6 DE JUNHO DE 2025
79ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GIL DINIZ e REIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GIL DINIZ
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h01min.
2 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - REIS
Assume a Presidência.
5 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
7 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - REIS
Assume a Presidência.
9 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
11 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - REIS
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
13 - PRESIDENTE GIL DINIZ
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 09/06, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h43min.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gil Diniz.
*
* *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o Expediente.
Lista de oradores do Pequeno
Expediente. Convido a fazer uso da tribuna a nobre deputada Leci Brandão.
(Pausa.) O nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) O nobre deputado
Mauro Bragato. (Pausa.) A nobre deputada Dani Alonso. (Pausa.) O nobre deputado
Reis. (Pausa.)
A nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.) O
nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) O nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.)
O nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) O nobre deputado Itamar
Borges. (Pausa.) O nobre deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)
O nobre deputado Rodrigo Moraes.
(Pausa.) O nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) A nobre deputada Delegada
Graciela. (Pausa.) Convido para fazer uso da tribuna o nobre deputado Eduardo
Suplicy.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
pelo Pequeno Expediente, deputado Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Gil Diniz, eu gostaria de
aqui colocar uma reflexão, pois não são muitos aqueles parlamentares que usam
do seu direito de expressar a opinião sobre tudo que se passa em nossa cidade,
em nosso estado e País, mas eu quero convidar os parlamentares desta Casa, que
são 94, que possam considerar o quão importante é que venhamos a usar a
tribuna. O deputado Gil Diniz é um desses que, felizmente, está aqui para
proporcionar a mim e a outros companheiros, que possamos trazer a reflexão de
cada dia.
Ontem eu li com
bastante estranheza e preocupação a notícia veiculada no “G1”, intitulada “PM
de São Paulo começa a levar preso por mandado judicial direto para o presídio,
sem passar por delegacia”. Ora, a matéria informa que a PM de São Paulo iniciou
nesta quarta-feira um projeto piloto para a condução direta de pessoas presas
por força de mandado judicial a unidades prisionais, sem passar por delegacias
da Polícia Civil.
Segundo a
notícia, a Associação dos Delegados do Estado de São Paulo já se posicionou
pela inconstitucionalidade da medida, afirmando que “esse projeto é ilegal,
impede a atuação do delegado de polícia, que é o primeiro garantidor dos
direitos fundamentais, e, principalmente, do juiz de garantias, responsável por
aferir a legalidade de todas as circunstâncias relacionadas ao cumprimento do
mandado de prisão.
Por meros atos
internos, a Polícia Militar está revogando a Constituição Federal e as
resoluções do Conselho Nacional de Justiça”. De fato, a Constituição Federal de
1988 estabelece, em seu Art. 5º, inciso LX, que ninguém será preso senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
Ora, a Polícia
Judiciária é a Polícia Civil, e não a Polícia Militar. Sob a justificativa
absolutamente incompreensível da Secretaria da Segurança Pública, de que o
projeto “tem o objetivo de combater a reincidência criminal”, o Governo do
Estado de São Paulo viola garantias constitucionais, cria regras sobre o
processo penal e vulnera todas as formalidades imprescindíveis à legalidade da
prisão. É preciso colocar limites a ações arbitrárias, injustificadas,
inconstitucionais e abusivas da Secretaria de Segurança Pública.
Consta da
matéria jornalística que a Secretaria da Segurança Pública afirmou, por meio de
nota, que o projeto tem o objetivo de combater a reincidência criminal. Ocorre
que não é violando garantias constitucionais que se conseguirá evitar a
reincidência.
O Brasil é o
terceiro país que mais encarcera pessoas no mundo. E aproximadamente 30% dessa
população carcerária encontra-se no estado de São Paulo. O que diminui a
reincidência não é o endurecimento cego do sistema de justiça criminal.
Reincidência se
combate com políticas públicas de reintegração social, com oportunidade de
trabalho, com acesso à educação, à saúde e à moradia. A supressão dos controles
institucionais exercidos pela autoridade policial judiciária, nas delegacias, e
pelo juiz, nas audiências de custódia, nos parece um atalho perigoso para a
barbárie.
Diante dessa
gravíssima situação, manifesto meu total repúdio à medida anunciada pela
Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. O respeito à
Constituição Federal, à separação de Poderes e à dignidade da pessoa humana -
não são entraves burocráticos, mas fundamentos inesgotáveis do Estado
Democrático de Direito.
Portanto,
solicito a esta Casa, Sr. Presidente, que se manifeste formalmente contra esta
e qualquer outra tentativa de supressão de garantias constitucionais. Não há
como se garantir Segurança se os gestores públicos e os agentes públicos de
Segurança não forem os primeiros a respeitar a Constituição Federal e os
limites legais de suas competências.
Eu agradeço
muito a atenção.
Presidente Gil
Diniz, se quiser que eu presida para que Vossa Excelência...
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Vou lhe fazer
uma proposta.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pois não.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Se o senhor vai
discursar novamente, eu peço que o senhor aguarde na tribuna; o senhor já pode
começar o próximo assunto.
Eu vou dar sequência aqui na lista de
oradores inscritos. Estou inscrito também, mas falo ao final para que V. Exa.
possa usar mais uma vez o tempo regimental. Se porventura algum outro deputado
vier aqui falar também. Depois, uso o tempo final para falar.
Dando sequência aqui na lista de
oradores - eu já chamo o senhor novamente -, chamo o deputado Luiz Fernando
Ferreira. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes.
(Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.)
Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Este
deputado, Gil Diniz, que abre mão do tempo neste momento.
E abro a Lista Suplementar de oradores,
convidando o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) E novamente o deputado Eduardo
Suplicy, para o uso do tempo regimental.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Presidente, eu quero aqui registrar alguns pontos da
entrevista que foi publicada há poucos dias pela Fundação Perseu Abramo.
Foi publicada
no Focus Brasil, da Fundação Perseu Abramo, a entrevista do secretário Gilberto
Carvalho, de Economia Solidária, a respeito dos avanços das cooperativas e das
formas de economia solidária, onde ele diz que é um caminho essencial para
construirmos um País mais justo e democrático.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
* * *
Gilberto
Carvalho, ex-ministro e figura histórica do PT da luta por direitos sociais,
destacou que a economia solidária não é apenas um modelo econômico alternativo,
mas uma ferramenta de transformação social. Em um momento em que o Brasil
enfrenta desafios como a desigualdade, o desemprego e a precarização do
trabalho, essa proposta ganha ainda maior relevância.
Depois de 11
anos de tramitação no Congresso, a aprovação da Lei nº 15.068 de 2024, que
justamente cria a Política Nacional de Economia Solidária e o Sistema Nacional
de Economia Solidária, é uma esperança de vermos maior grau de justiça social e
termos a economia solidária como política pública e de Estado.
A economia
solidária se baseia em princípios como da cooperação, autogestão, a
distribuição justa de riquezas, como nos ensinou também o professor Paul
Singer, que foi secretário de Economia Solidária durante os governos Lula, a
partir de 2003 até o final do governo de Dilma Rousseff.
Diferente do
modelo capitalista tradicional, que concentra a renda e explora trabalhadores,
a economia solidária valoriza o trabalho coletivo, o comércio justo e a
sustentabilidade.
São exemplos
disso os empreendimentos comunitários, as cooperativas, os bancos populares e
feiras da agricultura familiar, que geram emprego e renda sem reproduzir as
lógicas de exclusão.
Gilberto
Carvalho lembra que durante os governos Lula e Dilma, políticas públicas
fortaleceram esse setor, como o Programa Nacional de Economia Solidária e o
apoio às cooperativas.
No entanto, nos
últimos anos houve um desmonte dessas iniciativas, aprofundando a desigualdade.
A retomada dessas políticas é urgente para incluir milhões de brasileiros que
vivem à margem da economia formal.
Os desafios que
a economia moderna apresenta torna a Lei Paul Singer ainda mais importante e
urgente. A precarização do trabalho informal, a consolidação das plataformas
digitais, que não fornecem nenhuma garantia de direitos ao trabalhador, os
desafios da agricultura familiar, e tantas outras demandas do mundo moderno
fazem com que as ideias defendidas pelo professor Paul Singer estejam nas mais
importantes prioridades do governo.
Mas a economia
solidária não depende apenas do Estado; exige mobilização social,
conscientização. Precisamos fomentar o consumo ético, apoiar pequenos
produtores, criar redes de colaboração. Como destacou Gilberto Carvalho, é um
projeto que combate a cultura do individualismo e mostra que outra economia é
possível: mais humana e menos predatória.
Essa não é uma
utopia distante. Já existem milhares de iniciativas pelo Brasil provando que
quando unimos forças construímos desenvolvimento com justiça social. Como disse
Gilberto Carvalho nessa entrevista que recomendo a todos que leiam: “A economia
solidária é a semente de um futuro onde ninguém fica para trás”. Que possamos
levar adiante essa semente.
Muito obrigado,
Sr. Presidente
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso
da palavra o deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, nobre deputado Reis. Agradeço também as
palavras do nobre deputado Eduardo Suplicy, cumprimento os nossos assessores,
policiais militares e civis e quem nos assiste pela Rede Alesp.
Faço minhas as
palavras do deputado Eduardo Suplicy, no sentido, deputado Reis, do uso desta
tribuna, nós que representamos o povo de São Paulo, mais de 40 milhões de
paulistas, falamos por milhares, deputado Suplicy, então é importante o uso da
tribuna e sempre que posso sempre faço questão de utilizar.
Sei que tem
vários deputados que têm vários compromissos, às vezes não conseguem estar
aqui, mas é muito salutar falar, parlar, inclusive, enquanto podemos; isso faz
parte do exercício democrático.
Nós representamos
aqui essa parcela da sociedade e é um dos nossos afazeres, justamente, mostrar
aqui as nossas posições, ainda que muitas vezes divergentes no campo político,
mas faz parte também dessa representatividade que nós trazemos aqui para o
Parlamento Paulista, a Casa do povo de São Paulo, esses mais de 40 milhões de
brasileiros que vivem aqui em São Paulo. Então, sempre que posso, faço questão
de estar aqui presente, questão de estar nas comissões.
Entendo também
a agenda corrida dos deputados, mas gostaria de ver, sim, essa tribuna mais
utilizada, bons debates acontecendo, bons projetos sendo discutidos. De fato,
nós temos, obviamente, aqui tentamos sempre entrar no consenso, mas há muitos
projetos que aqui não têm consenso e que deveriam também ser trazidos a este
plenário e ser debatidos.
Acredito que
nas próximas semanas será a tônica aqui deste plenário, durante algumas
sessões: projetos que têm, digamos assim, relevância, mas alguma polêmica entre
os deputados, serão discutidos, debatidos neste parlamento.
Presidente,
venho aqui a esta tribuna, neste momento, ontem a minha conta no X, antigo
Twitter, foi hackeada. Algum marginal, algum criminoso, conseguiu capturar a
nossa senha, sabe-se lá como, mudança de e-mail. Tiraram todos os meus acessos
ali, deputado Eduardo Suplicy. O X que hoje é a minha principal rede social,
onde me comunico com os meus seguidores, com os meus eleitores.
O marginal que
conseguiu acessá-la, a localização dele dava ali em Uberlândia. Usou também,
deputado Reis, um WhatsApp cadastrado na Turquia, tentando ali de todas as
formas, com a sua engenharia social, digamos assim, no linguajar popular,
“engambelar” este deputado e ainda tomar outros dados, deputado Eduardo
Suplicy, mandando no meu WhatsApp pessoal mensagens em inglês, como se fosse do
suporte do X. Simplesmente absurdo e inadmissível.
Tomei as
medidas de fato, de direito, fiz o boletim de ocorrência. Agradeço aqui a nossa
assessoria da Polícia Civil desta Casa. Já fiz aqui a representação, vamos
investigar, verificar de onde saiu esse hackeamento. Já consegui, entrando em
contato com o suporte do Twitter, retomar essa conta.
Como disse, é a
minha principal rede social, onde coloco as minhas posições, as nossas
discussões aqui neste parlamento e perder essa conta... Mas o hacker, deputado
Reis, queria mesmo era vender moeda digital, postou ali alguns links,
obviamente, dar golpes em outras pessoas. Não conseguiu por muito tempo esse
acesso.
Então, só para
deixar claro aqui aos meus eleitores, aos meus seguidores que ficaram preocupados
também na data de ontem, que a conta já foi recuperada e a gente agora está
tentando a captura desse marginal que está aí à solta dando golpes na praça,
tirando as contas de outros parlamentares.
Deixo aqui o
aviso também aos nossos deputados, principalmente os mais atuantes nas redes
sociais.
Cuidado aí com
os e-mails que V. Exas. recebem, as mensagens no WhatsApp que, porventura,
recebem, esses links que são mandados para nós o tempo inteiro, durante o dia
inteiro no nosso WhatsApp e na nossa caixa de e-mail, porque a vagabundagem aí,
a marginalidade, está a solta, e nós podemos ser vítimas desses crimes. Perdi
ontem o acesso, rapidamente recuperei e agora a gente busca prender esse
marginal, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Quero que o deputado
Gil Diniz assuma a Presidência desta sessão, para que eu possa fazer uso da
tribuna.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Convido a fazer
uso da tribuna o nobre deputado Reis, pela Lista Suplementar, pelo tempo
regimental. Vossa Excelência tem cinco minutos, deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
Cumprimentar o presidente, deputado Gil Diniz. Já de antemão dizer que fiquei
muito mais tranquilo depois dessa informação que V. Exa. trouxe, e que combater
esses hackers, combater os estelionatários da internet é de suma importância.
Inclusive, devo
dizer a V. Exa. que o governo deveria investir mais em delegacias cibernéticas,
não só aquela que tem lá no Deic, mas que tivesse nas seccionais, não é? Cada
seccional pudesse ter um grupo de investigação para apurar, porque, hoje, a
questão do estelionato, a questão dos crimes cibernéticos, dos crimes na
internet viraram uma pandemia. Eu sei por que, até outro dia, eu estava lá em
um plantão policial, atendendo ocorrências. Eram golpes em cima de golpes.
Quero
cumprimentar o deputado Suplicy, o público presente, os integrantes da Polícia
Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-científica e
também cumprimentar todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela
Rede Alesp.
Presidente,
deputado Gil Diniz, eu quero deixar registrada aqui no Pequeno Expediente uma
representação que protocolei no Ministério Público de São Paulo, isso para dar
resposta ao fato que ocorreu lá no 37º Batalhão de Polícia Militar.
É que a gente,
nós temos esse compromisso de defender a nossa população, de defender os nossos
soldados, os nossos policiais. Não é porque a gente faz uso da tribuna uma vez
que a gente está se esquecendo dos fatos.
Nós temos que
vir aqui sempre que pudermos e lembrarmos e relembrarmos, para que o governo,
que muitas vezes está dormindo em um berço esplêndido, acorde. Às vezes o
governo acha que está tudo bem, e não está. As coisas não estão indo bem.
Então a
tragédia foi o falecimento de um policial militar em razão de um cansaço
extremo, obrigatoriedade de participação em reunião, em revista geral, do 37º
Batalhão de Polícia Militar, após um plantão de 12 horas.
Imaginem vocês,
o policial trabalhou 12 horas, tinha que ir para casa descansar, mas, por uma
ordem, por uma vaidade pessoal do seu comandante, do comandante do seu
batalhão, teve que ficar lá até as 14 horas. Já tinha puxado 12 horas de
serviço.
Então esses
comandantes têm que atentar para essa questão, e nós temos que vir aqui falar e
denunciar, para que esse fato não se repita, para que fique registrado e esse
fato não se repita.
Por isso que
nós, além de fazermos requerimento de informação ao governo, além de
questionarmos a Secretaria de Segurança Pública, também estamos representando,
deputado Gil Diniz, junto ao Ministério Público, para ver se essas autoridades,
que muitas vezes estão dormindo, tomem alguma providência.
“Conforme
amplamente divulgado pela imprensa, o soldado PM, Ronaldo Venâncio da Silva,
foi vítima de um trágico acidente no dia 28 de maio de 2025, em decorrência de
uma colisão envolvendo sua motocicleta, conforme Boletim de Ocorrência nº
HU3223-1, de 2025, lavrado pela Delegacia de Polícia de Itapecerica da Serra.
As
informações que aportaram em meu gabinete parlamentar denotam que o soldado PM
Venâncio havia trabalhado no sistema de plantão por 12 horas - das 19 horas do
dia 27 de maio às 7 horas da manhã do dia 28 de maio - e ainda teve que
participar da reunião geral convocada pelo comandante do 37º Batalhão de
Polícia Militar, tenente coronel Mauro Correia de Macedo, que perdurou até as
14 horas do aludido dia 28 de maio, conforme convocação e anexo.
Aliás, colegas
do policial militar afirmaram, para esse subscritor, que o soldado PM Venâncio
não teve tempo para se alimentar, não tinha café da manhã e almoço, e ainda
teve que ficar até o final, obrigatoriamente, na aludida reunião, que culminou
com seu cansaço extremo com quase 24 horas de trabalho.
Ora, o Decreto
nº 52.054, de 14 de agosto de 2007, dispõe que os servidores públicos do estado
de São Paulo que elaborem por 12 horas consecutivas, obrigatoriamente precisam
de um intervalo mínimo de uma hora para descanso e alimentação, além de 36
horas contínuas de descanso.
Para além
disso, a situação ocorrida viola, nitidamente, o supra princípio da dignidade
da pessoa humana, esculpido no Art. 1º, inciso III da Constituição da
República, visto que não é crível que se permita um servidor ficar privado do
descanso por tantas horas ininterruptas.
Ante o exposto
com supedâneo, no Art. 129, inciso VII da Constituição da República Federativa
do Brasil; no Art. 97, inciso III da Constituição do Estado de São Paulo; no
Art. 103, inciso XIII da Lei Complementar nº 734, de 26 de novembro de 1993; e
a Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo, noticia
formalmente os presentes fatos e requer sua apuração. Deputado Reis, São Paulo,
4 de junho de 2025”.
Então, deputado
Gil Diniz, é para deixar registrado e para ficar lembrando o comando da Polícia
Militar, lembrando o governador do estado de São Paulo, lembrando o secretário
da Segurança Pública que ações como essas têm que ser evitadas.
Por quê? Por
conta desse abuso que se tem de ficar quatro horas dentro de um templo, dentro
de uma igreja falando de revista, sendo que a revista pode ser feita na
companhia, pode ser feita na sede do batalhão.
O coronel está
lá o mês inteiro, por que ele não pode a cada dia fazer uma revista em uma
companhia? Por que ele tem que fazer lá na igreja? Por que ele tem que usar a
igreja para ficar quatro horas lá cansando os policiais?
Cansando, que
foi o que aconteceu, esse cansaço físico culminou com a morte, com o óbito de
um policial que deixou uma filha e deixou sua esposa, que está aí com o trauma,
com o desespero por aquilo que nós apuramos por conta da perca do seu esposo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
Sr. Presidente,
havendo acordo de lideranças, eu...
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Deputado, eu ia
pedir para o senhor assumir os trabalhos aqui para que este deputado possa
fazer uso da tribuna novamente.
O SR. REIS - PT - Ah, tá. Então
eu vou me inscrever de novo.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Pode ser. Convido aqui o nobre deputado Reis
para assumir os trabalhos desta sessão.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo
novamente a Presidência, chamo para fazer uso da palavra o deputado Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, nobre deputado Reis,
pela gentileza de assumir esses trabalhos agora aqui no Pequeno Expediente para
este deputado fazer uso da tribuna. Para comunicar, deputado Reis, que consegui
as assinaturas regimentais para criar uma frente parlamentar em defesa da
anistia dos presos políticos do 8 de janeiro. Sempre venho aqui a esta tribuna
falar sobre esse tema.
Vossa
Excelência tem razão quando fala sobre a preservação da integridade física dos
nossos policiais. É a garantia do direito humano desse que é um cidadão também,
que muitas vezes não é garantido, não é defendido e, muitas vezes, é atacado
aqui desta tribuna.
A
gente precisa lembrar, também, além desses nossos policiais - como eu sempre
digo, heróis do cotidiano -, desses outros que têm o seu direito violado neste
momento. Por isso, nós protocolamos essa frente parlamentar, conseguimos as
assinaturas regimentais, e vou me debruçar sobre isso nos próximos meses de
mandato.
Muitos desses
sequestrados pelo Estado estão presos nos presídios de São Paulo. Este
deputado, como representante da Assembleia Legislativa no CONDEP, Conselho
Estadual de Direitos Humanos, como vice-presidente da Comissão de Direitos
Humanos desta Casa, vai acompanhar de perto e defender o direito, as garantias
constitucionais desses que neste momento estão presos, presidente.
Ora, nós
vivemos um momento extremamente delicado disso que dizem que é uma democracia,
presidente. Nós vemos homens e mulheres condenados a 13, 14 anos de prisão.
Alguns deles já morreram no cárcere, como o Clezão, não podemos esquecer. Nós
temos um deputado federal preso, que é o Daniel Silveira, por falar,
presidente.
Por mais que
nós possamos discordar aqui, e é legítima a discordância, nós não podemos
aceitar essa condenação que o deputado sofre e o tempo que ele está preso. E
presidente, sem a garantia da progressão de regime.
Repito aqui,
prisão, uma condenação totalmente ilegal, e ainda assim, dentro desse processo
kafkiano, nem a progressão de regime... Ele não consegue, ele não pode cumprir
o regime em liberdade, a sua pena em liberdade, presidente.
Nós vivemos um
tempo onde vemos um MC, um cara que faz apologia diretamente ao Comando
Vermelho, à droga, ao tráfico, à violência generalizada, sendo solto, saindo
pela frente de um presídio e sendo ovacionado por uma multidão, quando nós
vemos também, presidente, um humorista, o Leo Lins, sendo condenado a oito anos
de prisão por piada, por contar uma piada.
Este país
realmente está vivendo uma piada, mas uma piada de péssimo gosto, quando
criminosos saem pela porta da frente e humoristas são condenados a oito anos de
prisão; quando deputados...
Como agora a
deputada Carla Zambelli precisa sair do país para não ser presa, presidente.
Uma deputada que exerce o seu mandato, a deputada mais votada, na última
eleição à deputada federal. O povo de São Paulo elegeu a deputada Carla
Zambelli. Uma mulher.
Falam tanto
aqui da questão de gênero. Você vê a esquerda aqui bradar sobre a questão de
gênero, principalmente a esquerda usa muito isso como bandeira política, a
bancada de direita aqui, a bancada feminina que realmente defende essas pautas
e está lá na ponta da linha falando com as mulheres, como o PL fez ontem lá em
Brasília. Não falam nada, pelo contrário, defendem essa perseguição à deputada
Carla Zambelli, presidente.
O deputado
federal Eduardo Bolsonaro, também fora do país, sendo vítima de uma perseguição
jurídica de Alexandre de Moraes e do procurador-geral da República, o Sr. Paulo
Gonet.
Presidente, não
é possível. Nos últimos meses, nós tivemos duas denúncias contra o deputado
Eduardo Bolsonaro. A primeira arquivada e a segunda, presidente, a PGR aceita
ali, dar andamento, o Alexandre de Moraes toca ali à frente e começa uma
investigação contra o deputado Eduardo Bolsonaro por algo novo, por algo que
ele cometeu após o arquivamento da primeira denúncia? Não. Porque ele
simplesmente quis.
Então a gente
não pode permitir calado esse tipo de abuso e ver humoristas sendo perseguidos
juridicamente, deputados presos, cidadão comum preso morrendo no cárcere,
deputados fora do País por serem perseguidos no Brasil e achar que nós estamos
numa normalidade.
A esquerda
silencia, mas logo, logo, serão vítimas também destes que se acham acima do bem
e do mal do Brasil, presidente. A gente não pode permitir isso. Nós não vamos
aceitar calados estes desmandos.
E novamente,
como vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos desta Casa, como
representante da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no Condepe, este
deputado não vai calar diante das graves violações dos direitos humanos, seja
de deputados eleitos ou seja de qualquer cidadão comum, presidente.
Muito obrigado.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Convido a
fazer uso da tribuna, pelo tempo regimental, seguindo a lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, pela Lista Suplementar, o nobre deputado do
Partido dos Trabalhadores, Reis, V. Exa. tem um tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. REIS - PT -
Presidente, deputado Gil Diniz, eu - aproveitando a gentileza de V. Ex. de
continuar aqui presidindo a sessão - me reinscrevi para falar de uma outra
representação também que fiz ao Ministério Público.
Inclusive,
falei essa semana aqui na tribuna sobre isso, um fato que aconteceu lá em
Bauru, onde um coronel da Polícia Militar resolveu fazer tomar atitudes de
Polícia Judiciária e isso está gerando uma crise institucional. Inclusive
recebi o presidente da Associação dos Delegados de Polícia, o Dr. André, também
fez uma nota de repúdio.
A Dra.
Jacqueline Valadares, presidenta do sindicato das delegadas de polícia e dos
delegados de polícia, também fez uma nota de repúdio e estou pedindo uma
reunião com o procurador de justiça. O procurador chefe do parquet, o chefe do
Ministério Público.
Mas enquanto
isso também, eu protocolei essa representação e, obviamente, vou ler aqui o
teor dela para ficar registrado aqui no Pequeno Expediente também para chegar
nos ouvidos de quem tem o dever de cumprir a lei.
Bom, não vou
ler todo o encaminhamento, vou entrar aqui no texto chave que é: “A usurpação
de funções típicas de Polícia Judiciária pela Polícia Militar, representação
direta ao Poder Judiciário por policiais militares sem antes submeter ao crivo
da Polícia Civil.
Aportaram em
meu gabinete parlamentar diversas denúncias acerca de usurpação de funções
tipicamente da Polícia Civil pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. Um
dos episódios narrados ocorreu em Bauru, São Paulo, no dia 20 de maio de 2025,
onde policiais militares conduziram determinado indivíduo à Polícia Judiciária,
após obter um mandado de busca diretamente com o juiz da comarca, alegando uma
suposta confissão de roubos.
Anexa à
presente representação, encontra-se o boletim de ocorrência lavrado pela
primeira DIG vinculada ao Deic do Deinter 4. No aludido documento, o delegado
de polícia titular descreve com detalhes o ocorrido, para além de ele citar ao
menos cinco irregularidades na ocorrência.
Ora, tal ação
por parte do comando da Polícia Militar configura uma clara invasão das
atribuições constitucionais da Polícia Civil, conforme estipulada no Art. 144,
§ 4º, da Constituição da República e na Lei Federal nº 14.735 de 2023, que se
trata da Lei Orgânica da Polícia Civil, especialmente o que dispõe o Art. 6º.
É importante
destacar que a investigação de infrações penais comuns é competência exclusiva
da Polícia Judiciária. Um dos roubos que motivaram a ação da Polícia Militar
não foi comunicado à Polícia Civil, contrariando a Resolução da Secretaria de
Segurança Pública nº 57, de 2015, e outro já estava sob investigação.
Essas ações
comprometem as apurações em curso e representam uma grave violação ao devido
processo legal. A atuação do coronel comandante da Polícia Militar ao solicitar
medidas cautelares investigativas sem a devida participação da Polícia Civil
não apenas usurpa funções legais, como também pode induzir o Judiciário a erro.
Ações como essa
atrapalham e impõem sérios obstáculos aos procedimentos investigatórios legais
em curso, prejudicando inclusive o deslinde do processo judicial. Como exemplo
reverso, seria inaceitável caso a Polícia Civil se imiscuísse em operações ou
atividades rotineiras de patrulhamento tático executados pela Polícia Militar.
O caso traz prejuízos
insuperáveis à confiança entre os integrantes das instituições responsáveis
pela persecução penal por configurarem balões de ensaio em uma tentativa
traiçoeira de fixar processos e procedimentos ilegais e inconstitucionais por
mero arroubo corporativista.
Assim, ante o
exposto, com o supedâneo no Art. 129, inciso VII, da Constituição da República
Federativa do Brasil; Art. 97, inciso III, da Constituição do Estado de São
Paulo; no Art. 103, inciso XIII, da Lei Complementar nº 734, de 26 de novembro
de 93, noticia-se formalmente os presentes fatos e requer sua apuração.
São Paulo, 4 de
junho de 2025. Deputado Reis.”
Então, Sr.
Presidente, é mais uma representação que faço, após ouvir o Sindicato das
Delegadas, a Associação dos Delegados, ao ler o boletim de ocorrência, que eu
retirei pelo RDO, várias, várias informações ali que não condizem com a ação...
Da forma como a polícia deve se pautar. Ocorrência que não foi sequer levada à
Delegacia de Polícia.
As ocorrências
têm que ser levadas à Delegacia de Polícia. Isso tá lá no Código de Processo
Penal: todo o funcionamento da Polícia Judiciária, de como deve ser encarado,
de como deve ser autuado. E isso realmente trouxe essa insatisfação que eu
acho, eu julgo desnecessária. É muito possível que as polícias trabalhem em
conjunto sem uma querer usurpar a função da outra.
Por isso que eu
deixo registrado essa representação, que eu li aqui hoje, e que está lá, então,
aguardando que o Ministério Público possa apurar as responsabilidades. E, ao
mesmo tempo, estou no aguardo da agenda com o procurador-geral de Justiça para
a gente tratar desse assunto.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. REIS - PT - E, havendo acordo de lideranças,
requeiro, de V. Exa., o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - É regimental.
Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar
por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de
segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a presente sessão.
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- Levanta-se a
sessão às 14 horas e 43 minutos.
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