8 DE AGOSTO DE 2023
76ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, CAPITÃO
TELHADA, PROFESSORA BEBEL e ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - CAPITÃO TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CAPITÃO TELHADA
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA
Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição,
Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho e de
Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 15 horas e 30
minutos.
6 - ANDRÉA WERNER
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - DR. JORGE DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA
Desconvoca a reunião conjunta das Comissões de Constituição,
Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho e de
Finanças, Orçamento e Planejamento, que seria realizada hoje, às 15 horas e 30
minutos.
12 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
14 - PROFESSORA BEBEL
Assume a Presidência.
15 - CAPITÃO TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - CAPITÃO TELHADA
Assume a Presidência.
17 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
19 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
20 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - SIMÃO PEDRO
Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos,
por acordo de lideranças.
22 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h55min.
ORDEM DO DIA
23 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h38min. Coloca
em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de criação de
comissão de representação, do deputado Carlão Pignatari, para "participar
dos eventos em comemoração ao Aniversário de Votuporanga, nos dias 08 e
09/08"; da deputada Marina Helou, para "participar do Programa de
Liderança Executiva em Desenvolvimento da Primeira Infância, em Cambridge -
EUA, a realizar-se entre os dias 14 e 18/08"; do deputado Gil Diniz, para
"participar do evento de Estudos Avançados de Relações Exteriores da
República da China, em Taiwan, a realizar-se no período de 30/08 a 12/09";
do deputado Eduardo Suplicy, para "participar do 22º Congresso
Internacional da Rede Mundial da Renda Básica, em Seul - Coreia do Sul, a
realizar-se no período de 20 a 28/08"; da deputada Paula da Bancada
Feminista, para "participar da 7ª Marcha das Margaridas, em Brasília - DF,
a realizar-se nos dias 15 e 16/08". Convoca sessão extraordinária a
realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.
24 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
25 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Cumprimenta o professor Nuno Coelho, diretor da Faculdade de
Direito de Ribeirão Preto, da USP, presente no plenário.
26 - PAULO FIORILO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
27 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 09/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão
extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas e 02 minutos. Levanta a
sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente. Iniciando a lista do Pequeno Expediente,
com a palavra o deputado Capitão Telhada, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP -
Excelente tarde, Sr. Presidente, Exmo. deputado Carlos Giannazi, meus pares que
acompanham neste espaço tão caro que temos na nossa democracia brasileira para
termos voz e para darmos voz àqueles que confiam no nosso trabalho. A todos que
nos acompanham na galeria, na Rede Alesp, a todos os funcionários civis e
militares da Assembleia Legislativa, uma boa tarde.
Venho à tribuna
nesses cinco minutos de tempo regimental para comunicar oficialmente,
formalmente a toda a sociedade Paulista o luto que vivemos na Polícia Militar.
Infelizmente, não é uma notícia nova. Infelizmente, não é algo inédito o
combate diário que os nossos irmãos e irmãs policiais militares vivem no dia a
dia nas ruas de São Paulo.
Não só os
policiais, mas os guardas civis metropolitanos, todos aqueles agentes que
compõem as forças de segurança do nosso Estado, dos estados brasileiros, as
Forças Armadas, vivem de fato um combate com o crime, com o narcoterrorismo.
Essas não são palavras ao vento.
Nós tivemos há
cerca de dez dias atrás o falecimento, a morte, o assassinato do nosso
guerreiro, o soldado Reis. Eu trouxe mais uma vez a fotografia dele para
ilustrar para quem às vezes quer começar a virar a página já, a notícia nova, o
jornal antigo a gente só enrola o peixe; aqui não. Aqui a gente vai sempre
honrar e relembrar a memória dos nossos heróis.
O soldado Reis
tombou em serviço patrulhando numa viatura de Rota lá no município do Guarujá.
Todos acompanham os noticiários nos últimos dias. O que passou a acontecer com
a postura firme do Governo de São Paulo, através do governador Tarcísio de
Freitas, através do secretário Derrite de colocar a tropa de choque, colocar o
patrulhamento tático lá ostensivo, enérgico no município e na Baixada Santista,
e manter.
Antigamente,
até quando eu ainda estava como oficial da Polícia Militar na Rota, no COE,
muitas vezes também fui para a Baixada. Qual que era a diferença? Que o
governo, os governos anteriores paulistas, quando tinha uma ocorrência, quando
começava a ter uma resposta, a buscar a prisão dos criminosos, quando se
começava ali a tropa a trabalhar, nós éramos retirados do local, éramos
obrigados a voltar para dentro da caserna.
Então eram um,
dois dias de operação. E esse governo tem mantido uma postura diferente. Com o
falecimento do soldado Reis, a tropa de choque de São Paulo, junto com os
Baeps, com as forças táticas, começaram a atuar na Baixada Santista e estão lá
até então. Foram vários confrontos e está comprovada essa dificuldade que a
gente vive no dia a dia, porque não parou no soldado Reis.
Nós tivemos um
policial do 8º Baep, que é de Presidente Prudente, em serviço, em Santos,
baleado também fardado, trabalhando em confronto com criminosos. Tivemos a cabo
Najara Gomes, também baleada, atacada. Sofreu um atentado também em Santos na
mesma semana; não morreu por Deus. Foi alvejada com dois disparos de fuzil, a
viatura toda ficou furada de balas.
E tivemos agora
mais recentemente a morte do guarda civil metropolitano. Pode colocar também na
tela, por favor. Lá em São Vicente, na Baixada Santista, o GCM Pedro Luiz Rocha
Saiz, também vítima da violência criminal, vítima de bandido, que tirou a sua
vida simplesmente por ser policial, simplesmente por ser agente de segurança
pública e por trabalhar pela população assim que identificado como policial,
como guarda civil. Foi morto, executado, no meio da rua, na frente de
familiares.
É essa guerra
que nós vivemos em São Paulo. É por isso que nós lutamos, pela defesa desses
homens e dessas mulheres, soldados fardados entregues à defesa do próximo,
cumprindo o seu juramento.
Devem ter uma
retaguarda jurídica, devem ter um suporte jurídico, dentro da instituição e
fora. É por esses homens e mulheres que nós, aqui na tribuna e na política,
buscamos melhorias.
Fora o risco de
vida que eles já correm no dia a dia na viatura, não precisam correr mais o
risco jurídico, não precisam correr outros tipos de risco. Temos que garantir a
eles a tranquilidade para exercer seu trabalho.
Também quero
aproveitar nestes últimos segundos para externar os meus sentimentos ao meu
amigo cabo Pires, do 8º Batalhão, que perdeu o seu filho. Por favor, a última
foto.
* * *
- É exibida a
fotografia.
* * *
O soldado
Leonardo de Souza Pires também morreu em serviço na última sexta-feira, há
poucos dias. Em perseguição a uma moto roubada, o soldado Leonardo, que também
estava em uma motocicleta, da Polícia Militar, em um acidente fatal acabou
perdendo sua vida, lutando e fazendo o que acreditava: correndo atrás de
ladrão, protegendo a sociedade.
Meus
sentimentos a toda a família do soldado Leonardo Pires, ao seu pai, que é
grande conhecido nosso, que já esteve neste Parlamento, inclusive, sendo
condecorado por ocorrências policiais, acabou perdendo o seu filho de maneira
prematura com 26 anos de idade, três anos de Polícia.
Infelizmente,
Giannazi, essa é a vida do policial militar. Ele coloca uma farda, não é para
perder a vida, ele quer voltar para a sua casa, ele quer voltar para o seio da
sua família, ele quer continuar fazendo a sua contribuição para a sociedade,
mas essa é a realidade que nós enfrentamos no Brasil, é por eles que lutamos.
Muito obrigado
pelo tempo.
Deus abençoe os
nossos bravos guerreiros policiais.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a
palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Rui Alves. (Pausa.) Tem a palavra
o deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Tem a palavra o deputado Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Tem a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Tem a palavra o
deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Marcos Damasio.
(Pausa.) Tem a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Tem a palavra o deputado
Reis. (Pausa.) Tem a palavra a deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.)
Passo a palavra e a condução dos
trabalhos para o deputado Telhada.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Capitão
Telhada.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito
obrigado, deputado Carlos Giannazi. Dando continuidade na Presidência desta
sessão ordinária, convido o deputado Carlos Giannazi para fazer uso da palavra
no tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Telhada, deputados e
deputadas, público presente, telespectador da TV Assembleia, quero comentar uma
matéria do jornal “O Globo”, da jornalista Bianca Gomes, que foi publicada
hoje.
É uma matéria
importante, que traz uma informação sobre um projeto de lei que será
encaminhado à Assembleia Legislativa, esse é o teor da matéria de “O Globo”,
que o Tarcísio pretende anistiar multas de quem não usou máscara na pandemia.
Bolsonaro deve quase um milhão de reais.
Segundo a
matéria muito bem-feita pela jornalista Bianca Nunes do jornal “O Globo”,
existe uma dívida de aproximadamente 70 milhões de reais. Essa dívida seria
anistiada pelo governador Tarcísio de Freitas, anistiando inclusive o
ex-presidente inelegível Bolsonaro, genocida, fascista, responsável por uma boa
parte das mortes ocorridas nesse País.
Mas é anistiado
das multas, ele, que incentivou, ele sabotou as recomendações da Organização
Mundial da Saúde do distanciamento social, sabotou a utilização das máscaras,
fez propaganda da cloroquina.
Inclusive,
ordenou que o Exército produzisse cloroquina para o povo brasileiro, e acabou
matando mais ainda pessoas no nosso País, e sabotou a vacina. Um genocida, que
deveria estar preso, deveria ser condenado a mil anos de cadeia, vai ser
anistiado aqui pelo governador Tarcísio de Freitas, Sr. Presidente. Isso é
grave, e nós não vamos permitir.
Se esse projeto
chegar à Assembleia Legislativa, isso é um verdadeiro escárnio. É uma aberração
esse tipo de proposta e, se chegar um projeto como esse, nós vamos obstruir.
Esse projeto
não pode ser aprovado, porque o mesmo governador que quer anistiar os
negacionistas e o Bolsonaro - que deve quase 1 milhão de reais aos cofres do
estado de São Paulo -, é o mesmo governador que está sabotando os quinquênios,
o pagamento dos quinquênios, da sexta-parte dos servidores estaduais.
E que também
foi... Esses quinquênios, a evolução funcional dos servidores públicos do
estado de São Paulo foi congelada durante a pandemia também. Por que ele não
quer anistiar?
Se o próprio
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo já liberou, já aprovou o parecer
dizendo que pode, sim, descongelar os quinquênios e toda a evolução funcional -
não só dos servidores municipais, mas do Estado, do Ministério Público, do
Tribunal de Justiça, do próprio TCE - é uma decisão do TCE.
Porém, de uma
forma covarde e perversa, o governador, que está protegendo negacionistas e o
próprio ex-presidente inelegível, genocida, fascista, do Brasil, ele penaliza
milhares, milhões de servidores públicos no estado de São Paulo, impedindo que
eles tenham a evolução funcional durante o período da pandemia. É um absurdo
isso.
Então, para os
negacionistas, tudo; para o Bolsonaro, inelegível, tudo; e, para os servidores
públicos - para as professoras, para as enfermeiras, para as assistentes sociais,
para os servidores das mais variadas categorias profissionais -, nada de
evolução funcional: congelamento. Lembrando ao governador que até mesmo estados
governados por bolsonaristas, aliados do Bolsonaro, liberaram.
O estado do
Paraná liberou, o estado de Santa Catarina, governador Tarcísio, liberou.
Vários estados bolsonaristas liberaram e o governador Tarcísio de Freitas
coloca em prática aqui e dá continuidade à política de ódio que o PSDB tinha
dos nossos servidores. E aumenta ainda, porque não custava nada para ele... ele
alegou, foi ao Supremo para derrubar o parecer do Tribunal de Contas do Estado
de São Paulo, algo inédito.
Nunca aconteceu
isso aqui no estado de São Paulo, um governador ir ao Supremo para derrubar um
parecer do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Foi e congelou, através
de uma liminar, a liberação dessa... o que seria uma conquista, Sr. Presidente,
porque nós estávamos batalhando por isso. Fiz reuniões no TCE, no Ministério
Público, no Tribunal de Justiça, junto à PGE. Havia todo um encaminhamento,
teve a consulta de dois municípios.
No entanto,
esse governador Tarcísio, que representa aqui o governo “bolsotucano” no estado
de São Paulo, derrubou o descongelamento dos quinquênios, da sexta-parte, dos
anuênios, dos triênios - não só dos servidores do estado de São Paulo, mas de
todos os municípios do nosso estado.
Ele atacou
todos os servidores públicos do estado de São Paulo, inclusive os do Ministério
Público, do TJ, da Defensoria Pública. Todos foram afetados por essa nefasta
decisão.
Então, é isso:
para os negacionistas, tudo - o perdão das dívidas -, para o Bolsonaro também;
e, para os servidores públicos, congelamento, arrocho salarial.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, Sr.
Deputado. Farei uma leitura agora de convocação. Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado
com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das
comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações
do Trabalho; Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, às 15 horas
e 30 minutos, no salão nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o
Projeto de lei nº 1.084, de 2023, de autoria do Sr. Governador, que ratifica o
protocolo de intenções firmado entre os estados do Espírito Santo, Minas
Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo,
com a finalidade de constituir o consórcio de integração dos estados do sul e
sudeste do Brasil.
E dando continuidade à lista de
oradores inscritos de maneira suplementar, convidamos para fazer uso da palavra
o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado
Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Altair Moraes.
(Pausa.)
Deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado
Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Luiz Marcolino. (Pausa.) Deputada Dani Alonso.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Andréa Werner.
A senhora tem o tempo regimental do
Pequeno Expediente.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente; boa tarde, colegas; eu estava com
muito receio de voltar a falar aqui nesta tribuna, mas eu logo vi que eu estava
sendo injusta. Injusta porque aqui nesta Casa as pautas que eu sempre trouxe,
os debates sempre foram muito respeitados, eu sempre fui muito ouvida, sempre
tive espaço, e a gente está trabalhando em conjunto para construir novas
políticas, fiscalizar o Estado, fiscalizar empresas, para que os direitos das
pessoas com deficiência sejam respeitados aqui no Estado.
Ano passado foi
muito marcante para mim, muito marcante porque depois de duas candidaturas,
finalmente eu consegui ser eleita pelo estado de São Paulo para representar
mães e famílias de pessoas com deficiência.
Lutar pelos
direitos de pessoas como meu filho, de 15 anos, que é autista, pelos direitos
das minhas amigas de luta, pelos direitos dos filhos das minhas amigas de luta,
só que agora as coisas mudam um pouquinho, porque eu também entendo que eu
sempre estive lutando pelo direito de pessoas como eu.
Hoje cedo saiu
no UOL uma entrevista que eu dei sobre o meu diagnóstico como uma mulher
autista, uma mulher que como tantas outras chega ao seu diagnóstico muito
tarde, aos 47 anos de idade.
Quando eu soube
que era autista, algumas semanas atrás, depois de um processo que demorou seis
meses, eu comecei um processo muito parecido com o de várias pessoas que eu
conheço, inclusive algumas pessoas que trabalham no meu gabinete.
Foi um tempo
que eu tirei para reinterpretar vários momentos da minha vida, de dificuldades
que eu tive mesmo, de socialização, nos estudos, no emprego, experiências bem
traumáticas, inclusive, no trabalho, de ouvir que eu era emburrada, de ouvir
que eu fui um erro de seleção do processo de trainee mais concorrido do Brasil,
que eu era incapaz de entender a dinâmica de uma grande empresa, que eu não
sabia trabalhar com pessoas.
Eu ganhei em
autoconhecimento, que se eu tivesse anos atrás, talvez eu poderia ter usado
para escapar de relacionamentos abusivos, inclusive. Talvez eu não tivesse sido
alvo de diversas violências que eu sofri em diversas ocasiões. Uma pesquisa
britânica feita online, no ano passado, revelou que nove em cada dez mulheres
autistas foram vítimas de violência sexual.
E eu tenho que
falar também o quanto é difícil chegar a esse diagnóstico, e eu sei que sou
privilegiada, só que diagnóstico não pode ser privilégio, tem que ser direito.
O diagnóstico no SUS é quase impossível para adultos.
Na rede
particular, os planos muitas vezes negam o reembolso, como aconteceu com muitas
pessoas do meu time, e sempre tem o risco de a pessoa chegar num profissional,
que não é especializado, que não está atualizado, e ouvir coisas do tipo: “Você
fala, você não é autista. Você tem um emprego, é impossível você ser autista.
Você namora, autista não consegue manter relacionamento.” E o pior: “Todo mundo
agora é autista? Esse negócio está na moda.”
Essas frases
carregam capacitismo e desconhecimento. É muito mais do que falta de
informação; é a perpetuação de preconceitos, é a revitimização de pessoas com
deficiência e é o desinteresse em entender que as experiências de pessoas com
deficiência são diversas porque as pessoas são diversas. Não é tão difícil
assim de entender.
Então, o que eu
trago hoje aqui para a tribuna é mais vontade de mudar o que está acontecendo
com pessoas autistas e com outras deficiências. É mais urgência, é mais ímpeto,
é uma voz que eu já tinha, só que eu não reconhecia, de poder falar por mim e
lutar por mim.
E eu tenho
certeza que eu estarei lutando ao lado de milhares, diagnosticados ou não, e
aqui nesta Casa eu conto com muitos parceiros nessa luta. Alguns estão aqui,
inclusive: servidores, deputados, deputadas, colegas e amigos, que vão aprender
e ensinar, espalhar conhecimento, e fazer com que o maior Parlamento da América
Latina seja também o mais inclusivo. E também, se Deus quiser, que o estado de
São Paulo seja uma referência mundial na luta pela inclusão.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito
obrigado, Sra. Deputada. Dando continuidade na Lista Suplementar do Pequeno
Expediente, convidamos a deputada Professora Bebel. Ausente. A deputada Beth
Sahão. (Pausa.) O deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) O deputado Rafa Zimbaldi.
(Pausa.) O deputado Simão Pedro (Pausa.). O deputado Paulo Mansur. O senhor tem
o tempo regimental do Pequeno Expediente.
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar você, presidente, que está representando a
Presidência nesta Sessão. Cumprimentar o Major Mecca, cumprimentar todos os
deputados aqui presentes.
E falar que
desde o começo, quando entrei na Assembleia, já era um ponto que eu queria
tocar aqui dentro, que era a pedofilia, que é algo que, dentro do nosso Brasil,
é um tema muito importante de a gente combater.
Então, eu
acabei protocolando a CPI da Pedofilia, na Assembleia Legislativa, e acabei me
aprofundando mais nesse tema, falando com instituições que representam e cuidam
dessas crianças.
E acabei
percebendo que existe uma teia muito grande, que envolve a pornografia infantil
e que envolve diversos outros temas, como: crianças que são abusadas até oito
anos de idade, até 15 anos de idade e acabam não conseguindo explicar e falar e
demonstrar isso para outras pessoas, mas existem sinais que elas passam, as
crianças, no desenho, na fala, no que elas começam a assistir.
E, perante tudo
isso, eu acabei conversando com instituições e escutei depoimentos de crianças
que foram abusadas até os 15 anos de idade, desde o nascimento, e elas não
conseguiram falar para outro adulto, para ele perceber aquela situação que
estava acontecendo, e muitos deles falaram para mim que a única ligação que
eles tinham nesses abusos era o professor, que quando eles saiam de casa, que
eram abusados...
Por que Mecca?
Olha só, isso: 66.020 estupros no País em 2021. Fora os que não se pronunciaram
falando que foram estuprados; 66 mil em 2021. Dessas vítimas, 61,3% tinham até
13 anos; e em 79,6% dos casos, o autor era conhecido da vítima, ou seja, muitas
vezes dentro do lar.
Então, a única
saída, a única, às vezes, luz no fim do túnel é, de repente, o professor
enxergar que aquela criança está sendo abusada.
Então eu
protocolei um projeto de lei para que os professores se capacitem, e esse curso
será de um dia, para eles entenderem melhor sobre esse tema da pedofilia e para
eles identificarem sinais nessas crianças que, de repente, elas estão passando
no subconsciente e esses professores acabarem alertando autoridades de que tem
algo suspeito, porque na grande maioria das vezes a vítima sai de casa, ela
acaba indo pra escola e voltando para casa.
E a única
pessoa que, de repente, ela demonstra nesse desenho,
demonstra nessa conversa é o professor, com quem ela acaba desenvolvendo uma
intimidade.
Então fica esse projeto
de lei, que eu espero que passe na Assembleia Legislativa, que eu tenha a
votação dos meus colegas, tanto do centro, tanto da esquerda quanto da direita.
Eu espero que entendam a situação que nós passamos no nosso País em relação às
crianças, que são inocentes.
Se vocês forem comigo a
instituições, como eu fui, e vocês virem os depoimentos de crianças que são
abusadas desde quando nascem até os 15 anos, elas não conseguem falar para
outra pessoa, porque quando o abusador abusa, ele vai, muitas vezes, começando
esse abuso pedindo para sentar no colo, pedindo para dar um beijo, pedindo para
fazer algo que ele vá tomando confiança da criança. E a criança acaba fazendo
um bloqueio na cabeça dela e ela não consegue falar.
Então, o professor, na
sala de aula, pode entender que aquela criança está passando os sinais no
desenho, na linguagem, por fim, acabando, ajudando essa criança e falando com
as autoridades competentes.
Então fica o projeto de
lei. É um projeto bem completo, a gente escreveu bastante sobre o tema. É um
projeto bem amplo, que eu tenho certeza de que vai ajudar muito as escolas
estaduais no nosso estado de São Paulo.
Muito obrigado a todos vocês.
O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, deputado Paulo Mansur. Dando continuidade à Lista Suplementar de inscritos no Pequeno Expediente, convidamos o deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Major Mecca. O senhor tem o tempo regimental do Pequeno Expediente.
Na data de ontem, nós
estivemos reunidos com o governador Tarcísio de Freitas, a nossa bancada do PL,
em que estava junto o deputado Conte Lopes. Nós pudemos fazer observações ao
governador em relação à Operação Escudo. Parabenizamos o governador pela
postura de apoio aos policiais no estado de São Paulo, bem como a toda a
população do nosso Estado.
O povo do estado de São
Paulo agradece ao governador, ao secretário de Segurança Pública, aos
comandantes das polícias pela energia, pela coragem com que estão enfrentando o
crime organizado no estado de São Paulo. Eu pontuei ao governador Tarcísio as
vezes em que nós, quando eu estava na ativa servindo na Rota, a Polícia Militar
iniciou trabalhos junto à inteligência policial para combater o crime
organizado.
Quando era tenente na
Rota, de 2000 a 2004, teve um início de trabalho como esse pela Polícia
Militar, mas assim que se chegou ao ponto de realmente asfixiar o crime
organizado, o Governo recuou, transferiu todos nós, policiais militares, e não
deu continuidade.
De 2009 a 2013, também iniciamos - eu era capitão na Rota - um trabalho como esse de combate ao crime organizado, e o governo novamente recuou e permitiu que a situação alcançasse os patamares que nós temos hoje de violência no estado de São Paulo.
Diante de todo
esse cenário que nós atravessamos hoje, apresentei ao governador o projeto de
decreto legislativo que eu tenho protocolado nesta Casa Legislativa, em que já
conversei com o presidente André do Prado, o líder da nossa bancada, Carlos
Cezar e todos os demais deputados, pedindo o apoio a esse PDL, Professora
Bebel, Dr. Jorge do Carmo, que garante o mínimo de segurança jurídica aos nossos
policiais.
Com esse PDL,
deputado Reis, eu pretendo derrubar os efeitos das últimas alterações na I-40,
que é o conjunto de normas para a instauração de processos exoneratórios de
policiais militares.
Nós não podemos
permitir que em ocorrências policiais nas quais o policial arriscou a sua vida,
como aconteceu em todas as ocorrências nessas últimas ocorrências na Operação
Escudo, na cidade do Guarujá... Nós não podemos permitir que manobras
administrativas muitas vezes exonerem os policiais que arriscaram a sua vida
protegendo a sociedade antes que ele seja julgado.
Eu apresentei
ao governador e peço a todos vocês aqui o apoio ao PDL 22/2023. Eu registro
aqui também o nosso repudio a matérias jornalísticas como aconteceu no último
domingo na “Rede Globo”, na qual um jornalista...
Uma jornalista
escondida dentro da comunidade para querer flagrar policial praticando qualquer
tipo de arbitrariedade. Conseguiu? Pergunto, presidente deputado Capitão
Telhada, deputado Conte Lopes. A repórter conseguiu filmar alguma
arbitrariedade de algum policial dentro da comunidade? Não conseguiu.
Esse era o
único objetivo. O povo de bem do estado de São Paulo repudia esse
comportamento. Por que a repórter não vai lá para dentro para filmar o tráfico
de drogas, criminosos empunhando fuzis, pistolas, matando policiais, subjugando
cidadão de bem, trabalhador? Isso ela não faz, e sabe por quê não faz? Porque
se fizer, acontece como aconteceu com o repórter Tim Lopes lá no Rio de
Janeiro, que foi executado.
Então, decidam,
como eu falei para uma repórter da “Globo News” que me ligou me entrevistando,
não sei por qual motivo não deram publicidade à minha fala, vocês precisam
decidir do lado de quem vocês estão, do cidadão de bem ou do lado do crime,
porque da forma como vocês se comportam, vocês fortalecem os criminosos e
condenam os trabalhadores e cidadãos de bem.
Muito obrigado
pela tolerância do tempo, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito
obrigado, excelente deputado Major Mecca. Convidamos para fazer uso da palavra
no Pequeno Expediente o excelentíssimo deputado Reis. O senhor tem o tempo
regimental.
O
SR. REIS - PT
– Que cumprimentar o presidente Capitão Telhada - deputado Capitão Telhada, o
deputado Vitão do Cachorrão, o deputado Major Mecca, o deputado Jorge do Carmo,
a deputada Bebel, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia
Civil, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal, o público presente,
todos os funcionários desta Casa e todos aqueles e aquelas que nos acompanham
pela rede Alesp.
Sr. Presidente,
o governador Tarcísio já está no oitavo mês de sua gestão e até agora não há
nenhum edital de concurso público para a Polícia Civil do estado de São Paulo.
São oito meses em que nós estivemos nesta tribuna, denunciamos a falta de
funcionários, denunciamos o déficit de 15 mil homens e mulheres que há na
Polícia Civil de São Paulo.
O governador se
mantém inerte. Realmente, é uma ausência de eficiência, na Administração
Pública, que a gente praticamente não vê nada do que esse governador está
fazendo. Ele fica gravando videozinhos. Se a gente observar a página do
governador, está cheia de videozinhos.
Ele está
navegando em cima daquilo que o governador anterior deixou. Os contratos que
foram deixados pelo governador Rodrigo Garcia, as obras que foram licitadas.
Então ele vai lá no Metrô ver o “tatuzão”, e faz um vídeo falando do “tatuzão”.
Mas, resultados práticos de governo, até agora, nós não vimos nada.
Eu quero falar
também que as Etecs e as Fatecs, os trabalhadores das Etecs e das Fatecs
entraram em greve por prazo indeterminado. Eles estão há mais de seis meses
tentando diálogo com o Governo do Estado de São Paulo. E o governo não dizia
nada. O governo ficou silencioso, ficou inerte. O governo “Thorcísio”,
tartaruga, privatizador.
“Thorcísio”,
porque ele tem um martelo, então é “Thorcísio”. Tartaruga porque é um governo
muito lento, praticamente paralisado, um cara que só pensa em vender, em privatizar.
Então os trabalhadores das Etecs e das Fatecs estão em greve. A apuração
contabilizou a adesão de 81 unidades.
Somente depois
que houve a deflagração de greve é que o secretário da Casa Civil e o secretário
de Inovação Tecnológica resolveram receber os representantes do sindicato. A
insatisfação com a má vontade e a negligência do governo levaram à confirmação
da greve por prazo indeterminado.
A categoria
reivindica pagamento do bônus-resultado. O pagamento está atrasado. Os
trabalhadores reclamam do baixo valor fixado pelo governo, de até um salário
mínimo. Enquanto nos últimos oito anos tem sido de 2,4 salários. O governo
disse que só vai pagar em outubro.
Sobre o
reajuste salarial de seis por cento: os trabalhadores das Etecs e das Fatecs
reclamam que o governador e o seu secretário tiveram 50% de aumento, enquanto
os trabalhadores da Segurança tiveram, em média, 21% de aumento.
E para eles foi
concedido 6% de aumento apenas. Os trabalhadores querem também a revisão de
carreira. Querem a implantação de um plano de revisão de carreira, conforme foi
acordado com os trabalhadores. O superintendente do Centro Paula Souza disse
que vai enviar um projeto para o governo em setembro, mas que o governo prefere
discutir o estado todo.
O valor do piso
dos administrativos está abaixo dos da Unesp. O piso fundamental das Etecs está
em torno de um mil e seiscentos reais. Da Unesp, dois mil, trezentos e
cinquenta e quatro. O piso médio das Etecs está em torno de um mil, seiscentos
e oitenta e nove. Da Unesp, três mil, quatrocentos e setenta e oito. O piso
superior das Etecs, em torno de três mil e sessenta e oito. Da Unesp seis mil,
cento e noventa e sete.
Há professores
recebendo abaixo do piso nacional do Magistério. Então a gente pede para o
governador, para os secretários responsáveis, a Casa Civil, que negociem o
quanto antes. Nós não podemos ver os alunos prejudicados.
Nós queremos
que o governo negocie, receba os profissionais, que prestam um excelente serviço
nas Etecs e nas Fatecs. E que o Governo saia da sua letargia, desse imobilismo.
Que seja um governo mais proativo, um governo que busque realmente resultado.
Acorda, governador “Thorcísio”.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado,
deputado Reis. Convidamos à tribuna o próximo orador, excelentíssimo deputado
Dr. Jorge do Carmo. O senhor tem o tempo regimental.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
público aqui presente, assessores, policiais, público da TV Alesp, público da
galeria, mais uma vez venho a esta tribuna para denunciar a saga do governador
Tarcísio, deputada, Professora Bebel, pelos pedágios.
Você, que mora
no interior, sabe muito bem o quanto a população paulista paga, e aqueles que
não são também, aqueles que não moram no interior, mas que precisam ir para as
cidades do nosso interior de São Paulo, o quanto são caros os pedágios no nosso
Estado.
E mais do que
isso, o que venho denunciar é que quando o governador foi candidato, ele
prometeu não instalar os pedágios, e, depois, ele instala os pedágios como se
aquilo que ele prometeu para pedir voto, para ganhar, a consciência e a
confiança das pessoas não valesse.
Por isso, eu
quero pedir para o nosso assessor técnico apresentar uma reportagem que fala
sobre isso:
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
É verdade, a
palavra tem que ter valor, mas para quem tem palavra, senador Suplicy. Quem não
tem palavra, quem fala uma coisa hoje, e amanhã é outra, realmente não adianta
fio de bigode, não adianta documento, porque a palavra não sustenta em pé
aquilo que fala sentado.
Por isso, os
moradores daquelas cidades, Mogi das Cruzes, que Mogi-Dutra liga... É essa uma
das rodovias que foram faladas. E em Mogi das Cruzes, que liga a Bertioga,
estão todos reclamando por conta do... Eles não conseguem sair da mesma cidade.
De um bairro para outro, tem que pagar pedágio.
Imagina,
presidente, o absurdo que é você sair da sua cidade para ir até o seu bairro ou
distrito, e você tem que pagar um pedágio. E os moradores dos municípios da
região do Alto Tietê - Ferraz de Vasconcelos, Poá, Suzano, Itaquaquecetuba,
Arujá, Mogi das Cruzes, Santa Isabel, Biritiba Mirim, Salesópolis, Guararema e
Guarulhos, além da zona leste da cidade de São Paulo - obrigatoriamente têm que
usar essas duas rodovias e vão sofrer com o pedágio, além de todos os paulistas
que por essas rodovias passarem.
Então,
governador Tarcísio, quando estiver em campanha, fale aquilo que é possível
cumprir. Mas, depois que se eleger, cumpra aquilo que falou, e não desminta ou
fale exatamente o contrário ou pregue exatamente o contrário, fazendo com que a
população de São Paulo pague ainda mais pedágio no estado de São Paulo, o que é
um absurdo.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado,
deputado Jorge do Carmo. Antes de solicitar a presença do próximo orador,
gostaria de informar a todas as Sras. Deputadas e Srs. Deputados: esta
Presidência desconvoca a reunião conjunta de comissões convocada para hoje, às
15 horas e 30 minutos.
Então, dando continuidade aos oradores
da Lista Suplementar, convidamos, para fazer uso da tribuna, o deputado Vitão
do Cachorrão. O senhor tem o tempo regimental do Pequeno Expediente.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, Capitão
telhada. Boa tarde a todos, àqueles que nos assistem em casa, deputado Suplicy,
a todos os que estão nos ouvindo aqui, também ao nosso amigo que acabou de
falar aqui, falou muito bem.
Eu quero aqui
falar em nome de todos os professores e alunos das escolas estaduais,
inclusive. Eu fui procurado esta semana por mais de cinco mães desesperadas,
procurando uma vaga à noite para os adolescentes.
O que aconteceu
na rede estadual de ensino? Colocaram, praticamente no dia todo, o horário de
estudo; isso é bacana, tudo bem. Mas foram tirados muitos horários noturnos,
Capitão Telhada.
O jovem que
tinha o primeiro emprego precisa estudar no período noturno na escola estadual;
ele precisa estudar. Porque eu mesmo, que vim lá da periferia, de um lugar
simples de Sorocaba, nunca tive condições de pagar por uma escola particular,
sempre estudei na escola estadual.
Estudei na
escola de bairro, onde eu aprendi a ler, a escrever, e também nas escolas
municipais. E trabalhei desde pequeno: com 14 anos, eu tenho registro na
carteira. Tenho muito orgulho disso.
E muitos jovens
ali às vezes moram com a mãe, moram com a vó, e precisam trabalhar, senão não
tem o que comer na casa. E foi tirado muito horário noturno; deixou num período
integral as escolas estaduais. Ok, pode deixar num período integral.
Eu quero também
uma reunião com o secretário de Educação do Estado, saber se os professores
estão sendo valorizados, os inspetores, os auxiliares, essas pessoas que
trabalham na escola.
Porque aumentou
o horário de trabalho. Se está tendo um curso profissionalizante - seria bom -
na escola. O que eles estão fazendo nesses horários a mais. Como é que está a
matéria. Já tive algumas reclamações de alunos, pois tem muitos alunos parados
na escola.
Aumentou
horário, mas alguns ficam até, muitas vezes, com funk nas escolas nesses
horários. Aumentou muito o horário em que eles ficam sem matéria. E tiraram
muitas escolas, principalmente lá na região de Sorocaba, mas em todo o
Estado... Eles não estão tendo aula de noite.
Aí a pessoa que
tem que trabalhar, que precisa trabalhar para ajudar na casa - e o trabalho
traz dignidade -, não tem vaga à noite. Tem a coordenadora lá que sempre nos
atende no Estado, lá na região de Sorocaba, que é a Rosenilda, mas tem hora que
não está no alcance dela e a pessoa mora no bairro, mora do lado da escola,
precisa estudar no horário noturno porque ela tem que trabalhar.
Conseguir o
serviço em empresas boas lá em Sorocaba... É tão difícil você conseguir
emprego. E os jovens, quando conseguem, muitos estão saindo da escola, perdendo
o ano para trabalhar porque se não a mãe vai passar fome, se não a família vai
passar fome, mas o estudo, que é o mais importante na vida, eles não estão
conseguindo estudar.
Então, eu peço
aqui para o secretário do estado da Educação que aumente... Foram muitas
escolas que tiraram o horário noturno, que antigamente era das sete da noite às
11, ou das 19 horas às 23 horas.
Esse horário
foi tirado de muitas escolas, prejudicando aqueles que estão levando pão,
ajudando a mãe, que às vezes está lá numa cadeira de rodas. Eu conheço muito
ali na periferia, nas regiões de Sorocaba, ajudando a mãe a ter o pão, a ter o
leite, a fazer uma compra.
Porque a mãe às
vezes trabalhou a vida inteira e não tem condições quando se aposentou no nosso
País, se aposentou com um salário mínimo. Gasta com remédio, com medicamento,
paga aluguel, paga água, paga luz e não tem o que comer. E o filho conseguir um
emprego - até mesmo o neto, que mora com a avó - não pode trabalhar porque o
nosso Estado não tem horário noturno, ficou o período integral.
O que acontece
no período integral? A criança tem que estar, às vezes, desde cedo, até às 16
horas na escola e o outro horário também é até às dez da noite. Quando entra
próximo da hora do almoço, então não tem como ela trabalhar.
E as poucas
escolas que ficaram no nosso Estado - para encerrar aqui - no período noturno,
as crianças... São muito poucas escolas. Então, uma sala no Humberto de Campos,
que é lá no meu bairro, tem 44 alunos e tem mais uns 40 alunos esperando vaga
também. Então tem que ter mais salas de aula e voltar a ter mais horário
noturno.
Não tem
importância ter o período integral. Tanto que, na minha opinião - para encerrar
- se tivesse um curso profissionalizante, que a pessoa já saísse empregado para
trabalhar, incentivasse o jovem a não ficar na rua, é bacana o período
integral.
Mas não pode
tirar aula no horário noturno que os adolescentes não vão poder trabalhar e nem
estudar. Muitos estão deixando o estudo, então eu peço providências aqui para o
secretário de Saúde e até mesmo do governador Tarcísio de Freitas.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado,
deputado Vitão do Cachorrão. Convidamos a excelentíssima deputada Professora
Bebel para fazer o uso da palavra no tempo regimental do Pequeno Expediente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr.
Presidente. Cumprimento a todos os assessores, mesa diretora, os
assessores à minha esquerda, à minha direita, Srs. Deputados e Deputadas,
público que nos ouve e assiste através da Rede Alesp.
Eu vou
aproveitar esse meu tempo de tribuna porque, enfim, eu também até concordo com
o conteúdo do documento. O Instituto Piracicabano de Estudos de Defesa da
Democracia tirou um documento de “Combate à criminalidade, sim. Chacina
não.”. Isto é um debate correto, quer
dizer, nós não queremos criminalidade, mas nós não queremos chacina.
Então,
começando a ler: “A chacina do Guarujá, realizada pela Operação Escudo,
deflagrada na Baixada Santista no final de julho de 2023, não pode ficar
impune, para os defensores dos direitos humanos e os democratas em geral.
Esse fato
lamentável deixou, até agora, 16 mortos. Essa ação policial, que contou com
equipes especializadas das polícias militar e civil, nas comunidades da Vila
Julia e da Vila Zilda, em Guarujá, litoral de São Paulo, com aproximadamente
600 agentes, teve início após o PM Patrick Bastos Reis,
de 30 anos, morrer baleado durante o patrulhamento no local.
O Instituto Piracicabano de Estudos e Defesa da Democracia,
IPEDD, manifesta seu repúdio ao assassinato de Patrick, solidariza-se com os
seus familiares e amigos e almeja que, na forma da lei, o autor desse crime
seja identificado e punido.
A polícia tem que agir, contudo, é inaceitável que tal fato
justifique a matança vingativa e indiscriminada lamentavelmente endossada pelo
governador Paulista e seu secretário de Segurança.
Combater o crime organizado com invasões em comunidades
pobres, valendo-se de ações de guerra por terra e por ar, a exemplo do que faz
o estado do Rio de Janeiro, nos mostrou a ineficácia dessa estratégia, pois os
traficantes acabam fugindo, e a comunidade, amedrontada, acaba perdendo entes
queridos e inocentes. Os militares invasores vão embora, ficando na mira dos
criminosos os policiais destacados para guardar e servir a essas comunidades.
Em vez disso, uma verdadeira política de Segurança Pública,
lastreada em valores éticos, humanos e democráticos, deve se concentrar na
racionalidade, no apuro tecnológico e no profissionalismo da polícia, e não na
proclamação fascista de que “bandido bom é bandido morto”.
O IPEDD condena esse banho de sangue que sempre focaliza
apenas os pobres e pretos, repudia o pronunciamento irresponsável do governador
do estado de São Paulo e espera que os responsáveis sejam identificados,
julgados e condenados na forma da lei. Piracicaba, 3 de agosto de 2023.”
Eu gostaria, Sr. Presidente, de que esta manifestação do
Instituto Piracicabano de Estudos e Defesa da Democracia que temos lá em
Piracicaba compusesse os autos da Assembleia Legislativa.
Como V. Exa. pode ver, é bem equilibrado, dá um olhar para
aquele que matou o Patrick, o policial Patrick, e também um olhar para quem não
poderia ter morrido diante dessa questão que aconteceu lá na Baixada Santista.
Então eu deixo para ser incorporado aos autos da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo.
Por último, dizer que a gente fica muito triste. Eu lido,
pelo menos a gente tem contato com periferia. Eu venho de origem pobre e tenho
muita simpatia pelas comunidades, e a gente até vê as próprias comunidades
terem, per si, a sua busca de segurança, exatamente porque é difícil. Mas, de
qualquer forma, a polícia tem que estar. A gente defende a Segurança Pública,
mas não da forma como está instaurada.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP
- Muito
obrigado, deputada Professora Bebel. Está feito o devido registro, e a
solicitação foi encaminhada à Mesa.
Tendo
em vista o avançar do horário, 14 horas e 59 minutos, damos como encerrado o
Pequeno Expediente e aberto, neste momento, o Grande Expediente.
*
* *
-
Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP
- Dando
início à leitura dos oradores inscritos, solicitamos a presença do deputado
Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Solange
Freitas. (Pausa.).
Neste
momento, passo a Presidência à excelentíssima deputada Professora Bebel, para
dar continuidade aos trabalhos.
*
* *
- Assume a Presidência a Sra. Professora Bebel.
*
* *
A SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL -
PT -
Obrigada, presidente que até agora estava aqui, Capitão Telhada. Passo então a
palavra para o Capitão Telhada. Tem V. Exa. o tempo regimental de 10 minutos
neste Grande Expediente.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP -
Uma excelente tarde a todos. Iniciando o Grande Expediente como o primeiro
orador novamente, no Pequeno e no Grande Expediente. Nem sempre temos a
oportunidade de fazer uso da palavra com tanta facilidade, mas ótimo, porque
temos assuntos muito importantes a serem tratados.
Primeiramente,
eu gostaria de... Não ia falar nesse assunto novamente, porque já falei no Pequeno
Expediente, mas, como acompanhei atentamente a todas as inserções dos deputados
que me antecederam, eu gostaria de fazer uma observação, senhores e senhoras, a
todos que nos acompanham até pela rede aberta agora da TV Assembleia, sobre a
Baixada Santista.
Pessoal, quando
a gente vê um estudo sobre um instituto que usa a palavra “chacina” para fazer
referência às ocorrências policiais que estão ocorrendo na baixada, a gente,
infelizmente, tem que deixar constatado que ele está repleto de parcialidade. O
que é isso? Primeiro, o que é uma chacina? A chacina é quando acontece um
crime, é quando acontecem homicídios, execuções, no mesmo local, ao mesmo
tempo, com múltiplas vítimas e de autoria desconhecida. Isso é uma chacina.
Quando você
entra em uma padaria, em um estabelecimento, em um bar, e aí, por acerto de
contas entre gangues, acerto de conta entre facções, a pessoa executa três,
quatro, cinco, seis pessoas em volta de uma sinuca, em volta do bilhar, o que a
gente vê acontecer no Brasil, infelizmente, dentro do próprio crime para tomar
território.
Agora, o que
está acontecendo na baixada é um trabalho forte, sério, técnico, profissional
da Polícia Militar, da Polícia Civil, das Guardas Civis Metropolitanas que
estão se empenhando lá nos municípios da baixada; da Polícia
Técnico-Científica, em um trabalho excelente de identificação dos autores, dos
criminosos que atacaram os policiais, atacaram a policial Najara, que tiraram a
vida do guarda civil Saiz, que atacaram o policial da Rota.
Todas as polícias
organizadas pela Secretaria da Segurança Pública, na figura do secretário
Guilherme Derrite, na figura do governador Tarcísio de Freitas, fazendo um
trabalho sério que a população está aplaudindo de pé. Conversando com os meus
amigos que estão trabalhando lá na baixada, nos Baeps, na Rota, sabe o que eles
estão me falando?
Que, quando uma
viatura para em uma padaria para tomar um café, chega de manhã na baixada para
lavar a viatura no posto de gasolina, para fazer qualquer atividade próxima à
sociedade civil, as pessoas brigam para poder até pagar o café da polícia.
“Não, eu faço questão de pagar o café desse policial que está aqui na baixada
defendendo a gente”.
Porque a
população que mora e trabalha no Guarujá, em Santos, já não aguentava mais a
violência que estava acontecendo de anos e anos, oprimidas pelo tráfico de
drogas. Então não é correto nós colocarmos a palavra, principalmente o termo
“chacina”, porque as ocorrências que estão acontecendo lá são ocorrências
pontuais em locais diferentes.
Cada ocorrência
de tiroteio, de confronto com a equipe policial, tem um boletim de ocorrência
elaborado, um inquérito policial, todo arrolado com testemunhas, com vestígios,
com provas, com armamento apreendido, tanto do criminoso quanto dos policiais.
Os policiais dando as suas versões, colocando o próprio armamento que utilizou
para ser apreendido pela Polícia Técnico-Científica e periciado posteriormente.
Exame
residuográfico, exame necroscópico, fotografia, tudo. Tudo transparente, todos
os dados expostos para a imprensa, para a sociedade civil, para a política. Não
podemos usar um termo de maneira imparcial aos institutos, às faculdades que
estão fazendo esses estudos. Responsabilidade, bom senso, é sempre bem-vindo.
E agora vou
entrar em um tema que eu gostaria de fazer uso. Por gentileza, pode colocar a
figura. Na data de ontem, senhoras e senhores, lançamos, aqui na Assembleia
Legislativa, a nossa terceira frente parlamentar, a Frente Parlamentar em
Defesa do Direito Militar do Estado de São Paulo.
Nessa
fotografia, podem notar a presença do deputado estadual Capitão Telhada, vulgo
eu; do deputado federal Coronel Telhada, vulgo meu pai; do deputado federal
Paulo Bilynskyj, que é delegado da Polícia Civil; o juiz de direito Ronaldo
João Roth, juiz de direito militar; o presidente do Tribunal de Justiça Militar
- inclusive, a Justiça Militar, para quem não sabe, é a Justiça mais antiga do
Brasil - o presidente do TJM de São Paulo, Geraldi, juiz de Direito Militar
Geraldi. Também o ouvidor das polícias, Claudinho de Souza e o coronel
Tofanelli, representando o Comando Geral da Polícia Militar.
Fizemos essa
Mesa Diretora ontem, de trabalhos magníficos. Estavam conosco também o
vice-presidente da OAB, o advogado Sica, o presidente da Apamil, que é a
Associação pelo Direito Militar dos Advogados de São Paulo, o Dr. Fernando
Capano, Dr. Juliano Mazitelli, diversos policiais militares, advogados, juízes
acompanharam nossa frente parlamentar. E eu quero destacar e dar publicidade
dessa frente, porque nunca, nunca foi feito isso em lugar nenhum do Brasil.
É inédito esse
avanço que fazemos aqui na Casa, de colocar dentro da Casa do Povo, dentro do
Parlamento Paulista, o local apropriado para se criar leis, para se fazer
alterações nos nossos códigos estaduais, para se propor ações legislativas ao
nosso governador.
É aqui que tem
que estar concentrada a discussão. Nunca isso aconteceu no Brasil, e nós vamos
congregar agora, no mesmo grupo de trabalho, dentro da frente parlamentar,
todas as entidades que têm relacionamento direto e indireto com o tema Direito
Militar.
Tudo para
defender, e para que o policial militar e o militar, claro, o militar estadual
e o militar federal, tenham um direito, tenham uma retaguarda jurídica adequada
e atual para que estejam compostos dentro desse trabalho o juiz de Direito, o
advogado, o policial militar, as associações, o parlamentar, a Ouvidoria. Todas
as personagens que compõem essa discussão agora vão estar congregadas, juntas
dentro da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Essa discussão
vai sair só da internet, vai sair só dos quartéis, vai sair de grupos pequenos,
e vai ter a visibilidade devida. É um tema técnico e um tema até difícil,
porque não é divulgado. Infelizmente, nem nas faculdades de Direito nós temos a
matéria Direito Militar. Algumas subseções de OAB não têm Comissão de Direito
Militar.
Não é dada a
devida atenção a esse tema. Só que, para nós, aqui em São Paulo, que somos 82
mil homens e mulheres da ativa, policiais militares, mais os inativos, que são
40, 50 mil homens inativos, mais militares federais e para outros militares
estaduais da Nação brasileira, é, sim, muito caro esse tema, e nós temos uma
oportunidade ímpar de avançar em assuntos diversos.
Posso até
arrolar alguns aqui. Por exemplo, duplo grau de jurisdição. Nós temos que
brigar para que o policial militar, quando responde um processo demissório, ele
tenha um duplo grau de jurisdição, ele possa entrar com recurso quando da
decisão final, lá, ele possa recorrer a alguém. Isso não existe na PM. É complicado,
nós precisamos dar condições para o advogado fazer a defesa adequada do seu
cliente, que é o militar.
Um recesso
forense adequado, que seja respeitado, audiências virtuais, modernização do
sistema judiciário militar que a gente tem dentro dos quartéis. Eu conheço bem,
trabalhei também nessa área dentro ainda, enquanto oficial da PM. Além disso,
nós precisamos primar pelo equilíbrio entre eficiência e garantismo.
Nós sabemos que
a estrutura militar, ela é eficiente. Ela é rápida, ela acontece. Só que a
eficiência da estrutura militar, as suas bases, os seus pilares de hierarquia e
disciplina, a eficiência da estrutura militar, ela tem que estar equilibrada,
com as garantias dos direitos fundamentais da pessoa humana.
Ela deve estar
equilibrada com os direitos individuais do homem e da mulher. Não podem ser
cerceados esses direitos à privacidade, o direito da defesa, e tantos outros
que tanto brigamos pela democracia, e que estão inseridos na nossa Constituição
Federal de 88.
Então, tendo em
vista todo esse arcabouço, nós fundamos essa Frente Parlamentar pelo Direito
Militar. Agradeço a todos os parlamentares, deputados estaduais, meus pares que
assinaram comigo essa frente.
Podem ter
certeza, a todos os amigos que nos acompanham - e esse vídeo, tenho certeza,
que irá reverberar nas redes - mas que eu, de maneira convicta, reafirmo o
compromisso de que esse grupo de trabalho vai acontecer, vai ser eficiente.
Nós vamos
avançar nos mais diversos temas, por mais espinhosos que sejam, e propostas
decentes, concretas e bem estruturadas, bem construídas, irão sair desse grupo
de trabalho para projetos de lei, para indicações ao governador e para
alterações que auxiliem a vida diretamente do policial e de seus familiares.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada,
deputado Capitão Telhada. A próxima oradora é a deputada Andréa Werner.
(Pausa.) E a próxima oradora, em seguida, sou eu, Professora Bebel, por cessão
do deputado Reis.
Muito obrigada, Sr. Presidente, que já
está de volta.
*
* *
- Assume a
Presidência o Sr. Capitão Telhada.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP -
Muito obrigado, deputada Professora Bebel. Reassumindo os trabalhos nesta sessão
e dando continuidade à lista de oradores inscritos, convidamos a deputada
Professora Bebel para fazer uso da palavra. Dez minutos regimentais.
A SRA. PROFESSORA
BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Mais uma vez aqui nesta
tribuna, cumprimento novamente os assessores que compõem a Mesa, a minha
esquerda, a minha direita, os Srs. Deputados, público presente, enfim, todos os
que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.
Sempre
é muito bom repercutir as pautas da população paulista neste microfone. É um
microfone que, enfim, expressa várias vozes, com opiniões com as quais a gente
concorda, discorda, e é dessa forma que a gente constrói e vai construindo
propostas para o povo paulista.
Quero
tocar em um assunto... Eu tenho estado muito instada a falar, chamada a falar
sobre o assunto, que é sobre o Programa Nacional do Livro Didático. É
importante a gente trazer à tona a importância desse programa.
Esse
programa tem uma história, senador Suplicy. A história desse programa é que,
quando tinha o livro didático, quando eu estava na escola pública, a gente
tinha que comprar. Muitas famílias não tinham condições de comprar.
A
gente, então, teve uma luta histórica dos educadores, dos pais, da sociedade,
para que a gente tivesse acesso ao livro didático, para que o livro didático
fosse uma forma de entrar na casa. O ler e o escrever é uma forma que a gente
pode, perfeitamente, a partir do livro didático, expandir, ir formando alunos
leitores.
Os
livros didáticos têm uma metodologia de escolha. Não é qualquer programa; é um
Programa Nacional do Livro Didático, com verbas e com rubrica, que vai para
estados e municípios.
Lamentavelmente,
a Secretaria do Estado da Educação, em um primeiro momento, colocou que teria
que ser livro digital, o que incorreria no mesmo erro que foi durante a
pandemia. O que fez o trabalho remoto?
Uma
parte dos estudantes tiveram acesso ao conhecimento e outra parte não teve, ou
seja, o próprio secretário da Educação, na época, o secretário Rossieli Soares,
ele dizia: “Olha, cerca de um milhão e 500 mil estudantes têm acesso às
tecnologias para poderem acessar as aulas”. Sendo que dois milhões e 500 mil,
portanto, ficavam fora.
O
risco de continuar digitalizado é isso. Quem é que consegue e quem é que não
consegue? Bem, mas o governador recua e diz: “Não, eu vou imprimir, eu vou
entregar uma apostila para cada estudante”.
Por
mais que isso determine ou vá na lógica de dizer: “Não, está estendendo para
todos”, ainda para mim é insuficiente, porque a gente não teve acesso à forma
como essas apostilas foram compostas. Vejam bem os senhores, nós tivemos um
momento em que esse modelo de fazer apostila tentou vir para as redes públicas
do estado de São Paulo.
Eu vou citar
até a gestão, que foi a gestão da Sra. Maria Helena Guimarães, e ela tem uma
marca muito forte exatamente por ter essa posição. E quando ela trouxe essas
apostilas, as apostilas no tema da Geografia conseguiram ter dois “Paraguais”.
Quem não se lembra disso? Quantos erros de Português nós encontramos naquelas
apostilas! Por quê?
Porque esse
material tem que ser feito de uma forma por profissionais bastante qualificados
e que tenham uma abertura com a pluralidade de ideias, de concepções
pedagógicas e com a diversidade. Porque ou nós vamos ter nos nossos trabalhos
essa questão ou nós vamos encontrar dificuldades para tratar de temas como
esses.
Disse aqui o
Capitão Telhada: “Olhe, a palavra não é esta, mas é esta”, mas expressou tal
coisa. Está certo? É uma forma de você... Você trabalha temas, mas não tem
como. Se sai uma coisa na televisão a apostila não vai nos segurar ali. Você
trabalha o que está por fora.
Então quando
você tenta formatar o conhecimento, deputado Marcolino, eu quero dizer que a
gente corre o risco de ir para o livrão verde da ditadura militar, que também
tentou formatar e não deu certo. Porque acontece que os seres humanos não
conseguem ser formatados.
A gente pode
até tentar impor, mas a consciência crítica se forma quando aquilo que está
sendo imposto vai e confronta com a realidade e forma uma outra opinião. Eu
venho desta educação. Poderia ter uma educação formatada. Tive? Não, mas a
gente tem que propiciar esses momentos de ter oportunidade de confrontar as
várias realidades.
Por isso que a
gente defende a pluralidade de concepções pedagógicas. Por último, não menos
importante, é natural que nós tivemos um concurso no último domingo. Eu vou
apelar como apelei para o secretário Renato Feder na audiência pública em que
ele aqui esteve. Apelar para que ele amplie o número de aprovados, porque 15
mil é muito pouco.
Nós temos 90
mil, quase 100 mil professores admitidos na condição que você não sabe o que é.
Nem é celetista, nem é estatutário; está no limbo. Perderam as aulas, perdem
todos os direitos, saem com nada. E a gente está querendo uma contratação
digna. Contratação digna é o concurso público.
É dar as
condições para que, até que faça o concurso público, deem as suas aulas. E a
gente tem, com certeza, que lutar pela ampliação das vagas no concurso público.
Eu fiquei muito orgulhosa da minha categoria, de vê-la aos montes, deputado
senador Suplicy, indo para as provas muita aguerrida.
Eu fui para
vários cursinhos de encerramento levantar a bola para dizer: “Vamos lá, vamos
mostrar que nós temos competência e vamos passar nesse concurso”, que é a força
que a gente tem para dizer: “Não, tem que criar mais vaga. Nós passamos num
concurso. Nós quebramos lá a Curva de Gauss, atravessamos, chegamos lá, batemos”.
Então, quer
dizer, isso para nós é importante. Isso demonstra que a nossa categoria está
preparada. Por isso que ela não precisa de apostila. Ela precisa é ter as
condições de trabalho, a jornada do piso, o pagamento correto do piso salarial
profissional nacional, que, se colocado em prática, a gente nem estaria
discutindo mais isso e nós estaríamos numa política de valorização.
Por último, e não
menos importante, o Tribunal de Contas do Estado editou dois pareceres
importantíssimos para nós.
Primeiro, da Educação,
profissionais da Educação: que nós não temos nenhuma condição de trabalho, que
tem que ter. É momento de o secretário Feder instituir a Cipa Educação na rede
pública do estado de São Paulo. A gente precisa. Nós temos aluno-classes,
precisa ver se são classes numerosas, ver a jornada, tudo isso.
E o segundo diz
respeito, Capitão Telhada - se seu pai estivesse aqui, ele estaria fechando o
coro comigo - que é aquele parecer que foi favorável a nós com relação à Lei
Complementar nº 173, a que o Tribunal de Contas do Estado deu parecer
favorável, no sentido de computar os dois anos congelados, e que foi uma
injustiça, porque foi pandemia.
Nós já estávamos
penalizados, e fomos duplamente penalizados porque ficou congelado dois anos o
funcionalismo público do estado de São Paulo. Queremos, sinceramente, que o
estado tenha, sim, e tem condições, mas restabelecer direitos é uma forma de
diálogo.
Puxa vida, foi
tirado esse direito dos servidores públicos do Brasil e do estado de São Paulo?
São Paulo poderia começar bem sem que o governo Tarcísio tivesse ido a Brasília
pedir para que o ministro Alexandre de Moraes não arbitrasse sobre matéria
naquele momento.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito
obrigado, deputada Professora Bebel. Dando continuidade na lista de oradores,
convidamos para fazer uso da palavra o deputado Vinicius Camarinha. Ausente.
Deputada Carla Morando. Ausente. Deputada Ediane Maria. Ausente. Deputado
Eduardo Suplicy, em permuta com a deputada Márcia Lia. O senhor tem o tempo
regimental do Grande Expediente.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Capitão Telhada, Sras. Deputadas e
Srs. Deputados, eu gostaria aqui de registrar uma carta que estou encaminhando
para a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em relação à visita
que fiz no último dia 21 de junho na Associação Cannabis Flor da Vida, em Franca.
Eu, Eduardo
Matarazzo Suplicy, na condição de vice-presidente da Frente Parlamentar da
Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial da Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo, presidida pelo deputado Caio França, tenho viajado e conhecido
diversas histórias de pacientes que lutam há vários anos para terem acesso ao
tratamento feito por meio do uso medicinal da cannabis.
Vejo que as
associações de pacientes estão na vanguarda dessa luta pela regulamentação,
sejam associações pequenas, médias ou grandes. Todas elas lutam por um acesso
justo, democrático e universal do remédio, bem como têm uma conduta de
enfrentamento na luta pelo direito de acesso à saúde, à dignidade e melhores
condições de vida, conforme preconiza nossa Carta Magna. Mais recentemente,
pude conhecer de perto o trabalho da Associação Terapêutica Cannabis Medicinal
Flor da Vida, situada na cidade de Franca, neste estado de São Paulo.
Foi no dia 21
de junho, nas dependências da referida instituição, que pude comprovar que o
tratamento feito com o óleo medicinal da cannabis vai muito além do fornecimento do remédio.
Observei tratamentos multidisciplinares, como
fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia,
especialidades médicas, entre outros, todos sendo feitos de forma gratuita no
qual os recursos utilizados vêm de contribuições voluntárias dos seus mais de
sete mil associados.
Pude observar uma verdadeira revolução no tratamento
de diversas patologias e condições, tais como autismo, Alzheimer, Parkinson, dores
crônicas, ansiedade, depressão, síndromes raras e muitas outras.
Desta forma,
cheguei à conclusão de que as associações de pacientes, como a Flor da Vida,
estão cumprindo um papel essencial perante a sociedade, acolhendo pessoas que
viviam enlutadas, sem quaisquer perspectivas de melhora, através dos
tratamentos convencionais, e descobrem no remédio de Cannabis alívio para suas
dores, bem como tratamento para as mais diversas doenças.
Ocorre que esse
trabalho só é possível através do plantio e manipulação da Cannabis em
território nacional. Entretanto, por constatar também que as associações de
pacientes vivem numa situação de fragilidade e insegurança jurídica, já que
mantêm suas atividades apenas através de decisões judiciais, sem contar aquelas
que ainda vivem sem qualquer respaldo do Judiciário.
Como as
associações de pacientes não são empresas que visam ao lucro, por uma questão
de justiça e equilíbrio não podem e não devem ser enquadradas nas mesmas regras
previstas para as grandes indústrias e laboratórios farmacêuticos.
Devem, assim, ser
aplicadas às regras existentes para as farmácias de manipulação de
fitoterápicos, já que o trabalho desenvolvido por essas entidades vai além da
manipulação das plantas, contemplando também atividades de ensino e pesquisa.
Portanto, é
fundamental o acesso e a facilitação à pesquisa, que são direitos
constitucionais previstos em seus Arts. 23 e 218, e não podem encontrar
entraves burocráticos. É dever do estado prover o desenvolvimento científico, a
pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.
Assim, Sr.
Presidente, gostaria até de sugerir aos deputados que possam realizar visitas,
como a que eu fiz. E inclusive, na semana passada, o deputado Caio França
também fez uma visita à Flor da Vida. Acredito que ele logo estará também
fazendo um pronunciamento a respeito.
E nós gostaríamos
inclusive de proporcionar um dia que haja uma reunião da frente parlamentar,
onde iremos exibir filmes, documentários a respeito da possibilidade concreta
de tantas doenças, como as que eu citei, que podem ser melhoradas
significativamente através da Cannabis medicinal.
Mas, queridos e
queridas, eu quero saudar a todos pela organização de um importante ato que
aconteceu hoje na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, que tem por
objetivo discutir a constitucionalidade e os efeitos da Lei 17.557, de 2.022,
que vende terras devolutas públicas do estado de São Paulo a preços irrisórios,
terras essas que deveriam ser destinadas à reforma agrária, que tem caráter
suprapartidário e conta com o apoio de diversos movimentos sociais.
Em seu Art. 3º, a Constituição Federal prevê como objetivos
fundamentais da República a construção de uma sociedade livre, justa e
solidária, como também o de erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais.
É neste sentido que
estamos aqui, hoje, nos posicionando contrariamente à Lei 17.557, de 2022, que
concentra ainda mais as terras nas mãos de latifundiários, de grandes
proprietários, enquanto há diversas famílias que ainda lutam pelo direito a
cultivar a terra para sua subsistência.
O Pontal do Paranapanema,
em especial, é a região em que, historicamente, conflitos por terra acontecem
e, também, a região com maior porção de terras públicas. Regulamentar tais
terras não pode significar concedê-las a latifundiários.
A lei apelidada como “Lei
da Grilagem” por deixar de preconizar a necessidade das macro diretrizes
distributivas previstas nas normas constitucionais que regem as políticas
nacionais de desenvolvimento agrário e urbano, sobretudo a de reforma agrária,
de proteção do meio ambiente, dos povos originários, da regularização dos
territórios quilombolas e da concretização da função social da propriedade.
Durante o mês de junho,
após carta solicitando celeridade no julgamento da ADI, que está com a ministra
Cármen Lúcia, ela recebeu a mim, o deputado Simão Pedro e o ministro Paulo
Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para um bom
diálogo, ao que ela se comprometeu em se debruçar sobre o assunto e votar o
quanto antes.
Com uma ação direta de
inconstitucionalidade impetrada pela bancada do PT e este ato democrático,
esperamos sensibilizar pela revogação da lei, indo ao encontro do parecer da
Procuradoria-Geral da República.
A terra deve ser um
direito de todos e, também, se constitui uma forma de se participar da riqueza
da Nação. Viva a reforma agrária popular, as ações do MST. Terra devoluta é
terra de quem luta.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, Sr. Deputado Eduardo Suplicy. Na sequência, solicitamos, para fazer uso da tribuna, o deputado estadual Agente Federal Danilo Balas. Ausente. Deputado Luiz Claudio Marcolino, em permuta com o deputado Paulo Fiorilo.
Eu já queria, de antemão,
nobre deputado Rômulo, agradecer, também, à TV Alesp, à equipe do Cerimonial e
aos funcionários da Comissão de Finanças, inclusive das nossas assessorias, que
têm acompanhando e vão acompanhar as 26 audiências públicas do Orçamento pelo
estado de São Paulo.
Nós estamos falando de
audiências que já aconteceram na quinta e na sexta. Nós já tivemos a primeira
audiência em Jales, na Região Administrativa de São José do Rio Preto. Tivemos
na sexta-feira, também da semana passada, audiência pública em Mirandópolis, da
Região Administrativa de Araçatuba. Estivemos em Álvares Machado, também da
Região Administrativa de Presidente Prudente.
São importantes essas audiências públicas, que são a oportunidade de o Parlamento estadual estar dialogando com as prefeituras, com os respectivos prefeitos, conversando com os vereadores e vereadoras de cada uma dessas cidades, conversando também com a sociedade civil organizada em cada cidade.
É importante
essas visitas dos deputados estaduais, principalmente da Comissão de Finanças e
Orçamento. Porque, quando você vai olhar as realidades de cada uma das regiões
do Estado, facilita inclusive para que possamos propor depois, na emenda do
Orçamento, que vai ser votada a partir de setembro, do segundo semestre, quando
a peça orçamentária vem para Assembleia Legislativa, ter um olhar a partir das
realidades de cada uma das regiões. Vou dar alguns exemplos para vocês.
Essas três
audiências, que aconteceram na quinta e na sexta-feira, nós detectamos que o
problema da Saúde é um problema grave e sério em cada uma das três regiões que
foram apresentadas.
Mas você também
tem algumas oportunidades. Quando você olha a cidade de Mirandópolis, é uma
cidade que - uma das quatro regiões do estado de São Paulo - tem um Hospital
das Clínicas.
E lá,
conversando com o prefeito, com os vereadores, com a população, a gente percebe
que apenas 30% dos leitos do Hospital das Clínicas, na cidade de Mirandópolis,
funciona.
Quer dizer,
você tem a possibilidade de um crescimento de 70% dos leitos dos hospitais da
região. Você tem, na região de Jales, uma demanda colocada, também ainda na
área da Saúde, quando trata, ou do hospital regional, ou da necessidade de você
ter uma Santa Casa estruturada, para garantir o atendimento da região.
Porque, tanto
Jales quanto Mirandópolis, ou mesmo a cidade de Álvares Machado, são três
regiões, que são cidades pequenas, no estado de São Paulo, mas são divisas com
estados como Mato Grosso do Sul, como Minas Gerais. Então nós estamos falando
de estados que fazem divisa com São Paulo.
E o impacto
dessas três regiões, você acaba alterando a dinâmica do funcionamento da Saúde,
mas também da questão do emprego. Das três regiões que nós passamos, na semana
passada, eu, como vice-presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, o
deputado Gilmaci Santos, que é o presidente da comissão, e o deputado Enio
Tatto, que também acompanhou as audiências públicas, nós percebemos, nas três
regiões, a demanda por emprego, inclusive o questionamento em relação à guerra
fiscal.
Que, nos
estados do Mato Grosso, São Paulo, e Minas Gerais, trouxe e tem trazido uma
diminuição, não só de empregos, ou de empresas, no estado de São Paulo, em
virtude da guerra fiscal.
Por mais que o
debate, que está sendo feito em Brasília, em relação à guerra fiscal, pode
diminuir o impacto da guerra fiscal, a partir da Reforma Tributária, é algo
que, nessas últimas décadas, criou um problema sério de produção industrial e
geração de emprego nessas três regiões que nós acabamos acompanhando.
A gente
percebeu que cada uma das regiões tem uma demanda em relação à estrutura de
Saneamento Básico. Quando a gente pensa na Grande São Paulo, são poucas as
cidades ou as regiões que ainda não têm água, que ainda não têm esgoto. Mas
você percebe que tem muitos bairros dessas cidades, dessas regiões, que ainda
têm problema de Saneamento Básico.
A questão da
Agricultura, que é uma potencialidade, a própria água, que tem em cada uma
dessas regiões por onde nós passamos, é um potencial. Mas, ao mesmo tempo, você
não tem um olhar para o Desenvolvimento Regional dessas regiões. Então estou
trazendo alguns exemplos.
Porque, quando
você vai em regiões como essa e utiliza o espaço da audiência pública do
Orçamento, ajuda os deputados estaduais da Comissão de Finanças e Orçamento a
ter um olhar mais apurado para cada uma das regiões, pensando no seu
desenvolvimento.
A gente não
pode pensar o Orçamento do Estado, que nós estamos falando na casa de 317
bilhões de reais... A gente, dialogando com cada uma dessas cidades, cada uma
dessas regiões, apontamos que nem sempre o governo utiliza a totalidade do
valor empenhado no Orçamento, para cada uma das áreas, como deveria.
Esse espaço da
Comissão de Finanças e Orçamento é justamente para que os prefeitos e os
vereadores possam olhar a execução do Orçamento do Estado e possam cobrar o que
é necessário para cada uma das regiões. Não só cobrando o Governo do Estado de
São Paulo, mas também colocando sugestões e posições que ajudam a fortalecer o
desenvolvimento de cada uma dessas regiões.
Um exemplo
também, na cidade de Mirandópolis. Nós estamos falando de um investimento do
Tribunal de Justiça, construindo um fórum. Custou em torno de 10 milhões de
reais a construção do fórum. Em virtude da acessibilidade, o fórum até hoje não
funciona.
Inclusive, os
barracões acabam... O pessoal acaba sendo atendido ou, tendo alguma audiência
de custódia, acaba sendo feita na igreja da cidade. Com o fórum construído,
para o qual foram utilizados 10 milhões de reais. E o fórum não está sendo
utilizado.
Então, são
coisas que a gente vai percebendo e vendo nessas regiões. E a gente pode
também, aos poucos, ir corrigindo essas excrecências que acabam acontecendo no
estado de São Paulo.
É investimento
dos recursos públicos do estado de São Paulo, que muitas vezes não acabam tendo
a sua utilidade como deveria. Percebemos, a partir da cidade de Epitácio, ou ao
menos Presidente Prudente, a necessidade de ter um investimento maior em
relação ao Turismo no estado de São Paulo.
Inclusive,
aproveitando: tanto em Jales como na região de Epitácio, a questão do Turismo é
algo muito importante para essas regiões, mas a gente percebe também que não
têm o investimento necessário, como deveria.
Ainda na região
de Prudente - onde houve uma audiência pública na cidade de Álvares Machado -,
nós percebemos, nobre deputado Simão Pedro, que tem um hospital do câncer, como
tem um hospital do câncer também hoje na cidade de Barretos, o Hospital de Amor.
Mas a área de
oncologia infantil está praticamente desativada. Nós estamos falando de um
hospital de câncer para a cidade de Prudente e toda a região, que foi
construído...
E nesse
hospital do câncer, que podia estar atendendo a toda a região, boa parte das
alas ou dos leitos está praticamente fechada, demonstrando que é necessário ter
um investimento tanto do ponto de vista de Saúde, como de articulação regional,
para que esse hospital possa funcionar na sua totalidade.
E ao mesmo
tempo, quando você olha que o hospital do câncer em Presidente Prudente não tem
a utilização como deveria, você olha aqui na região do Pontal, nós temos ali
algumas cidades que têm um hospital estruturado, que atende à totalidade da
população, mas às vezes a população não pode ser atendida naquela cidade, até
pelo sistema Cross, hoje, que é estadualizado. O pessoal tem toda uma estrutura
numa cidade, mas tem que ser atendido na cidade de Presidente Prudente.
Então, quando a
gente traz aqui alguns desses elementos que vêm a partir das audiências
públicas, é para demonstrar a importância que essas audiências públicas têm
para que a gente possa ter um olhar e pensar o Orçamento mais integrado para o
ano de 2024.
E finalizando
aqui minha intervenção no dia de hoje em relação às audiências públicas, nós
teremos uma agora, no próximo dia 10, na cidade de Bebedouro, da Região
Administrativa de Barretos; às 10 horas da manhã, na sexta-feira, em Batatais,
Região Administrativa de Franca; no dia 11 de agosto, sexta-feira, às 19 horas,
em Sertãozinho, que é da Região de Ribeirão Preto.
São três
audiências públicas que acontecem na próxima semana. E é importante que a gente
possa, dialogando com os vereadores, com os prefeitos, com a sociedade civil
organizada, trazer elementos para que a gente possa ter uma Peça Orçamentária,
em 2024, mais bem estruturada do que a Peça Orçamentária que foi montada para
2023.
E vamos
continuar cobrando que a execução do que foi empenhado para o ano de 2023 possa
ser executada na sua plenitude. E que a população possa participar também da
estruturação do Orçamento, porque quando você paga o IPVA, você paga o ICMS,
você tem ali a reestruturação e o retorno do valor do imposto de renda.
E esse recurso
que é arrecadado tem que ser reinvestido no estado de São Paulo. E a audiência
pública do Orçamento é um instrumento para que a gente possa aperfeiçoar no
próximo período.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, Sr.
Deputado. Convidamos, para fazer uso da palavra, a deputada Thainara Faria.
(Pausa.) O deputado Simão Pedro. O senhor tem o tempo regimental do Grande
Expediente.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Capitão Telhada, Sras. e
Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui no plenário, pela TV, pelas
redes sociais. Sr. Presidente, eu quero falar hoje sobre um importante ato
público do qual eu participei na parte da manhã, na Faculdade de Direito da
USP, no Largo São Francisco, no salão dos estudantes. Um ato em defesa da reforma
agrária e das terras públicas do estado, para a implantação de assentamentos
rurais.
Esse ato foi
convocado pelos movimentos sociais. A bancada do PT e a bancada do PSOL
aderiram a esse ato, muitos intelectuais da PUC, da USP, da área de Direito,
Dr. Pedro Serrano, o diretor da Faculdade de Direito da USP, professor
Campilongo, a ouvidora agrária nacional, muitos intelectuais que assinaram esta
carta em defesa das terras públicas e da democracia, uma carta que tem uma
crítica à lei aprovada aqui nesta Casa no ano passado, Lei nº 17.557. Uma lei
estranha, deputado Rômulo, porque ela foi originada aqui na Assembleia
Legislativa.
Eu já fui deputado aqui por outras três vezes.
Lembro do governador Serra tentando aprovar uma lei semelhante, mas era
iniciativa do Executivo. Normalmente, quando a gente vai apresentar uma lei, um
projeto de lei aqui, que mexe com o Orçamento do Estado, cria um programa, cria
despesas, a Comissão de Constituição e Justiça da Casa fala “vício de
iniciativa”, não pode ser de iniciativa dos deputados, tem que ser do
Executivo.
Estranhamente, essa lei originou-se aqui, foi
aprovada e sancionada pelo governador Doria, depois Rodrigo Garcia, e agora
está sendo executada pelo governador Tarcísio. O que fala, o que que permite
essa lei?
A entrega das terras devolutas, que são terras
públicas, que não têm dono, e que a nossa Constituição, a lei nacional chamada
“Estatuto da Terra” determina que terras públicas têm que ser destinadas para
projetos, programas de interesse público.
Pode ser criado um parque ambiental; estabelecer,
deputado Marcolino, proteção ambiental em uma determinada região para proteger
mananciais; pode ser destinada para legalizar, por exemplo, se tem quilombolas
ali, comunidades indígenas, reforma agrária, para criar assentamentos para
produzir. A última recomendação é fazer a tal regularização fundiária. Porque,
se fala em regularização fundiária, é porque é irregular, está irregular, ou
seja, a posse ali.
E o que que acontece aqui? Nós temos um milhão de
hectares aqui no Pontal do Paranapanema ocupados por centenas de fazendeiros,
que ocuparam irregularmente aquelas áreas. Transformaram ali em fazenda, gado,
destruíram o que tinha ali de plantações.
Eu mesmo estive o ano passado lá no Pontal e eu
enfrentei uma tempestade de terra. Sabe aquele fenômeno que aconteceu em
Franca, Ribeirão Preto? Porque é um fenômeno do desmatamento, da limpeza de uma
área. Quando fica muito seco a ventania e tal levanta aquelas nuvens de poeira
que encobrem cidades.
Então, é o que está acontecendo lá no Pontal. Mas
o governador está apressando, e o presidente do Itesp, o Sr. Piai, foi flagrado
em um vídeo dizendo o seguinte: “vamos apressar, gente, a compra dessas terras;
o governador está vendendo a preço até 10% do valor da terra nua, como se não
tivesse nada lá em cima”, e o governador está apressando. Já são mais de 40
processos em andamento, e nenhum ainda foi terminado.
Por quê? Porque nós, da bancada do PT,
corretamente entramos com Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo, e
que está para ser julgada. A relatora é a ministra Cármen Lúcia.
Eu e o deputado Suplicy estivemos com ela no mês
passado, no começo, solicitando que ela dê o parecer. Estamos aguardando que
este mês ainda, em agosto, segundo ela, ela vai dar o voto e, assim, o plenário
do Supremo vai julgar a inconstitucionalidade.
Esperamos que o Supremo determine a
inconstitucionalidade e anule essa lei ilegal e inconstitucional, que esta
Assembleia infelizmente aprovou, atropelando aqui todos os protestos, críticas
e vozes divergentes.
Então, Sr.
Presidente, hoje esse ato foi muito importante, muito representativo.
Lançamos essa carta para tornar público esse problema no estado de São Paulo,
que é uma violência.
Por que é uma violência? Porque nós conseguimos,
nesses últimos 30 anos, assentar cinco mil famílias no Pontal do Paranapanema,
que estão trabalhando, produzindo, gerando riqueza, produzindo alimentos,
protegendo os mananciais,
beiras de rio.
É outro modelo
de agricultura, deputado Rômulo, implantado nos assentamentos rurais. Muitos
foram fruto de ocupação de terra, tendo o MST à frente e tendo o Estado agindo
conforme a lei determina, negociando.
Mas o que
fizeram os governos Montoro, Mário Covas, Alckmin e mesmo Serra, que tentou
aprovar essa lei aqui e nós não deixamos? A Assembleia não permitiu, em 2007,
que essa lei fosse aprovada aqui.
A Assembleia
aprovou uma lei que permitia a regularização de pequenas e médias propriedades.
Aí nós temos acordo, porque as pequenas e médias propriedades produzem
alimentos, verduras, legumes, frutas, carne de porco, frango, essas coisas que
abastecem as mesas das famílias brasileiras.
Mas nós aqui,
na legislatura daquele período, não permitimos essa lei. E agora está sendo
executada. Esperamos que o Supremo dê um parecer contrário a essa lei e a torne
ilegal, e que esses atos do governador, que eles estão fazendo por meio do
Itesp, se tornem ilegais. E a gente
continue fazendo o que os governos anteriores faziam.
Tem um litígio,
tem um problema judicial, se judicializou a questão. O que os governos faziam
até o ano passado? Chamavam o proprietário e falavam: “Você topa desistir da
ação?
Nós
regularizamos metade e a outra metade o Governo do Estado arrecada e passa para
o Itesp assentar as famílias que estão aguardando uma oportunidade de ter um
pedacinho de terra para poder produzir e trabalhar”. Essa foi a boa política
que nós, em negociação, os movimentos sociais e tal, achamos que era uma boa
política, uma boa saída.
O que o governo
Tarcísio está dizendo, e o presidente do Itesp? Ele está dizendo que os
processos demoram muito, são conflituosos. Então, é melhor regularizar para o
fazendeiro; ele paga uma indenização. Bom, o problema é que estão vendendo
essas terras por preço de banana, valores ínfimos.
Estão com um
argumento para ter o apoio da sociedade para uma lei tão terrível, antirreforma
agrária como essa. Eles estão dizendo: “Ah, mas vamos aplicar esse dinheiro na
Saúde, na Educação”.
O estado de São
Paulo tem um orçamento gigantesco. E assim: no Brasil, é um estoque que ainda
resta de terras públicas para assentar famílias e alavancar a produção de
alimentos.
Então, hoje foi
muito simbólico, esse ato. Vamos entregar essa carta para o presidente do
Itesp, para o secretário da Agricultura, e vamos então com essa manifestação
que as grandes emissoras cobriram, que está em todas as redes sociais.
Nós queremos
chamar a atenção da sociedade civil para a ilegalidade dessa ação, mas a gente
espera que o Supremo, neste mês ainda, dê o seu parecer tirando essa situação.
Temos certeza
de que o Supremo, que é o guardião da Constituição... E a Constituição é muito
clara: as terras têm que cumprir uma função social, as propriedades, sejam elas
rurais ou urbanas, mas as terras devolutas públicas têm que servir, têm que ter
uma utilização social.
É isso que
precisa ser feito e não essa ação que o governo Tarcísio está fazendo,
inconstitucional, irregular, a favor dos grileiros, a favor daqueles que
ocuparam essas terras irregularmente, invasores dessas terras públicas, que
agora acharam um governador que é simpático à causa deles, com a desculpa de
que é para alavancar o agronegócio. Ora, o estado de São Paulo tem um
agronegócio potente, forte. Não precisa usar terra pública disputada pelo
Estado para esse fim.
Então,
esperamos um parecer definitivo do Supremo este mês para que as coisas sejam
colocadas no lugar e terras públicas devolutas sejam utilizadas com a
finalidade social para a reforma agrária, para assentar famílias que precisam
trabalhar e que estão aguardando, às vezes, há sete, oito, nove, dez anos ali
na beira da estrada, aguardando uma oportunidade.
É isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado,
deputado Simão Pedro. Dando continuidade na lista...
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, Sr.
Deputado.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT - Eu queria anexar esta
carta aqui ao meu discurso, Sr. Presidente. Então eu queria entregar para a
Mesa.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Presidente, peço
a suspensão dos nossos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Ok, está
registrada a solicitação de apensar o documento entregue à Mesa e declaro
suspensa esta sessão ordinária até o horário das 16 horas e 30 minutos.
*
* *
- Suspensa às 15 horas e 55 minutos, a sessão
é reaberta às 16 horas e 38 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a
sessão. Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa
o requerimento do nobre deputado Carlão Pignatari, com o número regimental de
assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição
de uma comissão de representação com a finalidade de participar dos eventos em
comemoração ao aniversário de Votuporanga, a realizar-se nos dias oito e nove
de agosto do corrente ano, sem ônus para este Poder.
Em votação. As Sras. e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa também o requerimento
da nobre deputada Marina Helou, com o número regimental de assinaturas, nos
termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação com a finalidade de participar do Programa de Liderança Executiva
em Desenvolvimento da Primeira Infância, em Cambridge, Estados Unidos, a
realizar-se no período entre os dias 14 e 18 de agosto do corrente ano, sem
ônus para este Poder. Em votação. As Sras. e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa também o requerimento
do nobre deputado Gil Diniz, com o número regimental de assinaturas, nos termos
do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação
com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa num evento de Estudos Avançados
de Relações Exteriores da República da China, Taiwan, a realizar-se no período
entre 30 de agosto e 12 de setembro do corrente ano, sem ônus para este Poder. Em
votação. As Sras. e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como
se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa também o requerimento
do nobre deputado Eduardo Suplicy, com número regimental de assinaturas, nos
termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a construção de uma comissão de
representação, com a finalidade de participar do 22º Congresso da Rede Mundial
da Renda Básica, a realizar-se em Seul, Coreia, no período de 20 a 28 do
corrente ano.
Em votação. As Sras. e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado
o requerimento.
Há também sobre a mesa o requerimento
da nobre deputada Paula da Bancada Feminista, com número regimental de
assinaturas, nos termos do Art. 25 do Regimento Interno, para a construção de
uma comissão de representação, com a finalidade de participar da 7ª Marcha das
Margaridas, a realizar-se em Brasília, nos dias 15 e 16 do corrente ano, sem
ônus para este Poder.
Em votação. As Sras. e Srs. Deputados que
estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado o
requerimento.
Convocação. Sras. e Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
sessão extraordinária, a realizar-se hoje dez minutos após o término da
presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia.
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NR - A Ordem do Dia para a 25a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 09/08/2023.
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O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Pela ordem, deputado
Eduardo Suplicy.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu gostaria de agradecer a atenção de todos aqueles
parlamentares que inclusive aprovaram, tanto na Comissão de Relações
Internacionais como agora, no plenário, o requerimento segundo o qual deverei
estar representando a Assembleia Legislativa de São Paulo e o Brasil no 22º
Congresso Internacional da Basic Income Earth Network, da Rede Mundial da Renda
Básica, que se realizará de 23 a 26 de agosto em Seul, Coreia do Sul.
Eu fui convidado inclusive por ser autor da Lei 10.835, de
2024, que me fez ser honrado com o cargo de presidente de honra deste
(Inaudível.). Eu espero aprender muito com a reflexão que acontecerá com
representantes dos mais diversos continentes onde se está debatendo e
considerando a instituição da renda básica universal, objeto de lei aprovada
por todos os partidos, pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente
Lula em 8 de janeiro de 2004 e que avalio que poderá se concretizar o quanto
antes no Brasil, se possível nesta gestão do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
Agradeço ao meu líder, Paulo Fiorilo; ao presidente, que
tanto foi atencioso comigo; e a todos que assinaram essa moção.
Então, Sr. Presidente André, muitíssimo obrigado.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Quero só
aproveitar aqui a presença do deputado Eduardo Suplicy. Eduardo, o senhor
trouxe um convidado. Se o senhor pudesse fazer aqui as honras da Casa...
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Quero registrar a
presença do diretor da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto,
da Universidade de São Paulo, professor Nuno Coelho, que, inclusive, veio nos
visitar para agradecer a família do professor Dalmo de Abreu Dallari.
A senhora Mônica Dallari esteve há duas
semanas em Ribeirão Preto, fazendo uma visita à faculdade, porque a família
doou um acervo do professor Dalmo de Abreu Dallari para a biblioteca desta
Faculdade de Direito da USP, em Ribeirão Preto.
Eu, inclusive, Sr. Presidente, estou
assinalando, apontando uma emenda daquelas que nós, deputados estaduais, temos
o direito de apresentar, para a realização de algo muito frutífero: para o
ensinamento, especialmente, do legado sobre o ensino de Direito, das Ciências
Jurídicas lá na Universidade de São Paulo, da Faculdade de Direito.
Seja muito bem-vindo, professor Nuno
Coelho.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Muito bom.
Seja sempre bem-vindo, Nuno Coelho, com as honras feitas pelo nosso grande
líder aqui nesta Casa, Eduardo Suplicy.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo de
lideranças, solicito o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Havendo
acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os ainda da sessão
extraordinária a realizar-se hoje, 10 minutos após o término desta sessão.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 52
minutos.
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