10 DE ABRIL DE 2023

16ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: AGENTE FEDERAL DANILO BALAS, MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS, CONTE LOPES e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Assume a Presidência.

        

4 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PAULO FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

8 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - REIS

Assume a Presidência.

        

10 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE REIS

Informa a presença de oficiais administrativos da Polícia Civil nas galerias. Cumprimenta José Airton Marques, vice-presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo, presente no plenário. 

        

15 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Conte Lopes).

        

16 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

17 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - ENIO TATTO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - EDUARDO SUPLICY

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

22 - REIS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

23 - GIL DINIZ

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

24 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

25 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 11/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Agente Federal Danilo Balas.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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 O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Iniciando com os oradores inscritos no Pequeno Expediente, neste dia 10 de abril, chamamos o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.

Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa.

Hoje se completam exatamente 100 dias do atual governo estadual e do atual governo federal. É importante, em 100 dias de governo, que a gente possa construir uma comparação - inclusive o governador Tarcísio está assumindo pela primeira vez o governo do estado de São Paulo e vem depois de muitos anos que o PSDB governa o nosso Estado.

Por outro lado, também assume a presidência do Brasil o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que volta a governar o Brasil - ele governou de 2003 a 2010 e retoma agora em 2023.

Mas é importante que a gente consiga, nesses três meses, fazer uma comparação do que são esses dois governos, a diferença do que é um governo democrático e popular e o que é um governo neoliberal, um governo que simplesmente trabalha para desmontar o estado brasileiro.

Então eu queria rapidamente colocar um vídeo curto mostrando um pouco das ações do governo federal e, na sequência, eu comento um pouco sobre o governo do estado de São Paulo.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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Dou importância, Sr. Presidente. Vou falar um pouco do que foi feito nesse período de três meses, principalmente em relação à assistência social. A gente percebe - enquanto o presidente Lula retoma o Bolsa Família, retoma o PAA, que é o Plano de Aquisição de Alimentos, volta a produzir moradias de interesse social pelo “Minha Casa, Minha Vida”, não só entre os empresários, prefeitos, também um movimento de moradia dentro do nosso País -, a gente olha aqui no estado de São Paulo que o governo Tarcísio começou agora a cortar os restaurantes “Bom Prato”.

A gente percebe que os “Bom Prato”, que estavam sendo desenvolvidos e são um instrumento importante para diminuir a fome, principalmente da população de rua do estado de São Paulo...

A gente pega na Páscoa agora, inclusive: o Tarcísio cortou o restaurante popular bem no dia da Páscoa, onde, para muitas pessoas que hoje estão em situação de rua, era a única alimentação que poderia se fazer. O restaurante foi fechado, inclusive, no dia da Páscoa.

A gente olha aqui outros exemplos, como as privatizações. Enquanto o presidente Lula retira empresas importantes, como Correios, a Telebras, que são empresas que vão ajudar a fortalecer o caixa do Tesouro Nacional para fazer políticas públicas no nosso País, aqui no estado de São Paulo, o Tarcísio já aponta a privatização da Sabesp.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Monica Seixas do Movimento Pretas.

 

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Acabou de abrir uma licitação para a Linha 7 do metrô, incluindo no Intercidades. Em novembro, vai ter um processo de privatização, de concessão da Linha 7 da CPTM, mostrando que, de um lado, você tem um Governo que quer fortalecer o nosso País e, do outro lado, um governador que quer entregar o nosso País.

Então, nós vamos ter muito a debater nos próximos quatro anos. Esse é o primeiro momento, uma comparação do presidente Lula e do governador Tarcísio, os dois com 100 dias de governo, e dá para demonstrar a diferença entre esses dois modelos: um modelo desenvolvimentista e o outro modelo neoliberal, entreguista do nosso Estado.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Seguindo a ordem dos inscritos, o próximo orador, deputado Luiz Claudio Marcolino - falou agora. Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.)

Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Alex Madureira.

Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.)

Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.)

Pela Lista Suplementar: Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, senhoras e senhores da TV Assembleia, assessoria de todos os partidos que estão aqui, nossos amigos de Roseira, Aparecida e Guaratinguetá, que nos acompanham neste plenário, antes de iniciar as minhas falas, vou pedir para a técnica colocar um vídeo e aí seguiremos com o nosso discurso. Por gentileza.

 

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- É exibido o vídeo.

           

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Senhoras e senhores, hoje o governo Tarcísio de Freitas completa 100 dias. Não vou exaltar somente o governador Tarcísio. Tarcísio de Freitas e sua equipe técnica, aguerrida, que trabalhou 100 dias sem parar.

Aqui trago alguns dados importantes sobre o governo de São Paulo, o atual governo de São Paulo, sem comparar com o governo federal. O objetivo nosso é mostrar o que estamos fazendo em São Paulo, o maior estado do país.

Por exemplo, na “Gestão 3D”, investimentos de 180 bilhões previstos em 15 projetos de concessões e participações. Também cinco mil escolas com o aplicativo “Diário de Classe”, investido na Educação.

Cento e vinte e cinco mil cestas básicas e 328 quilômetros de estradas rurais recuperadas. É preocupação da Educação à Saúde, ao homem do campo, para escoamento da sua capacidade agrícola.

Desenvolvimento: 407 quilômetros de estradas e rodovias recuperadas, 50 milhões disponíveis para financiamento em crédito pré-aprovado, 300 milhões de investimentos na retomada de obras de ampliação do canal de navegação de Nova Avanhandava, leilão com deságio de 100% do Rodoanel Norte.

Aqueles que têm 30 anos de política mais ou menos sabem a enrolação que foi o governo anterior e, aqui, os partidos, os 94 deputados, lembram da enrolação que foi o Rodoanel Norte. E neste governo o trecho do Rodoanel Norte será entregue.

Para concluir, presidente, quatro programas de modernização e agilidade nos serviços públicos, 17 novas unidades do Poupatempo já entregues, 471 milhões em investimentos na terceira fase do VLT Baixada Santista e mais de 123 mil vagas em cursos Qualifica São Paulo.

Então esse é o governo de São Paulo, o governo Tarcísio de Freitas mais equipe. Ninguém faz um “comandamento”, ninguém é líder sem a sua equipe de secretários. Parabéns, governador Tarcísio de Freitas, 100 dias de governo.

Parabéns a toda equipe que vestiu a camisa do estado de São Paulo.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - O próximo orador inscrito: deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta, Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui na tribuna, os assessores, quem acompanha a gente pela Rede Alesp, eu quero aproveitar aqui para dialogar com o deputado Danilo Balas. Eu acompanhei atentamente a exposição do deputado sobre os 100 dias do governo Tarcísio.

Deputado, eu confesso ao senhor que eu estou abismado, porque olhe só, o governo Tarcísio prometeu um centro de triagem e 500 câmeras na Cracolândia; não entregou.

O governo Tarcísio propôs um governo de três “d”: dignidade, diálogo e desenvolvimento. Dignidade: devia ter Bom Prato, devia ter o centro de triagem, as câmeras. O que que aconteceu com o Bom Prato?

Ele fechou unidades do Bom Prato na capital e no interior; acho que fechou inclusive na região do senhor. Depois a gente viu que na greve dos metroviários, que o governador teve que cuidar, ele disse: “Concordo com a catraca livre”. O deputado Luiz Claudio deve ter acompanhado mais de perto até porque foi a primeira greve. Os metroviários fizeram uma proposta: “Vamos liberar a catraca”.

O governador aceitou. Eu confesso que eu fiquei feliz, mas ao mesmo tempo ele entra com uma ação contra a medida. Então ele jogou na confusão e depois acusa o sindicato de não ter cumprido, mas não cumpriu o quê se o acordo era catraca livre?

Deputado, outro dado: na Educação nós estamos vivendo um momento delicado, o senhor sabe.

Hoje, inclusive a bancada, a federação, fez um ato em frente à escola Emiliano di Cavalcanti, lá em Alto de Pinheiros, onde a professora Elizabeth também foi professora, também deu aulas, para questionar, por exemplo, a interrupção de um convênio com psicólogos nas escolas. Nesse momento tão delicado, tão difícil, o governo cortou o convênio.

No caso da Educação é ainda pior. A gente está com uma proposta sendo ventilada de reduzir de 30%, que é o que preconiza a Constituição Estadual, para 25% as verbas para Educação.

Deputado, repare só, hoje são 30 por cento. No Orçamento deste ano, 62 bilhões. O problema é que 6,4% ele utiliza para pagar inativos, o que é proibido - aliás, a gente tem questionado o tempo todo e o Tribunal de Contas também -, 7% para as universidades.

Sabe quanto sobra para as escolas? Vinte por cento. O governador está propondo tirar nove bilhões. Eu vou pedir ao senhor, que é da base do governo, que sensibilize o governador para não apresentar uma proposta dessa. É um erro, um equívoco. Parou por aí? Não.

O governo de 100 dias do Tarcísio, que eu vi ali o senhor apresentar um “governo sem parar”, para mim é um governo “sem nada a apresentar”, porque repare: se nas áreas importantes a gente não teve nenhuma proposta aqui nesta Casa, não chegou um projeto estruturante.

Chegou um projeto que já foi aprovado, que diz respeito à desapropriação de áreas lá em São Sebastião. Mas trazer um projeto estruturante, a gente não viu. Sabe o que o governador tem feito? Batido o martelo. O negócio do governador é entregar os bens do Estado. Aliás, quer entregar a Sabesp. Depois eu vou falar da martelada. Ele quer entregar a Sabesp. A Sabesp é uma empresa pública que dá lucros. Em 2021, deu mais de três bilhões de lucro.

É uma empresa que tem 57 bilhões em ativos, ela tem 5 empresas fotovoltaicas, e ela ainda participa como acionista de empresas de coleta de resíduos sólidos. Nós não estamos falando de pouca coisa. Nós estamos falando de uma empresa que atua em 375 municípios, que tem contrato assinado com a Sabesp. Nós vamos rasgar os contratos com a concessão?

E o argumento do governador: “Não, nós vamos distribuir lucro para as cidades”, que é um jeito de tentar atrair as cidades. Sabe qual é o problema? As pequenas, que não são lucrativas, que não são rentáveis. Elas vão ficar abandonadas, o governo promete que não.

Nós precisamos ter clareza: entregar um bem como a Sabesp é um equívoco. Espero inclusive que os deputados e deputadas votem contra, para dizer para o Tarcísio: “Não”, até porque 53% da população do estado é contra a privatização da Sabesp. Ele está na contramão.

Pior, porque deu umas marteladas lá para poder entregar o Rodoanel. Entregou para uma empresa de investimentos, que não é nem construtora e, aliás, está envolvida com uma outra empresa, que gerencia dois trechos do Rodoanel, que é uma empresa insolvente e que tem problema.

Então, deputado Danilo Balas, por quem tenho um respeito enorme: eu acho que esses 100 dias do governador foram 100 dias reativos. Reagiu à greve do Metrô mal, reagiu à questão de São Sebastião, foi louvável, conversou com o governo Lula, esteve lá mais de uma vez, procurou parcerias. Mas sabe o que aconteceu na prática? Congelou recursos da Habitação.

Quando a gente olha o Orçamento, a gente vai ver que os recursos que deveriam servir para construção de casas, para moradia, etc., estão congelados. Tudo bem, eu sei, são só 100 dias. Mas sem nada não dá.

Então nós precisamos começar a cobrar. Espero que o governador mande para esta Casa projetos estruturantes. Tenho certeza de que o senhor e o deputado Conte Lopes estão ávidos para discutir e votar projetos do governador, projetos sérios, de verdade, que possam dizer para onde vai o estado, porque por enquanto o estado está sem nada.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Próximo orador inscrito, deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, o público aqui presente, a presidenta Monica Seixas, que conduz os trabalhos na data de hoje, cumprimentar todos os presentes, os trabalhadores desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, os integrantes da Polícia Militar e todos aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp.

Sra. Presidenta, eu ouvi atentamente o deputado Danilo Balas fazendo uma ginástica para demonstrar o que fez o governador Tarcísio em 100 dias. Ele realmente está de parabéns, porque ele fez um esforço, ele se esticou, ele fez um malabarismo aqui. É muito difícil defender o governo Tarcísio, porque não tem nada para apresentar.

Então ele veio aqui, ele tentou. Tenho que reconhecer assim esse esforço que fez aqui o deputado Danilo Balas.

Mas, Sra. Presidenta, quero também falar que na data de hoje eu recebi na liderança do PT cerca de 30 oficiais administrativos, que trabalham na Polícia Civil.

Não são policiais civis, são os oficiais administrativos responsáveis pela administração burocrática, o trabalho de escrituração, trabalho burocrático de recursos humanos, de protocolo, dentro da repartição, das delegacias, dos departamentos, presidente Conte Lopes, dos departamentos de Polícia Judiciária, o Demacro, os Deinters, o Decap, o DHPP.

Então, todos esses departamentos eles têm lá... trabalhando, ajudando na administração da polícia, os oficiais administrativos e os ajudantes de serviços gerais. Eu já mostrei aqui, deputado Donato, um holerite de um desses trabalhadores que durante muitos anos não foram reconhecidos pelo governo, pelo Estado.

E agora foram prejudicados por conta da avaliação da insalubridade, que eles recebiam em grau máximo, cerca de 787 reais, e caiu para o grau mínimo, caiu para 196 reais.

Vejam vocês, eles têm um salário de cerca de 690 reais e o governo acaba tendo que dar um bônus para chegar a um salário mínimo, e eles têm esse prejuízo numa redução do adicional de insalubridade, que cai para 196 reais.

Eles vieram hoje solicitar providências desta Casa de Leis para resolver essa demanda. Eu já protocolei um projeto, um PLC, reconhecendo que todos os funcionários, mesmo aqueles que estão lotados em áreas policiais, funcionários civis - porque também na Polícia Militar nós temos oficiais administrativos no sistema prisional - que eles recebam a insalubridade em grau máximo.

E ao mesmo tempo eu fiz uma indicação regimental ao Sr. Governador Tarcísio de Freitas, para que ele mande para esta Casa um projeto reestruturando a carreira dos oficiais administrativos.

Os oficiais administrativos que, durante muitos anos, foram injustiçados, não reconhecidos. Imaginem vocês, que um salário... eu mostrei um holerite aqui, a pessoa ganhava 1.200 reais por mês.

Nós não podemos permitir isso, permitir que uma categoria que é essencial ao funcionamento das delegacias, essencial ao funcionamento dos departamentos, essencial ao funcionamento dos batalhões, do sistema prisional, seja tão prejudicada como está sendo. Claro, não é uma coisa do governo atual. É também do governo atual porque, já nesse período, nesse curto período, ele poderia ter mandado um projeto para essa Casa.

E o deputado Danilo Balas ia falar aqui na prestação de contas: “Em 100 dias de governo Tarcísio já foi enviado aqui um projeto para reestruturar a carreira dos oficiais administrativos. Já foi enviado aqui um projeto para a valorização dos policiais civis, dos policiais militares, dos policiais penais”. Poderia estar nesse contexto do deputado Danilo Balas essa questão também.

Isso ainda não foi feito, mas ainda pode ser feito. Então, a gente está cobrando aqui que o governo mande para esta Casa um projeto reestruturando as carreiras dos oficiais administrativos, que prestam serviço na Polícia Civil, na Polícia Militar, no sistema prisional.

E também que ele mande, urgentemente para esta Casa, o Projeto de lei para dar o aumento aos policiais civis, aos policiais militares, aos policiais penais e, como me cobram muito na rua, também para todos os servidores públicos, inclusive para os da Educação, para os professores, os diretores de escola. Os profissionais da Educação também estão clamando pela sua valorização.

É isso que nós esperamos que muito em breve possa acontecer, presidente Conte Lopes, para a gente também ajudar na prestação de contas aqui dos nossos companheiros do PL, ou dos nossos colegas do Partido Liberal.

Forte abraço.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Com a palavra o nobre deputado Donato. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos. Grande presidente da Câmara Municipal de São Paulo.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todos que nos acompanham pelas redes sociais da Assembleia Legislativa. Eu gostaria aqui de comentar uma infeliz notícia que foi divulgada no sábado.

Curiosamente no sábado de aleluia, no meio de um feriado prolongado, foi divulgado o aumento da tarifa da Sabesp, bem acima da inflação. Aumentou esse que vinha sendo debatido pela Arsesp, a Agência Reguladora de Saneamento e de Energia Elétrica e de outras áreas da administração pública, das concessões, desde dezembro. Aliás quando a Arsesp sinalizou, em dezembro, que ela ia reajustar acima da inflação, as ações da Sabesp subiram.

E como se sabe, a Sabesp tem quase metade das ações em Bolsa de Valores, na B3, até na Bolsa de Nova York com investidores que já aportam recurso na Sabesp e que esperam o retorno financeiro.

Mas a Sabesp não é uma empresa privada, é uma empresa pública, e a função principal dela é servir a população de São Paulo, fornecer água de qualidade, captar o esgoto e tratar o esgoto. São as três funções básicas da Sabesp que ainda não foram universalizadas.

Mas agora a gente teve esse aumento de 9,56%, presidente Reis. A inflação do período foi de cerca de 5,5 por cento. E qual a justificativa da Arsesp, deputado Conte Lopes?

Perdoe-me mais uma vez, mas a nossa relação na Câmara Municipal faz com que às vezes chame o senhor de vereador, mas o senhor é deputado por muitos, muitos mandatos aqui. O argumento é que teve um desequilíbrio econômico na Sabesp, na época da pandemia.

Mas vejam só: a Sabesp, no ano passado, teve um lucro de três bilhões e 100 mil, 35% maior do que em 2021. Portanto, ela é uma empresa que está equilibrada, está dando lucro, o lucro está aumentando. E veja só, eu fui procurar a legislação da Arsesp. A lei que criou a Arsesp é de 2007 aqui, no governo Serra.

E vamos ver: no Art. 10, quanto aos serviços públicos de saneamento básico de titularidade estadual compete ainda à Arsesp, respeitadas as competências e prerrogativas federais e municipais, tem vários incisos, e vamos ao Inciso IV: “Observadas as diretrizes tarifárias definidas em decreto. Fixar as tarifas e outras formas de contraprestação dos serviços, bem como proceder a seu reajuste e revisão, tendo por objetivo assegurar tanto o equilíbrio econômico-financeiro da prestação como a modicidade da tarifa, mediante mecanismos que induzam a eficiência dos serviços e que permitam a apropriação social”. Apropriação não particular. “Apropriação social dos ganhos de produtividade”.

Ou seja, a Arsesp não cumpriu o que está na lei porque se está dando lucro e o lucro está aumentando, evidente que o contrato está equilibrado. Então, não se justifica você reequilibrar o contrato para beneficiar a Sabesp, e principalmente os 49% de investidores privados da Sabesp. É isso que está sendo feito, está sendo feito o aumento do lucro da Sabesp. É certamente uma estratégia de gerar caixa para privatização, na minha opinião. Mas isso é minha opinião.

Vamos aos fatos: o fato é que a Arsesp descumpriu a lei porque a lei fala em modicidade da tarifa, fala em apropriação social dos ganhos de produtividade. É isso que fala a lei, como eu li aqui, e ela está descumprindo a lei, está penalizando o povo paulista em 375 municípios onde a Sabesp atua, que vão ter 10% de aumento na tarifa de água e esgoto, sendo que a inflação beirou 5 por cento. É inadmissível, é inaceitável.

E eu fui ler mais coisas sobre a Sabesp - feriado ajuda nisso, a gente tem um pouquinho de tempo para ler - e a Sabesp tem um conselho, a Arsesp tem um conselho que assessora a agência propriamente dita. E no conselho tem várias representações, inclusive um deputado dessa Assembleia Legislativa.

Eu gostaria, eu sei que o presidente também é da mesma legislatura que a minha, entrou agora, então o senhor certamente não sabe, mas eu gostaria de saber qual é o deputado que tem assento nesse conselho da Arsesp, porque ele tem que vir explicar aqui essas decisões que penalizam o povo paulista.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, parabéns. Continuando o Pequeno Expediente, o próximo orador é o deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente Reis, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, o Brasil é campeão de leis inócuas. Semana passada nós vimos toda a imprensa elogiando o presidente Lula, o Congresso Nacional, porque o Congresso aprovou uma lei que vai resolver o problema de todas as mulheres que são violentadas, agredidas e mortas.

O presidente foi lá e sancionou. As delegacias das mulheres vão funcionar, deputado Reis, que é investigador de polícia, foi policial, 24 horas, obrigatório. Mas que ideia mais idiota. Primeiro, para funcionar, nobre deputado Reis, é necessário efetivo. Se não houver efetivo, não vai funcionar. E se não funcionar é porque não há efetivo.

Todas as vezes o deputado Reis vem a esta tribuna falando que a polícia de São Paulo, não estou falando de Manaus, de Mato Grosso, do Amazonas, estou falando de São Paulo, tem um claro de 20 mil homens.

Como é que a gente vai colocar delegacia da mulher funcionando 24 horas? Com quem? Quem vai ficar lá na delegacia? Ou é só a lei? A partir de agora funciona 24 horas, não importa se não tiver ninguém para atender, mas está funcionando 24 horas. É isso? Só se for isso.

Porque nem as outras delegacias que cuidam de outras centenas de crimes, não só contra a mulher, me perdoem as mulheres, mas não é o único crime que existe, o feminicídio, tem outros crimes, tem uma centena de crimes, também não funcionam. Aqui em São Paulo mesmo as delegacias fecham inclusive aos finais de semana.

E no Interior de São Paulo então é mais brutal ainda, não abre nunca a delegacia. E tem alguns municípios que o policial quando pega a ocorrência, o policial civil ou militar tem que viajar 50, 60, 100 quilômetros para chegar a uma delegacia.

Então, qual o problema? É uma lei inócua. Qual é o fundamento? O pior é que a imprensa elogia, faz uma maravilha, agora acabou, ninguém mais vai matar mulher, vai agredir mulher.

Ninguém vai mais, porque a delegacia funciona 24 horas. Nem as delegacias de São Paulo funcionam, por falta de efetivo. Essa é a grande verdade, por falta de efetivo. Como tem claros no efetivo da Polícia Militar.

Vimos até morte em quartéis nesse final de semana, um capitão baleando um sargento que se rebelou, que não ia mais a Franca, cidade dele, que não tinha mais folga. Como é que um homem vive sem folga? Porque é muito fácil falar em “Operação Delegada”, o cara trabalha à noite na polícia, sai às sete e às oito ele entra na “Delegada” até as oito da noite.

Quem aguenta? Nem Jesus Cristo aguenta. O cara emenda em cima da emendada, não dorme mais, um verdadeiro zumbi, a ponto de um sair matando o outro, como a gente viu semana passada. Vi um capitão, comando e companhia, atirar em um sargento, que se rebelou porque não podia ir para Franca.

Então essa é a realidade da polícia, não há efetivo. Pior de tudo, o salário é uma porcaria. Quem entra, não fica, vai embora. Para ser investigador de polícia, é necessário um curso superior. Aí paga dois mil reais do salário, dois mil e pouco, o cara fica na polícia? Ele tem um curso superior. O Estado vai, treina o cara, prepara o cara. Na PM é a mesma coisa.

Aí ele vai servir as empresas privadas, ele tem o treino da polícia, já foi policial. Acabou, ele vai trabalhar nas empresas privadas de segurança. Nós formamos homens para eles irem embora. Inclusive oficiais, delegados.

O cara quer ser promotor, ele vai ser delegado, depois já quer ser promotor público, ou juiz, ou qualquer outra coisa. Ele quer ir embora, porque o salário não condiz com o que exige no concurso e depois ele tem outros campos pela frente.

Então é uma lei nova, ou não é? Fala que, no Brasil inteiro, nós teremos delegacias das mulheres funcionando 24 horas por dia. O Amazonas consegue fazer isso? O Nordeste consegue fazer isso?

São Paulo eu conheço: não consegue, porque não há efetivo. Tanto é que tem a Cracolândia, os viciados invadindo, roubando farmácia, roubando mercado. Está um terror em São Paulo. Se prende meia dúzia, como se falam as grandes autoridades, de traficantes.

Só que vai lá, o juiz, e solta. Na audiência de custódia, vai lá e solta: “Vai embora, porque tem muita gente presa”. E coitado do povo. Eu não sou a favor do crack, nem do viciado. O problema é o povo. Como é que se vive, no Centro de São Paulo, numa situação sem lei alguma? E nós, criando leis inócuas.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Próximo orador, deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, hoje eu quero registrar uma carta que enviei ontem ao prezado prefeito do município de São Paulo, Ricardo Nunes, ao prezado secretário municipal de Educação, Fernando Padula Novaes, e à prezada secretária municipal de Justiça, Eunice Aparecida de Jesus Prudente, nos seguintes termos:

“Completou-se, neste sábado, 8 de abril, um ano do falecimento do professor Dalmo de Abreu Dallari, um dos mais importantes juristas da História do Brasil. Quando ainda vereador, fiz a sugestão de que uma das principais novas escolas municipais de São Paulo venha a ter o seu nome. O que foi recebido com muito entusiasmo pela secretária Eunice Aparecida de Jesus Prudente, e pelo secretário Fernando Padula Novaes.

Decorrido um ano de sua morte, agora como deputado estadual, venho reiterar a minha sugestão. O professor Dalmo de Abreu Dallari nasceu em Serra Negra, em 31 de dezembro de 1931, e veio a falecer em São Paulo, em 8 de abril de 2022, aos 90 anos. Jurista, advogado e professor universitário, conhecido principalmente por suas obras sobre Direito Público, como:

O Município Brasileiro, de 1961; Da Atualização do Estado, de 1963; Elementos da Teoria Geral do Estado, de 1989; O Renascer do Direito: Direito e Vida Social, Aplicação do Direito, Direito e Política, de 1976; O Pequeno Exército Paulista, de 1977; O Futuro do Estado de São Paulo, de 1980; O que são os Direitos da Pessoa?, de 1981; O que é Participação Política?, de 1981; Constituição e Constituinte, de 1982; O Direito da Criança ao Respeito, de 1986; O Estado Federal, de 1986; Direito Ambiental, de 1992; A Participação Popular e suas Conquistas e Cidadão Constituinte, a Saga das Emendas Populares, de 1989; O Poder Judiciário e a filosofia jurídica na nova Constituição, em 1990; Direitos Humanos e Cidadania, O Poder dos Juízes, Os Direitos da Mulher e da Cidadã, por Olímpia De Gouges”. 

Seu pai era descendente de italianos, e era dono de uma sapataria. A família se mudou para a capital paulista em 1947 para que os filhos pudessem estudar. Dalmo cresceu ouvindo o pai explicar as matérias de jornal para o povo humilde do campo, que era analfabeto. Sua liderança política entre a população da cidade influenciou muito a vida de Dalmo.

O hábito da leitura veio da mãe, que era uma leitora assídua e admirava autores como Castro Alves e Álvares de Azevedo. Dalmo terminou o então curso clássico em Serra Negra e já estava disposto a cursar direito quando se mudou para São Paulo.

Formou-se em direito pela Universidade de São Paulo em 1957. Foi aprovado, em 1963, no concurso para livre-docente em teoria geral do Estado na USP e, no ano seguinte, passou a integrar o corpo discente dessa universidade.

Em 1974, venceu o concurso de títulos e provas para professor titular de teoria geral do Estado. Foi diretor da Faculdade de Direito da USP de 1986 até 1990. Na sua gestão, foi iniciada a construção do prédio anexo da faculdade, que recentemente recebeu o seu nome. Aposentou-se da USP em 2001, tornando-se professor emérito em 2007.

Em 1996, tornou-se professor catedrático da Unesco, na cadeira de “educação para a paz, direitos humanos e democracia, democracia e tolerância”, criada na USP, tendo participado de seu primeiro congresso em 1998.

Em 2001, publicou obra pioneira acerca de perspectivas do Estado para o futuro, em que trata do conceito de Estado mundial, do mundo sem Estados, dos chamados Super Estados e dos múltiplos Estados do Bem-Estar.

Também exerceu os cargos de vice-presidente da Comissão Internacional de Juristas; diretor do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário, Cepedisa; assessor do Conselho Nacional de Pesquisas - CNPq; assessor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo; juiz do Tribunal Permanente dos Povos; e vice-presidente do Instituto de Advogados de São Paulo.

Dallari aproximou-se do movimento operário quando, ainda estudante, trabalhava em um escritório de advocacia na Praça da Sé, em São Paulo, e testemunhou a repressão policial contra os trabalhadores grevistas. Declarou então: “era revoltante ver a polícia a cavalo batendo nos operários. Nunca fui comunista nem tive simpatia porque sou cristão. E como cristão, preciso ser solidário”.

Após o golpe de 64, passou a fazer oposição ao regime militar. Em 1972, ajudou Dom Paulo Evaristo Arns a organizar a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, organização que promoveu a defesa dos direitos humanos e atuou na proteção de presos políticos e perseguidos pelo regime militar. Foi secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo de 1990 a 1992, na gestão da prefeita Luiza Erundina.

Quando soube da sua morte, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, declarou: “como discípulo e orientando do professor Dalmo Dallari, lamento profundamente o desaparecimento desse grande brasileiro, jurista de profundas convicções humanísticas, cujo nome entrará para a história por sua luta incansável pela redemocratização do país.”

O professor Dalmo deixou esposa, sete filhos, 13 netos e dois bisnetos. A prefeitura poderá obter elementos de profundidade sobre a vida exemplar do professor Dalmo com a sua filha Mônica de Abreu Dallari, que está escrevendo um livro sobre toda a sua trajetória. Certamente, a vida do professor Dalmo se constitui num notável exemplo para todos os estudantes da escola que tiver o seu nome.

Os seus filhos e filhas, netos e bisnetos, a comunidade jurídica, todos os que lutaram pela democracia e pela defesa dos direitos humanos no Brasil ficarão extremamente gratos se o prefeito Ricardo Nunes tiver a iniciativa de dar o nome de uma nova escola ou CEU municipal de Professor Dalmo de Abreu Dallari. Respeitosamente, um abraço amigo, deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.”

Eu agradeço muito, presidente Reis, que tenha permitido que eu lesse na íntegra esta carta que encaminhei, ontem, ao prefeito. Acredito que ele vai honrar o nome do professor Dalmo.

Muitíssimo obrigado por sua tolerância.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Com certeza. O próximo orador é o Agente Federal Danilo Balas.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, senhoras e senhores aqui presentes, retorno a este plenário para mais uma vez falar sobre um dia importante no nosso estado de São Paulo, 10 de abril, cem dias do Governo do Estado de São Paulo, governador Tarcísio de Freitas e equipe. Hoje pela manhã, deputado Conte Lopes, nosso amigo aqui de plenário, quatro decretos foram assinados pelo governador.

O primeiro deles foi sobre a digitalização de documentos no âmbito do Governo do Estado, uma promessa de campanha, decreto assinado hoje. Também um decreto que versa sobre estudos para a desestatização da Sabesp. Também para a concessão das linhas da CPTM - Linhas 10, 11, 12, 13 e a futura Linha 14 -, e concursos públicos, dentre eles o ingresso de 5.600 policiais militares, sendo 200 vagas para a Academia Militar do Barro Branco, para oficiais da Polícia Militar, e 5.400 soldados da PM.

Somos base do governador. Defenderemos aqui, sim, os projetos que virão para esta Casa, mas, deputado Conte Lopes, não podemos deixar de lembrar que nossos policiais, integrantes da Secretaria de Segurança Pública e também da Secretaria de Administração Penitenciária, estão ansiosos pelo pronunciamento da recomposição salarial.

Então policiais militares, policiais civis, policiais técnico-científicos e também policiais penais, governador Tarcísio de Freitas, aguardam ansiosamente esse pronunciamento, uma vez que sofreram 28 anos de descaso e abandono dos governos do PSDB, governos anteriores.

Então nós temos muita fé, presidente, de que o governador Tarcísio vai valorizar a Segurança Pública, a Secretaria de Segurança e também a Secretaria de Administração Penitenciária, policiais penais que estão no dia a dia, ali, eu costumo falar, com o rosto na grade, olhando para criminosos, e então precisam ser lembrados também no estado de São Paulo.

Falando sobre os 100 dias, mais uma vez, do governo, peço à técnica para lançar um vídeo, mais um vídeo do Governo de São Paulo atuando em 100 dias.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Presidente, para concluir, vimos o vídeo institucional do governo do estado de São Paulo, da ação de toda equipe governamental na tragédia do Litoral Norte, e a ação rápida.

Nunca vi um governador de um Estado, ainda mais do estado de São Paulo, fazer o que o governador Tarcísio fez. Ele mudou a sede do governo lá para o Litoral Norte, ele calçou botas e foi pisar no barro com a população, sentiu as dores da população. Ajudou a retirar soterrados, e liderou. Enquanto alguns governadores, do passado, fugiram e mandaram seus emissários, o governador liderou uma das maiores tragédias do estado de São Paulo que tivemos nos últimos anos.

E aí lembro: as ações do Litoral Norte, Sr. Presidente, tiveram 8,1 milhões doados pela iniciativa privada. A iniciativa privada ajudou, se solidarizou, e ajudou as pessoas abandonadas naquele primeiro momento. Cento e quarenta e quatro moradias da vila de passagem em São Sebastião, seis meses de isenção do ICMS para empresas daqueles municípios, recuperação e liberação da Mogi-Bertioga em 15 dias.

Em outros governos, demoraríamos uns dez anos, deputado Conte Lopes, mas, no governo Tarcísio de Freitas, a sua equipe, com gestão, em 15 dias, Mogi-Bertioga liberada. Oitocentos milhões em apoio para ações no Litoral Norte, 704 novas habitações em São Sebastião, 3.500 documentos emitidos pelo Poupatempo, uma unidade móvel, e mais de 400 toneladas de doações às famílias atingidas.

Esse é o resultado de uma das ações dos 100 dias do governo Tarcísio de Freitas e toda sua equipe.

Parabéns, governador.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tudo bem, nós vamos encerrar aqui o Pequeno Expediente, vamos entrar no Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador...

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem.

 

 O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Gostaria de ter a palavra pela Liderança do PT, pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputado Suplicy, o Art. 82 é só quando não tiver mais deputados inscritos para falar, presentes. Vossa Excelência teria que aguardar dar prosseguimento no Grande Expediente, aí, ao final, V. Exa. então falaria pelo Art. 82.

O próximo orador, deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, povo que nos acompanha da tribuna da Assembleia. A gente volta a esta tribuna, presidente Reis, porque nós somos aqui do debate, a gente está aqui para debater.

Uns defendem o governo Tarcísio, outros atacam; uns defendem o governo Lula, outros atacam; outros vivem de TikTok, né? Os que vivem de TikTok, deputado Reis, é muito mais fácil. Então, o plenário aqui, a gente tem que ir tocando aqui também, fazendo o nosso lado.

Mas o que eu havia falado do problema do Lula é quando ele sanciona um projeto de lei que é inócuo, porque o Congresso aprova que todas as delegacias da mulher vão ter que ficar abertas 24 horas, só que tem um problema: não há efetivo, não existem mulheres para ficar em todas as delegacias do Brasil inteiro cumprindo expediente.

Então, não vale nada, é uma lei totalmente obsoleta, sem nenhum nexo porque nem as outras delegacias abrem.

Deputado Reis, V. Exa. é policial, sabe disso: aqui em São Paulo, as delegacias fecham à noite. Fica aberta uma na zona norte, outra não sei onde. O policial, quando pega uma ocorrência, tem que ir lá onde tem que ir para achar, para dar um flagrante. Chega lá, tem uma fila de flagrantes, deputado Reis. É uma fila, o cara fica na fila esperando oito horas para apresentar a ocorrência dele. Como é que pode ir para a frente, deputado Reis? Não vai mesmo, não tem jeito.

Vai para o interior, é a mesma coisa: não tem efetivo. Então, aqui em São Paulo, não só as delegacias da mulher não têm efetivo como todas as outras delegacias de todos os outros crimes que existem, porque o feminicídio é um crime, nós temos dezenas e dezenas e dezenas de crimes, o que demonstra o poder dos bandidos.

Olhem o que está acontecendo na Cracolândia. O nosso vice-governador, Felicio, já se reuniu várias vezes, amanhã mesmo se reúne e tal, mas o problema de reunião é aquele problema: a pessoa se reúne muito, aí o cara: “Vamos nos reunir quando?”; “Sexta”; “Sexta é com X ou com S?”; “Ah, então reúne quinta mesmo, vai”, e está reunido.

O que aconteceu em São Paulo na semana passada, sexta-feira, é um absurdo. A Cracolândia, os viciados, os traficantes, os bandidos invadindo as farmácias, roubando tudo durante o dia, na cara dura, aos olhos das nossas autoridades, aos olhos dos nossos policiais - eu sou policial também -, na frente de todo mundo o cara faz isso.

A minha pergunta não é a Drogaria São Paulo que roubaram ou um mercado que roubaram, o meu problema é o cidadão de bem; como é que ele vive em São Paulo? E nós estamos lá no Congresso Nacional falando que a delegacia da mulher tem que...

Não fiquem com raiva de mim as mulheres, mas as delegacias vão funcionar 24 horas? Como se fosse solucionar alguma coisa. A mulher que morreu vai apresentar ocorrência lá na delegacia 24 horas? É isso? Qual é o efeito disso aí?

E o resto do crime? E a Cracolândia? E os assaltos? E as mortes de policiais, os ataques a policias dentro de casa, saindo de casa? A Baixada Santista, dominada pelo crime. A velha Guarujá, dos ricos e poderosos, onde tinham casas ali Silvio Santos, Neymar, Pelé, os ricos não vão mais lá, os caras têm medo. Não passam nem no túnel, para em uma lombada e é assaltado, é sequestrado. Acabou o Guarujá, é uma terra de bandido.

A milionária, a rica, a portentosa Guarujá está um terror total, é um terror total. Lá se mata policial adoidado, lá no litoral; é coisa de outro mundo, não tem nem o que se falar.

Quando um policial mata um bandido no litoral, como matou em Bertioga, manda o policial para o Romão Gomes porque, na hora em que ele trocou tiro com um bandido que tinha assaltado um amigo meu - o Fofinho lá de Bertioga, com a mulher dele, que invadiram a casa dele, pegaram o meu amigo dentro da casa, a esposa, a sogra, bateram neles, roubaram tudo, fugiram com o carro deles. É um pescador, trabalhador. Cruzaram com os bandidos no Guarujá, houve um tiroteio e os bandidos morreram.

“Ah, na hora que o bandido morreu,” - dois morreram e um foi preso - “o policial só atirou porque tapou a câmera. Então, a partir daí, ele tem que ser preso. Vai preso.”

Porque polícia é assim, você prende primeiro e discute depois. Vai primeiro em cana. O deputado Reis sabe disso. Ele é do PT, mas ele sabe disso. O PM entra em cana primeiro e recorre depois, mas primeiro fica em cana. Um ano, dois, três. Vende a televisão para fazer vaquinha, vende o carro para arrumar advogado.

Vejam, no meu tempo, eu que já sou antigo, deputado Reis, no meu tempo havia advogados para nos defender na Rota. Havia uma relação de advogados que nos defendiam, no governo daquela época, que xingam tanto, do Maluf e tal.

Havia advogados para nos defender. Havia! Hoje não, não tem mais, não existe mais. Então, o cara vai preso primeiro e depois ele vai justificar. Quando ele sai, não tem direito a nada. Ele só saiu. Quando também ele não é expulso antes do julgamento.

Eu aprovei um projeto de lei nesta Casa em 1988 - há quanto tempo, hein, deputado Reis -, na Constituição de São Paulo. Estou velho pra caramba, mas aprovei aqui o Art. 138, §3º, que, se o policial foi expulso e depois consegue ganhar na Justiça, ele retorna com todos os direitos. Nada mais justo que isso.

Até tem uma PEC andando por aí que todo mundo fala, a PEC 6. Está na lei, está na Constituição de São Paulo. É que o governo não aplica. O comando não aplica. Por quê? Ele alega que não, que não conseguiu provar, que foi por falta de provas que ele não foi condenado. A partir daí, o policial não volta mais. Só que o crime está dominando, em todos os sentidos.

Ontem mesmo, hoje, no Mato Grosso do Sul, invadiram uma cidade. Quarenta bandidos armados. Eu já falei aqui, Reis, e volto a repetir na presença do deputado e sempre senador Suplicy: o problema da segurança não é de esquerda ou direita.

Não é Bolsonaro, não é Lula, é o povo. Onde vamos parar desse jeito? Dominaram uma cidade, atacaram um quartel da Polícia Militar no Mato Grosso do Sul. Dominaram um quartel e roubaram uma empresa de valores.

Eles eram 40, eles matam quem eles quiserem. Não adianta o Bolsonaro, ou o Lula ter um carro blindado.   Quem segura isso, com 40 bandidos de fuzil dando tiro em você? Quem escapa disso?

Só que a gente tenta ser consciente, coerente, mas não, é tudo na brincadeira. “Não, esse aqui vou pôr para isso aqui, porque ele está bem preparado para fazer isso.” Aí a gente vê a coisa andando. Cadê a Rota, cadê a Força Tática, cadê o Deic?

Vamos pôr na rua para trabalhar ou vamos ficar assistindo invadirem a Drogaria São Paulo, o mercado, e roubarem tudo? Eles vão acostumar a fazer isso. Eles andam em mil, dois mil, cinco mil, dez mil.

Coitado do povo, né? Eu nunca vi o que tenho visto hoje. Mulheres sendo atacadas. Nem armas eles usam mais no centro de São Paulo. Casal está andando pela rua e eles pulam em cima, dão mata-leão na mulher e saem arrancando as roupas, arrancam sapato dos caras, roubam tudo no grito. E nós estamos assistindo. Vão para a assistência de custódia e o juiz solta.

Então, pelo menos, baixem uma ordem para nós: “Não dá mais certo, vamos embora todo mundo de São Paulo e deixem os bandidos”. Se a gente não tem condições de dar segurança para o povo nas escolas, que entram e matam as crianças na escola, não tem segurança para o povo andar na rua, o que vamos fazer?

Então, tem que ter alguém que fale: “Realmente não dá mais, cada um que se vire”. Cada um que se vire, vamos lá para a casa de repouso, quem sabe lá ninguém assalta a gente. Quem sabe! Em uma casa de repouso, tranquilos, ninguém vai assaltar a gente lá. Só se é isso que eles querem.

A gente briga todos os dias aqui. Precisamos de solução e não tem nenhuma. O que vimos sexta-feira é nada mais do que isso, invadindo na cara dura o mercado, a drogaria.

O povo na rua! Mulheres sendo atacadas, arrancam tudo, batem nas mulheres na rua. Aí não tem feminicídio. Aí, não. Só quando o marido bate, aí vai na Globo, vai todo mundo. Tudo isso aí é crime contra a mulher. É tudo, é roubo, é estupro, é tudo contra a mulher e é na cara dura.

Casalzinho andando na rua no centro de São Paulo é atacado. “Não, essa vez nós já prendemos 42, não sei o quê, então estamos solucionando o problema”. O que é isso? Ou se tem lei ou não se tem lei. Então cada um que se vire. Agora, também quando você matar um bandido, não te prenda. Ou só eles podem nos matar?

É só um lado? Só o bandido que pode atacar, bater, espancar mulheres na rua com namorada, com marido, pode fazer o que eles bem entenderem, roubar o sapato, a cueca? Os caras arrancam as calças dos caras na rua hoje sem nenhuma arma, só na força, só que eles vêm em um monte.

Então, Sr. Presidente, como eu falei a V. Exa., nós fazemos a nossa parte aqui, que é usar a tribuna da Assembleia, porque nós somos eleitos pelo povo - já é a décima vez que nós fomos eleitos pelo povo. Nós temos a obrigação de estar defendendo esse povo que vota na gente.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Conte Lopes. Eu quero também anunciar aqui a presença dos oficiais administrativos que trabalham na Polícia Civil, que estão presentes aqui. Sejam todos bem-vindos. Também, o Sr. Airton, que é vice-presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia.

A próxima oradora é a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputado Reis. Boa tarde aos deputados presentes aqui no Grande Expediente, deputado e sempre senador Eduardo Suplicy, nosso deputado Conte Lopes.

Boa tarde aos nossos assessores, aos nossos policiais militares e civis, público que nos assiste aqui na galeria e a todos que nos assistem pela Rede Alesp. Presidente, subo aqui a esta tribuna... Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência me concede um aparte?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Por favor.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Vossa Excelência me citou na semana passada e eu não tive oportunidade de falar, Reis. Realmente eu estava chegando nesta Casa aqui e fui barrado.

Esse painel que está atrás de V. Exa. fomos nós que criamos em 1994, quando o Professor Luizinho era membro da Mesa, do PT, o Ricardo Tripoli era o presidente da Casa; nós criamos.

Os novos gabinetes também nós ajudamos a criar. Até essa rampa que a deputada, amiga minha, colega minha, Célia Leão, subia com a cadeira de rodas para poder falar, fomos nós que ajudamos a criar, e um funcionário realmente me parou na frente... Eu não falei nada, mas o Gil Diniz falou. Então realmente ele falou a verdade.

Talvez o funcionário não me conheceu, porque ele não é obrigado a conhecer ninguém também, aqui entre nós. Não sei o que ele pensou, mas ele me parou: “Onde você vai?”.

Aí falou o Gil Diniz. Eu não sei qual o nome do funcionário. Só afirmando que realmente aconteceu isso e às vezes o funcionário pode se enganar. Realmente não conhece os deputados. É que o deputado falou sobre isso, então eu só queria confirmar essa parte.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputado Conte Lopes, mas tenho certeza que ele não mais esquecerá de Vossa Excelência, o conheceu. Ali V. Exa. foi super cortês, educado, como sempre foi e nos tratou aqui nesta Casa. Obrigado pelo aparte.

Presidente, venho aqui a esta tribuna para falar sobre esses últimos dias, a nossa Santa Páscoa. Disse aqui nesta tribuna na semana passada que estaria celebrando a Vigília Pascal, o Tríduo Pascal, com os Arautos do Evangelho na Basílica Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Caieiras, no Thabor, deputado Eduardo Suplicy, e assim o fiz.

Então eu venho aqui a esta tribuna hoje desejar uma Santa Páscoa a todos que nos acompanham aqui, a todos os funcionários desta Casa, a todos os deputados. E falar, presidente, que não tem como participar, assistir a essas celebrações ali na Basílica dos Arautos do Evangelho e não sair impactado dessas solenidades.

Na quinta-feira santa nós participamos ali da missa da instituição da eucaristia e do sacerdócio católico aqui, imagens já da sexta-feira santa, adoração, deputado Eduardo Suplicy, da Santa Cruz, padre Alex Brito, que presidiu ali a celebração. Estivemos ali presentes também celebrando.

No sábado, a nossa vigília pascal, o sábado de aleluia, uma celebração sublime também, uma festa das luzes iniciando ali no pátio com todas as luzes apagadas, todos ali depois acendendo as suas velas no Círio Pascal, depois a celebração, o nosso aleluia, professando a nossa fé na ressurreição de Jesus Cristo, dizendo, testemunhando ao mundo que nós acreditamos que Cristo ressuscitou.

Então venho a esta tribuna mais uma vez agradecer aos Arautos do Evangelho, filhos espirituais de monsenhor João Clá, de Plinio Corrêa de Oliveira, que fazem esse trabalho esplêndido ali na Serra da Cantareira, Caieiras e, eu diria, por São Paulo, pelo Brasil e pelo mundo. Como eu disse, não tem como não sair impactado dali.

Agradeço a todos os padres, padre Manuel Errada, padre Santiago, que celebrou a missa, a nossa vigília pascal, a todos os terciários também, que me acolheram, acolheram a minha família muito bem. Lembro aqui do Sr. Cássio, cooperador dos Arautos, o Sr. Salvador também, e as suas esposas. Como eu disse, presidente, venho a esta tribuna mais uma vez dar testemunho da ressurreição de Cristo. Ele vive, Sr. Presidente.

Mas não poderia me furtar a não responder aos nossos amigos do Partido dos Trabalhadores que hoje tiraram esta tarde para falar sobre os cem dias do governo Tarcísio Gomes de Freitas. Deputado Paulo Fiorilo, líder do PT, presidente, veio a esta tribuna para dizer que os cem dias de governo são cem dias sem nada, fazendo esse trocadilho.

Acredito que ele está se referindo ao governo, ou ao desgoverno, do ex-presidiário Lula da Silva. Mas não tem cabimento. Ou então ele está confundindo esse governo que nós temos aqui em São Paulo agora com os governos dos tucanos, do PSDB, tucanos que estão na vice-presidência de Luís Inácio, picolé de chuchu, Geraldo Alckmin. É impressionante, porque eles não conseguem, presidente, reconhecer absolutamente nada. Nada. É um governo que destrói.

O deputado Reis, um excelente orador, um excelente tribuno, dizia do deputado Balas, e aqui eu preciso fazer uma referência, uma deferência ao deputado Balas e ao deputado Conte Lopes, que são da base aliada e que desde o início do Pequeno Expediente estavam aqui neste plenário defendendo o governo.

Como eu gostaria que tivesse entre 10 e 30 deputados falando das realizações do governo Tarcísio nesses cem dias. Somos três, mas vamos cumprir, obviamente, o nosso papel.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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Mas, como eu disse, eles não conseguem reconhecer absolutamente nada, deputado Conte Lopes. Vejam só: o deputado Caio França, filho de Márcio França, ministro de Lula: ele aprovou um projeto aqui sobre a cannabis medicinal, deputado Suplicy. Um projeto que, no meu entendimento, é inconstitucional, inconstitucional.

Eu esperava ali, inclusive, deixamos aprová-lo e registrei o meu voto contrário ao projeto, por esse meu entendimento. Governador sanou esse problema ao sancionar esse projeto. Fez uma festa ali, como eu disse para o deputado Caio França, que eu respeito muito, filho do ministro de Lula.

Por que, presidente? Ali ele larga as nossas diferenças partidárias e ele pensa em quem? Naquelas crianças que precisam do medicamento, daqueles autistas, daqueles deficientes, que muitas vezes... daquelas pessoas que convulsionam dez, 20, 30, 100 convulsões.

E ele larga as nossas diferenças partidárias, ele faz um evento no Palácio dos Bandeirantes para colocar ali uma política pública no estado de São Paulo, que ele poderia arrogar para si, presidente. Mas não, ele divide o louro desse projeto com o deputado Caio França. Ou seja, vaidade zero para ajudar realmente quem precisa, realmente quem necessita.

Ou por um acaso os deputados do Partido dos Trabalhadores vão criticar esse feito do governador Tarcísio ao tirar esses problemas, que eu entendo, constitucionais do projeto do Caio França e dar início aqui, inclusive fazendo agora uma comissão, presidente, para efetivar essa política pública.

Como que o líder do Partido dos Trabalhadores sobe aqui a essa tribuna para dizer que é um governo de 100 dias sem nada, fazendo esse trocadilho. É claro que há a nossa diferença política, é claro que há a nossa divergência política.

Mas como não elogiar o governador na questão das fortes chuvas no litoral norte paulista, como não? Levou a sede do governo para aquela região e falou olhando nos olhos daquela população, presidente, tomando as medidas necessárias para aquele momento de crise. Como não o elogiar, fazer pelo menos essa referência, essa deferência ao governador Tarcísio desses primeiros 100 dias de governo?

Para finalizar, presidente, como não elogiar o governador Tarcísio quando ele, em menos de 100 dias, consegue fazer um leilão de concessão do trecho norte do Rodoanel, obra parada há cinco, dez, 15 anos? Uma obra que os tucanos não conseguiram tocar, não conseguiram fazer e receberam de prêmio de consolação a vice-presidência na chapa de Luiz Inácio.

O governador tem outras ações, posso voltar aqui à tribuna e ficar elencando aqui e fazer a discussão séria. Temos problemas? É óbvio que nós temos problemas, é claro. Como “destucanizar” São Paulo em 100 dias? Como mudar os mais de 20 mil cargos, presidente, comissionados, os puxadinhos aqui no tucanistão, como eles alcunharam São Paulo, em 100 dias?

Primeiro escalão do governador técnico, agora vem tentando fazer o melhor. Conversei com o doutor Aggio, presidente do Detran, e ele me explicava ali, presidente, a situação que ele encontrou o Detran. E nós estamos vendo vários setores aqui de São Paulo que estavam seriamente comprometidos.

São Paulo não é o que é por conta daqueles que nos governaram.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Só para terminar, Sr. Deputado.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Para terminar, presidente. São Paulo é o que é graças ao seu povo, graças a sua população que é de gente trabalhadora. E nesses 100 dias, presidente, nós estamos trabalhando e trabalhando muito.

Nos próximos dias o pessoal da Segurança Pública vai ter uma boa notícia, presidente. Vão gostar das boas notícias. E com toda certeza, esses que nos criticam obviamente silenciarão ou tentarão fazer uma cortina de fumaça para minimamente elogiar quem trabalha, trabalha muito e trabalha sério pelo estado de São Paulo.

Presidente, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Continuando com a lista dos deputados inscritos no Grande Expediente, nobre deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Nobre deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Nobre deputada Ana Perugini. (Pausa.) Nobre deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Nobre deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Nobre deputada Dani Alonso. (Pausa.)

Nobre deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Nobre deputada Solange Freitas. (Pausa.) Nobre deputada Thainara Faria. (Pausa.) Nobre deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Nobre deputada Márcia Lia. (Pausa.) Nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Reis.

O deputado Reis tem a palavra pelo prazo regimental de 10 minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Conte Lopes, retorno a essa tribuna porque é muito importante ouvir e falar.

Ouvi atentamente o discurso de V. Exa. e ouvi atentamente aqui o discurso do deputado Gil Diniz. O deputado Gil Diniz gosta de atacar bastante o presidente Lula. Eu não acho que o que ele faz contribui para o clima harmônico nessa Casa, porque um dia ele chama o Lula de descondenado.

Bom, um descondenado quer dizer que ele é inocente, foi inocentado, porque se você for pesquisar no dicionário descondenado quer dizer que não foi mais condenado, foi inocentado. Aí noutro dia ele vem aqui e fala ex-presidiário.

Imagine vocês que o PT tem 18 deputados aqui e na federação tem 19, o PL também tem 19. São 19 a 19, então estamos empatados tecnicamente. Imagine você a gente passar quatro anos aqui acusando o PL, acusando o Valdemar da Costa Neto, pegando todos os podres do PL e colocando aqui todos os membros do PL, os dirigentes do PL que já foram condenados e todo dia vindo falar sobre isso aqui.

É muito ruim para a sociedade, é muito ruim para a população, porque a gente não apresenta nada de novo para a sociedade, a gente não apresenta nada. E fica falando do PL, o Valdemar da Costa Neto foi preso, é ex-condenado, é ex-presidiário, usava tornozeleira eletrônica.

Ah, o Fulano, o deputado do PL, porque ele faz parte de um partido que, se a gente for analisar bem, e outro dia veio um deputado do partido dele aqui falar, que não, que agora estão acusando a gente.

O PL sempre foi, sempre viveu ali no reboque dos partidos políticos, inclusive já teve a vice-presidência do PT. O PL já teve, em Brasília, por oito anos, a vice-presidência do PT. Então o PL sempre foi governo, ele sempre andou com quem estivesse governando. Ah, com o PSDB, com o Mário Covas, com o Alckmin.

Eu não tenho muitos amores pelo Alckmin, eu passei oito anos na Câmara batendo no Alckmin. Num dado momento eles se uniram para derrotar o Bolsonaro, nada contra, é a política, é a política.

Agora, eu quero olhar para frente, eu quero trazer projetos, a gente precisa resolver os problemas dos oficiais administrativos, a gente precisa resolver os problemas dos policiais civis, da Polícia Militar, e esse aumento que o governador vai dar, que está há três meses falando, e eu tenho ido à Delegacia Geral, conversado, tem um grupo de estudos.

Vamos dizer assim, mesmo que ele desse 200%, ainda não resolve os 28 anos do PSDB, que o PL foi partícipe do governo do PSDB. Se a gente for analisar o partido... por isso que eu não gosto desse debate, acho horrível, desculpe-me, Gil Diniz, é uma perda de tempo, mas se é isso, se o teor dessa Casa é isso, é um acusando o outro, vamos ficar quatro anos aqui acusando o outro, e não vamos produzir nada para a sociedade.

Mas o PL passou a vida inteira com seus deputados aqui fazendo parte do governo do José Serra, do governo Mário Covas, do governo Alckmin, em que pese que o PT nunca participou de nenhum desses governos. O PT sempre foi leal na sua condição de opositor.

Olha, nós temos aí agora fala do governo Lula, mas nós temos os partidos que sustentam o PL com ministérios no governo Lula. O PL não deveria aceitar isso, já que é um partido puritano.

Como que ele vem aceitar que os seus secretários de estado participem do governo Lula? E vem aqui falar contra o governo Lula. Você tem vários secretários do Tarcísio que o partido dele tem secretário sim.

O próprio PSD tem três ministérios no governo Lula. O MDB tem ministério no governo Lula. Ora, já que é puritano, o partido tem que falar “nenhum dos partidos que me dê sustentação na Assembleia deve participar do governo Lula”. Se for essa linha beligerante, essa linha de guerra que quer se instalar aqui.

Então eu não acredito que V. Exa. vir aqui falar mal do Lula, quando V. Exa. falar do governo é uma coisa, quando falar da pessoa, partiu para a questão pessoal. Não está partindo para a questão do governo. Uma coisa é eu vir aqui falar que o governo do Tarcísio não fez nada, eu não estou falando da pessoa do Tarcísio, o governo é um conjunto.

Está muito certa a oposição falar que não fez nada e está muito certa a situação falar que fez tudo. Esse é o debate, sem ir para a questão pessoal, sem entrar na questão da pessoalidade. Uma coisa é o governo, outra coisa são as pessoas. “Olha, o governo Tarcísio não fez”, ele vai apontar. E V. Exa. vai falar “eu sou defensor do governo Tarcísio e o Tarcísio fez, fez e fez”. É normal, faz parte da política, a situação e a oposição, um mostrando os fortes e os fracos de quem está governando.

Agora, não vir aqui falar “o ex-presidiário”, “o descondenado”, não dá para aceitar isso, não dá para aceitar essa forma de agir com o presidente Lula. Nós estamos falando do presidente da República.

Nós jamais, se o Tarcísio tiver algum envolvimento, nós não vamos vir aqui falar “o Tarcísio”, vir aqui falar do Valdemar da Costa Neto, que é um ex-presidiário, que foi preso. Não é esse o debate aqui.

Então, se V. Exa. quiser apontar as falhas do governo fale “o governo não fez isso, não fez aquilo”. Quer mostrar que o governo Tarcísio é um supergoverno, venha aqui e fale “ele fez esse monte de coisa”. É claro que se eu sair na rua, se fizer uma pesquisa na rua eu vou ver que não tem praticamente nada. O povo vai falar: “O que o Tarcísio fez?”. O cara não tem resposta.

E, se perguntar também do Lula, talvez não tenham muita resposta, em que pese que, na mídia, se você for pegar na mídia quem mais produziu resultados práticos, visíveis, que você possa ver, é claro que o governo Lula tem muito o que mostrar. Mas está certo vir aqui, V. Exa., e falar que o governo Tarcísio tem muito o que mostrar.

O que está errado é a forma beligerante de ataque ao presidente da República, porque aí nós vamos pegar todos os políticos do seu partido, desde quando nasceu o PL, e vamos ficar aqui acusando, falando, falando. Eu acho que isso é uma perda de tempo para a sociedade.

Nós temos que vir aqui, veio o Conte Lopes e veio o Danilo Balas, o Danilo Balas falou “o governador assinou um decreto que vai contratar cinco mil policiais militares”. Olhe só, o cara veio aqui e falou que assinou um decreto, é um fato.

Veio o Conte Lopes e falou: “mas não tem policiais militares, não tem policiais civis”. É verdade, as delegacias fecham sábado, domingo, à noite, aos finais de semana, não tem policiais para abrir as delegacias de defesa da mulher. Então está vindo aqui falar de um problema.

Olha, cinco mil policiais resolvem o problema da Polícia Militar? É claro que não, porque quando terminar o curso de formação desses cinco mil policiais já terão saído cinco mil.

Então talvez tenha que pensar em uma coisa mais inteligente, reduzir o currículo de aprendizado. Olha, não vão ser dois anos mais, porque você leva um ou dois anos para formar um soldado, talvez tenha que reduzir o tempo, porque quando você terminar de formar esses policiais, já saíram mais de cinco mil. Então você não consegue repor.

Esse debate precisa ser feito aqui. Eu não quero vir aqui falar do fulano, porque ele é isso, ele é aquilo, “ex-não sei o quê”. Pelo amor de Deus! Eu acho que V. Exa. quer falar dos feitos, quer falar de quem fez, de quem deixou de fazer, está dentro da política.

Agora, não atacar a pessoalidade, porque aí nós vamos começar a levantar todo mundo, vamos fazer uma KGB na vida das pessoas para vir falar delas aqui, e não é isso o que o povo quer ouvir.

O povo quer ouvir é se vai ter segurança, é se não vai ter mais problema na Cracolândia, porque lá o povo está desesperado. Lá há o desespero dos comerciantes, há o desespero das pessoas que moram ali. E os deputados?

Qual é a forma, de que forma nós podemos trabalhar, conjuntamente com a prefeitura, para poder buscar resposta para isso? Acho que é esse debate que tem que ser feito. “Ah, o Tarcísio fez mais”, “O outro fez mais”, isso aí é a narrativa. Cada um vai dizer quem fez mais.

O que nós precisamos saber é o seguinte: qual é a resposta efetiva que o cidadão está tendo, que a população está tendo? Está resolvendo? Está garantindo a Segurança nos bairros? Está tendo ronda? As delegacias estão abrindo? As escolas estão funcionando adequadamente? O sistema de Saúde está funcionando? O Servidor está atendendo bem? Os nossos servidores públicos?

Vamos tirar uma comissão e vamos visitar o Servidor, saber por que atende tão mal. De que forma... e o que pode ser feito? O que, na Assembleia, pode ser feito para melhorar aquilo ali?

É isso que a gente precisa se debruçar aqui. Senão nós vamos ficar falando: “Ah, o cara veio aqui e falou isso, e o outro veio aqui e falou aquilo”. Gente, tem oposição e tem situação. Cada um tem que trabalhar no seu papel. A oposição não vem aqui para alisar a cabeça do governador. Ela vem para bater. Agora, bater dentro da política. Bater dentro daquilo que é governo, não o que é pessoal.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Próximo orador inscrito, nobre deputado Enio Tatto.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Enquanto o deputado se dirige à tribuna, uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem, deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem então o prazo regimental de dois minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Só para responder ao deputado Reis. Eu entendo a fala dele. Eu entendo o incômodo dele quando falo que o Luis Inácio é um descondenado.

Obviamente, há a pessoalidade de Luis Inácio. Mas ele é o presidente da República. A gente precisa falar disso aqui. O deputado Reis tenta conduzir a minha fala, o que nós podemos ou não falar, da maneira que nós podemos ou não falar.

Não vai conseguir. Vai passar quatro anos repetindo a mesma coisa. Tanto é que ele diz que Luis Inácio foi inocentado. Olha só, ele disse isso. Foi a palavra que ele utilizou da tribuna nesse momento.

Ele não foi inocentado. Simplesmente, os companheiros de Luis Inácio, de toga, no STF, praticamente derrubaram todas as condenações. Voltou à estaca zero, presidente. Vai ter que começar tudo de novo, todos os processos, novamente. Por conta de CEP, disseram que Moro não podia julgar. Só que Luis Inácio, o descondenado, ele foi condenado em primeira instância, em segunda instância, em terceira instância. Foi condenado por uma dezena de juízes.

Se ele não quer que eu vá para pessoalidade, o ex-presidente da República, e atual presidente da República, ele foi condenado por uma dezena de juízes. E, numa manobra jurídica, em embargos, lá ao final, conseguiram a palavra que eu utilizo: descondenado. E voltar para a estaca zero.

Não é inocente coisa nenhuma. O pedalinho em Atibaia está lá. O triplex do Guarujá está lá. Eles não vão apagar a História. Pode pegar a ficha corrida do PL e falar ela inteiramente. Vocês jamais vão me ver justificando, fazendo malabarismo para justificar crime, seja lá de quem for.

Para finalizar, presidente. Passando a semana inteira aqui, semana passada, botando na conta do presidente Bolsonaro, o crime daquele maldito, na escola, que assassinou crianças inocentes.

Falavam do ódio do Bolsonaro, do ódio dos bolsonaristas, da extrema direita. Pessoalizaram toda a discussão. Mas eu entendo o incômodo do deputado Reis quando eu digo que Luis Inácio foi condenado e descondenado pelos companheiros de toga do STF.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Próximo orador inscrito, com a palavra, nobre deputado Enio Tatto. Por gentileza.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste, deputado Gil Diniz, que acabou de falar e deputado Eduardo Suplicy. É uma honra tê-lo aqui, deputado Reis.

Deputado Gil Diniz, vira a página. O Lula ganhou as eleições, está governando, tem quatro anos pela frente e vai fazer o melhor governo de todos os tempos do Brasil. Ele já fez os dois melhores quando foi presidente da República. 

Então, vira a página. Eu fiquei imaginando que, num dia igual hoje, que faz 100 dias que o governo de São Paulo assumiu, que V. Exa. estaria com uma lista de benfeitorias desse governo, para falar à população. 

Assim como eu imaginava que hoje, aqui no plenário, teria diversos deputados da base do Governo para exaltar os 100 dias do governador Tarcísio. Estou vendo aqui V. Exa. e o deputado Conte Lopes, que está se esforçando bastante para tentar defender, mas é muito difícil. 

Você sabe por quê? Porque a população quer saber o seguinte: o que melhorou ou o que criou de perspectiva nesses 100 dias do governo Tarcísio para o cidadão, para as famílias, para a população do estado de São Paulo? 

Por exemplo, na área da Saúde, o que tem de novo em 100 dias? Em 100 dias, daria pelo menos para colocar remédio nos postos de Saúde, nos hospitais regionais do estado de São Paulo. Está faltando até dipirona, remédio de uso contínuo. Em 100 dias, já daria para melhorar e resolver isso. 

Em 100 dias, daria para ele revogar os decretos pelos quais o Doria e o Rodrigo Garcia fecharam oito prontos-socorros de hospitais regionais, principalmente aqui na região metropolitana, como foi o HGIS, lá de Itapecerica da Serra, que atende a cinco municípios. E virou um caos; superlotou os postos de saúde dos municípios. Daria para ele fazer isso. 

Daria para ele acenar para o funcionalismo público do estado de São Paulo sobre o que ele vai fazer, de mudança, no Iamspe. Ele vai colocar dinheiro ou ele vai deixar que os funcionários públicos do estado de São Paulo banquem o Iamspe, que é deficitário? Santas Casas se descredenciando; hospitais filantrópicos se descredenciando. É a tabela do reajuste, que não é feita no Iamspe aqui no estado de São Paulo. 

Está um caos no Estado todo. E eu tenho andado o estado de São Paulo, tenho ouvido, nas audiências públicas, reclamações a respeito dos hospitais filantrópicos, das Santas Casas que têm convênio com o Iamspe. Em 100 dias, ele podia ter sinalizado que ia melhorar em alguma coisa. 

Na área da mobilidade, principalmente na região metropolitana ou aqui na capital, como está a situação do metrô, que teve greve dois dias, como foi o comportamento do nosso governador do estado de São Paulo? 

Ele não sabia o que fazer. A população ficou dois dias sem metrô. Fez um acordo com os metroviários, de que ia ter a catraca livre, depois voltou atrás. Um governador voltar atrás, de uma hora para outra? A cidade de São Paulo e a região metropolitana viraram tumulto. 

Como é que está a CPTM, a ViaMobilidade? Em 100 dias, já tinha que tomar alguma providência para acabar com essa barbaridade que foi a privatização, principalmente na nossa região, deputado Reis, da linha da CPTM que vai até o Grajaú. 

É um absurdo: todo dia é notícia dos jornais, de televisão. Hoje os jornais não têm mais preocupação com uma pauta de manhã, de madrugada: “vamos cobrir a região da CPTM lá do Grajaú”. É problema todos os dias, a população sofrendo. 

O que ele fez? Piorou a situação depois da privatização. E ele não tem pulso, não faz nada. Como é que ele não consegue falar com as empresas que ganharam concessão, como a ViaMobilidade, para resolver esse problema? Essa privatização foi feita em dezembro. Faz quatro meses, e só piorou a situação da população, além de aumentar as tarifas. 

Na área da Educação, o que tem de perspectiva aqui no estado São Paulo? Nada. Vai visitar uma escola da periferia, vai visitar uma escola no interior, e verifica a situação das escolas do estado de São Paulo. 

As da prefeitura têm problema; nas do estado, é muito maior o problema. Totalmente degradadas. Teve a pandemia, em que poderia ter usado o dinheiro... E tem o dinheiro na Secretaria da Educação. Poderia ter feito uma reforma, poderia ter melhorado. O governo anterior não usou. E esse que chegou aí também não se mexe, não faz nada. 

Na área da Segurança Pública, qual a perspectiva, o que o povo tem de novidade ou de esperança de que vai melhorar a área? Eu moro na periferia, você mora também. O deputado Reis mora lá no fundão da zona sul, igual a mim. Só piorou. A situação está complicada.

A população está sofrendo demais. Não tem segurança, e não tem iniciativa nenhuma do governo do estado de São Paulo a respeito da Segurança Pública. Ao contrário: fechando delegacias. Fechando. 

Escolheram o momento em que fecham todas para fazer as reformas. E lá no meu bairro, Jardim das Imbuias, no 101o DP, uma delegacia está para fazer uma reforma há mais de um ano e meio, deputado Reis. 

Falaram que só vão abrir em novembro, e você sabe que, quando fecha uma delegacia, os roubos aumentam, porque só o fato de existir a delegacia, de ter viatura circulando, traz segurança para a população. E nada disso foi visto.

O que tem de novidade? Tem a ideia de privatizar a Sabesp. Também na nossa região eu estou há 20, 30 anos lutando lá para construir as estações de elevação do esgoto para ser tratado em Barueri. 

Tem que sair de Parelheiros para ser tratado em Barueri. Vinte anos, 25 anos, e agora é que estão sendo inauguradas algumas das estações, em uma área de proteção ambiental. Tem alguma novidade do Tarcísio a respeito dessa questão? Não. Simplesmente quer privatizar a Sabesp e a Emae. 

A população sabe, já está vacinada. Ela sabe que vai piorar para ela. Por quê? Porque nós temos o exemplo da Enel. Venderam a ideia de que iam melhorar os serviços, que iam diminuir a taxa. O que aconteceu? Conversa com qualquer cidadão do estado de São Paulo atendido pela Enel se ele está contente. Piorou o serviço, mas piorou muito, e as taxas estão lá em cima, elevadas. 

Eles não levam prejuízo, porque o governo fez um contrato mal feito de concessão e agora quer fazer a mesma coisa com a Sabesp, com a água, que é uma coisa essencial para a vida das pessoas. Vai acontecer a mesma coisa da Enel. Então é um governo que não disse para que veio.

Eu até achei interessante uma pesquisa que saiu hoje, que deixa ele numa situação legal. Eu falei: mas onde, com quem eles falaram? Quem eles pesquisaram? Quem consegue falar que o Tarcísio está fazendo alguma coisa no estado de São Paulo nestes 100 primeiros dias? Aqui na Assembleia Legislativa, por exemplo, vocês acham que só foi a base que fez aquela maracutaia de protocolar CPI antes, para não pegar nenhuma que atinja os governos anteriores e ele? Não, foi uma jogada do governo. 

Agora, querer editar medidas provisórias aqui no estado de São Paulo também é uma forma de você tirar o poder do Legislativo. Olha o que ele tem na cabeça: cada vez atingir mais a democracia de frente. É isso que ele tem na cabeça. Então, Tarcísio, você precisa começar a governar, você precisa começar a andar o estado de São Paulo. 

Eu não tenho conhecimento de que ele tenha ido para uma periferia ver um problema na cidade de São Paulo, conversar com a população. Foi lá em São Sebastião, como colocou o deputado Danilo Balas. Foi excelente, ótimo, junto com o presidente Lula, junto com o prefeito de São Sebastião. 

Mas de concreto lá, quantas habitações já foram construídas ou estão sendo construídas em São Sebastião? Muito pelo contrário, a gente ouve e assiste à população voltando para os mesmos lugares, para os morros, voltando a morar nas mesmas casas que correm risco, porque não têm opções.

Então, governador Tarcísio, base governista, em 100 dias já tinha que ter uma perspectiva de melhora, uma perspectiva de lançamento de projetos, de retomada de programas para a população ficar mais tranquila. 

Diferente do presidente Lula. Pode falar o que quiser, mas o presidente Lula deu uma chacoalhada no Brasil, recuperou a credibilidade no Brasil, no mundo. Vai para a China amanhã. Já visitou, abriu mercados, e aqui retomou programas importantíssimos, como o “Minha Casa, Minha Vida” e tantos outros que vão ajudar a população. 

Então é um governo que a gente percebe que o Brasil vai deslanchar, vai correr. Agora, aqui em São Paulo a gente não pode dizer a mesma coisa, sinceramente. Tanto é que a gente não vê um deputado da base governista hoje aqui se sentindo à vontade de defender esses 100 dias do governo Tarcísio. Por quê? Porque não tem novidade.

E a Cracolândia, que ele falou tanto nos debates, que ia enfrentar imediatamente? O que tem de novo a respeito da Cracolândia? Nada, juntamente com o prefeito aqui em São Paulo, que não sabe para onde vai. 

Juntou com o Tarcísio agora e cada dia é paulada nos moradores em situação de rua. Não tem uma política social para esses moradores, e o que a gente viu, de novo, do Tarcísio, foi fechar um Bom Prato.

Cá entre nós, gente, nos 100 primeiros dias o cara já ter a novidade de fechar um Bom Prato que servia mais de mil marmitas para a população que mora na rua, só isso aí já seria um pecado inadmissível do governador Tarcísio. 

Governador Tarcísio, está na hora de acordar. 

Está na hora de governar o estado de São Paulo.

É isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Continuando a relação do Grande Expediente, o nobre deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Nobre deputado Simão Pedro. (Pausa.) Nobre deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Nobre Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Nobre deputada Ediane Maria. (Pausa.)

Nobre deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Nobre deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Nobre deputado, sempre senador, Eduardo Suplicy. (Pausa.)

Vossa Excelência tem o prazo remanescente do Grande Expediente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Conte Lopes, prezados deputados, prezadas deputadas, o frei Betto, escritor, educador popular, autor de, dentre outros livros, “Por uma Educação Crítica e Participativa” e “Tom Vermelho do Verde”, e que, durante o primeiro governo do presidente Lula, foi um dos seus principais assessores, publicou hoje um artigo na “Folha de São Paulo”, exatamente sobre os 100 dias do governo Lula, que eu gostaria aqui de registrar.

“Cem dias, primeiros passos - Sem mobilização popular, presidente não vencerá os imensos desafios do país.

Hoje completam-se 100 dias do novo governo federal. O ‘Lula três’ difere do que se viu nos dois primeiros mandatos. Agora, é menos sensível às diatribes do Mercado e mais aos direitos dos excluídos.

Mais preocupado com o chão da sobrevivência digna que o teto de gastos. Mais com políticas sociais que fiscais. O Bolsa Família, além do pagamento mínimo de R$ 600,00 por família, incluiu o adicional de R$ 150,00 por criança até seis anos.

Nesses 100 dias, Lula, com respaldo do Supremo Tribunal Federal, salvou a nossa frágil democracia ao intervir no governo do Distrito Federal, prender e indiciar a horda de terroristas que invadiu a Praça dos Três Poderes em oito de janeiro. E as Forças Armadas voltaram a ter ciência de que estão ‘sob a autoridade suprema do Presidente da República’, conforme reza a Constituição.

Lula tirou a Abin do controle dos militares e entregou-a à Casa Civil; deu 9% de aumento ao funcionalismo federal e isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 2.640; e aumento real do salário mínimo que, em maio, será de 1.320 reais. Há 60,3 milhões de pessoas com rendimentos referenciados no salário mínimo.

Na política externa, reforça a integração latino-americana e caribenha ao valorizar a Celac, em Buenos Aires e, diante do reaquecimento da guerra fria e do conflito geopolítico entre Estados Unidos e China, do qual a guerra na Ucrânia é resultado, posiciona o Brasil como promotor da paz, em sintonia com a mais expressiva liderança pacifista da atualidade, o papa Francisco. Recebido por Biden na Casa Branca e, em breve, por Xi Xinping em Pequim, recoloca o Brasil como protagonista no xadrez da globalização.

O governo promoveu a retirada dos garimpeiros do território Yanomami, assumiu o cuidado da saúde dessa nação indígena, mas ainda precisa reduzir o desmatamento na Amazônia e no Cerrado.

Lula atuou com presteza no socorro às vítimas da catástrofe climática no Litoral Norte paulista; quebrou o sigilo de 100 anos dos documentos oficiais que visavam a ocultar desmandos do governo anterior; reabriu a “Farmácia Popular”; criou o Conselho de Participação Social e o Conselho Político de Coalizão, que reúne 14 siglas partidárias; recriou o Conama, o Consea e o Conselho LGBTQIA+; aprimorou o “Minha Casa, Minha Vida” com a medida provisória para financiamento de imóveis usados em áreas urbanas e rurais.

Com a correção feita pelo governo, o orçamento para compra de merenda escolar passa de quatro bilhões de reais para cinco e meio bilhões de reais.”

 Presidente, solicito que, pelo Art. 82, eu posso concluir em poucos instantes a mais.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. Vossa Excelência fica com o tempo remanescente para amanhã e V. Exa. passa então ao Art. 82.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT – PELO ART. 82 - Obrigado.

“Na economia, o governo age com transparência malgrado a ‘tornozeleira eletrônica’ da Lei Complementar nº 179, de 2021, que garante autonomia do Banco Central e mantém seu atual presidente, bolsonarista assumido, até o fim de 2024.

Este insiste em manter elevada a taxa básica de juros, Selic, apesar do recuo da inflação. Isso trava o crescimento econômico. Lula convocou o apoio da opinião pública ao denunciar a exorbitância da taxa de juros e considerar ‘uma bobagem’ a autonomia do Banco Central.

Segundo o ‘Datafolha’ de 3 de abril, 80% acham que Lula acerta ao forçar a queda da Selic e apenas 16% discordam. Por enquanto, Lula tenta transformar água em vinho ao misturar, no arcabouço, ingredientes que devem resultar em austeridade fiscal com margem para investimentos em políticas sociais.

Agora é desbolsonarizar o governo; desmilitarizar a administração pública; rever a reforma Trabalhista de Temer, fortalecendo a negociação coletiva e os sindicatos; exorcizar o Ministério da Educação da ameaça da gestão empresarial da educação pública e revogar o ‘novo’ ensino médio. E descobrir e punir quem matou Marielle e Anderson.

Apesar da coalizão partidária que mistura alhos com bugalhos, foi positiva a recriação de grupos de trabalho interministeriais com participação da sociedade civil organizada. Sem educação política do povo e mobilização popular Lula não vencerá os imensos desafios que o Brasil tem pela frente.

E viva a criação do Ministério dos Povos Indígenas!”

Assim, Frei Betto conclui este importante artigo que eu avaliei como significativo para que pudesse ser lido aqui e expressar uma avaliação positiva dos primeiros cem dias do presidente Lula.

Eu quero muito ajudar que... O presidente Lula caminhe na direção da universalização da renda básica de cidadania até que chegue a sua universalidade e incondicionalidade.

Muito obrigado, presidente Conte Lopes.

 

O SR. REIS - PT - Pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem, nobre deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. É uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem.

 

O SR. REIS - PT - Comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o prazo regimental de dois minutos.

 

O SR. REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, ouvi atentamente aqui todos os oradores e eu gostaria... Eu vi que a oposição fez bem o seu trabalho de vir aqui demonstrar que os cem dias de Tarcísio é... Cem dias sem nada.

Mas eu não vi aqui... Eu vi dois deputados da base de sustentação do Tarcísio. Onde estão? Onde estão os deputados que defendem o governo? Eles deveriam estar aqui, um a um, falando, usando esta tribuna para realmente demonstrar o que o governo Tarcísio vem fazendo. Se nem sequer a sua base põe o pé aqui, é a demonstração de que realmente os 100 dias de Tarcísio são “100 nada”.

Mas, Sr. Presidente, eu quero também falar de uma notícia que saiu em vários jornais de grande circulação, inclusive na revista CartaCapital, que diz que uma empresa ligada a um assessor especial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está usando indevidamente a estrutura de polícia, de segurança pública, para fazer segurança privada, e que isso vai ser objeto inclusive de representação, junto ao Ministério Público, e requerimentos de informação para que possamos entender o que está acontecendo com o uso indevido da estrutura de Estado.

Está aqui, olha: empresa de irmão de assessor de Tarcísio de Freitas utilizou policiais em segurança privada. A empresa de segurança privada CampSeg, de propriedade de Nelson Santini - só para terminar, Sr. Presidente -, irmão do assessor especial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), José Vicente Santini, está envolvida em um caso, um escândalo de apropriação privada da segurança pública.

Nós não temos segurança pública para nossa população: não há segurança pública na Cracolândia, não há segurança no Grajaú, não há segurança no Capão Redondo. As delegacias estão fechadas, só funcionam em horário de expediente, e as pessoas ligadas ao governador usando a estrutura de Estado para ganhar dinheiro com isso, para se locupletarem.

Nós queremos investigar e saber o que está acontecendo com essa matéria que está hoje no Estadão, na Folha de São Paulo e na CartaCapital, Sr. Presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem, nobre deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Para falar pelo Art. 82, pela liderança do PL.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL – PELO ART. 82 - Presidente Conte Lopes, retorno aqui, a esta tribuna, motivado pela fala do nobre deputado Reis.

Deputado Conte Lopes, vão querer acabar com o bico do coitado do polícia. Vão agora criminalizar o policial coitado que está lá, na ponta, que a gente sabe que recebe um salário não digno para aquilo tudo o que exerce, e obviamente a gente quer que tudo seja apurado e esclarecido, mas o deputado acabou de relatar nos microfones como se fosse um escândalo.

Eu nem vi do que se trata a reportagem, mas na minha opinião, não passa daquele bico que policial faz no seu horário de folga para complementar a sua renda, presidente.

Será devidamente apurado, tenho certeza de que a oposição fará seu papel. Deputado Reis fala aqui, aponta também, deputado Conte Lopes, os deputados que vieram, aqui, ao plenário, defender o governador e seus secretários nesses 100 dias de governo. Eu falo por mim, eu faço o meu papel, tenho certeza que V. Exa. também o faz, como sempre fez aqui nesses microfones.

Não só nesse momento, né? Nós estamos aqui nos 100 primeiros dias de um governo no qual nós fomos os primeiros a acreditar, deputado Conte Lopes. Vossa Excelência foi um dos primeiros a falar o nome do governador Tarcísio neste plenário aqui, não é de hoje e não será diferente nos próximos quatro anos.

Então, senhores, fiquem tranquilos. Da parte do deputado Gil Diniz, tenho certeza que da parte do deputado Capitão Conte Lopes, do deputado Danilo Balas - que veio aqui também, motivou-me a vir aqui ao plenário - sempre nós teremos essas discussões.

A oposição obviamente fazendo a parte dela, e nós obviamente colocando o contraponto. Viu, deputado Enio Tatto? Falaram aqui como fazer... o seu discurso é emocionante. Nós, se não estivermos atentos aqui, o olho fica marejado de lágrimas e, realmente, parece que São Paulo está à mercê de um governo. Não é verdade.

O deputado, inclusive, é da periferia, colocou aqui o deputado Reis também. Eu sou da periferia de São Paulo, deputado Conte Lopes conhece bem ali, São Mateus. Hoje, não moro mais em São Mateus, mas conheço bem a realidade.

“Ah, o governador não conhece a periferia”. Já foi, em vários momentos, à periferia. Eu cito aqui um exemplo, ouvindo o deputado Enio Tatto, do governador, a convite, deputado Conte Lopes, do presidente desta Casa, André do Prado, na zona leste de São Paulo.

A questão das enchentes ali, aquela região que fica entre a Penha e o Alto Tietê, inundações históricas ali, o governador foi in loco. Se eu não me engano, região do Jardim Pantanal, aquela região onde os munícipes, deputado Reis, ficam meses debaixo d’água.

Mas é incrível. O governador foi in loco, alguns deputados desta Casa foram junto com o governador. Resultado disso: já há milhões em investimentos ali na barragem da Penha. Nós vamos, sim, resolver, solucionar esses problemas, problemas, como eu disse, históricos aqui em São Paulo.

É lógico, não estou falando mais da periferia de São Paulo, mas o Major Mecca levou o governador antes, na campanha, e agora, depois da campanha, já no governo, em... Qual é o nome do município?

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - São Miguel.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Em São Miguel, mas tem outro município, Conte Lopes. Me fugiu aqui. Vossa Excelência tem um bom trabalho político ali também; o Mecca tem também, ele foi o deputado mais votado lá.

Uma questão também de inundações, represa, uma inundação histórica. Deputado Mecca levou o governador, está atraindo investimentos também para a cidade e vai resolver.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Avaré, é Avaré.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Avaré. Estava com a palavra “Havaí” aqui na cabeça e sabia que iria errar o município. Em Avaré vai ser solucionado, também. Agora, os deputados têm razão: nós precisamos nos tornar presentes na periferia de São Paulo, na Capital.

Vejam só o resultado político e eleitoral da última eleição. A gente não pode repetir o que aconteceu agora, em 2022, a gente precisa mostrar presença real ali, deputado Conte Lopes.

Agora, Enio Tatto disse sobre o prefeito de São Paulo. O prefeito de São Paulo, que quer o apoio do PT também, para ser eleito com toda a certeza, com certeza também já fez parte da base aliada do PT, como foi colocado aqui que outros partidos assim o fizeram.

Agora, presidente, para finalizar aqui, o PT está numa crise existencial se vão aceitar não lançar candidato à prefeitura no ano que vem e apoiar, quem diria, Guilherme Boulos em uma chapa.

Olhe só, o PT, historicamente, sempre lança candidatos aqui em São Paulo. Vai ter que aceitar ser vice na chapa de Guilherme Boulos, inclusive tendo que engolir o sapo de José Luiz Datena dar sermão ali. Parecia que estava meio etilizado naquele momento, mas dizendo ali para Boulos se afastar de Luiz Inácio, como se a criatura pudesse se afastar do seu criador.

Então, o PT, ano que vem, vai ter que engolir o sapo de no máximo aceitar uma vice na chapa de Guilherme Boulos. Nós teremos, presidente, candidatos aqui em São Paulo, que, com toda a certeza, estarão alinhados ao governador do estado de São Paulo.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Presidente, se houver acordo aqui entre as lideranças, levantar a presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia os seguintes projetos de lei vetados:

 

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- NR - O aditamento à Ordem do Dia da 17a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 11/04/2023.

 

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Convoca, ainda, V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental com a mesma Ordem do Dia de quarta-feira, com os aditamentos ora anunciados.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 14 minutos.

 

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