25 DE MAIO DE 2023

47ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, TENENTE COIMBRA e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - TENENTE COIMBRA

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PAULO FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - REIS

Assume a Presidência.

        

9 - TENENTE COIMBRA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - EDUARDO SUPLICY

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

16 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 26/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Vamos à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente. Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar o presidente, deputado Carlos Giannazi, saudar o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Técnico-Científica, os integrantes da Polícia Penal, e também todos aqueles e aquelas que estão em suas residências e estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Presidente, uns dias atrás, fiz uso desta tribuna para falar das questões envolvendo as policiais civis da Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil, que trabalham em plantão, que trabalham em delegacias de defesa da mulher gestante.

Então as policiais gestantes. E fizemos também uma indicação para que a Secretaria de Segurança Pública pudesse editar uma resolução resolvendo, propondo solução para o problema, o que também foi um pleito do Sindicato dos Delegados de Polícia e das Delegadas de Polícia, porque tínhamos, e temos, porque a Resolução foi publicada na data de hoje no “Diário Oficial”, mas nós temos até então policiais femininas gestantes, que estavam inclusive escoltando presos, fazendo diligências, uma coisa insuportável.

E na data de hoje, o secretário de Segurança, o secretário Guilherme Derrite, publicou a Resolução nº 33, de 24 de maio de 2023, que dispõe sobre a jornada de trabalho diferenciada para as integrantes de carreira policial, gestantes ou lactantes, no âmbito da Polícia Civil do estado de São Paulo e da Superintendência da Polícia Técnico-Científica.

Ele diz, no Art. 1º, que fica assegurado às integrantes de carreira policial da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica gestantes ou lactantes o exercício de atividades compatíveis com a sua condição temporária e a prioridade no exercício de funções administrativas, observando-se o encargo, a escala e o horário de trabalho, respeitando-se o direito a uma gestação saudável e a garantia do direito à amamentação.

No Art. 2º, ele diz que, durante o período de gestação, fica vedado, fica proibido às mulheres gestantes integrantes de carreira policial, da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica atender o local de crime; executar diligências ou participar de operações policiais externas; atuar diretamente com pessoas capturadas ou presas; trabalhar em local onde exista contato direto com cadáveres ou materiais que eventualmente ofereçam risco direto ou indireto à saúde e do binômio materno-fetal; e, 5º, executar atividades que envolvam demasiado esforço físico.

As mulheres gestantes integrantes de carreira policial, da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica poderão, mediante recomendação médica, solicitar ao seu superior hierárquico adequações pertinentes de atividades em cargos e jornada de trabalho. Também não se aplicam as disposições estabelecidas nesse artigo nas hipóteses de afastamento ou licença prevista em lei.

Art. 3º - Durante o prazo de 24 meses após o parto ou adoção de criança em fase de aleitamento materno ou complementar, ficam asseguradas às integrantes de carreira policial da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica, dentro de sua jornada de trabalho convencional, o período de duas horas diárias para amamentação.

As restrições de atividades que trata o Art. 2º dessa resolução, poderão ser aplicadas às integrantes desse dispositivo por recomendação médica, mediante solicitação ao superior hierárquico. Não se aplicam as disposições estabelecidas nesse artigo nas hipóteses de afastamento ou deficiência prevista em lei.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Tenente Coimbra.

 

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Art. 4º - Fica assegurado a integrantes da carreira policial da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica, após o término de licença maternidade, o direito de retornar na mesma unidade, bem como desempenhar a mesma atividade que exercia anteriormente à licença pelo prazo mínimo de seis meses.

Só que ele está colocando, Sr. Presidente, para que a mulher, depois que tem o seu filho, ao voltar para aquela unidade onde ela está lotada, eles possam transferir - que acontece muito isso de transferir o policial para outra delegacia - muitas vezes distante da residência daquela policial feminina.

Art. 5º - As disposições constantes da presente resolução estendem-se às integrantes de carreira policial da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica adotantes naquilo que couber e for compatível.

Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Então, para dizer que o secretário Guilherme Derrite reconheceu o pleito feito pelo Sindicato das Delegadas e dos Delegados de Polícia, acatou a nossa indicação, porque nós fizemos a indicação, Sr. Presidente, e fizemos também um projeto de lei para tramitar nessa Casa, porque vimos ali naquele pleito das delegadas, do Sindicato das Delegadas tratando dessa questão da policial feminina, policial gestante, a policial que está cuidando de seu filho, que está amamentando, a situação de risco que corriam então as nossas policiais.

E essa resolução vem dar uma resposta naquilo que foi pleiteado e naquilo que foi indicado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PL - Seguindo a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia; quero fazer, Sr. Presidente, hoje uma gravíssima denúncia contra o Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, que é a fundação responsável, que é a mantenedora pela Faculdade de Medicina, de Ciências Médicas, da Santa Casa de São Paulo, uma das melhores faculdades de medicina do nosso País, Sr. Presidente, que vem passando por uma crise por conta de interferência desse conselho curador.

Eu tive a oportunidade de conversar com alunos, com pais de alunos, com professores, com sindicato dos professores, com o Sinpro, com o professor Celso Napolitano, tenho conversado com a comunidade acadêmica dessa importante faculdade.

A situação lá é grave, são várias as denúncias contra, sobretudo, o presidente do conselho curador, sobretudo de interferência na faculdade. Essa mantenedora, essa fundação, tem o papel de manter a faculdade funcionando com os seus cinco cursos, tem medicina, tem enfermagem, tem radiologia, tem fonoaudiologia e sistemas biomédicos, que é um curso também importante dentro da faculdade, por isso que se chama, exatamente, Faculdade de Ciências Médicas, da Santa Casa de São Paulo.

A crise lá é profunda. São várias as denúncias, Sr. Presidente. O Ministério Público está investigando, porém, nós temos que reagir. Eu estou, inclusive, convocando o presidente do conselho, que é o Sr. Tonico Ramos, que inclusive já foi deputado aqui, foi presidente da Alesp, para que ele venha explicar nas comissões permanentes da Alesp o que está acontecendo nesse conselho.

Essa faculdade cumpre um papel importante de formação de pessoas na área médica para o nosso estado e para todo o Brasil. Tenho aqui um manifesto, inclusive, que é do corpo docente da Faculdade de Ciências Médicas, da Santa Casa de São Paulo, e também do Sinpro.

O que eles estão pleiteando aqui? São seis pontos. O afastamento imediato do presidente do conselho curador, Sr. Tonico Ramos, e de todos os citados no processo, de forma a garantir uma investigação sem interferência.

Segundo, o cumprimento integral do estatuto da fundação, o qual estabelece que, em caso de afastamento do presidente da diretoria executiva, quem assume é o vice, não ocorrendo vacância no cargo.

Terceiro, fim das intervenções do conselho curador nas questões acadêmicas da faculdade. Isso é sério, Sr. Presidente, porque o conselho está interferindo no processo pedagógico, demitindo professores inclusive, olhe só a gravidade da situação.

Quarto, implementação de representação acadêmica da faculdade no conselho curador.

Logicamente, isso é importante, tem que ter gestão democrática numa instituição de ensino. É muito importante a participação dos professores e dos alunos no conselho, porque toda a fundação é organizada para manter a faculdade, então nada mais justo, é o que determina a lei.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional é muito clara, um dos seus grandes princípios, estabelecido lá no Art. 3º da LDB, é exatamente isso, a gestão democrática da escola pública, do ensino público.

Quinto, divulgação da auditoria do balanço da faculdade, da fundação, e prestação de contas para a comunidade acadêmica. Tem que ter transparência, não é possível.

E sexto, garantia de preservação do corpo docente durante todo o período de apuração das denúncias, em comprometimento com a qualidade do ensino e respeito aos processos pedagógicos em curso.

Esse é o manifesto que nós recebemos dos alunos, dos professores e do Sinpro, sindicato dos professores do estado de São Paulo. Nós estamos tomando várias medidas. Vamos realizar, na próxima semana, uma audiência pública, na próxima quarta-feira, em defesa dos alunos, dos professores, da comunidade acadêmica.

Estamos já fazendo também, já protocolamos a convocação do presidente curador, que tem várias denúncias contra ele, denúncias que estão sendo apuradas inclusive pelo Ministério Público Estadual.

Então, Sr. Presidente, a defesa dessa faculdade tem que ser a defesa de toda a sociedade, porque é uma faculdade importante na área médica, na área da medicina.

E a Assembleia Legislativa tem que participar dessa luta. Por isso que nós estamos tomando todas essas providências.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PL - Seguindo a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quem nos acompanha pela rede Alesp, assessoria das bancadas, vou aproveitar o Pequeno Expediente...

Que a rede aqui de internet tem uma dificuldade grande. Enquanto eu vou ver se consigo passar lá para a cabine, vou aproveitar para falar de um tema que eu considero importante.

Amanhã, às nove horas da manhã, deputado, nós teremos um ato no hospital de São Mateus que, aliás, já foi motivo aqui, ontem, da exibição da reportagem feita pelo telejornal da “Globo”, mostrando a situação do Hospital Geral de São Mateus.

Aliás, que o deputado Conte Lopes, assim como o deputado Suplicy, Giannazi e Reis conhecem. Um hospital em uma região carente, que atende uma população enorme, e que precisa de socorro.

O hospital está na UTI. Se o Estado, se o governador não conseguir, rapidamente, contratar servidores, funcionários, mesmo que de forma emergencial - até porque a gente tem feito isso - nós não teremos o hospital funcionando adequada e corretamente.

Faltam 450 funcionários entre enfermeiros e auxiliares, fora os médicos. Aqui, quem é da área da Saúde, sabe a importância que tem uma equipe completa para fazer um bom atendimento. Então, eu queria, de novo, deixar aqui o registro para que o secretário de Saúde pudesse, de forma rápida, contratar os que estão faltando e promover concursos públicos.

Ontem, nós votamos a prorrogação de funcionários, mas também colocamos aqui a necessidade de que se façam contratos. Então, eu queria registrar aqui novamente e pedir, se é possível a gente passar aqui algumas fotos, para mostrar o programa do Governo do Estado, do governo ainda do Doria, Rodrigo, do “Melhor Caminho”. Nós temos condições ou não? Aí, vamos lá. Olha.

“Melhor Caminho”, Secretaria de Abastecimento. Se a gente ampliar a placa, acho que vai dar para todo mundo ver, inclusive, o valor do contrato. É lá em Iporanga. Iporanga, o deputado Giannazi conhece muito bem, é onde a gente tem o Petar, o maior parque. Consegue ampliar ou não? Ah, não.

Bom, mas vamos lá. Então, ali a obra mais de um milhão. Essa é a estrada... Parte do “Melhor Caminho”. Vamos passando as fotos enquanto eu vou falando. Aqui eu já trouxe uma outra denúncia, de Itaoca. A mesma coisa. Gastaram dinheiro para fazer a perenização, melhorar as estradas, e a gente vai vendo o caminho que eles deixaram.

Essa é a parte ainda razoável. A gente vai chegar já na parte em que o “Melhor Caminho” para. A gente já percebe que não tem mais as pedras... e isso foi feito ano passado. Nós não estamos falando de uma obra de cinco, dez anos.

Infelizmente, é muito triste a gente perceber como o dinheiro público foi usado de forma inadequada, incorreta e deixando as pessoas lá em uma situação muito difícil. Nós fizemos uma representação no Tribunal de Contas, pedindo que o tribunal pudesse instaurar uma averiguação dessa situação, e que cobrasse os responsáveis.

Eu não sei se chegou a outra parte das fotos, mas essa aqui acho que são as que você já passou. Mas vamos lá. Então, queria aproveitar aqui para solicitar que essa, de novo, essa situação lá em Iporanga pudesse ser encaminhada ao Tribunal de Contas, para que o tribunal tome as providências necessárias. Talvez anexando, inclusive, ao pedido que já fizemos anteriormente, mostrando a situação de Itaoca.

Repare que essa ideia de “Melhor Caminho”, que poderia ser uma saída, uma solução, mesmo que não uma solução definitiva, uma temporária, mas ao contrário de ser isso, em alguns casos, piora a situação dos moradores, piora a situação de quem precisa usar a estrada para escoar mercadoria, para buscar um médico, a Saúde, ou para buscar escola, Educação.

Então é preciso que o Governo do Estado tome providências. Como eu disse aqui, eu fiz uma conversa com o secretário da pasta, responsável pelo “Melhor Caminho”. Ele me disse que eles estavam identificando os contratos, verificando a situação, para que pudesse tomar providências.

Espero que tomem providências rápidas. Porque agora é o momento adequado, já que a gente entra no período das secas e as estradas precisam ter obras rapidamente para que as pessoas possam usar da forma mais adequada.

Então eu queria deixar esse registro E encerro reiterando o convite, principalmente para quem é da região leste, de São Mateus, Sapopemba, Itaquera. Que participe do ato, amanhã às 9 horas, no Hospital Geral de São Mateus, para um grande abraço naquele hospital tão importante e necessário para a região.

Aqui deixo o meu apoio à Direção do hospital, que tem se empenhado mas, infelizmente não conta... Só para concluir, Sr. Presidente. Aqui a gente tem a situação do “Melhor Caminho”.

A parte que eu queria mostrar, que são as fotos em que há uma obstrução, inclusive, de pistas, situação precária... Não há nenhuma obra feita com qualidade para que, pelo menos, a gente pudesse ter uma estrada razoavelmente trafegável.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Eu solicito que encaminhe essa parte da estrada para o Tribunal de Contas.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PL - Seguindo a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente. Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Tenente Coimbra, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Ontem, Brasília foi palco de intensas discussões a respeito da pauta dos povos indígenas, que sofreram tristes derrotas com as decisões tomadas.

No período da tarde, foi aprovada pela comissão mista que discute a Medida Provisória nº 1.154, de 2023, um parecer favorável à proposta que propõe a reestruturação dos ministérios do governo Lula, com mudanças que esvaziam o Ministério do Meio Ambiente e alteram a principal competência do Ministério dos Povos Indígenas, referente à demarcação de terras indígenas.

Retirar essa atribuição da pasta, como diz a ministra Sonia Guajajara, é arrancar o coração do ministério - Ministério este que demorou 523 anos para ser criado. No período da noite, a agenda indígena sofreu um novo ataque.

Desta vez, da Câmara dos Deputados, pois foi aprovado um requerimento de urgência para um projeto que dificulta a demarcação de terras indígenas.

A proposta já passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, em junho de 2021. Mas foi rejeitada pela Comissão de Direitos Humanos, fato que revela um pouco do seu teor.

O PL 490, de 2007, baseia-se na injusta tese do marco temporal, que sugere que sejam reconhecidos, aos povos indígenas, somente as terras que estavam ocupadas por eles na data de promulgação da Constituição Federal.

Obviamente, não se trata de um critério adequado. A necessidade de demarcação da terra indígena é a espinha dorsal de toda a luta ancestral da população indígena no Brasil. Para Ailton Krenak, o marco temporal, se aprovado, pode gerar mais uma crise social e ambiental ao País.

As medidas foram bastante criticadas por ambientalistas, e sobretudo pelas nobres ministras Marina Silva e Sonia Guajajara, que por sua vez afirma: “O marco temporal é um genocídio legislado, uma teoria que inverte toda a História do Brasil, um projeto de lei que atenta contra a Constituição Brasileira, um atentado ao direito dos povos indígenas, um ataque à nossa maior possibilidade de enfrentamento da crise climática (Ininteligível.).

O que está em jogo não são apenas os direitos dos povos indígenas e o discurso pelo anseio da reparação histórica sob a qual o presidente Lula se elegeu, mas também a preservação dos nossos riquíssimos biomas e a tomada de medidas de combate e enfrentamento à emergência climática que já estamos vivendo. Emergência essa que sempre pune as populações mais vulneráveis.

As medidas tomadas ontem caminham na contramão do mundo, que vem buscando transições energéticas e a preservação das florestas tropicais, além do reconhecimento da autonomia dos povos indígenas. O Brasil deve ser protagonista nessa agenda global e não retroceder um passo sequer em função de interesses e lobbys de parlamentares que não se importam com essas questões.

Eu corroboro com o posicionamento do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar no Brasil, meu companheiro e amigo Paulo Teixeira, e eu espero que o Senado devolva as competências ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ministério dos Povos Indígenas.”

Sr. Presidente, ainda espero poder também falar hoje sobre o Dia da Indústria e sobre o artigo que o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin publicam hoje no jornal “O Estado de S. Paulo”, “Neoindustrialização Para o Brasil Que Queremos”, pois gostaria de comentá-lo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PL - Obrigado, deputado. Seguindo a lista de oradores inscritos, deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, hoje pela manhã estivemos lá no Palácio dos Bandeirantes, onde o governador Tarcísio de Freitas sancionou o aumento do mínimo paulista, que foi aprovado aqui nesta Casa, com apoio, inclusive, do PT, do PSOL. E também chegou, no seu discurso, a comentar sobre o aumento, a revalorização da carreira dos policiais civis e militares e da Polícia Científica.

Realmente, foi um dos maiores salários que eu conheci em 55 anos de polícia. Foi o melhor aumento que teve em 55 anos que a gente está na polícia. Eu entrei na Polícia Militar como soldado em 67; era Força Pública ainda.

E realmente tem um bom salário, está valorizando, também com apoio do PT e do PSOL. Agora, alguns deputados do PT cobram enquadramento... E aí tem imprensa... Que o governador enquadrou...

Olha, eu aprendi, aqui nesta Casa, quando eu cheguei aqui em 86, com o próprio PT. Aqui estavam o José Dirceu, Luiza Erundina, Telma de Souza, Clara Ant, Roberto Gouveia.

De péssimas lembranças o deputado Roberto Gouveia, porque ele conseguiu aprovar, aqui, acabar com aposentadorias dos deputados nesta Casa. Então, o Roberto Gouveia, que era médico, conseguiu. Uma vez eu o encontrei por aí, ele falou: “até hoje eu me arrependo daquilo”.

Então, tem muita gente que se arrepende daquilo lá. Mas é aquilo, se você fizer um projeto de lei para deputado não ter mais salário, tenha certeza que a imprensa toda vai apoiar, e o público também. Então, infelizmente, é isso.

Então, mas eu só estou dizendo o quê? Que eu aprendi ali que você tem situação e oposição. Então, tem gente cobrando até na imprensa. Ora, a oposição fala e a situação vota.

Às vezes estão misturando aqui, começa uma discussão de um projeto, começa a se falar em direita, em esquerda, Lula não sei o quê. A obrigação da situação é votar o projeto do governador, como votou até hoje.

Estava acompanhando o deputado Paulo Fiorilo também, a respeito do Hospital de São Mateus. Foi criado na época que eu comandava a companhia lá em São Mateus, trabalhava lá em São Mateus.

Realmente, o hospital, naquele tempo, meio ruim de atendimento. Todos os caras que eu socorri lá, Tenente Coimbra, todos os bandidos que eu socorri em tiroteio comigo, nenhum se salvou. Então realmente é um hospital...

Mas estamos brigando, vamos brigar pelo hospital, sim. Vou brigar pela melhoria do hospital, como aprovamos o projeto ontem aqui do governador Tarcísio de Freitas, para a contratação de funcionários, de médicos, para São Mateus, para Ribeirão Preto, para toda região que está precisando.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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Então, o governador está fazendo o trabalho dele. Agora, é importante colocar. Nós temos nesta Casa situação e oposição. Não é verdade? Como o Lula tem em Brasília, situação e oposição.

Não resta a menor dúvida. A política é sempre assim. Não dá para quem está na situação votar contra o governador. Isso é impraticável. Ou então você muda de time. Se você é base do governo, como é que você vota contra o governador? Não dá para votar, ou você não faz parte da base.

Felizmente, a política é assim. Então, se cobram algumas coisas que não dá para cobrar. Não é para se cobrar. O projeto da Polícia foi votado. O menor índice, que é em torno de 15%, que foi dado de aumento, é três vezes a inflação deste ano.

Então, algumas pessoas não gostam? Não gostam. Algumas pessoas não gostam. Agora, eu, da minha parte, honestamente, eu não sou de vender fumaça. Se pessoas acham que eu vou vender fumaça, eu não vou vender fumaça.

Eu não vendo fumaça mesmo. Isso aí pode brigar, xingar, vaiar. Eu não vou ficar vendendo fumaça, que depois eu não posso entregar, porque aí o cara pode cobrar. Não é? Eu acho que é dentro da lei. Constitucionalmente, deputado não pode aprovar projeto ou apresentar projeto que mexe em verba. Pode fazer discurso... mas não pode, é inconstitucional.

Você não sabe de onde vem a verba, então você pode fazer o que você quiser. Eu posso fazer um projeto aqui que todos os soldados vão ganhar igual coronel. Todo mundo vai bater palma para mim, mas é inconstitucional. Não é válido, não tem validade alguma. É vício de origem.

Então, só queria terminar cumprimentando o governador pelo seu trabalho, agindo corretamente, governando para todos os paulistas e para nós. Isso é importante, na área da Agricultura, da Segurança Pública, na Educação, na área da Saúde. A gente fica feliz com isso.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo na lista de oradores do Pequeno Expediente. Próximo orador, deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. TENENTE COIMBRA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a todos que nos assistem, até parafraseando um pouco nosso grande colega Conte, que citou um pouco dos projetos que foram aprovados esta semana, a tempo, no início de mandato.

Estavam falando que o plenário estava meio morno, que os projetos do governo estavam meio mornos aqui na Assembleia, mas a gente teve uma grande semana, com pautas importantes, em projetos importantes.

Tendo isso primeiro colocado, inclusive aqui em discussão pelo deputado Conte, o aumento e a valorização dos nossos policiais militares. Aumento importante, aumento ousado, promessa de campanha do nosso governador, que foi construída dentro da Secretaria de Segurança Pública pelo secretário Derrite, que é um aumento único dentro da história singular do nosso estado de São Paulo em um primeiro ano de governo.

Um aumento, em média, de 20 por cento. Obviamente a gente quer sempre dar uma recomposição melhor, uma recomposição maior, mas é do entendimento de todos, mesmo daqueles que reclamam, a validade desse aumento.

Obviamente, esse aumento tem a finalidade em duas partes iniciais, a primeira de fazer com que novas pessoas queiram entrar na carreira, a gente tem um déficit rotineiro das pessoas que estão prestando os concursos para as polícias de uma maneira geral, e também a manutenção das pessoas, dos policiais, durante a carreira.

Então, para isso acontecer, teria que ser um aumento não linear, senão a curva de, infelizmente, pessoas que saem da carreira policial, ia continuar subindo e a curva de pessoas que fazem o concurso público ia continuar descendo.

Então foi um projeto importante, o primeiro de muitos, e o compromisso do governador, que fica registrado aqui que não abandonará a Polícia Penal, que terá um projeto de reestruturação, que terá um projeto de recomposição salarial à altura, um projeto digno, que vai fazer parte de um grande compromisso do governador com todo o funcionalismo público.

E também tivemos, na data de ontem, um grande projeto. Muitos talvez não tenham se atentado para a importância desse projeto que são as contratações temporárias dos nossos agentes de Saúde das mais diversas áreas no estado de São Paulo. Desde o início do ano, infelizmente, com o nosso grande déficit de funcionalismo público de uma maneira geral, a parte de Saúde tem sido altamente prejudicada.

Temos mais de mil servidores temporários de Saúde nos mais diversos hospitais, principalmente aqueles de administração direta. Foi até citado por uma grande amiga, a diretora Mônica, do hospital Guilherme Álvaro, de Santos, que a falta de funcionários estava acarretando na falta de leitos.

Foi falado ontem, inclusive pelo próprio PT, sobre a herança maldita que o governador Tarcísio acabou recebendo, que é esse déficit, de fato, desse funcionalismo.

Então, pontualmente, prontamente, reconduziu aqueles que estão com contrato em validade a contar do dia 15 de maio, dando um respiro para os hospitais, dando uns respiros, principalmente, para a manutenção desses leitos.

São mais de 400 funcionários que vão ter os seus contratos prorrogados. Até, principalmente, a gestão de um novo concurso e, de fato, que esses profissionais, de maneira efetiva, se perdurem dentro de todo o sistema público de Saúde, mas é importantíssima essa contratação desses CTDs.

Infelizmente, ainda não de formatação completa. A gente sabe, ainda tem muitos claros, ainda tem muitas vagas, ainda tem muitas necessidades, mas, de forma pontual, emergencial e de suma importância, inclusive na celeridade desta Casa.

Eu acho que vale destacar a todos, situação e oposição, que, obviamente, debatemos um bom debate em todas as esferas necessárias, mas quando tem a celeridade de um projeto tão importante quanto esse, tem um entendimento, tem o diálogo, tem o acordo, né?

Tem, se necessário, o discurso, como teve da oposição, mas pontualmente. Aprovado nesta Casa, inclusive sendo chamada uma sessão extraordinária da CCJ para acelerar o mais rápido possível e a gente poder reconduzir esses profissionais temporários e impedir esse fechamento de leitos.

Então fica registrado aqui essa semana importante dentro da Casa. Acredito que agora sim algumas coisas vão engrenar, algumas matérias, algumas pautas que terão boas discussões, mas fica registrado o protagonismo dos deputados, tanto de situação como de oposição, principalmente da manutenção do serviço público do estado de São Paulo e nas melhorias de condições de trabalho.

Muito obrigado, Sr. Deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, a próxima oradora é a deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.)

Seguindo na Lista Suplementar. Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputados e Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, antes de falar aqui sobre a multa pela implantação do Instituto Federal no ABC Paulista, quero rapidamente parabenizar os agricultores e familiares do estado de São Paulo. Hoje é o Dia do Agricultor Rural, e nós sabemos da importância que os agricultores, principalmente da agricultura familiar, têm no estado de São Paulo.

Hoje eles são os pilares do desenvolvimento agrícola no estado de São Paulo, quem efetivamente produz o alimento para manter as mesas do trabalhador, da trabalhadora e, principalmente, das escolas, das creches e dos hospitais.

São produtos de origem da agricultura familiar - hoje o agronegócio produz também para o estado de São Paulo, mas principalmente para exportação - que garantem de fato a alimentação no prato dos trabalhadores, das trabalhadoras, das creches, das escolas, dos hospitais - vêm da agricultura familiar. Então, hoje parabenizando aí o Dia do Agricultor Rural.

Sr. Presidente, na sexta-feira agora, amanhã, dia 26 de maio, nós vamos realizar, às 15 horas, aqui no auditório Paulo Kobayashi, uma luta pela implantação do Instituto Federal no ABC Paulista.

A região do ABC hoje conta com sete cidades: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Nós estimamos mais ou menos três milhões de pessoas na região do ABC.

Essa região já foi importantíssima para o polo automobilístico do nosso País - mas principalmente do estado de São Paulo -, um polo de desenvolvimento industrial, e nós temos agora, nessa região do ABC, principalmente, um desenvolvimento fortíssimo ainda da região petroquímica na região do Grande ABC.

 Nós estamos acompanhando há algum tempo uma mobilização intensa, nobre deputado Simão Pedro, das comunidades, dos acadêmicos, da sociedade civil que criaram um movimento para a criação do Instituto Federal do ABC, só que esse Instituto e esse movimento que está sendo proposto... A ideia é que tenha uma entidade estruturada que seja autônoma e não apenas um campus.

Tem um debate de se estruturar um campus federal na região do ABC, mas a ideia é que esse campus não seja apenas uma única unidade, mas que seja uma entidade autônoma, para que a região conte com Instituto Federal que amplie o acesso à Educação Pública e gratuita para o jovem, qualificação profissional adequada ao desenvolvimento da região.

Isso evita que haja uma evasão de talentos da região do ABC para outras regiões do Estado. Hoje temos muitos jovens que buscam formação, muitas vezes acabam indo para outras regiões do estado e depois não voltam para a região do ABC.

Em 2005, começou um plano de expansão do Instituto Federal e desde esse período a população do ABC aguarda a construção de uma unidade, e essa luta tem sido potencializada ao longo dos últimos anos.

Hoje, na região de Santo André no ABC, nós temos a Universidade Federal do ABC, mas a ideia é que haja também esse Instituto Federal autônomo. Tendo um Instituto Federal, de acordo com esse movimento, garante que o ensino médio também seja oferecido aos jovens, com qualificação técnica, uma evolução na última etapa da educação básica.

O nosso mandato apoia essa luta, o nosso mandato quer sensibilizar então, dialogando com o governo federal, para que esse movimento e essa mobilização possam ser atendidas.

O governo federal, que hoje, sob a direção do presidente Lula, voltou a se preocupar com a educação e não tem uma visão distorcida de que Educação é gasto, mas é um investimento fundamental para o desenvolvimento do País.

O Instituto Federal no ABC será mais um importante equipamento de Educação Pública, e há muita demanda na região, principalmente dos jovens mais carentes que, sem ter a possibilidade da oferta de vagas na escola pública, não têm acesso à essa educação, melhor, mais completa, integralizada e humanizada.

Por isso que nós estamos solicitando, nobre deputado Suplicy: vamos realizar, no dia de amanhã, 26 de maio, às 15 horas, no auditório Paulo Kobayashi, uma audiência pública pela implantação do Instituto Federal no ABC Paulista.

Então, essa é uma iniciativa de diversos deputados desta Casa. O nosso mandato é um dos mandatos que vão participar desse processo. Convidamos todos os deputados estaduais vinculados à Educação, vinculados à região do ABC, para que a gente possa dialogar com o governo federal e que haja esse Instituto Federal na região do ABC.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Seguindo com a lista, o próximo orador é o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Reis, deputado Suplicy, Marcolino, deputado Giannazi, todos os que nos acompanham pela TV Assembleia, pelas nossas redes, me inscrevi para falar aqui no Pequeno Expediente sobre um problema grave que acontece aqui na cidade de São Paulo, em uma obra do estado de São Paulo, mais especificamente do Metrô.

Parece que é um assunto sobre o qual a gente está cansado de falar, porque toda hora a gente volta a ele, mas agora foi o seguinte: a Linha 17 do Metrô, que, na verdade, não é metrô, é monotrilho, ou o chamado metrô leve, que foi incluída... Essa obra está parada.

Estamos em 2023. Essa obra foi prometida para 2013, dez anos atrás. Vossa Excelência é da zona sul e sabe o quanto ela é importante para ajudar a resolver o fluxo de trabalhadores, essa circulação da zona sul para o centro de São Paulo.

Depois, veio a Copa do Mundo de 2014, ficou prometida para 2014, depois o governo prometeu para 2016, 2017, 18, 2020, 2022, 2024, e agora o atual governador Tarcísio está falando que entrega em 2025, doze anos depois do previsto para que ela pudesse ser entregue.

Eu me lembro, eu era deputado na ocasião. Fizemos esse debate sobre essa modalidade de monotrilho para a cidade de São Paulo. Lembro-me muito bem que me posicionei contrário à obra do monotrilho, dessa modalidade do monotrilho, para a cidade de São Paulo.

O monotrilho, nas grandes cidades, é utilizado para pequenos percursos em áreas de turismo. Por exemplo, caberia o monotrilho da Estação Tietê ao Anhembi, ou de onde termina a estação da CPTM, no Terminal 1 do aeroporto, para levar os passageiros que vão pegar o avião em Cumbica, até os outros terminais. Então, o monotrilho era para isso.

E tinha um problema adicional: o monotrilho transporta metade dos usuários, dos passageiros, que transporta o metrô, só que custa 70% do metrô. Então, do ponto de vista do custo-benefício, era melhor ter feito o metrô, do jeito que a cidade conhece, que é uma modalidade muito mais adequada ao transporte de massa, ao transporte de trabalhadores em regiões metropolitanas, em cidades tão concentradas populacionalmente, como é uma grande cidade como São Paulo. Então, já começou errado.

Você imagina: o monotrilho, Linha 5, que sai da Vila Prudente e pretende chegar até Cidade Tiradentes. É coisa de doido. O trabalhador que pegou na Cidade Tiradentes e os demais, São Mateus, não vão conseguir entrar.

E olha que ele também não suporta o peso, as condições. Toda hora está tendo problemas, acidentes, paralisações. Recentemente tivemos um choque entre os trens. Então, não é o modelo para a cidade de São Paulo, mas o governo do PSDB, na época, entendeu que tinha que fazer. E resolveram fazer.

Eu duvido que essa obra vai terminar, deputado Reis. Primeiro porque a empresa que foi licitada e ganhou para entregar os trens faliu já. Então, mas por que que eu me inscrevi agora para falar sobre isso? Não estou aqui querendo comentar. É que o governador Tarcísio tomou uma decisão.

A empresa que estava ali construindo a obra, o governo resolveu romper o contrato. Já deve ser a terceira ou quarta empresa que entra para tentar terminar essa obra, que sai ali do aeroporto e vai até o Morumbi. Eu me lembro na época de que o governador então, o Alckmin, tinha prometido chegar até Paraisópolis, mas depois se anunciou que vai até o Morumbi.

Mas mesmo chegando no Morumbi, seria interessante, desde que fosse Metrô, mas já foi o contrato rescindido várias vezes. Agora qual é o absurdo? O governador resolveu entregar a construção e o término da obra para a empresa ViaMobilidade, que é a que está operando as Linhas 8 e 9, deputado sempre senador Suplicy. E essas duas linhas da CPTM que o Governo do Estado repassou para a empresa CCR, que manda no contrato da ViaMobilidade, vêm apresentando uma série de problemas.

Não tem semanas, às vezes um mês, às vezes duas vezes por semana que não ocorre ali um acidente, como ocorreu na semana. O Ministério Público está pedindo para que o Governo do Estado rompa esse contrato de concessão das Linhas 8 e 9 com a CCR, que é a empresa majoritária do consórcio ViaMobilidade, que o povo está chamando de Via Imobilidade de tanto problema que acontece.

E o governo insiste em manter esse contrato do jeito que ele foi feito no passado, mas agora quer entregar a construção da Linha 17 para tentar terminá-la para esse consórcio que não está dando conta das Linhas 8 e 9, deputado Reis. Então a hora que eu li essa notícia na grande imprensa, fiquei indignado. Falei: não é possível, deve ter algum problema.

O governador tem alguma relação amorosa com essa empresa CCR ou com essa empresa ViaMobilidade. Quando o Ministério Público já queria ter rompido o contrato, ele chamou o Ministério Público, chamou a CCR e pediu uma nova chance. O Ministério Público está negociando um cronograma e volume de investimentos que eles já deviam ter feito lá desde a concessão e que não fizeram e agora vai entregar a construção dessa obra.

Aí que ela não vai sair mesmo. Por isso que eu falei aqui que eu estou fazendo esse exercício da dúvida se essa obra, infelizmente, que ali já foram investidos milhões, vai ser concluída.

E fica aqui o exemplo, Sr. Presidente, de que obras desse jeito não podem ser feitas assim, na correria, sem consultar a população, sem consultar os engenheiros, sem consultar os especialistas, sem consultar os usuários, sem consultar a Assembleia Legislativa.

É muito dinheiro investido ali. É um sofrimento porque é o trânsito que para. Obra parada é prejuízo, porque até você retomar... Então fica esse exemplo, mas o meu protesto é dessa decisão, do governo Tarcísio, de entregar a tentativa de conclusão da Linha 17 do Monotrilho Estação Congonhas até a Estação Morumbi para o consórcio liderado pela CCR, porque a minha impressão é de que não vai dar certo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. O próximo orador é o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta à tribuna no dia de hoje. Eu queria convidar todas as pessoas presentes aqui na Alesp, as pessoas que estão em casa para que elas possam acompanhar uma importante audiência pública que será realizada hoje à noite, aqui na Assembleia Legislativa, no Plenário Franco Montoro, onde na verdade a Assembleia Legislativa, deputado Suplicy, estará recepcionando uma audiência pública promovida, organizada pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que vai ser realizada aqui na Assembleia Legislativa por iniciativa da deputada federal Professora Luciane Cavalcante, que é membro titular dessa comissão.

Mas o requerimento foi aprovado e nós vamos debater um tema crucial hoje para a Educação brasileira, que é a reforma do ensino médio, porque nós estamos fazendo esse debate e lutando para que essa farsa do novo ensino médio seja imediatamente revogada no Congresso Nacional, porque ela tem prejudicado imensamente mais de sete milhões de alunos matriculados no ensino médio, sobretudo os alunos das escolas públicas, que estão sendo castrados, estão perdendo na aprendizagem, porque esse modelo que foi implantado no governo Temer via medida provisória, de uma forma autoritária, não tem o apoio, não tem o respaldo, da comunidade escolar, das comunidades acadêmicas.

Foi um projeto implantado exatamente para rebaixar o nível de aprendizagem dos nossos alunos, um projeto encomendado naquele projeto, “a ponte para o futuro”, que veio junto com a famigerada reforma trabalhista, com a emenda constitucional que impôs o teto de gastos, ou seja, o congelamento dos investimentos por mais de 20 anos no Brasil.

Foi naquela conjuntura que esse projeto de novo ensino médio, que foi na verdade organizado e idealizado pelas fundações empresariais, como a Fundação Lemann, Fundação Itaú, e tantas outras.

Foram elas que idealizaram esse projeto de rebaixamento da aprendizagem dos nossos alunos. Então hoje vai ser uma audiência importante sediada na Assembleia Legislativa, com a participação de alunos, entidades, pais de alunos, professores, parlamentares que tenham interesse em debater esse tema.

Logicamente que, como eu disse, a nossa posição é totalmente contrária: nós lutamos pela imediata revogação dessa famigerada e nefasta reforma do ensino médio. Então vai ser hoje, às 19 horas e 30 minutos, no Auditório Franco Montoro. Vai ser televisionada, logicamente, mas é importante a participação de todos.

Quero também, Sr. Presidente, manifestar aqui nosso total repúdio e nossa indignação com o que está acontecendo em Brasília com os ataques do centrão, com os ataques da bancada do desmatamento, do agronegócio, que tenta agora esvaziar as funções elementares de dois ministérios importantes no Brasil: o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério dos Povos Indígenas, da ministra Marina Silva e da ministra Sonia Guajajara. É um absurdo o que estão fazendo.

O Brasil está sendo novamente atacado por esses grupos de extrema direita que fizeram, que atacaram o meio ambiente na gestão do governo de extrema direita, do governo Bolsonaro, e agora querem continuar destruindo o meio ambiente, enfraquecendo órgãos, sobretudo esses dois ministérios, esvaziando as suas funções.

Nós temos que reagir, o povo tem que ir às ruas, os movimentos sociais, para barrar essa tentativa de retrocesso. Ontem, eles aprovaram requerimentos, aprovaram projetos relacionados ao marco temporal, a um projeto, uma medida, que vai facilitar ainda mais o desmatamento da mata atlântica. Isso foi aprovado ontem no Congresso Nacional. Ontem foi um dia de grandes retrocessos para a área ambiental, para os povos indígenas, e tem que ter reação das ruas.

Tem que ter reação do próprio Governo Federal, que tem que reagir com mais firmeza. Tenho que registrar aqui nossa revolta com a aprovação do arcabouço fiscal, porque esse arcabouço fiscal que foi aprovado, na verdade, o projeto original já era ruim; agora, ele foi piorado, porque o centrão, justamente com a extrema direita e outros setores, introduziram, por exemplo, no arcabouço fiscal o Fundeb. O Fundeb vai ficar limitado no seu funcionamento. O Fundeb foi golpeado nessa lei que foi aprovada na Câmara dos Deputados.

Os pisos do Magistério e da Enfermagem também, que foram duas conquistas históricas importantes, uma em 2008 e uma agora. Nós aprovamos dois pisos: o piso nacional do Magistério e também o piso da Enfermagem, ambos ficarão comprometidos e prejudicados com a aprovação do arcabouço fiscal.

E tem mais, os reajustes dos servidores públicos do Brasil também estarão comprometidos e limitados com essa nova lei. Por isso que a nossa bancada no Congresso Nacional, o PSOL, votou contra o arcabouço fiscal por conta desses elementos e de outros também.

Mas, sobretudo, esses foram determinantes porque nós não podemos congelar os investimentos na Educação Pública. O Fundeb não pode ter a limitação no seu financiamento porque a escola pública precisa de mais financiamento e não de menos, e não de limitação.

Ainda é possível mudar isso porque o projeto vai para o Senado. Essas medidas todas que eu citei também, elas ainda passam pelo Senado. Então, ainda há tempo para reversão, mas vai depender da mobilização da população. Temos que pressionar esse Congresso que hoje é dominado pelas bancadas do Centrão, bancadas do desmatamento por milicianos.

Então, o povo tem que pressionar, senão nós vamos ter muitas perdas nas áreas sociais, na Educação, na Saúde. E, sobretudo, nessa área do Meio Ambiente porque a bancada do desmatamento, que é o “Ogronegócio”, ela está atuante e está vindo com tudo contra dois ministérios importantes, que têm feito um trabalho fundamental na defesa do meio ambiente e na defesa, sobretudo, dos povos indígenas.

Lembrando que até ontem nós tínhamos um genocídio de comunidades indígenas, genocídio que ganhou as páginas dos principais jornais do mundo, foi um escândalo. E agora essa sabotagem ao ministério comandado hoje pela indígena, que é deputada federal, a Sonia Guajajara.

Então, fica aqui, Sr. Presidente, a nossa manifestação contrária ao arcabouço fiscal, que prejudica o Fundeb, prejudica o piso nacional do Magistério, prejudica o piso da enfermagem, prejudica todos os servidores públicos do Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Era isso.

 

 O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Estamos encerrando aqui o Pequeno Expediente e adentrando ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Vamos à lista de oradores inscritos. Primeiro orador, deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Simão Pedro, tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado deputado Reis, que preside esta sessão. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos acompanha.

Sr. Presidente, me inscrevi aqui para falar hoje de um programa muito importante para a população brasileira, retomado pelo presidente Lula em seu governo no dia 14 de fevereiro, com anúncio desde lá da cidade de Santo Amaro na Bahia, onde o presidente esteve presente com governadores, prefeitos, liderança dos movimento sociais, que é o programa Minha Casa Minha vida, mais especificamente o novo Minha Casa Minha Vida.

Todo mundo se lembra da importância que teve esse programa nos governos Lula e Dilma lá atrás, que construiu e entregou para a população, principalmente a população de baixa renda, que é a grande parcela da demanda por moradias populares hoje no Brasil. Os governos Lula e Dilma entregaram mais de três milhões de unidades habitacionais.

A construção de uma moradia política habitacional popular, Sr. Presidente, ela além de garantir a dignidade, a proteção para que a família possa organizar as suas finanças, organizar o seu futuro, tem uma proteção que é fundamental à família.

Eu sempre escuto assim, fazendo um parênteses aqui, discurso de que eu defendo a família, defendo a família, mas nunca entendeu que defender a família, a família não pode passar fome, tem que ter emprego, trabalho, renda, a família tem que ter moradia para ter proteção, mas ignoram esses programas.

E o governo Lula, então, fez esse programa, ele foi um sucesso e ele também dinamiza o mercado da construção civil. Então, gera emprego direto, barato, rápido: pedreiros, carpinteiros, auxiliares, mestre de obras.

Sei da importância dessas profissões porque meu pai era carpinteiro, era agricultor no Paraná. Mas quando chegou aqui, meu pai era carpinteiro, senador Suplicy, um grande carpinteiro.

Tinha o segundo ano primário, mas ensinava para mim, para os meus irmãos, para as minhas irmãs Geometria, Matemática, era um mestre. E ele depois foi mestre de obras, estudou no Senai.

Eu frequentei muito as obras, ia levar comida para o meu pai, gostava de acompanhar. Então, esse mercado da construção civil, da construção de casas populares tem esse condão também de gerar emprego, trabalho, responder a uma grande demanda na sociedade por mais empregos.

Eu estou falando desse programa, vou falar aqui dos princípios básicos dele. Por que me inscrevi aqui? Porque o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, foi à imprensa essa semana criticar o programa, dizendo que esse programa é inviável para as cidades grandes, como São Paulo, que esse programa não tem condições de atender a população, por exemplo, que as famílias que hoje recebem benefícios como o Bolsa Família, fez uma crítica muito pesada. E eu espero responder aqui rapidamente.

Então, esse programa pretende beneficiar, o novo programa anunciado pelo presidente Lula, Suplicy, famílias que têm renda até oito mil reais, mas priorizando, ou seja, 50% dos dois milhões de unidades habitacionais que foram anunciadas priorizando as famílias que ganham até 2.640, dois salários mínimos, na época.

Agora o salário mínimo subiu um pouco, que é a chamada faixa um. Depois a faixa 2, famílias que ganham de 2.640 até 4.400 de renda; e faixa 3, 4.400 até 8.000, mas a prioridade é para a população de baixa renda.

Essa situação habitacional, eu já falei aqui em outras ocasiões, por isso a importância desse programa, porque explodiu a crise habitacional nos últimos anos.

Primeiro porque o governo Bolsonaro ficou quatro anos, aliás o governo Bolsonaro vai passar pela história como um governante que não fez uma casa popular. Até a ditadura militar, lá nos anos 60, 70, fez os conjuntos habitacionais, Cohab 1, Cohab 2, Sapopemba, Adventista, Cidade Tiradentes, entregando milhares de moradias para a população naquela época que pressionava, porque a ditadura incentivou uma migração em massa para as grandes cidades, principalmente aqui para a região sudeste.

Os aluguéis eram caros, a vida estava muito difícil, então para dar uma amenizada, foram construídos aqueles conjuntos habitacionais no final dos anos setenta.

Mas o presidente que saiu não fez uma unidade habitacional e acabou com o Minha Casa, Minha Vida, então a crise aumentou. E muitos estados também não fizeram.

O governo Doria quase extinguiu a CDHU. Só tocou alguns projetos para famílias que tinham condições de acessar o mercado com as chamadas parcerias público-privadas para habitação, ou seja, a família tem que ter 40 mil para dar de entrada, não pode ter o nome sujo, tem que ter renda garantida. Então, fica muito difícil.

Mas a população que mais precisa é a população de baixa renda, a população desempregada. E essa crise fez com que nós chegássemos ao absurdo número de 281 mil pessoas morando nas ruas. Só em São Paulo são mais de 60 mil pessoas em situação de rua na capital, mas nem é mais o fenômeno do centro.

Hoje essa situação, essa realidade está espalhada. Cinco milhões e 900 mil famílias, hoje, não têm moradia própria; 24 milhões moram em moradias inadequadas; cinco milhões de famílias - às vezes é uma família ou mais morando em domicílio, nas chamadas comunidades.

Então o programa vem responder a essa demanda gigantesca que se acumulou e piorou nos últimos anos. Cinco linhas de ações. A primeira é subsidiar parcialmente a moradia para a família poder ter acesso, ou parcialmente, ou totalmente. Para a população de baixa renda, a possibilidade de subsídio é de até 95 por cento.

Mas também não é só construção de moradia. Para enfrentar essa demanda das moradias precárias, o Minha Casa, Minha Vida também pretende financiar nas áreas urbanas até 40 mil reais de subsídio para melhoria habitacional. Às vezes, para colocar parede, para melhorar o telhado, ou seja, melhorar a moradia, instalações elétricas, ampliação e assim por diante.

Lotes urbanizados e também regularização fundiária. Então o programa se ampliou, ele está muito melhor, senador Suplicy, do que foi o programa anterior, do ponto de vista de responder a essa realidade triste das moradias precárias.

Por que que eu falei aqui do Ricardo Nunes? Primeiro, o prefeito precisa entender o seguinte, quando ele faz essa crítica, ele está olhando pela lógica de quem tem dinheiro para comprar a moradia e uma lógica de mercado. É lógico que 170 mil, hoje, não constrói uma moradia em uma cidade como São Paulo, mas a prefeitura, pode entrar com terrenos.

Vou dar um exemplo no nosso governo. Eu fui secretário da gestão Haddad, V. Exa. também, V. Exa. se lembra de que nós pegamos os terrenos da Cohab em muitos bairros e fizemos o chamamento, entregamos para projetos do Minha Casa, Minha Vida, para as entidades construírem em mutirão.

Então, assim, isso barateia muito o preço de uma unidade. Uma unidade na Cidade Tiradentes, hoje, o terreno da prefeitura, construída através de autogestão, sai a 120 mil reais.

O subsídio que o governo federal está colocando, de 170 mil, é sim suficiente se a prefeitura fizer a parte dela. A prefeitura pode complementar com algum valor, 20 mil reais, 25 mil reais, 30 mil reais, o estado também pode entrar. Então, é sim viável fazer moradia com o Minha Casa, Minha Vida nas grandes cidades, com esse valor.

Outra crítica que o prefeito fez foi a seguinte: como é que vai se dar moradia para família de baixa renda que recebe o Bolsa Família? Prefeito, V. Exa. precisa entender que moradia é um direito, e tem uma questão social que precisa ser enfrentada.

Então, o subsídio de 95, 100%, é possível sim, é um direito, vai proteger a família, vai alavancar a construção civil, vai melhorar a arrecadação de impostos, nós vamos garantir dignidade para as pessoas, tirá-las das ruas.

Hoje não é mais aquela pessoa que mora na rua sozinha porque tem um problema de saúde mental, teve problema com drogas ou é ex-presidiário, que, Suplicy, V. Exa. se lembra de quando andávamos ali, na Cracolândia, muitos daqueles usuários eram pessoas que saíram do sistema prisional e, não tendo oportunidade, acabavam voltando para uma situação caótica em sua vida.

Mas hoje são muitas famílias. É possível a gente ver crianças, cachorro, juntos com a família, morando nas ruas, então, acima de tudo, é uma questão social e é possível, sim, a gente contemplar as famílias que são beneficiárias de programas sociais com uma casa, para que elas possam ter uma oportunidade de ter uma perspectiva de futuro, para ter proteção, porque isso sim ajudou milhões de famílias no Brasil.

É uma política de Estado e é por isso que eu venho aqui respaldar e apoiar esse programa. Semana passada, o relator da medida provisória que cria o programa, deputado Marangoni, aqui do ABC, fez uma audiência pública aqui na Casa para ouvir os movimentos sociais, ouvir as prefeituras, as empresas, os interessados.

Eu pude estar lá e participar. O deputado estava lá também, o nosso presidente da Comissão de Habitação. E nós demos essa sugestão, do programa que, se tiver que fazer alguma unificação, não mexer no centro.

Porque os princípios, os objetivos, os números, essa distribuição das faixas, do nosso ponto de vista, está bastante adequado. Por isso, o nosso apoio a esse programa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Seguindo na lista, o próximo orador, deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Paulo Reis, caro deputado Simão Pedro, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

Hoje é Dia da Indústria. O presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin publicam, nesse dia, um importante artigo sobre a neoindustrialização para o Brasil que queremos.

Às 17 horas desta tarde, o presidente Lula estará na sede da Fiesp, lá no Teatro Sesi, na avenida Paulista, onde irá dialogar e irá apresentar algumas proposições relativas à industrialização no Brasil.

Mas eu avalio que será importante a leitura deste artigo, que sintetiza muito do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, vice-presidente, ali anunciarão.

“Nos últimos anos a indústria brasileira tem enfrentado dificuldades de crescimento, com uma participação cada vez menor no PIB. A desindustrialização precisa ser interrompida, para que geremos mais empregos de qualidade.

A exportação de matérias-primas é importante, mas, em que pese o crescente conteúdo tecnológico associado, é mais vulnerável aos ciclos de preços internacionais.

Uma economia baseada no conhecimento depende de recuperarmos nosso setor industrial, em benefício também de nossa soberania em setores como saúde, comunicações, defesa e energia.

No entanto, estamos perdendo a corrida da sofisticação produtiva. Décadas atrás, éramos o 25º país em complexidade de nossa economia. Hoje, estamos ao redor da 50ª posição.

Países como a China fizeram o caminho inverso: ela se tornou competitiva em setores de ponta, transformou-se numa economia que já é mais complexa que a da Dinamarca e, neste percurso, levantou centenas de milhões de trabalhadores da pobreza. No Brasil, a renda do trabalho teve uma queda de 2% em 2022, atingindo o menor valor em dez anos.

A neoindustrialização brasileira requer iniciativa, planejamento e gestão. Nossa diversificação precisa ser criteriosa, a partir dos setores em que já temos know-how, na direção daqueles que podem gerar maior valor adicionado e nos quais temos capacidade de ser competitivos.

Precisamos de uma política industrial inteligente, para o novo momento da globalização, em que mesmo países mais liberais investem em conteúdo nacional: seja para a construção de cadeias produtivas mais resilientes a choques, como a que provocou escassez de insumos na pandemia; seja para dar conta do imperativo da mudança climática, a corrida espacial do nosso tempo.

Fazer política industrial não é questão de “sim ou não”, mas de “como”. Nesta tarefa, será fundamental a escuta da sociedade por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial - CNDI -, reativado. Deste fórum, sairão as missões a serem dadas à indústria, que ajudarão o País em carências como na Saúde e na Defesa.

Estas se somarão a outras medidas, como o novo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores - Padis - e o programa de enfrentamento ao custo Brasil. Para estes fins, estamos resgatando ainda a política comercial, que complementa a política industrial. Enquanto esta trata da produção, aquela promove sua vazão.

Oportunidades comerciais se abrem para uma potência verde como nosso País. A redução do uso de combustíveis fósseis na indústria automotiva se dará com o carro elétrico, mas também com biocombustíveis. Podemos exportar carros ou motores flex para mercados aptos a usar etanol na Ásia, na África e na América Latina.

Precisamos reanimar o comércio dentro do nosso continente e com a Costa Atlântica da África, regiões para onde, num passado recente, exportamos mais produtos industrializados; e explorar nichos abertos pelo crescimento, na Ásia, de países como Índia, Indonésia e Vietnã, assim como numa China que hoje não só exporta muito, mas estimula um florescente mercado interno com poder aquisitivo cada vez maior - possível destino para nossos cosméticos e alimentos.

Há, ainda, oportunidades com o retorno do Brasil ao mapa de investimentos internacionais, aproveitando vantagens em energias renováveis. Com quase 90% da nossa matriz elétrica limpa e expansão da energia eólica e solar, devemos focar em atrair investimentos verdes.

A força do nosso agronegócio, por sua vez, permite criar uma cadeia de suprimentos que reduza nossa dependência externa com o Plano Nacional de Fertilizantes, estimular a agroindústria e financiar as exportações de maquinário agrícola e de novas tecnologias que estão surgindo no Brasil para atender o campo.

Para a neoindustrialização, necessitamos também de políticas horizontais - como uma tributação eficiente e justa. É a reforma tributária, para destravar, desburocratizar e simplificar processos que prejudicam a indústria.

A reforma, desenhada para reduzir a cumulatividade e os conflitos, estimulará o investimento privado, elevará as exportações nacionais, combaterá as distorções alocativas e melhorará o ambiente de negócios, reduzindo o custo Brasil.

Temos de facilitar o acesso ao capital, reduzindo seu custo, para que os empreendedores possam criar e expandir os seus negócios. O governo está fazendo sua parte com o novo arcabouço fiscal, reforçando a estabilidade e a previsibilidade em nossa economia.

Por fim, buscamos investir nas pessoas, afinal a indústria só prosperará com capital humano bem formado. Por isso, celebramos os investimentos no novo Bolsa Família, que passa a privilegiar mais as crianças; na Educação básica, que ruma para o ensino integral; e na valorização do salário mínimo.

A indústria será, nos próximos anos, o fio condutor de uma política econômica voltada para a geração de renda e de empregos mais intensivos em conhecimento, inclusive no setor de serviços, e de uma política social que investe nas famílias - trabalhadores de hoje e de amanhã. O Brasil de novo se volta para um futuro de inclusão social e crescimento econômico com empregos de qualidade.”

Assim concluem o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin neste artigo, no “Estadão” de hoje.

Eu quero aqui transmitir a ambos que avalio que, em uma oportunidade como esta, de diálogo com os empresários do setor industrial, será muito importante que esteja o presidente da República, com Geraldo Alckmin ao lado, expressando o quão importante é que o Brasil caminhe aceleradamente para a oportunidade de caminharmos para a obtenção da realização da proposta da renda básica de cidadania até chegar a sua universalidade e incondicionalidade porque, aí sim, teremos a garantia de que toda e qualquer pessoa - não importa sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou mesmo socioeconômica - venha de fato a ter uma renda suficiente para atender as suas necessidades vitais.

Muito obrigado, presidente Reis.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de todas as lideranças, sugiro o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o requerimento de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão. Tenham todos uma boa tarde.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 27 minutos.

 

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