21 DE FEVEREIRO DE 2024
10ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, DIRCEU DALBEN, SEBASTIÃO SANTOS, THIAGO AURICCHIO e ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Tece comentários acerca das condições de trabalho dos professores da rede estadual de ensino.
6 - SEBASTIÃO SANTOS
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - DIRCEU DALBEN
Assume a Presidência.
9 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - DONATO
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - BARROS MUNHOZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - PAULO FIORILO
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - EDIANE MARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - SEBASTIÃO SANTOS
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - SEBASTIÃO SANTOS
Assume a Presidência.
19 - VALERIA BOLSONARO
Por inscrição, faz pronunciamento.
20 - ANA PERUGINI
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
21 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
22 - PROFESSORA BEBEL
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
23 - THIAGO AURICCHIO
Assume a Presidência.
24 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
25 - PAULO FIORILO
Solicita a suspensão da sessão por 15 minutos, por acordo de lideranças.
26 - PRESIDENTE THIAGO AURICCHIO
Defere o pedido e suspende a sessão às 16h25min.
ORDEM DO DIA
27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h42min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados os requerimentos de urgência aos projetos de lei: PL 447/21, PL 138/23, PL 454/22, PL 1674/23, PL 1203/23, PL 952/23, PL 1636/23, PL 408/19, PL 315/19, PL 1719/23, PL 26/22, PL 1144/23, PL 1633/23, PL 102/19, PL 514/19, PL 1275/23 e PL 1629/23.
28 - DR. JORGE DO CARMO
Para comunicação, faz pronunciamento.
29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Endossa o pronunciamento do deputado Dr. Jorge do Carmo.
30 - ALEX MADUREIRA
Para comunicação, faz pronunciamento.
31 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Tece considerações acerca da tramitação dos projetos de lei.
32 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Para comunicação, faz pronunciamento.
33 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Endossa o pronunciamento do deputado Luiz Claudio Marcolino.
34 - ALEX MADUREIRA
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
35 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 22/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
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* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Iniciando o Pequeno Expediente, com a
palavra, o deputado Luiz Claudio Marcolino, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. e Sras. Deputadas, funcionários e
funcionárias da Assembleia Legislativa. Na semana passada, eu estive na cidade
de Dois Córregos, a convite da vereadora Poliana, de Barra Bonita, do
presidente da Câmara de Dois Córregos, Vinícius, e do Capitão Hélio e do
Wagner, que são defensores da preservação e manutenção do Rio Tietê no estado
de São Paulo, principalmente para melhorar e potencializar a economia da
região.
Só dar um
preâmbulo aqui em relação ao Rio Tietê: ele nasce em Salesópolis, na Região
Metropolitana de São Paulo e Alto Tietê. O rio atravessa o estado de São Paulo
de leste a oeste, por mais de 1.100 quilômetros.
E há 62 cidades
ribeirinhas, incluindo a capital. A foz é no Rio Paraná, município de Itapura,
divisa com Mato Grosso do Sul. A água do Rio Tietê, hoje, é utilizada na
agricultura, pecuária e geração de energia, em alguns trechos que possuem
usinas, como em Barra Bonita.
Nessa cidade, a
barragem serve para geração de energia e a eclusa é um importante atrativo
turístico do município, além de integrar o sistema de eclusas que permitem o
transporte de cargas da Hidrovia Tietê-Paraná, que, em 2023, transportou dois
milhões de toneladas, principalmente de soja, areia e milho.
No entanto, o
excesso de plantas aquáticas, os aguapés, mudaram a paisagem do rio: o leito
virou um tapete verde, e é até difícil identificar que ali é um rio e que é o
nosso Rio Tietê. Então, hoje o Rio Tietê pede socorro.
Queria pedir
para o Machado passar um vídeo aqui para demonstrar um pouco como está o Rio
Tietê nessa região de Barra Bonita.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Então, esse
excesso de plantas aquáticas causa uma coloração verde da água do Rio Tietê e
está afetando não só o Turismo como os demais usos da água: pesca e navegação,
inclusive nas barcaças da Hidrovia Tietê-Paraná. A hidrovia, hoje, é
responsável pelo escoamento da produção agrícola dos estados do Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, parte de Rondônia, Tocantins e Minas Gerais.
Então, é preciso
cuidar de todas as bacias hidrográficas, evitar que os fertilizantes usados na
agricultura cheguem ao leito dos rios. Os aguapés se proliferam quando há excesso desses nutrientes na água. Também é
fundamental proteger as nascentes.
Então é importante, e nós já estamos
trabalhando junto com a Frente Parlamentar em Defesa do Rio Tietê na região de
Barra Bonita, Dois Córregos e região. Também, aqui na Assembleia Legislativa,
combinado com a frente parlamentar que nós já temos em defesa da pesca artesanal
e aquicultura, trabalhar a questão da despoluição e o desenvolvimento e
preservação do Rio Tietê.
Vamos estar criando também aqui um
grupo de trabalho nessa frente parlamentar para integrar o que já foi
realizado, fazer um diagnóstico dos avanços já alcançados e propor medidas,
políticas públicas para que a gente possa defender o Rio Tietê no estado de São
Paulo.
O problema hoje do Rio Tietê não é só
a questão do saneamento básico, que é um problema sério, estrutural, que tem
que ser combatido. Nós temos hoje muitos nutrientes indo para as bacias do Rio
Tietê, principalmente na região de Barra Bonita e Dois Córregos. Isso tem
atrapalhado muito a economia local.
Então estivemos lá na frente
parlamentar com os vereadores da região, e esse é um debate que a gente quer
trazer para a Assembleia Legislativa para que, junto ao Governo do Estado de
São Paulo, possamos ter uma alternativa para melhorar a economia da região, mas
principalmente preservar o Rio Tietê para o turismo e para a economia local.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
- CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra o deputado Rui Alves.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Paulo Mansur, que fará uso regimental da tribuna.
O SR. PAULO
MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Cumprimentar todos
vocês e falar da fala do presidente Lula, que foi uma fala criminosa que feriu
não só os brasileiros quanto os judeus, quanto toda a nação do mundo. Ele
conseguiu chamar essa atenção para o nosso país.
E o pedido de impeachment cabe, sim,
é regimental, sim, para tirar o presidente Lula do poder. Já foram mais de 130
assinaturas, até agora o maior pedido de impeachment da história deste país. E
por que esse movimento está acontecendo dentro da Câmara Federal? Porque a fala
foi criminosa.
A gente sabe que os judeus foram
colocados em câmeras de gás, trabalharam com trabalho escravo para os alemães,
e isso foi durante anos. Famílias separadas, judeus queimados, judeus colocados
em câmeras de gás, morrendo de fome. Nunca na humanidade foi feito isso com o
ser humano.
Então comparar o Holocausto com o
Exército de Israel é uma ofensa que gera também para o Brasil perigos
econômicos. Tem muita tecnologia aqui do Brasil que é feita em Israel, como
alguns caças da Embraer.
Podem, sim, de repente, faltar peças
para o Brasil se a nossa relação bilateral econômica não estiver boa. Então é
uma ofensa gritante, e eu estou torcendo para que esse pedido de impeachment
avance dentro do parlamento da Câmara Federal.
Outra coisa que chama a atenção aqui
dentro do nosso estado de São Paulo é que no dia 25, agora, neste domingo, às
15 horas, vamos ter o evento que foi convocado pelo presidente Bolsonaro, da
direita conservadora, na Avenida Paulista.
Claro que é uma convocação pacífica,
onde as pessoas vão de verde e amarelo, que sempre tivemos na Av. Paulista. E sempre tivemos
também, no nosso País, manifestações pacíficas da direita conservadora. Sempre,
quando acabam as manifestações, as pessoas limpam o chão, não fazem baderna,
nunca vi uma briga em uma manifestação da direita conservadora.
Pois bem, olha
só o que aconteceu: “o Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores de São
Paulo encaminhou uma representação ao Ministério Público Eleitoral do estado
contra o ‘Ato Pela Democracia’”, convocado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Qual é a
justificativa disso? “Que a mobilização representa risco considerado” e que “os
atos podem resultar em ataques ao Estado Democrático de Direito”, pois é uma
narrativa de golpe, ou seja, eles estão falando que essa manifestação pode
gerar um golpe dentro do País. Como assim? Só se dá um golpe com armamento,
como Cuba.
Aconteceu com o
Che Guevara que eu já falei aqui. Na época que, eles sim, entraram no país
armados, os guerrilheiros. Não se dá golpe com manifestação pacífica que está
dentro da nossa lei, da nossa Constituição. Então não vai dar certo. A Justiça
no nosso País...
Eu acredito
ainda na nossa Constituição e nós temos o dever de nos manifestar contra o que
a gente acredita. Nós, como parlamentares, temos o direito de parlar, e temos o
direito de nos comunicar e debater aqui dentro do Parlamento. E o cidadão lá de
fora tem o direito de se manifestar com a camisa verde e amarela, com o que ele
achar de melhor.
Então fica aqui
esse repúdio, porque a cadeira é verde, a que os deputados estão sentados, mas
o PT pode falar que a cadeira é azul e vira um debate dentro do Parlamento.
Então esse é o PT, querendo sempre desarticular o que está certo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra,
o deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Com a palavra o deputado Simão Pedro, que
fará uso regimental da tribuna.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Carlos
Giannazi, um grande lutador da Educação, deputada Thainara, deputados amigos
que se encontram aqui no plenário e o público que nos acompanha aqui no
plenário, nas galerias, pelas redes sociais, pela TV Alesp.
Sr. Presidente,
hoje a Comissão de Constituição e Justiça se reúne, onde o governo estará
tentando aprovar uma PEC, a PEC nº 09, de 2023, onde o Governo do Estado
pretende mudar a Constituição, um Projeto de Emenda à Constituição.
O que o
governador quer? Ele quer tirar cinco por cento, dos 30% - perdão -, ele quer
reduzir de 30% para 25% os recursos constitucionais da Educação. Os nossos
constituintes, representando o povo lá em 1989, tomaram essa decisão ouvindo a
sociedade; que investir em Educação é o melhor caminho para você dar dignidade
para o nosso povo ter uma perspectiva de futuro melhor, para que o estado
continue sendo essa grande locomotiva produtiva do nosso País.
Então investir
em Educação, além de garantir a cidadania, garantir um caminho para a criança,
para o jovem, é o melhor investimento também para outras áreas da sociedade. E
o governador quer tirar, reduzir, dizendo que pretende investir mais na Saúde,
porque a Saúde está carecendo mais.
A gente
reconhece que a Saúde precisa de mais investimentos. O governo precisa cumprir
também a Constituição. Agora, não tirar da Educação. Então nós estamos,
enquanto oposição, fazendo de tudo para que esse projeto não passe na Comissão
de Constituição e Justiça, não prossiga.
O governo disse
que esse ano não quer polêmica, mas ele insiste com esse projeto. Um projeto
que vai ser um desastre, porque as universidades, que também estão dentro
desses 30%, os recursos para manter a USP, a Unesp, a Unicamp, elas vão se
mobilizar. O Serra, quando foi o governador, ali em 2007 a 2008, tentou mexer
com os recursos das universidades, e não conseguiu. Metia um monte de decreto,
nós fizemos pressões, e derrubamos. O Doria tentou derrubar os recursos das
universidades, e não conseguiu.
Então
certamente não vão sair das universidades esses recursos. Vão sair da Educação
básica. Então isso vai ser um crime cometido contra a população de São Paulo.
Então nós não podemos deixar prosperar. Mas o que o governador faz? Eu recebi
hoje, na edição da Carta Capital desta semana, essa fala do governador,
ironizando até de uma forma muito ruim a situação dos professores. Olha o
título.
“Professores
não têm melhores condições, mas têm muito amor”; diz Tarcísio. O governador deu
a declaração durante o lançamento do programa sobre alfabetização.
O governador
Tarcísio de Freitas, Republicanos, reconheceu, nesta terça-feira, que os
professores de São Paulo precisam de melhores condições de trabalho.”
Olha as aspas,
a fala do governador: “A gente sabe que os professores não têm a melhor
estrutura, nem os melhores salários.” Ou seja, ele está reconhecendo que precisa
de mais investimentos, que é uma dívida em relação ao conjunto dos
profissionais da Educação.
Prossegue ele:
“Mas eles têm muito amor. E quando a gente for resolvendo as questões sociais,
nós vamos dar melhores condições para eles trabalharem”; disse o governador
durante o lançamento do programa Alfabetiza Juntos SP.
É um absurdo
essa fala do governador, eu queria repudiar. Porque, com essas coisas, não se
brinca. Ou seja, o professor, a professora, uma das profissões mais dignas...
Eu, por exemplo, sou professor. Escolhi esse caminho para dar sentido para a
minha vida, ter uma profissão.
Eu tenho irmãs
que são professoras. A minha esposa é uma pedagoga, dirige uma creche. As
condições de trabalho são muito difíceis. A gente sabe que há uma dívida, do
estado de São Paulo, com a Educação.
As escolas
estaduais, é só comparar de olho, são de qualidade muito inferior em relação às
municipais, por exemplo. Agora, isso é histórico, já vem de bastante tempo. Mas
a gente não vê uma política de melhoria. Agora, o que o governador quer? Piorar
essa situação, tirando mais recursos da Educação pública.
Então eu quero
fazer um protesto. Acho que essa PEC não vai prosperar. Até porque, os
deputados têm professores nas suas famílias, têm educadores. Os professores nos
municípios, nas regiões, não vão permitir. É uma PEC indesejável. Se passar
aqui, o prejuízo político para nós parlamentares vai ser muito grande. Espero
que não prospere.
Mas o
governador não pode ficar brincando. Me lembrou o governador Paulo Maluf, que
um dia falou para as professoras e professores que protestavam que são “mal
amadas” porque reclamavam das condições. Agora ele vem brincar dizendo que
reconhece que as condições são ruins, mas eles têm muito amor.
Então, com
essas coisas, governador Tarcísio, não se brinca. Essa PEC não vai passar. Nós
vamos nos opor, porque ela é um absurdo, é um crime contra a Educação pública,
contra o nosso Estado, contra as nossas crianças e as nossas famílias.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra,
a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Atila Jacomussi.
(Pausa.) Com a palavra, o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra,
o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Dr. Elton.
(Pausa.)
Com a palavra, o deputado Capitão
Telhada. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Com a
palavra, o deputado Reis. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Marcos Damasio.
(Pausa.)
Com a palavra, o deputado Rafael
Saraiva. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a
palavra, o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Sebastião
Santos, que fará uso regimental da tribuna.
Lembrando o deputado Simão Pedro que o
governador tem que entender que só com amor não se paga as contas e os boletos
dos professores.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Deputado Giannazi, Srs.
Deputados e Sras. Deputadas, pessoas que nos assistem da galeria, funcionários.
Quero trazer
vários vídeos, pronunciamentos, matérias jornalísticas, para falar um pouco
sobre a retirada dos trens da área urbana de São José do Rio Preto, de Mirassol
e de Cedral.
A empresa
concessionária enviou um vídeo e esse vídeo mostra agora que eles não vão mais
fazer a variante, mas que vão fazer pontes, passarelas, vão fazer muros e vão
solucionar o problema que o trem traz na área urbana.
Eu queria pedir
para que colocasse o primeiro vídeo, por favor.
* * *
-
É exibido o vídeo.
* * *
Então,
essa fala foi no mês de novembro de 2013, quando perdemos, ali naquele local,
infelizmente, oito vidas por causa de um vagão desses, que entrou dentro da
casa. Estavam fazendo um churrasco em família e oito pessoas da família,
infelizmente, vieram a ser ceifadas por conta de uma má construção no local por
parte da linha férrea.
Agora,
a operadora, a concessionária, diz o seguinte: “Nós vamos colocar algumas
pontes, vamos fazer algumas passarelas, vamos fazer um muro cortando a cidade
de fora a fora, vamos parar de buzinar e já está pronto para vocês viverem
muito bem”. Mentira.
Agora,
o que nós pedíamos, que era apenas a retirada dos trens da linha férrea, que
foram gastos oito milhões só no projeto e que nós, quando a presidenta Dilma
esteve lá em Rio Preto, entregamos na mão dela, e que foi avalizado... Hoje,
nós temos toda a pontuação para tirar a linha férrea de dentro de Rio Preto, de
dentro de Mirassol, dentro de Cedral.
Agora,
nós vemos: “Ah, eram 600 milhões”. Pois agora fica muito mais. Se realmente
culminar de eles usarem esse espaço, nós vamos pedir para a população que possa
requerer o uso logístico desse lugar para fazer o transporte público, ou então
ao redor. Que a Rumo também dê a contrapartida do transtorno que ela vai trazer
para a população de Rio Preto.
Rio
Preto hoje chega a 600 mil pessoas habitando naquela cidade, fora os 35
municípios da região metropolitana de Rio Preto, que vão a Rio Preto fazer
compras, vão visitar a família, vão ali passar por procedimento cirúrgico nos
hospitais da região.
Então tem muita
coisa em jogo a essa empresa que detém hoje a concessão, além da retirada da
linha férrea, não, mas a retirada do trem de dentro da cidade. Barretos não tem
mais o trem dentro da cidade. Eles fizeram um contorno. Está pronto e nós
estamos lutando para colocar lá um porto seco para criar emprego e renda dentro
de Barretos.
Por que motivo
nós temos que ficar com coisas, pensamentos do passado, projetos do passado que
interferiram no passado de uma forma boa porque trouxeram o desenvolvimento das
cidades? Mas hoje está interferindo aí, infelizmente, de uma forma ruim e que
muitas vezes chega um projeto, como chegou agora em 3D, que os senhores
deputados terão oportunidade de ver em outras matérias que vamos estar trazendo
aqui para esta tribuna.
Enviem para a gente
um videozinho e digam: “Está pronto, resolvemos o problema”. Não, não
resolveram. O problema voltou a debate e eu peço a colaboração dos 93 deputados
aqui junto comigo para que a gente venha fazer com que o estado de São Paulo
tenha sim investimentos para priorizar geração de emprego, renda, Segurança,
Saúde, Educação e esse é um fato que naquela região, na região metropolitana de
São José Preto, está clamando por socorro há mais de 20 anos.
Só dentro da
cidade foram três descarrilamentos. Num deles oito vidas foram ceifadas. Então,
Sr. Presidente, fica aí o nosso apelo à Casa que as minhas palavras sejam
levadas a quem de direito para que a gente possa trazer uma grande discussão
nesse sentido.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra
o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Vitão do
Cachorrão, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente em exercício.
Que Deus abençoe sua vida, Giannazi, nosso trabalho. Agradecer a Deus,
primeiro, de nos guardar nas estradas, fazendo a região. Não é, decano?
A gente tem que
agradecer todos os dias. Só da gente levantar e poder trabalhar aqui pelo povo,
Giannazi, nós somos abençoados por Deus. Agradecer também o pessoal que
trabalha aqui na Casa em nome do pessoal da limpeza, toda a estrutura.
Ontem, eu falei
na tribuna aqui sobre a indicação que fizemos ao governador. Vários policiais
têm me perguntado sobre a proposta. Então eu vou procurar explicar melhor.
Primeiro, eu
quero agradecer ao governador Tarcísio de Freitas, que acho que foi um dos
únicos governadores existentes já aqui no estado de São Paulo que no primeiro
ano já deu aumento para a Polícia Militar, Civil, Científica, e a gente está
pedindo também para ele não esquecer da Polícia Penal, que eles sejam também
valorizados.
E o governador
pensou nesses verdadeiros heróis, policiais que fazem além da sua função. Eu já
vi muito em Sorocaba policial participar até mesmo do nascimento de uma criança
numa ocorrência, salvar vidas de bebês engasgados. Agora na enchente que teve
em Sorocaba, onde destruiu a nossa cidade, muitos pontos, lá fizeram uma
corrente humana e salvaram a criança e a família. E depois eles tiveram que se
salvar de tão forte que era essa corrente.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Dirceu Dalben.
* * *
E
essa proposta é baseada em outros estados. Precisa dar valorização para o
policial militar, precisa de um incentivo. Essa proposta, essa indicação, já
tem no Rio de Janeiro e também no estado de Minas Gerais. Ele ingressa na
carreira de cargo de entrada, mas vai sendo promovido a cada cinco anos, sendo
avaliado o seu desempenho e fazendo os cursos necessários.
O que nós
queremos é a valorização de carreira policial. Nós entendemos o quão difícil é
ingressar nessa carreira civil, penal e científica.
Não é razoável
que uma pessoa entre como soldado; aí, depois de 20 anos, ele é promovido a
cabo; depois, no máximo, ele se aposenta como terceiro-sargento. Isso é um
absurdo. Tenho certeza de que o governador vai olhar com carinho. O policial
precisa estar motivado. A promoção traz essa motivação e um orgulho para a
família.
Desta forma,
nobres deputados, quero agradecer a todos os que lutam pela Polícia Militar em
todos os estados, em nome do Conte Lopes, do Capitão Telhada, e muitos. Estou
aqui para somar.
Deputado
Marcolino, a gente atende o povão, mas não pode esquecer da Polícia Militar,
Científica, Civil, da Polícia Penal. Inclusive, a Polícia Penal merece aumento.
Sou do Republicanos, mas vou lutar junto com vocês. Imploro para o governador
esse reconhecimento. Eles precisam urgentemente de um aumento salarial.
Então a gente
não pode apresentar esse PL, mas fizemos essa indicação para a colaboração de
integrantes das carreiras policiais. Que a gente possa construir um projeto
melhor, que atenda melhor os anseios dos policiais militares, civis, penais e
científicos.
Qual que é esse
projeto, deputado Marcolino, que de cinco em cinco anos, ele entrou lá como
soldado, ele vá para cabo, tanto que ele nunca tenha tido nenhuma falta, faça o
curso, então uma motivação.
Daí ele vai
para cabo, depois vai para terceiro-sargento, segundo-sargento,
primeiro-sargento. Quanto ele se aposentar, ele, que trabalhou a vida toda,
muitas vezes que entrou como soldado, tem que gastar com medicamento, tem que
gastar. Então ele tem que ser valorizado, o policial militar.
Que ele se
aposente não só como terceiro-sargento, que ele se aposente em um cargo melhor.
Isso é o meu apelo, a minha indicação: que de cinco em cinco anos ele seja
valorizado, tanto a Polícia Militar, Civil, Penal e Científica.
Quero nestes
últimos 13 segundos agradecer, pedir ajuda e agradecer o deputado Reis. Está
para entrar hoje um Projeto de lei, quero agradecer aqui o Jorge da Mancha
Alviverde.
Eles vieram ao
meu gabinete, e fazem um trabalho brilhante aqui no estado de São Paulo, dando
alimentação para quem precisa, independentemente da pessoa, que time que torce,
e esse projeto é para todas as torcidas, e é para o ser humano, para que não
seja cobrado no estado de São Paulo e tenha entrada gratuita no estádio. Eu já
vou encerrar aqui minha fala.
Onde se viu
cobrar 150 reais, e foi proposta, aliás, foi proposta quando a tia Leila,
presidente da torcida do Palmeiras, por exemplo, na campanha dela ela prometeu
que a entrada das crianças seria gratuita.
Só que virando
Projeto de lei, vai beneficiar todas as torcidas. Um bebê de colo de dois anos
vai com o pai, tem que pagar 150 reais, é um absurdo. Nessa proposta, também, o
jovem acima de dois anos, até 12, que é o adolescente, ele pague meia entrada.
Quero agradecer
aqui o pessoal da Mancha e de todas as torcidas, em nome do Jorge, que é o
presidente da Mancha Alviverde. Que Deus abençoe o nosso trabalho.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Dando
sequência aos oradores inscritos no Pequeno Expediente, Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez.
Deputado Guilherme, vai usar a tribuna? Já está aí. Com a palavra o orador pelo
tempo regimental.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, boa tarde.
Presidente, é
público e notório o voto que com muito orgulho eu dei no presidente Lula na
última eleição, por vários motivos. Cada pessoa, quando votou na última
eleição, fundamentou seu voto com muitos argumentos.
Dentre os
motivos que me levaram a escolher e ajudar a eleger o presidente era para que a
gente interrompesse a destruição do meio ambiente protagonizada pelo governo do
Bolsonaro e do Ricardo Salles, que se materializou por meio de um profundo
desmonte dos nossos órgãos ambientais.
O Ministério do
Meio Ambiente, o ICMBio, o Ibama e elegeu o presidente Lula, que escolheu a
ministra Marina Silva, uma das principais referências do Brasil e do mundo na
defesa do meio ambiente, é uma atitude da qual eu nunca vou me arrepender,
porque o projeto do governo Bolsonaro era um projeto de destruição, de
liquidação do patrimônio ambiental brasileiro.
Mas a gente
elegeu o presidente Lula também para cobrar e também para que a gente pudesse
reivindicar por mais. Hoje, os servidores das carreiras ambientais do governo
federal, do Instituto Chico Mendes, do Ibama, do Ministério do Meio Ambiente
estão travando uma mobilização mais do que justa e necessária pelas suas
condições de trabalho.
A gente sabe, a
todo momento, a gente trava uma batalha aqui na Assembleia Legislativa, dizendo
que serviço público depende do servidor público valorizado, bem remunerado, com
condições adequadas de trabalho para que ele possa exercer o seu trabalho com a
melhor qualidade possível.
E por isso,
essa mobilização dos servidores das carreiras ambientais do governo federal
merece todo o nosso apoio, porque são esses servidores que estão no dia a dia
enfrentando garimpeiro, enfrentando madeireiro, enfrentando grande fazendeiro
que desrespeita a legislação ambiental.
Foram esses
servidores e servidoras que, nos últimos anos de governo Bolsonaro, travaram
uma verdadeira resistência cidadã em defesa das nossas políticas ambientais,
quando a gente tinha um governo que, intencionalmente, queria desmontar o
sistema ambiental brasileiro.
E por isso,
nada mais do que justo, nada mais do que necessário que esses homens e mulheres
que hoje se dedicam para preservar o patrimônio ambiental do nosso país tenham
o melhor trabalho possível, eles tenham a remuneração adequada, eles tenham um
plano de carreira que esteja à altura do trabalho que eles prestam.
E que, nesse
momento em que a gente está reconstruindo as políticas ambientais do nosso
País, depois de anos de uma política antiambiental na mão do Bolsonaro e do
Ricardo Salles, nesse momento em que a ciência nos alerta que a crise ambiental
e que a crise climática já é uma realidade e a cada ano vai produzir mais
efeitos negativos para a humanidade, nesse momento, mais do que nunca, a gente
precisa contar com o trabalho dos nossos servidores da carreira ambiental.
E a gente
precisa que esses servidores e servidoras sejam remunerados adequadamente,
tenham as condições adequadas de trabalho para poder exercer a sua função.
Serviço público de qualidade não existe se a gente não tiver um servidor
público valorizado, bem remunerado, com as condições adequadas para que ele
possa prestar e exercer o seu serviço.
Inclusive,
presidente, a grande missão, o grande trabalho, o grande desempenho que os
servidores da área ambiental tiveram durante o governo Bolsonaro só reforça
para a gente a importância do serviço público, da estabilidade do servidor
público, porque mesmo quando a gente tinha autoridade no Ministério do Meio
Ambiente querendo desmontar a legislação e o sistema de proteção ambiental
brasileiro, esses servidores seguiam no intuito do juramento, da missão, do
serviço que eles assumiram e seguiram exercendo as suas funções, mesmo quando a
gente tinha um governo que boicotava a todo momento a legislação ambiental
brasileira.
Por isso,
presidente, quis fazer essa fala aqui na tribuna para prestar todo o meu apoio
e toda a minha solidariedade para os servidores das carreiras ambientais
brasileiras, do Instituto Chico Mendes, do Ministério do Meio Ambiente, do
Ibama e de todos os demais órgãos que hoje estão travando uma mobilização que é
muito necessária, muito legítima.
E fazer um
apelo para que o governo federal, sobretudo para que o Ministério de Gestão e
Inovação busque uma saída que valorize esses servidores no menor tempo possível
para que eles possam voltar a exercer as suas atividades da forma como eles
querem, com a qualidade que lhes é devida.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Dando sequência
aos oradores inscritos, chamo à tribuna o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)
Deputado Donato para uso da tribuna.
O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos os que nos acompanham aqui
pela rede da Assembleia Legislativa de São Paulo, dia 25 a gente tem um evento
lamentável de apologia ao golpismo. Mais lamentável ainda é a participação do
governador de estado, que deixou de ser bolsonarismo Nutella para mostrar que é
bolsonarismo raiz, golpismo raiz.
Junto com ele,
o prefeito da cidade de São Paulo, em troca do apoio eleitoral de Bolsonaro,
rompe com qualquer tradição democrática, toda tradição democrática do MDB, que
foi o Movimento Democrático Brasileiro, que lutou contra a ditadura, mas se
abraça ao golpismo escancarado do bolsonarismo.
Então queria
fazer este registro rápido aqui, para não deixar passar em branco, mas eu
queria falar de outro tema, mais corriqueiro, mais importante, que diz respeito
à situação da divisa de São Paulo com Embu, que é o Córrego Pirajussara. Eu
estive lá no sábado, é uma questão que eu acompanho há muito tempo.
Por que eu falo
desse córrego? Não é uma questão municipal, é um córrego de divisa e, portanto,
atribuição do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo, DAEE, é
fundamental. E lá está uma situação surreal, deputado Barros Munhoz. Surreal.
O Córrego
Pirajussara é um córrego longo, começa lá na divisa de Embu com São Paulo,
Jardim Dom José, e vai desembocar na USP, no Rio Pinheiros. Ele foi canalizado
no trecho da Eliseu de Almeida, no Butantã, tem uma avenida em cima. Durante
muitos anos, ele foi causador de grandes enchentes na região do Campo Limpo.
Como vereador,
a gente desenvolveu uma luta grande com muita gente, envolvemos o bispo da
região naquela época, o Dom Emílio, e tantas lideranças da região e conseguimos
que a Prefeitura de São Paulo, na gestão Kassab, canalizasse a divisa com
Taboão, trecho grande, que eliminou as enchentes naquele trecho.
Foi uma
conquista importante lá, Parque Esmeralda, Jardim Nadir, enfim, tantos bairros
ali que eram atingidos por enchentes brutais, dois metros de altura, coisas
gravíssimas.
Mas o restante
do córrego a gente conseguiu na época um financiamento federal, um dinheiro,
não existia nem o PAC ainda, foi no primeiro governo Lula. Eram 50 milhões de
reais para canalizar o restante do córrego. Esse dinheiro chegou em São Paulo,
teve uma licitação, ganhou uma empresa, que era DP Barros.
Ela começou a
canalização nos trechos que não tinham remoção de famílias, porque tem várias
famílias em cima dos córregos, mas a CDHU não providenciou as moradias
necessárias para remover cerca de 800 famílias na época. Hoje é bem mais.
Envolvia tanto famílias do lado de São Paulo, quanto do lado de Embu.
O fato é que
esse trecho ficou sem canalização e vários trechos desse córrego têm problemas
graves. Um trecho ali, no Jardim Irapiranga - Jardim Irapiranga, para quem não
conhece, é abaixo do Jardim Irene, mundialmente conhecido pelo Cafu, e é ao
lado do Campo do Cafu, que é o Campo do Guarani, que fica na divisa de São
Paulo com Embu.
Naquele trecho
a rua desbarrancou, enchentes graves. E o que aconteceu? A Prefeitura de São
Paulo começou uma obra de emergência. Uma emergência que depois vou discutir os
valores, 200 metros, 50 milhões de reais. O senhor que foi prefeito sabe que é
exagerado - de meio córrego - porque a Prefeitura de São Paulo resolveu fazer
metade do córrego e metade do fundo do córrego.
E no lado de
Embu - lá é conurbado, de um lado é uma rua com casas, do outro lado é a rua de
Embu com casas - o córrego começou a desabar. Já estava ruim, mas piorou muito
e podem as casas irem embora. Nós estamos indo ao DAEE - nesta gestão é a
quarta reunião que eu faço já, quarta ou quinta.
Agora, nesta
terça, ontem, a gente conseguiu uma reunião lá, em que, pela primeira vez, foi
um representante da Prefeitura de São Paulo e outro representante da Prefeitura
de Embu. De Embu foi inclusive o vice-prefeito. É necessária uma solução. Se é
o DAEE que vai fazer a obra, se é Embu ou se é a Prefeitura de São Paulo que
tem que assumir o ônus que ela fez, é necessário que se resolva aquela
situação.
E o DAEE
precisa sair da sua inércia. Ele tem que assumir a sua responsabilidade como
órgão gestor daquele córrego, que é um córrego de divisa. E, portanto, ele tem
que dizer as diretrizes. E em momento nenhum ele assume esse protagonismo.
A gente pediu
para que eles chamem os dois prefeitos, espero que chamem. Mas isso a gente
está pedindo já há mais de um ano. E infelizmente até agora sem sucesso. Espero
que a gente não tenha nenhuma catástrofe em breve, com chuvas fortes, que podem
de fato atingir, não só derrubando a rua, mas derrubando várias casas que já
estão em risco lá. E a gente se preocupa muito com isso.
Então, nosso
apelo aqui é para que a gente possa ter essa atuação do DAEE, para que promova
esse encontro e discuta tecnicamente como resolver. Mas é evidente: solução
técnica tem, mas precisa ter decisão política para atender àquelas famílias,
tanto do lado de São Paulo quanto do lado de Embu.
Era isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Dando
sequência aos oradores inscritos, chamo à tribuna a deputada Ediane Maria.
(Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.)
Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado
Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy,
sempre senador. Pelo tempo regimental, a tribuna é de Vossa Excelência.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado Dirceu Dalben, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, eu gostaria aqui de recomendar a todos que possam assistir a um
documentário que passou ontem no Cine Kinoplex, lá Shopping Santo Amaro, um
documentário do melhor nível possível: “MC Daleste - mataram o pobre louco”.
Trata-se de um documentário sobre um jovem que faleceu aos 20 anos.
E este
documentário “MC Daleste”, que vai estrear nesta sexta-feira, dia 23, no
GloboPlay, revela: “novas testemunhas que podem ajudar a esclarecer o
assassinato do funkeiro, ocorrido em seis de julho de 2013.”
Na
segunda-feira, dia 26, a TV Globo exibirá o primeiro dos quatro episódios da
série documental, justamente o que eu pude assistir ontem.
Daniel
Pellegrini, o MC Daleste, tinha 20 anos quando foi baleado enquanto cantava num
palco improvisado sobre uma carreta, para cinco mil pessoas, em uma comunidade
de Campinas, interior de São Paulo.
Vídeos gravados
por fãs mostram o momento em que ele é atingido por dois tiros. Socorrido pelo
irmão e por amigos, foi levado num carro particular até um hospital de
Paulínia, cidade vizinha, onde faleceu. Dez anos depois, o crime ainda não foi
esclarecido. A Polícia Civil investigou pessoas suspeitas pelo assassinato, mas
como nunca descobriram quem matou Daleste e o motivo do homicídio, nenhuma
delas foi responsabilizada ou presa.
Entre as
hipóteses investigadas, foram apuradas a possibilidade de crime passional,
vingança e até inveja. Mas nenhuma foi confirmada. O processo do caso foi
arquivado por duas vezes na Justiça, em 2016 e 2019, sem apontar um culpado.
O caso MC
Daleste será reaberto agora, a pedido do Ministério Público. Essa série documental
sobre um dos principais nomes do “funk ostentação” foi dirigida por Guilherme
Belarmino e Eliane Scardovelli, que trabalharam extraordinariamente bem e que
assinam o roteiro com Caio Cavechini.
Daleste foi
autor de sucessos como ‘Mina de Vermelho’, que depois apareceu no refrão da
cantora Gloria Groove. O funkeiro também compôs e deu voz a ‘Mais Amor, Menos
Recalque’.
O funkeiro teve
uma infância pobre, carreira meteórica, com fama e dinheiro, e fim trágico, que
são contados de maneira intensa no documentário. Dividido em quatro partes, ele
percorre a trajetória do artista e se aprofunda na investigação policial.
‘Daleste e eu
nascemos no mesmo bairro, o Cangaíba, na Zona Leste de São Paulo. Cobrir o
assassinato dele há dez anos me marcou profundamente. Os fãs nunca o
esqueceram. Agora, o documentário resgata o que ele fez em vida e revela
testemunhas nunca ouvidas pela polícia. Para a família, é uma última esperança
de justiça’, diz Guilherme.
‘Espero que as
pessoas entendam a complexidade desta história. Nós investigamos o caso com
profundidade e trazemos agora novas informações. Espero também que o público se
envolva com a história pessoal deste garoto visionário e talentoso, que passou
fome na infância, fez vaquinhas para conseguir gravar as primeiras músicas na
lan house, e de forma independente conseguiu alcançar o sucesso. Infelizmente,
foi morto aos 20 anos, no auge da carreira’, fala Eliane.
Após analisar
quase mil páginas do inquérito policial, a equipe do documentário, formada também
pelo produtor Kleber Tomaz, conseguiu pistas de testemunhas do crime que nunca
foram ouvidas antes pela investigação e que podem ajudar a esclarecer o caso.
Com a direção
de fotografia de David Faria, Renan Ferreira, o documentário mostra imagens da
casa onde Daniel cresceu e da escola onde ele passava o tempo compondo músicas
antes de se tornar o fenômeno Daleste. Explorando o Cangaíba, a série traz
depoimentos dos irmãos, amigos e antigos parceiros. E sobretudo da irmã Carol,
que aparece de forma brilhante, emocionada.”
Eu gostaria de
pedir para que seja colocado, nas notas taquigráficas, a íntegra do
pronunciamento que eu fiz, como senador, em 15 de julho de 2013, onde eu falo a
respeito do ocorrido, e solicito às autoridades competentes que realizem a
investigação, a mais completa possível, que agora, 10 anos depois da sua morte,
poderá ser completada.
Em meu
pronunciamento no Senado, eu li duas canções que, justamente, o MC Daleste
compôs. Uma foi a letra de “Minha História”, e a outra foi conversa com o pai
de Daleste, que homenageia o seu pai.
Está concluído
o meu tempo, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA
- Muito obrigado, senador Suplicy. Solicito à Secretaria que tome providências
com relação ao solicitado pelo deputado Suplicy.
Dando sequência aos oradores inscritos,
chamo à tribuna o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Marina Helou.
(Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro.
(Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas.
(Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)
Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Dando sequência à Lista Suplementar.
Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)
Deputado Barros Munhoz.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Dalben, queridos colegas de Assembleia,
senhores colaboradores e telespectadores da TV Assembleia, hoje faz 150 anos da
colonização italiana no Brasil. São Paulo não seria o que é se não fosse a
colonização italiana. O Brasil não seria o que é se não fosse a colonização
italiana.
Eu não sou
descendente de italianos, mas, graças a Deus, sou itapirense. Itapira é uma
cidade de italianos. A colonização
italiana foi muito grande em Itapira, muito forte em Itapira, como em tantas
outras cidades do estado de São Paulo e do Brasil.
Eu me lembro,
neste momento, com muita saudade, do Vitor Sapienza, um grande deputado desta
Assembleia, um grande presidente da Assembleia, que, como descendente de
italianos que era, todo ano convocava uma sessão solene para homenagear a
comunidade italiana.
Eu, neste
momento, quero, Sr. Presidente Dalben, assumir um compromisso. Se Deus me der
saúde e no ano que vem eu ainda estiver firme e forte aqui nesta Casa, eu quero
encaminhar uma moção para fazermos também, para voltarmos a fazer uma homenagem
à colônia italiana de São Paulo.
Eu acho que é
imprescindível que se faça isso. É imprescindível que se faça isso. Nós devemos
muito. São 30 milhões de descendentes de italianos no Brasil, 15% da nossa
população. Quanto significa a colônia italiana em todos os aspectos da vida
brasileira!
Então, não
posso deixar de externar aqui o meu sentimento de saudades do Vitor, de
saudades de todos os italianos com quem convivi.
Em nossa
cidade, tivemos uma felicidade: meu pai foi prefeito, indicado, na época, pelo
governador Ademar de Barros. Foi prefeito de Itapira em 1939. E o grande anseio
de Itapira e região era um ginásio para que as pessoas descendentes dos
italianos que para lá foram pudessem fazer o ginásio. Todas paravam no curso
primário.
Meu pai
conseguiu essa verdadeira dádiva e foi a Societá Italiana di Benemerenza e
Soccorso Mutuo que doou seu patrimônio para que esse ginásio fosse construído
em Itapira. Depois disso, tivemos o Walter Ricciluca, que criou o Circolo
Ítalo-Brasileiro XV de Novembro lá de Itapira.
Então, quero
fazer aqui a minha simples e humilde homenagem a essa colônia que tanto
significa para todos nós - exemplo, motivação -, para que, como eles fizeram
conosco e em tantos outros países do mundo, a Itália seja sempre um grande país
como é e que o Brasil siga os seus passos e seja também uma nação reconhecida
àqueles que aqui vieram construir conosco um país menos injusto, mais justo,
mais próspero e mais feliz.
O
SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Muito bem. Com
a fala do nosso grande, sempre parceiro e amigo, deputado Barros Munhoz,
encerramos o Pequeno Expediente e damos já abertura e início aos trabalhos do
Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Com a lista
dos oradores inscritos, sigo na chamada: deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Deputado Carlos Pignatari. (Pausa.) Deputado Major Mecca.
(Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo.
Com o tempo regimental à sua disposição, o deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, deputado Dalben, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
aqueles que nos acompanham pela TV Alesp, assessoria das bancadas, quero
aproveitar aqui... Sr. Presidente, nós estamos ainda no Pequeno Expediente. É
que meu tempo ali...
Muito obrigado,
Sr. Presidente. Meu tempo aqui foi restituído, que eu já achei que tinha
perdido cinco minutos. Queria aproveitar aqui para retomar uma discussão que
fizemos ontem sobre o ato que será feito aqui em São Paulo, na Avenida
Paulista, no domingo.
Nós entendemos,
até pela nossa tradição democrática, que todo ato é legítimo, todo ato tem que
ser respeitado, tem que ter a segurança necessária e ele deve ser realizado da
forma mais tranquila possível.
O que nos chama
atenção é que esse caso específico é um ato para que o ex-presidente possa
justificar aquilo que a Polícia Federal vem apurando através de várias
operações, a última delas no pré-Carnaval, que envolve o ex-presidente, seus
ministros, na tentativa de um golpe de Estado, na tentativa de não reconhecer
as eleições democráticas, livres, na tentativa de descredenciar as urnas
eletrônicas, na tentativa de desrespeitar o Estado de Direito.
E o que chama
atenção é que algumas autoridades estão confirmando a presença. Entre elas, do
governador do Estado, que é responsável pelas forças de Segurança aqui do
estado de São Paulo, que é o representante do Estado e não apenas um assessor
ou um aliado do ex-presidente, o prefeito da cidade de São Paulo, que são
figuras públicas e que deveriam manter o distanciamento necessário de um ato
que, primeiro, pode dialogar com a inconstitucionalidade.
Segundo, que
pode de novo repetir as cenas lamentáveis do dia 8 de janeiro do ano passado.
Diante dessas variantes, o PT estadual instou o MP para que o MP acompanhe de
perto o ato. Como eu disse aqui e vou repetir, ninguém é contrário. O que nós
precisamos é acompanhar de perto e o Ministério Público tem que fazer isso para
saber se não haverá nenhum desrespeito, deputado Luiz Claudio, à Constituição
Federal, às normas legais.
Porque se
houver, o Ministério Público é responsável por acionar imediatamente todas as
instâncias para que se puna os responsáveis. É esse o objetivo do PT estadual
com a representação feita ao MP. E nós achamos que aí a política que se move e
se move dessa forma quando o prefeito opta por abraçar o bolsonarismo e a praça
pública fazer a defesa daquele que está sendo investigado.
Ou mesmo, no
caso do governador, que é um aliado de primeira hora, até porque o Ricardo
Nunes não é um aliado de primeira hora; é de segunda hora e está desesperado.
Então são duas figuras que eu acho que a gente devia ter toda a atenção e o ato
deve ser observado de perto. A segunda coisa que eu queria trazer aqui diz
respeito à ação que a Polícia Federal fez.
A Polícia
Federal vai ouvir na quinta-feira, portanto, amanhã, o ex-presidente que disse
que ficará calado. Não sei se vai optar por esse caminho, mas é o que ele
divulgou na imprensa. Ruim porque talvez pudesse aproveitar ali para esclarecer
o que aconteceu.
Talvez pudesse
aproveitar o depoimento, na Polícia Federal, para poder tirar as dúvidas, para
dizer que não tinha minuta de golpe, para dizer que não houve nenhum movimento
deliberado para construir grupos que estavam responsáveis pela comunicação,
pela estratégia, pela organização ou pela mobilização das pessoas.
Era uma
oportunidade ímpar, mas nós vamos aguardar, vamos acompanhar de perto o que vai
acontecer amanhã no depoimento do ex-presidente, que hoje está inelegível. Acho
que são esses os passos necessários e a atenção que precisa ser dada para que a
gente possa não ter nenhum risco que não se repita o 8 de janeiro.
Dito isso,
deputado Eduardo Suplicy, eu queria aproveitar para retomar uma questão trazida
pelo deputado Barros Munhoz, e que aqui muitos que são descendentes de
italianos, o deputado Suplicy é um deles, aliás, uma ascendência que tem uma
história aqui na cidade de São Paulo, não tão grande quanto a minha, mas eu
também sou descendente.
Tenho a
impressão de que a deputada Valeria também deve ser descendente de italiano.
Não é? Pensei que fosse. É o marido da deputada. Mas aqui neste plenário tem
vários que são descendentes, não sei se o Dalben também é.
Nós comemoramos
hoje, no dia 21 de fevereiro, os 150 anos da imigração italiana para o Brasil.
Em janeiro de 1874, 400 italianos do norte da Itália embarcam no Porto de
Gênova e chegam ao Porto de Vitória no dia 17 de fevereiro de 1874, e
desembarcam no dia 21 de fevereiro. Vieram para trabalhar na lavoura de café na
região do Espírito Santo. Ali essa data se transforma em um marco histórico
para se comemorar a imigração italiana.
Tivemos ao
longo desses vários anos uma quantidade enorme de italianos que vieram para o
Brasil, com várias ondas de imigração. No início do século XX, final do século
XIX, depois, na metade do século XX, tivemos vários italianos que transformaram
este estado na sua casa.
Podia estar
aqui, por exemplo, a região de Pedrinhas Paulista, que a gente tem uma segunda
onda de imigração nos anos de 47, 48, 49, e que se instalaram naquela região
próxima a Assis; ou aqueles que vieram antes e que foram desbravar o estado de
São Paulo. No caso da minha família, foram para a região de Araraquara e se
estabeleceram lá.
Nós vamos
promover aqui, deputado Dalben, algumas atividades importantes para comemorar
essa data significativa. A primeira atividade ocorre hoje. Nós combinamos com a
Presidência desta Casa e a Assembleia será iluminada com as cores da bandeira
italiana.
Não só a
Assembleia, mas vários outros órgãos públicos estão sendo iluminados: Metrô,
secretarias, consulados, e assim por diante. Então a gente também vai prestar
essa homenagem.
Depois, em 11
de março, nós vamos promover aqui uma mesa de debates com três deputados
italianos, de partidos de direita, de centro e de centro-direita, e nós vamos
fazer convites aos deputados.
Queria já
inclusive deixar uma sugestão aqui ao deputado Suplicy: quem sabe não
poderíamos usar uma mesa de debates para tratar da renda básica cidadã e
dialogar com a Itália, qual é a experiência italiana, qual é a experiência aqui
no estado de São Paulo e no Brasil, que o senhor tem acompanhado de perto.
Depois, teremos
aqui uma sessão solene, que eu queria já deixar o convite a todos os deputados
e deputadas, às 18 horas, 18 horas e 30 minutos, nesse espaço e, em seguida,
nós teremos a inauguração de uma exposição de fotos e de memórias aqui no Hall
Monumental.
Essa iniciativa
feita pela Frente Ítalo-Brasileira pretende aproximar os parlamentares
italianos do Parlamento estadual, mas, mais do que isso, fomentar parcerias.
Nós fizemos o
convite aos parlamentares que toparam vir para cá e nós possivelmente faremos
também uma visita ao parlamento italiano em breve, até porque há a
possibilidade de um convite, que está sendo trabalhado, está sendo elaborado
pelo parlamento italiano.
Então a
aproximação dos dois parlamentos pode ter uma importância muito grande para que
a gente possa se apropriar das experiências, se apropriar da legislação já
produzida pela Itália e trazer também esse debate aqui para o estado de São
Paulo, assim como nós podemos apresentar aos deputados italianos as nossas
experiências, tanto aquelas que são já exitosas, conhecidas, como outras, que
tramitam aqui no parlamento estadual.
Quero deixar
esse convite a todos, acho que são eventos importantes, que marcam os 150 anos
da imigração italiana. E queria solicitar, Sr. Presidente, que este meu
discurso pudesse ser encaminhado ao Consulado, ao cônsul Dr. Domenico Fornara,
para que ele possa registrar essa manifestação em favor dos italianos que
vieram para cá, dos seus descendentes, daqueles que construíram e ajudam a construir
esse Estado.
Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Muito bem,
deputado Paulo Fiorilo. A Secretaria tomará providências sobre a sua
solicitação.
Daremos sequência aqui à lista dos
oradores inscritos no Grande Expediente: deputado Reis. (Pausa.) Deputada
Ediane Maria, por permuta com o Carlos Giannazi.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito
obrigada, Sr. Presidente.
Quero
saudar todos os deputados, todas as deputadas que se encontram presentes, todos
os funcionários aqui da Assembleia Legislativa, todos que estão acompanhando
pela TV Alesp; eu queria usar esse espaço de hoje aqui para falar mais uma vez
sobre como incomoda quando o oprimido usa sua voz para denunciar o que está
passando, o que está sofrendo, ou menos quando são feitas falas de apoio e
solidariedade.
Desde
que eu cheguei aqui, desde que eu deixei o quarto de empregada para ocupar o
gabinete de deputada, tenho sentido exatamente isso. A minha voz nesse
microfone incomoda; minha presença incomoda, e quando eu uso o microfone para
falar verdades parece ofensa, parece que eu tenho quase que pedir desculpas
simplesmente por estar aqui.
Queria
saber por que ocupar espaços democraticamente e por que é simplesmente o efeito
falar sobre a violência e tido por aqueles que sempre tiveram poder como mais
violento do que a própria violência.
Talvez
seja por isso que o desfile da Vai-Vai no carnaval deste ano tenha incomodado
tanto. A escola de samba usou o lugar de fala tão importante da cultura popular
e da cultura periférica brasileira para contar, a partir da arte, como a
experiência do povo preto e pobre nos fundões da nossa cidade, relembrando a
história do movimento hip-hop que trouxe para a cena da música a narrativa
periférica. O que o desfile da Vai-Vai fez não foi nada de novo. O que o
desfile da Vai Vai fez? Nada de novo para nós, povo preto.
O
título do samba de enredo nos remete ao álbum do Racionais MC’s de 1997 e,
desde muito antes disso, a periferia vem usando a sua voz nos locais que consegue
acessar para denunciar o que acontece longe dos olhos e longe do centro.
E
eu acho que a Vai-Vai acerta muito quando fala assim: “lá no samba de enredo,
no samba de enredo corpo fechado, sua cultura popular, meu verso é a arma que
dispara, é a palavra, é a bala para salvar nossa fala, nossa expressão, nossa
arte. É nosso verso, é nossa palavra que a gente tem contra as armas e as balas
que nos matam. A gente usa a arte, essa é a nossa proteção, essa é a nossa
força”.
E
para finalizar, eu queria relembrar vocês de um outro álbum do Racionais e
ainda mais antigo, de 1990, chamado Holocausto Urbano, justamente o Holocausto
Urbano para a gente ver o que não é de hoje que a gente rememora a tragédia,
que a catástrofe, que o desumano aconteceu com o povo judeu durante a Segunda
Guerra. É usada para que a gente nunca mais esqueça o que aconteceu, e também
para ajudar a visibilizar outro genocídio, que, infelizmente, continua a
acontecer.
O Estado de
Israel - eu não sei o nome, gente -, Netanyahu, não é o povo judeu. Longe de
negar o que aconteceu com o povo judeu, esse povo que nos deu Marx, Rosa
Luxemburgo, Jesus, Einstein, rememora o Holocausto para denunciar outros
genocídios e honrar a memória de suas vítimas.
Nenhum Estado
tem o direito de cometer as atrocidades que o Estado de Israel está cometendo,
sob nenhum pretexto. Não se combate violência com mais violência. Nenhum Estado
tem o direito de exterminar um povo. Nenhuma polícia tem o direito de matar
indiscriminadamente, sem olhar na nossa cara.
Assim como o
Racionais, assim como a Vai-Vai, assim como nós aqui, todos enquanto humanidade
temos o dever de aprender com as experiências passadas para evitar que elas se
repitam. E vamos usar a nossa voz para isso.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Dando sequência à lista dos oradores
inscritos, chamo à tribuna, por permuta com o deputado Emídio, o deputado Luiz
Claudio Marcolino.
O SR. LUIZ CLAUDIO
MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da
Assembleia Legislativa, agradeço ao deputado Emídio pela permuta neste Grande
Expediente.
Sr. Presidente,
hoje pela manhã eu participei de uma grande manifestação na região central da
União de Movimento de Moradias da Grande São Paulo. Queria já parabenizar o
Tito, a Vani, a Fátima, o Abrahão, a dona Olga, a Sueli, a Graça - são os
coordenadores do movimento de moradia, pessoal da União, aqui na cidade de São
Paulo.
Eu estive,
antes de estar novamente como deputado estadual, no Conselho Municipal de
Habitação, indicado pela Central Única dos Trabalhadores, para discutir
habitação de interesse social na cidade de São Paulo. Nós conseguimos construir
um projeto importante, nobre deputado Guilherme
Cortez, que é o “Pode Entrar”.
Então hoje nós
temos na cidade de São Paulo um projeto que se chama “Pode Entrar”, é um
projeto municipal, em que todo ano nós temos recursos no município de São Paulo
para construir moradia de interesse social. Esse programa é dividido em três
partes, pode ser feito pelas construtoras, pode ser feito pela Cohab e pode ser
feito pelo movimento de moradia, por autogestão.
Foi uma briga.
Na época o prefeito queria incluir apenas PPPs, e não garantir que os
movimentos de moradia pudessem acompanhar e terem projetos qualificados de
autogestão. Então conseguimos, alteramos a lei, conseguimos incluir o pessoal
dos movimentos de moradia da cidade de São Paulo para poder construir moradia
de interesse social.
Vários projetos
foram habilitados já há dois anos, alguns já começaram o processo de
construção, mas o que nos espanta é que nesse último período a gente tem
percebido que a prefeitura não tem concluído as medições, não tem feito os
pagamentos corretamente, como é feito hoje pelo “Minha Casa, Minha Vida”. A
Caixa Econômica Federal já tinha uma experiência com o “Minha Casa, Minha
Vida”.
A Prefeitura de
São Paulo faz um programa, mas não estrutura uma gestão para garantir o
pagamento corretamente, a partir das medições mês a mês. Com isso, vai
atrasando os pagamentos, vai atrasando o pagamento dos fornecedores.
Agora a
prefeitura tem descontinuado o pagamento para o projeto do “Minha Casa, Minha
Vida” Entidades, mas é muito estranho que ela só garanta o pagamento para as
construtoras, e não tem feito as medições corretas em relação ao pessoal
(Inaudível.).
Cada dia é uma
desculpa. “Não tem técnico, não tem gestores”, “demorou para fazer a análise,
para fazer a avaliação”. O movimento tem feito tudo de forma correta, e a
prefeitura não tem cumprido a sua parte.
Então essa
manifestação no dia de hoje foi para solicitar ao prefeito Ricardo Nunes, que
já foi feita uma reunião com o secretário municipal de Habitação, Milton
Vieira, inclusive já foi colega nosso na Assembleia Legislativa, em junho de
2023. Olha, junho de 2023.
E já foram
apresentadas aqui algumas demandas: melhoria e agilidade no fluxo de medição; a
questão da imediata normatização e enquadramento das famílias integrantes dos
empreendimentos; processo de reajuste dos contratos e aprovação das
reprogramações; continuidade da contratação dos empreendimentos das entidades;
o novo chamamento para terrenos públicos e aquisição de novos terrenos; aporte
para o “Minha Casa, Minha Vida - Entidades”, que já tinha alguns projetos,
nobre deputado Eduardo Suplicy, ainda da gestão do prefeito Haddad.
Todos os
projetos do “Minha Casa, Minha Vida” que estavam em andamento durante o governo
da presidenta Dilma e do prefeito Haddad, na cidade de São Paulo, quando entra
aqui, na época, o Doria como prefeito e depois entram o Temer e o Bolsonaro
como presidentes do Brasil, eles descontinuaram todo o projeto do “Minha Casa,
Minha Vida”, que já estava em andamento.
O
empreendimento faltava apenas 15% para ser entregue, e simplesmente os governos
passados pararam o projeto “Minha Casa, Minha Vida - Entidades”, na cidade de
São Paulo. Então, uma das reivindicações aqui é o aporte para o “Minha Casa,
Minha Vida - Entidades”.
O novo programa
“Minha Casa, Minha Vida” destina o valor de 170 mil reais para unidades
produzidas na cidade de São Paulo, e esse valor hoje é insuficiente para a
produção na cidade.
Em algumas
cidades do interior, você até consegue fazer o empreendimento com esse valor,
mas na capital é insuficiente, e nos governos passados tinha esse aporte,
tinha, inclusive, um aporte da “Casa Paulista”, pelo Governo do Estado de São
Paulo. E a Prefeitura de São Paulo descontinuou esse processo que vinha
acontecendo na cidade de São Paulo.
Um outro item
aqui: abrir a negociação sobre a urbanização de favelas e a regularização
fundiária. Então, esses eram alguns dos itens colocados hoje pela manifestação.
Eu queria que o Machado pudesse soltar aqui um vídeo rapidinho em relação à
manifestação no dia de hoje. Parabenizar a União de Movimentos de Moradia da
Cidade de São Paulo, por ter feito essa grande manifestação no dia de hoje.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
É importante...
Hoje reuniu mais de três mil pessoas na região central de São Paulo. Saímos ali
da Praça da República, fomos até a Prefeitura de São Paulo. A Prefeitura
recebeu uma comissão, mas até então não deu uma resposta positiva sobre o
andamento das obras na cidade de São Paulo, sabendo que hoje a cidade de São
Paulo tem uma demanda muito grande por habitação de interesse social.
O movimento de
moradia já entregou alguns empreendimentos importantes, como o Barra do Jacaré;
para a conclusão, o Alexios Jafet; tem um projeto saindo agora na região do
Capão Redondo; nós temos ali a Cohab Adventista; tem o projeto, que já foi
entregue também, na região da Cidade Ademar, ali na divisa com a região de
Diadema.
Então, já tem
muitos empreendimentos, hoje, que foram entregues pelo movimento de moradia por
autogestão na cidade de São Paulo, que já tem experiência. Ali na região do
Jaraguá, próximo do Pico do Jaraguá, tem um empreendimento muito importante que
a união também entregou nesses últimos anos.
Então, já tem
experiência comprovada na construção de moradia de interesse social. E a Prefeitura
da Cidade de São Paulo precisa dar o exemplo que outras cidades já estão
fazendo, como Santo André, que, uns tempos atrás, entregou diversas unidades,
inclusive, nobre deputado Guilherme Cortez, também num diálogo via MTST também.
Tem ali
empreendimentos importantes em Santo André, que foram produzidos pelo MTST via
autogestão, e hoje os moradores têm um apartamento digno de quem de fato
precisa de uma moradia.
E é importante
lembrar que, quando se pensa num projeto como o “Minha Casa, Minha Vida -
Entidades”, as famílias que ganham um salário mínimo não conseguem pagar um
financiamento habitacional e um aluguel ao mesmo tempo.
Quem tem
direito a receber o projeto “Minha Casa, Minha Vida” são as mulheres. E só
começam a pagar o valor do “Minha Casa, Minha Vida” depois que já estão morando no empreendimento.
Então é um projeto de habitação
importante para o País, para o estado de São Paulo, e aqui, na cidade de São
Paulo, o prefeito Ricardo Nunes não tem honrado a necessidade da população da
cidade de São Paulo, que é ter um projeto de habitação eficiente. O “Pode
Entrar” foi uma conquista do movimento de moradia.
Repetindo, eu estive no Conselho
Municipal de Habitação e ajudei na construção dessa lei municipal. Tem recursos
no Orçamento. Agora o prefeito tem que criar condição, via Cohab, via
Secretaria de Habitação, de ter uma gestão eficiente para garantir que, de
fato, as moradias na cidade de São Paulo possam sair de acordo com o cronograma
estabelecido e negociado entre a Secretaria de Habitação, os movimentos sociais
e o Conselho Municipal de Habitação.
O que nós pedimos é cumprir
simplesmente a meta que foi estabelecida. Recurso tem para esse programa ser
efetivado, para que não haja de novo novas manifestações com a que aconteceu no
dia de hoje.
Então quero parabenizar, mais uma
vez, o movimento de moradia União, em nome do Dito, Vani, Fátima, Abraão, dona
Olga, Sueli e Grazi, que são os coordenadores da União na cidade de São Paulo.
Então parabéns ao movimento.
Estivemos juntos hoje, e podem contar com o nosso mandato para que, de fato, a
Prefeitura de São Paulo libere os recursos necessários para que um projeto tão
importante como esse para a cidade de São Paulo, que é o “Pode Entrar”, que foi
uma luta, foi uma conquista, de fato se torne realidade na nossa cidade.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
- DIRCEU DALBEN - CIDADANIA - Muito bem. Dando
sequência aos oradores inscritos no Grande Expediente, deputado Rui Alves.
(Pausa.) Deputado Sebastião Santos, na tribuna, pelo tempo regimental.
O SR. SEBASTIÃO
SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, quem nos assiste pela TV Alesp, pelas redes sociais, nós vamos
continuar aqui o nosso posicionamento.
Há uma discussão que vem a ser em
prol da população do estado de São Paulo na questão do contorno ferroviário na
cidade de São José do Rio Preto, na Região Metropolitana de São José do Rio
Preto.
Eu queria pedir ao Machado para
colocar mais um vídeo, porque nós temos muito material, Sr. Presidente, sobre
esse assunto.
* * *
-
É exibido o vídeo.
* * *
Bom,
esse foi o vídeo que circulou nas redes sociais, que foi levado à imprensa para
conhecimento da população do que essa empresa concessionária pretende fazer
para que se venha a minimizar a situação que a população de Rio Preto, de
Cedral, de Mirassol, de Catanduva e de outras cidades, como Bálsamo. O trem
também passa em meio a cidade, já houve descarrilamento no centro da cidade lá
e o trem ficou semanas ali, infelizmente, e as pessoas tendo que pegar estradas
de terra para poder saírem de suas casas.
Bom, vamos
tentar colocar aqui um pouco do que já fizemos desde 2010, além de percorrer
todos os locais que haviam os descarrilamentos por falta de manutenção, por
falta de investimento.
No dia
24/11/2013, oito pessoas morreram e oito ficaram feridas no bairro Jardim
Conceição com o descarrilamento de vagões de uma composição da ALL, América
Latina Logística, na época, que carregavam milho. Os vagões atingiram duas
residências. E nós, infelizmente, chegamos naquele local cinco minutos após o
acidente. Um acidente que ceifou oito vidas e deixou trauma sobre muitas
pessoas ali.
Depois, no dia
29 - cinco dias depois -, já participamos de uma audiência pública, realizada
na Câmara Municipal de São José do Rio Preto, para discutir o tema e, na
ocasião, divulgamos uma petição pública. E no dia 25/11, logo após essa data,
iniciamos também a solicitação da retirada dos trens da área urbana ali da
cidade.
Já no dia
3/12/2013, iniciamos a busca de apoio popular, realizamos um abaixo assinado no
centro de São José do Rio Preto, ali no calçadão e próximo da ferrovia, e
obtivemos mais de 40 mil assinaturas. Assinaturas essas todas entregues ao Dnit
e aos órgãos competentes federais.
No dia 18/12,
já de 2014, entregamos uma pasta com mais dez mil assinaturas e a petição
pública pela retirada dos trilhos da área urbana de Rio Preto, novamente ao
Dnit e também ao Ministério de Infraestrutura, requerendo a execução de obras
do contorno ferroviário de São José do Rio Preto, onde estivemos em audiência e
também com o coordenador geral das ferrovias, Marcelo Chagas - que na época era
o responsável -, que garantiu o início da execução de um projeto em 2015 que
não iria beneficiar apenas São José do Rio Preto, mas também Cedral, Mirassol e
Bady Bassit.
O custo
estimado dessa obra, naquele momento, seria em torno de 350 milhões. Isso, nós
estamos falando do ano de 2014, Sr. Presidente. Seria o recurso necessário para
fazer o contorno ali e tirar os trens da área urbana. Em outro projeto também
tivemos a oportunidade de estar “in loco” na cidade de Mirassol, onde foi
pontuado o local onde passaria o novo traçado dessa importante obra para aquela
região.
O percurso
teria 60 quilômetros, passando por Cedral até Bálsamo, próximo da SP-320, a
rodovia Euclides da Cunha, sem entrar na área urbana de Rio Preto e Mirassol, e
a linha férrea seria dupla ainda. Isso é importantíssimo. Porque, se você tem
uma linha férrea dupla, passou um trem, 40 minutos vem passar outro, você teria
tempo dos trilhos voltarem ao normal.
Porque, quando
o trem passa, os trilhos esticam, e ficam mais moles. Então ele tira a
capacidade máxima daquele trilho. E, duplicando, isso seria muito importante,
não apenas para a segurança da população, mas também para a segurança do que
está sendo transportado. Na época foi levantado o número de acidentes
ferroviários que, só na região, já tinha sido 13 acidentes com
descarrilamentos, com acidentes.
Nós tivemos uma
morte de um professor que ele teve uma cirurgia nas vistas, que ele tinha
perdido parte das vistas. Ele fez a cirurgia, recuperou a visão e um dia, por
acaso, ele veio a atravessar a ferrovia, foi abalroado, e infelizmente foi
assassinado, na verdade, no meio da ferrovia, com o seu automóvel.
Sr. Presidente,
nós temos muito mais, mas teremos outras oportunidades para estar falando e
discorrendo sobre o assunto.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - DIRCEU DALBEN - CIDADANIA
- Dando sequência aos oradores inscritos. Mas, antes disso, eu convido o
deputado Sebastião Santos, se ele pode me substituir por algum tempo.
Dando sequência aos oradores inscritos,
chamo à tribuna o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Por permuta, com o Jorge do
Carmo, o deputado Guilherme Cortez, com o tempo regimental. Peço ao deputado
Sebastião que assuma a Presidência.
O SR. GUILHERME CORTEZ
- PSOL - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Boa tarde mais uma vez, presidente. Volto a esta tribuna para
comemorar que acaba de ser encerrada a reunião da Comissão de Constituição,
Justiça e Redação aqui da Assembleia, na qual, mais uma vez, estava sendo
pautada aquela PEC horrorosa, descabida, inadmissível, em que o governador
Tarcísio propõe reduzir o investimento público, na rede estadual de ensino,
para menos do que o piso constitucional.
Projeto esse
que, se aprovado, pode tirar 10 bilhões de reais da rede estadual de ensino de
São Paulo. Eu, como uma pessoa que estudou em escola pública, escola técnica,
em uma Etec, eu, como uma pessoa que estudou na Unesp, Universidade Estadual
Paulista, devo muito do meu aprendizado à rede estadual de ensino e conheço a
realidade da escola pública estadual de São Paulo.
Todo mundo que
conhece a realidade da nossa rede sabe que é um absurdo sem tamanho a gente
pensar em cortar 5% do orçamento, do investimento público na Educação. Essa
proposta só pode vir de um governo que não tem qualquer consideração pela
Educação pública.
Como, aliás,
demonstrou diversas vezes, ao longo do ano passado, quando tentou tirar o livro
didático de dentro da sala de aula. Quando vetou o projeto aprovado, de autoria
do deputado Paulo Fiorilo, para garantir, assegurar a presença de psicólogos
dentro das escolas.
Agora, em mais
uma ameaça contra a Educação paulista, o governo Tarcísio tenta avançar com
essa PEC, embora contrarie completamente os interesses da comunidade, da rede
estadual de ensino, dos estudantes, dos professores e dos seus familiares.
Mas
não é surpresa, porque ontem o governador Tarcísio deu uma declaração, em um
evento, de que os professores da rede estadual de São Paulo não ganham os
melhores salários, mas têm muito amor.
Se o governador
Tarcísio e seu secretário de Educação não sabem, amor, infelizmente, não enche
o prato. Amor, os professores não podem pagar o seu aluguel no fim do mês, não
podem alimentar os seus filhos, não podem exercer os seus direitos, viver a
cidade, só pagando com amor. Infelizmente.
Mas essa é a
visão que o governador Tarcísio tem, de que professor tem que sofrer mesmo.
Professor tem que penar mesmo e tem que fazer tudo isso porque ama o que faz.
Os professores
do estado de São Paulo, sem sombra de dúvida, gostam muito do que fazem, porque
só a crença no potencial transformador da Educação faz os nossos professores e
professoras aguentarem, resistirem a tanto desrespeito e tanto descaso.
Agora, não é só
com amor, não é só com boa vontade que os professores podem realizar os seus
trabalhos. Eles precisam ser remunerados adequadamente por isso, porque podem
ter o amor que for: se um professor tiver que dar 60 ou 70 aulas por semana em
escolas diferentes, como é a realidade de muitos professores da rede estadual
de ensino, a gente não pode esperar um serviço de qualidade.
A gente não
pode esperar que esse servidor desrespeitado possa exercer adequadamente a sua
atividade. Por isso, a gente tem visto casos de adoecimento dentro da rede
estadual de ensino.
No ano passado,
de maneira lamentável, por mais de uma vez, a gente teve que encarar o tema da
insegurança das nossas escolas e, lamentavelmente, na contramão de resolver
esses problemas, a gente tem um governador que acha que o trabalho dos
professores se paga com amor e que acha que o investimento público na rede
estadual tem que ser reduzido para o mínimo possível, para menos do que o piso
constitucional.
Quero dizer
aqui para todos os professores, para todos os estudantes, para todos os pais e
mães de alunos da rede estadual de ensino que podem contar com todo empenho do
nosso mandato e também da bancada de oposição aqui na Assembleia Legislativa
para impedir que esse governador e esse secretário acabem com a Educação Pública
em nosso estado.
Falando de mais
uma ameaça do governo Tarcísio contra o serviço público, esse governador que,
em um verdadeiro atestado da sua própria incompetência, quer liquidar o serviço
público do estado de São Paulo, talvez para não ter mais nada que ele precise
administrar, está marcado para o próximo dia 29 de fevereiro o leilão da Linha
7 - Rubi.
O nosso mandato
já está preparando uma ação na Justiça para que a gente possa interromper a
realização desse leilão, por um simples motivo: no ano passado, por diversas
ocasiões, nós viemos aqui à tribuna denunciar o verdadeiro descalabro que
acontece com os usuários das linhas da CPTM que foram entregues para a
iniciativa privada, para o consórcio CCR, e que hoje são administradas pela
ViaMobilidade. É uma situação de total desrespeito com quem depende do
transporte sobre trilhos na Região Metropolitana do Estado de São Paulo.
Desde que a
ViaMobilidade assumiu a gestão de algumas linhas da CPTM, o que a gente tem
visto é o tempo de espera dos passageiros aumentar, a superlotação aumentar e
todo tipo de acidente, presidente, até descarrilamento, problemas na fiação dos
trens, colocando em risco a vida, a integridade e os direitos dos usuários e
dos trabalhadores dessa linha.
O próprio
Ministério Público já chegou a recomendar a revogação do contrato de concessão
com a ViaMobilidade, diante de tantas irregularidades, e agora, ao invés de o
governo rever a concessão das linhas que hoje são muito mal administradas pela
ViaMobilidade, o que o Tarcísio quer fazer é entregar todo o sistema de
transporte sobre trilhos da Região Metropolitana de São Paulo para a iniciativa
privada, que já mostrou que não tem condição de executar um bom serviço. Já foi
comprovado que a ViaMobilidade transporta menos passageiros do que as linhas
públicas, mas recebe muito mais por isso.
A gente não
pode aceitar que esse descaso, que esse desrespeito com o dinheiro público e
com o direito dos paulistas e paulistanos à mobilidade urbana e a um transporte
público de qualidade, mais uma vez, seja atacado e seja entregue para a má
gestão da iniciativa privada.
Por fim,
presidente, quero aproveitar mais uma vez para falar sobre a mobilização que,
desde o ano passado, os trabalhadores das carreiras ambientais estão travando
pelo reajuste dos seus salários e por um plano de carreira.
Volto a dizer,
votei no presidente Lula e faria isso muitas vezes e não me arrependo para
interromper o desmonte da legislação e do sistema de preservação ambiental
brasileiro, que era executado pelo governo ecocida do Bolsonaro e do Ricardo
Salles.
E durante esses
tristes anos de destruição, de desmonte dos nossos órgãos ambientais, os
servidores do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama, do ICMBio e das carreiras
ambientais brasileiras foram verdadeiros heróis e heroínas que seguraram com
seus empregos a preservação ambiental, mesmo quando a gente tinha um governo
que era amigo de garimpeiro, que era amigo de madeireiro e que queria acabar
com a preservação ambiental brasileira.
Serviço
público, mais uma vez, não é feito sem servidor bem valorizado, com qualidade e
bem remunerado para que possa prestar com excelência o seu serviço.
E não é nada
mais, nada menos do que os servidores das carreiras ambientais brasileiras
estão requisitando, desde outubro, do governo federal, do Ministério de Gestão
e Inovação, da Esther Dweck e que aqui, de cima desta tribuna, eu gostaria de
me solidarizar, de apoiar a luta dos trabalhadores do Ministério do Meio
Ambiente, do Instituto Chico Mendes, do Ibama, que são trabalhadores e
trabalhadoras essenciais para a reconstrução do sistema ambiental brasileiro.
E que hoje
nesse contexto de crise climática, nesse contexto de que a Amazônia está perto
de chegar num estágio de não retorno, depois de quatro anos de devastação, de
incentivo às queimadas, à derrubada da floresta, ao garimpo e à atividade de
madeireiros ilegais pelo Bolsonaro e pelo Salles, hoje a Amazônia se aproxima
do seu ponto de não retorno.
E nesse momento
a atuação dos servidores do Ibama, do ICMBio e de todas as carreiras ambientais
é fundamental. Servidores esses que são responsáveis hoje por administrar 336
unidades de conservação que hoje estão travando uma importantíssima tarefa na
terra indígena Yanomami, que durante anos foi abandonada, foi esquecida e na
qual o governo Bolsonaro incentivou a atividade do garimpo ilegal e que hoje,
graças à atividade do Ibama, do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério dos
Povos Indígenas aquela terra indígena pode ser recuperada.
Mas para que tudo
isso continue sendo feito, presidente, é necessário que os servidores das
carreiras ambientais brasileiras sejam adequadamente remunerados, valorizados,
com o plano de carreira que eles estão reivindicando e não tem nada mais justo
do que isso.
Portanto,
aproveitar mais uma vez essa oportunidade na tribuna para me solidarizar com a
mobilização, com a paralisação dos servidores das carreiras ambientais e me
somar no apelo ao governo federal e ao Ministério de Gestão e Inovação para que
no mais breve tempo possível possa encontrar uma solução para a adequada
valorização desses trabalhadores tão importantes.
Muito obrigado,
presidente.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Sebastião Santos.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS -
Continuando aqui a lista dos oradores inscritos para o Grande Expediente, quero
chamar o deputado Altair Moraes. (Pausa.) Quero chamar a deputada Valeria
Bolsonaro, em cessão de tempo através do deputado Conte Lopes. A senhora tem
dez minutos para uso da tribuna.
A
SRA. VALERIA BOLSONARO - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Eu gostaria de colocar aqui,
presidente, alguns pontos que desde segunda-feira eu tenho conversado com o
Governo do Estado, com o governador, e visto que algumas coisas têm sido
colocadas aqui nesta tribuna de maneira totalmente equivocada, para não dizer
mentirosa.
Na
segunda-feira, nós tivemos um problema grave, onde a deputada Bebel coloca que
o Governo do Estado, que o Tarcísio tirou dinheiro da Saúde, que o Governo do
Estado não está prevenindo a dengue, não está fazendo nada; está tirando
dinheiro da Saúde. Todo mundo sabe que isso daí não é verdade.
O governo
estadual, desde o ano passado, já investiu mais de 200 milhões na prevenção da
dengue, porque todo mundo sabe, menos o governo federal, que a dengue tem seus
casos extremamente aumentados no verão. O governo federal, para variar, um
governo que a gente sabe do tamanho da incompetência, não fez absolutamente
nada para prever.
E hoje temos
casos e casos de morte pela dengue, e uma fala da ministra da Saúde muito me
espantou. Disse a ministra: “Não estamos aqui para vender ilusões”. Ou seja, a
vacina da dengue não funciona, não vai resolver o assunto.
Interessante
isso. Isso não foi previsto? Tem alguém que não sabe quando começa e quando
termina o verão aqui no nosso País? Será que tem alguém que tem dúvida ainda
das datas de começo e término da estação do verão?
Será que tem
dúvidas de que no verão é chuvoso aqui no nosso País? O pessoal que defende
tanto, que fala tanto de clima, não tem esse conhecimento básico de quando
chove, de quando não chove, de quando é verão? E nada foi feito pelo governo
federal.
Aliás, segundo
a “Folha de S.Paulo”, grande amiga da esquerda, coloca que no dia 15 de
fevereiro agora, o governo federal vai liberar verbas para os municípios
conseguirem melhorar o atendimento e a prevenção da dengue.
Agora nós já
estamos na segunda quinzena de fevereiro. Mais 30 dias, acaba o verão. Agora
que o governo federal vai mandar recurso para os municípios, coisa que o
governo estadual do governador Tarcísio Gomes de Freitas já fez lá atrás,
colocando dinheiro para os municípios para essa prevenção?
Então, assim, o
que a gente fica chateado é que o PT, a esquerda, não só o PT, PT, PSOL e toda
a esquerda, eles têm um costume triste de ficar inventando, criando cortina de
fumaça e acusando os outros da incompetência que eles têm.
E aí eles criam
essas cortinas de fumaça, ficam falando inverdades para a população, mentiras
mesmo para a população, e a população fica ali perdida, não sabe em quem
acreditar, o que fazer, onde procurar, onde buscar a real informação, acaba
acreditando. Porque o PT é craque nisso, criar cortina de fumaça para encobrir
a sua incompetência.
Aí, ontem,
ainda ontem, chegou aqui e estava no plenário o deputado Giannazi e o deputado
Carlos Cezar, o deputado Carlos Cezar falando sobre o absurdo da fala do
presidente que hoje está posto no nosso País, que infelizmente está colocando o
nosso País em risco, o nosso País, a nossa população, causando problemas
diplomáticos.
Quer dizer, uma
pessoa que não tem a menor condição, não conhece a história, um analfabeto
funcional reconhecido, porque ele se vangloria dizendo que ele não teve
instrução.
Eu fui
professora do EJA, dei aula para jovens e adultos, pessoas que trabalhavam o
dia inteiro e que, de noite, iam lá estudar. Mas ele não pôde, ele não tinha
tempo.
Então ele se
vangloria da falta de conhecimento dele, e sai daqui e vai falar besteira em
outros países, causando problemas diplomáticos e colocando o nosso País e a
nossa população em risco. Isso é um absurdo. Aí vem o deputado Giannazi ontem
falar, com todas as letras, para o deputado Carlos Cezar que ontem foi colocado
um projeto, que é o Alfabetizando Juntos, que teve investimento do governo
federal.
Nossa, como se
isso fosse uma glória. Eu só quero colocar aqui que o dinheiro do governo
federal, grande parte dele sai daqui do estado de São Paulo, nosso dinheiro os pagadores de impostos.
Nós pagamos. O governo federal não produz dinheiro.
Aliás, as empresas que poderiam trazer dinheiro para o governo federal estão aí
com déficit imenso, porque o governo federal vai lá e suga todo o dinheiro que
poderia ser usado para a federação.
E mais do que isso, só queria deixar
claro: além de dar a volta ao mundo em 80 dias se hospedando em hotéis
maravilhosos, cinematográficos, o presidente do país tem, sim, a
responsabilidade de olhar para a população e mandar dinheiro para os estados e
para os municípios. É obrigação dele, não é favor.
Mais uma colocação que acabou de ser
reforçada aqui pelo deputado que me antecedeu que o Governo do Estado, do
Tarcísio Gomes de Freitas, está tirando dinheiro da Educação. Mentira, não está
tirando dinheiro da Educação. A PEC deixa bem claro que se houver necessidade,
se houver necessidade os 5% a mais, porque a nossa Constituição obriga 25% e o
nosso Estado dá 30% para a Educação.
Então, esses 5% poderiam ficar flutuante
para uma necessidade da Saúde, como estamos passando agora com a dengue, como
já passamos com as pandemias. Então, essas mentiras, essas falácias, eles
adoram falar números. Aliás, o presidente aí posto já deu declarações que
falar, inventar números é bonito, a população gosta. Então a gente sabe das
falácias.
Agora, eu só peço que os deputados não
ofendam a nossa inteligência. O povo do estado de São Paulo é um povo que
batalha muito, que trabalha muito. Eu sou professora da rede municipal de
Campinas, aposentada depois de 32 anos de sala de aula. Eu nunca saí da sala de
aula.
Então não venha falar para mim as mentiras
e as falácias dessas invenções mirabolantes que vocês ficam inventando para
encobrir a incompetência do governo federal, que se estivesse preocupado com a
Educação teria mantido o trabalho extraordinário do Carlos Nadalim que estava
lá fazendo um trabalho maravilhoso para a alfabetização com a metodologia da
fonética que todos os países desenvolvidos que têm educação num patamar alto
usa essa metodologia, porque sabem que é mais eficiente, mais rápida e a
criança tem maior facilidade de absorver.
Mas, não, destruíram tudo, tudo, e agora
não fazem nada pela alfabetização. Mandam aí umas quirelinhas para quem está
fazendo um trabalho, um projeto de reconstrução.
Então, eu só gostaria de deixar claro aqui
que esse tipo de falácia não vai fazer com que a população de São Paulo
acredite na cortina de fumaça que vocês montam para passar pano em cima da
incompetência do governo federal.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS -
REPUBLICANOS - Bom, terminado o Grande Expediente...
A SRA. ANA PERUGINI - PT -
Pela ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS -
REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada.
A SRA. ANA PERUGINI - PT - Para
falar pelo Art. 82.
O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS -
REPUBLICANOS - A senhora tem cinco minutos do tempo
regimental, para usar a tribuna.
A SRA. ANA PERUGINI - PT - Muito
obrigada.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Se
eu puder também, pela ordem, falar pelo Art. 82 eu agradeço, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS -
REPUBLICANOS - Pela Minoria?
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sim.
Se
não puder dois, tudo bem.
O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS -
REPUBLICANOS - O senhor pode falar por uma comunicação.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Para
uma comunicação, então.
O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS -
REPUBLICANOS - Ok.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Muito
obrigado.
A SRA. ANA PERUGINI - PT - Pergunto
se eu falo primeiro ou se o deputado Suplicy fala.
O SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS -
REPUBLICANOS - Fica a critério de Vossas Excelências. Nobre
deputada Ana Perugini.
A
SRA. ANA PERUGINI - PT -
PELO ART. 82 - Pois não. Obrigada, deputado.
Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, ontem ainda, com a nossa equipe, nós passamos por um processo de
discussão, porque no ano passado nós fizemos uma audiência pública, por sinal
muito rica, aqui na Alesp, onde nós discutimos o uso exagerado, desnecessário,
o uso de agrotóxico que vem matando a população e não vem alimentando.
Nós discutimos
e lançamos a Frente do Sistema Cross, na cidade de Campinas, ainda, se não me
falha a memória, no mês de junho. Participamos no mês de agosto, durante três
dias, de uma discussão sobre a regionalização do sistema. Começamos o processo
de discussão da minimização dos efeitos causados pelas unidades prisionais nos
municípios. Estamos com o problema da Educação batendo à porta.
Eu falei: eu
simplesmente não quero, de novo, ficar internada no final do ano, porque o
volume de problemas que vem avançando com as políticas públicas e nas políticas
públicas, ou pela ausência dessas políticas no estado, inclusive eu estou vendo
os nossos policiais militares ali acompanhando a sessão, inclusive o problema
gravíssimo na Segurança Pública.
Eu quero
começar... Falei: nós vamos pegar muito firme no sistema Cross no primeiro
semestre. Eu vou continuar olhando o que está acontecendo com os agrotóxicos,
nós vamos continuar denunciando, nós temos a questão das OSs, das fundações,
tem muito trabalho pela frente, mas nós vamos nos ater, e nem passava pela
cabeça o que ia acontecer em relação à discussão do que vem acontecendo com a
dengue no nosso País.
A primeira
informação, que é importante - depois eu entro no sistema Cross e o que nós
vamos fazer - a primeira informação é que nunca teve vacina de dengue neste
País. E o Brasil é o primeiro país que compra vacina contra a dengue no mundo.
Onde é
produzida essa vacina? No Japão. O Estado brasileiro comprou todo o lote
disponível do Japão, todo. Não há mais uma única vacina a ser comprada por país
algum. Todo o lote foi comprado.
Sabe quando foi
aprovada a vacina no nosso País? O presidente Lula tomou posse no dia 1º de
janeiro. Em março do mesmo ano, a Anvisa autorizou a aplicação da vacina. Eu
não gosto de ficar fazendo comparação, porque minha família ainda vive o luto
da Covid.
E quando a
vacina da Covid chegou no nosso Brasil, mais de 52 países já tinham comprado a
vacina contra a Covid. Mais de 52 países. E nós já passávamos de mais de 211
mil mortes aqui no País, aí chegou a vacina. Chegou por uma disputa, inclusive,
entre São Paulo e a União.
E a gente,
muitas vezes, acha que uma irresponsabilidade dos espaços de poder onde somos
colocados, que é vergonhoso... Hoje ainda, falando, “você precisa gravar um
vídeo sobre isso”. Falei: eu não quero entrar nessa coisa, porque falta muita
informação e, às vezes, dá até uma preguiça de ler. E nós precisamos ler.
Mas, enfim, eu
espero que o Butantan seja fortalecido aqui, no estado de São Paulo, porque
hoje ele produz a vacina contra a HPV, ele produziu a vacina contra a Covid e
ele também vai produzir a vacina contra a dengue no nosso País. E já está
incorporada no calendário, infelizmente, a um processo que leva à compra. Nós
não desenvolvemos, não foi aplicada a ciência como deveria ter sido aplicada
durante seis anos antes de 1º de janeiro de 2023 neste País.
Nós estamos
atrasados, sim, e está tudo truncado, mas a gente não pode faltar com a
verdade. Infelizmente, a morte deixa sequelas em quem fica. Infelizmente,
deixa. E, muitas vezes, nós não temos nem força para buscar na história o que
está acontecendo.
Mas, como as
instituições são rompidas por dentro e não por fora, se tira dinheiro da
Educação, sim. E não é que vai precisar colocar mais recursos - a Professora
Bebel está chegando aqui -, e vai precisar; já está precisando.
Nós estamos com
salas de aulas abarrotadas, com a fragilização, o fracionamento, o
esquartejamento dos professores, que não conseguem mais dar uma aula de
qualidade, porque salas de aulas superlotadas, sem saber se você vai ser
admitido ou não vai ser admitido, com a reforma do ensino médio, que é para
acabar com a Educação e com a condição de uma consciência crítica, é claro que
nós já estamos.
E aí tem até um
relatório da Defensoria Pública que faz a recomendação que nós não podemos...
Falando como profissional do direito, como é que nós podemos voltar atrás se o
princípio é andar para frente? E aí é um princípio constitucional.
Mas essa é uma
situação que a Professora Bebel, com certeza, vai trazer com grande propriedade
aqui, até porque eu quero me ater ao problema que nós estamos vivendo na Saúde
no estado de São Paulo.
Sou deputada
desta Casa e peço sua compreensão para dizer que nós estamos aguardando
ansiosamente que o governador do Estado, Sr. Tarcísio, e o secretário de Saúde
do estado, Sr. Eleuses, regulamentem o projeto, que não é meu, mas é um projeto
lindo que foi aprovado nesta Casa, foi sancionado pelo governador.
Um projeto dos
deputados Clarice Ganem, Ricardo França e Caio França, que obriga a
transparência, para que nós saibamos a nossa colocação na fila Cross do sistema
que está disponível. Isso já devia acontecer, e ninguém sabe.
Eu tenho a
denúncia, e fiz a denúncia, de um paciente que já aguarda há 11 anos uma
cirurgia de prótese - pasmem. Ele tem 54 anos; ele parece que tem 70 anos, mas
ele tem só 54 anos, não consegue se sentar, e nem morfina mais consegue
solucionar o problema. O SUS Paulista foi um anúncio que foi feito no dia em
que eu estava na discussão da regionalização, e foi um pedido de profissionais
da Saúde para que acontecesse.
Contudo, é só
uma propaganda, porque nós estamos presos ao Orçamento do ano passado, e não
podemos avançar um passo em relação à Saúde. Além de que, dos 600 milhões que
foram destinados para terminar com as filas, o Governo do Estado de São Paulo
foi o último a aderir ao programa, depois das denúncias que foram feitas.
Então, nós
vamos nos ater com muita força ao Sistema Cross. “Ana, por que você não vai
discutir a Saúde?”. O Sistema SUS é lindo, ele precisa de recursos, e por amor
nós podemos nos impulsionar.
Mas é com o recurso
que é colocado e precisa ser mantido na Educação e colocado na Saúde que nós
vamos trazer eficiência ao Sistema Único de Saúde, que é belíssimo e que não
pode ser quebrado por dentro, como vêm tentando há anos fazer, para que a saúde
privada, que tem muito mais recursos e atende muito menos, seja o que avança no
nosso País.
Obrigada pela
tolerância, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS -
Eu que agradeço.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, Sra. Deputada. Deputado Eduardo Suplicy, para fazer uma comunicação. O
senhor tem o microfone.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Meu caro presidente, eu, na minha fala hoje no Pequeno
Expediente, mencionei o filme de extraordinária qualidade, que eu recomendo a
todos, sobre a história do MC Daleste, um jovem de 20 anos que estava fazendo
um show para mais de cinco mil pessoas em Campinas e infelizmente foi morto.
Então, as
qualidades desse jovem funkeiro, que passou grandes dificuldades na sua
infância, são tão bem retratadas numa das canções que eu, inclusive, por
achá-la tão relevante, no discurso que eu fiz em 15 de julho de 2013, falei a
letra dessa canção da tribuna do Senado. E gostaria, hoje, de dizer sobre a
“Minha História”, do MC Daleste, que ele assim retrata:
“Quando comecei passava mó dificuldade
E lá em casa era fora de realidade
É revoltante, eu sei, senti o gosto do veneno
Até meus 13 anos de idade, não tinha banheiro
E lá em casa as paredes eram de madeira
Lembro como se fosse agora quando abri a geladeira
Não tinha nada pra comer e a barriga vazia
Acho que posso conseguir aguentar por mais alguns dias
Mas amanhã eu vou pra escola e como na merenda
Sábado e domingo é difícil, mas a gente aguenta
Mas a fome não é nada em relação ao principal
Nunca entendi por que nunca tive uma família normal
Minha mãe e meu pai trabalhando eu e meu irmão na escola
Minha irmã mais velha na faculdade, mas a vida é...”
Perdão, vou falar a palavra, pedindo desculpas:
“... mas a vida é foda
Tudo ao contrário, meu destino aconteceu
Mas entreguei isso tudo (uuuh) nas mãos de Deus
Cantando a
minha história em cima de um batidão do funk
Muito obrigado
a atenção de todos vocês
O resto desta
história venho cantar outra vez
Mas uma coisa
eu tenho a dizer
Nunca desista
de verdade por que
Eu sou vencedor
na porra do bagulho
Eu sou funkeiro
sim e disso me orgulho
Levo no peito
as cicatrizes do preconceito
Quem não é mete
o pé e quem é ganha meu respeito
E é por isso
que eu estou promovendo
A guerra dos
funkeiro que que significa isso aí?
Segura aí DJ
Tem muita gente
preconceituosa certo?
Que oprime
nossos estilos de vida certo? Eu sou funkeiro
Todo mundo aqui
é funkeiro, certo
Então tem
muitas vidas envolvidas nesse meio certo?
E tem muita
gente que faz chacota tá ligado!
Por que nóis é
funkeiro, nóis é favelado e não tem onde morar certo irmão!?
Mas aí minha
agenda graças a Deus tá lotada e de lugares
Classe a certo,
então não é só o favelado que curte funk certo
Pessoas de
classe média, classe alta, e classe baixa curte funk
Porque funk é
cultura sim, então
Essa é a guerra
dos funkeiros, quem tá envolvido levanta a mão pro alto é assim que é rapaz”
Eu resolvi ler
essa música “Minha História”, do MC Daleste, exatamente porque eu percebo que,
se desejarmos conhecer bem os sentimentos dos jovens das periferias de nossas
grandes metrópoles, é importante que nós possamos ouvir o funk, o rap, o
hip-hop.
Letras como
aquelas do Mano Brown, do Racionais MC’s e outras que são tão importantes que
nós venhamos a conhecer. O MC Daleste, aos 20 anos, ele já estava fazendo 40
shows por mês.
Era um jovem
que tinha uma carreira promissora, mas que, infelizmente, foi morto. É possível
que esse documentário, que vai passar em quatro capítulos na Globoplay, venha a
contribuir para se decifrar quem é que foi, infelizmente, o assassino do MC
Daleste.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para indicar a deputada Professora Bebel para falar pelo Art. 82,
pela Federação PT-PCdoB.
O
SR. PRESIDENTE - SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental o uso da tribuna. Eu peço a V. Exa., deputado, para que o senhor
possa assumir a Presidência dos trabalhos. Pode assumir a Presidência, deputado
Thiago? Obrigado.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
PELO ART. 82 - Obrigada, Sr. Presidente. Agora, deputado Sebastião Santos, nós
vamos ter na Presidência o deputado Thiago Auricchio. Acabei de estar com ele
na CCJR. Foi bem, né Thiago! Dentro dos limites nossos, foi bem, foi dentro do
respeito.
* * *
- Assume
a Presidência o Sr. Thiago Auricchio.
* * *
Boa tarde, Sr.
Presidente Thiago Auricchio, que nesse momento assume a Presidência dos
trabalhos no Grande Expediente. Cumprimento os assessores à minha direita, à
minha esquerda, a mesa diretora de trabalho, Sras. Deputadas, Sr. Deputado e
senador Eduardo Suplicy, enfim, todos que nos ouvem e nos assistem através da
Rede Alesp.
É sempre uma
satisfação muito grande estar aqui, repercutindo o dia a dia daquilo que a
gente sente na relação que temos com quem representamos, ou não, e com a
sociedade.
Eu fico um
pouco indignada, porque basta a gente bater em uma verdade e ela vira mentira.
Meu Deus do céu! Se tem uma coisa que falta é dinheiro para a Saúde; e falta
dinheiro para a Educação. A Educação tem o seu mínimo constitucional, que
deveria ser devidamente aplicado. Penso dessa forma. Portanto, não faltaria.
Mas nós tivemos
o teto do gasto... É bom, porque teve uma oradora - eu não cito o nome na
ausência de ninguém - que veio aqui dizer que sou mentirosa. Não é mentira
minha, porque o teto dos gastos reduziu as verbas da Saúde, da Educação e de
todas as políticas públicas.
Nós sentimos
isso. Tanto que, na pandemia, teve que ter recurso adicional, porque não dava
conta de cumprir, por conta da falta das verbas, porque o teto dos gastos
vigente até o início deste ano, derrubado pelo arcabouço fiscal...
Todo mundo está
falando do arcabouço, só que o arcabouço fiscal não está impedindo, agora,
verbas para a Saúde e para a Educação. O presidente anterior fez uso
inadvertido até do teto dos gastos, mas eu chamo atenção que o caso de dengue
no estado de São Paulo não está sendo tratado da forma como deveria estar,
porque é uma doença muito grave, deputada Monica.
Nós estamos -
veja bem - com 75.500 casos no estado de São Paulo. Essa fonte não sou eu que
estou inventando, é a fonte da Secretaria do Estado da Saúde. Já temos 17
mortes, mas, no Brasil, já subiu para quase 700 mil casos.
Eu não estou
minimizando ninguém, estou dizendo o seguinte: há que ter um olhar cuidadoso.
Nós temos escolas que estão com mato alto. Nós temos escolas mal construídas.
Temos escolas com buracos. Portanto, ali fica um lugar onde junta água e
prolifera o mosquito.
Ou nós fazemos
desses espaços, que são as escolas, os postos de saúde, espaços educativos até
de como não proliferar a dengue, ou não podemos tocar no assunto, que já é
mentira da gente.
Isso é algo que
a sociedade toda tem que entender. Desde lá de casa, da plantinha que molha, da
água que fica parada, é um ato educativo. É disso que se fala, então não venham
fazer debate raso, sem embasamento, por favor.
Eu não sou
aquela do chavão e muito menos gosto de panfleto, muito embora ache que o
panfleto cumpra um papel, talvez, neste momento, até de você massificar uma
ideia.
Vamos lá, vamos
todos à luta contra a dengue no estado de São Paulo e no Brasil. É por isso que
a gente está lutando. Aqui não se trata de culpar ninguém. Agora, não podem
proibir, não podem não nos permitir que falemos, porque meu papel, me desculpe,
é fiscalizar, é vir aqui e o poder público dar respostas.
Esse é o meu
papel. O errado seria talvez eu ter outras atitudes. A minha atitude está
correta. Acho que a bancada, a Casa deve tirar uma comissão, um comitê e
acompanhar. É importante, está bom?
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem. Para usar a tribuna pelo Art. 82 pela liderança da Federação PSOL
Rede.
O
SR. PRESIDENTE - THIAGO AURICCHIO - PL - Deputada
Monica Seixas pelo Art. 82.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PELO ART. 82 - Boa tarde,
presidente. Boa tarde a quem nos acompanha pela Rede Alesp.
Hoje
eu subo aqui para me solidarizar com os trabalhadores da Educação, com os
estudantes e familiares de estudantes da rede pública estadual, porque já há
alguns meses a gente está debruçado na proposta do governo do estado de São
Paulo de cortar recursos da Educação, a PEC 9.
Independentemente
do que possa se dizer sobre o malabarismo econômico-financeiro que se está
fazendo para deixar o estado no estado de estagnação em que ele se encontra, a
Educação é justamente um dos setores, seguido da Saúde, que também está um caos
no estado de São Paulo, que mais precisa de investimento.
A gente está há
duras semanas numa batalha para que a gente discuta a fino as necessidades da
Educação, que não tem estrutura, que não tem telhado, que chove dentro, que não
está adaptada aos fenômenos climáticos extremos e a gente tem durante as
grandes crises de calor estudantes e professores passando mal.
Professores da
categoria “O” hoje tomando as ruas em denúncia à atribuição de aulas, as
demissões arbitrárias, à situação de constrangimento geral que foi a atribuição
de aulas nas ruas hoje denunciando a precarização da Educação.
Um estado de
insegurança generalizado dos estudantes sobre o seu futuro e dos familiares dos
estudantes da escola pública se com o novo padrão da Educação, os slides com
erro, o uso do recurso da educação para interesses escusos, eles terão o seu
futuro garantido.
Eu quero aqui
manifestar o meu apoio aos professores e estudantes em luta contra o corte na
Educação, que está tramitando na Assembleia Legislativa um desses projetos que
a gente vai olhar para trás e vai se envergonhar, como foi a extinção da Sucen,
que hoje faz falta nessa epidemia de dengue que a gente está enfrentando e que
o estado, na legislatura passada, a pedido do governador, extinguiu o setor
responsável pelo controle de endemias.
Agora é
necessário que esta Casa se abra para ouvir a população. A gente está
discutindo isso há muito tempo, como os processos e projetos passam de forma
atabalhoada, sem envolver a população.
Por isso a
gente protocolou um pedido que nesse processo de votação da PEC 9 do corte da
Educação se ouça os interessados, se ouça a população, se ouça os estudantes,
se ouça os trabalhadores da Educação.
Por isso a
gente protocolou hoje um pedido de audiência pública oficial da Assembleia
Legislativa para consultar a população, se a população acha que a situação da
Educação permite qualquer corte no investimento nesse momento. Por fim, quero
usar os meus dois minutos que me faltam para me solidarizar de novo com a luta
dos povos racializados no mundo.
Ainda existe
uma percepção dúbia do que é o racismo. A gente está numa série de condenações
e de ataques àqueles que lutam e se levantam contra o racismo. A gente pode
citar, por exemplo, a fala do presidente Lula sobre o povo palestino. É preciso
dizer que o povo palestino é um povo racializado, que sofre racismo há décadas,
que o Estado de extrema direita de Israel assassina pessoas e não é de hoje.
E que a busca
por entender que aquelas pessoas que não são de grupos terroristas, aquelas
crianças que a gente assiste... E aí não é fake news, não é achismo, não faltam
imagens na internet de crianças palestinas despedaçadas, despedaçadas.
A situação de
fome que a gente nunca viu antes em outro momento da história porque não deixam
passar ajuda humanitária para um Estado que está cercado. O maior apartheid,
mais brutal que a gente já assistiu na história é Gaza, aquele povo cercado por
muros que não pode entrar.
Mas o pior: não
está entrando comida. Você vê multidões vagando pela rua em busca de alimentos.
A gente vê brasileiros narrando que seus familiares na Palestina estão comendo
ração animal para sobreviver. Me diga que momento da história a gente viu um
grau de desumanização de um povo tamanho a permitir que quase dois milhões de
inocentes em Gaza estejam passando por essa situação.
Subo a esta
tribuna para dizer que definitivamente o presidente Lula tem razão e é
inaceitável que a gente continue aceitando que líderes da extrema direita
conhecidos - Putin, Netanyahu - continuem aplicando a sua política de guerra e
violência contra povos racializados, contra povos humildes e que continue a
passar a sede de vingança e de morte neste momento histórico.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - THIAGO AURICCHIO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente,
havendo acordo entre as lideranças, solicito a suspensão por 15 minutos dos
trabalhos.
O
SR. PRESIDENTE - THIAGO AURICCHIO - PL - Havendo
acordo de lideranças, então a sessão fica suspensa por 15 minutos.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 25 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 42 minutos, sob a Presidência do Sr. André do
Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a
sessão.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa
requerimento de urgência ao Projeto de lei no 447, de 2021, de
autoria dos deputados Carlão Pignatari e Delegado Olim.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há também requerimento de urgência ao
Projeto de lei no 138, de 2023, de autoria do deputado Dr. Jorge do
Carmo. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei no 454, de 2022, de autoria da deputada
Maria Lúcia Amary. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada
a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei no 1674, de 2023, de autoria do deputado
Vinicius Camarinha. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está
encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que
estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o
requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei no 1203, de 2023, de autoria do deputado
Luiz Fernando. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei no 952, de 2023, de autoria da deputada
Márcia Lia. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei no 1636, de 2023, de autoria do deputado
Jorge Caruso. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei no 408, de 2019, de autoria do deputado Ricardo
Madalena. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei no 315, de 2019, de autoria dos deputados
Tenente Coimbra e Marcos Zerbini. Em discussão. Não havendo oradores inscritos,
está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que
estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o
requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei no 1719, de 2023, de autoria da deputada
Bruna Furlan. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei nº 26, de 2022, de autoria da deputada Valeria
Bolsonaro. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de
lei nº 1144, de 2023, de autoria do deputado Gerson Pessoa. Em discussão. Não
havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras.
Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de
lei nº 1633, de 2023, de autoria do deputado Oseias de Madureira. Em discussão.
Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As
Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de
lei nº 102, de 2019, autoria deputado Itamar Borges. Em discussão. Não havendo
oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas
e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram.
(Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de
lei nº 514, de 2019, de autoria do deputado Altair Moraes. Em discussão. Não
havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras.
Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa também requerimento de urgência ao
Projeto de lei nº 1275, de 2023, de autoria do deputado Tomé Abduch. Em
discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em
votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa o último requerimento de urgência, ao
Projeto de lei nº 1629, de 2023, de autoria do deputado Daniel Soares. Em
discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em
votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
O SR. DR. JORGE
DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, Sr. Presidente, para
dizer a V. Exa. e aos deputados e deputadas desta Casa que há um esforço de V.
Exa., e acabo de confirmar esse esforço, no sentido de que cada deputado e
deputada tenha os seus projetos ao menos discutidos. Se serão aprovados, aí é o
mérito. Se aprovados, é também prerrogativa do governador sancionar ou vetar.
Por essa razão, quero agradecer ao
líder da minha bancada, deputado Paulo
Fiorilo, que conversou com V. Exa., até porque eu tenho quatro projetos
que eu tinha colocado como prioridade, e todos tinham óbice.
Eu não sei qual é o óbice, por
exemplo, de um projeto que é 138, de 2023, que autoriza a criação de um fundo
estadual de apoio a situações de desastre, calamidade e emergência.
Nós estamos vivendo tantos problemas
dessa natureza em São Paulo e no Brasil, que é necessário que se crie um
programa com esse propósito, com esse espírito. Por isso, eu faço votos de que
esse projeto seja aprovado aqui, porque no estado de São Paulo, com a
grandiosidade que tem, faz-se necessário ter um projeto e um programa que é
autorizativo, não é obrigatório, não é impositivo, para criar um programa dessa
natureza no estado de São Paulo, com esse espírito.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE
- ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Dr. Jorge Carmo.
Parabéns pela iniciativa do projeto. Realmente, diante do momento que estamos
vivendo, tenho certeza de que esse projeto de V. Exa. é uma iniciativa
importante para regulamentarmos fundos para ajudarmos no combate aos desastres
que cada vez mais são comuns no dia a dia, com a mudança do nosso clima e da
questão ambiental.
Parabéns.
Vamos dar sequência e esperamos poder pautá-lo logo, em
breve, para poder ser aprovado por esta Casa.
Com a palavra o deputado Alex Madureira.
O SR. ALEX MADUREIRA - PL - PARA COMUNICAÇÃO
- Presidente, só deixar registrado aqui também, da mesma forma que fez o
deputado Jorge do Carmo. Nós estamos aqui na Assembleia Legislativa de São
Paulo, o maior parlamento da América Latina, e nós estamos cumprindo o nosso
papel parlamentar, legislativo, através da apresentação dos nossos projetos de
lei.
Nós sabemos que muitos projetos têm
óbices, sim, têm divergências de pensamento, o que é bom que exista na
política. É por isso que nós estamos aqui com a representação da população,
que representa pensamentos tão diferentes às vezes.
Mas eu acho que
o único sentido pelo qual nós devemos permanecer nesse espírito, que o senhor
está colocando aqui, de nós fazermos andar os projetos dos deputados, mesmo que
eles sejam depois vetados, como disse o deputado Jorge do Carmo.
Eu também já
tive projetos meus vetados, que eu acreditava que o governo não tinha
necessidade de vetar, mas tinha justificativa para tanto, e foi feito - e eu
respeito - mas não deixando que os deputados possam legislar, fazer o seu papel
parlamentar nesta Casa. O senhor está fazendo.
E isso,
demonstrando hoje um compromisso que foi feito no Colégio de Líderes, compromisso
sendo cumprido hoje aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Então,
parabéns, presidente. Parabéns aos deputados que apresentaram e lutaram para
que seus projetos tivessem o caráter de urgência aprovado aqui também. Vamos
tocar o barco, vamos continuar legislando e respeitando as divergências.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Alex Madureira. Esse é o compromisso desta Presidência, desde o início
do mandato, que vamos completar um ano à frente da Presidência desta Casa.
Cada deputado terá o seu primeiro
projeto aprovado primeiramente e, logo em seguida ao seu primeiro projeto
aprovado, partiremos para o segundo projeto para ser apresentado, pautado e
votado.
Então esse é um compromisso desta Casa.
Porque são projetos importantíssimos, de iniciativas das diversas áreas que,
tenho certeza, colaborarão muito, cada um na sua área, para melhorar a
qualidade de vida do povo do estado de São Paulo. São projetos que realmente
fazem a diferença na vida das pessoas. Muito obrigado pela confiança de todos
vocês.
Daremos sequência, neste ano,
acelerando ainda mais, para votar mais projetos das Sras. Deputadas e Srs.
Deputados. Com a palavra, o deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Na mesma linha, primeiro parabenizar. Acho que é
importante a celeridade para a gente poder fazer não só o primeiro e o segundo
projeto. Também solicitar aos partidos que têm óbice a dois projetos
importantes, que eu coloquei desde o ano passado.
Um deles é
pagamento por serviço ambiental, garantindo que os pescadores e o pessoal que
trabalha com reciclagem de lixo no estado de São Paulo, de material reciclado,
o pessoal possa ter um pagamento por serviço ambiental. Já tem a lei federal, e
não tem a lei estadual. Aqui é só um decreto.
Esse ano, no
ano passado, de 2023, o estado deixou de receber quase 400 milhões de reais,
que o Governo do Estado de São Paulo poderia ter recebido se tivesse essa lei
aprovada aqui no Estado de São Paulo.
Então é um projeto
que eu apresentei, fiz uma audiência pública aqui, e tem óbice aqui. A gente
não entende por que tem óbice. O Estado de São Paulo está deixando de receber
recurso do governo federal.
Outro projeto
importante, que é a Lei Anticalote. Nós vimos agora, no final, aqui na
Assembleia, em relação ao ar condicionado, em relação ao acesso, os
trabalhadores que foram demitidos das empresas, e acabaram ficando sem receber
os seus direitos. A Assembleia acabou tendo que arrumar uma forma de garantir
que eles não perdessem esses direitos.
Nós sabemos
que, se essa Lei Anticalote fosse aprovada, os contratos que hoje são firmados
com empresas que ganham licitação, em órgãos públicos, ou em autarquias
estaduais, você tem um fundo que a empresa tem que pagar um percentual do
contrato, todo mês.
Ficaria
dinheiro para pagar o direito dos trabalhadores. Então é um projeto anticalote,
que também não vejo por que ter um óbice desta Casa em dois projetos tão
importantes.
Então são
projetos que estão colocados na Casa. Eu gostaria que fossem também analisados,
nas próximas semanas. Coisas importantes, que eu não vejo por que ter óbice dos
partidos em relação a esses dois projetos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Luiz Claudio Marcolino. Vamos deliberar os projetos com os líderes dos
outros partidos. São iniciativas como essa, na questão ambiental, na questão
administrativa, vocês têm toda razão.
Várias vezes acontece do poder público
contratar com empresas privadas, cumprir os acordos que são regidos pelas leis
de licitações, porém o poder público não tem controle, depois, da questão
financeira das empresas, que muitas vezes não têm condições de arcar com as
condições financeiras para serem pagas, e deixam os seus trabalhadores a ver
navios e sem pagamento. Então realmente é uma bela iniciativa, e vamos
discutir.
Eu acho que, combinando com a questão
jurídica, eu acho que tem que ver a questão jurídica com a questão federal da
lei das licitações. Mas eu acho uma bela iniciativa, um grande debate para ser
feito nesta Casa. Com a palavra, o deputado Alex Madureira.
O
SR. ALEX MADUREIRA - PL - Sr. Presidente,
havendo acordo de lideranças, pedir o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental.
Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
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- Levanta-se a
sessão às 16 horas e 55 minutos.
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