22 DE MAIO DE 2025
69ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: SOLANGE FREITAS, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, DR. JORGE DO CARMO, EDUARDO SUPLICY e DANILO CAMPETTI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - SOLANGE FREITAS
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h05min.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE SOLANGE FREITAS
Anuncia a visita de alunos e de professores da Escola Municipal Ana de Barros Sernigoi, de Roseira.
4 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
5 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - DANILO CAMPETTI
Para comunicação, faz pronunciamento.
8 - DR. JORGE DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - DANILO CAMPETTI
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - DR. JORGE DO CARMO
Assume a Presidência.
11 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - DANILO CAMPETTI
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência.
15 - DANILO CAMPETTI
Assume a Presidência.
16 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - EDUARDO SUPLICY
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
18 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 23/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h22min.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Solange Freitas.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
A
SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Boa tarde a
todos.
Presente o número regimental de
Srs. Deputados e Sras. Deputadas, sob a proteção de Deus iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e
recebe o Expediente.
Vamos agora à lista de oradores
dos deputados presentes: deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Márcia Lia. (Pausa.)
Delegado Olim. (Pausa.) Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Agente Federal Danilo
Balas. (Pausa.) Edson Giriboni. (Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Alex
Madureira. (Pausa.) Rafael Saraiva. (Pausa.) Thainara Faria. (Pausa.)
Marcelo Aguiar. (Pausa.) Dr.
Elton. (Pausa.) Valdomiro Lopes. (Pausa.) Dani Alonso. (Pausa.) Jorge Wilson.
(Pausa.) Donato. (Pausa.) Atila Jacomussi. (Pausa.) Rafael Silva. (Pausa.)
Major Mecca. (Pausa.) Rodrigo Moraes. (Pausa.) Altair Moraes. (Pausa.)
Professora Bebel. (Pausa.) Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Leci Brandão. (Pausa.)
Deputado Luiz Claudio Marcolino.
Vossa Excelência tem o tempo
regimental de cinco minutos.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra.
Presidente, deputada Solange Freitas, deputado Suplicy, deputados e deputadas,
funcionários da Assembleia Legislativa, alunos que nos acompanham aqui pelas
galerias da Assembleia, Sra. Presidente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
anunciou neste ano a construção de 100 institutos federais no estado de São
Paulo e nas demais federações do Brasil.
Então
são 100 institutos federais em todo o país. E nós tivemos, nessa semana, uma
reunião com o Ministério da Educação aqui do nosso país, levando duas demandas:
uma demanda na região norte da cidade de São Paulo e uma outra demanda na
região de Ferraz de Vasconcelos.
Inclusive,
em um dos pedidos que foi feito - pode passar a outra, Machado, primeiro - na
reunião que nós fizemos lá no Ministério, nós trouxemos essas duas demandas. E
o governo tem indicado que seria importante que essas construções ou indicações
do Ministério Federal, para ajudar na formação e na qualificação dos jovens no
nosso Estado, dessem como preferência terrenos ou áreas que você já tivesse,
inclusive, edificações.
Então,
nós estivemos - pode passar aqui as fotos - junto com o deputado Alencar
Santana, no Ministério da Educação. Um dos terrenos indicados - pode seguir, aí
é o deputado Alencar Santana, que é a reunião que nós tivemos lá no Ministério
- é a área de Furnas, que é ali na zona norte de São Paulo; um terreno que hoje
está na estrutura da Eletrobras. E se tiver a cessão dessa área ou mesmo uma
desapropriação, a zona norte de São Paulo poderá ter um Instituto Federal.
E
é uma região com milhares de pessoas atendidas de forma qualificada por
transporte público. Então a zona norte pode vir a ter um Instituto Federal que
foi encaminhado tanto pelo nosso mandato, como do deputado federal Alencar
Santana. Tem mais uma, Machado?
Aqui
é a área que nós estamos falando, fica na área de Furnas. Tem lá as lideranças,
Mauro, Cleber e o Milton, que têm estruturado e desenvolvido um trabalho,
conversado com a população, foi feito um abaixo-assinado, foi feita uma
mobilização para que a zona norte possa ter este Instituto Federal.
E uma outra
área também que nós encaminhamos e trouxemos como demanda para o Ministério da
Educação, na área de Ferraz de Vasconcelos, tem uma escola estadual que foi
construída, mas, até hoje, deputado Eduardo Suplicy, uma escola pronta,
construída, montada, mas o Governo do Estado de São Paulo alegou falta de
alunos, então essa escola já está há alguns anos, inclusive, paralisada. Não
tem funcionamento, não tem alunos nessa escola.
Então foi uma
outra área que também nós encaminhamos para o Ministério da Educação. Então,
podemos aí ter novidades nos próximos dias, tanto na zona norte de São Paulo,
na região ali do Tucuruvi; pegando ali próximo do Fontalis, tem a instalação do
Instituto Federal, justamente em um terreno que é um terreno da Furnas.
Então, quem é
da região da zona norte sabe que ali é um terreno bem estruturado, já tem uma
edificação. Isso facilita, inclusive, ter até o começo do ano que vem, final
deste ano, um Instituto Federal funcionando na zona norte de São Paulo.
E outra na
cidade de Ferraz de Vasconcelos, também em uma escola estadual que estava
praticamente construída e parada. Então, são dois institutos importantes, dois
institutos importantes para o estado de São Paulo. Um em Ferraz de Vasconcelos
e o outro na zona norte de São Paulo. Então, é uma luta antiga dos alunos nessa
região.
Inclusive, uma
das demandas que nós colocamos, é que esses institutos, tanto um quanto o
outro, possam ser institutos qualificados e estruturados para a área de
inovação, de tecnologia, porque nós sabemos que para o futuro a tecnologia e a
inovação são áreas importantes. Está sendo discutido que esses cursos nas áreas
de inovação e tecnologia possam ser aplicados nessas duas unidades.
Então uma
demanda nossa, presidenta Solange Freitas, que nós levamos até o Ministério da
Educação e, com certeza, tanto a zona norte como Ferraz de Vasconcelos, poderão
ter em breve duas unidades do Instituto Federal, que vai muito agraciar e
garantir que os jovens dessas regiões possam ter uma qualidade, uma educação
melhor.
Nós defendemos
muito a questão da educação como uma prioridade de inclusão, não só para o
mercado de trabalho, mas para a vida. E os dois institutos federais somarão aos
outros 98 institutos federais que são feitos em todo o Brasil, mas tem mais
dois que serão feitos na cidade de São Paulo.
Muito obrigado,
Sra. Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Muito
obrigada, deputado Marcolino. E agora eu quero anunciar a visita de alunos e
professores da Escola Municipal Ana de Barros Sernigoi, da cidade de Roseira,
que estão presentes aqui na Alesp, estão presentes na sessão.
Muito obrigada pela visita e espero que
vocês gostem de conhecer o local do nosso trabalho. (Palmas.)
Muito obrigada.
Peço para o deputado Marcolino assumir
aqui a Presidência.
Obrigada, deputado.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Luiz
Claudio Marcolino.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Dando sequência aos oradores do Pequeno Expediente, com a palavra o nobre
deputado Felipe Franco. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Itamar Borges.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Reis. (Pausa.)
Com a palavra o
deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Rômulo Fernandes.
(Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra o
nobre deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Andréa
Werner. (Pausa.)
Com a palavra a nobre deputada Solange
Freitas.
Tem, V. Exa., o tempo regimental de
cinco minutos no Pequeno Expediente.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Mais uma vez, boa tarde a todos. Muito obrigada,
deputado Marcolino, presidente da sessão.
Hoje está
acontecendo a reconstituição do feminicídio que aconteceu no dia 7 de maio, em
Santos, dentro de uma clínica médica. Amanda Fernandes de Carvalho, de 42 anos,
foi morta pelo marido com três tiros e 51 facadas em uma clínica médica junto
com a filha. A filha do casal tentou defender a mãe e levou três tiros também.
Ficou internada e hoje ela está em casa.
Eu fui até o
local da reconstituição agora de manhã, antes de vir aqui para a Alesp.
Estou
acompanhando esse caso e nós vamos dar uma olhadinha aqui nas imagens. Nós
temos as imagens aqui do caso da reconstituição.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
O assassino
está dentro do carro da polícia. O assassino é o policial militar Samir
Carvalho, que está preso. Ele foi até o local, foi levado até a reconstituição,
como vocês estão vendo aí nas imagens, mas ele não participa da reconstituição
porque, infelizmente, a lei não obriga a pessoa que cometeu algum crime
participar da reconstituição, de provocar provas contra ele mesmo.
Então ele foi
levado até o local da reconstituição, mas não está participando. Naquele
momento, ele saiu do carro, foi chamado lá dentro, mas logo voltou. No Brasil,
dez mulheres são assassinadas por dia.
Em quase 70%
dos casos, as vítimas já tinham sofrido violência doméstica. A Amanda também
reclamava do marido. Um dia antes do assassinato, relatou para a amiga que ela
queria denunciar o companheiro, porque não aguentava mais o marido.
E o que nós
temos feito? E eu falo nós, todos nós, inclusive o poder público. E eu me
coloco nisso também, como mulher, como pessoa, como deputada. O que nós temos
feito para que essa estatística tão horrorosa, de assassinatos de mulheres
pelos companheiros ou parentes próximos, diminua? O que é que nós temos feito
para dar toda a assistência necessária para essas mulheres vítimas de violência
doméstica?
Nós temos, sim,
alguns programas - em algumas cidades mais, em outras menos -, mas o que nós
não conseguimos ainda é efetivamente fazer algo, que primeiramente faça que um
homem pense muito bem antes de cometer crimes como esse. E depois, que ajude as
mulheres a saírem desse círculo de violência. Temos que unir forças. Eu peço
ajuda de todos, do poder público, da população, unir forças e buscar ajuda para
resolver tudo isso, porque nós não conseguimos diminuir essas estatísticas.
Para terminar,
quando o sargento atacou a Amanda na clínica, o marido dela atacou a Amanda na
clínica, a polícia tinha sido chamada. Como está sendo questionada a ação dos
policiais militares que estavam no local no momento do crime, eu peço ao
secretário de Segurança, Guilherme Derrite, que apure todas as circunstâncias
desse caso.
E que, se os
policiais militares que estavam lá não fizeram efetivamente a ação deles, que
deveria ser feita - e isso está sendo questionado e está sendo apurado -, que
eles sejam punidos exemplarmente.
Então é um
crime muito triste, um feminicídio. A gente está falando desse caso que
aconteceu no dia 7 de maio, em Santos, mas existem muitos outros casos
acontecendo no estado todo. O que efetivamente nós temos feito para que isso
diminua? Eu acho que o que a gente tem feito, têm sido feitas ações, mas elas
não estão sendo eficientes.
Então a gente
tem que mudar essa realidade.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
deputada Solange Freitas. Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério
Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Carlos Cezar.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa., no Pequeno
Expediente, o tempo regimental de cinco minutos, deputado Eduardo Suplicy.
Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Marcolino, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, eu quero cumprimentar a deputada Solange Freitas por sua
combatividade e atenção, para que não tenhamos tanta violência contra as
mulheres no Brasil inteiro.
Mas eu gostaria
hoje de comentar sobre o programa estadual “SuperAção SP”. O governador
Tarcísio de Freitas anunciou, no início dessa semana, o programa de superação
da pobreza no Estado de São Paulo, chamado programa “SuperAção SP”. Foi
recebido nesta Casa, ontem, com solicitação de ser tramitado em regime de
urgência.
É louvável e
devem ser destacadas como positivas quaisquer iniciativas que propõem o combate
à desigualdade, a partir de programas de transferência de renda, benefícios
sociais ou moedas sociais, que sigam princípios como o cooperativismo e a
fraternidade, para elevar o grau de liberdade e dignidade das pessoas. Como é a
renda básica de cidadania, que luto para que seja implementada de forma
universal e incondicional.
No entanto, é
importante ponderar que medidas de maior importância, como o novo programa
social de combate à pobreza, à extrema pobreza e à miséria, devem ser debatidas
com a sociedade, com a participação popular, de especialistas, movimentos
sociais, entidades de terceiro setor e instituições públicas que trabalhem com
o tema.
É por essa
razão que faço algumas ressalvas. O caráter de urgência da tramitação do
projeto é um aspecto não positivo para Alesp em razão do prazo exíguo que nós,
deputados estaduais, teremos para apreciar a proposta. Seria importante termos
tempo razoável para realizar estudos complementares, destacando nossas
assessorias técnicas, dialogando com o povo.
O projeto é
genérico, não detalha o programa e temos mais informações de como ele
funcionará através de notícias e jornais do que pela própria proposta
legislativa. A boa intenção da gestão em romper com o ciclo de pobreza não pode
servir de justificativa para tomar decisões apressadas e de modo unilateral.
Outro aspecto
chama atenção: já existem vários programas estaduais de transferência de renda
vinculados à inclusão produtiva. É o caso do “Ação Jovem”, do “Via Rápida”, do
“Prospera Família”, do “Bolsa Empreendedor” e do “Novotec Expresso”, sobre o
qual pouco sabemos e cujos impactos pouco vemos, o que demonstra a timidez na
implementação do Governo para alcançar os objetivos propostos.
Por outro lado,
é interessante perceber o foco do programa em dois eixos: a proteção social e a
inclusão produtiva. A ciência nos ensina que a superação das desigualdades só é
efetivamente combatida a partir de soluções integradas, multidisciplinares, intersetoriais,
justamente pela complexidade da realidade brasileira.
Logo, é
positivo que o programa traga as políticas sociais para perto daquelas pessoas
que possuem dificuldades para acessar os serviços públicos na mesma medida em
que propõe alternativas para ganhos de renda.
Em termos
técnicos, outros elementos seguem ausentes no PL. Como será a adesão dos
municípios ao programa? De que maneira a busca ativa e o trabalho de
profissionais específicos serão feitos para o acompanhamento das famílias
beneficiadas? Qual será a composição do comitê gestor intersetorial previsto na
exposição de motivos?
O estudo de
impacto do programa se refere à distribuição de benefícios e auxílios ou
operacionalização por organizações da sociedade civil e do poder público, cofinanciamento
aos municípios e limites para concessão às famílias?
Todos esses
valores são gerais, alocados por crédito suplementar, sem detalhamento, com
plano de aplicação para melhor compreensão do desenho da política. Os dados
federais do Cadastro Único, atualizados até março de 2025, demonstram que há
3,2 milhões de famílias que vivem com até meio salário mínimo no estado de São
Paulo.
Entretanto,
neste momento, o programa prevê contemplar apenas 105.000 famílias, conforme
noticia a “Folha”. Essa é uma parcela extremamente pequena frente aos desafios
paulistas, representando tímidos 3% da população que poderia ser beneficiada.
Quais serão os
critérios para a seleção desse público para as famílias com renda per capita de
até R$ 218 por semana? A imprensa antecipa que o programa prevê um valor
adicional de R$ 150 a ser pago como complemento. Compreendo, contudo, que é um
valor aquém do que poderia ser oferecido ante o previsto pelo programa “Bolsa
Família”, por exemplo, que dispõe desse mesmo valor para cada criança da
família.
O programa
também atrai maiores repasses financeiros à permanência em empregos formais
por, no mínimo, três anos, o que indiretamente reforça o estereótipo equivocado
de que quem recebe a transferência de renda não quer trabalhar.
Essa visão
individualiza a responsabilidade pela inserção no mercado, ignorando obstáculos
estruturais como a informalidade, a rotatividade e a escassez de vagas.
Diversos pesquisas e dados acumulados ao longo dos anos sobre o “Bolsa Família”
já derrubaram esse mito, demonstrando que a maioria dos beneficiários busca
ativamente o trabalho e que a transferência de renda, na verdade, contribui
para ampliar as chances de inclusão produtiva.
Outro fator
crítico é que o projeto, que se tornará uma lei e, portanto, perdurará
independentemente dos governos que se seguirão, deve prever um escalonamento
progressivo da quantidade das famílias beneficiadas e de valores a serem pagos
para que, de fato, seja uma política pública que tenha continuidade e alcance a
todos que vivem na pobreza e extrema pobreza.
Por fim, o
programa não detalha o que e como seria tal inclusão produtiva dos
beneficiários. Aproveito, então, para fazer um apelo ao governador, para que
avance com formas de inclusão produtiva que vão para além do mercado de
trabalho formal, como previsto na Lei Estadual nº 14.651, de 2011, do “Programa
Estadual de Fomento à Economia Solidária”, de autoria do deputado Simão Pedro,
que até hoje não foi regulamentada e implementada.
Por todas as
críticas expostas, avaliando a necessidade de maior diálogo e revisão do PL,
proporei uma audiência pública no dia de
junho para debater, de forma ampla, com a sociedade, com o governo, com os
melhores especialistas no combate à pobreza, os melhores caminhos para a
superação da pobreza, a inclusão produtiva e a provisão de benefícios sociais
do Estado.
E eu quero
concluir, Sr. Presidente, com uma carta que há poucos instantes entreguei em
mãos ao querido presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ocasião da sua
presença ali na Faculdade de Medicina do Hospital Sírio-Libanês.
“Querido
presidente Lula, cumprimento V. Exa. por sua presença no lançamento do curso de
graduação de medicina da Faculdade Sírio-Libanês. E aproveito a oportunidade
para lhe dar uma informação sobre o grupo de trabalho que está estudando os
passos de como será a gradual implementação da universalização e
incondicionalidade da renda básica de cidadania.
Hoje, às 16:30
da tarde, através de conversa pelo Google Meet, haverá uma conversa com a Sra.
Liliane Castro, do ‘conselhão’ - ou do Conselho de Desenvolvimento Econômico,
Social e Sustentável da Presidência da República -, a qual substitui o Sr.
Nicolau Beltrão, que estava ajudando neste grupo de trabalho.
A partir das
conclusões do grupo de trabalho, que teve já dez encontros, de março a novembro
de 2024, que estudou possíveis alternativas de financiamento e implementação da
renda básica de cidadania, iremos agora aprofundar os passos que venham a
tornar realidade a renda básica de cidadania universal.
E, de 25 a 29
de agosto próximo, em Niterói, Maricá, será realizado o 24º Congresso
Internacional da Basic Income Earth Network, Rede Internacional da Renda
Básica, com a presença dos principais e melhores estudiosos do tema no planeta
Terra, inclusive de professores como Philippe Van Parijs, Guy Standing e
tantos outros. Será um enorme prazer se o presidente também puder participar de
uma das reuniões da Bien.
Um grande
abraço. Eduardo Matarazzo Suplicy.”
Portanto, eu
enalteço que o governador esteja preocupado com a diminuição da pobreza, mas
acho importante que ele esteja ciente dos passos que estamos dando para a
aplicação do que já é lei, aprovada e sancionada pelo presidente Lula em 8 de
janeiro de 2004. Portanto, faz 21 anos, e eu espero que logo, logo, venhamos a
ter...
E, com respeito
ao que a deputada Solange Freitas estava aqui dizendo, eu gostaria de dizer que
justamente a renda básica de cidadania, por exemplo, a aplicada nas vilas
rurais pobres do Quênia, conseguiu baixar a violência doméstica contra as
mulheres em 51% e a violência sexual contra as mulheres em 66%, de maneira que
eu quero muito saudar a presença dos estudantes e professores da Escola Ana de
Barros Sernigoi, da cidade de Roseira.
E me coloco à
disposição se quiserem que eu fale um dia em Roseira, na escola de vocês, sobre
como elevar o grau de justiça na sociedade e como será a renda básica de
cidadania universal e incondicional. Estou pronto para atender o convite de
vocês. Parabéns, um abraço. Se quiserem passar no meu gabinete para conversar
um pouco, estarei lá, à vontade.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
deputado.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente. Para uma breve comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela
ordem, deputado. Aguarde só eu chamar o orador e passo para Vossa Excelência.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Claro.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Com
a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Com
a palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Com a palavra a deputada Paula da
Bancada Feminista. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Gil Diniz.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Com a palavra o
deputado André Bueno. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ana Perugini. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Monica Seixas. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado
Enio Tatto. (Pausa.)
Pela Lista Suplementar, nobre deputado
Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Com a
palavra o nobre deputado Dr. Jorge do Carmo.
Tem V. Exa. pelo tempo regimental de
cinco minutos, e passo a comunicação para o deputado Danilo Campetti.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Com muita alegria eu gostaria de
fazer um comunicado. O Papa Leão XIV instituiu nessa quarta-feira a província
eclesiástica de São José do Rio Preto, no estado de São Paulo, e nomeou seu
primeiro arcebispo, que é o atual bispo diocesano dom Antônio Emídio Vilar.
De acordo com o comunicado da
Nunciatura Apostólica do Brasil, a nova província desmembrada da província
eclesiástica de Ribeirão Preto terá sob seu auxílio como sufragâneas as
dioceses de Barretos, Catanduva, Jales e Votuporanga. E aí está a foto que eu
iria dizer, que eu tive o privilégio de ser crismado por dom Antônio.
Então ficam os meus cumprimentos agora
ao nosso arcebispo dom Antônio Emídio Vilar e a nossa saudação à região de São
José do Rio Preto, que é a região que eu represento aqui também, pela aquisição
dessa arquidiocese. Então, era esse o comunicado. Também gostaria de estender
os cumprimentos aos alunos que estiveram aqui, de Roseira.
E muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
deputado Danilo Campetti. Com a palavra o nobre deputado Jorge do Carmo. Vossa
Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT -
Boa tarde, Sr. Presidente, deputado meu colega de bancada Luiz Claudio
Marcolino. Boa tarde, sempre senador deputado Suplicy, Danilo Campetti, nosso
deputado que acabou de fazer um comunicado, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público da TV Alesp, os policiais aqui presentes, os assessores, todas as
pessoas que nos acompanham pela Rede Alesp.
Sr. Presidente,
eu vim a esta tribuna no dia de hoje, porque hoje passou um filme na minha
cabeça sobre a minha trajetória. Eu costumo sempre dizer que eu estou deputado,
mas eu sou advogado. E advogado que sou, sempre militei na área de posse,
propriedade da terra, regularização urbana e fundiária.
Por
que eu digo que passou um filme na minha cabeça? Em 2006, tive a honra de
assumir um desafio muito grande lá em Ferraz de Vasconcelos, município aqui da
região do Alto Tietê, onde fui convidado, pelo então prefeito, para ser
secretário municipal de Habitação e Meio Ambiente.
Fiquei lá à
frente da secretaria por quase três anos. Depois, o meu partido, o Partido dos
Trabalhadores, saiu do governo e entreguei a secretaria, até porque estava lá
indicado pelo meu partido, o Partido dos Trabalhadores.
Naquele período
em que fiquei à frente da secretaria, nós iniciamos um trabalho de
regularização fundiária. Aqueles municípios não tinham nem Plano Diretor
aprovado ainda. Então nós fizemos a aprovação lá, o prefeito e a Câmara de
Vereadores aprovaram o Plano Diretor. Em seguida, a gente cadastrou as áreas
ocupadas, os loteamentos irregulares e definiu, gravou em ZEIS, para que
pudesse ser uma Zona Especial de Interesse Social.
Começamos um
trabalho no sentido de fazer a regularização. Então esse trabalho foi feito
pela minha equipe, por mim, pela gestão do prefeito, com muita determinação. E
para a minha surpresa, Sr. Presidente, deixei a secretaria em meados de 2008 e
depois mudou o prefeito, tiveram dois ou três prefeitos seguidos.
Cheguei a esta
Casa como deputado em 2019. Fui eleito em 2018, 2019. Ao chegar nesta Casa,
pensei: “Agora que sou deputado, posso ajudar, posso ajudar destinando recurso
de emenda parlamentar para melhorar a regularização daquela cidade e de outras
cidades”. E assim eu fiz aqui.
Na época o
Carlão Pignatari era o líder do Governo, não era nem presidente da Assembleia
ainda, e falei para ele: “Deputado, quero destinar recurso de emenda
parlamentar para o programa ‘Cidade Legal’, que é um programa de regularização
do Governo do Estado.”
Acho muito
bonito esse nome “Cidade Legal”. Agora se não pôr recurso, se o governador não
pôr recurso, a cidade não vai ficar legal. Nem legal do ponto de vista
urbanístico e nem legal do ponto de vista da segurança jurídica, deputado Luiz
Claudio Marcolino. E fiz isso, destinei recursos, 2019.
Fui à
secretaria para perguntar quantos loteamentos do município de Ferraz de
Vasconcelos estavam prestes a regularizar ou havia regularizado. Pasmem, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vi a triste notícia de que apenas
dois. Nós tínhamos encaminhado, na época, mais de 60, 70 loteamentos, apenas
dois estavam para ser regularizados.
O que entendi
com isso? Que houve um abandono daquele trabalho que nós havíamos começado
pelas gestões posteriores, aí eu destinei recursos. Hoje tive a alegria, assim
como tive em outros dias, de ir ao município de Ferraz de Vasconcelos entregar
o título de propriedade junto com a prefeita, o secretário Carlos Alexandre.
Só para vocês
terem uma ideia, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, a secretaria, depois que eu
saí de lá um período, o próximo prefeito extinguiu a Secretaria de Habitação.
Tanto interesse tinha, ou seja, nenhum interesse em cuidar dessa pasta que é
tão importante.
E aí, por essa
razão, ficou todo esse hiato, todo esse período sem nenhuma política de
regularização naquele município. E eu destinei recurso de emenda parlamentar
para regularização fundiária, para fazer levantamento planialtimétrico cadastral, para fazer toda a parte
técnica, para que permitisse várias famílias...
E a prefeita
que hoje administra a cidade, a prefeita Priscila Gambale, junto com a sua
equipe, o secretário Carlos Alexandre, hoje entregaram mais títulos lá no
Jardim Dayse, assim como foram entregues em outros lugares. Tive a oportunidade
de acompanhar e, no próximo dia 31, será no Jardim das Flores. Então para minha
alegria, quando se dá continuidade a um trabalho, as coisas acontecem.
Quero
cumprimentar, saudar todo o povo de Ferraz, em especial o pessoal do Jardim
Dayse, e dizer que essa política pública que faz melhorar a vida das pessoas.
As pessoas moram nesse bairro, Jardim Dayse, há 20, 30, 40 anos, sem ter uma
expectativa, mas se não tem um governo, um deputado, um compromisso com essa
política pública, as coisas não acontecem.
Então estou
falando tudo isso, porque essa é a minha militância. Essa é uma área em que eu
atuo muito, advogado que sou, como falei. Por isso é preciso que cada vez mais
deputados e deputadas desta Casa possam olhar para os munícipes, que não têm
recursos, muitas das vezes.
Mas que nós
aqui, na Assembleia Legislativa, possamos destinar recursos, mas também,
sobretudo e principalmente, o governador do estado olhar para essa bandeira,
essa área que é tão importante.
Por isso,
parabéns ao povo do Jardim Dayse. Parabéns, Ferraz de Vasconcelos, pela gestão
e orgulhoso por ter contribuído com essa entrega de título de escritura e
propriedade lá hoje.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Parabéns,
deputado Jorge do Carmo, pelo trabalho da licitação fundiária. Com a palavra o
deputado Danilo Campetti, no Pequeno Expediente, pelo tempo regimental na Lista
Suplementar.
Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos.
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente
deputado Luiz Claudio Marcolino, a quem eu cumprimento. Quero cumprimentar
também as Sras. Deputadas, os Srs. Deputados, o deputado Eduardo Suplicy, aqui
presente. Sr. Presidente, cumprimento também as assessorias, cumprimento os
servidores da Casa, policiais civis, militares, policiais penais, agentes da
superintendência técnico-científica, os amigos que nos acompanham pela rede
Alesp.
Fazer um
cumprimento especial aos meus amigos aqui que estão na galeria, Fábio Kunii,
que foi vereador lá em Mirassol e que está aqui presente nos acompanhando, e o
vereador em exercício, em mandato agora, o vereador Kauai. Obrigado pela
presença, viu? São sempre muito bem-vindos.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Dr. Jorge do Carmo.
* * *
Sr. Presidente,
o que me traz hoje aqui, neste primeiro momento, é um crime que aconteceu nos
Estados Unidos. Um crime... Se o Machado puder colocar a foto dos dois
diplomatas israelenses assassinados, o Yaron e a Sarah. Eles eram noivos, foram
assassinados hoje de madrugada. Tem-se notícias de que Yaron iria pedir Sarah
hoje... Hoje não, mas nas próximas semanas, em casamento.
Então são duas
vidas ceifadas pelo antissemitismo. Isso que nós combatemos aqui diariamente na
tribuna da Assembleia Legislativa, o ataque ao povo judeu que não cessa. Fruto
de desinformação, fruto de uma de manifestações que são infundadas, inclusive
do atual presidente da República cujas manifestações, Sr. Lula da Silva, já
fizeram aumentar, no Brasil, em mais de 263% os casos de antissemitismo.
É realmente uma
tragédia o que aconteceu, o que foi repudiado também pelo presidente Donald
Trump, enquanto pessoas... Eu prefiro entender que seja por desinformação, mas
a gente tem que levar também o entendimento de que essas pessoas são
mal-intencionadas. Pessoas que gritam “do rio ao mar”, pessoas que começam a
dizer que Israel comete um genocídio na Faixa de Gaza, que é pura
desinformação. É pura desinformação.
A gente precisa
lembrar que a atual guerra começou lá no dia 7 de outubro, de 2023, quando uma
organização terrorista estuprou e assassinou mulheres, assassinou bebês,
colocaram bebês em fornos na frente das mães para queimar, dizimaram famílias
inteiras. Israel, hoje, busca que os seus, ainda, 58 reféns sejam soltos e
liberados.
E aí, eu peço
que o Machado agora coloque o vídeo do assassino, olha o que ele disse em
seguida.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
É isso que as
pessoas instigam nas outras que não têm um equilíbrio emocional a fazer. São
duas vidas ceifadas, dois jovens prósperos que estavam saindo do museu, em
Washington. E aí quando vocês gritam aqui “Palestina livre” é isso daí que
vocês incentivam. Quando gritam “Palestina livre” aqui, “do rio ao mar”, vocês
incentivam pessoas que não entendem do contexto geopolítico a apoiar uma
organização terrorista, que se chama Hamas.
Isso não é
resistência urbana, não estão lutando pelo povo palestino. Estão favorecendo
uma organização criminosa que subjuga o povo palestino.
Tem que ter um
norte, porque a nossa intenção aqui é que árabes e judeus vivam em paz, que não
haja esse discurso de ódio. Porque, no Brasil, árabes e judeus vivem em paz.
Porque, no Brasil, sinagogas e mesquitas dividem o mesmo quarteirão. Para que
fomentar o antissemitismo? Qual é a intenção?
Então fica aqui
todo o nosso repúdio. Na condição de presidente da Frente Parlamentar em Defesa
da União entre Brasil e Israel, hoje nós teremos um evento aqui, às 20 horas,
em comemoração aos 77 anos da criação do Estado de Israel. Vamos, sim, reiterar
o nosso repúdio a essas manifestações que levam a esses casos.
Então fica aqui
o meu sentimento de pesar por essas duas vidas que foram perdidas lá nos
Estados Unidos, em Washington, em razão do antissemitismo. Nós temos que botar
um basta nisso.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Danilo Campetti.
Seguindo a lista de oradores inscritos,
agora com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem, V. Exa., o tempo
regimental de cinco minutos do Pequeno Expediente.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente nobre deputado Jorge do Carmo, na minha
segunda fala, hoje, do Pequeno Expediente, quero trazer aqui uma reflexão importante
sobre a questão da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
É até o final
do mês o prazo para que possamos fazer as emendas para a LDO, que é a Lei de
Diretrizes Orçamentárias - acho que uma das principais leis que nós temos aqui
na Assembleia, combinado com a LOA, que é a votação do Orçamento no final do
ano.
Ontem,
inclusive, nós tivemos a eleição da Presidência e da vice-presidência da
Comissão de Finanças e Orçamento. O deputado Gilmaci Santos foi reconduzido
para a Presidência da comissão e fui reconduzido pela indicação da bancada do
Partido dos Trabalhadores para assumir a vice-presidência da Comissão de
Finanças e Orçamento.
Já discutimos a
necessidade, no segundo semestre agora, de organizar novamente as audiências
públicas do Orçamento do Legislativo no estado de São Paulo. Então na próxima
reunião já devemos estar trabalhando quais são as cidades que serão priorizadas
para as audiências deste ano, respeitando as regiões administrativas, as
regiões metropolitanas. Nós queremos ouvir os vereadores, prefeitos, a
população civil organizada para indicar as prioridades para o Orçamento de
2026.
E na LDO, Sr.
Presidente, nós já fizemos, aqui, algumas emendas. Fizemos uma emenda para a
apresentação junto ao Projeto de lei, da LDO, nº 412/2025. Trouxemos aqui
algumas informações em relação a garantir condições dignas e justas aos
servidores públicos do estado de São Paulo.
Um outro ponto
é o vale-refeição justo e o financiamento adequado do Iamspe, que nós falamos
assim, hoje é incentivar o executivo a tomar medidas necessárias.
Em relação à
proposta um, garantir uma alteração no Art. 2º do § 1º, do Art. 49 do PL
412/2025, que permite ao Governo do Estado de São Paulo reajustar auxílios,
vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios de qualquer
natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor dos membros do Poder,
do Ministério Público e da Defensoria Pública, dos servidores e empregados
públicos e de militares, ou, ainda, dos seus dependentes. A ideia é que é para
usar na majoração do vale-refeição dos funcionários públicos, garantindo uma
alimentação digna.
Por que isso é
importante, nobre deputado Eduardo Suplicy? Porque o governador não faz o
reajuste do vale-refeição. E já foi,
inclusive, uma promessa: na eleição da LDO de 2023, tinha um compromisso do
Governo de que deveria ser feita essa adequação de ter um projeto de lei para
aumentar o valor do vale-refeição, ainda no segundo semestre de 2023.
Estamos em 2025
e até hoje ainda não foi feito o projeto. Mas mesmo se tivesse essa vontade do
governador, ele seria impedido legalmente, porque não fez essa alteração na LDO
nos anos anteriores.
Então estamos
trazendo aqui a alteração da LDO, porque, aprovando essa emenda, essa alteração
na LDO, não tem mais justificativa e desculpa para o governador do estado de
São Paulo fazer o reajuste do vale-alimentação dos servidores e das servidoras do
estado de São Paulo em diversos Poderes.
Então, essa
emenda que nós estamos propondo aqui vai garantir ao governador, e não terá
mais desculpas para não fazê-lo. Então, vale-refeição pode se tornar uma
realidade para 2026. Hoje a atual situação do vale-refeição é apenas 12 reais.
Nós chamamos de
vale-coxinha. Então, estamos encaminhando agora uma proposta na LDO, que altera
a diretriz, para não ter mais desculpa do governo, do Poder Executivo, de
garantir aos trabalhadores, servidores do estado de São Paulo, a majoração
desse vale-refeição.
Outra, a emenda
dois, é a garantia de recurso para o Iamspe. Aqui nós estamos trazendo não só a
necessidade da recomposição orçamentária, porque eu tenho uma previsão, ou pelo
menos o governo está discutindo mais uma vez de retirar hoje um complemento que
ele faz, quando der um eventual déficit, o Tesouro pode fazer o complemento.
E pela proposta
da LDO, o governo quer retirar essa possibilidade de fazer esse complemento ao
Iamspe, para garantir, já que ele não tem a paridade no processo da arrecadação
e da contribuição do Iamspe, o governo ainda quer tirar o pouco que tem feito
de complementação, quando vem tem um eventual déficit. Então, aqui nós estamos
garantindo que garantirá o recurso do Tesouro, como já vem sendo feito até os
dias de hoje.
Outro ponto que
nós estamos colocando é que, além da cobertura da insuficiência financeira
geral, reforçamos a intenção de que esta emenda também assegure que o Poder
Executivo destine recursos do Tesouro para o pagamento do quadro de pessoal da
ativa do Iamspe.
Isso já
aconteceu em governos anteriores. Se o Tesouro garantir o pagamento dos
servidores do quadro de servidores do Iamspe, com certeza o recurso que vai
sobrar na gestão do Iamspe melhorará bastante o convênio médico dos servidores
do estado de São Paulo.
Então, são três
emendas que nós apresentamos aqui. Uma para garantir que o governador do estado
de São Paulo não tenha mais desculpa para não corrigir o vale-refeição dos
servidores, um outro para garantir que não retire hoje esse complemento que o
governo faz para o Iamspe, e o terceiro, que o governo possa assumir, por parte
do Tesouro, o custeio dos funcionários do Iamspe, e com isso vai sobrar recurso
para garantir uma melhoria do convênio médico no estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Luiz Claudio Marcolino. Seguindo aqui a lista de oradores inscritos,
com a palavra o deputado Eduardo Suplicy.
Tem V. Exa. o tempo regimental do
Pequeno Expediente.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro
presidente, Dr. Jorge. Ontem foi aprovado no plenário do Senado o Projeto de
lei nº 2.159, de 2021, Lei Geral do Licenciamento Ambiental, conhecido como
como PL da Devastação.
Com inserção de
centenas de emendas e jabutis na votação de ontem, o texto volta para a Câmara.
Encaro este fato com bastante tristeza e preocupação, pois o licenciamento
ambiental e a avaliação de impactos a ele inerentes são as principais
ferramentas da Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida em lei de 1981,
para evitar, ou pelo menos mitigar danos decorrentes de poluição e outras
formas de degradação ambiental, além de prejuízos sociais.
Conforme aponta
a ex-presidente do Ibama, a urbanista e advogada Sueli Araújo, para o portal
“Sumaúma”, em vez de aperfeiçoar as regras que disciplinam o licenciamento
ambiental em âmbito nacional, o texto construído até agora pelos deputados e
senadores adotam uma leitura negacionista da relevância da política ambiental e
climática, prioriza o auto licenciamento e as isenções de licença.
A grande
maioria dos processos se resumirão a um apertar de botão pelo empreendedor, que
estará dispensado de entregar qualquer estudo ambiental prévio, de apresentar
alternativas técnicas e opções de localização do empreendimento.
Diversos
especialistas e ambientalistas manifestaram repúdio ao PL, como por exemplo a
plataforma “Observatório do Clima” e também o próprio Ministério do Meio
Ambiente, que publicou nota alertando que o licenciamento ambiental desestrutura
o regramento vigente e viola a Constituição federal que, em seu Art. 225,
garante aos cidadãos brasileiros o direito a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado, com exigência de estudo prévio de impacto ambiental para
instalação de qualquer obra ou atividade que possa causar prejuízos ambientais.
Valorizo os
votos dos senadores do PT, que se manifestaram contra o texto do PL, e relembro
da minha atuação enquanto senador, que atuei vigorosamente pela preservação do
Meio Ambiente, aprendendo imensamente com a minha querida amiga Marina Silva,
que relatava sobre as injustiças que sofriam os povos da floresta, que, embora
sejam protegidos por lei, sempre sofriam com o descaso do poder público e com o
banditismo local. Imaginem vocês como ficarão esses povos tradicionais dos
diversos biomas brasileiros com esse terrível projeto de lei.
Com esse PL, o
empreendedor é autorizado a começar a atividade sem a realização de estudos por
parte de técnicos dos órgãos ambientais. Basta se comprometer a respeitar as
exigências de preservação estabelecidas por uma lei. O mecanismo se aplica a
projetos com até médio porte e médio impacto. As barragens de Mariana e
Brumadinho, por exemplo, são exemplos de empreendimentos de médio porte, fato
bastante alarmante.
Em suma, mesmo
com a legislação atual, que estabelece parâmetros criteriosos para a aprovação
dos empreendimentos, os desastres ambientais já são uma realidade por conta de
uma série de descasos.
Como se já não
bastassem as tragédias climáticas, cada dia mais intensas e que não podemos
controlar, ainda insistimos em repetir o erro em retirar uma matéria de
fundamental importância do controle do Estado e deixar a cargo de interesses
particulares cujas obras podem promover impactos socioambientais terríveis.
Sugiro que os
apoiadores desse PL digam às famílias das 270 pessoas soterradas com lama de
mineração que o licenciamento atrapalha os lucros. Sugiro também que as mais de
55 mil pessoas expulsas de suas casas para a exploração da mineradora Braskem
que o financiamento atrapalha o desenvolvimento.
A memória de
todas as pessoas, animais e ecossistemas que foram ceifados pela ganância e
negligência humanas deve ser considerada e respeitada. Um projeto de lei desta
importância não pode ignorar todas as tragédias passadas e anuncia tragédias
futuras.
Como afirmavam
Pepe Mujica e o papa Francisco, nós seguimos rifando nossa natureza em prol do
desenvolvimento irracional. Já estamos pagando o preço pela falta do respeito
com o nosso planeta. É fundamental que os parlamentares, o Executivo e a
Justiça consigam barrar o avanço desse PL por ser bastante perigoso e por ferir
a Constituição.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Pergunto se
ainda prossegue a sessão.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - O deputado Danilo
Campetti está inscrito para falar no Grande Expediente, e aí eu vou passar a
palavra para ele.
Vou encerrar o Pequeno Expediente e
abrir o Grande Expediente, deputado.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado, nosso sempre senador Eduardo Suplicy, pelas suas palavras, pela sua
experiência, sempre nos ajudando a refletir sobre um mundo melhor, uma
sociedade mais justa e igualitária.
Assim, encerramos o Pequeno Expediente
e imediatamente daremos início ao Grande Expediente.
*
* *
-
Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Vou correr a
lista aqui das deputadas e deputados inscritos: deputada Beth Sahão. (Pausa.)
Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado
André Bueno. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Andréa Werner.
(Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)
Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva.
(Pausa.)
Deputado Jorge do Carmo, este que vos
fala; eu abro mão da minha fala para seguir a lista aqui de oradores inscritos.
Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputada
Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Itamar Borges.
(Pausa.)
Deputada Ana Perugini. (Pausa.)
Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputada Ediane
Maria. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)
Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado
Rafael Silva. (Pausa.)
Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.)
Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputada
Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Thiago
Auricchio. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Oseias de
Madureira. (Pausa.)
Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado
Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada
Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Felipe
Franco. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) E agora, sim, o deputado
Danilo Campetti.
Tem V.Exa. o tempo regimental do Grande
Expediente.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente,
nobre deputado Dr. Jorge do Carmo. Cumprimento também novamente os servidores
da Casa, as assessorias, meus irmãos policiais civis, militares, penais,
cumprimento os amigos que nos acompanham nas galerias, Srs. Deputados e Sras.
Deputadas, os que nos acompanham pela Rede Alesp.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.
* * *
Quero dizer
inicialmente, Sr. Presidente, agora deputado Eduardo Suplicy, que com grande
honra, ontem, fui eleito presidente da Comissão de Assuntos Desportivos, e
queria agradecer a confiança de todos os Srs. Deputados e Sras. Deputadas,
membros daquela comissão, que me concederam esse mandato, para a gente
continuar o trabalho muito bem realizado pelo deputado Altair Moraes.
Suceder o
deputado Altair Moraes é uma grande responsabilidade, mas com a ajuda de todos
os membros da comissão, nós com certeza alcançaremos aí um resultado, o
objetivo que deve ser alcançado, um resultado frutífero.
É uma comissão
muito importante aqui da Casa. O esporte também é um meio de inclusão, trabalha
muito a adolescência, um período em que os jovens estão numa fase de estresse.
Então o esporte vem complementar aí, e é uma política social muito viável.
Mas, Sr.
Presidente, o que me traz aqui agora, principalmente, é a preocupação,
preocupação com o atual momento do País. Temos uma operação sendo desencadeada,
investigação a pleno vapor contra os roubos do INSS.
A operação
realizada pela Polícia Federal, de nome Sem Desconto, abriu as entranhas de uma
das autarquias mais importantes do nosso governo. E abriu também o que se
constatou: um nível de imoralidade, um nível de falta de amor ao próximo,
daqueles que cometem crimes fraudando, surrupiando idosos, surrupiando
aposentados. Eles trabalharam a vida toda para ter um conforto no final das
suas vidas, e hoje são assaltados.
Então a gente
precisa fazer, contextualizar, para que não prevaleçam narrativas que possam
induzir a população a erro. Então, primeiro, a primeira constatação fática é
que: não, os descontos não começaram em 2019, no governo Bolsonaro. Eles
começaram lá em 2016. E agora existe uma guerra de narrativa para ver quem teve
a omissão, quem foi omisso e não começou a investigar. Então eles começaram lá
em 2016.
O presidente
Bolsonaro, o então o presidente Bolsonaro, em 2019, ditou a MP 871. A MP 871
tratava de uma revalidação anual daqueles que estavam sofrendo os descontos,
com relação às entidades associativas que, agora apura-se, praticaram atividade
criminosa.
Então, era essa
uma medida, um mecanismo para que o Governo pudesse evitar fraudes. E aí houve
todo um trabalho contrário da esquerda, que se manifestou contra essa MP. Eu
trouxe um vídeo. Eu peço, por favor, ao Machado, que coloque o vídeo dos
deputados federais e senadores se manifestando.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
E deu no que
deu. Esse vídeo, eu faço aqui a referência do Programa 4 por 4, um programa
importante para esclarecer os fatos. Ele é transmitido aos domingos. E eu
capturei esse vídeo desse programa, porque eu achei muito pertinente.
Porque, lá em
2019, afrouxaram as regras. Em 2022, todas as regras foram totalmente
derrubadas. E agora existe uma narrativa, que eles estão querendo colocar a
culpa agora no presidente Temer, em 2016, que entrou só em agosto, depois do
impeachment da então presidente Dilma. E que dizem que é golpe, mas um golpe
que foi presidido pelo atual ministro da Justiça, o Ricardo Lewandowski, que
era o presidente do STF.
Então as narrativas
começam a cair. Se você puder colocar, Machado também a tabela da CGU. A tabela
é da CGU, órgão do governo. Então está ali, dizendo os gastos desde 2016. E
olha o tanto que subiu a partir de 2023, quando foram quebradas todas as travas
que favoreciam a fiscalização e o controle do sistema pelo Ministério da
Previdência e pelo INSS. Nós temos quase oito bilhões de déficit, de fraude,
daquilo que foi roubado, e nós temos mais de nove milhões de aposentados
atendidos.
Agora o governo
está se propondo a fazer uma restituição desse valor, mas nós temos notícias de
aposentados que têm acesso àquilo que foi mobilizado ao app do INSS, também via
telefone, e que no final o atendente diz: "olha, nós vamos submeter à
entidade associativa, ao sindicato, para ver se autorizou ou não o
desconto".
Aí eu vi uma
questão, uma metáfora, uma figura de linguagem muito significativa. Na
realidade, é um exemplo que um jornalista deu ontem, que é o seguinte: eu já
participei de vários reconhecimentos faciais, na Polícia Civil - na condição de
policial, lógico, não de reconhecido -, mas a gente colocava o reconhecido e
trazia as vítimas para ver se reconheciam aquele autor de roubo, aquele autor
de crime, de qualquer que seja.
Agora o governo
está fazendo o contrário: ele coloca as vítimas na condição de reconhecido e
traz as entidades que cometeram o crime para dizer assim: "olha, você
cometeu o crime contra essa pessoa ou não?”. A entidade pode falar: "não,
não cometi, não. Ele autorizou aqui o desconto.” Aí vai por terra esse
procedimento, que para mim é um caos, é uma tragédia.
Aí a
preocupação adicional - para concluir sobre esse assunto - dizendo também que
vai começar a descobrir o iceberg. Nós temos a ponta, que eram 6,3 bilhões de
descontos que passaram para oito bilhões, e temos um braço ali, na realidade
todo o iceberg, que são os 90 bilhões que ninguém está falando mais, mas a
gente vai lembrar aqui, 90 bilhões do crédito consignado, que tem que ser
investigado também.
O que preocupa
são algumas manifestações, por exemplo, do advogado-geral da União, José
Messias, o antigo, para quem lembra, né? O Messias, “tchau, querida”, aquele
papo lá de trás. Que falou que as restituições serão prejudicadas se for
instalada uma CPMI.
Também hoje
tivemos a notícia do líder da oposição no Senado, o senador Rogério Marinho,
que entrou com uma representação na Comissão de Ética da Presidência contra o
atual diretor-geral da Polícia Federal, que, segundo ele, estaria fazendo um
bloqueio em relação ao conhecido Frei Chico, que é o vice-presidente do
Sindnapi. Estaria, de alguma forma, protegendo o irmão do atual presidente.
Então
precisamos, sim, investigar, precisamos ter CPI, na realidade uma CPMI, que com
certeza será instaurada também, e todas as formas possíveis de investigação devem
ser viabilizadas.
É isso que nós
defendemos, é por isso que aqui também, no estado de São Paulo, nós assinamos
um pedido de CPI aqui, na Assembleia Legislativa, para que, dentro das nossas
competências e atribuições, nós também exerçamos o nosso papel de legislador,
de fiscalizador daquelas instituições aqui de São Paulo que cometeram esse
crime contra os idosos aposentados e também contra aqueles beneficiários do
BPC.
Então é isso,
Sr. Presidente, a minha manifestação e a preocupação dessas autoridades que vão
contra a institucionalidade que a AGU deve ter, que a Polícia Federal deve ter.
Não se prestam a uma investigação do Estado brasileiro, mas sim daquele que
ocupa atualmente a cadeira de presidente da República. Isso preocupa muito.
As instituições
têm que ter autonomia, as instituições têm que ter independência. Foi assim que
aconteceu a maior investigação e a maior operação da história de combate à
corrupção no nosso País, que foi a Operação Lava Jato, que eu tive o orgulho de
fazer parte, pelo menos da metade das 80 fases dessa operação.
Então, muito
obrigado, Sr. Presidente.
Era essa a
nossa comunicação, o nosso pronunciamento.
O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Caro
deputado Danilo Campetti, pergunto a V. Exa. se pode presidir uma vez mais a
sessão, para que eu possa, ainda, usar a palavra brevemente no Grande
Expediente.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Sim, vou até
aí, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Agradeço muito
a sua atenção. Eu tenho uma palavra sobre o Instituto Butantan. E agradeço,
então, a oportunidade.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Danilo
Campetti.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Seguindo
a lista de oradores, convido o deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Convido o
deputado Eduardo Suplicy, em permuta com o deputado Luiz Fernando Teixeira
Ferreira. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental de dez minutos,
no Grande Expediente.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - “Caro presidente, Danilo Campetti, Srs. Deputados e Sras.
Deputadas, gostaria de manifestar minha grande admiração pelo Instituto
Butantan, que possui extrema relevância para a Saúde pública e a Ciência no
Brasil, sendo referência nacional e internacional na pesquisa, produção e
desenvolvimento de soros, vacinas, biofármacos.
Preocupa-me
muito, no entanto, a devastação ambiental que o projeto de expansão do
instituto, previsto no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado, da mesma
instituição, tem promovido, em uma área de ampla riqueza ambiental, composta
por árvores de grande porte que possuem proteção especial nas categorias de
vegetação, preservação permanente, imune de corte, patrimônio ambiental,
vegetação significativa em área tombada pelo Condephaat e o Conpresp, incidindo
também em área de preservação permanente do córrego Pirajussara-Mirim.
Entre 2021 e
2022, cerca de 17 mil metros quadrados de vegetação foram desmatados, inclusive
as vegetações com proteção especial acima mencionadas. A ampliação das
estruturas do Instituto ainda prevê a supressão de 6,6 mil espécies arbóreas.
Embora haja uma
compensação prevista, as árvores existentes desempenham serviços ecossistêmicos
essenciais para a região do Butantã, que tem sofrido com a expansão do mercado
imobiliário e também com a ameaça de implantação de projetos como a Nova
Raposo.
A comunidade do
Butantã tem relatado, nos últimos anos, a remoção de árvores do terreno do
Instituto Butantan e problemas como bloqueio de ruas por caminhões de obra,
além da falta de gestão adequada com os resíduos de obra. O Ministério Público
de São Paulo já abriu um inquérito civil, em 2022, para investigar os possíveis
crimes ambientais envolvendo o desmatamento da área.
Ressalto que o
processo que envolve o Plano Diretor de Desenvolvimento integrado começou com
uma série de vícios, a destacar o fato de que foi elaborado pelo arquiteto
Augusto Mattei Faggin, presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado.
Embora não faça
parte das votações que envolvam o plano diretor de desenvolvimento integrado, a
situação revela um flagrante conflito de interesses.
A ampliação do
Instituto Butantan também prevê a criação de edifícios com até 48 metros de
altura, excedendo o limite de 25 metros estabelecido para a região. Para
resolver o conflito, se criaria um zoneamento da cidade específico para um
instituto, mas que compromete o patrimônio histórico e a paisagem da cidade,
além de elevar os perigos biológicos em uma zona majoritariamente residencial.
Sob o pretexto
de modernização e ampliação de suas instalações para estacionamento,
restaurantes e infraestrutura para o turismo, as entidades promovem a supressão
de áreas significativas da Mata Atlântica, desrespeitando tombamentos
históricos e colocando em risco a biodiversidade e a qualidade de vida dos
moradores do entorno do Butantã, de toda a área da USP, Cidade Universitária,
bairros vizinhos e da cidade como um todo.
Assim, apelo
para que a direção do Instituto Butantã acolha as recomendações do Ministério
Público e os apelos da sociedade, que haja a suspensão da obra e do PDDI
vigente. E que se elabore um novo plano que preveja a construção do complexo
industrial de fábricas de vacina em outro local, visto que uma área de proteção
ambiental não deveria acolher um complexo fabril desta magnitude.
Assim,
presidente Danilo Campetti, agradeço a oportunidade.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito obrigado, deputado
Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente,
havendo acordo das lideranças, peço que possa ser levantada a sessão.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Agradecendo aos servidores da Casa,
assessorias, policiais civis, militares, penais, servidores da Superintendência
Técnico-Científica, agradecendo aos amigos que nos acompanham pelas galerias e
pela Rede Alesp.
Que Deus abençoe a todos.
Está levantada a presente sessão.
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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 22
minutos.
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