28 DE NOVEMBRO DE 2023

145ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca os Srs. Deputados para uma sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término desta sessão.

        

2 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Retifica a convocação da sessão extraordinária.

        

6 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - GUTO ZACARIAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

9 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - GUTO ZACARIAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

12 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

13 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

15 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

16 - ENIO TATTO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Solicita comportamento regimental aos visitantes presentes nas galerias.

        

21 - LUCAS BOVE

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

23 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

25 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

26 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

27 - EDIANE MARIA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

28 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

29 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 29/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão ordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 30 minutos. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

 Convocação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma reunião extraordinária, a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos; ou dez minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º, do Art. 100, do Regimento Interno. Com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 53ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 29/11/2023.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Nesse momento, senhoras e senhores vamos passar ao Pequeno Expediente, convidando para fazer uso da palavra o nobre deputado Jorge do Carmo. Tem V. Exa. tempo regimental de até 5 minutos. Dr. Jorge do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos. Boa tarde, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público presente aqui, assessoria, os policiais e público da TV Alesp. Senhor presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, hoje é um dia de mobilização aqui no estado de São Paulo.

Começa hoje... Dá continuidade, melhor dizendo, a famigerada tentativa do governador de privatizar a Sabesp, de vender a Sabesp para a iniciativa privada.

Queria pedir para o nosso técnico aqui passar algumas imagens enquanto falo sobre essa atrocidade que a gente está vendo: a pressa do governador em querer vender uma empresa que é saudável, que é rentável, que tem economia financeira boa.

E é exatamente... Certamente por isso que o afã de vender, de entregar, de garantir os seus compromissos políticos, que, diga-se de passagem, é sempre bom lembrar, nosso líder, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor, esse assunto na campanha, no segundo turno, especialmente, o governador não assumiu o compromisso publicamente de privatizar a Sabesp. É importante falar isso.

E agora dizer que a privatização da Sabesp é uma maneira de garantir a universalização do atendimento e do abastecimento até 2029... É dizer que a privatização é uma maneira de abaixar, é uma condição para abaixar o valor, o preço da tarifa...

Desculpa, gente, o mercado, deputado Paulo Mansur, o mercado não vai comprar algo para querer fazer cortesia ou fazer benesse. Não existe isso. Não existe... Precisa melhorar, e muito, o argumento para dizer que a privatização é uma maneira de abaixar a tarifa.

Não é verdade, porque quem compra quer lucro. Isso é natural. Isso eu não sou... Eu não sou radicalmente contra o lucro. As pessoas que compram algo precisam ter lucro mesmo, mas serviço público como a Sabesp, serviço de saneamento básico, não é serviço para se obter lucro. E o estado é quem tem que cuidar disso.

Por isso eu insisto, nós vamos fazer essa batalha. O bom combate aqui. Esperamos que os deputados e deputadas tenham o cuidado de não ajudar a privatizar um serviço, que vai acontecer a mesma coisa que está acontecendo com a Enel. Quem vendeu a Eletropaulo aqui foi esta Casa.

Os deputados e deputados, lá em 1998, evidentemente com exceções, venderam a Eletropaulo. E hoje a Enel teve a crise do apagão, e a gente pode ter o apagão do abastecimento. O apagão do saneamento básico.

Por isso é que eu conclamo aqui a sociedade para que a gente resista à privatização da Sabesp, porque a Sabesp é uma empresa e é património do povo paulista. Por isso, nós não queremos que ela seja vendida.

 Ao mesmo tempo, nós temos aqui acontecendo hoje esse movimento... A greve dos transportes públicos hoje é contra as privatizações. E aí o governador fala que a greve é política. Olha, qualquer movimento é político, qualquer movimento é político - dos trabalhadores. Se tem privatização da Sabesp, da CPTM, do metrô, é garantido que vai ter a demissão dos trabalhadores.

É muito certo, porque foi o que aconteceu com a Enel. Repito. Demitir os funcionários. E nós tivemos foi o apagão, porque o lucro era mais importante e não o atendimento da população. Por isso, nós somos contra a privatização da CPTM. Está provado, aliás, diga-se de passagem.

Recentemente, no UOL, apareceu um escândalo - e acho que requer inclusive uma CPI nesta Casa. O bilhete único para as empresas privatizadas... Por exemplo, elas transportam...

Elas transportam 500 mil - exemplo - 500 mil passageiros. Enquanto isso, receberam mais de 2 bilhões. As empresas públicas transportam um bilhão e 200 mil; receberam apenas 450 mil, ou seja, o dinheiro público está sendo levado, destinado para o particular, para a iniciativa privada.

Isso é um escândalo e eu vou requerer a representação junto ao Ministério Público, porque o que o secretário disse: “Isso é contrato que já existia.” Então quer dizer, se o contrato está errado, eu continuo errando, porque eu não tenho responsabilidade a partir do dia que eu assumi.

Então, quem sucede, sucede em tudo. Se tinha algo errado - que eu até acho que tinha mesmo -, é preciso corrigir. Por isso, nós não podemos admitir um escândalo como esse aqui.

E só para terminar, Sr. Presidente, coisa de um minuto. Nós tivemos, ontem em São Paulo, o problema das enchentes mais uma vez na região leste de São Paulo, ali na região do Alto Tietê com a zona leste. Problema seríssimo de enchente na nossa região, porque são obras paliativas...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para concluir, deputado.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - São obras que não resolvem o problema em definitivo. E não é por falta de recurso, é por falta de vontade política ou planejamento e projetos.

Por isso, na zona leste, na região de Itaim Paulista, na região do Romano, na região do Helena... Ontem sofreu mais uma vez com as enchentes, fruto do descaso do Governo Paulista, fruto do descaso e da falta de obra de prevenção, de combate às enchentes.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, Sr. Presidente.

Boa tarde a todas e a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra, deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Não vai falar? Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Tem V. Exa. a palavra, então.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom dia... Boa tarde, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, deputado Paulo Mansur - nosso irmão de bancada. A todos que nos acompanham pela TV Alesp pelas redes sociais, os meus irmãos - policiais militares que estão aqui garantindo o desempenho da nossa atividade.

Inclusive, a notícia que eu trago aqui é a respeito de todos vocês, sobre o transporte dos policiais no estado de São Paulo, uma pauta extremamente importante aos nossos policiais.

E como eu citei aqui, na semana passada, na data de hoje, dia 28 de novembro, terça-feira, pela manhã, nós tivemos uma reunião, na sede da Secretaria de Segurança Pública, com o secretário Capitão Derrite, com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio, deputado Capitão Telhada, que estava nessa reunião também.

Estavam representantes da Artesp e das cinco maiores empresas de transporte rodoviário no nosso estado: Cometa, Andorinha, Pássaro Marrom, e outras duas ou três empresas.

Dessa reunião, ficou acertado que o transporte dos policiais, do seu local de residência ao seu local de trabalho, em qualquer cidade do interior que seja, para a Capital, ou da Capital para a cidade do interior, ou de uma cidade do interior para outra cidade, o policial, no seu horário de serviço, poderá continuar fazendo o seu deslocamento à paisana.

E terá a gratuidade nesse transporte. Ele vai retirar a passagem dele à paisana, e vai viajar sentado, dentro do ônibus, porque é o mínimo que nós podemos construir.

É o mínimo que o Governo do Estado pode fazer para respeitar a dignidade dos policiais. Nessa reunião, eu fiz questão de agradecer às empresas de transporte, porque são empresas privadas. Eu fiz questão de fazer na reunião, e faço aqui, da tribuna da Assembleia Legislativa. A gratidão de todos nós, policiais do estado de São Paulo, para com essas empresas de transporte.

Porque os senhores sempre demonstraram enorme respeito aos nossos patrulheiros. Policiais que, em grande parte, trabalham em cidades distantes da Capital, e vêm trabalhar aqui na Capital de São Paulo. Não é qualquer categoria que tem essa peculiaridade.

Que, muitas vezes, o policial mora em Presidente Prudente, mora em Rio Preto e precisa fazer esse deslocamento, lá da cidade dele, aqui para a Capital, da Capital para a cidade dele, para poder estar junto e próximo à sua família.

Então eu agradeço a essas empresas, em ter a sensibilidade de, mais uma vez, se sentar à mesa, colocar-se à disposição, para ouvir a nós, parlamentares, que representamos os policiais do estado de São Paulo.

Nós, que representamos os cidadãos de bem, porque, quando nós falamos em valorizar o policial, nós falamos em ter um operador de Segurança em condições de defender a vida do nosso cidadão. Então, muito obrigado a todas essas empresas, à Artesp, bem como às empresas.

Ficaram de soltar um comunicado a todos os seus pontos de transporte de passageiro. E o respeito à dignidade dos nossos policiais, nós estaremos sempre cerrando fileira aqui nesta Casa, junto com todos os deputados e deputadas. Que eu tenho toda a certeza de que apoiam as pautas da Segurança Pública, porque o povo não suporta mais sofrer na mão de bandido, na mão de criminoso.

Infelizmente, nós estamos num país onde a legislação ampara e protege o bandido, e pune e dificulta o trabalho dos policiais. E a nossa missão, nesta Casa, a missão dos nossos irmãos parlamentares, no Congresso Nacional, é justamente defender os policiais e os cidadãos de bem.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Major Mecca. Com a palavra, o deputado Eduardo Suplicy. 

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Gilmaci, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero aqui registrar o sucesso da reunião ontem havida para a instalação da Frente Parlamentar pela Implementação da Renda Básica, que contou com a participação, dentre outros, de um grupo de 14 jovens pesquisadores, sendo 12 jovens de Heliópolis e dois do Núcleo de Estudos em Serviço e Proteção Social da Pontifícia Universidade Católica.

Eles estão fazendo uma pesquisa com respeito a qual é a renda digna que em São Paulo deve prevalecer, tendo em conta um estudo do custo de vida das diversas configurações familiares da maior favela de São Paulo, buscando encontrar um parâmetro de renda que esteja de acordo com o bem-estar dessas variadas composições de família e traçando o que seria um salário digno, uma renda digna para as pessoas que moram nas favelas.

A ideia do estudo surgiu em uma conversa dos jovens pesquisadores do projeto Observatório De Olho na Quebrada, onde perceberam que grande parte dos salários, incluindo dos seus pais, são destinados para pagar o aluguel e que pouco sobrava para lazer, saúde, educação e outras coisas que fazem parte do cotidiano e a que eles gostariam de ter acesso.

A base do “Renda Digna São Paulo” é o projeto, meu próprio, chamado Renda Básica de Cidadania, um programa social de transferência de renda incondicional que deve, com o progresso do país, ser suficiente para o sustento de uma vida livre e digna para todos.

Quero assinalar que, na reunião ontem havida aqui no Plenário Dom Pedro I, estivemos a deputada Marina Helou, eu próprio, o deputado Maurici, o deputado Simão Pedro, e gostaria de assinalar que se inscreveram como membros da Frente Parlamentar, até o presente momento, a Marina Helou, vice-coordenadora, a Bebel, a Andréa Werner, o Simão Pedro, a Thainara Faria, a Ana Perugini, o Reis, o Luiz Claudio Marcolino, o Antonio Donato, o Rafa Zimbaldi, o Enio Tatto, o Paulo Fiorilo, o Rafael Saraiva, o Teonilio Barba, o Dr. Jorge do Carmo. Quero informar que está aberta para todos os deputados e deputadas que ainda desejam se inscrever e fazer parte da Frente Parlamentar da Renda Básica de Cidadania.

Ontem tivemos, nesta mesma oportunidade, o lançamento de dois livros: um da professora Aldaíza Sposati e do Paulo de Tarso Meira, denominado “Transferência de Renda no Brasil - Entre a herança recebida e a direção prometida.” E o outro livro dos professores Paul Katz e Fabio Waltenberg, organizadores do livro “Renda Básica e Economia Solidária - O exemplo de Maricá”.

Nesta oportunidade, ontem, também tivemos a participação do vice-prefeito licenciado de Maricá, responsável em grande parte pela aplicação da Renda Básica de Cidadania em Maricá, e atualmente secretário municipal de Desenvolvimento Solidário no município do Rio de Janeiro.

Também estavam a Miriam Cortez, da Cortez Editora, e o presidente da Rede Brasileira da Renda Básica, que tanto também colaborou para o sucesso desse encontro, Leandro Ferreira.

Gostaria de aqui concluir com a boa notícia que aconteceu hoje, porque o Washington Quaquá, deputado federal, anunciou no seu Instagram que ele esteve agora, às dez horas com seu filho, Diego Zaidan, vice-prefeito de Maricá licenciado, secretário de Desenvolvimento Econômico Solidário na cidade do Rio de Janeiro, na gestão do prefeito Eduardo Paes, em reunião com o ministro do Desenvolvimento Social Wellington Dias, e nessa ocasião discutiram a implementação de projeto piloto do pagamento...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputado.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Do Bolsa Família em moeda social em Maricá e em comunidades da cidade do Rio de Janeiro, como no Morro da Mangueira. Também estava o Paul Katz, do Jain Family Institute.

Então agradeço, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado Reis. Antes de V. Exa. se dirigir à tribuna, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência retifica a convocação da sessão extraordinária de hoje, para fazer constar que terá como finalidade apreciar a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A retificação à Ordem do Dia da 53ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 29/11/2023.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o presidente Gilmaci Santos, cumprimentar o deputado Suplicy, deputado Enio Tatto, deputado Luiz Cláudio Marcolino, deputado Major Mecca, Paulo Mansur, o nosso Xerife do Consumidor, o comandante Conte Lopes, Daniel Soares. Cumprimentar a todos.

Eu estou fazendo uma saudação a todos os deputados, porque hoje está bastante participativo aqui. Então é importante que o povo saiba que V. Exas. estão aqui no plenário.

Também cumprimentar o público presente, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica, cumprimentar todos os funcionários desta Casa e todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Dizer que conversei com o deputado Major Mecca, e ele me garantiu que foi conversado na Secretaria de Segurança Pública que os policiais civis também terão direito à gratuidade no transporte intermunicipal, porque isso tem sido uma reclamação.

Desde quando surgiu essa portaria, vários policiais reclamando que foi tirado esse direito, e é muito importante que eles possam ter esse direito de se deslocar de uma cidade para outra, e o Major Mecca falou que esteve nessa reunião, e que ficou acertado que também os policiais civis terão esse direito.

Eu quero também cumprimentar o deputado que está aqui próximo da gente, o deputado Guilherme Cortez, e dizer aqui, presidente, nosso candidato designado, Gilmaci Santos, “candidate designate”, que houve um corte no orçamento das Delegacias de Defesa das Mulheres, um corte de 5,2 milhões, que foi publicado no “Diário Oficial”, e a gente precisa cobrar do governo, lamentar, e dizer para que não haja cortes de recursos na Segurança Pública, e principalmente nas Delegacias de Defesa das Mulheres, porque nós temos, assim, um aumento do número de feminicídios no estado de São Paulo.

Esse ato foi publicado no “Diário Oficial” no dia 24.11, e também um remanejamento de cerca de 13 milhões dentro da Secretaria da Segurança Pública. No primeiro semestre, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 111 mulheres foram vítimas de feminicídio.

Ou seja, um aumento de 33,7% em relação ao número registrado no ano passado, o maior número entre os estados. O déficit de pessoal da Polícia Civil também continua. Segundo o Sindicato dos Delegados e das Delegadas de Polícia do Estado de São Paulo há uma defasagem de 17 mil profissionais.

Isso aí a gente tem repercutido ao longo do ano e cobrado a Secretaria de Segurança, cobrado do governo Tarcísio de Freitas a recomposição do efetivo, mas nós estamos chegando no mês de dezembro. Os procedimentos do concurso de 2022 foram feitos, mas ainda não houve nenhuma nomeação.

Não há nenhuma nomeação publicada no “Diário Oficial”. Um concurso que vem de junho do ano passado. Então o governo sabedor dessa defasagem, sabedor que não tem funcionários nas delegacias, que as delegacias estão fechadas e as que estão abertas estão funcionando precariamente, ele poderia sim em ato dentro dos seus atos de governo ter acelerado os processos de nomeação desses profissionais.

Ao que me parece este ano ninguém será nomeado; ficará para o ano que vem. Houve um novo concurso que foi aberto, tivemos provas inclusive domingo agora passado, mas é uma agenda que está conectada com a questão eleitoral. Quer dizer, esse concurso deste ano pela distância do outro, pela demora que está tendo o outro concurso, só vai acontecer no ano da eleição.

Ou seja, até lá as delegacias continuarão com essa situação deficitária, com essa falta de funcionários para poder prover o serviço e, além disso, o governo ainda corta o orçamento das Delegacias das Mulheres que para nós é de suma importância, é de suma importância.

O governo pode cortar em outros setores, mas não deve cortar em Saúde, em Segurança, em Educação, porque são setores que realmente produzem um resultado prático para a sociedade que não podem ter esse tratamento que o governo Tarcísio de Freitas tem dado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Com a palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, eu quero primeiramente manifestar o nosso total apoio às manifestações que estão ocorrendo hoje em todo o estado de São Paulo, às greves que estão sendo realizadas contra o aniquilamento, contra o ataque aos serviços públicos e aos equipamentos públicos do estado de São Paulo.

Contra essa verdadeira sabotagem que o governador Tarcísio de Freitas está fazendo, tentando vender a Sabesp, o Metrô, a CPTM, e a Fundação Casa, a rede estadual de ensino.

São vários os ataques, a instalação de mais pedágios no estado de São Paulo, entregando o estado de São Paulo, aniquilando o patrimônio público do nosso estado para beneficiar os grandes grupos econômicos e, sobretudo, os investidores internacionais.

É disso que se trata esse pacotaço de privatizações. O governador Tarcísio se comporta como um verdadeiro corretor de imóveis, vendendo o estado de São Paulo, até porque ele não tem compromisso com nada aqui. Está de passagem pelo estado de São Paulo e deixará um rastro de destruição como deixaram o ex-governador Doria e o Rodrigo Garcia aqui no estado de São Paulo.

E esse pacotaço que está sendo apresentado aqui na Assembleia Legislativa e para a sociedade de privatizações, de desmonte do estado de São Paulo, é comparável àquele PL 529 do Doria que extinguiu os institutos de pesquisa, que trouxe prejuízos e transtornos nefastos para o estado de São Paulo, prejudicando vários setores da nossa sociedade.

Até mesmo os PCDs foram prejudicados pelo 529. Então esse pacotaço de privatizações, esses ataques do governador bolsotucano Tarcísio de Freitas, se compara, sim, à gestão do Doria. Desmonte do estado de São Paulo. Então todo o nosso apoio a todas as manifestações, sobretudo a que vai ocorrer daqui a pouco aqui na frente da Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, também quero denunciar a Seduc mais uma vez, que editou agora a Resolução nº 58, de 2023, que trata da questão também da grade curricular de educação de jovens e adultos.

Veja bem, no ano passado, em meados de julho, exatamente no dia 6 de julho de 2022, foi publicada a Resolução nº 56, de 2022, aumentando um termo a mais para os alunos de EJA do ensino médio, mas isso acontece praticamente no meio do processo.

A Secretaria agora alterou esse procedimento, alterou, retirou esse quarto termo, mas não retirou esse quarto termo para as pessoas que tinham ingressado no segundo semestre de 2022, prejudicando, então, diversos, milhares de alunos em todo o estado de São Paulo, que já são excluídos do processo educacional, não tiveram acesso, na idade própria, ao ensino fundamental e ao ensino médio e estão sendo prejudicados novamente.

Eu recebi aqui recentemente alunos da Escola Estadual Carmina Mendes, lá de Guarulhos. Estiveram aqui no plenário reclamando disso, porque eles iriam se formar agora, mas são obrigados ainda a fazer um quarto termo. Eles nem tinham sido avisados de que isso ocorreria.

A Secretaria, que tem a oportunidade de alterar e mudar essa situação, não incluiu também esses alunos que entraram no segundo semestre de 2022. Então, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente, quero apelar à Secretaria para que modifique a Resolução nº 58, publicada agora, no último dia 16, e também exclua o quarto termo para esses alunos, que estão sendo prejudicados, porque em tese eles estariam se formando agora nesse último termo, agora no final desse semestre.

Muitos deles e delas já pagaram as formaturas, já se organizaram e, no entanto, estão tendo um prejuízo enorme emocional, financeiro e de expectativa de continuidade, porque muitos não poderão continuar o quarto termo.

Então basta a Secretaria fazer um ajuste aqui retirando a obrigatoriedade do quarto termo para os alunos matriculados no segundo semestre de 2022.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem a palavra o deputado Conte Lopes. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem, presidente. Posso fazer uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Enquanto o deputado se dirige à tribuna, tem V. Exa. dois minutos.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Presidente, mais uma greve no nosso estado de São Paulo. Como presidente da Frente Parlamentar em apoio pela privatização da Sabesp, como um dos líderes, como vice-líder do governo Tarcísio aqui nesta Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, eu não poderia ficar calado, presidente, porque o nosso País, ele é governado por um ex-presidiário.

Luiz Inácio Lula da Silva ficou quinhentos dias dentro de uma cela, quinhentos dias na cadeia, quinhentos dias na prisão. Lula é um dos líderes do Partido dos Trabalhadores, partido muito grande, que tem vários satélites. Dentro desses satélites, há também os sindicatos, que hoje, mais uma vez, tentam parar o nosso querido estado de São Paulo.

Presidente, eu acho muito curioso que hoje, no governo Lula, nós temos, por exemplo, o Ministério da Justiça. Nesse mesmo Ministério da Justiça, nós tivemos encontros com a dama do tráfico, presidente, esposa de um dos líderes do Comando Vermelho aqui do nosso País, que se encontrou com o alto escalão do Ministério da Justiça, pagos com o nosso dinheiro, com dinheiro público, com o dinheiro do Ministério dos Direitos Humanos, e não teve greve, presidente. E não teve greve.

Hoje, no governo Lula, o governo Lula cortou 700 milhões de reais do combate ao crime organizado, privilegiando a gente sabe quem. E não teve greve, presidente. Hoje, o governo Lula, Professora Bebel, cortou mais de 132 milhões de reais do Ministério da Educação, e mais uma vez não teve greve.

O governo Lula se encontrou com um ditador sanguinário, como é o Nicolás Maduro, que veio ao Brasil, e seus capangas, seus seguranças, agrediram uma jornalista, agrediram uma mulher. E, mais uma vez, não teve greve, presidente.

Então eu acho muito curioso que, aí, quando o governo corajoso, quando deputados corajosos na Assembleia Legislativa, como o deputado Conte Lopes, como o deputado Gilmaci, que está presidindo esta sessão, tentam privatizar a Sabesp para levar saneamento básico, para reduzir tarifa, para antecipar a universalização, para acabar com cabide de emprego, para acabar com a probabilidade de corrupção, aí eles tentam fazer greve.

O recado é muito simples: vocês não vão atrapalhar o andamento do governo Tarcísio, vocês não vão atrapalhar o andamento do mandato de nenhum deputado aqui. Vocês não vão atrapalhar sequer a tramitação da Sabesp. Nós vamos privatizar a Sabesp, mesmo que o Partido dos Trabalhadores não queira.

Obrigado, presidente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sim, tem V. Exa. o tempo, com a anuência do nosso orador na tribuna.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. Eu entrei no plenário e estou vendo, ouvi, aliás, e vendo também, o deputado Guto falando com tanta veemência de um governo que, ora, ele não se inaugura, deputado Guto.

Quero dizer que o governo do presidente Lula, na primeira, na segunda edição, na terceira, do Partido dos Trabalhadores, incluiu alunos nas universidades, investiu pesadamente na Educação Básica.

E Educação Básica, deputado Guto, não é aquela Educação Básica colocando como foco o ensino fundamental, quando era Fundef, e passou a ser Fundeb, porque é Educação Básica.

Então eu acredito, assim, vejo V. Exa. com grande capacidade de argumentação, mas falta um pouco de verdade nos seus discursos, porque eu posso pegar, por exemplo, então vá lá no PAC e veja quanto o presidente Lula deixou para investimento, e não gasto, em Educação Básica, desde a infantil até a superior, e chama a atenção, deputado Guto, com prioridade ao ensino integral, dando bolsa de estudos, deputado Guto, para alunos trabalhadores.

Então a gente tem que entender que é importante a gente fazer o bom debate, V. Exa. tem a concepção, é necessária a pluralidade de ideias, mas com conteúdo verdadeiro.

Então eu agradeço, presidente, mas eu acho que o bom combate pressupõe ideias verdadeiras.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, público que nos acompanha da tribuna da Assembleia, eu vou continuar nas colocações do deputado Guto Zacarias sobre o presidente Lula passar mais de 500 dias na cadeia.

É verdade, Lula ficou preso mais de 500 dias, 560 e tantos dias. E foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Depois, o mesmo Supremo Tribunal Federal, aí eu não posso explicar, talvez o deputado Guilherme Cortez e a deputada Dra. Paula, que são advogados - apesar de eu ser bacharel, eu não sou advogado. Então, o mesmo Supremo absolveu o Lula.

E a gente acha interessante o que o Lula fez agora com o Supremo. Na minha época se diria que ele deu um tapa com luva de pelúcias do Supremo. Porque o Supremo era uma coisa linda de ver, os caras de capa preta, com três caras atrás, aquelas senhoras falando duas, três horas num voto, para falar “sim” ou “não”.

A gente achava, até eu que sou meio burro, que eles eram realmente o suprassumo da competência, da intelectualidade no Brasil. Ficava todo mundo, a TV, a Justiça, e depois ia para o Jornal Nacional, eles fazendo seus votos, com um dos caras mais lindos, os mesmos caras que condenaram e os mesmos caras que absolveram o Lula.

E o que faz o presidente Lula agora? Primeiro, tinha uma vaga no Supremo. Quem que ele pôs? Para demonstrar que não é nada disso, ser intelectual coisíssima nenhuma. Ele pegou o advogado dele, o Dr. Zanin, e o colocou como ministro.

O advogado do Lula, ele colocou como ministro, mostrando para o Supremo que eles não são nada. Olha como o Lula sabe dar tapa com luvas de pelúcia. Colocou o advogado dele lá.

Agora, com uma nova vaga, ele encaminha o Flávio Dino, que se fala que estava na Maré, passeando na Maré, que estava recebendo a dama do tráfico no Amazonas, como falou o próprio deputado Guto Zacarias.

Então a gente fica pensando: o que o Lula quer fazer com o Supremo? Mostrar que o Supremo não é nada daquilo, é isso? Porque, para a sociedade, hoje em dia, qualquer um pode ir para o Supremo.

Basta o presidente - e que é uma verdade – o próprio Flávio Dino, que é senador, tem um projeto que no Supremo fica pelo menos 11 anos e na minha... Na verdade, é isso também.

Como é que pode nomear alguém que fica, eternamente, até os 75 anos? O presidente vai embora. E o camarada continua lá com todas as regalias do mundo. Como se fosse um suprassumo da intelectualidade. Alguns nem juízes são, nem foram advogados, são advogados e coisas assim.

Então fica aí a minha colocação. Como é que o povo vai receber Flávio Dino? Por aquilo que a imprensa fala... Recebendo a dama do tráfico do Amazonas no Ministério de Justiça? Então, ficam as colocações. A visita dele na Maré. Fica aí a colocação também, não é? Eu não sei como a sociedade vai receber isso. E a partir daí, se o Supremo vai ser outro.

Como é que a sociedade vai analisar o Supremo? Porque o Supremo gosta de... Até prende as pessoas que falam alguma coisa do Supremo. Falar do Supremo é um perigo.

Você pode ser preso a qualquer momento, mas agora eles vão ter que explicar. Quem é realmente... se precisa ser grande intelectual, conhecedor do direito profundo ou simplesmente uma mera indicação de qualquer presidente da República?

Então fica a minha colocação. Com o tapa de luva de pelica... O presidente Lula aqui foi condenado pelo Supremo três, quatro vezes e depois foi absolvido pelo mesmo Supremo.

E agora ele nomeia dois ministros do Supremo. Vai ficar para a sociedade decidir o que é o Supremo Tribunal de Justiça do Brasil?

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Conte Lopes. Com a palavra deputado Luiz Claudio Marcolino, tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Guto Zacarias.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Posso fazer mais uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. enquanto o deputado se dirige à tribuna.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, eu até entendo uma deputada, como a deputada professora Bebel, defender o Partido dos Trabalhadores, é o partido que ela é filiada. Eu só não entendo usar Educação para defender o Partido dos Trabalhadores.

Eu trouxe aqui, deputada Bebel, um ranking internacional que é o ranking Pisa, não é um ranking de direita, não é um ranking de esquerda, inclusive há países melhor ranqueados que... Países de esquerda melhor ranqueados que o Brasil.

Eu trouxe aqui, 2016, o último ano do governo Dilma. Vamos lá, 63ª posição em ciências, é uma boa marca? Quinquagésima nona posição em leitura, uma boa marca? Melhorou a Educação?

Sexagésima sexta posição em matemática de um ranking de 70 países, melhorou a Educação? Conseguiu a incrível proeza. A incrível proeza de aumentar o investimento na Educação do Brasil e piorar a qualidade. Conseguiu essa proeza.

E agora, presidente, sobre a greve, mais uma vez, nós vamos continuar andando com a tramitação, com a articulação e com a discussão da privatização da Sabesp, porque nós vamos levar água tratada para essa população.

Nós vamos tratar o esgoto dessa população no estado de São Paulo, principalmente as pessoas mais carentes, porque não vai atrapalhar o mandato de ninguém aqui. Não vai atrapalhar o governo do Tarcísio aqui no estado de São Paulo.

Sabe quem vai atrapalhar? Vai atrapalhar a gente preta, vai atrapalhar a gente pobre, vai atrapalhar a gente periférica que está tentando estudar, que está tentando ir trabalhar, que está acordando cedo para tentar entregar currículo.

E entregar currículo é uma coisa que eu tenho certeza de que boa parte dos sindicalistas que vocês convocaram para vir aqui hoje, nunca acordaram cedo para entregar um currículo.

Essas pessoas estão acordando cedo para entregar currículo, para estudar, para poder trabalhar e não estão conseguindo, porque o partido que diz defender as pessoas mais pobres, que diz defender as pessoas negras, não está deixando.

A privatização vai andar e vai começar a discussão nesta tarde, e as pessoas que queriam acordar cedo para estudar e trabalhar, estudar não conseguiram, porque vocês não deixaram. É isso que tem que estar claro. É isso que tem que estar claro.

E eu queria saber, o Lula disse na campanha que não queria indicar advogado para o STF, indicou e vocês não fizeram greve; disse na campanha que não queria ter amigo no STF, indicou agora o Flávio Dino, e vocês não fizeram greve; e cortou verba da Educação, verba da Saúde, está atrapalhando o saneamento básico e vocês não fizeram o greve.

Agora nós queremos levar saneamento básico para os pobres de São Paulo, e vocês estão fazendo oposição. Nós vamos privatizar a Sabesp, mesmo que o partido de V. Exa. não queira.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Com a anuência do orador...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada, Sr. Presidente. Está sem força hoje.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Estou bem calmo hoje. Tranquilo.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Então está bom. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Na paz, porque eu estou sabendo que a greve termina agora o final da tarde. O pessoal está tendo juízo. Então eu estou tranquilo.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - O meu tempo está correndo lá. Você está me levando...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Não, não, vamos retornar o tempo da Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Retorna o meu tempo aí.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Começa o tempo da Professora Bebel. Pronto, tem V. Exa. o tempo regimental a partir de agora.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. Eu quero dizer o seguinte, deputado Guto, sou uma pessoa que conheço as análises do Pisa por dentro.

Eu fiz parte de uma rede internacional de pesquisa, um “research”, lá na Bélgica, e nós encontrávamos com todos os países da OCDE que analisavam os dados do Pisa, e as críticas colocadas são o seguinte: não se analisa através de tábua rasa, deputado Guto.

Acho que o senhor não entende muito bem como é que são feitas essas avaliações. Elas são avaliações estandartizadas. Elas não são, de fato, avaliações, porque para avaliar, deputado Guto, o senhor tem que levar em conta todas as condições.

E, inclusive, a vulnerabilidade absoluta da criançada pobre, que não se faz na periferia. Então essa coisa de avaliação de Pisa e de avaliação - modéstia à parte - sob o lado da inclusão, eu entendo. Eu entendo muito bem.

Quanto aos deputados, aos sindicalistas, aliás, que o senhor diz que não assinam ponto. Primeiro, que para ser sindicalista... Não, o senhor disse. O senhor disse sim, que...

Não, que não têm carteira, que não... Que vem aqui e faz um, uma... Não, não têm. E quero dizer mais, o seguinte: O senhor está falando tanta coisa... Mas, gente, e a farra do boi que foi no governo anterior?

 Eu estou primando... E eu não quero cometer injustiça, do ponto de vista... Porque eu sou daquelas que acha que o direito da defesa vai até o último momento. É um direito, que não quiseram dar para o presidente Lula, e ele comprovou que não devia nada.

Tanto que o próprio William Bonner, quando foi entrevistá-lo, disse: “O senhor não deve mais nada à Justiça brasileira.” Ou V. Exa. aceita o resultado, ou V. Exa. vai ficar batendo boca, batendo boca... Com todo o respeito à Vossa Excelência.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, população que nos acompanha aqui na TV Assembleia.

É importante, Sr. Presidente, o debate hoje que acontece na cidade - São Paulo e na Grande São Paulo, porque a privatização da Sabesp, se não fosse a primeira paralisação no mês passado; se não fosse a segunda paralisação que aconteceu - e está acontecendo - no dia de hoje; se não fosse a audiência pública que nós conseguimos desmarcar, primeiro, no dia 3, e aconteceu no dia 16; a população do estado de São Paulo não saberia que o Governo Tarcísio estaria privatizando a Sabesp no estado de São Paulo, que é um patrimônio importantíssimo.

O governo que hoje vai à televisão e mente - como mentiu na vez passada - falando que estava apenas estudando a privatização da Sabesp. Mas o governador, hoje nas entrevistas, em momento algum colocou que o projeto de lei, nobre deputada Bebel, já está para ser votado na semana que vem. Já na semana que vem. Ele fala que está fazendo estudo; ele está mentindo para a população do estado de São Paulo, porque já está sendo debatido na Assembleia Legislativa um projeto para privatizar a Sabesp.

Esse estudo, que foi apresentado pela secretária no mês de setembro, colocando aqui os itens para privatizar a Sabesp, foi encaminhado em setembro. O segundo estudo do Governo - que solicitou - só seria apresentado no mês de fevereiro de 2024. Fevereiro de 2024 que seria apresentado o segundo estudo.

Então o governador está mentindo para a população do estado de São Paulo quando fala que ainda está estudando a possibilidade de privatizar a Sabesp. E mente, pela segunda vez, quando vai na televisão, hoje pela manhã, falando que a população do estado de São Paulo já deu para ele autoridade, autonomia para vender a Sabesp quando ele foi eleito governador do estado de São Paulo.

E, na eleição - e não está no programa de governo do Tarcísio - ele falou esse tempo todo da possibilidade de fazer um estudo para privatizar a Sabesp. Ele voltou atrás, quando ele foi pressionado durante a campanha - se ele privatizaria ou não a Sabesp -, e ele falou: “Eu farei o estudo para ver a viabilidade ou não de vender a Sabesp.” E está vendendo, sem a conclusão do estudo. Sem a conclusão do estudo.

Novamente, o estudo - se é viável ou não privatizar a Sabesp - só estaria pronto em fevereiro de 2024. Foi esse discurso que o governador Tarcísio se utilizou conversando com os 375 prefeitos do estado de São Paulo. Ele fez, sim, uma reunião com todos os prefeitos, agora no primeiro... No final... No começo do segundo semestre, e que faria uma nova reunião com os prefeitos só em fevereiro de 2024.

E o projeto já está tramitando aqui na Assembleia, com o risco de ser privatizada na semana que vem. Então nós não podemos aceitar mentiras atrás de mentiras, do governador do Estado de São Paulo, que vai a público questionar os trabalhadores, que vai a público questionar a população que se organiza.

É importante deixar claro, para quem está nos ouvindo, nos acompanhando. Quando a gente fala em reivindicação sindical, e eu sou também dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A minha diretoria tem no máximo 88 dirigentes sindicais.

Quando nós fazemos greve, nós dialogamos com 110 mil trabalhadores. Quando param 20 mil trabalhadores, não é o sindicato que faz greve, são os trabalhadores. E hoje os trabalhadores do Metrô estão de parabéns, porque é uma categoria mobilizada. Os trabalhadores da CPTM e da Sabesp estão de parabéns porque ouviram o chamado dos seus sindicatos, sindicatos combativos, sindicatos representativos.

E você sabe, quando você chama uma greve, ela sai porque os trabalhadores querem fazer essa greve. Sessenta pessoas, 20 pessoas, 30 pessoas, que fazem parte das direções sindicais, não tem capacidade de mobilizar 20 ou 30 mil pessoas, quando essas greves acontecem.

A deputada Bebel já foi presidente e hoje é segunda presidenta do sindicato da Apeoesp. Quando é uma greve da Educação, param 30, 40, 50 mil professores no estado de São Paulo. Então não é a direção do sindicato que para, que faz a greve. A greve é dos trabalhadores, e é um instrumento da classe trabalhadora.

Os empresários têm outro tipo de instrumento para fazer a sua pressão ao governo. E os trabalhadores, o único instrumento que têm, é a greve. E a greve que está acontecendo, no estado de São Paulo e na Grande São Paulo, é responsabilidade do governador do estado de São Paulo, que mentiu na campanha, e está mentindo no dia de hoje, quando fala que é uma greve que não tem cunho político.

Tem cunho político, porque ele mentiu, falando que ia fazer um estudo da privatização da Sabesp. E pode ser privatizada na semana que vem, com os deputados ligados ao governo do Tarcísio aqui na Assembleia Legislativa.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Só chamar o próximo orador. Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. Tem Vossa Excelência... Pela ordem, deputado Jorge Wilson para uma comunicação. Vossa Excelência tem.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente eu gostaria só de fazer uma comunicação, inclusive ao deputado Marcolino. Ele disse que o governador faltou com a verdade, que o governador mentiu.

Eu acho que o governador não mentiu em momento algum. O governador tratou com transparência, desde a sua campanha eleitoral, dizendo que ele defendia aquilo que é bom para a população.

O governador falou, em uma coletiva de imprensa, e tem falado, que defende sim aquilo que for privatizado para melhorar para o cidadão. O projeto da Sabesp, nós sabemos muito que o Marco do Saneamento Básico, que tem que ser atendida toda a população, sabemos que tem pessoas que não têm água tratada, não têm esgoto tratado.

É questão de Saúde pública. A própria Sabesp, por si só, não teria condições de fazer o investimento e atingir o Marco do Saneamento. Teria previsão para 2033 se repassasse essa conta no aumento da tarifa, para todos os consumidores.

Com a privatização, teríamos 10 bilhões a mais de investimento, reduzindo em quatro anos para atingir o atendimento ao Marco do Saneamento, e diminuindo o valor da tarifa, levando água para a população.

Então o governador Tarcísio defendeu isso em sua campanha, continua defendendo em sua campanha, também agora, como governador do estado de São Paulo, defende aquilo que é bom. Precisamos de serviços públicos de qualidade. E vai garantir sim maior investimento, 10 bilhões a mais de investimento para o estado de São Paulo. É muito importante, todos os deputados desta Casa, que visitam os quatro cantos do estado de São Paulo, e sabem que muitas pessoas ainda não têm água tratada.

Por que não têm água tratada? Porque a Sabesp, por si só, ainda não consegue atingir, não consegue atender.

Então o governador fala a verdade desde o início, e defende aquilo que ele acredita, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra, o deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Gilmaci, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, e público que nos acompanha aqui das galerias e nas redes sociais.

Sr. Presidente, eu acho que o governador mentiu sim. E, no limite, ele omitiu muita coisa também. Eu vou dar um exemplo aqui. Na campanha, o deputado Donato já provou neste plenário que ele não colocou uma linha a respeito da privatização da Sabesp no seu plano de governo. Se quiser, a gente recupera novamente.

A outra coisa: ele disse textualmente que, em relação à Sabesp, se ele tivesse um estudo na mão que fosse aumentar a tarifa paga pela população, ele não privatizaria. Ele encomendou um estudo; aliás, um estudo caríssimo de mais de 40 milhões de reais. Ele fala que está faltando dinheiro na Saúde, mas gasta 45 milhões para fazer um estudo de uma empresa que terceirizou esse estudo para empresas do mercado financeiro realizarem.

Esse estudo já mostrou, como já foi demonstrado também em vários debates, que, se o governo não colocar subsídio, ou seja, não colocar dinheiro público, vai aumentar a tarifa, sim.

A única forma de segurar a tarifa em um patamar atual seria o governo colocar subsídios, ou seja, pegar dinheiro público da suposta venda e colocar ali. Ou seja, se ele levasse a sério esse estudo, ele jamais enviaria esse projeto para cá, para privatizar e entregar a Sabesp.

Mas não é só a Sabesp. Ele quer entregar a Sabesp e ele quer vender o Metrô. Ontem, o site do UOL, um dos sites mais lidos e respeitados do ponto de vista jornalístico, mostrou o absurdo da transferência de dinheiro público para a Via Mobilidade, que administra as duas linhas do metrô... A CCR, perdão, que administra as Linhas 4 e 5 e as Linhas 8 e 9 da CPTM. Ela muda de nome conforme o consórcio.

O dinheiro que entra, das tarifas, que a população paga para adentrar no metrô e circular no metrô, primeira coisa, vai para a CCR. Depois a sobra fica com o Metrô. Por isso que estão demitindo funcionários, por isso que não contratam, por isso que não fazem concurso. Por isso que falam em privatizar, porque fizeram esse monstrengo desses contratos, terceirizando, privatizando, e deu nisso.

Então, agora, ao invés de se debruçar, de utilizar energia pessoal de seus técnicos, como ele diz, para pensar em como antecipar os investimentos... A Sabesp já mostrou, inclusive mostrou para a Arsesp, que tem condições de investir mais de 50 bilhões para cumprir os prazos.

Inclusive, um documento que a Sabesp enviou para a Arsesp diz que os prazos que o governo está usando para dizer que vai antecipar a universalização, que esse é o grande argumento, a própria Sabesp já mostrou que tem condições de fazê-lo neste atual momento. Então, os argumentos caem por terra o tempo inteiro.

E agora quero falar também dessa sanha privatista do governador Tarcísio - com o apoio de parte da sociedade, minoritária evidentemente, e de alguns deputados daqui - que quer privatizar a Educação. Ele já começa com um edital para construir algumas escolas que já vão nascer privatizadas em sua gestão, tirando a parte pedagógica.

Agora, ele quer tirar cinco por cento do orçamento que os nossos constituintes determinaram. É 30% na nossa Constituição, ele quer baixar para 25, com o argumento de que precisa investir, de que tem muito dinheiro na Educação e ele precisa investir na Saúde.

Olha, eu visitei uma escola no sábado, uma escola estadual que, em 2019, foi levada a assumir um regime de ensino integral, onde os alunos ficam das sete da manhã às 16 horas.

Os relatos que ouvi da direção, dos professores e do grêmio estudantil são de que não há a mínima condição de esses alunos ficarem oito horas lá, porque a escola não tem ventilador - é uma região muito quente, Euclides da Cunha.

É uma escola que não tem quadra, não tem chuveiro. O lugar dos alunos fazerem a refeição... Tem milhares de alunos e no refeitório não cabem setenta. Então, é um absurdo falar que tem que tirar dinheiro da Educação. E vai tirar dinheiro da Educação Básica.

Por isso, a nossa solidariedade ao povo que sofre com essa irresponsabilidade do governo de querer privatizar tudo, sofre com a greve que os trabalhadores decretaram, mas a nossa solidariedade também aos trabalhadores que estão utilizando essa ferramenta de protesto para chamar atenção e tentar impedir a entrega do patrimônio público para os interesses, para a sanha privatista que só pensa em lucro.

Muito obrigado. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Só um minutinho, deputado Enio. Nós estamos neste momento encerrando o Pequeno Expediente e passamos ao Grande Expediente, vou chamar a próxima oradora e dar pela ordem a Vossa Excelência. Pode ser?

 

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

 * * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Professora Bebel, que tem o tempo regimental de até dez minutos no Grande Expediente. Para comunicação, tem V. Exa. dois minutos.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Com anuência da nossa oradora, Professora Bebel, Sr. Presidente estava ouvindo o líder do governo falar aqui, o Xerife, com muito respeito a ele, e ouvi também a entrevista do governador e do prefeito de São Paulo. 

Não sei que palavra que a gente vai usar, mas não é verdade que o governador defendeu a privatização na campanha eleitoral, tanto é que não está escrito em lugar nenhum, nem no plano de governo dele. Ele começou a falar da privatização da Sabesp, depois recuou, porque era um assunto que ele sabia que a opinião pública do estado de São Paulo é contra.

Nós deixamos claro aqui, somos contrários à venda da Sabesp. Nós somos contrários à venda do Metrô, da CPTM, da Emae. Então nós não temos problemas de defender isso. Outra coisa que eu queria colocar, que o governador e principalmente o prefeito de São Paulo colocou hoje. Começa a jogar para a população que é uma greve política. 

Primeiro, não existe nenhuma greve que não seja política. É um ato político. É um ato de defesa de salário, de estabilidade, é um ato de defesa do Patrimônio público, e nesse caso é um ato de defesa da vida, porque a água é essencial ao ser humano. 

O ser humano pode ficar sem transporte, ele pode ficar sem energia elétrica, mas sem água ele não fica, e está claro para toda a população que onde foi privatizada a água, no Rio de Janeiro, Campo Grande, Manaus, aumentou a tarifa. A tarifa da Sabesp, aqui no estado de São Paulo, é a menor porque a Sabesp é uma empresa estatal. 

Portanto, a gente vai colocar aqui o tempo todo, nós não vamos ceder um milímetro nessa discussão. Nós só vamos parar de obstruir a Casa, tanto esse Projeto nº 1.501, mas também outros projetos, só no momento que o governador do estado de São Paulo retirar esse malfadado PL da privatização da venda da Sabesp.

 Era isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado. Com a palavra a deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Eu cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, os assessores à minha esquerda, assessores à minha direita, Sras. Deputadas e Srs. Deputados presentes, público presente nesta Casa, e aqui ficarão acompanhando todos os projetos que para cá vierem contra a população, e um deles é a Sabesp, inevitavelmente, como, claro, o Metrô e, enfim, A CPTM.

Eu quero dizer que na última audiência pública nós ouvimos muito claramente a fala da secretária Natália, e me chamou muito a atenção quando ela falou que, com o processo de privatização da Sabesp, quem estava invisível, senador Suplicy, tornar-se-ia visível. Pois é, mas por que precisa privatizar para tornar uma comunidade visível?

Isso significa que já está visível exatamente pela falta de atendimento da água pública, do saneamento, mas que, veja bem, se você pegar os 374 municípios - se eu não errei o número -, 304 estão universais, com atendimento universal, e inclusive água potável.

Então me parece que, mesmo sem privatizar, a Sabesp já deu respostas, e respostas positivas. Veja bem, nós temos 30 milhões de pessoas que são atendidas pela Sabesp. Nas contas de alguns, tem sete milhões que passam aí, por falta de tratamento de água, de esgoto.

Eu falo: “espera aí, se a Sabesp teve já a capacidade de atender esses municípios todos que são atendidos, o que serão sete milhões para investir mais?”. Porque a Sabesp é uma das empresas mais rentáveis do mundo. Isso que não passa pela minha cabeça. Ela não dá prejuízo. Ela mostra serviço para a população.

Oras, eu não vou ficar repetindo porque o tempo todo já se falou aqui, mas se fosse tão bom, por que a Enel teve um apagão aqui? Milhões de pessoas ficaram sem luz. Então isso tem já um sinal de que a privatização não é a solução.

A Sabesp tem que continuar pública para atender todos os municípios paulistas, muito embora parte dos municípios também tenha o seu próprio sistema de abastecimento, tratamento de água e esgoto. Agora vem aqui falar: “Tem o marco do Saneamento Básico”.

Se você estuda o marco, tem o marco, mas tem um grande problema no marco, que é retirar a autonomia dos municípios, deputado. E aí, como é que ficarão os municípios e, ao mesmo tempo, a própria subdivisão das áreas que estão uma sobrepondo a outra?

No caso, a capital tem a grande maioria, pode tomar totalmente. Do jeito que se fala no conselho e na constituição do conselho, a empresa privada pode ficar com 80% e o governo, o Estado, vai ficar com 20 por cento. Então como é que nós vamos falar que privatizar a Sabesp é você abrir perspectiva para dar água - saiu da boca do deputado Guto - para o povo pobre?

Nossa, agora enxergaram o pobre? Nossa, poxa vida, esse povo está pobre há muito tempo e não precisa privatizar a Sabesp para torná-lo com uma vida melhor. É ter responsabilidade de gestor. Privatização, para mim, é sinônimo de incompetência ou o que não está escrito, mas que na prática acontecerá outra coisa.

Eu não desdobro muito sobre o que eu penso, mas eu sinto as coisas e a gente gradativamente vai tratando das questões, mas eu quero tratar das verbas da Educação. Amanhã, senhores e senhoras, estará na CCJR para ser lido o voto e votar e vir direto para plenário, deputado Valdomiro Lopes, para já entrar em plenário.

Quer dizer, uma correria tresloucada. Nem abrir uma audiência pública, não fez nada. Vai para a CCJR e vem para cá uma proposta de emenda constitucional que reduz sim 5% da verba para a Educação. “Mas passa para a Saúde”. Não se discute isso. A Educação está boa no estado de São Paulo?

Nós temos um ensino público de qualidade? Nós temos escolas apresentáveis para que estudantes possam nelas estudar? Nós temos professores valorizados? Nós temos condições de trabalho? Não temos! Então se tirar, se está ruim com o que está, pior ficará com o que retirar.

Ou nós nos levantamos contra esse crime de lesa-pátria que é reduzir as verbas da Educação ou a gente vai ver o que foi dito aqui: tornar a Educação e privatizar. E nós não podemos permitir isso, porque privatizar na forma de OS também é uma forma de privatização.

Terceirizar, tudo isso, é um modelo de privatização, e nós não concordamos. Então eu quero chamar a atenção para o seguinte. Eu deverei pedir para a bancada, amanhã eu estarei na CCJR.

Pediremos, vamos ter todas as estratégias, e nós vamos ter voto em separado porque nós queremos mostrar que o estudo que o governador Tarcísio fez ateve-se à Saúde, mas ateve-se a um estudo nacional, não aqui do estado de São Paulo.

Mas mesmo que fosse do estado de São Paulo, nenhuma linha sobre a Educação. Uma contradição absurda, porque ele diz o seguinte, deputado Valdomiro: “Olhe, a gente vai ter que investir na tecnologia que precisa na Medicina”. Óbvio, avançou-se.

E por onde passa a tecnologia, deputado Valdomiro? Se não é da educação básica, que vai para a superior, e depois faz os estudos científicos, então que raio é isso? É a negação da educação pela base, e, portanto, eu reconheço que precisa de tecnologia, sobretudo um governo alucinado, com plataformização, é isso?

Não, nós não podemos aceitar, moçada. Vocês estão aqui, amanhã, na frente da CCJR, porque nós não podemos aceitar que sem nenhum debate esse projeto, a PEC nº 9, venha para este plenário sem nenhum debate.

Porque eu quero trazer não o sindicalista para colocar; quero trazer alguém que foi da Casa, porque aprovou os 30%, e qual vai ser o impacto desses 30% a menos na Educação. Por isso nós queremos também uma audiência pública.

Quer debater a educação? Vamos debater. Vamos debater e demonstrar os números. Mas nós não vamos engolir goela abaixo esse tipo de forma, porque isso é rolo compressor, é contagem de garrafas.

Só que por trás desse rolo compressor, dessa contagem de garrafas, tem pessoas, pessoas que precisam de escola pública de qualidade, pessoas que as mães precisam deixar em creches e pré-escolas, e não aquelas porcarias de escolinhas de educação infantil, que quando a gente foi descobrir, em Carapicuíba estava acontecendo nos porões, e as crianças adoecendo.

É isso que vai voltar a ter no estado de São Paulo. E nós não queremos, nós não queremos piorar mais o que está ruim. Nós queremos melhorar. Para melhorar, tem que manter os 30% das verbas para a Educação.

Ah, mas o mínimo, constitucionalmente, é vinte e cinco. Ora, mas são três milhões e 500 mil alunos, um Paraguai inteirinho. Um país. Um país inteirinho. Companheirada, um país inteirinho é a população só de estudantes no estado de São Paulo.

Mais de 240 mil professores. Mais de cinco mil escolas. Então do que mesmo nós estamos falando? Não é pouca coisa. Então, se tirar o dinheiro daí, como vai atender essa demanda?

Eu pergunto, fica essa pergunta aí para os Srs. e Sras. Deputadas ... que disse que se sentiu convencido com a fala do governador, porque vai distribuir para a Saúde. Não é isso que está em disputa.

O que está em disputa é a garantia das condições de trabalho dos professores, salários, e também a qualidade de ensino para os estudantes. É isso que está em questão.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Só chamar o próximo orador, deputado, e eu dou pela ordem para o senhor. Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra, por permuta, o deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur, tem a palavra por até dez minutos. Deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, no dia de hoje, a gente acompanhou várias declarações do governador. Algumas que precisam ser colocadas em pratos limpos. Eu queria pelo menos duas. Primeiro, o governador disse que o movimento não tinha muito sentido, que era um movimento político dos sindicatos.

Interessante, porque todo movimento é um movimento político. Nesse caso, a manifestação realizada pelos sindicalistas, pelos trabalhadores, foi de dizer que não pode privatizar a Sabesp da forma como o governo está querendo: sem o estudo completo, de forma açodada, sem que se mostre exatamente o que vai ser feito, se a Sabesp vai ficar com 15, com 30%, ninguém sabe.

Dois, está dizendo que foi aprovado nas urnas a decisão de privatizar não só a Sabesp, CPTM e Metrô. Interessante, porque onde tem Metrô, o governador perdeu a eleição, para além de não ter colocado no seu programa de governo. O programa de governo do governador eleito não tratava da Sabesp.

Aliás, o governador recuou desse debate. Então é importante dizer: o governador poderia ter evitado uma greve, uma paralização dessa forma. Bastava colocar catraca livre no dia de hoje.

Alguém vai falar assim: “Mas como?” Como foi feito várias outras vezes pelo Metrô, e não teve nenhum problema, mas nenhum. Não teve nenhum problema, e o deputado Alex deve saber disso, porque mora na Região Metropolitana de Piracicaba.

Então não teve a possibilidade de entender como é que o metrô funcionou. E o metrô funcionou sem nenhum problema. Mas o governador preferiu fazer o embate, preferiu ter uma voz mais grossa com os trabalhadores e um recuo com os empresários.

Eu vou dar um exemplo, o caso da ViaMobilidade, e eu encerro. ViaMobilidade, o MP disse: “rompe o contrato”. O governador recuou, não rompeu.

É disso que nós estamos falando, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Paulo Mansur.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar você, presidente. A Professora Bebel discursou, falando, comparando o PT, que ela ama muito, em relação ao governo Bolsonaro. Mas olha só, Jair Messias Bolsonaro, quando foi presidente, convocou uma solenidade no Palácio do Planalto para assinar uma portaria que oficializou o reajuste de 33,24% do piso nacional de professores da Educação Básica. Ou seja, ele foi o único presidente que, numa canetada, aumentou em 33% o salário dos professores.

Então é importante falar também que dentro... (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Senhores e senhoras, por gentileza, nós estamos em uma sessão de Grande e Pequeno Expediente. Se os senhores e as senhoras não ficarem, para fazer cumprir o Regimento, em silêncio, ouvindo o deputado falar, que é um direito dele, os senhores têm o direito de assistir, não de falar. A regra é essa.

Então, vou pedir a V. Sas., por gentileza, que se mantenham em silêncio enquanto o deputado estiver falando. No final, se os senhores quiserem vaiar ou aplaudir, aí sim, mas enquanto estiver falando...

Vou terminar de falar, senhora. Se continuarem assim, por gentileza, vou avisar uma vez mais: a Polícia Militar vai retirá-los. Isso é fato. Uma vez mais vou avisar. Não parando, vou suspender por dois minutos para que a Polícia Militar retire os senhores do plenário, da galeria. Muito obrigado.

Com a palavra o deputado Paulo Mansur.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Obrigado, presidente Gilmaci. É importante, já que tivemos essa comparação, quando o governo Lula, o governo Dilma estava no poder, a invasão de terra com o MST era constante. Quando nós tivemos o presidente Bolsonaro assumindo a Presidência da República, caiu drasticamente, para 2%, do que eram as invasões de terra em fazenda privada.

Então, é importante a gente falar também que as privatizações aconteceram no governo Bolsonaro e deram certo. Quando a deputada fala da privatização da Enel, que é prejudicada, a gente tem também a privatização da CPFL, que é uma empresa privada. Então, as empresas privadas, sim, elas dão certo no nosso País.

Assim como o governador Tarcísio quer privatizar a Sabesp, que já é privatizada, é bom a gente lembrar disso, 55% da empresa está na mão do governo, mas 45% da empresa Sabesp já é privatizada. O governador Tarcísio quer privatizar 30%, e ainda o governo vai ter 25% da empresa, que ainda vai comandar o Estado.

Porque a segunda maior empresa majoritária dentro da Sabesp só tem dois por cento. Ele vai gerar um caixa de 65 bilhões de reais no estado, que vai colocar um milhão de pessoas a mais fora do prejuízo que é o saneamento básico para as pessoas que estão passando necessidade no nosso estado de São Paulo.

Ou seja, um milhão de pessoas a mais vão conseguir usar o banheiro adequadamente no nosso estado de São Paulo. Eu não me conformo como o PT vota contra, porque o PT e o Partido do PSOL falam que são a favor da população.

E a gente vê agora o governo federal agindo de uma maneira dentro de Brasília, apoiando o Flávio Dino para ser um integrante do STF, ele que recebeu a dama do tráfico, mulher de um dos comandantes do Comando Vermelho, dentro lá do Ministério da Justiça, ele que, quando foi governador do Maranhão, investiu dentro dos presídios em locais para os presos terem quarto com as mulheres que chegavam, para eles terem lá um cômodo para esses presos.

Ele que investiu também nesse... Ele que tem essa ligação com o crime organizado, que subiu na maior favela do Rio de Janeiro sem segurança e foi recebido muito bem. Essa é a indicação que a gente tem no governo Lula para assumir o STF.

Agora, o que me chama a atenção, Conte Lopes, é a manifestação que está tendo da CPTM, aqui na porta da Assembleia Legislativa, que fez com que 60 milhões de comerciantes sofressem prejuízo na data de hoje, que fez com que cinco mil pessoas não conseguissem pegar o metrô, por causa de uma manifestação, que de cinco mil funcionários, é manifestada por 124 pessoas.

É isso, 124 pessoas, e é a mesma manifestação de que 11 mil trabalhadores da Sabesp... A gente tem 200 pessoas que assinaram um ponto, sendo contra a privatização da Sabesp, ou seja, é um mínimo de pessoas que querem algo, querendo falar por todos, isso é errado e prejudica toda a população e, principalmente, isso se dá por causa do sindicato.

O sindicato, realmente, é um câncer no nosso País que precisa ser combatido, porque o sindicato não luta para os trabalhadores, ele luta contra os trabalhadores, porque se o sindicato realmente quisesse fazer algo pela sociedade de bem, ele conversaria e não pararia todo o funcionalismo público, não daria prejuízo para 60 milhões... Para 60 mil comerciantes no estado de São Paulo com essa parada que foi feita hoje.

Mas graças a Deus, a gente tem o Tarcísio no governo. Ele tomou uma ação rápida. E já colocou que vai ter uma multa para as empresas privadas, que se não seguirem com 85% da frota no metrô nos horários de pico no dia de hoje, senão ia ser um caos no estado de São Paulo.

As pessoas não podem ficar sem metrô para ir para a escola, as pessoas não podem ficar sem metrô para ir no médico. Não pode parar o estado praticamente por causa de 124 pessoas que são a favor do que elas querem, que é a não privatização.

Mas a privatização funciona em muitos países. É só você fazer um bom contrato. Quando você tem um bom contrato, quando você privatiza, você faz um bom negócio. É diferente de quem vocês defendem, que é o presidente Lula, que está... quer mandar e já mandou milhões para Cuba, milhões para a Venezuela, para lá, sim, eles empregarem, pessoas. E ele também, agora com o seu amigo argentino, que queria mandar dinheiro para a Argentina, para fazer obras.

Agora ele vai voltar para trás, porque agora a gente tem o Milei, na Argentina, então possivelmente ele nem vai cumprir o prometido, que era mandar 100 milhões de reais para a Argentina. Eu acho que ele não vai cumprir esse prometido.

E agora o presidente Lula acabou de pedir a liberação de voltar a emprestar dinheiro para outros países, que no governo Bolsonaro foi votado, dentro da Câmara Federal, para proibir. No governo Bolsonaro, não teve nenhum empréstimo, para outros países, do BNDES. Zero empréstimo.

E eu não entendo como vocês trabalhadores defendem isso. Não é importante investir o nosso dinheirinho do nosso imposto no nosso País. Vamos emprestar para outros países para gerar emprego para fora. É isso que vocês querem? Legal, não é? Vamos emprestar dinheiro para os outros. Mas não.

É um absurdo, é um absurdo. Como a gente vê a esquerda defendendo temas e depois subindo aqui e tentando desarticular as nossas falas, que a gente defende no microfone para demonstrar que está tudo bem. Quando o presidente Bolsonaro foi lá e abaixou a gasolina. Para todos nós... (Manifestação nas galerias.) É verdade.

Com uma canetada, ele abaixou a gasolina, diminuindo o imposto. E agora, agora a gente tem um aumento de imposto na gasolina, e vocês estão pagando mais caro na gasolina - e eu também estou. E está tudo certo.

Então, Bove, deputado Bove, você que é um grande defensor do Parlamento, um grande defensor da direita conservadora, a gente viu um manifesto que aconteceu na Paulista.

Eu acho que a UOL errou, porque tinha 100 mil pessoas na Avenida Paulista com a gente lá, com todos nós da nossa aliança conservadora, com o nosso líder presidente Bolsonaro, 100 mil pessoas. A UOL falou que tinha mil pessoas na Avenida Paulista.

É um descaso com o que vem acontecendo, tanto parte da imprensa do nosso país, infelizmente. Eu tenho parte da imprensa e fico triste de ver alguns jornalistas radicalizando a imprensa por esta veia da esquerda.

Então, fica aqui a minha fala, eu agradeço a você, presidente Gilmaci.

E obrigado. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra, nobre deputado Carlos Giannazi. (Manifestação nas galerias.) Obrigado, senhoras e senhores, obrigado. (Manifestação nas galerias.)

Senhoras e senhores, muito obrigado. Obrigado. Com a palavra, o nobre deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Com a palavra, por cessão de tempo com a deputada Valeria Bolsonaro, deputado Lucas Bove.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Não vou ocupar sequer os meus dez minutos. Boa tarde aos nobres deputados aqui presentes, servidores civis e militares. Turma da mortadela que está aí no plenário, boa tarde a vocês também.

Esta é a Casa do povo e nós temos, realmente, que aceitar este tipo de manifestação, esse tipo de coisa que vocês vêm fazendo aqui. Enfim, faz parte do jogo democrático, e eu fico muito feliz que vocês tenham o direito de se manifestar, de gritar de maneira mal-educada, enquanto tem alguém aqui ocupando a tribuna. Isso faz parte.

E nós - da direita - somos aqueles contra a regulação da mídia, contra a censura, a favor da liberdade total de expressão e de imprensa. Então, se vocês estão aí hoje, com a oportunidade de protestar e de falar contra a privatização, agradeçam muito à direita, porque se não fosse por nós - sermos os freios, os contrapesos - vocês provavelmente - assim como seus amigos venezuelanos, cubanos, norte-coreanos, russos - não teriam direito de protestar.

Então, continuando a minha fala aqui a respeito do tema de hoje, que é o tema da privatização da Sabesp, que está sendo estudado a fundo. O governador encomendou um estudo.

A audiência pública foi marcada e foi feita. Houve aqui falas favoráveis e contrárias. O assunto está sendo debatido. O governador do estado foi eleito sob a bandeira liberal, sob a bandeira desestatizante, sob a bandeira do estado enxuto.

Portanto, o projeto de privatização da Sabesp - mais do que aprovado nesta Casa, como ele será, independentemente dos gritos de vocês - foi aprovado nas urnas no ano passado. Assim como nós temos todo o direito de protestar com a péssima indicação do presidente Lula do ministro Flávio Dino para o STF.

Porém, nós já sabíamos. Era isso o esperado. Nós vamos protestar, nós vamos brigar, nós vamos tentar evitar, mas era o plano deles. Ele foi eleito sob essa bandeira - um comunista no STF.

Então vocês podem protestar, podem gritar, mas nós vamos privatizar a Sabesp. E vamos privatizar, se Deus quiser, nos próximos 3 anos, várias outras empresas estatais no estado de São Paulo também. Agora, infelizmente, o tema hoje aqui não é privatização da Sabesp.

O tema hoje aqui é greve. E greve sem motivo, porque a greve, para ser legalizada... A greve, para ser correta, precisa ter um motivo claro; ela precisa ter uma reivindicação.

Então, o metroviário para contra a privatização da Sabesp. Não há sentido. E o pior, eu vim para cá. Eu, graças a Deus, vim de carro. Tenho uma condição e sempre tive, não dependo disso aqui para viver.

Sempre andei com o meu carro próprio, continuo andando, vim de carro. Agora, vi milhares, centenas de pessoas nos pontos de ônibus. Centenas de pessoas, esperando, tentando um transporte.

Centenas de trabalhadores autônomos sem poder levar o pão para casa. Porque a esquerda convocou uma greve imotivada, para tratar de um outro assunto, totalmente desarrazoada.

Quem perde é o povo de São Paulo porque nós vamos aprovar esse projeto. Estou avisando os senhores. Dia 6 de dezembro, esse projeto estará aprovado nesta Casa, quer os senhores queiram, quer não. Então, vocês só estão fazendo prejudicar a população.

E o pior de tudo. Deputados de esquerda, que dizem defender a Educação, como respeitosamente cito o deputado Giannazi e a deputada Professora Bebel, promoveram uma greve no primeiro dia do Provão Paulista.

Alunos há meses se preparando para fazer a prova hoje, e não puderam fazer, porque vocês promoveram uma greve sem motivo. Imaginem o prejuízo que isso causa aos cofres públicos, a remarcação da prova, o reagendamento e o prejuízo que causa, técnico e psicológico, aos alunos que se prepararam tanto e não vão poder realizar a prova. Então fico muito triste que nós estejamos tratando um assunto sério de uma forma tão leviana.

Porque, no final das contas, quem diz defender a Educação, não defende. Quem diz defender o povo de São Paulo, não defende. Quem é a favor de governos ditatoriais, é quem mais quer falar, quem mais quer gritar, quem mais quer fazer uso da sua liberdade de expressão.

Senhoras e senhores, sinto informar-lhes: não há pão com mortadela e não há barulho que vai impedir o processo de privatização da Sabesp nesta Casa de leis, e pelo Governo do Estado.

Nós votamos com convicção. Fomos eleitos sob essa bandeira. E reafirmo aos senhores: enquanto os senhores estão deixando de trabalhar, se é que todos trabalham, deixando de produzir, e deixando os outros sem trabalhar, deixando os alunos sem estudar, o líder do PT está concentrado, com os outros líderes, costurando um acordo. E vocês estão novamente sendo usados como massa de manobra.

Eles apresentaram um relatório de mil páginas. Nós fizemos um acordo, no congresso de comissões, e demos 800 páginas por lidas, sem ler. Eles estão jogando para a torcida, e vocês são a massa de manobra que permite isso.

Mas, se não bastasse prejudicar a própria vida de vocês, que é problema de vocês, vocês prejudicam milhares de trabalhadores e milhares de estudantes no estado de São Paulo. Sinto informar: a Sabesp será privatizada.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra, por permuta com o deputado Donato, a deputada Paula da Bancada Feminista. Tem Vossa Excelência o tempo de até 10 minutos, deputada Paula.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Se me permite, presidente, pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para uma comunicação, tem V. Exa. até dois minutos, deputado Suplicy. (Manifestação nas galerias.) Senhoras e senhores, deputado Suplicy com a palavra.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Querida deputada Paula, quero expressar o meu apoio à greve unificada dos trabalhadores contra as privatizações. Avalio que já há evidências de que elas não são o melhor caminho a seguir. E acho que é importantíssimo o diálogo com a população, para que os anseios sejam ouvidos, priorizados.

Por essa razão, nada seria melhor do que o plebiscito para que a população toda viesse a participar. Então é isso que eu quero comunicar nesse dia.

Obrigado. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado. Com a palavra, a deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente, boa tarde. Boa tarde a todos e a todas aqui presentes, deputados, especialmente trabalhadores e trabalhadoras que vieram aqui hoje e se somam com outros. Milhares de trabalhadores estão do lado de fora da Alesp, se manifestando contra as privatizações. Porque hoje é um dia importantíssimo.

Hoje é um dia de luta, unificado, entre os trabalhadores do Metrô, da CPTM, da Sabesp, da Fundação Casa e da Apeoesp, trabalhadores esses que se somam com outras cerca de 900 mil pessoas de todo o estado de São Paulo que assinaram, que votaram em um plebiscito que conferiu quase 100% dos votos contrários às privatizações que o governo Tarcísio quer implementar aqui no estado de São Paulo. Isso não é à toa.

Esses trabalhadores estão votando contra as privatizações porque eles sabem que privatização significa precarização. E vejam só: alguns deputados sobem aqui para dizer que essa é uma greve imotivada.

Essa não é uma greve sem motivo. Não é uma greve sem motivo inclusive sob o ponto de vista trabalhista, porque não existe nenhuma privatização que não impacte diretamente na precarização dos trabalhos, na demissão de trabalhadores que são servidores públicos. 

Tem gente que fica dizendo que serviço público é cabide de emprego, quando, na verdade, servidores públicos estão lá porque passaram por um processo de concurso público.

É por isso que temos professores estaduais, é por isso que temos trabalhadores metroviários, trabalhadores da CPTM e é por isso também que esses trabalhadores podem se manifestar contra o processo de privatização, porque eles são servidores públicos e, por isso, eles não devem favor a ninguém. (Manifestação nas galerias.)

Então, nós estamos aqui para dizer que nós defendemos, sim, um serviço público de qualidade para toda a população paulista, mas que também defendemos os servidores públicos.

Quero repetir o que alguns deputados que vieram aqui hoje falaram. O governador do estado de São Paulo poderia ter evitado uma greve no transporte público hoje, porque, se ele propôs para a Justiça 80% de funcionamento em horário de pico, eu preciso dizer que os trabalhadores propuseram 100% de funcionamento com catraca livre.

Foi o governador do estado de São Paulo que foi até a imprensa dizer: “Eu não vou embarcar nessa história de passe livre. Eu não quero falar sobre isso. Essa história de passe livre, para mim, não interessa”.

Veja só, governador, interessa ao povo do estado de São Paulo. Para o povo do estado de São Paulo seria fundamental que hoje houvesse catraca livre no metrô, e não aconteceu porque o senhor não quis que tivesse catraca livre hoje no estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)

Então, se existem trabalhadores e trabalhadoras que não conseguiram chegar até o seu local de trabalho hoje, essa culpa, mais uma vez, é do governador Tarcísio, o mesmo governador que, na última greve, que aconteceu no dia 3 de outubro, outro processo de greve unificada também, foi até a imprensa, em coletiva de imprensa, dizer: “Olha, eu não estou privatizando nada, eu estou fazendo estudos, estou promovendo estudos para ver se a privatização é ou não interessante.”

Nós sabemos quanto esse estudo custou no bolso de cada trabalhador e trabalhadora do estado de São Paulo. Nós sabemos, nós denunciamos o valor que foi pago à empresa parceira do Banco Mundial para promover e para fazer esses estudos. Só que nós também já sabíamos e dissemos desde o dia 3 de outubro.

E é por isso que a gente vem aqui dizer que, infelizmente, o governador mentiu para a população do estado de São Paulo, porque nós sabíamos que isso já era um processo de privatização.

Nós sabíamos que o que o governador estava fazendo era não só promover estudos, mas ver de que forma era o melhor momento para encaminhar aqui para Assembleia Legislativa um projeto de lei de privatização da Sabesp. O que ele fez, também, com o projeto de reforma administrativa e de retirada das verbas da Educação.

Então, quero reiterar: hoje, estamos ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras que estão sustentando essa greve no estado de São Paulo. Mas, mais do que isso, estamos ao lado de todos os trabalhadores e trabalhadoras que serão diretamente impactados com os processos de privatização aqui no estado de São Paulo, falando da Sabesp, do Metrô, da CPTM, mas também da Fundação Casa e da retirada das verbas da Educação.

Então, trabalhadores, nós estamos com vocês e nós lutaremos, apesar de os deputados dizerem aqui que não tem forma alguma de barrar esse projeto, nós acreditamos na força popular, na força da mobilização popular, que vai fazer com que a Sabesp não seja privatizada no estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)

Vou dividir o meu tempo com o deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Tem o deputado Guilherme Cortez o restante do tempo, de quatro minutos e 50 segundos.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, presidente. Muito obrigado, deputada Paula. Todos os parlamentares que estão aqui, servidores desta Casa e público presente, sobretudo servidores e servidoras públicas do estado de São Paulo, com quem quero me desculpar pelo desrespeito com que alguns deputados tratam os homens e as mulheres que são responsáveis por serviços essenciais para a população do estado de São Paulo.

Vocês são mais do que bem-vindos nesta Casa, porque esta é a Casa do povo, e a Assembleia Legislativa deveria servir para defender o serviço público e os servidores, não para fazer chacota e não para desrespeitar.

Presidente, hoje é mais um dia de greve aqui em São Paulo. Primeiro é preciso recapitular umas coisas, porque alguns deputados eu acho que estão com a cabeça há dois séculos atrás, antes de existir direito trabalhista, e não sabem que greve é um direito trabalhista, constitucional.

Não sabem que a organização sindical é um direito dos trabalhadores, um meio para que os trabalhadores se organizem coletivamente para defender os seus direitos e os seus interesses.

A greve, presidente, não é um fim em si mesmo. Ninguém faz greve porque quer, até porque todo mundo que já fez greve na vida, porque precisou fazer, sabe que é muito difícil sofrer retaliação, sofrer ameaça, sofrer com desrespeito. Ninguém faz greve porque quer. A greve é uma reação.

A greve é o último meio que os trabalhadores recorrem quando todos os outros meios de serem escutados, de poder debater, não são atendidos, e é isso que a gente está vendo hoje, quando o governo do estado de São Paulo tenta impor de maneira atropelada um projeto de privatização da mais importante empresa pública do estado de São Paulo, que é a Sabesp.

Empresa essa responsável por um serviço que é direito da população, que é o acesso a água tratada e o acesso à coleta de esgoto. Os trabalhadores fazem greve porque não veem no governo a disposição de dialogar.

Até porque se o governo tivesse à disposição, não teria feito uma audiência pública, teria feito a audiência pública em todas as cidades que são atendidas pela Sabesp.

Se quisesse ouvir a população, teria feito um plebiscito oficial para ouvir a opinião da população ou, no mínimo, levaria em consideração a opinião de mais de 800 mil pessoas que votaram contra as privatizações no plebiscito popular organizado pelo movimento social, a opinião das pessoas que foram entrevistadas pelo “Datafolha”, e majoritariamente foram contrárias à privatização da Sabesp.

Essa greve, presidente, é uma greve em legítima defesa do serviço público e dos direitos do povo do estado de São Paulo. Essa é uma greve para que a Sabesp, para que todas as linhas do Metrô e da CPTM não percorram o mesmo caminho sombrio e desastroso da Enel.

Não faz nem um mês que a gente viu mais de dois milhões de pessoas aqui na região metropolitana de São Paulo ficarem sem acesso a energia elétrica durante horas. Algumas pessoas ficaram cinco dias sem voltar a luz na sua casa, por conta de uma empresa privada que trata com desleixo a população.

E quantos serviços públicos a gente entregar para a iniciativa privada vão ser tratados com o mesmo desleixo. Porque o interesse da iniciativa privada não é atender ao direito da população.

O interesse do empresário é atender à sua própria lucratividade, mas a gente não pode condicionar o saneamento básico, a gente não pode condicionar a água que vai sair da torneira de uma pessoa lá do interior, em uma cidade pequena, que não é lucrativa, a gente não pode condicionar o direito da população a ter esgoto coletado na sua casa ao interesse de um acionista, presidente.

Nem tudo é mercadoria, nem tudo pode ser vendido. Água não é mercadoria, saneamento básico não é mercadoria. A Educação pública do estado de São Paulo vive um estado de calamidade.

Eu estudei em escolas e universidades estaduais aqui de São Paulo, e quero parabenizar os professores, que sabem, que conhecem a realidade do chão da escola, que muitas vezes ao longo desse ano foram dar aula com medo, por conta dos casos de atentado, de violência, de ameaça contra escolas.

E nesse contexto, deputada Ediane, qual que é a proposta do governador do estado de São Paulo? Uma PEC para reduzir 10 bilhões de reais da Educação pública. Se a rede estadual está do jeito que está com esse secretário Feder, do jeito que está hoje, imagina com 10 bilhões de reais a menos.

Pelo menos nesse caso, Sr. Presidente, o governo mandou o mecanismo certo, mandou uma PEC, porque no caso da Sabesp ele não teve esse mesmo cuidado. Embora a Constituição do Estado de São Paulo diga taxativamente que o saneamento básico tem que ser controlado, tem que ser executado através de uma concessionária, sob poder acionário do estado, o governo mandou para cá um projeto de lei ordinário. Por quê?

Porque precisa de menos votos, e o governo sabe que não tem votos suficientes para aprovar a privatização da Sabesp, porque muitos deputados - e com isso eu concluo, deputado Gilmaci - da base de apoio do governo sabem que vão ser castigados pelos seus eleitores, vão ser castigados nas suas bases eleitorais se votarem a favor de um projeto que vai ameaçar o saneamento básico de 375 cidades do estado de São Paulo.

Muito obrigado, presidente, e a gente vai lutar aqui dentro até o final para impedir esse pacote de maldades contra o povo de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra, por permuta de tempo com a deputada Letícia Aguiar, o deputado Capitão Telhada.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação enquanto o deputado se desloca.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado. Tem V. Exa. enquanto o deputado se dirige à tribuna.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu gostaria de fazer uma observação aqui no plenário da Assembleia Legislativa em relação a algo muito importante e perigoso que vem acontecendo no nosso País. Na data de ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o preso que foi descondenado pelo STF, indicou o ministro Flávio Dino para o STF.

E nós aqui, em nome do povo de São Paulo, cobramos o Senado da República, porque nós queremos ver os senadores barrarem e não aprovarem essa indicação do presidente da República.

E quando nós fazemos observação aqui em relação ao que a deputada Paula citou em relação aos funcionários públicos, nós não falamos dos funcionários públicos concursados, porque esses estudaram, se prepararam e se esforçaram para serem aprovados num concurso público.

Têm todo o nosso apoio e nosso reconhecimento. Nós citamos aqui a farra do boi que é nessas estatais em relação aos cargos comissionados, que muitas vezes os políticos colocam lá e nem direito ao salário dele o funcionário tem, como saiu, foi pego agora no áudio de um deputado federal achando que os funcionários comissionados dele têm que dar parte do salário para que ele possa reaver o dinheiro que ele gastou na campanha.

Isso é coisa de bandido, isso é coisa de ladrão e essa farra acontece nas estatais. É por isso que quando se fala em privatização se arrepia o pelo dos braços de muitos deputados, porque vai tirar aquela grande teta que todos costumam mamar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Com a palavra o deputado Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Excelente tarde, Sr. Presidente, a todos os deputados, a toda a galeria. Estou voltando hoje de uma cirurgia, então ainda falando com certa dificuldade, Xerife. Operei a articulação aqui, a mandíbula, tirei os quatro dentes do siso, mas temos que retornar para o trabalho; não podemos ficar parados.

Semana passada ficamos de repouso, trabalhando na internet, no computador, mas hoje tivemos que voltar até porque este período na Assembleia Legislativa talvez seja o período mais trabalhoso, com maiores polêmicas e os projetos mais importantes para nossa sociedade geralmente vêm nesse período: novembro, dezembro.

E paralelo até a esse assunto que estamos discutindo hoje no plenário, a questão da privatização da Sabesp e a questão das outras PECs que temos aqui na Casa dos 5%, da PEC 3, da PEC 9, paralelo a esses assuntos, nós, que somos deputados estaduais representantes dos agentes de Segurança, representantes dos policiais de São Paulo, fomos eleitos justamente para defender os anseios, para defender os interesses e para sermos a voz dos policiais militares, civis, técnico-científicos, para defender os interesses dos policiais penais, dos agentes da Fundação Casa, da segurança privada.

Porque nós, eu, Mecca, o Conte, os policiais militares que estão aqui ao meu lado, nós conhecemos muito bem a realidade da sociedade. Nós também somos funcionários públicos concursados com uma diferença: somos militares.

Então talvez até por isso mesmo somos mais cobrados para nunca errar, porque um erro de um policial custa uma vida, infelizmente, e muitas vezes a própria vida dele.  Então nós sempre andamos na linha tênue, sempre andamos na navalha, no fio, sem poder escorregar.

E aqui nesta Casa legislativa, nesses últimos três meses, nós enfrentamos um assunto muito importante, que foi levantado lá em julho pela Artesp, que foi em relação ao transporte dos policiais. Foi emitida na época uma circular dizendo que estaria sendo interrompido o serviço de transporte público, de transporte rodoviário intermunicipal gratuito aos policiais.

Tendo em vista essa circular, nós começamos a nos movimentar aqui na Casa, recebemos diversas mensagens de policiais civis, policiais militares, que viajam no dia a dia, nas estradas, saem do seu município para vir trabalhar na Capital.

Ou, entre os municípios do interior, sai de um município maior, Sorocaba, por exemplo, vai trabalhar em Piracicaba, sai de Ribeirão, vai trabalhar em Marília, sai de Presidente Prudente, vai trabalhar em Santo Anastácio, e fazem uso justamente do sistema de transporte de passageiros. E esse assunto muito nos preocupou, nos debruçamos, e após muito trabalho, graças a Deus, a gente, conversando com os policiais, buscando a Artesp.

Coloca a primeira foto pra mim, Machado, por favor.

Nos reunimos, inclusive com o Sindicato, com o Sindicato das Empresas de Transporte de Valores. Está aqui o presidente do Sindicato, o Gentil, junto com o Lascus, reunido comigo, conversando sobre esse assunto, sobre como nós poderíamos dar continuidade nesse serviço importantíssimo para a sociedade, que é o transporte do policial.

 

* * *

 

- É exibida a imagem.

 

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O policial presta um serviço público essencial. Ele sai da sua casa...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Capitão Telhada, vou parar o tempo de V. Exa., eu estou observando na galeria lá em cima, policiais, por favor.

Policiais, por favor, que estão na galeria. Policiais, por favor, que estão na galeria, só um minuto, por gentileza. Eu estou percebendo que esse cidadão está querendo causar problema. Os senhores fiquem bem à vontade para retirá-lo a hora que quiserem.

Desde o começo que esse cidadão está querendo causar problema com os policiais. Os senhores ficam bem à vontade para retirá-lo a hora que os senhores acharem que devem.

Por favor, fiquem bem à vontade. Se quiserem que eu espere um pouquinho para retirá-lo, eu espero, para que os senhores tirem. Porque esse cidadão está querendo causar tumulto desde o início que ele chegou aí. Fiquem bem à vontade para retirá-lo a hora que quiserem.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Nós aguardamos, sem problema.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Por favor, por favor. Esse cidadão está querendo causar problema desde o início. Então agora os senhores também, os senhores também, ok, ok, ok. Com a palavra, o deputado Capitão Telhada tem o tempo restante. Por gentileza, senhores, vamos ouvir o deputado.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Presidente. Então, retornando aqui o raciocínio, nós tivemos reunião com o sindicato das empresas que fazem esse transporte rodoviário, entendemos os argumentos, e aqui tem que ser dito algo publicamente, Sr. Presidente.

No governo passado, em 2020, quando foi emitido o decreto que tratava sobre o transporte gratuito dos policiais, foi cometido um erro de comunicação muito grave pelo governo, porque foi usada a palavra “gratuidade”.

Todos os policiais, nós sempre pensamos que era uma cortesia das empresas, e não era. Na verdade, o governo subsidiava, pagava, essas passagens desses policiais, para que fossem transportados pelo sistema rodoviário. E esse pagamento está inadimplente desde o governo passado.

Isso tem que ser dito publicamente. Nós estamos sendo filmados, transmitidos na TV Alesp, porque não é responsabilidade desse governo atual, as empresas têm um montante a ser recebido desde junho de 2022, um montante grande, um montante alto.

Então, quando a gente conversa com o Sindicato, que representa empresas sérias, empresas grandes, como a Cometa, Andorinha, Pássaro Marron e outras, a gente percebe que eles têm, sim, intenção e interesse de continuar transportando os policiais com essa boa mecânica, que sempre existiu, esse bom relacionamento com as polícias. Eles têm esse interesse.

Porém, eles também têm um valor a ser recebido. Então, diante da nossa voz, trazendo e juntando todas as dores, todas as mensagens, todas as conversas que a gente teve com os policiais militares, com os policiais civis, concentrando toda essa força, que é a polícia de São Paulo, levando até o secretário de Segurança Pública.

Nós fomos ouvidos, nós fomos recebidos e, graças a Deus, hoje, dez horas da manhã, teve uma reunião na Secretaria de Segurança Pública.

Eu agradeço muito ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que conduziu essa reunião, trazendo os deputados representantes da polícia, trazendo a Artesp, as empresas de transporte, o comandante da Polícia Militar e colocando na mesa essa discussão, de maneira bem aberta, de maneira bem à vontade.

A gente conseguiu definir algo muito importante, um passo muito importante. Qual é esse passo? Pode colocar a próxima foto, Machado?

É justamente sobre essa reunião que eu estou dizendo, de hoje. Tivemos essa reunião hoje e o passo que foi dado aqui, nessa reunião hoje, dia 28 pela manhã, foi o seguinte, nós retornaremos, o estado de São Paulo retornará a como era antes da pandemia. Antes de 2020, então, todos os ônibus rodoviários transportavam policiais militares fardados.

Hoje, conversando com as empresas, chegamos a uma convenção de que esses policiais militares serão transportados, inclusive, à paisana, não somente fardados. Os policiais militares que embarcarem no ônibus, inicialmente no número de dois, se tiver mais vagas no ônibus, passagens que não foram compradas, poderão embarcar outros policiais somente com a apresentação da funcional.

A Polícia Militar, por sua vez, vai fazer um controle de recursos humanos pelo P1, e a Polícia Civil também, através dos seus órgãos de recursos humanos, que vão controlar o município de domicílio do policial e o município de trabalho, sendo que esse transporte para serviço entre onde ele mora e onde ele trabalha e o retorno de onde trabalha para onde ele mora será absorvido gratuitamente pela rede de transporte rodoviário, à paisana.

Qual era a nossa maior preocupação? Que o policial estivesse viajando fardado, pedindo carona em rodovia, parado em pedágio, pedindo carona em posto de gasolina, arriscando-se, estando exposto sozinho, fardado, armado, tendo que viajar três, quatro, cinco horas para assumir um serviço de 12 horas, trabalhar e retornar para sua cidade fardado novamente, mais três, quatro, cinco horas.

Isso é humanamente insalubre. Era a dignidade da pessoa humana que estava ofendida nessa ocasião. Então nós demos um passo importantíssimo hoje, garantindo, primeiro, que vai continuar a gratuidade. Os policiais continuarão sendo transportados gratuitamente para assumir o seu serviço, do município que mora para o município que trabalha e no seu retorno.

Segundo, estará garantido o transporte à paisana, apenas apresentando a funcional. As empresas de ônibus manterão um relacionamento com o batalhão, com a PM e com a delegacia, com a Polícia Civil, tendo esse controle dos policiais que estão cadastrados e autorizados a viajar “in itinere” gratuitamente.

Essa reunião de hoje foi apenas o primeiro passo. Nós conseguimos tirar um leão da frente, continuando com o transporte, inclusive à paisana, só que sabemos que não está definido o assunto. Tem muito para avançar ainda, mas o mais importante é que todas as personagens importantes nessa negociação e nessa conversa estão envolvidas e estão debruçadas sobre o tema.

Nós, que somos deputados, somos representantes da população. Nós estamos aqui para receber as mensagens, para ouvir, para reunir e para levar sugestões sérias, viáveis ao governador, aos secretários, para que eles possam tomar as decisões, porque a caneta está no Poder Executivo.

Mas o secretário tem sido muito atencioso e tem nos recepcionado muito bem, porque sabe que a nossa causa é justa e é importante a todos os agentes de segurança. Então fico feliz nesta tarde de trazer essa boa notícia.

Peço para que todos os senhores e senhoras policiais de São Paulo, militares, técnicos científicos, civis, inclusive policiais penais e agentes da Fundação Casa, continuem contando com o nosso mandato, porque aqui a gente trabalha sério, a gente recebe as demandas, a gente coloca a equipe para trabalhar de maneira técnica em cima e leva para o governo uma proposta que seja viável, para fazer uma política de resultado.

Muito obrigado a toda a bancada de Segurança Pública que esteve comigo nessa luta. Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado. Neste momento, nós estamos encerrando também o Grande Expediente.

Deputada Ediane Maria, tem V. Exa. o tempo regimental de dois minutos, até dois minutos para fazer a sua comunicação.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. Primeiro, boa tarde a todos, a todas e a todes. Estava no meu gabinete e acompanhando várias falas horrorosas, não é? Falas que criminalizam os movimentos sociais, os movimentos sindicais e a sociedade civil.

As pessoas que estão hoje, inclusive, que aderiram à greve, essas pessoas sabem o que está acontecendo e sabem o porquê estão lutando. Então é muito lastimável que nós tenhamos que ouvir, aqui nesta Casa, de deputados eleitos pelo povo que...

O povo, o que está aqui ocupando hoje e fazendo essa grave denúncia da privatização da Sabesp, que está tramitando nesta Casa, em regime de urgência, mas não só, a gente está falando da CPTM, estão falando também do metrô.

Bom, quem usa esse transporte público e quem precisa de uma água de qualidade e que de fato atende as tarifas sociais é o povo, exatamente os trabalhadores, que nós estamos falando aqui, e que estão fazendo a denúncia. Então assim, quando um deputado vem aqui no plenário e chama o nosso presidente Lula de ex-condenado, ex-presidiário, ele tem que se decidir, ou ele acredita na justiça, ou ele não acredita.

Inclusive, é um agente ou um tenente - eu não entendo bem essas patentes -, mas enfim, faz parte da Segurança Pública. Então é lastimável, é vergonhoso que tentem o tempo inteiro jogar nos olhos da população uma cortina de fumaça.

É vergonhoso e lastimável quando o governador Tarcísio e o prefeito da cidade de São Paulo, senhor Ricardo Nunes, vão para as redes, mais uma vez, para falarem mentiras, para colocarem a população... Numa tentativa nefasta, fracassada, de que os sindicatos e o povo não estão querendo trabalhar.

Nós queremos trabalhar. Nós não queremos que privatize uma estatal, que é nossa, que dá lucros, sim, para o estado de São Paulo e que nós deveríamos estar discutindo sobre a ampliação da Sabesp para que ela chegasse em 645 municípios do estado de São Paulo, não somente nos trezentos e setenta e cinco. É lastimável. É vergonhoso.

E olha de verdade, gente, vocês estão fadados ao fracasso. Continuaremos lutando, porque somente nós que estamos na base sabemos a necessidade do povo. Vergonhoso, viu, Sr. Presidente? Lastimável, Tarcísio, Ricardo Nunes.

A história vai provar para vocês que vocês estão errados mais uma vez em privatizar um bem que é nosso.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Jorge Wilson.

 

O SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Havendo acordo de lideranças, eu peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 02 minutos.

 

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