8 DE ABRIL DE 2024
14ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 80 ANOS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS
Presidência: BETH SAHÃO
RESUMO
1 - BETH SAHÃO
Assume a Presidência e abre a sessão às 20h14min.
2 - FERNANDO ZAMITH
Mestre de cerimônias, nomeia a Mesa e demais autoridades presentes.
3 - PRESIDENTE BETH SAHÃO
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente solenidade para "Homenagem aos 80 Anos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP”, por solicitação desta deputada.
4 - FERNANDO ZAMITH
Mestre de cerimônias, convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
5 - PRESIDENTE BETH SAHÃO
Tece considerações sobre a relevância da solenidade.
6 - FERNANDO ZAMITH
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo institucional sobre o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
7 - PAULO EDUARDO MOREIRA RODRIGUES DA SILVA
Diretor-presidente da Fundação Zerbini, faz pronunciamento.
8 - ARNALDO HOSSEPIAN JÚNIOR
Diretor-presidente da Fundação Faculdade de Medicina, faz pronunciamento.
9 - ROGER CHAMMAS
Professor assessor da Diretoria da Faculdade de Medicina da USP, a representar a instituição, faz pronunciamento.
10 - GIOVANNI GUIDO CERRI
Professor e presidente da Comissão de Planejamento e Controle do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, faz pronunciamento
11 - EDIVALDO MASSAZO UTIYAMA
Professor e diretor clínico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia da instituição, faz pronunciamento.
12 - CARLOS GILBERTO CARLOTTI JÚNIOR
Magnífico reitor da USP, faz pronunciamento.
13 - ELEUSES PAIVA
Secretário estadual de Saúde, faz pronunciamento.
14 - VAHAN AGOPYAN
Secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, faz pronunciamento.
15 - FERNANDO ZAMITH
Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de placa ao engenheiro Antonio José Rodrigues Pereira, superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
16 - ANTONIO JOSÉ RODRIGUES PEREIRA
Engenheiro e superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, faz pronunciamento.
17 - PRESIDENTE BETH SAHÃO
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 22 horas.
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* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Beth Sahão.
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O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Senhoras e
senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear os 80 anos do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Comunicamos aos presentes que esta
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp
no Youtube.
Convidamos para compor a Mesa Diretora
desta sessão solene: deputada estadual Beth Sahão, presidente proponente desta
sessão. (Palmas.) Convidamos o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e
Inovação, Professor Dr. Vahan Agopyan. (Palmas.) Convidamos o Dr. Eleuses
Paiva, secretário de Estado da Saúde de São Paulo. (Palmas.)
Convidamos o professor Dr. Carlos
Gilberto Carlotti Júnior, magnífico reitor da Universidade de São Paulo.
(Palmas.) Engenheiro Antonio José Rodrigues Pereira, superintendente do
Hospital das Clínicas da FM-USP. (Palmas.)
Professor Dr. Edivaldo Massazo Utiyama,
diretor clínico do Hospital das Clínicas da FM-USP. (Palmas.) Professor Dr.
Giovanni Guido Cerri, presidente da Comissão de Planejamento e Controle do
Hospital das Clínicas da FM-USP e presidente do Conselho Diretor do Instituto
de Radiologia do Hospital das Clínicas da FM-USP. (Palmas.)
Professor Dr. Roger Chammas, assessor da
Diretoria da Faculdade de Medicina da USP que, neste ato, representa a
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. (Palmas.)
Dr. Arnaldo Hossepian Júnior,
diretor-presidente da Fundação Faculdade de Medicina (Palmas.) Dr. Paulo
Eduardo Moreira Rodrigues da Silva, diretor-presidente da Fundação Zerbini.
(Palmas.)
Esta é a composição da Mesa Diretora
dos trabalhos desta noite. E, para a abertura desta sessão solene, ouviremos a
deputada estadual Beth Sahão.
A
SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Boa noite a
todas e a todos, sejam muito bem-vindos a esta sessão solene. Sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência
dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas
senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente
desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo a minha solicitação, com
a finalidade de homenagear os 80 anos do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agora
convidamos a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino
Nacional Brasileiro, executado pelo Coro Masculino do Corpo Musical da Polícia
Militar do estado de São Paulo.
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* *
- É executado o Hino Nacional
Brasileiro.
*
* *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agradecemos ao
coro masculino da Polícia Militar pela execução do Hino Nacional Brasileiro,
regido pelo subtenente da Polícia Militar, Motta. Agradecemos esta participação
tão especial.
Registramos agora e agradecemos a
presença de personalidades aqui presentes: Dra. Priscilla Perdicaris,
secretária executiva de Estado da Saúde; Sr. Fábio Kawamura, diretor executivo
do InCor; Dr. Silvio Garcia, diretor de relações governamentais da Abimed.
Dr. Joaquim Claro, diretor e
conselheiro do Cremesp; Dr. Edison Luz, conselheiro do Conselho Regional de
Enfermagem; Dr. Carlos Isa, defensor público e coordenador da Defensoria
Pública da Alesp;
Dr. Virgílio Carvalho, diretor técnico
e representante do secretário de Estado e de Turismo em Viagens, Roberto de
Lucena. Sra. Isabela Farinelli, representante do governo britânico.
Professor Dr. Werther Brunow de
Carvalho, representante do Instituto da Criança e do Adolescente; Dr. Luiz Braz
Pereira, representante do senador Astronauta Marcos Pontes.
Senhores, lideranças do HC, parceiros e
doadores do HC, professores titulares, professores da área de saúde e equipes
multiprofissionais, é uma honra tê-los aqui nesta sessão solene.
Convidamos agora a deputada Beth Sahão
para seu pronunciamento de abertura da sessão solene.
A
SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Boa noite a
todos e a todas, mais uma vez. Saudar todos os componentes da mesa: meu querido
amigo e secretário da Saúde, Dr. Eleuses, lá da minha região; é de São José do
Rio Preto, eu sou de Catanduva, e a gente tem uma relação de amizade há muito
tempo.
Aliás, quero destacar a forma atenciosa
com que o Eleuses trata esta Casa. Amanhã mesmo ele estará na Comissão de Saúde
prestando contas. Nunca se furtou a fazê-lo. Então, agradeço muito por essa
parceria. Você, que está nessa área tão importante, que é a área da Saúde, e
tem feito isso com muita dedicação. Obrigada pela presença aqui.
Também o Professor Dr. Vahan,
secretário de Ciência e Tecnologia, com quem nós também temos uma relação muito
estreita, porque presido a Frente Parlamentar em Defesa das Universidades
Públicas e dos Institutos de Pesquisa.
Já estivemos lá, sempre brigando por
mais recursos para as universidades, para os institutos - que, aliás, é um
papel fundamental desta Casa de Leis.
Professor Dr. Carlos Gilberto Carlotti,
que é o reitor da Universidade de São Paulo, esta universidade que tanto nos
orgulha, que presta um serviço maravilhoso de excelência na educação, na
pesquisa e na inovação tecnológica. Obrigada pela presença também.
O engenheiro Antonio José Rodrigues
Pereira, que eu tive o prazer de conhecer há poucos dias - nos falamos bastante
por telefone -, superintendente do Hospital das Clínicas. Agradeço muito também
a sua presença e o parabenizo pela forma com que você conduz aquela
instituição.
Professor Edivaldo Massazo Utiyama,
diretor clínico, com quem também tivemos uma convivência estreita recentemente,
em função de uma CPI que foi instalada aqui nesta Casa. Aproximamo-nos muito e
pude aprender a respeitá-lo pelo trabalho desenvolvido frente à diretoria
clínica do HC.
Professor Giovanni Guido Cerri, que,
aliás, conheci quando membro de uma CPI aqui na Casa para impedir que o
instituto de saúde fosse extinto - a Furp, Fundação para o Remédio Popular.
Dr. Guido esteve aqui, fez uma defesa
brilhante da Furp, que foi muito importante na ocasião para que ela se
mantivesse, como se mantém até hoje, produzindo, às vezes, medicamentos que
muitos laboratórios privados não fazem. Então, obrigada também pela sua
presença.
Professor Roger Chammas, assessor da
diretoria da faculdade de medicina, prazer em conhecê-lo; Dr. Arnaldo Hossepian
Junior, diretor-presidente da Fundação da Faculdade de Medicina; e Paulo
Eduardo da Silva, diretor-presidente da Fundação Zerbini. Sejam todos muito
bem-vindos a esta solenidade.
É com grande felicidade, na condição de
deputada estadual, a quem o povo de São Paulo atribuiu a função de
representá-lo, que saúdo a instituição cuja história atravessa a vida de
milhares de paulistanas, paulistanos e paulistas. Sem medo de parecer
exagerada, afirmo: saúdo a instituição que desperta mais orgulho em cada cidadã
e cidadão deste valoroso estado.
Ao longo de 80 anos, o Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo tem se dedicado
a tarefas primorosas, alcançando o êxito mais relevante: salvar vidas.
Nesses anos, profissionais da medicina
e diferentes áreas do conhecimento - estudantes, cientistas, colaboradores,
financiadores e profissionais técnicos administrativos - têm se empenhado na
tarefa de tornar a instituição a maior referência em saúde pública em nosso
País, quiçá uma das maiores instituições médico-científicas do mundo.
Não são poucos os que se somam nas
tarefas de realizar pesquisas inovadoras, administrar tratamentos médicos,
prevenir doenças, promover curas, disponibilizar atendimentos
multidisciplinares, gerenciar a administração, realizar cuidados com espaços
hospitalares, salvaguardar a segurança dos prédios.
A longa história do Hospital das
Clínicas é escrita por muitos personagens que vieram antes de todos nós,
sonhando com a criação e consolidação deste que se tornou o maior complexo
hospitalar da América Latina, empreendendo esforços e construindo os caminhos
de êxito que ora festejamos.
Sua trajetória teve início com a
consolidação das atividades da Faculdade de Medicina da USP. A partir do
impulso de médicos idealistas, apoiados pela Fundação Rockefeller e pelo
Governo do Estado de São Paulo, foi possível, desde os anos de 1915 ao dia 17
de abril de 1944, instituir um espaço próprio para o desenvolvimento das
atividades médico-acadêmicas, alinhadas à produção da pesquisa e conhecimentos
científicos no campo médico.
Consolidado como o maior complexo
hospitalar da América Latina, como já disse, o Hospital das Clínicas tem
apresentado resultados admiráveis. No último ano, foram um milhão de exames por
imagem, 11.200 milhões de exames laboratoriais, 3.200 milhões de consultas
ambulatoriais, 113 mil atendimentos de urgência, 14 milhões e 900 mil medicamentos
distribuídos, 36 mil cirurgias realizadas, 784 transplantes, 1.937 artigos
científicos publicados e 6.247 estudantes residentes.
Ainda que tenha um admirável trabalho,
cujos resultados são notáveis e inquestionáveis, o Hospital das Clínicas não
está a salvo de mesquinhas críticas e infundados ataques, que buscam, em nome
de disputas meramente ideológicas, macular sua atuação para atingir
profissionais competentes que dedicam suas vidas à defesa da saúde integral da
nossa população, com vigor acadêmico e seriedade médica. Contra essas
iniciativas, devemos já agir com destemor e inenarrável compromisso ético.
Exatamente por isso, no ano de 2023,
nosso mandato se dedicou à firme defesa do trabalho desenvolvido pelo
Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual,
Amtigos, do Instituto de Psiquiatria do HC.
Nesta Casa Legislativa, foi instalada
uma Comissão Parlamentar de Inquérito sem que houvesse fato determinado que
fundamentasse qualquer apuração, senão ilações inverídicas acerca do grande
trabalho desenvolvido pelos profissionais do Amtigos, trabalho esse pautado
exclusivamente na ciência e nas regras do Conselho Federal de Medicina, como
ficou comprovado pela própria CPI.
Infelizmente, vimos parlamentares
tentarem descredibilizar as ações do HC em busca de criar falsas narrativas
morais e perpetuar preconceitos, mas não alcançaram seus objetivos. Ainda bem.
A nossa atuação, ao lado de outros
parlamentares do campo progressista, resultou na defesa intransigente do
próprio Hospital das Clínicas, protegendo o belo trabalho desenvolvido pelo ambulatório
alvo de investigação.
Com nosso esforço, ao tempo que
afirmamos que aquela não passou de uma CPI desnecessária, asseveramos para toda
a sociedade paulista a importância e seriedade das ações desenvolvidas por essa
inestimável instituição que então completa 80 anos.
O Hospital nas Clínicas está na vida de
cada cidadã e cidadão paulista e atravessa a existência da vida do povo
brasileiro. Não há um só de nós que não tenha um episódio na vida na qual o
hospital seja parte.
Como paciente, ou como parente ou amigo
de paciente, a história do HC se entrelaça com nossas histórias, desde fatos
particulares a momentos públicos da história do Brasil.
Em minha memória, recordo com emoção a
manhã do dia 19 de janeiro de 1982, quando, em um sobressalto inacreditável,
tive conhecimento da agonia da cantora Elis Regina, cujo canto embalou minha
adolescência e ainda anima minha vida.
Foi para as imagens do Hospital das
Clínicas, refletidas na televisão da minha casa, que minhas retinas se
voltaram, cheias de esperança de que tudo não passaria de um susto.
E foram naqueles instantes que, tomada
de grande emoção, senti a tristeza da partida repentina da maior voz do Brasil,
tendo a convicção de que nada poderia ser feito, pois Elis estava aos cuidados
do mais importante hospital do nosso Estado.
Certamente, minha emoção se somou à
expectativa de milhares de brasileiras e brasileiros que, nos idos de março e
de abril de 1984, acompanhamos o suplício do presidente Tancredo Neves.
Foi nas mãos do Hospital das Clínicas
que o País depositou a esperança de tratamento do primeiro presidente civil
eleito após 21 anos de sangrenta e odiosa ditadura, que... aliás, o golpe que
completou 60 anos na semana passada.
Foi pelas paredes do auditório do
Instituto do Coração do HC que, às 22 horas e 23 minutos do dia 21 de abril,
ecoou a notícia que não queríamos ouvir, levando toda uma nação a uma só
comoção, deixando inscrito na história do País o esforço dos médicos e profissionais
do Hospital das Clínicas em curar o homem que representava naquele instante a
volta da democracia.
Ao festejar seus 80 anos, apontamos a
bússola dos nossos tempos na direção do futuro. Centenas de estudantes têm sido
formados em médicas e médicos, novos profissionais de medicina, idealistas têm
chegado, novos desejos e sonhos têm sido projetados.
O Hospital das Clínicas tem a grata
missão de continuar a ser o maior espaço de ciência médica, tratamento e cura
do nosso País. E não duvidemos, essa missão será cumprida mantendo o orgulho de
todo o País no maior complexo médico hospitalar da América Latina.
Para que esse projeto de futuro se
concretize, devemos firmar no presente compromissos inarredáveis em defesa do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: compromisso
de defesa intransigente da produção científica acadêmica da instituição,
assegurando a liberdade científica e de cátedra e afastando ataques ideológicos
que desmereçam sua atuação.
Compromisso orçamentário, estabelecendo
diálogos institucionais para que sejam asseguradas as devidas verbas para a
expansão da pesquisa e dos atendimentos, a realização de novos projetos e a
continuidade de tratamentos em curso.
Compromisso ético, que assegure a autonomia
administrativa, permitindo a plena gestão da instituição pautada por valores de
equidade, eficiência, transparência e participação. Esses são os compromissos
que, na qualidade de integrante desta Casa Legislativa, perante todo o povo de
São Paulo, assumo.
Ao mesmo tempo, compartilho-os com as
autoridades aqui presentes, convidando-os a abraçar, com zelo republicano e
afeto paulista, o Hospital das Clínicas pelos próximos 80 anos ou mais, se vida
tivermos. Em nome de todo o povo do estado de São Paulo, dirijo-me aos
integrantes do Hospital das Clínicas para dizer: “muito obrigada”.
Na grandeza do nosso povo, para que se
registre nos Anais desta Casa e para que possa estar escrita na história do
Hospital das Clínicas, o povo paulista, em uníssona voz, diz a toda a equipe
desse importante complexo hospitalar: “muito obrigada por tudo”.
Estou certa de que nesta noite
plantamos a semente de reconhecimento e gratidão ao Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com a convicção de que
florescerão em forma de vida, saúde e cura.
Vida longa ao Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Muito obrigada. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agradecemos as
palavras da deputada Beth Sahão. Muito obrigado por palavras referentes à nossa
instituição.
E neste momento assistiremos ao vídeo
institucional do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
O
SR MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - E agora
passaremos a ouvir a palavra das autoridades. Convidamos o Dr. Paulo Eduardo
Moreira Rodrigues da Silva, diretor-presidente da Fundação Zerbini.
O
SR. PAULO EDUARDO MOREIRA RODRIGUES DA SILVA - Boa noite a
todos. Eu quero cumprimentar a Mesa Diretora, presidida pela deputada Beth
Sahão, pelos ilustres professores já nominados, gestores da Saúde, cumprimentar
os dirigentes dos institutos do HC presentes, todos os colaboradores.
E, em meu nome, em nome da Fundação Zerbini,
que tenho o enorme orgulho de representar, quero homenagear o HC pelos seus 80
anos.
Quem conheceu, quem conhece e vive a
vida do HC, sabe a enorme vitalidade que tem esse hospital, a enorme capacidade
de atendimento a uma população SUS dependente, o maior de toda a América Latina
- para não dizer São Paulo e do Brasil - e o mais importante e o melhor.
Prova disso são os vários ranqueamentos
em que o HC aparece sempre ali em primeiro lugar. E, por isso, ele é um
hospital muito reconhecido. Mas não é reconhecido só pela assistência que
presta, ele é um local de formação de recursos humanos de várias atividades de saúde.
Ele é um centro de pesquisa, talvez um
dos maiores, não só da Universidade de São Paulo, mas de todo o estado de São
Paulo e do Brasil. E ali tem enormes laboratórios de pesquisa, de inovação, que
fazem cada vez mais a renovação dos nossos métodos de ensino e de assistência.
Eu queria aproveitar esta oportunidade
para agradecer aqui, em nome das fundações, não tenho a delegação de todas
elas, mas em nome das Zerbini, a recente lei das fundações aprovadas e
sancionadas pelo governador nesta quinta-feira passada.
Tivemos o apoio incondicional da
Secretaria de Saúde e de todo o executivo do Governo do Estado de São Paulo,
desta Casa, que aprovou com unanimidade um regime de urgência e aprovou, em
tempo recorde, o nosso projeto de lei, que foi elaborado com a participação de
todos lá no HC e com alguns colaboradores de fora.
Essa nova lei nos posiciona depois do caso
da Zerbini, há mais de 40 anos, com incertezas ali da participação dela na
gestão do sistema de saúde do complexo - no caso, a Fundação Faculdade de
Medicina e a Fundação Zerbini.
A partir de agora, e com a
regulamentação da Lei das Fundações, nós teremos respostas para todos os
questionamentos que nos fizeram durante esses anos todos, questionamentos às
vezes muito razoáveis, mas que não colocavam as fundações como parte da gestão
do complexo.
Então, isso está valendo a partir de
agora, e acho que nos trará grandes avanços na agilidade da gestão
administrativa, assistencial, de pesquisa, de ensino do complexo hospitalar. É
o que eu tinha a dizer. E cumprimentar a todos novamente.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agora,
passaremos a ouvir a palavra do Dr. Arnaldo Hossepian Junior,
diretor-presidente da Fundação Faculdade de Medicina.
O
SR. ARNALDO HOSSEPIAN JUNIOR - Muito boa noite a
todos. Eu quero fazer um cumprimento especial à deputada Beth Sahão. A deputada
Beth Sahão certamente não vai se recordar: em 2002, a senhora chegou a esta
Casa.
Em 2003, 2004 e 2005, a senhora foi ao
Ministério Público de São Paulo, de onde sou oriundo, e levou pela primeira vez
a preocupação com a exploração infanto-juvenil nas rodovias do estado de São Paulo.
Foi a senhora que batalhou essa causa aqui.
Então, a sua fala de conteúdo humanista
eu já conhecia de longa data. Só posso felicitar a senhora por ter se
aprimorado mais e enfrentado inúmeras pautas onde coloca a figura humana em
primeiro lugar.
Quero cumprimentar o reitor Carlotti,
quero cumprimentar o secretário e meu patrício Vahan, sempre reitor da nossa
Universidade de São Paulo, de onde sou oriundo.
A senhora já deve ter percebido, deputada, que eu aqui sou novato. Falar
depois do Professor Dr. Paulo, que preside a Fundação Zerbini de longa data.
E eu cheguei tem míseros dois anos,
mercê da confiança que recebi de todos os professores daquela casa e coordenado
pelo Prof. Giovanni Cerri, que tenho o privilégio de conhecer já vão dez anos,
não é, Prof. Giovanni?
Isso muito me orgulha e me inspira a
vir cada dia no complexo Hospital das Clínicas e poder, juntamente deles,
colaborar para que isso cresça bastante.
Quero cumprimentar o secretário
Eleuses, sempre presente na busca dos melhores caminhos para a Saúde, não só no
estado de São Paulo, mas no Brasil. Presidiu a Associação Médica Brasileira.
Quero cumprimentar o Prof. Edivaldo
Utiyama e o Prof. Roger, líderes do nosso complexo Hospital das Clínicas, e o
meu amigo Antonio José. O Antonio José eu já conhecia de longa data.
Tínhamos uma relação relacionada com as
corridas, porque ele e eu somos corredores de longa data, e depois quis o
destino que eu encontrasse o Antonio José comandando o Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo com um primor e uma capacidade gigante. Cumprimentar
todos os colaboradores do hospital, todos os colaboradores da Fundação
Faculdade de Medicina.
Rapidamente, dizer à senhora - acho que
o Dr. Paulo já deu o recado - que ajudar a comandar o complexo Hospital das
Clínicas não é uma coisa simples.
A senhora tem lá - o Tomzé mostrou - 22
mil colaboradores, que chegam lá sabedores dos desafios, mas absolutamente
gratificados por terem a oportunidade de entregar um pouco do que conhecem e do
que têm para cuidar da população paulista e da população brasileira. E, se não
estou enganado - o Tomzé certamente vai trazer -, de alguns que vêm de outros
países vizinhos para serem atendidos no complexo Hospital das Clínicas.
Orgulho do Brasil, orgulho de São
Paulo. Cabe a nós, cada vez mais, poder fazer o melhor para que o nosso
hospital cresça e possa levar o nome do Brasil e o nome de São Paulo, mostrando
que o Brasil também dá certo.
O complexo Hospital das Clínicas - e
não é à toa que é assim identificado, complexo Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - inspira a todos nós.
Então, eu queria dizer, primeiro
agradecendo à senhora, como o Dr. Paulo já destacou, a Lei das Fundações é algo
absolutamente necessário. Nós tínhamos que sair da obscuridade, e o Parlamento
paulista entendeu isso.
O Governo do Estado patrocinou essa
causa. O secretário Eleuses, o reitor Carlotti, o nosso secretário Vahan -
sempre reitor - nos ajudaram muito para que isso pudesse chegar a bom termo e o
governador Tarcísio, sensível, sancionou a nossa legislação.
Então, vida longa ao Hospital das
Clínicas e agradeço ao Parlamento paulista por esta homenagem. Mas cá entre
nós: ela é muito merecida.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - E agora
convidamos para fazer uso da palavra o Professor Dr. Roger Chammas, assessor da
Diretoria da Faculdade de Medicina da USP, que neste ato representa a diretoria
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Professor.
O
SR. ROGER CHAMMAS - Muito boa noite a
todos. Para mim é um privilégio estar aqui representando a nossa diretora, Prof.ª.
Eloisa Bonfá, e os colegas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo.
Deputada Elisabeth Sahão, é um prazer
conhecê-la e mencionar a sua sensibilidade e como a senhora conseguiu
transmitir de maneira tão clara o que muitos, do povo paulista, pensam a
respeito das nossas instituições.
Secretário Eleuses Paiva, secretário
Vahan Agopyan, gostaria de cumprimentá-los, em nome de quem cumprimento a todos
os representantes do Executivo aqui presentes.
Magnífico reitor Carlotti, gostaria de
cumprimentá-lo, em nome de quem cumprimento todos os nossos colegas da
Universidade de São Paulo aqui presentes.
Antonio José, Edivaldo, gostaria de
dar-lhes os cumprimentos, em nome de quem cumprimento todos os nossos colegas
do Hospital das Clínicas, servidores da nossa grande instituição; e também
queria estender os cumprimentos aos colegas das fundações de apoio, sem os
quais o nosso grande sistema simplesmente desmoronaria.
Fico feliz de termos tido a ascensão da
lei na semana passada, que enfim regulamenta a relação entre a Faculdade de
Medicina, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo e as suas fundações de apoio, que formam esse grande sistema
acadêmico que nós chamamos de Sistema Acadêmico FMUSP-HC.
As suas palavras, deputada, me remetem
ao que nós, como povo paulista, queremos e fazemos. Na realidade, o que nós
fazemos como professores da Universidade de São Paulo, servidores do Hospital
das Clínicas, é aquilo que o povo paulista precisa, o povo paulista quer, e é o
que procuramos entregar para eles.
E com as fundações de apoio nós
conseguimos, ou buscamos entregar de fato aquilo que nos é demandado. É um
orgulho para mim. Como docente, é um orgulho participar dessa enorme construção
que é a Universidade de São Paulo, é um orgulho para mim, como docente,
participar dessa enorme construção que é a Universidade de São Paulo. É um
orgulho, para mim, participar dessa enorme construção que é o Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
É no Hospital das Clínicas que eu
consigo me completar enquanto docente. Eu consigo fazer ensino com pesquisa; eu
consigo fazer ensino com inovação; eu consigo acompanhar a assistência.
Eu, pessoalmente, não faço assistência,
mas eu consigo acompanhar os meus colegas que fazem assistência na atividade de
trabalhar a assistência como um valor máximo.
E daí organizar o campo de trabalho e
campo de estágio para que nós possamos fazer a assistência com ensino,
assistência com pesquisa, assistência com inovação, para prover o melhor à
nossa população.
Eu me orgulho de fazer isso. E eu
lembro palavras que o Prof. Carlotti e o Prof. Vahan sempre nos relembram, do
que está escrito no brasão das armas da nossa universidade, que diz que: “Com ciência,
vencerás”.
E é essa oportunidade que nós temos,
enquanto docentes da USP, de trabalhar para que a ciência que nós estudamos, a
ciência que nós ensinamos, nos permita vencer e mitigar os males que afligem a
nossa população.
E eu espero que esse continue sendo o
nosso valor máximo, para que, nos próximos 80 anos da vida longa que o nosso
Hospital das Clínicas continuará a ter, nós possamos trazer o melhor que a
pesquisa pode trazer para a saúde da nossa população, com o compromisso de
ensinar e difundir para toda a população paulista e brasileira aquilo que é o
nosso compromisso: cuidar, cuidar bem da saúde do nosso povo.
Muito obrigado pelas suas palavras.
E vida longa ao Hospital das Clínicas.
(Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Convidamos
agora para ouvir o Professor Dr. Giovanni Guido Cerri, presidente da Comissão
de Planejamento e Controle do Hospital das Clínicas da FMUSP.
O
SR. GIOVANNI GUIDO CERRI - Inicialmente, eu
queria cumprimentar a deputada Beth Sahão pela homenagem que presta ao Hospital
das Clínicas. Para nós, isso é muito importante.
O Hospital das Clínicas não é da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; o Hospital das Clínicas é
do povo, do País. Porque o Hospital das Clínicas, hoje, extrapolou muito os
limites do estado e recebe pacientes do Sistema Único de Saúde de todo o País.
Então, eu acho que é muito importante ter esse reconhecimento do que o Hospital
das Clínicas faz pela Saúde brasileira.
Quando nós retornamos, a deputada
comentou como surge o Hospital das Clínicas. Surge de uma iniciativa da
Fundação Rockefeller, que se propôs a construir o prédio da Faculdade de
Medicina e, como contrapartida, o Governo do Estado construiu o Hospital das
Clínicas.
Ninguém imaginava, deputada, que aquele
início levaria a uma história de tanto sucesso e tanta glória para a Saúde
brasileira. Realmente, foi uma história que deu certo.
Eu queria cumprimentar o secretário
Eleuses Paiva, que é um amigo muito querido. E dizer, Eleuses, que você sem
dúvida foi o secretário que mais tem apoiado o Hospital das Clínicas na sua
história.
O Hospital das Clínicas é uma
instituição, hoje, gigante, que tem muitas dificuldades. E o senhor, sem
dúvida, teve a compreensão do que o Hospital das Clínicas representa e a
importância que ele tem para o estado de São Paulo.
Queria cumprimentar também o secretário
Vahan Agopyan, porque a história da Faculdade de Medicina da USP e a da
Universidade de São Paulo e do Hospital das Clínicas se fundem.
A Universidade de São Paulo foi fundada
na sala da congregação da Faculdade de Medicina da USP. Então, a história
dessas instituições é uma história só, ela é inseparável.
E queria cumprimentar o nosso reitor,
Prof. Carlotti, que eu diria que hoje é muito mais diretor do Serviço de
Neurocirurgia do Hospital das Clínicas do que reitor da Universidade de São
Paulo.
E um agradecimento especial também ao
nosso superintendente Tomzé, Antonio Pereira. Nós temos uma história juntos de
quase 30 anos. Há quase 30 anos, temos essa colaboração. E, realmente, você é
um exemplo de dedicação comum a um médico.
Alguns anos atrás, deputado, nós
permitimos a entrada de alguns engenheiros na instituição. Acho que é por isso
que nós conseguimos progredir tanto; essa associação dos engenheiros, dos
médicos, dos advogados, dos arquitetos...
O sucesso de uma instituição,
realmente, só com a multidisciplinaridade. E eu acho que o Hospital das
Clínicas entendeu isso. E o Tomzé representa muito essa multidisciplinaridade.
E cumprimento o Prof. Utiyama, que é o
nosso diretor clínico, em nome de quem eu cumprimento a todos os nossos
colaboradores, todos os que, no dia a dia, trabalham para que o Hospital das
Clínicas possa atender bem à população.
E também aos meus amigos do HC, uma
grande família, que está aqui representada pelo Paulo, pelo Roger, pelo
Arnaldo. E é interessante: o Arnaldo disse que ele está só há dois anos no HC,
mas parece um “HCiano” de longa história.
Eu acho que o HC realmente envolve as
pessoas; as pessoas sentem realmente esse prazer e essa vontade de poder ajudar
a população na questão da saúde, que é o maior bem que o cidadão tem. E é tão
difícil tratar da Saúde no nosso País. Eu acho que esse é um desafio que nós
temos que vencer.
Um pouco na linha da deputada, eu devo
dizer que minha história está totalmente entrelaçada com o HC. Eu entrei na
Faculdade de Medicina da USP em 1971, 53 anos atrás. Foi quando eu conheci o
HC; e foi um amor à primeira vista.
Nunca mais consegui me separar do
Hospital das Clínicas. Tive a oportunidade de fazer parte de momentos
importantes: tive a honra de presidir o Conselho Deliberativo do HC por duas
vezes, como diretor da Faculdade de Medicina.
Tive a oportunidade, por uma
solicitação do governador Serra, de levantar o Instituto do Câncer, criar esse
grande projeto do Instituto do Câncer, um marco para o tratamento do câncer no
País.
E, mais recentemente, tive a
oportunidade de ajudar a colocar o quarto pilar do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina. Os três pilares foram ensino, assistência e pesquisa. Com
a criação do novo HC, nós colocamos o quarto pilar, que é a inovação.
Sentindo a necessidade que uma
instituição como a nossa contribuísse para a inovação, para o empreendedorismo,
trazer a cultura da inovação no País, estimular as novas gerações a criarem
soluções para a Saúde, que fossem customizadas à nossa realidade e às nossas
necessidades.
E, quem sabe, poder transformar a Saúde
em uma Saúde mais justa, que melhorasse o acesso da população, que reduzisse
desigualdades e pudesse, também, ajudar na sustentabilidade.
Eu acho que um bom exemplo foi durante
a pandemia, em que, em 30 dias, o Hospital das Clínicas pôde fornecer à
população centenas de leitos de UTI. E foi o grande centro que atendeu a maior
parte dos doentes graves do estado de São Paulo.
Então, mostrou realmente essa bandeira
- a bandeira da inovação, do empreendedorismo, da assistência e do humanismo.
Eu acho que assim o Hospital das Clínicas cumpriu a sua missão ao longo desses
80 anos. E eu tenho muito orgulho de fazer parte dessa história.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Neste
momento convidamos para ouvir o professor Dr. Edivaldo Massazo Utiyama. O
professor é diretor clinico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo.
Com a palavra o Prof. Edivaldo.
O
SR. EDIVALDO MASSAZO UTIYAMA - Inicio saudando e
cumprimentando a excelentíssima deputada Beth Sahão. E agradecer, em público, a
todo o seu apoio durante os trabalhos na CPI de Transgêneros.
Tive a oportunidade de conhecê-la e
aproximar da senhora, muito embora em um momento bastante difícil. Mas, para
nós, da diretoria clínica do Hospital das Clínicas, foi um momento bastante
salutar, porque conhecemos o seu papel desempenhado nesta Casa, em luta deste
grupo de pessoas.
Nós fomos guiados, orientados e,
principalmente nos momentos mais difíceis, no enfrentamento da CPI, a senhora
nos deu apoio, nos ergueu e nos deu forças para fazermos argumentos e
contra-argumentos. Então, a nossa gratidão por essa ação.
Agradecer também à Alesp pelo apoio que
sempre tem nos dado, ao Hospital das Clínicas. Agora, mais recentemente,
aprovando a lei das fundações.
Quero saudar também o Prof. Vahan
Agopyan, reitor e agora secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Um professor da USP que, enquanto reitor, também ajudou muito a unidade da
Faculdade de Medicina, e também do Hospital das Clínicas.
Saudar o nosso magnífico reitor, Prof.
Carlos Gilberto Carlotti Junior, que, como já foi mencionado aqui, é um
professor também da unidade da Faculdade de Medicina. Nós fizemos já várias
reuniões conjuntamente. Tanto quanto professor titular de neurocirurgia como
reitor, tem apoiado tanto a faculdade e principalmente o Hospital das Clínicas.
Na semana passada, nós estivemos
juntos, fazendo o lançamento de um Centro de Treinamento Cirúrgico e de
Procedimentos bastante inovador, elevando e capacitando ainda mais o Hospital
das Clínicas e a Faculdade de Medicina como uma instituição de referência no
ensino e no preparo de profissionais da Saúde.
Quero cumprimentar também o Dr. Eleuses
Paiva, o nosso secretário da Saúde do Estado de São Paulo, que sem sombra de
dúvida tem nos apoiado em todas as ações do Hospital das Clínicas. Nós fazemos
um trabalho conjunto no sentido de estender e melhorar o acesso à população
paulistana e paulista em relação à assistência de saúde.
Saudar também o engenheiro Antonio
José, que eu devo dizer que, além de engenheiro, ele também é doutor. Porque,
recentemente, ele conseguiu um título acadêmico de doutor na área de gestão em saúde.
Então, assim como nós, doutores médicos, temos obrigação de reconhecê-lo como
doutor.
Saudar o Prof. Giovanni Guido Cerri,
nosso professor da radiologia, chefe do Instituto de Radiologia, mas
principalmente pelas ações enquanto diretor da faculdade, por duas vezes.
Tem uma mentalidade bastante inovadora.
Pensa, no futuro, e foi um dos grandes responsáveis por dar um outro caminho a
nossa instituição, tanto à Faculdade de Medicina quanto ao Hospital das
Clínicas.
Saudar também o Prof. Roger Chammas,
aqui representando a diretoria da faculdade, representando a Prof.ª Eloisa, que
é a base do Hospital das Clínicas. Porque é na faculdade de Medicina que nós
temos e adquirimos a responsabilidade do ensino e de gerar novos conhecimentos.
Nessa associação, Faculdade de Medicina
e Hospital das Clínicas, é que conseguimos aprimorar e oferecer um atendimento
de excelência.
Cumprimentar o Dr. Arnaldo Hossepian e
cumprimentar também o Dr. Paulo - diretores presidentes da Fundação Faculdade
de Medicina, e diretor presidente da Fundação Zerbini -, que são duas fundações
que nos dão apoio, e fazem com que seja viável todas as ações que acontecem
dentro do Hospital das Clínicas.
Prezados colegas, prezados
colaboradores, pacientes e amigos aqui presentes, hoje é um dia de enorme
alegria, porque estamos reunidos para iniciar as comemorações de 80 anos do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. É com muito prazer que damos
início a estas comemorações aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo.
O
HC é uma instituição que tem sido não apenas um marco na história da medicina
em nosso País, mas também um símbolo de excelência, compromisso e cuidado com a
saúde de todos os brasileiros.
Assim,
tendo como pilares o ensino, pesquisa, assistência e inovação, o hospital, pelo
segundo ano consecutivo, foi reconhecido como o melhor hospital público do
País, segundo a publicação anual da revista “Newsweek”.
O
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ao longo dessas oito décadas, tem desempenhado um papel
fundamental na formação de profissionais de saúde, na pesquisa científica e,
principalmente, na prestação de serviço de saúde de alta qualidade à população.
Desde
o início da sua construção, em outubro de 1938, segundo consta em ata da
cerimônia inaugural das obras, o interventor Ademar Pereira de Barros, médico
formado no Rio de Janeiro, no seu discurso fez a seguinte menção: “Não foi
somente uma razão pedagógica que me levou a autorizar a construção do Hospital
das Clínicas. Foi também um imperativo social: solução da crise nosocomial do
nosso Estado.
E
o Hospital das Clínicas, com capacidade para cerca de 1.000 leitos, representa
incontestavelmente um valioso auxílio para a solução do magno problema de
assistência hospitalar aos necessitados”.
Então,
desde a sua inauguração, em 1944, o Hospital das Clínicas tem sido a esperança
para milhões de pessoas, um lugar onde a ciência se encontra com a compaixão e
onde o conhecimento se une ao cuidado humano.
Na
segunda década do século XXI, dando continuidade à missão do hospital, o
planejamento estratégico do Sistema Acadêmico Faculdade de Medicina e Hospital
das Clínicas estabeleceu seis diretrizes norteadoras: a integração, a
humanização, sustentabilidade, internacionalização, excelência no ensino e
incorporação de novas tecnologias.
Para
isso, implementou um modelo de gestão integrador, ágil e com visão de futuro,
denominado “Brilho nos olhos”. Também definiu que o propósito do Hospital das
Clínicas seria “orgulho de fazer o melhor para as pessoas”.
Já
no planejamento estratégico 20-30, na década seguinte, o Sistema Acadêmico
manteve as seis diretrizes e enfatizou a gestão participativa. Houve, então, a
necessidade de adaptar o propósito, passando para “orgulho de fazer o melhor
para as pessoas, com as pessoas”.
Desde
a sua criação, quando o Hospital das Clínicas era apenas um projeto audacioso
até os dias em que se tornou uma referência nacional e internacional em
diversas áreas da medicina, cada etapa dessa trajetória foi marcada pelo
empenho incansável de todos aqueles que fizeram e fazem parte dessa
instituição.
Neste
momento, é importante lembrarmos também daqueles que contribuíram para tornar o
Hospital das Clínicas no que é hoje: os médicos, enfermeiros, farmacêuticos,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, técnicos,
pesquisadores, professores, estudantes, engenheiros, administradores e todos os
demais que, com o seu trabalho árduo e dedicação, ajudaram a construir essa história
de sucesso.
Não
podemos esquecer também dos pacientes, que confiaram em nós nos momentos mais
difíceis e que nos ensinaram, com a sua coragem e resiliência, o verdadeiro
significado da vida.
Olhando
para o futuro, podemos afirmar que teremos pela frente novos desafios e
oportunidades. Sabemos que o mundo da saúde está em constante transformação e
que é nosso dever nos adaptarmos a essas mudanças, sempre mantendo firmes os
princípios que norteiam a nossa atuação: o respeito pela vida, a busca
incessante pelo conhecimento e a valorização do ser humano em sua totalidade.
Finalizando,
desejo que este ano, em que comemoramos o aniversário de 80 anos, seja não
apenas um ano de festa, mas também um momento de reflexão e de renovação.
Que
possamos nos inspirar no legado daqueles que nos precederam e que possamos
continuar trabalhando juntos com determinação e compromisso para que o Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP siga por muitos e muitos anos
sendo um símbolo de excelência e humanidade na área da Saúde.
Parabéns
a todos e obrigado por construírem a história do Hospital das Clínicas.
Muito
obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO
ZAMITH
- Agora ouviremos a palavra do professor Dr. Carlos Gilberto Carlotti Júnior,
magnífico reitor da Universidade de São Paulo.
O SR. CARLOS GILBERTO CARLOTTI JÚNIOR - Boa noite a todos e todas, é um prazer
estar novamente nesta Casa. Gostaria de cumprimentar a nossa deputada Beth
Sahão pela iniciativa, pela sua história de vida, pela sua história parlamentar
e pelo belo discurso que você fez para todos nós aqui. Você acariciou as nossas
almas nesta noite.
Gostaria
de cumprimentar o Paulo Eduardo, diretor e presidente da Fundação Zerbini; o
meu amigo Giovanni Cerri, presidente da Comissão de Planejamento do HC; o
Edivaldo, diretor clínico do HC; Dr. Arnaldo Hossepian, presidente da nossa fundação.
Antonio
José Rodrigues, nosso superintendente; a Priscilla Perdicaris, que é
secretária-executiva da Saúde, resolve muitos dos nossos problemas; um grande
amigo e secretário de Estado, o deputado Eleuses Paiva,
tem sido muito boa a convivência você; é muito prazerosa a convivência com
você, Eleuses.
Por fim, cumprimentar o meu antecessor,
que tornou a minha tarefa muito difícil, de sucedê-lo, o Prof. Vahan Agopyan.
A Universidade de São Paulo tem 90
anos, foi formada a partir de seis faculdades e uma criação de uma nova
faculdade, a Faculdade de Filosofia, e uma dessas escolas era a Faculdade de
Medicina, fundada em 1912.
Então, a USP é filha da Faculdade de
Medicina, assim como é filha da Poli, filha da Faculdade de Direito, da Faculdade
de Veterinária, da Esalq. Então, nós somos criados a partir dessas grandes
escolas que tinham no estado de São Paulo.
E isso foi muito importante, porque a
Universidade de São Paulo foi muito bem-criada. Os princípios de criação da
Universidade de São Paulo são excelentes. Quando nós lemos os documentos que
originaram a faculdade, nós tínhamos essas formadoras, e o povo paulista acho
que teve uma visão muito grande, lá em 34, de criar uma universidade de
excelência, com bases fortes no ensino, na pesquisa e na extensão.
Em todos os documentos que nós lemos quando da
criação da USP, estas palavras sempre aparecem: excelência, fazer o melhor pela
ciência, fazer o melhor ensino e fazer a melhor educação. Desde o nosso início,
nós temos forte conexão com o povo paulista em atender às necessidades do povo
paulista.
O Hospital das Clínicas é a mais justa
representação do que eu estou comentando, é uma instituição que tem o CNPJ
diferente da USP, mas é muito difícil, para quem trabalha nesse espaço, saber
onde começa a faculdade e onde começa o hospital, porque nós estamos o tempo
todo entre faculdade e hospital.
É uma casa só, o complexo é uma casa só;
e eu incluo a faculdade dentro desse complexo do Hospital das Clínicas. Esse
princípio se aplica todo dia, esses princípios da universidade sobre os quais
eu comentei se aplicam todo dia no HC.
Então, nós estamos formando pessoas,
médicos, profissionais de saúde - fonoaudiologia, fisioterapia, terapia
ocupacional, enfermagem - e outros profissionais diariamente no hospital.
Estamos fazendo ciência. O Prof.
Giovanni já citou o período da pandemia da Covid-19, a modificação que foi
feita no Hospital das Clínicas. Se algumas grandes cidades do mundo tombaram
frente à Covid-19 - como Nova Iorque, Roma, onde haviam pacientes deitados na
rua com respiradores -, em São Paulo isso não aconteceu.
Grande parte se deve ao trabalho que
foi feito no Hospital das Clínicas com as modificações que foram realizadas no
Instituto Central e em todos os seus institutos que colaboraram com esse
tratamento.
Isso obviamente não para por aqui. Nós
tivemos grandes colaborações de tratamentos que foram introduzidos no País, que
foram surgindo no País a partir de profissionais do Hospital das Clínicas.
Mais recentemente, eu posso citar o
tratamento oncológico CAR-T Cell, que tem início no Hospital das Clínicas, com
o apoio do Instituto Butantã. Podemos citar os transplantes que foram
realizados de forma pioneira nesse complexo hospitalar. Então a pesquisa e a
inovação têm sido feitas diariamente nesse ambiente.
Obviamente, a extensão, que nós podemos
traduzir por assistência, também é feita em inúmeros impressionantes, como
vocês viram na apresentação do filme sobre o hospital, que mostra a qualidade e
o volume que nós temos atendido.
Mas eu queria chamar a atenção para um
outro fator também que foi o fator de formação do HC. Hoje nós temos vários
hospitais de qualidade no estado, tanto em São Paulo quanto no interior e em
outros estados, e muitos desses profissionais foram formados do HC de forma
direta ou de forma indireta.
Eu poderia dizer que o HC é o grande
pai, a grande mãe é da medicina, do estado de São Paulo e do Brasil. Então, se
hoje nós temos medicina de qualidade no estado de São Paulo, dentro do HC e
fora do HC, nós devemos a profissionais formados dentro desse espírito “HCiano”,
dentro desse espírito “USPiano” que nós temos dentro daquele complexo.
Então, é uma função que atualmente é
muito maior do que o limite físico do HC; atuação em todo o País de
profissionais formados nesse ambiente e técnicas formadas dentro desse
ambiente. Muitos dos protocolos de tratamento realizados surgem no HC. Isso
influencia no tratamento em todos os estados e, muitas vezes, de maneira
internacional, no cuidado dos nossos pacientes.
Então, parabéns ao HC. Parabéns aos
profissionais; aos médicos; às enfermeiras; aos outros profissionais da saúde;
aos nossos pacientes também; que muito colaboram com o desenvolvimento de novas
tecnologias, de novas formas de tratamento; aos nossos alunos; aos nossos
servidores.
Então, todos vocês, ou todos nós,
estamos de parabéns neste dia. E espero muito no futuro também. Eu vejo...
Falei outro dia na faculdade, no
ambiente da congregação, que eu vejo o futuro do HC e o futuro da faculdade
brilhantes. Muitas coisas estão acontecendo dentro do complexo: novos
institutos estão surgindo, novos equipamentos, renovação. Eu acho que isso é
muito bom para a medicina e para o sistema de Saúde brasileiro.
Então parabéns, HC. Todo mundo já
desejou vida longa, então, vida superlonga para o HC, que nós possamos ter cem,
200, 300 anos trabalhando. Eu não sei se eu vou estar aqui com 300 anos, mas
tenho certeza que o HC estará.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agora
convidamos para ouvir a palavra do Dr. Eleuses Paiva, secretário de Estado da
Saúde de São Paulo.
O
SR. ELEUSES PAIVA - Boa noite, boa noite a
todos e a todas, queria primeiro cumprimentar a nossa deputada estadual Beth
Sahão, que hoje preside a sessão.
A deputada Beth, para quem não conhece,
é uma deputada muito atuante na área da Saúde. Todas as vezes em que eu tenho a
oportunidade de vir à Alesp na Comissão de Saúde, uma das pessoas mais ativas,
que mais nos questiona, que mais nos faz sugestões para podermos avançar na
Saúde é a deputada Beth Sahão.
Portanto, é um prazer enorme estar com
a senhora aqui e cumprimentá-la por esse gesto que foi acompanhado
pelos seus pares aqui na Alesp, esta justa homenagem que nós fazemos ao nosso
Hospital das Clínicas.
Cumprimentar o engenheiro Antonio José. Já vi que é um
perigo engenheiro na área de Saúde, já foi relatado aqui. Mas cumprimentar o
engenheiro, nosso superintendente do Hospital das Clínicas, um grande parceiro
que a gente tem na Secretaria, que tem nos ajudado a avançar muito na política
de Saúde do estado.
Com muito orgulho, cumprimentar o nosso secretário de Estado
de Ciência e Tecnologia. É muito orgulho para nós, secretários de Estado,
termos o Prof. Vahan, que também é engenheiro.
Professor Vahan, que foi nosso diretor da Politécnica,
nosso reitor da Universidade de São Paulo, e hoje nos dá a honra de tê-lo como
parceiro de secretaria do governo Tarcísio de Freitas.
Cumprimentar o Prof. Carlotti, que só me traz alegrias.
Hoje ele me deu uma que eu fiquei extremamente emocionado, porque ele falou
assim: “Olha, não sei se eu vou estar aqui com 300 anos”. A deputada Beth Sahão
falou: “Duzentos ele já deu como certeza, os 300 nós estamos em dúvida”.
Eu fiquei animado e fui questioná-lo: “Professor, o
senhor falou 200 anos?”. Ele falou: “Agora tem transplante de tudo. Eu já estou
no caminho, entendeu?”. Hoje tivemos uma reunião cheia de ideias novas para o
nosso complexo Hospital das Clínicas. Parabéns pelo seu trabalho à frente da
nossa universidade.
Cumprimentar o Prof. Giovanni Guido Cerri, que é
presidente da Comissão de Planejamento e Controle do nosso HC da UFMUSP,
presidente também do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia da nossa
Faculdade de Medicina, também ex-secretário de Estado da Saúde, hoje à frente
do grupo Inova HC.
Vou contar um segredo que a gente não vai contar para
ninguém, mas muito do que nós estamos vivendo hoje na área de Saúde do estado
de São Paulo advém também do Prof. Giovanni, que nos ajudou a fazer o plano de
Saúde para o estado de São Paulo e tem sido um dos grandes parceiros que a
gente tem na Secretaria. Tem sido um dos grandes parceiros também do nosso
governador Tarcísio de Freitas.
Cumprimentar o Arnaldo Hossepian. Eu sempre tento
aprender um pouquinho dessa oratória brilhante e fácil com o Arnaldo e também
do seu conteúdo. O Arnaldo é nosso diretor presidente da Fundação Faculdade de
Medicina.
O Paulo Eduardo Rodrigues da Silva, nosso diretor
presidente da Fundação Zerbini, que eu conheço desde o tempo de Unicamp, não é,
Paulo? Um grande abraço, parabéns pelo trabalho.
O Edivaldo Utiyama, nosso diretor clínico do Hospital
das Clínicas, da nossa Faculdade de Medicina; a Dra. Priscilla Perdicaris, que já está lá e também
é engenheira. Você vê que os engenheiros estão assumindo a área de Saúde. Já
está lá no computador, provavelmente já fazendo, construindo já alguma coisa.
Cumprimentar a Priscilla e aproveitar para cumprimentar todas as mulheres aqui
presentes.
Cumprimentar o Roger Chammas, que neste ato representa
a diretoria da nossa Faculdade de Medicina. Cumprimentar o Joaquim Claro,
diretor e conselheiro do nosso Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo; e também nosso presidente da Associação Médica Brasileira, Dr. Sergio
Fernandes.
Cumprimentar o Okane, diretor do IOT, que nos deu a
honra de trabalhar com a gente como secretário executivo da Secretaria de Estado
de Saúde. Cumprimentar todo o corpo clínico e administrativo do HC, professores
titulares, pesquisadores, médicos, todos os colaboradores da nossa instituição
HC.
Senhoras e senhores, minha fala é extremamente breve.
Quando deixam a gente já para o final, tudo já foi esgotado e também o tempo,
todo mundo querendo uma fala breve.
Falar do nosso Hospital das Clínicas, da excelência que
é o HC, é algo redundante, que todos já falaram. Todos nós, que trabalhamos na
área de Saúde, conhecemos muito bem o nosso Hospital das Clínicas.
Eu queria só focar em um outro tema, que é a
importância de conhecermos as experiências exitosas e como atitudes de algumas
pessoas têm a capacidade de mudar a história de um estado e de um país. Quando
o Prof. Giovanni... Eu aprendo muito com o Prof. Giovanni. Também, é bem mais
velho do que eu, não é, Prof. Giovanni? Aprendo muito com o Prof. Giovanni.
Quando eu estava na Associação Médica Brasileira, o Prof.
Giovanni era o nosso diretor da Faculdade de Medicina e começava um projeto
extremamente interessante, que era o projeto de restauro da Faculdade de
Medicina. Eu sempre frequentava a diretoria e cada vez eu aprendia um pouco da
história do nosso HC, da história da nossa Faculdade de Medicina.
O Prof. Giovanni, a primeira vez que ele me relatou a
história disso tudo, eu perguntei para ele: “Mas como começa essa história,
professor?”. Ele falou: “A história disso tudo começa com um norte-americano
que, muito preocupado com doenças tropicais, resolve investir um pouco da sua
fortuna em uma fundação, um grande empresário, que é a Fundação Rockefeller.
O primeiro aporte de recurso da Fundação Rockefeller
aqui para o nosso País foi justamente para a nossa, na época, Faculdade de
Medicina de São Paulo, no início do século XIX.
E aí começa a nossa história da faculdade. Em 1915, se
pensou em construir... falar para o meu amigo Sergio, ginecologista, o que era
a estrutura de um hospital para dar suporte à então faculdade criada em 1912.
Mas a estrutura o que era? Era uma maternidade. Tudo
isso foi construído. Era a história, na época, de se ter uma maternidade, que
acabou não dando muito certo. Em 1930, a importância...
Eu sempre acreditei muito na sociedade civil
organizada, muito mais do que nos partidos políticos, em tudo. E justamente com
o movimento da sociedade civil organizada em 1930, que era feito com os
docentes, que era feito com os alunos, que era feito com a comunidade, a
imprensa, começa novamente a ganhar força a ideia da importância de se ter um hospital
de ensino para dar suporte à faculdade.
Em 1934, como já foi falado pelo Prof. Carlotti, surge
a fundação da nossa Universidade de São Paulo, que agrupa várias faculdades que
nós já tínhamos dentro do estado de São Paulo, citadas pelo Prof. Carlotti,
inclusive a Faculdade de Medicina de São Paulo, que aí então dá um embrião da
nossa Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em 1934, se não me
falha a memória.
Mas em 1938, 1940, com Ademar de Barros, é que surge,
evidentemente, a força do Ademar como interventor, querendo fazer alguns gestos
políticos importantes para deixar a sua marca no estado de São Paulo.
E ele deixa, que é justamente a criação do Hospital das
Clínicas, que é feito por Ademar de Barros, que leva, como bom político a inaugurar...
Não sei se todo mundo conhece essa história, mas ele inaugura o nosso HC no dia
que é o aniversário do então presidente da
República, que é o Getúlio Vargas. E aí é inaugurado o nosso Hospital das
Clínicas em 19 de abril de 1944.
E eu estou contando toda essa história para dizer
que nenhum desses atores imaginava que ali estaria um embrião do maior complexo
hospitalar da América Latina. Era isso que esses gestos dessas pessoas fizeram:
criar o embrião do maior complexo hospitalar da América Latina.
E é não só o complexo hospitalar da assistência,
porque quando se fala em HC nós estamos falando de aproximadamente - Tom, já me
corrija - de 35% da alta complexidade que hoje é praticada no estado de São
Paulo.
E o mais importante é a gente guardar a informação
que aqui no estado de São Paulo se faz mais de 30% da alta complexidade do
Brasil e nós não temos 30%, 35% da população.
Significa que provavelmente 15% do que nós estamos
atendendo são pessoas oriundas de todo o Brasil. Para nós darmos só um exemplo,
quando nós falamos de cirurgia cardíaca infantil, oito estados brasileiros não
fazem cirurgia cardíaca.
E isso é atendido aonde? Aqui no nosso estado de
São Paulo, aqui pelo Incor, aqui pelo Instituto Dante Pazzanese e as nossas
instituições que fazem alta complexidade.
Sob o ponto de vista assistencial podíamos falar:
“Olha, primeiro em transplante de coração, de rim, de fígado intervivos,
implante coclear”. Mas tão ou mais importante do que isso, um outro fato que eu
também levava paro o Prof. Giovanni naquela época é que eu visitava e visitei
todas...
O Cesar, por exemplo, já fez isso como presidente
da AMB, ir em todas, pelo menos as capitais brasileiras, fazer alguma palestra
para os nossos colegas médicos. E, toda vez que eu terminava uma palestra, as
pessoas me procuravam e o orgulho delas era ter em algum momento vindo a São
Paulo para passar pelo complexo do Hospital das Clínicas e pela Universidade de
São Paulo.
Era alguém me relatando que: “Olha, fiz um curso no
HC”; “Fiz o ‘gastrão’”; ou alguém me relatando de um simpósio; ou alguém
relatando de um curso; ou alguém ter sido um ex-residente; ou alguém ter feito
uma pós-graduação, um mestrado, um doutorado na universidade.
Isto mostra a importância do grande aparelho formador
que nós temos na nossa universidade, que saiu dos muros da universidade para,
no bom sentido, dar metástase para todo o nosso País. Como pensar na medicina
brasileira e, sem dúvida nenhuma, no maior centro de ensino, de pesquisa, que
nós temos no País?
E agora, muito bem falado aqui, a grande aposta
hoje do estado de São Paulo e da medicina brasileira, da medicina mundial, o
que é que nós estamos falando? A grande transformação da próxima década da medicina,
eu não tenho dúvidas, será a saúde digital.
Eu não tenho a mínima dúvida, tanto do ponto de
vista de assistência como do ponto de vista também - tão importante quanto
assistência - de gestão. É informação perto para a tomada de decisão e até para
a formação de profissionais. E o Governo do Estado de São Paulo procurou quem?
Procurou a nossa Universidade de São Paulo para começarmos com ela.
Vamos envolver todas as universidades públicas do
estado de São Paulo, porque nós sabemos que ali nós temos profissionais
melhores qualificados. Vamos envolver Unicamp, Unesp, Unicamp, Marília, Rio
Preto, utilizando nossa Unifesp, Universidade de São Carlos, mas começamos com
um grande pensamento, com toda a estrutura hoje sendo montada na Secretaria de
Saúde com a Universidade de São Paulo, com o grupo Inova HC.
Por isso, quando eu estava vindo para cá, recebo um
telefonema do governador Tarcísio de Freitas, que me pede para que, neste ato,
transmita a todos, primeiro, o grande apoio que ele faz ao HC, a nossa
Faculdade de Medicina, as nossas Fundações.
E apoio é muito feito por gestos e, se nós
observarmos esses 16 meses de governo de Tarcísio de Freitas, nós vamos ver
todos os gestos que nós fizemos para a nossa universidade.
E mais do que isso: que transmita a todos o nosso
agradecimento. Agradecimento a todos os docentes, professores e aos mais de
25.000 colaboradores.
Muito obrigado pelo que vocês fizeram, fazem e
farão pela Saúde do nosso País.
Muito obrigado.
O SR.
FERNANDO ZAMITH - MESTRE DE CERIMÔNIAS - E agora convidamos para ouvir as
palavras do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, professor
Dr. Vahan Agopyan.
O SR. VAHAN
AGOPYAN - Boa noite, senhoras e senhores. É um dia de festa.
Estou vendo as pessoas um pouco tristes, não sei; cansadas, talvez. Prometo
falar pouco. Como já falaram, sou engenheiro. Então, engenheiro é muito
pragmático, costuma ser muito pragmático.
Queria inicialmente cumprimentar e agradecer à
deputada Beth Sahão. Deputada, é muito importante esse pequeno gesto. Talvez
para a senhora seja pequeno, mas que é muito importante para essa instituição
que é o orgulho nosso, de todos os brasileiros.
E, por favor, deputada, transmita também os meus
cumprimentos aos seus colegas porque, por uma série de razões, nosso
Legislativo sempre acreditou ainda no tempo em fins do império, do começo da república,
que com Educação, Ciência e Tecnologia o estado de São Paulo se desenvolveria.
Então isso já vem praticamente há dois séculos
sendo praticado. O nosso Legislativo é um exemplar. Eu digo exemplar até o
presente momento pelo gesto da senhora. Mas também, por exemplo, no fim do
século XIX terem instituído e criado as faculdades técnicas, faculdades
profissionais que depois resultariam na USP. Na Constituição de 1948, prever a
existência de uma agência como a Fapesp.
Na Constituição de 1889, que o Executivo tinha
mandado uma proposta incluindo 0,5% para a Fapesp, como estava até então, e o
Legislativo alterou para 1%, permitindo que essa agência de fomento seja
bastante forte.
Então o Legislativo teve um papel muito importante
no desenvolvimento do nosso estado, utilizando e reforçando muito a Educação, a
Saúde, Ciência e Tecnologia.
Eu quero
também aproveitar e cumprimentar meu colega de
secretariado, Prof. Eleuses, que eu aprendi a admirar pela sua generosidade e
espírito colaborativo que ele tem.
Eu vou pedir até desculpas, vou cortar
um pouquinho o protocolo e cumprimentar também a Priscila. Agora eu compreendi
por que ela é tão eficiente: ela tem um background para isso.
Meu caro amigo Carlotti, magnífico
reitor da Universidade de São Paulo. “Magnífico” é o pronome de tratamento para
os reitores, mas no caso do Prof. Carlotti é adjetivo. Realmente, a gestão que
ele vem fazendo é fantástica, e deixa também todos nós muito orgulhosos.
O professor Dr. Edivaldo Utiyama, diretor
clínico do nosso HC; o Prof. Roger, representando aqui a diretoria da Faculdade
de Medicina; a Prof. Heloísa, diretora; o Giovanni Cerri, que eu conheço há uns
20 anos, sempre atuante, sempre criativo, sempre preocupado.
Tem até uma peculiaridade, eu tenho uma
admiração muito grande pelo Giovanni, porque convivíamos... ele era diretor, a
primeira vez que ele foi diretor da Faculdade de Medicina eu era diretor da
Escola Politécnica, e nós mantivemos um diálogo, uma troca de experiências
entre as unidades muito grande dentro da USP.
Aí aumentou a minha admiração por ele,
porque a generosidade dele... ele não estava naquele momento preocupado com a
Faculdade de Medicina, ele estava preocupado com a Universidade de São Paulo,
com o ensino superior na Universidade de São Paulo. Esses gestos demonstram o
caráter de pessoas excepcionais.
Tomzé, Antonio José Pereira,
superintendente do Hospital, em seu nome, por favor, eu queria cumprimentar
cada um dos colaboradores, dos 20 e poucos mil colaboradores do HC, que mantêm
essa instituição modelo atuante, dinâmica e, como já foi citado, resiliente,
que se adequou à pandemia em uma rapidez fantástica.
Imagino como deve ter sido difícil,
porque eu conheço como se comportam os professores titulares. Então, se vocês
conseguirem transformar o Instituto Central em uma emergência, não deve ter
sido fácil. Parabéns.
E os nossos dirigentes das duas
fundações - o Arnaldo Hossepian e o Paulo Rodrigues da Silva -, instituições
que permitem que o HC tenha o dinamismo necessário para os hospitais de
vanguarda, os hospitais de grande classe.
Pois bem, não vou repetir, porque de
fato o Hospital das Clínicas é um motivo de orgulho para todos os brasileiros,
sem dúvida. Eu apenas talvez relembre um pouquinho o que o saudoso Prof.
Jatene, eu gostava muito, o Prof. Jatene e eu participamos de vários conselhos
juntos, então eu gostava muito de conversar com ele.
Uma vez ele deixou bem claro, falou:
“Vahan, não existe hospital de excelência que não tenha ensino e pesquisa de
qualidade”. E o nosso HC daqui, os outros HCs universitários do nosso estado já
nasceram com essa vocação de ensino e pesquisa e são hospitais de excelência.
E um outro saudoso professor, o Prof.
Idal, me comentou uma coisa muito importante. Então, em uma conversa falei:
“Não, mas se preocupa muito com essas coisas. O Brasil é um país pobre,
precisamos fazer isso, fazer mais arroz com feijão”.
Ele falou: “Não, nós temos a obrigação
de ter as nossas instituições públicas de qualidade para servir de referência
para o resto do sistema da saúde. Então o HC também teve esse papel muito
importante.
Então é um exemplo de qualidade;
qualidade na prestação de serviços para a comunidade. Aliás, ousamos ter
orgulho de fazer o melhor para as pessoas com as pessoas. Achei um lema bem
característico.
E essa preocupação de busca incessante
e persistente da qualidade é que destaca esse hospital dos demais hospitais, e
é uma referência, quer dizer, graças a uma instituição como o Hospital das
Clínicas nesses últimos 80 anos é que nós temos, no estado de São Paulo, um
serviço público de saúde de qualidade.
Eu falo isso porque eu morei no
exterior, então sei como é serviço de saúde mesmo dos países ditos de primeiro
mundo. Nós temos que ter orgulho mesmo. Eu tenho muito orgulho, realmente,
desse complexo do Hospital das Clínicas.
Eu diria o seguinte, o estado de São
Paulo é até privilegiado. Eu acho que nós somos privilegiados. Nossas
lideranças são muito esclarecidas. Eu citei a nossa Assembleia Legislativa,
nossas lideranças em geral - não estou dizendo lideranças políticas somente, as
lideranças são bastante esclarecidas há dois séculos.
Quer dizer, no fim do século XIX, logo
depois da Proclamação da República, propuseram as escolas profissionalizantes,
que a Assembleia abraçou imediatamente e deu recursos. A medicina atrasou um
pouquinho por problemas internos, mas engenharia e agronomia foram mais
rápidos. E continuaram.
Então é um estado que é pequeno, não
tem nem cinco por cento da área do nosso País, cerca de 20% da população, um
terço do PIB, metade do conhecimento e desenvolvimento do País. Então nós
estamos privilegiados. Por esse perfil, as nossas instituições de referência,
como o Hospital das Clínicas...
Eu sou engenheiro, não sou médico, nem
frequento hospital, assim como o Tomzé. De vez em quando eles me levam lá na
marra, mas não é vontade própria. Mas então essas nossas instituições
extrapolam as fronteiras, porque não dá para ser somente no estado de São
Paulo. O HC está servindo de referência para todo o País e para todo o
continente.
Das contas vocês falaram que
praticamente um terço das cirurgias complexas são de fora do estado; eu diria,
provavelmente uma parte considerável de fora do próprio território brasileiro.
Então parabéns, Hospital das Clínicas. Parabéns
aos dirigentes; aos funcionários; a todos os residentes, os que fazem internato;
a toda essa comunidade que forjou essa instituição que nos orgulha e está
mantendo, o que é muito mais difícil do que somente fazer.
Parabéns.
Longa vida. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Estamos nos
aproximando de um momento especial, de homenagem. Neste instante, convidamos a
deputada estadual Beth Sahão para ir até o local onde está a placa que vai
homenagear os 80 anos do HCFMUSP. A homenagem será prestada com a entrega desta
placa ao engenheiro Antonio José Rodrigues Pereira.
Este é um momento especial, de entrega
desta placa, de homenagem aos 80 anos do HCFMUSP. Homenagem prestada pela
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, pela proposição da deputada
estadual Beth Sahão. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a homenagem.
*
* *
Por gentileza, solicitamos que o
engenheiro e a deputada retornem aos seus lugares na nossa Mesa. A palavra que
queremos ouvir agora, neste momento, é do superintendente do HCFMUSP,
engenheiro Antonio José Rodrigues Pereira.
Com a palavra o superintende do HCFMUSP.
O
SR. ANTONIO JOSÉ RODRIGUES PEREIRA - Boa noite a
todos e a todas. Excelentíssima Sra. Beth Sahão, deputada estadual, em nome de
quem saúdo os demais parlamentares; os professores titulares; as autoridades
aqui presentes, os diretores-executivos, os diretores de corpo clínico, os
diretores de núcleo e os mais de 20 mil colaboradores que fazem com que o HC
seja o orgulho desta Nação.
Com enorme alegria e satisfação,
recebemos esta importante honraria concedida por esta Casa, que representa toda
a população do estado de São Paulo, em homenagem aos 80 anos da fundação do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Este é, sem dúvida, um momento especial
na história do HC, cuja missão e visão é ser uma instituição de excelência, reconhecida
nacional e internacionalmente em ensino, pesquisa, assistência e inovação.
Desde 1944, o HC vem avançando e se
consolidando como referência no tratamento de doenças de alta complexidade,
beneficiando os pacientes de São Paulo e de todo o País com terapias e
tecnologias mais avançadas.
O maior complexo hospital da América
Latina, o HC é um orgulho do Sistema Único de Saúde brasileiro, que
disponibiliza aos seus pacientes assistência especializada e humanizada.
Ao longo desses 80 anos, muitos foram os
pioneirismos protagonizados pela instituição, dentre os quais, elencamos:
primeiro transplante de rim da América Latina em 1965; primeiro transplante de
coração do Brasil e segundo do mundo em 1968; primeiro transplante intervivos
de fígado do mundo em 1988.
Primeiro transplante de fígado em
crianças do Brasil em 1989; primeiro bebê de proveta em hospital público do
Brasil em 1991; primeiro ventrículo artificial desenvolvido no País e primeira
cirurgia de autoimplante cardíaco da América Latina em 1983; primeiro implante
coclear do País em 1994.
Além disso, primeiro transplante de
útero da América Latina em 2013; transplante inédito de fígado em pacientes com
diagnóstico de hepatite fulminante provocada por febre amarela em 2017;
utilização de micro-ondas para tratar câncer ósseo de fígado, rim e pulmão.
Desenvolvimento de vacina que pode
evitar febre reumática em 2019. Criação do Plano de Saúde Digital em parceria
com o governo do Reino Unido, em 2021, para ampliar a qualidade e eficiência no
atendimento e acompanhamento de pacientes de forma remota.
Aqui faço um parêntese ao professor Dr.
Giovanni Guido Cerri, que é o responsável por eu estar aqui, neste momento, e
que foi o responsável em colocar a saúde digital quando não se falava nesse
momento.
Em 2020, durante o período mais crítico
da pandemia de Covid-19, o Hospital das Clínicas da FMUSP enfrentou o maior
desafio, já citado aqui, de sua história. Para atender com eficiência os
doentes graves, transformou o seu instituto central em hospital exclusivo para
assistir os pacientes infectados com o coronavírus, com 900 leitos, 200 dos
quais de UTI.
Aí, faço uma menção que não poderia
deixar de fazer, à Prof.ª Heloísa, que liderou isso daqui com toda... E aí,
pegando o gancho, é fácil trabalhar com professores, um pouquinho difícil, como
o senhor falou, mas tem sido fácil. É verdade isso.
Considerando a gravidade dos casos que
chegaram ao complexo, obtivemos resultado expressivo de mais de 60% de
pacientes recuperados que puderam retornar ao convívio familiar e social.
Os números do HCFMUSP são superlativos.
Ocupando um complexo de 600 mil metros quadrados, do chamado Quadrilátero da
Saúde, o HCFMUSP dispõe, atualmente, de 2700 leitos em seu Instituto Central:
do Coração; da radiologia, o InRad; da psiquiatria, o IPQ; da Criança e do
Adolescente, o ICr.
Da Medicina Física e Reabilitação,
IMRea; da Ortopedia e Traumatologia, o Instituto de Ortopedia; do Câncer,
Icesp; do Instituto Perdizes - o mais novo desses institutos, inaugurado em
2022, para atendimento de pacientes com quadros graves de dependência em álcool
e drogas.
Todas as instituições possuem
certificados de acreditação, que reconhecem a preocupação do corpo clínico com
a segurança dos pacientes e a excelência do atendimento.
Atualmente são realizados, conforme
vídeo colocado, mais de 113 mil atendimentos de urgência e emergência, quase um
milhão de consultas ambulatoriais, 682 mil exames de imagem, 61 mil internações
e tantas outros que foram citadas aqui.
O HC, atualmente, como o meu amigo,
como posso falar, o professor Dr. Eleuses, que tem nos ajudado muito... é
atualmente responsável por 35% de todas as internações diagnósticas de alta
complexidade realizadas no estado de São Paulo e 35% dos atendimentos de casos
complexos em toda a Capital paulista.
Circulam diariamente, pelo complexo
Hospital das Clínicas, mais de 45 mil pessoas. Como eu sempre digo, se São
Paulo fosse um município, e São Paulo, caso não esteja equivocado, tem 648
municípios, nós estaríamos entre os 150 maiores municípios.
E vem por aí, vem mais. O complexo do
HC será ampliado para atender mais e melhor a população e expandir sua atuação
no ensino e na produção científica, com recursos liberados pelo Governo de
Estado de São Paulo.
E volto mais uma vez a agradecer ao
professor magnífico reitor da Universidade de São Paulo, Prof. Carlotti, que
nos ajudou, junto ao Prof. Eleuses; e com isso nós estamos criando um novo
centro de pesquisas clínicas e o Instituto Dr. Ovídio Pires de Campos, que irá
aumentar a capacidade do atendimento do hospital em oftalmologia, otorrino,
bucomaxilo e cabeça e pescoço.
O complexo também investe fortemente
com inovação em saúde digital, por meio do InovaHC, liderado pelo Prof.
Giovanni. O projeto “OpenCare 5G” irá utilizar a tecnologia 5G para
possibilitar assistência médica remota em localidades distantes do País,
atendendo pessoas que atualmente não possuem acesso ao atendimento em saúde
primária, como muito bem citado pelo Prof. Eleuses.
Ou seja, um grande projeto de Saúde
digital que está acontecendo em parceria com o HC FMUSP, com a Secretaria da
Saúde e com a Fundação Faculdade de Medicina.
Não poderia deixar de citar a
engenheira supercompetente, Dra. Priscila, que também lidera isso lá dentro. Recentemente,
o InovaHC também fechou a parceria com a Amazon Web Services para a implantação
de um laboratório de inteligência artificial generativa, de modo a promover
maior eficiência em diagnóstico de saúde.
O HC tem como fundação de apoio
administrativo, operacional, a Fundação Faculdade de Medicina, FFM, assim como
o Incor, um dos seus mais renomados institutos, e apoiado pela Fundação
Zerbini.
Nesse sentido, como já foi citado aqui,
cabe ressaltar a sanção pelo governador Tarcísio de Freitas. E aí mais uma vez
temos que elogiar o trabalho do presidente da Assembleia, André do Prado, e da
Dra. Bruna Furlan sobre isso aqui, que aprimora a relação entre a administração
pública e as fundações de saúde dos hospitais públicos universitários em São
Paulo.
A norma permite às instituições mais
autonomia de gestão, fortalecendo o sistema de Saúde estadual e melhorando a
prestação de serviço à população paulista. Eu diria para vocês, senhores, que
sem as fundações de apoio nós não teríamos chegado aos 80 anos.
Com a nova lei, o Estado enfatiza a
importância das fundações e dos hospitais universitários para o sistema público
de Saúde, aperfeiçoando a gestão desses hospitais com a prestação de serviço de
assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e
terapêutico à comunidade e a formação de pessoas no campo de Saúde pública. Ou
seja, sem formação, sem ensino, como o Prof. Vahan comentou e o nosso magnífico
reitor, não existe Saúde e não existe futuro para este País.
Os objetivos dessa legislação compreendem
ainda a possibilidade de contratações para as atividades de ensino, pesquisa,
extensão e assistência à inovação; promoção de desenvolvimento institucional,
execução de contratações de obras, serviços de aquisição de materiais e
equipamentos de outros insumos relacionados às atividades ligadas ao
desenvolvimento de tecnologia na área de saúde.
Em nome de mais de 20 mil colaboradores
que formam o corpo clínico, assistencial e administrativo do HC, agradecemos
aos nobres deputados, principalmente à deputada Beth Sahão, pela honraria
concedida.
E renovamos o nosso compromisso de
atuar de forma incansável para seguir fortalecendo e ampliando a qualidade da
sua assistência, ensino, pesquisa e extensão acadêmica proporcionada em nosso
hospital-escola.
Eu diria para a senhora, deputada, que
o HCFMUSP é o maior complexo da América Latina, mas não o maior, o de melhor
qualidade da América Latina, do Brasil, do mundo. E, se tiver alguma coisa na
galáxia, com certeza será o melhor.
Obrigado a todos.
E boa noite. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - E chegamos ao
momento de encerrar esta sessão solene para ouvir as considerações finais da
deputada Beth Sahão.
A
SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Primeiro,
agradecer a todas e todos por esta linda sessão solene, agradecer a todos os
presentes, ao pessoal aqui da Mesa, a todas as autoridades, secretários,
reitor, ex-reitores, diretores de áreas da Saúde, ex-secretários de Saúde, ao
nosso superintendente do HC, enfim, a todos vocês.
Foi uma alegria poder participar desta
homenagem hoje. Fico muito feliz de ter podido ser a proponente desta ideia,
acho que isso vai ficar marcado na história da Assembleia Legislativa.
Esta Casa é para isso também, é para
reconhecer os trabalhos que são feitos nas mais diferentes áreas de
responsabilidade do Estado, e a Saúde talvez seja uma das maiores, ao lado da
Educação, a responsabilidade do Estado.
Então, é muito importante a gente
relembrar isso, a gente reverenciar esse hospital ao lado da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo. Então é o que eu tenho a dizer. Mais uma vez, que
vocês continuem sendo sempre bem-vindos a esta Casa de Leis.
Nós estamos sempre à disposição para
levarmos adiante os avanços das novas tecnologias, da inovação, do melhor
atendimento à saúde, como você bem pontuou na sua fala, áreas que a gente
desconhecia, até. E a gente vê a grandeza e o tamanho desse hospital.
Bem, esgotado o objeto da presente
sessão, eu agradeço às autoridades, a toda a minha equipe, aos funcionários do
serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do
Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp,
das assessorias das polícias Militar e Civil, bem como a todos que, com suas
presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.
Está encerrada esta presente sessão.
Boa noite a todos. (Palmas.)
*
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- Encerra-se a sessão às 22 horas.
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