1 DE SETEMBRO DE 2025

42ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DIA DA ABORDAGEM TÉCNICA A TENTATIVAS DE SUICÍDIO - ABORDAGEM HUMANIZADA

        

Presidência: LUCAS BOVE

        

RESUMO

        

1 - LUCAS BOVE

Assume a Presidência e abre a sessão às 10h30min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a composição da Mesa Diretora e as demais autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

        

3 - PRESIDENTE LUCAS BOVE

Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene, em "Homenagem ao Dia da Abordagem Técnica a Tentativas de Suicídio - Abordagem Humanizada", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Destaca a importância desta homenagem. Parabeniza o Corpo de Bombeiros pelo seu trabalho.

        

4 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a exibição de vídeo sobre a abordagem técnica a tentativas de suicídio.

        

5 - JOSÉ MANOEL BERTOLOTE

Psiquiatra e coordenador do Programa Mundial de Prevenção do Suicídio junto à Organização Mundial da Saúde, faz pronunciamento.

        

6 - DIÓGENES MARTINS MUNHOZ

Comandante do Corpo de Bombeiros do Interior - 1, faz pronunciamento.

        

7 - CHRISTIANO WANDERLAY COUCEIRO COSTA

Coronel do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte, faz pronunciamento.

        

8 - HENRIQUE PIOVEZAM DA SILVEIRA

Coronel do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, faz pronunciamento.

        

9 - RAMON DIEGGO PIMENTEL VALLE    

Coronel do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, faz pronunciamento.

        

10 - RODRIGO SILVA LACERDA

Subtenente do Corpo de Bombeiros de São Paulo e presidente do Instituto Brasileiro de Abordagem Humanizada a Tentativas de Suicídio, faz pronunciamento.

        

11 - FÁBIO SIQUEIRA NETTO

Diretor de Operações do Metrô de São Paulo, faz pronunciamento.

        

12 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a prestação de homenagem, com entrega de diplomas, a diversos profissionais que atuam na prevenção do suicídio.

        

13 - AGNALDO RODRIGUES DA SILVA

Capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE LUCAS BOVE

Parabeniza os bombeiros pelo trabalho feito em prol da sociedade. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 12h21min.

 

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ÍNTEGRA

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Lucas Bove.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, bom dia. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta sessão solene tem a finalidade de “Homenagear o Dia da Abordagem Técnica a Tentativas de Suicídio - Abordagem Humanizada”, Lei nº 18.057, de 11 de novembro de 2024, de autoria do deputado estadual Lucas Bove, proponente desta sessão solene.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida, ao vivo, pela TV Alesp e pelo canal da Alesp, no YouTube.

Convido para que componham a Mesa Diretora as seguintes autoridades: deputado estadual Lucas Bove, proponente desta sessão solene e presidente dos trabalhos desta manhã. (Palmas.) Dr. José Manoel Bertolote, psiquiatra e idealizador do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, coordenador do Programa Mundial de Prevenção do Suicídio junto à OMS. (Palmas.)

Tenente-coronel Henrique Piovezam da Silveira, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina. (Palmas.) Tenente-coronel Ramon Dieggo Pimentel Valle Baylão Diniz, do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia. (Palmas.) Subtenente PM Rodrigo Silva Lacerda, presidente do Instituto Brasileiro de Abordagem Humanizada a Tentativas de Suicídio e, no ato, representando os praças do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. (Palmas.) Senhor Fábio Siqueira Netto, diretor de Operações do Metrô de São Paulo. (Palmas.)

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela banda do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro primeiro-sargento Ivan Berg. (Fala fora do microfone.)

Coronel Diógenes Martins Munhoz, comandante dos Bombeiros do Interior-1. (Palmas.) Coronel Christiano Wanderlay Couceiro Costa, do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. (Palmas.)

Agora sim, a execução do Hino Nacional Brasileiro, sob a regência do primeiro-sargento PM Ivan Berg.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos ao Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo pela execução do Hino Nacional Brasileiro. Autoridades já nominadas e compondo a Mesa, passo a palavra ao proponente desta sessão solene, deputado estadual Lucas Bove.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Bom dia.

 

TODOS - Bom dia.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Bom dia!

 

TODOS - Bom dia!

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Dia de festa hoje, meus amigos. Primeiramente, agradecer a presença de todos. Agradecer a presença do subtenente Rodrigo, representando todos as praças presentes. Agradecer a presença do tenente-coronel Piovezam, representando o nosso querido e irmão estado de Santa Catarina.

Coronel Diógenes, que comanda o Bombeiros do Interior-1, CBI-1, que é uma região muito importante, é uma região muito desafiadora. É uma região muito urbana, mas com muitas propriedades rurais, com água, com montanha, com tudo aquilo que os bombeiros tão bem sabem e tão bem conhecem.

Cumprimentar, de maneira muito especial, Dr. Bertolote, que é o responsável por isso tudo, responsável pela idealização do Setembro Amarelo. O responsável na vanguarda disso tudo, de enxergar algo que se tornou, depois, tão importante e tão relevante para a nossa sociedade, um assunto tão moderno.

Então, eu queria parabenizar o senhor pela visão, por ser um visionário nesse tema. Graças ao senhor, o problema é cada vez mais real, estamos bastante preparados para combatê-lo.

Queria cumprimentar o coronel Christiano, do Rio Grande do Norte, uma terra querida e abençoada. Um abraço a todos os nossos irmãos potiguares. Da mesma forma, o tenente-coronel Ramon, do Corpo de Bombeiros da Bahia, nosso querido estado da Bahia. É uma satisfação.

Temos muitos baianos morando no estado de São Paulo. É um povo que nós carregamos no coração. Cumprimentar o Dr. Fábio Siqueira Netto, que é diretor de operações do Metrô de São Paulo. É uma pessoa que pode atestar a importância do trabalho do Corpo de Bombeiros.

Meus amigos, não vou falar muito hoje, porque acho que hoje é dia de ouvir, dia de homenagear. Vocês não vieram para ouvir político falar em uma segunda de manhã. Mas eu não posso deixar de parabenizar. E peço vênia a todos os demais estados, mas parabenizar o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo por desenvolver essa abordagem humanizada, essas técnicas modernas de prevenção ao suicídio.

Estou no primeiro mandato, fui eleito com 130 mil votos aqui em São Paulo, sob as bandeiras do agro e da educação. Quando, através do coronel Munhoz, que é meu braço direito no gabinete, eu conheci o coronel Diógenes, que, por acaso, é seu irmão, eu pude me aproximar do Corpo de Bombeiros.

Iniciei o trabalho por conta do trabalho que o Corpo de Bombeiros faz em relação ao agro, a proteção das nossas lavouras, a proteção dos nossos produtores rurais. Principalmente na época de queimadas, que é essa época agora, agosto, setembro.

Porém, posso dizer, sem medo de errar, que é uma corporação que eu já admirava, passei a admirar ainda mais, a conhecer os homens e mulheres por baixo dessa farda cinza-bandeirante. Conhecer o trabalho, a dedicação e a dificuldade de cada um. Eu vou usar, como exemplo, o sargento André Bueno. Cadê o sargento André Bueno? Sargento, não é? Sargento André Bueno.

Eu cumprimentei - à vontade, sargento, fica à vontade - o André ali fora e falei: “olha, isso aqui é interessante, eu tenho o Dia do Bombeiro Militar Veterano, que é um dos projetos que eu aprovei aqui, e tem esse outro projeto, já que a questão salarial a gente não consegue acompanhar, porque, infelizmente, nós lutamos aqui, mas esse ano o aumento salarial, a recomposição salarial, foi muito abaixo daquilo que eu e outros deputados aqui da base que defendem a segurança pública almejavam...”

E o André falou assim para mim: “Deputado, eu só agradeço por estar vivo, agradeço por estar aqui hoje, agradeço por ter a minha família ao meu lado e agradeço por poder fazer aquilo que eu amo, que é salvar vidas, que é a minha vocação”.

Esse é o espírito do Corpo de Bombeiros. (Palmas.) O senhor, sargento André Bueno, representa o que há de melhor nas nossas fileiras, nas nossas tropas, que é a vontade de servir, a vontade de ajudar.

Esse é um tema muito relevante. É o bombeiro, quando a pessoa está ali na beira de um prédio, ou a ponto de fazer qualquer coisa em qualquer situação, é a mão amiga, é a palavra de conforto do Corpo de Bombeiros que aparece para trazer um fio de esperança quando parece que não há nada além.

Então, para mim, é motivo de muita alegria, eu que sou autor também do projeto “Viva Bem”, uma lei que já está em vigor, que é um programa de telemedicina psicológica para os professores da rede pública. Foram mais de 500 mil consultas no primeiro semestre deste ano e já é o maior programa de telemedicina da América Latina.

Entre outros projetos: educação financeira, rotas rurais, enfim, mas o nosso olhar atento para essa questão do suicídio, para essa questão, que é, talvez, a doença do século... Talvez não, sem dúvida, não é, Diógenes? A doença do século, porque acomete a todos de uma maneira silenciosa.

Então, nesse sentido, o meu trabalho aqui é complementar, é no sentido de agradecer, acima de tudo, como cidadão paulista, individualmente, e como representante de 130 mil paulistas e - por que não? - de 45 milhões de paulistas, porque não há no estado de São Paulo, sem sombra de dúvidas, uma pessoa, em sã consciência, que seja contra o Corpo de Bombeiros, que não admire o Corpo de Bombeiros, que não tenha verdadeira gratidão pelo trabalho do Corpo de Bombeiros.

Então, homenageando os senhores aqui, contando com essas autoridades do Brasil inteiro, eu só tenho, mais uma vez, a agradecer e a prestar aos senhores bombeiros de todo Brasil a minha melhor continência.

Muito obrigado a todos e um excelente evento. (Palmas.)

Perdão, tem um texto oficial aqui, regimental.

Então, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, o deputado André do Prado, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de homenagear o Dia da Abordagem Técnica a Tentativas de Suicídio - Abordagem Humanizada, Lei nº 18.057, de 11 de novembro de 2024, de minha autoria.

Com muita alegria, já ouvi que foi replicado, que está sendo replicado em pelo menos quatro estados, na mesma data, três de setembro, que marca o início do Setembro Amarelo. Então, a intenção aqui não é só homenageá-los, mas também trazer luz, cada vez mais, a esse tema tão importante.

Desde já, me coloco à disposição de deputados pelo Brasil inteiro que tenham interesse em conhecer o tema, em discutir com o comando do nosso Corpo de Bombeiros, em ter acesso à literatura que nós utilizamos, a todo o nosso projeto de lei. Estamos à disposição, pois é um tema suprapartidário e um tema nacional, sem dúvida nenhuma.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos ao deputado Lucas Bove e passaremos agora um vídeo referente ao tema.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, convidamos para fazer uma saudação em rápidas palavras o Sr. Dr. José Manoel Bertolote, psiquiatra e idealizador do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e coordenador do Programa Mundial de Prevenção do Suicídio junto à Organização Mundial da Saúde.

 

O SR. JOSÉ MANOEL BERTOLOTE - Muito obrigado. Senhoras e senhores, bom dia. O deputado foi muito mais enérgico do que eu no “bom dia” dele.

Queria muito, pessoalmente, muito, pouco modestamente, agradecer pela honra de estar aqui ao lado dessas pessoas, ao lado de vocês. Eu me preocupo com a questão do suicídio muito antes de ser médico.

Sou médico, sou psiquiatra, e o suicídio, tínhamos um filósofo ali falando “Suicídio é uma questão que acompanha toda a humanidade desde o início da sua história”. Só que o suicídio no início era uma coisa da nobreza, era uma coisa de gente muito especial e hoje o suicídio, como tantas outras coisas, se popularizou e atinge camadas significativas da população.

Queria, inicialmente, agradecer e parabenizar o deputado Lucas Bove pela iniciativa, pelas iniciativas e por ter organizado esta ocasião de homenagear um grupo de pessoas pelo qual tenho a maior admiração e respeito. Trabalho com muita felicidade, muita honra, com o Corpo de Bombeiros mais próximo, que é Botucatu, onde moro, e por ter trabalhado indiretamente com todo Corpo de Bombeiros através do... No meu celular ainda estava “major Diógenes”.

Respeito é bom, não é? Coronel Diógenes! E ver que isso se espalha por outras corporações de bombeiros e de outras unidades da federação. Então muito obrigado, deputado Lucas Bove, por ter reconhecido esse trabalho.

 Queria notar, eu diria que sou um suicidólogo - se é que a Karen e a professora Alexandrina me permitem usar este título, não é? -, mas sou de formação epidemiologista e o que nós temos hoje é um aumento assustador da taxa de suicídio, ou seja, o que estamos fazendo não é suficiente.

Se notam, a composição da Mesa e o plenário, não tem basicamente ninguém, a não ser em caráter pessoal da área da Saúde. Suicídio é um problema estritamente ligado à área da Saúde e não vemos aqui a Saúde e não vemos a Saúde do Brasil em geral, com raríssimas exceções, interessadas em pegar essa bandeira que os bombeiros pegaram no limite da sua competência de forma tão brilhante.

Uma das razões pelas quais estamos vivendo essa enorme taxa de aumento de suicídios é justamente pela omissão do setor da Saúde. O deputado mencionou o setor da Educação.

Em uma ocasião em Botucatu, fomos chamados para uma reunião com professores que estavam preocupados com a ideação suicida dos alunos, todos os diretores de escolas municipais e estaduais de Botucatu vieram para a reunião, que era para discutir a saúde mental dos alunos e em dois minutos virou: “E eu? Quem é que cuida da minha saúde mental?” Diretores e professores de escolas.

Isso se espalhou de uma forma assustadora e noto que, no Brasil, lidando efetivamente com a questão, há uma instituição governamental que não é, em princípio,  de saúde estrita, que é justamente o Corpo de Bombeiros, e quem está no interior, na linha de frente, no estado de São Paulo - espero que os outros estados aqui presentes também -, sabemos que é com os bombeiros que nós podemos ter a resposta mais imediata e mais eficaz.

O outro grupo que trabalha nessa linha é o CVV, o Centro de Valorização da Vida, com um trabalho magnifico, que tampouco é governamental. E aí nós temos em algum lugar, alguma prefeitura, alguma outra agência de saúde, interessada no tema. Mas nós estamos, vocês, o deputado falou das montanhas de Sorocaba, vocês que estão acostumados a subidas atrozes - seja no terreno, seja na escada -, vocês sabem que esse trabalho é penoso e que nós precisamos de mais pessoas cuidando disso.

Como disse um grande suicidólogo, o suicídio é um problema de todos. Não é do Corpo de Bombeiros, não é do Samu, não é da universidade. É um problema de toda a sociedade.

E nós já passamos da época em que não se pode falar em suicídio. Falar de suicídio é imperioso. Porém, há uma forma adequada de falar sobre suicídio e uma forma perniciosa. Assim como há uma forma inadequada de lidar e a abordagem humanizada. Então não é o tema que é tabu, é o que se faz, o que se fala com o tema que tem que ser discutido.

E acho que uma reunião como esta, que reconhece o valor dessa corporação, é fundamental para isso. É fundamental que os seus 130 mil eleitores saibam que tem gente preocupada com a questão do suicídio. E, olhando aqui esta mesa, olhando este plenário, vejo pessoas que estão dispostas a dar o melhor de si para poder reduzir esse sofrimento da população.

O suicídio não é necessariamente uma vontade de morrer. O suicídio é uma vontade de reduzir um sofrimento intolerável. E aí nós precisamos de todos. Não é só o pronto-socorro que vai resolver a questão. O problema começa muito antes, e aí que nós temos que estar presentes. Não só como corporação, que seja bombeiro, que seja a Alesp, mas como pessoas. Simplesmente pessoas.

Eu gostei muito do começo do vídeo. Tira-se a luva e se estende a mão. E a pessoa em sofrimento precisa de três pedacinhos do nosso corpo: precisa da nossa mão, precisa do nosso ouvido e precisa do nosso ombro. E nós temos que nos preparar como pessoas, como cidadãos, como cidadãs, a emprestar nossas mãos, nossos ouvidos e nossos ombros para essas pessoas que estão sofrendo.

Muito obrigado pelo trabalho de vocês.

Fico pessoalmente homenageado com o fato de estar falando com vocês e vamos em frente. Vamos seguir juntos. Bom ver outros estados interessados no problema, até que tenhamos uma cobertura mais ampla.

Coronel Diógenes, que me trouxe para dentro do Corpo de Bombeiros, muito obrigado pelo seu trabalho, muito obrigado pelo seu carinho comigo. E a todos vocês, muito obrigado pela presença. E vamos levando aquilo que os bombeiros apagam: uma chaminha de ajudar a reduzir o sofrimento das pessoas.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para as suas breves palavras, coronel Diógenes Martins Munhoz, comandante dos Bombeiros do Interior-1.

 

O SR. DIÓGENES MARTINS MUNHOZ - Bom, bom dia a todos.

Em 2005, eu começo a estudar, deputado Lucas Bove, as primeiras linhas sobre suicidologia - que eu nem sabia que, realmente, esse era o nome dessa temática -, após uma ocorrência que não teve um desfecho tão positivo quanto a gente quer que tenha, não é? Nós, bombeiros.

E lá em 2005 eu tenho contato com nomes, como esse jovem senhor aqui ao meu lado, Dr. Bertolote, Dr. Neury Botega, Karen Scavacini, Dra. Alexandrina e tantos outros aqui que eu seria altamente injusto se tivesse que nomear.

Em 2005, nos meus mais otimistas sonhos, deputado, eu não imaginaria que o senhor ia me proporcionar com uma lei e, com a conjunção de muitos nomes aqui, uma reunião de amigos para celebrar a vida. Porque não estamos aqui para celebrar o suicídio. Estamos aqui para celebrar a vida.

O profissional bombeiro é um profissional que é neurolinguisticamente treinado para salvar pessoas. E quando faz, ainda faz de uma forma acolhedora, de uma forma que tenta humanizar esse atendimento, como eu disse ali no vídeo, no momento em que a pessoa mais está no seu extremo de desespero, na sua maior e mais dilacerante dor. Isso é o coroamento de uma carreira. Porque quem salva uma vida, salva uma história, salva um legado, salva uma geração.

Então, lá nos meus mais otimistas sonhos, eu não poderia imaginar que eu estaria aqui com os irmãos Insanos, com o pessoal do Metrô de São Paulo, com o Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, Corpo de Bombeiros Militar de Roraima, Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte, Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, Força Aérea Brasileira e tantos outros que eu não vou citar aqui, que eu não consigo citar aqui.

Porque são 18 estados, deputado Lucas Bove, que se alinharam a uma abordagem humanizada, que hoje tem, quem sabe, em cima das pontes, em cima dos viadutos... E olhando aqui um rosto em especial que é o subtenente Sirobaba, que lá em 2005 estava comigo na Av. Campanella e foi o “start”, naquela ocorrência, Sirobaba, de tudo isso.

Então, eu quero dizer o seguinte: quando você quer acabar com um projeto, você põe um nome físico nesse projeto. Quando você quer extinguir... Coronel Valdira, a senhora que me deu o apoio que eu precisei lá atrás, quando eu não tinha esse apoio, e eu disse para a senhora do saguão ali, obrigado, eu nunca vou esquecer. Muito obrigado.

Quando você quer extinguir um projeto, você põe no nome de uma pessoa. A abordagem técnica a tentativas de suicídio, hoje conhecida, Dr. Bertolote, carinhosamente, como abordagem humanizada, ela é de todos nós.

Porque quando eu subo em uma ponte, e mesmo ainda com os joelhos doendo, com o cabelo branco, ainda de vez em quando eu subo, eu não subo sozinho, eu subo junto com vocês. Com todos esses estados, coronel Boggi, que estão aqui e de alguma forma estão aprendendo dia a dia, assim como eu também estou, a humanizar esse atendimento. As pessoas merecem humanização neste momento.

Queridos, salvem vidas. Nós fizemos esse contrato independentemente de sermos bombeiros. Porque ser bombeiro é um estado de espírito. Você não precisa usar farda para ser bombeiro. Ser bombeiro é o estado maior de abnegação.

Eu conheço psicólogos, psiquiatras, jornalistas, assistentes sociais, metroviários, que são bombeiros, porque têm o seu estado de abnegação como centelha divina. Salvem vidas. Acolham essas pessoas. Isso é humanizar atendimento.

Só que eu quero deixar como palavra final o meu agradecimento, deputado, o meu agradecimento a todas essas entidades que eu citei e que eu deixei de citar também, mas que estão aqui, a todos os meus amigos do Brasil inteiro, desses 18 estados. Chegamos, mas não vamos parar. Estamos ainda em progresso.

Vamos acolher, vamos salvar, por pessoas que merecem esse acolhimento. Só que não chegamos sozinhos. Nenhum pódio em nossas vidas é solitário. Todos são e serão solidários. Estamos aqui graças a todos vocês.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para as suas breves palavras, coronel Christiano Wanderlay Couceiro Costa, do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte.

 

O SR. CHRISTIANO WANDERLAY COUCEIRO COSTA - Muito bom dia. Em nome do deputado Lucas Bove, eu cumprimento todas as autoridades aqui da Mesa, as autoridades políticas, autoridades civis aqui presentes. Em nome do meu irmão Diógenes Munhoz, coronel aqui do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo, também cumprimento todos os irmãos de farda.

Em nome da minha esposa e minha filha, que vieram do Rio Grande do Norte comigo para esta solenidade tão importante, eu agradeço a todos os familiares e amigos que aqui estão e que estão nos acompanhando pela televisão. (Palmas.)

Bom, para que a emoção não tomasse conta deste momento, do meu esquecimento ou do meu excesso de palavras, eu acabei fazendo um escrito aqui para não esquecer nada nesse momento.

Enquanto membro desta Mesa, eu não estou aqui só representando o coronel Couceiro. Aqui eu estou representando os mil bombeiros que nós temos lá no nosso pequeno Rio Grande do Norte, na esquina do Brasil, a terra do sal, do sol, do camarão.  Estão todos convidados um dia para conhecerem.

Não façam igual o Diógenes, que vai nos visitar e já quer ir embora no mesmo dia porque São Paulo chama. Às vezes, a gente quer segurar ele um pouquinho mais lá, deputado. Vamos fazer uma agenda com o deputado e com todos lá para ver se a gente fica pelo menos dois dias.

Hoje eu estou aqui também representando os três milhões e meio de moradores e habitantes lá do nosso Rio Grande do Norte, que agora contam com um serviço ainda mais especializado e humanizado quando tratamos de saúde mental.

Na perspectiva, enquanto abordador técnico, o protocolo de tentativas de suicídio, criado aqui no estado de São Paulo, representa um avanço essencial em duas dimensões igualmente importantes.

Em primeiro lugar, ele assegura que a pessoa em sofrimento receba uma assistência mais qualificada, pautadas em critérios técnicos e científicos, proporcionando atendimento humanizado, eficiente, em um momento de extrema vulnerabilidade.

Trata-se de um instrumento que organiza a ação, direciona o cuidado, permitindo que cada passo seja conduzido com precisão e sensibilidade, e não mais daquela forma instintiva que nós fazíamos no passado.

Ao mesmo tempo, e tão importante quanto, o protocolo também protege o próprio profissional que atua na linha de frente, ao estabelecer uma sequência clara de procedimentos que garante mais segurança na operação, reduzindo os riscos para o abordador, para o bombeiro militar, para o agente de Segurança Pública, para o profissional do Samu que está lá em cima, e está sendo capacitado por nós, para o policial rodoviário federal, que já incluiu no seu manual que está sendo multiplicado pelas escolas da Polícia Rodoviária em todo o Brasil.

O protocolo criado aqui em São Paulo para os agentes de Segurança Pública, profissionais do Sistema Penitenciário, policiais federais, os policiais militares, Força Aérea Brasileira, o Exército, a Marinha, todos eles já estão treinando, já estão se atualizando na abordagem técnica à tentativa de suicídio. E aqui também, em São Paulo especificamente, nossos irmãos do Metrô, que também me ajudaram na minha capacitação, quando estive aqui em São Paulo.

Assim, equilibra a missão de salvar vidas com a preservação da integridade também daqueles que se dedicam a esse trabalho, mas os impactos positivos não param por aí.

Com a criação do protocolo e com os cursos que nós passamos a realizar dentro dos nossos quartéis, das nossas unidades militares, passamos também a intensificar as discussões sobre saúde mental dentro das próprias corporações.

E esse movimento trouxe à tona não apenas a necessidade de cuidar da população em vulnerabilidade, mas também de olhar para a saúde mental dos agentes de Segurança Pública e de todos aqueles que atuam nesse contexto.

No Rio Grande do Norte, por exemplo, essas reflexões sensibilizaram os nossos gestores a abrirem vagas específicas para médicos psiquiatras dentro das nossas unidades militares, algo inédito até então no Rio Grande do Norte.

Isso demonstra que iniciativas desse tipo criam uma verdadeira cadeia de proteção, ampliando o alcance das ações, cuidam da sociedade, fortalecem as instituições e garantem apoio mais humano e especializado aos próprios membros.

E é importante destacar que estamos diante de um momento histórico, pessoal. O que o Corpo de Bombeiros de São Paulo fez - através do coronel Diógenes, do subtenente Rodrigo e de vários militares que aqui estão, que ajudam nesta multiplicação desses cursos por todo o País, a Escola Superior de Bombeiros, que estiveram junto ao coronel Diógenes nesse processo inicial - foi virar a chave na perspectiva da saúde mental dentro dos corpos de bombeiros do Brasil.

Hoje nós estamos vivendo a história, estamos presenciando a história sendo escrita e, ao mesmo tempo, participando dela. Que fantástico, não é? E essa história vai ecoar, vai se propagar infinitamente na memória do bombeiro.

Este momento e essas pessoas que aqui estão serão, ao meu ver, Diógenes, lembradas eternamente pela nossa corporação, porque tiveram a coragem de mudar, tiveram a coragem de enxergar o que até então era invisível, a lacuna da urgência e emergência em casos de tentativa de suicídio - um tema que ninguém tratava, nem sequer falava nas instituições.

Portanto, estamos diante de pessoas que já entraram para a história do Corpo de Bombeiros do Brasil no aspecto da saúde mental. Viver este momento, para mim, é algo incrível, honroso e eu estou profundamente feliz de estar aqui.

Fiz questão de trazer a minha esposa e minha filha para presenciarem este momento e plantar também no coraçãozinho dela uma semente, para que ela nos ajude também, enquanto já criança, a multiplicar esse sentimento. Está ali fazendo coraçãozinho para mim, deputado.

Concluo a minha fala com uma metáfora do Isaac Newton, que diz: “Se eu pude enxergar mais longe foi porque me apoiei nos ombros de gigantes”. Nossas descobertas de hoje são possíveis porque os gigantes de São Paulo nos elevaram para que pudéssemos ver mais longe e alcançar novos patamares de compreensão nesta temática.

Concluo convidando a todos: em 18 de setembro, o Rio Grande do Norte realizará o maior evento do Brasil na prevenção do suicídio, evento este que nós conseguimos inscrever 1.600 pessoas em 48 horas.

Muito obrigado a todos vocês. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para as suas breves palavras, convidamos o coronel Henrique Piovezam da Silveira, do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

 

O SR. HENRIQUE PIOVEZAM DA SILVEIRA - Bom dia, senhoras e senhores. Diferente do coronel Couceiro, eu não escrevi nada, não é, coronel? O senhor é jornalista, já sabe como funciona, não é?

Mas cumprimentar inicialmente o nosso deputado estadual Lucas Bove, parabenizar por essa sensibilidade do senhor para com a causa, para com os bombeiros e a toda a Casa Legislativa aqui de São Paulo por esta homenagem, que é tão importante, porque essa abordagem realmente salva vidas.

E o senhor, com esse ato, está valorizando os nossos profissionais não só de São Paulo, mas do Brasil inteiro, como o coronel Diógenes já citou, que estão diariamente aí na labuta de salva-vidas. Então, parabéns ao senhor por essa sensibilidade e a toda a Assembleia Legislativa de São Paulo.

Cumprimentar o nosso psiquiatra, o Dr. Bertolote. Não sabia que o senhor tinha sido a pessoa que instituiu o Setembro Amarelo no País e no mundo. Então parabéns para o senhor, muito obrigado também por esse tema.

E nas horas vagas eu costumo dizer que eu sou médico também e o senhor... A gente sabe que é totalmente diferente nós recebermos um paciente, um “tentante” por medicação, por autoimolação, enfim, outros tipos de tentativa de suicídio dentro do consultório, no pronto-socorro, é totalmente diferente do que os nossos bombeiros aqui representados ou como coronel Diógenes falou, todas as pessoas que atuam como bombeiros, independentemente de estar uniformizado, independentemente da cor da farda, que a gente vê vários tipos de cores aqui.

É totalmente diferente a gente estar em uma ponte, na rua, em um prédio, enfim, em qualquer situação, porque, naquele momento, a gente não tem nenhuma margem de erro, a gente não pode errar.

E aí eu trago essa pessoa que está do meu lado aqui, que eu conheci quando era major. Me passou agora na hierarquia e eu agradeço imensamente ao coronel Diógenes e aqui o meu instrutor também, o subtenente Rodrigo, a Rímoli, o Guilherme, capitão Guilherme, que foram as pessoas que me deram aula. Mas agradecer ao coronel Diógenes, que plantou essa semente.

Eu tentei fazer esse curso há muitos anos, sempre fui tolhido, não consegui vir a São Paulo. E aí quando eu era o dono da bola, lá no estado, aí eu trouxe esses instrutores lá para o estado e a gente conseguiu formar trinta pessoas de cara e aí sim começou-se a semente, que foi falada aqui e plantada, para prosseguir no curso lá no estado.

Então, falando em nome do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, nós seremos eternamente gratos ao Corpo de Bombeiros Militar da Polícia do Estado de São Paulo, em especial ao coronel Diógenes, que teve essa sensibilidade e mudou essa forma de atendimento à pessoa tentante.

A gente costuma falar que, naquele momento, possivelmente nós seremos a última salvação daquela pessoa, que está no seu momento mais vulnerável, no seu pior momento da vida. Como eu falei, a gente não tem margem de erro para erro, e a antiga forma - não é, coronel? - de “distrai e agarra”, já não servia há muito tempo.

Então, essa abordagem humanizada... E aí o símbolo ali das mãos realmente demonstra muito o que é isso de a gente estender a mão, abraçar, fazer com que a pessoa veja o lado positivo, todo o fator de proteção que ela tem na sua vida.

E aí, como a gente sempre fala nos cursos, vai esvaziando o seu copinho, vai esvaziando, e ela vem e abraça a gente e sai. E realmente isso transforma aquela vida e faz com que ela consiga se tornar uma pessoa melhor, e aí dar prosseguimento.

Então, em nome do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, eu agradeço por estar presente neste ato tão importante, representando o estado. Ele é 1% do território nacional, mas ele tem uma importância fundamental para toda a nação, e realmente essa semente foi plantada lá, coronel, e ela vai ser multiplicada, proliferada. E com certeza continuaremos a salvar muitas vidas.

Então, muito obrigado mesmo a todos os que estão presentes, diariamente; a todos os nossos bombeiros, como eu falei, todos os que estão aqui representados, mas todas as pessoas que diariamente se dedicam ao ato de salvar vidas.

Então, muito obrigado mesmo.

E seguimos em frente, fazendo essa abordagem humanizada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para suas breves palavras, coronel Ramon Dieggo Pimentel Valle, do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia.

 

O SR. RAMON DIEGGO PIMENTEL VALLE - Bom dia a todos e a todas. Excelentíssimo Sr. Deputado Lucas Bove, coronel Diógenes, todos os demais aqui presentes. Neste momento agora, eu queria, de coração, em nome do comando do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, coronel Aloísio, agradecer ao Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo e à Casa por esta oportunidade.

Mas para mim, também, aqui eu estou extremamente emocionado de estar aqui nesta mesa dividindo esse espaço com essas pessoas, personalidades, pessoas que produzem academicamente uma literatura que muda a mentalidade, que potencializa que a gente seja vetores de comunicação, vetores de transformação na vida das pessoas, no seu pior momento.

Eu queria assim, de coração, agradecer à Escola Superior de Bombeiros, de São Paulo, pela oportunidade de ter aprendizado. Eu estou nesse tema desde quando tive o primeiro contato, em 97. E hoje, aqui para mim, coronel Diógenes, é muita emoção.

E queria estender isso para cada um de vocês aqui, senhores e senhoras: quando eu encontrei o coronel Diógenes na ESB, junto com todos os instrutores, o coronel Boggi, que está aqui presente, são pessoas que sempre nos ensinaram a aprender e a estudar.

Estar aqui hoje, dividindo essa mesa, é tentar entender pessoas, tentar entender as palavras do próprio professor Bertolote. Eu estou muito emocionado, porque foi um dos autores que eu sempre procurei estudar; eu não conhecia o senhor pessoalmente, como também a Dra. Karen Scavacini e demais autores. Ela, eu já conhecia, tive a oportunidade.

Mas ver o senhor hoje aqui, para mim, é como se todas aquelas literaturas que a gente encontrou no meio do caminho e foi solidificando o conhecimento... Encontrar o senhor aqui hoje é como se tentasse falar para qualquer pessoa, assim: “vale a pena estudar, vale a pena estar aqui”.

E se eu tivesse, hoje, que falar assim, do coração, eu pensei: “eu não vou falar nada, eu vou falar do coração...”. Eu queria, no meu discurso, dizer assim: “poxa, obrigado à minha instituição, o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, obrigado à sociedade baiana, obrigado à Casa, obrigado por essa oportunidade, obrigado ao Corpo de Bombeiros Militar e à Polícia Militar de São Paulo, essa escola maravilhosa, que potencializa todo esse salvamento.”

Eu tinha tanta coisa para falar, mas o coração está batendo tão forte aqui que eu não tenho como segurar minha emoção, sabe. Eu travei, até para falar.

Eu queria, assim, trocar o meu discurso por dois atos: amor incondicional, amor fraterno, amor sublime, amor com toda a esperança, com tudo aquilo de salvar vidas que a gente aprende na escola. E amor pelo próximo.

Eu não vou me alongar. Minha frase final seria: sou o tenente-coronel Ramon Dieggo, sou do Corpo de Bombeiros, estou aqui para te ouvir. Foi isso que eu aprendi na Escola Superior. É isso que eu queria falar. E queria, nesse exato momento, agradecer de coração à Polícia Militar de São Paulo e ao coronel Diógenes.

Mas eu queria que a minha fala final não fosse fala; eu queria dar um abraço no Diógenes. Em todo mundo, mas no Diógenes, no professor Bertolote, em todo mundo. Se não der para dar abraço, eu vou levantar para falar com cada um. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para as suas palavras, o subtenente Rodrigo Silva Lacerda, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, presidente do Instituto Brasileiro de Abordagem Humanizada a Tentativas de Suicídio, e, no ato, representando os praças do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

 

O SR. RODRIGO SILVA LACERDA - Senhoras e senhores, bom dia. Eu também, aqui, como os demais, gostaria de agradecer a S. Exa., Sr. Deputado Lucas Bove, pela oportunidade que nos dá de comemorar esse dia tão especial, que é o Dia da Abordagem Técnica a Tentativas de Suicídio, Abordagem Humanizada.

Esse dia, que não só destaca a importância da humanização no atendimento, mas que também reconhece os mais de três mil abordadores técnicos que existem no Brasil. Só no estado de São Paulo, já somos 752 abordadores formados.

Nessa oportunidade, então, eu quero agradecer a todos os senhores e as senhoras que estão aqui, homens e mulheres que diuturnamente trabalham em prol de vidas, que escolheram a abordagem técnica como uma filosofia de trabalho, como um conhecimento técnico necessário para melhorar e para humanizar ainda mais o atendimento a pessoas que estão na sua pior fase, no seu pior momento.

Agradecer aqui também ao professor Bertolote, como ele falou, senhoras e senhores, que nós possamos continuar emprestando as nossas mãos, os nossos ombros e os nossos ouvidos àqueles que precisam.

Quero agradecer também ao coronel Diógenes pela oportunidade de ter conhecido a técnica em 2018 e ter me dado essa oportunidade de ombrear o senhor nesse trabalho tão importante. Como nós falamos aqui, senhoras e senhores, a abordagem técnica, ela está diretamente relacionada à vida. Que vocês continuem salvando vidas. Que vocês continuem emprestando os vossos ouvidos àqueles que precisam.

Tenham certeza de que, embora os índices de suicídio ainda sejam muito altos, o mapa de Segurança Pública do ano de 2025 nos traz uma notícia singela, mas uma esperança, uma queda muito pequena de 1,44% nas ocorrências de suicídios completos, mas que, com certeza, unindo forças, nós vamos continuar trabalhando para que esses números possam ainda mais diminuir.

Muito obrigado a todos e que nós possamos continuar salvando vidas.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para as suas palavras, o Sr. Fábio Siqueira Netto, diretor de Operações do Metrô de São Paulo.

 

O SR. FÁBIO SIQUEIRA NETTO - Um ótimo dia a todos. Saudações ao Exmo. Deputado Lucas, a partir do qual cumprimento os colegas da Mesa e também todas as pessoas aqui presentes.

 Acho que muitos já falaram, vai ficar um pouquinho retórico, eu sei que é um dia de celebração, é um dia de homenagem, mas assim como muitos manifestaram, como o coronel Ramon aqui também o fez, para a instituição Metrô de São Paulo, hoje é um dia de agradecer, de gratidão.

Gratidão à corporação dos Bombeiros de São Paulo, não só pelos momentos de tentativa de suicídio, mas por toda a parceria, histórica parceria, que os bombeiros têm conosco, mas em especial ao coronel Diógenes também, que a gente conheceu como major e hoje, merecidamente, é coronel, por todo o trabalho e parceria que esse homem fez conosco nesse processo.

Uma parceria que talvez, eu não sei, a gente não abordou isso aqui, mas com certeza o doutor sabe disso, uma parceria que mudou a chave do metroviário quando ele pensa em tentativa de suicídio: eliminou das nossas cabeças o preconceito de que aquilo talvez fosse uma fraqueza, entendendo que aquilo era uma doença.

Junto com a Ana, que está ali, Marcão, grandes parceiros do Metrô, que fazem esse trabalho. O coronel, por exemplo, para vocês terem uma noção da dedicação desse homem, ele chegou a analisar mais de 150 vídeos de tentativas de suicídio no Metrô e identificou junto conosco comportamentos padronizados de tentantes no Metrô, e com isso, hoje, a gente consegue perceber que uma pessoa pode estar a cometer uma tentativa.

Então, Diógenes, muito obrigado por essa parceria e pelo Metrô. Também queria agradecer ao nosso pessoal de operação do Metrô. Como o senhor disse, coronel, nós temos muitos bombeiros que não são efetivamente bombeiros de profissão, mas que estão ali com esse propósito.

Então, nós temos aqui o nosso gerente de operações Milton Pinto, coronel Eduardo Agrella, que eu percebi que muita gente aqui conhece, o nosso coronel Eduardo Agrella, a partir do qual eu cumprimento toda a equipe de segurança e de estações que, diariamente, cuidam de três milhões de vidas que circulam pelas nossas linhas.

A vocês, a instituição Metrô, que eu estou aqui representando hoje, deixa o nosso muito obrigado. Coronel, mais uma vez, conte sempre conosco, porque a gente sempre conta com vocês. Espero que isso leve a gente a um novo patamar no que diz à prevenção dos suicídios.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras dos membros da Mesa.

Neste momento, convidamos para se postar à frente, em local de destaque, juntamente com os membros da Mesa Diretora, os seguintes homenageados: Dr. José Manoel Bertolote, idealizador do Setembro Amarelo, médico psiquiatra, criador e coordenador do Programa Mundial de Prevenção do Suicídio. (Palmas.) Subtenente Rodrigo Silva Lacerda, presidente do Instituto Brasileiro de Abordagem Humanizada e representante dos praças do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. (Palmas.) Convidamos os integrantes da Mesa, que venham fazer a entrega do diploma.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Solicito que os homenageados retornem ao seu local de origem.

Do Instituto Vita Alere, convidamos ao lugar de destaque a Sra. Luciana França, Sra. Érika Perina, Sra. Mariana Cacciacarro, Sra. Gabriella Pessoa, Sra. Claudia Bruscagin, Sra. Milena Reis, Sra. Jessica Silva, Sra. Mariana Stefani, Sra. Karen Scavacini, fundadora do Instituto Vita Alere, Sra. Izabella Guedes, Sra. Raísa Amaral, Sr. Jair de Jesus Mari, Sr. Robert Paris, Sra. Maria Júlia Kóvacs, coronel Valdira Ferreira de Lima, Sra. Alexandrina Maria Augusto da Silva Meleiros, Sr. Elson Miranda Asevedo e a Sra. Bianca Stevanin Gresele.

Convidamos os integrantes da Mesa para que façam a entrega do diploma.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para a foto. Obrigado.

Do Metrô de São Paulo, Sr. Amarildo Gomes dos Santos, Sra. Rebeca Salles, Sr. Carlos Santos, Sr. Demetrio dos Anjos, Sr. Edson Murilo, Sr. Mateus Martins, Sr. William Piloto, Sr. Anderson Silva, Sr. Cesar Alexandre, Sr. Claudio Adolpho Ramos, Sr. Flavio Sapucaia, Sr. Marcelo Rosalém, Sr. Gabriel Rivelle, Sr. Gilberto Ferreira, Sr. Gilson Siqueira, Sr. Rui Marcos de Morais, Sr. Maurício Cardoso, Sr. Sérgio Barbosa, Sr. Vicente Ferreira, Sr. Marcos Spigliatti, Sr. Eduardo Mateus Grilo, Sr. Fábio Siqueira Netto, Sr. Nilton da Silva Júnior, Sr. Wellington Fonseca Dias, Sr. Gildo Prado, coronel Eduardo Agrella Carvalho, Sr. Rodrigo Lopes Carvalho Soares, Sr. Márcio Stevani, Sr. Fábio Inácio da Silva, Sra. Fabíola Damato Bemfeito, Sra. Melissa Belato Fortes, Sra. Mariana Yassuda, Sra. Ana Maria Alves Coelho e Sr. Marcos Leodoro Borges.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Por gentileza, vamos nos posicionar aqui para a foto. Obrigado. Solicito que retornem aos seus lugares de origem.

À medida que eu for chamando agora, para facilitar a entrega, aqui na frente tem os tapetes com a numeração. Então, a ordem que eu for chamando é a ordem dos tapetes, ok?

Do Moto Clube Insanos: Sr. Bug; Sr. Roney - Sr. Bug no tapete 1, Sr. Roney no tapete 2 -; Sr. Mion; Sr. Souza; Sr. Dicheti; Sr. D’Pontes. D’Pontes no tapete 6.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Por gentileza, a foto. Solicito aos homenageados que retornem aos seus locais de origem.

Na mesma sistemática, na ordem que eu for chamando, do tapete 1 ao tapete 4. Do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais: major Richelmy Murta Pinto; capitão Lucas Antônio de Oliveira; capitão Eduardo Felipe Almeida dos Santos; sargento Alexandre da Silva Gomides.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Por gentileza, posição para foto. Obrigado, solicito aos homenageados que retornem aos locais de origem.

Do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, de 1 a 4, do tapete de 1 a 4, aqui à frente: major José Carlos Alves Evangelista, capitão Jansen dos Santos Paiva, cabo Vanessa Maria Freitas e capitão Aguinaldo Rodrigues da Silva.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigado aos homenageados e solicito que retornem aos seus locais de origem.

Do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia: tenente-coronel Jamile Lutiane Ferreira Matos e tenente-coronel Ramon Dieggo Pimentel. Para a foto.

Obrigado.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para a foto. Obrigado. Solicito que retornem aos seus locais de origem.

Do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima, major Sandra da Silva Menezes; capitão Emerson de Lucena Oliveira; tenente Marcus Anderson da Rocha Maceió e subtenente Tyane Priscila Mota de Araújo.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Por gentileza, para foto. Obrigado. (Palmas.) Do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, major Jonatan Silva Coutinho.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para foto. Obrigado. (Palmas.) Da Força Aérea Brasileira, tenente Mauricio Caldart. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Da Escola de Enfermagem Frei Galvão, Sra. Erika Menten Tassi. (Palmas.) Sra. Ticiana Paiva, psicóloga, criadora do “FormiSE”. (Palmas.) Sra. Vanessa Rodrigues dos Santos Maria, psicóloga, professora de felicidade. (Palmas.) Sr. Rafael Dezidério De Luca, advogado, mestre em criminologia. (Palmas.) Sra. Tatiana Paula Braggion, psicanalista. (Palmas.) Sr. Josivan Joaquim dos Santos, doutor da alegria no Paraná. (Palmas.) Sra. Patrícia Regina Henrique Peles. (Palmas.) Sra. Sandra Campos Pugno, ativista pela vida. (Palmas.) E, por último, Sra. Maria Sâmara de Jesus Azevedo. (Palmas.)

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Por gentileza, para a foto.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Senhores, gostaria de fazer uma breve pausa aqui na nossa sessão solene para cumprimentar, de maneira muito especial, o governo da província de Gunma, no Japão. Nós somos honrados com a presença. Peço perdão pela pronúncia, eu vou tentar.

Deputado Paulo Fiorilo, esse é fácil, presidente da Comissão de Relações Internacionais aqui da Assembleia Legislativa. Deputado, obrigado por trazer essa honrosa comitiva para acompanhar um pouco da nossa sessão, o senhor que faz um trabalho brilhante à frente da comissão.

Cumprimento o Sr. Yasuhiro Otsuka, vice-governador da província de Gunma; Sr. Ayumi Saito, assistente da Divisão do Secretariado do Departamento de Estratégia Governamental; Sr. Terunobu Hino, vice-diretor da Divisão do Departamento de Estratégia Governamental; Sra. Ryoko Hashimoto, diretora-assistente da Divisão do Departamento de Estratégia Governamental.

E os colegas da Assembleia Legislativa, os parlamentares da província de Gunma também, Sr. Yasunobu Ishita, presidente da Assembleia. Uma satisfação. Sr. Masaki Katakai, assistente da Secretaria da Assembleia do Governo de Visão de Assuntos Gerais.

Nós hoje estamos aqui prestando... Há um tradutor? Nós hoje estamos aqui prestando uma homenagem aos bombeiros de todo o Brasil. Setembro é o mês amarelo, no qual nós combatemos o suicídio, um problema mundial, que sabemos que assola também o povo japonês.

Então estamos aqui rendendo homenagens aos nossos bombeiros, que têm uma abordagem, uma técnica humanizada de abordagem. Estamos à disposição para trocar experiências com as forças de segurança japonesas.

Muito obrigado pela presença dos senhores.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Representando o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte, coronel Christiano Wanderlay Couceiro Costa.

Por gentileza, a esposa e a filha do coronel.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, coronel Diógenes Martins Munhoz. Na sequência, por gentileza, capitão Guilherme Luiz Santana de Araújo, capitão Filipe Felix dos Santos, capitão André Luna Smidi, capitão Tiago Régis Franco de Almeida, capitão Maycon Costa de Cristo, capitã Lais Marcatti Tofanello Antunes, sargento Hyngrid Boscolo, cabo Raquel Gomide Rímoli, soldado Deborah Sancassani Baradel, sargento Eduardo Rodrigues de Oliveira, cabo Rafael Venâncio Araújo da Silva, sargento Fernando Henrique da Costa, subtenente Alexandro Sirobaba, soldado Erick Willian Felix de Lima Tezzei, cabo Gabriela Aparecida Leme, tenente Jean de Oliveira Pascoal, capitão Mario Lima Nascimento, sargento Alexandre Sérgio de Oliveira Angelin e cabo Wellington de Souza Cabral.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Por gentileza, vamos nos posicionar para a foto. Obrigado.

Solicito que retornem aos seus locais de origem e solicito que o deputado estadual Lucas Bove permaneça à frente; Dr. José Manoel Bertolote, por gentileza, à frente também; e o subtenente Rodrigo Silva Lacerda, para o recebimento de um mimo referente a esta data.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Solicito aos homenageados e aos integrantes da Mesa Diretora desta manhã que retornem aos seus locais. (Palmas.) Solicitamos aos integrantes da Mesa Diretora que retornem aos seus locais para o encerramento da solenidade.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Eu gostaria de quebrar o protocolo aqui rapidamente. O senhor é capitão, né? Capitão. Eu conheci aqui o capitão Agnaldo, agora, e o capitão Agnaldo... Não sei se ele vai conseguir falar, mas eu queria que ele viesse aqui ao meu lado.

Capitão Agnaldo, do Rio de Janeiro. Ele perdeu uma filha há 12 anos. A Maira, né? Maíra, perdão. A Maíra. Com o caso exatamente do qual nós estamos tratando aqui. E ele fez dessa dor uma história de luta. E certamente, eu não sei, não vem ao caso aqui a questão específica, mas certamente ele honra a memória da sua filha salvando muitas e muitas vidas e histórias.

Então, se o senhor puder, capitão, gostaria que o senhor desse uma palavra aqui, porque o senhor fez, como se diz, do limão uma limonada. De uma situação triste, nem imagino... Foi o que eu disse ao senhor: “Acredito que não haja um dia em que você não se lembre dela, mas certamente cada vida que o senhor salva a estrela dela brilha mais forte lá em cima”.

Então, se o senhor puder fazer uma breve palavra aqui, eu agradeço.

Que Deus o abençoe.

 

O SR. AGNALDO RODRIGUES DA SILVA - Boa tarde a todos. Vou ser rápido aqui por causa do horário. Em 2018, eu decidi me aposentar. Como vocês podem ver, isso não aconteceu. Nesse mesmo ano, eu fui indicado para fazer o curso de oficial e lá eu fui apresentado a essa nova técnica. No final do curso, de quase um ano, eu fui apresentado à matéria de abordagem técnica à tentativa de suicídio.

E no final do... Nós tivemos apenas uma aula e, por razões óbvias, eu não fiquei até o término dessa aula. Saí. E no final de um ano, a gente teve um exercício prático de 24 horas, que envolvia todas as ocorrências de bombeiro. E a minha equipe, no dia seguinte, de manhã, já finalizando o exercício, por volta das cinco e meia da manhã, nós nos deparamos com a oficina de tentativa de suicídio.

Eu estava em uma posição confortável, porque eu era o comandante de operações, então era só designar o abordador, o abordador auxiliar, e os outros dois fariam parte da parte tática.

Então, na hora do briefing, os demais abordadores, que não conheciam a minha história, eles decidiram me colocar como abordador. Eu perguntei por quê. E eles falaram assim: “Ah, porque você é mais experiente, tem mais desenvoltura, fala bem”. Confesso que eu não sabia que eu tinha essas qualidades, e entendi que foi uma ação divina na minha vida, aquela escolha. E disse “sim”.

Chegando na oficina, vou reduzir aqui rapidamente, o tentante revelou que se sentia culpado pela morte da família, em um acidente de carro. E afirmou que eu não sabia o que ele estava sentindo. Aí eu disse para ele que ele estava enganado. Eu disse para ele que eu sabia exatamente o que ele estava sentindo. Aí ele perguntou: “Por quê? Você já perdeu alguém?” “Já, já perdi.”

Aí eu contei a história para ele, a oficina acabou. Aí foi uma choradeira do fiscal, choradeira dele, minha, da guarnição toda, que não entendia nada, porque eles não sabiam o que estava acontecendo. E dali em diante eu fiz uma escolha. Em 2001, eu fiz o Cats. Depois disso, me tornei instrutor das demais turmas. Finalizamos mais uma turma no mês passado. São quatro turmas. E já passei das 20 abordagens diretas, todas elas bem-sucedidas, graças a Deus.

Eu quero parabenizar a todos aqui por terem feito essa escolha, a mesma escolha que eu fiz lá em 2020.

Parabéns para vocês. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Passo a palavra ao deputado estadual Lucas Bove, para as palavras finais e encerramento desta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Meus amigos, nós temos sempre, no Corpo de Bombeiros, a visão daqueles que correm em direção ao perigo quando todos fogem dele, como um exemplo de coragem, de sacrifício, de amor ao próximo. Em cada vida salva, em cada incêndio combatido, em cada gesto de proteção, vocês são a prova de que heróis existem. Vocês são os verdadeiros heróis desta nação.

E como dizia Winston Churchill, uma frase que eu sempre gosto de repetir, “um povo que não honra os seus heróis, logo não terá heróis para honrar”. Todas as homenagens desta Casa, desta Assembleia Legislativa, portanto, do povo paulista e brasileiro aos senhores são poucas, perto daquilo que os senhores fazem pela nossa população. Se os senhores, aqui, já salvaram uma vida, uma que seja, já é suficiente, já faz jus a todas as homenagens que possamos fazer.

Bombeiro é força, bombeiro é coragem, mas com a modernização dos problemas, das doenças, com as novas situações que afligem a população, como essa questão muito latente do suicídio, vocês mostram que não são só força, coragem, vocês são também sensibilidade, vocês são também coração, vocês são, sem dúvida nenhuma, como sempre dizemos ali, a palavra, a mão amiga de esperança nos momentos mais difíceis, sejam eles quais forem. Minha maior gratidão a todos vocês.

Eu, como presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, me sinto honrado. Não visto essa farda bandeirante, sou obrigado a vestir vermelho só por causa de vocês. Nós vamos trabalhar aqui na emancipação dos bombeiros paulistas e vamos mudar a cor, vamos ver se a gente põe laranja também, porque vermelho está duro de usar ultimamente. Mas eu queria, com todo respeito a quem pensa diferente, mas eu queria finalizar aqui, agradecendo mais uma vez a todos vocês.

Esgotado o objeto da presente sessão, agradeço a todos os envolvidos na realização dessa solenidade, à Técnica aqui da TV Alesp, à Polícia Militar, à Camerata da Polícia Militar, aqui também, que sempre é brilhante nos nossos eventos, às assessorias, em especial ao coronel Munhoz, que foi o mestre de cerimônias desse evento, foi quem me apresentou para o Corpo de Bombeiros.

Viva o Corpo de Bombeiros!

Muito obrigado, uma boa semana a todos. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 21 minutos.

 

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