30 DE SETEMBRO DE 2025
43ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO e GILMACI SANTOS
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 16h58min.
2 - DONATO
Para comunicação, faz pronunciamento.
3 - GILMACI SANTOS
Para comunicação, faz pronunciamento.
4 - DONATO
Para comunicação, faz pronunciamento.
5 - GILMACI SANTOS
Para comunicação, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defende a proposta do deputado Gilmaci Santos, de que seja realizado debate com representante do Governo do Estado e uma audiência pública antes de colocar em votação o PLC 9/25.
7 - DONATO
Para comunicação, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde o pronunciamento do deputado Donato. Coloca em discussão o PLC 9/25.
9 - TEONILIO BARBA
Discute o PLC 9/25.
10 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência.
11 - BETH SAHÃO
Discute o PLC 9/25.
12 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Responde o pronunciamento da deputada Beth Sahão.
13 - BETH SAHÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Responde o pronunciamento da deputada Beth Sahão.
15 - MÁRCIA LIA
Discute o PLC 9/25.
16 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PLC 9/25.
17 - DONATO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
18 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Anota o pedido. Informa que há acordo entre as lideranças para considerar o PLC 9/25 discutido por quatro horas. Lembra que será realizada audiência pública para a discussão do PLC 9/25, no dia 07/10.
19 - LUCAS BOVE
Para comunicação, faz pronunciamento.
20 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
21 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Levanta a sessão às 18h13min.
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* *
ÍNTEGRA
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* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
*
* *
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Só convocar
aqui, deputado Donato, se o senhor me permitir.
Ordem do Dia. Discussão e votação do
Projeto de lei Complementar nº 9, de 2025, de autoria do Sr. Governador.
Pela ordem, deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, o PLC 09 está em debate na Casa já há algum tempo. Já foi objeto de
debates no Colégio de Líderes algumas vezes.
Nós entramos em um entendimento - e o
senhor foi importante para isso - para que, antes que ele viesse a ser votado,
tivesse um debate, uma conversa da Associação dos Pesquisadores com a Casa
Civil do governo, o secretário Arthur Lima. Ele marcou e desmarcou várias
vezes. Finalmente foi marcado para quinta-feira.
Então acredito que seria interessante,
para que o debate fosse melhor feito e a gente tivesse a devolutiva do que
aconteceu na quinta-feira, que a gente pudesse adiar esse debate para a semana
que vem, aguardando o que vai ocorrer na quinta-feira.
Então eu gostaria de fazer esse apelo a
V. Exa. - já fiz pessoalmente - e ao líder do Governo em relação a isso: que a
gente pudesse aguardar a reunião de quinta-feira e pautasse esse PL apenas na
semana que vem.
Então é esse o apelo que faço a Vossas
Excelências. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Gilmaci Santos.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO -Sr. Presidente, Sras. Deputadas, deputado Donato, a gente até
entende a preocupação dos senhores. Realmente tinha esse pedido de V. Exas.
para que fossem recebidos, não somente os senhores, mas as associações, na Casa
Civil. Demorou-se muito, mas eu sei que essa audiência está marcada para o dia
1º, não é isso? Próxima quinta-feira.
O
SR. DONATO - PT - Dia 2, quinta-feira.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Dia 2,
quinta-feira. Os senhores e as associações estarão lá conversando com o
secretário Arthur Lima. Então eu também queria fazer um apelo à V. Exa., até um
acordo com V. Exas. aqui.
Começamos a fazer essa discussão a
partir de hoje, a partir de agora, e marcaremos com a anuência do presidente,
assim concordando também, para terça-feira, próxima, uma audiência pública.
Uma audiência pública com todos os
interessados, inclusive alguém da secretaria também, presidente, para estar
aqui, para falar sobre o projeto, para debater, para entender, para discutir. E
nós começaremos a discussão hoje, porém não vamos encaminhar para a votação.
Vamos esperar a reunião dos senhores
com o secretário da Casa Civil e a audiência pública. Depois da audiência
pública, faremos então o Colégio de Líderes. É isso, presidente? E decidiremos
o que fazer.
Então eu pediria também aos senhores
essa compreensão, para que a gente pudesse iniciar essa discussão no dia de
hoje, lembrando o compromisso da audiência pública na terça-feira e da reunião
dos senhores com o secretário na quinta-feira, dia 2, dia 1º.
O
SR. DONATO - PT - Sr. Presidente...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não,
deputado Donato?
O SR. DONATO - PT - Então, só para a
gente ter certeza, a gente inicia o debate hoje, mas não vota hoje?
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Perfeito,
iniciamos o debate hoje, vamos votar depois da audiência pública e da reunião
dos senhores com o secretário da Casa Civil.
O
SR. DONATO - PT - A audiência na terça-feira, às
dez horas da manhã, com a presença dos secretários afins?
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Exato. O
secretário talvez eu não consiga trazer, porque ele está, presidente, em lua de
mel, o secretário Piai propriamente, mas alguém da secretaria e outras
secretarias afins estarão aqui, sim, para ouvi-los com certeza.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu acho muito
razoável o deputado Gilmaci... Acho que tem que ter um representante do governo
que conheça do assunto, conheça da lei que está proposta aqui para esta Casa.
Eu acho que isso é o mais importante
neste momento, que tem essa responsabilidade, esse conhecimento e autoridade
para poder explicar sobre essa lei e o que ela vai acarretar sendo aprovada ou
não.
Então eu acho razoável isso,
representantes do governo, seja um, sejam dois, aí na terça-feira a gente faria
essa audiência pública. E hoje, então, a gente começaria o debate, não vamos
encerrar o debate diante do acordo da liderança de Governo e da oposição.
A gente não encerra o debate e essa
semana - aliás, hoje -, essa semana já assumimos esse compromisso, mesmo porque
a reunião com a Casa Civil, com o secretário Arthur Lima é na quinta-feira, dia
2, e terça-feira faríamos audiência e, posteriormente, os novos
encaminhamentos.
O
SR. DONATO - PT - Então, só para deixar claro, a
gente faz audiência pública e aí o Colégio de Líderes decide se pauta ou não, é
isso?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim, eu acho
que é justo. Dentro do Colégio a gente vai estar decidindo. Eu acho que assim,
deputado Donato, seria até uma coisa natural das sequências.
Nós estamos começando a discussão nesse
projeto ouvindo os líderes, fazendo a discussão e fazendo, depois dessa
audiência também da Casa Civil. Aí no Colégio de Líderes, juntamente com o
presidente e com os demais líderes, na parte da tarde, a gente dá o
encaminhamento para o projeto de lei.
O
SR. DONATO - PT - Está claro.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, dando sequência
à lista de oradores inscritos para discutir contra, com a palavra o deputado
Teonilio Barba.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente André do Prado, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, os trabalhadores desta Casa, os pesquisadores que nos acompanham
aqui no plenário, saudar todo mundo e dizer da importância de discutir e
debater esse PLC 09.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Gilmaci Santos.
* * *
Esse projeto
deu entrada aqui na Casa lá no mês 5, no dia 5 do mês 5. Correu pauta, recebeu
várias propostas de emenda, depois, em 18 de junho, o governador apresenta um
novo projeto, um substitutivo, e começa-se o debate discutindo sobre a carreira
de trabalhadores e trabalhadoras que estão já no Estado, alguns trabalhadores e
trabalhadoras há mais de 10 anos, há mais de 15, há mais de 20, há mais de 30,
que a carreira é longa, mas tinha um modelo de carreira, o modelo que vocês,
que estão aqui hoje, foram contratados e estavam contratados para esse modelo.
Mas esse é um
modelo de um estado anterior ao estado do João Doria e anterior ao estado do
Tarcísio. Dois exímios bolsonaristas. O João Doria foi um bolsonarista e o
Tarcísio é o bolsonarista que estava trajado na pele de cordeiro, mas agora
revelou que é um lobo e um predador, inclusive, que falta com respeito à
democracia, quando vai comemorar o 7 de setembro, embaixo da bandeira
americana, embaixo da bandeira do Donald Trump, faltando só colocar a peruca do
Donald Trump.
Esse é o
governador do estado de São Paulo, governador Tarcísio, que vem com a mesma
proposta de desmonte de estado, igual foi seu antecessor, o João Doria, que
carregava de vice o Rodrigo Garcia. Eu era o líder da bancada e da oposição
aqui no governo de João Doria, 19 e 20, depois sucedido pela Bebel, depois pela
Márcia Lia. E nós enfrentamos esse desmonte do estado.
E o Tarcísio
assumiu o mesmo compromisso de desmontar o estado de São Paulo e entregar à mão
do setor privado, mas aqueles serviços que ainda pertencem ao estado, ele tem o
compromisso de ir precarizando cada vez mais. E para nossa surpresa, o que ele
propõe para precarizar, agora, é exatamente a carreira dos pesquisadores.
Tem algo em
torno de mais de dois mil pesquisadores no estado, pulverizados pelo estado
afora, esparramados. Então, eles acham que é mais fácil de atacar, porque é
esse o modelo que o bolsonarista do Tarcísio gosta e gosta de utilizar. Propõe
que vocês, a partir de agora, sejam tratados não mais com salários integrais,
mas com subsídios.
E a avaliação
de vocês, que hoje é feita por uma comissão, composta por pesquisadores que
conhecem a função - no tal projeto ele manda colocar uma nova comissão, que
será nomeada por decreto. Decreto significa que pode pegar alguém de uma outra
área do governo para avaliar os pesquisadores. Não são pesquisadores avaliando
pesquisadores. São pessoas de outras áreas.
Porque se
dissessem pelo menos: “Olha, a composição é por decreto, mas vai ser formada
por tais e tais pessoas da área de pesquisadores, da área do mesmo
conhecimento, igual ao de vocês, ou similar ao de vocês”... Poderia dizer, é
razoável, mas não está dito isso. Estão pedindo um cheque em branco.
Aliás, é o
costume do Tarcísio, pedir o cheque em branco, ter uma base aliada que carimba
e que dá, aqui tem dado 58, 60, 65 votos. Isso foi para privatizar a Sabesp.
Isso foi para reduzir verba de Educação de 30 para 25%, dizendo que vai
flexibilizar 5%, isso foi para aprovar as escolas cívico militares.
E ele tem feito
isso com muita maestria e com uma base totalmente cordeira. E ordeira. Fala,
fala e faz o que o Tarcísio manda. Não é nenhum vendaval que vem do Palácio dos
Bandeirantes para cá. Apenas um sopro. Ao anúncio de um vento, a base aliada
vem aqui, cumpre tudo, botando a digital. Alguns são mais corajosos, vão até o
microfone e declaram “sim” lá do microfone.
Então esse é o
debate que nós temos enfrentado aqui, esse tempo todo, juntamente aí com os
companheiros e companheiras do PSOL, bancada do PT, parte do PSB. Então, essa é
a Federação PT, PCdoB e Partido Verde, Federação REDE PSOL. Então, esse é o
debate que nós temos enfrentado.
Então o
governador, quando apresenta um projeto desse, aí ele diz o seguinte: “não, os
trabalhadores que estão aqui não precisam fazer opção, podem continuar do jeito
que está. Agora, quem for contratado agora, quem for concursado, passar pelo
estágio probatório dos três anos, esse já entra direto com subsídios.”
Verdade que no
começo melhora um pouquinho o salário, mas depois divide aquilo que é seis
etapas hoje, que vocês percorrem, muda para 18 etapas de uma progressão
salarial, saindo de 16 anos para 24 anos, ou 25, ou mais, até, se daqui para lá
não for mudado novamente.
Eu trabalhei 41
anos no setor privado. Trabalhei cinco anos na Wolks e 25 na Ford. Lá você tem
um plano de carreira na sua função. E o plano de carreira, ele é curto, ele não
é longo. O plano de carreira no setor privado, às vezes, vai cinco anos, seis
anos, 60 meses, 80 meses, 90 meses.
Porque você
chegou no teto da carreira, então você tem que acelerar os seus ganhos no
começo da carreira, e depois você estabiliza no teto, e a partir daí você passa
a depender de data-base da reposição das perdas salariais. Se o sindicato
conseguir negociar aumento real, negocia aumento real, se não conseguir, você
já tem alguns benefícios, como a quinta-parte, a sexta-parte. Então, tudo isso
passa a sumir com esse projeto do PLC 09.
Professora
Bebel, quero parabenizar você, que acabou, até que enfim, hoje... Agradecer,
inclusive, ao presidente André do Prado, que honrou o compromisso que fez aqui,
na semana passada, de que hoje resolveria a questão da Comissão de Educação, e
a senhora assumiria a presidência, porque acordo no parlamento tem que ser
cumprido. Mas não era disso que eu queria falar, mas aproveito para
parabenizá-la por isso.
Mas queria
falar da sua tarefa como um dos sindicatos importantes que representam os
trabalhadores e as trabalhadoras da Educação no estado de São Paulo. E a
senhora não era nem deputada ainda quando discutiu aqui o plano de 20 metas,
eram 21 a sua proposta, acabou uma não dando acordo, mas negociou 20 propostas,
e esta Casa homologou. E eu estava aqui nesta Casa, fazia parte da bancada.
E a senhora
conduz - agora, não, porque é a segunda presidenta, mas tem o presidente e a
diretoria - e a senhora acompanha as negociações da categoria, como eu
acompanho a dos metalúrgicos no ABC. Porque uma vez sindicalista, sempre
sindicalista, não vamos deixar de ser. E a senhora acompanha as negociações e
pratica isso há muitos e muitos anos.
Eu praticamente
conheci quase todos os presidentes que passaram pela Apeoesp, e conheço a
senhora há mais de 30 anos, que cumpre uma tarefa importante, que é discutir o
interesse, a carreira e as condições de trabalho do funcionalismo público do
estado de São Paulo. Porque esses caras não estão acostumados com negociação,
esses caras têm raiva dos trabalhadores.
Tudo aqui que é
para votar contra os trabalhadores, poucos deputados me acompanharam aqui. Aqui
eu faço uma deferência ao deputado Conte Lopes, que, na reforma da Previdência,
ficou conosco, o tempo todo aqui, contra a reforma da Previdência, apresentada
pelo João Doria.
Conte Lopes
ficou junto, Major Mecca ficou junto, Capitão Telhada ficou junto. Tenho várias
divergências com vocês, vocês sabem que são profundas, mas eu reconheço o papel
que vocês me ajudaram a cumprir naquele momento da reforma da Previdência;
depois, na reforma administrativa; depois, na tentativa de dizimar o estado,
que o João Doria quis fazer, eliminando dez empresas, seis num processo, depois
dez na outra.
E lá vocês
tiveram a postura diferente da que vocês estão tendo hoje. Hoje não, hoje vocês
já estão mais dizendo “sim” do que “não”. Mas naquele momento foi importante.
Então a luta
dos servidores públicos do estado de São Paulo, que uma boa parte dos
trabalhadores do setor privado não reconhece, porque foi vendido lá em 1989, em
1990, foi praticado que o funcionalismo público no Brasil era um bando de
vagabundos. O Collor fez isso.
Na época botou
30 mil servidores públicos federais em disponibilidade, em casa, discriminando,
para mostrar que não precisava daqueles servidores lá no posto de trabalho, e
parte da sociedade brasileira comprou isso.
E vocês têm uma
batalha todo dia, todo dia, se a carreira for 5, 10, 15, 20, 30 anos, para
provar que não é aquilo que o Collor falou lá em 1989, nem o que ele praticou a
partir de 15 de março de 1990.
Então o Estado
precisa aprender a valorizar o seu funcionalismo. É por isso que nós, vocês ouviram
aqui o pedido do líder da bancada para adiar o debate, já que vai ter uma
reunião com a Casa Civil, depois vai ter uma audiência pública, na terça-feira,
depois mais um Colégio de Líderes. Infelizmente, às vezes a gente faz o pedido,
é ouvido, é compreendido, mas não é atendido.
Então nós
estamos, Bebel, Professora Bebel, minha querida amiga, há mais de 30 anos, nós
estamos numa batalha que eu não sei se o povo de São Paulo, mesmo os nossos
servidores que nós temos na ativa, na hora em que a gente vai discutir o
processo eleitoral do estado e do País, se eles têm noção do que votam e do que
vão votar, porque é impossível você votar em um governador que foi trazido para
cá e ganhou a eleição em seis meses. Ganhou a eleição em seis meses.
Mas ele está cumprindo
à risca o que ele prometeu em seis meses. Em seis meses ele prometeu para os
empresários que ia privatizar o estado de São Paulo, que ia entregar o estado
de São Paulo, e quer tornar o Estado cada vez mais enxuto.
Enxuto,
inclusive, do funcionalismo público do estado de São Paulo. Depois do que foi
aprovado na reforma trabalhista pelo golpista do Temer, lá em 2017, e entrou em
vigor no mês 11, de 2017, e depois da Lei do Contrato Temporário, que se
transformou na Lei da Terceirização, o Estado pode terceirizar vocês.
Está bom, tem
uma luta, não terceiriza, mas não vai fazendo novos concursos. Vocês vão
aposentando, vão ficando inativos, vão contratando através de empresas
terceirizadas.
Então vocês têm
dialogado bastante esse tema com a minha amiga, deputada Beth Sahão, que tem
dialogado com vocês esse tempo todo, fez um trabalho brilhante acompanhando,
resistindo, juntamente com a nossa bancada. Não é, Beth? Mas nós estamos às
vias de, na semana que vem, ter uma decisão final. Nós conseguimos segurar esse
projeto do mês cinco até agora.
Nós estamos
trazendo, segurando, debatendo. Veio com o regime de urgência, portanto, não
cabia emenda de plenário, não cabia substitutivo, o substitutivo foi rejeitado.
Então essa é a
tarefa da base aliada aqui, composta pelo PL, pelo PR, pelo Podemos, pelo PSD,
pelo PSDB e pelo Cidadania, essa aí é a base, pelo Novo. Essa é a base que tem
dado sustentação para toda a maldade que o Tarcísio apresenta aqui, nesta Casa,
e tem aprovado com folga.
Às vezes
desdenhando, às vezes brigando. Brigando no bom sentido, da briga política que
a gente faz aqui da tribuna, a gente tendo o maior cuidado para não faltar com
respeito com nenhuma deputada e com nenhum deputado, principalmente com as
deputadas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Pedindo, Sr.
Presidente, que esse PL seja rejeitado, para o bem do funcionalismo público,
para o bem dos pesquisadores do estado de São Paulo. (Manifestação nas
galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado. Com a palavra, a deputada Márcia Lia. Desculpa, Márcia. É
que agora a Beth Sahão está inscrita para falar a favor. Então, deputada Beth
Sahão.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputadas e deputados, pessoal da APQC. Eu
quero inicialmente cumprimentá-los e cumprimentá-las pelo trabalho fantástico
que vocês têm feito aqui nesta Casa. (Manifestação nas galerias.)
Eu, que
acompanho muito de perto, por conta da coordenação da Frente Parlamentar em
Defesa dos Institutos de Pesquisa e das Universidades Públicas, vejo que ao
longo desses últimos meses vocês têm sido muito disciplinados, muito lutadores,
muito guerreiros e guerreiras nessa empreitada de impedir que esse projeto
viesse a ser deliberado e votado, como pretende a liderança do Governo nesta
Casa e o próprio governador Tarcísio.
Aliás, quero
dizer uma coisa: eu estou aqui já há algum tempo, muitos anos. E digo uma coisa
para vocês: é a coisa mais complicada esse governo Tarcísio, eu nunca vi um
governador que se furta ao diálogo como este. Eu nunca vi.
A gente, aqui,
já teve projetos dos mais variados teores, e no entanto, nós sentávamos, como
oposição que somos - eu nunca fui situação aqui neste Estado; nem seria, com
esses governadores que passam por aí -, mas sempre buscamos, através do
diálogo, através de reuniões, através de audiências públicas, poder avançar nos
projetos, torná-los menos ruins do que originalmente eles chegam a esta Casa.
(Manifestação nas galerias.)
Mas o que a
gente está observando é que a liderança do Governo se nega a conversar. Eles
não querem conversa. Essa questão de agendar uma audiência pública para
terça-feira, eu vou dizer com toda a honestidade para vocês: eu já vi
audiências públicas serem agendadas, nesta legislatura inclusive, muitas vezes,
dezenas de vezes; nenhuma delas, praticamente, leva a nada.
Isso é mais uma
embromação para que eles aprovem o projeto nu e cru, como ele chegou aqui.
Então, V. Exa. que está presidindo, deputado Gilmaci, que se manifestou hoje
dizendo que não se importava de que o projeto atende 10% da categoria de
pesquisadores, prejudicando 90% dessa categoria. (Manifestação nas galerias.)
Essa é a grande questão.
Porque o
reajuste que vocês estão dando, vocês estão privilegiando aqueles em início de
carreira - tudo bem. Só que o início de carreira, deputado Rômulo, é um
“piquititico” assim; a maioria deles está na carreira já há muitos anos. E é
essa maioria que está sendo aviltada, que está sendo prejudicada. Exatamente
por conta do que ocorre com esse projeto que está aqui.
A Ciência vem
sendo preservada desde 1975, quando o governador era o Laudo Natel. Acho que
ele foi indicado, se não me engano, na ditadura. Desde aquela época. E isso é
consolidado, isso é algo sagrado.
Pesquisador
científico tem que ter autonomia para desenvolver a sua ciência; a Ciência tem
que ter neutralidade, ela não pode sofrer interferência da política, muito
menos de partidos políticos. (Manifestação nas galerias.) E é isso que esse
projeto aqui, deputada Bebel, quer fazer.
Eu trabalhei
muito como psicóloga numa usina - foi meu primeiro emprego - de açúcar e
etanol. E ali tinha avaliação de desempenho. Era algo que eu abominava. Porque
a avaliação de desempenho, primeiro: é subjetiva, não tem jeito dela não ser
subjetiva, ela sempre carrega doses de subjetividade; Segundo: agora quem vai
fazer a avaliação de vocês é gente nomeada pela chefia que a gente não sabe
quem é.
Ao invés dessa
avaliação ser calcada pelos próprios pares de técnicos, de cientistas que vão,
de fato, avaliar a produção cientifica de cada um, o que você produziu, quais
foram os artigos que vocês publicaram, quais foram os conteúdos daquelas
pesquisas.
Isso, sim, é o
que deve pautar a avaliação de desempenho para poder ver se aquele servidor, se
aquele cientista está apto para fazer uma nova evolução na sua carreira, no
entanto este projeto aqui simplesmente destrói uma avaliação cientifica
correta... Uma avaliação de desempenho, desculpe-me, correta.
Como coloca
aqui dois tipos de regime? Quer dizer, o servidor vai ficar em uma carreira que
ele vai ter dois tipos de regime, e isso é uma contradição, porque o ideal é
você ter um regime que vai permitir que você tenha dedicação exclusiva, que
você seja valorizado na sua carreira.
Esse regime
aqui que eles chamam de, eu vou até socorrer, regime de subsídio, que eu
precisei compreender o que é esse regime de subsídio, porque isso é um enorme
retrocesso na carreira de vocês.
É um grande
retrocesso na carreira deles, eles vão conviver com dois tipos de regime, o
regime de tempo integral e o regime de subsídio, ou um, ou o outro para quem
está a mais tempo na carreira.
E quem está
mais tempo na carreira, Sr. Presidente, é a grande maioria, sabe por quê?
Porque o seu governador não abre concurso para pesquisador científico, porque o
seu governador não faz reajuste para pesquisador científico, porque o seu
governador... Se V. Exa. visitar os institutos de pesquisa vai ver que lá tem
um pesquisador, tem instituto de pesquisa que tem um pesquisador.
Isso é uma
aberração, isso é um absurdo, isso é uma tentativa de sucateamento das
instituições que pesquisam, que desenvolvem pesquisas no nosso estado. Um
estado só se desenvolve se ele tiver um investimento maciço na produção
científica e, consequentemente, antes da produção.
Tem que ser a
produção em quem faz a ciência, em quem produz a ciência e esse é o projeto que
eles mandaram aqui, que faz meses que a gente acreditava que a gente poderia
abrir um diálogo com o governo do estado.
Nós fizemos
várias tentativas para isso, pedimos audiência com o governador, nem nos
respondeu. Pedimos audiência com o secretário Kassab, nem nos respondeu.
Pedimos audiência a meses, o líder da minha bancada, deputado Donato, também
com o secretário Arthur, e agora... Veja só, como é que pode funcionar o
negócio assim? Como é que o secretário vai receber a categoria de um projeto
que já está em andamento aqui, de um projeto que já está sendo discutido aqui?
Vocês vão
chegar lá, muito certamente, e ele vai dizer: “Ai, mas eu não tenho o que
fazer, porque o projeto já está lá na Assembleia, já está sendo deliberado, já
está sendo discutido e vai ser votado”.
Se ele
(Inaudível.) que vocês todos que representam o governo Tarcísio tivessem
compromisso com essa categoria, tivessem compromisso com os institutos de
pesquisa, tivessem compromisso com a ciência, certamente essa audiência teria
sido marcada dois, três meses atrás, como foi o pedido que nós fizemos e como
foi o pedido que a PQC fez. Isso sim é o que deveria acontecer e, no entanto,
não é isso o que ocorre.
É uma pena, é
lamentável, é simplesmente lamentável que a gente chegue em um momento como
este, um momento que praticamente você não tem muita saída. A saída é o que? É
tentar empurrar mais uma semana, chegar na terça-feira às dez horas da manhã,
que o secretário nem vem porque diz que está namorando, o secretário...
Alguém falou
aqui, não é? Ué, ele falou que o secretário não podia vir porque está namorando,
sendo que a função dele é estar aqui, porque a Assembleia está funcionando, o
Estado está funcionando, diferentemente do governador que largou ontem aqui o
estado e foi lá para Brasília, para dizer, para um presidente que está preso,
que ele é a favor da anistia, quando a maioria absoluta da opinião pública é
contra a anistia.
Mas ele vai lá,
sabe Deus... Duvido que foi com o dinheiro dele. Foi com o dinheiro público
para fazer política, quando deveria estar aqui cuidando do metanol que está matando
pessoas. É isso, sim, que deveria estar fazendo. (Manifestação nas galerias.) É
isso, sim, que deveria estar fazendo, mas não está, chega a ser patético.
Como li agora há pouco e vou parafrasear o
jornalista da “Folha de São Paulo”, da “Uol”: chega a ser patética a conduta do
governador Tarcísio, que deveria, sim, estar fazendo as discussões daquilo que
é importante no nosso Estado.
São 16
institutos de pesquisa. Alguns já foram, infelizmente, praticamente doados
quase para o setor privado, porque eles vendem com tão pouco, a concessão é tão
de pai para filho que é uma coisa assim, é uma ação muito benevolente, eu diria
para vocês.
E, no entanto,
esses institutos que estão aí resistiram, resistem, amam a função que fazem,
sabem das responsabilidades enquanto servidores públicos, para poderem atender as necessidades e as demandas que
este estado tem, nas mais diferentes áreas, na área da Saúde, na área da
Agricultura, na área do Meio Ambiente, e agora a gente vê isso, correndo o
risco - um sério risco, aliás - de isso sair pelos dedos de uma mão.
Porque a gente
não teve a responsabilidade e a sensibilidade do governo Tarcísio e de todos
aqueles que o representam, inclusive aqui nesta Casa, de poder impedir o avanço
desse projeto que não deixa de ser uma excrescência e uma destruição da
carreira do pesquisador científico no estado de São Paulo. Esse é o objetivo do
governador. (Manifestação nas galerias.) Esse é o objetivo: destruir a carreira
de pesquisador científico.
Tem sido assim
desde quando ele iniciou a sua gestão, quase três anos atrás. Ele não faz outra
coisa que não seja a destruição do estado nas mais diferentes áreas, nos mais
diferentes segmentos, pouco se importando se aquele serviço que está sendo
prestado, está sendo prestado de uma maneira boa, adequada, correta para a
população, se aquele serviço que está sendo prestado está de fato
possibilitando o desenvolvimento, a evolução do nosso Estado, a melhoria de
vida das pessoas, como são os institutos conhecidos, por exemplo, o Instituto
Butantan.
Todo mundo sabe
a importância que foi o Instituto Butantan, como é o Instituto Biológico, como
é o Instituto Geográfico, como foi o Instituto da Pesca, que virou uma... Agora
lá no Parque da Água Branca está virando um verdadeiro comércio, não é? Porque
lá tem até churrascaria.
Até
churrascaria tem dentro de um parque que deveria ser preservado, que deveria
ser colocado a serviço da população de São Paulo, que vê naquele espaço um
espaço tão importante de preservação dos animais que ali vivem, de preservação
das espécies que são cultivadas naquele local e, no entanto, não é isso que
fica, o que fica é exatamente essa coisa tão grotesca que é, esse desejo de se
desfazer o mais rapidamente possível daquilo que é público.
Esse é o
pensamento desse neoliberalismo horroroso que a gente vive aqui no estado e que
se materializa, que se personifica na figura do governador Tarcísio. Essa é a
grande questão, esse também é o grande debate. É claro que a destruição da
carreira de pesquisadores científicos é consequência dessa coisa maior que é
você destruir as funções verdadeiras do Estado.
E as funções
verdadeiras do Estado estão exatamente aí, na Educação, na Saúde, na Segurança
Pública, mas também na produção do conhecimento, na produção da ciência e essa
ciência tem que ser baseada naquilo que tem de melhor, que é a isenção, que é a
neutralidade que acompanha e que deve sempre acompanhar e fazer parte da
pesquisa científica.
Por isso, quero
dizer uma coisa para vocês, meus queridos companheiros, porque foi isso que a
gente vivenciou ao longo desse período.
A gente pode
até ser derrotado aqui, a gente não vai perder a esperança até o último voto
que vai ocorrer aqui nesta Casa, mas vocês tenham a certeza de uma coisa, vocês
foram bravos, corajosos, corajosas e vão continuar contando com o nosso
mandato, com o mandato de todos os deputados e deputadas da bancada do meu
partido, do Partido dos Trabalhadores.
Boa sorte a
todos nós e não vamos desistir nunca de poder evoluir e melhorar a carreira do
pesquisador científico, tão fundamental para o nosso desenvolvimento!
Muito obrigada!
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado. Agora sim, com a palavra a deputada Márcia Lia.
A SRA. MÁRCIA LIA - PT - Alguém esqueceu
um celular aqui. É seu, Beth?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Deputada, antes de V. Exa. começar sua palavra, só dizer para a deputada Beth
Sahão que eu não disse que o secretário está namorando, eu não falei essas
palavras, a senhora confundiu talvez.
Só para deixar claro, eu falei que,
provavelmente, o secretário não deveria vir porque está de férias e casou
sábado e está em lua de mel, eu não disse que ele está namorando, deputada, só
para deixar claro.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Pela
ordem, Sr. Presidente, pela ordem, Sr. Presidente. Apenas para dizer que,
assim, como secretário e como uma matéria tão fundamental como esta que está
sendo apreciada e votada aqui, ele deveria, poderia ter transferido o casamento
para as férias mesmo. Inclusive, as férias dele...
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Mas eu disse para a senhora, ele está de férias e está em lua de mel, que tem o
direito e está de férias.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Tem o direito de
estar de férias, mas não tem...
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Mas só dizer para Sua Excelência...
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Não deveria ser...
Não me parece ser, no mínimo, responsável que ele não esteja aqui presente
nesses dias.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Acho
que a senhora está confundindo as coisas, mas eu não disse que ele estava
namorando, só para deixar claro. Com a palavra a deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, muito boa tarde, muito boa tarde a todos os pesquisadores,
aos lutadores que estão aqui nesta Casa, a luta continua.
E eu quero,
antes de começar a falar sobre o projeto de lei complementar propriamente dito,
dizer do descaso que esse governo tem com os servidores públicos, esse governo
não gosta de servidores públicos, este governo não valoriza o trabalho dos
servidores públicos.
Se a gente
olhar o que está acontecendo no estado de São Paulo, a gente vai ver o desmonte
do Itesp, a gente vai ver o desmonte das Casas da Agricultura, a gente vai ver
o desmonte da Educação, a gente vai ver o desmonte da Saúde. E agora, como não
poderia deixar de ser, o desmonte, também, dos pesquisadores e dos institutos
de pesquisa.
Infelizmente,
nós estamos sofrendo... Aqui eu estou no meu terceiro mandato nesta Casa e desde
o primeiro dia e desde o primeiro governador que nos acompanhou ao longo desses
anos todos, a gente sente o descaso, o desrespeito, a falta de compromisso.
Quando chega a
hora do reajuste salarial, a gente raramente consegue fazer com que os governos
entendam a importância de que pelo menos o total, a integralidade da reposição
da inflação fosse depositada aí para a gente poder continuar trabalhando e
prestando um serviço de qualidade.
Não que os
serviços prestados pelos servidores públicos não tenham qualidade, mas óbvio
que a pessoa que está motivada tem muitas melhores condições e muito mais
alegria para prestar o seu serviço.
Então, dito
isso, eu vou entrar no PLC 9, de 2025, para dizer da barbaridade que é o
desmonte de mais uma categoria do estado de São Paulo. A gente sabe da
importância de a gente ter os institutos de pesquisa, a gente sabe da
importância que é a gente dialogar com os servidores, mas esse projeto de lei
que está aqui vem em regime de urgência.
Significa que
não há conversa, que não há diálogo, significa que o governo de São Paulo não
tem interesse da continuidade, da qualificação e da melhoria das condições de
trabalho dos nossos pesquisadores.
Quero dizer
para vocês que os pesquisadores, eles foram introduzidos na carreira de pesquisador
científico no ano de 1975, como já disse a minha querida deputada Beth Sahão.
Os pesquisadores científicos estão distribuídos nas Secretarias de Agricultura,
Meio Ambiente, Logística e Infraestrutura e Saúde.
E essa proposta
que chega aqui em regime de urgência, uma proposta que desmonta a carreira de
vocês, ela tem algumas premissas que precisam ser combatidas. Uma dessas
premissas é a questão da substituição do sistema de remuneração para subsídio.
Ou seja, tudo aquilo que é composto, do que é composto a remuneração, passaria
então à categoria de subsídio.
E nós
entendemos que esse regime, pela nova carreira, ele é prejudicial aos
pesquisadores que já estão aqui, concursados há muito tempo, mas também para
aqueles que vierem quando... A gente não sabe quando, porque não se abre
concurso.
No IML não tem
concurso, na Polícia raramente tem concurso, para substituir servidores da
saúde, o que eles preferem é terceirizar, entregar tudo para as OSs, e a gente
sabe muito bem o que significa isso do ponto de vista da estrutura e do ponto
de vista financeiro. Também tem uma mudança que é horrorosa, que é a questão de
mudar a carreira.
Antigamente,
para que a pessoa ascendesse na carreira, ela tinha que passar por seis níveis
de avaliação. Hoje, a nova carreira passa para 18 posições. Também há uma nova
mudança, que é o critério de avaliação. O critério de avaliação será feito por
uma comissão nomeada por decreto do Sr. Governador.
Com certeza,
essas pessoas, presidente, que serão nomeadas, não têm o conhecimento, a
expertise técnico-científica para poder avaliar aquela pesquisa que está sendo
realizada por quem, de fato, tem condições de fazer pesquisa, aqueles que
dedicam a sua vida inteira para fazer, muitas vezes, uma, duas pesquisas.
E a gente sabe
da importância da Ciência. A gente sabe da importância de ter pesquisadores, de
ter pessoas preparadas para que o estado de São Paulo continue e seja sempre
uma potência.
Mas o
governador não quer discutir com vocês, o governador não quer dialogar com
ninguém, o governador e os seus secretários estão em berço esplêndido e nós
estamos aqui verificando uma situação extremamente desagradável, que é essa
mudança na nova legislação, que passa a modificar completamente a forma do
ingresso, a forma de crescer na carreira, a forma de remuneração dos nossos
pesquisadores.
Aumenta também
o tempo para o estágio probatório, passando, então, para três anos. E eu quero
também me ater aqui na questão da mudança da Comissão Permanente de Regime de
Tempo Integral, que anteriormente era composta... Que hoje é composta, porque a
lei ainda não foi aprovada, por pesquisadores científicos escolhidos pelos seus
próprios pares.
O trabalho
desta comissão baliza a progressão na carreira, conforme critérios técnicos e
critérios acadêmicos. Porém, é válido lembrar que a concessão dos quinquênios e
também da sexta-parte, vantagem que a legislação atual permite aos pesquisadores,
também será modificada, será interrompida. E nós sentimos a grande dificuldade
deste governo, que é dialogar.
Dialogar para
que, nessa perspectiva do diálogo a gente possa encontrar um meio-termo que
seja do interesse dos pesquisadores e que também atenda talvez alguma coisa do
interesse do governador. Ele fez isso, Professora Bebel, na Educação, também um
desmonte da Educação.
Fato é que nós
estamos presenciando os nossos alunos, por conta dessa situação, caindo a
produtividade dos alunos, professores com salários extremamente baixos,
professores desmotivados, desvalorizados, tendo que trabalhar muitas vezes em
três unidades escolares para que tenham uma remuneração possível de sustentar
suas famílias. Governador, nós queremos conversar com você. Governador, o
senhor, tem aí pretensões de continuar na carreira política.
Portanto,
senhor governador, o diálogo, a participação popular, a participação das
pessoas, a conversa; sempre se chega a um denominador comum. Portanto, Sr.
Governador, nós queremos conversar com o senhor.
Vamos fazer
essa audiência pública que está proposta, vamos fazer essa reunião, que também
foi um pleito da categoria com o secretário do governo, vamos dialogar na
perspectiva de conseguirmos encontrar um caminho para que possamos atender as
necessidades dessas pessoas que há tantos anos prestam um serviço de qualidade
para o estado de São Paulo.
O estado de São
Paulo merece que continuemos fazendo as pesquisas, em todos os segmentos, em
todos os segmentos. Pesquisa na área da saúde, pesquisa na questão do meio
ambiente, pesquisa na questão da logística, pesquisa na questão da educação,
tudo aquilo que diz respeito a melhorar a condição de vida das pessoas.
Vocês são
aqueles que puxam: puxam a ciência, que trazem informações novas, que fazem de
fato com que a ciência seja predominante. E o nosso estado de São Paulo não
pode viver, caros deputados, não pode viver nessa insegurança jurídica, nessa
insegurança que o senhor governador vem trazendo.
Semana passada,
presidente, eu recebi no meu gabinete, viu, Professora Bebel, algumas
professoras aposentadas da Apampesp. Elas estiveram conosco porque durante um
período, naquela reforma previdenciária que o governador Doria fez, eles
tiveram parte dos seus salários retidos pelo governador.
Depois a gente
votou uma lei, interrompemos isso, porque o Supremo Tribunal Federal disse que
aquilo não estava correto. Inclusive a Apeoesp foi uma das entidades que
defenderam os servidores naquela época.
E aí, pasmem,
essas professoras, essas mulheres aposentadas que me procuraram, disseram para
nós que até hoje aquilo que lhes foi furtado, aquilo que lhes foi arrancado,
dos seus salários, não foi reposto, não foi devolvido.
É uma falta de
respeito com vocês, é uma falta de consideração com aqueles que a vida inteira
contribuíram, a vida inteira se dedicaram, a vida inteira tiveram parcos
salários sendo entregues nas suas mãos para manter a dignidade das suas
famílias e agora eles vão ter que ir para a Justiça, muitos já foram,
inclusive, para poder receber aquilo que lhes foi surrupiado. A palavra é essa.
Aquilo que lhes foi arrancado, aquilo que lhes foi furtado, aquilo que lhes foi
tirado.
E, com esse
projeto de lei, o senhor governador também cria uma nova forma de,
infelizmente, desvalorizar o nosso povo trabalhador. A minha mãe foi
funcionária da Educação do estado de São Paulo, e se eu contar para vocês o
salário que ela recebe hoje, é um salário de fome. É um salário extremamente
pequeno, porque não houve a valorização necessária.
E agora, o que
a gente sente é que os novos pesquisadores que eventualmente venham a ser
concursados e que eventualmente venham a ser contratados pelo governo de São
Paulo também terão os seus salários - de uma forma muito significativa -
reduzidos.
Porque o que o
governo quer... E não venham me dizer que o governo não tem dinheiro. É só a
gente analisar a execução orçamentária deste governo Tarcísio de Freitas que a
gente vai ver que dinheiro não falta. Dinheiro tem bastante. O que não tem é
gestão das coisas que deveriam ser cuidadas com respeito e com respeito ao
servidor público.
Portanto, vamos
votar contra esse projeto de lei. A bancada do Partido dos Trabalhadores está
unificada nessa questão. Vamos enfrentar até o último minuto esse Projeto de
lei Complementar nº 09, de 2025.
Como disse o
Barba, estamos segurando esse projeto de lei, que entrou em regime de urgência,
desde o mês de maio, e continuaremos pleiteando ao Sr. Governador, ao Sr.
Secretário de Governo, àqueles todos que têm o dever de diálogo...
Porque quando
ganhou a eleição, eu me lembro das promessas do governador de que ele seria o
governador do diálogo, o governador que iria estabelecer e implementar as
Delegacias de Defesa das Mulheres. Cadê? Cadê as promessas? Cadê?
É a mesma coisa
que nosso prefeito lá de Araraquara, não é, Thainara? Para ganhar a eleição,
ele disse que iria pôr passagem de graça, que as pessoas iriam poder se
locomover para cima e para baixo de graça.
Hoje, ele já
aumentou a tarifa, já diminuiu a quantidade de ônibus. As pessoas estão... Eu
moro... Em frente a minha casa, tem um ponto de ônibus. Eu chego a ver pessoas
por uma hora, uma hora e pouco, paradas em frente do ônibus.
Por que estou
dizendo isso? Porque são promessas que ludibriam as pessoas, que enganam as pessoas,
e o governador Tarcísio infelizmente tem feito um grande desmonte no estado de
São Paulo, haja vista que ele entregou a Sabesp e a gente está vendo a condição
da água, a gente está vendo a condição da qualidade da prestação de serviço e o
aumento da tarifa.
Portanto, Sr.
Governador, venha conversar com os pesquisadores. Eu conclamo o senhor a
cumprir as suas promessas de campanha e conversar com os servidores, conversar
com os pesquisadores.
Muito obrigada.
(Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado. Com a palavra, a deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos,
os assessores a minha esquerda, a minha direita, Sras. e Srs. Deputados,
público presente e pesquisadores, lutadores, que estão nesta Casa desde o mês
de maio lutando para ter, pelo menos manter, a carreira que tem, porque o que
dizem que é novo não é nada novo.
É algo que nos
deixa... É para ficar inseguro, porque isso nós já enfrentamos na rede pública
estadual do estado de São Paulo e nós sofremos as agruras do que significa uma
remuneração por subsídio.
A remuneração
por subsídio é o desmonte da carreira do funcionalismo público. No caso,
começou conosco, os professores da educação básica. Vocês sabem por quantos
votos o governo Doria passou aqui, nesta Casa? Por um voto. Um voto. E tornou a
nossa carreira por subsídio.
E eu chamo
atenção da diferença. Por que a gente é contra? Por que nós nos posicionaríamos
contra essa forma de remuneração por subsídio? Porque, na verdade, é o desmonte
da carreira que vocês têm.
Ao invés de
aprimorar, pelo contrário, ela vai recluir, vai para trás, e vocês sequer vão
poder ver o resultado de toda a produtividade científica que vocês fizerem na
vida de vocês ao longo de toda uma jornada de trabalho. Nós destacamos, e eu
vou pedir para apresentar, três pontos que, na minha avaliação, precisam ser
bem entendidos pela população.
O primeiro
ponto que nos preocupa é a substituição do regime de dedicação plena pelo
modelo de 40 horas. Isso é para preocupar. Por que é para preocupar? Porque
vira horista, vira o que nós somos na rede pública estadual, professores
horistas para cumprir jornada. É verdade que jornada é composta por hora, mas a
gente quer jornada, a gente não quer com picadinhos para cumprir jornada.
Então, quer
dizer, o regime de tempo integral não era uma regra de jornada, mas um marco da
identidade da carreira. Garantia o quê? Exclusividade e proteção contra
pressões externas, portanto, dedo político, dedo de governador não ascenderia
sobre vocês.
Com esse regime
de subsídio, a gente está vendo professores da rede pública básica demitidos.
Estão sendo demitidos diretores, supervisores; vocês estão assistindo a isso na
rede pública básica.
A troca por um
regime de horas parece apenas um ajuste formal, mas, na prática, fragiliza a
noção de carreira especial. É isso que está dado. Gente, todo o funcionalismo
público precisa de uma carreira.
E o central
nessa carreira é que atenda. A gente sempre defendeu, sim, a progressividade,
que a gente pudesse, ao longo do tempo, não só por tempo de serviço, mas pelas
produções também, o desenvolvimento profissional que a gente vai tendo, a gente
pudesse ir se desenvolvendo na carreira. O que acabou acontecendo, na verdade,
o que acaba acontecendo é que isso acaba.
Acaba e a
gente, na verdade, fica meio à mercê das avaliações para poder progredir na
carreira. Por exemplo, a comissão de avaliação, como foi dito aqui, vocês têm
uma comissão que já faz todo o acompanhamento? Não.
A comissão de
avaliação vai, na verdade, fazer com que os critérios sejam mudados. Entendeu?
Então, por isso, por decreto, vai mudando os critérios e a gente acaba perdendo
sempre nessa.
E também eu
tenho muita desconfiança de avaliar para ter reajuste. Isso tem uma coisa por
detrás que se chama calibragem. Quando eu quero dar um tanto de reajuste, eu
deixo passar o número.
Quando não quer
dar o reajuste, dificulta de tal maneira... Então calibra, eles começam a
calibrar. Isso já aconteceu, isso não pode. Se nós pudermos segurar para que
vocês não entrem, não sintam a dor de ter remuneração por subsídio, é fazer
essa luta, é convencer os deputados da Casa, os da base aliada do governo, porque
vai ser um desastre frontal na vida da carreira de vocês.
Eu digo “nossa”
porque nós também precisamos da Ciência, da Tecnologia, da Inovação, e isso
vai, de certa maneira, significar retrocesso. Vamos ao termo certo, é
retrocesso e é algo que não nos interessa. A adoção do regime de subsídio, que
elimina direitos históricos, que são quinquênio, sexta-parte. Todos esses
direitos... A cada cinco anos você tem... No nosso caso, são 5%, não sei se de
vocês. São cinco, cinco também, cinco por cento.
A sexta-parte,
depois de um tempo de serviço, você tem lá um terço incorporado, que tem que
ser incorporado, tem que receber, isso acaba com o subsídio. E é enganosa
essa... Como é que eu falo?
Essa forma de
carreira, deputado Donato, porque, como é dito, no início, o novo que olha para
isso - e a gente trabalhou muito quando foi para nós - fala: “Nossa, mas eu vou
ganhar cinco paus, agora a gente ganha dois, aí você quer que a gente fique
contra?”
Falei: “Está
bem, mas lá na frente você não vai sair dos seus cinco, porque você não vai ter
como, ou você faz provinha para ter reajuste, está certo? Ou você acaba
tendo...” E eu não estou amedrontando, isso está acontecendo na nossa rede da
educação básica.
E a gente lá
acaba convivendo com duas formas de pagamentos, de percebimento de salário. Um
pela 836, que é a carreira antiga, e a do subsídio. Eles disseram o seguinte:
“Bom, quem entrar novo imediatamente entra no de subsídio, e quem estiver na
carreira antiga fica na carreira antiga”.
E aí, então,
fica lá. E aí eles ficam mexendo nessa carreira de subsídio, mas ao mesmo tempo
que mexeu, não criou atratividade. Para a sorte nossa, 3%, porque deixou por
adesão; 3%, deputado Donato, dos antigos foram para a carreira nova. Os demais
não, porque nós conseguimos demonstrar que eles não iam ganhar, eles iam
perder, abrir mão de ganhar para perder. É o ganha-perde, essa que é a questão,
iria perder.
Então, aqui,
esses mecanismos, para nós... Tem o tempo de serviço, porque o que eles tentam
nos descaracterizar ou nos tornar menor... Porque falam: “Ah, vocês só querem
tempo de serviço, tempo de serviço. Isso não é avaliação”. Claro que é, é
avaliação, sim.
Lembrem-se do
primeiro dia em que vocês empreenderam a pesquisa, e ao longo de um ano, dois
anos, três anos, quatro anos e dez anos. A experiência vale a pena ou não vale
a pena? Vale a pena. Ela tem que ser valorizada ou não tem que ser valorizada?
Tem que ser valorizada.
É isso que eles
querem tirar, tirar a valorização de algo que é inerente em todas as carreiras,
deputado Donato. Até o simples pedreiro, o primeiro dia dele não é o mesmo que
o décimo dia dele, nem um ano, nem dois anos, nem três anos. Portanto, exigir,
sim, que o tempo de serviço não é crime, não é vergonha, é aprimoramento de uma
carreira. Isso tem que ser respeitado.
Eu falo isso
com a certeza de quem elaborou diretrizes nacionais de carreira. Quando estive
no Conselho Nacional de Educação, andei o País por isso. Ela lá está. Mas com
essa coisa de subsídio, subsídio, subsídio... Eu até temo que isso vire moda.
Por isso é bom resistir.
Vai ter
audiência pública? Nós vamos debater a fundo para segurar. Vamos lá para o
terceiro. A questão da avaliação e progressão. Hoje vocês têm um modelo que é a
comissão permanente de regime de tempo integral. Isso dá legitimidade, com isso
vocês têm clareza, vocês têm transparência.
Ora, ao fazer
essa substituição por um decreto que vai determinar a forma como vai fazer esse
acompanhamento da carreira, isso está errado. Isso não pode acontecer como
aconteceu conosco.
Uma resolução,
agora, recentemente... Nós entramos no meio e mexemos em algumas coisas. Mas
são pontuais, não vai mudar na essência e, se não muda na essência, a gente
muito pouco tem o que fazer. Próximo.
Quarto. O
quarto ponto é o aumento do tempo. Ah, esse aqui é dolorido. Sabe quanto vão
chegar, quando vocês vão chegar? Não estou só colocando, estou colocando a
verdade nua e crua. Quando vocês vão chegar no 24º nível da carreira? Nunca.
Porque é criado para não ser mesmo, é nunca.
Vai ficar
achatado. Por quê? Porque eles não vão criar formas de avaliação. E, se cria
forma de avaliação, é para não passar, mesmo. Está certo? E ao mesmo tempo
criar mecanismo para não evoluir. Então é para nunca. E para nunca a gente não
quer. A gente quer uma carreira que de fato valorize os funcionários públicos
do estado de São Paulo. Próximo.
Quinto.
Preocupa a possibilidade, isso sim, da desintegração interna da carreira.
Porque vai, na verdade, desmembrar, vai fragmentar. E isso vai criar um limbo,
uma geleia. E ninguém entende o que vai ficar na carreira. E aí, como foi dito
aqui, concurso público a perder de vista, como é o nosso.
Nós temos um
concurso em que passaram 174 mil professores. Chamaram, no máximo, 15, 20 mil -
15 mil, 15 mil professores. O que é uma vergonha. Então, esse é um outro ponto
também. Para o último ponto, por favor, ou acabou? Acabou.
Então, pessoal,
fechando, eu quero dizer para vocês o seguinte: eu estou absolutamente segura
de que esse regime de carreira ou subsídio é uma afronta à carreira que vocês
têm.
Ela pode não
ser a melhor do mundo, mas que seja ela. E, se tiver que fazer mudança de
carreira, que tenha a oitiva global de todos vocês, para que vocês digam o que
é melhor numa carreira.
Porque nós é
que sentimos a dureza de estar nos nossos postos de trabalho e temos que
vencer. Então, no mais, muito obrigada. E contem com a nossa bancada, a bancada
de oposição e do Partido dos Trabalhadores.
Muito obrigada.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado.
Pela ordem, deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Por acordo de lideranças,
solicito o levantamento da presença de sessão.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sim.
Antes, porém... Eu vou dar pela ordem para Vossa Excelência. O acordo de
lideranças, aquele acordo que nós fizemos, quatro horas discutidas e...
O
SR. DONATO - PT - Audiência pública na terça-feira.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - E
a audiência pública com o secretário. Perfeito. Deputado Lucas Bove.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Uma breve
comunicação, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem
Vossa Excelência...
O
SR. LUCAS BOVE - PL
- PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, parabenizar o senhor na posição de líder de
Governo e ocupando a Presidência da Casa aqui. Assim como parabenizar o
deputado Donato pela atitude hoje. Acho que é muito importante o avanço nesse
debate desse tema importante. E há muitas dúvidas, de fato. Eu tenho uma
convicção, mas entendo que há muitas dúvidas. A Bebel fez a sua explanação
aqui.
E a audiência
pública é um instrumento legal, regimental, e de extrema importância para que
todos sejam ouvidos. Eu já recebi gente dos dois lados lá. Tem pontos de
concordância, pontos de discordância. Então, muito importante que a gente faça
essa audiência e que aqui também avancemos no debate. Então, é um acordo que
realmente privilegia o povo paulista.
Parabenizar a
todos vocês. Parabenizar a Professora Bebel. Dizer que hoje eu não pude estar
presente, eu avisei, mas, pela recondução à presidência da Comissão de Educação
e Cultura, a professora Bebel sempre oportuniza que eu tenha o espaço ali
enquanto vice-presidente.
Apesar de
divergirmos em quase todos os temas, um tema a nós é comum: de formas
diferentes queremos o avanço da educação paulista. E, sem dúvida nenhuma, é
para isso que continuaremos trabalhando.
E, presidente,
para encerrar, a minha comunicação é sobre o que vem ocorrendo no Oriente
Médio, é sobre a situação de Israel, é sobre a situação daquele grupo
terrorista, aquele partido político armado que é o Hamas, infelizmente
defendido pelo atual governo federal.
Hoje, uma nova
proposta de cessar fogo foi posta à mesa, com intermediação do presidente
Donald Trump. Israel de pronto aceitou a proposta. E a proposta diz que os
menos de 50 reféns, que estão sob domínio do Hamas, israelenses, deveriam ser
liberados imediatamente.
Em troca
disso... Eu até estou aqui com a proposta. “Cerca de 250 condenados à prisão
perpétua e mais de 1.700 detidos desde o início do conflito seriam liberados
por Israel.
Ou seja, nós
estamos aqui falando de menos de uma centena de pessoas, incluídos aqui os
mortos, porque as famílias querem dar enterro digno para os seus entes
queridos, contra quase dois mil detentos soltos por Israel. Adivinhem, a
Palestina, o Hamas não aceitou ainda o acordo. Esperamos que aceitem, porque
Israel tem uma importância fundamental na tecnologia, na educação, em todos os
temas que são fundamentais para o mundo moderno.
Lembrando que o
Hamas queimou bebês, sob o pretexto de que aquele seria o futuro soldado de
Israel. O Hamas estuprou e puxou mulheres pelos cabelos, ao vivo, em praça
pública, nuas. Se isso está acontecendo, tem alguma coisa errada. Eu respeito a
opinião dos outros, eu estive em Israel, eu estudei o tema e eu estou trazendo
aqui fatos.
Então esperamos
que as autoridades palestinas, que o grupo terrorista Hamas aceite o
cessar-fogo para o bem daquele povo palestino que sempre teve a possibilidade
de trabalhar em Israel, sempre trabalhou nos campos em Israel, trabalhou nas
indústrias e tinha um convívio amistoso até outubro de 2023, quando,
infelizmente, o grupo resolveu pular o muro, invadir Israel e sair matando e
sequestrando deliberadamente civis.
É isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
Viva o povo de
Israel. (Manifestação nas galerias.)
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Uma pequena comunicação.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem Vossa
Excelência.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nós estamos com
mais um problema na rede pública estadual, deputado Lucas, que é o caso dos professores
que trabalham nas salas de leitura.
Nós entramos com uma ação coletiva, por
óbvio, mas a gente gostaria que o secretário de Educação revise essa posição,
porque o que está acontecendo é o seguinte, o professor que não é categoria “O”
não é demitido, mas se for categoria “O” e tiver dois dias de falta por doença,
comprovadamente por doença, ele é imediatamente demitido. Isso é inaceitável,
porque as pessoas não têm culpa de ficarem doentes.
Aliás, deveriam ter o direito de se
cuidar. Agora, então eu tenho que trabalhar doente, eu não posso trabalhar?
E as salas de leitura têm um papel
fundamental na alfabetização, na compreensão do mundo, enfim, para ter
posições, o gosto pela leitura, tudo isso é muito importante, Sr. Presidente.
Então fica aqui a nossa indignação.
Pedir para o secretário da Educação rever essa posição, porque eu acho que não
ganha ninguém com isso aí. Eu acho que perdem as crianças porque não terão os
professores, e os professores que perdem seus empregos.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputada.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
havendo acordo entre as lideranças, está levantada a nossa sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 18 horas e 13
minutos.
*
* *