24 DE OUTUBRO DE 2025

151ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: EDUARDO SUPLICY e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h05min. Anuncia a visita de Enor Machado de Morais, presidente da Associação Cannabis Medicinal Flor da Vida, e de sua esposa, Paula Morais. Comenta atividade da Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial.

        

2 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

6 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - REIS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

8 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 27/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h56min.

        

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ÍNTEGRA

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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 - Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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 O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

 Eu gostaria de assinalar aqui a presença, na tribuna de honra, do Sr. Enor Machado de Moraes e sua esposa Paula Moraes. Enor Machado de Moraes é o presidente da Associação Terapêutica em favor da Cannabis medicinal, e hoje atende cerca de 20 mil brasileiros. A Flor da Vida é uma associação terapêutica exemplar, ao lado de outras como a Cultive e a Maria Flor lá em Olinda.

Há um número significativo de quantas associações já? Mais de 300 associações que justamente tem batalhado para a Anvisa e o Ministério da Saúde atenderem o apelo de todas essas associações, para que melhor se regularize a própria plantação da Cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

E que haja autorização, que sobretudo haja o encaminhamento para que a Cannabis não precise apenas ser adquirida se importando a um preço bem mais alto do que as entidades, as associações terapêuticas que veem conseguindo plantar e produzir a Cannabis Medicinal.

Então aqui na Assembleia Legislativa há uma Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial, que é presidida pelo deputado Caio França - ele é o coordenador e eu sou vice coordenador -, então estamos acompanhando de perto a importância dessas comunidades terapêuticas. Então sejam muito bem-vindos aqui, Enor e Paula.

Então vamos agora passar ao Pequeno Expediente. Tem a palavra a deputada Professora Camila Godoi. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.)

Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)

Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Eduardo Suplicy, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, eu venho denunciando exaustivamente essa famigerada Resolução, da Secretaria da Educação, nº 132, de 2025, que tem prejudicado imensamente o Magistério Estadual agora no processo de pontuação para atribuição de aulas.

Já fiz um pronunciamento, já denunciei, apresentei um PDL, um Projeto de Decreto Legislativo, para que ela seja imediatamente revogada, porque é uma resolução punitivista, criminaliza os professores e as professoras, sobretudo, aqueles e aquelas que precisaram fazer uma consulta médica, uma licença médica, que tiveram uma falta dentro da lei, pelo TRE.

Enfim, esses professores até então, Sr. Presidente, até mesmo licença- maternidade o governo estava prejudicando esses professores. Nesse processo de atribuição de aulas, de pontuação, não podiam ampliar a jornada. Não podiam, não, não podem ainda.

Não podem, por exemplo, escolher na escola PEI, nas escolas do Programa de Ensino Integral. Nós estamos denunciando isso exaustivamente e também preparando já uma ação popular no Tribunal de Justiça.

Hoje o governo, por conta de todas as denúncias que a gente tem feito, deu uma pequena recuada, mas insuficiente. Até saiu uma matéria, quero mostrar aqui, Sr. Presidente, olhe: “Gestão Tarcísio recua em ato que limitaria jornada de docentes no puerpério”. Ou seja, na verdade, na licença-maternidade. Ele só recuou nesse item, nos outros não houve recuo algum.

Então, Sr. Presidente, é um absurdo. É uma resolução punitivista de perseguição, de assédio às professoras e professores do estado de São Paulo. Porque restringe direitos, sobretudo, direitos à proteção e à saúde das trabalhadoras e trabalhadores da Educação, agredindo o estatuto do Magistério, agredindo o estatuto do funcionalismo público, agredindo toda a nossa legislação trabalhista essa resolução.

Então nós estamos tomando uma providência agora, que é o PDL que está protocolado, que na prática revoga, anula essa Resolução nº 132. E dizer ainda, Sr. Presidente, que nós já derrotamos o governo nessa questão das férias.

Na resolução anterior, naquela nº 97, onde o professor que tem 5% de faltas perde o seu contrato, professor categoria “O”. Nós entramos já com uma ação popular e ganhamos uma liminar, foi dada uma liminar suspendendo os efeitos da Resolução nº 97, o governo recorreu e perdeu, Sr. Presidente.

Então nós temos dois pareceres do Ministério Público, ele perdeu uma vez na liminar e agora vai ser dada a sentença e o Ministério Público Estadual se colocou contra também essa resolução. Na verdade, tem dois pareceres do Ministério Público contra essa Resolução n° 92, amparando a nossa ação popular. Mesmo assim o governo não aprende, continua massacrando, atacando o Magistério Estadual.

Então, Sr. Presidente, é isso, nós vamos tomar várias providencias, denunciar. O governo fez apenas um pequeno recuo em relação a licença-maternidade, mas tem que revogar quase toda essa Resolução nº 132. Nós vamos continuar aqui cobrando e denunciando.

Quero ainda, Sr. Presidente, comentar aqui a matéria que saiu hoje na “Folha de São Paulo”, na “UOL” sobre os pedágios, olhe só: “Governo Tarcísio dará subsídios e pode subir o preço de pedágios após anular cobrança em pontos. Estrutura nas rodovias Raposo Tavares, Padre Manoel da Nóbrega e Luiz de Queiroz, entre outras, foram canceladas. Aditivo de contrato mostra como será compensação; presidente de agência diz que contratos vão ser cumpridos.” Olhe só, a gravidade da situação.

 Primeiro, que nós estamos denunciando as farras dos pedágios aqui no estado de São Paulo. Se ela já existia com os tucanos, com o tucanistão, com o PSDB, ficou muito pior agora, porque o governador anunciou há um tempo atrás, há alguns meses atrás a implantação de mais 100 praças de pedágios no estado de São Paulo, Sr. Presidente. Olhe a situação em que nós estamos. Ele está recuando agora, porque está tendo muita mobilização popular nesses pontos e nessas cidades. As pessoas estão se mobilizando.

Participei de uma audiência pública na Câmara Municipal de Serra Negra, com a população local, ali, de Amparo, de Socorro, de toda a região do Circuito das Águas, onde ele ameaçou colocar quase 30 pedágios nesse novo sistema de pórticos “Free Flow”.

Ali houve mobilização, e ele recuou. Inclusive, vereadores da base, prefeitos ligados a ele, reclamaram, participaram da audiência pública contra a instalação dos pedágios naquela região. Então onde tem mobilização ele recua, Sr. Presidente.

Só que, na verdade, o que que vai acontecer? Ele está fazendo um recuo, mas os pórticos são instalados em várias dessas regiões que eu estou citando aqui, na Raposo Tavares, na Manoel da Nóbrega. Na Manoel da Nóbrega, ele só vai retirar dois, me parece. Dos 11 pedágios, ele vai retirar apenas dois, que é lá no final da Padre Manoel da Nóbrega. Aqui na Raposo Tavares também, ele está recuando em alguns, mas os pórticos vão continuar lá, segundo o governo, monitorando os carros.

Mas na verdade, Sr. Presidente, o que vai acontecer - e eu quero voltar aqui no final do ano que vem ou no início de 2027 só para confirmar -, quando terminar a eleição de 2026, o governador, eu não sei se ele vai ser candidato a presidente da República, ou ele vai ser candidato à reeleição, seja lá o que acontecer, tenho certeza, Sr. Presidente, que eles vão ligar os pedágios. Vão começar a cobrar. Porque os pórticos estão lá, funcionando.

Então ele está fazendo um recuo estratégico neste momento, onde há mobilização, apenas porque ele está preocupado com a eleição. E está pegando muito mal para ele. Vai perder muitos votos da população e da sua própria base de apoio, vereadores, deputados, aqui, reclamando, da base do governo.

Então ele, na verdade, vai dar um golpe na população, vai enganar a população, dizendo: “Estou recuando”. Aí termina a eleição no ano que vem, no final do ano que vem, e ele começa a cobrar os pedágios. É isso o que vai acontecer. Eu quero pegar depois, vou gravar este meu pronunciamento, Sr. Presidente, para mostrar no final do ano que vem, 2026, ou no início de 2027.

Mas não é só isso. A matéria diz, Sr. Presidente, que, como ele não vai cobrar pedágios por enquanto nessas localidades, então ele vai aumentar o preço de outros pedágios da região. Está escrito. Está aqui na matéria. Ou ele vai injetar dinheiro nas concessionárias, está falando que vai compensar essas concessionárias. Ele vai enriquecer ainda mais as concessionárias, com o nosso dinheiro, com o dinheiro do povo do estado de São Paulo.

Isso é grave, Sr. Presidente. Inclusive, nós vamos pedir uma auditoria do Tribunal de Contas e uma do Ministério Público estadual em relação a essa possibilidade, tanto de transferência, do aumento, na verdade, dos pedágios, ou desses aditivos. Nós queremos fazer uma devassa nesses contratos, Sr. Presidente. Porque é um absurdo que a população tenha que pagar por isso para enriquecer as concessionárias.

E são pedágios que são colocados em lugares que vão dividir as cidades, pedágios urbanos, onde a pessoa, para ir trabalhar, para ir ao hospital, para ir à igreja, ela vai pagar pedágio dentro da própria cidade, porque ela vai ter que atravessar a rodovia. Em vários lugares, há manifestações nesse sentido.

Então nós vamos, Sr. Presidente, acionar o Tribunal de Contas agora e o Ministério Público estadual para fazer uma devassa nesses contratos e em toda essa situação que o governo está colocando agora. E transferir dinheiro público do nosso Orçamento para aumentar os lucros dessas empresas concessionárias.

E por fim, Sr. Presidente, eu quero aqui abordar um assunto muito importante, deputado Suplicy. O nosso mandato vem acompanhando já há um tempo a luta dos trabalhadores e trabalhadoras dos cartórios do estado de São Paulo, dos cartorários, que trabalham nos cartórios. E a situação lá é grave, porque eles não têm a garantia do cumprimento dos direitos trabalhistas. Por incrível que pareça, Sr. Presidente, é isso o que acontece nos cartórios de todo o Brasil.

E nós estamos acompanhando aqui um movimento muito forte em São Paulo, que está se tornando um movimento nacional, desses trabalhadores e dessas trabalhadoras, por conta desse ataque aos direitos trabalhistas e à dignidade das pessoas que trabalham nos cartórios.

Nós já tomamos... Fizemos vários movimentos. Eu quero destacar aqui, Sr. Presidente, que nós já organizamos, aqui na Assembleia Legislativa, duas audiências públicas com esses trabalhadores, participamos de uma outra audiência pública em Brasília, por iniciativa da deputada federal Luciene Cavalcante.

Nós tivemos aqui, em São Paulo, duas reuniões com o corregedor do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, uma outra também com o próprio presidente do Tribunal de Justiça. Na verdade, a Corregedoria do TJ é a responsável pela fiscalização de todos os cartórios do estado de São Paulo.

E também por conta dos nossos pedidos, o TJ aqui, a Corregedoria fez dois provimentos para garantir o recebimento dos direitos trabalhistas na extinção da delegação e na interinidade, Sr. Presidente. E um outro que foi criado no provimento, que criou o fundo de reserva a ser provisionado pelos titulares - esse daí foi suspenso, infelizmente, pelo CNJ, a pedido das entidades patronais.

Mas além disso, ainda, Sr. Presidente, nós apresentamos projetos de lei, eu apresentei um projeto de lei aqui na Assembleia Legislativa, que é o Projeto de lei nº 477, de 2024, que autoriza a utilização da verba do próprio cartório vago para pagar os direitos trabalhistas.

E a deputada federal, Luciene Cavalcante, em Brasília, na Câmara Federal, apresentou o PL nº 1030, de 2024, também fazendo reconhecimento da sucessão trabalhista. Essas foram as medidas que nós tomamos ao longo desse processo junto com esses coletivos de trabalhadores dos cartórios.

Agora estou dizendo tudo isso, Sr. Presidente, porque nós estamos preocupados. No dia 17, agora de outubro, houve um concurso já para 220 cartórios vagos, então os novos aprovados irão assumir esses cartórios, os donos desses cartórios. É uma concessão, mas eles são os donos desses cartórios e eles podem demitir os servidores, os funcionários a hora que eles assumem, Sr. Presidente.

E ninguém paga os direitos trabalhistas, nem o antigo dono - que já faleceu, que já não existe mais, provavelmente - e nem o novo que assumiu, essa é a questão. Então nós temos aqui uma previsão de que 2 mil funcionários ficarão em uma insegurança, já estão inseguros, Sr. Presidente, com essa situação, 2 mil servidores, com as suas respectivas famílias, poderão ficar desempregados, nós podemos ter desemprego em massa se nada for feito.

Por isso, Sr. Presidente, que é muito importante que os nossos projetos sejam aprovados, que o CNJ atue no sentido de resolver essa situação, para o Tribunal de Justiça também, que nós possamos garantir os direitos trabalhistas para todos os trabalhadores e trabalhadoras dos cartórios extrajudiciais não só do estado de São Paulo, mas do Brasil.

Então, aqui as iniciativas foram feitas pelo meu mandato, aqui, na Assembleia Legislativa, e pelo mandato da deputada federal Luciene Cavalcante, em Brasília, que já pediu audiência com o CNJ, está lutando para aprovar o projeto dela, nós, aqui na Assembleia Legislativa.

Então, as condições para resolver isso estão dadas, propostas já foram apresentadas, agora basta o CNJ resolver essa situação, com novo provimento, basta aprovar o projeto da deputada Luciene Cavalcante em Brasília e o nosso aqui de São Paulo, que é autorizativo.

Então, essas são as medidas que nós tomamos, porque, repito, Sr. Presidente, para concluir, a nossa preocupação nesse momento, agora, é com 2 mil cartorários e cartorárias que podem ficar desempregados e serão prejudicados, juntamente com as suas respectivas famílias.

Então, é urgente a solução dessa questão dos direitos trabalhistas dos cartorários e cartorárias do estado de São Paulo e do Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos ao deputado Carlos Giannazi, em defesa sempre da boa Educação e por respeito aos professores da rede pública de Educação.

Tem a palavra agora... Aqui eu sou o próximo inscrito, Eduardo Suplicy. Então, para que eu possa falar, eu gostaria de solicitar a atenção do deputado Reis, se puder presidir um pouco a sessão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso da palavra o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy. Como eu havia dito subindo as escadas: “Super Suplicy”. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Querido deputado Reis, muito obrigado pelas suas observações. Em primeiro lugar, quero reiterar aqui as boas-vindas ao Enor e à Paula, da Flor da Vida, associação terapêutica da cannabis medicinal.

Gostaria primeiro de aqui compartilhar com todas e todos que ontem à noite tivemos uma sessão solene nesta Casa dedicada à entrega do Colar de Honra ao Mérito ao Vladimir Herzog, in memoriam, símbolo da luta pela verdade, pela liberdade, pela dignidade humana em nosso país.

É profundamente simbólico que a Assembleia Legislativa de São Paulo atribua a sua mais alta honraria a ele, pois muitos não sabem que dois deputados estaduais denunciaram em plenário a direção da TV Cultura, em um ato que resultou na prisão, tortura e assassinato de Herzog.

Foi precioso ouvir os amigos e as amigas relembrando sua importância e trajetória, assim como ver tantos jovens presentes. Na Mesa, contamos com falas emocionantes de Rose Nogueira, jornalista e amiga de Vlado; Juca Kfouri, também jornalista e sociólogo; Lorrane Rodrigues, historiadora e coordenadora de Memória, Verdade e Justiça do Instituto Vladimir Herzog; Adriano Diogo, sempre deputado e ex-presidente da Comissão Estadual da Verdade; Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog.

Pudemos ouvir também o querido José Genoino, os deputados Donato e Carlos Giannazi, a vereadora Luna Zarattini e Ivo e André Herzog, filhos de Vlado, que receberam o colar e fizeram falas extremamente comoventes.

Eu tive a honra, no começo de 1975, de trabalhar com Vlado na Revista Visão, ele como editor de cultura e eu como editor de economia. Roberto Muylaert foi quem nos convidou, o editor. Vladimir Herzog foi um homem que acreditava profundamente na força da palavra, na ética do jornalismo, no poder da informação.

Amanhã, dia 25 de outubro, sábado, completam-se 50 anos do assassinato de Vlado nas dependências do DOI-Codi, após ter se apresentado espontaneamente para depor. O regime, então, tentou forjar o crime como suicídio, mas a verdade prevaleceu e sua morte escancarou os horrores da ditadura.

Sua missa de sétimo dia, realizada na Catedral da Sé, reuniu milhares de pessoas e contou com a participação de líderes religiosos como o cardeal dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel, o pastor Jaime Wright, desafiando abertamente a versão oficial de suicídio e a repressão do regime.

Vlado se tornou símbolo da liberdade e de coragem diante das opressões do passado e do presente. A história de Vlado expressa como a coragem resiste à opressão, nos lembra de como a democracia é algo que demanda construção permanente para a plena garantia e efetivação dos direitos humanos.

Ao conceder o Colar de Honra ao Mérito a Vladimir Herzog, esta Casa reafirma que não há presente sem memória e que a democracia se enfraquece quando a violência estatal é naturalizada, quando o autoritarismo se insinua no discurso público, quando a verdade é relativizada.

O ato de ontem reafirmou que o Brasil deve seguir firme no caminho da memória, da verdade, da justiça, da democracia. Outras homenagens pelos 50 anos de Vlado Herzog ainda virão e convido todas e todos a participarem, em especial, deste ato ecumênico amanhã, às 19 horas, na Catedral da Sé.

Sr. Presidente, eu teria ainda uma... Se eu puder falar...

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Vossa Excelência é o “Super Suplicy”. Pode continuar. Eu me lembro da campanha de 1992, que era “Super, “Super Suplicy”.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - E, em seguida, eu posso presidir para que...

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Para que eu possa falar também, porque o povo precisa ouvir também o seu assistente técnico, o deputado Reis.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nós somos parceiros de tantas batalhas comuns. Mas eu gostaria de assinalar hoje uma notícia que foi publicada pela chamada notícia de Art News, sobre como é que a Irlanda está tornando permanente o programa da renda básica para artistas.

Vários anos após lançar um piloto, a Irlanda está prestes a tornar seu programa de renda básica para artistas permanentes a partir de 2026. Sob o programa, artistas selecionados recebem o pagamento semanal de US$ 375,00, cerca de US$ 1.500,00 por mês. Há 2.000 vagas disponíveis com inscrições previstas para abrir em setembro de 2026.

Os critérios de elegibilidade ainda não foram anunciados. O governo pode expandir o programa para mais candidatos no futuro, caso mais financiamento se torne disponível, de acordo com a emissora irlandesa RTE. O programa atual, que começou em 2022, está programado para terminar em fevereiro, após uma prorrogação de seis meses acordada no início deste ano.

Foi lançado para apoiar o setor das Artes após a pandemia. Muitos artistas sofreram perdas de renda desproporcionais durante aquele período devido ao cancelamento de apresentações e eventos ao vivo. Para o projeto piloto, os candidatos puderam se inscrever nas áreas de Artes Visuais, Teatro, Literatura, Música, Dança, Ópera, Cinema, Circo e Arquitetura.

Precisavam apresentar duas provas, demonstrando que eram trabalhadores culturais profissionais, como comprovante de renda, com venda de obras, filiação a uma associação profissional ou críticas publicadas. Na época, o New York Times relatou que mais de 9.000 mil pessoas se inscreveram, 8.200 consideradas elegíveis, 2.000 selecionadas aleatoriamente para receber os pagamentos. Outros 1.000 candidatos elegíveis foram colocados em um grupo de controle que seria monitorado sem receber fundos.

O anúncio segue a divulgação de um relatório externo feito pela consultoria Alma Economics, com sede no Reino Unido, que constatou que o piloto custou 72 milhões de euros até o momento, mas gerou quase 80 milhões de euros em benefícios totais para a economia irlandesa. O relatório também descobriu que a renda relacionada às artes dos beneficiários aumentou em mais de 500 euros por mês, em média. A renda proveniente de trabalhos não artísticos diminuiu em cerca de 280 Euros e a dependência de outros programas sociais caiu, com os participantes recebendo 100 euros a menos por mês, em média.

O retorno econômico desse investimento dos artistas e trabalhadores criativos da Irlanda está tendo um impacto positivo e imediato no setor e na economia como um todo, diz Patrick Donovan, ministro da Cultura, Comunicações e Esportes em Comunicado.

O relatório também estimou que um programa permanente em escala ampliada provavelmente resultaria em um aumento de 22% na produção de obras pelos artistas, ao mesmo tempo em que reduziria o custo médio da arte para os consumidores entre nove e 25 por cento.

Em outubro, o governo divulgou os resultados de pesquisa pública sobre o programa, que revelou que 97% dos respondentes apoiam o programa. No entanto, 47% dos 17 mil participantes disseram que os artistas deveriam ser selecionados com base na necessidade econômica, enquanto 37,5% preferiram seleção por mérito. Apenas 14% optaram pela seleção aleatória.

O programa “BIA”, da Irlanda, é uma forma de renda básica universal, uma política que concede a todos os cidadãos um pagamento recorrente, independentemente de status econômico, socioeconômico e outros fatores. Tais programas têm se tornado cada vez mais “mainstream”, ainda que não amplamente implementados nos últimos anos, na medida em que crescem os temores sobre os efeitos da inteligência artificial e de outras perdas de empregos impulsionadas pela tecnologia.

Muitos defensores da UBI citaram o programa irlandês como evidência de que o modelo funciona. Como o piloto mostra, a renda básica funciona e as pessoas precisam de uma renda básica universal agora para enfrentar e lidar com as muitas crises sociais, econômicas e ecológicas do nosso mundo. “A rede continuará ajudando a demonstrar a renda básica dentro das comunidades e a mostrar como ela é uma política sustentável”, disse a “UBI Lab Network”, em uma declaração pedindo um programa nacional.

“Não precisamos de mais pilotos. As pessoas precisam de uma renda básica universal agora para enfrentar e lidar com as muitas crises sociais, econômicas e ecológicas do nosso mundo”, disse Reinhard Huss, organizador da “UBI Lab Leads” ao “Business Insider”, em junho.

Assim, (Inaudível.), Paula, mais uma boa notícia para fortalecer a campanha pela renda básica universal e incondicional aqui no Brasil.

Sejam sempre bem-vindos.

Um abraço, um beijo.

Caro deputado Reis, presidente, eu posso assumir a Presidência.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Já estou aguardando Vossa Excelência. E vou chamar o último da lista de oradores do Pequeno Expediente. É o deputado Fábio Faria de Sá. E aí o deputado Suplicy dá início à Lista Suplementar.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Deputado Reis, pelo tempo regimental.

 

O SR. REIS - PT - Cumprimentar o deputado Suplicy. Eu falei “Super Suplicy”, porque na campanha de 1992 eu fui candidato a vereador e o Suplicy foi candidato a prefeito de São Paulo. E na campanha, o jingle dele era “Super Suplicy”. E ele usava até uma roupa com um “S” de super, porque era assim que o povo via.

Cumprimentar o público presente, os deputados e as deputadas que estão em seus gabinetes, em seus afazeres, estão nos acompanhando pela Rede Alesp. Às vezes, as pessoas perguntam: ''Nossa, mas está vazio, não tem nenhum deputado lá''. É porque eles estão aí militando nos bairros, nas periferias, estão militando nas prefeituras para ver as demandas que tem a população de São Paulo e encaminhá-las.

Por isso que eles não estão aqui, mas estão nos acompanhando pela Rede Alesp. Ou estão em seus gabinetes, despachando também, e acompanham aqui pela Rede Alesp, mas é importante vir aqui falar, porque, mesmo não tendo público aqui, conforme eles falam lá nas nossas redes sociais, as pessoas estão nos acompanhando em suas casas.

À noite é reprisado o programa da TV Alesp, e eles assistem lá, as pessoas que têm interesse, para saber como foi o dia aqui do parlamento, o que foi discutido, o que foi falado. Então, independentemente das críticas, independentemente de como as pessoas enxergam o mundo, é muito importante que o parlamento possa ter deputados aqui falando.

E o Suplicy tem feito isso muito bem, mesmo muitas vezes até com a questão da saúde dele, mas ele faz questão de vir aqui, e é o exemplo que eu sigo. Assim como quando ele foi vereador lá comigo também, do mesmo jeito, ele nunca deixou de usar a tribuna para falar para a sociedade.

Também cumprimentar os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Tecnocientífica, da Polícia Penal, e cumprimentar todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando, deputado Suplicy, pelas redes sociais, através da Rede Alesp.

Eu trouxe um tema hoje, deputado Suplicy, de um requerimento que eu fiz ao Governo do Estado de São Paulo, por conta de que os funcionários fazem concursos públicos e, às vezes, o governo desvia a função deles. E isso eu tenho identificado muito na Polícia Militar. Às vezes as pessoas não gostam que eu fale da Polícia Militar, mas eu tenho que falar.

Aliás, recebi o coronel lá em meu gabinete, o coronel Roldan, e expliquei para ele que eu, como representante do povo, tenho que falar. Mas eu percebi que, depois da conversa cordial que nós tivemos, eu percebo que os policiais estão mais tranquilos, no semblante dos policiais, que o tratamento está melhorando bastante.

E eu quero cumprimentá-lo pela conversa, por ter se colocado para ir lá ao meu gabinete, juntamente com o capitão Stamato, e a gente espera esse clima de harmonia, de tranquilidade, porque aqui é uma casa política, e, por ser uma casa política, a gente tem que dar o exemplo para toda a sociedade. Não pode ter lá fora essa repetição de que as coisas não vão bem. Aqui tudo tem que ir bem.

Então, quando a gente vê que não está indo bem, deputado Suplicy, a gente tem que vir falar, porque esse é o nosso papel. Por que o povo vai à urna e nos escolhe? Para falar em nome deles, porque eles não podem falar, eles não vão vir aqui falar, eles não podem usar a tribuna, mas os deputados podem, sim, falar, e o nosso papel é falar.

Tem gente que gosta e tem gente que não gosta. Temos que continuar falando. Eu fiz esse requerimento por conta do desvio de função que tem na Polícia Militar, e esse desvio de função acabou com a morte do cabo PM João Nivaldo Martines Gomes, porque o comando o colocou para arrumar um telhado.

Então, o policial foi concursado para fazer policiamento, ele não foi concursado para arrumar telhado, ele não foi concursado para ser telhadista, não foi concursado para ser pedreiro, carpinteiro, para resolver os problemas dos coronéis que, às vezes, não têm como contratar funcionário, aí coloca o policial para fazer esse serviço. E aí aconteceu - deputado Suplicy, da mesma forma que V. Exa. me pediu um tempo, eu também peço um tempo para continuar, para terminar a minha fala.

Então, o que aconteceu? O cabo João Nivaldo Martinez foi arrumar o telhado do batalhão, do 9º Batalhão de Polícia Militar Metropolitana, e caiu lá de cima, caiu do telhado. Muitas vezes vai arrumar o telhado sem infraestrutura, sem escadas adequadas, sem andaimes adequados, então vai fazer aquele quebra-galho.

E, por conta desse quebra-galho, nós temos aí um óbito, uma família perdeu um ente querido. E eu fiz os questionamentos. Eu perguntei aqui qual o número de policiais militares que estão alocados para tarefas e trabalhos estranhos à atividade policial, especialmente para a manutenção dos batalhões.

Aí vem toda aquela resposta, sempre floreada: “tendo em vista os dispositivos legais e a interface com a comunidade, a polícia militar consolidou ao longo dos anos o sistema de Gestão da Polícia Militar do Estado de São Paulo, GESPOL, cujo escopo é o de definir as bases elementares de atuação da instituição em áreas de gestão, de modo a formar a cadeia de valor da execução de um serviço ao público externo, atividade-fim, bem como por processo de apoio, gerando valor ao público interno da Polícia Militar do Estado de São Paulo, atividade-meio, que permeia a administração de pessoas, saúde, inteligência policial e logística.

Nesse sentido, por meio de análise junto a esse sistema, são empregados, em média, 10% do efetivo total para o desenvolvimento das atividades-meio, o que inclui a manutenção de unidades.”

Então, olhe só. Interessante isso, porque nós temos um decreto que fixa o efetivo da Polícia Militar. Tenho até o número do decreto, é o Decreto nº 65.096, de 28 de julho de 2020, que fixa em 93.802 policiais. Só que nós não temos esse número, nós temos um déficit de cerca de 13 mil policiais com relação a esse decreto.

E o próprio comando da instituição está dizendo para mim que eles usam 10% com desvio de função; 10% desse efetivo da Polícia Militar, eles usam para arrumar viatura, para arrumar telhado. Quando nada acontece, ninguém fica sabendo. Mas, quando o policial cai lá de cima do telhado, gente, aí, obviamente, que a mídia vai lá, a imprensa vai lá e fala.

O policial foi concursado para ser policial, para fazer policiamento ostensivo, preventivo, fardado. Ele não foi concursado para arrumar telhado. Isso aí tem que ficar bem claro.

Aí eu perguntei qual a legislação, qual a lei que permite que o comandante tire o policial da rua e ponha para arrumar batalhão, ponha para arrumar telhado, ponha para arrumar, para trabalhar de pedreiro, de eletricista. Qual? Para ser carpinteiro. Qual a lei que permite isso? Interessante, não existe lei que autorize isso. Então, o que acontece? O comando está agindo fora da lei. Porque a resposta que ele me dá é a seguinte.

Quando eu pergunto qual a legislação, ele diz: “A sistemática de atuação de policiais militares em atividade administrativa de batalhão é desenvolvida a partir da utilização das matrizes organizacionais, das organizações policiais militares, OPM, territoriais da Polícia Militar, que estabelece, dentre as funções administrativas básicas, as atividades de manutenção e obras, destinadas à conservação das instalações físicas de unidade, em conformidade com o eventual surgimento de demandas específicas, que são regradas por meio das Instruções para Administração de Bens, I-38-PM.”

Então, as instruções, está dizendo que estão nesse... Esse, deve ser... Ele põe tudo isso e coloca “I-38-PM”. “Publicada instrução”, deve ser uma instrução, “38, publicada no Boletim Geral da PM nº 49, de 14 de março de 2017, notadamente quanto à manutenção preventiva dos imóveis prevista no artigo 102 dessa norma, conforme segue”.

Aí vem o artigo 102: “Todos os órgãos do sistema são diretamente responsáveis pela manutenção preventiva dos imóveis que ocupam, além dos pequenos reparos em níveis de obras e serviços de primeiro escalão, cabendo realizar atividades de rotina, utilizando efetivo próprio, utilizando efetivo próprio em seus serviços, que não existe especialização técnica, ou utilizam serviços contratados, no caso, conservação, procedimento administrativo padrão... Então, é uma instrução do próprio comandante, do comandante-geral, que é o boletim-geral, para que os policiais façam os reparos.

Então, eu entendo que o governo pode contratar uma empresa, como tem na Educação, uma empresa para fazer manutenção em escola. Então, ele contrata uma empresa para fazer manutenção nos batalhões, nas companhias. Mas ele não pode estar usando os policiais que foram contratados para fazer policiamento, porque é um prejuízo que a sociedade tem.

Quando um policial está subindo no telhado para arrumar telhado, ele está deixando de dar segurança para a sociedade, ele está deixando de fazer aquele papel que foi o concurso que ele prestou. E aí, qual a lei que autoriza? Não existe lei autorizando.

Isso... Eu acho que nós vamos ter que, também, entrar com uma ação contra o estado para que, se ele quiser que arrume o telhado do batalhão, ele contrate um telhadista, ele faça lá um processo licitatório, contrate uma empresa para fazer a reforma e não colocar em risco a integridade dos policiais, não colocar em risco...

O que aconteceu aqui com o cabo PM João Nivaldo Martines foi que, à medida que o governo o colocou para arrumar o telhado, colocou em risco a integridade dele, a integridade física, tanto é que acabou acontecendo o seu óbito, culminando no seu óbito. Então não está correto isso.

Quais as providências tomadas pelo comando da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública para evitar eventos trágicos como esse? Aí vem a resposta: “A Polícia Militar promove, de forma contínua, o aperfeiçoamento de suas normas e procedimentos com o propósito de assegurar a máxima proteção ao seu efetivo e, simultaneamente, alcançar níveis cada vez mais elevados de eficiência e eficácia com suas atividades.

A exemplo disso, destaca o sistema de supervisão e padronização operacional dos serviços policiais militares, Sisupa, o qual tem por finalidade a padronização dos seus procedimentos operacionais e administrativos”.

Qual o suporte fornecido pela Polícia Militar aos familiares do cabo João Nivaldo após seu falecimento? “Foi ofertado apoio em tempo integral aos familiares do policial militar acidentado por meio de força-tarefa organizada no hospital, promovendo o acompanhamento de todas as intervenções e procedimentos clínicos realizados, mantendo os familiares atualizados sobre o estado de saúde do paciente em conformidade com as informações prestadas pela equipe médica.

Após a declaração do óbito, os trâmites necessários para a realização das honras fúnebres e serviços funerários foram mediados pela equipe de comunicação social do CPA/M-3, ocasião em que a genitora do cabo PM Nivaldo recebeu auxílio para comparecer ao Hospital das Clínicas e realizar os procedimentos relativos ao funeral, incluindo o apoio do Centro de Atenção Psicológica e Social, Caps, no atendimento dos familiares, desde a comunicação do falecimento até o término do sepultamento.

É válido informar que foi ofertado transporte oficial por meio do Centro de Motomecanização, CMM, aos familiares e amigos residentes na região de São José do Rio Preto.

Por fim, transcorrido o sepultamento, a assistência aos familiares foi mantida, prestando-se esclarecimento e apoio acerca de cada etapa dos trâmites administrativos, sendo que os direitos e benefícios aos dependentes serão providos mediante a conclusão de sindicância em curso na instituição.

Diante do acima exposto, cujas informações corroboro, remetam-se os autos em devolução à Diretoria de Relações Governamentais e Parlamentares, com nossos cumprimentos para a tramitação subsequente.”

Então essa foi a resposta que foi dada, porque nós, quando tomamos conhecimento da notícia que o policial militar foi designado para arrumar um telhado no 9º BPMM, o cabo PM João Nivaldo Martines Gomes acabou sofrendo essa queda lá de cima do telhado e veio a óbito.

E aí as informações que são me trazidas mostram que não há uma questão legal para que o comando exija que os seus policiais saiam da rua, deixem de fazer o policiamento para consertar telhado, para fazer trabalhos braçais. Não é papel do policial militar.

Se o governo quer isso, ele tem que contratar uma empresa de manutenção e aí essa empresa cada dia vai em um batalhão, arruma o telhado, arruma lá a torneira, o vazamento de água, a questão do esgoto. Esse é o meu entendimento, porque caracteriza-se um desvio de função, deputado Suplicy.

É isso que eu quero deixar registrado aqui neste Pequeno Expediente, para que todos tomem conhecimento das nossas ações com relação a garantir a integridade dos policiais, garantir que eles possam exercer o seu papel da melhor forma possível, sem interferências alheias à vontade deles e àquilo que foi proposto, aquilo que a lei determina, porque o que rege a administração pública é a lei.

As pessoas têm que seguir o que está escrito lá na lei. Se não tem lei autorizando, não pode tomar atitudes que a lei não autorize, Sr. Presidente.

 

O SR. REIS - PT - E, havendo acordo entre mim e o deputado Suplicy, requeiro o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantado os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de 28 de outubro, terça-feira, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira.

Lembrando que segunda-feira é feriado, não é?

 

O SR. REIS - PT - Dia do Funcionário Público. Feriado para os funcionários públicos. É dia 28, mas foi antecipado para segunda.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem. É dia 27, segunda-feira.

Está levantada a sessão.

Meus cumprimentos, deputado Reis.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 56 minutos.

 

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