16 DE OUTUBRO DE 2024

141ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: DR. ELTON e CAPITÃO TELHADA

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - DR. ELTON

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.

        

2 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - CAPITÃO TELHADA

Assume a Presidência.

        

4 - DR. ELTON

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

6 - DR. ELTON

Assume a Presidência.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - PRESIDENTE DR. ELTON

Endossa o pronunciamento do deputado Vitão do Cachorrão. Tece considerações acerca da obrigatoriedade de desfibriladores e treinamento de primeiros socorros na rede de ensino do município de São José dos Campos. Cumprimenta autoridades do município de Canas, presentes no plenário.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

14 - EDUARDO SUPLICY

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

15 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

18 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

19 - PRESIDENTE DR. ELTON

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 17/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h26min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Dr. Elton.

 

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O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Seguiremos agora, pela solicitação da presença de cada um dos oradores inscritos no Pequeno Expediente. Seguindo a ordem, deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)

Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.)

Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)

Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada.

O senhor tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, presidente. Presidente, excelente tarde a todos na Assembleia Legislativa, funcionários civis e militares, aos nobres parlamentares aqui desta Casa.

Venho a esta tribuna nesta tarde para dar continuidade no assunto que trouxemos ontem, 15 de outubro de 2024, estivemos presentes lá na solenidade em comemoração aos 54 anos da ROTA - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar.

Hoje, inclusive, assistindo à TV Alesp pela manhã, parabenizo a nossa TV Alesp, presidente, por ter feito a cobertura ao vivo de todo o evento, de toda a solenidade. Inclusive, a TV Alesp também fez a cobertura do 7 de setembro, agora recentemente, o que antigamente era feito pela TV Cultura.

A TV Alesp tem cumprido um papel primordial para a sociedade e para a democracia, levando conteúdo de qualidade para cada cidadão paulista, para o interior e a gente sabe, andando pelas cidades no interior de São Paulo, que as pessoas acompanham a nossa TV Alesp, acompanham o canal no YouTube.

Então parabéns à TV Alesp por toda a cobertura técnica, profissional, que tem realizado nos eventos principais do nosso estado de São Paulo, sempre levando com responsabilidade informação verídica para cada cidadão.

E eu quero também agradecer, eu não tive oportunidade ontem, agradecer e trazer luz, principalmente, a quantidade de parlamentares que tivemos presentes ontem na ROTA.

Eu gostaria de destacar nominalmente aqui, agradecer a presença de cada deputado estadual que esteve conosco, ombreado, junto ao nosso governador, junto ao nosso secretário de Segurança Pública, ao nosso comandante-geral da Polícia Militar e ao nosso comandante da ROTA.

Os deputados André do Prado, nosso presidente da Assembleia, esteve lá prestigiando os 54 anos da ROTA. Eu estive presente também, junto ao nosso presidente e aos deputados Agente Federal Danilo Balas, deputado Conte Lopes, deputado Gil Diniz - muito obrigado pela presença lá, Gil, que também foi policial militar em sua carreira.

O deputado Lucas Bove, o deputado Major Mecca, também, bem como Conte Lopes, rotarianos, o deputado Altair Moraes, o deputado Danilo Campetti, a deputada Edna Macedo, o deputado Tomé Abduch, o deputado Delegado Olim e o deputado Rafael Saraiva.

Fomos em mais de dez aqui, se não me engano, 13 deputados presentes, estaduais, mais deputados federais, dez comandantes-gerais de outras polícias militares estaduais, forças estaduais presentes lá na ROTA. E tudo isso para trazer qual recado para a sociedade?

O recado é o seguinte, o cidadão de bem, o brasileiro que paga imposto, que produz, que é conservador, que quer uma sociedade justa, que quer criar o seu filho, a sua família, ter Educação de qualidade, ter acesso à Saúde e ter acesso à Segurança Pública, confia na sua polícia, ou melhor, confia nas suas polícias, confia nas suas polícias estaduais, federais e municipais.

Resultado é, inclusive, Gil, nessa eleição municipal de 2024. Você, por acaso, deputado Gil Diniz, tem informação de quantos agentes da Segurança Pública foram eleitos no Brasil, entre vereadores, vice-prefeitos e prefeitos? Eu digo: 856 policiais eleitos entre vereadores, vice-prefeitos e prefeitos, Vitão.

É uma prova de que a sociedade confia nesses representantes que escolheram dedicar a sua vida, escolheram uma carreira, um concurso público de entrega, entrega à causa pública, entrega à defesa do cidadão no seu maior aspecto possível, colocando a sua integridade e a sua vida à disposição de um bem comum, à disposição de um interesse público de algo muito maior.

E está comprovado que, além de deputados estaduais, além de deputados federais - que são soldados, cabos, sargentos, tenentes, capitães, coronéis, delegados, agentes de Polícia -, hoje nós temos grandes vereadores, prefeitos e vice-prefeitos eleitos em todo o Brasil. E isso faz tremer aqueles que não gostam da ordem, aqueles que não gostam da decência e do desenvolvimento e do progresso do nosso País.

Isso faz tremer aqueles que amam o caos e a desinformação. E o recado ficou muito claro nas urnas e continuará sendo assim. O cidadão brasileiro é de direita, é conservador. O cidadão brasileiro quer o progresso do Brasil, quer o desenvolvimento de suas cidades, pautados no que há de melhor das boas práticas da política e do resultado.

Então, parabéns a cada um que também vem, ombro a ombro conosco, saindo das fileiras das instituições policiais, e partindo para um outro campo de combate, que é a política. Continuando na defesa do cidadão, brigando pelas suas ideias e pelo futuro da nossa cidade, estado e País. Deus abençoe, mais uma vez, os nossos guerreiros da Rota, que ontem completaram 54 anos.

Obrigado a cada parlamentar que foi colocar a sua cara a tapa, defendendo e prestigiando esses homens e mulheres. Parabéns, cidadão paulista, que está sabendo, cada vez mais, fazer as suas escolhas, elegendo pessoas que, de verdade, entregam a sua profissão, o seu suor, o seu trabalho, para a defesa de quem mais precisa. Que é o pagador de imposto, que é aquele que produz, que trabalha, e que merece bons políticos.

Deus abençoe.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Capitão Telhada.

 

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O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Nesse ato, assumindo a Presidência da sessão, convido para fazer uso da palavra no Pequeno Expediente o excelentíssimo deputado Dr. Elton.

 

O SR. DR. ELTON - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, muito obrigado pela oportunidade. Agora faço a minha fala, diante desta tribuna, aos nossos pares, amigos deputados, a quem tenho o prazer de agradecer pelo Projeto de lei nº 868, que foi aprovado nesta Casa de maneira unânime por todos os deputados. Ele fala simplesmente do cuidado dos diabéticos, em especial o tipo 1, as nossas crianças e os nossos adolescentes.

Eu queria trazer um alerta a todos os senhores e também à nossa sociedade. Nós estamos passando, novamente, por um momento de discussão da instalação de um tipo de tratamento, de um tipo de avaliação, feito por meio de um sensor de glicemia contínua, que é possível por meio de uma tecnologia assistiva, para adequação e melhor controle do diabetes tipo 1.

Eu quero lembrar aos senhores que atualmente, até o dia 29, a Conitec, que é o órgão responsável pela introdução das tecnologias no nosso Sistema de Saúde, no SUS, ele está passando por um momento agora de consulta pública. E através da consulta pública, nós podemos dizer o que nós entendemos e o que nós pretendemos com a instalação de um sensor como este.

Pela manhã, eu pude estar lá. Nas minhas redes sociais, você pode acompanhar como é feita a instalação e como é feita a monitoração da glicemia, do diabetes, em especial do tipo 1, e também do tipo 2. Mas eu quero lembrar aos senhores que uma criança hoje, que fura o dedo, em torno de cinco ou seis vezes por dia, acaba por necessitar furar o dedo cerca de 1.800 vezes durante todo o ano.

Se furar o dedo fosse o problema, não, não é. O grande problema é a dificuldade no entendimento e no controle da glicemia que é realizado durante toda a sua vida. Quando nós temos a adequação do controle do diabetes, nós também temos a redução das complicações, sejam as complicações agudas, por meio da redução das hipoglicemias, das hiperglicemias, das internações, que geram alto custo e também risco para quem desenvolve a cetoacidose.

Ela é uma patologia, ou um estado muito crítico, do acompanhamento das nossas crianças em especial, mas nós também vamos reduzir os problemas advindos do mau controle a longo prazo.

Aí nós nos lembramos das retinopatias diabéticas, que levam à cegueira, das insuficiências renais, também dos problemas cardiovasculares, causadores do AVC e também do infarto agudo do miocárdio.

Além dos problemas causados pelo mal do pé diabético, com amputações tão frequentes. As demandas e o custo para a Saúde, a longo prazo, são muito grandes. E pela implantação de um sistema como esse nós temos a possibilidade de, a longo prazo, reduzir os custos da Saúde.

Esse projeto foi aprovado nesta Casa, mas não foi sancionado pelo governador.

Eu lamento muito pela falta de entendimento do governo, em virtude de ter que pensar a longo prazo qual é o tipo de política pública que se pretende instalar. Uma política pública por quatro anos ou pensando em alguma coisa para dez ou vinte anos?

Vai aqui a minha queixa, em virtude de que não houve em nenhum momento, por parte da Secretaria de Saúde, desse parlamentar médico, de ser ouvido para poder avaliar qual é o custo efetivo e a possibilidade da instalação de um sistema como esse.

Tenho em vista que muitas cidades aqui do nosso estado de São Paulo estão à frente do seu tempo, e instalando esse tipo de sistema. E hoje, sabendo que o alto custo é uma obrigatoriedade do estado, nada como sentar, planilhar e adequar a possibilidade da instalação de um projeto como esse.

Eu lamento mesmo dessa forma, mas eu quero chamar a todos vocês para que nessa consulta pública, que também estará nas minhas redes sociais, você pode entrar no site do GOV e ali fazer o preenchimento, dizendo a necessidade, evitando que crianças que estão na escola tenham que ir até a porta, colocar a sua mão para fora, para seus pais fazerem a medida da glicemia ali fora.

E aí, se eles podem, de outra forma, fazer a monitoração dessa glicemia estando em casa, é conforto para os pais, para essa criança, redução de complicações e pensamento em um cuidado de saúde a longo prazo.

Dessa forma, até o dia 29, essa consulta pública, por meio da Conitec, está aberta e eu peço aos senhores que possam participar, entrarem e fazerem também as suas solicitações para que esse tipo de política seja adequadamente implantada no SUS.

Quero agradecer.

Muito obrigado, presidente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para fazer uma pequena comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, Sra. deputada. É regimental.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Aí, engrossando a posição ou acompanhando a posição do deputado que, ora, fez uso da palavra na tribuna, eu quero dizer que também um projeto de minha autoria e de suma importância, ele foi vetado, que é o que estabelecia uma Mesa permanente de negociação para o funcionalismo público, com o funcionalismo público. Isso é carente para nós. Nós temos que ficar batendo na tecla, batendo na tecla, que tem que ter uma Mesa permanente, que a gente precisa levar os problemas permanentes.

Por óbvio, as secretarias temáticas, Educação, Saúde, elas têm as suas agendas, mas ter uma agenda, uma Mesa permanente para discutir os problemas do funcionalismo público seria de suma importância. Isso é um atraso. Isso mostra o atraso de um governo que não negocia, que não quer outra coisa, senão um pacote fechado de cima para baixo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Dr. Elton.

 

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E nós vamos ficar nessa luta. Seja pela legalidade, ou seja, pela possibilidade desta Casa ter aprovado ou nós conseguiremos essa Mesa da forma como sempre conseguimos, com gente na rua, porque é isso que a gente minimamente tem feito ao longo da nossa trajetória.

Lamentar que esse governador, na verdade, vai aí e serra a fileira dos demais governadores que odeiam funcionário público, e não entende que ele só consegue fazer a Polícia funcionar, a Educação funcionar, porque tem funcionário público, e, como tal, nós deveríamos ser devidamente respeitados.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Obrigado pela fala, deputada. Vou prosseguir aqui com a lista de oradores do Pequeno Expediente. Deputado Gerson Pessoa. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.)

Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado André Bueno. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, o senhor tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, Dr. Elton, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, na última sexta-feira tivemos um forte temporal em nosso estado que resultou na morte de sete pessoas e um grande apagão da Região Metropolitana de São Paulo, deixando mais de 2,1 milhões de moradores sem luz.

Na noite de sábado, ainda eram mais de 1,35 milhão de pessoas sem luz. O fornecimento de água também foi prejudicado em algumas áreas. Esses milhares de moradores tiveram grandes impactos nas suas vidas, perdendo alimentos e remédios que dependem de refrigeração.

Um exemplo é o caso do marceneiro Orlando Bindi, trazido pela “Folha de S. Paulo” no sábado. Diabético, ele necessita de aplicações de insulina armazenadas em geladeira. "É uma vergonha. Foi às 19h de ontem e até agora nada. Coloquei a insulina em uma caixa de isopor com gelo. Vou ter que comprar mais gelo".

Estamos no quinto dia do apagão. Cerca de 100 mil imóveis continuam sem luz, segundo o balanço da própria Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia. Na noite de ontem, eram 158 mil unidades nessa situação e isso é inaceitável.

Declaro que a responsabilidade é compartilhada: Enel e Prefeitura de São Paulo. Ações preventivas são responsabilidade de ambas. É a Prefeitura quem cuida das árvores da cidade, mas é a Enel que deve realizar a poda nos casos em que houver risco para o sistema elétrico.

Em São Paulo, a Prefeitura firmou um convênio com a Enel para a poda de árvores. Em abril de 2024, a empresa se propôs a dobrar o número de podas para 600 mil por ano na área de concessão e se comprometeu a contratar até 1.200 colaboradores em 12 meses.

Com isso, a empresa previa assegurar uma resposta de melhor qualidade às solicitações dos clientes. No segundo trimestre de 2024, a empresa tinha apenas 174 funcionários a mais do que no mesmo período de 2023. Os dados do terceiro trimestre ainda não foram divulgados.

O prazo de 12 meses termina em março de 2025. Além da poda de árvores, a Prefeitura é responsável pelo manejo adequado e consciente das árvores, com uma preocupação em deixar espaço para as raízes crescerem e em não plantar árvores embaixo de linhas de energia; duas ações que, infelizmente, não são frequentes em nossa cidade. Outro ponto de responsabilidade do governo executivo municipal é o orçamento da cidade, ou seja, define o quanto e como é gasto em cada área.

O prefeito Ricardo Nunes, em sua gestão, gastou mais de seis bilhões de dólares pavimentando as ruas, sendo que parte desses recursos foram gastos em contratos emergenciais, ou seja, houve dispensa de licitação.

Não houve uma prioridade em enterrar os fios, ação que ajudaria bastante a diminuir os apagões em nossa cidade. Relembro também que a Câmara Municipal de São Paulo encerrou em junho a CPI da Enel, que ganhou destaque após o apagão de novembro do ano passado, e o relatório final pediu a intervenção na Enel e a anulação do contrato de concessão de distribuição de energia elétrica na cidade de São Paulo.

A CPI também cobrou a empresa que cumpra o compromisso de investir cerca de seis bilhões para a melhoria da infraestrutura e que contrate mais funcionários para aprimorar o atendimento, o que não ocorreu até o momento. O relatório ainda solicitou à Prefeitura de São Paulo que centralize o acompanhamento de pedidos de poda de árvores, priorizando as que possam interferir na rede elétrica.

Não posso deixar de falar sobre a minha preocupação de repasse, à iniciativa privada, dos serviços essenciais para a população. Esses apagões de luz têm ficado cada vez mais recorrentes, e a dificuldade em fiscalização e responsabilização tem impactado em uma piora nos serviços.

O que será que acontecerá com a Sabesp, que atualmente presta um bom serviço à população e agora será de responsabilidade privada? Reforço que o fornecimento de serviços essenciais para a população exige uma responsabilidade enorme. Portanto, deveria seguir, na minha avaliação, do PT, do PSOL, do PCdoB, deveria continuar em mãos do setor público.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Prosseguindo com a lista de oradores, convoco o deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão, seu tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, que Deus abençoe nossos trabalhos. Deputados, deputadas, quero agradecer a Deus por mais um dia de vida e de trabalho. Só de a gente levantar respirando, deputado e amigo Carlos Cezar, é porque Deus permitiu. Agradecer também aqui ao pessoal da limpeza da Casa e à Polícia Militar.

Eu vou falar até aqui, fazer uma homenagem a um sorocabano, um policial, junto com Carlos Cezar também, que salvou a vida de uma criança que estava engasgada. Eu vou mostrar aqui também no telão, mas, antes, vou cumprimentar aqui o pessoal de Canas.

A gente fica muito feliz. Eu que fui também vereador em Sorocaba, o Carlos Cezar também foi vereador. Está uma comitiva aqui, olha: Gustavo Lucena, nosso prefeito eleito - Gustavo, que Deus abençoe muito -; vereadores Alceu Junior, Laerte Zanin, Nando, Edison Nenê, Capãozinho; a vice-prefeita aqui, Anália; vereador Mira; assessor da Câmara, Sergio Tobias. Sejam bem-vindos, aqui é a Casa do Povo. (Palmas.)

Muito obrigado, Suplicy, nosso amigo, todos os deputados aqui... O rei dos votos. Vocês merecem palmas mesmo, estão vindo aqui buscar recursos, e a gente tem que ajudar essas cidades.

Às vezes não tem uma ambulância lá para levar a pessoa para fazer hemodiálise, para tratar o câncer. Então, quando chega aqui no deputado e a gente consegue ajudar a fazer essa missão que Deus deixou para a gente, que é ajudar esse povo, se a gente salvar uma vida...

Eu costumo ir, Carlos Cezar, deputado - estava conversando muito com o Carlos Cezar -, eu viajo às vezes 600 km. “Ah, tem só quatro mil habitantes a cidade, não interessa, tem pouco voto”, as pessoas falam. Para mim não interessa, se eu salvar uma vida lá, conseguir uma ambulância com UTI e salvar uma vida, Deus já vai abençoar o meu mandato. É por isso que eu estou aqui.

Eu subo a esta tribuna e faço essa homenagem - também quero colocar o nome, permitindo aqui, do deputado Carlos Cezar - para demonstrar o orgulho e a minha admiração pelo policial militar que é meu amigo, que come lanches lá no “Vitão do Cachorrão”, no “Vitão Lanches”.

Para quem não sabe, eu sou vendedor de hot-dog até hoje, por isso que é “Vitão do Cachorrão”. O Reis já sabe até o preço, o deputado Reis sempre está falando aqui, o Marcolino. O Simão Pedro também diz que vai fazer uma visita lá em Sorocaba.

O cabo Reolando José Rosa e o cabo Pontes, que são ali do 7º Batalhão - olha só como que Deus usa a Polícia Militar. Que Deus abençoe muito os policiais militares, policiais civis. No dia 20 de agosto, o cabo Reolando e o cabo Pontes salvaram a vida de um bebê que tinha apenas uma semana de vida. Meu Deus do céu, eu sou pai, eu tenho duas meninas, aqui a maioria é pai também, Carlos Cezar.

Durante o patrulhamento em Sorocaba, a vó do bebê avistou o cabo Reolando na viatura e pediu ajuda para o recém-nascido que havia engasgado e não conseguia respirar. Prontamente os heróis, junto com Reolando José Rosa, foram até a residência e fizeram a manobra e o bebê voltou a respirar.

Então isso vai ficar cravado na vida da vovó, dos pais e do policial. Quando ele falou para mim, ele falou com os olhos cheios de lágrimas. Eu acho que têm as imagens aí.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Quero cumprimentar aqui o pessoal da TV Câmara, todas as estruturas aqui da Casa, da TV Alesp. Olha, Carlos Cezar, ficou seis anos de vereador e V. Exa. ficou um tempão lá, olha lá como Deus é bom, imagine para quem é pai. A gente pode bater palmas de novo para o policial aí, gente. (Palmas.)

Então, o Reolando José Rosa se sinta homenageado, todo o pessoal do 7º Batalhão, também o coronel Dragda sempre atendendo, sempre ajudando. Eles estavam bem preparados, graças a Deus, e a polícia não faz só o trabalho de polícia.

Além de ajudar muito a Polícia Militar e a comunidade, eles salvam vidas direto. Eles fazem o trabalho, às vezes, de Corpo de Bombeiros, eles levam para o hospital. Então que Deus abençoe todos os policias militares do estado de São Paulo.

E acabando a fala aqui, eu tenho mais alguns minutos, eu quero atender com muito amor a cidade de Canas e todos que vierem no nosso gabinete T55. É fácil ali, Reis - V. Exa. já foi tomar um café, o Carlos Cezar também - no gabinete do deputado Vitão do Cachorrão tem uma colher de pedreiro na porta... Isso é para não me esquecer do meu pai, e eu trabalhei de servente de pedreiro, para quando chegar aqui de terno, gravata, nunca me esquecer de onde eu vim.

E eu só cheguei aqui, Carlos Cezar, junto com vocês, porque toda autoridade é constituída por Deus, porque Deus permitiu. Gil Diniz, V. Exa. foi carteiro, está ali também o Campetti. A gente só chega aqui porque Deus permite, a gente tem que ser empregado do povo.

Está ali a colher de pedreiro, quando eu olhar aquela colher de pedreiro, eu vou lembrar que eu já fiz massa, que eu já ajudei meu pai a revestir túmulo de cemitério, com muito orgulho, já ajudei a assentar tijolo a vista, já ajudei a abrir alicerce. É por isso que eu estou aqui, para representar o povão.

E para encerrar, também o Carlos Cezar tem esse pedido, o Vitão do Cachorrão, já conversei e estou pedindo uma audiência com o governador, ninguém pode passar fome em Sorocaba. Sorocaba com 800 mil habitantes, só tem uma unidade do “Bom Prato”, precisamos de mais três “Bom Prato” móveis na cidade de Sorocaba.

Que Deus abençoe a todos.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Obrigado pela fala, deputado Vitão do Cachorrão. Quando você fez a fala sobre o policial, eu me lembro de todo o trabalho que foi feito em São José dos Campos preparando os servidores, os professores, juntamente com a Corporação de Bombeiros, no treinamento do atendimento de emergências em cada uma das escolas.

E hoje, em São José dos Campos, por meio de um projeto de lei, nós temos a obrigatoriedade de termos desfibriladores e ter treinamento a toda rede de ensino, e em muitos outros locais, para que haja a reversão dessas emergências que são extremamente importantes. Então, parabéns pela sua fala, é de muito louvor mesmo.

Também queria cumprimentar a todos de Canas, queria fazer meus cumprimentos aí ao Sr. Gustavo Lucena, prefeito eleito, aos vereadores, ao Sr. Júnior, Laertes Zanin, ao Nando, ao Edison Nene, ao Capãozinho, e também a minha amiga prefeita Analia - mande um abraço para a dona Helena.

Foi um prazer ter vocês aqui também nesta Casa de Leis. E também cumprimentar o vereador Mira e o assessor da Câmara, Sérgio Tobias. Muito obrigado pela presença de vocês, esta Casa é do povo e vocês são muito bem-vindos aqui.

Eu prossigo agora com a lista de oradores. Quero convocar a deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)

Deputado Carlos Giannazi, o senhor tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Dr. Elton, Srs. Deputados, deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, Sr. Presidente, eu estou pedindo a convocação, já protocolei um pedido aqui na Assembleia Legislativa de convocação do diretor do Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo e também da empresa terceirizada Ambiental, que faz perícias médicas de servidores e servidoras no estado de São Paulo.

Especificamente, pedi a convocação porque estamos recebendo centenas e mais centenas de denúncias de professores que foram aprovados agora no último concurso do estado e estão sendo vítimas de discriminação, de preconceito, de assédio e até mesmo de perseguição e de exigências descabidas de exames complementares.

Parece-me que há uma orientação do próprio governo para não efetivar esses professores aprovados, porque não é possível, o número de denúncias é muito grande em todo o estado de São Paulo.

Por exemplo, professores acima de 40 anos que foram aprovados no concurso, que já lecionam há anos como categoria “O” e que usam óculos, estão sendo retidos no concurso, com solicitações a eles de que façam exames nessa área, retardando ainda mais, dificultando a posse desses professores e dessas professoras.

Se a pessoa está um pouco acima do peso, mesmo a pessoa estando sadia, mesmo a pessoa estando lecionando já no contrato precarizado pela Lei nº 1.093, há muitos anos na rede, ela também não é aceita, tem que fazer novos exames.

Isso demora, a pessoa tem um custo com isso, tem um gasto, porque o exame é por conta dela, ela tem que pagar esses exames em clínicas particulares. Ela é obrigada a viajar quilômetros e quilômetros, porque muitos professores foram convocados para fazer as perícias em outras cidades, distantes de suas residências, como aqui em São Paulo, por exemplo, na Rua Itapeva.

As pessoas estão vindo de Presidente Prudente, de Mirassol, de várias cidades para fazer exame médico aqui, perícia médica na Rua Itapeva, uma travessa da Av. Paulista. Muitas são direcionadas depois ao próprio Departamento de Perícias Médicas do Glicério.

Então, estão fazendo terrorismo psicológico com as professoras e professores que foram aprovados no concurso público para dificultar ao máximo a efetivação, a aprovação desses professores e dessas professoras.

Então, nós pedimos a convocação, repito, do diretor do Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo e também do representante da Ambiental, que é essa empresa terceirizada que segue logicamente as orientações do próprio Departamento de Perícias Médicas, mas nada justifica esse processo de discriminação, de exigências extremamente desnecessárias e de humilhação. Tem muitas denúncias de que alguns médicos estão humilhando os professores e as professoras.

Há muitos anos faço denúncias contra o Departamento de Perícias Médicas. Já propus inúmeras vezes uma CPI para investigar esse departamento, que é conhecido entre os servidores públicos do estado de São Paulo como “A Casa dos Horrores”, porque uma pessoa que está doente e vai fazer uma perícia, ela sai ainda mais doente do que entrou nesse Departamento de Perícias Médicas.

Então, Sr. Presidente, vamos pedir a convocação urgente do diretor do Departamento de Perícias Médicas e da empresa Ambiental. Já tomei outras medidas junto ao Ministério Público e já venho acompanhando esse caso; há algumas semanas que isso vem acontecendo.

Então, não podemos permitir que o estado ataque, através do Departamento de Perícias e dessa empresa Ambiental, a dignidade humana das professoras e dos professores que foram aprovados no concurso público de provas e títulos e agora estão sendo impedidos, ou o governo está dificultando a efetivação, dificultando que esses professores possam assumir os seus cargos efetivos na rede estadual, porque não interessa ao governo professores efetivos, e sim professores precarizados, porque infelizmente, Sr. Presidente, aqui em São Paulo, o estado mais rico da Federação, o maior estado da Federação, mais de 50% da rede estadual é precarizada, é contratada através da Lei 1.093.

Isso é um absurdo, né? Um estado rico, que tem o Estatuto do Magistério, precariza cada vez mais a contratação de professores. Então nós vamos continuar aqui denunciando e cobrando providências contra esse terrorismo psicológico nas perícias médicas contra os professores que foram aprovados no concurso e também outros servidores que estão fazendo perícias para readaptação e para a licença médica.

Muito obrigado, Sr. Presidente. 

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Prossigo aqui com o Pequeno Expediente. Convoco a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.)

Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. O senhor tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos. 

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente, hoje eu quero trazer aqui uma reflexão, porque esta semana nós fomos acometidos mais uma vez pelo desrespeito da Enel aqui na Grande São Paulo.

Não só na cidade de São Paulo, mas na Grande São Paulo, nas 24 cidades nas quais a Enel hoje é responsável pela energia elétrica, foi demonstrado não só despreparo, mas a falta de respeito da empresa Enel com a população da cidade de São Paulo. E o mesmo pode vir a acontecer aqui no nosso Estado em relação à Sabesp.

Então eu queria trazer aqui rapidamente um vídeo da cidade de Salesópolis, sabendo que Salesópolis hoje é uma cidade importante, turística, na região do Alto Tietê. Um dos pilares dessa cidade turística é justamente a represa que recorta a cidade e é responsável pelo turismo da cidade, mas é responsável também por boa parte da produção de água para a Grande São Paulo.

Então eu queria que passassem agora o vídeo.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Eu fiz questão de trazer esse vídeo, que também é público, para falar um pouco sobre a questão da privatização da Sabesp, o Sistema Cantareira e os demais outros sistemas que nós temos hoje de abastecimento de água para o estado de São Paulo.

A responsabilidade da distribuição da água já era da Sabesp, que era uma empresa de capital misto, mas de gestão do estado de São Paulo. Agora ela passa a ser uma gestão privada.

Nós vimos a Enel aqui na cidade de São Paulo, na Grande São Paulo. O papel da Enel hoje é o de uma empresa privada, ela está preocupada com o lucro. Ela está preocupada em manter, em tese, um padrão de atendimento, mas esse lucro que hoje é gerado pela Sabesp, pela Enel, acaba indo para uma estatal italiana.

Hoje tem uma estatal italiana que faz a gestão da Enel aqui em São Paulo, e a gente sempre questiona. Os governos que por aqui passaram questionam de você ter uma empresa pública gerando a água e gerando energia, só que quem acabou comprando a antiga AES Eletropaulo é uma empresa estatal italiana que está fazendo a gestão da água aqui em São Paulo.

Só que ela faz a gestão com um olhar privado, ela faz a gestão com um olhar do lucro, porque ela tem um bom atendimento público lá na Itália, mas aqui, quando ela vem para cá, ela vem com um olhar de capital privado. E o capital privado, a lógica dele é o lucro, não é o atendimento.

E nesse final de semana que nós vimos a questão da Enel, o que está por trás disso é o desmonte da estrutura da empresa, um alto grau de terceirização e, no caso aqui de Salesópolis, esse debate sobre a destruição de uma atividade econômica da cidade, porque eles estão utilizando a água de Salesópolis para abastecer a Grande São Paulo, a cidade de São Paulo, e com isso destrói o capital econômico e turístico da cidade de Salesópolis e Biritiba Mirim. Agora, imagine esse produto da água que vai ser agora gerado por uma empresa privada; de novo, a lógica é o lucro.

Nós tivemos aqui, deputado Simão Pedro, na crise hídrica passada, a cidade de Guarulhos ainda não era gestada pela Sabesp, não tinha um convênio, era uma empresa pública da própria cidade de Guarulhos que fazia a gestão do saneamento básico da cidade.

Só que a água que chegava em Guarulhos vem a partir da Sabesp, a Sabesp é responsável pela distribuição de água no estado de São Paulo. E, já em Guarulhos, na crise hídrica passada, a Sabesp mandava menos água para a cidade de Guarulhos, porque ela não era uma cidade gestada pela Sabesp.

Agora, imagine o poder que a empresa Sabesp vai ter agora no estado de São Paulo fazendo a gestão da distribuição da água na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo e na Grande São Paulo.

Eu quis trazer aqui o exemplo de Biritiba Mirim e de Salesópolis, que agora o Governo do Estado de São Paulo, a maioria dos deputados que aprovaram a privatização da Sabesp está dando uma empresa privada, gestão de patrimônio muito importante para o nosso Estado, que é um bem comum, que é a água.

Demonstrei aqui em Salesópolis, podia ter ali hoje uma represa atendendo o turismo da cidade, e vai ter um prejuízo significativo, porque agora a Sabesp determina para onde é que vai a água do estado de São Paulo, aqui do Sistema Cantareira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Obrigado pela fala.

Prosseguimos aqui com a convocação do deputado Simão Pedro. O senhor tem tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre deputado que preside esta sessão, Dr. Elton, parabéns pelo trabalho; nobres colegas, deputadas e deputados, público que nos acompanha nas galerias e pela TV Assembleia, pelas nossas redes sociais, senhoras e senhores funcionários aqui da Casa também. Uma boa tarde para todos.

Sr. Presidente, companheiros, nobres colegas, hoje é o Dia Mundial da Alimentação. A ONU instituiu essa data para que houvesse um esforço de todas as nações, de todos os povos para combater nos seus espaços, nos seus territórios, essa chaga social das mais terríveis que podem assolar um ser humano, que é passar fome, ou seja, a pessoa ficar privada de uma alimentação, condição fundamental para ter saúde, para ter vida.

E esse é um problema que assola a população brasileira há séculos. Não é só o problema de ser privado de uma alimentação, de não ter acesso à alimentação, mas também o que a gente chama hoje de insegurança alimentar, não se alimentar adequadamente para ter uma saúde plena e plenas condições de poder desenvolver e tocar sua vida.

Ainda no Brasil, hoje, nós temos milhões de pessoas passando fome, embora, desde o ano passado, com vários programas recuperados pelo governo Lula, como o programa de aquisição de alimentos, o incentivo à produção de alimentos através de ampliação do Pronaf, do Plano Safra, o reforço com o reajuste, deputado Marcolino, de programas como o da alimentação escolar, em que o governo aporta recursos para os municípios, a melhoria da renda das pessoas, com o aumento do salário mínimo, com a geração de empregos.

Essa situação melhorou muito. Em 1º de janeiro de 2023, tínhamos quase 30 milhões de pessoas de situação de fome. E o Brasil, nesse um ano e dez meses, já conseguiu diminuir, tirar dessa situação de fome mais de 20 milhões de pessoas. Estamos avançando e espero que em breve a gente consiga de novo tirar o Brasil do chamado mapa da fome, que é um estudo que a ONU faz de países em que ainda a população passa fome.

Mas como é que combatemos a fome, combatemos a desnutrição, combatemos a insegurança alimentar? Incentivando a produção de alimentos. Como é que você faz isso, que ferramentas da agricultura, pecuária?

Aqui no Brasil nós temos um problema, a maior parte dos créditos, a maior parte das terras agricultáveis estão nas mãos do que a gente chama de grande agronegócio, expansionistas. Que produz alimentos? Sim, mas a soja, a cana para produzir o açúcar, o gado para produzir proteínas, normalmente, grande parte dessa produção é para exportação, para abastecer outros mercados lá fora.

Quem produz alimentos que abastecem a mesa do trabalhador, da trabalhadora, é a agricultura familiar. A agricultura familiar responde por uns 30% da produção. Essa sempre foi marginalizada historicamente no Brasil, mas criamos, nos últimos tempos, nos últimos anos, programas para potencializar a agricultura familiar, fortalecer a agricultura familiar, a produção de alimentos que precisam, com a política de abastecimento, chegar na mesa das pessoas de forma acessível, mais barata.

Precisamos caminhar para isso, precisamos tirar, como pretende o presidente Lula e o nosso governo, na reforma tributária, tirar os alimentos, a cesta básica de alimentos de pagamento de impostos. Isso é uma medida fundamental e importante.

Então, os nossos governos, os nossos orçamentos precisam ter um olhar para isso. O estado de São Paulo não tem programas potentes, fortes, de potencializar a agricultura familiar, muito pouco. O programa PPAIS, criado ainda na gestão Alckmin, é muito tímido para atender, para dinamizar a produção dos assentamentos ligados ao Itesp, precisaria ter mais recursos. Estamos discutindo agora o orçamento, e isso é fundamental.

Além da produção de alimentos, deputado Suplicy, nós precisamos pensar na qualidade dessa alimentação. Então, eliminar o uso de agrotóxicos, desenvolver modelos como agroecologia, agroflorestas, para preservar nossos recursos naturais e produzir alimentos saudáveis é um caminho fundamental e necessário.

Mas, para isso, nós temos que enfrentar esse modelo que predomina no Brasil, de uso intensivo de agrotóxicos, de uso intensivo de terras para produção de commodities para exportação.

Isso tem custado muito caro para o Brasil, porque nós estamos vivendo um desflorestamento, contaminação dos nossos rios e contaminação dos nossos recursos naturais, que, aliás, esse modelo que predomina é um modelo que não tem vida longa, porque ele propõe e caminha em relação à destruição dos nossos recursos naturais.

Então nós precisamos pegar essa data de hoje, fundamental, hoje está tendo homenagens. Por exemplo, eu sou autor de uma lei que criou o Prêmio Josué de Castro, e o Conselho Estadual de Segurança Alimentar do Estado está premiando universidades e prefeituras que desenvolvem políticas assim. Mas nós precisamos de muito mais esforços deste Parlamento, do Governo do Estado, da sociedade, para a gente combater essa chaga social.

Então eu quero parabenizar todas as entidades, todas as personalidades, todos os esforços que são feitos, pessoas, entidades, instituições, no sentido de a gente garantir a segurança alimentar da nossa população, principalmente daqueles setores mais frágeis, crianças, população mais pobre, para ter direito à alimentação saudável, porque isso está na Constituição, foi um movimento que nós fizemos para colocar a alimentação como um direito fundamental.

Viva o Dia Mundial da Alimentação!

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Prosseguindo aqui no Pequeno Expediente, eu quero convidar o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Presidente, deputado Dr. Elton, quero falar sobre hoje, sobre o Dia de Valorização do Policial Civil, 16 de outubro, uma lei de minha autoria que foi aprovada aqui nesta Casa, a Lei nº 17.886, de 21 de março de 2024, e hoje nós vamos ter um ato solene na Assembleia Legislativa, às 18 horas, para tratar dessa reflexão sobre a valorização do policial civil.

Eu convidei o secretário Guilherme Derrite para fazer parte deste ato solene. Convidei-o, liguei para ele, falei que era importante que ele pudesse vir aqui trazer o que a Secretaria da Segurança Pública tem em vista, o que tem no seu norte, sobre políticas de valorização dos policiais civis.

A grosso modo, nós estamos dando uma olhada na Peça Orçamentária para o ano que vem e ainda não identificamos a previsão de aumento, de reajuste salarial para os servidores públicos e para os policiais, para as forças de segurança, não só os policiais civis, os policiais militares, técnicos-científicos, os policiais penais. Nós ainda não identificamos ali a reserva de recursos para garantir o reajuste para os servidores no ano que vem.

É claro que nós vamos fazer emendas ao Orçamento, indicando essa prioridade. É prioridade, porque esse ano o reajuste foi zero. Não houve reajuste para nenhum servidor do Poder Executivo.

Houve reajuste para os servidores da Alesp, para os servidores do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Prefeitura de São Paulo, da Câmara Municipal de São Paulo, mas para os servidores do estado não houve reajuste.

Então, nós convidamos o secretário para que ele possa vir aqui e falar-nos sobre o que a Secretaria de Segurança Pública tem planejado para a valorização do policial civil, para a valorização das forças de segurança pública, porque é a pauta da direita. A direita defende bastante as questões da segurança pública, mas elas não estão sendo valorizadas.

Lá em Brasília, a negociação salarial que foi feita com a Polícia Federal, com a Polícia Penal Federal, foi garantir o reajuste até 2026. Para se ter ideia, até 2026, o policial penal vai ganhar 20 mil reais por mês, no topo da carreira.

Um delegado de Polícia Federal vai ganhar 41 mil e 900 reais por mês, enquanto o delegado de Polícia de São Paulo estará ganhando um terço disso, que é cerca de 14 a 15 mil reais.

Então, nós temos várias questões na Polícia Civil para serem resolvidas. Nós temos a questão salarial dos investigadores de polícia, dos escrivães de polícia, pois está na lei que eles têm de ter o curso superior. Mas, na sua valorização, na questão salarial, ainda continuam com salário de nível médio. Isso é uma cobrança que vem desde quando a lei foi aprovada, em 2008. E a lei foi aprovada por conta daquela manifestação que foi feita no dia 16 de outubro de 2008.

Hoje é 16 de outubro de 2024. Por isso que nós cravamos aqui nesta Casa, essa lei, instituindo o Dia de Valorização do Policial Civil. Essa é uma grande cobrança. Depois, Sr. Presidente, senhores deputados, público presente, senhoras deputadas, lá em Brasília foi feita a Lei Orgânica de todas as polícias civis do Brasil, a Lei Orgânica Nacional.

Vários estados estão regulamentando as suas polícias com base nessa lei federal. E São Paulo continua no atraso. São Paulo é um dos estados mais ricos, mais desenvolvidos, mas é o que tem maior dificuldade para fazer a lição de casa. Nós temos estados, como agora o Espírito Santo, que já regulamentou a Polícia Civil, com base na lei orgânica nacional, e o estado do Paraná.

Vários estados estão fazendo a sua lição de casa, mas São Paulo continua muito atrasado. Então, para deixar registrado na data de hoje, o Dia de Valorização do Policial Civil. E continuar cobrando o governador, o secretário da Segurança Pública, sobre as políticas públicas para a Polícia Civil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Eu vou encerrar nesse momento o Pequeno Expediente e dou abertura agora ao Grande Expediente. O senhor tem a palavra.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Agradeço se puder fazer uma comunicação pelo Art. 82.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - É regimental. O senhor tem cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PELO ART. 82 - Presidente Dr. Elton, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

Eu gostaria hoje de compartilhar esta linda homenagem à Sra. Fernanda Montenegro, a diva maior do nosso teatro, da TV e do cinema. E que, justamente hoje, está completando 94 anos.

O jornal “O Estado de S. Paulo” presta hoje uma homenagem muito bonita e merecida, assinada por Sabrina Legramandi, bem como por diversos artistas, que fazem um cumprimento muito belo à querida Fernanda Montenegro.

“Em agosto último, cerca de 15 mil pessoas se reuniram na área externa do Auditório do Ibirapuera, para vê-la ler textos na obra ‘A Cerimônia do Adeus’, da filósofa Simone de Beauvoir.

As últimas frases do monólogo ressoaram especialmente pelo paralelo com a carreira da própria atriz, e com os motivos que a levaram a revisitar a autora francesa, 15 anos depois de tê-la encenado em uma peça encenada por Felipe Hirsch.

‘Não sou escrava do meu passado. O que eu sempre quis foi comunicar, da maneira mais direta, o sabor da minha vida. Eu acredito que consegui fazê-lo. Não desejo nada mais do que viver sem tempos mortos’.

Quando a leitura chegou ao fim, o portão do fundo do palco foi aberto. Ao se virar e ver a multidão presente ao ar livre, a atriz levou a mão ao rosto, demonstrando surpresa. Com os olhos marejados, disse: ‘Essa é a minha grande festa de aniversário’”.

Eu tive a oportunidade de assistir, quando Fernanda Montenegro apresentou a peça “A Cerimônia do Adeus”, de Simone Beauvoir. Tantas coisas belas são ditas, por exemplo, por Christiane Torloni. A Fernanda estimula, aconselha, inspira as novas gerações. Vinicius de Moraes disse que o seu legado é vasto e essencial, porque sempre serviu como fonte de estudos, de formação acadêmica e humanista.

Ela também é homenageada por Matheus Nachtergaele, ator e diretor. “Você não vai encontrar um corpo de ator, não só no Brasil, mas talvez no mundo todo, que tenha passado por tantas dramaturgias como o corpo de Fernanda Montenegro.

Nenhum ator contemporâneo passará pela quantidade de espetáculos que a Fernanda já fez no teatro. Ele deve ter encarnado personagens de espetáculo de quase todos os dramaturgos importantes, do mundo e do Brasil, obviamente, além de ter estreado peças que hoje são clássicos.

Eu acho que é pela vocação tão forte, pelo trabalho incessante que Fernanda simboliza o melhor do nosso teatro, da nossa arte teatral, da nossa arte de atores. Ela simboliza, mas encarna mesmo, merecidamente, um tipo de ator cuja artesania está em extinção e é extremamente bem formada no fazer constante. O teatro, por exemplo, antigamente era feito de segunda a domingo.

Tudo isso aconteceu com Fernanda Montenegro, como atriz e também como produtora, ao lado de Fernanda Torres, sua filha. É invejável a trajetória e deixa na Fernanda a marca da alta cultura intrínseca, verdadeira, vivida de cor, de quem tem vocação verdadeira, de quem se joga notrabalho sem rede de proteção e com essa beleza dos artistas que só são felizes de verdade na arte.

Poucos atores da geração de Fernanda foram tão longe e, ao mesmo tempo, tão ativos o tempo todo, e a Fernanda é muito corajosa. Não fez só espetáculos com uma cara e com uma estética ou um gênero. Ela encarou em seu corpo e sua alma todos os gêneros, comédias e melodramas.”

São muitos dos artistas que, merecidamente, aqui elogiam o trabalho extraordinário dessa vida de 95 anos, tão bela, essa vida tão bela de Fernanda Montenegro, que tanto honrou a nossa arte, o nosso teatro, as novelas de televisão e tantas outras coisas. Uma mulher simplesmente extraordinária.

Parabéns, Fernanda Montenegro, atriz principal de nosso teatro e da vida cultural brasileira.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Prosseguindo agora na lista de oradores, o deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) E, por permuta, agora, com a deputada Ana Perugini, eu convoco o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Presidente, deputado Dr. Elton, eu quero voltar ao tema dos vetos, porque ontem eu tentei falar, mas o nosso tempo de fala, de cinco ou dez minutos, é muito curto. Por isso, nem sempre a gente consegue começar um assunto e terminar.

Mas, o comportamento do governador com os deputados e as deputadas é repugnante: 145 projetos vetados. Tudo o que se produz aqui, de todos os deputados. Não é: “ah, está perseguindo a esquerda, está perseguindo a direita, o centro”. Não, todos os deputados têm tido seus projetos vetados. Na Comissão de Segurança Pública, eu levantei 82 projetos que têm relação com a Segurança Pública, de vários deputados, de todos os partidos.

Fiz um requerimento para que a comissão aprovasse que esses projetos fossem encaminhados ao governo, ao governador, e que o governo dissesse quais projetos poderiam ser sancionados, quais daqueles projetos vêm ao encontro da melhoria da Segurança Pública e  têm relação com a Segurança Pública: segurança nas escolas, segurança preventiva, projetos para melhorar a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Técnico-Científica e a Polícia Penal.

Quais desses projetos o governo poderia sancionar? Mas, os membros governistas, os deputados governistas, desde o presidente até o partido que banca o Governo, votaram contra.

Eu falei: “mas estão dando tiro no pé de vocês. Vocês vêm aqui, falam em nome da Segurança Pública, dizem que desejam melhorá-la, produzem projetos para melhorar a Segurança Pública, e quando a gente propõe uma solução, um encaminhamento para que esses projetos produzam resultados, vocês se colocam contra”.

Mas, na época, encaminhei também para o Xerife do Consumidor Pedi que ele enviasse para o Governo, via liderança do Governo, e o Governo nos respondesse quais desses projetos ele poderia aceitar e sancionar que dessem resposta para a questão da Segurança Pública.

Todos os projetos que são construídos pelos deputados e deputadas, muitas vezes são feitos com a participação da população. Muitas vezes, a população traz as ideias: “olha, se fizer isso não melhora? Se fizer aquilo não melhora?” Os deputados discutem esses projetos nas suas bases.

Os parlamentares redigem o projeto que tramita nas comissões - é uma dificuldade passar em todas as comissões - e, quando ele é indicado como a sua prioridade - muitas vezes, um projeto a cada seis meses - aí o PL vai para a cozinha do governador, onde ele veta. E ele vetou projetos importantes.

Seria bom que o presidente da Alesp, que inclusive quer ser reconduzido, quer mais dois anos, recolheu assinaturas, apresentou a PEC 5 mudando a Constituição do estado, propondo alteração na Constituição do estado para se perpetuar nesta Casa...Ele quer se perpetuar por mais dois anos, é a vontade dele.

Mas seria bom que ele fizesse um gesto, que pelo menos ele colocasse na pauta -porque depende muito do presidente - a derrubada de ao menos um veto por deputado. Cada deputado que teve os seus projetos vetados, pelo menos que a gente derrubasse esses vetos, como já aconteceu no passado.

Nós tivemos um presidente desta Casa que derrubou os vetos do governador. E o presidente André do Prado quer continuar, quer ser presidente por mais um biênio. Apresentou essa PEC e, obviamente, vai submeter aos Srs. Deputados e às Sras. Deputadas, para que ela seja aprovada, garantindo essa alteração, para que ele possa continuar nesse glamour da Assembleia Legislativa.

Mas, que pelo menos ele fosse mais próximo dos deputados, que fizesse um gesto, deputado Gil Diniz? Vamos fazer um gesto? Vamos derrubar esses vetos? Pelo menos um para cada deputado. Pelo menos um, porque a última palavra não é do governador; a última palavra é desta Casa. A última palavra sempre será desta Casa, porque a última palavra é do povo, não é de quem governa.

Quando o povo se cala, aí impõe-se a vontade do imperador. Mas, se o povo falar: “imperador, não é isso que nós queremos, nós vamos derrubar os vetos”, aquelas proposituras dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas vão ganhar vida, vão passar a valer, como já aconteceu no passado. Nós tivemos aqui o deputado Capez, que foi presidente nesta Casa e derrubou vários vetos.

Agora, de que adianta a gente reconduzir o André do Prado por mais dois anos e ele continuar frequentando a cozinha do governador? Só faz o que é decidido na cozinha do governador e não faz aquilo que é a vontade do povo. Porque aqui é o povo! E os deputados representam o povo.

Quando os deputados apresentaram os seus projetos, eles tramitaram e foram aprovados, foi porque o povo falou para o Governo: “olha, Governo, nós queremos essas políticas”. Aí o Governo falou: “não, mas eu não concordo, vou vetar tudo”.

Aí o projeto volta para a Alesp. E aí o povo fala: “em que pese que V. Exa. vetou, vale a nossa vontade”. É isso que a gente não vê no agir, esse gesto do presidente desta Casa, que quer se perpetuar por mais dois anos.

Aqui nós temos projetos de minha autoria. Na Câmara Municipal, eu aprovei uma denominação que é a Praça da Liberdade África-Japão, e o prefeito sancionou.

Apresentei na Alesp um Projeto de Lei para que a estação do metrô também siga a lógica da Praça da Liberdade África-Japão, mas o governador vetou. Olha a forma de enxergar o mundo, duas formas diferentes.

Projeto do deputado Carlos Giannazi: “autorizo o Poder Executivo a dispensar exigência de filiação prévia do professor de educação física da educação básica a qualquer entidade profissional, como condição de exercício da profissão nas redes de ensino públicas estadual, municipal e privada”. “sem embargo dos altivos propósitos...”, ele coloca essa linguagem: “os altivos propósitos, o nobre legislador... Veto”!

Aí vem o projeto do deputado Guilherme Cortez, que instituía a educação climática na rede de Educação do estado. Veto.

Projeto da deputada Beth Sahão, criando o pacto “Não se Calem”, protocolo de medidas que visam a proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade sexual que tenham sido vítimas de assédio, agressão ou violência sexual. Veto.

Projeto do deputado Simão Pedro: “institui o programa de incentivo ao esporte amador do estado de São Paulo e dá outras providências”. Veto.

Aí vem o projeto da deputada Professora Bebel, um projeto simples: “autorizo o Poder Executivo a instituir uma mesa de negociações...”. É importante ter uma mesa de negociações entre os trabalhadores, os funcionários públicos e o patrão, o Estado. Qual é o problema de se ter uma mesa de negociação? Veto. Veto total.

Aí vem o projeto da deputada Paula e do deputado Luiz Fernando, o Projeto de Lei nº 1.302: “propõe garantir condições de presença de bebês e crianças em prédios públicos, estabelecimentos esses que deverão possuir fraldários nos banheiros masculinos e femininos, espaço para amamentação, berçário, espaço para crianças...”. Um projeto importante. Muitas vezes, as mães estão com suas crianças e não têm um fraldário em prédios públicos. Veto total.

 Aí vem o projeto que “disciplina a utilização de amálgamas de mercúrio em procedimentos odontológicos”. O projeto... ele elogia o projeto: “a proposição veda a realização de procedimento odontológicos, amálgamas de mercúrio em mulheres gestantes, lactantes ou em idade reprodutiva, crianças, adolescentes, menores de 14 anos...” E depois: “veto”!

Projeto do Donato, do deputado Donato: “autorizo o Poder Executivo a instituir o Programa Estadual de Segurança Aquática”. É muito importante esse projeto e também é a mesma coisa: “conquanto sensível a relevância da matéria e os elevados propósitos do legislador, vejo-me compelido a negar a sanção”. Então, primeiro ele põe lá em cima e depois: “veto”!

Então, essa reflexão, deputado... (Fala fora do microfone.) Não, são vários, são tantos que o tempo não dá para falar de todos, mas eu vou continuar falando em outros dez minutos do Grande Expediente.

Temos que falar todos os dias, temos de cobrar o governador. Não dá para ter esse comportamento. E temos que cobrar a Mesa Diretora, cobrar o deputado André do Prado, já que ele quer se perpetuar nesta Casa, que faça um gesto. Vamos derrubar os vetos? Pelo menos um para cada deputado?

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - É regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para fazer uso da tribuna pelo Art. 82 pela liderança do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Não sem antes, Sr. Presidente, por uma comunicação também, concordar com o deputado Reis, que faz aqui um movimento importante e lança a proposta de derrubada de vetos.

No passado, em outras legislaturas, nós derrubamos vários vetos de vários deputados. Havia um acordo, exatamente esse acordo que o deputado Reis fez, de derrubar vetos de deputados; isso já ocorreu aqui na Assembleia Legislativa.

Estou aqui no quinto mandato e derrubei vários vetos. Projetos que aprovei foram vetados e se transformaram em lei. E de vários outros deputados também. Então, todo o nosso apoio a essa bandeira que V. Exa. está levantando aqui na Assembleia Legislativa.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Prosseguindo aqui com a lista de oradores... (Fala fora do microfone.) Ok. Ele vai prosseguir então pelo Art. 82. A palavra está com o senhor.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Muito obrigado, deputado Dr. Elton, que conduz esta sessão. Sr. Presidente, ontem o governador Tarcísio de Freitas reuniu no Palácio dos Bandeirantes alguns prefeitos de São Paulo, sobretudo o prefeito Ricardo Nunes, para cometer um ato de falsidade, de enganação, de hipocrisia quando ele anuncia - a imprensa toda a noticiou ontem -, pedindo, na verdade, uma intervenção na empresa de energia elétrica, a concessionária, uma empresa privatizada pelo PSDB, pelo tucanato, quando nós tivemos início a privataria tucana, a Enel.

Na verdade, por que eu estou dizendo que isso é falso, Sr. Presidente? Porque o governador Tarcísio não tem moral nenhuma para fazer isso. Ele está privatizando todo o estado de São Paulo, entregando todos os nossos equipamentos públicos, as nossas empresas públicas, os nossos serviços públicos para os acionistas, para os grandes empresários e investidores terem lucro através da prestação de serviços públicos no estado de São Paulo.

Então, nós sabemos que, está aqui a matéria, inclusive, essa é uma delas, essa da “Folha de S. Paulo” de hoje: “Tarcísio e prefeitos da grande São Paulo pedem intervenção na Enel após reunião com o Tribunal de Contas da União”. Sabemos, Sr. Presidente, que isso é por conta da eleição municipal, é para ajudar o prefeito Ricardo Nunes, que foi desmascarado por conta do apagão.

O apagão não só da energia, mas o apagão da poda de árvores, do manejo de árvores, o apagão da zeladoria da cidade de São Paulo e o apagão em outras áreas sociais, o apagão da Saúde, que está um caos na cidade de São Paulo, porque o prefeito só pensa em asfaltar ruas que já foram asfaltadas. Gastou bilhões de reais com essas obras, Sr. Presidente, e não investiu onde tinha que investir.

Por exemplo, poderia ter evitado uma boa parte do que aconteceu no apagão na cidade de São Paulo se tivesse investido exatamente na zeladoria da cidade. Hoje, uma pessoa, para que tenha a árvore da sua casa - da sua rua, sobretudo - cortada ou podada, se ela entrar com o pedido hoje, só daqui um ano ou dois anos que ela vai ter algum tipo de resultado. É isso que está acontecendo na cidade de São Paulo, porque nós vivemos o apagão da zeladoria.

Então, o governador, para disfarçar, Sr. Presidente, inventou essa história de ser contra a Enel. Ele não é, nós sabemos que não, Sr. Presidente, porque esse governo está privatizando tudo.

Inclusive, privatizou a Sabesp, entregando a Sabesp, uma empresa lucrativa, para uma outra empresa que ganhou a licitação, que é a Equatorial, uma empresa sem nenhuma experiência nessa área de tratamento de água, de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Ela não tem experiência.

E essa empresa, que vai cuidar da água em São Paulo, a Equatorial, tem como seu principal acionista, Sr. Presidente, um ex-banqueiro que foi preso pela Polícia Federal, o famoso Dantas. Todos se lembram daquela operação em que ele foi preso.

Essa empresa Equatorial, que não tem experiência, que tem como seu maior acionista um ex-banqueiro preso pela Polícia Federal, vai cuidar da água do estado de São Paulo. Isso é obra do Tarcísio de Freitas e dos deputados que aprovaram aqui na Assembleia Legislativa a privatização, a privataria bolsotucana da Sabesp, Sr. Presidente, sem contar as outras privatizações em curso.

O governador lançou um pacotaço de privatizações: Fundação Casa; vai fazer leilão de escolas estaduais na Bolsa de Valores; o governador vai privatizar mais estradas, mais pedágios. Ele está vendendo agora terrenos e espaços públicos da Secretaria da Agricultura, áreas de pesquisa estão sendo vendidas pelo governador Tarcísio de Freitas.

Então, queria dizer, Sr. Presidente, que isso é uma farsa total. Ele está fazendo um jogo de cena, um teatro para dizer que é contra a Enel. Nós somos contra a Enel, fomos contra a privatização da Eletropaulo em 1998, colocamo-nos contra todas as privatizações dos serviços essenciais: água, energia, Educação, assistência social, essas áreas não podem ser privatizadas, são serviços essenciais, que têm a ver com os direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal, pela Constituição Estadual, pela legislação brasileira, Sr. Presidente.

Ter acesso à energia elétrica é um direito da população, ter direito à água é um direito. A água é um bem fundamental, e isso virou mercadoria e virou lucro para os acionistas.

Então queria fazer essa crítica e essa denúncia de que isso foi uma encenação que o governador fez com os prefeitos, sobretudo com o Ricardo Nunes, o prefeito que privatiza tudo também, Sr. Presidente. Privatizou agora o sistema funerário, encarecendo em 400% o enterro, o velório na cidade de São Paulo. É um caos, morrer em São Paulo ficou caro, deputado Suplicy, não se pode mais morrer na Capital, porque a pessoa paga, a família vai pagar muito caro por isso.

Então é por isso que eu digo que esse ato do prefeito foi para inglês ver, para tentar proteger a incompetência, o apagão da cidade de São Paulo.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. ELTON - UNIÃO - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 26 minutos.

 

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