8 DE MARÇO DE 2024
22ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14 horas. Comenta o Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - REIS
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - LUCAS BOVE
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - EDUARDO SUPLICY
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 11/03, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h38min.
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* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
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- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
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* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da
Ata da sessão anterior e recebe o expediente. E, antes de entrar aqui na lista
de oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu queria fazer a nossa homenagem
a todas as mulheres.
Hoje é o Dia Internacional da Mulher,
na verdade dia de luta e resistência, porque, infelizmente, no Brasil, a cada
seis horas uma mulher é morta, vítima do feminicídio. O Brasil é um país
machista que discrimina, persegue e violenta as mulheres em todos os níveis, do
ponto de vista físico, do ponto de vista sexual, do ponto de vista emocional,
psicológico, no mundo do trabalho, na Educação...
Então nós temos que avançar com
políticas, produzindo e elaborando políticas públicas de combate a essa
violência e defendendo uma maior inserção das mulheres em todas as áreas,
sobretudo nos cargos de comando da sociedade. Então nós somos aliados dessa
causa das mulheres. Hoje é o dia oito de março, é um dia de luta e resistência
das mulheres.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Rafael
Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé
Abduch. (Pausa.) Com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Reis, que fará
o uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT -
Presidente, V. Exa. começou a abertura já fazendo uma homenagem a todas as
mulheres. Eu escrevi o meu discurso e vou continuar o trabalho a que V. Exa.
deu início, sobre o Dia Internacional das Mulheres.
Ano após ano,
nós subimos à tribuna do Parlamento para falar sobre a condição das mulheres no
Dia Internacional da Mulher.
E, ano após
ano, nós vemos nos jornais reportagens sobre pesquisas que indicam aquilo que
todos já sabem: as mulheres estudam mais, trabalham mais, mas continuam
recebendo salários menores do que os dos homens. Segundo o “UOL”, que analisou
dados do IBGE, em 2022, as mulheres trabalharam, em média, 2,3 horas a mais que
os homens por semana, mas ganharam 78,9% do rendimento deles.
Sem contar a
jornada dupla, que as mulheres trabalham aqui, trabalham nas empresas,
trabalham em casas e, quando chegam nas suas residências, elas continuam
trabalhando.
Então elas
trabalham - elas sempre têm a dupla jornada. Em 2022, elas trabalharam 54,4
horas por semana, e os homens, 52,1 horas. Então os homens estão trabalhando
menos que as mulheres, presidente Carlos Giannazi.
A maior carga
de trabalho é registrada no Sudeste, com 55,3 horas semanais. A matéria diz que
em seis anos a diferença caiu apenas 36 minutos. Em 2016, elas trabalhavam as
mesmas 54,4 horas semanais, e os homens trabalhavam 2,9 horas a menos, ou seja,
51,5 por semana.
Cabe
também às mulheres o peso do trabalho do cuidado. Mulheres dedicam o dobro do
tempo a cuidados com pessoas ou afazeres em casa. São 9,6 horas semanais a mais
com essas atividades. Elas gastaram 21,3 horas por semana e eles 11,7 horas.
Para
as mulheres pretas ou pardas, as diferenças são ainda maiores. As pretas e
pardas gastam 22 horas em cuidados. As brancas, 20,4 horas. Entre homens
pretos, pardos e brancos, não há diferença em relação aos cuidados.
Os cuidados com
a casa e com parentes afetam também a participação das mulheres no mercado de
trabalho. Em 2022, a força de trabalho feminina era de 53,3%, enquanto a
masculina era de 73,2 por cento. A diferença era de 19,9%.
Em relação à
escolaridade, elas são a maioria entre os estudantes do ensino superior, 60,3%,
mas minoria nos cursos tecnológicos, 22 por cento. Mesmo sendo maioria entre os
trabalhadores com ensino superior, elas ocupam menos cargos de liderança e
recebem salários menores. Em 2022, elas ocupavam 39,3% dos cargos gerenciais.
Em 2016, eram 39,1 por cento.
Então, por
esses números, vemos que, apesar de toda a luta, a situação vai mudando mais
lentamente. Mais lentamente do que nós, que lutamos por igualdade, gostaríamos
que fosse. De qualquer maneira, toda luta vale a pena.
E eu,
particularmente, quero parabenizar a todas que me assistem, que estão nos
acompanhando pela Rede Alesp na data de hoje, e quero parabenizar aquelas que
participam dos coletivos que apoiam o nosso mandato. Lembro-me de cada uma de
suas lutas nos bairros, para que a vida melhore para todos nós.
Quero dizer a todas
que sinto um misto de orgulho, de solidariedade, de admiração pela coragem com
que enfrentam as situações difíceis, que vemos em todos os lugares.
Pela disposição
de cuidar de filhos, de pais, da família, de si mesma, e ainda conseguir estar
nas lutas populares, contribuindo para as mudanças que todo o nosso povo
precisa. É isso que eu vejo e acompanho, muito de perto, entre as mulheres
desses coletivos.
Então, meus
parabéns.
Dizem que o
oito de março não é um dia de comemorações, mas um dia de luta e
conscientização de homens e mulheres. Mas acho que temos de comemorar os
avanços conseguidos em todas as áreas, principalmente na aplicação das
políticas públicas, que priorizam as mulheres solo, com filhos e em situação de
vulnerabilidade.
São políticas
que elas conquistaram, à custa de suor, de muitas idas e vindas nas sedes do
Parlamento e das repartições públicas, com muita manifestação e atos públicos.
Portanto, elas merecem todo o apoio, todos os cumprimentos e todo o carinho de
nossa parte.
E, por fim,
quero falar da questão da violência contra a mulher, que aumentou depois da
liberação de armas, indiscriminadamente, em nosso País. Isso é uma vergonha.
Dar armas àqueles que têm, em si, um comportamento machista, violento,
misógino.
O resultado foi
o avanço dos feminicídios, como noticiaram os jornais há poucos dias. Então, é
preciso conter esse avanço e colocar fim a essa barbaridade, ou seja, esse
comportamento bárbaro contra as mulheres. É preciso lutarmos fortemente contra
a violência praticada com as mulheres.
Então, hoje,
fiz questão de vir a esta tribuna para dar os parabéns a todas as mulheres do
nosso País, do nosso es nesse processo tado e da nossa cidade.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito
obrigado, deputado Reis. Com a palavra, o deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra,
o deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Gil Diniz.
(Pausa.) Com a palavra, o deputado Felipe Franco. (Pausa.) Com a palavra, o Dr.
Eduardo Nóbrega. (Pausa.)
Chamo V.Exa., deputado Reis, para
continuar presidindo a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo a
Presidência e dando continuidade à lista de oradores no Pequeno Expediente,
chamo o deputado Carlos Giannazi, para fazer uso do tempo regimental de cinco
minutos, na tribuna desta Assembleia Legislativa.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputado Suplicy,
público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, ontem à noite o
governador Tarcísio de Freitas protocolou o projeto de lei aqui na Assembleia Legislativa
criando a famigerada escola cívico-militar. Já tem número, é o Projeto de lei
Complementar nº 9, de 2024.
Nós já temos a
famigerada PEC 9/23, que reduz o Orçamento da Educação, que ataca
criminosamente o Orçamento da educação pública. Agora ele enviou o Projeto de
lei Complementar nº 9, criando a farsa da escola cívico-militar. Primeiro, que
começou muito mal.
Ele deu uma
declaração, Sr. Presidente, ontem, dizendo que vai pagar mais para os monitores
militares do que para os professores da rede estadual. Isso é uma afronta ao
Magistério, é um desrespeito aos profissionais da Educação do estado de São
Paulo, que estão com os salários defasados, arrochados. Esse governo não paga
nem o Piso Nacional do Magistério corretamente.
Esse governo,
que desempregou milhares de professores agora no final do ano. Um governo que
dá calote no pagamento. Não está pagando nem os professores que estão
trabalhando, porque estão com o contrato ativo. Um governo que está dando
calote, não paga o ALE, o Adicional de Local de Exercício.
Olhe o que ele
disse, matéria aqui da “Folha de S. Paulo”: “Tarcísio propõe pagar mais para PM
do que para professores das escolas cívico-militares”. Um absurdo! Isso é uma
afronta que nós não vamos aceitar, Sr. Presidente. Eu li o projeto, é um
projeto horrível, como já era de se esperar.
Altamente
autoritário, excludente, porque esse projeto, por exemplo, diz aqui no seu Art.
9º: As unidades escolares selecionadas e aprovadas pela comunidade escolar para
implantar o programa no ano letivo seguinte não poderão - olhe só - ofertar
ensino noturno”.
O governo vai
implantar escola cívico-militar nas regiões mais vulneráveis, mais pobres, onde
os alunos mais precisam do curso noturno, Sr. Presidente. Então o próprio
projeto já exclui; não vai ter noturno na escola cívico-militar. Ou seja, é uma
farsa de ponta a ponta esse PLC.
Ele exclui
também aqui a EJA - Educação de Jovens e Adultos. Nós temos milhares de pessoas
querendo estudar no período noturno, sobretudo na área do Ensino Médio. Então
nessa escola cívico-militar não haverá EJA, porque não haverá o ensino noturno,
nem o regular e nem EJA.
Isso aqui é um
absurdo, uma contradição enorme, Sr. Presidente, esse projeto de lei, em todos
os níveis. É um projeto autoritário, excludente, que criminaliza a pobreza, que
ataca os princípios básicos da LDB, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. É um absurdo o projeto. Ele não traz nenhum benefício para a Educação
e cria mais uma divisão na rede estadual.
Nós temos as
escolas regulares, escola PEI, agora vai ter escola cívico-militar. Ele vai
contratar aqui militares da reserva e não sei se eles terão... Porque ele nem
chama de professor e o próprio projeto reconhece aqui que eles não serão
enquadrados como profissionais da Educação. Olhe a gravidade da situação! Não
diz o número, isso ficará a critério da Secretaria da Educação.
Está aqui: A
quantidade de monitores será estabelecida em resolução do Secretário da
Educação; as atividades dos monitores das unidades escolares serão coordenadas
pelo grupo de coordenadores policiais militares, Sr. Presidente.
Olhe, aí depois
ele diz que eles não são professores aqui. Olhe só: Os policiais militares da
reserva que atuarem nas escolas estaduais sob o modelo cívico-militar não serão
considerados para quaisquer fins como profissionais da Educação básica, nos
termos aqui da LDB.
Ele cita a LDB,
a Lei nº 9.394. Não serão professores. Olha só, Sr. Presidente, ele vai criar
dois núcleos, um núcleo civil e um núcleo militar, dentro da escola. Então, vai
ser uma confusão geral, Sr. Presidente.
Eu digo: escola
não é quartel. O lugar da polícia é combatendo o crime e não dentro da escola.
Dentro da escola, nós temos que ter professores, professoras, Sr. Presidente, e
agentes de organização escolar. Parece-me que ele vai dar uma função a esses
policiais da reserva de bedéis de luxo. É um bedel de luxo na escola. Parece-me
que é isso o que vai acontecer.
No entanto, Sr.
Presidente, se é isso, o governo tinha que contratar, chamar os aprovados no
concurso de agente de organização escolar, e abrir novos concursos também nessa
área, porque não temos o módulo completo desses importantes servidores na
maioria das escolas da rede estadual.
Eu tenho
denunciado exaustivamente. As escolas estão sem funcionários em todo o estado
de São Paulo. Isso já ajudaria bastante. Mas, não, o governo vai desviar
dinheiro da Educação para pagar militares e, provavelmente, sem formação,
porque não é exigida aqui a formação. Eles nem serão considerados professores,
Sr. Presidente.
Então, é grave
isso. Nós vamos resistir aqui com energia, veementemente contra a aprovação
desse PLC 09, que é uma afronta ao Magistério e à Educação. É um projeto,
repito, autoritário e excludente, que criminaliza ainda mais a pobreza e ataca
o Magistério, desrespeita os professores e os gestores das escolas.
Está aí, o
governador. Só finalizo com a matéria da “Folha de S. Paulo”, em que ele diz
que vai... Machado, pode colocar para nós a matéria da “Folha”? Só quero
encerrar lá.
“Tarcísio
propõe pagar mais para PM do que para professores nas escolas cívico-militar”.
Nada contra os militares, que têm importância, devem ganhar bem, mas não nas
escolas, e sim, nas funções que eles vão exercer.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo na lista
de oradores, próximo orador, deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Reis, Srs. Deputados e
Sras. Deputadas, eu quero, neste Dia Internacional da Mulher, também como fez o
deputado Reis, ressaltar as dificuldades que têm tido as mulheres no Brasil,
que registra 10 mil casos de feminicídio nos últimos nove anos.
Em 2023, o
número de vítimas foi o maior desde a lei de 2015 sobre o crime. Ao menos
10.655 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil de março de 2015, quando
a lei sobre o crime foi criada, a 2023. Diz o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública.
Para a
entidade, os números poderiam ser maiores, pois houve subnotificação nos
primeiros anos. O crime de feminicídio é o assassinato cometido por razões de
gênero quando envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou
discriminação à condição de mulher.
Os dados do
estudo são de boletins de ocorrência das policias dos estados e do Distrito
Federal. Segundo o Fórum, o ano passado registrou o maior número desse tipo de
crime, 1.463 mulheres assassinadas. O que representa uma taxa de 1,4 vítimas
para cada 100 mil habitantes.
Na análise por
região, o centro-oeste tem o maior índice, duas mortes por grupo de 100 mil.
Pesquisa do Instituto Sou da Paz aponta que metade das mulheres assassinadas no
Brasil, em 2022, foi por arma de fogo.
Em geral, o
autor é uma pessoa próxima da vítima, 28% são parceiros íntimos, 9% amigos ou
conhecidos e 6% são familiares. Trata-se de eventos muito tristes. O que é que
poderá causar uma maior autonomia e menor chance de haver tantos maus-tratos e
violência contra as mulheres?
Eu gostaria de pedir ao Wagner que
apresente agora um relato da visita que eu fiz às vilas rurais pobres do
Quênia, em janeiro de 2019, para conhecer os resultados da experiência, da
instituição de uma renda básica modesta, 22 dólares por mês, para todos os
adultos de 18 anos ou mais, homens e mulheres.
Por favor, Wagner, pode mostrar.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
Pois bem, aí está o resultado de uma
experiência da instituição Give Directly, dado que diretamente eu pude conhecer
lá no Quênia, o que me fez ficar ainda mais entusiasmado pela proposição
daquilo que já é lei no Brasil. Basta agora que os governos, que o governo do
presidente Lula leve adiante essa proposta.
Gostaria de ressaltar também, presidente
Reis, que ainda agora de manhã, no encontro que Guilherme Boulos e Marta
Suplicy tiveram lá no Clube Homs com centenas de mulheres, Guilherme Boulos
declarou que uma vez eleito prefeito irá nomear um número de secretárias
mulheres igual ao número de secretários homens.
Ou seja, vai haver uma equiparação no
secretariado do prefeito Guilherme Boulos logo que ele for eleito, e acredito
que vá vencer as eleições.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo
a lista de oradores, deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
(Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Lucas Bove.
O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos,
presidente, deputado Reis, servidores aqui presentes, policiais civis e
militares, quem nos acompanha da tribuna, demais deputados; bem, hoje é
comemorado o dia da mulher.
Eu, particularmente, não concordo com esta
data porque eu sou da opinião de que quando a gente divide, a gente acaba
atrapalhando o processo. Para mim, todos os dias são dias de exaltarmos as
qualidades das mulheres.
Não concordo
também porque esse feriado vem de um movimento de esquerda que utilizou um
incêndio em que morreram homens e mulheres para buscar mais uma vez vitimizar
as mulheres. Eu acho que as mulheres não precisam ser vitimizadas, as mulheres
têm capacidade de estar onde elas quiserem.
Mas, já que
hoje é comemorado esse dia internacionalmente, eu vou aproveitar aqui a
oportunidade de subir à tribuna para homenagear todas as mulheres, ou seja,
aquelas que possuem cromossomos XX.
Homenagearei
relendo aqui, peço licença para ler o discurso de uma grande mulher, de uma
grande política, que chegou lá por suas qualidades e não por cotas, não pelo
simples fato de ser mulher, Margaret Thatcher, o discurso dela na convenção do
Partido Conservador, bem breve, no dia 14 de outubro de 1983.
Eu não tenho a
capacidade de articulação e a retórica da Dama de Ferro, mas tentarei aqui, vou
reler as palavras dela. “Um dos grandes debates do nosso tempo é sobre o quanto
do seu dinheiro deveria ser gasto pelo Estado e quanto você deveria guardar
para gastar com a sua família.
Nunca
esqueçamos esta verdade fundamental: o estado não tem outra fonte de dinheiro
além daquele que as próprias pessoas ganham. Se o estado quiser gastar mais,
ele só poderá fazê-lo confiscando as suas poupanças ou cobrando mais impostos.
Não adianta
pensar que outra pessoa vai pagar, a outra pessoa é você. Não existe dinheiro
público, só existe o dinheiro dos contribuintes. A prosperidade não virá
através da invenção de programas de governo cada vez mais extravagantes. Você
não fica mais rico solicitando mais crédito ao banco ou ao governo.
Nenhuma nação
se tornou mais próspera tributando seus cidadãos mais do que eles podem pagar.
Temos o dever de garantir que cada centavo que arrecadamos em impostos seja bem
gasto e com sabedoria.”
Então vejam,
que mulher à frente de seu tempo, liberal e que realmente revolucionou a
Inglaterra, revolucionou a Grã-Bretanha. Eu queria finalizar a minha fala aqui
pedindo para que a cabine coloque no telão uma notícia triste que o deputado
Suplicy já trouxe a esta tribuna. Eu o parabenizo por sempre trazer com
sobriedade os temas.
Tivemos um
problema na imagem? Tivemos um problema na imagem, mas eu queria apenas
registrar aqui que neste Dia Internacional da Mulher, infelizmente, no Brasil,
nós não temos muito a comemorar, pois no ano passado, 2023, primeiro ano do
governo do amor, os índices de feminicídio atingiram patamares estratosféricos.
Foi o maior índice de feminicídios desde a série histórica de 2015.
Então, há muito
trabalho a se fazer, e eu gostaria de parabenizar o governador Tarcísio de
Freitas, que vem, junto ao secretário Derrite, ao coronel Cássio e ao delegado
geral Artur Dian, comandando as polícias paulistas bravamente, defendendo,
inclusive, as mulheres, porque é assim que a gente trabalha: defendendo a
sociedade como um todo e, por consequência, aqueles que se encontram em uma
situação mais vulnerável.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Um feliz Dia da
Mulher a todos e um excelente final de semana.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista,
chamo para fazer o uso da palavra o deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Entrando
na Lista Suplementar, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.
Deputado Eduardo Suplicy tem o tempo
regimental de cinco minutos, pela Lista Suplementar.
O SR. EDUARDO SUPLICY
- PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
ontem foi um dia em que o presidente Joe Biden fez seu último discurso ao
Congresso para falar o que ele pretende realizar nos próximos quatro anos.
Eu
trago aqui esta lembrança porque avalio que seja importante que o governador do
Estado, conforme projeto de emenda à Constituição do Estado que eu apresentei,
possa, no início de cada ano legislativo, comparecer a este plenário da
Assembleia Legislativa e trazer a sua mensagem aos parlamentares e a todo o
povo paulista, colocando quais as suas metas, quais serão os instrumentos que vai
utilizar para o cumprimento dessas metas.
Acho que é algo
muito próprio da democracia, acontece em muitos países e pode também ser
realizado tanto nas Câmaras Municipais, com a palavra do prefeito perante os
vereadores, como nesta Assembleia Legislativa, com a mensagem de início do ano
legislativo para os deputados, como também para todo o povo.
Claro que isso
é uma prática muito saudável. Quero lhes contar que eu tenho um projeto de lei
que tramita nesta Casa para que isso venha a acontecer.
Gostaria de dizer
que também hoje, dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, observa-se que a
fatia de mulheres abaixo da linha de pobreza no Brasil é maior do que a dos
homens.
Uma parcela de
32,3 das mulheres vivia abaixo da linha pobreza em 2022 no Brasil, segundo
dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. O percentual é maior do que o
registrado entre os homens, de 30,9%, e a população geral 31,6 por cento.
A extrema
pobreza também alcança patamar mais elevado entre as mulheres. Em 2022, 6,1% da
população feminina era considerada extremamente pobre no País, ante 5,7% dos
homens e 5,9% da população geral.
Os dados
integram a terceira edição de uma síntese de indicadores sociais das mulheres,
que reúne estatísticas de diferentes pesquisas. No caso dos números de pobreza
e extrema pobreza, a fonte dos resultados é a Pnad Contínua, uma das principais
publicações do IBGE.
A divulgação da
síntese coincide nesta sexta com a celebração do Dia Internacional da Mulher. O
instituto leva em consideração linhas de pobreza e extrema pobreza recomendadas
pelo Banco Mundial. A medida de pobreza é de US$ 6,85 em termos de paridade do
poder de compra.
A de extrema
pobreza, por sua vez, é de US$ 2,15, também em paridade do poder de compra. Na
prática, pessoas que viviam com quantias inferiores a essas por dia foram
consideradas pobres ou extremamente pobres.
O ano de 2022
foi marcado pela retomada do mercado de trabalho e por transferências de
recursos de programas como o “Auxílio Brasil”, ampliado pelo governo Jair
Bolsonaro às vésperas das eleições presidenciais, vencidas por Luiz Inácio Lula
da Silva.
Em meio a esse
cenário, tanto a pobreza quanto a extrema pobreza caíram no Brasil. Entre as
mulheres, a taxa de pobreza recuou da máxima de 37,7%, em 2021, para 32,3%, em
2022, o menor nível desde 2020; 31,7 por cento. A série histórica começou em
2012.
De 2021 para
2022, também houve redução da taxa de pobreza entre os homens, de 35,6% para
30,9 por cento. Na população geral, o indicador baixou de 36,7% para 31,6 por
cento.
Quando se trata
da extrema pobreza, a taxa entre as mulheres caiu do pico de 9,4%, em 2021,
para 6,1%, em 2022, o menor nível desde 2015; 5,7 por cento. A redução também
foi registrada entre os homens, de 8,6% para 5,7%, e na população geral, de 9%
para 5,9 por cento.
O levantamento
do IBGE cruza dados de sexo e cor ou raça. Em 2022, a taxa de pobreza entre as
mulheres pretas ou pardas foi de 41,3%, quase o dobro do percentual entre as
brancas; 21,3 por cento.
Desigualdade
similar é verificada entre os homens. Em 2022, a taxa de pobreza foi estimada
em 38,6% para os pretos ou pardos, acima da marca de 20,6% dos brancos. As
diferenças também aparecem na extrema pobreza.
Em 2022, 8% das
mulheres pretas ou pardas eram consideradas extremamente pobres no Brasil, mais
do que o dobro do percentual entre as brancas; 3,6 por cento. Entre os homens,
o mesmo indicador foi de 7,4% para pretos ou pardos. Também é mais do que o
dobro da taxa de extrema pobreza dos brancos; 3,4 por cento.”
Portanto,
faz-se necessária uma atenção a estes dados sobre a pobreza, especialmente
quando cogitamos logo implementar a renda básica universal, que muito
provavelmente, segundo todos os estudos, irá combater diretamente a pobreza
absoluta e a pobreza extrema.
Muito obrigado.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente,
deputado Reis, havendo a concordância dos líderes, peço para que seja levantada
a presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido
de Vossa Excelência. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de
lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca
V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem
do Dia.
Está levantada a sessão.
Tenham todos e todas uma excelente
tarde.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 38
minutos.
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