15 DE OUTUBRO DE 2024
49ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO, CARLOS
CEZAR e GILMACI SANTOS
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 16h49min. Coloca em discussão a PEC 1/24,
em primeiro turno.
2 - CARLOS GIANNAZI
Discute a PEC 1/24, em primeiro turno.
3 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência.
4 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
5 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
6 - PAULO FIORILO
Solicita a suspensão da sessão por dez minutos, por acordo
de lideranças.
7 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Anota o pedido.
8 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Defere o pedido do deputado Paulo Fiorilo e suspende a
sessão às 17h12min; reabrindo-a às 17h23min.
10 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Discute a PEC 1/24, em primeiro turno.
11 - LUCAS BOVE
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - REIS
Discute a PEC 1/24, em primeiro turno.
13 - MARCIO NAKASHIMA
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Parabeniza o vereador eleito Ariel Katz, em Taubaté,
presente no plenário.
15 - PAULO MANSUR
Discute a PEC 1/24, em primeiro turno.
16 - TEONILIO BARBA
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
17 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Dá resposta à questão de ordem formulada pelo deputado
Teonilio Barba.
18 - TEONILIO BARBA
Discute a PEC 1/24, em primeiro turno.
19 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência.
20 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
21 - DONATO
Discute a PEC 1/24, em primeiro turno.
22 - MÁRCIA LIA
Discute a PEC 1/24, em primeiro turno.
23 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Encerra a discussão da PEC 1/24, em primeiro turno.
24 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
25 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Parabeniza os professores pelo Dia do
Professor. Levanta a sessão às 18h57min.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição nº 1, de 2024,
de autoria do Sr. Governador.
Em discussão. Dando sequência à lista
de oradores inscritos. Para discutir contra, com a palavra a deputada Monica
Seixas do Movimento Pretas. (Ausente.) Com a palavra o deputado Teonilio Barba.
(Ausente.) Com a palavra o deputado Simão Pedro. (Ausente.) Com a palavra o
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhor presidente, deputado André do Prado, Srs.
Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV
Assembleia, venho a esta tribuna para discutir, Sr. Presidente, contrariamente
a esse projeto, que eu já quero entrar nesse tema, mas sem antes, logicamente,
parabenizar todas as professoras e professores, não só do Estado de São Paulo,
do Brasil, todos os educadores, todos os profissionais da Educação.
Não só o
pessoal da carreira docente, mas também os gestores e, sobretudo, também o
quadro de apoio escolar, Sr. Presidente, os servidores do quadro de apoio
escolar, que são considerados também profissionais da Educação. Hoje é o dia 15
de outubro, dia nacional do professor, e sobretudo da professora, dia
importante.
Mas aqui, de
uma forma lamentável, Sr. Presidente, aqui no estado de São Paulo, a Secretaria
da Educação tinha negado o Dia do Professor. Tinha soltado uma orientação na
semana passada, na última sexta-feira, enquanto nós estávamos aqui na tribuna
exigindo que o dia 15 fosse feriado escolar, como determina a lei estadual
aprovada aqui na Assembleia Legislativa, isso em 1948, ainda na gestão do
Adhemar de Barros.
Como determina
o decreto federal de 1963, ainda na época do presidente João Goulart,
instituindo o feriado nacional escolar, mas a Secretaria estava desrespeitando,
afrontando a legislação estadual, federal e, sobretudo, Sr. Presidente,
demonstrando mais uma vez a política de ódio que o governo Tarcísio/Renato
Federer, empresário da Educação, tem contra o magistério estadual, negando o
dia 15 de outubro.
Então, a
Secretaria da Educação, através das diretorias de ensino, soltou um comunicado
que chegou nas escolas, dizendo que os dias 14 e 15 seriam dias letivos, que
não haveria feriado escolar no dia 15 de outubro.
E tenho aqui,
Sr. Presidente, quero mostrar aqui o comunicado da Secretaria da Educação.
Então, é esse daqui, olha, ele foi emitido lá no dia 11 de outubro, às 13 horas
e 53 minutos, para todas as escolas: Informa que o expediente nas escolas
estaduais está mantido nos dias 14 e 15 de outubro, ou seja, haverá aula
normalmente, uma vez que não há publicação em “Diário Oficial” em sentido
contrário.
Isso aconteceu
na sexta-feira passada, na parte da tarde. A Secretaria da Educação, Renato
Feder, gestão Tarcísio, negando o Dia do Professor, o feriado escolar estadual.
Enquanto a maioria das redes municipais estavam cumprindo a lei, dando feriado
nacional, não sendo dia letivo nessas redes.
Inclusive a
rede particular também hoje não está funcionando. Na rede particular de ensino
do Estado de São Paulo, hoje é feriado escolar, as escolas não estão
funcionando, nem as escolas municipais. Mas aqui está a prova de que a Secretaria
da Educação não estava dando, não estava cumprindo a legislação.
Nós
denunciamos, entramos com representação no Conselho Estadual de Educação,
Ministério Público, fizemos a denúncia e o governo, com medo da repercussão,
percebendo a gravidade da situação, recuou. Sr. Presidente, Srs. Deputados e
Deputadas.
Inclusive tem
aqui a matéria da “Carta Capital” refletindo, dando aqui, espelhando a nossa
ação: parlamentares, nós, chegaram a acionar o Conselho Estadual de Educação e
o gabinete do governador. Foi o que nós fizemos. O meu mandato aqui da
Assembleia Legislativa, o mandato da deputada federal Luciene Cavalcante, daqui
de São Paulo, do PSOL, e também o mandato do vereador Celso Giannazi na Câmara
Municipal.
Os nossos três
mandatos tomaram, nós tomamos essas providências. Imediatamente o Governo
recuou do desgaste, porque a escola particular dando feriado escolar, as redes
municipais. Só o estado que não, mostrando o seu desprezo, o seu ódio contra os
profissionais da Educação.
Aí, o que
aconteceu? Ontem à tarde o Governo soltou uma outra nota, fazendo o recuo, que
é a nota que vou mostrar agora, da Secretaria da Educação. “Em comemoração ao
Dia do Professor...”, ela dizendo que está homenageando os professores, dando o
feriado.
Só que essa
nota saiu no final da tarde. Muitas escolas já estavam sem funcionamento,
porque cinco horas da tarde, seis horas, muitas escolas que não têm o período
noturno já tinham fechado. Elas foram surpreendidas com essa nota.
Todas as
escolas estaduais estavam preparadas para ter aula normalmente hoje, na data de
hoje, o dia 15 de outubro. Elas foram surpreendidas por essa nota, da
Secretaria da Educação, feitas às pressas, por conta da pressão que nós
fizemos.
Ela faz um
recuo, mas praticamente em cima da hora. É um absurdo, um desrespeito sem
precedentes ao Magistério estadual. E dizendo ainda que os professores vão ter
que repor as aulas, o que é um absurdo.
Se é feriado
escolar, não há reposição, os professores não são obrigados a repor, porque aí
não teria sentido. Tanto é que essa decisão, de obrigar o professor a repor o
Dia do Professor, esbarra exatamente no nosso Estatuto do Magistério Estadual,
a Lei complementar nº 444, de 1985.
Então, não tem
cabimento. Nós somos totalmente contra esse tipo de exigência, de reposição das
aulas, dessa aula, desse dia letivo, que é um dia em homenagem ao professor e à
professora. Mas não ficou só nisso. Aí tivemos o improviso, essa ameaça de que
o professor tem que repor. Mas o pior vem aí, Sr. Presidente, Srs. Deputados e
Sras. Deputadas.
Eles não
liberaram os servidores do quadro de apoio escolar - as pessoas que estão lá na
ponta da escola, abrindo a escola, atendendo na secretaria, o pessoal da
merenda escolar, o inspetor de aluno, o agente de organização escolar.
Esses ficaram
de fora, e os gestores também - a direção da escola, a diretora, a
vice-diretora. Essas pessoas são obrigadas a abrirem a escola para nada, não
vai ter aluno. Essas pessoas também são profissionais da Educação. Nós
consideramos...
Nós, não. A
própria lei, a própria LDB considera todos eles. Os gestores são da carreira do
Magistério. O pessoal do quadro de apoio é considerado também, pela LDB,
profissional da Educação.
Então eles
ficaram de fora. Então isso mostra o desprezo. Eles deram o Dia do Professor,
mas não deram, ao mesmo tempo. É uma vergonha isso, é um desprezo sem
precedentes ao Magistério estadual.
Então eu queria
fazer esse relato, essa denúncia, e mostrar que o Magistério ficou revoltado
com isso, os servidores do quadro de apoio escolar e os diretores também, com
essa atitude do governo estadual, que só cedeu por conta da pressão e cedeu
muito mal, fazendo estragos, inclusive.
Quero ainda
falar do que está acontecendo no estado de São Paulo, as consequências nefastas
da privataria. Agora, privataria bolsotucana. Nós tivemos um acidente
gravíssimo, de uma tragédia anunciada.
Agora, em uma
das linhas privatizadas da CPTM, aqui exatamente na zona sul de São Paulo, onde
um trem pegou fogo e quase eletrificou os passageiros. Eu quero mostrar
rapidamente uma matéria, um vídeo, dando conta do que aconteceu nesse acidente.
* * *
- É exibido
vídeo.
* * *
Então essas são
as consequências, Sr. Presidente,
nefastas e perversas da privatização, da privataria bolsotucana, porque é a
Linha 9 - Esmeralda. Então, as linhas privatizadas aqui estão causando esses
incidentes todos, atrasos, fogo, e tantos outros defeitos, prejudicando
imensamente os passageiros. Por isso que nós somos contra essa privataria que
vem tomando conta do estado de São Paulo e da cidade também.
E não tem como
a gente não falar também da Enel, Sr.
Presidente, um escândalo que aconteceu aqui na cidade de São Paulo e na
Grande São Paulo. Mais uma vez a cidade ficou na escuridão total. Isso por
conta, logicamente, da incompetência da Enel, que não investe. Não investiu.
Fez várias
promessas de que estaria fazendo a contratação de funcionários, que iria
contratar 1.200 funcionários. Não contratou nem dez por cento. Ela não fez os
investimentos necessários depois daquele último apagão do ano passado.
E também a
incompetência do prefeito Ricardo Nunes, que não fez poda de árvore, manejo das
árvores. Hoje uma pessoa, para conseguir uma poda de uma árvore, ou corte de
uma árvore, ou o manejo, ela demora um ano, dois anos.
Se eu fizer o
pedido hoje, só daqui um ano que a Prefeitura vai tomar algum tipo de
providência. Se tomar, ainda. Eu já acompanhei casos aqui de três anos e quatro
anos de espera da cidade de São Paulo.
Então, o
governo tem culpa, o governo não fez a lição de casa e não cumpriu uma lei que
nós aprovamos. Eu fui vereador por dois mandatos. Em 2005 nós aprovamos na
Câmara Municipal uma lei obrigando a Prefeitura a fazer o aterramento da fiação
elétrica na cidade de São Paulo. Por ano, segundo a lei, São Paulo, a
Prefeitura tem que fazer o aterramento de 250 quilômetros. Isso não foi feito
até hoje.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.
* * *
Então, a lei
não está sendo cumprida, as medidas não foram tomadas, e a população hoje está
no escuro, em uma verdadeira escuridão, por conta da incompetência, da
irresponsabilidade, do descaso do prefeito Ricardo Nunes, Sr. Presidente, que defende esse
modelo de privatização.
E, por fim, não
tem como também deixar de falar de que nós estamos preocupados. Porque nós já
alertamos que vai acontecer logo, logo, com o abastecimento de água porque a
Sabesp foi privatizada, inclusive pela Assembleia Legislativa.
A base do
governo privatizou aqui. Apoiou e votou a favor do projeto do Tarcísio de
Freitas que entregou a Sabesp para o mercado financeiro, para os acionistas,
para os especuladores da Dívida Pública.
Esse pessoal
vai ganhar muito dinheiro em cima da água, porque o fornecimento de água é um
serviço essencial, o de energia elétrica também. A água nunca poderia ter sido
privatizada, e o Ricardo Nunes defende, defendeu também a privatização da
Sabesp aqui na cidade de São Paulo. Ele foi um aliado do governador Tarciso, em
busca de apoio eleitoral.
Então, nós
estamos preocupados, Sr. Presidente, e estamos tomando medidas, tomando várias
medidas aqui na Assembleia Legislativa, convocando de novo os representantes da
Enel, da Via Imobilidade, para eles deporem nas comissões pertinentes da
Assembleia Legislativa, para explicar o apagão, esse novo apagão, e também o
apagão do transporte, sobretudo nas linhas privatizadas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve
comunicação, Presidente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem, pela
ordem, o deputado Paulo Mansur para uma breve comunicação.
O
SR. PAULO MANSUR - PL
- PARA COMUNICAÇÃO - Só para restabelecer a verdade, porque a Enel, que
fiscaliza, que é federal, porque essa concessão, a gente sabe que é uma
concessão da Enel, é uma concessão federal.
Então quem está
cuidando aqui do estado de São Paulo, do apagão, é o governo federal, não é a
prefeitura. Então se alguém tem que ser atacado aqui é o Boulos, né, que tá
representando o PT dentro aqui de São Paulo.
E eu entrei,
sim, pedindo para o Ministério Público, já em novembro de 2023, quando teve
fortes chuvas e um milhão de pessoas ficaram sem energia por três dias em São
Paulo.
Na época, o
Ministério Público, a Promotoria da Defesa do Consumidor, a gente entrou com um
pedido para eles revisarem o contrato, porque São Paulo está sofrendo com a
Enel, porque não fiscaliza direito esse órgão que é uma concessão federal. Não
tem nada a ver com a Prefeitura de São Paulo.
É importante
agora, neste período eleitoral, vocês não confundirem a cabeça de quem está
assistindo a gente na TV Alesp, que é um verdadeiro absurdo, que é uma
concessão federal, não é uma concessão da prefeitura, então é preciso
restabelecer a verdade, porque isso daí é culpa do governo federal, culpa do governo
Lula.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem pela
ordem o deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente,
para uma comunicação e uma solicitação.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem o tempo
regimental de dois minutos Vossa Excelência.
O
SR. PAULO FIORILO - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Apesar de ser Dia dos Professores - parabenizar os
professores aqui desta Casa -, eu não gostaria aqui de ser professor neste
microfone, para eu poder ajudar alguns deputados a entenderem o que está
acontecendo com a privatização da empresa de energia elétrica.
Primeiro, a
gente precisa entender. Você vai deixar eu falar ou você vai ficar resmungando?
A empresa se chama Enel, ele precisa aprender o nome da empresa. E a Aneel, eu
vou ajudar, e a Aneel é a agência federal que tem lá um bolsonarista indicado
pelo ex-presidente Bolsonaro que é responsável pela fiscalização. Vou ajudar o
deputado a entender, senão ele vai confundir o pessoal. A agência bolsonarista
não tomou nenhuma providência, nenhuma.
Bom, segundo:
daí a agência do estado, Sr. Presidente... Ou ele para de falar...
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Está garantindo o tempo de V.
Exa., deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, porque é impressionante,
não é?
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Estou prestando atenção.
O SR. PAULO FIORILO - PT - E a agência estadual, a Arsesp,
que é responsável pela fiscalização, que é do Governo do Estado - governo que
ele apoia -, também não fiscaliza.
E, pior, se ele
quer tirar a responsabilidade do prefeito, ele deveria dizer aqui no microfone
que poda de árvore, uma parcela grande das podas de árvore, é de
responsabilidade do Nunes, que a questão dos faróis é responsabilidade do
Nunes, que a retirada de árvores que caíram é responsabilidade do Nunes.
Então o cara
vem aqui falar barbaridades sem conhecer nem o nome da empresa, da agência.
Vamos abaixar a bola para não confundir o eleitor, para não confundir quem está
nos acompanhando. A responsabilidade é daqueles que indicaram os bolsonaristas
na agência nacional, que não tomam providência.
Aliás, não é o
primeiro apagão, já é o terceiro, e não teve nenhuma providência. Eu vou dar o
último exemplo para o senhor. O governador Caiado tirou a empresa, a Enel, do
Estado. Tirou. Por que o governador Tarcísio não faz o mesmo, já que a gente
tem aqui, na região metropolitana, a agência prestando serviço?
O
SR. PAULO FIORILO - PT – Eu queria fazer uma
solicitação, Sr. Presidente. A possibilidade de a gente suspender por dez minutos
esse debate da PEC n.º 1, para que a gente possa decidir aqui quais os passos
que a gente vai tomar.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Havendo
acordo entre os líderes...
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Só para uma comunicação antes de fazer a suspensão.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem V. Exa.
o tempo de dois minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA
COMUNICAÇÃO - Eu quero só aqui refrescar aqui a memória do deputado Mansur.
Primeiro, fazer coro com o que disse o deputado Paulo Fiorilo. A agência
nacional que deveria fiscalizar a Enel aqui em São Paulo é bolsonarista. Os
membros indicados são todos bolsonaristas, sobretudo o presidente, que se
omitiu.
É como se fosse
o Banco Central; o presidente Lula não tem como tirar, porque eles têm mandato.
Então, V. Exa., que é um deputado bolsonarista, deveria cobrar os bolsonaristas
da agência nacional.
Primeiro, é
isso. Agora, o governo estadual... embora a concessão seja federal, mas ele
quis, o governo estadual quis privatizar a energia do estado de São Paulo; não
foi o governo federal.
E os deputados
aqui da Assembleia Legislativa votaram a favor da privatização da energia
elétrica para que houvesse aqui uma empresa como essa, uma Enel, estrangeira,
italiana. Lá ela é estatal - inclusive, é semiestatal, enfim. E, por fim, Sr.
Presidente, o deputado Mansur, que está preocupado agora contra essa privatização
da energia elétrica, votou a favor da privatização da água.
Então, daqui a
alguns meses, em um tempo não muito distante, nós vamos ter o apagão da água
também, que V. Exa. e outros deputados da base do Governo votaram
favoravelmente. Vocês defendem essa privataria Bolsotucana. Olhem a situação
dos cemitérios de São Paulo, que V. Exas. defendem também a privatização.
Hoje nós temos
a indústria da morte na Capital. Hoje um velório teve um aumento de 400 por
cento. Hoje está difícil morrer em São Paulo. Se você morre, você tem que pagar
caríssimo por um velório, por um caixão, porque o Ricardo Nunes privatizou até
a morte na Capital.
Muito obrigado.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Só uma breve
comunicação para eu me defender.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Está suspensa
a sessão. Logo após o retorno... Pelo Regimento, está suspensa a sessão.
Nós estamos sem sessão por dez minutos.
*
* *
- Suspensa às 17 horas e 12 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas e 23 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlos
Cezar.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Reaberta a
sessão.
Convido para fazer uso da tribuna,
para discutir a favor o deputado Luiz Claudio Marcolino.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Assembleia
Legislativa; antes de entrar aqui no debate, primeiro colocar aqui o meu
posicionamento.
Sou
contrário ao projeto apresentado, a PEC da Controladoria, mas quero falar um
pouco primeiro em relação ao caos que a nossa cidade viveu ao longo desses
últimos dias em relação à Enel. Mas acho que é importante, primeiro, ajustar
alguns fatos e voltar um pouco no tempo.
O
projeto de privatização da Eletropaulo aconteceu há 30 anos, em 1988, na gestão
ainda do presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele construiu o modelo de
concessão das empresas públicas energéticas, energia no estado de São Paulo, um
modelo de privatização onde ele beneficiou o conjunto das empresas que prestam
serviço hoje no estado de São Paulo.
Esse
processo de privatização que nós tivemos da Eletropaulo, em 1988, trouxe alguns
problemas, que, de fato, o contrato que hoje nós temos de privatização da
Eletropaulo, depois virou a AES Eletropaulo e, hoje, virou Enel, traz algumas
garantias à empresa, em detrimento das necessidades da população do estado de
São Paulo, sejam as pessoas físicas, sejam as pessoas jurídicas.
Olhando o
contrato da Enel, nós fizemos aqui uma CPI no ano passado e na CPI nós levantamos
algumas informações importantes para a população do estado de São Paulo. A
primeira é o olhar dessa empresa, que hoje é uma empresa privada. Ela tem uma
preocupação com o lucro, não com o atendimento da população do estado de São
Paulo, como ela trata o seu consumidor hoje, que é a pessoa que usa a estrutura
da energia elétrica na cidade de São Paulo.
Se você é
morador do Centro Expandido e quando nós falamos de Centro Expandido nós
estamos falando da região da Avenida Bandeirantes até a Avenida Salim Farah
Maluf.
Então, essa
região, da Avenida Bandeirantes até a Salim Farah Maluf, passando pelas
marginais, na cidade de São Paulo, chamam de Centro Expandido. Então, se faltar
luz na região da Paulista, da Bela Vista, do Brooklin, nessas regiões, eles têm
que restabelecer a energia, deputado Barba, em 45 minutos.
Mas se faltar
energia no Campo Limpo, na Cidade Tiradentes, na região de Perus, isso está no
contrato, você pode restabelecer a energia depois de 18 horas. Olhe a diferença
de tratamento.
Se você é tanto
pessoa física como jurídica no Centro Expandido, você tem que restabelecer a
energia em 45 minutos. Se você mora fora do Centro Expandido, na região do
Campo Limpo, do M’Boi, Parelheiros, na região de Perus, na região de Cidade
Tiradentes, Guaianazes, hoje a Enel tem até 18 horas para poder restabelecer a
energia. Nesse caso, que teve o efeito climático, ela demorou muito mais que as
18 horas, muito mais que os 45 minutos.
Mas olhe como o
contrato que foi feito 30 anos atrás continua preservando a empresa. Em um
momento como este, a empresa, utilizando o contrato que tem com a Aneel, fala
que não precisa fazer o restabelecimento de energia, porque é um fato que não é
um fato corriqueiro, não é um fato comum.
Ela se utiliza
dessa parte do contrato, um contrato draconiano, um contrato que foi feito 30
anos atrás, que prejudica a população, em detrimento da empresa Enel, hoje, no
estado de São Paulo, que pega 24 cidades.
É importante
lembrar também que a Enel hoje atua em 24 cidades da Grande São Paulo, pegando
São Paulo, Cotia, Barueri, Osasco, São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema,
Mauá, Taboão da Serra. Então é uma empresa que atende hoje 24 cidades da região
da Grande São Paulo. Não atende o estado inteiro, atende 24.
Mas vamos pegar
outros problemas que têm também em relação, hoje, a essa relação comercial
entre a Enel e os consumidores, pessoa física e jurídica. Quem faz a
fiscalização da empresa Enel no estado de São Paulo é a Arsesp, que é uma
agência reguladora da parte de energia do estado de São Paulo.
A hoje Arsesp
tem apenas 12 servidores para fazer a fiscalização dos 645 municípios no estado
de São Paulo, que têm as empresas que são concedidas para fazer a gestão da
energia no estado de São Paulo. Pasmem, senhores e senhoras, apenas 12
servidores para cuidar da fiscalização do estado de São Paulo.
Então
demonstra, primeiro, um conluio em relação ao Governo do Estado, que tem uma
agência reguladora e fiscalizadora que não o faz, porque existe hoje um
convênio entre a Aneel e a Arsesp.
Hoje, esse
convênio entre a Aneel e a Arsesp, a fiscalização do contrato dessa empresa, da
empresa Enel no estado de São Paulo, é responsabilidade da Arsesp, porque tem
um convênio firmado entre a Aneel e a Arsesp.
Então a Arsesp
é responsável, a agência reguladora, por fazer a fiscalização da Enel hoje no
estado de São Paulo, somente dessas 24 cidades na Grande São Paulo. Então é
importante trazer esse elemento. Foram debates e mais debates na CPI da Enel,
que nós fizemos com a empresa.
Só que, ao mesmo
tempo, nós tiramos aqui alguns encaminhamentos em relação à empresa, porque nós
aprofundamos muito o debate e o entendimento do que é a Enel, na cidade de São
Paulo, e nós tivemos alguns encaminhamentos.
Queria pedir
para colocar aqui a apresentação, para a gente entender o pouco do que foi o
encaminhamento em relação à empresa Enel, que é o relatório da CPI que nós
fizemos.
Primeiro foi
encaminhado por todos os deputados estaduais aqui na CPI, que esse contrato com
a Enel deve ser cancelado. Essa foi a decisão da CPI que nós tiramos no ano
passado, com todos os deputados que participaram da CPI, que esse contrato deva
ser cancelado.
E que o serviço
de energia elétrica deve voltar a ser gerenciado pelo estado de São Paulo, da
mesma forma que hoje é gerenciado pelo estado de Goiás, quando o estado de
Goiás também rescindiu o contrato que tinham com a Enel no estado de Goiás.
A investigação
que nós fizemos aqui pela CPI também conclui que a Enel demonstra uma
incapacidade técnica e administrativa e constata o fracasso do modelo de
privatização do setor realizado em 1998. De novo, um contrato que iniciou, em
1998, há 30 anos atrás, um contrato draconiano que ele defende a empresa, mas
não defende os seus consumidores.
Aqui na próxima
tela, nessa tela, nós pegamos inclusive aqui o apagão de 2023, que teve aqui em
novembro de 2023, e aí o que nós tiramos como uma resolução também no nosso
relatório?
A Enel deve
indenizar todos os prejudicados pela falta de energia prolongada no valor
mínimo de danos morais de cinco mil reais à pessoa física e de, no mínimo, 15
mil reais à pessoa jurídica.
Promover o
atendimento da Enel em todas as 24 cidades atendidas pela Enel no espaço
físico, porque hoje o consumidor liga para a Enel e ele não tem como conversar,
não tem como fazer a sua reclamação e não vê a sua reclamação atendida.
Então, nós
promovemos na CPI que tem que ter uma estrutura física para atendimento do
consumidor da Enel, tanto pessoa física e jurídica, em todas as 24 cidades, um
espaço físico que você possa fazer a sua reclamação. Nós também tivemos aqui
como encaminhamento a necessidade que volte a Enel ser uma empresa pública, ser
reestatizada e volte a ser gerida pelo estado de São Paulo.
Outro ponto que
nós levantamos aqui, quando investigou aqui a falta de manutenção da rede,
redução de trabalhadores efetivos, aumento de condições terceirizadas, a queda
da qualidade de atendimento à população, trouxemos aqui alguns elementos,
mostrando que o investimento na empresa - antes da AES Eletropaulo e, o hoje
Enel - vem reduzindo a cada ano, mesmo aumentando um pouquinho de investimento
em 2022, não chegou no patamar do investimento de 2018. Então, é uma empresa
que já vem sendo sucateada nos últimos dez anos.
A outra recomendação
que nós tiramos em relação à Enel, que é necessário fazer uma adequação nesse
convênio, nesse contrato que foi firmado entre a Aneel e a Arsesp no estado de
São Paulo, e que hoje a Aneel determine a Enel para estabelecer um plano para a
reversão do quadro de mão de obra, passando a contar com a maioria dos
empregados diretos e minoria terceirizada. A proporção que nós fizemos é 60% de
quadro direto da Enel e até 40% de terceirizados.
E a Arsesp
deverá rever o seu contrato para prestação de serviços de fiscalização
delegadas pela Aneel, de modo a permitir a ampliação do quadro de profissionais
fiscais, técnicos, tecnológicos e profissionais com formação de nível superior,
engenheiros, físicos, etc., para melhorar o desempenho de suas obrigações
legais, tendo em vista a preservação do interesse público.
Demonstrando
novamente, a Arsesp conta com, hoje, apenas 12 profissionais no estado de São
Paulo para poder fazer a fiscalização não só da Enel, mas de todas as empresas
de energia no estado de São Paulo.
A outra
informação que nós levantamos, e aqui demonstra o porquê dessa crise na empresa
Enel. Então nós mostramos que, entre 2019 e 2023, a Enel aumentou apenas 1,7 o
número de trabalhadores, enquanto ele reduziu 30,6% do seu quadro próprio e
aumentou em 41,3% o quadro de servidores terceirizados.
Dos 6,7 mil
funcionários que atendem hoje a Enel em São Paulo, apenas 2,4 mil são
contratados pela empresa. Então demonstra que houve uma redução significativa
do número de trabalhadores e de trabalhadoras da Enel. Vou dar um exemplo para
vocês. No ano passado, o Centro de São Paulo ficou uma semana sem ter energia
elétrica. O que aconteceu?
Os cabos
subterrâneos no Centro de São Paulo, os cabos elétricos tiveram um processo de
roubo desses fios elétricos. Só que a Enel demorou uma semana para fazer a
recomposição.
Por que a Enel
não conseguiu fazer essa recomposição, esse restabelecimento da energia no
estado de São Paulo? Não fez porque, naquele momento, a Enel não tinha
profissional capacitado para trabalhar com energia subterrânea.
Porque os
servidores que cuidavam desse tipo de serviço, na Enel, todos eles foram todos
desligados. Ou pelos altos salários, ou por desinteresse da Enel de ter trabalhador,
funcionário da própria empresa, que foi da Eletropaulo, que foi da AES
Eletropaulo, e hoje é da Enel. A Enel simplesmente desligou esses trabalhadores
que conheciam sobre trabalho subterrâneo em relação à energia elétrica.
Outro dado. Nós
propusemos à Enel fazer um plano de contingência, que valeria para o período de
chuvas, em 2023 para 2024. Esse plano não foi apresentado, nem na Assembleia
Legislativa, nem para o Ministério Público, que também fez essa mesma cobrança.
Pode seguir.
A CPI também
não identificou nesse plano, por exemplo, diretrizes de investimento e
modernização da infraestrutura e para melhoria do ambiente externo,
principalmente as árvores e vegetação que oferecem risco à rede elétrica na
área. Isso foi um apontamento, um levantamento que nós fizemos também na CPI da
Enel aqui na Assembleia Legislativa. Pode seguir.
Outro ponto. A
Enel é líder de reclamações, tanto no Procon como em outras empresas também,
que fazem levantamento de denúncias e reclamações da população. A Enel hoje é
uma empresa que é recordista em reclamações dos consumidores do estado de São
Paulo. Pode passar a última.
E a Enel
também, entre os problemas apresentados, relatados junto à CPI: cobrança
indevida, demora na execução dos serviços, instalação e reparos não incluídos,
mal atendimento, mal atendimento do prestador de serviço, qualificação do
serviço, qualidade do serviço prestado e valor abusivo das tarifas. Pode
passar.
Então essas são
algumas das conclusões que nós tiramos na CPI. Concluímos pelo fim do contrato,
que hoje está vigente até 2028. Nós não podemos mais ter a Enel como a empresa
prestadora de serviço no estado de São Paulo. Porque não é uma empresa digna de
atendimento da população da Grande São Paulo.
Não valoriza os
trabalhadores. Terceirizou a maioria hoje dos seus serviços. E terceirizando a
maioria dos serviços nós perdemos muitos profissionais qualificados, da antiga
Eletropaulo, da AES Eletropaulo.
Hoje, com a
Enel, quando ela assume o estado de São Paulo, nós estamos discutindo que é
necessário rever o contrato. E é necessário ter um processo de reestatização.
É o que o mundo
inteiro está fazendo. Estão reestatizando as empresas de água, reestatizando as
empresas de energia. Nesse momento, nós precisamos de uma empresa pública de qualidade
para garantir o bom atendimento à população do estado de São Paulo.
Então o
governador Tarcísio tem a possibilidade de resolver esse problema a partir do
controle que é da Arsesp. E pedir também o rompimento do contrato com a empresa
de energia. Porque a Eletropaulo é uma empresa do Estado de São Paulo, que foi
privatizada em 1998.
Então está no
momento de rever esse modelo de privatização, e voltar essa empresa para o
Governo do Estado de São Paulo, e voltar a ser uma empresa pública.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Continua em
discussão. Convido para fazer uso da tribuna, para discutir contra, o deputado
Reis. Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, pela ordem o deputado Lucas Bove,
para falar.
O
SR. LUCAS BOVE - PL
- PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu só queria rapidamente esclarecer um fato
aqui, que todos sabem do que se trata, que foi denunciado no Conselho de Ética
desta Casa, o qual respeito muito.
Eu estou
passando um momento verdadeiramente muito complicado. Principalmente porque eu,
que vim aqui a esse microfone - nunca fugi aos debates -, estou cerceado de
falar qualquer coisa a respeito do tema. Não posso sequer citar nomes ou citar
o próprio tema, sob pena de ser preso por um processo que corre em segredo de
Justiça e, adicionalmente, por uma liminar movida contra mim.
Eu em momento
algum pedi segredo de Justiça ou pedi qualquer tipo de liminar nesse sentido,
porque quem não deve não teme. Eu tenho a verdade absoluta do meu lado. Fatos
têm sempre dois lados. Histórias, prints, conversas podem ser facilmente
manipuladas. Áudios podem ser facilmente tirados da cronologia dos fatos.
Respeito a
opinião de todos. Respeito inclusive o ativismo da deputada que protocolou o
processo. Em relação, inclusive, ao projeto de resolução da deputada Ediane
Maria, o qual reitera que deputados condenados por violência doméstica devem
ser cassados, eu gostaria de informar e pedir autorização para assinar o
projeto como coautor.
Eu sou
totalmente a favor, desde que condenado e transitado em julgado, da cassação de
qualquer vagabundo que agrediu uma mulher, o que não foi o meu caso. No meu
caso, o que ocorreu eu não posso falar aqui. Eu espero que o Conselho de Ética
acolha sim a decisão, sem problema algum. Acolha sim a solicitação, mas que
incorra em julgamento quando a Justiça permitir que eu me defenda.
É apenas isso, Sr. Presidente, porque mexeu comigo,
mexeu com a minha honra, mexeu com honra da minha família, e eu estou anotando
todos aqueles que têm me condenado sem o devido julgamento, e não é o caso aqui
das deputadas e dos deputados.
Respeito muito
a posição individual de cada um. Só peço que, quando tudo for esclarecido, a
mesma veemência que se tem no momento se tenha para que a Lei Maria da Penha,
que apesar de alguns equívocos, na minha opinião, é uma lei tão importante.
Porque eu sou a
favor de toda e qualquer lei que aumente penas a criminosos. Aliás, eu sou a
favor da pena de morte em caso de estupro, por exemplo. Eu espero a mesma
veemência na defesa do uso correto da Lei Maria da Penha, porque o uso
incorreto dessa lei não só prejudica ao acusado, não só prejudicar a família,
os amigos, os funcionários do acusado; ela prejudica a maioria de mulheres que
realmente, infelizmente, não têm como se defender, não têm postura, não sabem
falar, não têm palco e sofrem diuturnamente violências verdadeiras dentro de
casa.
Abaixo os
agressores de mulheres. Abaixo as falsas acusações. Eu não tenho filhas ainda.
Tenho uma afilhada, tenho mãe, tenho irmã, e seria o primeiro, sou o primeiro a
defender penas severas e cassação em caso de parlamentares que violentem
mulheres.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. Perdoe por me
exaurir no tempo aqui. Eu infelizmente tenho muito para dizer, mas ainda não
posso fazê-lo. Não vejo a hora de poder falar.
Obrigado, Sr. Presidente.
Perdoe-me,
nobre deputado, por exaurir o tempo aqui.
O
SR. PRESIDENTE CARLOS CEZAR - PL - Tem a palavra o
deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, diante
de tudo que eu ouvi aqui hoje, quero dizer ao deputado Paulo Mansur que a
empresa Enel, antes de ser Enel, foi Eletropaulo e, antes de ser Eletropaulo,
ela foi Light.
Então, nós
tínhamos uma empresa que cuidava da questão da energia em São Paulo, que se chamava
Light. Foi o governador Paulo Maluf quem estatizou a Light. Ele comprou a Light
e que passou a chamar-se Eletropaulo. Então, a empresa energética chamava-se
Eletropaulo, uma empresa pública.
E depois veio a
privataria tucana, a ânsia de vender o estado, a política do estado mínimo era
vender tudo que o estado tinha. Em São Paulo implantou-se essa privataria, privatizando,
então, a Eletropaulo. Ela foi vendida para uma empresa americana. Era AES
Eletropaulo e, com o passar do tempo, a Eletropaulo foi vendida, comprada por
essa empresa Enel.
Agora, é fato
que o que aconteceu, esse vendaval que aconteceu em São Paulo, não foi primeira
vez que aconteceu vendaval em São Paulo. Eu era criança, morava lá na Chácara
Santa Maria, e tinha muito mato. De vez em quando, tinha vendaval e derrubava
todas as árvores.
Então, às vezes
as pessoas falam: “não, é o aquecimento global, é o evento climático”. Não, há
muitos anos já tinha vendaval em São Paulo. Isso não começou hoje, não começou
hoje.
O problema é
que a responsabilidade de manejo, da poda de árvores é da Prefeitura, e as
pessoas plantam as árvores debaixo da rede. A própria Prefeitura planta as
árvores debaixo da rede elétrica.
Então,
obviamente, com o vendaval, as quedas de árvores afetam a rede de energia
elétrica. E o grande problema que eu vi nesse processo que aconteceu
sexta-feira à noite, sábado e domingo, foi que o prefeito desapareceu.
Eu não vi o
prefeito convocando as empresas que têm a responsabilidade de cortar as
árvores, de fazer a poda, de remover as árvores. Ele poderia falar: “não, olha,
aconteceu isso, eu estou na rua, estou convocando as empresas”.
Muitos estavam
de folga no sábado e no domingo. O prefeito veio a se apresentar na
segunda-feira. Então, fica muito difícil o deputado chegar aqui e falar que o
Boulos que é o culpado, gente. O Boulos é um candidato a prefeito de São Paulo.
Ele não é o prefeito.
Quem tem a
responsabilidade de cortar as árvores, de remover as árvores, é a Prefeitura,
em que pese que todas as empresas sejam terceirizadas. Todas as empresas são
prestadoras de serviços para a Prefeitura, mas não foram eficientes nesse
processo. “Ah, mas por que a Enel, já que é uma concessão federal?”
Quando era do
Governo do Estado, a concessão também era federal. Quando era Eletropaulo, a
concessão era federal. Quando era a Light, a concessão era federal. Quando
virou Enel, a concessão continua federal.
Mas era uma
empresa pública do estado de São Paulo que foi vendida, assim como foi agora a
Sabesp. Com essa mania de privatizar tudo, acabou também o Governo de São
Paulo... assim como ele fez com a Eletropaulo, a Sabesp também foi privatizada.
Nem sempre
aquilo que é público e é privatizado consegue dar boas respostas para a
sociedade. E aí vamos entender: é ineficiente a Enel e é ineficiente a
Prefeitura de São Paulo.
A Prefeitura de
São Paulo poderia ser mais ativa e ter buscado resposta mais rapidamente, e o
prefeito realmente se escondeu, ele ficou esperando para achar culpados, para
dizer quem ele iria culpar, e acabou aqui o próprio deputado dizendo que o
Boulos é culpado. É um absurdo isso, não é, ter que ouvir isso aqui nesta Casa
de Leis.
Mas, voltando
aqui para a PEC nº 1, a Proposta de Emenda à Construção nº 1, de 2024, que quer
transferir a competência de realizar procedimentos administrativos, inclusive
disciplinares, da Procuradoria-Geral do Estado para a Controladoria-Geral do
Estado.
Desde a Emenda
Constitucional nº 19, de 14 de abril de 2004, incluiu-se o inciso IX ao Art. 99
da Constituição Estadual, atribuindo à PGE a competência para realizar os
aludidos procedimentos administrativos.
Rememorando a
justificativa presente à época ao Sr. Governador, o então procurador-geral do
Estado, Dr. Elival da Silva Ramos, consignou que, abre aspas: “esclareço que o
texto ora submetido à consideração de V. Exa. recebeu sugestões do Sindicato
dos Procuradores do Estado, das autarquias, das fundações e das universidades
públicas do estado de São Paulo e dos órgãos jurídicos das próprias autarquias,
tendo passado pelo exame preliminar da assessoria técnico-legislativa da Casa
Civil de seus gabinetes”.
Observo também
que a proposta em apreço foi aprovada à unanimidade pelo Conselho da
Procuradoria-Geral do Estado, em sessão realizada em 26 de setembro passado,
conforme extrato da Ata nº 79, reunião ordinária, publicada no “Diário
Oficial”.
Assim,
percebe-se que houve grande participação popular e discussão acerca da matéria,
possibilitando, então, que a propositura fosse aprovada e incorporada à Carta
Maior estadual.
Ocorre que, de
maneira surpreendente, o Poder Executivo tenta subtrair da Procuradoria-Geral
do Estado a competência para realizar procedimentos administrativos sem
qualquer motivo para tanto”.
Então, o
governo manda uma PEC fazendo essa alteração, tirando a competência da
Procuradoria-Geral do Estado e passando para a Controladoria. “Frise-se, não há
qualquer estudo, posicionamento institucional da PGE ou qualquer outro dado que
dê supedâneo para a presente alteração legislativa.
Retirar da PGE
a competência de apurar, decidir sobre os procedimentos administrativos
disciplinares é a troca da imparcialidade pela possível parcialidade. Os PADs
serão utilizados como verdadeiros instrumentos de perseguição”.
E isso, eu acho
que esta Casa, que representa o povo, não pode, no meu entendimento, concordar
com essa tese do Governo que tira a imparcialidade para uma possível
parcialidade, para uma possível criação de uma polícia política.
Porque aqueles
gestores que estão ali, que são nomeados pelo governador, são cargos de
confiança do governador, de repente podem não gostar daqueles funcionários e
passar a persegui-los, deputado Barba.
Passar a
persegui-los, porque não são funcionários concursados que estão ali na
Controladoria. Na realidade, é o governador que olha para a Administração
Pública e fala: “Como que eu faço para tirar esse ou aquele?” Sabe que, para
sair da Administração Pública, é só respondendo um processo administrativo com
a ampla defesa.
Então, ele está
tirando de um órgão que hoje é imparcial e quer levar para um órgão que a gente
não sabe, porque cada vez que troca o Governo de plantão, as pessoas que estão
ali à frente daquele órgão, podem ser trocadas, podem ser mudadas.
Isso é muito
perigoso. “A PEC foi publicada em 26 de fevereiro, entrou em fase de pauta por
três sessões até o dia 29 de 2024, conforme o Regimento Interno. Emendas a esse
tipo de propositura requerem no mínimo 32 assinaturas de deputados para serem
protocoladas. Findo o prazo para apresentação de emendas, nenhuma conseguiu as
assinaturas necessárias”.
Esse foi um
outro problema. Os deputados que aqui estão tentaram emendar, fazer as
alterações nesta proposta do Governo, mas não conseguiram as assinaturas. “Em
1º de março de 2024, a PEC deu entrada na CCJR, a única comissão que a aprecia.
Foi designado como relator o nosso presidente que aqui está, o deputado Carlos
Cezar, que apresentou o voto favorável e, uma vez aprovada, a PEC segue na
Ordem do Dia.
Trata-se de uma
proposta de emenda à Constituição visando à revogação do inciso IX do Art. 99
da Constituição do Estado - que eu já tinha lido aqui sobre a posição, na
época, do procurador-geral do Estado, o Dr. Elival da Silva Ramos, sobre quando
foi aprovado aqui esse inciso IX ao Art. 99 da Constituição do Estado, que ele
expõe sobre ser uma das atribuições da Procuradoria-Geral do Estado a
realização de procedimentos administrativos, inclusive disciplinares, não
regulados por lei especial.
A intenção do
Governo é transferir essa atribuição à Controladoria do Estado, conforme nota
da exposição de motivos da propositura”. Então, eu acredito que os deputados
aqui que têm compromisso com a administração pública, com as apurações
realmente imparciais, com os princípios da administração pública, o princípio
da moralidade, da eficiência, porque a Procuradoria-Geral é muito eficiente nas
apurações.
E eu quero crer
que os deputados vão refutar essa tese do governador de plantão, porque ele não
é eterno, em que pese que ele ache que é o imperador, que ele é o dono do
estado de São Paulo, ele não é o dono. O dono é o povo. Ele tem que entender
isso. Eu entendo que os representantes do povo que aqui estão votarão contra
essa PEC e não deixarão que ela prossiga.
Mais um assunto
que quero tratar também, presidente, que causou uma grande revolta entre os
deputados, principalmente da bancada do PT, é a forma como o imperador Dom
Tarcísio de Freitas I trata esta Casa, como ele trata os Srs. Deputados e as
Sras. Deputadas, quando ele aprecia suas proposituras.
Não é só dizer
que é à esquerda, que é à direita ou o que é ao centro. São os projetos de
todos os Srs. Deputados e de todas as Sras. Deputadas que, ao chegarem no Palácio
dos Bandeirantes, são jogados ao lixo, são vetados.
Hoje, inclusive,
eu comecei a falar, no Grande Expediente, de vários projetos importantes que
foram aprovados e que receberam veto do imperador. Desde quando começou esta
legislatura, são cerca de 145 projetos que tiveram veto total, vetados 100 por
cento, e cerca de 53 que, mesmo tendo sido aprovados, tiveram vetos parciais,
ou seja, vários artigos desses projetos também foram ignorados pelo imperador.
Eu tenho
projetos importantes aqui, projetos muito bons e a tese de veto do governador é
um “copia e cola”, é um “Ctrl C” e um “Ctrl V”. Eu já afirmei aqui nesta
tribuna que os vetos devem acontecer quando ferirem o interesse público e forem
inconstitucionais. Se não é inconstitucional e não fere o interesse público,
não cabe veto.
O governador
não pode vetar por vetar, não pode vetar por prazer, sentar na cadeirinha dele
e “quem eu vou ferrar hoje? Ah, está aqui, deputado Conte Lopes. Veto! Ah,
deputado Campetti. Veto! Ah, deputado Paulo Mansur. Veto! Ah, deputada Bebel.
Veto! Deputada Beth Sahão. Veto! Deputada Márcia Lia. Veto!” Não pode, gente.
Não pode.
Vejam projetos
importantes que tenho aqui. Eu peguei toda a relação. Projetos autorizativos,
não são nem impositivos. Projetos autorizativos. Está aqui um do deputado
Guilherme Cortez.
O seu Projeto
nº 80: “Autorizo o Poder Executivo a incluir na grade curricular das escolas da
rede pública do estado a temática Educação Climática”. Nós não estamos vivendo
o aquecimento global, as questões climáticas? O deputado foi lá, construiu um
projeto para introduzir na educação dessas crianças, desses jovens, a educação
climática. Aí vem o “vetador geral”, o imperador: “Veto!”. Parabéns pelo
projeto, deputado Guilherme Cortez.
Depois vem aqui
um outro projeto... Eu tenho mais 15 minutos?
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Não. Para concluir, deputado.
O SR. REIS - PT - Para concluir, Sr. Presidente, eu gostaria de continuar
lendo todos os vetos aqui e farei isso em outra oportunidade, mas dizer ao
governador que ele deveria conversar mais com esta Casa, dialogar mais e
entender que não é fácil aprovar um projeto aqui.
É muito
difícil. É muito difícil, todo o esforço que têm os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas para aprovar um projeto para, no outro dia, ver publicado no “Diário
Oficial” o veto.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Continua em
discussão. Para discutir a favor da Proposta de Emenda à Constituição nº 1, de
2024, convido para fazer uso da tribuna o deputado Paulo Mansur.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para fazer um comunicado?
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem V. Exa. o
tempo de dois minutos, enquanto o deputado se dirige à tribuna. Deputado Marcio
Nakashima.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - PARA COMUNICAÇÃO -
Estamos recebendo aqui o vereador eleito por Taubaté, Ariel Katz. Foi eleito
agora nesse último pleito. Ele é de Taubaté, onde nosso amigo, ex-deputado
Serginho, está disputando o segundo turno, muito bem colocado; acredito que
deva vencer as eleições e precisará do apoio desta Casa para o seu mandato.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Bem-vindo,
vereador.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Seja
bem-vindo. Parabéns pela eleição. Tem a palavra o deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, eu nem precisava subir a esta tribuna para
discutir sobre a Enel, até porque o deputado Marcolino subiu aqui - ele é do PT
- e já demonstrou que, realmente, precisa ser extinta essa empresa dentro do
estado de São Paulo.
Ele mostrou o que
foi concluído dentro da CPI que foi feita dentro da Casa, aqui na Assembleia
Legislativa, que, na conclusão, essa empresa precisa sair do estado de São
Paulo.
Tem um vídeo
que o governador falou hoje. Eu queria colocar para vocês, para vocês entenderem
que o governador e o prefeito Nunes são a favor da saída dessa empresa da
cidade de São Paulo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
O que me chama
a atenção é o deputado Paulo Fiorilo vir aqui...
O SR. TEONILIO BARBA - PT - Uma questão de ordem, Sr. Presidente.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Eu não vou, não dou a palavra.
O SR. TEONILIO BARBA - PT - Não, é uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Questão de ordem tem
prioridade. Pode falar.
O SR. TEONILIO BARBA -
PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Questão
de ordem é direto ao presidente e ao Regimento. Presidente, só para fazer uma
observação e uma premissa aqui com todos os deputados.
Nós estamos debatendo um tema que é o tema da Controladoria.
Eu não tenho problema, porque eu acho que é importante mostrar o vídeo - ouviu,
deputado Paulo Mansur? -, porque o tema é importante, o tema... para o debate
da Enel, do apagão e das árvores caídas.
O problema é que nesta Casa nós já fomos impedidos de passar
vídeo, porque não estava tratando sobre o tema. Então, está tratando de um tema
fora, à parte, que é o tema da Enel. Eu não tenho problema nenhum com vídeo. Eu
quero ver a posição de vocês mesmo.
Só para a gente fazer essa observação. Eu espero que isso
seja relevado em outros momentos quando a gente quiser passar vídeo que não
seja sobre o tema que está sendo debatido. Só para fazer essa observação.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Eu recebo a questão e ordem de
Vossa Excelência. Só para ser justo, nós abrimos essa exceção - exceção -, já
abrimos quando o deputado Marcolino fez o seu pronunciamento. Por isso que foi
aceito que ele passasse, porque foi aberto um precedente.
Continua em
discussão. Tem a palavra o deputado Paulo Mansur.
O SR. PAULO MANSUR - PL - É o que o PT faz, deputado
Barba. É o que vocês fazem. Vocês podem tudo, a gente não pode falar nada. A
gente nunca pode nada. O PT sobe aqui, fala o tempo todo nos 15 minutos, 14
minutos sobre a Enel, e quando um deputado de direita sobe, você vem falar que
a gente não pode discutir o tema também.
O PT é craque
nessa cortina de fumaça. Nada é culpa deles. Eles querem enganar a população.
Esse é o estilo do PT, a gente conhece. Agora, o deputado Paulo Fiorilo vem
falar que a culpa é do Bolsonaro. O apagão na cidade de São Paulo é culpa que
tem funcionários do Bolsonaro. Meu deus do céu.
A empresa foi
privatizada em 1998. Quantos funcionários passaram? Inclusive, quem aparelha o
Estado é o PT. O PT ficou 20 anos no governo federal, a gente sabe, e aparelhou
muitas oligarquias e, com certeza, aparelhou a Enel, até porque o Lula deu uma
declaração ontem falando que vai renovar o contrato com a Enel - vai renovar o
contrato. Ou seja, ele está bem satisfeito. Nós não estamos, São Paulo não está
satisfeita. O Governo do Estado não está satisfeito. A população não está
satisfeita.
Em novembro de
2023, eu fiz um pedido para o Ministério Público para investigar a Enel,
pedindo cassação da Enel dentro do estado de São Paulo, porque um milhão de
pessoas ficaram três dias sem luz.
Agora, está
acontecendo todo esse caos. E aí, os deputados do PT vêm aqui, Marcolino entre
eles, falando que a culpa é da árvore, que a culpa do apagão de São Paulo é da
árvore, que o Nunes não poda as árvores de São Paulo.
Vocês sabiam
que tem seis mil pedidos da prefeitura de São Paulo para a Enel desligar a
força na região onde eles vão podar as árvores? E eles não desligam. Mais de
seis mil pedidos, e eles nunca desligam.
Ou seja, parece
que o governo federal está tramando alguma coisa neste momento para ter um caos
em São Paulo, para levantar palco para o Boulos. Só pode ser isso, porque quem
fiscaliza a cidade de São Paulo no âmbito de energia, essa concessão é federal.
Essa concessão não é do estado de São Paulo, é uma concessão federal.
E tem um detalhe:
tem uma cláusula nesse contrato, que é a cláusula quarta. E aí vocês podem
falar lá com o governo de vocês, com o representante de vocês, que é o Lula. A
cláusula quarta do contrato da Enel diz que a agência reguladora das energias
elétricas do estado de São Paulo pode fazer o pedido para cancelar o contrato.
Essa agência é federal.
Também, na
cláusula décima, o presidente da República pode pedir o cancelamento do
contrato. Só a agência reguladora de energia federal pode pedir o cancelamento
e o presidente da República. Está na cláusula do contrato.
Ou seja, o
governador pode estar pedindo para a empresa sair do estado de São Paulo, o
prefeito Nunes pode estar insatisfeito, mas vão ter dificuldades para a empresa
sair, até porque isso daí está na cláusula do contrato.
Diferente é o
contrato que a gente fez com a Sabesp, que é um contrato que a gente fez agora
em 2023, no final de 2023, que foi um contrato no qual a gente viu os erros que
aconteceram nos contratos anteriores de privatização.
Então o contrato
que temos hoje, que foi feito por esta Casa, foi feito pelo Governo do Estado
de São Paulo, é um contrato moderno, é um contrato que o paulista não vai ter
problema. Ele só vai ter avanços.
Então o que a
gente precisa fazer? Pressionar o governo federal, pressionar o Lula para que
ele cancele esse contrato e não queira renovar esse contrato tão absurdo que
vem prejudicando os paulistas.
Então, se você
que está assistindo agora à TV Alesp tiver alguma dúvida em relação à sua luz
que não está chegando em casa, essa culpa é do presidente Lula, e ele está
apoiando, para a Prefeitura de São Paulo, o “Boules”.
Esse é o
candidato do Lula. Diferente do Nunes, que já se posicionou falando que é
contra essa empresa Enel, é contra a empresa, é a favor da saída dela da cidade
de São Paulo.
Então esse é o
posicionamento do governador Tarcísio, esse é o posicionamento do Nunes aqui
dentro do estado de São Paulo.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Continua em
discussão. Para discutir contra, convido para fazer uso da tribuna o deputado
Teonilio Barba. Vossa Excelência tem o tempo regimental de até 15 minutos.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente Carlos Cezar, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, este debate é
extremamente importante.
Esse debate da
Aneel, esse debate da Enel nos traz à luz do dia o debate a que nós, do PT,
sempre fomos contrários, contrários à privatização de serviços de bens
essenciais à população, como foi feita a privatização da Sabesp aqui, e fomos
contra. E como, na época da privatização de todo o nosso sistema de energia
elétrica do País, nós também fomos contra.
O debate que
está em jogo é... Qual é o debate que está em jogo? Que não só vocês, de
direita, juntamente com o PSDB não só privatizaram o estado brasileiro, como
privatizaram os estados da federação, mas criou as agências reguladoras.
Vocês criaram a
ANA, que é a Agência Nacional das Águas; criaram a Aneel, que é a Agência
Nacional do Sistema de Energia e Eletricidade do país, criaram várias agências
para regular a privatização e para fiscalizar a privatização. Vocês criaram
isso.
Por último,
vocês não contentes, através do governo genocida Jair Messias Bolsonaro,
criaram a autonomia e a independência das agências e do Banco Central. Por isso
que o presidente Lula não pode mexer no presidente do Banco Central, porque ele
tem mandato, e não pode mexer nos presidentes das agências, porque os
presidentes, indicados pelo Bolsonaro, têm mandato. E se o presidente Lula fizer
qualquer intervenção nesse sentido, vai estar descumprindo a lei, podendo até
sofrer um impeachment.
Então, está à
revelia do presidente da Aneel a fiscalização do estado de São Paulo. Isso é
uma coisa, estou aqui reconhecendo que a fiscalização de todo o sistema de
energia do país é da Aneel.
Agora, o que
vocês não estão reconhecendo aqui é a incompetência do governo Ricardo Nunes de
cuidar da questão da poda de árvores, da arborização, da urbanização e da
manutenção da limpeza da cidade, que o problema da cidade não é só a queda das
árvores.
A cidade está
entulhada de lixo pelas ruas no governo do Ricardo Nunes, bolsonarista, apoiado
pelo governador Tarcísio, que é outro bolsonarista, exímio bolsonarista, e o
Lula com as mãos atadas em relação às agências.
Diferentemente
da Anvisa, que é uma agência nacional e tem lá, se não me engano, um brigadeiro
da Aeronáutica que fez um trabalho fantástico durante a pandemia e não foi
negacionista, como o Bolsonaro queria que ele fosse, botou a Anvisa para
trabalhar a favor da ciência e a favor da vacina.
Agora há pouco,
o deputado Reis narrava aqui um projeto vetado, aprovado nesta Casa e vetado do
deputado Guilherme Cortez, que é o projeto que trata do debate de incluir no
sistema de educação a questão ambiental. Por que ele veta? Porque também é um
negacionista em algumas partes em relação àquilo que o Bolsonaro fez no país.
Então, o
deputado Paulo Mansur sobe aqui e não dá todos os fatos verdadeiros. Hoje, a
responsabilidade da fiscalização do sistema de energia é da Aneel, mas ele não
faz a fiscalização porque é um bolsonarista negacionista igual foi o governo do
Bolsonaro.
Então, isso é
para trazer à luz do dia o debate sobre a questão da tempestade, das alterações
climáticas que os terraplanistas bolsonaristas não acreditam que está havendo
uma mudança climática, que aquilo que era previsível de estar um grau e meio
mais quente daqui a 20 anos, depois lá em 2050, já está acontecendo dentro dos
próximos dois anos.
Então, eu
queria deixar esse recado para os bolsonaristas, para os nunistas e para os
tarcisistas, para os negacionistas. Portanto, o Guilherme Boulos tem razão
quando fala que o Nunes é um incompetente que não consegue fazer a gestão da
cidade de São Paulo porque é um prefeito fraco, não tem pulso e tem medo. E
começou a negar a vacina e não respondeu, ontem no debate, a pergunta sobre a
questão da vacina.
Agora, quero
voltar para o debate aqui, que é o debate da PEC 1. Primeiro, Professora Bebel,
a PEC 1, que trata da Controladoria, estava vinculada à questão da PEC 9, que
estava sofrendo uma mobilização muito grande e uma resistência muito grande,
inclusive em função de alguns atores, apoiadores do atual governo, que também
resistiram à mudança da PEC 9.
O que o
governador fez? Separou e criou a PEC 1 para discutir a questão da
Controladoria. A principal coisa que ele quer, o objetivo que o governador tem
é destruir aquilo que existia dentro da Procuradoria Geral do Estado, que é um
processo chamado PPD, Procedimentos de Processos Disciplinares.
Como é que um
servidor de carreira entra no serviço do Estado? Primeiro, ele presta um
concurso, é aprovado no concurso, tem três anos de estágio probatório; vencido
os três anos, ele vira um concursado do Estado.
Em algum
momento, se ele tiver algum problema disciplinar, o governo pode ir lá e
demiti-lo, igual ao setor privado, deputada Beth, em que o patrão contrata, tem
um problema disciplinar, vai lá e demite? No Estado é diferente, tem que se
montar um processo administrativo.
Quem cuidava
desses processos administrativos? A Procuradoria Geral do Estado, através de
uma lei não regulamentar, citada aqui pelo deputado Reis, que está lá no Art.
99, que qualquer caso de problema disciplinar ia para a Procuradoria Geral do
Estado.
Esse projeto da
Controladoria tenta extinguir exatamente a PPD, que é o procedimento processual
de disciplinar dos servidores. Primeiro, para criar a Procuradoria, ele tem que
criar um gabinete geral do controlador-geral do Estado, Auditoria Geral do
Estado, Subsecretaria de Integridade, Corregedoria Geral do Estado, Ouvidoria
Geral do Estado e, sexto, uma subsecretaria de combate à corrupção, que aí nós
não temos problema, nós concordamos que todo tipo de corrupção tem que ser
combatido.
Mas veja bem, a
partir do Art. 31, o projeto apresentado pelo governo paulista modifica
diversas leis, entre elas o Estatuto do Servidor Público, no sentido de retirar
os poderes do procurador-geral do Estado em realizar procedimentos
administrativos disciplinares. O Art. 33, inciso I e inciso II, desta
prerrogativa constitucional atinente ao procurador-geral do Estado, que era
assim que aconteciam as coisas.
Aí nós vamos
lá, ainda falando da PEC da Controladoria, nós vamos lá para o Art. 99, que
trata o seguinte, Art. 99 da Constituição Estadual: aponta para as funções
institucionais da Procuradoria Geral do Estado, inciso IX, realizar
procedimentos administrativos, inclusive disciplinares, não regulados por lei,
a incumbência de conduzir procedimentos administrativos e disciplinares há
décadas atribuídos à Procuradoria de Procedimentos Disciplinares, a PPD, um
órgão especializado em Procuradoria Geral do Estado, com notável excelência e
independência.
A PPD assegura
a plenitude do direito de defesa e contraditório, ao mesmo tempo em que fornece
subsídios às secretarias e superintendências para decidir sobre questões
disciplinares envolvendo os seus servidores.
Tal eficiência
se reflete em uma taxa de revisão judicial das decisões extremamente baixa,
significativa e inferior àquelas observadas em órgãos correcionais específicos,
como das Polícias Civil e Polícia Militar do Estado.
Outro ponto
preocupante questionado é o de unificar as funções fiscalizadoras e acusatórias
da Controladoria, que é o que visa PEC da Controladoria.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Gilmaci Santos.
* * *
Veja bem, se
tratando de casos que foram cuidados e a eficiência do órgão, foram presididos
pela PPD 4.896 casos de procedimentos disciplinares. Foram emitidas 1.138
portarias instauradas de processos disciplinares. Concluídos, foram 1.284
sindicâncias e processos disciplinares.
Além da
realização de 3.169 audiências de trabalhadores que estavam sofrendo algum
processo disciplinar por algum motivo e de 6.261 depoimentos, que são pessoas
que são arroladas como testemunhas nos procedimentos disciplinares.
Então, o que
essa PEC da Controladoria visa trazer para o debate do dia a dia? Além de
trazer para ser o controlador-geral um cara chamado Wagner Rosário. Todo mundo
já ouviu falar desse nome, que é um dos nomes que participou daquela reunião,
que foi gravada por uma pessoa do governo Bolsonaro, onde se discutia e onde
ele perguntava se a reunião estava sendo gravada. E era a reunião que estava
preparando, inclusive, o golpe para o 8 de janeiro.
Então esse é o
cara que foi nomeado pelo governador Tarcísio para ser o controlador-geral do
Estado. Tira da Procuradoria-Geral do Estado, extingue a PPD, que é um órgão de
excelência, porque qualquer trabalhador é igual nós aqui, qualquer um de nós
aqui que for acusado de qualquer coisa, nós temos o direito ao contraditório e
à total defesa.
E, se ficar
comprovado que nós fomos culpados mesmo, nós somos colocados à disposição de
sofrer qualquer sanção que esta Casa apresente. Se é suspensão, se é cassação
de mandato, se é um afastamento, se é uma advertência.
Então, qualquer
servidor público - e o Major Mecca e o Coronel Conte Lopes, que fizeram
carreira na Polícia Militar, que também tem órgão corregedor e sabe qual é o
risco... se tiver lá uma pessoa na Corregedoria, o risco que tem se o cara não
gostar de você, de realmente trabalhar, para que você seja expulso da
corporação.
Então nós do
Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, nós fomos sempre os defensores
desses instrumentos, que são instrumentos importantes, como é a PPD, dentro da
Procuradoria-Geral do Estado.
E ela, com a
aprovação da controladoria, estará sendo extinta. E os servidores públicos de
carreira do Estado passarão a contar com “se ele é amigo ou não do
controlador”, com “se ele é amigo ou não do rei”.
Portanto, Sr.
Presidente, é por isso que nós somos contrários a essa PEC. Estamos pedindo a
todos os deputados que rejeitem essa PEC. Por último, eu quero aqui, Professora
Bebel, aproveitar para parabenizar todas as professoras desta Casa, as
deputadas que são professoras, os deputados que são professores, porque hoje,
dia 15, é dia dos professores.
Nenhum de nós
somos nada se não começar lá na pré-escola, lá no nosso ensino infantil, depois
no ensino fundamental, depois no ensino médio, depois no ensino superior. E
vocês, professores, trabalhadoras da Educação, dentro de sala de aulas, com 40,
50, 60 alunos, sem condições de trabalho, e agora o Governo do Estado
fazendo...
Eu apresentei
para a senhora uma denúncia, o fechamento do ensino noturno, do ensino médio,
na Escola Nelson Monteiro, lá em São Bernardo do Campo. Doze salas de aula,
acabando o ensino noturno do ensino médio, mandando para a escola durante o
dia, deputado Donato, e os alunos, todos acima de... todos do segundo e
terceiro ano, todos eles trabalham durante o dia e estudam durante a noite.
Então, deixar o nosso protesto contra essa ação da Seduc e do secretário Renato
Feder.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Com a palavra, para falar contra, o nobre deputado Donato.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma pequena comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Enquanto o orador se dirige à tribuna, tem Vossa Excelência.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada. Eu quero fazer coro com o que disse o
deputado Barba, no que diz respeito ao fechamento do ensino noturno. Tem sido
uma pauta insistente da nossa parte, da Apeoesp, não só, mas também o nosso
mandato.
Porque, quando
fecha o noturno, nós estamos tirando oportunidade daqueles estudantes que não
têm oportunidade de não trabalhar, ou seja, só estudar, ou fazer o ensino
integral, deles estudarem noturno.
Então nós
precisamos veementemente que haja a reabertura dessas salas de aula. Porque
isso significa que poderá haver uma evasão. Eles vão deixar de estudar na idade
própria, para depois voltar para fazer ensino de jovens e adultos. E aí é uma
injustiça.
Porque poderia
perfeitamente cumprir a sua escolaridade agora, ainda que no noturno. Não é do
nosso gosto. Costumo dizer: não resolvemos o problema econômico do País e,
portanto, as famílias precisam dos salários deles para poder ajudar em casa.
Então isso cria uma outra demanda, que é uma demanda social. Por isso, o senhor
tenha certeza de que nós vamos estar juntos nessa luta.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputada. Com a palavra, deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, todos que nos acompanham pelas redes da Alesp.
Que bom que o
deputado Gilmaci preside esta sessão. Porque ele, na qualidade de líder do
Governo, pode ouvir um pouco os meus reclamos com esse governo. Eu quero começar
por isso. Eu vou discutir o tema, vou discutir apagão, eu vou discutir tudo.
Mas eu quero começar pela relação do governador, do governo Tarcísio, com esta
Casa.
Eu já tive dois
projetos aprovados no plenário desta Casa. Um primeiro projeto, que dizia
respeito ao IPVA do carro elétrico, que tinha toda uma sinalização de ser
sancionado.
Depois o
governo mudou de opinião, vetou o meu projeto, e mandou um projeto muito pior,
que está aqui em debate. Mas eu posso até entender que tem uma questão de mérito,
de divergência, enfim. Posso até entender.
Esse ano
aprovei outro projeto, que esse eu não consigo entender o veto. As razões de
veto são ridículas. É uma lei que já existe na cidade de São Paulo, que já
existe em outros estados, que é um programa de segurança aquática. O que é
isso? Programa de prevenção de afogamentos.
É um programa
que várias entidades que trabalham com essa questão, inclusive entidades
próximas do Corpo de Bombeiros, apoiam a ideia de você ter um programa
estruturado de prevenção de afogamentos. Milhares de pessoas morrem no Brasil,
por afogamentos.
É a maior causa
de morte de um a quatro anos, de crianças pequenas e bebês. Ou seja, era um
projeto autorizativo, não tinha impacto orçamentário, não mexia na estrutura
administrativa do governo, e foi vetado.
Eu entendi o
recado. O recado está dado, está compreendido. O governo não se importa com o
mérito do projeto. Ele quer retaliar a oposição. Se é essa a relação que é para
ter, terá. É isso que eu quero dizer aqui. Da minha parte, terá essa relação.
O governo joga
com as brancas. Jogou, a resposta vai ser dada na altura que o governo jogou.
Eu sempre gostei de fazer o debate na minha prática legislativa. Posição
política é posição política, a gente vai até o fim. Mas a gente tem razoabilidade.
Por exemplo, na
Comissão de Transporte, eu e o deputado Enio Tatto demos quórum para poder
aprovar o presidente da Artesp. Podia ter ido embora, e não tinha o presidente
da Artesp até hoje, porque a base está aí, fazendo campanha, está em outros
lugares, e não tinha o presidente da Artesp. Demos o quórum.
Então, se esses
gestos não merecem nenhuma consideração por parte do governo, a gente vai
trabalhar com a mesma moeda. Evidente, o governo tem um canhão e eu tenho um
estilingue, mas, às vezes, uma estilingada acerta o olho, machuca.
Então, nós
vamos dar nossas estilingadas, a começar daqui, sem ter trégua para o governo,
vai ter que discutir tudo e vai ter que pôr a base para votar, para começar. E
nas comissões também vai ser dessa forma, sem nenhum tipo de concessão.
Feita essa
introdução, eu queria discutir a PEC. E aqui não é uma questão de obstrução por
obstrução, tem um problema de fundo nessa PEC, gravíssimo, gravíssimo, de
aparelhamento do Estado. Aqui foi dito que a esquerda, o PT, aparelha o Estado
para esconder o aparelhamento que está acontecendo aqui.
Já aconteceu na
Secretaria de Segurança, na Polícia Militar. A gente viu o afastamento dos
coronéis, colocando coronéis bolsonaristas. Nós estamos vendo esse processo de
aparelhamento, e aqui se trata de aparelhar e de usar uma estrutura pública
para perseguição política, e eu vou explicar.
A grande
mudança aqui é em um artigo e um inciso, o Art. 99 da Constituição. “São
funções institucionais da Procuradoria-Geral do Estado realizar procedimentos
administrativos, inclusive disciplinares, não regulados por lei especial.”
Ou seja, todos
os procedimentos de investigação, de acompanhamento de faltas do servidor
público são feitos por um órgão de Estado, composto por procuradores estáveis,
concursados, e não por indicações políticas - esse é o problema de fundo -, e
transfere isso para a Controladoria-Geral do Estado, que não tem a mesma
estrutura. Não tem a mesma estrutura.
O órgão do
estado, da Procuradoria, que faz isso, faz isso bem. Tem os números aqui, a
gente pode citar. Porque não basta você fazer um processo, não importa se
condena ou se absolve.
Ele tem que ser
um processo correto, que possa ser validado na Justiça. Essa é a grande régua
de medir se o processo foi bem feito ou não, se o processo, a punição ou a
absolvição dada na instância administrativa é referendada na Justiça.
E a grande
maioria dos procedimentos da Procuradoria são referendados na Justiça. Ou seja,
não tem mudança de posição pela Justiça. Isso é fundamental para dar segurança,
estabilidade, conforto para o funcionalismo, que ele não vai ser vítima de
perseguição política ou de outra forma.
Ao transferir
isso para a Controladoria-Geral do Estado, nós temos uma grave ameaça. Primeiro
que não tem a mesma estrutura. Segundo, vamos ver quem é o Controlador-Geral do
Estado. Vou ler aqui rapidamente.
“Wagner de
Campos Rosário é um auditor e ex-militar brasileiro. Foi ministro-chefe da
Controladoria-Geral da União de 2017 a 2022, durante os governos de Michel
Temer e Jair Bolsonaro.
Atualmente é
secretário da Controladoria-Geral do Estado de São Paulo. Matéria do “Metrópoles”.
“Na reunião com Dinâmica Golpista, que embasou a operação da PF contra Jair
Bolsonaro e aliados, o então ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner
Rosário...”. Esse próprio aqui. “Chamou de ‘uma merda’ um relatório técnico que
não encontrou fraude no sistema de votação e que foi engavetado pelo governo
Bolsonaro.”
É esse senhor
que está aqui, que atentou contra o Estado Democrático de Direito, contra as
urnas eletrônicas, contra o processo sagrado de votação que nos trouxe a todos
aqui. É esse o Controlador-Geral. É esse que vai lidar com os procedimentos
disciplinares dos funcionários públicos do Estado de São Paulo.
Olha o risco,
olha o risco. É gravíssimo o que está acontecendo aqui. Naquela reunião
ministerial, em julho de 2022, Rosário defendeu a Bolsonaro uma força-tarefa
urgente com a PF e as Forças Armadas para criticar as urnas eletrônicas. Esse é
o Controlador-Geral do Estado que vai julgar todos os funcionários públicos do
Estado de São Paulo.
Isso é gravíssimo,
isso é aparelhamento, isso é, é assim, não se tem por que fazer isso. Se você
tem um órgão que há dezenas de anos faz isso e faz bem, por que mudar? Só pode
ser um plano de controle das instituições, de perseguição política, de ameaça,
é isso que nós não podemos tolerar. Por isso que tem uma questão de fundo aqui
que nós não vamos aceitar.
Não podemos
aceitar essa votação, essa PEC. Ela é irresponsável, ela é um atentado à
democracia no estado de São Paulo, é um atentado ao bom exercício do
funcionalismo público, porque ele vai estar sob ameaça permanente de um pequeno
ditador, vimos aí, pequeno ou grande, não sei. Pode ser até que seja maior -
espero que não seja -, mas que tem essas convicções, é um cara que atacou as
urnas eletrônicas, que atacou, portanto, a democracia no Brasil.
É esse o senhor
que está aqui na Controladoria, aparelhando, de fato, isso sim é aparelhar um
órgão de controle para os seus interesses próprios. Escreva o que eu estou
falando, se essa PEC for aprovada - escreva o que eu estou falando; gravem,
porque é muito duro o que está aqui.
Então, essa é a
principal razão para que a gente não possa apoiar essa PEC. Não tem o menor
sentido. Não tem o menor sentido. Vamos trazer aqui o controlador-geral do
Estado, vamos trazer o procurador-geral do Estado.
Eu quero que o
procurador-geral do Estado diga: “eu sou um incompetente, eu não consigo fazer
o que a minha corporação sempre fez, e eu vou passar para um órgão com menos
estrutura, mas muito ligado ao governador. Muito ligado ideologicamente e
politicamente ao governador.
Então não dá
para aceitar isso. Eu acho que a gente tem que aprofundar esse debate, fazer
uma audiência pública, chamar o procurador-geral do Estado, chamar o
controlador-geral do Estado, e fazer esse debate aqui com os 94 deputados e
deputadas, porque não é uma decisão simples. “Ah, está mudando um artigo da
Constituição, um inciso de um artigo”, não é? Inciso IX do Art. 99. Mas é gravíssimo
o que está sendo mudado aqui. Então, é inaceitável.
Por fim, falar
um pouco da... Aqui, já que foi o debate, eu me atrevo a entrar nele. Sobre a
Enel, a Aneel, a Arsesp. O que o governador está fazendo aqui é uma pouca
vergonha, esse vídeo que apareceu agora, tirando o corpo fora da
responsabilidade dele.
Primeiro que é
um privatista de mão cheia e vem nos acusar. Ele é o privatista, ele que
defende privatização como solução para tudo e, agora, em um momento de disputa
política, que seu afilhado, o seu protegido, que faz parte do seu projeto
político de candidato a presidente da República, está em uma situação difícil
porque é um incompetente na cidade de São Paulo...
E eu fui
vereador 18 anos em São Paulo, moro na cidade de São Paulo. Fiquei no apagão
até ontem, uma hora da manhã. Fiquei 75 horas sem energia elétrica em casa e
sem internet. Imagina no mundo de hoje o que é isso, com criança pequena, com
sogra. É dramático.
Mas, enfim, o
governador tem que cumprir as suas funções. Vamos rememorar o que o Marcolino
já disse, o Barba já disse, todos já disseram aqui, o Fiorilo já disse. A
privatização, a Eletropaulo era uma empresa do estado de São Paulo.
O estado de São
Paulo a privatizou, mas ela sempre foi uma concessão federal, porque o sistema
elétrico é nacional, ele é interligado, então ele não pode ser estadual. Ele é
uma concessão federal. Ganhou em 98 a AES em um consórcio e, depois, ela
hegemonizou e virou a AES Eletropaulo até 2018. Em 2018, teve um novo
procedimento lá no governo Temer, ganha a Enel.
Nesse tempo
todo, sempre quem fiscalizou foi a Aneel. Ela fiscaliza e regula, mas quem
fiscaliza o dia a dia é um convênio com a Arsesp. Quer que eu leia? Desde 98,
está aqui, eu estou com o convênio aqui, é só olhar.
Quem fiscaliza
o dia a dia, se tem funcionários, procedimentos, é a Arsesp. E a Arsesp, do
Governo do Estado, com os seus diretores já nomeados pelo governador Tarcísio,
está inerte.
Eu fiz um
requerimento de informação o ano passado, logo depois do apagão de novembro
sobre quais ações tinham sido tomadas de 2020 a 2024 - este ano, na verdade, eu
fiz esse requerimento, começo deste ano. Seis, seis fiscalizações foram feitas
pela Arsesp. CPI da Enel, que esta Casa promoveu - o deputado Marcolino fez
parte -, vamos ver o que fala o relatório da CPI da Enel.
No relatório da
CPI da Enel, o presidente da Arsesp fala o quê? “Eu não consigo fiscalizar
porque eu tenho poucos funcionários”. Está no relatório desta Casa, relatório
da Arsesp desta Casa. Quem fiscaliza a Enel em São Paulo é a Arsesp, o dia a
dia, se tem funcionário, se o plano de contingência funciona, se está fazendo o
programa de manutenção, é a Arsesp, é o Governo do Estado.
Eles querem
tirar o corpo fora agora. E a crítica que a gente faz ao prefeito Ricardo Nunes
está vinculada a isso: 50% das ocorrências de falta de energia é de queda de
árvore na rede. Então, é evidente que quem cuida das árvores é o prefeito. É
evidente que ele tem culpa no cartório, e muita culpa.
Hoje mesmo
recebi um vídeo lá do Jardim Maria Sampaio, lá no Campo Limpo. Árvore caída na
rua, não tem fio, não tem nada; árvore caída na rua há quatro dias. Tem 220
equipes de corte de árvore em São Paulo e os caras não conseguem, depois de
quatro dias, retirar uma árvore que está fechando a rua. Para não dizer de
casos mais dramáticos que aconteceram. Então, é uma vergonha a incapacidade do
prefeito de um evento que já havia acontecido em novembro.
Ou seja, a
incapacidade de se prevenir minimamente para atuar. Incapacidade de liderar o
processo. Incapacidade de cobrar os órgãos, de cobrar a Aneel, sim. A gente
defende também que se rompa o contrato. Ninguém está aqui para defender a Enel,
mas a gente acha muito esquisito que os privatistas venham atacar a Enel agora,
de conveniência.
Depois do dia
27 eles já vão estar amiguinho da Enel de novo. Quer escrever? Quer ver? Vamos
testar? Dia 28 já estão dando um jeito de manter as coisas como estão, mas até
dia 27 tem eleição, precisa falar grosso, para esconder a culpa do seu
candidato a prefeito, um incompetente, incapaz, fraco, que não lidera a cidade
de São Paulo e não consegue combater o mínimo, fazer o mínimo para dar um
conforto para a vida das pessoas a uma situação de caos que a cidade viveu.
Caos anunciado,
o INMET anunciou 48 horas antes que teria ventos de 100 quilômetros por hora em
São Paulo, 48 horas antes. Eu tenho aqui um aplicativo que eu recebo SMS da
Defesa Civil. Sabe que horas eu fui notificado que teria uma tempestade? Às
oito horas da noite, quando já tinha acabado a tempestade.
É isso.
Então não dá
para aceitar isso, por isso que dia 27 de outubro São Paulo vai mudar.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado. Com a palavra para falar contra, a deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - Sr. Presidente, boa
noite. Quanto tempo falta?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Vossa Excelência tem os 15 minutos.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Os 15 minutos, ok. Muito boa noite a todos e a todas.
Eu acho que o nosso discurso, nesse momento, será, mais uma vez, a gente
conversar sobre a situação da cidade de São Paulo, porque, Barba, a cidade de
São Paulo está ainda, quatro dias após as tempestades, ainda está com muita
gente, mais de 300 mil pessoas ainda estão sem energia elétrica na cidade de
São Paulo e aí vem alguns cinco dias... cinco dias; o pessoal está me falando
lá que já tem cinco dias.
E quem sofre
são as crianças, quem sofre são as donas de casa, quem sofre são os pequenos
comerciantes que perderam tudo o que eles tinham guardado nas suas geladeiras.
Quem sofre, na
verdade, são as pessoas mais pobres que lutam com a vida, com o dia a dia.
Então, nós estamos diante de uma situação bastante difícil na cidade de São
Paulo e alguns dos nossos colegas vieram até aqui para dizer que a
responsabilidade do que está acontecendo, de não termos conseguido denunciar a
Enel, é culpa do governo federal.
Então, assim,
já foi dito, mas eu acho que é muito bom que a gente possa utilizar este espaço
para esclarecer para as pessoas que, na verdade, quem preside a Aneel é uma
pessoa que foi indicada pelo Sr. Presidente da República anterior, o Sr. Jair
Messias Bolsonaro, e que essa pessoa tem mandato. Portanto, esse mandato tem
que ser respeitado.
Nós estamos
tendo que suportar um presidente do Banco Central do Brasil que foi também
empossado por um mandato e esse mandato será dele enquanto estiver no exercício
do tempo regulamentado para que ele nesse mandato fique. Então, o presidente da
Aneel, essa agência reguladora, tem mandato fixo e esse mandato será, portanto,
respeitado.
Quem tem que
romper, na verdade, o contrato com a Enel não é o nosso governo do presidente
Lula, o governo federal, mas sim a Aneel, ou seja, alguém que foi colocado lá
na agência reguladora pelo Sr. Presidente Bolsonaro.
Essa pessoa que
tem a legitimidade, que tem a atribuição de fazer esse rompimento com justa
causa do ponto de vista legal, deputado Marcolino, justa causa para esse
rompimento, já que não é a primeira vez e que incessantemente, todas as vezes
em que cai uma chuvinha um pouquinho mais forte, o povo de São Paulo fica com
todos os prejuízos e a gente não tem controle sobre essa situação.
Outra coisa que
também eu acho que a gente precisa lembrar as pessoas é da falta de poda de
árvores aqui na cidade de São Paulo, da falta de cuidados com a zeladoria da
cidade de São Paulo.
Porque muitas
dessas árvores, se tivessem sido observadas do ponto de vista da sua situação
de qualidade da árvore, ela poderia ter sido identificada como sendo uma árvore
com problemas, uma árvore sadia, e a gente teria evitado que muitas árvores
tivessem sido arrancadas, destruídas, inclusive com a morte de pessoas.
Então, eu acho
que o que falta mesmo na cidade de São Paulo é um prefeito. Falta prefeito na
cidade de São Paulo. A cidade de São Paulo hoje está à mercê de uma agência
reguladora que não toma providências e também de um prefeito que é
absolutamente incompetente.
Por falar em
incompetência, quero também falar sobre a PEC 1, de 2024, que está sendo
debatida aqui pelos nossos companheiros. Essa PEC se propõe a estabelecer uma
mudança em quem é que conduz os processos disciplinares dos servidores públicos
do estado de São Paulo, tirando a competência que há décadas pertence à
Procuradoria Geral do Estado, a PGE.
A PGE é a
responsável, historicamente, por cuidar dos procedimentos disciplinares. E por
que é importante que a PGE continue à frente da verificação de se o servidor
público cometeu ou não um ilícito, cometeu ou não uma falta? Porque os
procuradores da PGE são investidos no cargo por concurso público.
São pessoas que
têm - pelo menos a gente imagina que tenham - condição de ter imparcialidade,
não parcialidade. E o governador quer tirar essa possibilidade de que a
Procuradoria Geral do Estado, através de um órgão que chama PPB. Uma das
atribuições desse órgão é exatamente cuidar só dos processos disciplinares.
O que nós
queremos dizer para o Sr. Governador? Sr. Governador, as coisas não podem ser
decididas quando a questão é disciplinar alguém que se coloque do ponto de
vista da política e não do que estabelece a legislação sobre aquela situação
fática.
O que acontece?
Acontece que se nós permitimos, deputada Bebel, que a Procuradoria Geral do
Estado não mais cuide dos procedimentos disciplinares, nós vamos passar para a
Controladoria Geral do Estado e haverá, com certeza, muita gente que será
prejudicada, que vai sofrer as consequências desse processo.
Então, nós nos
colocamos contrários a essa lei, a essa PEC, a essa proposta de emenda
constitucional, até porque ela vem também para, depois, modificar uma lei
complementar, um PLC, que é o PLC 1361, que vai estabelecer uma carreira de
auditor estadual de controle do Quadro da Controladoria Geral do Estado.
Eles não podem
aprovar o projeto de lei complementar sem que nós tenhamos a mudança na
Constituição do Estado, senão haverá uma flagrante inconstitucionalidade dessa
lei complementar.
Nós entendemos,
a bancada do Partido dos Trabalhadores entende que o que está bom, o que está
dando certo, o que tem história nesse estado de São Paulo, a gente tem que
preservar. Nós entendemos que não há necessidade da mudança, de que os
processos disciplinares venham para a Controladoria Geral do Estado.
Eu quero
aproveitar essa oportunidade também, algumas pessoas levantando ali os cartazes
pedindo o fim da violência contra as mulheres, e é, de fato, algo que a gente
precisa observar. As mulheres têm sido sacrificadas por um estado que pouco
cuida das nossas mulheres, que pouco pune quem pratica violência em todas as
suas formas de violência e nós não podemos mais conviver com a violência contra
as mulheres.
Portanto,
parabéns às nossas mulheres que estão aí defendendo o fim da violência contra
as mulheres em qualquer órgão, em qualquer instituição, de qualquer forma e que
ela seja feita por qualquer pessoa. Nós temos que combater a violência contra
as mulheres.
E para encerrar
a minha fala, como hoje, Sr. Presidente, é Dia dos Professores e eu também sou
professora, quero utilizar esse tempo que me resta para parabenizar as nossas
professoras e os nossos professores. Eu tenho muita saudade daqueles que me
ensinaram o beabá. Faz muito tempo, viu, presidente? Faz muito tempo.
Mas muita
saudade das minhas professoras tão queridas que nos ensinaram a ler, a
escrever, que nos ensinaram tantas coisas boas, que nos ensinaram História,
Geografia, Matemática, Português. Eram tempos muito bons, professor de Educação
Física.
Então, todos
esses professores, não obstante o estado de São Paulo não tenha o respeito que
é devido, não permite aos nossos professores, muitas vezes, até autonomia do
currículo, autonomia da sua própria aula.
Não tem
problema, fica à vontade. Está nervoso? Fica calmo, senão você vai enfartar.
E eu estou
falando uma coisa boa aqui, Barros Munhoz; eu estou falando dos nossos queridos
professores e professoras. Fique calmo, meu amigo. (Falas fora do microfone.)
Fique tranquilo.
Mas enfim,
parabenizar, presidente, os nossos professores, que hoje é o Dia dos
Professores, é um dia importante, é um dia em que a gente... Desde que eu era
pequenininha, comemora-se o Dia do Professor com muita alegria, com muita
maestria, porque a gente sabe da importância que é nós educarmos as nossas
crianças, para que sejam cidadãs de bem; cidadãs que respeitam os outros;
cidadãs e cidadãos que tenham, de fato, a cidadania no seu exercício pleno.
Portanto, parabéns a todos os professores e professoras.
Vamos à luta e
vamos, com certeza, continuar dizendo para o prefeito e para o governador do
Estado de São Paulo que nós não podemos mais suportar o que está acontecendo em
relação à falta de energia no estado de São Paulo, na cidade de São Paulo, em
vários outros locais, pela incompetência da Enel, que precisa, sim, ser punida
com multa, precisa ter o seu contrato rescindido.
Portanto, boa
noite a todos. Vamos continuar com a nossa luta, não é Monica, que não é fácil,
mas é necessária.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada.
Também para
falar contra, a deputada Beth Sahão. Ausente.
Não havendo
mais oradores inscritos, está encerrada a discussão.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Havendo
acordo entre as lideranças, queria solicitar o levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado. Antes de levantar, a
Presidência, André, os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas também parabenizam
todos os professores e professoras pela data, pelo seu dia, hoje.
Assim como a
deputada Márcia Lia, também lembro das minhas professoras, dos meus
professores. Também faz um tempinho, talvez mais do que você, quando a gente
começou ali, criança, a estudar na Escola General Antonio de Sampaio, em
Quitaúna, Osasco. São muitas histórias, muitas lembranças boas dos meus
professores e professoras, que fizeram diferença na nossa vida.
Então, queria
parabenizar aqui todos os professores e professoras e dizer que eles realmente
são aqueles que fazem o nosso País acontecer, porque sem os professores,
realmente, não somos absolutamente nada.
Então, senhoras
e senhores, nada mais havendo a tratar, está encerrada a nossa sessão.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 57
minutos.
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