26 DE AGOSTO DE 2025
32ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO e ALEX MADUREIRA
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 20h19min. Coloca em votação a emenda aglutinativa nº 9 ao PL 410/25.
2 - BETH SAHÃO
Encaminha a votação da emenda aglutinativa nº 9 ao PL 410/25, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
3 - ALEX MADUREIRA
Assume a Presidência.
4 - PROFESSORA BEBEL
Encaminha a votação da emenda aglutinativa nº 9 ao PL 410/25, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
5 - GUILHERME CORTEZ
Encaminha a votação da emenda aglutinativa nº 9 ao PL 410/25, em nome da Federação PSOL REDE.
6 - MÁRCIA LIA
Encaminha a votação da emenda aglutinativa nº 9 ao PL 410/25, em nome da Minoria.
7 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência. Coloca em votação e declara aprovada a emenda aglutinativa nº 9 ao PL 410/25.
8 - DONATO
Solicita verificação de votação.
9 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
10 - ANDRÉA WERNER
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
11 - GUILHERME CORTEZ
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.
12 - DONATO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
13 - ALEX MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
14 - ITAMAR BORGES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.
15 - RICARDO FRANÇA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
16 - ROGÉRIO NOGUEIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
17 - CAPITÃO TELHADA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
18 - SEBASTIÃO SANTOS
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.
19 - OSEIAS DE MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
20 - MARCIO NAKASHIMA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PDT.
21 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a deliberação anterior. Coloca em votação, englobadamente, as demais emendas ao PL 410/25.
22 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
23 - CARLOS GIANNAZI
Encaminha a votação das demais emendas ao PL 410/25, englobadamente, em nome da Federação PSOL REDE.
24 - DONATO
Encaminha a votação das demais emendas ao PL 410/25, englobadamente, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
25 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Encaminha a votação das demais emendas ao PL 410/25, englobadamente, em nome da Minoria.
26 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara rejeitas, englobadamente, as demais emendas ao PL 410/25.
27 - DONATO
Solicita verificação de votação.
28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
29 - ANDRÉA WERNER
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
30 - CARLOS GIANNAZI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.
31 - DONATO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
32 - ANALICE FERNANDES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
33 - SEBASTIÃO SANTOS
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.
34 - CAPITÃO TELHADA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
35 - CARLOS CEZAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
36 - DR. EDUARDO NÓBREGA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
37 - ITAMAR BORGES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.
38 - MILTON LEITE FILHO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
39 - OSEIAS DE MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
40 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que não atinge quórum regimental, ficando adiada a votação. Encerra a sessão às 21h49min.
* * *
ÍNTEGRA
* * *
- Abre a sessão o Sr. André do Prado.
* * *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Ordem do dia.
* * *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Votação adiada do Projeto de lei nº 410, de 2025, de autoria
do Sr. Governador, com requerimento de método de votação aprovado na 31ª Sessão
Extraordinária, com o Item nº 1 aprovado.
Item nº 2 - Em votação a emenda
aglutinativa.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem. Para encaminhar pela
bancada da Federação PT/PCdoB/PV, deputada Beth Sahão e a deputada Professora
Bebel.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental,
então. Com a palavra para encaminhar pela Federação PT/PCdoB/PV, a nobre
deputada Beth Sahão.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputadas e deputados, telespectadores
que acompanham a TV Alesp, é tão incrédulo um projeto como esse, deputada
Bebel, que esse projeto que chegou consegue ser pior do que o projeto de 2022.
Depois teve outro projeto em 2024 e agora esse, para o governo dar, fechar com
um grande presente para os seus amigos fazendeiros.
Na verdade,
esse projeto retoma o latifúndio em determinadas regiões do estado. Eu me
lembro muito bem que aquela região do Pontal do Paranapanema foi uma região em
que houve muita luta, muita batalha para que pudesse haver ali a reforma
agrária, para que pudessem as famílias receber os seus lotes e plantar aquilo
que está nas nossas mesas, que são os alimentos oriundos da agricultura
familiar.
No entanto, o
que o governo faz hoje? Ele volta a juntar essa terra para poder praticamente
dar um grande presente para os seus amigos, porque ele está vendendo com um
deságio de mais de 90 por cento. Isso é vergonhoso. Na verdade, um projeto como
esse, se aprovado, tem que parar na Justiça, para ver se a Justiça impede a
execução de uma aberração como essa. É um absurdo.
Quando a gente
anda por este estado... A deputada Márcia Lia anda também e frequenta - e a
deputada Bebel também - os assentamentos, e não são só os assentamentos, mas os
acampamentos de dezenas de famílias que estão às margens de rodovias aguardando
para serem assentadas em áreas destinadas à reforma agrária.
E agora vêm
representantes do governo a esta tribuna dizer que o governo Tarcísio vai
assentar mais de 400 mil famílias. Só se for no sonho. Só se for no sonho,
porque a realidade está longe disso. Nunca ele vai conseguir fazer esses
assentamentos, dado que áreas como essas, que deveriam ser destinadas à reforma
agrária ou a agroflorestas, como foi uma sugestão do próprio MST...
Aliás, um
deputado há pouco disse que o MST aplaude o governador Tarcísio. Aí ele deve
ter acordado do sonho. Aí ele acordou do sonho, porque o que nós acompanhamos
por todos os diálogos e reuniões que a gente realiza, nas visitas que a gente
faz aos assentamentos, a crítica é generalizada.
O Itesp é um
órgão que poderia dar uma sustentação muito maior de orientação, de apoio, de
cuidado para esses assentados, para poder orientá-los do que eles podem, do que
não podem fazer para dar vazão para seus produtos, para poder instalar muitas
vezes um poço de água que falta nos assentamentos, assentamentos esses que são
coordenados pelo Itesp; deveriam ter o suporte do Itesp e não têm. E o governo
alega que não tem, às vezes, recurso para isso.
Você vai àquele
Itesp e, do jeito que você entra, você sai. Não se resolve nada. Sabe por quê?
Porque o dirigente do Itesp é “assim” com o secretário de Agricultura, que na
verdade nada mais é do que um representante legítimo do agronegócio,
especialmente do agronegócio da região de Presidente Prudente.
E ali é onde
está grande parte dessas terras devolutas, terras que poderiam estar sendo
destinadas, como disse uma das lideranças do MST, poderiam ser destinadas
à agrofloresta, em um momento em que o
planeta vive uma crise climática sem precedentes; poderiam estar sendo usadas
essas áreas para poder reflorestar, para poder melhorar a qualidade do clima. E
não é isso o que acontece. Se não quer usar para fazer o plantio, se não quer
usar para destinar para agricultura familiar, poderiam destinar para a
agrofloresta.
Para vocês
terem uma ideia, são 720 mil hectares, sendo que o total das áreas que são
ocupadas com a reforma agrária, somando o Itesp e o Incra, dariam 320 mil
hectares de todo o estado de São Paulo.
Então, quer
dizer, o governo está doando praticamente mais do que o dobro da área para os
seus amigos. Sabe Deus quem são esses amigos, esses fazendeiros, como muitos
daqui mostraram, um tal de Jota aí, que está comprando tudo o que tem direito,
deputado Paulo Fiorilo, para poder acumular.
*
* *
- Assume a
Presidência o Sr. Alex Madureira.
*
* *
Quando a gente
achava que a gente estava vivendo e poderíamos viver em um estado que ficaria
relativamente livre do grande latifúndio, a gente percebe que o governador
Tarcísio faz exatamente o movimento inverso. Ou seja, ele está estimulando o
latifúndio, está estimulando que fazendeiros coloquem meia dúzia de gado em um
espaço enorme para poder falar que aquela área será produtiva. Porque é assim
que será, porque sempre foi assim.
Aí teve um
tempo que, graças a alguns movimentos, principalmente da pressão dos movimentos
sociais, da pressão dos movimentos que lutam pela terra, isso diminuiu. Mas
agora a gente vê o risco, deputada Bebel, de isso aumentar ainda mais. Eu não
sei se meu tempo...
Então venha,
venha, venha, venha para cá, deputada Bebel, que eu vou dividir o tempo com a
minha querida companheira.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Se puder segurar o tempo até a chegada
da deputada Bebel... Venha devagar, deputada, que está garantido o seu tempo.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Eu começo cumprimentando
também a Mesa Diretora de trabalhos, os assessores à minha esquerda, à minha
direita, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, enfim, todos que nos ouvem e assistem
através da Rede Alesp.
Vocês puderam
acompanhar comigo, na semana passada, uma apresentação que aqui fizemos do que
significa, desde os tempos primórdios, como disse o companheiro Barba, foi um
marco temporal para que a gente entendesse desde quando se luta pelas terras
públicas aqui no Brasil. Desde quando a coroa veio para o Brasil, é esta a
briga, e esta briga se estende até os dias atuais.
Mas eu quero...
Eu não vou citar o deputado, teve um deputado, aliás, que fez uma fala aqui, e
eu vou discordar, ele sabe disso, frontalmente dele, porque eu não acho que
quem está... Deputada Monica, que os assentados estão felizes com sua terra,
até porque eles nem estão tendo o direito de ter as terras para si.
Até porque as
terras, que elas são devolutas, elas têm que cumprir um papel social, têm que
ter produtividade. Essa aqui é uma questão central. E, ao mesmo tempo, cumprir
o Art. 188 da Constituição Federal, com os seus incisos seguintes.
Então é
importante destacar isso. A gente chama atenção, e eu apresentava na semana
passada, que não há critérios sociais claros. Nenhum. Não há prioridade para os
pequenos agricultores, trabalhadores rurais, agricultura familiar. Isso abre
espaço para concentração de terras posteriormente.
Segundo,
enfraquece o princípio da função social da terra. A terra pública só é tratada
como mercadoria. Terceiro, não prevê mecanismos eficazes contra a grilagem,
contra a especulação. Quarto, representa uma renúncia de patrimônio público,
sem contrapartida social, beneficiando quem já tem condições econômicas mais
favoráveis.
Quinto,
enfraquece o papel do Instituto de Terras do Estado de São Paulo. Sexto, reduz
o papel do Estado no acompanhamento, transferindo a lógica política para a
lógica de mercado.
Sétimo,
alienação fiduciária facilitada, sem critérios sociais ou mecanismo de
transparência, configura afronta aos princípios de impessoalidade, moralidade e
interesse público. Terras devolutas devem ser destinadas, preferencialmente, à
reforma agrária e à agricultura familiar. O PL não garante isso.
Então, por essa
razão, Sr. Deputado, é que nós vamos, Sr. Presidente, nós vamos votar contra
esse PL. Essa é a segunda edição, que já está fazendo um segundo ataque às terras
do estado de São Paulo.
E, para fechar,
dizer para o companheiro, para o deputado que falou, do fato do governador ter
ido despachar. É natural. O governador pode ir, nós também vamos. A gente trata
isso com naturalidade. O que não pode é ter inferências. Isso não pode. Então,
naturalmente, isso nos chama a atenção.
Muito obrigada.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem,
deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para encaminhar em
nome da bancada do PSOL e da REDE.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Tem o senhor o
tempo regimental.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa noite, Sr. Presidente, meus colegas deputados
e povo do estado de São Paulo, que, esta noite, está sendo assaltado por esse
projeto de lei.
Como muito bem
disse a deputada Bebel, é a segunda edição do “saldão” de terra pública do
Tarcísio. É a farra do boi mesmo. Terra pública do estado de São Paulo, ou
seja, patrimônio público de todos os paulistas, fruto dos nossos impostos, que
está sendo vendida, regularizada, que está sendo vendida com 90% de desconto
para grande fazendeiro do Pontal do Paranapanema.
Eu pergunto
para o trabalhador que está ouvindo a gente se, quando ele está financiando o
seu apartamento para realizar o seu sonho da casa própria, ele consegue um
negócio desse: 90% de desconto para comprar um apartamento popular.
Tem terra
pública da primeira edição desse “saldão” do governador que foi regularizada
por 56 mil reais. Cinquenta e seis mil reais você não compra um carro popular,
mas tem fazendeiro que está arrematando terra pública do estado de São Paulo.
É uma vergonha,
não é, pessoal? É por isso que a política está tão descredibilizada. Por isso
que as pessoas não confiam na política nesta Assembleia. Porque, quando a
Assembleia vota alguma coisa, é para privatizar serviço público. Quando é para
destinar política pública para o povo, aí o governo não tem dinheiro. Tem que
cortar da educação, tem que privatizar a Sabesp, tem que privatizar a CPTM.
Ontem a gente
viu o que está acontecendo na Palmeiras-Barra Funda para antecipar o que vai
acontecer a partir de quinta-feira com o fim do Serviço 710? A população está
pagando.
Agora, para dar
isenção fiscal para os grandes empresários, aí tem sempre dinheiro sobrando.
Para vender terra a preço de banana para grande fazendeiro, aí tem dinheiro
sobrando, aí o governador está com a mão leve; não tem problema em relação a
isso. Sabe?
Agora, na
semana passada, o Brasil se horrorizou com o escândalo do “propinão” do
Tarcísio, em que o Brasil viu o que está acontecendo aqui no nosso estado, que
tem empresário que, não contente com os bilhões de isenção fiscal que o governo
deixa de cobrar de imposto dos seus amigos, ainda quer ganhar mais. E por isso
está pagando propina. Um bilhão de reais de propina para não ter os seus
impostos - que já são cheios de isenção - cobrados.
Será que são os
mesmos que agora estão de olho nas terras públicas do nosso estado, em ganhar essas
terras a preço de banana? Por que o governador do estado de São Paulo agora
quer proibir os seus próprios secretários de que sejam obrigados a declarar sua
evolução patrimonial anualmente? O que ele tem medo de esconder?
Eu pergunto por
que esses são os questionamentos da população do estado de São Paulo, que está
cansada de... Quando a gente vai falar do serviço que atinge o povo, o povo
trabalhador mais pobre, aí é sempre corte de gastos. Na hora de dar isenção, de
dar presente, de dar mimo para os grandes doadores do Tarcísio, aí tem sempre
dinheiro sobrando.
Esse projeto é
uma vergonha. É uma reforma agrária às avessas no nosso estado. Não pensem que
esse projeto está regularizando as pequenas propriedades, está dando terra para
os nossos pequenos agricultores, para os assentados, para quem está acampado,
lutando para ter um lote de terra, para poder produzir, para alimentar o
cidadão do estado de SP. Não! Esses continuam sem a atenção do governo.
Agora, os
grandes fazendeiros, quem já tem terra, os grileiros, esses encontram todas as
facilidades. Encontram até 90% de desconto para adquirir uma terra pública do
estado de São Paulo. Isso é ou não é corrupção, meus colegas? A gente fala de
dar patrimônio público a preço de banana, sequer é o preço de custo do estado.
É lesar o patrimônio público do estado de São Paulo, é transferir a coisa
pública para a iniciativa privada por preço vil.
É uma vergonha
o que a gente está vendo hoje. Que atraso no nosso estado, nesse momento em que
a gente está vivendo tanta incerteza no estado de SP. E, sim, a Agricultura do
nosso estado está muito preocupada, e precisa de atenção das políticas
públicas. Mas não, dando terra a preço de banana, mas corrigindo a lambança que
o Eduardo Bolsonaro fez, que agora está taxando o café do nosso estado em 50
por cento.
Eu tenho muito
orgulho de representar, aqui na Assembleia, a região de Franca. Que é conhecida
como um polo exportador de calçado, mas também é uma região rica na produção de
café. E agora, a realidade das lavouras, a realidade de quem trabalha com a
colheita do café, é de incerteza.
Porque um
infeliz de um deputado federal, no exercício do seu mandato, utilizou da
prerrogativa do seu cargo para fugir, não para defender os seus eleitores e a
população que o elegeu, mas para defender o seu próprio pai, lá nos Estados
Unidos.
E está disposto
a prejudicar toda a economia e a agropecuária do nosso estado. Isso que eu
quero ver: se os deputados da direita, que dizem tanto defender o agro, se eles
vêm falar a respeito disso.
Porque essa,
hoje, é a maior ameaça contra o nosso trabalhador rural. Contra quem trabalha
no campo, que agora tem o seu futuro, a sua atividade econômica, ameaçada pela
conspiração desse traidor e dessa família de criminosos.
Eles estão
dispostos a ameaçar e sacrificar milhares de empregos, milhões de reais da
economia do estado de São Paulo só para defender dos próprios interesses. E
quem eu não estou vendo aqui, participando dessa discussão, é o deputado Gil
Diniz, que estava tão faceiro na discussão anterior, que está sendo enquadrado
pelo governador Tarcísio.
Eu quero
perguntar para o deputado Gil Diniz, assim como para os deputados da base
bolsonarista radical aqui. Estão do lado do Eduardo Bolsonaro ou estão do lado
do governador Tarcísio? Sejam claros para a sua base de apoio. Porque, na rede
social, eles estão com Eduardo Bolsonaro. Aqui no plenário, eles são
enquadrados pelo Tarcísio.
Então eu quero
perguntar para o deputado Gil Diniz o que ele pensa. O deputado Gil Diniz,
aliás, é amigo pessoal do Eduardo Bolsonaro. E se quisesse fazer alguma coisa útil
para o negócio, para a agropecuária do estado, ele pegava o seu celular, ligava
para o seu amigo nos Estados Unidos, e falava para o Eduardo Bolsonaro parar de
boicotar o estado de São Paulo nos Estados Unidos.
Falava para o
Eduardo Bolsonaro parar de atrapalhar quando o governo do país dele, o governo
brasileiro, propõe ao governo dos Estados Unidos o diálogo, a negociação, para
acabar com o tarifaço. Mas tudo isso está sendo inviabilizado, por conta desse
deputado e por conta dessa família. Ela coloca os seus interesses, os
interesses de acobertar os seus crimes, acima dos interesses do povo do estado
de São Paulo.
Então eu
pergunto aos deputados fanáticos bolsonaristas desta Casa, se estão do lado do
Eduardo Bolsonaro ou se estão do lado do governador Tarcísio. Está na hora de
vir à luz do dia no microfone e falar. O deputado Guto Zacarias, do MBL, pelo
menos teve coragem, e pulou fora desse barco enquanto é tempo. Anunciou, na
semana passada, que estava deixando a vice-liderança do governo Tarcísio. O
último que sair apaga a luz.
Quero perguntar
quando que os deputados bolsonaristas desta Casa, que dizem que estão do lado
do Eduardo Bolsonaro, se estão do lado desse conspirador, ou estão do lado do
governador Tarcísio. Porque é fácil ir na rede social falar uma coisa e vir
aqui no plenário e ser gado do Tarcísio, fazer o que o governo manda, porque é
o que acontece aqui.
Então, nesta
noite de hoje, lamentavelmente, o povo do estado de São Paulo está perdendo
mais patrimônio público. E espero, e vamos lutar muito, deputada Márcia Lia,
para que esse governo não se reeleja no ano que vem e, muito menos, governe o
Brasil, porque o que a gente está vendo em dois anos e meio neste estado é um
laboratório de terra arrasada.
Se a gente não
parar esse governo, ele vai acabar com o estado de São Paulo. Não vai mais
sobrar estado, não vai mais ter metrô, não vai mais ter escola pública, não vai
ter mais saúde pública, não vai mais ter terra pública, porque tudo o que ele
pode ele mete no “saldão”, ele entrega para os empresários amigos deles. É
isenção fiscal, é privatização, é “propinão”.
O que não falta
aqui no estado de São Paulo é presente para os grandes empresários, para os
grandes fazendeiros, para quem está disposto a doar para a campanha do
governador.
E hoje, nesta
noite, o povo do estado de São Paulo está assistindo com o voto dos Srs.
Deputados da base do governo - não o nosso, não o dos deputados da oposição -
que a terra pública, o patrimônio público do estado de São Paulo seja vendido a
preço de banana.
E quando você
estiver ali fazendo as contas, juntando o seu dinheiro para pagar, para
financiar a sua casa, financiar a sua moto, financiar o seu carro, se pergunte
se você está tendo 90% de desconto que esses grandes fazendeiros estão
recebendo por parte do governador Tarcísio e dos deputados da sua base de
apoio, que estão aprovando tudo isso. É uma vergonha. Precisamos parar esse
governo antes que ele acabe de destruir a coisa pública do estado de São Paulo.
O Estado existe
para garantir política pública para a população que mais precisa e não para
colocar mais dinheiro ainda no bolso das elites, dos grandes empresários, de
quem sempre teve tudo na história neste país e agora, com esse governo
vergonhoso, está arrematando até as terras públicas do nosso estado a preço de
banana.
Por isso a
bancada do PSOL, evidentemente, vai votar contra essa emenda que só piora o
projeto que já é ruim.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para encaminhar pela liderança da Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Tem a senhora
o tempo regimental.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa noite a todos os colegas, aqueles que
resistem bravamente nesta tribuna contra esse Projeto de lei nº 410, porque, de
fato, esse projeto de lei é uma aberração jurídica, é um projeto de lei
inconstitucional, como eu já disse aqui nesta tribuna, porque desrespeita o
Art. 188 da Constituição Federal, da Constituição do Estado de São Paulo.
Também porque
atinge em cheio a lei de terras deste país e porque nós estamos vendo a entrega
de terra pública para os grandes fazendeiros, os grandes latifundiários.
Aqueles que, outrora, grilaram as terras do Pontal do Paranapanema e grilaram,
de fato, fazendo com que documentos... E isso não sou eu quem digo, é a
Justiça. A Justiça do estado de São Paulo identificou inúmeras terras que foram
griladas.
E por conta
dessa grilagem chegou-se à conclusão no Judiciário e no Legislativo de se fazer
um acordo, de se acordar aí no passado, no fim do século XX, no governo Mário
Covas e outros governos, para se chegar aí a tentar regularizar parte dessas
áreas de terra.
Olha, a
situação que nós estamos vivendo aqui com esse projeto de lei é para
simplesmente facilitar que os grandes latifundiários regularizem as suas terras
devolutas, as terras que são nossas, de cada um de nós que aqui está. A
projeção, o cálculo que nós fazemos é de que 700, 720 mil hectares de terras
devolutas sejam regularizados ao final de todo esse processo, 720 mil hectares
de terra.
Também há a
projeção de que os grileiros, os fazendeiros - e a deputada Monica expôs aqui
vários dos grandes latifundiários que estão aí pleiteando a entrega dessas
terras -, muitos deles pagarão 10% tão somente do valor que foi estimado, e a
gente nem sabe se essa estimativa está correta. Nós precisaríamos saber
efetivamente qual é o valor da terra lá no Pontal, da terra lá no Vale do
Ribeira, para que depois então fizéssemos o cálculo dos 10% a 20% dessa terra.
Nós estimamos
também que o valor do desconto total dos 720 mil hectares chegue próximo de uns
sete bilhões e oitocentos a oito bilhões de reais. Esse é o montante, esse é o
valor que o estado de São Paulo está entregando em terras para os grandes
latifundiários.
Como disse o
nosso querido Guilherme Cortez, é o “saldão” do governo Tarcísio. É um governo
que, do nosso ponto de vista, tem feito muitas maldades contra o povo paulista,
a exemplo da quantidade de praças de pedágio que ele está colocando no estado
de São Paulo.
Ele entrega
terras boas, terras do povo, para os ricos e penaliza, porque ele precisa de
receita, ele precisa de dinheiro, ele penaliza os trabalhadores e as
trabalhadoras, aqueles e aquelas que precisam se deslocar de uma cidade para
outra para poder trabalhar e ganhar o sustento para dar dignidade para suas
famílias.
Esse é o
governo do Tarcísio. Também é um governo que tira recurso da Educação, tirou
muito recurso da Educação, e agora está num processo de militarizar as escolas
do estado de São Paulo, pagando maiores salários aos militares aposentados do
que aos professores que se dedicam diuturnamente, dia e noite, para melhorar a
Educação do estado de São Paulo.
Quando a gente
olha para a Saúde, a gente também vê o descaso com os nossos hospitais. Estão
privatizando os hospitais em São Paulo, entregando para as OSs, entregando para
aqueles que têm fins lucrativos, haja vista que três hospitais aqui da Capital
estão sendo entregues pelo governo Tarcísio de Freitas.
Nós nos
deparamos toda manhã com uma notícia, e essa semana a notícia foi do
“propinão”. Tem o “saldão”, tem o “propinão”, tem a privatização, tudo isso
para acabar com o estado de São Paulo.
Oxalá a gente
consiga se livrar desse governador o mais rápido possível, porque esse
governador não tem compromisso de fato em gerir o estado de São Paulo, cuidando
do patrimônio público e entregando o patrimônio público àquele, sim, que tem
direito, pela reforma agrária, que são os pequenos agricultores, que são
aqueles que, há 10 anos, 15 anos, 20 anos estão vivendo embaixo de lona
Esses, sim,
esses 720 mil hectares de terra deveriam, sim, ser entregues para os pequenos
agricultores, para aqueles que produzem arroz, aqueles que produzem cenoura,
aqueles que produzem leite, aqueles que fazem o leite se transformar num
queijo, aqueles que produzem comida de verdade para que nós possamos nos
alimentar. Mas não é isso que acontece.
Nós estamos
diante... Em janeiro de 24 - portanto, há um ano e meio - deputados, a Fundação
Itesp, que é o último dado que nós temos, porque, para ajudar ainda, não tem
transparência, a gente não tem as informações necessárias para que a gente
possa saber quantos foram os pedidos...
Até janeiro de
24, foram 355 pedidos, regularizando um total de 206 mil hectares. Mas a gente
estima que serão 720 mil hectares no total. Esse é o objetivo deste governo. E
não venha aqui a bancada do governador me dizer que ele está fazendo
regularização fundiária para os pequenos. Não é verdade.
*
* *
- Assume a
Presidência o Sr. André do Prado.
*
* *
A deputada
Monica pôde transparentemente aqui elencar quais são os grandes fazendeiros,
quais são os grandes destinatários efetivos dessa reforma agrária para os
ricos, e nós não vamos e não concordaremos. Vamos, sim, buscar a justiça, na
Justiça, no Judiciário.
Porque nós já
entramos com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei nº 17.557,
que aquela lei é uma aberração, desde o início por vício de iniciativa. Onde já
se viu um projeto de lei que entrega patrimônio público ser assinado e aprovado
por deputados?
A iniciativa
deveria ser do Governo do Estado de São Paulo, mas o Rodrigo Garcia não teve
coragem. Ele não teve coragem e ele deixou que alguns deputados que se
unificaram, que se juntaram, entrassem com o projeto de lei. Vício formal de
iniciativa. Quem é advogado aqui sabe do que eu estou falando. Quando chega na
parte do mérito, a situação é mais grave ainda, a situação é mais grave ainda.
E nós arguímos,
sim, a inconstitucionalidade da Lei nº 17.557, e eu tenho certeza absoluta de
que nós vamos conseguir derrubar a 17.557, porque a justiça haverá de ser feita
e esse projeto de lei, esse 410, será aprovado no dia de hoje, mas será também
submetido a uma arguição de inconstitucionalidade.
Porque esse
projeto de lei também é inconstitucional, e nós não titubearemos em entrar na
Justiça para derrubar essa barbaridade que está sendo cometida no estado de São
Paulo.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Márcia Lia.
Em votação a emenda aglutinativa nº 9.
As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis, permaneçam como se
encontram.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Só vou dar o
comando só, deputado. Um minutinho só. Aprovada a emenda aglutinativa. Pela
ordem, deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa
Excelência.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos
proceder a verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste
momento, estamos fazendo o sinal intermitente por quatro minutos, para que as
Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem
conhecimento da votação que se realizará.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Pela ordem, Sr.
Presidente. PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem. PSB
em obstrução.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar a Federação PSOL REDE em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem.
Federação PSOL REDE em obstrução.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem.
Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.
O
SR. ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar a bancada do PL em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem. PL
em obstrução.
O
SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar o MDB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem.
MDB em obstrução.
O
SR. RICARDO FRANÇA - PODE - Pela ordem, Sr.
Presidente. Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem.
Podemos em obstrução.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Federação PSDB Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem.
Federação PSDB Cidadania em obstrução.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o Progressistas em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem.
Progressistas em obstrução.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente. Para colocar o Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos em
obstrução.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o PSD em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em
obstrução.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr.
Presidente. PDT em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PDT em
obstrução.
Tendo transcorrido os quatro minutos, o
sistema eletrônico agora ficará aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos
em suas mesas.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Gilmaci Santos.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Já abriu os
microfones?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ainda não.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Estão
entrando mais votos ainda? Não. Então, não havendo mais deputados para fazer o
seu voto no sistema eletrônico, passaremos para que os deputados possam fazer o
seu voto pelos microfones de aparte.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Sr.
Presidente, pela ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Gilmaci.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para votar
“sim” e pedir aos deputados e deputadas para também votarem “sim” e dizer que
tem mais uma votação ainda desse projeto.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Consulto, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, se mais alguém gostaria de fazer o seu voto.
Deputado André Bueno.
O
SR. ANDRÉ BUENO - PL - Sr. Presidente, para
votar “sim”.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado André
Bueno, vota “sim”.
Consulto o plenário se mais algum dos
Srs. Deputados gostariam de consignar o seu voto. Não havendo deputado...
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para votar, “não”.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Carlos Giannazi, vota “não”.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para votar “não”
contra essa vergonha.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mais algum das
Sras. Deputadas e dos Srs. Deputados gostaria de consignar os seus votos? Não
havendo mais deputados interessados em consignar os seus votos, pergunto às
Sras. Deputadas e Srs. Deputados quem gostaria de alterar o seu voto.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Analice Fernandes.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Consignar o meu voto
como “sim” ao PL 410.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputada Analice
Fernandes altera o voto de “não” para “sim”.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Rogério Nogueira.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Alterar o meu também
de “não” para “sim”.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Rogério Nogueira também altera o voto de “não” para “sim”.
Passaremos, então, à proclamação do
resultado: 48 votos “sim”, 10 “não”, mais este presidente, total de 59 votos,
quórum que aprova o Item n° 2, que é a emenda aglutinativa n° 9.
Item n° 3...
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para encaminhar pela
liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Fará o encaminhamento pela bancada do PSOL.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Uma breve
comunicação, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - E uma
comunicação para o deputado Gil Diniz.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Presidente, hoje uma noite histórica
no Parlamento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Anteriormente,
cumprimentei a cônsul-geral em São Paulo, cônsul de Taiwan, a senhora Angeles,
que lidera essa comitiva de empresários taiwaneses aqui no estado de São Paulo
e no Brasil.
Presidente,
anunciar aos deputados essas comemorações dos 70 anos de imigração do povo
taiwanês ao Brasil, ao amado estado de São Paulo, e a alegria, presidente,
destes deputados os receberem aqui e dizer aos paulistas, aos brasileiros e ao
mundo: este Parlamento não se dobra ao autoritarismo de Pequim.
Este deputado
não se dobra à mão forte dos chineses da China continental, a China comunista.
E nós, sim, fazemos história, defendemos a liberdade, a democracia. Defendemos,
senhoras e senhores, o povo de Taiwan, que é protagonista nessa liberdade.
Em Taiwan,
senhoras e senhores, às deputadas de esquerda, saibam que lá, sim, a mulher tem
o protagonismo. Uma mulher foi presidente de Taiwan. Lá, os jovens são
valorizados. Os idosos são valorizados. E eles querem, presidente, se unir aos
paulistas, a esta Assembleia, para desenvolver o seu país e desenvolver também
o estado de São Paulo.
Então, hoje, a
Assembleia Legislativa faz história, homenageando a imigração taiwanesa,
recebendo essa comitiva de 25 empresários taiwaneses e dizendo a São Paulo e ao
mundo: viva Taiwan, viva a liberdade, viva o povo de São Paulo, que quer,
presidente, a parceria e o reconhecimento de Taiwan como um país independente.
Fica aqui esse registro.
Eu gostaria,
aos deputados, de uma salva de palmas ao povo de Taiwan, ao povo guerreiro de
Taiwan, que nos homenageia esta noite, presidente.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado André do Prado, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV
Assembleia, quero saudar aqui todas as pessoas de Taiwan, que estão
acompanhando aqui o deputado Gil Diniz, que falou aqui de uma noite histórica
na Assembleia Legislativa.
Eu quero, antes
de entrar no tema do projeto, Sr. Presidente, aqui, também dar uma informação
importante de uma noite histórica na Câmara dos Deputados, lá em Brasília, onde
acabou de ser aprovado o projeto de lei que descongela a evolução funcional do
tempo da pandemia, que altera aquela famigerada Lei Complementar nº 173, do
Bolsonaro, que congelou os salários e congelou, sobretudo, também o tempo de
evolução funcional, os quinquênios, a licença-prêmio. Tudo foi congelado.
E hoje, há
pouco, nós tivemos a notícia de que a Câmara dos Deputados, com mais de 370
votos, aprovou o descongelamento dos quinquênios, graças à ação, ao trabalho
obstinado da deputada federal, aqui de São Paulo, do pessoal, da Luciene
Cavalcante, que é professora, supervisora de ensino, é uma servidora pública,
que articulou toda a votação, não só no plenário, junto aos líderes, junto ao
presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
Mas, sobretudo,
antes disso, ela fez todo um trabalho artesanal, personalizado, conversando com
cada deputado, de cada comissão permanente por onde passou o projeto, conversando
com a direita, com a extrema-direita, com a oposição, com a situação, fazendo
uma grande articulação política.
Enfim, o
projeto foi aprovado agora. E ele segue agora para o Senado Federal e,
provavelmente, com certeza, ele terá a sanção do presidente Lula. Então, hoje é
uma noite histórica para todos os servidores públicos do Brasil. O
descongelamento está aprovado.
Lembrando que,
aqui em São Paulo, nós tínhamos conseguido, através de várias conversas e
reuniões com o Tribunal de Contas, com o Tribunal de Justiça, com o Ministério
Público, até mesmo com a PGE, nós tínhamos conseguido, aqui em São Paulo, um
parecer, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, liberando o
descongelamento, como aconteceu no Paraná, em Santa Catarina, em Pernambuco, na
cidade do Rio de Janeiro.
Nós conseguimos
um parecer, aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, liberando
os municípios e, consequentemente, o próprio estado de São Paulo. Mas aqui a
nossa alegria durou pouco. Porque o governador Tarcísio, que odeia os
servidores públicos, pediu para cassar esse parecer.
Entrou com uma
ação, no Supremo Tribunal Federal, e cassou o descongelamento aqui no estado de
São Paulo, que poderia ter sido feito por outras vias, mas, enfim, agora nós
avançamos muito na luta com o projeto da deputada federal Luciene Cavalcante,
que faz parte do nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar.
Voltando à
questão do projeto, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, é um escândalo, é surreal
o que está acontecendo aqui. Há um tempo, já foi aprovado o primeiro processo,
a primeira etapa dessa famigerada e perversa reforma agrária para os ricos,
para os grandes latifundiários, que invadiram as terras do povo de São Paulo.
Porque terra devoluta é do povo, é nossa essa terra devoluta. Não é do governo.
Esses
latifundiários, esses grileiros, grandes grileiros invadiram essas terras, se
apropriaram dela. E agora terão esse benefício. Vão comprar essas terras a
preço de banana, com até 90% de desconto. Isso é ilegal, é inconstitucional.
Terra devoluta
está na Constituição Federal. Nós já discutimos esse tema aqui em exaustão.
Terra devoluta é para reforma agrária, é para a agricultura familiar, é para
produzir alimento que vai para a mesa do povo brasileiro, e não para o
agronegócio exportar, inclusive, com veneno, com agrotóxico.
Então a lei é
muito clara. Aqui em São Paulo, a Assembleia Legislativa já cometeu um erro
gravíssimo, aprovando essa primeira etapa da grilagem. Agora o governo vai
aprovar um outro projeto, ampliando ainda mais a reforma agrária para os ricos.
Então isso
mostra que esse governo Tarcísio de Freitas é um desgoverno, na verdade, que só
beneficia os ricos, o grande poder econômico. Não há nenhuma ação para a
população, para os pobres, para as camadas populares, para a classe
trabalhadora.
Todas as ações
desse governo, os projetos aprovados aqui na Assembleia Legislativa são contra
o povo. Olha, redução do orçamento da Educação, que a Assembleia Legislativa
foi cúmplice e votou - nós votamos contra -, reduzindo o orçamento da educação
pública de 30 para 25%, reduzindo em mais de 11 bilhões, por ano, o orçamento
da escola pública do nosso estado.
A privatização
da Sabesp, da água. A Assembleia Legislativa votou esse projeto. Agora aumentou
a conta de água, piorou os serviços, tem várias reclamações. Não durou muito
tempo. Nós achamos que ia demorar mais, que o governo ia disfarçar. Que nada.
Agora já
começou. E nós estamos recebendo reclamações, e os deputados também, da base do
governo. Agora os deputados que votaram a favor da privatização devem se
responsabilizar pelo que está acontecendo.
Então são
vários projetos aprovados aqui contra o povo. E as manifestações do governador
Tarcísio, apoiando Trump, apoiando o tarifaço? Não teve a dignidade de se opor.
Inclusive, abalando a confiança dele com o empresariado, com o agronegócio, que
desconfiou. Falou: “Calma aí! Ele está do lado do Brasil, do estado de São
Paulo ou do Trump, do Bolsonaro, do Eduardo Bolsonaro?”
E o escândalo
também, não posso deixar de registrar, o escândalo do “propinaço” do Tarcísio.
Um dos maiores escândalos de corrupção do estado de São Paulo, talvez o maior
de todos. Porque um único auditor fiscal ganhou em propina mais de um bilhão de
reais.
Se um único
servidor desses ganhou um bilhão, eu fico imaginando as empresas beneficiadas e
também outras pessoas envolvidas, porque ele não agiu sozinho, todos sabem
disso.
Nós já tivemos
outras máfias aqui no estado de São Paulo, muitas, mas uma delas que eu lembro
aqui, todos se lembram, a mais recente, que foi a máfia da merenda escolar, que
explodiu aqui no governo do Alckmin, que, inclusive, envolveu também deputados
estaduais e deputados federais e outros secretários, e era uma máfia menor,
muito menor do que essa do ICMS.
Então, essa
máfia que explodiu agora, que nós tivemos conhecimento, por conta da
investigação do Ministério Público estadual, é muito mais profunda. O que apareceu
é só a ponta do iceberg. Como que o governo não viu? Como que o secretário da
Fazenda não viu nada? Como que o governador Tarcísio não viu? Então, esse é o
governo, gente, dos ricos, da corrupção, é o governo dos pedágios.
O governo
anunciou que vai implantar mais de 100 praças de pedágio, pórticos - agora
mudou, é “Free Flow”. É uma maneira mais sofisticada e moderna de extorquir a
população, de transformar o direito de ir e vir em mercadoria.
Começou lá na
Padre Manuel da Nóbrega, com 11 pórticos, na Mogi-Dutra, na Mogi-Bertioga, na
região do Paranapanema, na Raposo Tavares. Ameaçou e teve que recuar, pelo
menos até agora, na região do Circuito das Águas. É o governo dos pedágios, do “propinaço”,
das privatizações, da venda de escolas na Bolsa de Valores.
E agora ele vai
entregar as terras do povo de São Paulo para os grandes invasores. Esses, sim,
são invasores de terras. Vão comprar essas terras a preço de banana, com até
90% de desconto. Por isso que nós pedimos agora apoio às emendas que nós apresentamos
para corrigir esse nefasto e perverso projeto de lei.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para
encaminhar pela bancada da Federação PT/PCdoB/PV.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Tem o tempo regimental.
O
SR. DONATO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
aqueles que nos acompanham ainda a esta hora da noite aqui presencialmente,
todos que nos acompanham pela Rede Alesp.
Antes de falar
do projeto em si, eu preciso fazer algumas considerações sobre falas que foram
feitas aqui, e números absurdos que estão sendo propalados pelo governador
Tarcísio, e que alguns deputados repetem, talvez inocentemente, mas eu quero
ajudar a esclarecer.
O governador
Tarcísio tem sido mestre em jogar uma montanha de números, e quando você vai
apurar, você vê que os números estão muito distantes da realidade. Um deles diz
respeito a essa história de que ele vai fazer 200 mil moradias. Ele diz toda
hora isso, toda hora, em todo lugar.
É só ver as
redes dele, ver os discursos por aí. Bom, 200 mil moradias é muita moradia. Eu
não consigo ver essas moradias, e comecei a fazer o óbvio, fazer requerimentos
de informação para quem produz as moradias, para a Secretaria da Habitação e
para a CDHU.
E, para minha
surpresa, ou melhor, não para minha surpresa, os números são muito diferentes
disso. Eu vou dar alguns números que a CDHU nos passou oficialmente. Primeiro,
que não são 200 mil moradias.
Segundo a CDHU,
o que está programado são 166 mil. Mas vejam só, deputados e deputadas, das 166
mil, 115 mil não são moradias. É um crédito de 15 mil reais. Repito, das 166
mil moradias previstas no plano da CDHU, 115 mil não são moradias, apenas um
crédito de 15 mil reais para a pessoa dar entrada num apartamento, que custa
210 mil reais, segundo as contas da própria CDHU.
Então aí já
desmonta toda a conversa. Mas é ainda pior. O governador se apropria do “Minha
Casa, Minha Vida” em São Paulo, que entra com 180 mil reais e, por meio do tal
do “Casa Paulista”, coloca 30 mil, e diz: “Eu fiz um apartamento do ‘Casa
Paulista’”, mas ele só pôs 30 mil. Os 180 mil restantes são do governo federal.
Isso está escrito. Como eu não estava preparado para esse debate, num outro
momento eu vou trazer os documentos da CDHU, dados oficiais.
É da mesma
forma nos leitos de hospital. Só vou dar um aperitivo aí, porque a gente está
preparando um dossiê para desmentir mentira por mentira do Tarcísio. Ele fala
que criou 6.400 novos leitos. Cadê esses leitos? Todo mundo aqui sabe a
dificuldade para internar uma pessoa num hospital estadual.
Aí tem esse
mito de que o problema é a Cross. Mas a Cross é uma central de regulação, ela
não cria leito, ela só administra a escassez. E não tem 6.400 leitos. Eu tenho
documentos da Secretaria da Saúde dizendo isso: não existem os 6.400 leitos.
Aliás, quando você vai nos dados do Datasus, diminuiu o número de leitos nos
hospitais estaduais em São Paulo.
Então o governo
é uma farsa completa. E esses números, que alguns deputados, até de boa-fé,
porque acreditam no governador, repetem aqui, são mentirosos. A culpa não é do
deputado, a culpa é do governador, que mente.
Mas vamos ao
tema do projeto que, eu repito, era um tema, falei aqui na semana passada, que
eu, sinceramente, não conhecia muito. Mas eu fui procurar me informar, estudar,
ler. Tive a assessoria do Alberto, que é nosso assessor, que foi do Itesp, do
Incra, que conhece tudo da questão fundiária.
O projeto é
escandaloso. É escandaloso. Ele procura achar mais brechas ainda do que a
famigerada Lei nº 17.557, que foi uma lei quando o estado estava para ganhar
várias ações de décadas contra grileiros em terras devolutas; o Rodrigo Garcia
chegou e falou: “Não, vamos resolver isso, vamos fazer um projeto para que
essas terras sejam destinadas para os grileiros, com um módico desconto de
noventa por cento”.
Mas, tinha um
problema, por isso que tem um novo projeto aqui. Tinha um problema. O problema
é que a Constituição Federal... Vamos lá, Constituição Federal, Art. 188, § 1º:
“A alienação ou a concessão a qualquer título de terras públicas com área
superior a 2.500 hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta
pessoa, dependerá da prévia aprovação do Congresso Nacional.”
A festa toda
era até 2.500 hectares, mas eles não estavam satisfeitos e precisavam burlar a
necessária aprovação do Congresso Nacional para terras acima de 2.500 hectares.
E aí inventaram essa situação do condomínio, para permitir que se burle esse
limite constitucional.
E aí a matéria
da “Carta Capital” de hoje, e eu queria parabenizar aqui a jornalista, a
Mariana Serafini, olha só, ela foi atrás de proprietários e descobriu,
primeiro, que esse Antônio José Junqueira Vilela Filho é um criminoso que
responde por vários crimes, como grilagem de terras, trabalho escravo,
falsidade ideológica. Assim, é um cara do bem, não é?
Olha só, ele e
a irmã dele estão tentando legalizar - e tem um processo andando no Itesp -
3.300 hectares, acima dos 2.500 hectares, que será regularizado com essa lei
agora. É escandaloso. Nós estamos legislando para beneficiar criminosos, está
aqui, está aprovado. Precisa mais do quê?
Isso aí
mereceria que o secretário de Agricultura, Guilherme Piai, que é lá de
Presidente Prudente, dessa região que tem interesses conflitantes, e que se
somam ao interesse que estão aqui, estivesse aqui para explicar ponto por
ponto. Mas, infelizmente, a Assembleia não tem a altivez que precisaria ter,
lamentavelmente.
Não
responsabilizo individualmente nenhum deputado por isso, mas é um problema de
querer fazer as coisas direito. Eu tenho certeza que a maioria dos deputados e
deputadas quer fazer a coisa direita, mas não pode se submeter a isso, a
legislar para beneficiar criminoso. Imagino aqui os colegas da bancada da bala,
que combatem o crime o tempo todo, tem que legislar para ajudar criminoso. É
uma contradição terrível, lamentável.
Então, eu
queria fazer mais um apelo, que a gente deixasse pelo menos as emendas
pendentes para que a gente chamasse o secretário da Agricultura, o Guilherme
Piai, porque ele teria que explicar muita coisa, mas muita coisa. Se a gente
for ver a relação das famílias beneficiadas, a gente encontrará muitas coisas,
mas o secretário aqui é blindado, não aparece, não vem.
Ele gosta de
xingar de longe todo mundo, mas eu quero ver se ele tem coragem de enfrentar o
debate cara a cara e explicar esse absurdo, esse verdadeiro bolsa-grileiro.
Bolsa-grileiro. Olha só o prejuízo para os cofres públicos. A estimativa feita
pela nossa assessoria, 720 mil hectares, com desconto médio de 90%, 80%,
significa o estado abrir mão de sete bilhões de reais. Sete bilhões de reais
para o bolsa-grileiro. É isso que nós estamos votando aqui.
E não adianta
querer maquiar, fazer conversa de assentamento. Não tem nada a ver com
assentamento. Para legalizar assentamento não precisa nem de lei, porque a lei
que criou o Itesp já permite regularizar pequena propriedade. Não precisaria
nem de lei.
Se tem lei aqui,
é para ajudar os grileiros. E grileiros... Porque o grileiro já é um criminoso,
mas um grileiro, esse aqui é um criminoso em alta escala, porque ele grila
aqui, grila na Amazônia, tem trabalho escravo, tem organização criminosa. Ou
seja, é uma vergonha que esta Assembleia vote esse projeto, por isso que a
gente mais uma vez apela.
Vamos tirar o
quórum pelo menos, é só ir embora. Tira o quórum e a gente chama o secretário
de Agricultura para ele esclarecer esses crimes que estão sendo cometidos nessa
regularização.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Donato.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem. Eu quero encaminhar pela
Minoria.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Monica Seixas. É regimental, tem o tempo regimental.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu volto aqui para falar de um outro
aspecto dessa lei, que talvez esteja passando à margem, e para mim sobram
interrogações a respeito. Entre as três leis que o Projeto de lei nº 410
altera, está a Lei nº 11.600, de 2003, que trata da regularização de terras de
Ribeirão Preto. Muito específico, de Ribeirão Preto.
Claro, a
regularização de terras de Ribeirão Preto não deve se encaixar nesses
parâmetros, mas para além disso, eu quero convidar os senhores e as senhoras a
voltar exatamente um ano atrás, exato um ano atrás, agosto de 2024.
Os senhores se
lembram do que acontecia em agosto de 2024? O pior número de incêndios do
estado de São Paulo. A região de Ribeirão Preto foi duramente atingida pelas
queimadas.
Em agosto de
2024, as cidades do entorno viram o céu virar cinzas, o dia virar noite. A
condição do ar estava insalubre, os hospitais lotados. A cidade teve que
decretar “lockdown”. Foram 1.886 pontos de incêndio na primeira quinzena do mês
de agosto. Eram, à época, 78 pontos de incêndio por hora em Ribeirão Preto.
Eu me lembro
que, à época, eu comprei uma briga enorme com o governador Tarcísio, que foi
parar na Justiça. Eu reivindicava ajuda ao povo da região, ajuda com
fiscalização da polícia ambiental, eu pedia ajuda em material hospitalar, eu pedia
ajuda do Corpo de Bombeiros, eu pedia ajuda para medidas mitigatórias para a
população, como não circular pela cidade de carro, a fim de diminuir a emissão
de gases. O governador negou tudo.
Vocês se
lembram o que o governador respondeu nas entrevistas de TV há exato um ano,
enquanto Ribeirão Preto pegava fogo? Ele disse o seguinte: “Eu não preciso
mandar bombeiro, eu não preciso mandar polícia ambiental, eu não preciso mandar
socorro, porque os fazendeiros e empresários da região me emprestaram seus aviões
e os fazendeiros e empresários da região estão auto-organizados para combater
incêndios”. Enquanto dezenas de cidades da região estavam sufocadas.
Muitas pessoas
foram presas. Eu acho que, pelo menos, 20 foram indiciadas. Agora eu vou ficar
muito atenta para ver se essas pessoas indiciadas pelas queimadas de Ribeirão
Preto não estarão na lista daqueles que pedirão regularização fundiária dos
terrenos que provavelmente pegaram fogo no ano passado.
Não parece
interessante? A floresta da região, toda de pé, virou cinzas, e agora a gente
recebe uma lei de regularização fundiária direcionada para a região de Ribeirão
Preto.
Eu queria
trazer aqui este debate, porque parece que está restando lateral esse debate de
que muitos daqueles que vão pedir regularização fundiária este ano tacaram fogo
na floresta no ano passado, esticaram a sua cerca no ano passado, colocaram
umas vaquinhas para pastar no ano passado.
E os colegas
falaram aqui dos preços. Gente, eu fui muito detalhista na pesquisa do “Diário
Oficial”. Fiquei ali no F5 na regularização fundiária, segundo a lei de 2023,
para ver. Não, gente, o menor preço do menor território regularizado saiu por
49 mil reais. Então, foi a partir de 49 mil reais.
Muitos subiram
aqui para falar que está dando terra, etc., para assentado. O MST e os demais
movimentos por reforma agrária, que é o que a gente também batalha, e que foi
muito criminalizado aqui, queriam fazer CPI e o escambau...
No mesmo
território onde estão regularizando terra para latifundiário aqui, teve
parlamentar que foi lá constranger pobre em barraco, que estava montando
acampamento, acampamento que reivindica posteriormente assentamento.
Os últimos
assentamentos do estado de São Paulo foram feitos nos anos 90. Faz muito tempo
que o Brasil não vê reforma agrária, muito menos o estado de São Paulo. Existe
uma diferença entre o que o movimento social por reforma agrária pede e o que
trata esse projeto de regularização fundiária.
Existe uma
diferença entre reforma agrária e regularização fundiária, e a gente pede
regularização fundiária para as favelas e periferias, para imóveis pequenos,
para as pessoas que dependem daquele imóvel para sua sobrevida. É justo que
investiram no tijolo, na telha, etc., tenham a possibilidade e a dignidade de
ter o título da casa para ter CEP, para ter esgoto, para ter energia.
Isso é
regularização fundiária. Regularizar de papel passado um imóvel para alguém
para acessar direitos e créditos. Reforma agrária não dá título para as
pessoas. E o movimento social pede isso. O movimento social pede isso. Porque
parte do princípio é que a terra tem que cumprir uma função social.
Então, a gente
fala de posse. Assentamento trata de posse. Ou seja, enquanto a pessoa está
dando uma destinação social, produzindo comida, plantando para alimentar outras
pessoas, ela tem a posse. Isso é reforma agrária. Ah, mas quando a pessoa
morre, um fazendão desse que era terra pública, que era do estado e que foi
trabalhado pelo agricultor, vai ficar de herança? Não. Volta a ser público e
volta para a fila da reforma agrária.
É isso que faz
o Itesp. Repassar terra de assentamento para a gente. Fazer a fila andar.
Praticar justiça social e fazer a terra continuar cumprindo. A regularização,
que a gente vai chamar aqui de doação de terra, é uma distorção da reforma
agrária. Porque ela dá terra para quem já tem, permite a concentração, permite
a herança, mas, mais do que isso, premia quem desmatou e não fiscaliza se a
terra vai cumprir alguma ação social.
Essa é a
diferença. Eu estou, até agora, perguntando para o Governo do Estado quem foram
os mais de cem compradores que estão na minha lista, que eu extraí do “Diário
Oficial” de grandes fazendas regularizadas pelo governador do estado de São
Paulo. Eu quero saber quem foram para saber qual é o critério.
Por que a
pessoa foi beneficiada com desconto? Por que não vendeu nem pelo valor venal?
Já que era para deixar a gente que tem terra no Paraná, no Amazonas, três aqui
no estado de São Paulo, comprar, por que não vendeu nem pelo valor venal? O
valor do terreno. Nem isso o Governo do Estado responde.
Qual é o
critério? E aí eu vou repetir. Era para o agronegócio do estado de São Paulo
estar aqui com a gente revoltado por conta das tarifas do Trump. Era para o
agronegócio de São Paulo estar aqui com a gente revoltado por causa do preço do
pedágio, o quanto isso vai pesar na distribuição das suas mercadorias, porque
no estado de São Paulo tudo circula por rodovias.
Mas sabe por
que o agronegócio não está revoltado aqui lotando as galerias? Porque ano
passado provavelmente tacou fogo em floresta, ampliou a cerca e vai ganhar do
estado provavelmente um tamanho de terra que ia demorar muito para juntar
dinheiro para poder comprar. É a premiação de rico. E aí eu vou repetir nesses
últimos segundos.
Isso aqui é um
desenho de como o estado funciona de forma racista. Porque amanhã eu vou ser
chamada de novo numa favela e periferia para defender o povo pobre que
construiu um barraco de 20 metros, que vai estar sendo expulsa com bala e
violência da Polícia Militar, da casinha que construiu humildemente, ao mesmo
tempo que milionário vai estar lá, assinando no cartório de papel passado, mais
um latifúndio.
Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação as
demais emendas englobadamente. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem
contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitados.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Uma verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
o pedido de V. Exa., deputado Donato.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos
proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. A partir deste
momento, estamos fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que
as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem
conhecimento da votação que se realizará.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar o PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em
obstrução.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem,
presidente. Para colocar a bancada do PSOL em obstrução.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Bancada do PSOL em obstrução.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Para colocar a bancada da
Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação
PT/PCdoB/PV em obstrução.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Analice Fernandes.
A
SRA. ANALICE FERNANDES - PSDB - Colocar a Federação
PSDB Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação PSDB
Cidadania em obstrução.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Sebastião Santos.
O
SR. SEBASTIÃO SANTOS - REPUBLICANOS - Colocar o
Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos
também em obstrução.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Capitão Telhada.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Colocar o
Progressistas em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Progressistas
em obstrução.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Colocar o Partido
Liberal em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido
Liberal em obstrução.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Dr. Eduardo Nóbrega.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Para colocar o
Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos em
obstrução.
O
SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pela ordem, Sr.
Presidente
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Itamar Borges.
O
SR. ITAMAR BORGES - MDB - Colocar o MDB em
obstrução, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - MDB em
obstrução.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Milton Leite Filho.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - União Brasil
em obstrução e encaminha “não”, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União Brasil
em obstrução e encaminha “não”.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Oseias de Madureira.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Colocar o PSD em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em
obstrução.
Tendo transcorrido os quatro minutos, o
sistema eletrônico, então, ficará aberto para que as Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais dispostos
em suas mesas.
Não havendo mais deputados para votar
no sistema eletrônico, abriremos agora os microfones de aparte, para que as Sras.
Deputadas e Srs. Deputados que não o fizeram no sistema eletrônico possam assim
fazer nos microfones de aparte.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Pela ordem,
presidente. Fazer uma alteração do meu voto para “não”.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Mas só
depois, deputado Paulo, depois de terminar a votação dos deputados que não
votaram no sistema eletrônico. E depois a gente passa a chamar os deputados que
querem alterar o seu voto.
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Contra as emendas
do ChatGPT do PSOL, votar “não”.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Lucas Bove vota “não”. Mais algum dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas gostaria
de consignar o seu voto? Pergunto, mais uma vez, se tem algum deputado que
gostaria de consignar o seu voto. Não havendo mais deputados interessados em
consignar o seu voto, pergunto aos Srs. Deputados se gostariam de alterar o
voto.
* * *
- Verificação de votação pelo sistema eletrônico.
* * *
Passaremos então agora à proclamação do
resultado. Votaram “não” 44 deputados, mais este presidente. Total de 45 votos,
quórum insuficiente para a aprovação do Item 3. Ficando, portanto, adiada a
votação do Item 3.
Nada mais havendo a tratar, está
encerrada a sessão.
* * *
-
Encerra-se a sessão às 21 horas e 49 minutos.
* * *