, para ir e para voltar.
“Vitão, você é
do partido do governador”. Sim, senhor. Mas eu fui eleito pelo povo, e isso aí
eu não concordo. Quando eu cheguei aqui, vindo lá da periferia, sendo filho de
pedreiro e vendedor de cachorro-quente com muito orgulho, do mesmo jeito que eu
fui o mais votado em Sorocaba, porque Deus me ajudou, e o povo reconheceu o meu
trabalho, eu não vou concordar com isso.
Já tiveram
algumas movimentações, Thainara, que vão ser tirados alguns pedágios. Mas a
gente não quer que sejam tirados alguns pedágios só, a gente quer que não
coloquem nenhum, seja excluído esse negócio de “Free Flow”.
O contrato,
deputado Guilherme Cortez, deputada Ediane Maria, é por 30 anos. Por exemplo,
ele tira o pedágio hoje, o próximo governador coloca. Trinta anos dá sete
governadores e meio. Sete governos e meio, esse decreto. Então, pessoal, eu
imploro aqui: assinem o PDL 6; vamos colocar em votação e vamos ver aqui quem
está do lado do povo nesta Casa. Quem foi eleito pelo povo. É isso que fica,
minha fala.
Também ficam
meus sentimentos para o comerciante. Eu, como vendedor de “cachorrão”
ambulante, sempre respeitei a Polícia Militar, mas ficam aqui os meus
sentimentos. Eu tenho um projeto de lei para regularizar todos os ambulantes de
beira de estrada, quem vende pastel, quem vende coxinha, quem vende palmito.
Tem que dar a oportunidade para o povo trabalhar, até mesmo um camelódromo
organizado em São Paulo, e não tirar a vida de ninguém.
Um abraço do
deputado, filho de pedreiro, vendedor de cachorro quente, hot dog, até hoje com
muito orgulho, Vitão do Cachorrão.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Vitão do Cachorrão. Dando sequência à lista de oradores, deputado
Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. Vossa Excelência tem o tempo
regimental de cinco minutos.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, meus colegas deputados, o
público que nos acompanha na galeria, na Rede Alesp, os servidores desta Casa.
Presidente, em
primeiro lugar eu quero registrar aqui a presença do vereador Reginaldo, muito
bem acompanhado pela Aline, que foi candidata à prefeita nas últimas eleições
do município de Itatinga, na região do centro-oeste paulista. Uma região muito
importante do nosso estado, que hoje sofre com a falta de representação
política.
Sejam muito bem-vindos,
hoje, aqui na Assembleia Legislativa, e saibam que podem contar com a nossa
atuação na Assembleia Legislativa para levar melhorias para defender a cidade
de Itatinga e para amplificar as lutas de vocês na cidade. Muito obrigado por
estarem aqui.
Para começar,
vou falar de alguns assuntos muito importantes, Sr. Presidente. Eu acho que a
gente está vivendo um momento muito perigoso na nossa democracia. A gente está
vendo se generalizar um método de perseguição política através da cassação de
mandatos parlamentares. Se essa moda pega, hoje é com o PSOL, amanhã pode ser
com o partido dos senhores.
A Câmara dos
Deputados aprovou, no seu Conselho de Ética, o pedido para se cassar o mandato
do deputado Glauber Braga. Um dos deputados mais combativos, íntegros e éticos
do Congresso Nacional. A desculpa: é porque o Glauber defendeu a própria honra
contra um desses arruaceiros do MBL, que ficam te provocando, provocando,
provocando, até que você perca a razão. No caso, esse meliante estava ofendendo
a própria mãe do deputado Glauber.
Mas o motivo,
de verdade, pelo qual querem cassar o Glauber, é porque o Glauber foi o
deputado que mais incomodou o Arthur Lira. E o Arthur Lira, pessoalmente, está
orientando as bancadas parlamentares a votar a favor da cassação do Glauber.
A Câmara dos
Deputados não cassou o deputado Jair Bolsonaro. Se tivesse cassado, teria feito
um belo serviço para o País, porque ele não teria se tornado presidente,
deputada Bebel, mas a Câmara dos Deputados não cassou o então deputado Bolsonaro
quando ele deu um soco no estômago do senador Randolfe Rodrigues em 2003.
A Câmara dos
Deputados não cassou o deputado Delegado da Cunha, que foi acusado de agredir a
sua ex-companheira até ela desmaiar. Ele só foi censurado verbalmente, deputada
Bebel. A Câmara dos Deputados não cassou, inclusive, o próprio relator do
processo de cassação do deputado Glauber Braga, porque ele próprio já agrediu
um jornalista dentro da Câmara dos Deputados.
Mas agora quer
cassar o Glauber. Por que dois pesos e duas medidas? Eu respondo: porque querem
calar, perseguir, silenciar o mandato combativo do deputado Glauber. Mas nós
estamos juntos com o Glauber e vamos lutar até o fim para que isso não se
concretize.
Porque, se o
Glauber for cassado nessa manobra, nessa perseguição, não vai ser só o mandato
dele, e não vai ser só o PSOL que vai ser prejudicado. Vai ser toda a
democracia brasileira que vai ser atingida a partir do momento em que se
naturalize que deputados legitimamente eleitos pelo povo, possam ser cassados por
expressar sua opinião política.
A mesma coisa,
aliás, que está acontecendo hoje no município de São Caetano do Sul, onde a
vereadora Bruna Biondi, que foi a mulher mais votada, que foi a vereadora mais
votada da cidade de São Caetano do Sul no ano passado, hoje, a mesma coisa.
O Conselho de
Ética da Câmara de São Caetano do Sul vai votar a admissibilidade de um
processo de cassação de uma vereadora do PSOL, a mais votada do município, pelo
motivo mais absurdo possível: porque ela denunciou o racismo, porque a Câmara
de São Caetano do Sul queria homenagear um diretor de escola investigado,
acusado pelo crime de racismo.
Ela denunciou e
agora quer encaixar ela, deputada Bebel. Não tem cabimento, não tem cabimento.
Quero convidar os deputados à reflexão. Se hoje é com os mandatos do PSOL,
amanhã sabe-se Deus com quem será, se essa moda pega.
Quero expressar
aqui toda a minha solidariedade à Bruna, ao PSOL de São Caetano do Sul, ao
mandato coletivo que ela representa muito bem na cidade de São Caetano, dizer
que nós estamos junto com ela, porque nós não podemos admitir que esse método
da perseguição política, da censura, que é um método típico da ditadura, de
você calar, silenciar, afastar sumariamente quem pensa diferente ou quem faz
oposição independente, combativa, que perpetue.
Então, estamos
com a Bruna, estamos com o Glauber e não vamos aceitar a perseguição política
de mandatos eleitos pelo povo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Guilherme Cortez. Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a
palavra o deputado Reis, o tempo remanescente do Pequeno Expediente.
O
SR. REIS - PT - Pergunto para V. Exa. se não
poderia encerrar o Pequeno e já entrar no Grande, porque o tempo seria muito
curto para falar o que eu tenho que falar, se é possível.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Perfeitamente,
deputado Reis. regimental, declaro encerrado o Pequeno Expediente e declaro
aberto o Grande Expediente.
* * *
-
Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, o deputado Eduardo Suplicy, com
permuta com a deputada Leci Brandão.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente Fábio Faria de Sá, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, quero aqui assinalar que a Justiça Federal obriga o estado de São
Paulo a criar comissão de prevenção e combate à tortura nos presídios
paulistas.
“A justiça
política”, conforme informa hoje o G1 da Globo, “obrigou o Governo do Estado de
São Paulo a criar, obrigatoriamente, um plano de implementação de um mecanismo
estadual de prevenção e combate à tortura nos presídios paulistas.
A condenação
foi dada na última quinta-feira, dia 10. A juíza Luciana Ortiz Zanoni
determinou que a gestão de Tarcísio de Freitas, Republicanos, apresente em até
dez dias um cronograma de trabalho para a implantação do órgão, que terá o
prazo de 180 dias para começar a atuar.
No documento, o
Governo paulista deverá mostrar as datas, horário e local das reuniões. O
colegiado será responsável por inspecionar presídios do estado e prevenir atos
de violência e violações de direitos dos detentos por parte de agentes
públicos, e até dos presos.
A sentença da
8ª Vara Civil Federal de São Paulo atendeu uma ação civil pública, ajuizada
pelo Ministério Público Federal e pela Defensoria Pública do Estado de São
Paulo, com a participação do Instituto de Defesa do Direito de Defesa.
Na ação, as
entidades afirmavam que o Brasil é signatário de vários tratados internacionais
de prevenção à tortura, que têm sido ignorados por sucessivas gestões do
Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo paulista.
Na sentença, a
juíza ressaltou que o órgão deve ser implantado com estrutura, recursos orçamentários
e números de cargos necessários ao funcionamento. Terá a obrigação de realizar
visitas periódicas, no mínimo anuais, a todos os locais de privação de
liberdade do território paulista, como presídios, centros de detenção
provisória e unidades da Fundação Casa e hospitais psiquiátricos do estado.
‘A Convenção
Contra Tortura da ONU é de cumprimento obrigatório a todos os entes federativos
e de todas as esferas de poder. É um compromisso o combate à tortura e às penas
cruéis e degradantes, que cabe a todos as instituições, de forma cooperada, com
concentração de propósito em estratégias conjuntas e participação dos órgãos do
Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e instituições (Vozes
sobrepostas.) da sociedade civil’, disse Luciana Ortiz Zanoni”.
O SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Desculpe, deputado. Vazou um áudio
aqui. Já pedi para a mesa sonora lá e já corrigiu. Pode dar continuidade.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - “Segundo o Instituto de Defesa do
Direito de Defesa, o estado de São Paulo possui o maior número de unidades
prisionais do Brasil, 182 no total, com uma população de 198.700 detentos. O
número corresponde a 23,32% do total da população carcerária do País, que tem
852 mil presos, segundo os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de
2024.
A juíza federal
afirmou que baseou a decisão também no relatório produzido em outubro do ano
passado pelo Ministério Nacional de Prevenção e Combate à Tortura no Brasil,
que apontou que, em diversos penitenciárias do estado de São Paulo, houve
dificuldade para fazer inspeções.
Entre os
presídios destacados pela juíza estão a Penitenciária Venceslau 1, a Venceslau
2, a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, a Penitenciária de Dracena,
Adriano Aparecido de Pieri. Nessas prisões, segundo a juíza, há relatos de
violações de toda natureza, e emerge a premência de adoção de medidas de
prevenção à tortura, nos moldes da convenção, com a maior prioridade possível.
O relatório
descreve minuciosamente o cenário devastador, no qual seres humanos são
submetidos a toda a sorte de privações e tratamentos cruéis e degradantes, com
relatos da maior gravidade, a ensejar medidas adicionais que sejam capazes de
desmantelar esse estado inconstitucional de coisas que passa de princípios da
dignidade humana, não podendo a pena ter finalidade que não seja essencialmente
a especial, que consiste unicamente que seu cumprimento permita uma vida futura
sem a prática de novos crimes, disse a juíza.
Gostaria ainda
de registrar um fato que aconteceu nesse 15 de abril, registrado por Renan
Santos, líder do Movimento Brasil Livre. Disse que a polícia deveria ter
permissão para caçar, prender e, caso houver resistência, levar a óbito o
criminoso. Ele fazia um discurso sobre a necessidade de uma guerra do Estado
contra facções, em um evento na Câmara Municipal de São Paulo na noite desta
segunda-feira, 14.
‘De que adianta
a gente ter uma legislação em que eles são presos e depois soltos? Os nossos
amigos criminosos sabem que é uma guerra, eles se preparam, eles têm armas, nos
enfrentam nas ruas’, declarou Santos.
Citando o
Instituto Sou da Paz, organização fundada em 1999, cujo objetivo é contribuir
para a efetivação de políticas públicas de segurança e prevenção da violência,
Santos, que tenta fundar seu próprio partido, acrescentou: ‘Eu não quero paz,
quero uma guerra’.
O prefeito da
Capital, Ricardo Nunes, do MDB, também esteve no evento, o lançamento de um
pacto anticriminalidade assinado por políticos de direita. Nunes fez críticas
às corregedorias das polícias, responsáveis por investigar excessos nas
corporações. Nunes afirmou que ninguém defende os excessos, mas fazer o
patrulhamento da atividade policial não é benéfico, ou ‘não vamos ter policiais
com coragem para sair na rua e enfrentar a criminalidade’.
O segundo
mandato do prefeito tem apresentado foco em temas ligados à Segurança Pública,
com vários anúncios da gestão municipal e com a participação de Nunes em
eventos.
A estratégia
passou a ser vista por aliados e opositores como um investimento para 2026,
para eventual candidatura ao governo de São Paulo.” Não creio que, por esse
caminho, vá o prefeito Ricardo Nunes se fortalecer.
Finalmente, Sr.
Presidente, quero assinalar a notícia que foi divulgada no ano passado,
“Mulheres negras receberam a menor média salarial em 2024”, de
“almapreta.com.br”: “No Brasil, a remuneração média de mulheres negras é 47,5%
menor do que o valor pago a homens não negros.
As informações
são do Relatório de Transparência Salarial, lançado pelo Ministério das
Mulheres na segunda-feira, dia 7. O documento se baseia na análise de dados de
53.014 estabelecimentos com 100 ou mais empregados e também no Relatório Anual
de Informações Sociais do último ano.
De acordo com o
levantamento, as mulheres negras integram o grupo das que menos receberam em
2024, com uma remuneração média de 2.864,39 reais. No mesmo período, os
homens não negros receberam 6.033,14 reais. Mesmo que expressiva, a diferença
na média salarial das mulheres negras apresentou um pequeno recuo em relação a
2023, ano em que o índice atingiu 50,3 por cento.
Para os homens
negros, a remuneração média foi de 3.647,97 reais, montante que representa
cerca de 78,5% do valor pago às mulheres negras. Considerando brancas e negras,
as mulheres receberam, em média, 20,9% a menos que homens.
Em nota à
imprensa, a ministra Cida Gonçalves, do Ministério das Mulheres, declarou ser
necessário criar mudanças estruturais na sociedade para combater a desigualdade
salarial entre homens e mulheres.
‘Desde a
responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada
empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres
compondo sua força de trabalho, e com salários maiores’, disse Cida Gonçalves.”
Nós aqui
apoiamos a tendência de maior igualdade entre homens e mulheres e pessoas de
todas as origens, raças, sexo e assim por diante.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy. Com a palavra o deputado Reis, por permuta com o
deputado Dr. Jorge do Carmo. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez
minutos.
O
SR. REIS - PT -
Cumprimentar o presidente, deputado Fábio Faria de Sá, cumprimentar o público
presente, os funcionários da Alesp, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia
Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e também cumprimentar
todos aqueles e aquelas que estão em seus afazeres e estão nos acompanhando
pela Rede Alesp, Sr. Presidente.
Sr. Presidente,
eu tenho vários assuntos para falar. O problema é que dez minutos é
praticamente insignificante. Eu pedi, inclusive, para a minha assessoria propor
um PR, um Projeto de Resolução, para aumentar para 30 minutos para cada
deputado poder vir aqui e falar.
Trinta minutos
e que nós pudéssemos começar aqui às 13 horas e terminar o debate às 18 horas,
porque os deputados realmente poderiam estar falando com a sociedade, prestando
contas, teria tempo, porque dez minutos, a gente começa a abrir a boca e já
acaba.
E eu tenho o
tema pedágio para continuar nesse debate, os pedágios do governador, 110 novos
pórticos. Nós temos a questão dos coletes da Polícia Militar, que estão
vencidos e que muitos batalhões nem coletes têm, que está todo mundo reclamando
que trabalha o dia inteiro num sol de 40 graus, aquele colete, ao final do dia,
já sabe a situação dele. E aí tem que passar para o outro colega, porque o governo
cochilou, o governo dormiu e não comprou, no devido tempo, os coletes
balísticos. Então, isso é a matéria que está na mídia e que nós precisamos
repercutir aqui.
Tem a questão
do imposto de renda, que o governador já disse que é contra a isenção de imposto
de renda até cinco mil reais. Então, eu preparei até uma fala aqui para
explicar por que o governador Tarcísio é contra que os trabalhadores que ganham
até cinco mil reais possam ter isenção do imposto de renda.
E a questão da
Sabesp, os buracos da Sabesp, as crateras que estão se multiplicando pela
cidade, ou seja, a privatização não trouxe muita coisa boa para o povo de São
Paulo, porque a manutenção caiu bastante, a qualidade, a água está chegando
turva na casa das pessoas.
Quando chega,
porque em vários lugares de São Paulo está faltando água, e sem contar as
contas que o povo reclama que teve um aumento nos valores de suas contas de
água.
Mas eu quero...
Vamos começar pelos pedágios, e se não der para falar tudo hoje, a gente
continua amanhã e depois de amanhã, e assim vai.
Eu peço para o
Machado colocar esse vídeo do nosso governador, quer dizer, do governador de
São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas, Tarciságio, “Free Flow”, como
queiram.
* * *
- É feita a
exibição.
* * *
Quando ele fala
de coxinha, ele fala de coxinha... Eu não coloquei o vídeo todo para não
constranger outros colegas que estavam lá no dia, e ele falou desses outros
deputados que estavam lá batendo martelo pelo pedágio; cada martelada do
Tarcísio é um novo pedágio. Cada vez que ele bate aquele martelo, que ele já
foi chamado de “Thorcísio”, porque tem um martelo, o Thor tem um martelo, então
o “Thorcísio”, cada martelada um novo pedágio.
E tinham outros
colegas, é que não quis colocar o vídeo na sua integridade, no seu tamanho
total, para não os constranger. Mas quando ele fala coxinha e fala comer o
cachorro-quente no Vitão, ele quis fazer ali uma brincadeira, uma palhaçadinha
de leve, que é o vale-coxinha, o vale-coxinha dos servidores, que eu tenho dito
aqui que não dá para comprar sequer um cachorro-quente lá no Vitão do
Cachorrão, porque o deputado Vitão do Cachorrão é um deputado popular e ele tem
em Sorocaba uma empresa de cachorro-quente.
Chama Vitão do
Cachorrão a empresa dele. Lá, um cachorro-quente, um pão com salsicha sem
vinagrete custa 13 reais. Outro dia eu falei: “o povo está chateado porque com
o vale-coxinha que o governador paga, 12 reais, não dá para comprar sequer um
cachorro-quente lá na sua loja de cachorro-quente, no seu bar, na sua empresa”.
Então o
governador estava lá em Sorocaba anunciando os pedágios, e estavam lá vários
deputados de Sorocaba participando desse anúncio dos pedágios, todos contentes,
todos rindo. Vão ferrar o povo, e eles ferram o povo rindo, todos alegres.
Vocês viram a alegria do governador quando ele fala que vai criar mais um
pórtico, “vou colocar mais um pórtico”. Você viu a alegria dele em deixar os
paulistas cada vez mais tendo que tirar dinheiro para entrar nas suas casas,
para sair das suas casas.
Aí ele fala,
porque lá tem uma coxinha da Real, que é muito famosa em Sorocaba, aí ele fala
de comer a coxinha, então a gente fala do vale-coxinha, olhe a analogia que ele
fez, vale-coxinha, 12 reais, e ainda comer lá no Cachorrão do Vitão, que o
vale-coxinha não dá para comer um cachorro-quente do Vitão. Então ele ainda
zomba do povo, ele cria esses pórticos e zomba do povo.
Ontem,
inclusive, eu participei de uma audiência pública no Ministério Público
Federal, deputada Professora Bebel. E o Ministério Público Federal... estava eu
participando e também o deputado Xerife, o Jorge Wilson Xerife do Consumidor,
os dois únicos deputados que estavam participando dessa audiência pública, os
vereadores também de Guarulhos, porque vão entrar 23 novos pedágios “Free
Flow”, que é a herança da época em que o governador era ministro da
Infraestrutura. Vão entrar agora, pelos contratos que eles assinaram lá atrás,
vão entrar agora 23 novos pórticos, ou pedágios “Free Flow”, ou pedágios
passagem livre, como queiram, na Dutra.
E o Ministério
Público, quero dar os parabéns para o Dr. Guilherme, dar os parabéns para o Dr.
Michel, os procuradores da República, que viram esse problema e chamaram uma
audiência pública para debater.
Não foram como
os nossos promotores de São Paulo, omissos, porque nós chamamos aqui uma
audiência pública para debater e convidamos o Ministério Público de São Paulo;
esses não apareceram, esses se omitiram.
Convidamos
também a dona Artesp; essa também não compareceu; omissa. Mas lá na audiência
pública do Ministério Público Federal, vejam bem, olhem só, a dona Artesp
estava lá. A dona Artesp estava lá.
Então eu quero
elogiar a atitude dos procuradores da República, que viram o problema que são
esses novos pedágios, que as pessoas vão passar por lá e, em 30 dias, se não
pagarem o pedágio, poderão receber uma multa de 195 reais e 23 centavos.
Mas não é só
essa multa: mais cinco pontos na carteira. Então muitas pessoas vão perder suas
carteiras de motorista porque não sabem disso, não tem campanha educativa. Não
tem campanha educativa do Governo do Estado de São Paulo e não tem campanha
educativa também do governo federal, porque a Dutra é uma via federal, em que
pese esse contrato draconiano, esse contrato dos novos pórticos ter sido
assinado na época pelo então Sr. Governador “Tarciságio”, que eles vão estar
espalhando esses pedágios na Dutra.
Obviamente, as
pessoas têm preocupação, e o Ministério Público Federal teve essa preocupação e
chamou essa audiência e me convidou para ir lá falar da experiência de São Paulo,
de falar o que o governo pretende fazer em São Paulo.
São
praticamente novos 110 pedágios que serão instalados em São Paulo, Rota
Paranapanema, Rota Mogiana, Rota Sorocabana, Rota Circuito das Águas, Rota
Raposo Tavares, Litoral Paulista, quem pega lá, quem vai para Peruíbe,
Mongaguá, Praia Grande, todas essas regiões vão ter novos pedágios.
As pessoas vão
pagar mais, isso vai encarecer os alimentos, porque, à medida que se paga a
mais para transportar alimentos, o empresário repassa o custo para o consumidor.
Então é essa
tragédia que a gente está debatendo, e com a qual o Ministério Público Federal
se preocupou e chamou audiência para discutir. E nós vamos, junto com a
deputada Professora Bebel, que aqui está, continuar esse debate no interior de
São Paulo.
Já participei
de uma audiência em Sorocaba, participei de uma audiência em Americana, e esta
semana vai ter uma audiência em Santa Bárbara. E nós vamos continuar fazendo
esse debate e mostrando para a sociedade, para a população, o que é esse prejuízo
que ela vai ter com esses novos 110 pórticos ou pedágios “Free Flow”.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Reis. Com a palavra o deputado Conte Lopes pelo tempo regimental de
dez minutos, por cessão da deputada Delegada Graciela.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos acompanha da
tribuna da Assembleia. Alguns dias atrás, José Dirceu fazia 79 anos. E lá
estava o pessoal do PSOL, do PT. José Dirceu, que é o guru do PT - guru,
inclusive, do Lula; foi ele que criou o Lula.
Foi deputado
comigo nesta Casa aqui em 86. Ou eu fui com ele, né. E lá, no aniversário, o
José Dirceu já falou: “não, o problema não é o Bolsonaro; o problema é o
Tarcísio de Freitas”. Ele falou no discurso dele.
Então, a partir
daquele discurso, a gente vê várias críticas ao governador aqui, desta tribuna.
Só que saiu uma pesquisa do Datafolha, semana passada, que deu Tarcísio de
Freitas com quase 65% de positivo com a população de São Paulo. De negativo,
21% - deve ser da esquerda. Aqueles 21% da esquerda que são contra o
governador. Também é natural, tudo é natural.
Então, vejam
bem: a população de São Paulo está gostando do modo de o Tarcísio governar. Eu
até coloco aqui que, quando Tarcísio foi lançado candidato a governador, eu
estava lá em Brasília, na sala do Bolsonaro, quando o presidente, na época,
falou até, para alguns deputados que estavam lá - eu lembro do Telhada, do
Frederico d’Ávila -, que seria um nome bom aqui para São Paulo como governador.
Muita gente:
“oh, mas o cara nem de lá é; é do Rio de Janeiro, tal”. E veja que o homem veio
para cá e está fazendo um bom governo, aprovado por mais de 60% da população.
Para um governo estar sendo aprovado por mais de 60% da população, não é fácil,
não.
E ele está
fazendo isso. Inclusive na área de Segurança Pública, que eu vejo muita gente
criticar aqui. Ora, vai ver o que está acontecendo em Pernambuco, na Bahia, no
Rio de Janeiro.
Veja o Rio de
Janeiro, a desgraça que está. Os bandidos, no Rio de Janeiro, estão
sequestrando ônibus, com passageiro e tudo. E travando as comunidades para a
polícia não entrar. Veja a que ponto nós chegamos, olha o domínio do crime. E
vem o governo federal com uma PEC para resolver esses problemas.
Eu combato o
crime desde 67 e, forte mesmo, desde 74, quando fui tenente para a Rota. De
enfrentar bandido e trocar tiro com bandido, de responder processo por trocas
de tiro com bandido, vários e vários: na Justiça Militar, na Justiça Comum e no
Pleno, quando virei deputado. Bandido só conhece uma lei: cacete e bala.
Não adianta
fazer “peczinha” lá, não, e ficar deputado, senador, se debruçando em cima de
PEC. O que interessa isso para um bandido no Rio de Janeiro? Bandido que tem
fuzil, tem canhão, tem avião, tem helicóptero. Os caras fazem o que querem. E
vão querer resolver isso aí com uma leizinha, na penada? Minha gente, bandido
só tem medo de cacete e bala.
Quantos
bandidos, quando eu estava na Rota, sumiram de São Paulo só por saber que nós
estávamos atrás deles? Iam embora, saíam de São Paulo. Só de saber que nós estávamos
indo atrás deles. Hoje não; hoje é o contrário. Bandidagem toma conta no Rio e
toma em São Paulo também: estão atacando à vontade aí.
Por quê? Porque
o Lewandowski, ministro do Lula, da Segurança e Justiça, criou uma audiência de
custódia onde foi colocado para o Tribunal de Justiça, os juízes, que quanto
mais liberar, melhor. Então não é como o Lewandowski falou não, que a Justiça
solta porque a polícia prende mal.
Vários casos
que eu trouxe aqui, bandidos que foram presos dez vezes, um até na semana
passada foi morto pela Rota, graças a Deus. O cara tinha um latrocínio, depois
uma tentativa de latrocínio contra um policial civil, tinha mais sete prisões
por assalto, tudo flagrante, e na última ele atacou, em Suzano, uma dentista.
Como a dentista
se assustou, ele deu três tiros na cara da dentista caída no chão, todo mundo
viu na televisão. Ele entrou no carro da dentista, foi embora e levou o carro
para a casa dele, a Rota foi lá, ele reagiu, graças ao bom Deus, e ele não vai
roubar mais ninguém.
Que é uma frase
que eu sempre falo aqui mesmo: bandido bom é bandido morto. Experiência minha,
nunca fiz discurso aqui para isso, “mata os bandidos”, nunca fiz. Agora aqueles
que morreram em tiroteio comigo nunca mais roubaram, nunca mais estupraram, nunca
mais sequestraram mais ninguém.
Agora tenho um
exemplo vivo aqui, Sr. Presidente, um belo dia eu chego para trabalhar na Rota
e tem um senhor lá com um garoto do lado, e ele fala: “Capitão, sempre ouvi
falar do senhor e só o senhor pode me ajudar, nem Deus.”
Eu falei: “O
que aconteceu?”, “esse rapaz aqui, meu filho, o Edinaldo, tem 14 anos. Ele
trabalhava em um mercadinho arrumando as coisas compradas, esses carrinhos de
feira, e os bandidos tais” - deu o nome dos dois bandidos - “pegaram ele um dia
e cegaram meu filho das duas vistas. Meu filho chegou em casa com os olhos para
fora.”
E eu falei com
o Edinaldo, moro em Guarulhos, lá no Jardim Tranquilidade ele mora, veja bem e
foi lá que aconteceu. “E o pior de tudo, capitão, eles foram na minha casa, reuniram-se
com a minha família, com as minhas filhas e falaram que se nós procurássemos a
polícia, eles iriam fazer o que eles fizeram com o meu filho com todos nós.”
Bom, conclusão,
não é? O alemãozinho e o amigo dele, encontramos com eles, houve um tiroteio e
os dois morreram. O Edinaldo não pôde reconhecer os dois mortos, mas o pai
reconheceu.
Nunca mais
mataram ninguém, nunca mais cegaram ninguém, então devem estar no quinto dos
infernos. Como eu vou para o céu, não vou encontrar o desgraçado lá, mas também,
se não for, a gente se vira lá de novo, outra vida.
Então tem gente
aqui que defende bandido, meu Deus do céu. Eu não estou falando de partido
político não, nunca falei isso, não ataco ninguém politicamente, eu estou
falando dos erros.
Alguém vai achar
que uma PEC vai solucionar o problema da Segurança Pública? Para o povo, não é
para mim, porque aqui é uma coisa: “a direita é a favor da polícia e quer matar
todos os bandidos e a esquerda é contra a polícia e quer salvar todos os
bandidos”. Eu acho que quem tem que ser atendida é a população.
Quer fazer uma
PEC? Faz uma PEC inteligente, unifica as polícias, põe uma polícia só, para
impedir que, quando o cidadão ligar para a delegacia e o delegado, o escrivão,
o investigador fale para ele: “Liga no 190”, e quando ele ligar no 190, eles o
mandarem para a delegacia.
Nós temos que
nos preocupar é com a população, não é o problema do PT, do PL, o meu, do
deputado Reis, não é esse o problema, o problema é da população. Como é que nós
vamos evitar o que está acontecendo aí? Fazer igual o senador faz? Vê como os
bandidos estão andando de quatro com a cara no chão, bandido tem que andar
assim mesmo. Quem quiser dizer o contrário não vai funcionar.
Eu já peguei
bandido que... O pai farmacêutico, a mãe, os filhos, em um assalto à
farmácia... pediu pelo amor de Deus para não fazer nada com ele. E o bandido:
“só para você saber que Deus não está aqui” - pum, matou o cara. Isso é bandido
que eu conheço e enfrentei. Agora achar que uma “peczinha” e ficar reunido lá vai
resolver alguma coisa, não vai resolver nada.
Quem paga, e
paga com a vida é a população, veja o que acontece em São Paulo. Quatro, cinco
bandidos de moto enquadrando todo mundo, jogando mulheres no chão, meninas,
homens, pai de família, idosos, espancam, deixam sem roupa e é natural isso?
Então eu acho que a PEC devia pensar na sociedade, a esquerda e a direita
deveriam pensar em segurança para o povo, não é?
É bom colocar
isso, porque desde a Constituição de 1988 que se inventam leis. Tanto é que eu vim
parar aqui por causa disso, não é? Tiraram-me da Rota e me puseram dentro do
hospital militar - o Michel Temer, quando secretário. Foi para não se combater
mais o crime, como outros companheiros meus da Rota foram espalhados. Era uma
nova polícia democrática.
Olha o que deu
a polícia democrática. Olha o que deu a polícia democrática, com os bandidos
tomando conta. Vejam o que está o Rio de Janeiro, sequestrando ônibus com 50,
60, 40 passageiros, e ninguém sai lá de dentro, não. Roubam e tomam conta da cidade.
Então o problema não é negócio de esquerda e de direita. Não adianta “peczinha”
lá não.
Se não se criar
uma polícia que dê segurança para o povo, nós não vamos chegar a lugar nenhum.
Tem que sentar e melhorar o trabalho da polícia com leis que o cara cumpra
pena.
Não adianta ir
para a cadeia e o cara sair na audiência de custódia. A polícia prende e sai na
custódia. O cara vai para a cadeia, tem mulher? Ganha um salário. Ele rouba e
mata gente, ganha um salário por mês. Tem visita íntima, tem droga, tem tudo.
Então, na minha
opinião, essa PEC aí pode debruçar a esquerda, a direita, o centro, não vai
solucionar nada, porque o que precisa é de uma polícia que dê segurança para a
população. Do jeito que está, não vai dar nunca.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Conte Lopes. Dando sequência na lista de oradores do Grande
Expediente, deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Guilherme Cortez, permuta com o deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo
regimental de dez minutos.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Volto aqui nesta tribuna,
cumprimento quem está acompanhando a gente através da galeria, da Rede Alesp,
os colegas deputados e os servidores desta Casa.
Sr. Presidente,
imagine a seguinte situação. Você está dirigindo em uma das rodovias do estado
de São Paulo para ir até o seu trabalho, para ir visitar a sua família, para
estudar.
E aí, quando
você menos espera, pagou um pedágio. É isso que está em vias de acontecer aqui
no estado de São Paulo agora que o governador quer instalar 58 pontos de
pedágio sem a cancela.
Um sistema
chamado “Free Flow”, que é um nome esquisito para as pessoas, porque é um nome
em inglês, que, na verdade, é aquele sistema que você está passando e, sem uma
sinalização adequada, sem a cancela, a câmera te filma, você acha que é um
radar e “pum”, está pagando pedágio. Aí você tem “x” dias para pagar por esse
pedágio, porque ficou registrado. Você tem que baixar um aplicativo, senão 195
reais de multa e pontos na carteira.
Isso é um
absurdo, Sr. Presidente. Tenho certeza de que nenhum deputado da base de apoio do governador tem coragem de
subir aqui em cima desta tribuna para defender, porque sabe que é ruim, sabe
que vai prejudicar a população, sabe que o povo do estado de São Paulo já paga
muito caro de ICMS, já paga muito caro de imposto, já paga muito caro de
pedágio.
Eu, que moro na
região de Franca, para vir de Franca até São Paulo, a gente passa por mais de
dez pontos de pedágio. Agora o governador quer abrir mais 58, cinco deles só na
região de Sorocaba.
Para as pessoas
se deslocarem dentro da cidade, vai ter gente que vai ter que passar por três
pedágios todos os dias. Esta semana eu vou participar de uma audiência pública
no município de Colina, que fica ao lado da cidade de Barretos e que a maior
parte dos estudantes dessa cidade tem que que ir até Barretos para estudar lá.
Agora o
governador quer colocar um pedágio entre as duas cidades, para que esse
estudante, que todo dia tem que se deslocar para estudar, tenha que pagar
pedágio para fazer isso. Pior, no modelo “Free Flow”, que é um modelo que pega
a pessoa desprevenida, de surpresa. Deveria se chamar “pedágio armadilha”, porque,
quando você menos espera, você acha que é um radar, vai lá, pagou pedágio.
É um absurdo,
principalmente quando a gente pensa, deputado, nas pessoas idosas, nas pessoas
que têm a maior dificuldade em acessar tecnologia, que agora vão ser obrigadas
a baixar um aplicativo para ver se o carro delas passou, foi pego em um desses
pedágios, senão elas vão tomar 195 reais de multa e pontos na carteira.
É mais um
capítulo do estado de São Paulo na mão do governador “Taxísio”. “Taxísio”,
porque é o governador que taxa as pessoas no pedágio, que taxa o combustível
com o ICMS, que taxa a carne, que taxa o pescado, que taxa o café, que taxa o
açúcar.
É o governador
que fez a conta de água das pessoas aumentar, em alguns casos, 700% depois que
essa Sabesp foi privatizada, porque esse é o resultado de quando a gente
entrega serviços essenciais para a população para a iniciativa privada.
Para o
governador Tarcísio não existe serviço público, existe negócio. Existe...
escola pública para ele, é para entregar para a empresa; saneamento básico, é
para entregar para a empresa; saúde pública é para entregar para a empresa;
rodovia, é para entregar para a concessionária cobrar pedágio.
Nesse governo,
tudo o que é direito da população, o governador transforma em negócio, para
alguém ganhar dinheiro com isso. Não em benefício da população, mas em
benefício das concessionárias, em benefício de poucas pessoas que vão ganhar
muito dinheiro às custas do povo.
O transporte, o
direito das pessoas se locomoverem pelo estado, andar na sua cidade, ir ao seu
trabalho, voltar para sua casa, visitar o seu familiar, não é um negócio para a
concessionária ficar procurando lucro e botando mais e mais pedágio de maneiras
cada vez mais sofisticadas para sugar o dinheiro do povo. É um direito da
população.
Da mesma
maneira como as nossas escolas, que agora o governador está entregando para a
iniciativa privada. Ele só sabe fazer duas coisas: afrouxar a mão do Estado em
relação à política pública e entregar para a iniciativa privada, o que por si
só já é um atestado da própria incompetência de uma pessoa que se elege para
governar um estado, mas diz que a iniciativa privada governa melhor do que ele,
por isso tem que entregar tudo para a empresa.
E o que ele não
consegue privatizar, ele entrega para a mão pesada, política repressiva do
Estado, ele militariza; o que a gente está vendo muito bem na Educação. Por um
lado, ele tira o recurso mínimo da Educação estadual, que no ano passado seus
deputados fizeram o favor de diminuir o investimento mínimo na rede estadual de
ensino, tira dinheiro da escola pública.
Depois que você
tira dinheiro da escola pública, você entrega essas escolas, ou para a
iniciativa privada, ou para a Polícia Militar, as escolas cívico-militares,
dizendo que ou os militares ou as empresas são capazes de administrar melhor do
que o Estado, que ele está tirando o investimento. É um absurdo sem tamanho,
Sr. Presidente.
Por isso eu
quero fazer coro aqui à indignação da população que vai ser atendida por esses
58 novos pedágios, dizer que o nosso mandato já ingressou com uma representação
do Ministério Público para que sejam canceladas as cobranças das multas que
foram aplicadas através desse esquema do “Free Flow”, sem informação adequada
para a população, de uma maneira mal-intencionada, para pegar as pessoas de
surpresa, para prejudicar as pessoas que não têm acesso à informação, à
tecnologia.
E nós também
protocolamos um projeto de lei para garantir algumas coisas que deveriam ser
básicas. Em primeiro lugar, não tem cabimento você colocar pedágio de quatro em
quatro quilômetros; você tem que ter um mínimo de um pedágio para o outro.
Nós estamos
propondo que, pelo menos, você tenha que ter 50 quilômetros de distância a cada
ponto de pedágio, porque agora o governador quer botar a cada quatro, seis, dez
quilômetros um pedágio novo, para prejudicar duas, três vezes a mesma pessoa
que tem que fazer aquele caminho.
Você tem que
ter um período mínimo de um ano entre a ativação e o início da cobrança nesse
pedágio, para que a população possa se conscientizar, se preparar, que seja.
Você tem que ter uma campanha de informação por parte do Governo. Não dá para
apostar na desinformação das pessoas para pegá-las de surpresa e cobrar
pedágio.
E uma notícia,
Sr. Presidente, que revela muito bem qual que é a cara, qual que é o projeto,
qual que é a finalidade desse governo. No primeiro ano de mandato, em 2023, nós
discutimos o ano inteiro a proposta de privatização da Sabesp. Ou melhor, nós,
deputados da oposição, discutimos. Os deputados da base de apoio do Governo
ficaram quietos, porque sabiam que apoiar a privatização da Sabesp era
impopular, então eles fingiram que não era com eles. No final, foram lá e
ajudaram a aprovar essa desgraça.
Pois bem, a
gente está agora para completar um ano desde que a Sabesp foi privatizada. A
gente já viu surto de virose no litoral de São Paulo, porque a Sabesp não sabe
mais lidar com o esgoto clandestino. A gente já viu a conta das pessoas, de
algumas pessoas, aumentar 600%, 700%, de gente que recebeu conta no valor de
R$10 mil, por conta da administração privada da Sabesp.
Agora a gente
vê para que tudo isso, para que a Sabesp aumentou a conta de algumas pessoas em
600%, 700 por cento. Porque na próxima reunião da diretoria da Sabesp privada,
vai ser pautado o aumento do salário dos executivos da empresa em 600 por
cento.
É um sarro com
a cara da população do estado de São Paulo. Foi só você privatizar a empresa
que agora a prioridade da Sabesp não é mais garantir saneamento básico
acessível e de qualidade para a população, até porque a Sabesp fez a limpa nas
gratuidades que ela oferecia.
Agora a
prioridade - e quem manda na Sabesp não é mais o povo de São Paulo, mas meia
dúzia de acionistas - é aumentar os próprios salários em 600 por cento. O
Armínio Fraga foi lá e falou que, por ele, o salário mínimo tem que ficar
congelado por cinco anos.
O salário
mínimo que quem recebe é o povão. Agora, para os empresários, para os
executivos da Sabesp privada, daí é um aumento assim, deputada Bebel, que
ninguém tem, que nem um trabalhador no Brasil tem. Aumento de 600%, que agora
os acionistas da Sabesp privatizada querem se dar de presente, às custas da
conta mais cara que o povo está pagando.
Então, eu tinha
certeza de que a história e a nos dar razão, de que o que nós dizíamos que
aconteceria se a Sabesp fosse privatizada... Agora, eu não imaginava, deputada
Bebel, que ia ser tão rápido. Em menos de um ano da privatização, a gente já
está vendo a conta das pessoas aumentar, a gente já está vendo esses
sanguessugas, parasitas, quererem aumentar o próprio salário em 600%, e em
detrimento do serviço para a população, que está cada vez pior.
Eu recebo
diariamente reclamações de pessoas que estão sem água nas suas casas, ou que a
água está saindo amarela, marrom, da torneira, que tentam falar com a Sabesp e
a Sabesp não dá retorno. Pois bem, essa é a cara da privatização.
Agradeçam ao
governador Tarcísio, e agradeçam aos deputados da sua base de apoio, que
votaram para entregar o saneamento básico e a água do estado de São Paulo na
mão da iniciativa privada, para que agora ela possa aumentar o seu salário em
600%, enquanto aumenta também a conta da população.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Guilherme Cortez. Dando sequência na lista de oradores inscritos no
Grande Expediente, deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Com a palavra a deputada
Professora Bebel, por permuta com o deputado Donato. Vossa Excelência tem o
tempo de regimental de dez minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa
Diretora dos trabalhos, assessores da minha esquerda e da minha direita, Srs.
Deputados presentes, público presente e todos que nos ouvem e assistem através
da Rede Alesp.
Primeiro, eu
quero me solidarizar com as mortes que aconteceram lá em Franca. Aliás, um
ônibus que transportava os estudantes de São Joaquim da Barra, que estavam
voltando da Universidade de Franca, e acabou que face ao mau estado da rodovia
provocou-se esse acidente.
Então, havia 30
pessoas no veículo, e 12 pessoas morreram, 19 ficaram feridas. Muito triste
isso. Um quadro muito triste, que coloca, inclusive, em questão, essa fome do
governador por privatizar tudo, privatizar tudo, inclusive o direito de ir ver,
e não investir nas estradas.
Você fala: “Ah,
é por conta do prefeito”. É por conta do prefeito, mas é verdade também que o
prefeito dá conta disso, mas o Governo do Estado de São
Paulo tem que ter
também parceria com as prefeituras.
Eu quero dizer
que sou autora de uma frente parlamentar contra a cobrança de pedágios; aliás,
fui pioneira nessa proposta, como também tenho um PL que é um marco regulatório
que discute os pedágios.
Então, na
última quarta-feira, tivemos a primeira audiência pública, um momento em que
lançamos a frente e já debatemos a pauta do pedágio que pega ali a região
Mogiana, a região da 304, que liga Itupeva a Piracicaba, passa por Americana,
Santa Bárbara d’Oeste, enfim, todo aquele pedaço.
Vejam bem:
estou desde a outra legislatura. Na outra legislatura, na era Doria, tivemos
uma chamada “Operação Pipa”, que pedagiou de Piracicaba até Panorama. Só em
Piracicaba, duas novas praças...
Três, na
verdade, novas praças de pedágios foram implantadas: uma que liga Piracicaba a
Charqueada, outra Piracicaba a Águas de São Pedro e São Pedro e uma praça em
Santa Maria da Serra.
Vejam os
senhores: essas estradas foram entregues depois da duplicação, de
investimento... Foi dado de presente para as concessionárias para mais de 30
anos de plena arrecadação dessas concessionárias.
Agora, da forma
como o governador quer fazer, 110 formas ou espaços de cobrança de pedágios,
que é esse sistema “Free Flow” ... Eu prefiro traduzir para a população, que
são praças de pedágios, só que de uma forma muito mais intensa, porque se não
pagar, 193 reais, além do que... Aliás, paga 193 e ainda tem cinco pontos na
carteira.
Gente, vamos
refletir o que é, na verdade... O que está por trás das praças de pedágios. O
governador fala que, se ele não entregar para as concessionárias, não tem
investimento em infraestrutura.
Eu não quero
fazer a troca, mas quem teve a coragem de meter a mão em 11 bilhões de reais da
Educação a título de que está sobrando dinheiro? Estava sobrando dinheiro
também quando ele entregou a Sabesp, estava sobrando dinheiro em vários outros
segmentos em que ele está deixando de investir e ainda assim ele quer continuar
cobrando mais pedágio da população.
Onde fica mesmo
o direito de ir e vir? Tem preço. Não tem direito de ir e vir mais. Você paga
para ir e para vir. Eu sou de um tempo - e todos são, todos se lembram - em que
a gente pagava pedágio de uma mão só. Agora, você paga nas duas mãos. E agora
pedágios em menos de 20 quilômetros, 30 quilômetros. É um absurdo.
E aí o
governador... Tem um deputado da Casa que é de Piracicaba, o deputado Alex
Madureira, que fica falando que o governador voltou atrás. Coisa nenhuma! Coisa
nenhuma!
Se ele quer
voltar atrás, ele vai lá no site do governo dele, governo federal, retira aquilo
lá e, ao mesmo tempo, um dia, se quiser fazer uma discussão sobre pedágios, que
faça uma audiência pública de cada região, porque quem fez audiência pública
fomos nós, que somos contra.
Aquela região
em que estou, da SP-304, que é Piracicaba, só ali tem um milhão e 400 pessoas
que serão atingidas. A nossa audiência pública contou com a presença de
trabalhadores, empregadas domésticas, metalúrgicos, estudantes, que deram
legitimidade para aquilo que a gente dizia.
Não tem como
meter mais a mão no bolso dos trabalhadores e das trabalhadoras. Então, nesse
quesito pedágio, nós estamos juntos. Está aí o deputado Reis, o Vitão do
Cachorrão, todos nós fazendo essa frente contra a implantação de “Free Flow” ou
de praças de pedágio no estado de São Paulo; uma modernizada, a outra que era a
cabine.
Só lembrar que
eu estava falando do acidente com o ônibus que deixou 12 mortos no interior.
Nós temos uma nobre vereadora, Vera Flores, que é de São Joaquim da Barra, que
fez um intenso trabalho não só no sentido de pedir a nossa ajuda, mas ela
própria ajudou.
E também dizer
que dia 25 vai ter luta, não é? Ou o Governo apresenta uma proposta para nós,
seja de ajuste salarial... Pagou agora bônus. Nós não queremos bônus nem
gratificação, nós queremos salário, nós queremos ganho real de salário. Estamos
aí há anos penalizados também.
Quero dizer
também que temos tido um enfrentamento contundente contra as escolas
cívico-militares, tanto que uma semana atrás, um senhor, que é advogado... É
direito dele ser contra, mas culpabilizar a Apeoesp, culpabilizar o sindicato,
que luta pela qualidade da Educação, como a responsável, deputado Reis, por
acabar com a Educação?
Eu quero dizer
para esse senhor o seguinte: só não está pior, porque a Apeoesp existe. Por
isso não está pior, porque, senão, já tinham fechado 92 escolas; já tinham
privatizado lá atrás, já estavam com 100% de escolas cívico-militares
implantadas.
Então a Apeoesp
é um sindicato que tem salvado a Educação no estado de São Paulo. Eu tenho a
honra de ter sido presidente cinco vezes eleita. Hoje eu sou segunda presidenta
e quero dizer que precisa lavar a boca para falar da Apeoesp.
Nós, dirigentes
da Apeoesp, abrimos mão da nossa vida para nos dedicar a defender os
professores, a defender os direitos dessa categoria. Lamentavelmente, temos
tido dificuldades, mas, com o povo na rua, tudo fica mais fácil. No dia 25 nós
estaremos na Paulista para tratarmos dessa pauta. Espero que o Sr. Secretário
nos chame com uma proposta, ou então greve por tempo indeterminado.
Para terminar,
quero aqui também me solidarizar com todos os municípios que estão em greve
para receber o Piso Salarial Profissional Nacional, uma conquista do Partido
dos Trabalhadores.
Foi um
presidente da Apeoesp que criou esta lei na Constituição, e o presidente Lula,
em 2008, tornou lei nacional. Portanto, eu tenho orgulho de defender o Piso
Salarial Profissional Nacional, o plano de cargos e salários e a jornada do
piso salarial profissional.
Ao mesmo tempo,
para terminar, Sr. Presidente, é muito importante que o Sr. Secretário chame
mais professores concursados, para que a gente acabe com esse problema de
injustiça na contratação dos professores, da forma precária como tem sido.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ -
PODE - Obrigado,
deputada Professora Bebel. Dando sequência à lista de oradores do Grande
Expediente, deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Alex Madureira.
(Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada
Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Thiago
Auricchio. (Pausa.) Deputado Reis, por cessão do deputado Emídio de Souza.
Vossa Excelência tem um tempo
remanescente do Grande Expediente.
O
SR. REIS - PT - Presidente,
Fábio Faria de Sá, enquanto a gente não aprova essa alteração regimental para
que os deputados possam fazer uso da tribuna por 30 minutos, nós vamos usando
esse modelo Frankenstein, por partes, não é? Dez minutos, agora mais cinco
minutos, e assim vai.
Eu já quero
convidar a deputada Professora Bebel, porque no dia 23, deputada, nós vamos ter
um encontro aqui de sindicatos, de entidades classistas, e seria muito
importante que a senhora pudesse participar, representando a Apeoesp.
Nós convidamos
os sindicatos da Segurança Pública para debater, discutir essa questão
salarial, porque o governo está muito quietinho, parece que não é nada com ele,
quieto, omisso. Então, nós vamos discutir a campanha salarial de 2025.
Então, vários
sindicatos vão estar presentes, da Segurança Pública, e a gente poderia
engrossar. Como são todos os funcionários públicos, engrossar a Segurança
Pública, a Educação, a Saúde, para participar desse encontro de entidades
classistas, associações, associações da Polícia Civil, sindicatos, sindicato
dos escrivães, sindicato dos delegados, sindicato da Polícia Penal.
Todos vão
participar, no dia 23, quarta-feira que vem, deputado Danilo Campetti. Vossa
Excelência já está convidado também para nos ajudar, deputado Fábio Faria de Sá
também está convidado para a gente debater essa pauta que é muito importante
para o funcionalismo e, principalmente, para as forças de Segurança Pública,
porque os policiais militares, os policiais civis, os policiais
tecnocientíficos, os policiais penais tinham essa promessa do governo de uma
valorização nesses quatro anos. Veio um reajuste no primeiro ano, mas até agora
o governador está empurrando, não sei se para o ano que vem ou para esse ano
mesmo, mas a gente precisa saber disso.
Então nós vamos
pegar essa pauta e buscar lá uma reunião com a Casa Civil para cobrar o
reajuste dos servidores, cobrar que a inflação de 2023, nem é aumento, não é
nem aumento salarial, é recomposição de perdas. Então, houve uma inflação em
2023 de, se não me engano, 4,59%, uma inflação de 2024 de 4,83%, e é essa
recomposição salarial que os servidores estão buscando.
Claro, se puder
ter mais recomposição de anos anteriores, ou a produtividade para chegar pelo
menos em 11,45 por cento. Essa é a grande reivindicação de todos os servidores,
e nós vamos estar aqui, através da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia
Civil, a Frente Parlamentar em Defesa dos Veteranos da Polícia Militar, que os
veteranos, todos sabem, foram bastante prejudicados com o reajuste escalonado
que se deu aos policiais militares.
Então, o
sargento, por exemplo, o terceiro sargento teve 13% de reajuste, enquanto que
um capitão teve 32 por cento. O ideal seria que o sargento tivesse 32% e o
capitão 13%, mas não, não foi isso que aconteceu, ou que tivesse reajuste igual
para todos, que foi aquilo que nós pregamos na época, debatemos aqui nessa
tribuna, que fosse pelo menos 25% de forma linear para todos os servidores.
Então, nós
tivemos servidores da Segurança que tiveram um bom reajuste, mas tivemos o
segundo tenente, o terceiro sargento, o investigador de classe especial e o
investigador de primeira classe, o escrivão de classe especial, o escrivão de
primeira classe, que foram os que tiveram menores reajustes, tiveram reajustes
muito, bastante baixos, irrisórios em relação àquilo que tinha prometido e
aquilo que é devido pelo Estado por muitos anos em que não se teve a
recomposição das perdas inflacionárias.
Então o que
está se pedindo e o que se vai debater nessa reunião de quarta-feira que vem,
às 17h30, é uma pauta de reivindicação que será encaminhada ao Sr. Governador
do estado de São Paulo para recompor as perdas salariais dos servidores
públicos de uma forma geral, mas principalmente esses que estão se reunindo,
que são os servidores da Segurança Pública.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Reis.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente. Para utilização do tempo de liderança do Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - É regimental o
seu pedido. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos pelo Art.
82.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PELO ART. 82 - Boa tarde, Sr. Presidente, deputado Fábio
Faria de Sá. Quero cumprimentar a todas as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados,
assessorias, servidores da Casa, aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp,
amigos que estão nas galerias, também os nossos heróis, meus irmãos policiais,
civis e militares, tão atacados, mas vocacionados, cumprem com sua missão
sagrada de defender a nossa sociedade paulista e o fazem com muito suor, a
custo de sangue, de renúncias. Então fica aqui o nosso agradecimento, eu que
sou policial também, sei das dores dos senhores e das senhoras.
Sr. Presidente,
eu, em primeiro lugar, e principalmente uso a palavra para externar toda a
minha solidariedade ao presidente Jair Messias Bolsonaro, à dona Michelle, a
todos os seus familiares, por mais um reflexo daquela tentativa de homicídio
que ocorreu há sete anos.
Eu fazia parte
da equipe de segurança do presidente Bolsonaro, acompanhei desde o início o
sofrimento e peço, rogo a Deus que mais uma vez o abençoe, que mais uma vez traga
o seu restabelecimento, ele que luta contra essa facada covarde de um militante
de esquerda.
Desde 2018, já
são, Sr. Presidente, sete, sete cirurgias e mais de dez intercorrências. Eu
estive no hospital com ele em 2018, durante toda a campanha também, na condição
de segurança, como policial federal, e pude acompanhar de perto. Pude
acompanhar de perto também essa luta dele e dizer que a gente fica mesmo
inconformado com as manifestações de desumanidade de algumas pessoas que negam
a ocorrência desse fato.
Já tivemos
deputados aqui que falaram que o fato não ocorreu, alguns veículos de
comunicação que fazem piada. Um, algum tempo atrás, disse que... estava
justificando por que o presidente deveria morrer; e outro agora faz uma piada
de muito mau gosto.
Mas, enfim, que
Deus abençoe o presidente Jair Messias Bolsonaro, o senhor tem uma missão ainda
a cumprir neste País. Eu tenho certeza de que em 2026 haverá continuidade.
De outra sorte,
eu gostaria de falar de mais uma aberração do governo federal, falar bem
rapidamente agora, Sr. Presidente, tenho poucos minutos, que é sobre a PEC da
Segurança, essa perfumaria.
Quando dizem
PEC da Segurança, a gente fica pensando, vem algo para realmente resolver o
problema, e, na realidade, é uma PEC vergonhosa, que só quer maquiar, só quer
enganar a sociedade, porque uma pesquisa mostrou que a Segurança era a
preocupação principal dos brasileiros.
Aí, dentro do
perfil do governo, da incompetência do governo, que se baseia naquelas frases:
“olha, o encarceramento não resolve nada”, “estamos felizes quando 50% dos
presos são soltos na audiência de custódia”, “a polícia prende, e prende mal”,
eu quero perguntar: se uma polícia que prende 35 vezes o mesmo ladrão de
celular, está prendendo mal.
O problema é na
instituição policial, ou é nas leis, ou é na aplicação dessa lei? A nossa
legislação é uma colcha de retalhos, cheia de cavalos de Troia jurídicos, que
só beneficiam marginal, só beneficiam bandido.
Então essa PEC
tinha que vir, sabe para que, Sr. Presidente? Para acabar com a audiência de
custódia. Tinha que vir para acabar com a saidinha, que, aliás, foi terminada
num excelente trabalho do nosso secretário de Segurança, que, enquanto deputado
federal, Guilherme Derrite, conseguiu, depois de quatro anos, a aprovação do fim
da saidinha. Só que agora eles entendem que é só a partir deste momento, porque
a lei não retroage para prejudicar o réu.
Tem que acabar
com o quê? Com a progressão de regime prisional. Tem que acabar com visita
íntima. Enquanto não vier uma PEC nesse sentido, essa PEC não é séria. Essa PEC
não é séria, porque ela se preocupa mais com o bem-estar do vagabundo, do
criminoso, do que com a segurança da população.
Não é possível,
é inadmissível que a gente encontre casos de pessoas que são presas, de
criminosos que são presos com 800 quilos de entorpecentes e são soltos na
audiência de custódia. A PEC da Segurança, se é que haverá uma PEC séria, tem
que contemplar a mudança da legislação.
E não é aquele
engodo para enganar a população, não, Sr. Presidente: “ah, vamos aumentar a
pena de tal crime, pena de tal crime”. Não, o problema não está aí, porque nós
temos condenados a 400 anos de prisão que estão fazendo live com o Cristo
Redentor nas costas, lá no Rio de Janeiro, na sua cobertura no Rio de Janeiro.
Então tem que
se mudar a lei processual. Tem que se mudar a Lei de Execução Penal. E aqui
fica o meu protesto, Sr. Presidente.
Muito obrigado
pela oportunidade.
Que Deus
abençoe.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Obrigado,
deputado Danilo Campetti.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Sr.
Presidente, havendo acordo de lideranças, eu solicito a V. Exa. a suspensão dos
trabalhos até às 16 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - FÁBIO FARIA DE SÁ - PODE - Perfeitamente,
deputado Danilo Campetti. Está suspensa a nossa sessão até às 16 horas e 30
minutos. Obrigado, TV Alesp.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 07 minutos, a
sessão é...
* * *
...a sessão é reaberta às 16 horas e 36 minutos, sob a Presidência do Sr. Dr. Elton.
* * *
O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Reaberta a sessão. Ordem do Dia.
* * *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Há sobre a mesa requerimento da nobre
deputada Andréa Werner, com o número regimental de assinaturas, nos termos do
Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de
Representação, com a finalidade de participar de reuniões em ministérios do
governo federal, a realizarem-se no dia 16 de abril do corrente ano, em
Brasília, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. Os Srs. Deputados e as
Sras. Deputadas que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado
Donato, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do
Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de Representação, com a
finalidade de participar de reuniões em ministérios do governo federal, a
realizarem-se nos dias 23 e 24 de abril do corrente ano, em Brasília, a ser
custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. Os Srs. Deputados e as
Sras. Deputadas que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Convocações. Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado
com o Art. 45, § 5º, ambos do Regimento Interno, convoco reunião extraordinária
da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às 14
horas e 30 minutos, e, em segunda convocação, às 15 horas, no Salão Nobre
Campos Machado, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 603, de 2023, de
autoria dos deputados Itamar
Borges, Luiz Fernando, Milton Leite Filho e Edmir Chedid.
Convocação. Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado
com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das
Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Defesa dos Direitos da Pessoa
Humana e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às 14 horas
e 30 minutos, e, em segunda convocação, às 15 horas, no Salão Nobre Campos Machado,
com a finalidade de apreciar os seguintes projetos: Projeto de lei nº 745, de
2024, de autoria da deputada Thainara Faria, e Projeto de lei nº 52, de 2025,
de autoria dos deputados Rogério Santos e Gil Diniz.
Ainda em convocação: Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, nos mesmos termos, convoco reunião conjunta das comissões de
Constituição, Justiça e Redação, Saúde, e Finanças, Orçamento e Planejamento, a
realizar-se amanhã, às 14 horas e 30 minutos e, em segunda convocação, às 15
horas, no Salão Nobre Campos Machado, com a finalidade de apreciar os seguintes
projetos: Projeto de lei nº 623, de 2023, de autoria dos deputados Alex
Madureira e Ortiz Junior; Projeto de lei nº 583, de 2024, de autoria do
deputado Milton Leite Filho; Projeto de lei nº 586, de 2024, de autoria do
deputado Rogério Nogueira.
Ainda em convocação: nos mesmos termos,
convoco reunião conjunta das comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa com
Deficiência e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às 14
horas e 30 minutos e, em segunda convocação, às 15 horas, no Salão Nobre Campos
Machado, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 1.000, de 2023, de
autoria da deputada Andréa Werner e do deputado Guilherme Cortez.
Nos mesmos termos, convoco reunião
conjunta das comissões de Saúde e
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às 14 horas e
30 minutos e, em segunda convocação, às 15 horas, no Salão Nobre Campos
Machado, com a finalidade de apreciar os seguintes projetos: Projeto de lei nº
958, de 2023, de autoria da deputada Márcia Lia; Projeto de lei nº 1.198, de
2023, de autoria do deputado Dr. Elton; Projeto de lei nº 1.402, de 2023, de
autoria do deputado Mauro Bragato.
Nos mesmos termos, convoco reunião
conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, e Finanças, Orçamento e Planejamento, a
realizar-se amanhã, às 14 horas e 30 minutos e, em segunda convocação, às 15
horas, no Salão Nobre Campos Machado, com a finalidade de apreciar os seguintes
projetos: Projeto de lei nº 823, de 2024, de autoria do deputado Conte Lopes;
Projeto de lei nº 885, de 2024, de autoria do deputado Ricardo França.
Nos mesmos termos, convoco reunião
conjunta das comissões de Educação e Cultura e Finanças, Orçamento e Planejamento,
a realizar-se amanhã, às 14 horas e 30 minutos e, em segunda convocação, às 15
horas, no Salão Nobre Campos Machado, com a finalidade de apreciar os seguintes
projetos: Projeto de lei nº 269, de 2023, de autoria dos deputados Tenente
Coimbra e Gil Diniz; Projeto de lei nº 872, de 2023, de autoria do deputado
Atila Jacomussi.
Nos mesmos termos, convoco reunião
conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Educação e Cultura,
e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às 14 horas e 30
minutos e, em segunda convocação, às 15 horas, no Salão Nobre Campos Machado,
com a finalidade de apreciar os seguintes projetos: Projeto de lei nº 310, de
2024, de autoria do deputado Felipe Franco; Projeto de lei nº 779, de 2024, de
autoria dos deputados Guto Zacarias e Lucas Bove; Projeto de lei nº 914, de
2024, de autoria do deputado Eduardo Nóbrega.
Nos mesmos termos, convoco reunião
conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação, Transportes e
Comunicações, e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às 14
horas e 30 minutos e, em segunda convocação, às 15 horas, no Salão Nobre Campos
Machado, com a finalidade de apreciar os seguintes projetos: Projeto de lei nº
1.712, de 2023, de autoria do deputado Reis; Projeto de lei nº 6, de 2025, de
autoria da deputada Solange Freitas e do deputado Guilherme Cortez.
Nos mesmos termos, convoco reunião
conjunta das Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Finanças
e Orçamento e Planejamento, a realizar-se amanhã, às 14 horas e 30 minutos, e
em segunda convocação às 15 horas, no Salão Nobre Campos Machado, com a
finalidade de apreciar os seguintes projetos: Projeto de lei nº 914, de 2023,
de autoria do deputado Sebastião Santos, e Projeto de lei nº 139, de 2024, de
autoria do deputado Rafael Saraiva.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - É regimental.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Havendo acordo de
líderes, peço o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Havendo acordo
de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos,
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental com a
mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a
realizar-se hoje, às 17 horas.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 46
minutos.
*
* *