7 DE AGOSTO DE 2024

98ª SESSÃO ORDINÁRIA

         

Presidência: EDUARDO SUPLICY e DANILO CAMPETTI

         

RESUMO

         

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h05min.

         

2 - DANILO CAMPETTI

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

3 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

4 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

5 - DANILO CAMPETTI

Assume a Presidência.

         

6 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

         

7 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

8 - VITÃO DO CACHORRÃO

Para comunicação, faz pronunciamento.

         

9 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

10 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

11 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

         

12 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

13 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

14 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

         

GRANDE EXPEDIENTE

15 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

16 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

17 - FABIANA BOLSONARO

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

18 - FABIANA BOLSONARO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

         

19 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 08/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h30min.

         

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. Pequeno Expediente.

Eis a lista de oradores inscritos, dia 07 de agosto de 2024, Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. Tem a palavra pelo tempo regimental, deputado Danilo Campetti.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Boa tarde a todos, boa tarde Sras. Deputadas e Srs. Deputados. Boa tarde assessorias, policiais civis e militares, servidores aqui da Casa todos que nos acompanham na TV Alesp. Sr. Presidente, venho aqui a esta tribuna hoje parabenizar o Governo do Estado de São Paulo pela brilhante operação realizada ontem.

Operação chamada “Salus et Dignitas” - que significa saúde e dignidade -, que realmente deu uma resposta, trabalhou para a nossa sociedade, no aspecto da Segurança, com planejamento bem feito, mais de um ano de operações, de investigação, eu como policial federal, policial há mais de 20 anos, deputado Vitão, nós temos que prestigiar ações como essa, ações que trabalharam muito com inteligência, que trabalharam com planejamento, nas quais o planejamento foi cumprido.

Nós temos os resultados aqui. Temos, por exemplo, 15 prisões efetuadas, sendo dez prisões em flagrantes, são 117 mandados de busca e apreensão cumpridos, mais de 260.000 reais em dinheiro apreendidos. Uma operação na Favela do Moinho, que apreendeu mais de 20 kg de drogas. Temos também um emprego de mais de 1.300 agentes de segurança.

Então deixo aqui os meus cumprimentos ao governador Tarcísio, os meus cumprimentos ao secretário Derrite, os meus cumprimentos ao coronel Cássio, ao delegado-geral Dr. Artur Dian e também estendo esses cumprimentos ao corpo de instituições que foi integrado, a Prefeitura Municipal, também estendo meu cumprimento ao prefeito Ricardo Nunes, ao Ministério Público, ao Grupo de Atuação Especial Combate ao Crime Organizado, à Receita Federal, à Polícia Rodoviária Federal.

Emtão são vários integrantes e é, realmente, esse tipo de planejamento, esse tipo de operação policial que nós esperamos. A operação que transcende a seara policial, deputado Vitão, pelo fato de que a gente tem uma integração de forças, que promoveu acolhimento, por exemplo, das pessoas onde os imóveis foram lacrados, o planejamento pensou nessas pessoas, por exemplo, o que que eu vou fazer com essas pessoas depois que o imóvel for lacrado? Então essas pessoas foram acolhidas na Central Integrada de Atenção e Acolhimento, onde houve a participação também do “Bom Prato”, do Poupatempo para trazer dignidade como o próprio nome da operação.

A operação, além de combater o crime, trouxe dignidade àquelas pessoas que estavam numa condição de vulnerabilidade. Então, tivemos também a participação do hub de cuidados em cracks e outras drogas. Então, fica aqui também o meu agradecimento ao vice-governador Felício Ramuth, os meus parabéns a ele que está fazendo um excelente trabalho no centro de São Paulo.

Uma operação que realmente enfiou o dedo na ferida. Não se fazia como anteriormente... Não se fez como anteriormente se fazia quando se mudava de local os usuários, os dependentes, não, foi com o dedo na ferida e lá, realmente, tinha uma resposta do governo combatendo o crime organizado e acolhendo aquelas pessoas que necessitam, sim, desse acolhimento.  Por quê? Porque estão em condição de vulnerabilidade. Então, assim, meus parabéns a todos os participantes, foi uma operação de sucesso, como eu disse, que transcendeu apenas a parte policial e é assim que tem que ser.

É essa a ideia que nós devemos trazer aqui para esta questão da Segurança Pública, que realmente faça esse acolhimento e pense também no pós-operação, que é o que o governo de São Paulo fez, que é o modelo de gestão do governador Tarcísio de Freitas.

Como ele mesmo diz, que combateu todo o ecossistema do crime, foi buscar ali o caminho do dinheiro, para que realmente a gente possa desestruturar o crime organizado e é isso que tem feito. Então meus parabéns. Vários imóveis ali, que foram fechados, e foi realmente um duro golpe contra a criminalidade, e merece todo o nosso respeito.

Estendo também uma menção a hoje, que se completa 18 anos da lei Maria da Penha e, então, eu quero fazer aqui uma menção em respeito às mulheres que também estavam lá em condição de vulnerabilidade nessa operação. Tivemos notícias de que muitas mulheres eram mantidas como escravas sexuais ali, sendo pagas com drogas, com entorpecentes. Não há nada mais desumano do que isso.

E, só para concluir, Sr. Presidente, eu propus aqui um projeto de lei que cria o banco de currículos para mulheres em condições de vulnerabilidade. Vamos debater isso mais à frente, mas é, realmente, para que a gente possa pensar na inclusão efetiva dessas mulheres, tanto no âmbito social quanto no âmbito laboral, e depois nós vamos falar mais sobre isso.

Sr. Presidente, muito obrigado. Uma boa tarde a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Danilo Campetti. Agora, o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Reis, tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente, deputado Eduardo Matarazzo Suplicy; o público presente; a deputada Professora Bebel, e já dar os parabéns pelo trabalho dela, pelo grande resultado, porque ela conseguiu suspender as escolas cívico-militares na Justiça. Parabéns, deputada Professora Bebel.

Cumprimentar o deputado Vitão do Cachorrão, que ainda não abaixou o preço do cachorro-quente para que os policiais pudessem, com o ticket de 12 reais, se alimentar lá no seu quiosque.

Cumprimentar o deputado Campetti, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal e, também, todos aqueles e aquelas que estão em suas residências, deputado Vitão do Cachorrão, e estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Eu quero continuar a cobrança, ao governador de São Paulo, da recomposição salarial dos integrantes das forças de Segurança Pública, porque isso foi prometido na sua campanha - e houve um primeiro aumento no ano passado -, mas este ano o Governo se calou. O governador está silente, está dormindo em um sono profundo.

Então nós precisamos acordá-lo desse sono para que ele se lembre de suas promessas e possa, realmente, fazer a recomposição salarial dos policiais civis, militares técnico-científicos, penais.

E também de todos servidores públicos: os professores, os diretores de escola, os médicos, os enfermeiros. Todos aqueles que trabalham diuturnamente para que São Paulo possa, inclusive, dar os resultados que o deputado Campetti passou aqui sobre a operação que foi feito lá no centro. Operação bem-sucedida, então nós temos que reconhecer, diferentemente das operações que foram feitas anteriormente, que foram malsucedidas.

Então, quando se tem planejamento, quando se tem inteligência, quando se tem participação efetiva de das polícias, junto ao Ministério Público, ao Gaeco, e com a Polícia Civil investigando, pedindo para que se decrete as prisões, os mandados de prisão, como aconteceu, tem resultado e tem sucesso. E não houve nenhuma morte. Ninguém morreu, diferentemente da Operação Escudo, que está lá, cheia de problemas na Corregedoria, apurando irregularidades que poderiam ter sido evitadas.

Então é operação como esta, deputado Campetti, que o Governo tem que se debruçar e fazer constantemente, porque não é só lá na Cracolândia. Nós temos várias regiões aí em que o crime organizado precisa ser sufocado. Mas sufocado nessa lógica, com inteligência, com superioridade numérica, porque, é claro: quando eu tiro policiais do interior, levo para a Baixada Santista, eles não conhecem o terreno, eles estão correndo risco.

Então uma operação bem-feita, bem realizada, ela também visa preservar a integridade física do policial. Não é só as mortes do outro lado, são as mortes do lado de cá. Ou seja, que não haja morte de nenhum lado. Então é isso que tem que ser feito. Eu quero deixar registrado, por exemplo, que em Minas Gerais os policiais lá tiveram reajuste de 4,62 por cento.

“Ah, mas 4.62% é pouco!”. Só que São Paulo até agora é zero por cento. O Espírito Santo, foi concedido 5%, e todos os anos vão ter mais 4% de reajuste geral; Bahia, 4% em duas parcelas; Paraná, houve 2337 promoções na Polícia Civil, além de reajuste para os policiais civis; Rio de Janeiro também teve promoção e teve reajuste que variou de 15 a 95 por cento; Rio Grande do Norte, sete por cento. Paraíba, 5% e incorporação de mais 20% de bolsa desempenho para as forças de segurança.

Então nós queremos continuar cobrando do governador a recomposição inflacionária dos funcionários públicos do Estado, até porque a Assembleia atendeu os funcionários da Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça atendeu os funcionários do Tribunal de Justiça. A Defensoria Pública, a Promotoria pública, a Câmara de São Paulo, a Prefeitura de São Paulo...

Por enquanto, nessa história toda, o único que está devedor, devedor das forças de Segurança e devedor do funcionalismo público como um todo, é o governador de São Paulo. Além de pedir para ele: reajuste o vale-refeição dos servidores. Pelo menos uma unidade fiscal. Nós temos cobrado que 12 reais é muito pouco. Eu tenho até um vídeo do governador, ex-governador Alckmin, que foi uma vez no Jô Soares, e o Jô Soares fez a cobrança para ele do vale-refeição.

E no outro dia ele foi lá, fez um decreto e dobrou o valor do vale-refeição. É que o nosso apresentador de televisão, Jô Soares, faleceu. Então, em sua memória, resgatar esse vídeo e trazer aqui, porque se nós tivéssemos, talvez, o governador sendo entrevistado por uma pessoa que nem ele, também dobraria ou triplicaria o valor do vale-refeição, pelo menos uma unidade fiscal. Esse é o nosso pedido: cerca de 35 ou 36 reais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu gostaria só que encaminhasse o meu discurso ao governador do Estado, ao excelentíssimo também vice-governador, ao prefeito Ricardo Nunes, ao Ministério Público e ao Gaeco, por gentileza.

Só isso, Sr. Presidente. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Será assim providenciado. Tem a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão, pelo tempo regimental.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Boa tarde a todos, boa tarde presidente, boa tarde deputada Professora Bebel. Eu também dou os parabéns pelo trabalho, a todos que nos assistem em casa, o pessoal da TV, o pessoal da limpeza, agradecer a Deus.

A gente, na verdade, voltando de recesso, mas graças a Deus trabalhamos muito no recesso, visitando os municípios e ajudando as outras cidades, atendendo prefeitos, vereadores, atendendo o povo lá em Sorocaba onde eu fiz questão, professora Bebel, de deixar um escritório bem no Mercado Municipal, para que as pessoas não percam o contato com o deputado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Danilo Campetti.

 

* * *

 

E atendendo à população, a gente colocou aqui um projeto de lei. Qual que é o projeto de lei, deputado Eduardo Suplicy, o rei dos votos? A gente atende muita gente acima de 50 anos, e pessoas com muita capacidade para trabalhar, para exercer um cargo, porque além de ela ter saúde, ela ter dignidade, ela tem a experiência para ensinar os jovens, e a gente entrou com um projeto de lei que é um selo do “50+”, para que as empresas fiquem obrigadas - mas eu vou explicar, as empresas vão ter o benefício - a colocarem 1%, do mesmo jeito, 1% da empresa que eles contratem essas pessoas para trabalharem.

Porque infelizmente, eu que vim da periferia lá de Sorocaba, eu conheci muitos pedreiros, engenheiros, pessoas que têm muita capacidade, e quando vai procurar um emprego colocam lá o currículo e jogam na gaveta e amassam. E essa pessoa às vezes tem que trabalhar ainda, porque é muito difícil se aposentar no nosso País, pessoas às vezes com 70 anos de idade não se aposentam.

Então as empresas, que seja obrigatório as empresas de grande porte contratarem pelo menos 1%, que nem tem que contratar o deficiente físico, o deficiente visual - eles trabalham, às vezes, mais do que, até mesmo do que quem é perfeito -, contratem acima de 50 anos de idade. Em contrapartida, as empresas vão ter benefícios, vão fazer uma inscrição no Governo do Estado.

“Art. 2º - O governo do Estado em São Paulo, por meio da Secretaria de Emprego e Relações de Trabalho, determinará a criação de um cadastro público para que as empresas possam se inscrever a fim de obterem o selo “50+”.

Art. 3º - O Poder Público implantará política pública voltada aos programas de capacitação, atualizando os profissionais voltados a pessoas com idade acima de 50 anos.

Parágrafo Único - O Governo do Estado poderá ainda oferecer linhas de crédito.”

Quando a pessoa contratar essas pessoas acima de 50 anos, presidente Campetti, que usou muito bem a palavra aqui... Ficam meus parabéns, o governador Tarcísio de Freitas fez uma ação pela primeira vez aqui na cidade de São Paulo, primeiro governador com excelência, onde ofereceu tratamento, mas fez uma ação maravilhosa no Centro de cidade, e o Campetti falou muito bem aqui. Acompanho a página também do nosso amigo Danilo Campetti aqui, que aqui a gente está junto pelo povo.

Então as empresas vão ter os benefícios, muitos benefícios, além de ter desconto nos municípios instalados. O Estatuto do Idoso institui a Lei nº 10.741, alterada posteriormente. Vamos ver aqui o artigo. O Poder Executivo vai regulamentar em 90 dias após a votação. Mas, Campetti, o que é mais difícil para um pai de família? Você chegar lá numa empresa e deixar um currículo, você com 50 anos de idade, e você ter o currículo praticamente jogado no lixo?

Então, resumindo essa lei, do mesmo jeito, Eduardo Suplicy, que contrata os deficientes visuais, os cadeirantes - tem uma porcentagem -, que contrate as pessoas também da melhor idade. Você que está assistindo em casa e tem acima de 50 anos, e já perdeu a esperança. Eu espero, do fundo do meu coração, que isso vire lei, mas em contrapartida o governo também vai ajudar as empresas, diminuindo aí os impostos, oferecendo empréstimos com taxas menores de juros, para a pessoa fazer a empresa crescer, e ter condições de contratar as pessoas acima de 50 anos.

Então eles vão poder fazer empréstimo às empresas com uma taxa diferenciada, e vai contratar muita gente, porque aqui a gente é a favor do emprego. O nosso mandato, o do Vitão do Cachorrão, é a favor do ser humano, em primeiro lugar. E, infelizmente, vocês que estão assistindo aí, tem muita gente acima de 50 anos, deputado, que tem o físico bom, que tem a mentalidade, tem a experiência, tem um currículo magnífico, mas o currículo dele é jogado na gaveta ou no lixo. Isso não pode acontecer no estado de São Paulo.

Eu peço a Deus que esse projeto seja aprovado pelos colegas aqui na Casa, já conto com o voto, quando vim aqui, do deputado Campetti também, para que eles possam ter dignidade e levar o pão na sua mesa, e possam trabalhar, porque tendo saúde, Deus vai abençoar todos. Que Deus abençoe. Um abraço do Vitão do Cachorrão.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito obrigado, deputado Vitão do Cachorrão. Conte com o nosso apoio. Vou continuar aqui na lista. Convido agora a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Donato. Deputado Donato, V. Exa. tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Primeiro, parabenizar o deputado Antonio Donato pelo seu aniversário. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Parabéns, deputado.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Suplicy. Obrigado, Vitão. Obrigado.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Deputadas, todos os que nos acompanham pelas redes sociais da Alesp, venho aqui hoje, nem estava previsto eu vir falar, mas aconteceu um fato agora há pouco que me incomodou bastante e eu resolvi vir à tribuna aqui porque tem situações que são de desrespeito, que a gente não pode tolerar nessa Casa. Bom, todos acompanharam o ano passado a disputa pelas CPIs, né. No dia 15 de março, aqui pelo Regimento da Casa, tem uma corrida para protocolar CPIs, e a situação protocolou dezenas de CPIs para impedir que a oposição protocolasse.

Enfim, já foi um desrespeito enorme à pluralidade do parlamento. A CPI, consagrada pelo STF, é um instrumento da Minoria de investigar os governos, de poder fazer seu trabalho de fiscalização. Esse trabalho foi impedido aqui na Assembleia e se inscreveram várias CPIs. No ano passado, instalaram 5 CPIs, elas ocorreram, a oposição participou, no que achou importante colaborou, no que foi ignorada também fez seu protesto. E este ano, novas 5 CPIs serão instaladas. Tenho notícia de que já foram instaladas algumas.

Eu, até porque meu aniversário me acrescenta mais um ano, como membro mais velho da CPI, eu fui instado a convocar a CPI das Lojas Americanas para ser instalada. Essa CPI foi protocolada pelo deputado Vinicius Camarinha. Tenho que reconhecer que é um tema relevante. Nas Lojas Americanas, no ano passado, descobriu-se uma fraude de mais de 20 bilhões de reais. Vinte bilhões de reais. É um dinheiro imenso no setor privado. Uma fraude que certamente engrossou o bolso de alguns e vai prejudicar quem? Os milhares de trabalhadores das lojas americanas. Eles serão prejudicados, a corda vai estourar, como sempre, do lado mais fraco.

Alguém fica muito rico e os trabalhadores que trabalham nas Lojas Americanas, enfim, serão prejudicados. Serão prejudicados os credores, bancos, fornecedores, serão prejudicados, provavelmente, o fisco, tanto federal, como estadual e municipal, já que certamente as Lojas Americanas têm dívida com os três entes de Governo. Então, é uma CPI que tinha seu papel. Ela não era uma CPI inventada para... Ela foi inventada para obstaculizar a oposição, mas ela tinha um papel a cumprir. E por que é que eu falo isso tudo? Porque hoje, como eu disse, fui convidado a instalar a CPI, uma CPI proposta pelo Governo, reitero.

Só compareceram os dois membros da oposição: o deputado Marcolino e eu. Os outros sete membros da situação não foram à CPI, nenhum. Então a gente está assim... Eu sou parlamentar novo aqui na Assembleia - um ano e meio, não é, Suplicy? -, mas eu fui vereador por 18 anos em São Paulo.

A gente sabe um pouco como as coisas funcionam. Ou foi ordem do Governo... E por que é que o Governo mandou não instalar a CPI das Lojas Americanas, que envolve o maior bilionário do Brasil, João Paulo Lemann, Sucupira e mais um terceiro lá que me foge o nome? Ou foi alguém que conversou com eles? Por que é que eles não estiveram na instauração da CPI?

Essa pergunta eu vou ficar fazendo aqui, porque eu acho que vai merecer uma CPI da CPI. Por que é que não aconteceu a instalação dessa CPI, sendo que pela manhã a outra CPI foi instalada com quórum sem nenhum problema, com a Presidência de alguém do Governo? Por que é que o Governo ou a liderança do Governo ou membros do Parlamento não querem que essa CPI se instale?

Eu estou aqui hoje para fazer essa pergunta, que é um desrespeito com a Casa e é um desrespeito com quem é membro da CPI e não foi informado que algum acordo foi feito pelas costas.

Espero que eu esteja errado. Espero que foi só um acidente, uma terrível coincidência que sete deputados, coincidentemente da base do Governo, não apareceram por acaso, porque tinham agenda, porque estavam em campanha no interior. Espero que seja isso, deputado Vitão.

Torço para que seja isso, mas um pouco dos meus cabelos brancos não me autoriza a acreditar nisso. Então é isso que eu queria falar aqui hoje.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Donato.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Presidente, para comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Uma comunicação do deputado Vitão do Cachorrão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente e deputados, vocês que nos assistem em casa, vocês acreditam que no estado de São Paulo, onde o futebol é a alegria do trabalhador no final de semana - eu com meu pai, quando era pedreiro, ia assistir jogo com meu pai de várzea e também no Campeonato Paulista, lá no interior -, uma criança de colo de apenas seis meses ou quatro meses paga R$ 150,00 às vezes no ingresso?

Então eu tenho um projeto de lei aqui - quero agradecer ao Gil Diniz, que é coautor comigo. Deputado Gil Diniz, que eu tenho um orgulho de trabalhar com ele. É um parceiro que foi carteiro aqui, que andou no sol também atendendo a população. Então, a gente pede aqui e implora. É o PL 1.377/23.

O pai que tem duas ou três crianças, e o time grande - por exemplo, o Palmeiras, o Corinthians, o São Paulo, o Santos - vai lá para o interior, se ele tiver que levar a esposa e dois filhos, com a entrada dele nada, nada, aí vai praticamente meio salário mínimo.

E eu quero agradecer aqui ao Jorge, também da Mancha Alviverde, o Paulo Serdan, mas agradecer a todas as torcidas, porque esse projeto de lei é para todas as torcidas, e a gente colocou também como se fosse no cinema.

A criança de dois anos não pagar, ficar isenta, e até os 12 anos de idade esse jovem pagar só meia entrada. É um absurdo, porque quando as pessoas querem ser eleitas, a presidente ou presidenta de time aqui em São Paulo prometem que não vão cobrar o ingresso da criança.

Agora, uma criança de colo com quatro ou cinco meses de idade pagar 150 reais? Então, eu peço urgentemente que esse projeto de lei entre aqui com urgência para a gente aprovar, e as crianças não pagarem ingresso - as crianças de colo - e até os 12 anos de idade pagarem meia-entrada, que nem é no teatro, no cinema.

Só para encerrar aqui, obrigado, Jorge, da Mancha Alviverde, e também ao Paulo Serdan, mas é para todas as torcidas.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Vitão do Cachorrão. Seguindo a lista aqui, eu convido agora o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Campetti, querida deputada Bebel, caro Marcolino, hoje a Lei Maria da Penha completa 18 anos, com desafios para sua aplicação. Especialistas ouvidos pela CNN dizem que as principais dificuldades que acabam retirando a eficácia dela não estão presentes na legislação, mas no Judiciário.

Batizada em referência à farmacêutica cearense que sobreviveu a duas tentativas de assassinato cometidas pelo então marido, a Lei 11.340, de 2006, estabelece que todo caso de violência doméstica intrafamiliar é crime. Esses crimes devem ser julgados nos Juizados Especializados de Violência Doméstica Contra a Mulher, criados a partir dessa legislação.

Além dessas alterações, a lei também trouxe outras mudanças: a tipificação das diversas situações de violência doméstica, física, psicológica, sexual, patrimonial e moral; a proibição da aplicação de penas pecuniárias aos agressores; a ampliação da pena restritiva de liberdade de um para até três anos de prisão; a concessão de medidas protetivas de urgência; o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes, a programas de serviço de proteção e de assistência social.

De acordo com Marina Ganzarolli, advogada especialista em gênero e presidente do Me Too Brasil, organização que atua contra o assédio e o abuso sexual, a legislação continua tendo fundamental importância no Brasil, pois ainda predomina no país uma perspectiva machista e patriarcal.

“O companheiro tem a percepção de controle, posse da mulher, da vida dela, do corpo dela e assim acredita que pode fazer com ela o que entender”, afirma. “Dezoito anos atrás,” diz Marina Ganzarolli, “a sociedade brasileira ainda possuía a percepção de que era um problema de família, daquele lar, daquela mulher. Era aquilo do ‘em briga de marido e mulher, não se mete a colher’. Mas a Lei Maria da Penha conseguiu mudar isso ao trazer luz para o fato de que não é um problema privado, mas de Segurança e Saúde Pública, e que, portanto, em briga de marido e mulher se mete a colher, sim.”

Segundo dados do Mapa da Violência, na comparação mundial, o Brasil é o quinto país com a maior taxa de feminicídios, que são os assassinatos de mulheres em razão da condição feminina. E o pior é que estamos tendo um crescimento dos homicídios, dos assassinatos de mulheres. Antes da criação da Lei Maria da Penha, muitos casos eram tratados como crimes de menor potencial ofensivo, tendo como penas, por exemplo, o pagamento de cestas básicas. A legislação contribuiu para dar maior visibilidade a esses crimes e gerar uma nova mentalidade.

A legislação foi criada após a condenação do Brasil na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Organização dos Estados Americanos, a OEA, por omissão no caso Maria da Penha. Está entre as três leis desse tipo consideradas mais evoluídas em todo mundo. Diversos países desenvolvidos, como Portugal, não contam com uma legislação parecida. O texto foi consequência de um longo processo de discussão. Foram realizadas audiências públicas nas cinco regiões do País, que contaram com a participação de entidades da sociedade civil e parlamentares. O resultado dessa discussão foi aprovado no Congresso Nacional e entrou em vigor em 22 de setembro de 2006.

Após a implementação da lei, outras medidas relacionadas surgiram, entre elas, a criminalização do feminicídio em 2015, a inclusão da violência psicológica contra a mulher como uma forma de violência doméstica, em 2021, a garantia de pagamento de pensão para os órfãos de mulheres vítimas do feminicídio em 2023.

De acordo com especialistas, as principais dificuldades que acabam retirando a eficácia da Lei Maria da Penha estão presentes não na legislação, mas no Judiciário, que ainda é resistente à aplicação da Lei Beatriz Vendramine Raus, advogada especialista em Direito das Mulheres e Minorias, diz que muitos estados ainda não possuem juizado de violência doméstica e familiar, então os casos acabam sendo tratados por profissionais sem perspectiva de gênero, o que pode perpetuar estereótipos e gerar revitimização.

Segundo o advogado, outra dificuldade é que muitos juízes ainda vinculam a concessão de medidas protetivas à denúncia criminal. Pela lei, esses dispositivos devem existir diante do risco à integridade da mulher, independente do boletim de ocorrência ou de uma ação judicial contra o processo, o agressor. O Superior Tribunal de Justiça deve se manifestar em breve sobre essa questão das medidas protetivas.

Ao longo dos anos, a lei também sofreu questionamentos quanto à constitucionalidade por parte de comarcas e tribunais do País, mas hoje existe o entendimento de que a questão está pacificada por decisão da última instância do Judiciário.

O STF já determinou que a lei é constitucional, não havendo mais argumentos para prosseguir com esses questionamentos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy.

Convido agora o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Deputada Monica Seixas do Movimento Pretas. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputada Professora Bebel.

Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regulamentar.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputado Danilo Campetti; cumprimento toda a Mesa de trabalho, os assessores à minha direita, à minha esquerda, Srs. Deputados, enfim, todos que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.

Eu começo os trabalhos no dia de hoje... Aliás, estive ontem, mas no dia de hoje, aqui na Assembleia Legislativa, com uma resposta muito importante da Justiça para as pessoas que, não só as pessoas, mas para toda a comunidade escolar, pais, estudantes, sobre a decisão sobre as escolas cívico-militares.

Não é uma questão de princípio, de nós sermos contra por sermos contra. É uma questão de legalidade, constitucionalidade, portanto, princípio constitucional que vem desde o processo constituinte. É Lei de Diretrizes e Base Nacional, que é infraconstitucional, que regula toda a educação nacional.

E lá está claro o que pode e o que não pode ser em termos de educação pública básica brasileira, e não está prevista escola cívico-militar. Não tem currículo para a escola cívico-militar lá, assim como também não tem na base nacional comum curricular.

Nós entramos um primeiro momento com esta ação. Uma decisão monocrática não acatou. Em decisão colegiada, através do órgão especial do Tribunal de Justiça de São Paulo deu a liminar coletiva para o meu mandato/Apeoesp, porque é quem tem legalidade para arguir inconstitucionalidade futura.

 Ali a gente, por óbvio, apontou o que é inconstitucional. E é, o projeto é inconstitucional - eu disse isso aqui várias vezes publicamente. Ele bate de frente com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, ao mesmo tempo, não coaduna para nós, não tem como. E não é uma questão pessoal com os policiais, nada disso, é que cada ambiente tem o seu profissional. É dessa forma que eu vejo.

A gente não invade, a gente não entra nas escolas que formam os policiais e são os policiais que trabalham são formados para  isso para  formar policiais, porque na escola pública básica do estado de São Paulo... Porque é isto a inconstitucionalidade, está aí, criar uma lei para o estado de São Paulo à revelia de lei federal. A gente não concorda que o policial cumpra o papel de disciplinar os alunos.

O que disciplina os estudantes é exatamente dar mais condições para os professores, reduzir o número de alunos por salas de aulas, valorizar os profissionais da Educação, contratar funcionários. Colocar na porta da escola um bedel, que não precisa ser policial para que conheça o perfil de cada aluna e aluno e tenha relação com a comunidade escolar. Dessa forma que eu entendo a escola.

A escola não pode ser aparelho repressivo. A escola não combina com coerção. A escola é persuasão, é convencimento. Você educa, você não ensina na marra, você não impõe disciplina. Disciplina você, na verdade, torna um hábito no aluno. Eu defendo junto com Educação...

Eu defendo, por exemplo, esporte. Por que que eu defendo o esporte só para ter o esporte? Porque no esporte quando o jovem ele tem para si todas as regras de um jogo, ele, no mínimo, já é capaz de entender que é essa regra do jogo ele tem que levar para vida dele, levar para o ambiente escolar e dizer: “Não, a regra é essa, a professora tem razão e eu não tenho razão” ou “Eu posso promover um debate, eu posso discordar, mas eu não posso desrespeitar a professora”.

 Então, é nesse sentido que eu digo que foi uma grande vitória. Por hora uma vitória que a gente vai subir para o STF. Lá já tem outras ações e a gente vai trabalhar na perspectiva de que o governador do estado de São Paulo respeite os profissionais da Educação, respeite a escola pública. E garanta mais condições, ao invés de ficar fazendo seu jogo com os bolsonaristas raiz, quando a população toda é ou não é bolsonarista, a gente é ou não é deste ou daquele partido. Ele governa para a população do estado de São Paulo.

Um forte abraço, muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Professora Bebel. Convido agora o deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado André Bueno. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.)

Vamos agora para a nossa Lista Suplementar.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, Sr. Presidente. Quero parabenizar a deputada Bebel pela notícia que acaba de ser divulgada. Ela própria disse que, em decisão monocrática, o relator Figueiredo Gonçalves afirmou que o programa da escola cívico-militar deve ficar suspenso até o Supremo Tribunal Federal julgar a ADI sobre o tema.

Então a Justiça atendeu o recurso do sindicato dos professores de São Paulo, Apeoesp, e suspendeu o programa escola cívico militar do governo Tarcísio de Freitas. Meus parabéns, deputada Bebel.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -  Seguindo a Lista Suplementar, convido a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.)  Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Major Meca. (Pausa.)  Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, eu vou dialogar hoje na mesma linha com o nobre deputado Donato. Que hoje nós tínhamos algumas CPIs aqui na Assembleia Legislativa, que seriam instaladas justamente para poder escolher o presidente, o vice-presidente os relatores das CPIs. E nós tivemos, no dia 15 de março de 2023, quando iniciou aqui o nosso trabalho legislativo, seria o dia de iniciar os protocolos. Seja em relação a projetos de lei, às CPIs.

E nós vivenciamos, aqui na Assembleia Legislativa, algo que nunca tinha acontecido em governos anteriores, legislaturas anteriores. Que o presidente da Casa, naquele momento, mudou o ato da Mesa, mudando inclusive a forma da fila das CPIs, garantindo que o governo pudesse indicar a maioria das CPIs, tirando da oposição o direito de poder apresentar CPIs aqui na Assembleia Legislativa, para que a gente pudesse fazer as investigações necessárias dos órgãos ou das empresas ligadas ao Governo do Estado de São Paulo. 

E dentro dessa CPIs, uma das CPIs que a base do Governo conseguiu aprovar foi a CPI das Lojas Americanas. E hoje pela manhã nós tínhamos duas CPIs. Tínhamos essa CPI, que é das Lojas Americanas agora às 14 horas. E nós tivemos pela manhã, às 10 horas, uma CPI para fazer uma investigação em relação às empresas de telefonia, tanto fixa como móvel, da qual eu também faço parte. E essa CPI foi instalada.

Então ali hoje nós escolhemos a presidenta, escolhemos o relator, escolhemos o vice-presidente, os sub-relatores. Então transcorreu normalmente. O estranho é que, na segunda CPI, a qual tanto eu como Donato nós somos membros, em relação à investigação das Lojas Americanas, que tem um impacto de fato, nos tributos do Estado, nos tributos municipais... Então, a crise que deu nas Americanas tem um impacto direto também no nosso Orçamento estadual.

Então é plausível que os deputados estaduais que hoje fazem parte dessa CPI das Americanas pudessem pelo menos instalar essa CPI, que é uma CPI que é o Governo que propôs. O Governo propôs CPIs aqui para dificultar a investigação, por parte da oposição.

Estranho que hoje só quem estava para a instalação da CPI eram dois deputados da oposição. Tanto o deputado Donato, até por idade, que estaria presidindo essa CPI no dia de hoje para fazer a instalação. E eu que estava acompanhando junto o deputado Donato. Nenhum outro deputado da base do Governo esteve na CPI para poder fazer a instalação.

Então no mínimo é muito estranho. Primeiro, o governo obstrui, para garantir que a oposição não possa indicar CPI. Depois a CPI, que deveria ser instalada no dia de hoje, que agora segue uma linha, segue uma ordem, para que as CPIs possam ser instaladas aqui na Assembleia Legislativa, nobre deputado Carlos Giannazi, e o próprio Governo obstrui.

Então, tem algo muito estranho em você não ter nenhum membro do Governo para a instalação de uma CPI importante, que é fazer justamente a investigação em relação às Lojas Americanas, e tem impacto. Nós temos aí uma CPI que teve notícias não só aqui no País, mas internacionalmente. Nós temos inclusive ainda dirigentes da Americanas foragidos do Brasil, ou alguns outros que já foram presos - inclusive, estão presos hoje no Brasil - em virtude da fraude que fizeram em relação às Lojas Americanas, e hoje simplesmente a base do Governo... nenhum deputado da base governista hoje compareceu pra instalar essa CPI.

É uma CPI, de novo, proposta pela base do Governo, que tentou obstruir que a oposição pudesse fazer CPIs de interesse do estado de São Paulo, e a CPI, quando você faz o processo da instalação, não tem ninguém da base do Governo. Como disse o nobre deputado Donato, hoje, presidindo a instalação dessa CPI, daqui a pouco vamos ter que fazer uma CPI da CPI, para entender por que que a base do Governo não compareceu para instalar a CPI das Lojas Americana, no dia de hoje, na Assembleia.

Então, a outra CPI nós instalamos, que é para investigar a questão das teles no estado de São Paulo. Também reafirmando, do mesmo jeito que a Enel foi uma empresa que foi privatizada e tem muitos problemas no estado de São Paulo, as telecomunicações também não são diferentes.

Então, essa foi instalada. Vamos trabalhar para que a gente possa ajudar a diminuir esse apagão tecnológico que tem hoje das teles no estado de São Paulo e tentar diminuir também o problema, porque hoje nós temos ainda muitos golpes que acontecem com a população do estado de São Paulo vinculado às empresas de telefonia.

Então, essa foi instalada. Vamos trabalhar muito para que a gente possa ter uma boa solução, mas estamos indignados aqui de a base do Governo não indicar ou não colocar nenhum deputado para comparecer em uma CPI importante também, que é para entender o porquê desse golpe das Lojas Americanas, o impacto que esse golpe também causa para o estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Luiz Cláudio Marcolino. Convido o deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo remanescente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e telespectador da TV Assembleia, nós temos duas informações importantes na nossa luta contra a implantação autoritária da farsa da escola cívico-militar de São Paulo. Primeiro, que ontem nós denunciamos ao Ministério Público a farsa dentro da farsa, porque uma farsa já é a implantação do projeto. Agora, a outra farsa é a consulta pública que está sendo realizada, que não tem consulta alguma, que não respeita o conselho de escola, que não respeita a decisão, de fato, da comunidade escolar.

Tem várias denúncias; escolas dizendo que os professores não podem participar, não podem se manifestar contra o projeto; documento da Secretaria da Educação encaminhado às escolas, dando só o lado do que o Governo defende, que é a implantação da escola, utilizando inclusive o exemplo do Paraná. Um absurdo, um documento totalmente parcial.

Eu fui ao Ministério Público ontem com uma representação contra essa farsa do da consulta pública, pedindo a impugnação dessa consulta. E hoje saiu também uma decisão importante do Tribunal de Justiça, uma liminar suspendendo a implantação do projeto da escola cívico-militar no estado de São Paulo, por conta de uma ação civil pública da Apeoesp, que é o sindicato aqui do dos professores do Magistério estadual.

Então, a Apeoesp tinha entrado com uma ação; ela tinha sido rejeitada. A Apeoesp entrou com recurso e ganhou, agora através de uma liminar a suspensão. E o juiz, na sua ação, diz o seguinte, que enquanto estiver a justificativa dele, enquanto estiver tramitando em julgamento a Adin nº 7.662, que foi exatamente a Adin que nós protocolamos no Supremo Tribunal Federal... Através do PSOL, nós protocolamos uma Adin - deputado Suplicy -, 7.662, que foi formulada por nós aqui, pelo meu mandato; pelo mandato da deputada federal Luciene Cavalcante, professora, e pelo mandato do vereador Celso Giannazi.

Então, essa nossa Adin é o motivo da suspensão. É o que o juiz diz: “Olha, enquanto estiver sendo julgada a Adin n.º 7.662, está na ação agora do TJ, respondendo o pedido da Apeoesp”. Então a nossa Adin está com o Gilmar Mendes, inclusive é citado o ministro Gilmar Mendes aqui. E só falta - me parece -, a decisão, o parecer, da Procuradoria-Geral da República, para que ele tome uma decisão.

Então enquanto a decisão não for tomada pelo ministro ou pelo Supremo, por conta da nossa Adin, Ação Direta de Inconstitucionalidade, que nós protocolamos. Logo que a lei foi aprovada aqui, nós fomos ao Supremo, por meio do nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar. Então é isso, por enquanto o programa está suspenso no estado de São Paulo, por conta da ação da Apeoesp e por conta da nossa Adin, que está sustentando a decisão do juiz aqui do Tribunal de Justiça, Sr. Presidente.

Então, eu queria aqui dar essa notícia e também a nossa representação no MP, suspendendo essa farsa da consulta às escolas, que não respeita a gestão democrática da escola pública, Sr. Presidente. Então, eu queria dar esse informe importante para as pessoas que estão acompanhando esse debate.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Vossa Excelência poderia fazer por comunicação; pelo Art. 82, não, porque há oradores aguardando, deputado Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu acabei de sair agora de uma reunião com a comunidade escolar, Sr. Presidente, da Escola Estadual Luiza Marcelina Branca Chaib, que é uma escola que fica na região, no bairro de Sete Praias, na região de Eldorado, ali, quase na divisa com diadema. Essa escola pertence, Sr. Presidente, à Diretoria Sul 1.

O governo estadual, numa negociata com o prefeito Ricardo Nunes - uma negociata, um negócio eleitoral extremamente partidário, sem levar em conta os interesses educacionais, de aprendizagem, os interesses pedagógicos -, está colocando em curso uma municipalização obrigatória compulsória ilegal, envergonhado, que não tem amparo na legislação, ele faz a toque de caixa. Ele já tinha feito isso no final do ano passado com 25 escolas e agora está municipalizando mais 25 escolas. Ou seja, o Estado, o governador Tarcísio, está se livrando de escolas estaduais, empurrando para a Prefeitura de São Paulo, cinquenta escolas.

Uma delas é essa escola, que eu conversei agora com os pais dos alunos, que estão horrorizados, que a escola vai ser praticamente desmontada, ela será entregue à Prefeitura. Os professores, todos, serão afastados da escola da rede estadual, e até a diretora, que tem um trabalho lá - a diretora está há 20 anos -, essa escola é bem avaliada. Essa escola tem uma equipe pedagógica de gestão e de professoras, que foi uma das pouquíssimas escolas que conseguiu ter uma ótima avaliação e atingir as metas agora para ter acesso à bonificação, Sr. Presidente.

No entanto, essa escola vai desaparecer enquanto escola estadual. Todo o quadro de professoras, toda a gestão de servidores também do quadro de apoio escolar, vai desaparecer. A escola vai virar uma escola municipal, então vai chegar uma outra diretora, outras professoras, outros servidores, e é uma escola que existe há muitos anos na região, que tem uma tradição. É um crime pedagógico, educacional, municipalizar essa escola. A comunidade está se movimentando, fazendo abaixo-assinado, fará manifestações, Sr. Presidente.

Nós já acionamos o Ministério Público contra essa farsa da municipalização e vamos acionar, novamente agora, em relação a essa importante escola da rede estadual. Repito, Sr. Presidente, é a escola professora Luiza Marcelina Branca. Essa escola teve uma ótima avaliação, é uma escola do primeiro ao quinto ano, que tem um vínculo profundo com a comunidade escolar. E ela será praticamente destruída, prejudicando os alunos, prejudicando os professores, os funcionários e toda a comunidade escolar.

Então quero fazer essa denúncia pública e dizer que nós iremos novamente ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público contra essa destruição da escola estadual.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Giannazi. Agora com o final dos oradores do Pequeno Expediente, comunico as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que encerramos o Pequeno Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - E imediatamente abrimos o Grande Expediente já convidando o Sr. Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, V. Exa. tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado Sr. Presidente, Campetti, gostaria aqui de registrar algumas boas notícias. Primeiro, cumprimentando as mulheres, que pela primeira vez o Brasil no número de medalhas está tendo as mulheres à frente.

Pela primeira vez as mulheres brasileiras chegaram às Olimpíadas em número superior ao dos homens (153 x 124) e pela primeira vez as mulheres brasileiras fazem nas Olimpíadas uma campanha quantitativa superior a dos homens.

A cinco dias do encerramento, com dois terços dos jogos completados, das 13 medalhas conquistadas pelo Brasil, nove vieram com elas e somente três com eles. Os resultados do dia de hoje também estão fazendo com que haja mais mulheres ganhando medalha.

Os dois ouros conquistados até aqui pela equipe brasileira saíram também com a performance feminina: a judoca Beatriz Souza triunfou na categoria acima de 78 quilos e Rebeca Andrade, na prova do solo da ginástica. E é tão interessante o estímulo que estão tendo os jovens para se inscreverem em projetos de ginástica. As famílias têm feito filas para inscrever crianças em oficina de ginástica, em Guarulhos, por exemplo.

Uma multidão se formou na frente do Ginásio Bonifácio Cardoso, em Guarulhos, na Grande São Paulo, desde o dia 1º, e a "culpa" é da maior atleta olímpica do Brasil, Rebeca Andrade. As 425 vagas para a oficina de ginástica oferecidas pela Prefeitura no local em que Rebeca treinava foram preenchidas em 48 horas, mas, até esta terça-feira, ainda havia pais e filhos tentando uma oportunidade.

Além da oficina, a Prefeitura conta também com a equipe de treinamento ou iniciação em ginástica artística, e as crianças que se destacam nas oficinas são inseridas nessas turmas, além de atletas que procuram o projeto e passam por avaliação.

Mas hoje, Sr. Presidente, uma notícia importante também, que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sancionou nesta terça-feira o projeto de lei que proíbe trotes violentos em instituições de educação técnica e superior, projeto da deputada Thainara Faria, nossa companheira, a quem cumprimento por sua iniciativa.

E gostaria, Sr. Presidente, de aqui assinalar o artigo tão bem elaborado pela querida deputada federal Luiza Erundina, ex-prefeita de São Paulo, sobre o skate. Ela conta da proibição autoritária às medalhas olímpicas, pois no final dos anos 1980, os skatistas da cidade de São Paulo enfrentavam perseguição da autoridade municipal, que proibia a prática dos esportes e o reprimia com violência.

Os agentes da Guarda Civil Metropolitana recebiam ordens expressas do então prefeito Jânio Quadros para retirar à força os skates das mãos dos jovens e destruí-los na presença deles, o que, quase sempre, provocava crises de choro.

Naquele tempo, os skatistas de rua costumavam usar as marquises do Parque Ibirapuera, que ofereciam um piso adequado para treinar suas manobras, além de ser um espaço aberto, protegido da chuva. Havia o inconveniente, contudo, de ficarem próximos ao gabinete do prefeito.

Era de conhecimento público o autoritarismo e o mau humor de Sua Excelência. Jânio passou a não tolerar a presença dos jovens skatistas nas imediações de onde despachava e imediatamente baixou um ato proibindo a prática do esporte nas instalações do parque. Não satisfeito, resolveu estender sua medida de força para toda a capital, igualmente proibindo-os de adotar o skate como modalidade esportiva.

Inconformados com o abuso de poder, os skatistas decidiram se mobilizar e promover um protesto no portão principal do Ibirapuera. Havia cerca de 200 manifestantes, número suficiente para fazer um barulho que incomodasse o prefeito. Na ocasião, os skatistas fizeram a entrega de um abaixo-assinado com seis mil assinaturas. Pedia-se a revogação da canetada de Jânio, que se manteve insensível ao clamor dos munícipes. Os jovens, no entanto, continuaram aguardando a mudança de rumos.

Foi aí que entrei em cena. Como candidata a prefeita da cidade, naquele ano de 1988,” - diz Luiza Erundina - “tive um encontro com os skatistas paulistanos, oportunidade em que me comprometi, se eleita, a revogar o ato do prefeito Jânio. E foi assim que fiz quando assumi a Prefeitura, em 1° de janeiro de 1989. Não só revoguei a proibição do skate, como também ampliei espaços públicos destinados à modalidade, prática em que jovens atletas brasileiros têm se destacado, inclusive nas duas últimas Olimpíadas, o que é motivo de orgulho para todos nós.

Trinta e cinco anos depois, em Paris, Rayssa Leal, aos 16 anos, conquistou a medalha de bronze, tornando-se a brasileira mais jovem a subir ao pódio em edições diferentes dos Jogos Olímpicos.

Reconheço que a decisão de acabar com a proibição do skate foi um marco importante para São Paulo e para o Brasil. Não significou apenas uma vitória dos skatistas, que finalmente puderam praticar a atividade livremente, mas também simbolizou uma mudança de atitude da administração em relação à participação popular nas ações de governo e, principalmente, dos mais jovens, desencantados, em parte, com a política. O skate é e sempre foi uma expressão legítima de lazer, esporte e inclusão social.

Com o passar dos anos, o skate, proibido no passado, hoje é certeza de medalha olímpica. Evoluiu de uma prática marginalizada para uma modalidade respeitada e institucionalizada. Quando fez a sua estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio, há três anos, trouxe medalhas para o Brasil e mostrou ao mundo o talento dos skatistas brasileiros. Essas conquistas provam o potencial do esporte na transformação de vidas, algo que começou a ser reconhecido lá atrás, com a decisão da nossa gestão em acolhê-lo e apoiá-lo.

Hoje, vejo aquela decisão como mais do que uma simples mudança de política pública: o reconhecimento de que a cidade pertence a todas e todos, e que o esporte tem um lugar legítimo no espaço urbano. A inclusão do skate nas Olimpíadas foi sem dúvida algo extraordinário, mas, para os skatistas, a verdadeira vitória foi conquistada anos antes, quando puderam, finalmente, andar livremente pelas ruas da nossa cidade.”

Assim conclui o seu artigo tão significativo a querida deputada Luiza Erundina, que, hoje no PSOL, merece os nossos cumprimentos mais entusiastas.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Seguindo a lista de oradores, eu convido o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur, por cessão de tempo. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR -Cumprimentar o presidente e agradecê-lo, deputado Campetti, que cedeu o seu tempo aqui para a gente poder falar um pouco a todos vocês. Obrigado, deputado; cumprimentar o deputado Suplicy também aqui presente, deputada Fabiana Bolsonaro.

Falar a todos vocês que hoje é um dia muito importante para mim, que hoje a gente deu abertura na CPI da Pedofilia, acabou não tendo quórum. Liguei para todos os deputados, protocolei a CPI da Pedofilia logo quando comecei o meu mandato. Uma assessora parlamentar minha acabou perdendo a vida, a Carol Heller, que foi abusada pelo seu pai, na infância. Ela deu vários relatos em cima disso desde quando a gente tinha se conhecido e, desde quando acabei ganhando a eleição junto com ela, a gente acabou avançando em leis dentro do Parlamento para combater a pedofilia e também combater o estupro dentro do estado de São Paulo.

Dentre as ações que eu fiz, foi protocolar um projeto de lei que visa a tornozeleira eletrônica para estupradores e pessoas que cometem crimes sexuais com crianças, que eles usem a tornozeleira eletrônica até o final da sua pena. A gente tem hoje 3.145 estupradores no estado de São Paulo que estão no semiaberto, e eles não estão usando tornozeleira eletrônica.

Ontem, eu relatei dentro do meu programa, que está em 502 cidades no estado de São Paulo, no SBT, que é transmitido na hora do almoço, eu relatei e mostrei um vídeo de uma mulher grávida de sete meses. Um rapaz a pegou no meio da rua, jogou-a para dentro do carro e estuprou a mulher. A gente tem todo dia, eu noticio dentro do programa um caso de abuso sexual, um caso de estupro dentro do Estado.

Então, é lamentável que a gente não possa ter uma lei mais rígida dentro do Brasil. E eu tenho esperança de que o governador sancione minha lei. Eu já levantei os custos, são cerca de 5 milhões de reais por ano de investimento dentro do estado de São Paulo, para deixar as mulheres que foram abusadas com uma luz no fim do túnel.

O secretário Derrite é a favor do meu projeto de lei, já conversei com ele. Hoje vou conversar com o Arthur Lima, que é o secretário do governador, chefe de gabinete do governador, para a gente tentar achar uma solução para o governador sancionar minha lei, para o governo ter essa obrigatoriedade de, sim, a pessoa foi abusada, ela saiu no semiaberto, ela saiu na saidinha, que ela use a tornozeleira eletrônica e a gente acompanhe esse pedófilo aonde ele está indo.

A CPI da Pedofilia foi uma outra ação que a gente tomou dentro do nosso gabinete. A gente sabe que a exploração sexual infantil é algo que existe no Brasil há muitos e muitos anos. A gente precisa realmente ter uma linha forte dentro do Parlamento para combater isso, trazer esse tema a público da população paulista, para que esse assunto não seja colocado numa gaveta e esquecido. Nós precisamos colocar dentro do Parlamento. É importante os deputados que foram convocados dentro dessa CPI comparecerem à CPI, ajudarem para a gente tornar isso realidade.

Em 2023, tem uns dados que são impressionantes, houve 71.867 novas denúncias de investigações de abuso sexual infantil, e é um aumento de 77% em relação ao ano anterior, maior aumento da série histórica, ou seja, isso existe dentro do estado de São Paulo. Começou esse estudo em 2005. No Brasil, os dados mostram que a cada 24 horas, 320 crianças e adolescentes são explorados sexualmente no nosso País. É um número assustador e que faz realmente a gente ver a importância da CPI da Pedofilia dentro da Assembleia Legislativa.

Nós precisamos realmente é dentro deste Parlamento nos unirmos e levar esse tema para o nosso governador para ele pensar e repensar na atitude que vai tomar em relação a sancionar essa lei ou não. É claro que se ele não sancionar a lei, não vou romper a minha relação com ele, apesar de ser um tema extremamente do meu mandato que é o combate ao estupro, o combate e a ajuda para as crianças do nosso País.

Mas sim, vou ficar muito feliz se ele tiver essa sensibilidade e sancionar esse projeto. A gente já teve um trabalho enorme de passar dentro do parlamento e a gente sabe que para diversos deputados votarem a favor de um projeto desse é porque a Assembleia Legislativa realmente quer que tenha punição para o estuprador.

Então, vamos à luta hoje, se Deus quiser, a gente vem com notícias boas. Vou conversar com Arthur Lima e, se Deus quiser, a gente vai ter a sanção do nosso governador nesse projeto de lei. A gente vai ter uma luz no fim do túnel para as mulheres dentro do nosso estado de São Paulo.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Paulo Mansur. Seguindo a lista, convido o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.)

Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)

Deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Deputada Monica Seixas do Movimento Pretas. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado André Bueno. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro, S. Exa. tem a palavra pelo tempo regulamentar.

 

A SRA. FABIANA BOLSONARO - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Vim aqui falar de um tema que não poderia deixar de citar no dia de hoje, a gente está acompanhando as eleições da Venezuela, está vendo que está ocorrendo algo totalmente antidemocrático.

A questão do Maduro ser um falso democrata, ser um ditador, talvez achando que ninguém esteja vendo essa ditadura velada que ele faz, que ele acaba fazendo com a população. A população no estágio de extrema pobreza. A gente está vendo que as pessoas não têm mais acesso às informações; estão proibidas de muita coisa, sem nem mesmo ter oportunidade de ver o outro lado da situação.

Então eu vim aqui dizer, como parlamentar do maior parlamento da América Latina, que eu, como deputada estadual, também não reconheço essa... Como que eu posso dizer? Essa eleição, a gente não reconhece, as pessoas de direita aqui do Brasil, não reconhecemos Maduro como presidente eleito. Porque ele não foi eleito. É nítido que teve problema na votação. Se ele fosse alguém eleito, ele realmente mostraria todas as provas. E não mostrou.

E também mandar um grande abraço à Maria Corina, que está aí levantando a nação para poder lutar contra tudo isso, essa ditadura velada que está sendo esse caso da Venezuela. Que Deus a ajude, que Deus a proteja, que nada de ruim aconteça. E o que a gente puder, a gente vai fazer para ajudar. Porque isso é um grande absurdo. Não podemos deixar isso acontecer.

Fico muito triste por ver a posição do PT, por ver a posição do Lula, de simplesmente aceitar. No início, inclusive, o Lula não estava aceitando. Mas o PT foi firme e o fez aceitar a situação. A gente vê um conflito no governo federal, vê a Marina Silva dizendo que ela também não reconhece essa eleição. Ela sabe que ele é um ditador, o Maduro.

Então a gente sabe que também o governo federal do Brasil está em um caos, em um colapso, por conta dessa eleição venezuelana. Então essa é uma eleição que não reconhecemos. Torço muito para que o outro candidato, realmente o que venceu - o vencedor, o grande vencedor -, seja colocado como vencedor. Que tenha a oportunidade de governar e direcionar esse povo para o melhor.

Porque a gente sabe que quem realmente ganhou a eleição não foi o Maduro. Pode muito bem conduzir essa Venezuela para o melhor. Hoje os venezuelanos vivem uma situação de dificuldade extrema. E não desejamos isso para ninguém. Infelizmente isso aconteceu, a esquerda não venceu lá, mas forçaram algo que não existe. E é isso.

E também gostaria de passar algumas situações em relação ao meu recesso parlamentar, dar satisfação do meu mandato. Estamos aí, mesmo grávida de 33 semanas, aqui e agora. Estamos andando todo o Estado, estamos vendo de perto as prefeituras, as demandas municipais necessárias para a gente poder fazer uma gestão competente, como sempre fazemos, com muita honestidade.

É uma gestão de valores e princípios em primeiro lugar. É uma gestão que eu prezo em olhar até a ponta final. Como fui secretária de Desenvolvimento Social, no município de Barrinha, eu entendo como fazer chegar na ponta final. É essa a função do nosso trabalho: fazer o nosso gabinete chegar até a ponta final.

Não é nada fácil. O estado de São Paulo é um estado com 645 municípios. A gente sabe que não é nada fácil fazer chegar a todos os municípios. Mas a gente consegue. Também meu pai é deputado federal hoje. Junto com ele a gente está conseguindo fazer chegar ao máximo possível, e ampliando cada vez mais esse nosso trabalho. Estou muito feliz por isso, e estou muito feliz por ter as minhas convicções: ser contra o aborto, ser contra qualquer tipo de drogas.

Porque, como eu já disse aqui, mãe de família nenhuma vai aprovar nenhum tipo de drogas. É fácil a gente querer aprovar maconha, aprovar todas as outras situações, quando não é dentro de casa que a gente perdeu um alguém para família. Mas só quem perdeu gente para as drogas, para a Cracolândia, vai saber nos dizer o valor realmente que é liberar todas essas porcarias. E por isso a gente não permite que isso aconteça. 

Então, viva a vida. Viva a vida íntegra e justa. E vamos aí trabalhar para as pessoas conseguirem empregos, conseguir uma vida decente. Essa é a nossa meta e tem que ser o nosso foco. E não apenas focar em drogas, focar em aborto, coisas terríveis, que não acrescentam em nada para nossa população. Muito pelo contrário, só tiram.

Muito obrigada a todos. Tenham um excelente dia e contem com nosso gabinete. Estamos à disposição para trabalhar para a população.

 

A SRA. FABIANA BOLSONARO - PL - Presidente, eu gostaria de pedir aqui o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputada Fabiana Bolsonaro. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Eu gostaria de agradecer a presença de todos, agradecer as assessorias, policiais civis, militares, servidores da Casa, os que nos acompanham na TV Alesp e aqueles que nos brindam, nos honram com a presença nas galerias.

Muito obrigado. Uma boa tarde a todos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 30 minutos.

 

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