8 DE ABRIL DE 2024

14ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 80 ANOS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS

        

Presidência: BETH SAHÃO

        

RESUMO

        

1 - BETH SAHÃO

Assume a Presidência e abre a sessão às 20h14min.

        

2 - FERNANDO ZAMITH

Mestre de cerimônias, nomeia a Mesa e demais autoridades presentes.

        

3 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente solenidade para "Homenagem aos 80 Anos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP”, por solicitação desta deputada.

        

4 - FERNANDO ZAMITH

Mestre de cerimônias, convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

        

5 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Tece considerações sobre a relevância da solenidade.

        

6 - FERNANDO ZAMITH

Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo institucional sobre o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

        

7 - PAULO EDUARDO MOREIRA RODRIGUES DA SILVA

Diretor-presidente da Fundação Zerbini, faz pronunciamento.

        

8 - ARNALDO HOSSEPIAN JÚNIOR

Diretor-presidente da Fundação Faculdade de Medicina, faz pronunciamento.

        

9 - ROGER CHAMMAS

Professor assessor da Diretoria da Faculdade de Medicina da USP, a representar a instituição, faz pronunciamento.

        

10 - GIOVANNI GUIDO CERRI

Professor e presidente da Comissão de Planejamento e Controle do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, faz pronunciamento

        

11 - EDIVALDO MASSAZO UTIYAMA

Professor e diretor clínico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia da instituição, faz pronunciamento.

        

12 - CARLOS GILBERTO CARLOTTI JÚNIOR

Magnífico reitor da USP, faz pronunciamento.

        

13 - ELEUSES PAIVA

Secretário estadual de Saúde, faz pronunciamento.

        

14 - VAHAN AGOPYAN

Secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, faz pronunciamento.

        

15 - FERNANDO ZAMITH

Mestre de cerimônias, anuncia a entrega de placa ao engenheiro Antonio José Rodrigues Pereira, superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

        

16 - ANTONIO JOSÉ RODRIGUES PEREIRA

Engenheiro e superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE BETH SAHÃO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 22 horas.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Beth Sahão.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear os 80 anos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp no Youtube.

Convidamos para compor a Mesa Diretora desta sessão solene: deputada estadual Beth Sahão, presidente proponente desta sessão. (Palmas.) Convidamos o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Professor Dr. Vahan Agopyan. (Palmas.) Convidamos o Dr. Eleuses Paiva, secretário de Estado da Saúde de São Paulo. (Palmas.)

Convidamos o professor Dr. Carlos Gilberto Carlotti Júnior, magnífico reitor da Universidade de São Paulo. (Palmas.) Engenheiro Antonio José Rodrigues Pereira, superintendente do Hospital das Clínicas da FM-USP. (Palmas.)

Professor Dr. Edivaldo Massazo Utiyama, diretor clínico do Hospital das Clínicas da FM-USP. (Palmas.) Professor Dr. Giovanni Guido Cerri, presidente da Comissão de Planejamento e Controle do Hospital das Clínicas da FM-USP e presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da FM-USP. (Palmas.)

Professor Dr. Roger Chammas, assessor da Diretoria da Faculdade de Medicina da USP que, neste ato, representa a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. (Palmas.)

Dr. Arnaldo Hossepian Júnior, diretor-presidente da Fundação Faculdade de Medicina (Palmas.) Dr. Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva, diretor-presidente da Fundação Zerbini. (Palmas.)

Esta é a composição da Mesa Diretora dos trabalhos desta noite. E, para a abertura desta sessão solene, ouviremos a deputada estadual Beth Sahão.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Boa noite a todas e a todos, sejam muito bem-vindos a esta sessão solene. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo a minha solicitação, com a finalidade de homenagear os 80 anos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agora convidamos a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pelo Coro Masculino do Corpo Musical da Polícia Militar do estado de São Paulo.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agradecemos ao coro masculino da Polícia Militar pela execução do Hino Nacional Brasileiro, regido pelo subtenente da Polícia Militar, Motta. Agradecemos esta participação tão especial.

Registramos agora e agradecemos a presença de personalidades aqui presentes: Dra. Priscilla Perdicaris, secretária executiva de Estado da Saúde; Sr. Fábio Kawamura, diretor executivo do InCor; Dr. Silvio Garcia, diretor de relações governamentais da Abimed.

Dr. Joaquim Claro, diretor e conselheiro do Cremesp; Dr. Edison Luz, conselheiro do Conselho Regional de Enfermagem; Dr. Carlos Isa, defensor público e coordenador da Defensoria Pública da Alesp;

Dr. Virgílio Carvalho, diretor técnico e representante do secretário de Estado e de Turismo em Viagens, Roberto de Lucena. Sra. Isabela Farinelli, representante do governo britânico.

Professor Dr. Werther Brunow de Carvalho, representante do Instituto da Criança e do Adolescente; Dr. Luiz Braz Pereira, representante do senador Astronauta Marcos Pontes.

Senhores, lideranças do HC, parceiros e doadores do HC, professores titulares, professores da área de saúde e equipes multiprofissionais, é uma honra tê-los aqui nesta sessão solene.

Convidamos agora a deputada Beth Sahão para seu pronunciamento de abertura da sessão solene.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Boa noite a todos e a todas, mais uma vez. Saudar todos os componentes da mesa: meu querido amigo e secretário da Saúde, Dr. Eleuses, lá da minha região; é de São José do Rio Preto, eu sou de Catanduva, e a gente tem uma relação de amizade há muito tempo.

Aliás, quero destacar a forma atenciosa com que o Eleuses trata esta Casa. Amanhã mesmo ele estará na Comissão de Saúde prestando contas. Nunca se furtou a fazê-lo. Então, agradeço muito por essa parceria. Você, que está nessa área tão importante, que é a área da Saúde, e tem feito isso com muita dedicação. Obrigada pela presença aqui.

Também o Professor Dr. Vahan, secretário de Ciência e Tecnologia, com quem nós também temos uma relação muito estreita, porque presido a Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas e dos Institutos de Pesquisa.

Já estivemos lá, sempre brigando por mais recursos para as universidades, para os institutos - que, aliás, é um papel fundamental desta Casa de Leis.

Professor Dr. Carlos Gilberto Carlotti, que é o reitor da Universidade de São Paulo, esta universidade que tanto nos orgulha, que presta um serviço maravilhoso de excelência na educação, na pesquisa e na inovação tecnológica. Obrigada pela presença também.

O engenheiro Antonio José Rodrigues Pereira, que eu tive o prazer de conhecer há poucos dias - nos falamos bastante por telefone -, superintendente do Hospital das Clínicas. Agradeço muito também a sua presença e o parabenizo pela forma com que você conduz aquela instituição.

Professor Edivaldo Massazo Utiyama, diretor clínico, com quem também tivemos uma convivência estreita recentemente, em função de uma CPI que foi instalada aqui nesta Casa. Aproximamo-nos muito e pude aprender a respeitá-lo pelo trabalho desenvolvido frente à diretoria clínica do HC.

Professor Giovanni Guido Cerri, que, aliás, conheci quando membro de uma CPI aqui na Casa para impedir que o instituto de saúde fosse extinto - a Furp, Fundação para o Remédio Popular.

Dr. Guido esteve aqui, fez uma defesa brilhante da Furp, que foi muito importante na ocasião para que ela se mantivesse, como se mantém até hoje, produzindo, às vezes, medicamentos que muitos laboratórios privados não fazem. Então, obrigada também pela sua presença.

Professor Roger Chammas, assessor da diretoria da faculdade de medicina, prazer em conhecê-lo; Dr. Arnaldo Hossepian Junior, diretor-presidente da Fundação da Faculdade de Medicina; e Paulo Eduardo da Silva, diretor-presidente da Fundação Zerbini. Sejam todos muito bem-vindos a esta solenidade.

É com grande felicidade, na condição de deputada estadual, a quem o povo de São Paulo atribuiu a função de representá-lo, que saúdo a instituição cuja história atravessa a vida de milhares de paulistanas, paulistanos e paulistas. Sem medo de parecer exagerada, afirmo: saúdo a instituição que desperta mais orgulho em cada cidadã e cidadão deste valoroso estado.

Ao longo de 80 anos, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo tem se dedicado a tarefas primorosas, alcançando o êxito mais relevante: salvar vidas.

Nesses anos, profissionais da medicina e diferentes áreas do conhecimento - estudantes, cientistas, colaboradores, financiadores e profissionais técnicos administrativos - têm se empenhado na tarefa de tornar a instituição a maior referência em saúde pública em nosso País, quiçá uma das maiores instituições médico-científicas do mundo.

Não são poucos os que se somam nas tarefas de realizar pesquisas inovadoras, administrar tratamentos médicos, prevenir doenças, promover curas, disponibilizar atendimentos multidisciplinares, gerenciar a administração, realizar cuidados com espaços hospitalares, salvaguardar a segurança dos prédios.

A longa história do Hospital das Clínicas é escrita por muitos personagens que vieram antes de todos nós, sonhando com a criação e consolidação deste que se tornou o maior complexo hospitalar da América Latina, empreendendo esforços e construindo os caminhos de êxito que ora festejamos.

Sua trajetória teve início com a consolidação das atividades da Faculdade de Medicina da USP. A partir do impulso de médicos idealistas, apoiados pela Fundação Rockefeller e pelo Governo do Estado de São Paulo, foi possível, desde os anos de 1915 ao dia 17 de abril de 1944, instituir um espaço próprio para o desenvolvimento das atividades médico-acadêmicas, alinhadas à produção da pesquisa e conhecimentos científicos no campo médico.

Consolidado como o maior complexo hospitalar da América Latina, como já disse, o Hospital das Clínicas tem apresentado resultados admiráveis. No último ano, foram um milhão de exames por imagem, 11.200 milhões de exames laboratoriais, 3.200 milhões de consultas ambulatoriais, 113 mil atendimentos de urgência, 14 milhões e 900 mil medicamentos distribuídos, 36 mil cirurgias realizadas, 784 transplantes, 1.937 artigos científicos publicados e 6.247 estudantes residentes.

Ainda que tenha um admirável trabalho, cujos resultados são notáveis e inquestionáveis, o Hospital das Clínicas não está a salvo de mesquinhas críticas e infundados ataques, que buscam, em nome de disputas meramente ideológicas, macular sua atuação para atingir profissionais competentes que dedicam suas vidas à defesa da saúde integral da nossa população, com vigor acadêmico e seriedade médica. Contra essas iniciativas, devemos já agir com destemor e inenarrável compromisso ético.

Exatamente por isso, no ano de 2023, nosso mandato se dedicou à firme defesa do trabalho desenvolvido pelo Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual, Amtigos, do Instituto de Psiquiatria do HC.

Nesta Casa Legislativa, foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito sem que houvesse fato determinado que fundamentasse qualquer apuração, senão ilações inverídicas acerca do grande trabalho desenvolvido pelos profissionais do Amtigos, trabalho esse pautado exclusivamente na ciência e nas regras do Conselho Federal de Medicina, como ficou comprovado pela própria CPI.

Infelizmente, vimos parlamentares tentarem descredibilizar as ações do HC em busca de criar falsas narrativas morais e perpetuar preconceitos, mas não alcançaram seus objetivos. Ainda bem.

A nossa atuação, ao lado de outros parlamentares do campo progressista, resultou na defesa intransigente do próprio Hospital das Clínicas, protegendo o belo trabalho desenvolvido pelo ambulatório alvo de investigação.

Com nosso esforço, ao tempo que afirmamos que aquela não passou de uma CPI desnecessária, asseveramos para toda a sociedade paulista a importância e seriedade das ações desenvolvidas por essa inestimável instituição que então completa 80 anos.

O Hospital nas Clínicas está na vida de cada cidadã e cidadão paulista e atravessa a existência da vida do povo brasileiro. Não há um só de nós que não tenha um episódio na vida na qual o hospital seja parte.

Como paciente, ou como parente ou amigo de paciente, a história do HC se entrelaça com nossas histórias, desde fatos particulares a momentos públicos da história do Brasil.

Em minha memória, recordo com emoção a manhã do dia 19 de janeiro de 1982, quando, em um sobressalto inacreditável, tive conhecimento da agonia da cantora Elis Regina, cujo canto embalou minha adolescência e ainda anima minha vida.

Foi para as imagens do Hospital das Clínicas, refletidas na televisão da minha casa, que minhas retinas se voltaram, cheias de esperança de que tudo não passaria de um susto.

E foram naqueles instantes que, tomada de grande emoção, senti a tristeza da partida repentina da maior voz do Brasil, tendo a convicção de que nada poderia ser feito, pois Elis estava aos cuidados do mais importante hospital do nosso Estado.

Certamente, minha emoção se somou à expectativa de milhares de brasileiras e brasileiros que, nos idos de março e de abril de 1984, acompanhamos o suplício do presidente Tancredo Neves.

Foi nas mãos do Hospital das Clínicas que o País depositou a esperança de tratamento do primeiro presidente civil eleito após 21 anos de sangrenta e odiosa ditadura, que... aliás, o golpe que completou 60 anos na semana passada.

Foi pelas paredes do auditório do Instituto do Coração do HC que, às 22 horas e 23 minutos do dia 21 de abril, ecoou a notícia que não queríamos ouvir, levando toda uma nação a uma só comoção, deixando inscrito na história do País o esforço dos médicos e profissionais do Hospital das Clínicas em curar o homem que representava naquele instante a volta da democracia.

Ao festejar seus 80 anos, apontamos a bússola dos nossos tempos na direção do futuro. Centenas de estudantes têm sido formados em médicas e médicos, novos profissionais de medicina, idealistas têm chegado, novos desejos e sonhos têm sido projetados.

O Hospital das Clínicas tem a grata missão de continuar a ser o maior espaço de ciência médica, tratamento e cura do nosso País. E não duvidemos, essa missão será cumprida mantendo o orgulho de todo o País no maior complexo médico hospitalar da América Latina.

Para que esse projeto de futuro se concretize, devemos firmar no presente compromissos inarredáveis em defesa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: compromisso de defesa intransigente da produção científica acadêmica da instituição, assegurando a liberdade científica e de cátedra e afastando ataques ideológicos que desmereçam sua atuação.

Compromisso orçamentário, estabelecendo diálogos institucionais para que sejam asseguradas as devidas verbas para a expansão da pesquisa e dos atendimentos, a realização de novos projetos e a continuidade de tratamentos em curso.

Compromisso ético, que assegure a autonomia administrativa, permitindo a plena gestão da instituição pautada por valores de equidade, eficiência, transparência e participação. Esses são os compromissos que, na qualidade de integrante desta Casa Legislativa, perante todo o povo de São Paulo, assumo.

Ao mesmo tempo, compartilho-os com as autoridades aqui presentes, convidando-os a abraçar, com zelo republicano e afeto paulista, o Hospital das Clínicas pelos próximos 80 anos ou mais, se vida tivermos. Em nome de todo o povo do estado de São Paulo, dirijo-me aos integrantes do Hospital das Clínicas para dizer: “muito obrigada”.

Na grandeza do nosso povo, para que se registre nos Anais desta Casa e para que possa estar escrita na história do Hospital das Clínicas, o povo paulista, em uníssona voz, diz a toda a equipe desse importante complexo hospitalar: “muito obrigada por tudo”.

Estou certa de que nesta noite plantamos a semente de reconhecimento e gratidão ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com a convicção de que florescerão em forma de vida, saúde e cura.

Vida longa ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agradecemos as palavras da deputada Beth Sahão. Muito obrigado por palavras referentes à nossa instituição.

E neste momento assistiremos ao vídeo institucional do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - E agora passaremos a ouvir a palavra das autoridades. Convidamos o Dr. Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva, diretor-presidente da Fundação Zerbini.

 

O SR. PAULO EDUARDO MOREIRA RODRIGUES DA SILVA - Boa noite a todos. Eu quero cumprimentar a Mesa Diretora, presidida pela deputada Beth Sahão, pelos ilustres professores já nominados, gestores da Saúde, cumprimentar os dirigentes dos institutos do HC presentes, todos os colaboradores.

E, em meu nome, em nome da Fundação Zerbini, que tenho o enorme orgulho de representar, quero homenagear o HC pelos seus 80 anos.

Quem conheceu, quem conhece e vive a vida do HC, sabe a enorme vitalidade que tem esse hospital, a enorme capacidade de atendimento a uma população SUS dependente, o maior de toda a América Latina - para não dizer São Paulo e do Brasil - e o mais importante e o melhor.

Prova disso são os vários ranqueamentos em que o HC aparece sempre ali em primeiro lugar. E, por isso, ele é um hospital muito reconhecido. Mas não é reconhecido só pela assistência que presta, ele é um local de formação de recursos humanos de várias atividades de saúde.

Ele é um centro de pesquisa, talvez um dos maiores, não só da Universidade de São Paulo, mas de todo o estado de São Paulo e do Brasil. E ali tem enormes laboratórios de pesquisa, de inovação, que fazem cada vez mais a renovação dos nossos métodos de ensino e de assistência.

Eu queria aproveitar esta oportunidade para agradecer aqui, em nome das fundações, não tenho a delegação de todas elas, mas em nome das Zerbini, a recente lei das fundações aprovadas e sancionadas pelo governador nesta quinta-feira passada.

Tivemos o apoio incondicional da Secretaria de Saúde e de todo o executivo do Governo do Estado de São Paulo, desta Casa, que aprovou com unanimidade um regime de urgência e aprovou, em tempo recorde, o nosso projeto de lei, que foi elaborado com a participação de todos lá no HC e com alguns colaboradores de fora.

Essa nova lei nos posiciona depois do caso da Zerbini, há mais de 40 anos, com incertezas ali da participação dela na gestão do sistema de saúde do complexo - no caso, a Fundação Faculdade de Medicina e a Fundação Zerbini.

A partir de agora, e com a regulamentação da Lei das Fundações, nós teremos respostas para todos os questionamentos que nos fizeram durante esses anos todos, questionamentos às vezes muito razoáveis, mas que não colocavam as fundações como parte da gestão do complexo.

Então, isso está valendo a partir de agora, e acho que nos trará grandes avanços na agilidade da gestão administrativa, assistencial, de pesquisa, de ensino do complexo hospitalar. É o que eu tinha a dizer. E cumprimentar a todos novamente.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agora, passaremos a ouvir a palavra do Dr. Arnaldo Hossepian Junior, diretor-presidente da Fundação Faculdade de Medicina.

 

O SR. ARNALDO HOSSEPIAN JUNIOR - Muito boa noite a todos. Eu quero fazer um cumprimento especial à deputada Beth Sahão. A deputada Beth Sahão certamente não vai se recordar: em 2002, a senhora chegou a esta Casa.

Em 2003, 2004 e 2005, a senhora foi ao Ministério Público de São Paulo, de onde sou oriundo, e levou pela primeira vez a preocupação com a exploração infanto-juvenil nas rodovias do estado de São Paulo. Foi a senhora que batalhou essa causa aqui.

Então, a sua fala de conteúdo humanista eu já conhecia de longa data. Só posso felicitar a senhora por ter se aprimorado mais e enfrentado inúmeras pautas onde coloca a figura humana em primeiro lugar.

Quero cumprimentar o reitor Carlotti, quero cumprimentar o secretário e meu patrício Vahan, sempre reitor da nossa Universidade de São Paulo, de onde sou oriundo.  A senhora já deve ter percebido, deputada, que eu aqui sou novato. Falar depois do Professor Dr. Paulo, que preside a Fundação Zerbini de longa data.

E eu cheguei tem míseros dois anos, mercê da confiança que recebi de todos os professores daquela casa e coordenado pelo Prof. Giovanni Cerri, que tenho o privilégio de conhecer já vão dez anos, não é, Prof. Giovanni?

Isso muito me orgulha e me inspira a vir cada dia no complexo Hospital das Clínicas e poder, juntamente deles, colaborar para que isso cresça bastante.

Quero cumprimentar o secretário Eleuses, sempre presente na busca dos melhores caminhos para a Saúde, não só no estado de São Paulo, mas no Brasil. Presidiu a Associação Médica Brasileira.

Quero cumprimentar o Prof. Edivaldo Utiyama e o Prof. Roger, líderes do nosso complexo Hospital das Clínicas, e o meu amigo Antonio José. O Antonio José eu já conhecia de longa data.

Tínhamos uma relação relacionada com as corridas, porque ele e eu somos corredores de longa data, e depois quis o destino que eu encontrasse o Antonio José comandando o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo com um primor e uma capacidade gigante. Cumprimentar todos os colaboradores do hospital, todos os colaboradores da Fundação Faculdade de Medicina.

Rapidamente, dizer à senhora - acho que o Dr. Paulo já deu o recado - que ajudar a comandar o complexo Hospital das Clínicas não é uma coisa simples.

A senhora tem lá - o Tomzé mostrou - 22 mil colaboradores, que chegam lá sabedores dos desafios, mas absolutamente gratificados por terem a oportunidade de entregar um pouco do que conhecem e do que têm para cuidar da população paulista e da população brasileira. E, se não estou enganado - o Tomzé certamente vai trazer -, de alguns que vêm de outros países vizinhos para serem atendidos no complexo Hospital das Clínicas.

Orgulho do Brasil, orgulho de São Paulo. Cabe a nós, cada vez mais, poder fazer o melhor para que o nosso hospital cresça e possa levar o nome do Brasil e o nome de São Paulo, mostrando que o Brasil também dá certo.

O complexo Hospital das Clínicas - e não é à toa que é assim identificado, complexo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - inspira a todos nós.

Então, eu queria dizer, primeiro agradecendo à senhora, como o Dr. Paulo já destacou, a Lei das Fundações é algo absolutamente necessário. Nós tínhamos que sair da obscuridade, e o Parlamento paulista entendeu isso.

O Governo do Estado patrocinou essa causa. O secretário Eleuses, o reitor Carlotti, o nosso secretário Vahan - sempre reitor - nos ajudaram muito para que isso pudesse chegar a bom termo e o governador Tarcísio, sensível, sancionou a nossa legislação.

Então, vida longa ao Hospital das Clínicas e agradeço ao Parlamento paulista por esta homenagem. Mas cá entre nós: ela é muito merecida.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - E agora convidamos para fazer uso da palavra o Professor Dr. Roger Chammas, assessor da Diretoria da Faculdade de Medicina da USP, que neste ato representa a diretoria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Professor.

 

O SR. ROGER CHAMMAS - Muito boa noite a todos. Para mim é um privilégio estar aqui representando a nossa diretora, Prof.ª. Eloisa Bonfá, e os colegas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Deputada Elisabeth Sahão, é um prazer conhecê-la e mencionar a sua sensibilidade e como a senhora conseguiu transmitir de maneira tão clara o que muitos, do povo paulista, pensam a respeito das nossas instituições.

Secretário Eleuses Paiva, secretário Vahan Agopyan, gostaria de cumprimentá-los, em nome de quem cumprimento a todos os representantes do Executivo aqui presentes.

Magnífico reitor Carlotti, gostaria de cumprimentá-lo, em nome de quem cumprimento todos os nossos colegas da Universidade de São Paulo aqui presentes.

Antonio José, Edivaldo, gostaria de dar-lhes os cumprimentos, em nome de quem cumprimento todos os nossos colegas do Hospital das Clínicas, servidores da nossa grande instituição; e também queria estender os cumprimentos aos colegas das fundações de apoio, sem os quais o nosso grande sistema simplesmente desmoronaria.

Fico feliz de termos tido a ascensão da lei na semana passada, que enfim regulamenta a relação entre a Faculdade de Medicina, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e as suas fundações de apoio, que formam esse grande sistema acadêmico que nós chamamos de Sistema Acadêmico FMUSP-HC.

As suas palavras, deputada, me remetem ao que nós, como povo paulista, queremos e fazemos. Na realidade, o que nós fazemos como professores da Universidade de São Paulo, servidores do Hospital das Clínicas, é aquilo que o povo paulista precisa, o povo paulista quer, e é o que procuramos entregar para eles.

E com as fundações de apoio nós conseguimos, ou buscamos entregar de fato aquilo que nos é demandado. É um orgulho para mim. Como docente, é um orgulho participar dessa enorme construção que é a Universidade de São Paulo, é um orgulho para mim, como docente, participar dessa enorme construção que é a Universidade de São Paulo. É um orgulho, para mim, participar dessa enorme construção que é o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

É no Hospital das Clínicas que eu consigo me completar enquanto docente. Eu consigo fazer ensino com pesquisa; eu consigo fazer ensino com inovação; eu consigo acompanhar a assistência.

Eu, pessoalmente, não faço assistência, mas eu consigo acompanhar os meus colegas que fazem assistência na atividade de trabalhar a assistência como um valor máximo.

E daí organizar o campo de trabalho e campo de estágio para que nós possamos fazer a assistência com ensino, assistência com pesquisa, assistência com inovação, para prover o melhor à nossa população.

Eu me orgulho de fazer isso. E eu lembro palavras que o Prof. Carlotti e o Prof. Vahan sempre nos relembram, do que está escrito no brasão das armas da nossa universidade, que diz que: “Com ciência, vencerás”.

E é essa oportunidade que nós temos, enquanto docentes da USP, de trabalhar para que a ciência que nós estudamos, a ciência que nós ensinamos, nos permita vencer e mitigar os males que afligem a nossa população.

E eu espero que esse continue sendo o nosso valor máximo, para que, nos próximos 80 anos da vida longa que o nosso Hospital das Clínicas continuará a ter, nós possamos trazer o melhor que a pesquisa pode trazer para a saúde da nossa população, com o compromisso de ensinar e difundir para toda a população paulista e brasileira aquilo que é o nosso compromisso: cuidar, cuidar bem da saúde do nosso povo.

Muito obrigado pelas suas palavras.

E vida longa ao Hospital das Clínicas. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Convidamos agora para ouvir o Professor Dr. Giovanni Guido Cerri, presidente da Comissão de Planejamento e Controle do Hospital das Clínicas da FMUSP.

 

O SR. GIOVANNI GUIDO CERRI - Inicialmente, eu queria cumprimentar a deputada Beth Sahão pela homenagem que presta ao Hospital das Clínicas. Para nós, isso é muito importante.

O Hospital das Clínicas não é da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; o Hospital das Clínicas é do povo, do País. Porque o Hospital das Clínicas, hoje, extrapolou muito os limites do estado e recebe pacientes do Sistema Único de Saúde de todo o País. Então, eu acho que é muito importante ter esse reconhecimento do que o Hospital das Clínicas faz pela Saúde brasileira.

Quando nós retornamos, a deputada comentou como surge o Hospital das Clínicas. Surge de uma iniciativa da Fundação Rockefeller, que se propôs a construir o prédio da Faculdade de Medicina e, como contrapartida, o Governo do Estado construiu o Hospital das Clínicas.

Ninguém imaginava, deputada, que aquele início levaria a uma história de tanto sucesso e tanta glória para a Saúde brasileira. Realmente, foi uma história que deu certo.

Eu queria cumprimentar o secretário Eleuses Paiva, que é um amigo muito querido. E dizer, Eleuses, que você sem dúvida foi o secretário que mais tem apoiado o Hospital das Clínicas na sua história.

O Hospital das Clínicas é uma instituição, hoje, gigante, que tem muitas dificuldades. E o senhor, sem dúvida, teve a compreensão do que o Hospital das Clínicas representa e a importância que ele tem para o estado de São Paulo.

Queria cumprimentar também o secretário Vahan Agopyan, porque a história da Faculdade de Medicina da USP e a da Universidade de São Paulo e do Hospital das Clínicas se fundem.

A Universidade de São Paulo foi fundada na sala da congregação da Faculdade de Medicina da USP. Então, a história dessas instituições é uma história só, ela é inseparável.

E queria cumprimentar o nosso reitor, Prof. Carlotti, que eu diria que hoje é muito mais diretor do Serviço de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas do que reitor da Universidade de São Paulo.

E um agradecimento especial também ao nosso superintendente Tomzé, Antonio Pereira. Nós temos uma história juntos de quase 30 anos. Há quase 30 anos, temos essa colaboração. E, realmente, você é um exemplo de dedicação comum a um médico.

Alguns anos atrás, deputado, nós permitimos a entrada de alguns engenheiros na instituição. Acho que é por isso que nós conseguimos progredir tanto; essa associação dos engenheiros, dos médicos, dos advogados, dos arquitetos...

O sucesso de uma instituição, realmente, só com a multidisciplinaridade. E eu acho que o Hospital das Clínicas entendeu isso. E o Tomzé representa muito essa multidisciplinaridade.

E cumprimento o Prof. Utiyama, que é o nosso diretor clínico, em nome de quem eu cumprimento a todos os nossos colaboradores, todos os que, no dia a dia, trabalham para que o Hospital das Clínicas possa atender bem à população.

E também aos meus amigos do HC, uma grande família, que está aqui representada pelo Paulo, pelo Roger, pelo Arnaldo. E é interessante: o Arnaldo disse que ele está só há dois anos no HC, mas parece um “HCiano” de longa história.

Eu acho que o HC realmente envolve as pessoas; as pessoas sentem realmente esse prazer e essa vontade de poder ajudar a população na questão da saúde, que é o maior bem que o cidadão tem. E é tão difícil tratar da Saúde no nosso País. Eu acho que esse é um desafio que nós temos que vencer.

Um pouco na linha da deputada, eu devo dizer que minha história está totalmente entrelaçada com o HC. Eu entrei na Faculdade de Medicina da USP em 1971, 53 anos atrás. Foi quando eu conheci o HC; e foi um amor à primeira vista.

Nunca mais consegui me separar do Hospital das Clínicas. Tive a oportunidade de fazer parte de momentos importantes: tive a honra de presidir o Conselho Deliberativo do HC por duas vezes, como diretor da Faculdade de Medicina.

Tive a oportunidade, por uma solicitação do governador Serra, de levantar o Instituto do Câncer, criar esse grande projeto do Instituto do Câncer, um marco para o tratamento do câncer no País.

E, mais recentemente, tive a oportunidade de ajudar a colocar o quarto pilar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. Os três pilares foram ensino, assistência e pesquisa. Com a criação do novo HC, nós colocamos o quarto pilar, que é a inovação.

Sentindo a necessidade que uma instituição como a nossa contribuísse para a inovação, para o empreendedorismo, trazer a cultura da inovação no País, estimular as novas gerações a criarem soluções para a Saúde, que fossem customizadas à nossa realidade e às nossas necessidades.

E, quem sabe, poder transformar a Saúde em uma Saúde mais justa, que melhorasse o acesso da população, que reduzisse desigualdades e pudesse, também, ajudar na sustentabilidade.

Eu acho que um bom exemplo foi durante a pandemia, em que, em 30 dias, o Hospital das Clínicas pôde fornecer à população centenas de leitos de UTI. E foi o grande centro que atendeu a maior parte dos doentes graves do estado de São Paulo.

Então, mostrou realmente essa bandeira - a bandeira da inovação, do empreendedorismo, da assistência e do humanismo. Eu acho que assim o Hospital das Clínicas cumpriu a sua missão ao longo desses 80 anos. E eu tenho muito orgulho de fazer parte dessa história.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Neste momento convidamos para ouvir o professor Dr. Edivaldo Massazo Utiyama. O professor é diretor clinico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Com a palavra o Prof. Edivaldo.

 

O SR. EDIVALDO MASSAZO UTIYAMA - Inicio saudando e cumprimentando a excelentíssima deputada Beth Sahão. E agradecer, em público, a todo o seu apoio durante os trabalhos na CPI de Transgêneros.

Tive a oportunidade de conhecê-la e aproximar da senhora, muito embora em um momento bastante difícil. Mas, para nós, da diretoria clínica do Hospital das Clínicas, foi um momento bastante salutar, porque conhecemos o seu papel desempenhado nesta Casa, em luta deste grupo de pessoas.

Nós fomos guiados, orientados e, principalmente nos momentos mais difíceis, no enfrentamento da CPI, a senhora nos deu apoio, nos ergueu e nos deu forças para fazermos argumentos e contra-argumentos. Então, a nossa gratidão por essa ação.

Agradecer também à Alesp pelo apoio que sempre tem nos dado, ao Hospital das Clínicas. Agora, mais recentemente, aprovando a lei das fundações.

Quero saudar também o Prof. Vahan Agopyan, reitor e agora secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação. Um professor da USP que, enquanto reitor, também ajudou muito a unidade da Faculdade de Medicina, e também do Hospital das Clínicas.

Saudar o nosso magnífico reitor, Prof. Carlos Gilberto Carlotti Junior, que, como já foi mencionado aqui, é um professor também da unidade da Faculdade de Medicina. Nós fizemos já várias reuniões conjuntamente. Tanto quanto professor titular de neurocirurgia como reitor, tem apoiado tanto a faculdade e principalmente o Hospital das Clínicas.

Na semana passada, nós estivemos juntos, fazendo o lançamento de um Centro de Treinamento Cirúrgico e de Procedimentos bastante inovador, elevando e capacitando ainda mais o Hospital das Clínicas e a Faculdade de Medicina como uma instituição de referência no ensino e no preparo de profissionais da Saúde.

Quero cumprimentar também o Dr. Eleuses Paiva, o nosso secretário da Saúde do Estado de São Paulo, que sem sombra de dúvida tem nos apoiado em todas as ações do Hospital das Clínicas. Nós fazemos um trabalho conjunto no sentido de estender e melhorar o acesso à população paulistana e paulista em relação à assistência de saúde.

Saudar também o engenheiro Antonio José, que eu devo dizer que, além de engenheiro, ele também é doutor. Porque, recentemente, ele conseguiu um título acadêmico de doutor na área de gestão em saúde. Então, assim como nós, doutores médicos, temos obrigação de reconhecê-lo como doutor.

Saudar o Prof. Giovanni Guido Cerri, nosso professor da radiologia, chefe do Instituto de Radiologia, mas principalmente pelas ações enquanto diretor da faculdade, por duas vezes.

Tem uma mentalidade bastante inovadora. Pensa, no futuro, e foi um dos grandes responsáveis por dar um outro caminho a nossa instituição, tanto à Faculdade de Medicina quanto ao Hospital das Clínicas.

Saudar também o Prof. Roger Chammas, aqui representando a diretoria da faculdade, representando a Prof.ª Eloisa, que é a base do Hospital das Clínicas. Porque é na faculdade de Medicina que nós temos e adquirimos a responsabilidade do ensino e de gerar novos conhecimentos.

Nessa associação, Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas, é que conseguimos aprimorar e oferecer um atendimento de excelência.

Cumprimentar o Dr. Arnaldo Hossepian e cumprimentar também o Dr. Paulo - diretores presidentes da Fundação Faculdade de Medicina, e diretor presidente da Fundação Zerbini -, que são duas fundações que nos dão apoio, e fazem com que seja viável todas as ações que acontecem dentro do Hospital das Clínicas.

Prezados colegas, prezados colaboradores, pacientes e amigos aqui presentes, hoje é um dia de enorme alegria, porque estamos reunidos para iniciar as comemorações de 80 anos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. É com muito prazer que damos início a estas comemorações aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

O HC é uma instituição que tem sido não apenas um marco na história da medicina em nosso País, mas também um símbolo de excelência, compromisso e cuidado com a saúde de todos os brasileiros.

Assim, tendo como pilares o ensino, pesquisa, assistência e inovação, o hospital, pelo segundo ano consecutivo, foi reconhecido como o melhor hospital público do País, segundo a publicação anual da revista “Newsweek”.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ao longo dessas oito décadas, tem desempenhado um papel fundamental na formação de profissionais de saúde, na pesquisa científica e, principalmente, na prestação de serviço de saúde de alta qualidade à população.

Desde o início da sua construção, em outubro de 1938, segundo consta em ata da cerimônia inaugural das obras, o interventor Ademar Pereira de Barros, médico formado no Rio de Janeiro, no seu discurso fez a seguinte menção: “Não foi somente uma razão pedagógica que me levou a autorizar a construção do Hospital das Clínicas. Foi também um imperativo social: solução da crise nosocomial do nosso Estado.

E o Hospital das Clínicas, com capacidade para cerca de 1.000 leitos, representa incontestavelmente um valioso auxílio para a solução do magno problema de assistência hospitalar aos necessitados”.

Então, desde a sua inauguração, em 1944, o Hospital das Clínicas tem sido a esperança para milhões de pessoas, um lugar onde a ciência se encontra com a compaixão e onde o conhecimento se une ao cuidado humano.

Na segunda década do século XXI, dando continuidade à missão do hospital, o planejamento estratégico do Sistema Acadêmico Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas estabeleceu seis diretrizes norteadoras: a integração, a humanização, sustentabilidade, internacionalização, excelência no ensino e incorporação de novas tecnologias.

Para isso, implementou um modelo de gestão integrador, ágil e com visão de futuro, denominado “Brilho nos olhos”. Também definiu que o propósito do Hospital das Clínicas seria “orgulho de fazer o melhor para as pessoas”.

Já no planejamento estratégico 20-30, na década seguinte, o Sistema Acadêmico manteve as seis diretrizes e enfatizou a gestão participativa. Houve, então, a necessidade de adaptar o propósito, passando para “orgulho de fazer o melhor para as pessoas, com as pessoas”.

Desde a sua criação, quando o Hospital das Clínicas era apenas um projeto audacioso até os dias em que se tornou uma referência nacional e internacional em diversas áreas da medicina, cada etapa dessa trajetória foi marcada pelo empenho incansável de todos aqueles que fizeram e fazem parte dessa instituição.

Neste momento, é importante lembrarmos também daqueles que contribuíram para tornar o Hospital das Clínicas no que é hoje: os médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, técnicos, pesquisadores, professores, estudantes, engenheiros, administradores e todos os demais que, com o seu trabalho árduo e dedicação, ajudaram a construir essa história de sucesso.

Não podemos esquecer também dos pacientes, que confiaram em nós nos momentos mais difíceis e que nos ensinaram, com a sua coragem e resiliência, o verdadeiro significado da vida.

Olhando para o futuro, podemos afirmar que teremos pela frente novos desafios e oportunidades. Sabemos que o mundo da saúde está em constante transformação e que é nosso dever nos adaptarmos a essas mudanças, sempre mantendo firmes os princípios que norteiam a nossa atuação: o respeito pela vida, a busca incessante pelo conhecimento e a valorização do ser humano em sua totalidade.

Finalizando, desejo que este ano, em que comemoramos o aniversário de 80 anos, seja não apenas um ano de festa, mas também um momento de reflexão e de renovação.

Que possamos nos inspirar no legado daqueles que nos precederam e que possamos continuar trabalhando juntos com determinação e compromisso para que o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP siga por muitos e muitos anos sendo um símbolo de excelência e humanidade na área da Saúde.

Parabéns a todos e obrigado por construírem a história do Hospital das Clínicas.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agora ouviremos a palavra do professor Dr. Carlos Gilberto Carlotti Júnior, magnífico reitor da Universidade de São Paulo.

 

O SR. CARLOS GILBERTO CARLOTTI JÚNIOR - Boa noite a todos e todas, é um prazer estar novamente nesta Casa. Gostaria de cumprimentar a nossa deputada Beth Sahão pela iniciativa, pela sua história de vida, pela sua história parlamentar e pelo belo discurso que você fez para todos nós aqui. Você acariciou as nossas almas nesta noite.

Gostaria de cumprimentar o Paulo Eduardo, diretor e presidente da Fundação Zerbini; o meu amigo Giovanni Cerri, presidente da Comissão de Planejamento do HC; o Edivaldo, diretor clínico do HC; Dr. Arnaldo Hossepian, presidente da nossa fundação.

Antonio José Rodrigues, nosso superintendente; a Priscilla Perdicaris, que é secretária-executiva da Saúde, resolve muitos dos nossos problemas; um grande amigo e secretário de Estado, o deputado Eleuses Paiva, tem sido muito boa a convivência você; é muito prazerosa a convivência com você, Eleuses.

Por fim, cumprimentar o meu antecessor, que tornou a minha tarefa muito difícil, de sucedê-lo, o Prof. Vahan Agopyan.

A Universidade de São Paulo tem 90 anos, foi formada a partir de seis faculdades e uma criação de uma nova faculdade, a Faculdade de Filosofia, e uma dessas escolas era a Faculdade de Medicina, fundada em 1912.

Então, a USP é filha da Faculdade de Medicina, assim como é filha da Poli, filha da Faculdade de Direito, da Faculdade de Veterinária, da Esalq. Então, nós somos criados a partir dessas grandes escolas que tinham no estado de São Paulo.

E isso foi muito importante, porque a Universidade de São Paulo foi muito bem-criada. Os princípios de criação da Universidade de São Paulo são excelentes. Quando nós lemos os documentos que originaram a faculdade, nós tínhamos essas formadoras, e o povo paulista acho que teve uma visão muito grande, lá em 34, de criar uma universidade de excelência, com bases fortes no ensino, na pesquisa e na extensão.

 Em todos os documentos que nós lemos quando da criação da USP, estas palavras sempre aparecem: excelência, fazer o melhor pela ciência, fazer o melhor ensino e fazer a melhor educação. Desde o nosso início, nós temos forte conexão com o povo paulista em atender às necessidades do povo paulista.

O Hospital das Clínicas é a mais justa representação do que eu estou comentando, é uma instituição que tem o CNPJ diferente da USP, mas é muito difícil, para quem trabalha nesse espaço, saber onde começa a faculdade e onde começa o hospital, porque nós estamos o tempo todo entre faculdade e hospital.

É uma casa só, o complexo é uma casa só; e eu incluo a faculdade dentro desse complexo do Hospital das Clínicas. Esse princípio se aplica todo dia, esses princípios da universidade sobre os quais eu comentei se aplicam todo dia no HC.

Então, nós estamos formando pessoas, médicos, profissionais de saúde - fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, enfermagem - e outros profissionais diariamente no hospital.

Estamos fazendo ciência. O Prof. Giovanni já citou o período da pandemia da Covid-19, a modificação que foi feita no Hospital das Clínicas. Se algumas grandes cidades do mundo tombaram frente à Covid-19 - como Nova Iorque, Roma, onde haviam pacientes deitados na rua com respiradores -, em São Paulo isso não aconteceu.

Grande parte se deve ao trabalho que foi feito no Hospital das Clínicas com as modificações que foram realizadas no Instituto Central e em todos os seus institutos que colaboraram com esse tratamento.

Isso obviamente não para por aqui. Nós tivemos grandes colaborações de tratamentos que foram introduzidos no País, que foram surgindo no País a partir de profissionais do Hospital das Clínicas.

Mais recentemente, eu posso citar o tratamento oncológico CAR-T Cell, que tem início no Hospital das Clínicas, com o apoio do Instituto Butantã. Podemos citar os transplantes que foram realizados de forma pioneira nesse complexo hospitalar. Então a pesquisa e a inovação têm sido feitas diariamente nesse ambiente.

Obviamente, a extensão, que nós podemos traduzir por assistência, também é feita em inúmeros impressionantes, como vocês viram na apresentação do filme sobre o hospital, que mostra a qualidade e o volume que nós temos atendido.

Mas eu queria chamar a atenção para um outro fator também que foi o fator de formação do HC. Hoje nós temos vários hospitais de qualidade no estado, tanto em São Paulo quanto no interior e em outros estados, e muitos desses profissionais foram formados do HC de forma direta ou de forma indireta.

Eu poderia dizer que o HC é o grande pai, a grande mãe é da medicina, do estado de São Paulo e do Brasil. Então, se hoje nós temos medicina de qualidade no estado de São Paulo, dentro do HC e fora do HC, nós devemos a profissionais formados dentro desse espírito “HCiano”, dentro desse espírito “USPiano” que nós temos dentro daquele complexo.

Então, é uma função que atualmente é muito maior do que o limite físico do HC; atuação em todo o País de profissionais formados nesse ambiente e técnicas formadas dentro desse ambiente. Muitos dos protocolos de tratamento realizados surgem no HC. Isso influencia no tratamento em todos os estados e, muitas vezes, de maneira internacional, no cuidado dos nossos pacientes.

Então, parabéns ao HC. Parabéns aos profissionais; aos médicos; às enfermeiras; aos outros profissionais da saúde; aos nossos pacientes também; que muito colaboram com o desenvolvimento de novas tecnologias, de novas formas de tratamento; aos nossos alunos; aos nossos servidores.

Então, todos vocês, ou todos nós, estamos de parabéns neste dia. E espero muito no futuro também. Eu vejo...

Falei outro dia na faculdade, no ambiente da congregação, que eu vejo o futuro do HC e o futuro da faculdade brilhantes. Muitas coisas estão acontecendo dentro do complexo: novos institutos estão surgindo, novos equipamentos, renovação. Eu acho que isso é muito bom para a medicina e para o sistema de Saúde brasileiro.

Então parabéns, HC. Todo mundo já desejou vida longa, então, vida superlonga para o HC, que nós possamos ter cem, 200, 300 anos trabalhando. Eu não sei se eu vou estar aqui com 300 anos, mas tenho certeza que o HC estará.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Agora convidamos para ouvir a palavra do Dr. Eleuses Paiva, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.

 

O SR. ELEUSES PAIVA - Boa noite, boa noite a todos e a todas, queria primeiro cumprimentar a nossa deputada estadual Beth Sahão, que hoje preside a sessão.

A deputada Beth, para quem não conhece, é uma deputada muito atuante na área da Saúde. Todas as vezes em que eu tenho a oportunidade de vir à Alesp na Comissão de Saúde, uma das pessoas mais ativas, que mais nos questiona, que mais nos faz sugestões para podermos avançar na Saúde é a deputada Beth Sahão.

Portanto, é um prazer enorme estar com a senhora aqui e cumprimentá-la por esse gesto que foi acompanhado pelos seus pares aqui na Alesp, esta justa homenagem que nós fazemos ao nosso Hospital das Clínicas.

Cumprimentar o engenheiro Antonio José. Já vi que é um perigo engenheiro na área de Saúde, já foi relatado aqui. Mas cumprimentar o engenheiro, nosso superintendente do Hospital das Clínicas, um grande parceiro que a gente tem na Secretaria, que tem nos ajudado a avançar muito na política de Saúde do estado.

Com muito orgulho, cumprimentar o nosso secretário de Estado de Ciência e Tecnologia. É muito orgulho para nós, secretários de Estado, termos o Prof. Vahan, que também é engenheiro.

Professor Vahan, que foi nosso diretor da Politécnica, nosso reitor da Universidade de São Paulo, e hoje nos dá a honra de tê-lo como parceiro de secretaria do governo Tarcísio de Freitas.

Cumprimentar o Prof. Carlotti, que só me traz alegrias. Hoje ele me deu uma que eu fiquei extremamente emocionado, porque ele falou assim: “Olha, não sei se eu vou estar aqui com 300 anos”. A deputada Beth Sahão falou: “Duzentos ele já deu como certeza, os 300 nós estamos em dúvida”.

Eu fiquei animado e fui questioná-lo: “Professor, o senhor falou 200 anos?”. Ele falou: “Agora tem transplante de tudo. Eu já estou no caminho, entendeu?”. Hoje tivemos uma reunião cheia de ideias novas para o nosso complexo Hospital das Clínicas. Parabéns pelo seu trabalho à frente da nossa universidade.

Cumprimentar o Prof. Giovanni Guido Cerri, que é presidente da Comissão de Planejamento e Controle do nosso HC da UFMUSP, presidente também do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia da nossa Faculdade de Medicina, também ex-secretário de Estado da Saúde, hoje à frente do grupo Inova HC.

Vou contar um segredo que a gente não vai contar para ninguém, mas muito do que nós estamos vivendo hoje na área de Saúde do estado de São Paulo advém também do Prof. Giovanni, que nos ajudou a fazer o plano de Saúde para o estado de São Paulo e tem sido um dos grandes parceiros que a gente tem na Secretaria. Tem sido um dos grandes parceiros também do nosso governador Tarcísio de Freitas.

Cumprimentar o Arnaldo Hossepian. Eu sempre tento aprender um pouquinho dessa oratória brilhante e fácil com o Arnaldo e também do seu conteúdo. O Arnaldo é nosso diretor presidente da Fundação Faculdade de Medicina.

O Paulo Eduardo Rodrigues da Silva, nosso diretor presidente da Fundação Zerbini, que eu conheço desde o tempo de Unicamp, não é, Paulo? Um grande abraço, parabéns pelo trabalho.

O Edivaldo Utiyama, nosso diretor clínico do Hospital das Clínicas, da nossa Faculdade de Medicina; a Dra. Priscilla Perdicaris, que já está lá e também é engenheira. Você vê que os engenheiros estão assumindo a área de Saúde. Já está lá no computador, provavelmente já fazendo, construindo já alguma coisa. Cumprimentar a Priscilla e aproveitar para cumprimentar todas as mulheres aqui presentes.

Cumprimentar o Roger Chammas, que neste ato representa a diretoria da nossa Faculdade de Medicina. Cumprimentar o Joaquim Claro, diretor e conselheiro do nosso Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo; e também nosso presidente da Associação Médica Brasileira, Dr. Sergio Fernandes.

Cumprimentar o Okane, diretor do IOT, que nos deu a honra de trabalhar com a gente como secretário executivo da Secretaria de Estado de Saúde. Cumprimentar todo o corpo clínico e administrativo do HC, professores titulares, pesquisadores, médicos, todos os colaboradores da nossa instituição HC.

Senhoras e senhores, minha fala é extremamente breve. Quando deixam a gente já para o final, tudo já foi esgotado e também o tempo, todo mundo querendo uma fala breve.

Falar do nosso Hospital das Clínicas, da excelência que é o HC, é algo redundante, que todos já falaram. Todos nós, que trabalhamos na área de Saúde, conhecemos muito bem o nosso Hospital das Clínicas.

Eu queria só focar em um outro tema, que é a importância de conhecermos as experiências exitosas e como atitudes de algumas pessoas têm a capacidade de mudar a história de um estado e de um país. Quando o Prof. Giovanni... Eu aprendo muito com o Prof. Giovanni. Também, é bem mais velho do que eu, não é, Prof. Giovanni? Aprendo muito com o Prof. Giovanni.

Quando eu estava na Associação Médica Brasileira, o Prof. Giovanni era o nosso diretor da Faculdade de Medicina e começava um projeto extremamente interessante, que era o projeto de restauro da Faculdade de Medicina. Eu sempre frequentava a diretoria e cada vez eu aprendia um pouco da história do nosso HC, da história da nossa Faculdade de Medicina.

O Prof. Giovanni, a primeira vez que ele me relatou a história disso tudo, eu perguntei para ele: “Mas como começa essa história, professor?”. Ele falou: “A história disso tudo começa com um norte-americano que, muito preocupado com doenças tropicais, resolve investir um pouco da sua fortuna em uma fundação, um grande empresário, que é a Fundação Rockefeller.

O primeiro aporte de recurso da Fundação Rockefeller aqui para o nosso País foi justamente para a nossa, na época, Faculdade de Medicina de São Paulo, no início do século XIX.

E aí começa a nossa história da faculdade. Em 1915, se pensou em construir... falar para o meu amigo Sergio, ginecologista, o que era a estrutura de um hospital para dar suporte à então faculdade criada em 1912.

Mas a estrutura o que era? Era uma maternidade. Tudo isso foi construído. Era a história, na época, de se ter uma maternidade, que acabou não dando muito certo. Em 1930, a importância...

Eu sempre acreditei muito na sociedade civil organizada, muito mais do que nos partidos políticos, em tudo. E justamente com o movimento da sociedade civil organizada em 1930, que era feito com os docentes, que era feito com os alunos, que era feito com a comunidade, a imprensa, começa novamente a ganhar força a ideia da importância de se ter um hospital de ensino para dar suporte à faculdade.

Em 1934, como já foi falado pelo Prof. Carlotti, surge a fundação da nossa Universidade de São Paulo, que agrupa várias faculdades que nós já tínhamos dentro do estado de São Paulo, citadas pelo Prof. Carlotti, inclusive a Faculdade de Medicina de São Paulo, que aí então dá um embrião da nossa Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em 1934, se não me falha a memória.

Mas em 1938, 1940, com Ademar de Barros, é que surge, evidentemente, a força do Ademar como interventor, querendo fazer alguns gestos políticos importantes para deixar a sua marca no estado de São Paulo.

E ele deixa, que é justamente a criação do Hospital das Clínicas, que é feito por Ademar de Barros, que leva, como bom político a inaugurar... Não sei se todo mundo conhece essa história, mas ele inaugura o nosso HC no dia que é o aniversário do então presidente da República, que é o Getúlio Vargas. E aí é inaugurado o nosso Hospital das Clínicas em 19 de abril de 1944.

E eu estou contando toda essa história para dizer que nenhum desses atores imaginava que ali estaria um embrião do maior complexo hospitalar da América Latina. Era isso que esses gestos dessas pessoas fizeram: criar o embrião do maior complexo hospitalar da América Latina.

E é não só o complexo hospitalar da assistência, porque quando se fala em HC nós estamos falando de aproximadamente - Tom, já me corrija - de 35% da alta complexidade que hoje é praticada no estado de São Paulo.

E o mais importante é a gente guardar a informação que aqui no estado de São Paulo se faz mais de 30% da alta complexidade do Brasil e nós não temos 30%, 35% da população.

Significa que provavelmente 15% do que nós estamos atendendo são pessoas oriundas de todo o Brasil. Para nós darmos só um exemplo, quando nós falamos de cirurgia cardíaca infantil, oito estados brasileiros não fazem cirurgia cardíaca.

E isso é atendido aonde? Aqui no nosso estado de São Paulo, aqui pelo Incor, aqui pelo Instituto Dante Pazzanese e as nossas instituições que fazem alta complexidade.

Sob o ponto de vista assistencial podíamos falar: “Olha, primeiro em transplante de coração, de rim, de fígado intervivos, implante coclear”. Mas tão ou mais importante do que isso, um outro fato que eu também levava paro o Prof. Giovanni naquela época é que eu visitava e visitei todas...

O Cesar, por exemplo, já fez isso como presidente da AMB, ir em todas, pelo menos as capitais brasileiras, fazer alguma palestra para os nossos colegas médicos. E, toda vez que eu terminava uma palestra, as pessoas me procuravam e o orgulho delas era ter em algum momento vindo a São Paulo para passar pelo complexo do Hospital das Clínicas e pela Universidade de São Paulo.

Era alguém me relatando que: “Olha, fiz um curso no HC”; “Fiz o ‘gastrão’”; ou alguém me relatando de um simpósio; ou alguém relatando de um curso; ou alguém ter sido um ex-residente; ou alguém ter feito uma pós-graduação, um mestrado, um doutorado na universidade.

Isto mostra a importância do grande aparelho formador que nós temos na nossa universidade, que saiu dos muros da universidade para, no bom sentido, dar metástase para todo o nosso País. Como pensar na medicina brasileira e, sem dúvida nenhuma, no maior centro de ensino, de pesquisa, que nós temos no País?

E agora, muito bem falado aqui, a grande aposta hoje do estado de São Paulo e da medicina brasileira, da medicina mundial, o que é que nós estamos falando? A grande transformação da próxima década da medicina, eu não tenho dúvidas, será a saúde digital.

Eu não tenho a mínima dúvida, tanto do ponto de vista de assistência como do ponto de vista também - tão importante quanto assistência - de gestão. É informação perto para a tomada de decisão e até para a formação de profissionais. E o Governo do Estado de São Paulo procurou quem? Procurou a nossa Universidade de São Paulo para começarmos com ela.

Vamos envolver todas as universidades públicas do estado de São Paulo, porque nós sabemos que ali nós temos profissionais melhores qualificados. Vamos envolver Unicamp, Unesp, Unicamp, Marília, Rio Preto, utilizando nossa Unifesp, Universidade de São Carlos, mas começamos com um grande pensamento, com toda a estrutura hoje sendo montada na Secretaria de Saúde com a Universidade de São Paulo, com o grupo Inova HC.

Por isso, quando eu estava vindo para cá, recebo um telefonema do governador Tarcísio de Freitas, que me pede para que, neste ato, transmita a todos, primeiro, o grande apoio que ele faz ao HC, a nossa Faculdade de Medicina, as nossas Fundações.

E apoio é muito feito por gestos e, se nós observarmos esses 16 meses de governo de Tarcísio de Freitas, nós vamos ver todos os gestos que nós fizemos para a nossa universidade.

E mais do que isso: que transmita a todos o nosso agradecimento. Agradecimento a todos os docentes, professores e aos mais de 25.000 colaboradores.

Muito obrigado pelo que vocês fizeram, fazem e farão pela Saúde do nosso País.

Muito obrigado.

 

O SR. FERNANDO ZAMITH - MESTRE DE CERIMÔNIAS - E agora convidamos para ouvir as palavras do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, professor Dr. Vahan Agopyan.

 

O SR. VAHAN AGOPYAN - Boa noite, senhoras e senhores. É um dia de festa. Estou vendo as pessoas um pouco tristes, não sei; cansadas, talvez. Prometo falar pouco. Como já falaram, sou engenheiro. Então, engenheiro é muito pragmático, costuma ser muito pragmático.

Queria inicialmente cumprimentar e agradecer à deputada Beth Sahão. Deputada, é muito importante esse pequeno gesto. Talvez para a senhora seja pequeno, mas que é muito importante para essa instituição que é o orgulho nosso, de todos os brasileiros.

E, por favor, deputada, transmita também os meus cumprimentos aos seus colegas porque, por uma série de razões, nosso Legislativo sempre acreditou ainda no tempo em fins do império, do começo da república, que com Educação, Ciência e Tecnologia o estado de São Paulo se desenvolveria.

Então isso já vem praticamente há dois séculos sendo praticado. O nosso Legislativo é um exemplar. Eu digo exemplar até o presente momento pelo gesto da senhora. Mas também, por exemplo, no fim do século XIX terem instituído e criado as faculdades técnicas, faculdades profissionais que depois resultariam na USP. Na Constituição de 1948, prever a existência de uma agência como a Fapesp.

Na Constituição de 1889, que o Executivo tinha mandado uma proposta incluindo 0,5% para a Fapesp, como estava até então, e o Legislativo alterou para 1%, permitindo que essa agência de fomento seja bastante forte.

Então o Legislativo teve um papel muito importante no desenvolvimento do nosso estado, utilizando e reforçando muito a Educação, a Saúde, Ciência e Tecnologia.

 Eu quero também aproveitar e cumprimentar meu colega de secretariado, Prof. Eleuses, que eu aprendi a admirar pela sua generosidade e espírito colaborativo que ele tem.

Eu vou pedir até desculpas, vou cortar um pouquinho o protocolo e cumprimentar também a Priscila. Agora eu compreendi por que ela é tão eficiente: ela tem um background para isso.

Meu caro amigo Carlotti, magnífico reitor da Universidade de São Paulo. “Magnífico” é o pronome de tratamento para os reitores, mas no caso do Prof. Carlotti é adjetivo. Realmente, a gestão que ele vem fazendo é fantástica, e deixa também todos nós muito orgulhosos.

O professor Dr. Edivaldo Utiyama, diretor clínico do nosso HC; o Prof. Roger, representando aqui a diretoria da Faculdade de Medicina; a Prof. Heloísa, diretora; o Giovanni Cerri, que eu conheço há uns 20 anos, sempre atuante, sempre criativo, sempre preocupado.

Tem até uma peculiaridade, eu tenho uma admiração muito grande pelo Giovanni, porque convivíamos... ele era diretor, a primeira vez que ele foi diretor da Faculdade de Medicina eu era diretor da Escola Politécnica, e nós mantivemos um diálogo, uma troca de experiências entre as unidades muito grande dentro da USP.

Aí aumentou a minha admiração por ele, porque a generosidade dele... ele não estava naquele momento preocupado com a Faculdade de Medicina, ele estava preocupado com a Universidade de São Paulo, com o ensino superior na Universidade de São Paulo. Esses gestos demonstram o caráter de pessoas excepcionais.

Tomzé, Antonio José Pereira, superintendente do Hospital, em seu nome, por favor, eu queria cumprimentar cada um dos colaboradores, dos 20 e poucos mil colaboradores do HC, que mantêm essa instituição modelo atuante, dinâmica e, como já foi citado, resiliente, que se adequou à pandemia em uma rapidez fantástica.

Imagino como deve ter sido difícil, porque eu conheço como se comportam os professores titulares. Então, se vocês conseguirem transformar o Instituto Central em uma emergência, não deve ter sido fácil. Parabéns.

E os nossos dirigentes das duas fundações - o Arnaldo Hossepian e o Paulo Rodrigues da Silva -, instituições que permitem que o HC tenha o dinamismo necessário para os hospitais de vanguarda, os hospitais de grande classe.

Pois bem, não vou repetir, porque de fato o Hospital das Clínicas é um motivo de orgulho para todos os brasileiros, sem dúvida. Eu apenas talvez relembre um pouquinho o que o saudoso Prof. Jatene, eu gostava muito, o Prof. Jatene e eu participamos de vários conselhos juntos, então eu gostava muito de conversar com ele.

Uma vez ele deixou bem claro, falou: “Vahan, não existe hospital de excelência que não tenha ensino e pesquisa de qualidade”. E o nosso HC daqui, os outros HCs universitários do nosso estado já nasceram com essa vocação de ensino e pesquisa e são hospitais de excelência.

E um outro saudoso professor, o Prof. Idal, me comentou uma coisa muito importante. Então, em uma conversa falei: “Não, mas se preocupa muito com essas coisas. O Brasil é um país pobre, precisamos fazer isso, fazer mais arroz com feijão”.

Ele falou: “Não, nós temos a obrigação de ter as nossas instituições públicas de qualidade para servir de referência para o resto do sistema da saúde. Então o HC também teve esse papel muito importante.

Então é um exemplo de qualidade; qualidade na prestação de serviços para a comunidade. Aliás, ousamos ter orgulho de fazer o melhor para as pessoas com as pessoas. Achei um lema bem característico.

E essa preocupação de busca incessante e persistente da qualidade é que destaca esse hospital dos demais hospitais, e é uma referência, quer dizer, graças a uma instituição como o Hospital das Clínicas nesses últimos 80 anos é que nós temos, no estado de São Paulo, um serviço público de saúde de qualidade.

Eu falo isso porque eu morei no exterior, então sei como é serviço de saúde mesmo dos países ditos de primeiro mundo. Nós temos que ter orgulho mesmo. Eu tenho muito orgulho, realmente, desse complexo do Hospital das Clínicas.

Eu diria o seguinte, o estado de São Paulo é até privilegiado. Eu acho que nós somos privilegiados. Nossas lideranças são muito esclarecidas. Eu citei a nossa Assembleia Legislativa, nossas lideranças em geral - não estou dizendo lideranças políticas somente, as lideranças são bastante esclarecidas há dois séculos.

Quer dizer, no fim do século XIX, logo depois da Proclamação da República, propuseram as escolas profissionalizantes, que a Assembleia abraçou imediatamente e deu recursos. A medicina atrasou um pouquinho por problemas internos, mas engenharia e agronomia foram mais rápidos. E continuaram.

Então é um estado que é pequeno, não tem nem cinco por cento da área do nosso País, cerca de 20% da população, um terço do PIB, metade do conhecimento e desenvolvimento do País. Então nós estamos privilegiados. Por esse perfil, as nossas instituições de referência, como o Hospital das Clínicas...

Eu sou engenheiro, não sou médico, nem frequento hospital, assim como o Tomzé. De vez em quando eles me levam lá na marra, mas não é vontade própria. Mas então essas nossas instituições extrapolam as fronteiras, porque não dá para ser somente no estado de São Paulo. O HC está servindo de referência para todo o País e para todo o continente.

Das contas vocês falaram que praticamente um terço das cirurgias complexas são de fora do estado; eu diria, provavelmente uma parte considerável de fora do próprio território brasileiro.

Então parabéns, Hospital das Clínicas. Parabéns aos dirigentes; aos funcionários; a todos os residentes, os que fazem internato; a toda essa comunidade que forjou essa instituição que nos orgulha e está mantendo, o que é muito mais difícil do que somente fazer.

Parabéns.

Longa vida. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - Estamos nos aproximando de um momento especial, de homenagem. Neste instante, convidamos a deputada estadual Beth Sahão para ir até o local onde está a placa que vai homenagear os 80 anos do HCFMUSP. A homenagem será prestada com a entrega desta placa ao engenheiro Antonio José Rodrigues Pereira.

Este é um momento especial, de entrega desta placa, de homenagem aos 80 anos do HCFMUSP. Homenagem prestada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, pela proposição da deputada estadual Beth Sahão. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Por gentileza, solicitamos que o engenheiro e a deputada retornem aos seus lugares na nossa Mesa. A palavra que queremos ouvir agora, neste momento, é do superintendente do HCFMUSP, engenheiro Antonio José Rodrigues Pereira.

Com a palavra o superintende do HCFMUSP.

 

O SR. ANTONIO JOSÉ RODRIGUES PEREIRA - Boa noite a todos e a todas. Excelentíssima Sra. Beth Sahão, deputada estadual, em nome de quem saúdo os demais parlamentares; os professores titulares; as autoridades aqui presentes, os diretores-executivos, os diretores de corpo clínico, os diretores de núcleo e os mais de 20 mil colaboradores que fazem com que o HC seja o orgulho desta Nação.

Com enorme alegria e satisfação, recebemos esta importante honraria concedida por esta Casa, que representa toda a população do estado de São Paulo, em homenagem aos 80 anos da fundação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Este é, sem dúvida, um momento especial na história do HC, cuja missão e visão é ser uma instituição de excelência, reconhecida nacional e internacionalmente em ensino, pesquisa, assistência e inovação.

Desde 1944, o HC vem avançando e se consolidando como referência no tratamento de doenças de alta complexidade, beneficiando os pacientes de São Paulo e de todo o País com terapias e tecnologias mais avançadas.

O maior complexo hospital da América Latina, o HC é um orgulho do Sistema Único de Saúde brasileiro, que disponibiliza aos seus pacientes assistência especializada e humanizada.

Ao longo desses 80 anos, muitos foram os pioneirismos protagonizados pela instituição, dentre os quais, elencamos: primeiro transplante de rim da América Latina em 1965; primeiro transplante de coração do Brasil e segundo do mundo em 1968; primeiro transplante intervivos de fígado do mundo em 1988.

Primeiro transplante de fígado em crianças do Brasil em 1989; primeiro bebê de proveta em hospital público do Brasil em 1991; primeiro ventrículo artificial desenvolvido no País e primeira cirurgia de autoimplante cardíaco da América Latina em 1983; primeiro implante coclear do País em 1994.

Além disso, primeiro transplante de útero da América Latina em 2013; transplante inédito de fígado em pacientes com diagnóstico de hepatite fulminante provocada por febre amarela em 2017; utilização de micro-ondas para tratar câncer ósseo de fígado, rim e pulmão.

Desenvolvimento de vacina que pode evitar febre reumática em 2019. Criação do Plano de Saúde Digital em parceria com o governo do Reino Unido, em 2021, para ampliar a qualidade e eficiência no atendimento e acompanhamento de pacientes de forma remota.

Aqui faço um parêntese ao professor Dr. Giovanni Guido Cerri, que é o responsável por eu estar aqui, neste momento, e que foi o responsável em colocar a saúde digital quando não se falava nesse momento.

Em 2020, durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19, o Hospital das Clínicas da FMUSP enfrentou o maior desafio, já citado aqui, de sua história. Para atender com eficiência os doentes graves, transformou o seu instituto central em hospital exclusivo para assistir os pacientes infectados com o coronavírus, com 900 leitos, 200 dos quais de UTI.

Aí, faço uma menção que não poderia deixar de fazer, à Prof.ª Heloísa, que liderou isso daqui com toda... E aí, pegando o gancho, é fácil trabalhar com professores, um pouquinho difícil, como o senhor falou, mas tem sido fácil. É verdade isso.

Considerando a gravidade dos casos que chegaram ao complexo, obtivemos resultado expressivo de mais de 60% de pacientes recuperados que puderam retornar ao convívio familiar e social.

Os números do HCFMUSP são superlativos. Ocupando um complexo de 600 mil metros quadrados, do chamado Quadrilátero da Saúde, o HCFMUSP dispõe, atualmente, de 2700 leitos em seu Instituto Central: do Coração; da radiologia, o InRad; da psiquiatria, o IPQ; da Criança e do Adolescente, o ICr.

Da Medicina Física e Reabilitação, IMRea; da Ortopedia e Traumatologia, o Instituto de Ortopedia; do Câncer, Icesp; do Instituto Perdizes - o mais novo desses institutos, inaugurado em 2022, para atendimento de pacientes com quadros graves de dependência em álcool e drogas.

Todas as instituições possuem certificados de acreditação, que reconhecem a preocupação do corpo clínico com a segurança dos pacientes e a excelência do atendimento.

Atualmente são realizados, conforme vídeo colocado, mais de 113 mil atendimentos de urgência e emergência, quase um milhão de consultas ambulatoriais, 682 mil exames de imagem, 61 mil internações e tantas outros que foram citadas aqui.

O HC, atualmente, como o meu amigo, como posso falar, o professor Dr. Eleuses, que tem nos ajudado muito... é atualmente responsável por 35% de todas as internações diagnósticas de alta complexidade realizadas no estado de São Paulo e 35% dos atendimentos de casos complexos em toda a Capital paulista.

Circulam diariamente, pelo complexo Hospital das Clínicas, mais de 45 mil pessoas. Como eu sempre digo, se São Paulo fosse um município, e São Paulo, caso não esteja equivocado, tem 648 municípios, nós estaríamos entre os 150 maiores municípios.

E vem por aí, vem mais. O complexo do HC será ampliado para atender mais e melhor a população e expandir sua atuação no ensino e na produção científica, com recursos liberados pelo Governo de Estado de São Paulo.

E volto mais uma vez a agradecer ao professor magnífico reitor da Universidade de São Paulo, Prof. Carlotti, que nos ajudou, junto ao Prof. Eleuses; e com isso nós estamos criando um novo centro de pesquisas clínicas e o Instituto Dr. Ovídio Pires de Campos, que irá aumentar a capacidade do atendimento do hospital em oftalmologia, otorrino, bucomaxilo e cabeça e pescoço.

O complexo também investe fortemente com inovação em saúde digital, por meio do InovaHC, liderado pelo Prof. Giovanni. O projeto “OpenCare 5G” irá utilizar a tecnologia 5G para possibilitar assistência médica remota em localidades distantes do País, atendendo pessoas que atualmente não possuem acesso ao atendimento em saúde primária, como muito bem citado pelo Prof. Eleuses.

Ou seja, um grande projeto de Saúde digital que está acontecendo em parceria com o HC FMUSP, com a Secretaria da Saúde e com a Fundação Faculdade de Medicina.

Não poderia deixar de citar a engenheira supercompetente, Dra. Priscila, que também lidera isso lá dentro. Recentemente, o InovaHC também fechou a parceria com a Amazon Web Services para a implantação de um laboratório de inteligência artificial generativa, de modo a promover maior eficiência em diagnóstico de saúde.

O HC tem como fundação de apoio administrativo, operacional, a Fundação Faculdade de Medicina, FFM, assim como o Incor, um dos seus mais renomados institutos, e apoiado pela Fundação Zerbini.

Nesse sentido, como já foi citado aqui, cabe ressaltar a sanção pelo governador Tarcísio de Freitas. E aí mais uma vez temos que elogiar o trabalho do presidente da Assembleia, André do Prado, e da Dra. Bruna Furlan sobre isso aqui, que aprimora a relação entre a administração pública e as fundações de saúde dos hospitais públicos universitários em São Paulo.

A norma permite às instituições mais autonomia de gestão, fortalecendo o sistema de Saúde estadual e melhorando a prestação de serviço à população paulista. Eu diria para vocês, senhores, que sem as fundações de apoio nós não teríamos chegado aos 80 anos.

Com a nova lei, o Estado enfatiza a importância das fundações e dos hospitais universitários para o sistema público de Saúde, aperfeiçoando a gestão desses hospitais com a prestação de serviço de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade e a formação de pessoas no campo de Saúde pública. Ou seja, sem formação, sem ensino, como o Prof. Vahan comentou e o nosso magnífico reitor, não existe Saúde e não existe futuro para este País.

Os objetivos dessa legislação compreendem ainda a possibilidade de contratações para as atividades de ensino, pesquisa, extensão e assistência à inovação; promoção de desenvolvimento institucional, execução de contratações de obras, serviços de aquisição de materiais e equipamentos de outros insumos relacionados às atividades ligadas ao desenvolvimento de tecnologia na área de saúde.

Em nome de mais de 20 mil colaboradores que formam o corpo clínico, assistencial e administrativo do HC, agradecemos aos nobres deputados, principalmente à deputada Beth Sahão, pela honraria concedida.

E renovamos o nosso compromisso de atuar de forma incansável para seguir fortalecendo e ampliando a qualidade da sua assistência, ensino, pesquisa e extensão acadêmica proporcionada em nosso hospital-escola.

Eu diria para a senhora, deputada, que o HCFMUSP é o maior complexo da América Latina, mas não o maior, o de melhor qualidade da América Latina, do Brasil, do mundo. E, se tiver alguma coisa na galáxia, com certeza será o melhor.

Obrigado a todos.

E boa noite. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FERNANDO ZAMITH - E chegamos ao momento de encerrar esta sessão solene para ouvir as considerações finais da deputada Beth Sahão.

 

A SRA. PRESIDENTE - BETH SAHÃO - PT - Primeiro, agradecer a todas e todos por esta linda sessão solene, agradecer a todos os presentes, ao pessoal aqui da Mesa, a todas as autoridades, secretários, reitor, ex-reitores, diretores de áreas da Saúde, ex-secretários de Saúde, ao nosso superintendente do HC, enfim, a todos vocês.

Foi uma alegria poder participar desta homenagem hoje. Fico muito feliz de ter podido ser a proponente desta ideia, acho que isso vai ficar marcado na história da Assembleia Legislativa.

Esta Casa é para isso também, é para reconhecer os trabalhos que são feitos nas mais diferentes áreas de responsabilidade do Estado, e a Saúde talvez seja uma das maiores, ao lado da Educação, a responsabilidade do Estado.

Então, é muito importante a gente relembrar isso, a gente reverenciar esse hospital ao lado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Então é o que eu tenho a dizer. Mais uma vez, que vocês continuem sendo sempre bem-vindos a esta Casa de Leis.

Nós estamos sempre à disposição para levarmos adiante os avanços das novas tecnologias, da inovação, do melhor atendimento à saúde, como você bem pontuou na sua fala, áreas que a gente desconhecia, até. E a gente vê a grandeza e o tamanho desse hospital.

Bem, esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, a toda a minha equipe, aos funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV Alesp, das assessorias das polícias Militar e Civil, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Está encerrada esta presente sessão.

Boa noite a todos. (Palmas.)

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- Encerra-se a sessão às 22 horas.

 

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