9 DE SETEMBRO DE 2025
120ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS, THAINARA FARIA, CARLOS GIANNAZI, DR. EDUARDO NÓBREGA, MARCELO AGUIAR e CARLOS CEZAR
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou 10 minutos após o encerramento da presente sessão.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - THAINARA FARIA
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE THAINARA FARIA
Agradece ao deputado Carlos Giannazi pelo pronunciamento.
6 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
7 - THAINARA FARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - DR. EDUARDO NÓBREGA
Assume a Presidência.
9 - MARCELO AGUIAR
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE DR. EDUARDO NÓBREGA
Tece comentários sobre o pronunciamento do deputado Marcelo Aguiar a respeito da crise financeira da Santa Casa de Jaú/SP e do inadimplemento de emendas parlamentares para a Saúde.
11 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - ENIO TATTO
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE DR. EDUARDO NÓBREGA
Cumprimenta o ex-vereador de Taboão da Serra/SP, a liderança do Pirajussara e seu próprio assessor, presentes no plenário.
14 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - MARCELO AGUIAR
Assume a Presidência.
16 - CARLOS GIANNAZI
Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 16 horas e 30 minutos.
17 - PRESIDENTE MARCELO AGUIAR
Defere o pedido e suspende a sessão às 14h59min.
ORDEM DO DIA
18 - CARLOS CEZAR
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h33min. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, requerimentos de constituição de comissão de representação dos deputados: Guto Zacarias, com a finalidade de participar de visita oficial a Taiwan, no período de 15 a 19/09; Andréa Werner, com a finalidade de participar de reuniões em ministérios do governo federal, no dia 10/09; Solange Freitas, com a finalidade de participar da iniciativa “Acredite Abraçando o Futuro”, no período de 1º a 11/10, em Portugal; Donato, com a finalidade de participar de reuniões em ministérios do governo federal, no dia 11/09; e Ricardo Madalena, com a finalidade de participar do “IrrigaShow 2025”, evento organizado pela Associação do Sudoeste Paulista de Irrigação e Plantio na Palha, no período de 10 a 12/09, em Paranapanema/SP.
19 - DONATO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
20 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 10/09, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 46 minutos. Levanta a sessão às 16h36min.
*
* *
ÍNTEGRA
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente
o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata
da sessão anterior e recebe o expediente.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos ou dez
minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo
previsto no §3º do Art. 100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser
apreciada a seguinte Ordem do Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 38a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 10/09/2025.
*
* *
Sras. Deputadas, vamos então iniciar o
nosso Pequeno Expediente convidando para fazer uso da palavra o nobre deputado
Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputado
Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Marina
Helou. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado André do Prado. (Pausa.)
Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Reis,
tem V. Exa. a palavra por até cinco minutos no tempo regimental.
O
SR. REIS - PT -
Estava ali só esperando. Cumprimentar o deputado presidente, o não mais
“designated candidate”, deputado Gilmaci Santos, porque agora entrou outro em
seu lugar; entrou o deputado Carlos Cezar. Cumprimentar as Srs. Deputadas, os
Srs. Deputados, o público presente, os integrantes da Polícia Militar, da
Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica.
Cumprimentar
todos os professores, todos os diretores de escola, todos os funcionários
públicos e também todos aqueles e aquelas que estão em seus afazeres e nos
acompanham em suas redes sociais através da Rede Alesp.
Presidente, eu
fiz um pedido de CPI para investigar o maior escândalo da história de São
Paulo, conhecido como escândalo do bilhão. É um escândalo em que um auditor
fiscal, de nome Artur, chefiava o departamento de fiscalização da Sefaz - Sefaz
é a abreviação de Secretaria da Fazenda.
Ali eram feitas
as tratativas, junto com os empresários, e ele montou uma empresa para isso,
uma empresa que se chama Smart Tax. Essa empresa está em nome de sua genitora,
a dona Kimio.
E ele atuava
nessa empresa, fazia ali as juntadas de documento, dos requerimentos das
empresas, e depois ele ia para o outro lado do escritório, para o outro lado do
balcão, lá na Sefaz, no Departamento de Fiscalização, dava os seus despachos e
autorizava.
* * *
- Assume a
Presidência a Sra. Thainara Faria.
* * *
As matérias
jornalísticas dizem que ele autorizava e liberava valores maiores do que o
devido. E aí parte desses valores voltavam lá para essa empresa Smart Tax como
serviço prestado. O que ficou meio estranho é que essa empresa de sua mãe
passou a crescer o patrimônio, em 2023, de 411 mil reais, para agora, em 2025,
mais de dois bilhões de reais.
Se um único
auditor teve toda essa influência em tanto dinheiro, imagine quanto que essas
empresas, como a Ultrafarma, a Fast Shop, entre outras, porque diz também que
Kalunga, Oxxo podem estar envolvidas, quanto que essas empresas não levaram?
Então nós
fizemos um pedido de CPI porque a investigação do Ministério Público de São Paulo
está muito lenta, muito escondida. Nós queremos saber a verdade. Nós queremos
saber quantas empresas estão envolvidas nesse processo, porque não são só essas
empresas.
Nós precisamos
saber quem do governo, do alto escalão da Secretaria da Fazenda, tem envolvimento
nessa lavanderia que foi montada lá na Secretaria da Fazenda, na Sefaz, onde o
seu subsecretário, Marcelo Bergamasco, respondia de Milão.
Aliás, tiveram
que fazer até um TAC. O governador de São Paulo teve que fazer um TAC porquê...
Por que o seu secretário estava em home office comandando a lavanderia, onde,
aqui, o chefe dela, o Sr. Artur, é quem fazia os despachos e as liberações de
recursos dos créditos de ICMS muito maiores do que era o devido e em tempo
recorde.
Então esse
escândalo, conhecido como show do bilhão, precisa ser apurado. E a Assembleia
tem o seu papel investigativo, o seu papel fiscalizador. Por conta disso, nós
apresentamos a CPI. E o que eu achei estranho é que somente os deputados do PT,
do PSB, do PSOL é que assinaram a CPI. Os integrantes da base governista, que
dizem que são contra a corrupção, se calaram, estão silentes. Então, eles têm
um discurso contraditório, porque muitas vezes eles vêm aqui e falam uma coisa,
mas estão fazendo outra.
Então assinaram
a CPI de minha autoria o deputado Maurici, o deputado Suplicy, a deputada Beth
Sahão, o deputado Paulo Fiorilo, a deputada Thainara Faria, a deputada Leci
Brandão, o deputado Carlos Giannazi, o deputado Donato, o deputado Dr. Jorge do
Carmo, a deputada Professora Bebel, a deputada Márcia Lia, a deputada Ediane
Maria, o deputado Guilherme Cortez, a deputada Monica Seixas do Movimento
Pretas, o deputado Rômulo Fernandes, a deputada Ana Perugini, o deputado Caio
França, o deputado Enio Tatto, o deputado Emídio de Souza, a deputada Paula da
Bancada Feminista, o deputado Luiz Claudio Marcolino, o deputado Teonilio
Barba, deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira, deputada Andréa Werner.
Todos esses
deputados e essas deputadas estão a favor, que eu acabei de falar aqui a lista
de nome deles. Os deputados e deputadas, todos que eu li agora, estão a favor
de fazer a apuração, de fazer a investigação, de buscar a verdade real e punir
aqueles que estão lá envolvidos nessa lavanderia que foi montada na fazenda do
Sr. Governador Tarcísio de Freitas, sob o comando do Sr. Secretário Kinoshita.
Estão a favor
de buscar a verdade real, mas os deputados do partido que o sustenta, dos
partidos que sustentam o governador, os partidos que estão base para o
governador, até agora não assinaram esse pedido de CPI. Nós temos 25
assinaturas para dar início a essa CPI, precisamos de 32.
Estamos
aguardando os deputados da base de sustentação do governador, que são
defensores da moralidade, da honestidade, da eficiência, que combatem a
criminalidade, que combate o crime organizado, porque assim é o discurso deles.
Que eles assinem a CPI para que ela possa prosperar, investigar e trazer aqui
para a sociedade a verdade real.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que
agradecemos, nobre deputado Reis, para seguir a lista de oradores do Pequeno
Expediente desta tarde, vamos chamar agora a deputada Profª Camila Godoi.
(Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o tempo regimental de
cinco minutos para fazer uso da palavra.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra.
Presidenta, deputada Thainara, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectador da TV
Assembleia, nós, na semana passada, oficiamos o Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo e o Ministério Público Estadual - quando digo nós, o nosso
coletivo Educação em Primeiro Lugar -, para que ambos, tanto o Poder Judiciário
como a instituição do Ministério Público Estadual, para que eles tomem
providências imediatas e urgentes contra o que o governador Tarcísio de Freitas
vem fazendo, sobretudo atacando e tripudiando a Justiça.
Ele começou
fazendo isso na semana passada, numa declaração, numa entrevista, dizendo
abertamente que não acredita na Justiça, não acredita na Justiça brasileira. E
ontem... Ontem não, no domingo, nessa famigerada manifestação que houve na
Avenida Paulista, inclusive no dia 7 de setembro, o dia da Pátria, o Dia da
Independência do Brasil, aqui com os bolsonaristas, com a extrema-direita,
“proto-nazifascista”, nas ruas, eles colocaram a bandeira gigante dos Estados Unidos.
Isso virou capa
dos principais jornais do mundo, o Brasil está passando a maior vergonha, a
maior humilhação do planeta. Não é só no Brasil, não, o mundo inteiro está
ridicularizando o Brasil. Como que um país que comemora a sua independência
coloca a bandeira, uma bandeira gigante de outro país? Aquilo foi bizarro, foi
patético, envergonhou o nosso país.
E lá estava o
governador Tarcísio de Freitas, que nada fez, não falou, não reclamou, não
pediu para tirar a bandeira. Mas lá ele escalou a crise, ele atacou ainda mais
a Justiça brasileira, atacando o Supremo Tribunal Federal, jogando a população
contra o Supremo, contra o ministro Alexandre de Moraes. Então, no nosso
ofício, tanto ao Ministério Público como ao Tribunal de Justiça, nós pedimos
providências.
Não é possível
que, após um ataque desse, de um governador que jurou cumprir a Constituição,
está lá no Artigo 43 da nossa Constituição, ele jurou cumprir a Constituição
Federal e a Estadual, e a respeitar as leis. Ou seja, tem que respeitar a Justiça.
O governador
está tripudiando o Poder Judiciário, e eu vejo aqui o Tribunal de Justiça de
São Paulo calado, não se manifestando. Onde está o nosso Ministério Público?
Vai deixar assim? Queremos providências, o MP tem que agir, o Tribunal de
Justiça também tem que reagir, porque ele está atacando a Justiça como um todo,
ele está dizendo que não acredita na Justiça.
E no domingo
ele radicalizou, confirmou, não é à toa que a oposição toda aqui está assinando
um pedido de impeachment, promovido aqui, elaborado pelo PT, que será
protocolado talvez hoje ou amanhã. Amanhã será protocolado um pedido também de
impeachment.
Então, nós
acionamos o Tribunal de Justiça, o nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar,
com a deputada federal Luciene Cavalcante, com o vereador Celso Giannazi, o
nosso mandato, o Ministério Público, porque isso é crime de responsabilidade. O
governador tem que ser responsabilizado, tem que ser punido, porque ele está
jogando a população contra o Poder Judiciário.
E, com isso,
minando as bases da República, dos princípios da República, formulados por
Montesquieu, por John Locke, da harmonia entre os poderes, da separação entre
os poderes, mas da harmonia entre os poderes.
Então, quero
repudiar veementemente as falas do governador Tarcísio de Freitas, que agora
tirou a sua fantasia de moderado e mostrou que ele é um bolsonarista de extrema
direita, que apoia golpista e que também apoia o movimento contra o Judiciário.
Agora, o Judiciário tem que reagir.
Então, faço um
apelo aqui ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo para que se
manifeste. O governador atacou a Justiça. O Ministério Público, idem, tem que
se manifestar. A Justiça pode falar “Temos que ser acionados, provocados”.
Então, eu acionei, nós já acionamos a Justiça.
Foi acionada
por nós, pelo nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar. O Ministério Público
estadual nem precisaria ser acionado porque acompanhou as famigeradas e
fascistas declarações do Tarcísio de Freitas. Então, o MP tem que reagir
também.
Então, agora,
com a palavra o Tribunal de Justiça de São Paulo e o Ministério Público contra
todos esses ataques do governador Tarcísio de Freitas, de extrema direita,
protofascista, bolsonarista, que ataca as instituições brasileiras.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que
agradecemos, nobre deputado Carlos Giannazi, por suas palavras.
Seguindo a lista de oradores, gostaria
de chamar o nobre deputado Rogério Santos. (Pausa.) Nobre deputado Dr. Jorge do
Carmo. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Major Mecca.
(Pausa.)
Passar os trabalhos agora, a
Presidência, para o deputado Carlos Giannazi, para que eu possa fazer uso da
palavra.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente. Agora, com a
palavra a deputada Thainara Faria, que fará uso regimental da tribuna.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente Carlos Giannazi.
Quero deixar a
minha boa tarde a todos os servidores, a todos os assessores, policiais,
pessoas presentes no Plenário. Muito boa tarde ao estado de São Paulo. Eu não
quero bater boca com o bolsonarista aqui hoje, não. Eu não tenho paciência, não
tenho tempo. O meu Pequeno Expediente não é discussão.
E eu percebi
que a gente vive muito pouco. Passa um terço da vida dormindo, não vou passar
dois terços discutindo com o bolsonarista. Até porque a maioria deles está em
Israel. Tem uma comitiva de deputados estaduais que foram para Israel.
Perguntem vocês
a eles para saber o que foram fazer lá, enquanto temos tantas situações e casos
para discutir aqui, no estado de São Paulo. Quero agora passar algumas imagens
para vocês verem se estou ficando maluca. Qualquer imagem que vocês passarem
agora eu vou comentar. Eu vou virar comentarista.
Se qualquer
cidadão comum acha normal, no Dia da Independência do Brasil, um grupo de
cidadãos e cidadãs que se dizem patriotas abrirem a bandeira de outro país na
Avenida Paulista, me digam, porque, para mim, isso é um escárnio. Para mim,
isso é o maior símbolo de subserviência, o maior símbolo de viralatismo, de
lambe-botas dos Estados Unidos, sobretudo após a taxação, o tarifaço do Trump,
que prejudicou, me corrija se estiver errada, nobre deputada Bebel, em larga
escala, em maior escala no Brasil, Matão e Piracicaba, que estão no estado de
São Paulo.
Então acho que
eles acharam legal abrir essa bandeira. E, para comentar isso, melhor ainda é a
foto do governador. Olha a foto do governador, a próxima imagem. Acho que ele
apoia muito a taxação, o tarifaço do Trump, que prejudicou tanto o povo do
estado de São Paulo.
Povo paulista,
vocês não podem se esquecer desta imagem, porque, quando o Trump ganhou, a corja
do bolsonarismo comemorou, celebrou. E antes de comentar o porquê que estou
indignada com este governador, por ele ter passado, do dia 1º ao dia 5, em
Brasília, articulando por anistia... Sendo que nós sabemos que inocentes não
pedem anistia. Inocentes pedem justiça. Antes de ser condenado, Tarcísio assina
o atestado de culpa do Bolsonaro, e pede anistia para ele.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Dr. Eduardo Nóbrega.
*
* *
Então, como
colocou o nobre deputado Carlos Giannazi, nós, do PT, junto ao PSOL, estaremos
protocolando amanhã, às 14 horas, um pedido de impeachment do governador
Tarcísio. Exatamente porque, quando ele tomou posse, ele jurou à Constituição
Federal e Estadual. Ele está infringindo a independência dos três poderes.
Chamou um ministro do STF de ditador, tirou a sua fantasia de moderado. E agora
está tentando levar o eleitorado bolsonarista junto com ele.
Isso é uma
vergonha. É isso que nós queremos? Nós queremos patriotas que defendam o povo
do estado de São Paulo e do Brasil, ou que sejam lambe-botas subservientes aos
Estados Unidos? Fica aí essa pergunta. E eu vou justificar agora por que eu não
vou debater com bolsonarista. Porque eu estou sem condições hoje. Passa o vídeo
para a gente ver o nível do pessoal lá.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Não tem
condição. Pessoal que reza para pneu, que faz sinal para alienígena. Eu não
estou mais com condição de discutir com essa galera. A minha função é defender
o povo do estado de São Paulo desse tipo de gente, que agora quer governar o
País de novo, que não tem condição cognitiva nenhuma de trazer qualquer tipo de
avanço. Porque, quando pode trabalhar para o povo, fala o quê? “Se eu for
presidente, o meu primeiro ato será conceder indulto a Bolsonaro.”
Primeiro, ele
já assinou que Bolsonaro será preso, que é culpado. Ele só não sabe que ele não
será presidente da República. É isso que falta ele saber. Então, com tantas
urgências que nós temos, de habitação de interesse social, desenvolvimento
urbano, saneamento básico, saúde, educação, o governador fala que, caso seja
presidente, fornecerá indulto a Bolsonaro.
Isso, nós não
vamos permitir, que essa sandice, que esse bando de loucos, tome conta do nosso
País.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Obrigado,
deputada. Dando sequência à ordem dos oradores do Pequeno Expediente, deputado
Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Paulo
Mansur. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva, (Pausa.)
Deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Pulei o Marcelo? Não. Thainara, Fábio,
deputado Rafa Zimbaldi. Deputado Marcelo Aguiar.
Vossa Excelência dispõe do tempo
regimental. São cinco minutos.
O
SR. MARCELO AGUIAR - PODE
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Eduardo Nóbrega, muito obrigado. Eu quero
cumprimentar a todos que nos assistem pela Rede Alesp, todos que estão aqui
esse momento, todos os profissionais, a Polícia Militar, todos os profissionais
que estão do lado direito e esquerdo, que estão nesse momento na galeria.
Eu vim hoje
nesta tribuna para falar a respeito da Santa Casa de Jaú. Nós temos hoje, em
Jaú, principalmente na região ao seu redor, 11 cidades que são atendidas pela
Santa Casa de Jaú. Presidente Eduardo Nóbrega, nós temos ali a cidade de
Bariri, nós temos ali a cidade de Bocaina, nós temos ali as cidades de
Boraceia, Dois Córregos, Itapuí, Itaju, Mineiros do Tietê, Pederneiras, São
Manuel e várias outras cidades.
São 11
municípios que nós temos ao lado da cidade de Jaú, que são atendidos, deputada
Bebel, que dependem da Santa Casa de Jaú. Você sabe, nós não temos outro
hospital ali de alta complexidade. É um hospital que, durante 20 anos, tem um
conselho e tem ali profissionais que dedicam a sua vida para atender 380 mil
habitantes de toda a região.
Pois bem, a
Santa Casa de Jaú, hoje, tem um déficit, Professora Bebel, de 1,8 milhão por
mês, praticamente. A conta não fecha. Eu não sei quais são os interesses de
pessoas ali, porque a prefeitura praticamente absorve uma situação financeira
de três milhões, mas, ao longo dos últimos meses, tinha um acordo com o
secretário de Saúde, que eles iam absorver 2,5 milhões a três milhões, o que
não aconteceu, e a conta não fecha. Na segunda-feira, essa dívida já se
estende, com acordos bancários de 40 milhões. Isso quer dizer que, além disso,
nós temos um rombo de 22 milhões até o final do ano.
O que aconteceu
é que, no dia primeiro de setembro de 2025, a situação financeira da
instituição, que é bastante delicada, já é uma catástrofe, o responsável pela
Santa Casa, que é o Alcides Bernardi Júnior, provedor da Santa Casa, reuniu
numa coletiva e falou que vai entregar a Santa Casa, abriu para que novas
chapas se inscrevessem, porque ele não tem mais saúde psicológica, mental.
Ele dedica a
sua vida, há mais de 20 anos, à Santa Casa, não ganha um centavo da Santa Casa.
Todos sabem que ali é filantrópico, e ele ama o que faz. Só que ele não tem
mais saúde, porque ele dedica a sua vida. E ele falou que vai acabar
entregando.
Tinha um acordo
com o secretário de Saúde. Ele já procurou o secretário três vezes, para que o
secretário tivesse a sensibilidade de socorrer, através do governo do estado, a
Santa Casa de Jaú, o que não aconteceu.
Nesta
sexta-feira, próxima sexta-feira, ele vai entregar a Santa Casa de Jaú. Nós
teremos 380 mil habitantes que ficarão sem Saúde, presidente. 380 mil
habitantes que ficarão sem Saúde em toda a região, 11 municípios.
Eu venho aqui
fazer um apelo ao governador do estado, que neste momento está dedicando a sua
vida aos problemas do País, aos problemas do Brasil. Jaú precisa desse olhar do
governador, porque é de extrema importância. Nós temos 380 mil habitantes, que
não podem ficar sem Saúde. Cento e cinquenta crianças são atendidas
diariamente, às vezes até 170 crianças são atendidas diariamente.
Eu me reuni no
sábado. O suplente de deputado federal, Paulo Soares, foi junto comigo, que é
jornalista do SBT e está dedicando o seu dia a dia para que as pessoas assinem
o manifesto.
Muitas pessoas
têm assinado esse manifesto, porque nós estamos preocupados com a saúde dos
habitantes, das pessoas que dependem da Santa Casa. Nós precisamos que isso
tenha uma definição neste momento.
Agora eu quero
trazer à memória e à lembrança de todos daquela região. Em abril, Professora
Bebel - já vou finalizar -, em abril essa situação será sanada, porque em abril
vira hospital-escola aquela Santa Casa e dobra o orçamento do hospital. Isso
quer dizer que o problema estará resolvido, porque o problema orçamentário,
praticamente com o dobro do orçamento que terá a Santa Casa, o Hospital São
Lucas, será resolvido ali, na cidade de Jaú.
Eu não sei qual
é o interesse que ronda ali, misteriosamente, na cidade de Jaú, mas interesses
obscuros existem naquela região. Eu não sei quem será beneficiado, porque, se
faltam poucos meses para dobrar o orçamento.
E, se faltam
poucos meses para virar hospital-escola, alguém vai querer assumir aquela
situação e alguém será beneficiado. Porque se faltam alguns meses para que
naquele lugar possa ser resolvido o seu problema financeiro, por que não
socorre aquilo agora?
Então, eu faço
um apelo ao secretário de Saúde, Eleuses, eu faço um apelo ao prefeito Ivan, ao
prefeito da cidade de Jaú, que fez um compromisso com o secretário de Saúde
para que colocasse três milhões de reais, e não colocou, não cumpriu; que, por
favor, cumpra o seu compromisso.
Prefeito Ivan
Cassaro, cumpra o seu compromisso com a Santa Casa de Jaú, para que feche a
conta, pelo menos um pouquinho, esses próximos meses. E que essa diretoria,
esse conselho que está à frente da Santa Casa continue o seu trabalho - com
excelência, humanitário. Esse trabalho que está ali, sendo realizado durante
todos estes anos e que tem, ali, um provedor que trabalha com o coração e com
amor.
Eu não estou
aqui... Eu sou base do Governo e estou falando com o coração, porque eu amo o
que faço. Muitas emendas dos parlamentares desta Casa na área da Saúde não
estão sendo pagas, e a Saúde é prioridade. O governador reuniu prefeitos no
palácio e falou que estava sendo investido um bilhão.
E por que as
emendas não estão sendo pagas? Por que o secretário de Saúde não paga as
emendas dos deputados desta Casa? Qual é o problema? Secretário Eleuses, qual é
o problema? Será que nós vamos ter que convidá-lo para vir aqui na comissão?
Será que o
senhor vem através de um convite? Ou será que vamos ter que tomar medidas mais
drásticas? Então, que o governador, por favor, um homem técnico, capacitado...
O SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Com pesar, deputado: para concluir.
O SR. MARCELO AGUIAR - PODE - Muito obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Obrigado,
deputado Marcelo Aguiar.
Nós estamos aguardando uma resposta do
secretário para uma reunião com a bancada do Podemos. Hoje é terça-feira e
acredito que até o início da sessão nós teremos uma resposta.
Continuo aqui, dando sequência à lista
de deputados inscritos: deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Thiago
Auricchio. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia
Amary. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos.
(Pausa.)
Passando à Lista Suplementar, deputado
Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Ediane
Maria. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Beth Sahão.
(Pausa.) Deputada Professora Bebel, V. Exa. dispõe do tempo regimental de cinco
minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente Dr. Eduardo Nóbrega, que,
neste momento, preside a Mesa da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
neste Pequeno Expediente. Cumprimento os assessores que compõem a Mesa, assim
como os assessores à minha esquerda, à minha direita, o público presente e
todos e todas que nos veem e assistem através da Rede Alesp.
Vocês sabem da
luta incansável que nós temos em torno de uma educação pública de qualidade,
olhando para os profissionais da Educação e também para a qualidade da Educação
que chega na ponta, que é para os filhos e filhas da classe trabalhadora. Nós
somos um sindicato que tem cerca de 86 mil sócios, que ficam sócios porque
querem ser, não é na marra. São sócios que estão lá para isso.
Por que eu estou
fazendo esse preâmbulo? Porque eu não estou entendendo uma ação da São Paulo
Previdência, exigindo de nós comprovações daqueles aposentados e aposentadas
que estão na São Paulo Previdência.
E é importante
chamar atenção, que esses professores aposentados e aposentadas têm uma vitória
fantástica, que nós conseguimos. Aliás, o único sindicato, o único coletivo, de
fato, que conseguiu, para os aposentados e aposentadas sexta parte e
quinquênio, e para isso eles precisam, na verdade, se qualificar. Quando esse
direito é tirado, por óbvio, nós temos que lutar para que ele receba esse
direito e ainda faça uso, porque são aposentados, fizeram e têm esse direito
para ser garantido.
Falava aqui
antes de mim o Dr. Marcelo, sobre Santa Casa, sobre a Saúde, sobre essa falta
de visão. Eu quero chamar a atenção para o seguinte. Quando nesta Casa nós
debatemos, a Apeoesp, os estudantes, enfim, todos aqueles e aqueles que diziam
que os menos 5%, ou seja, 11 bilhões de reais, não iriam para a Saúde, nós
tínhamos razão.
Por que, então,
Dr. Marcelo, o senhor não estaria aqui reclamando, por exemplo, da Santa Casa,
porque foram tirados da Educação 11 bi, que eram para flexibilizar com a Saúde?
Onde é que está esse dinheiro? Em que está sendo aplicado? Porque, se está faltando
lá, também está faltando em todo o estado de São Paulo. Eu tenho sentido isso.
Então é uma
política de governo, de privatização, onde as organizações sociais tomarão para
si a gestão dos sistemas de Saúde, e nós somos contra. Você fala assim: “Mas
tem organizações sociais que dão certo”.
Bom, tem que
ter um marco regulatório, e isso também nós já debatemos. Mas eu não quero
deixar de falar também da importância do 7 de setembro por um Brasil soberano,
democrático, um Brasil que, para além da pauta mais geral...
Também nós lá
estávamos com a pauta do grito dos excluídos, com a pauta do plebiscito
popular, que todos nós, a Apeoesp constituiu um comitê do plebiscito em cada
uma das suas subsedes, para fazermos o debate de o que significava o fim da
escala seis por um para os trabalhadores e trabalhadoras.
Esse fim da
escala significa mais qualidade de vida, significa - para aqueles que pensam em
produtividade, não é o meu caso, mas, enfim - mais afinco com aquilo que ele
está trabalhando. Por óbvio, se você está mais bem descansado, você desenvolve
mais a sua tarefa.
Também a
redução da jornada de trabalho sem redução salarial, pela isenção fiscal de
quem ganha até cinco mil reais. Olha, veja, eu estava agora lendo e vi que o
governador do Rio Grande do Sul implantou o 14º salário dos professores. Espera
aí, falácia. Ele vai implantar o 14º com a isenção, porque a isenção vai
garantir o 14º salário. Essa que é a verdade.
Eu pego, por
exemplo, cinco mil reais, 10% são retidos na fonte; ora, vai dar o quê? Vai dar
500 reais por mês. Multiplicado por 12, vai dar seis mil reais. Portanto, nós
teremos, se aprovada a isenção lá no Congresso Nacional, os seis mil reais.
Cinco mil reais é o 14º salário, ainda fica mil reais para fazer um Natal mais
digno do que nós temos tido nos últimos anos.
Portanto, ainda
queremos a taxação da grande riqueza. Claro que queremos. Aí é: “Ah, está
tirando”. Não, serão 135 mil pessoas que estão nesse patamar de cima e que
beneficiarão mais de 20 milhões de pessoas.
Isso é justiça
tributária, isso é ser patriota. Ser patriota não é ir para a Avenida Paulista
e afrontar os poderes democraticamente constituídos, porque eu quero dizer para
vocês que o governador tem um papel fundamental - só para ir terminando -, e o
papel do governador é governar o estado de São Paulo, esse é o papel do
governador. Agora subir no... Eu subi em um palanque e tive uma atitude, ainda
assim eu tenho que pensar no que eu falo, quanto mais um governador do maior
estado desta nação.
No momento o
que nós estamos precisando, na verdade, é de não aceitar mais um golpe, porque
a anistia, está certo? Para qualquer um que atacou o estado democrático de
direito, é golpe. Por que o presidente Lula foi preso, ficou mais de 500 dias
na prisão e nós não vimos nenhum de nós afrontar a justiça.
Nós recorremos
e é isso que um bom... Que quem não deve deveria fazer, recorrer aos seus
direitos e cumprir o seu tempo, ou cumprir aquilo que for o julgamento.
Hoje está em
julgamento, amanhã também, no final o STF deve dar o veredito, e penso que é
direito de qualquer um que não se sentir injustiçado recorrer. Isso eu não
tenho nenhum problema, mas enfrentar a justiça da forma como foi enfrentada
pelo governador Tarcísio, é lamentável.
O SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Para concluir, deputada Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT
- Eu vou
concluir, deputado Dr. Eduardo, dizendo o seguinte: sim, nós assinaremos uma...
Não uma CPI, mas um pedido de impeachment, porque a gente quer abrir o debate.
É correto isso?
O estado de São
Paulo precisa ser governado e a gente precisa, lamentavelmente, ter que fazer
com que o governador entenda que ele tem o papel dele, que é governar o estado
de São Paulo.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Obrigado,
deputada. Dando sequência na lista, convido o deputado Mauro Bragato. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado, querido amigo, Enio Tatto.
O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, nobre deputado Eduardo Nóbrega, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha e nos visita aqui na
Assembleia Legislativa. Sr. Presidente, não dá para falar de outro assunto a
não ser do julgamento hoje do futuro presidiário Jair Bolsonaro.
Acredito que tudo o que ele fez
pelo Brasil durante os quatro anos de governo está prestes a ser cobrado.
Sempre dissemos que o acerto de contas viria — especialmente pela atuação
desastrosa na pandemia quando cerca de 700 mil pessoas perderam a vida. Muitas
dessas mortes ocorreram por falta de atenção e controle do seu desgoverno.
E tantas outras atitudes, não é?
Atentados contra a Pátria, contra tudo o que se possa imaginar — inclusive
contra a urna eletrônica. Em 2018, quando venceu, o sistema funcionava
perfeitamente. Já em 2022, ao ser derrotado por Lula, passou a culpar a urna
eletrônica.
Mas também não dá para ignorar o
papel ridículo do governador de São Paulo, Tarcísio. Aquela cena, aquele
discurso, deputado Giannazi, no domingo, na Avenida Paulista, é motivo de
vergonha do governo que a gente tem aqui no estado de São Paulo.
Um governo que se
presta a atacar o Supremo e seus ministros apenas para agradar determinados
grupos, buscando apoio de quem está sendo condenado a partir de hoje — e que
inevitavelmente irá para a cadeia — está agindo de forma irresponsável. Não há
outra saída: essas pessoas vão cumprir penas severas, de 35, 40 anos ou até
mais. Isso é justiça sendo feita.
E o Tarcísio vai lá e faz um discurso radical, tentando conquistar
o apoio dos bolsonaristas aqui em São Paulo ou pensando em uma candidatura à
Presidência da República. Mas sabe o que pode acontecer? Ele acabar sem apoio
nem para presidente, nem para governador. Esse é o medo que ele tem — porque,
no fundo, os próprios bolsonaristas também não gostam dele.
Agora, se prestar a esse papel ridículo... São
Paulo, o maior estado do Brasil, um dos maiores da América Latina, merecia
muito mais. É lamentável que tenhamos um governador dessa qualidade.
Andando o estado de São Paulo e conversando com
prefeitos e vereadores, o que se ouve é uma reclamação generalizada sobre o
desgoverno atual. Há falta de repasses para os municípios e para entidades que
dependem diretamente dos recursos do estado. Esses repasses estão atrasados,
enquanto o governo mantém mais de R$ 10 bilhões — mais precisamente, R$ 10,4
bilhões — congelados, contingenciados, sem destinação adequada.
Entidades que mantêm convênios com prefeituras e
dependem do Governo do Estado — como aquelas que cuidam de idosos, pessoas com
deficiência, autistas e pessoas atendidas pela Apae — estão enfrentando sérias
dificuldades e reclamam da falta de repasse
E ele vai à Avenida Paulista fazer um discurso
radical, que ninguém entendeu, ninguém acreditou, e que não é a cara dele, não
é a forma dele fazer política. Ele foi simplesmente lá fazer média com o
bolsonarismo, para ter o apoio para presidente ou para o Governo do Estado.
Ele vai acabar não tendo apoio do bolsonarista nem para uma coisa e nem para
outra.
Tudo isso só pra agradar o bolsonarismo, tentando
garantir apoio pra uma possível candidatura à Presidência ou até pra se manter
no Governo do Estado. Mas olha, o tiro pode sair pela culatra — ele corre o
risco de ficar sem apoio dos bolsonaristas nem pra uma coisa, nem pra outra.
Agora, o mais ridículo mesmo é ver o governador de São Paulo fazendo discurso com uma bandeira dos Estados Unidos hasteada em plena Avenida Paulista. E não é qualquer Estados Unidos — é o do Trump, que meteu um tarifaço de 50% nos produtos que o Brasil exporta. O agronegócio tá sentindo, o setor calçadista, o pessoal do mel, da pesca... tá todo mundo com dificuldade pra exportar.
Por quê? Porque o Trump colocou 50% de taxa nesses produtos. E o Tarcísio fazendo um discurso lá com a bandeira hasteada dos Estados Unidos em plena Avenida Paulista. Que patriota, que paulistano que é esse governador.
Então é uma vergonha para todos nós, moradores aqui de São Paulo, que a gente ama tanto. Um estado que acolhe todos nós e temos um governador que se presta a esse tipo de coisa, não é? É lamentável. E com certeza a história não vai perdoá-lo.
Ano que vem tem eleição, e pode ter certeza que ele vai pagar caro por isso — por apoiar gente que trabalha contra o Brasil, contra a economia do País, contra a política nacional e contra as instituições brasileiras. É alguém que desrespeita tanto a Constituição do Estado de São Paulo quanto a Constituição Federal.
Por isso, a bancada do Partido dos Trabalhadores, através do nosso líder, vai protocolar um pedido de impeachment para tirar o Tarcísio do Governo do Estado de São Paulo. É isso o que ele merece.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Obrigado,
deputado Enio Tatto. Passo a palavra ao nobre deputado Carlos Giannazi.
Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna,
quero saudar aqui a presença de grandes, ilustres taboanenses que se fazem
presentes aqui na Alesp: ex-vereador, sempre vereador de Taboão da Serra, Alex
Bodinho, meu grande amigo, irmão; e o Pê, liderança do Pirajussara que está
sempre presente. Meu assessor Igor os acompanha nesta tarde de hoje.
Com a palavra o deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, na semana passada nós
conseguimos uma vitória importante através de uma representação do nosso
coletivo “Educação em Primeiro Lugar”, composto pela deputada federal Luciene
Cavalcante, pelo deputado Celso Giannazi, pelo nosso mandato aqui da Assembleia
Legislativa. Uma vitória no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, onde o
conselheiro Renato Martins deu um parecer favorável.
Houve votação e
houve a suspenção da contratação dos monitores militares sem formação para
trabalharem na escola civil, no projeto da escola cívico-militar que o Tarcísio
de Freitas tenta implantar na marra aqui no estado de São Paulo.
Um projeto
inconstitucional, que, inclusive, está judicializado no Supremo Tribunal
Federal. Nós temos uma ADI que o nosso coletivo protocolou através do PSOL, que
está em debate no Supremo Tribunal Federal.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Marcelo Aguiar.
* * *
Enfim, o
programa... A contratação foi suspensa. Foi uma decisão da semana passada do
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Então é uma vitória importante,
porque é a 4ª vez consecutiva que nós conseguimos inviabilizar a implantação
desse famigerado programa aqui no estado de São Paulo.
Bom, e agora o
que acontece? A Secretaria da Educação, através da sua assessoria jurídica,
entrou com uma reclamação, um pedido, tentando derrubar a nossa representação
no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Primeiramente
pedindo o arquivamento da nossa representação, e em segundo lugar nos acusando
de litigância de má-fé, argumentando que nós já tínhamos entrado com uma ação
popular no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Entramos de fato, e
ganhamos uma liminar, também, suspendendo o programa no Tribunal de Justiça.
Acontece que o
governo recorreu, mas não recorreu diretamente na ação popular. O governo, de
forma covarde, foi ao presidente do Tribunal de Justiça pedindo que o
presidente do Tribunal de Justiça cassasse a nossa liminar, passando por cima
da decisão do juiz ou da juíza que deu a liminar. Olha só como o governo está
apelando, desesperado.
Então ao invés
de fazer a contestação pelas vias normais, não. Ele usou a força bruta. A força
bruta no sentido de utilizar a sua prerrogativa de acionar o presidente do
Tribunal de Justiça para derrubar a nossa liminar. E isso aconteceu. O
presidente do Tribunal de Justiça estranhamente acatou esse pedido do
governador Tarcísio, cassando a nossa liminar, que durou apenas alguns dias.
Então eu quero
fazer esse registro. Estranhamos essa posição do presidente do Tribunal de
Justiça. Até porque esse tipo de procedimento, do presidente do Tribunal de
Justiça cassar uma liminar, só pode existir, segundo a própria legislação,
quando houver algum risco de dano à segurança, à Saúde, à economia, o que não é
o caso.
Longe disso: o
dano haverá se o programa for implantado, se as contratações forem feitas. Aí
sim, nós vamos ter um dano irreparável à Educação do estado de São Paulo, às
nossas crianças, aos nossos adolescentes e ao Magistério. É ao contrário. Mas,
estranhamente, o presidente do Tribunal de Justiça cassou a nossa liminar.
Enfim.
E agora, a
Secretaria da Educação está dizendo que nós estamos fazendo litigância de
má-fé, que nós... Que litigarem, não é? De má-fé. Um absurdo isso. Até porque,
Sr. Presidente, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo não faz parte do
Poder Judiciário. Não tem nada a ver com o Judiciário. O Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo, inclusive, deveria ser um órgão auxiliar, aqui, de
fiscalização da Assembleia Legislativa.
Então é tão
bizarra e tão patética essa apelação feita pela Secretaria da Educação, que só
mostra o desespero para implantar na marra, já indo para o final do ano letivo,
um programa que vai desarticular o projeto pedagógico de 100 escolas que já
estão em funcionamento, Sr. Presidente. Isso é um absurdo, que a secretaria
insista em implantar esse programa, em qualquer tempo, mas sobretudo agora, já
no mês de setembro. Nós estamos caminhando para o encerramento do ano letivo.
E o governo
está tão desesperado para implantar esse famigerado programa - que é um
programa que doutrina as nossas crianças e os nossos adolescentes - que ele
quer mostrar para o eleitorado de extrema direita que construiu, que colocou em
prática a escola cívico-militar, sem nenhuma preocupação com os alunos, com os
professores. É tudo para o calendário eleitoral, palanque eleitoral a
implantação desse programa.
Então queria
fazer aqui esse esclarecimento para a população e repudiar veementemente essa
argumentação aqui da Secretaria da Educação. Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo não tem nada a ver com o Tribunal de Justiça, então essa argumentação
aqui não procede, Sr. Presidente.
E para
concluir, Sr. Presidente, eu gostaria ainda de dizer que nós conseguimos,
também, uma ultra vitória no Ministério Público Estadual. O Geduc apresentou
ontem um parecer ao Tribunal de Justiça, porque aí é uma outra luta que nós
estamos travando aqui na Prefeitura de São Paulo, na Secretaria Municipal de
Educação, que está proibindo as professoras que ingressaram recentemente,
através do concurso público de provas e títulos na rede municipal de ensino, de
terem acesso ao concurso de remoção.
Essas
professoras, Sr. Presidente, ingressaram recentemente, só que são professoras
que estão sofrendo muito. Porque uma professora, por exemplo, mora em
Guaianazes, mas ela é obrigada a escolher o seu cargo em uma escola no Jardim
Ângela, no Capão Redondo. Então ela tem que viajar três, quatro horas por dia
para ir mais três, quatro horas para voltar até a sua casa.
Professora que
está em Perus, que está na Freguesia do Ó, escolheu em Parelheiros a sua
escola, então não tem sentido isso. Elas têm o direito, sim, de acionar, de ter
acesso ao concurso de remoção, que vai abrir aqui, Sr. Presidente.
Então nós
estamos aqui apoiando, inclusive, o projeto de decreto legislativo, o PDL do
vereador Celso Giannazi, que autoriza... Que revoga, na verdade, o Decreto nº
62.747, de 2023, que impõe essa proibição, massacrando.
É um decreto
perverso esse daqui que pode ser mudado, ele já tinha sido alterado. Quando o
Bruno Covas era o prefeito, ele tinha sido alterado. O prefeito, o ex-prefeito
Bruno Covas teve na gestão dele a sensibilidade de aprovar a remoção dessas
professoras ingressantes no processo do estágio probatório, não teve problema
nenhum.
Agora, o atual
secretário da Educação, o Fernando Padula, através desse decreto, faz a
proibição, prejudicando, então, milhares de professoras, mulheres que têm
filhos, que são obrigadas a atravessar a cidade de ônibus, de trem, de metrô.
Repito, Sr.
Presidente, levando três ou quatro horas para ir e três ou quatro horas para
voltar. Professora que mora em Guaianazes vai dar aula no Capão Redondo, a que
está no Capão Redondo vai dar aula em Itaquera.
É um absurdo
isso, é de uma desumanidade, de uma perversidade sem precedentes o que a
prefeitura do estado de São Paulo está fazendo com as nossas professoras do
Magistério municipal. Então todo apoio aqui à luta do vereador Celso Giannazi.
Nós entramos,
então, para finalizar, com uma ação popular contra esse decreto. E o Tribunal
de Justiça pediu um parecer do Ministério Público estadual, e o Ministério
Público estadual deu um parecer favorável à nossa reivindicação, para que haja,
sim, a autorização para a remoção das professoras ingressantes da Prefeitura de
São Paulo, para que elas possam se remover agora, já, mesmo estando no estágio
probatório.
Então é
importante essa decisão do Ministério Público estadual, é uma vitória. Uma
vitória das professoras e do nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo, Sr.
Presidente, entre os líderes partidários, eu solicito a suspensão desta sessão
até as 16 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - MARCELO AGUIAR - PODE - É regimental.
Está suspensa a sessão até as 16 horas e 30 minutos.
Muito obrigado.
*
* *
- Suspensa às 14 horas e 59 minutos, a
sessão é
reaberta às 16 horas e 33 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlos Cezar.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Reaberta a
sessão. Ordem do Dia.
Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado
Guto Zacarias, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do
Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação, com a
finalidade de participar de visita oficial a Taiwan, a realizar-se no período
de 15 a 19 de setembro do corrente ano, sem ônus para este poder.
Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento da nobre
deputada Andréa Werner, com o número regimental de assinaturas, nos termos do
Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação, com a finalidade de participar de reuniões em ministérios do
governo federal, no dia 10 de setembro do corrente ano, a ser custeada via
verba de gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento da nobre
deputada Solange Freitas, com o número regimental de assinaturas, nos termos do
Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação, com a finalidade de participar da iniciativa “Acredite Abraçando
o Futuro”, a realizar-se entre os dias 1º e 11 de outubro do corrente ano, em
Portugal, sem ônus para este poder.
Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento do nobre
deputado Donato, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35,
do Regimento Interno, para constituição de uma comissão de representação, com a
finalidade de participar de reuniões em ministérios do governo federal, no dia
11 de setembro do corrente ano, a ser custeada via verba de gabinete
parlamentar.
Em votação. Os Srs. Deputados e as
Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento do nobre
deputado Ricardo Madalena, com número regimental de assinaturas, nos termos do
Art. 35, do Regimento Interno, para constituição de uma comissão de
representação, com a finalidade de participar do “IrrigaShow 2025”, evento organizado
pela Associação do Sudoeste Paulista de Irrigação e Plantio na Palha, a
realizar-se nos dias 10 a 12 de setembro do corrente ano, no município de
Paranapanema, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente. Por acordo
entre lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Havendo acordo
entre lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos,
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a
mesma Ordem do Dia, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se
hoje, dez minutos após o término da presente sessão.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 36
minutos.
*
* *