2 DE ABRIL DE 2024
36ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, DR. JORGE DO CARMO, MAJOR MECCA, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, EDUARDO SUPLICY, GILMACI SANTOS, LUCAS BOVE e ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h01min.
2 - DR. JORGE DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - LETÍCIA AGUIAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
4 - DR. JORGE DO CARMO
Assume a Presidência.
5 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - VITÃO DO CACHORRÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Solicita aos presentes que permaneçam em silêncio por um minuto em homenagem às vítimas de acidente ocorrido com ambulância do município de Itapeva.
9 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - GUILHERME CORTEZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
11 - MAJOR MECCA
Assume a Presidência.
12 - CAPITÃO TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE MAJOR MECCA
Tece comentários a respeito do Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
15 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
17 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
18 - ANDRÉA WERNER
Por inscrição, faz pronunciamento.
19 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência. Endossa o pronunciamento da deputada Andréa Werner.
20 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
22 - ENIO TATTO
Por inscrição, faz pronunciamento.
23 - EDIANE MARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
24 - SEBASTIÃO SANTOS
Por inscrição, faz pronunciamento.
25 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
26 - SEBASTIÃO SANTOS
Para comunicação, faz pronunciamento.
27 - SEBASTIÃO SANTOS
Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 16 horas e 30 minutos.
28 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY
Defere o pedido e suspende a sessão às 16h07min.
29 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min.
30 - CARLOS CEZAR
Solicita a suspensão da sessão por 15 minutos, por acordo de lideranças.
31 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido e suspende a sessão às 16h31min, reabrindo-a às 16h49min.
32 - CARLOS CEZAR
Solicita a suspensão da sessão até as 17 horas, por acordo de lideranças.
33 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido e suspende a sessão às 16h50.
34 - LUCAS BOVE
Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h11min.
35 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Solicita a suspensão da sessão por 15 minutos, por acordo de lideranças.
36 - PRESIDENTE LUCAS BOVE
Defere o pedido e suspende a sessão às 17h11min.
ORDEM DO DIA
37 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h30min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado requerimento de urgência ao PL 106/22. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, requerimentos de constituição de comissão de representação de autoria: do deputado Rogério Santos, com a finalidade de "participar do lançamento da Frente Parlamentar Mista Contra o Aborto e em Defesa da Vida, no Congresso Nacional, a realizar-se no dia 18/04, em Brasília"; da deputada Beth Sahão, com a finalidade de "despachar com os ministros do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e Serviços e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, nos dias 03 e 04/04, em Brasília"; da deputada Thainara Faria com a finalidade de "participar do evento Brazil Conference 2024, a realizar-se nos dias 06 e 07/04, em Cambridge, Estados Unidos da América"; e da deputada Ediane Maria, com a finalidade de "participar de um debate público em torno da conjuntura política de Argentina e Brasil, a realizar-se nos dias 01 a 05/05, em Buenos Aires, Argentina".
38 - CARLOS CEZAR
Solicita a suspensão da sessão por 30 minutos, por acordo de lideranças.
39 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Convoca reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a ser realizada hoje, às 17 horas e 40 minutos. Reabre a sessão às 18h09min.
40 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
41 - CARLOS CEZAR
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
42 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Informa que há acordo entre as lideranças para dar o PL 1589/23 como discutido por mais uma hora, restando uma hora e 15 minutos. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 03/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 18h11min.
*
* *
-Assume a Presidência e abre a sessão o
Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o Expediente.
Iniciando a lista de oradores inscritos
no Pequeno Expediente, tem a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo, que fará
uso regimental da tribuna.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT
- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV
Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, policiais,
quero, nesta tarde, nesta terça-feira falar ao público da TV Alesp, à população
paulista, dois projetos de minha autoria, que apresentei e tramitam nesta Casa.
Ambos já foram
aprovados na CCJR, que é a Comissão de Constituição, Justiça e Redação, da qual
sou membro titular. São eles, Sr. Presidente. Penso que os projetos de lei a
que vou me referir aqui, vão dialogar direto com boa parte, melhor dizendo,
grande parte da população paulista. Projeto n.º 1.555, de 2023, ele institui a
obrigação de fornecer etiqueta de aferição e medição de carga de volume de
cilindro de gás no botijão de 13 quilos.
Imagine você
que está me ouvindo, está me assistindo, que a maioria absoluta da população
paulista que ainda utilizam o botijão de 13 quilos de gás, o famoso gás de
cozinha, e que por quantas vezes eu vi pessoas reclamarem: “Olha, o gás acabou
antes do tempo”. E vem a dúvida: será que você está comprando e pagando por 13
quilos? Para tirar essa dúvida, apresentei o seguinte projeto que versa sobre a
obrigatoriedade de auferir.
Se o
consumidor, que tem o direito garantido pela nossa Lei Federal n.º 8.072, salvo
melhor juízo, a lei de direito do consumidor... Se o consumidor tem o direito
de exigir que esteja pagando por aquele valor-quantidade de gás, faz-se
necessário que ele, se quiser confirmar - o entregador do gás, eu não estou
falando do distribuidor, estou falando do entregador -, aquele que entrega para
a pessoa... porque muitas vezes ele pega e até chegar no consumidor final tem
um processo de distribuição, de entrega. Aquele entregador tem a obrigação de
auferir para o consumidor se realmente ele tem os 13 quilos.
Isso é direito
do consumidor. Por isso, eu apresentei esse projeto de lei. Não é obrigatório,
mas se o consumidor quiser, tiver dúvida, ele exige, e quem entrega o gás
deverá conferir para ver se realmente tem os 13 quilos. Caso não tenha, ele tem
que substituir. Ele tem que substituir aquele produto sob pena de pagar multa,
também prevista nesse projeto de lei.
Por isso, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, penso que o consumidor final,
aquele que paga, aquele que recebe o produto, aquele que recebe o serviço,
aquele que recebe a encomenda, no caso aqui o botijão de 13 quilos, ele tem o
direito de saber se realmente tem os 13 quilos que ele pagou.
Por fim, não
menos importante, um outro projeto de lei de minha autoria, que é o 721, de
2023. Vou começar explicando para V. Exas. o que significam os emolumentos.
Todos nós vamos ao cartório para reconhecer firma, para registrar um imóvel,
para fazer uma escritura, para registrar uma escritura. A gente vê escrito lá
“emolumentos”. Quando você paga pelo serviço, seja ele qual for, notarial, tem
lá uma palavra chamada “emolumentos”.
Muitas vezes o
consumidor, a pessoa lá, nem sabe o que significa, mas aquilo ali é um dinheiro
que você está pagando e que a gente não sabe a transparência dele, para que
serve esse recurso.
Ele vai para a
Saúde? Ele vai para a Educação? Ele vai para que serviço? Qual é o retorno que
nós temos daqueles emolumentos que nós pagamos quando nós vamos usar o serviço
notarial? Porque todo cidadão, toda cidadã faz isso.
Por isso, o
nosso projeto de lei, que é o 721, de 2023, acrescenta ao Art. 19 da Lei
11.331, de 26 de dezembro de 2002, em seu parágrafo único e incisos, e altera o
parágrafo único desta lei, instituindo a obrigatoriedade de transparência de
dados financeiros sobre a arrecadação dos emolumentos notariais e registrais em
todo o estado de São Paulo.
Por isso,
senhoras e senhores, é papel deste Parlamento, é papel dos deputados e
deputadas procurar fazer com que o munícipe, o paulistano, o paulista, a pessoa
que está na ponta final, que paga seus impostos, saiba qual é o destino dos
seus impostos. Por isso esses emolumentos.
Penso eu que
não são transparentes, que falta, de fato e de direito, determinar e
discriminar o que você está pagando e, mais do que isso, para o que será
utilizado, para onde serão utilizados os emolumentos que todos nós cidadãos e
cidadãs pagamos em razão de tantos impostos, que nós todos pagamos. Está bom?
Obrigado, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado Jorge do Carmo. Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério Santos.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Simão Pedro,
que fará uso regimental da tribuna.
A
SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pois não,
deputada Letícia Aguiar.
A
SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Uma comunicação, por
gentileza.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pois não.
A
SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nós tivemos uma notícia estarrecedora na última sexta-feira.
Sexta-Feira Santa, em que uma criança de
dez anos de idade, em Campinas, foi estuprada, violentada sexualmente e morta.
Uma menina, uma criança de dez anos de idade.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Dr. Jorge do Carmo.
* * *
Eu costumo
dizer - e eu acho que aqui todo mundo, independente de ideologia, de partido,
todo mundo compreende a mesma situação - que estuprador não pode nem ser
considerado gente. Estuprador de criança, então, é uma das piores raças que
pode existir.
Esse criminoso,
esse vagabundo, esse verme, esse lixo de ser humano estava solto, estava em
liberdade condicional. Já tinha sido condenado pelo crime de estupro em 2017,
em 2021 a Justiça o soltou para novamente cometer crimes de estupro e agora contra
uma criança de apenas dez anos de idade.
A criança foi
encontrada morta, assassinada e violentada sexualmente, por um pedreiro que
chegava para trabalhar na sua obra. Ao lado da criança ainda tinha uma marreta,
que foi utilizada na morte dela. Eu preciso falar disso aqui como mulher, como
mãe, como parlamentar. Deixar o meu repúdio, a minha revolta.
Até quando a
gente vai ver criminosos sendo soltos para voltarem a cometer crimes? E ainda
com anuência da Justiça, do Estado. Mais uma vez eu reforço a importância da
gente ter castração química para estuprador. Esses caras não podem voltar à
sociedade e estarem novamente cometendo crimes contra a sociedade, ainda mais
contra crianças. Estuprador não pode nem ser considerado gente. Cadeia nesses
vagabundos e castração química já.
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Com a palavra,
o deputado Simão Pedro.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre deputado Jorge do Carmo, Sras. e Srs. Deputados
que estão no plenário, público que nos acompanha pelas galerias, pelas redes
sociais, pela TV Alesp.
Sr. Presidente,
me inscrevi hoje para falar sobre essa importante iniciativa que será lançada
amanhã, aqui em São Paulo, na sede da Secretaria Estadual de Educação, com a
presença do ministro Camilo Santana, que posteriormente nos visitará aqui na
Assembleia, sobre o lançamento do programa “Pé-de-Meia”. É um nome muito
simples, mas o seu conteúdo é muito importante.
Há muito tempo
eu, por exemplo, fui presidente da Comissão de Educação e Cultura aqui desta
Casa, nos anos 2011/2012, e nós já debatíamos a importância de buscar
mecanismos, políticas, incentivos para que os jovens permanecessem cursando o
ensino médio.
Muitos jovens,
principalmente jovens pobres, jovens moradores da periferia, de famílias de
trabalhadores, acabam abandonando o ensino médio por conta das dificuldades
próprias dessa modalidade de ensino fundamental, importante, mas também porque
precisam sair para procurar trabalho, ajudar nas contas de casa.
A gente sabe
que o jovem é incentivado a consumir, tem desejos, tem vontades e acaba, quando
a família é de baixa renda, tendo que sair. Então abandona os seus estudos -
alguns por desincentivo também, de não verem sentido nas matérias e assim por
diante.
Então o ensino
médio, evidentemente, enseja uma mudança, uma reforma, mas não aquela feita
pelo governo Temer. Porque aquilo foi um desastre reconhecido por quase todas
as forças políticas, educadores, especialistas nessa matéria, as próprias
organizações do movimento estudantil de ensino médio.
E o governo,
negociando com o Congresso, com os deputados, com apoio de especialistas
durante um ano de debate, conseguiu aprovar agora uma nova reforma para esse
ensino médio, corrigindo as falhas daquela reforma desastrosa que foi feita
pelo Temer.
O Temer queria
tirar disciplinas fundamentais, por exemplo, diminuir matérias como matemática,
português, história, geografia; eliminando a sociologia e a filosofia,
disciplinas fundamentais para os jovens, por exemplo, aprenderem a raciocinar,
pensar por conta própria, que é o caso da filosofia. E a sociologia, para ele
entender os conflitos, a sociedade em que ele vai viver.
Então, essas
disciplinas deixaram de se tornar obrigatórias, colocando um tal de itinerário
formativo que o aluno escolhia disciplinas como “empreendedorismo” ou coisa
parecida e que foi desastroso, que levou - ainda mais agravado pela pandemia -,
a um abandono muito maior por parte dos jovens, nesse último período.
Então era
urgente reformar as disciplinas do ensino médio, coisa que está sendo
implementada agora, depois da aprovação do projeto de lei na Câmara Federal.
E agora o
governo lança esse “Pé-de-Meia” justamente para segurar os jovens,
principalmente das famílias mais pobres, incentivando a continuar estudando e
terminar o ensino médio. O que é esse incentivo?
É o depósito,
durante nove meses do ano, de uma quantia de 200 reais e, no final do ano, se
ele frequentou, foi aprovado, ele recebe mais um incentivo de 1000 reais, de
maneira que, ao fim dos três anos, ele tem o acúmulo dos 200 reais, 1800 por
ano, e mais os três mil reais, ou seja, ele vai sair do ensino médio com uma
poupança razoável, para que ele possa seguir a sua vida.
Seja procurando
trabalho para ajudar na renda da família - aí ele tem uma poupança para poder
fazer isso com mais tranquilidade -, seja buscando ingressar em uma carreira
acadêmica, cursando um curso universitário, seja seguindo a sua vida. Para isso
que serve: para preparar o jovem também para a vida, para uma profissão e para
a universidade.
Então, eu quero
saudar mais uma vez o nosso governo federal, o presidente Lula, o ministro
Camilo Santana, pelo lançamento desse projeto, e todos aqueles que apoiaram,
parabenizar o Governo do Estado, que amanhã acolhe, deputado Reis, esse
programa, com a visita e a presença do nosso ministro Camilo Santana em uma
atividade na Secretaria Estadual de Educação.
Isso é um programa nacional, e eu tenho
certeza de que, com esse incentivo econômico para os jovens permanecerem,
fazerem as provas, cursarem o ensino médio até o final e ao mesmo tempo a
reforma do ensino médio... Ou seja, ele vai ter uma formação importante de
matérias fundamentais e também aquelas que ele optar por escolher, que possam
orientá-lo em uma futura profissão, no ensino profissionalizante também, no
ensino técnico.
Então,
parabéns, presidente Lula. Viva ao programa “Pé-de-Meia”.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Simão Pedro.
Seguindo a lista de oradores inscritos, com a palavra, a deputada Marina Helou.
(Pausa.) Com a palavra, o deputado Reis. Vossa Excelência tem o tempo
regimental.
O
SR. REIS - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Saudar aqui o
presidente, deputado Dr. Jorge do Carmo, os deputados e as deputadas presentes,
o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia
Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e
também todos aqueles e aquelas que estão em suas residências, deputado Dr.
Jorge, que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.
Bom, primeiro
fazer a cobrança, de praxe, que é o aumento de salário dos servidores, porque
até agora não vimos nenhum papel da Mesa, nenhum papel do governador, nenhum
papel dos demais órgãos de estado protocolado aqui nesta Casa.
Nós estamos
cobrando, porque, como eu falo em nome do povo, e os servidores públicos são
povo, fazem parte do povo, então, a data-base é março, já estamos em abril, e
até agora não vi nenhum dos chefes de poder - os chefes do poder, o chefe do
Poder Executivo, do Poder Judiciário, do Poder Legislativo - se pronunciar.
Então, os
servidores estão ansiosos e estão aguardando o projeto de valorização dos
servidores, de aumento dos servidores - aumento para os policiais militares,
aumento para os policiais civis, aumento para os policiais penais, aumento para
os policiais técnico-científicos, para os professores, para os médicos, para
todos servidores e também para os servidores da Alesp.
Fica registrado
nesta data, presidente Jorge do Carmo, que eu estou cumprindo aquilo que eu
falei para eles, que era cobrar publicamente que o governo cumpra o seu papel.
Quero dizer, presidente Jorge do Carmo, que, na quinta-feira, nós fizemos uma grande
audiência pública aqui no Plenário Paulo Kobayashi.
Teve a
participação do Dr. Rodolfo Laterza, da Adepol, a participação do Dr. Gilson,
delegado-geral adjunto, e foram discutidas tanto a Lei Orgânica, que foi
aprovada em Brasília, como a reestruturação da Polícia Civil no estado de São
Paulo. É fato que tem um grupo de trabalho, e eu já cobrei do governador e do
secretário de Segurança Pública para que as entidades de classe possam indicar
um representante de cada carreira para participar desse grupo.
O secretário
até falou que esse pleito seria atendido, que inclusive eu seria convidado, o
Delegado Olim seria convidado para participar desse grupo, mas até agora nós
não vimos nenhum ato publicado no “Diário Oficial”, mas faço aqui essa
cobrança. Depois, dizer para os policiais que eles estão muito ansiosos com
relação a essa reformulação, essa reestruturação da carreira, das carreiras
policiais civis.
Dizer que eu
pesquisei, inclusive encontrei aqui uma declaração de inconstitucionalidade de
uma resolução da Assembleia Legislativa.
Essa declaração
de inconstitucionalidade diz o seguinte: é inconstitucional a transposição de
servidores de um cargo para outro sem ter feito prévio concurso público. A
decisão unânime é do Supremo Tribunal Federal, que declarou a
inconstitucionalidade da Resolução 825, de 2002, da Assembleia Legislativa de
São Paulo, que permitia a mudança de cargo.
Então aqui
fizeram uma “mandracagem”, em que eles pegavam funcionários, inclusive, do
Poder Judiciário, que acabaram vindo trabalhar na Assembleia, adequando,
enquadrando-os em cargos, e isso foi parar no Supremo Tribunal Federal. O
Supremo diz que é inconstitucional.
Então, quando
vem todo esse debate da reestruturação da Polícia Civil, e aí os dirigentes do
Estado querendo juntar algumas carreiras em uma só, “olha, vamos transformar
cargos, transformar auxiliares de necropsia, carcereiro, tudo em agente
policial, vamos transformar o cargo de agente de telecomunicação, de
papiloscopista, de escrivão, de investigador em oficial investigador”.
Ou seja, tem
algumas questões que o governo ainda não entendeu, tanto do ponto de vista da
Lei Orgânica Nacional, como do que é possível. Eu não tenho como fazer a junção
desses cargos, não tenho como fazer.
E aqui está
clara essa declaração de inconstitucionalidade, de uma decisão desta Casa,
desta própria Casa, que foi feita em 2002. Então, aqueles que estão me ouvindo
podem ficar tranquilos, que a coisa não vai acontecer tão abruptamente como
está se colocando.
É praticamente
impossível transformar cargos sem que haja concurso público. Ou seja, juntar
vários cargos e transformar em um, pelo o que o Supremo já decidiu, é
impossível.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Reis. Seguindo a lista de oradores inscritos, com a palavra o
deputado...
O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Para uma comunicação, presidente?
O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Só um
minutinho, só seguir aqui e já chamo Vossa Excelência. Com a palavra a deputada
Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. Tem V. Exa. o
tempo regimental.
Enquanto isso, uma comunicação para o
nobre deputado Vitão do Cachorrão.
O SR. VITÃO DO
CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, boa tarde a todos.
Quero prestar aqui minhas condolências, meus votos de pesar para os moradores
de Itapeva.
Uma ambulância
levando os pacientes para a cidade de Sorocaba, hoje, colidiu com a traseira de
outro veículo, não sei se é de um ônibus ou de um caminhão, e, infelizmente,
três vítimas morreram nesse acidente.
O Sr. Thiago
Batista, que é paciente; a sua esposa, Cássia Cristina; e a Sra. Glória
Carvalho vieram a óbito. O paciente José Carlos ainda está em estado crítico no
hospital.
Quem mandou
para mim essas imagens foi o vereador Coquinho, que é o Ronaldo Coquinho. Ele
pediu para a gente prestar esse voto de pesar. Depois eu peço um minuto de
silêncio também, se possível, pelas vítimas.
Também tenho
certeza de que o Roberto Comeron, o nosso amigo, o presidente do Republicanos,
Marcos Penha, a cidade está em luto... Olha lá, tem as imagens. Quero agradecer
à Alesp. Olhe a situação.
A gente faz um
apelo aqui, Major Mecca, para o Governo do Estado, para o governador, para o secretário
de Saúde. As ambulâncias, às vezes, que transportam os pacientes, estão muito
rodadas na quilometragem. Como elas andam todos os dias, às vezes, certeza,
pelo o que aconteceu parece que faltou o freio.
Então eu
imploro aqui para o governador Tarcísio de Freitas, também para o secretário de
Saúde, em nome de todos os deputados, para que tenha ambulâncias novas,
ambulâncias de UTI, principalmente nas cidades do Interior e também aqui, na
Capital.
Fica aqui meu
voto de profundo pesar por essas vítimas, em nome do vereador Ronaldo Coquinho.
Que Deus abençoe e conforte o coração dos familiares.
Muito obrigado,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Concedemos
então, a pedido do nobre deputado, um minuto de silêncio em prol dos familiares
das vítimas.
*
* *
- É respeitado um minuto de silêncio.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Dando
prosseguimento à lista de oradores inscritos, já está na nossa tribuna aqui o
deputado Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente. Boa tarde, Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, nossos irmãos policiais que estão aqui neste plenário e em
todo o estado de São Paulo, zelando pela população. Presidente, na data de
ontem, dia primeiro de abril, foi encerrada a terceira fase da Operação Verão,
no litoral sul de São Paulo.
É importante
nós registrarmos aqui, neste plenário, deputado Vitão, os parabéns aos
policiais militares, policiais civis e policiais técnico-científicos que se
empenharam na Operação Verão.
E ao secretário
de Segurança Pública, Guilherme Derrite, o comandante-geral, coronel Cássio, ao
delegado-geral, Dr. Artur Dian, e ao governador Tarcísio, que está dando apoio
e suporte aos policiais, para combaterem o crime organizado e combaterem a
bandidagem no estado de São Paulo.
Nessa Operação
Verão, para que os senhores parlamentares possam ter conhecimento, foram 1.025
presos no litoral sul de São Paulo, 438 bandidos procurados pela Justiça, que
estavam nas ruas, agredindo o povo do nosso Estado; 2,6 toneladas de drogas
apreendidas pelos nossos policiais durante a Operação Verão; 119 armas de fogo,
incluindo fuzis, retiradas das mãos desses bandidos.
Mas não pensem
os criminosos no estado de São Paulo que com o término da Operação Verão a
intensidade do combate ao crime organizado irá diminuir. Pelo contrário: a
polícia, de forma estratégica, com planejamento, continuará indo para cima do
crime organizado no nosso Estado.
Será dada
continuidade ao forte combate ao crime que vem sendo feito no nosso Estado. A
maior queda dos índices de roubo no nosso Estado. E sem deixar de citar os 56
bandidos mortos, que resolveram enfrentar a polícia e não quiseram ser presos.
Cinquenta e seis bandidos morreram em confronto com os nossos policiais nessa
Operação Verão.
Na data de
ontem, Sr. Presidente, nós tivemos uma reunião, no Palácio dos Bandeirantes,
com o governador Tarcísio de Freitas. Capitão Telhada, estávamos juntos nessa
reunião, e vários outros deputados que compõem a base do Governo.
Nós dizíamos ao
governador Tarcísio de Freitas das expectativas que são geradas não só aos
nossos policiais, como a toda a população de São Paulo, um trabalho de
excelência, que vem sendo feito pelo governador Tarcísio de Freitas em todas as
áreas, mas principalmente na área da Segurança Pública.
Porque hoje
essa pauta, a demanda da Segurança Pública, é o que mais aflige o povo do nosso
Estado, o povo do Brasil. E, na contramão do que vem sendo feito no governo
federal, o estado de São Paulo está combatendo de frente o crime organizado e
apresentado ótimos resultados.
Diante disso,
nós fizemos a cobrança ao governador, como faremos, conversaremos hoje com o
secretário Guilherme Derrite. Capitão Telhada está junto aqui. Nós estaremos
juntos com o secretário, hoje, para que a todos os projetos, sejam eles de
recomposição salarial, sejam eles de reestruturação das carreiras dos policiais
militares e dos policiais civis, seja dada celeridade.
Principalmente
pela dedicação que nossos policiais militares sempre demonstraram no combate ao
crime, o espírito vocacionado que sempre colocaram à frente, sempre altamente
comprometidos no enfrentamento do crime e na defesa da população do estado de
São Paulo.
Nós estamos
aqui, como sempre estivemos, apoiando os nossos policiais e desconstruindo as
narrativas feitas pelo PT, pelo PSOL, pelos partidos de esquerda, que demonizam
a imagem dos nossos policiais, que demonizam as ações dos nossos patrulheiros
que arriscam as suas vidas para defender o povo do nosso Estado.
Parabéns aos
nossos policiais. O povo do estado de São Paulo saiba que não foi porque
terminou a Operação Verão que o combate ao crime no litoral sul está terminado.
Não está, até
mesmo porque mais de 340 novos policiais militares foram lotados nos batalhões
do litoral de São Paulo, para que seja dada continuidade a esse trabalho de
enfrentamento à criminalidade.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. Continuaremos aqui, firmes, na tribuna da Assembleia
Legislativa, com a bancada da Segurança Pública, defendendo e trabalhando pelos
nossos policiais e pela Segurança Pública no estado de São Paulo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Major Mecca. Seguindo a lista de oradores inscritos. Com a palavra, o
deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.)
Com a palavra, o deputado Capitão
Telhada. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
presidente. Enquanto o deputado Telhada se dirige à tribuna, posso fazer uma
breve comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Claro, é
regimental. Tem V. Exa. o tempo de dois minutos.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL
- PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Mais uma vez, eu venho aqui me
solidarizar e prestar todo o meu apoio para os servidores das carreiras
ambientais do governo federal, presidente.
Hoje a gente
está no dia dois de abril. Desde o dia dois de janeiro, os servidores do Ibama,
do Instituto Chico Mendes e do Ministério do Meio Ambiente estão se
mobilizando, paralisando as suas atividades de campo para cobrar do governo
federal, sobretudo do Ministério de Gestão e Inovação, da ministra Esther
Dweck, uma proposta digna de revalorização dessas carreiras tão importantes.
Eu fico muito
feliz, e votei no presidente Lula para que a gente pudesse reconstruir a preservação
ambiental no nosso País, depois de quatro anos de um governo abertamente
ecocida e que incentivou a ação ilegal de madeireiros e garimpeiros e a
destruição de nossos biomas, fazendo o Brasil virar, mais uma vez, motivo de
vergonha internacional na área ambiental.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Major Mecca.
* * *
Mas,
presidente, como nós sempre defendemos nesta Casa, para que o serviço público
seja bem executado, ele precisa que os servidores sejam adequadamente
valorizados.
Sem o servidor
da carreira ambiental, do Ibama, do ICMBio, valorizado, com plano de carreira,
com boa condição de trabalho, a gente não tem floresta em pé. Porque são esses
homens e mulheres que são responsáveis, às vezes, colocando em risco a sua
própria vida.
Como fazem os
servidores do Ibama, quando vão a campo, quando combatem a atividade do
garimpo, dos madeireiros ilegais, como estão fazendo de maneira brilhante para
recuperar a terra indígena Yanomami desses grupos que se infiltraram nesse
território com aval do governo Bolsonaro e do ministro Salles nos últimos anos.
São esses
servidores que colocam sua vida em risco para garantir a preservação e a
proteção dos nossos biomas. Não existe proteção ambiental no Brasil sem
servidor da carreira ambiental valorizado.
Foi para isso
que a gente elegeu um governo comprometido com a pauta ambiental, para que a
gente pudesse voltar a explorar todo potencial ambiental do nosso País, que
pode ser vanguarda na preservação dos nossos ecossistemas para o planeta
inteiro, mas isso passa por a gente ter servidores valorizados.
Então, mais uma
vez, quero vir a este microfone para me solidarizar com os servidores do Ibama,
do ICMBio, do Ministério do Meio Ambiente, de todas as carreiras ambientais do
governo federal, e fazer um apelo para que o governo federal, sobretudo para
que a ministra Esther Dweck, receba a categoria, o sindicato da categoria, a
Ascema, com uma proposta digna que busque a valorização desses servidores tão
importantes para o nosso País, para o nosso futuro e para a preservação do
nosso Meio Ambiente.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Tem a palavra
o deputado Capitão Telhada.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP -
Muito obrigado, Sr. Presidente. Uma excelente tarde de terça-feira a todos os
funcionários civis e militares da Assembleia Legislativa, aos nossos pares,
deputados estaduais, à galeria. A todos um excelente dia de trabalho.
Quero iniciar
este Pequeno Expediente com a visibilidade, falando sobre o dia 2 de abril,
hoje. Dois de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, um dia que,
lá em 2007, a ONU decretou como uma data para trazermos visibilidade,
orientação e informação sobre o transtorno do espectro autista, sobre esse
importante diagnóstico que cresce na nossa sociedade brasileira e mundial.
Cada vez mais,
temos que trabalhar aqui no parlamento, nas associações, nas entidades, nos
hospitais filantrópicos. Eu parabenizo a todos que se empenham nessa luta, que
se empenham nessa causa para trazer inclusão, para afastar o capacitismo, para
diminuir a discriminação e o preconceito com todos aqueles que possuem o
autismo e com todos os familiares que tenham alguém no seio da família que
enfrenta o autismo.
A gente sabe e
conhece as dificuldades que ainda existem em nossa sociedade atual. Então,
neste dia, é importante lembrarmos publicamente de toda essa luta nossa -
inclusive, fazemos parte da Comissão da Pessoa com Deficiência -, mas que
vários encaram no nosso País.
Quero lembrar
também, em homenagem, e em memória, falar de um amigo que se foi, que nos
deixou neste final de semana. Eu gostaria que colocassem aqui a imagem do meu
amigo, irmão “caveira”, Operações Especiais, o cabo Rahoney, grande parceiro.
Trabalhamos juntos no COE, prestamos o curso juntos, inclusive.
Rahoney de
Paula Vieira, morador do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, trabalhador
incansável, amigo, um cara sem palavras. Quem teve a oportunidade, quem teve a
graça de conviver com essa pessoa maravilhosa que nos deixou neste final de
semana, quem esteve comigo ontem no velório pôde ver a quantidade de amigos que
lá foram se despedir.
De fato, a
Polícia Militar perde, o batalhão perde, mas, acima de tudo, a sociedade
paulista perde um grande soldado da lei, um grande guerreiro. Eu gostaria de deixar
consignado também oficialmente da tribuna a despedida e a homenagem ao meu
amigo cabo Rahoney, que nos deixou neste final de semana. Vá com Deus e
descanse em paz, guerreiro.
Nesses dois
minutos que me restam, eu gostaria também de dar ênfase justamente ao término
da Operação Verão. A terceira fase se encerrou ontem. Foi anunciado pelo
secretário de Segurança Pública e os resultados estão lá para comprovarmos.
Você pode me
acompanhar na tela ao lado: 1.045 pessoas presas, presas em flagrante; 119 armas,
e não estamos falando aqui de revólver calibre 22, não, estamos falando de
armamento fuzil, 762, 556, grosso calibre; mais de duas toneladas e meia de
drogas apreendidas.
Mas o que a
imprensa fala? Só fala dos 56 mortos. É o que fala. Parece que a polícia desceu
lá, matou 56 pobres coitados e subiu de volta para São Paulo, e a verdade não é
essa. A verdade, os fatos, os resultados estão aí na transparência para todos
acompanharem.
É um trabalho
incansável que os policiais militares e civis de diversas partes do Estado que
foram lá para a Baixada conseguiram realizar com maestria. É um trabalho
ostensivo e investigativo que deu resultado: grandes prisões, grandes
apreensões.
Cada arma dessa
que foi retirada da rua... Quantas vidas não foram salvas por causa da
apreensão de cada arma? Quantas vidas não foram salvas com essas duas toneladas
e meia de drogas que foram apreendidas?
Cada um desses
mil criminosos presos... Detalhe: 438 procurados. Dos 1.045, quase metade era
procurado pela Justiça, ou seja, é retrabalho da polícia. Mais uma vez, já
prendeu, já processou, já condenou, foi solto ou fugiu e está lá procurado,
evadido, cometendo mais crime. Quatrocentos e trinta e oito procurados presos.
Resultado maravilhoso, resultado espetacular das nossas polícias.
Como o deputado
Major Mecca já salientou, a operação não para: 340 novos policiais militares já
fixados, como efetivo fixo, na Baixada Santista. O morador da Baixada pode ter
a tranquilidade de que o policiamento de reforço, retornando aos seus locais de
origem, para as suas cidades, para as suas regiões no interior de São
Paulo, Grande São
Paulo e Capital, lá
ficam 340 novos policiais para trabalhar de maneira efetiva e de maneira fixa
nos batalhões da Baixada, distribuídos em rádio patrulhamento, em força tática,
em Baep, criação de novas companhias de força tática, de companhia marítima de
policiamento para combater o tráfico de drogas.
Os policiais
civis que serão acionados agora, chamados do concurso que o deputado Reis tanto
cobra, que irão iniciar a Acadepol, também serão alocados na região da Baixada
Santista.
Então, é um
investimento em efetivo, em material, em obra, em equipamento e em viatura que
o Estado faz com o nosso apoio aqui da bancada de Segurança Pública para auxiliar e melhorar a qualidade de vida do
cidadão lá na ponta da linha.
Parabéns a cada
policial, obrigado pelo serviço que prestaram na Baixada, o cidadão agradece.
Parabéns ao secretário, ao governador. Continuem trabalhando por nossa polícia
e pelos nossos cidadãos, porque São Paulo precisa de cada um de vocês.
Deus abençoe.
Muito obrigado,
presidente, um abraço.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito
obrigado, deputado Capitão Telhada. Dando sequência à lista dos oradores
inscritos, deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem
V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários e
funcionárias da Assembleia Legislativa.
Sr. Presidente, hoje eu quero
trazer uma informação importante aqui para o estado de São
Paulo.
A gente sabe
que uma das formas de geração de emprego no nosso país é justamente no
investimento em programas sociais, investimento em infraestrutura, investimentos
em políticas públicas.
O governo
federal, nobre deputada Leci Brandão, tem tido um papel importante nesse último
ano de fazer investimentos em todo o estado de São
Paulo, mas também em
todo o Brasil, com a retomada do projeto “Minha Casa, Minha Vida”, com a
retomada de investimentos na área de Saúde, nobre deputada Ediane.
Tivemos
investimentos importantes na área da medicina, voltados para cirurgias
eletivas. E agora tem tido um investimento em obras que estavam paralisadas na
área da Saúde, de policlínicas, de UPA, de UBS, em todo o estado de São
Paulo e em todo o
Brasil.
Isso tem criado
condições de melhorar as condições de geração de emprego no nosso País. Tivemos
a retomada do “Minha Casa, Minha Vida”, tivemos apontado investimentos importantes,
como a retomada do Rodoanel no estado de São Paulo, a criação e estruturação do
túnel que vai ligar Santos com o Guarujá.
Mas também
tivemos, nesse último período, investimentos importantes na economia, como a
aprovação da reforma tributária, estamos tendo quase todo mês, a redução da
taxa de juros, que tem impulsionado o investimento também do setor privado.
Fizemos um
investimento importante na área da Agricultura. Hoje, tanto a agricultura
familiar como o agronegócio têm tido investimento permanente do governo
federal, e nós tivemos uma informação agora, da geração de emprego, agora no
último mês. No estado de São Paulo, nós tivemos um aumento de 101
mil empregos com carteira de trabalho assinada no mês de fevereiro.
Então, é
importante que esses empregos que estão sendo gerados no estado de São Paulo
têm sido fruto desse processo de investimento e de olhar, do governo federal,
para os municípios do nosso Estado.
Eu tenho por
diversas vezes apresentado e apontado que, aqui no estado de São Paulo, o
governo estadual tem drenado as finanças dos municípios em relação ao ICMS e em
relação ao IPVA. Porque hoje, quando você faz uma desoneração de 65 bilhões de
reais, você tem feito um processo de drenagem de recursos que estariam chegando
aos municípios.
Já em relação
ao governo federal, o governo federal garantiu, em 2023, o mesmo recurso de
fundo de participação dos municípios em cada uma das cidades do nosso Estado,
em 55 municípios, e com isso as nossas cidades conseguiram manter a mesma
transferência de arrecadação do governo federal para os municípios, baseado no
ano de 2022.
Então, a gente
olha aqui alguns empregos que foram gerados. Nós temos que na região
centro-oeste foram gerados 34 mil novos postos de empregos; na região norte,
mais 17 mil novos postos de emprego; na região nordeste, 10.500; na região
sudeste, pegando aqui todos estados, 159.569; na região Sul, 84 mil. Mas foi o
estado de São Paulo que teve essa geração de 101 mil postos de trabalho nesse último
período.
Quero reafirmar
e reforçar aqui o compromisso do governo federal, do governo do Partido dos
Trabalhadores com 645 municípios no estado de São Paulo, e também o Governo do
Estado de São Paulo.
Inclusive
amanhã o nosso secretário da Educação, nosso ministro da Educação, ministro
Camilo, vai estar no Palácio do Governo, assinando ali um convênio também com o
Governo do Estado São Paulo, tratando sobre o projeto “Pé-de-Meia”, que vai
garantir também para que os jovens do ensino médio do nosso Estado também
tenham acesso a esse recurso, que vai ajudar não só na preparação desse jovem
do ensino médio.
Inclusive é uma
forma, também, de esses jovens, hoje, no estado de São Paulo, não irem para
outros caminhos tortuosos no nosso Estado, e possam ter possibilidade depois de
ter acesso ao nível superior, e com certeza ajudar não só a ele, mas também a
sua família.
Então, esse é o
papel do Partido dos Trabalhadores, que tem investido bastante no estado de São
Paulo e, principalmente, nos municípios do nosso Estado. Então, a geração de
101 mil empregos no mês de fevereiro está vinculada aos investimentos que o
governo federal tem feito no estado de São Paulo, seja em relação às políticas
sociais, seja em relação aos investimentos em infraestrutura.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando sequência
à relação aos oradores inscritos, deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. os
cinco minutos regimentais. Só quero lembrar que hoje nós estamos todos de azul
para homenagear o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
É importante que nós trabalhemos para
que sejam construídas políticas públicas que deem suporte às crianças, aos
jovens, às pessoas que sofrem com transtorno do espectro autista.
Nós temos um trabalho de parceria muito
forte com o Lar Mãe do Divino Amor, o Lemda, na zona leste de São Paulo, com as
Apaes, as quais nós já destinamos mais de um milhão de reais em emendas
parlamentares, para que nós possamos aliviar as dificuldades e os transtornos
de famílias que têm filhos e pessoas que sofrem com esse transtorno.
Com a palavra o deputado Carlos
Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL –
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
deputado Mecca, Sras. Deputadas e Srs. Deputados. Presidente, ontem nós
realizamos uma importante e concorrida audiência pública aqui na Assembleia
Legislativa, no Plenário Tiradentes, contra o fechamento, contra a extinção das
oficinas culturais do estado de São Paulo, extinção promovida pela Secretaria
da Cultura, pela secretária Marilia Marton.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.
* * *
Sr. Presidente,
no dia 14 de março, o edital de chamamento dessas oficinas foi de forma
autoritária cancelado sem nenhuma discussão com os artistas, com os produtores
culturais, com os trabalhadores da Cultura.
Em seguida, foi
publicado no “Diário Oficial”, há alguns dias atrás, o Decreto nº 68.405, de
2024, daí sim consolidando, na prática, a extinção dessas importantes oficinas
culturais que já existem há mais de 30 anos no estado de São Paulo.
Uma experiência
bem-sucedida que é realizada não só aqui na Capital, mas também no interior
paulista. Aqui, em São Paulo, na Capital, nós temos três centros de cultura que
trabalham com as oficinas culturais: o Centro de Cultura Oswald de Andrade, o
Alfredo Volpi, em Itaquera, e o Juan Serrano, que fica na Brasilândia. Eles
perdem então essas oficinas com a publicação do decreto e outros programas
itinerantes e virtuais que são realizados em várias cidades do estado de São
Paulo.
Nós vamos perder
esse patrimônio cultural, uma experiência, repito, bem-sucedida, Sr.
Presidente, por conta de um projeto autoritário de desmonte da Cultura no
estado de São Paulo, que vai prejudicar toda a população.
Vai prejudicar
os artistas, os produtores culturais, os trabalhadores que trabalham nesses
centros de Cultura que eu citei. Haverá um grande prejuízo para o estado de São
Paulo. Nós já tomamos algumas providências.
Aqui tenho,
inclusive, as fotos dos participantes, artistas, produtores de Cultura, trabalhadores
da Cultura, usuários que se utilizam desses programas, desses centros de
Cultura.
Nós ouvimos
vários relatos, depoimentos e denúncias gravíssimas sobre esse desmonte. Haverá
desemprego em massa, Sr. Presidente, porque a secretária nem se preocupou em
fazer uma audiência, em conversar com os grupos.
Ela
simplesmente baixou um AI-5 e acabou com o programa. E tem trabalhadores da
Cultura trabalhando nesses centros há muitos anos que ficarão desempregados e a
secretária não se preocupa. Ela fala que vai gerar empregos com uma
reformulação, mas está desempregando centenas de pessoas.
E no Oswald de
Andrade, que fica no Bom Retiro, dentro dele tem um café histórico, importante,
que é o Café Colombiano, que vai ser fechado agora no dia 30 de abril.
É um café
importante, um ponto de encontro, de conversas, que fica dentro do Centro
Cultural Oswald de Andrade, que será fechado. Ou seja, não há nenhuma
preocupação da Secretaria da Cultura com a memória, com a história, com esses
trabalhadores da Cultura.
Nós já pedimos.
Então eu apresentei já um PDL e peço apoio dos deputados aqui para que nós
possamos aprová-lo e revogar esse famigerado Decreto nº 68.405. Eu apresentei
também um requerimento convocando a secretária Marilia Marton, para ela depor
na nossa Comissão de Educação e Cultura, deputada Leci Brandão. É um absurdo!
Ela tem que
explicar isso e nós temos que reverter essa situação. O governo está
desmontando a Cultura no estado de São Paulo em nome de um projeto tecnicista,
de uma proposta que ninguém sabe o que é, desarticulando, repito, a experiência
bem-sucedida.
Eu mesmo,
deputada Leci Brandão, fiz uma oficina em 1988, quando conversei com Vossa
Excelência. Eu me lembro de que para fazer uma palestra numa escola na zona sul
eu fiz uma oficina com o Tom Zé, o grande Tom Zé, uma oficina musical. Isso em
1988. É um projeto que já formou muita gente, muitos artistas, nas mais
variadas artes e esse programa vai ser extinto.
Já está extinto
aqui pelo Decreto nº 68.405. Então temos que revogar esse decreto e lutar pela
permanência das oficinas culturais com essa característica, com esse espírito
que elas têm de respeito à diversidade. Então é isso, Sr. Presidente.
Nós queremos
aqui da tribuna da Assembleia Legislativa reforçar essa gravíssima denúncia, e
outras, que nós ouvimos na audiência pública realizada ontem, que estão
disponíveis no Youtube, nas redes sociais, qualquer pessoa pode acessar na Rede
Alesp e assistir, e ver a gravidade da situação, e o desmonte da Cultura no
estado de São Paulo, e que a Secretaria da Cultura reveja essa nefasta,
perversa e cruel proposta de acabar com as oficinas culturais.
Tem saída para
isso, nós queremos discutir com a Secretaria uma alternativa de aumentar o
investimento na Cultura e potencializar ainda mais as oficinas que já existem.
Nós queremos
que elas sejam democratizadas ainda mais, que elas se espalhem por todo o
estado de São Paulo, e não as fechar, como fez a secretária Marilia Marton, que
vai ter que depor aqui na Assembleia Legislativa. Para concluir, Sr.
Presidente, nós também já acionamos o Ministério Público do Estado, o Tribunal
de Contas e a Defensoria Pública contra a extinção das oficinas.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, pelo tempo
residual, deputado Eduardo Suplicy. Pelo tempo remanescente.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, tivemos hoje uma reunião no Auditório Teotônio Vilela de homenagem ao
querido padre Ticão, homenageando um grande defensor da causa da cannabis
medicinal, o padre Ticão; também para refletir sobre a importância dessa planta
na vida das pessoas afetadas pelo espectro do autismo.
Como defensor
da cannabis medicinal e um apaixonado pela causa do autismo, foi uma honra
poder compartilhar algumas reflexões com inclusive o deputado Caio França, pois
o padre Ticão foi uma pessoa notável em nossa comunidade, dedicando sua vida ao
serviço e solidariedade com todos, independentemente de sua situação ou
condição. Era conhecido por sua compaixão e empatia. Seu trabalho estendia-se a
todas as pessoas, incluindo aquelas que são acometidas pelo transtorno do
espectro autista.
Compreendia
profundamente as dificuldades enfrentadas por essas famílias, sempre disposto a
oferecer apoio e orientação. Ele foi muito feliz ao fazer uma parceria com o
professor doutor Elisaldo Carlini, durante a passagem do religioso e do médico
pela Terra. Fé e ciência andaram de mãos dadas para quebrar preconceitos, levar
a melhoria da qualidade de vida para as famílias que mais precisavam.
Isso tudo tem
mostrado que o autismo tem uma base neurobiológica complexa, envolvendo fatores
genéticos e ambientais. Pesquisas recentes sugerem que o sistema
endocanabinoide, que interage com os componentes ativos da cannabis, estão
implicados na regulação dos processos religiosos. Então, a cannabis tem
emergido como uma terapia complementar para o autismo.
Embora ainda
haja muito a ser estudado, há evidência e estudos preliminares que sugerem que
alguns componentes da cannabis podem ajudar a aliviar sintomas associados ao
autismo, ansiedade, agressão, insônia e dificuldade de comunicação.
Eu gostaria de
dizer hoje que fiquei muito bem impressionado com o artigo da querida deputada
Andréa Werner, na “Folha”, o faz de conta na inclusão escolar para os autistas.
Eu gostaria de
ler aqui alguns trechos. “Vitória, da cidade de São Paulo, é mãe do Artur,
autista de grau três de suporte e deficiência intelectual, que conseguiu 30
minutos de escola pública por dia. Ela pediu ao colégio uma carta que atestasse
a necessidade de um acompanhamento ao filho, mas ouviu que isso seria com ela,
e Arthur não foi incluído.
Andreia, de
Guarulhos, mãe de Júlia, adolescente de 14 anos no sétimo ano e ainda não
alfabetizada, já que o poder público se recusou a fornecer um acompanhante que
ajudasse na parte pedagógica. ‘Estou cansada da falta de preparo com minha
filha’, escreveu ela para a deputada.
Vanessa, também
da Capital paulista, mãe de Kenzo, autista não verbal que passou o ano em uma
sala com outros 32 alunos de cinco anos e um único professor. Ela pediu um
acompanhante ao município, mas recebeu que isso seria uma muleta ao pequeno.
‘Além de um desgaste e um absurdo, isso é completa perda de oportunidade de
aprendizado de meu filho’, lamentou.”
São relatos que
integram rol maior de ocorrências, que a deputada Andréa Werner recebeu nesse
último ano na Assembleia Legislativa, quando ao menos 560 denúncias de mães de
todo o estado revelam que a inclusão escolar, embora um direito assegurado por
leis e tratados, não acontece na prática. A maioria das denúncias é sobre o
ensino público.
Em todas elas,
crianças e adolescentes com deficiência, principalmente autistas, alijados do
direito de aprender por meio de ferramentas de acessibilidade, já que tanto
secretarias municipais, salvo raríssimos casos, e mesmo a estadual estabelecem
políticas que descumprem a legislação federal mais recente e estreitam o
entendimento de acessibilidade, aquilo que é necessário à inclusão de alunos
com deficiência física.
É muito
importante, conforme tem expresso a deputada Andréa Werner, que possa logo o
ministro Camilo Santana homologar o Parecer Orientador 50, do Conselho Nacional
de Educação, pois é importante que a Educação se torne cada vez mais inclusiva.
Eu, portanto,
aqui venho enaltecer e prestar minha solidariedade ao apelo da deputada Andréa
Werner em seu excelente artigo publicado hoje na “Folha”. Peço por gentileza
que possa ser registrado na íntegra esse artigo da deputada Andréa Werner, que,
inclusive, é publicado neste Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Será
encaminhado, nobre deputado Eduardo Suplicy, de forma regimental.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
*
* *
O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Dando início ao
Grande Expediente, com a palavra a nobre deputada Andréa Werner, por cessão da
deputada Thainara Faria. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, colegas deputados, colegas deputadas. Hoje é
o Dia Internacional da Conscientização sobre o Autismo, decretado pela ONU. Eu
sei que eu falo muito de autismo aqui, mas vocês vão ter que me aguentar mais,
porque hoje não dá para não falar sobre autismo.
Eu comentei
ontem, em uma sessão solene que teve no Senado, em Brasília, que foi organizada
pelo senador Flávio Arns - que é do meu partido -, PSB, que a gente precisa
focar muito ainda na ideia de conscientização. Infelizmente.
E eu digo isso
com base nos relatos que eu recebi no último ano no meu gabinete e nas
histórias que eu ouvi de autistas e as suas famílias na última década. Eu sou ativista
pelos direitos das pessoas com deficiência há mais de dez anos.
Eu trouxe
algumas dessas histórias em um artigo que eu escrevi para a “Folha de S. Paulo”,
que foi publicado hoje. São as histórias do Arthur, que é filho da Vitória, que
só fica meia hora na escola, porque não tem um acompanhamento especializado; da
Júlia, de 14 anos, que está não alfabetizada e que não tem nenhuma adaptação
pedagógica; e do Kenzo, de 5 anos, que é não oralizado e ficou sem nenhum apoio
na sala, com 32 alunos, e com quase nenhum aproveitamento nas aulas. Isso é
inclusão?
Também a
história do Theo, meu filho. Hoje o Theo é uma exceção, na verdade, porque ele
tem acompanhamento graças a uma liminar, porque eu processei o estado de São
Paulo e eu ganhei uma liminar para que ele tivesse um acompanhamento na escola,
acompanhamento esse que não era fornecido na escola estadual.
Se eu fosse
listar nomes e histórias dos problemas que a gente tem, aqui, de educação
inclusiva - porque a gente lida mais ou menos com 70 denúncias por dia no
gabinete -, eu precisaria de alguns dias na tribuna. Mas, em vez disso, eu vou
parar com esses exemplos e ir para o problema real, que é muito maior do que a
situação atual aqui só no estado de São Paulo.
A Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva foi um marco
no Brasil. É uma época em que não tinham crianças e adolescentes com
deficiência nas escolas. E essa política propiciou isso. Ela mudou a nossa
realidade, e por isso eu vou ser sempre grata a essa política. Sempre terá
minha admiração e o meu respeito.
Porém, essa
política já tem quase 20 anos. É uma política de 2008, o ano em que meu filho
nasceu e em que eu nem sonhava que ele era autista. A gente precisa ver em que
pontos ela envelheceu mal, a gente precisa olhar para isso, até porque a gente
teve novas leis federais depois dessa política.
Essa política é
de 2008, só que a gente teve, em 2012, a Lei Berenice Piana, que colocou o
autista como pessoa com deficiência e deu o direito ao acompanhante especializado
na escola; e a gente teve, em 2015, a Lei Brasileira de Inclusão, que é um
marco nos direitos das pessoas com deficiência, que também traz o direito ao
acompanhamento e direito a adaptações razoáveis na escola.
Essa política
falhou, e vem falhando, não só com alunos autistas, mas também com alunos que
têm deficiência intelectual, superdotação e altas habilidades, dislexia, TDAH,
discalculia e dezenas de outros perfis de crianças que são neurodivergentes.
A gente deu um
passo importantíssimo, que foi o seguinte: as pessoas precisam ser vistas na
sua potencialidade, jamais definidas pela sua deficiência. Só que isso não quer
dizer que a deficiência vai ser ignorada e que a oferta de adaptações vai ser
vista como exclusão. Tem muita prefeitura que nega esse direito ao acompanhante
especializado, dizendo que o acompanhante especializado exclui a criança dentro
da sala.
Aliás, é esse
que é o tão falado modelo biopsicossocial; ele não descarta a questão da deficiência.
Entender que uma deficiência pode trazer uma demanda única - isso é a
verdadeira manifestação da diversidade. Pessoas diferentes precisam de coisas
diferentes, de suportes diferentes.
E quando as
pessoas não têm acesso ao que elas precisam de verdade, a gente tem histórias
como do Kenzo, a gente tem histórias como do Arthur e da Giulia, e a história
do Theo, antes de ele ganhar a liminar.
E é por isso
que hoje, quando foi feito um estudo que consultou mais de 4.500 professores,
concluiu-se que 70% dos alunos de inclusão não têm participação efetiva nas
aulas. Eu pergunto de novo: isso é inclusão? A atual política que a gente tem,
lá de 2008, colocou os alunos com deficiência dentro da sala de aula.
Dentro da sala
de aula regular - é melhor lembrar. E isso é muito bom, mas inclusão não é só
matrícula. A inclusão é poder acessar o planejamento, é poder ver plenamente o
que é oferecido. Isso exige adaptação. É participar, é aprender.
E é por isso
que eu defendo a homologação do Parecer Orientador no 50, do CNE,
que o deputado Suplicy citou aqui, porque ele fala sobre formação de
professores e auxiliares com base em evidências científicas; fala sobre plano
educacional especializado, que é uma orientação da ONU, da Convenção das
Pessoas com Deficiência; fala sobre trazer o que a ciência diz a respeito da
educação inclusiva para dentro da escola, o que já é utilizado em muitos países
avançados.
Homologa,
ministro Camilo; estamos pedindo. A gente não pode esperar o mundo perfeito, em
que as salas vão ter número reduzido de alunos e todos os professores sabem o
desenho universal de aprendizagem, porque primeiro a gente nem sabe se esse
mundo ideal vai chegar.
Segundo, porque
mesmo se todos os professores souberem o tal desenho universal, ainda vão ter
alunos precisando de adaptações. O desenho universal é só o primeiro nível; o
segundo nível previsto na Lei Brasileira de Inclusão são as adaptações
razoáveis.
Professores
estão com burnout. Alunos autistas estão excluídos. A gente precisa trocar a
roda do carro com o carro em movimento, como se diz. O que a gente pode fazer
agora, neste mundo que está longe de ser o ideal, para melhorar esse cenário?
E hoje cedo eu
tive uma notícia boa: eu fui ao evento da Secretaria Estadual da Pessoa com
Deficiência, lá no Memorial da América Latina, e o vice-governador Felicio
Ramuth informou que um decreto que eu vinha costurando já há algum tempo com a
Secretaria da Educação vai finalmente ser assinado pelo governador Tarcísio
esta semana.
Um decreto que
permite a entrada de acompanhantes pessoais de crianças com deficiência na
escola. Porque o que vinha acontecendo é que as escolas impediam a entrada
desses profissionais, que são pagos pela família ou pelo plano de saúde, mas
também não davam nada em troca. Não davam acompanhante especializado. Muitas
vezes, sugeriam para a família: “Olha, mãe, você pode vir ficar com o seu filho
aqui”.
Como se esses
80% de mães solo, de crianças autistas, pudessem parar de trabalhar para
acompanhar o filho na escola, o que é muito injusto. Isso é um passo muito
importante, juntamente com a contratação dos acompanhantes especializados,
previstos em lei, que a gente está agora fiscalizando.
A gente também
precisa falar do acesso à saúde. A gente tem cidade no estado de São Paulo, de
mais de 110 mil habitantes, que tem um neuropediatra para fazer diagnóstico.
Tem cidade que
não tem nenhum. A gente recebeu denúncia de que a prefeitura está mandando as
pessoas irem em profissional particular, recomendando que as pessoas procurem
profissional particular.
Se uma criança
com alto nível de suporte tem que esperar dois anos - porque isso acontece
bastante - para ter o diagnóstico, ou se ela passa todo esse período sem as
intervenções que são adequadas, intervenções intensivas, a gente perde uma janela
essencial no desenvolvimento dessa criança. Ela poderia ter adaptações e
acompanhamento necessário, que levaria ela a ter maior autonomia no futuro.
É difícil
conseguir o diagnóstico. Mas às vezes você consegue o diagnóstico e não tem a
terapia, porque a gente sabe que no SUS é muito difícil. O que leva a famílias
a juntar dinheiro, fazer uma vaquinha, fazer uma faxina a mais, e contratar um
plano de saúde. Acabaram os problemas?
Não. Do nada, a
família recebe uma cartinha do plano de saúde, avisando que aumentou 50% o
preço da mensalidade. Ou, o que vem acontecendo em massa desde o ano passado:
planos de saúde cancelando unilateralmente os planos, principalmente de
crianças autistas, porque essas crianças não são interessantes financeiramente
para os planos de saúde.
Eu recebi mais
de 800 denúncias no último ano, relacionadas a más práticas dos planos de
saúde, que descredenciam clínicas, ou que cancelam unilateralmente os planos.
Eu levei isso
para o Ministério Público, que abriu seis inquéritos contra planos de saúde no
estado de São Paulo. Enquanto isso, a ANS dorme em berço esplendido. Compararam
o autismo a câncer na capa de um grande jornal. Ficam trazendo exemplos
irreais, falando que crianças autistas fazem 80 horas de terapia por semana. Isso
é um unicórnio, senhores e senhoras. Isso não existe.
Só que a gente
vê, nas denúncias que eu recebo no gabinete, que, na verdade, os planos
cortados são de famílias de crianças que fazem 10 horas de terapia por semana.
Isso é mentira.
Me encaminhando
para o encerramento, eu repito o meu pedido de ontem, que eu fiz no Senado.
Abramge, Fenasaúde, manda para a gente, por favor, qual é a porcentagem dos
clientes autistas que vocês têm, que fazem mais de 20 horas de terapia por
semana, que eu quero muito ver esse número.
Para encerrar,
a gente precisa falar de autistas adultos. Eles crescem e eu sou um exemplo
disso. Eu fui diagnosticada aos 47. Autistas adultos, que saem da escola, mas
não têm autonomia suficiente para ir para o mercado de trabalho ou para uma
universidade vão para aonde? Para casa.
Porque a gente
não tem Centros Dia. E Centros Dia estão previstos no Novo Viver sem Limite, do
governo federal. Mas o Estado de São Paulo precisa aderir ao Novo Viver sem
Limite, para que essa verba venha para o Estado, e esses Centros Dia sejam
construídos.
Sabem qual é
maior preocupação que eu tenho, e toda a mãe de um autista grau três também
tem? Quem vai cuidar do meu filho depois que eu morrer? Eu não sou eterna. Eu
tento cuidar da minha saúde, mas jamais sei quando eu vou abandonar o meu
filho. E eu também não sei quem vai cuidar dele depois que eu morrer.
Eu tenho uma
amiga, que tem três filhos autistas, que ela fala assim: “Eu queria ter o
direito de morrer”. A gente não tem o direito de morrer, porque os nossos
filhos podem parar na rua. Porque a gente não tem um programa de resistências
inclusivas ou assistidas do governo federal, do estado, dos municípios.
Falta tudo.
Falta lugares adequados, especialistas preparados, processos de diagnóstico.
Então a gente vai continuar trabalhando, tanto pela conscientização quanto pela
construção de políticas públicas sólidas para essa população.
Esse trabalho,
eu vou continuar fazendo todos os dias como deputada, e também como mulher
autista, e como mãe de um rapaz autista de 15 anos.
Muito obrigada.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem.
Querida deputada Andréa Werner, toda a força para que possam, os autistas, ter
uma melhor assistência no nosso País.
Tem a palavra agora a deputada Leci
Brandão, em permuta com o deputado Luiz Fernando Ferreira, pelo tempo
regimental.
A
SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Exmo. Sr. Presidente, senador Eduardo Suplicy, sempre
senador, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, deputada Andréa Werner, antes da
retirada de V. Exa., queria dizer que, para esta Assembleia, é muito importante
que a senhora esteja hoje entre os 94 deputados desta Casa, porque é o que a
gente chama de legitimidade, uma pessoa que está aqui representando, sabendo do
problema, que tem filho, enfim, e que está fazendo um trabalho fantástico
dentro desta Casa. Queria parabenizá-la e que Deus a abençoe por isso.
Deputado Enio
Tatto, deputado Paulo Fiorilo, público que nos assiste da galeria - que é
sempre bom quando a galeria tem alguém, às vezes ela está lotada, mas nem
sempre está lotada, mas tem pessoas que, embora a quantidade seja pouca, são
pessoas que estão assistindo ao trabalho da gente -, funcionários desta Casa,
funcionários de todos os setores, inclusive do setor dos serviços gerais, a
gente vem falar do mesmo assunto, assunto que foi citado aqui pelo Capitão
Telhada e pelo deputado Simão Pedro também: é o Dia Mundial da Conscientização
do Autismo.
De acordo com a
matéria publicada hoje no G1, a boa notícia é que, entre 2022 e 2023, no
Brasil, o número de crianças e adolescentes no transtorno de espectro autista
matriculados em salas de aula comuns aumentou 50 por cento. “Cientistas e
profissionais da Educação reforçam que a convivência entre pessoas com e sem
deficiência é benéfica para todos, tanto do ponto de vista social quanto do
cognitivo”.
Por isso, além
de matricular essas crianças nas escolas, é necessário garantir o acesso, a
permanência, a participação e a aprendizagem delas. Para isso, precisamos
aprimorar a formação de todos os profissionais envolvidos nesse processo, em
especial dos professores, pois, infelizmente, muitos buscam essa capacitação
por conta própria, sem o apoio do estado.
Outros fatores
também precisam ser enfrentados para que a inclusão seja efetiva, como o
enfrentamento ao bullying, à evasão escolar, a ausência de recursos das escolas
e a presença de mais profissionais, como fonoaudiólogos, psicólogos e
pedagogos.
Além disso, é
sempre bom lembrar que uma escola que recusa a matrícula de um aluno com
autismo está cometendo um crime que já está previsto na Lei nº 7.583, de 1989.
Digo que é bom lembrar que ainda há muitas escolas que criam desculpas para não
matricular crianças com autismo. Isso precisa acabar.
Para encerrar,
convido todos a participarem, na próxima sexta-feira, dia 5 de abril, a partir
das nove horas da manhã, no Auditório Teotônio Vilela, aqui na Alesp, do
encontro “Fonoaudiologia e atuação no TEA”. O debate será realizado pelo nosso
mandato a pedido do Conselho Regional de Fonoaudiologia.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimento a
deputada Leci Brandão e passo a palavra ao deputado Reis, em permuta com o
deputado Donato.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Suplicy, nós temos vários assuntos para
falar e cinco minutos no Pequeno Expediente é pouco. Hoje a Casa está bastante
participativa.
Não é todos os
dias que a gente vê deputados ficarem sem falar no Pequeno Expediente ou se
reinscreverem e não serem chamados porque houve uma participação que deveria
ser todos os dias, essa participação. O povo precisa ouvir os deputados
falarem, cobrar o governador, cobrar as políticas públicas.
Então, o ideal
é que todos os dias ficassem parlamentares sem tempo para falar, tamanha a
concorrência por esse microfone. Mas não é o que acontece na segunda, na
quinta, na sexta, e às vezes, nos dias que não tem extraordinária também,
terça, quarta que não tem extraordinária também. O ideal era que todos os
deputados pudessem estar sentados aqui no horário do Pequeno e do Grande
Expediente, e falando.
Já foi falado
que acabou a Operação Verão. Mas acabou a Operação Verão porque o verão acabou.
Então, agora entra a Operação Outono, depois a Operação Inverno, depois a
Operação Primavera. Então, as operações não acabam, elas continuam existindo.
Já pensou se a Polícia fosse trabalhar só no verão, só na Operação Verão?
Então, tem a
Operação Verão, e hoje, então, nós estamos dando início à Operação Outono.
Depois vai vir a Operação Inverno, a Operação Primavera, e volta de novo a
Operação Verão.
Mas é fato que
a Operação Verão, essa forma de fazer segurança do atual governo, ela tem
resultados práticos, tem apreensão de drogas, tem apreensão de armas, tem
prisões. Aliás, inchou bastante as prisões, mais de mil presos.
Mas o trabalho
de policiamento tem que ser efetivo. Ele tem que ter um plano de trabalho. Ele
não pode ser só um plano de verão, ele não pode ser só um plano por um
determinado tempo. Tem que ter efetividade porque o crime não para, o crime
continua. Se o crime não para, o crime continua, o polícia tem que ter efetividade.
Mas também
houve resultados deprimentes da Operação Verão. “Uma mãe de seis filhos é
baleada em ação da Polícia Militar na Baixada Santista. A morte de Edneia Fernandes,
31 anos, engrossa a estatística de fatalidade da Operação Verão, que acumula
mais de 50 óbitos. Prima da vítima diz que a versão da Polícia é mentirosa.
Edneia
Fernandes, 31 anos, morreu após ser baleada na quarta-feira em uma ação
policial em Santos. A morte da mulher, que era mãe de seis filhos, engrossa a
estatística de fatalidade da Operação Verão, que acumula mais de 50 óbitos na
Baixada Santista.”
Isso aqui está
registrado nos jornais de grande circulação. “O boletim de ocorrência diz que Edneia
conversava com uma amiga em uma praça quando recebeu um tiro na cabeça”.
Imagina uma
pessoa de bem lá conversando, do nada, um tiro na cabeça. Ela foi levada por
testemunhas a uma unidade de Pronto Atendimento, em seguida transferida à Santa
Casa de Santos.
A PM disse ao
‘Brasil de Fato’ que no momento da morte, os policiais trocavam tiros com dois
homens em uma moto. A versão foi chamada de mentira pela prima da vítima, que
estava lá, próximo dela.
Tainá Santos,
ao “Portal G1”. Segundo ela, o único disparo partiu da Rocam. Conforme a PM, os
homens de moto desobedeceram a uma ordem de parada e atiraram contra os
policiais. A corporação diz ainda que a dupla conseguiu fugir e que a
motocicleta foi apreendida.
Todas as
circunstâncias relativas aos fatos são rigorosamente investigadas pelo 5º DP de
Santos e pela Polícia Militar, que instaurou IPM. Exames periciais foram
solicitados, e tão logo os laudos sejam concluídos, serão submetidos à
autoridade policial para análise do esclarecimento do caso”.
Então isso é um
registro de uma ocorrência ruim, porque uma pessoa de bem levou um tiro, uma
bala que não sabe como se deu, mas que acabou falecendo. Deixou filhos, seis
filhos.
E eu quero também registrar aqui uma outra
ocorrência, porque como o governo estimula esse clima de enfrentamento, e às
vezes falta cautela, a de cautela, “ad cautelam”. Eu sempre aprendi que a
Polícia tem que ter cautela nas suas ações.
Eu gostaria de
passar o vídeo, pedir para assessoria técnica passar um vídeo sobre o desespero
dos policiais militares após atirarem em um policial do grupo de elite do COE,
da PM de São Paulo.
De acordo com a
Secretaria de Segurança Pública, os policiais militares avistaram Vieira, sem
trajes militares, abordando um veículo parado. Então ele estava lá com a sua
motocicleta e viu que tinha um veículo que estava dando várias voltas no
quarteirão. É um vídeo de 30 segundos.
E ele foi
fazer a abordagem e aí uma viatura se deparou com essa situação e acabou
atirando no cabo Rahoney. Um vídeo feito por moradores
da Vila Andrade, zona sul de São Paulo, mostra o desespero de policiais
militares ao perceberem que atiraram por engano em um colega do grupo de elite
da corporação. O cabo Rahoney de Paula Vieira, de 31 anos, não resistiu aos
ferimentos.
Ele atuava no Comando de Operações Especiais da PM, o COE.
A ocorrência foi registrada na noite de sexta-feira, durante um patrulhamento
do 16º BPM/M. PMs suspeitaram ao verem Rahoney, que estava à paisana e de
capacete na cabeça, fazer uma abordagem com arma ao motorista de um carro de
aplicativo. Achando que se tratava de um assalto, os policiais, identificados
como um cabo e um soldado, atiraram contra o cabo.
De acordo com testemunhas, os policiais só percebem que
haviam atirado em um colega de farda após descerem da viatura. As imagens
mostram os agentes em volta de Rahoney, já caído no chão. Eles caminham de um
lado para o outro e parecem conversar em tom alterado.
Os próprios policiais tentam reanimar o colega. Em seguida,
o colocam na viatura e saem em alta velocidade. Rahoney foi levado ao
pronto-socorro do Hospital Albert Einstein, onde sofreu uma parada
cardiorrespiratória e morreu.
Segundo a polícia, o motorista de aplicativo abordado por Rahoney contou que tinha se perdido no bairro por causa de problemas em seu GPS e, por isso, teria sido abordado pelo policial de elite.
Então na realidade olhe como que tem que ter cautela. Você tem que dar a voz de prisão: “Largue a arma”. Você não pode já ir atirando. “Solte a arma”, você tem que gritar. Com certeza o cabo ia falar: “Eu sou policial”, porque isso já aconteceu comigo.
Eu prendi um traficante lá no Jardim Brasil e saí com o carro descaracterizado. Dois quarteirões, dez viaturas da PM tentaram me abordar e eu gritei: “Aqui é polícia”, tirei a carteira, mostrei, mas ainda corri risco de ser alvejado naquela ocorrência.
Então tem que ter cautela. A polícia se faz com cautela, “ad cautela”. Então se deparou com a pessoa armada: “Solte a arma, solte a arma”. Se tivesse feito o grito e não atirado, talvez teria salvo a vida do cabo Rahoney. Talvez o cabo Rahoney não teria sido vítima dos próprios colegas.
Claro, erro de tipo, aconteceu um erro de tipo. Os policiais pensaram que era um assaltante que apontava uma arma para um veículo, uma pessoa que pilotava um carro de aplicativo e pensando que ele estava assaltando, acabaram atirando. Mas antes desse atirar, a polícia tem que alertar aquela pessoa que está armada. O DHPP investiga o caso.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou que a PM e o
Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa investigam todas as
circunstâncias que envolvem a morte do policial. A pasta acrescentou que um dos
policiais do patrulhamento foi quem atirou contra o colega de farda, mas sem
especificar qual deles efetuou o disparo.
O caso é investigado como morte decorrente de intervenção policial. Então os nossos sentimentos à família do cabo Rahoney. E também eu quero entender que os policiais que acabaram por tirar sua vida, o drama que eles estão passando, porque tiraram a vida de um colega.
Então tem que haver mais treinamento, tem que haver mais cautela. A polícia tem que agir com rigor, mas ela tem que agir com cautela e esse fato é um fato que tem que ser levado nas preleções, tem que ser levado no dia a dia. Para quê? Para que outros fatos como esse não aconteçam.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem, deputado Reis. Passamos agora a palavra ao
deputado Enio Tatto, pelo tempo regimental.
O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria e funcionários desta Casa. Quero parabenizar a deputada Andréa Werner pelo seu artigo e pela sua fala, com muita propriedade, sobre o assunto do TEA. Eu também preparei uma fala sobre esse assunto no dia de hoje, dois de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
Nesse dia, gostaria de falar um pouco sobre diversas iniciativas do meu mandato em favor de ações voltadas à conscientização e garantia de direitos da população autista no estado de São Paulo.
Infelizmente, importantes projetos de minha autoria, aprovados aqui na Assembleia Legislativa, foram vetados e as leis não sancionadas pelos últimos governadores.
Quero destacar meu projeto de lei mais recente, aprovado em setembro de 2023, de número 274/2023, que determina ao poder público a distribuição gratuita de fones antirruído para pessoas com Transtorno do Espectro Autista, o TEA. O governo vetou o PL.
É importante esclarecer, para quem desconhece, que muitos autistas possuem hipersensibilidade auditiva. O barulho incomoda tanto, prejudicando a vida da pessoa. Fone antirruídos tem a função de equilibrar os sons para autistas com essa hipersensibilidade. Esses fones custam em média 80 a 200 reais, ou seja, é muito barato e não traria grandes despesas aos cofres públicos.
Apesar do baixo custo, as famílias mais carentes, de baixa renda, não têm como arcar financeiramente. Além disso, a compra dos fones em grande escala reduziria ainda mais o seu custo para o Estado.
O Governo do Estado previu para a Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência um orçamento de 68 milhões, 334 mil e onze reais para 2023, tendo sido empenhado 50 milhões, 742 mil e 800 reais. Ou seja, deixou de gastar 17 milhões, 591 mil, 211 reais.
Como se isso não bastasse, o Estado previu gastar com investimento, obras e equipamentos permanentes, no orçamento de 2023, o valor de 16 milhões, 817 mil nessa pasta dos Direitos da Pessoa com Deficiência, tendo sido empenhado apenas um milhão, 529 mil, um corte de 90 por cento.
Já o valor previsto de 69 milhões e 700 para 2024: houve um congelamento de nove vírgula um milhões. Com essas decisões, o Governo vem demonstrando total insensibilidade em relação às necessidades da pessoa portadora do TEA.
Além disso, fui autor do Projeto de lei n.º 969, de 2019, que cria o “Programa Senso de Pessoas com TEA”, o Transtorno do Espectro Autista, e de seus familiares, aprovado nesta Casa Legislativa em 2020 e vetado pelo governador João Doria. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, OMS, cerca de 70 milhões de pessoas possuem o transtorno do espectro autista, sendo dois milhões delas no Brasil.
O censo escolar do Brasil registrou um aumento de 280% no número de estudantes com o TEA matriculados em escolas públicas e particulares apenas no período entre 2017 e 2021.
No Brasil, dados da Organização Mundial de Saúde sugerem a existência de dois milhões de autistas, mas essa estimativa é considerada desatualizada. O número de diagnósticos do TEA vem crescendo aceleradamente, atingindo a faixa de um a cada 44, segundo o relatório de 2022.
Se essa proporção fosse adaptada para a população brasileira, isso resultaria em um contingente de mais de quatro milhões de pessoas. Como o transtorno é pouco conhecido, essa diferença muitas vezes é tratada com preconceito e discriminação. Muitas famílias enfrentam discriminação por terem familiares com TEA, chegando até a sofrer ameaças de vizinhos pelo barulho feito pelas crianças.
Há também casos de escolas que, por desconhecimentos, dificuldade de lidar com suas características ou em razão de ausência de profissionais especializados, impedem que essas crianças sejam matriculadas regularmente.
Há também desconhecimento das famílias sobre o Plano de Educação Individual, o PEI, uma proposta de organização curricular desenvolvida especialmente para cada educando com TEA, que tem o objetivo de nortear a mediação pedagógica do professor e de desenvolver o potencial do aluno.
A Lei Estadual 17.158, de 2019, de
minha autoria, ainda não regulamentada, determina a criação da Política
Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA no estado de São Paulo.
Em resumo, a lei garante vida digna, integridade física e moral e livre desenvolvimento da personalidade, acesso às ações e serviços de saúde, de alimentação, proteção contra o abuso e discriminação. Inclusive, com a obrigatoriedade de as escolas não recusarem o direito à matrícula, moradia, assistência social e acompanhante especializado quando necessário.
Portanto, é de responsabilidade do Estado a criação dessa política estadual específica. O fato é que o Governo do Estado de São Paulo ainda não tem um programa específico visando eliminar a discriminação e fortalecer os direitos de cidadania das pessoas que integram esse grupo. Tem abdicado de formular uma política pública e de assegurar os direitos das pessoas do TEA.
Além disso, encontra-se em tramitação o Projeto de lei 1.005, de 2023, também de minha autoria, que institui o auxílio financeiro para as mães atípicas, com a finalidade de garantir as despesas de moradia, estudo, alimentação, medicamento e tratamento de saúde física e mental.
A maioria das mães de crianças com deficiência cuidam de seus filhos sozinhas. A pergunta é: quem cuida de quem cuida? Maternidade atípica, um termo que tenta chamar atenção da sociedade para as necessidades da mulher que cuida das pessoas com deficiência.
Coloquei alguns dados aqui, Sr. Presidente, Srs. Deputados, porque, muitas vezes, você faz boas leis, aprovadas por diversos deputados. Tanto é que, no dia de hoje, muitos usaram a tribuna, mas quando precisa garantir no Orçamento dinheiro para viabilizar esses programas, essas leis que foram aprovadas aqui, a gente não encontra no Orçamento, como eu tenho colocado aqui. E, muitas vezes, o pouco que é colocado ainda é congelado, é tirado do Orçamento.
Era isso, Sr. Presidente. Mais uma vez, quero parabenizar todos aqueles que pronunciaram sobre esse importante tema no dia de hoje, dois de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
Obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem,
deputado Enio Tatto. Agora tem a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.)
Marcos Damasio. (Pausa.) Ediane Maria. Tem a palavra pelo tempo regimental.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL – SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada,
Sr. Presidente. Quero falar aqui uma boa tarde a todos, todas e todes, os
deputados aqui presentes, os funcionários desta Casa.
Hoje é um dia
de muita celebração, porque hoje completam 11 anos que foi sancionada a PEC das
domésticas. Foi um momento para nós que ficamos, por 70 anos, fora. Nós não
éramos vistas como trabalhadoras, mas sim como empregadas, como aquelas que não
tinham direitos.
Eu, enquanto
uma mulher não organizada em movimentos, mas aquela trabalhadora que estava ali
na base com mais de dez anos trabalhados, em uma casa só de família, onde
sempre fui muito bem tratada dentro daquela normalidade, aquilo me fazia preencher
o coração.
Mas chega um
momento em que várias de nós começam a pensar: “Como que vai ser o meu futuro?
Será que eu vou ter uma aposentadoria? Será que eu vou ter um direito
garantido? Quem vai me assegurar? Quem vai olhar por mim se eu cair aqui doente?
Quem vai olhar pelos meus filhos?”.
Bom, nós
tivemos uma presidenta, nós tivemos também a nossa honrosa, essa mulher
maravilhosa que lutou bravamente, a Benedita da Silva, que foi lá e brigou, e
fez com que a gente chegasse nesse lugar, mas eu quero falar da PEC das
Trabalhadoras Domésticas, que completa hoje 11 anos.
Eu quero falar
de um olhar de uma mulher que não pôde, por tanto tempo, questionar. Questionar
sobre a sua condição no trabalho. Sabe, o Estado omisso que joga nós, mulheres,
em sua grande maioria, mais de 90% da categoria é composta por mulheres negras,
que é a base também, de um sistema que mostra claramente um País que não pensou
na população preta que, por quase 400 anos, foi escravizada neste País. E que
sai, depois de tanto tempo de descaso a gente sai, livre. São 135 anos da
abolição da escravidão neste País.
Meu avô nasceu
já livre, mas sem direitos. Eu vim a ter direitos há 11 anos, quando eu vim a
ter uma carteira de trabalho com registro; onde eu pude questionar - não só eu,
mas várias mulheres a que eu tive acesso naquela época -, sobre ter que cobrir
férias, sobre não ter direito a férias, sobre não ter um natal com a minha
família, sobre ter que negociar, se caísse o feriado na segunda-feira, eu tinha
que negociar a terça-feira ou a quinta-feira, porque eu não poderia ficar em
casa.
E eu, naquele
momento, assim como tantas outras mulheres, não podia falar “não”. Eu tinha que
escolher o dia e eu tinha que ir trabalhar naquele dia. Mesmo se tivesse um
compromisso de uma reunião na escola, se tivesse um médico, eu ia trabalhar,
porque não tinha um estado que olhasse por mim, não existia um estado que
falasse: “tem uma lei que você se assegura nela”.
Então falar da
PEC das Domésticas é dizer que não só foi um registro em carteira, foi
dignidade, foi poder falar “não”, foi poder exigir os meus direitos e foi poder
olhar e falar assim: “agora sim, eu estou assegurada; agora sim, eu sou uma
trabalhadora”. Isso, para quem nasceu na sociedade com direitos, talvez seja
tão pouco. Talvez não seja nada. Mas para quem nasceu sem ter uma perspectiva,
isso é muita coisa.
Onze anos se
passaram, 2020 chegou. Em 2017, teve uma grande queda e muitas de nós voltaram
para a informalidade, várias de nós tiveram que negociar, deputado Suplicy, com
o patrão.
Para quem não
lembra, a PEC das Domésticas atingia, chegava em quem tinha três vezes, por
semana, trabalhado em uma casa de família; essa mulher tinha direitos
assegurados, essa mulher teria, sim, o registro em carteira. Agora, quem
trabalhava dois dias, não. Quem trabalhava um dia, não tinha nenhum vínculo
trabalhista.
E a gente viu
uma grande movimentação, que foi aquela movimentação de vários patrões.
Inclusive os meus, de chegar para mim e falar: “Ediane, vamos tirar um dia seu,
para você continuar aqui com a gente”.
Nós entendemos
que naquele momento, também foi um momento de muito desespero, porque vários
patrões, naquela época, também tinham que tirar do seu bolso, também tinham que
tirar, muitas vezes, da sua casa para pagar alguém, porque é o caso de muitas
de nós, que várias vezes ganham um salário mínimo ou menos que isso, e temos
que sair para trabalhar. Porque é melhor garantir o menos do que não ter nada.
E muitas vezes
temos, sim, que dar um pouco, ajudar outra pessoa. A gente está falando dessa
informalidade que este País insiste bravamente em manter. Hoje, mais de 40% da
categoria ganha meio salário mínimo, de várias mulheres que têm uma faxina na
semana.
Quando a gente
fala da economia e de olhar com um olhar de solidariedade, de afeto e entender
que todo amor que a gente dá, é a imagem de quando uma mulher que trabalha dez,
20, 30 anos na casa de uma família, que doou sua vida inteira, é aquela imagem
daquela mulher que tem um teto para morar, mas que não tem um salário, essa
mulher não tem uma vida social, não tem um vínculo trabalhista, não tem nenhum
direito assegurado.
Quando essa
mulher é resgatada em trabalho análogo à escravidão - inclusive que aumentou
muito depois que o Ministério do Trabalho voltou à sua atuação - é importante a
gente falar dessa imagem da mulher que sofre, dessa mulher que não acredita que
viveu uma vida inteira sem direito, sendo que o que ela fez a vida inteira foi
doar o seu tempo, o seu afeto, o seu amor.
Por isso é tão
dolorido ver aquela imagem quando nós somos resgatadas, quando nós tivemos
muitas vezes em que ouvimos que nós tínhamos que escolher entre ficar os dois
dias e se manter na informalidade ou lutar pelos três dias para a garantia de
direitos, porque nós seríamos dispensadas.
Hoje nós
entendemos que é necessário, e eu tenho muito orgulho, porque eu recebo muita
gente no meu gabinete, mas também muita gente na rua, que me procura. Quando a
gente lançou aqui nosso mandato, lançou aqui o PL da Casa da Doméstica, foi um
momento de muita alegria, muita vibração, porque a gente viu que o estado de
São Paulo precisa se responsabilizar.
O estado de São
Paulo tem que olhar para si próprio e entender a importância desse mecanismo,
até porque várias de nós, assim como eu, vem para cá para trabalhar em casa de
família. Mas qual é o olhar que o estado de fato tem pensado em políticas, em
critérios sociais para que se garanta direitos trabalhistas, direitos sociais?
Por isso que eu
não tenho muito orgulho quando falam que é o estado mais rico da América do Sul
- eu terei um dia, sim, muito orgulho quando falarem “todos os trabalhadores,
todos os imigrantes que vêm construir este Estado, todos os imigrantes estão
tendo seus direitos assegurados”.
A gente vê
ainda um estado que esta Casa... Eu tenho muito orgulho que tenha tramitado o
nosso projeto aqui, em regime de urgência, mas a gente viu o governador
Tarcísio vetar por completo, sem nem sequer ter um diálogo, sem nem sequer
entender, de fato, quais são as necessidades que nós estamos precisando para
que nossa categoria tenha dignidade.
Falar da
economia é entender que a diarista, é entender que a trabalhadora doméstica, a
babá, a cuidadora, quando sai da casa do patrão, que faz a sua diária, essa
mulher, a primeira coisa que vai fazer é guardar o dinheiro para pagar o
aluguel ou vai passar no supermercado, gastar aquele dinheiro da diária com
comida.
A gente está
falando que nós giramos a economia, nós giramos e movimentamos o PIB deste
País. O que está faltando é ter direitos, olharem para nós como uma categoria
que é gigante, e por isso que tem essa insistência o tempo inteiro para que a
gente não se organize. Existe um ataque direto para que a gente não se
fortaleça.
Por isto que é
tão difícil a gente ver uma marcha gigante das trabalhadoras domésticas lutando
e reivindicando os seus direitos: porque nós ainda, até hoje, depois de 135
anos da abolição da escravatura, nós continuamos, sim, tendo que negociar
muitas vezes com o nosso patrão e tendo que negociar, muitas vezes, se nós
vamos comer ou se nós não vamos.
Então é
necessário que a sociedade olhe para esta data de hoje, dia 27 de abril é Dia
Nacional das Trabalhadoras Domésticas. É necessário que esta Casa se mobilize,
é necessário que, quando eu falo que eu amo a minha funcionária, por trás desse
amor é necessário que haja direitos.
Porque amor a
gente sabe que tem, a gente sabe que muitas pessoas contratam e tratam a gente
muito bem, mas é necessário que o estado se mobilize. É necessário que todo
mundo que tem essa consciência e que nos trata com muito carinho nos garanta o
direito de sermos mãe, de sermos mulher, de olhar para nós e perguntar se está
sofrendo algum tipo de violência.
Onde essa
mulher, que está na minha casa há dez anos, há cinco anos, há três anos, onde
essa mulher mora? Como estão os filhos dela? Como ela está? Essa mulher está
vindo cuidar da minha casa, mas será que ela tem uma casa para cuidar? Como
está essa pessoa que vem doar o seu tempo e cuidar da minha casa, cuidar dos
meus filhos?
Por isso
fizemos um seminário, que foi muito importante, sobre o trabalho doméstico e
cuidados, com a Laís Abramo, que é secretária de Cuidados. Lá tiveram vários
debates, porque o que falta para nós é falar.
Nós só
queríamos naquele momento falar, ouvir os movimentos, ouvir os pensadores,
pesquisadores, escritores que lutam e militam muito fortemente na pauta do
trabalho doméstico e cuidados. Este País é um país que está envelhecendo e nós
precisamos falar sobre trabalho doméstico, dignidade humana, sobre cuidados.
Então, por isso
que eu fico muito honrada. Várias vezes vou falar deste lugar, por mais que
incomode. Eu sei que é um incômodo necessário, estar aqui há um ano de mandato
sendo a primeira empregada doméstica eleita no estado de São Paulo. Eu não falo
por mim, mas falo por mais de 175 mil pessoas que foram para as urnas e
depositaram a esperança nesta Casa e que puderam se orgulhar, puderam falar.
Sabem o que é
falar, gritar, falar: “Ediane, minha mãe e minha avó trabalharam como doméstica
e elas são tão dignas, eu me orgulho tanto, porque eu sei pelo o que elas
passaram, o que elas viveram, o que nós passamos de distanciamento, mas estamos
aqui hoje”? Nós nos vimos pela primeira vez podendo fazer política.
O SR. PRESIDENTE -
EDUARDO SUPLICY - PT - Deputada, está na hora já. Três
minutos.
A SRA. EDIANE MARIA -
PSOL - Daqui a pouco eu termino. Vou concluir, presidente.
O SR. PAULO MANSUR -
PL -
Pela ordem, presidente. Eu queria também um minuto da palavra, ele vai falar.
Ela está segurando o tempo.
A SRA. EDIANE MARIA -
PSOL - Eu vou só concluir, deputado Paulo Mansur.
Pela primeira
vez nós nos orgulhamos de chegar nesta Casa e falar: chegamos para fazer a
transformação, por mais que incomode alguns, igual agora, que estou sendo
interrompida, por mais que haja esse incômodo, é um incômodo necessário, porque
é com incômodos que a gente muda a sociedade.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
Viva as
trabalhadoras domésticas deste País e deste Estado.
O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputada Ediane
Maria. Com a palavra a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Ricardo Madalena. (Pausa.) Lucas Bove. (Pausa.) Valeria
Bolsonaro. (Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Rafael Saraiva. (Pausa.) Rogério
Santos. (Pausa.) Tomé Abduch. (Pausa.) Gil Diniz. (Pausa.) Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Sebastião Santos. Tem a
palavra V. Exa. pelo tempo regimental. Tempo remanescente da sessão.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, funcionários, pessoas que nos assistem pela TV Alesp, pelas
redes sociais também, eu queria trazer a esta tribuna um debate sobre a questão
do transporte rodoviário do estado de São Paulo. O que é o transporte
rodoviário do estado de São Paulo? Um modal totalmente ultrapassado, que já não
atende a população, infelizmente, do Estado.
Nós temos
empresas praticamente centenárias hoje atuando no transporte coletivo do estado
de São Paulo. Isso faz com que não haja um bom transporte coletivo. Para os
senhores e as senhoras terem uma ideia, no ano de 2023, foram transportados
78.336.685 passageiros no serviço intermunicipal regular, que são aquelas
linhas outorgadas pelo estado de São Paulo ou pelo governo federal. Então,
estado de São Paulo pela Artesp; governo federal, ANTT.
E temos aí,
olha: coletivos de passageiros também, sendo 32.379.537 passageiros no serviço
regular, de característica rodoviária; e 45.957.112 passageiros no serviço
regular, de característica suburbana. Ainda no ano de 2023, o serviço regular
contava com 86 empresas, olha só.
Um estado com
mais de 40 milhões de pessoas, que tem 86 empresas, deputado, fazendo o
transporte de quase 78 milhões de pessoas, que vêm para o Estado, que saem de
uma cidade, vão para outra, que fazem a locomoção. Pessoas que vão trabalhar,
que vão passear; pessoas que vão para um tratamento médico, pessoas que vão
para um evento de turismo.
Então, nós
temos 86 empresas permissionárias para operarem as 429 linhas rodoviárias e 333
linhas suburbanas, totalizando 762 linhas, que estavam cadastradas com 2.065
ônibus.
Mais ou menos,
se nós colocarmos 2.065 ônibus, se fizermos duas viagens, vamos supor: o cara
que sai de Prudente, no Expresso Andorinhas, chega aqui em São Paulo, o ônibus
volta. Então, fez duas viagens. Ele transporta em torno de, por ano, 185.850
pessoas.
Mas nós estamos
falando de mais de 40 milhões de habitantes. E aí você tem também 1.119 ônibus
tipo urbano, utilizados para o serviço suburbano, totalizando uma frota que
comporta, hoje, 3.184 veículos nas duas modalidades.
No mesmo ano de
2023, a movimentação de passageiros em linhas intermunicipais nas seguintes
localidades foi... Vamos supor, um exemplo aqui: Barretos, que transportou aí,
para várias cidades, 278.863 passageiros. São José do Rio Preto.
Então, o
transporte de Rio Preto para várias localidades teve aí o transporte de
4.888.540 passageiros. Presidente Prudente: 2.512.331 passageiros. Bauru:
1.324.228 passageiros. Araçatuba: 292.393 passageiros.
Então, são 86
empresas. Empresas mais antigas, exemplos: Viação Gato Preto, desde 1927; ela
opera há 97 anos o transporte coletivo no estado de São Paulo. Empresas Gontijo
de Transporte, desde 1943; 81 anos. Viação Cometa: desde 1948; transporta
pessoas há 76 anos. Empresa de Transporte Andorinha, que transporta as pessoas
lá de Presidente Prudente desde 1948, há 76 anos.
Veja só: hoje,
nós estamos nos deparando com muitas reportagens de empresas dizendo assim: “eu
não quero tal linha, que faz itinerário A ou B, de município A para município
B”.
E nós temos aí
uma matéria que saiu esses dias, da Viação Danúbio Azul, uma viação que faz
transporte para várias localidades e que tem lá, na cidade de Barretos, o
transporte também de Barretos para outras cidades.
E, por acaso,
ela está deixando de atuar no itinerário Barretos-Porto Ferreira, também
Araraquara-Porto Ferreira, Barretos-Morro Agudo, Araraquara-Jabuticabal e
outros locais. Então, o que leva essas empresas de ônibus a deixar a atuação,
depois de tantos anos.
Há falta de
pessoas para transportar? Acredito que não. Mas infelizmente, o modal que nós
temos, para atender a população do estado de São Paulo, está muito aquém do que
é necessário. Você vê ônibus, exemplo, Rio Preto - Barretos, que de trevo a
trevo dá em torno de 84 quilômetros. Não tem banheiro, para atender o munícipe
que está sendo transportado.
Agora, uma
empresa que tem a cabeça de 86 anos de atendimento, ela pensa como? Como
iniciou lá atrás, ou como tem que ser o transporte coletivo hoje no nosso
Estado? Então eu queria pedir para a Artesp, e também para a ANTT, que faz o
transporte entre estados, que possam fazer um grande debate em prol da
população. Não só do estado de São Paulo, mas do Brasil.
População para
ser bem atendida, com equipamentos realmente de ponta, equipamentos de última
geração, como nós vemos nos países que vamos. Eu estive na Coreia do Sul. O
transporte lá é realmente algo que dá dignidade à população. Então, Sr.
Presidente, eu quero deixar a nossa fala. Vamos trazer vários temas de debates,
temas como esse.
A população
está ilhada em Presidente Prudente, em Ribeirão Preto, em Barretos, em Franca.
Essa população, que paga impostos, que quer ser transportada, e que não tem,
muitas vezes, o transporte coletivo para atender ela muito bem.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Para uma breve
comunicação, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Pois não.
Meus cumprimentos, deputado Sebastião Santos. Tem a palavra, pela ordem,
deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL
- PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, quero chamar a atenção de um caso que ocorreu
na cidade de Campinas.
Uma menina,
Kevelin, de apenas 10 anos de idade, foi na venda do bairro, na cidade de
Campinas, e foi abusada, morta cruelmente, e jogada na rua, encontrada largada
na rua. Esse homem, que a estuprou e a violentou, tem 32 anos. Em 2017, esse
cidadão foi preso por estupro.
Ficou só sete
anos, praticamente, na cadeia. Foi condenado a sete anos mas, em 2021, deram a
liberdade para ele no semiaberto. Tem pessoas de família, que estavam no dia 8
de janeiro, e estão presas até hoje. O que é um verdadeiro absurdo no nosso
País. A gente tem uma Justiça que defende o bandido.
Eu protocolei
um projeto de lei, aqui na Casa, que visa esses estupradores usarem
tornozeleira eletrônica na liberdade que eles tiverem. Então, se esse meu
projeto de lei tivesse passado aqui na Assembleia, possivelmente a Kevelin
estaria viva. Eu sou a favor da castração química para esses vagabundos. Mas
infelizmente não temos aqui no nosso País.
Então o que me
rege, aqui no Parlamento, é fazer esse projeto que passou na urgência. Eu
espero que eu convença todos os deputados. Tem muito deputado, inclusive, que é
da esquerda, que está a favor do meu projeto, como o deputado Reis, entre
outros.
Eu fico feliz.
Porque a direita já tem a aprovação desse meu projeto. Já conversei com os
deputados do centro. Mas preciso também dos deputados da esquerda, para
entenderem que as pessoas que cometem a pedofilia e o estupro não podem ficar
soltas. E, quando elas ficam soltas, no semiaberto, elas precisam ser
monitoradas, para não voltarem a cometer esses abusos.
A imagem está
aí na tela, a menininha, a última imagem que tivemos dela, uma menininha de
apenas 10 anos de idade, na cidade de Campinas. Emociona até olhar para uma
imagem dessa, os policiais ali. Além de ter estuprado, ainda jogou, matou e
largou essa menina no meio da rua.
Então é isso
que nós temos no nosso País. Nós precisamos passar esse projeto de lei aqui na
Assembleia Legislativa. Conversei com o governador e ele é a favor do projeto.
A maioria dos
estupradores pegam dez anos de prisão e saem por bom comportamento cumprindo um
quinto da pena, por cinco anos. Nesses próximos cinco anos, eles têm que ser
monitorados e, dentro do projeto de lei, esses estupradores não podem ir perto
de escolas, não podem ir perto de parques públicos.
Então, vai ser
um passo muito importante para o nosso estado de São Paulo.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Sr.
Presidente, para uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Sim, pode
fazer.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Muito foi falado desta tribuna hoje
sobre o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. Foi estabelecido em
2007.
Eu, como sou
avô de um garoto autista, vejo a necessidade de as crianças serem atendidas,
mas também vejo que o terceiro setor tem feito um trabalho muito importante. E
aqui quero salientar, parabenizar e agradecer à dona Neia e à dona Rose, que
são as pessoas que coordenam a Abads.
A Abads é a Associação
Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Pessoal, a antiga Pestalozzi, Sr.
Presidente. Está aqui em São Paulo, do lado da Marginal Tietê, e foi fundada em
1952.
É uma
instituição sem fins lucrativos que atende pessoas com deficiência intelectual,
autismo e transtorno do espectro autista, o TEA. Eu quero agradecer, porque ali
temos quase mil crianças e adolescentes sendo atendidos. Essas crianças
recebem, além do amor, é claro, que precisam, mas toda a técnica necessária
para que eles possam melhorar a sua condição de vida.
Então, Sr.
Presidente, quero agradecer e deixar os meus parabéns a todas as entidades que
têm feito a parte maravilhosa de atendimento à população.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Também quero
pedir a V. Exa. a suspensão dos nossos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos,
com acordo de lideranças.
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Por acordo de
lideranças, ficam suspensos os trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.
*
* *
- Suspensa às
16 horas e 07 minutos, a sessão é reaberta às 16
horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Havendo acordo entre as lideranças, eu requeiro a V. Exa. a
suspensão dos nossos trabalhos por 15 minutos.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Havendo acordo entre as
lideranças, nós suspenderemos os nossos trabalhos por 15 minutos.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 31 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 49 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci
Santos.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Reaberta a sessão.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem,
Sr. Presidente. Havendo acordo de lideranças, requeiro a V. Exa. a suspensão
dos nossos trabalhos até as 17 horas.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental. Havendo acordo de lideranças, nossos trabalhos estão suspensos
até as 17 horas.
*
* *
- Suspensa às
16 horas e 50 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 11 minutos, sob a Presidência
do Sr. Lucas Bove.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, está reaberta a sessão.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Pela
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Pela ordem,
deputado Jorge Wilson.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - Existe
acordo entre os líderes aqui para a suspensão por mais 15 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - É regimental,
havendo acordo, então, está suspensa a sessão por mais 15 minutos, retomaremos
às 17 horas e 26 minutos.
*
* *
- Suspensa às 17 horas e 11 minutos, a
sessão é reaberta às 17 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. André do
Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a
sessão. Ordem do Dia.
*
* *
- Passa-se à
ORDEM
DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a
mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 106, de 2022, de autoria do
Tribunal de Justiça, que cria serventia extrajudicial na comarca de Arujá.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa também requerimento do
nobre deputado Rogério Santos, com número regimental de assinaturas, nos termos
do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação com a finalidade de participar do lançamento da Frente
Parlamentar Mista contra o Aborto e em Defesa da Vida, no Congresso Nacional, a
realizar-se no dia 18 de abril do corrente ano, em Brasília, a ser custeado via
verba de gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento da nobre
deputada Beth Sahão, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art.
35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação
com a finalidade de despachar com os ministros do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, nos
dias 3 e 4 de abril do corrente ano, em Brasília, sem ônus para este poder.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento da
nobre deputada Thainara Faria, com número regimental de assinaturas, nos termos
do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação com a finalidade de participar do evento “Brazil Conference
2024”, a realizar-se nos dias 6 e 7 de abril do corrente ano em Cambridge,
Estados Unidos da América, sem ônus para este poder.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há também sobre a mesa requerimento da
nobre deputada Ediane Maria, com número regimental de assinaturas, nos termos
do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação com a finalidade de participar de um debate público em torno da
conjuntura política da Argentina e do Brasil, a realizar-se nos dias 1 a 5 de
maio do corrente ano, em Buenos Aires, Argentina, sem ônus para este poder.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Havendo acordo de lideranças, requeiro a V. Exa. a suspensão dos
nossos trabalhos por 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes, porém,
de suspender os trabalhos, convocação às Sras. e Srs. Deputados: nos termos do
Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento
Interno, uma reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação
e Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, às 17 horas e 40
minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto
de lei nº 106, de 2022, de autoria do Tribunal de Justiça, que cria serventia
extrajudicial na comarca de Arujá.
Havendo acordo de lideranças, está
suspensa a sessão por trinta minutos.
*
* *
- Suspensa às
17 horas e 34 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 09 minutos, sob a
Presidência do Sr. André do Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL – Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, nós retomaremos agora o debate sobre o projeto de lei que trata da
prorrogação do prazo para a entrega das terras devolutas, que a bancada do PT
já se posicionou contrária. E vai continuar, de forma clara e objetiva,
apontando os problemas que tem nesse projeto.
Como a gente ainda não recebeu todas as
informações que solicitamos, nós construímos um acordo com as lideranças, de
que nós vamos considerar como lido mais uma hora do debate. E voltamos na
próxima semana para continuar com uma hora e quinze e os encaminhamentos.
Espero que, até lá, a gente tenha as respostas que nós solicitamos.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente,
havendo acordo de lideranças, requeiro a V. Exa. o levantamento da presente
sessão.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, havendo
acordo de lideranças, vamos levantar a sessão, notificando que existe um acordo
de mais uma hora na discussão do projeto do Pontal. Então, nada mais havendo...
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS -
Sr. Presidente, só para ficar... Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Jorge Wilson.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS -
Restando uma hora e quinze.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, agora
resta uma hora e quinze para a discussão do projeto do Pontal.
Nada mais havendo a tratar e havendo
acordo entre as lideranças, esta Presidência dá por levantados os trabalhos e
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma
Ordem do Dia de hoje.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a
sessão às 18 horas e 11 minutos.
*
* *