12 DE MARÇO DE 2025

24ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: VITÃO DO CACHORRÃO, MAJOR MECCA, CAPITÃO TELHADA, MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS e CONTE LOPES

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - VITÃO DO CACHORRÃO

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min. Cumprimenta funcionários da Casa.

        

2 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE VITÃO DO CACHORRÃO

Parabeniza o deputado Major Mecca por sua atuação parlamentar. Cumprimenta o vereador de Boituva, Flávio do Posto, presente no plenário.

        

4 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência. Parabeniza a deputada Leci Brandão por sua atuação parlamentar.

        

6 - CAPITÃO TELHADA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

7 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - VITÃO DO CACHORRÃO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE MAJOR MECCA

Parabeniza a polícia militar pela atuação nas imediações do estádio Allianz Parque, em dias de jogos e eventos.

        

10 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - BETH SAHÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - CAPITÃO TELHADA

Assume a Presidência.

        

15 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

16 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Assume a Presidência.

        

18 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - PAULO MANSUR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

21 - DANILO CAMPETTI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - DR. ELTON

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

25 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

26 - DANILO CAMPETTI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

27 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Responde o pronunciamento da deputada Monica Seixas do Movimento Pretas.

        

28 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

29 - DANILO CAMPETTI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

30 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Comenta o pronunciamento do deputado Danilo Campetti.

        

31 - DANILO CAMPETTI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

32 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 13/03, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 16h14min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Vitão do Cachorrão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Boa tarde a todos. Cumprimento o pessoal que está no plenário, todos os servidores, a Polícia Militar, o pessoal que faz a limpeza aqui na Casa, que limpa o banheiro, que limpa os gabinetes. Que Deus abençoe a nossa tarde e os nossos trabalhos.

Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Começando a lista do Pequeno Expediente, deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Meu amigo deputado Major Mecca.

É regimental, tem o uso de cinco minutos no Pequeno Expediente. Conversando com nosso amigo sorocabano Danilo Balas. Deputado Reis também presente aqui na Casa. Major Mecca, tem o tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente. Uma boa tarde a todos, às deputadas, aos deputados que estão nesta Casa hoje servindo a população, aos funcionários que nos dão suporte, aos nossos policiais militares e policiais civis que dão condições para que possamos desenvolver o nosso trabalho.

Eu gostaria de explorar hoje na tribuna desta Casa Legislativa um exemplo do que está passando o cidadão de bem nas mãos dos bandidos no estado de São Paulo e em todo o Brasil. Machado, por gentileza. Prestem atenção no testemunho dessa vítima. Essa ocorrência aconteceu na segunda-feira passada, agora. Olha a situação dessa mulher.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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Está aí o reflexo, as consequências que o povo sofre nas mãos de criminosos quando um país não tem lei, quando uma grande maioria de políticos trabalha para defender bandido e não se preocupa com as vítimas. Ouvir um relato desses de uma vítima que permaneceu por três horas nas mãos de criminosos com uma arma na cara para passar a senha para fazer transação bancária...

Pergunta para essa pessoa o respeito que hoje ela tem pelos policiais militares, policiais militares que, no estado de São Paulo, já esgotaram a sua capacidade de esforço para defender a população. Policiais militares, policiais civis que se desdobram para combater o crime.

No entanto, cada bandido desses que a polícia prende, depois de 24 horas, já está nas ruas. E agora há pressão, porque, na troca de tiros, um bandido morreu. Vão os direitos humanos, vai a Ouvidoria, vai a Defensoria, vai todo mundo querer criticar o policial, porque quem morreu foi o bandido, quando o policial deveria, sim, receber uma homenagem, deveria receber medalhas, prêmios até financeiros pela coragem que teve por ter arriscado a vida e ter salvo a vida de um cidadão de bem.

É por isso que nós brigamos, que nós lutamos constantemente: pela melhoria dos salários dos nossos policiais do estado de São Paulo, porque eles merecem.

O esforço, a dedicação que eles estão tendo para defender o cidadão de bem, a população, em um cenário totalmente desordenado, comandado em âmbito federal por pessoas que não se preocupam com o bem e dão alicerce à prática do mal. Esses homens são imbatíveis e estão sempre cuidando da população. É por isso que trabalhamos.

O governador nos afiançou, junto com o secretário, que este ano haverá reajuste salarial e em 2026 também. Nós não deixamos de cobrar em todas as oportunidades. Todos nós que estamos aqui, principalmente os deputados que são da bancada da Segurança Pública, como o deputado Capitão Telhada, que está aqui no plenário, o deputado Danilo Balas - o Agente Federal Danilo Balas -, o deputado Conte Lopes, o deputado Gil Diniz e toda a nossa bancada do PL. Parabéns aos heróis do estado de São Paulo, que são os nossos policiais militares.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Obrigado, Major Mecca. Parabéns pelo excelente trabalho. O Major Mecca também foi da polícia, andou na rua combatendo o crime e sabe do que fala e o que faz. Parabéns pelo trabalho, deputado Major Mecca.

Seguindo a lista dos oradores... Antes, quero agradecer aqui, deputado Danilo Balas, ao Flávio, vizinho nosso, Flávio do Posto, vereador de Boituva, está aqui trabalhando, buscando recursos para a Saúde, para infraestrutura, para a Educação.

Está lutando por Boituva. O nosso gabinete, o meu, do Danilo e de todos os colegas aqui estão de portas escancaradas para ajudar a cidade de Boituva. Muito obrigado pela presença, Flávio do Posto.

Seguindo a lista. Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. Uma das vozes mais bonitas do Brasil, nossa querida amiga deputada Leci Brandão. Muito querida ali em Sorocaba, e disse que vai comer um lanche lá no Vitão. Quando ela for lá, Danilo, vai ter que ter pagode, Leci.

Tem o tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente, o uso da palavra.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente Vitão do Cachorrão, prazer em revê-lo. Não é conversa, não, irei lá, se Deus quiser, comer o cachorro quente, porque todo mundo fala que é muito bom, mas eu não tive oportunidade de... Está caro! Meu Deus do céu.

 

O SR. PRESIDENTE - VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - O Reis não foi ainda, Leci, e vai ser uma honra te receber. Vou esperar o deputado Reis lá também.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela nossa querida TV Alesp... Sr. Presidente, eu gostaria de vir hoje a esta tribuna para falar das alegrias que o Carnaval e o samba proporcionam para o povo brasileiro e para mim, especialmente.

No entanto, o que ocorreu hoje cedo no terminal de ônibus de Pinheiros nos obriga a falar de um fato lamentável e do comportamento odioso de determinados grupos, que não podem ser chamados de outra coisa que não seja fascistas. Felizmente, não houve nenhuma pessoa ferida, apesar dos sustos de quem estava no local.

O que nós esperamos é que ocorra uma investigação séria e rápida, e que se chegue aos verdadeiros responsáveis por este ato que tenta incriminar a esquerda e causar confusão. Essa prática já foi utilizada no passado, mas não progrediu, porque o PCdoB sempre foi uma organização que preza pelo bem do povo.

Como deputada estadual de quarto mandato nesta casa, pelo PCdoB, posso assegurar que meu partido não propõe e nem incentiva violência. Ao contrário, o PCdoB se pauta pela luta política institucional e pela superação das divergências através do diálogo.

E para encerrar, eu vou ler aqui a nota oficial do partido para que não restem dúvidas sobre o nosso posicionamento. Nota de esclarecimento do PCdoB sobre os explosivos em Pinheiros: “O Diretório Estadual do PCdoB de São Paulo vem a público esclarecer de forma categórica que não tem qualquer envolvimento com os artefatos explosivos que foram colocados na estação Pinheiros, tampouco com a carta supostamente assinada por nossa organização.

Trata-se de uma grave e irresponsável provocação, cujo objetivo é atacar o PCdoB e confundir a opinião pública. Nós estamos tomando todas as medidas jurídicas cabíveis para apurar as responsabilidades por esse ato criminoso e identificar os verdadeiros autores dessa provocação”.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

* * *

 

Queria, Sr. Presidente, aproveitando ainda o tempo que me resta, falar para o nosso querido Major Mecca que é muito importante que ele coloque aqui as ações da polícia de São Paulo, mas que são ações que merecem o nosso reconhecimento e o nosso aplauso.

Afinal de contas, a polícia teve uma intervenção muito benéfica para essa senhora que foi assaltada ontem, de uma forma brutal, enfim, porque a gente tem o posicionamento de respeitar e aplaudir ações que são compatíveis com a questão do respeito ao ser humano, e as mulheres, de um modo geral, têm sido muito atacadas.

A gente vê na mídia todos os dias, são coisas inaceitáveis, não tenho nada contra a polícia, muito pelo contrário. Tenho amigos dentro da Polícia Militar, da Civil, respeito muito.

Ainda ontem mesmo, eu estive com o nosso querido Coronel Telhada, que nos visitou ontem e perguntou se eu estava tratando bem o Telhadinha, que eu chamo de forma carinhosa de Telhadinha, e eu disse a ele que tudo bem, o Telhadinha tem tido um comportamento muito carinhoso e respeitoso comigo.

A mesma coisa é o Agente Federal Danilo Balas, que não vou esquecer nunca, que no dia do falecimento de minha mãe, o primeiro telegrama que eu recebi foi de Vossa Excelência. Muito obrigada.

E dizer para as pessoas, de um modo geral, que a gente não está aqui para fazer samba no gabinete. O gabinete é para a gente fazer projetos, a minha assessoria tem sido muito importante, porque vocês sabem da nossa limitação intelectual, mas a turma que me acompanha lá no Quilombo da Diversidade tem tido um tratamento respeitoso, exemplar, e tem dado demonstração de que a gente veio para cá para trabalhar, para atender todas as solicitações do povo de São Paulo.

Portanto, eu não quero nunca ser confundida, porque acham que pelo fato de eu ser uma pessoa da arte popular, do samba principalmente, eu tenho a minha responsabilidade e trato com muita seriedade o nosso mandato. Quero agradecer a todas as pessoas que me homenagearam nessa festa linda que foi o Carnaval, que é a festa da alegria, mas a gente não pode fechar os olhos para a violência que acontece não só em São Paulo, mas em todo o Brasil.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputada Leci, pelo respeito e amizade que a senhora sempre demonstra à Polícia Militar, a todos os policiais do estado de São Paulo.

Dando sequência à lista de oradores, deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. Tem V.Exa. cinco minutos regimentais para uso da tribuna.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, presidente, uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Uma comunicação, deputado Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado.

Gostaria de cumprimentar primeiramente a deputada Leci Brandão, agradecer pelas palavras, uma deputada respeitosa que faz um trabalho consistente aqui na Assembleia Legislativa, dentro das suas convicções, em respeito ao eleitorado que a colocou aqui. É um trabalho exemplar, muito obrigado pela amizade.

Inclusive, dentro desse assunto, desse atentado, hoje, a bomba que tivemos lá no Terminal de Pinheiros, não acredito que tenha advindo também do Partido Comunista do Brasil.

Porque, quando a gente vê o bilhete que estava dentro daquele artefato, inclusive, eles cometem uma inconsistência. Eles colocam PCB e assinam como Partido Comunista do Brasil. Então, de fato, alguma mente doentia, agressiva, um terrorista, fez aquele atentado.

Colocou aquela bomba debaixo de uma senhora que estava sentada na cadeira, aguardando o ônibus. Mais de 50 pessoas aguardando também a condução. E ele, de maneira covarde, fez aquilo intencional, para ferir, para tirar a vida de pessoas inocentes.

Eu espero e torço para que rapidamente a polícia identifique esse criminoso e leve-o ao cárcere, e que justiça seja feita. Parabéns por todo o trabalho, deputada Leci Brandão, muito obrigado pela amizade.

Quero aproveitar para cumprimentar os meus amigos da cidade de Jarinu que aqui estão na Assembleia hoje nos visitando. Em nome do vereador e presidente da Câmara de Jarinu, meu amigo Rogério Sapão, também do Gerson e da Paloma, muito obrigado pela visita. Levem o nosso abraço à prefeita Débora.

Um grande trabalho que vocês todos têm feito lá em Jarinu, transformando a vida de quem mora, quem trabalha, quem vive lá em Jarinu. Parabéns por tudo, conte com nossa parceria sempre.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Capitão Telhada. Com a palavra, deputado Agente Federal Danilo Balas.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados desta Casa e servidores.

Primeiramente, fazer uma menção carinhosa à deputada Leci Brandão. Quando perdemos entes queridos, é nesse momento que temos que estar ao lado de todos os amigos. E a considero como uma amiga, como uma conselheira.

No primeiro dia que cheguei ao meu gabinete, recebi um presente de vossa mão: músicas cantadas pela senhora, pelos longos anos de samba, e pela história que deixa aqui no nosso País. Sempre abrilhantando a cultura, a música do estado de São Paulo e do nosso País. Então nosso agradecimento e sempre parceria nas atividades legislativas aqui.

Estamos aqui neste plenário para lembrar a atuação firme e forte do combate às drogas, combate ao crime organizado, combate à Cracolândia que, infelizmente, se alastra pelo estado. Mas estão lá as forças de segurança: Polícia Civil, Polícia Militar, as guardas municipais. Frente à Secretaria de Segurança Pública, nosso secretário Guilherme Derrite.

Na Prefeitura aqui de São Paulo, sim, um combate às drogas ali na região central. E, obviamente uma bandeira do nosso governador Tarcísio de Freitas, o combate às drogas no estado de São Paulo. Drogas essas que destroem famílias. Nós temos famílias sendo destruídas pelas drogas em os todos os locais.

E aí, com o devido respeito aos projetos propostos nesta Casa de Leis. Esta semana, o Projeto de lei nº 176, de 2025, do deputado Eduardo Suplicy, do Partido dos Trabalhadores, apresentou essa semana um projeto que autoriza a criação de espaços seguros para o uso de drogas no estado de São Paulo. Presidente, esse projeto deve atender usuários de drogas com locais para atendimento de usuários de drogas.

Segundo o projeto de lei do deputado Suplicy, esses espaços deverão fornecer alimentação, banho, lavanderia, atendimento jurídico, atividades culturais, cursos profissionalizantes e internet. Aí eu pergunto a você de casa que me acompanha: o senhor, a senhora tem todos esses direitos atendidos?

Então o projeto de lei que tramita nesta Casa, no meu ponto de vista, beira até a inconstitucionalidade, mas cada qual com a sua apresentação Ele prevê todos esses direitos, Major Meca - nosso presidente neste momento. Além disso, nestes locais divididos no estado de São Paulo, entre aspas, “Cracolândias regulamentadas”, equipe multidisciplinar.

E, pasmem, um estudo feito, de custo anual de cada local implementado, de um milhão e 270 mil reais. Aí, mais uma vez, eu pergunto. Priorizaremos o combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas, ali, na Cracolândia, investimentos na área social, Cras, Creas, Caps, ou implementaremos espaços públicos regulamentando o uso de drogas, comandante Major Mecca, Capitão Telhada? Eu, com certeza, sou contra esse projeto, já adianto.

São 31 anos de serviço público na área da Segurança Pública, 12 anos como policial militar, deputado Vitão, 19 anos como policial federal, agente da Polícia Federal, e eu tenho certeza: a droga destrói famílias. Não é instituindo espaços públicos no estado de São Paulo, protegendo usuários, que vamos avançar nesse crime odioso que é o tráfico de drogas.

Temos que combatê-lo, como vem fazendo o município de São Paulo, várias cidades do Interior, como vem fazendo a Secretaria de Segurança Pública, através do nosso secretário e do nosso governador Tarso de Freitas.

Então o deputado Danilo Balas, já adianto, subirei à tribuna para discursar sempre contra esse projeto, que, a meu ver, é equivocado e retrógrado.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Agente Federal Danilo Balas. Dando sequência à lista de oradores, deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada.

Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para uso da palavra.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Para comunicação, Major Mecca, nosso presidente em exercício.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Para uma comunicação, deputado Vitão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Major Mecca, eu entrei com um pedido para revogar a Lei 14.590, uma lei de 2011 que está prejudicando os moradores, está prejudicando a população e os torcedores. Atenção, pessoal do Campeonato Paulista e Campeonato Brasileiro, as pessoas estão sendo impedidas do direito de ir e vir. Teve o clássico Palmeiras e São Paulo.

Uma senhora de 80 anos que mora ao redor do estádio, do Allianz Parque, tem que fazer um cadastro na Prefeitura, senão ela não consegue andar na rua da casa dela. Os torcedores também, que são do Palmeiras.

Está prejudicando o esporte, prejudicando o shopping, prejudicando o comércio, o vendedor de pastel. Não só do Palmeiras, de todas as torcidas. Mas, por incrível que pareça, estão pegando pesado quando o jogo é no Allianz Parque, quando é no campo do Palmeiras.

Por exemplo, se um amigo vai assistir ao jogo lá no bar e ele tem o ingresso, ele consegue entrar. Agora, se eu quero assistir ao jogo com você lá no bar ou no restaurante, eu não posso entrar naquela rua. Quem é morador também só entra se tiver cadastro. Isso é um absurdo, está tirando o direito de ir e vir.

Precisa melhorar aqui, no estado de São Paulo, sobre o futebol, sobre o esporte. Eu já entrei com um projeto de lei aqui para que não cobre ingresso de criança. O único lugar que cobra ingresso, Danilo Balas, de criança de colo, de seis meses, R$ 250, é no estado de São Paulo. Se um pai tem três filhos, vai pagar R$ 750. Para ficar o projeto bacana, até 12 anos, quando a criança tem 12 anos, igual é a lei para shopping, para teatro, paga meia entrada.

Então eu peço aqui a ajuda dos colegas para revogar essa Lei, deputada Leci Brandão, 14.590, que está proibindo até mesmo o morador da rua de andar ao redor da sua casa, do estádio.

E o torcedor que não tiver o ingresso na mão e quiser almoçar, jantar em um restaurante, assistir ao jogo, ele não pode, porque só pode transitar nesses lugares quem tem o ingresso. Isso é um absurdo, proibindo o direito de ir e vir.

Muito obrigado, Capitão Telhada.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Vitão. Com a permissão e a anuência do deputado Capitão Telhada, só para fazer uma observação em relação à sua fala, deputado Vitão.

Nesse último clássico, na segunda-feira, Palmeiras e São Paulo, houve um empenho muito grande da Polícia Militar no policiamento, comandado pelo capitão José Antônio, que vem fazendo um trabalho maravilhoso naquela região, apoiado pela maioria maciça da população.

Eu tenho me reunido há mais de um ano com aqueles moradores, com aqueles comerciantes, buscando as soluções para as questões e resultados que os shows e os jogos causam para os moradores e comerciantes ali nas imediações. E digo ao senhor que está havendo uma aceitação muito grande da comunidade da região em relação às mudanças que vêm sendo feitas e implementadas pela Polícia Militar.

O capitão José Antônio; o tenente-coronel Helder, comandante do 4º M; o coronel Bueno, comandante do CPA/M-5. Então o que o senhor precisar de apoio em relação à ajuda àqueles moradores, pode contar com a gente.

Vou deixar o Capitão Telhada fazer uso da palavra; daí eu abro uma comunicação para o senhor.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, presidente, deputado Major Mecca. Inclusive, o empenho e o trabalho da Subprefeitura da Lapa também, né.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Exatamente, Capitão. Esqueci o... O Coronel Telhada, que é o prefeito regional lá, também estava presente no local e acompanhou toda a operação.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Perfeito. De fato, inclusive, trabalhamos na área - eu, Major Mecca, meu pai, o Coronel Telhada -, conhecemos muito bem ali a região de Perdizes, toda a região do Allianz Park. É uma região densa, com muitos moradores; de fato, grandes desafios. E aproveito até pra desejar também, em público aqui, sucesso.

Que Deus abençoe muito esse novo desafio que o Coronel Telhada assume, junto ao prefeito Ricardo Nunes, à frente ali da Subprefeitura da Lapa, que faz todos os distritos ali: Lapa, Leopoldina, Barra Funda, Jaguaré, Jaguara e Perdizes.

Senhores e senhoras, uma excelente tarde a quem nos acompanha aqui presencialmente na Assembleia Legislativa, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários civis, militares, a TV Alesp, que nos transmite, também pelo YouTube.

Levanto-me nesta data para fazer coro, junto com outros deputados que me antecederam, às ações da Polícia Militar. São diversas, são dezenas de milhares - diárias, inclusive. Todos os dias, dezenas de milhares, centenas de milhares de ocorrências em São Paulo, estado afora.

E grandes destaques nesses últimos dias: hoje, pela manhã, nós tivemos um atentado a bomba em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Estava lá a Polícia Militar para salvar as pessoas, isolar o local; o Gate para desarmar o segundo artefato, que também estava lá, porque foram dois artefatos a bomba. Um deflagrou, o outro não.

Graças a Deus, ninguém ficou ferido, porque a intenção do criminoso terrorista que colocou a bomba embaixo da cadeira lá, onde tinha uma senhora e um senhor sentados, era ferir, era agredir a integridade física e a vida daquelas pessoas que estavam lá indo trabalhar, indo ganhar o seu pão, decentemente. Então um canalha desse tem que ser identificado, preso e colocado atrás das grades. Porque isso é terrorismo - tem palavra. Terrorismo, se chama.

Da mesma maneira, ontem o COE - Comandos e Operações Especiais -, tropa de que eu fiz parte, com muito orgulho... Tenho muito orgulho em ser caveira, em ser formado em operações especiais e ter dedicado parte da minha carreira ao lado, ombreado com aqueles bravos homens da nossa tropa de choque do Comandos e Operações Especiais.

Ontem, na região de Campinas, mais uma vez, levados até lá por informações de inteligência, tiveram sucesso e venceram em mais uma ocorrência. E antes de falar dessa ocorrência, eu quero passar aqui um vídeo de um transeunte, de um cidadão que passava pela rodovia e presenciou, logo após os fatos.

Por favor, Machado.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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 É isso aí, pessoal. Esse foi para a casa do chapéu; esse aí não rouba mais ninguém, sabe por quê? Porque esse indivíduo estava procurado desde 2021, quando ele tinha participado de um domínio de cidades, um crime de grave potencial ofensivo, que é o crime do chamado novo cangaço, lá em Araçatuba, onde ele foi identificado como sendo um dos indivíduos que portavam a arma de grosso calibre, que implantou o explosivo, fechou rodovia, fechou e atacou bases policiais lá em Araçatuba em 2021, e estava procurado desde então.

Um indivíduo pertencente à facção criminosa chamada PCC, inclusive é uma célula que é chamada de “restrita tática”, que é uma célula operacional do PCC.

Esse indivíduo, de vulgo Pane, que adivinhem, já tinha sido preso pela polícia e já tinha sido colocado em liberdade, que novidade, não é? Só que não, isso é contumaz em acontecer no Brasil. A polícia prende, a Justiça solta, por causa da nossa lei fraca e complacente com o criminoso, com bandido e esse foi mais um exemplo.

Esse indivíduo, vulgo Pane, estava morando lá nos Estados Unidos e voltou para o Brasil agora para quê? Para trabalhar? Não, veio para cometer novos crimes, tanto que a informação da inteligência versava sobre esse indivíduo transportando drogas, ou melhor, transportando armas de grosso calibre e transportando dinheiro. O COE conseguiu identificar o veículo, interceptou, lógico, um indivíduo de alta periculosidade não quer ir preso, reagiu à prisão.

Ele estava portando munição de .50, fuzil .50, ele portava submetralhadora, e não mais e não menos do que quase 500 mil reais em notas, em espécies, em dinheiro vivo no carro. Quinhentos mil reais para financiar novos roubos, novos domínios de cidades, um novo roubo de “novo cangaço”, como é chamado aqui no Brasil, só que encontrou o COE, encontrou os caveiras.

E aí, meu parceiro, quando você vai para cima da Rota, quando você vai pra cima do Choque, quando você vai para cima do COE, tropas preparadas para enfrentar guerrilheiro, tropa preparada para enfrentar o crime organizado, o resultado é um só: caixão e vela preta, e foi isso que ele encontrou. Esse não rouba mais ninguém. A faca brilha e a caveira sorri.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Capitão Telhada. Parabéns aos nossos policiais militares, bravos guerreiros e heróis do nosso estado.

Dando sequência à lista de oradores, deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Reis. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da palavra.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Posso ser breve na comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Pode sim. Tem a anuência, o orador permite?

 

O SR. REIS - PT - Se o deputado Vitão do Cachorrão puder falar após a minha fala, porque eu tenho que sair correndo para a CCJ.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Aí depende do presidente. O seu pedido é uma ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Por favor, deputado.

 

O SR. REIS - PT - O pedido que eu faço para V. Exa., cumprimentando V. Exa. pelo trabalho, por tudo aquilo que V. Exa. defende no estado de São Paulo, refazer, reforçar a reclamação que tenho feito, porque V. Exa. vende cachorro quente lá em Sorocaba e está cobrando 13 reais, quando o “vale-coxinha” que o governador paga para os policiais militares está no valor de 12 reais.

Ou seja, não dá para comprar um cachorro quente lá no Vitão do Cachorrão, então gostaria que V. Exa. abaixasse o preço para 12 reais para que pudéssemos usar o “vale-coxinha” do Sr. Tarcísio de Freitas lá no estabelecimento de Vossa Excelência. É um pedido que faço nessa data. Já agradecendo de V. Exa. deixar para falar depois que eu terminar a minha fala.

Eu vou tentar voltar aqui no Grande Expediente, porque são vários assuntos e cinco minutos é insignificante para a gente falar tudo o que precisa ser falado. Mas eu quero continuar aqui registrando, que eu falei já aqui no começo dessa semana, sobre a Polícia Municipal.

Vários municípios, quando o Supremo foi lá e disse que a Guarda Civil Metropolitana pode fazer o policiamento preventivo, vários municípios correram para fazer adequações em suas legislações, instituindo a Polícia Municipal. Inclusive, na cidade de São Paulo tem o debate lá, tem uma lei que está, tem uma emenda ali orgânica que está tramitando para que a Guarda Civil Metropolitana passe a se chamar Polícia Municipal.

São Bernardo já aprovou Polícia Municipal. Em Itaquaquecetuba, também já aprovou Polícia Municipal. Mas eu já havia alertado que teria que mudar o Art. 144 da Constituição Federal, porque lá no Art. 144 da Constituição Federal, no §8°, fala que os munícipios podem constituir as suas guardas municipais com a finalidade de preservação do patrimônio público municipal e de seus serviços no que couber na lei, no que a lei estabelecer. Aí foi feita uma lei federal, a Lei nº 13.022, que é conhecida como o Estatuto das Guardas Municipais em todo o território brasileiro, em todo o território nacional.

Então quando o Supremo foi lá e disse que as guardas podem fazer o policiamento preventivo, o policiamento ostensivo, preventivo, comunitário, ele não falou que era para mudar para Polícia Municipal. Eu até defendo que seja Polícia Municipal, mas até chegar a isso tem um caminho para se trilhar.

Eu fiz um ofício para o ministro da Justiça, essa semana, para que ele estude a possibilidade de mudar o Art. 144 da Constituição Federal, estabelecendo que, ao invés de Guarda Municipal, ali no § 8º, seja Polícia Municipal. Porque hoje, já.. Nós tivemos essa semana uma primeira liminar que foi dada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e uma ação direta de inconstitucionalidade.

Ou seja, a Prefeitura de Itaquaquecetuba aprovou lá a mudança da denominação de Guarda Municipal, deputado Major Mecca, para Polícia Municipal, e o Ministério Público entrou com um recurso e saiu a primeira liminar dizendo...  A liminar no dia 11 de março de 2025, está aqui. O relator, Ademir Benedito, diz.. Dá todas as razões.

No relatório dele, ele fala: “Por essas razões, entendo justificado, ao menos nesta sede de cognição sumária, o deferimento da liminar buscada. Diante o exposto, defiro o pedido de liminar, suspendendo a vigência e a eficácia do normativo impugnado...”, que é a lei, lá, de Itaquaquecetuba, “até o final do julgamento desta ação, quando o órgão colegiado poderá deliberar sobre a sua constitucionalidade. Solicito informações ao prefeito do município e ao presidente da Câmara de Itaquaquecetuba, comunicando-os desta decisão.”

Então eu já havia alertado aqui que isso iria acontecer. E aconteceu, então, essa primeira liminar dizendo que é inconstitucional. Assim como defendo a PM e disse que ia recorrer à Justiça por conta dessas mudanças abruptas de guarda para polícia, e que isso teria que, primeiro, deputado Major Mecca, ser mudado lá em Brasília.

Primeiro: alterar o Art. 144 da Constituição Federal e alterar também a Constituição do Estado de São Paulo, porque na Constituição do Estado de São Paulo também... E aí tem uma emenda, de autoria do deputado Delegado Olim, propondo essa alteração na Constituição do Estado para que, realmente, possam os munícipios aprovar essa alteração de Guarda Municipal para Polícia Municipal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Reis. Dando sequência à lista de oradores, deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, deputado Major Mecca. Boa tarde a todos. Voltando no assunto da Lei nº 14.590, lei de 2011... Respeito muito e gosto muito do Major Mecca; é um entendedor...

E é importante o debate; a gente ouvir a todos ali, os comerciantes, os moradores... E foi a mãe de um policial militar... Essa lei está tirando o direito de ir e vir nos estádios de futebol aqui na Capital, na Grande São Paulo.

Onde já se viu uma mulher de 70 anos ter que ir até a prefeitura fazer um protocolo para ela poder transitar e entrar na sua casa, senão ela é proibida de entrar naquela rua.

E também o amigo que quer assistir em um restaurante, ou com a esposa, ou uma família que quer assistir ao jogo ali ao redor do estádio, ele tem que ter só o ingresso na mão, senão ele não entra na rua. Então o pessoal do shopping, comerciantes, pessoal da pastelaria entrou em contato com o nosso gabinete aqui na Alesp. Então tem alguma coisa errada.

Outra coisa também, está tendo essa fiscalização somente no jogo do Allianz Park. Então isso aí é uma perseguição com a torcida do Palmeiras. Mas pode também daqui a pouco isso ocorrer no estádio do Corinthians, no estádio do São Paulo...

Então essa lei tem que ser revogada. Tem que ter o direito de ir e vir. Uma mulher de 70 anos e o torcedor que não tem ingresso podem também transitar na rua do estádio para assistir junto com os colegas. E essa mulher de 70 anos, que é mãe de um policial militar, tem que ter o direito de entrar na casa dela. Muito obrigado.

Eu quero aqui falar também, um pronunciamento, agradecer ao governador Tarcísio de Freitas. Eu quero agradecer a ele e ao secretário de Parceria em Investimentos, Rafael Benini, por atenderem o nosso pedido de estudos para reativação da linha férrea de Sorocaba.

Infelizmente você vê muitos vagões abandonados ali, verdadeiros esconderijos de pessoas doentes, de dependentes químicos, aumentando ali o assalto, furto, roubos na região. Então essa revitalização vai trazer inúmeros benefícios, mobilidade para a região e atender milhões de pessoas.

Em relação ao Trem Intercidades, solicitei que fosse agilizado o estudo para a implementação do projeto. Recebi uma resposta do Governo. Agradecer de novo ao Rafael Benini, porque os estudos para a implantação desses projetos estão avançados. Trem Intercidades em Sorocaba e no interior, hein. O trajeto deverá ser feito em 60 minutos. Os deslocamentos rodoviários hoje em dia duram 110 minutos de carro e 130 de ônibus.

Já solicitei também para que o trem realize uma parada na cidade de São Roque, a pedido do vereador Diego Costa, e outra parada na cidade de Alumínio, a pedido do vereador Jediel e da professora Meire, que foi presidente da Câmara, que está fazendo um excelente trabalho na cidade de Brasília, Distrito Federal.

Quero dizer aqui também que eu fui citado novamente pelo deputado Reis, que é meu amigo, falando do vale do servidor e que o lanche... Eu sou vendedor de cachorro-quente até hoje. Eu fico na chapa, para quem não me conhece.

Eu tenho o orgulho de ser comerciante, porque eu continuo atendendo o povo. O lanche está R$ 12,99. Ele fala em 13 reais. Não é o lanche que está caro. Eu estou aqui para falar a verdade, mesmo sendo da base: vale do servidor que está uma vergonha.

Tem que aumentar o vale do servidor, para que ele tenha o direito de almoçar trabalhando, de jantar, de ter o direito a uma refeição digna. Eu também já fiz o requerimento, já fiz ofício, já falei direto com o governador. Eu tenho a certeza de que o servidor vai ser beneficiado. Ele tem que ter o direito dele, 12 reais no vale do servidor é uma vergonha.

Eu sou da base do Governo, mas não concordo. Não estou aqui para ficar de fantoche, concordando com tudo. Então o servidor merece respeito. O servidor tem que ter um almoço digno trabalhando, um jantar digno. Então eu peço também o aumento do vale do servidor.

Aproveitar aqui rapidamente, agradecer sobre Pariquera-Açu. Teve uma tempestade lá, foi muito rápida devido ao temporal de 08 de fevereiro. Acabou destruindo três pontes na cidade, nos bairros Arataca, Braço Magro e 13 de Maio. A chuva também acabou destruindo imóveis, pessoas ficando sem... Vejam bem, o sonho da gente é construir a nossa casa. Ficaram sem ter onde morar.

Quero aqui deixar o meu apoio para Pariquera-Açu. Parceiro Wagner Bento da Costa, vamos continuar trabalhando e garantir a qualidade. Governador e o secretário acenou. Vão reconstruir as pontes e ajudar as famílias que ficaram desabrigadas, construindo até mesmo outras moradias.

Muito obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando sequência à lista de oradores, deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.)

Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.)

Na Lista Suplementar, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Carlos Cesar. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Beth Sahão, V. Exa. tem cinco minutos para uso da tribuna.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, público da galeria, deputadas e deputados, funcionários desta Casa, telespectadores que sintonizam a TV Alesp, que assistem à TV Alesp, ontem a gente colocou aqui alguns números assustadores sobre a violência da mulher.

Neste mês, onde se comemora o Dia Internacional da Mulher, a gente vê ainda números que são absurdos e que já deveriam ter sido trabalhados, extintos, há muitos anos. Eu queria pedir para dar continuidade ao nosso vídeo aqui. Por favor, ele já colocou, obrigada. São Paulo registrou em 2024 uma ameaça contra a mulher a cada cinco minutos. Não é pouca coisa.

Não é pouca coisa. Se a gente somar isso pelas 24 horas do dia, a gente vai ter um número assustador de ameaça contra as mulheres, e a gente percebe que não tem nenhuma política capaz de reverter essa dura realidade sobre as mulheres.

Eu estava vendo, o empenho na Secretaria Estadual da Mulher é praticamente zero. Não tem dinheiro para nada. E a gente colocou aqui. Eu coloquei como deputada emendas para poder destinar recursos, suplementando recursos na Secretaria da Mulher. Infelizmente, não foi aceita na ocasião pelo relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual, de modo que é uma secretaria que fica sem condições de atuar nada.

Qual a explicação do governo? Que é uma secretaria transversal, que ela é responsável por articular políticas. Mas como? Então ela é responsável por articular políticas, mas não é responsável pela implantação de políticas? Esse é o papel verdadeiro de qualquer secretaria estadual, sobretudo das mulheres, que vivem uma epidemia da violência. O próximo, por favor.

Só de boletins de ocorrência e de medidas protetivas foram quase 100 mil, 97 mil boletins de ocorrência registrados contra a mulher. Casos mais recentes de ameaças envolvem questão de filhos, questão financeira e também familiares. Vou só citar essas medidas protetivas, por favor, que foram 94.389 pedidos de medida protetiva emitidos pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Infelizmente, a gente sabe que algumas medidas protetivas são efetivas, mas nem todas são. Porque a gente acompanha casos onde as medidas protetivas não resultam, de fato, na proteção da vítima. Pelo contrário, muitas mulheres são assassinadas mesmo estando com medidas protetivas.

Quer dizer, o agressor, o assassino, dá um jeito de derrubar as barreiras, entre aspas, colocadas pelas medidas protetivas, e acaba executando o seu plano de matar a sua companheira, a ex-namorada, a ex-esposa, enfim, e isso tem sido recorrente aqui no estado de São Paulo. E é tão verdadeiro que, ontem. a gente apresentou aqui nessa tribuna o aumento do feminicídio no estado de São Paulo, em 13% do ano de 2023 para o ano de 2024.

E a Lei do Feminicídio completa agora dez anos, que foi uma lei importantíssima, porque ela tirou um pouco aquele sentimento de impunidade que havia na sociedade, embora isso ainda exista.

Existe e existe muito, porque às vezes a gente vê assassinos que têm uma evidência muito grande de eles terem cometido o crime, de eles terem assassinado suas mulheres. Mas, infelizmente, às vezes eles são soltos e acabam fugindo, acabam ficando foragidos e fica muito difícil depois puni-los de acordo com a lei.

E eu queria aqui trazer um problema, Sr. Presidente, que eu vi há pouco de manhã, em uma rede social de uma cantora chamada Baby do Brasil, dizendo que é preciso perdoar os estupradores, e se forem casos de família, que o perdão tem que ser ainda mais rápido.

Quero dizer que talvez essa mulher desconheça a lei. Vossa Excelência, que ocupa aqui esta tribuna, tem uma carreira militar e sabe que no Código Penal, no Art. nº 213, está estabelecido que o estupro é crime. E o estupro de vulnerável é um crime ainda maior, deputada Monica Seixas.

A gente vê uma pessoa que tem uma certa liderança, porque é uma cantora, fazendo apologia ao estupro, porque isso nada mais é do que uma apologia ao estupro; é intolerável isso. É inadmissível que isso ocorra.

Uma mulher, é bom lembrar para ela que eu espero que ela seja investigada e punida na forma da lei, responsabilizando-a pelas falas que ela teve, que é uma absoluta insensatez, que quando uma pessoa é estuprada, o que ela precisa é acolhimento, carinho, ela precisa ser encaminhada para fazer um exame de corpo de delito.

Ela precisa ser acolhida, ela precisa ter os órgãos do governo que possam abrir os braços para cuidar dessas mulheres, cuidar dessas crianças, cuidar desses adolescentes.

Isso a gente vê pelos números, porque o número de estupro vulnerável é cada vez maior no estado de São Paulo. E isso se dá principalmente porque há pessoas, como esta artista, que eu não sei mais se deve ser chamada de “artista”, certamente não, ocupa as suas redes sociais e os seus shows para trazer o incentivo - eu diria - a este crime bárbaro que é o estupro.

Então fica aqui registrada a nossa indignação. A gente espera que as autoridades possam, sim, tomar as devidas providências, independentemente de quem seja, mas sempre com o viés de que estupro é crime no nosso País.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Capitão Telhada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Presidente alternado, aqui, a alternância do poder.

Seguindo a Lista Suplementar, solicitamos o deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Sebastião Martins. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Excelentíssima deputada Monica Seixas do Movimento Pretas, para o tempo remanescente do Pequeno Expediente.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, caros colegas, servidores da Assembleia, público presente, quem acompanha pela TV Alesp. Neste momento acontece a Conferência Estadual do Meio Ambiente.

Eu gostaria de estar lá, porque é um momento de participação social em que a população tem a oportunidade de ditar e participar dos rumos do futuro do seu estado e, futuramente, do País, na Conferência Nacional.

Acontece que eu não posso estar lá porque estou aqui, assim como muitos outros trabalhadores e trabalhadoras ficaram privados de participar porque o estado escolheu colocar uma Conferência de Participação Popular em horário comercial, em dia de semana. Que participação popular é essa em que a população não pode participar?

As etapas municipais, ainda que com muita debilidade de participação social, aconteceram aos finais de semana, justamente para permitir que as pessoas participem. Então, além da limitação de participação, imagina pessoas que são trabalhadoras e moram em cidades que estão a 500, 600 quilômetros aqui da Capital, a galera da região oeste, como é que chega aqui, se demora um dia só para ir e voltar de locomoção de transporte público para participar de um espaço dito de participação popular?

Além disso, o estado não preparou nenhuma recepção a essas pessoas que vão gastar dinheiro do seu bolso para participar de uma formulação política; não tem hospedagem, não tem transporte, fica aqui registrado o nosso espanto com o estado ter escolhido alijar a população do debate ambiental, realizando a conferência nesse horário, em que eu mesma, que gostaria de participar, não posso, porque tenho que cumprir o meu expediente aqui na Assembleia Legislativa, e seria muito bom que a participação popular se desse por meio da presença de políticos, afinal a gente tem que representar a escolha popular.

Outro tema é a recente resolução da Secretaria de Agricultura. A Secretaria de Agricultura baixou uma norma, uma resolução nova, que a gente vai chamar de censura. Se não bastassem os movimentos de perseguição aos servidores públicos... Continua na próxima fala, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, deputada. Neste momento iniciamos o Grande Expediente. Por gentileza, a senhora tem a palavra.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - SEM REVISÃO DO ORADOR - PSOL - Obrigada. Se já não bastassem os atos costumeiros de perseguição do Estado aos servidores públicos, a Secretaria de Agricultura resolveu colocar em texto uma norma de conduta aos seus servidores.

Nada contra um código de ética. Mas os servidores já estão sujeitos a um monte de legislação que deveriam cumprir. Por exemplo, não prevaricar diante de irregularidade já está presente em outras legislações.

O código de ética da Secretaria de Agricultura começa com uma proibição: a demonstração pública de fé religiosa. Eu espero que a Secretaria de Agricultura peça para a Assembleia Legislativa tirar o crucifixo aqui da Assembleia Legislativa, e que essa norma não sirva apenas para as pessoas de matriz africana não poderem andar na secretaria com as suas guias.

Eu acho que isso é bastante absurdo, já que a gente já normalizou na política e em órgãos públicos expressões de fé. Já que quase todos eles carregam crucifixos cristãos católicos.

Além disso, a resolução segue: é vedado ter participação e opinião político-partidária. E além disso é vedado expressar em suas redes sociais particulares opiniões contrárias ao governo e à secretaria. Opiniões contrárias, mas as favoráveis estão permitidas.

Ou seja, um cala-boca aos servidores de carreira que estão lá para garantir o bem-estar e o direito da população, dos agricultores, dos quilombolas, dos indígenas que se relacionam com essa secretaria.

E não estão reféns a um projeto de governo e de político, estão subordinados ao bem-estar do povo de São Paulo. Porque governos passarão, e eles ficarão. Eles estão vedados pela lei, e até por conta de sua carreira, de não atuar sendo chamados. Mas expressar opinião aí já é censura.

Obviamente a gente vai ter que recorrer a esse código na Justiça, porque eu acho que ele é escandaloso, ilegal, e uma ferramenta óbvia de perseguição política dos servidores da Agricultura. A pasta tinha outros interesses, eu acho que mais importantes, para lidar no momento.

Por exemplo, aqui na Assembleia Legislativa, essa semana a Comissão de Constituição e Justiça resolveu aprovar o projeto de lei de autoria do deputado Lucas Bove, que está na luta pela anistia aos que tentaram dar golpe. Para anistia, também, daqueles latifundiários que tacaram fogo no seu canavial ano passado.

É isso mesmo! Há a tentativa de anistiar multas daqueles que tacaram fogo no próprio canavial. No ano passado, a gente assistiu o estado de São Paulo ficar com uma condição irrespirável.

Eu acho que é quanto a isso que a Secretaria de Agricultura deveria estar debruçada. Não só de cobrar, e sim regulamentar aqueles que cometem crimes ambientais e crime contra a vida do povo de São Paulo, mas de preparar a agricultura para o futuro.

Porque eu não sei se a secretaria percebeu que o clima já mudou. Nós estamos em um momento de colapso climático. Não está no futuro, está no presente. Boa parte da dificuldade da safra tem a ver com crise climática.

E para o estado de São Paulo continuar produzindo e sendo o estado do etanol, para os canaviais continuarem existindo, a gente vai ter que se debruçar sobre medidas de adaptação.

Para que essa, que é reivindicada como a maior atividade econômica do estado de São Paulo, possa continuar existindo. E não impedir que os seus servidores expressem as suas opiniões - muitas vezes, científicas, muitas vezes, técnicas - em suas redes sociais.

Isso não existe em lugar nenhum. Nem a Polícia Militar impede que os seus militares postem a sua opinião em rede social. Não é à toa que o Derrite é conhecido por defender matar mesmo, enquanto era policial da Rota, em suas redes sociais. Enquanto isso, os servidores da Agricultura não poderão mais expressar sua opinião política, partidária, seja lá o que for do governo, e até religiosa no seu dia a dia.

Por fim, presidente, quando a gente fala de meio ambiente, e essa é uma preocupação bastante presente no nosso mandato, porque é um dado triste da realidade. Eu tinha a sensação de que, desde 2020, a gente não tinha tido mais nenhum momento de tranquilidade climática.

São sucessivos fenômenos, dia que vira noite, a pior qualidade do ar, o Rio Amazonas secando, incêndios recordes no Pantanal, alteração da safra, cenoura estragando debaixo da terra, fungo nunca antes visto na beterraba, chuvas que matam pessoas, calorão que não deixa a gente respirar direito.

Fui atrás dos dados. É verdade. Desde 2020, a gente não teve mais período de paz climática no Brasil. Nós tivemos um aumento de 250% de fenômenos extremos que se sucedem. Um dia está chovendo gelo, outro está chovendo para caramba, depois você está desidratando no sol e você não consegue mais conviver. O clima já mudou, mas a gente ainda não.

A gente está empurrando trabalhadores em transportes públicos sem ar condicionado, sem condições de ventilação. A gente está enfiando crianças e professores em “saunas de aulas”. A gente não adaptou os uniformes dos servidores públicos. O que é trabalhar debaixo de sol, com o uniforme que os servidores públicos têm que colocar na rua?

O que é o trabalho ao ar livre dos lixeiros, dos catadores, dos policiais militares, que ficam embaixo do sol o dia inteiro? A gente não está debruçado sobre essas questões, e deveria se debruçar para salvar vidas.

Nesse sentido, a crise climática tem um grande vilão. É verdade que não existe energia limpa e é verdade que a gente usa energia para tudo, para produção e circulação de alimentos, inclusive, e isso impacta na inflação.

A gente usa energia no transporte, para se locomover. A gente usa energia para manter a Assembleia Legislativa funcionando. E energia é uma questão ao mesmo tempo, porque não existe energia limpa.

Se a gente for discutir hidrelétrica, tem as barragens e os seus impactos. As eólicas, a mortandade de pássaros, o barulho e a poluição sonora. Se a gente for discutir a solar, a gente vai discutir baterias, a extração de minério de África e a guerra no continente africano.

Se a gente for discutir petróleo, a gente vai discutir o grande vilão da crise climática. Embora a gente ainda não tenha uma solução limpa para a matriz energética, a gente sabe quem é o maior e grande vilão.

No momento em que a ciência deveria estar se debruçando sobre reciclagem de bateria, sobre distribuição da produção de energia solar, que no Brasil está só no campo privado, enquanto em outros países já é coletiva, em outras fontes de energias limpas e renováveis, é uma vergonha que o governo brasileiro esteja insistindo em explorar mais petróleo.

É verdade que, com a quantidade do ar-condicionado que nós vamos ter que instalar para aguentar o calor, nós vamos viver, provavelmente, uma crise de energia, de abastecimento energético.

Mas explorar mais petróleo não pode ser a solução. E aqui eu quero protestar e me juntar aos servidores do Ibama contra a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O Brasil já explora petróleo na faixa equatorial, explora como outros tantos países já exploram, mas a foz do Rio Amazonas é um habitat ainda não pesquisado e conhecido pela ciência.

A gente não conhece as vidas daquele território, a gente não conhece o impacto sobre vazamento a espécies que talvez a gente não conheça, como ainda tem muito a se pesquisar e conhecer da própria Amazônia.

Por isso, o estudo para que, quem sabe, daqui 15 anos, a gente tenha novas fontes de petróleo deveria ser o estudo para, quem sabe, daqui 15 anos a gente tenha outras fontes de energia que não petróleo.

Porque daqui 15 anos pode nem ter humanidade para faltar energia, porque a crise climática vai matar na chuva de hoje, porque a falta de alimento vai deixar a população em fome amanhã, porque novas doenças e variáveis estão se espalhando.

Então, governo Lula, me perdoe, mas está errado e é negacionista ampliar a exploração de mais petróleo.

Tem muita coisa que a gente tem que falar do governo Tarcísio e da sua recusa, ambiental, defesa da mulher, dos povos vulneráveis etc. Mas infelizmente eu tenho que falar do governo que eu ajudei a eleger, para quem eu pedi voto - do governo Lula, que deve parar de negar a crise climática.

E, por falar em governo no Lula, como feminista, defensora das mulheres, não posso me privar também de colocar a crítica pública - só mais um minuto, presidente - à fala que atrasa o nosso lado - enquanto mulheres que lutam contra a violência política de gênero no Parlamento -, de dizer que a deputada Gleisi, agora secretária de Estado, foi colocada nesse cargo por ser bonita.

Papo reto, direto, presidente; não atrase o nosso lado. Nós estamos na política, lutando muito para que a gente ocupe esse lugar, sem que a nossa estética vire o centro dos comentários. Gleisi tem uma trajetória, é uma mulher meritosa, briguenta, que a gente conhece.

Discordo dela muitas vezes, mas se ela ocupa lugar na política, é por muitas coisas, menos pela sua aparência. E discutir a aparência da mulher em ambiente de trabalho é uma coisa que a gente rejeita e recusa.

Então hoje, infelizmente, eu tenho que subir na tribuna para criticar e dar um toque no governo que eu ajudei a eleger.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, deputada. Solicito, se possível, a assunção da Presidência para eu fazer uso da palavra na tribuna também.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Monica Seixas do Movimento Pretas.

 

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A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Assumindo a Presidência. O próximo orador inscrito, se dirigindo à tribuna, numa alternância de poder, Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP – Muito obrigado, deputada Monica, presidente do Grande Expediente. Saúdo novamente a todos os que nos acompanham. Retorno à tribuna nesse Grande Expediente para falar mais um pouco sobre Segurança Pública. Como eu disse na minha fala anterior, foram diversas ocorrências nessa curta semana, porque hoje ainda é terça-feira, e a gente tem que dar destaque.

A primeira situação que eu quero trazer aqui, dentro desses dez minutos, é que mais uma vez a gente tem que alertar a população. Nós temos que alertar aqueles que estão aí, no seu dia a dia, horário comercial agora, 15 horas e 13 minutos, dirigindo seu carro no trânsito, dentro da sua casa, trabalhando no home office com seus familiares - esposa, marido, filhos -, fazendo as suas atividades diárias. Temos que alertar a todos que, a partir de ontem, ou desde ontem, 28 mil presos estão novamente soltos na rua, até dia 18 de março.

Mais uma saidinha, de 11 a 18 de março. Mais uma vez, milhares e milhares de condenados, de pessoas condenadas pela Justiça, estão soltas, para fazer o quê? O que bem entenderem. Muitas vão ficar na sua casa, com seus familiares? Acredito que sim, acredito que muitos vão, sim.

Mas muitos, também, irão reincidir, irão cometer infrações, irão cometer novamente crimes, irão roubar, irão procurar encher o caixa para fazer dinheiro para ou retornar para o sistema ou então nem retornar. Porque a gente sabe que, estatisticamente, 5% desses presos condenados, libertados agora na saidinha, não retornam para o cárcere, não retornam para a prisão. Ou seja, 28 mil presos, 5% disso são 1.400 condenados simplesmente colocados na rua novamente.

Vão ficar foragidos, ficarão evadidos, estarão aí dando retrabalho para os nossos policiais civis, para os nossos policiais militares, para os nossos guardas civis municipais.

Que terão novamente que se empenhar, gastar o dinheiro do Estado, realizar novas prisões, se arriscar, arriscar a própria vida para novamente colocar esses indivíduos procurados na prisão.

É uma vergonha que a gente ainda veja esse absurdo que é a saidinha de preso aqui no Brasil. Ela já foi aprovada, o fim da saidinha temporária já foi aprovada no Congresso Nacional, foi vetado pelo presidente Lula que não queria o fim da saidinha.

O Congresso derrubou o veto, porém por um entendimento da Suprema Corte do Brasil, sempre ela, ainda existe essa saidinha porque foi interpretado que os presos condenados antes do término das saidinhas, ainda fazem jus a esse benefício.

Então meu amigo, minha amiga, cidadão de bem, paulistano, paulista, brasileiro, porque isso é no Brasil todo, tomem cuidado. Nós teremos quatro saidinhas este ano e está acontecendo uma agora no Brasil.

Infelizmente muitos ainda tratam o bandido como vítima, muitos ainda querem passar a mão na cabeça do bandido, como um coitadinho, como uma vítima da sociedade, como um anjo caído do céu que está aqui e está, infelizmente, oprimido e não tem culpa dos seus atos, não tem culpa de ter cometido crime de roubar, de matar, de atirar para subtrair um celular, de fazer um sequestro como foi mostrado aqui em plenário hoje.

Pegaram uma mulher, colocaram arma na cabeça e ficaram três horas com a pistola na cabeça de uma mulher inocente. Vai ficar traumatizada pelo resto da vida. Infelizmente essa é a verdade. Atirar em um policial, matar um delegado na hora de folga, trocar tiro com o COE, como foi ontem e diversas ocorrências.

 Mas eu quero falar para vocês que o bandido não é vítima, o bandido não é vítima da sociedade, pelo contrário, é o lobo que vem atacar a ovelha, é o malfeitor, é o mau caráter, opta, escolhe delinquir, ele tem oportunidades de muitas vezes sair daquela vida do crime, mas ele permanece, porque no Brasil vale a pena o custo benefício, vale a pena a impunidade, aponta para um caminho, que infelizmente muitos seguem, que é o caminho mais fácil, o caminho do dinheiro fácil, de ganhar 30 ou 40 mil reais.

Como existe estudo científico por pessoas que dedicaram anos de sua vida para levantar esse dado, que o delinquente tem em média um valor, consegue um valor de 40 mil reais mensais, enquanto o jovem que se dedica ao trabalho não consegue fatalmente esse valor, consegue ali o seu salário mínimo, dois, três, quatro salários mínimos, conforme for a profissão.

Então no Brasil a cultura da “bandidolatria” ainda impera, infelizmente, e eu quero demonstrar aqui que o bandido não é vítima e que o crime organizado existe, causa prejuízo à nossa sociedade, coloca drogas nas nossas escolas, coloca drogas entre os nossos jovens, tira a vida, dificulta o cuidado com a Saúde pública, tira a vida de policiais no dia a dia.

Através dessa notícia que saiu ontem, ou melhor, hoje pela madrugada, essa notícia de que um brasileiro preso em Portugal chefiava mergulhadores do PCC na Europa.

Então é desse crime que a gente está falando, um crime, uma rede internacional interligada, bilionária, organizada, sim, que tira a vida dos nossos agentes no dia a dia e que pressiona o Brasil para se tornar um narcoestado e é contra esses que a gente briga e que a gente levanta nossa bandeira todos os dias e procuramos fortalecer a nossa polícia, porque a guerra é essa, é uma guerra que envolve muito dinheiro e muitos interesses de muitos estados e federações.

 Inclusive o brasileiro preso lá em Portugal, é o vulgo Fant, faz parte do PCC, já foi preso no Brasil, morava lá em Portugal e a responsabilidade dele era junto com outros delinquentes mergulhar no porto ali de Portugal, nos cascos dos navios que transportam drogas aqui do Porto de Santos para a Europa.

Sim, diversos navios petroleiros, navios cargueiros são utilizados pelo crime organizado para clandestinamente acoplarem ali sob o seu casco, submerso no casco do navio, ou então na caixa do Leme, acoplar centenas de quilos de cocaína para serem retirados lá na Europa e distribuídos no continente europeu.

Droga que sai a um real aqui e se torna mil reais lá na Europa, no momento da distribuição o lucro é exorbitante.  Esse indivíduo foi preso numa operação, ao mesmo tempo que aconteceu em Portugal e aqui no Brasil. Lá, ele foi detido com armamento de grosso calibre.

Ele foi detido lá em Portugal também simplesmente - eu quero falar para vocês aqui - com motocicletas subaquáticas; 30 mil euros, que dá praticamente 200 mil reais; duas pistolas; um fuzil AR-15; além de outros equipamentos utilizados nessa retirada de drogas e na atividade criminosa deles. Aqui no Brasil foram presos mais seis indivíduos, quatro homens e duas mulheres, também com armamento e com drogas.

Neste ano, somente neste ano de 2025, a Polícia Federal - e temos aqui o representante da Polícia Federal, deputado Danilo Campetti - só neste ano, uma tonelada e meia já foi apreendida, que iria para a Europa. No ano passado, seis toneladas - seis toneladas de cocaína que iriam para a Europa, cocaína em pasta-base.

Tudo isso para dizer o quê? Para dizer que a nossa guerra não é uma guerra regular, ela é uma guerra irregular. Essa guerra acontece todos os dias, seja aqui na Cracolândia, na distribuição do crack; seja nas faculdades, na distribuição de uma maconha, entre aspas “quase que inocente”, que muitos já aceitam hoje em dia.

Temos um pedido aqui de um deputado, aqui na Casa, para que existam espaços aqui em São Paulo para se utilizar droga - um pedido recente, uma proposta recente; nós vamos discutir sobre ela futuramente.

Então nós, sim, temos pessoas que defendem o crime, que defendem a droga, o uso da droga, e de tabela essa rede criminosa internacional que ceifa vidas Brasil afora, dos mais pobres, daqueles que estão nas favelas e nas comunidades oprimidos pelo crime organizado, sem o direito de falar e, se falar, cortam-lhe a cabeça - e não é uma expressão forçada, isso é no sentido literal.

A pessoa que denuncia, que tem coragem, que perde o filho para o tráfico; uma mãe que denuncia o criminoso é morta, tem a família morta muitas vezes pelo crime organizado, porque eles não respeitam a vida, eles não respeitam a lei, eles não respeitam nada a não ser a força.

Por isso lutamos para construir uma legislação mais forte que puna o criminoso e que dê condição de vida aceitável e decente para o cidadão de bem, que são as verdadeiras vítimas, e os policiais.

Obrigado, presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Próximo orador inscrito, deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Por permuta com o deputado Simão Pedro, deputado Reis. (Pausa.)

 

O SR. REIS - PT - Cumprimentar a deputada Monica Seixas, presidente desta sessão, os meus colegas deputados que estão aqui reclamando que eu... “De novo, voltou à tribuna?” É, aqui nós teremos que mudar o Regimento, deputado Conte Lopes, para aumentar o tempo, que aqui o Grande Expediente é dez minutos.

Vossa Excelência lembra que lá na Câmara Municipal de São Paulo eram 30 minutos, o Grande Expediente, não é? Depois reduziram para 15, mas 30 minutos acho que seria um bom tempo para que cada deputado pudesse, aqui, falar, discorrer sobre as várias questões, problemas que no dia a dia vão assolando a nossa população.

Mas eu vou dividir o meu tempo, os dez minutos, em duas fases. Uma para falar do “tarifaço” do Trump e outra para falar das escalas extras, no interior de São Paulo, da Polícia Civil. Como eu recebo as reclamações, eu tenho que torná-las públicas, não é?

Mas quero falar um pouco sobre o “tarifaço” do Trump, sobre um erro estratégico grave, uma escolha política equivocada e, principalmente, um prejuízo concreto para o Brasil e para os trabalhadores paulistas.

Então V. Exas. sabem que, quando o Trump tomou posse, vários deputados federais do PL do B - porque existe o PL do V e o PL do B. O PL do B é o PL do Bolsonaro e o PL do V é o PL do Valdemar Costa Neto.

Então vários deputados do “PL do B”, que são os mais radicais, mais extremistas, correram para assistir ao Trump lá nos Estados Unidos. Saíram de Brasília, foram para os Estados Unidos para assistir no telão, porque eles não conseguiram entrar lá no Capitólio. E muitos com dinheiro público, com passagens pagas pelo erário.

O governador Tarcísio de Freitas fez questão, desde a campanha presidencial dos Estados Unidos, de se posicionar ao lado de Donald Trump. Defendeu, exaltou sua volta ao poder.

Na posse, não escondeu sua empolgação. Mas o que São Paulo e o Brasil receberam em troca dessa fidelidade inabalável? Mais tarifas, mais barreiras comerciais e um ataque direto a nossa economia.

No último mês, Trump impôs tarifas abusivas sobre o aço e o alumínio brasileiro, elevando a taxação para 25 por cento. São Paulo, que concentra algumas das principais siderúrgicas do País, será um dos estados mais prejudicados.

Milhares de empregos estão em risco, Sra. Presidenta. Empresas brasileiras que exportam para os Estados Unidos já calculam perdas e setores inteiros da economia nacional serão afetados.

Não estamos falando de uma disputa ideológica, mas de uma medida concreta, que atinge diretamente a indústria, a arrecadação e a estabilidade econômica do Brasil. O setor siderúrgico paulista tem um peso significativo na economia nacional. Essas tarifas representam um golpe duro para essas indústrias, que já operam sob forte concorrência global.

A imposição dessa barreira comercial pode resultar em fechamento de fábricas, demissões em massa e um efeito cascata devastador para toda a cadeia produtiva do setor, afetando desde os trabalhadores metalúrgicos até pequenos fornecedores que dependem desse mercado.

Onde está o governador que ostentou, que fez campanha, que se mostrou entusiasmado com Trump? Olha, bem na hora que eu estou falando, o celular resolveu tocar. Agora se cala diante do prejuízo causado por ele. O mesmo que vestiu o boné e repetiu o slogan da extrema-direita americana, agora assiste inerte a um ataque frontal contra os interesses do nosso País.

Onde está a defesa dos trabalhadores de São Paulo? Onde está o seu compromisso com a economia do estado de São Paulo? O Brasil precisa de governantes que defenda seus interesses, e não que ajoelhem diante de líderes estrangeiros.

O governo federal, por meio do presidente Lula e do ministro Fernando Haddad, já está atuando diplomaticamente para tentar reverter essa medida injusta. Mas, em São Paulo, o governador que deveria estar ao lado do Brasil, nesse embate, prefere continuar em silêncio, sem coragem de questionar o homem a quem jurou lealdade política.

Esta Assembleia Legislativa não pode aceitar essa postura de omissão. Não podemos admitir que um governador de São Paulo coloque sua ideologia acima da necessidade de defender nossa economia.

A escolha do governador de se aliar a Trump, desde a campanha dos republicanos, se mostrou um erro grave. Ao invés de buscar caminhos para o desenvolvimento de São Paulo, preferiu se associar a uma política protecionista e hostil aos nossos interesses.

Agora diante da realidade cruel das novas tarifas, não há como esconder o fato. A economia paulista merece mais respeito. A indústria nacional precisa de um governo estadual que lute por ela, não que se curve a interesse estrangeiro. É hora de exigir que o governador se posicione e que pare de colocar sua ideologia acima dos interesses do nosso povo.

Então o que nós queremos é uma posição do Governo de São Paulo com relação a esse ataque frontal que o presidente Trump está fazendo com o Brasil e, principalmente, com o estado de São Paulo, que é um estado que exporta para os Estados Unidos, que a sua siderurgia, o seu setor de alumínio, de ferro, tem fortes setores e forte exportação para os Estados Unidos.

Então a gente quer um posicionamento do governador de São Paulo com relação a esse ataque frontal provocado pelo “tarifaço” do Donald Trump.

A outra coisa que eu quero deixar registrada nesse Grande Expediente, nesse pouco tempo que tenho, Sra. Presidenta são as reclamações que estão surgindo, principalmente do interior, com as escalas da Polícia Civil, as escalas extras. Eu recebi hoje reclamação de que o policial trabalha em uma cidade e é escalado pra trabalhar em outra a 100 quilômetros do seu local de trabalho. A 100 quilômetros.

Então, muitas vezes ele tem que trabalhar em três cidades, e a distância de uma para outra é 100, 120, 150 quilômetros. Isso gera despesa de pedágio, despesa de combustível, e também do seu tempo, da sua escala, porque ele não está lá para trabalhar todos os dias. O policial tem direito à folga.

Então, o governador até no dia oito de março resolveu anunciar abertura de novas delegacias 24 horas, mas não adianta abrir delegacias, precisa primeiro contratar pessoal. Nós temos um déficit na Polícia Civil de cerca de quinze mil profissionais. Já chegou ser a dezoito mil, já chegou a ser bem mais do que isso.

É verdade, tinha um concurso do governo anterior, que o governo deu posse a eles, e este governo abriu um novo concurso, mas o procedimento para a contratação desses policiais é muito lento.

É muito lento. Nós já estamos em 2025, 2026 é um ano eleitoral, é praticamente o último ano desta gestão. Talvez o governador até consiga se reeleger, ou de repente ele vá até pra Brasília. Pelo que eu percebo aqui de alguns deputados, eles defendem que o governador seja candidato a presidente da República.

Eu acho que seria muito bom que ele assim o fizesse. Mas enquanto ele não é candidato a presidente da República, deputado Conte Lopes, ele precisa olhar melhor pra essa questão da segurança pública.

Porque os deputados da Segurança Pública vêm aqui, falam, falam, mas todo dia está acontecendo um crime. Não está reduzindo a criminalidade. Todo dia nós vemos fatos aí que aterrorizam a população de São Paulo.

Aliás, na pesquisa sobre a popularidade do governador, o maior problema que ele enfrenta é a segurança pública. Está lá na pesquisa. Não sou eu que estou falando. O maior problema que ele tem é na segurança pública, e esses problemas começam primeiro com salários que são muito baixos, salários que são indignos.

O policial ganhar quatro mil reais por mês. “Ah, ganha cinco e pouco”. Ué, mas na hora que desconta imposto de renda, a hora que desconta a Previdência, hora que desconta lá a caixa beneficente, aí acabou, o salário, o dinheiro vai lá embaixo.

Então, é muito baixo o salário. É muito baixo, é irrisório, é insignificante e, além de ser insignificante, eles estão prestando serviço extraordinário. Toda hora é uma escala extra. Escalas gritantes, e na Polícia Civil isso está sendo muito forte.

Imagina, um policial trabalha em Campinas, depois tem que prestar serviço em Sumaré, depois tem que prestar serviço em Monte Mor, tem que vir prestar serviço em Jundiaí. Ou seja, quanto custa esse deslocamento dele, e quem paga por esse deslocamento?

Não tem condições de com o salário que se ganha bancar esse deslocamento, sair de uma cidade, trabalhar em outra e enfrentar essas escalas extras que estão se criando, e que pipocou de reclamações durante esses últimos dias.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Próximo orador inscrito, deputado Gil Diniz.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve comunicação.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pois não.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Olha, a gente teve uma notícia hoje, dentro do estado de São Paulo, que 28.800 presos saíram na saidinha. Ou seja, um quarto de quem cumpre a pena, 25% da pena, ele já pode sair por bom comportamento no nosso Brasil.

Então hoje, no estado de São Paulo, nós temos 28.800 presos nas ruas, por esse benefício. Não dá pra entender o nosso País. Se a pessoa é reincidente. Ou seja, se ela já cometeu o crime e voltou a ser presa, ela só precisa cumprir um sexto da pena e ela já pode sair na saidinha de novo. Ou seja, quem cometeu o crime e foi solto, cometeu o crime de novo, está preso de novo, novamente, ele também tem direito à saidinha. Só no nosso Brasil.

E os presos do dia oito de janeiro, que estão lá até hoje na cadeia, que foram fazer uma manifestação em defesa pela sua liberdade? Ou seja, se manifestar, que é direito do brasileiro. Muitos ali com Bíblia na mão e com a bandeira do Brasil foram presos injustamente, que não participam dessa saidinha, por exemplo, e estão na cadeia.

Agora, se fosse um usuário de crack, se fosse um vendedor de droga, se tivesse matado alguém, poderiam estar recebendo essa defesa da esquerda, né? Mas não é o caso. São pessoas que lutaram pela sua liberdade.

Então, é isso que nós temos no nosso Brasil. Na realidade, a esquerda está querendo destruir o nosso Brasil, e nós, como deputados que aqui estamos, que somos da direita conservadora, não podemos deixar.

A gente precisa se posicionar realmente, e é por isso que dia 16, agora, neste domingo, a gente vai para as ruas. Mais de um milhão de pessoas vão estar em Copacabana, às 10 da manhã.

Obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Eu prometo aos senhores que eu dou a próxima comunicação depois de chamá-los, desculpa.

Próximo inscrito, deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Solange de Freitas. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.)

Por sucessão de tempo com o deputado Tomé Abduch chamo o deputado Danilo Campetti.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputada Monica Seixas, quero cumprimentar todos os que nos acompanham pela Rede Alesp, todos os que nos acompanham nas galerias, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, assessorias, servidores da Casa, policiais civis, policiais militares, meu cumprimento.

Senhoras e senhores, Sr. Presidente, eu vou dividir a minha fala em dois momentos, mas inicialmente eu gostaria de parabenizar o nosso Coronel Telhada, pai do deputado Capitão Telhada, pela assunção, lá na Subprefeitura da Lapa. Deputado, que seu pai tenha muito sucesso.

Eu tenho certeza de que ele fará a diferença na vida das pessoas lá. Conte com o nosso apoio aqui também. Que Deus abençoe a missão dele, viu? Mande o nosso abraço ao saudoso Coronel Telhada, que com certeza tem uma história fantástica na Rota, né? O nosso herói da Rota aí, que foi desta Casa aqui também, e que tem muito o nosso apoio aqui e a nossa consideração.

Gostaria também de fazer uma menção, na realidade, fazer uma congratulação, que eu fiz, o Capitão Telhada, uma moção de apoio aqui ao Frei Gilson. Por quê? Frei Gilson cometeu, entre aspas, o crime para a esquerda.

O crime para a esquerda, que é levar o nome de Deus. E o Frei Gilson, ele, num ato de penitência, às quatro da manhã, ele acorda para fazer o rosário. Fazer o rosário, rezar lá. Nesse ato, ele trouxe mais de um milhão e duzentas mil pessoas para esse ato.

E aí começou a ser atacado. Começou a ser atacado pela esquerda, começou a ser atacado por aqueles que se revoltam. Eu gostaria que colocasse o vídeo aí, para a gente poder analisar.

Por favor, Machado.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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É isso. É, no segundo livro de Timóteo, diz lá: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”. Capítulo 3, versículo 12 e também o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme nos relata Mateus: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. Capítulo 5, versículo 10.

Então, está aqui a moção de aplauso, Moção nº 49, de 2025. Fica o meu apoio ao trabalho, ao homem de Deus que é o frei Gilson. Em resposta àqueles que o atacaram, ele simplesmente disse: “Eu vou orar por eles”.

Então, nessa primeira parte aqui fica o meu aplauso ao que realiza o frei Gilson, que sofreu um ataque de “cristofobia”. A gente tem que pensar nisso também. Nós cristãos somos perseguidos e não é de hoje.

Na segunda parte, Sra. Presidente, vou falar sobre anistia. Primeiro, preciso parabenizar o nosso presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta, que fez acenos e se dispôs, havendo viabilidade, a pautar esse projeto da anistia. Esse projeto de anistia é uma anistia humanitária. É uma anistia que vem combater a desproporcionalidade que existe na aplicação de penas.

Deputado Conte Lopes, uma mulher que esquartejou o seu marido, o colocou em uma mala e desceu no elevador com essa mala, ela teve uma pena de 14 anos de prisão. Uma mulher que estava lá no 8 de janeiro e, com seu batom radioativo, escreveu em uma estátua pegou 16 anos. Dezesseis anos de tranca.

Não é em uma salinha da Polícia Federal, como ficou o atual presidente, não. É de tranca. É olhando para o concreto acima. Isso é inadmissível. Isso é inadmissível para uma pessoa que foi lá se manifestar.

E aí falam do golpe. A histeria do golpe desde 2016. O golpe, o golpe da Dilma. Mas, na primeira oportunidade aqui, entram com impeachment contra o então secretário Derrite. Quer dizer, o impeachment lá é golpe e aqui não é golpe.

Aliás, o impeachment onde rasgaram a Constituição, porque era para a então presidente Dilma ter oito anos de inelegibilidade e não teve. Rasgaram a Constituição. Então, fica aqui o meu registro.

Essa anistia é necessária. Eu tenho certeza de que será viável. Estivemos ontem com o presidente Bolsonaro, que estava visitando São Paulo, e ele falou muito desse assunto. O presidente Bolsonaro, inclusive, que contra ele tem uma denúncia da Polícia Federal que é uma obra de ficção.

Eu peço, Machado, que coloque por favor as matérias. São matérias de um jornal que ninguém vai dizer que é de direita, que questiona: “Só elementos frágeis”. As próximas, pode continuar. “PGR omitiu fala de Mauro Cid em denúncia contra Bolsonaro, que contrastam.” Vamos lá. Tudo da “Folha”. Da “Veja” agora: “Não falei a palavra ‘golpe’, diz Cid em nova gravação”. E vai seguindo, Machado.

O que acontece? As provas são frágeis, porque não houve o crime. Estão forçando a barra para incriminar o presidente Bolsonaro e mais os 33 que são denunciados nessa denúncia que é uma ficção. Ou seja, eles têm as pessoas que tem que serem condenadas e estão produzindo as provas necessárias, estão criando o contexto para que essas pessoas sejam condenadas, ao passo que o ideal, como foi feito na Lava-Jato, foram fatos investigados.

O atual presidente, desde o início da Lava-Jato, demorou quatro anos para ser preso e ninguém falava, no começo, que ele iria ser preso. As provas, a investigação dos fatos, a análise dos dados, levaram a essa prisão dele e de mais uma centena de pessoas.

Inclusive, o atual presidente, o Lula, tem se pronunciado muito mal, inclusive com relação às suas relações internacionais, a sua política internacional, o que tange a sua política internacional, que está sendo um desastre.

Reduziu o nosso País à posição de anão diplomático, de uma insignificância enorme na área internacional. E aí hoje teve mais uma pérola dele, não sei se chegou a ir para o Machado.

Por favor, Machado, o último vídeo.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Tem que perguntar para a dona de casa que compra café, que compra carne, se a economia está crescendo. Tem que perguntar isso para ela. E outra: parece que está conversando em uma mesa de bar, né? São relações internacionais, onde os países não têm relações pessoais, os países têm interesses.

E aí ele dá mais essa demonstração de que a capacidade cognitiva dele está indo de mal a pior. Então é preocupante a condução do nosso País. O que ele deveria fazer? Primeiro ele deveria ajustar as contas, para depois tomar medidas como a que foi tomada com o imposto de importação.

Aqui no estado de São Paulo está sendo feito. Para concluir, presidente, o governador Tarcísio ajustou as contas. O plano “São Paulo na Direção Certa” reduziu o Estado, e ele aí reavaliou os benefícios fiscais e as subvenções. Por isso é que São Paulo está dando certo. Por isso é que São Paulo cresce mais do que o País.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Próxima oradora inscrita, deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputada Bruna Furlan. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sra. Presidente, deputada Monica, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, povo que acompanha a tribuna da Assembleia, queria falar para o deputado Reis, mas ele deve estar acompanhando. Ontem foi aniversário de José Dirceu, a maior festa em Brasília.

José Dirceu foi deputado comigo em 1986, aqui nesta Casa. É bom colocar aqui que eu virei deputado por combater o crime aqui em São Paulo, por responder a vários processos de tiroteio com bandido, nenhum por corrupção.

Mas um belo dia Michel Temer, secretário de Segurança Pública, me tirou da Rota, do policiamento, e me colocou no Hospital Militar para não combater o crime, encostou vários policiais da Rota.

De lá pra cá, o banditismo tomou conta mesmo, não resta a menor dúvida. Não adianta. No Rio de Janeiro, dois dias atrás, montaram um acampamento, um bandido lá, com campo de futebol, piscina, lago artificial, treinamento de tiro. Aqui em São Paulo, no Guarujá, em Santos, bandidos com mergulhadores colocam cocaína no casco dos navios para exportar para fora, foram vários presos.

Em Sorocaba, no final de semana, os ladrões aqui em São Paulo roubaram a cadeia em Sorocaba. Parece piada, né? Veja, o cara roubou a cadeia. Invadiram a cadeia de Sorocaba e roubaram todas as armas: fuzil, metralhadora calibre 12, as drogas todas que haviam sido apreendidas. Agora também não consigo entender como existe uma delegacia de polícia que não tem segurança nenhuma, né? Parece piada. Então está indo de mal a pior.

Mas vou voltar ao José Dirceu, deputado Reis. O José Dirceu ontem falou: “Tomem cuidado”. Olha, foi duro de chegar à festa do Zé Dirceu, nobre deputada Monica Seixas. Foi duro, hein? Uma fila desgraçada para cumprimentar o Zé Dirceu, que está ficando velho, com 79 anos. Como que estão as coisas, né? Mas a fila parou o trânsito, e no discurso dele: “Vocês tomem cuidado é com o Tarcísio de Freitas”.

Então eu vi o que está acontecendo neste plenário. O PT e o PSOL todo dia estão “metendo pau” no Tarcísio de Freitas. Agora, o “mago” do PT, José Dirceu, ontem falou isso. Será que é por isso que está todo mundo batendo, aqui? O Reis sobe aqui e bate em tudo...

Quer que o Tarcísio de Freitas faça o que com o Trump, presidente dos Estados Unidos? Ele taxou o mundo inteiro, não taxou somente o Brasil. O governo lá vai fazer o quê? E o governo lá está cumprindo o trabalho dele.

Agora, tem algumas pesquisas em que o Tarcísio de Freitas, concorrendo a presidente, está em primeiro lugar? Tem! Por quê? Porque a Justiça no Brasil coloca quem ela quer para disputar a eleição. Essa é a grande verdade. Principalmente a centro-direita. O Caiado está inelegível, o tal de Pablo Marçal já está inelegível também. Fica todo mundo inelegível, e o próprio Bolsonaro.

É bom colocar que o Lula ficou dois anos na cadeia. Dois anos, e ele trocou 587 cartas com a Janja. Ele quem falou! Ele mandava cartas para a Janja, e a Janja mandava cartas para ele, nos 587 dias em que ele ficou na cadeia. E hoje é o presidente da República.

O que o Bolsonaro quer? Do meu partido, o PL, ele quer disputar a eleição. É a Justiça que decide quem disputa a eleição no Brasil ou não? Quer dizer, a Justiça tomou conta. “Missão cumprida”, falou o ministro da Justiça, quando tornou inelegível o Bolsonaro.

Ora, deixa o Bolsonaro disputar a eleição, José Dirceu. Você que é o “mago”, o “cérebro” do PT, você que criou o Lula... Deixa o Bolsonaro disputar a eleição. Fala aí com o Supremo que eles liberam. E outra coisa, o único adversário do PT não é o Bolsonaro. Tem outros candidatos. Está aí o Zema, que é candidato, o Ratinho Júnior... São candidatos! O Caiado...

Como também, não sei se o Lula irá disputar a eleição, se ele for, tem a opção, pode disputar a Presidência da República. Não resta a menor dúvida. Agora, você tirar a oportunidade de um povo de escolher alguém é duro, não é? Na Justiça, baseado em quê? Qual foi o crime que o cara praticou? Qual foi o crime? Se reuniu com embaixadores? Na Independência subiu lá em um palanque?

Isso torna a pessoa inelegível, enquanto outros são condenados por corrupção por 500 anos e estão todos sendo absolvidos aí? Empresários que roubaram o Brasil de ponta a ponta estão todos sendo absolvidos. Só que o povo começa a enxergar isso, não resta a menor dúvida. Uma hora o povo começa a enxergar.

A Justiça, que o presidente escolhe o advogado dele para ser ministro da Justiça... O outro amigo, que é “não sei o quê”, “não sei de onde”? É óbvio que essa pessoa irá julgar, então... Alguma coisa está errada na Constituição de 88. Se o presidente escolhe uma pessoa para defendê-lo e atacar seu adversário, amanhã pode acontecer o contrário, não é verdade? Amanhã pode acontecer o contrário.

Então, às colocações: José Dirceu, aconselhe o PT. Você não é o “cérebro” do PT? Aconselhe, libere o Bolsonaro para disputar a eleição. Vai até trazer problemas. Talvez, com o Bolsonaro sendo candidato, o Tarcísio não saia a presidente.

Porque se ele sair para presidente, vai ser difícil ganhar dele.  E é um baita de um cara inteligente. É um baita de um engenheiro inteligente e competente. 

Colocando aqui de novo, nunca vi o Tarcísio... Ele já veio nesta Casa, com discurso, mas nunca vi ele falar que é candidato à Presidência da República. Eu nunca vi. Agora, é evidente, na política a gente sabe... Conheci o José Dirceu desde 86 aqui nesta Casa. Vários debates. Na política, se o cavalo passa encilhado, tem que montar, porque se você não monta, talvez ele não passe nunca mais.

E realmente, hoje em dia, de acordo como está indo, se o Bolsonaro se tornar inelegível, o Tarcísio é o candidato. Não tem jeito de ele não ser candidato. Não adianta querer inventar. É o povo que está vendo isso, é o empresariado, só pelo governo que ele está fazendo em São Paulo.

Ele não está atacando ninguém, conversa com todo mundo, recebe o PSOL, recebe o PT, fala com todo mundo. E o povo está gostando dele, tanto é que ele tem aprovação de 63, 65% da população de São Paulo, porque você pega os 20 e pouco do PT e não vai votar, não vai escolher mesmo, aí não tem jeito. Então, o cara tem quase unanimidade, e está fazendo um excelente governo.

Então, a minha colocação é essa aí. José Dirceu, você não é um mago? Libere o Bolsonaro para disputar as eleições. E você pode liberar, você conhece muitos ministros do Supremo, porque, na verdade, a lei, infelizmente, está difícil. Colocava muito bem aqui, bandidos perigosos, sequestradores, o cara fica um ano na cadeia e vai embora. O cara mata a mulher, mata todo mundo.

Está aí o nosso amigo, o Marcio Nakashima. Eu ajudei a prender o namorado da irmã dele, o Marcio Nakashima, esqueci até o nome do cara agora. O cara ficou preso alguns aninhos, já está na rua.

Ele matou a namorada, advogada, atirou nela, jogou o carro dentro de uma lagoa lá em Nazaré. Foi difícil achar o carro, foi difícil achar o corpo. O cara já está na rua, já está numa boa.

Suzane, não sei o que, acho que Richthofen, é a mesma coisa. Colocam todo mundo na rua, é bom ser bandido no Brasil. E eu já falei aqui para a esquerda, para a direita, se quiser modificar a segurança pública, tem que haver uma união.

E, principalmente, que bandido só entende uma lei, cacete e bala mesmo, ele não entende outra. Você dá carinho e amor para ele, ele mata, pode ajoelhar e pedir por Deus. Eu vi bandido matar cidadão porque ele se ajoelhou na frente da família. O cara faz isso, os caras fazem isso. E aqui, então, é isso.

Ou nós começamos a ter lei severa, que o cara entra na cadeia não pode ter visita íntima, não pode ter saidinha, e, principalmente, não pode receber salário. Como é que o cara mata a gente, vai para a cadeia e recebe um salário? É só na porra do Brasil mesmo.

Obrigado, presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Próximo orador inscrito, deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Thainara Fria. (Pausa.)

Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Dr. Elton.

Deputado, o senhor tem o tempo remanescente do Grande Expediente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. DR. ELTON - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente.

Eu vou tentar ser rápido, mas, na minha fala, eu quero citar uma fala anterior de um deputado que esteve aqui no plenário e que falou sobre o tarifário do Trump, que defendeu o mercado interno dos Estados Unidos, e quisera eu ter um presidente que realmente estivesse pensando exatamente no desenvolvimento do nosso País.

São Paulo cresceu 10% no ano passado no nosso agro e o Brasil decresceu 2% no agro. Trinta por cento do PIB de São Paulo está no agro, e São Paulo arrecada 31% de todo o PIB do nosso País.

E eu não sei se vocês ficaram sabendo sobre as últimas iniciativas descabeçadas da tentativa de controle dos preços dos alimentos. O governo federal decidiu agir sobre o preço de produtos, como café, carne, bovina e na carne de frango, biscoitos, macarrão, soja e outros materiais de consumo. O presidente Lula anunciou em um evento do Partido dos Trabalhadores a decisão de zerar o imposto sobre todos os produtos quando importados para o Brasil.

Os nossos produtos vão continuar pagando impostos cheios para tudo, enquanto os produtores de outros países terão a oportunidade de incentivo fiscal para vender no Brasil. Isso é uma verdadeira concorrência desleal patrocinada pelo Brasil, pelo Brasil e pelo nosso governo.

O governo vai abaixar a alíquota do café, e nós somos o maior produtor e exportador de café do mundo. Nós somos também o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, produzimos quase a metade de todo o açúcar exportado no mundo.

O Brasil é o segundo maior produtor de carne de frango do mundo e o maior exportador de carne de frango. Nós somos o segundo maior produtor e exportador de carne bovina do mundo.

E ainda tem que se falar sobre soja, sobre milho e outras coisas. Eu não sou economista, mas, em virtude do tempo remanescente que tenho para falar, eu resolvi, inclusive, entrar no chat GPT. Faça essa tarefa em casa, procure saber quais os impactos.

Eu perguntei. “Faça uma análise econômica sobre o risco de uma medida do governo em zerar impostos de produtos importados que sejam de consumo, nos quais o Brasil é autossuficiente, como café, carne bovina, carne de frango, óleo, milho, biscoitos e macarrão”.

E a resposta é terrível. Porque nós teremos uma desestimulação do nosso mercado, redução da nossa moeda. E, infelizmente, o nosso agro irá reduzir e estimular que essas mercadorias sejam exportadas. No final das contas, nós teremos uma moeda mais fraca, uma arrecadação reduzida e o impacto diretamente sobre as políticas públicas que são necessários para cada um de nós, em São Paulo, e também no Brasil.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos as palavras do Dr. Elton. Deputada Monica, uma comunicação? Perfeito.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada. Primeiro, eu quero começar respondendo uma parte da fala do deputado Danilo. Deputado, o senhor disse que as falas do Cid são contraditórias entre si. Eu concordo. 

Inclusive, assisti ele sofrer pressão do juiz para falar a verdade. Mas não soube ainda que ele foi submetido à força da bala, do espancamento que o deputado Conte Lopes defende que seja usado contra bandidos, quando ele não quis falar a verdade.

Também desconheço que os depoimentos dados pelos comandantes das Forças Armadas, o ex-comandante Freire Gomes e Carlos de Almeida Baptista Júnior, que revelam ter sido apresentados pelo próprio Bolsonaro a um plano golpista, tenham sido desfeitos. É matéria do “Globo”. E espero ansiosamente o depoimento dos ex-comandantes das Forças Armadas nesse inquérito.

No minuto que me resta, eu quero falar da sessão de Presidência do Poder Legislativo estadual que nós teremos no próximo sábado. Nós todos somos convocados a votar à Presidência. O PSOL lança, pelo momento em que o estado precisa da altivez do Poder Legislativo, a candidatura de uma mulher.

Uma mulher que nos representa, pela sua trajetória, força política, pelas suas ideias, pela sua sagacidade em ser oposição: a minha companheira Paula da Bancada Feminista, do PSOL.

Nós vamos defender a candidatura da Paula e nós discutimos também defender uma candidatura própria aos outros setores da Mesa Diretora. Porque não é aceitável que a Assembleia Legislativa continue do jeito que está.

No ano passado nós tivemos pouquíssimas reuniões das comissões. Quórum é uma coisa que aqui é raro de acontecer. Os debates, fora dessas paredes, sobre os projetos de propositura dos deputados, não acontecem.

A Assembleia Legislativa não pode continuar a ser um despachante do governo Tarcísio, em que ele manda um projeto no dia, e no outro, sem estudar os seus efeitos e impactos, nós já estamos votando. Por isso, no sábado, nós vamos defender a nossa candidatura própria.

 

O SR - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, presidente, para uma comunicação, já que fui citado.

Com relação ao que citou a deputada Monica. Deputada, não fui eu que falei, foi a “Folha”. Foi a “Folha” que falou. Em nenhum momento eu vi a defesa, pelo deputado Conte Lopes, ou quem quer que seja, que tem que ser na bala, tem que ser na porrada.

Eu não ouvi nada disso. Mas, assim, o que está sendo dito, que está sendo veiculado, inclusive tem um vídeo que o senhor deve ter visto, que o juiz que ouviu o então delator Cid, ele advertiu o Cid que, se ele continuasse com as omissões, o seu pai, a sua esposa e o sua filha poderiam vir à cadeia.

Por muito menos, delações foram anuladas, deputada, na Lava Jato. Por muito menos. Por exemplo, nós temos delações anuladas, por exemplo, do ex-ministro Palocci, que diz que entregava - as palavras dele -, que diz que ele entregava dinheiro em caixas para o então presidente.

Isso foi anulado, porque, muito embora não se tenha prova concreta, ficou suspeito se ele teria ou não sido coagido. Então nós temos que ter “o que bate em Chico bate em Francisco”; nós temos que ter a mesma proporcionalidade de meios e precisamos trazer a coerência.

Com relação apenas à parte processual, deputada, o Cid teve o mesmo tempo de resposta, o mesmo tempo para ser ouvido para se defender, dos outros delatores. Isso também foi causa de anulação na Lava Jato. Esse mesmo tempo foi causa.

Anularam o processo da Lava Jato, porque o delator e os outros réus tiveram tempo comum para a sua resposta, para a sua defesa preliminar. Então há muitas coisas aí que ainda precisam ser apuradas. O processo está apenas no começo; eu espero que a Justiça trate de uma forma imparcial essa ação.

Sr. Presidente, eu gostaria de fazer uso do Art.82, do tempo da liderança.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos pela tribuna.

E só informando a deputada Mônica que eu sempre fui um conselheiro espiritual aos bandidos: quando ele estuprava e matava alguém, eu sempre aconselhava o cara: “olha, se você não entregar a faca com que você matou a mulher, pela prova, você vai acabar indo para o inferno”. E o cara acabava falando.

Obrigado.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Presidente, me permite um aparte, deputado?

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pois não, deputada. Uma comunicação.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Comunicação. Não existe aparte no 82, perdão.

Eu não concordo com tortura em hipótese alguma. Tortura é um legado deixado pela ditadura militar, e a gente espera a revisão da Lei da Anistia aos torturadores da ditadura militar brasileira, porque isso é degradante.

Eu não defendo tortura aos criminosos do oito de janeiro, eu não defendo tortura aos criminosos de violência contra a mulher e a qualquer outro. Entre essa jogada de vocês dois, eu só estou dizendo que o Cid não foi torturado.

Ele foi informado de que, caso ele não cumprisse a delação que ele prometeu entregar, o resultado ia ficar sobre a culpa da família dele. Ele disse que tinha outros autores do crime que não a família dele. Então ou ele entregava quem era ou o resultado da oitiva dele ia ficar como no começo: a família dele é a culpada.

Delação premiada tem que entregar. E eu te questionei não só sobre as manchetes que o senhor apresentou sobre as contradições do Cid, que ele mesmo tentou esconder várias vezes antes de finalmente falar.

Eu perguntei ao senhor se o senhor não leu a manchete que fala que os ex-comandantes das Forças Armadas disseram que o plano golpista foi apresentado para eles pelo próprio Bolsonaro. E eles nunca mais desdisseram o que disseram.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, retorno a essa tribuna. Só pra contextualizar, deputada, um ex-comandante das Forças Armadas, general Villas Bôas, disse que na época a presidente Dilma Rousseff queria impor Estado de Defesa.

Chegou a consultá-lo sobre a imposição de Estado de Defesa, e ele negou. Então se a gente considerar que o que é dito na internet, hoje, é um crime permanente, cabe apuração ainda. Só pra contextualizar.

Com relação ao... Eu quero só concluir, Sr. Presidente, sobre a anistia ainda. Nós tivemos lá, em 1979, a Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979, que declarou, que decretou anistia geral ampla e irrestrita àqueles presos políticos do regime militar que estavam fora do Brasil. Então retornaram 2.200 presos.

Em 1980, foi fundado o Partido dos Trabalhadores, com parte desses que retornaram e parte do sindicalismo chão de fábrica, do Lula da Silva. E cresceram falando em anistia. E, observem, a anistia, àquela época, era para crimes de sangue.

Sequestravam, torturavam, assaltavam sob o pretexto - o que não era verdade - de que se instalaria a democracia no Brasil. Não. Eles queriam instalar a ditadura do proletariado nos moldes de Cuba.

Então aí estava a primeira falácia. Mas eu me prendo na questão da anistia geral. Por que são a favor, foram a favor, dessa anistia lá atrás e agora são contra uma anistia humanitária que envolve mais de 200 pessoas que estavam no 8 de janeiro? Sim, eles devem pagar por dano ao patrimônio público, sim.

Tudo bem, pode-se falar dessa forma, pode-se articular uma coisa ou outra. Mas anistia para o crime de golpe e para o crime de violação do Estado tem que ser concedida, porque não foi isso que aconteceu.

Porque, se eles quisessem dar o golpe, nada os impediu de dar o golpe. Tinha um general lá, presidente, que estava dando água para aqueles que entraram lá no Palácio do Planalto e estavam quebrando tudo. Ele estava servindo cafezinho e água. E esse general foi alertado 36 vezes pela Abin de que ia acontecer aquilo.

Então não, não há crime, não há tentativa e a anistia é humanitária, a anistia é necessária, porque essas senhoras com bíblia, essas mães que estão presas, mães de filhos que estão órfãos de mãe viva, elas não merecem a pena que estão recebendo.

Essas pessoas não merecem essa pena. Há situações de pessoas que estavam passando lá e que foram fotografadas e estão presas... E o pior, Sr. Presidente, eu sou professor da Academia Nacional de Polícia. Eu sei o que é aquela quadra onde essas pessoas ficaram por dias. Nós não deixávamos os alunos naquela quadra horas, porque é muito quente, porque é insalubre.

E o diretor-geral da Polícia Federal quer que o nome dele vá para o Guinness. A maior prisão que foi feita. Isso é um absurdo, isso é desumano contra essas pessoas; desumano, Sr. Presidente.

Eu falo com propriedade, porque dei aula lá dez anos; dez anos eu dei aula na Academia Nacional de Polícia. Então foi sim; foi desumano o que fizeram. E não tinha audiência de custódia em 24 horas viu, Sr. Presidente? Não houve audiência de custódia em 24 horas. Mas então fica aqui o nosso apelo para que os deputados no âmbito federal, nossos colegas, analisem e cheguem a um acordo.

A nossa posição aqui é que essas pessoas devem, sim, ser anistiadas. E a gente tem que pedir um pouco de coerência também, não é? Pedir um pouco de coerência para esquerda, e dizer: “Olha, lá atrás, vocês defendiam essa anistia geral, ampla e irrestrita com crimes de sangue.” Sequestraram um embaixador dos Estados Unidos, desviavam voos para Cuba e essas pessoas foram todas anistiadas.

Depois entraram com ações, receberam indenizações milionárias e estão vivendo a vida muito bem. Só que eles só querem contar um lado da história. Nós vamos rememorar aqui, nós vamos refrescar a memória de todo mundo aqui.

Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Só para ilustração do que V. Exa. colocou, o tenente Mendes Júnior, do Batalhão de Choque da Rota, foi levado como refém pelo capitão Lamarca, do Exército Brasileiro, com mais o grupo dele de guerrilheiro no Vale do Ribeira.

Ele foi torturado - como falou a deputada Monica Seixas, que não aceita tortura - ele foi torturado, foi morto a golpe de coronhada e enterrado em cova rasa. O assassino dele, Carlos Lamarca, foi anistiado, foi promovido a general - recebe o soldo de general - e o capitão Alberto Mendes Júnior até hoje recebe o soldo de capitão, a família, não é?

Obrigado.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Exatamente, Vossa Excelência. Aqui na frente, o nome da rua Mario Kozel Filho, foi morto à bomba aqui na frente, no Comando Militar do Sudeste.

Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Havendo acordo de lideranças, eu solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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-Levanta-se a sessão às 16 horas e 14 minutos.

 

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