11 DE FEVEREIRO DE 2025

6ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: THAINARA FARIA, DR. JORGE DO CARMO e GILMACI SANTOS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - THAINARA FARIA

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.

        

2 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE THAINARA FARIA

Endossa o pronunciamento do deputado Dr. Jorge do Carmo. Cumprimenta autoridades e público presente nas galerias.

        

4 - DR. JORGE DO CARMO

Assume a Presidência.

        

5 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO

Cumprimenta a deputada Thainara Faria por sua atuação parlamentar.

        

7 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - THAINARA FARIA

Assume a Presidência.

        

9 - DR. JORGE DO CARMO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE THAINARA FARIA

Parabeniza o deputado Dr. Jorge do Carmo pelo seu pronunciamento.

        

11 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - PAULO MANSUR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

14 - REIS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

15 - MARCELO AGUIAR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

19 - PAULO MANSUR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - PRESIDENTE THAINARA FARIA

Cumprimenta Guilherme Rezende, representante da Associação Paulista de Supermercados, e integrantes da instituição, presentes nas galerias.

        

23 - DANILO CAMPETTI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

25 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

26 - PRESIDENTE THAINARA FARIA

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h47min.

        

ORDEM DO DIA

27 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h33min. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de criação de comissão de representação dos deputados: Itamar Borges, com a finalidade de participar da feira internacional GULFOOD 2025, em Dubai, a realizar-se nos dias 17 e 21/02; Márcia Lia, com a finalidade de participar do Grande Encontro de Prefeitos e Prefeitas para aproximar as prefeituras dos programas do governo federal e fortalecer o Pacto Federativo, em Brasília, a realizar-se nos dias 10, 11 e 12/02; Rafael Saraiva e  Caio França, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa de São Paulo no Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília, a realizar-se nos dias 12 e 13/02.  Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de retirada do PL 747/2024.

        

28 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

29 - PAULO FIORILO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

30 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 12/02, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 16h38min.

        

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- Assume a Presidência e abre a reunião o Sra. Thainara Faria.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Vamos iniciar a nossa lista de oradores, convidando o nobre deputado Dr. Jorge do Carmo para fazer o uso regimental da palavra. Tem V. Exa. cinco minutos para fazer uso da palavra.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Boa tarde, deputada Thainara Faria, nossa presidenta do Pequeno Expediente. Boa tarde aos senhores e senhoras que estão aqui neste plenário.

Boa tarde aos telespectadores, pessoas que estão aqui também nas galerias, público da TV Alesp. Sra. Presidente, eu quero hoje falar sobre um dos dilemas da nossa capital e também da Grande São Paulo. É o problema da mobilidade.

Queria pedir para o nosso amigo Machado passar umas imagens, para vocês verem ao que o povo lá de Guaianazes, da estação da CPTM, tem que se submeter para acessar as catracas da estação. E a CPTM diz que essa estação tem acessibilidade. Vocês imaginem se não tivesse.

Então tem uma rampa que dá a volta ao mundo, que não tem cobertura nenhuma. Eles chamam isso de acessibilidade. As pessoas não conseguem... Olha o tumulto que são as más condições daquela estação, seja lá em Guaianazes, seja em outros locais; aí nós já estamos na Estação da Luz.

Mas é para falar o quanto esse governo, que só quer privatizar e agora está na lógica de privatizar também as demais linhas da CPTM. E, para dizer quanto compromisso ele tem, deixa desse jeito, que é para justificar a privatização.

Quando o serviço é ruim e o administrador quer vender o serviço e tem alguém interessado porque se melhorar tem muito mais lucro, ele deixa sucatear para que justifique, para ele justificar a importância e a necessidade da privatização.

Então, é para dizer o quanto o povo paulista, especialmente da região metropolitana, sofre com os problemas das estações da CPTM na cidade e no estado de São Paulo.

A gente vê também que agora a onda é privatizar, como eu disse. A mobilidade, ou a imobilidade, que absorveu as Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, olha a quantidade de problemas que já aconteceu. Foi trem pegando fogo, expondo as pessoas nas estações, o trem batendo nas estações, problemas de energia elétrica, outros problemas.

Outro dia as pessoas tiveram que andar sobre os trilhos, para evitar que saia de uma estação até a outra a pé. Tudo isso por irresponsabilidade dessa ViaMobilidade que, mesmo com a recomendação do Ministério Público, o governador manteve a empresa administrando, e hoje nós temos problemas como esse, que aconteceu essa semana.

E tem mais um vídeo para passar, esse com áudio?

Por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Pois está muito provado que a privatização, deputada Thainara, não é a solução. Privatiza e, mesmo assim, piora o serviço.

Por isso eu quero dizer para o governador, que quer agora privatizar as Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, e por aí vai: é entregar o patrimônio paulista para o capital, mas não tem nenhum compromisso com a população, que usa esse transporte, que paga caro e que usa um transporte sem qualidade.

Obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, Dr. Jorge do Carmo, por trazer a sua voz e ampliar os direitos de toda a população que merece transporte público de qualidade.

Antes de seguir aqui a nossa lista de oradores dessa tarde, quero saudar os vereadores presentes aqui no plenário, acompanhando a sessão, e também a todas as pessoas que nos acompanham pela TV Alesp e a todos que estão no plenário.

Próxima da lista de chamada é Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Gostaria de chamar o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Reis. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.)

Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Nobre deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.)

Para seguir a Lista Suplementar dos deputados, gostaria de convidar o nobre deputado Dr. Jorge do Carmo, para fazer a leitura.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Dr. Jorge do Carmo.

 

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O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Bom, seguindo a lista de oradores inscritos. A deputada que até agora presidiu, a deputada Thainara Faria, leu a lista dos inscritos. Agora entramos na Lista Suplementar.

Então com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Thainara Faria, tem V. Exa. o tempo regimental.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, nobre deputado Dr. Jorge do Carmo, que preside esta sessão nesta tarde. Saudar os deputados presentes, em nome do deputado Vitão do Cachorrão, todos os servidores, assessores, os policiais. Muito boa tarde para o estado de São Paulo.

Infelizmente hoje subo a esta tribuna, não para trazer boas notícias, mas para trazer mais uma irregularidade, mais uma denúncia do que aconteceu no interior do estado de São Paulo.

Vocês sabem, o nosso mandato atua por todo o estado, sobretudo pelos pequenos e médios municípios, aqueles que mais precisam da nossa atenção, dos nossos recursos e do nosso apoio.

Ocorre que 12 pessoas no interior do estado de São Paulo perderam sua visão integral ou parcialmente em um mutirão de cirurgia de cataratas realizado pelo estado de São Paulo, no ambulatório, no AME, que vocês conhecem, Ambulatório Especialidades Médicas lá de Taquaritinga, feito pela Santa Casa de Franca. Contratada por quem? Pelo governador Tarcísio.

Antes dessas cirurgias serem feitas, ocorreu uma inspeção da Vigilância Sanitária que identificou irregularidades para o procedimento. Mesmo assim, as cirurgias foram realizadas e 12 pessoas perderam sua visão total ou parcialmente.

Imagine você, que está me acompanhando, que está me ouvindo, seja pelas redes sociais, seja em casa. Imagine você ir fazer uma cirurgia de cataratas para recuperar totalmente a sua visão e perdê-la total ou parcialmente.

As matérias. Eu quero que seja reproduzida aqui essa tristeza. “‘Minha vida parou’, ‘Perdi o trabalho’, ‘Me sinto inútil’: pacientes que perderam visão em mutirão de cirurgia de catarata relatam desespero”. Todos idosos. Uma salgadeira que dependia do seu trabalho para ter sustento.

Agora me respondam: o governador Tarcísio disse que vai investigar, que vai apurar, mas, enquanto isso, está sendo feito algum tipo de auxílio para essas pessoas que estão sem conseguir ganhar o seu sustento, que perderam seus trabalhos, que perderam seus meios de subsistência, porque perderam a visão através de uma cirurgia realizada pelo estado, pelo AME, pela Santa Casa de Franca, que é a OSC contratada?

Nosso mandato fez um requerimento questionando o governador Tarcísio. Qual vai ser a assistência para essa família? Assistências emergenciais para essas 12 famílias que têm os seus entes queridos que perderam a visão? Qual é a garantia de que eles vão ter o que comer no final do mês ou durante o mês, sem ter como se sustentar, sem ter como trabalhar?

Nós não podemos nos calar diante de uma situação como essa. Volto a dizer: se coloque no lugar dessas pessoas, desses idosos, dessas pessoas que perderam completamente a visão. Em um dia você enxerga, no outro você não enxerga mais por negligência médica, por negligência também do estado de São Paulo, que não presta uma assessoria para essas famílias.

O nosso mandato não pode se calar diante dessa situação. A gente não pode fingir que não sente a dor daqueles e daquelas que perderam sua visão. Então, através desse requerimento feito pelo nosso mandato, nós estamos cobrando seriamente, deputado Dr. Jorge do Carmo, o governador Tarcísio para que o governador dê uma assistência para essas famílias, apure o que aconteceu. Uma visão não se recupera mais. Quem perdeu parcialmente a visão não consegue mais recuperar.

Então quero dizer ao estado de São Paulo que o nosso mandato está acompanhando de muito perto essa situação, fazendo requerimento para o governador do estado de São Paulo. Se for necessário, nós entramos no Ministério Público, para garantir que essas pessoas tenham sua dignidade restabelecida.

O que nós não podemos é nos calarmos diante de tantas atrocidades, da Segurança Pública à água privatizada, é só destruição no estado de São Paulo, desde que o governador Tarcísio assumiu o seu governo.

Muito bonito, na última quarta-feira, nós estávamos comemorando 190 anos da Alesp, e foi dito o quanto se respeitam os deputados, o quanto os deputados são importantes.

São só vetos em cima dos nossos projetos; as nossas emendas para as cidades que mais precisam não estão sendo pagas; uma polícia com uma política de morte o estado de São Paulo afora; uma Sabesp privatizada que, desde as férias do povo paulista no litoral, que saiu todo mundo contaminado até agora, nas chuvas, o que vem acontecendo no estado de São Paulo, ninguém é responsável por nada.

Finge-se que nós, parlamentares, não temos o poder da voz para conseguir reivindicar os direitos do povo do estado de São Paulo. Mas nós não nos calaremos, acompanharemos de muito perto, e agradeço aos senhores o espaço para poder trazer aqui os anseios da população do estado de São Paulo.

Muito obrigada e boa tarde a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputada Thainara, você é uma revelação aqui da Casa, tem feito um trabalho extraordinário e engrandece aqui a nossa Assembleia Legislativa.

Seguindo a lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. Tem, em V. Exa., o tempo regimental.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - A frase que tomou as redes sociais é: “se tiver caro, não compra”. Essa foi uma declaração do presidente da República para todos nós brasileiros. Mas a gente tinha um salário mínimo em 2022 de R$ 1.212,00, e o salário mínimo para 2025 foi para R$ 1.518,00, a gente teve um aumento aí de R$ 300,00, tivemos um aumento de 25% no salário mínimo desde a época do presidente Bolsonaro.

Só que o aumento dos alimentos está beirando 50%, está beirando 100% e, a maioria, 40% de aumento. É por isso que a população brasileira perdeu a compra no Brasil. Eu vou colocar aqui na tela para vocês verem que a comida que o povo come não é a picanha, é o acém, que é uma carne que o povo come, R$ 31,99, 32 reais; R$ 31,99, vou colocar 32 reais, o acém de hoje.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Thainara Faria.


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Vamos colocar na época do Bolsonaro, R$ 19,99, 20 reais. Tem um aumento de 40%, e na época o PT ainda reclamava do presidente Bolsonaro de que as coisas estavam caras, mas não dá para comentar, nenhum parlamentar que tomar o microfone aqui hoje, que é do PT, vai conseguir debater sobre isso.

Se a gente teve um aumento de 25% no salário mínimo, como é que a gente está tendo um aumento no acém, que é uma carne do povo brasileiro, de 40 por cento? E ainda coloquei uma carne aqui com promoção, no supermercado com promoção.

Agora vamos para o cafezinho, vamos para o cafezinho: o café do presidente Lula, R$ 39,99 o preço, 500 gramas de café, estamos falando em 40 reais. Vamos colocar na época do Bolsonaro, olha só: nove e dezenove, dez reais. É por isso que o povo está reclamando.

É por isso que o povo está reclamando, e no café o aumento de 300%, saiu de dez reais para quarenta. Então assim, as pessoas estão sem dinheiro para comprar o seu cafezinho, as pessoas estão sem dinheiro para comprar a sua carne, porque o salário mínimo aumentou em 25%, só que o preço dos alimentos disparou no Brasil.

Então as pessoas não estão conseguindo mais se sustentar, não estão conseguindo levar o alimento para casa. E tudo isso por quê? Por causa do aumento do imposto. Porque o estilo da esquerda é aumentar o imposto. Esse é o estilo. E o estilo do presidente Bolsonaro, qual que era? Abaixar imposto.

A gente lembra, nos Correios, quando nós recebíamos mercadoria, que a gente pedia na Shopee, enfim, não tinha imposto. Colocou imposto em tudo. A gente tem imposto na gasolina, 7 reais a gasolina. Na época do Bolsonaro estava 4,30. Ou seja, volta, Bolsonaro!

É essa a frase que a gente põe para o Lula: volta, Bolsonaro! Porque, a frase que ele me colocou aqui, o presidente Lula, para a nação brasileira, “está caro, não compre”, então não vai dar para comprar nada no Brasil. A gente não vai conseguir, hoje, tomar um café no Brasil.

E se está assim, 40 reais, eu me recordo que a gente ia tomar um cafezinho, em uma cafeteria, se gastava uns 6 ou 7 reais para tomar um café. Hoje está 15 reais para você tomar um cafezinho.

Se você sentar com uma pessoa, está entre 15 e 20 reais. Se você sentar com uma pessoa para tomar um café, bater um papo, não é almoço, não, você gasta 40 a 50 reais, em um cafezinho. Você e uma pessoa, se você quiser pagar a conta, você vai pagar no dela 20, no teu 20, e acabou.

É assim que está o Brasil. A gente está ladeira abaixo. O presidente Lula perdeu a mão no nosso País, enquanto a gente está se virando aqui, no estado de São Paulo, para segurar a onda, com o governador Tarcísio.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Obrigada, deputado Paulo Mansur.

Antes de seguir... Pela ordem, deputado.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputada Thainara.

Quero fazer uma comunicação.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Para uma breve comunicação, dois minutos.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado. Eu quero falar de outro assunto. Mas antes eu quero dizer, para o deputado Paulo Mansur: ainda bem que a maioria do povo brasileiro não pensa assim. Então, “volta Bolsonaro”? Deus livre o povo brasileiro dessa tragédia que foi o governo Bolsonaro.

Mas eu quero falar, deputada Thainara. Essa semana, semana passada, na verdade, eu falei aqui um pouco da minha trajetória. Completo agora, no dia 9 de março, 40 anos aqui na Capital.

Quando eu cheguei do Nordeste, como eu disse, com pouca bagagem, mas com muito sonho, de chegar e vencer na vida. Sair de onde eu saí, e chegar onde eu cheguei, só com muita sorte, a benção de Deus, e muito esforço, e muito trabalho.

Mas eu esqueci, na passagem, quando eu falei um pouco disso aí, esqueci de falar de um assunto que eu não poderia ter esquecido, mas eu vou lembrar agora. Em 1993, eu comecei minha vida política, no final da década de 80. E em 93 eu assumi meu primeiro cargo na Câmara Municipal de São Paulo.

E lá, o vereador que eu assumi a assessoria dele, era o vereador Henrique Pacheco. Ele foi vereador por três mandatos, e depois foi deputado aqui. Dos três mandatos que ele foi vereador lá, em dois eu fui assessor dele. Quando ele veio a ser deputado aqui, em 1999, ele ficou quatro anos aqui, de 99 a 2003, eu fui assessor dele em 99 e 2000.

Por que eu estou falando do ex-vereador e ex-deputado Henrique Pacheco? Porque foi ele que me trouxe para a política. Foi ele que um dia disse assim para mim: “Jorge, vai estudar. Vai estudar, que você pode ser um grande advogado”. Não sou um grande advogado, sou um advogado mediano. Mas tenho a minha luta, a minha trajetória. Mas eu quero agradecer por ele ter aberto a minha mente.

Essa frase dele entrou na minha mente. A partir daí eu fui estudar, me formei em Direito, sou advogado. E hoje estou aqui, deputado igual ele foi. E tenho muita honra, muita alegria.

E quero aproveitar a oportunidade para mandar um grande abraço para o ex-vereador e ex-deputado Henrique Pacheco. E dizer a ele: muito obrigado pelos ensinamentos. Foram esses ensinamentos que me fizeram chegar a estar deputado hoje.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Parabéns, Dr. Jorge do Carmo. A gratidão é a memória do coração.

Seguindo a lista suplementar dos nossos oradores, gostaria de chamar o nobre deputado Vitão do Cachorrão, diretamente da terra de Sorocaba, para fazer uso da palavra. Se prepara o nobre deputado Reis, é o próximo orador.

Com a palavra, Vitão do Cachorrão.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Thainara. Ficou bem aí de presidente. Parabéns pelo trabalho de V. Exa. sempre lutando pelos municípios, pelos mais humildes, que Deus continue abençoando também o seu trabalho.

Cumprimentar aqui todos os trabalhadores, o pessoal da galeria, aqui a Casa do povo, os policiais, cumprimentar o pessoal da limpeza também, deputado Reis, o pessoal que faz a limpeza do nosso gabinete, que limpa os banheiros aqui da Casa.

Eu vim de uma família muito simples e nunca vou esquecer, Eduardo Suplicy, nosso amigo. Como é bom ver o Eduardo Suplicy aqui, Thainara. Que Deus dê muita saúde, que você continue lutando também pelo povo. Cada um aqui tem o seu partido, mas o Suplicy aqui enriquece a Casa com a sabedoria, com a experiência, e que Deus dê muita saúde para o Eduardo Suplicy aqui.

Eu quero falar aqui, olha que projeto maravilhoso para as mães atípicas, Professora Bebel, deputada Professora Bebel. Thainara, lá no fundão, na ponta do estado de São Paulo, divisa com o Paraná - mandar um abraço aqui para os professores, para os nossos mestres -, o professor faz uma cartinha e diz assim: “Mamãe, a sua criança é autista, você tem que ter o diagnóstico, fazer o exame.”

E olha só o número do projeto, desde 2023, é o PL 1521/23, e agora não tive resposta nenhuma pelo secretário de Saúde. Isso aqui ia valorizar até mesmo o governador Tarcísio de Freitas. O que significa? É o Instituto da Carreta DIA, onde se torna acessível o diagnóstico precoce de Transtorno de Espectro Autista.

A Carreta DIA é dotada em todos os equipamentos necessários, é composta por uma equipe de profissionais da área médica, neuropediátricas, terapeutas ocupacionais, psicólogos.

Essa equipe irá realizar exames e o diagnóstico de espectro autista vai ter um encaminhamento para o tratamento. Tem lugar que demora aí, cidades, dois anos. A professora, ela sabe, só que o laudo não vale, mas ela escreve para a mamãe: “a sua criança tem tudo para ser autista”.

E para ter um medicamento correto para que ela tenha o direito ao benefício, eu criei essa Carreta DIA, e tenho a certeza aqui, deputada Thainara, que todos os deputados, Eduardo Suplicy, independentemente de partido, esquerda, direita, centro, Paulo Mansur, nosso parceiro também, que trabalha muito, Campetti, nosso deputado Campetti, olha só, o diagnóstico precoce das crianças autistas, onde vai tomar o medicamento correto.

A criança vai ter, assim, uma recuperação inexplicável, que ela vai tomar o medicamento que precisa, vai deixar de ser tão agitada, ela vai conseguir estudar, ela vai ter os benefícios também, todos os direitos dos benefícios.

E essa Carreta é igual à Carreta da Mamografia, que vai lá na ponta, em Itararé, com os médicos, psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, e vai dar o diagnóstico e já vai encaminhar para o tratamento.

Meu Deus do céu, o melhor projeto vem do povo. E eu, sendo deputado, esse projeto vem das mães atípicas, não é da autoria do Vitão do Cachorrão que, para quem não conhece, é vendedor de hot dog com muito orgulho até hoje. Para quem não conhece, é filho de pedreiro. Só chegou aqui porque Deus permitiu e chegou aqui para falar a verdade, para lutar pelo povo, Thainara.

Agora eu vou falar. Eu sou da base, eu sou do Republicanos, mas até agora ninguém ligou para mim. O governador não ligou. O secretário de Saúde, um projeto maravilhoso desse, não ligou. E eu vou ficar calado aqui porque eu sou do Republicanos? De jeito nenhum. Isso tem que acabar.

E está tendo muita reclamação em outras partes também, fora na Saúde, faltando medicamento no Estado, tudo que é do DER que eu pedi, iluminação debaixo de pontilhão - não mudando o foco -, onde mulheres já foram assaltadas, violentadas no interior, até agora não colocou iluminação.

Guard rail em Itapiraí, onde tem uma empresa com 600 funcionários, e eles estão caminhando a mais de dois km na beira dessa rodovia e podem ser atropelados, não colocaram um simples guard rail.

Então eu não vou ficar calado aqui não. “Você é do Republicanos”. Eu sou do Republicanos, como eu respeito todo mundo, mas eu sou do povo e eu vou continuar lutando pelo povo aqui. E quando não atender o povo, eu vou usar este microfone para falar.

Então eu peço urgente a Carreta Dia, o diagnóstico precoce da criança autista.

Não vamos ficar calados.

Deus abençoe, deputada Thainara.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT – Amém, a nós todos. Obrigada, Vitão do Cachorrão, pelas suas palavras. Vamos seguir a lista de oradores nesta tarde e chamar o nobre deputado Reis.

O nobre deputado tem o tempo regimental de cinco minutos para fazer uso da palavra.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar a presidenta, a deputada Thainara. Cumprimentar os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, o público presente, os integrantes das forças policiais, todos os funcionários públicos e todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Presidenta, eu tenho vários assuntos para falar na data de hoje, me inscrevi três vezes, mas pelo tempo aí, pela quantidade de presentes, eu estou achando que nós vamos continuar no Grande Expediente. Mas eu quero começar sobre o presídio da Polícia Civil, que isso está causando frenesi na instituição.

O povo não está entendendo o que o governo quer. O governo decide desativar o presídio da Polícia Civil e mudar para o prédio da penitenciária feminina na zona leste de São Paulo. Aconteceu que houve uma correição lá no presídio da Polícia Civil e foram localizados lá 23 telefones celulares, que levou até ao afastamento do diretor, o Dr. Guilherme Lazo Solano Filho.

“A apreensão dos telefones, as suspeitas de que dois presos, conhecidos como “Xixo” e “Bolsonaro” - lá também tem um preso que se chama Bolsonaro - estavam ameaçando uma testemunha de dentro da cadeia e geraram um mal-estar tanto na classe policial quanto em promotores de justiça e no juiz responsável pela unidade”.

Olhe como que é o sistema tem um juiz que é responsável ali pela execução da pena e pela unidade, tem um diretor e assim por diante. A Corregedoria foi lá, fez uma diligência e lá encontrou os celulares.

Mas se o governo for fechar presídio por conta de celulares, ele vai ter que fechar quase todos, porque se fizer diligência em qualquer presídio do estado de São Paulo, vai encontrar celular, vai encontrar celular.

Então, isso não é motivo para fechar o presídio da Polícia Civil. Não é motivo para fechar o presídio da Polícia Civil, e isso está causando uma apreensão, porque a legislação diz que os policiais têm que ser presos em unidades próprias.

Não tem como pegar o policial quando ele comete um delito e colocar no mesmo presídio em que estão lá os bandidos que ele prendeu. Isso é para a Polícia Militar, que tem o presídio Romão Gomes, e é para a Polícia Civil, que tem o presídio da Polícia Civil.

Então, essa notícia deixou todos os integrantes da instituição sem entender o que o governo quer, além de que o governo ainda pretendia tirar a Corregedoria da Polícia Civil.

Só que, aqui, ainda diz a matéria: “Os telefones foram achados em celas de diversos agentes detidos, entre eles, dois policiais que haviam sido delatados à Justiça por Vinícius Gritzbach: Valdenir Paulo de Almeida, o 'Xixo', e o Valmir Pinheiro, conhecido como 'Bolsonaro'. Ambos estão na prisão da Polícia Civil antes mesmo da morte do empresário - já estavam presos - mas por suspeita de tráfico de drogas”.

Então, dizer para o governo que ele agora acordou para essa questão de Segurança Pública, que ele estava dormindo em berço esplêndido, não estava fazendo nada, agora ele está meio apavorado.

Ontem, ele criou um grupo de assessoramento, o Caesp; cada dia ele cria uma coisa. Mas isso mostra o governo sem saber aonde agir e como agir. E todos os dias, se abrir o jornal, você vai ver o noticiário do envolvimento de agentes públicos, obviamente. Inclusive, hoje falei na reunião em que o coronel, o comandante-geral da Polícia Militar esteve aqui e eu falei para ele: “Paga-se quatro mil reais para um soldado e o crime está movimentando bilhões”.

Enquanto o governo não entende que tem que valorizar os policiais, que tem que pagar um salário digno, o crime está aí cooptando. Agora, porque achou celular, vai se fechar o presídio? Mostra, mais uma vez, o desentendimento do atual governo com relação às questões de Segurança Pública, às questões funcionais da instituição Polícia Civil.

E para dizer que existe uma Lei Orgânica Nacional e que o governo tem que atentar para essa Lei Orgânica Nacional. Ele pode muito, mas ele não pode tudo. Na Lei Orgânica Nacional, no seu Art. 7º, Capítulo III, Sessão I, “Da Organização e do Funcionamento”, lá diz o seguinte: “Da Estrutura Organizacional Básica. Art. 7º - A Polícia Civil tem sua estrutura organizacional básica composta dos seguintes órgãos: Delegacia-Geral de Polícia Civil; Conselho Superior de Polícia Civil; Corregedoria-Geral de Polícia Civil.” Então, a Corregedoria da polícia não pode ser feita por pessoas alheias, estranhas à instituição.

Para terminar, presidenta, indo para o Art. 30, que trata das prerrogativas dos policiais civis, lá no Art. 30 também temos a questão da prisão dos policiais civis. O governo tem que atentar para essa questão, o governo tem que seguir essa lei federal que estabeleceu as regras. Então, no Art. 30, lá diz:

“São assegurados aos policiais civis em atividade os seguintes direitos e garantias, sem prejuízo de outros estabelecidos em lei.” Aí vem o item I, o item II. O Item III: “recolhimento em unidade prisional da própria instituição para fins de cumprimento de prisão provisória ou de sentença penal condenatória transitada em julgado”.

Isso está na Lei Orgânica e o governo tem que seguir. Não cabe a ele falar que agora a Polícia Civil vai para o presídio da SAP, que é a SAP que vai cuidar, porque a lei orgânica, a lei federal, está taxativamente dizendo como se devem seguir as prerrogativas dos policiais civis.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputado Reis. Gostaria de chamar agora, para uso da palavra, o nobre deputado Marcelo Aguiar.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Para uma breve comunicação?

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Para uma breve comunicação, o deputado Paulo Mansur.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Olha, deputado Reis, é uma vergonha a gente escutar da sua boca aqui, como deputado, que o presidente Bolsonaro estava preso. Aí depois, na sua fala, você fala que o preso era apelidado por “Bolsonaro”.

O seu líder político, que é o Lula, ele foi condenado em três instâncias por corrupção. Então, ele sim é um condenado que foi descondenado pelo sistema do STF para sair candidato à Presidência da República. Então, quem é condenado, que foi preso, foi o seu líder, que é o presidente Lula.

O presidente Bolsonaro, ele agora foi julgado para tirar os seus poderes políticos, não por corrupção, mas por se reunir com embaixadores para falar para esses embaixadores que o sistema eleitoral no Brasil poderia ser alterado, tendo impressão da cédula para a gente fazer duas contagens, na impressa e no sistema. Só por isso ele acabou perdendo os seus direitos políticos.

Então, é de uma pessoa ilibada, que é o presidente Bolsonaro, que você está usando o seu discurso para falar no nome dele e em prisão, mas preso aqui é o presidente Lula, que é o seu líder.

 

O SR. REIS - PT - Pela ordem, Sra. Presidente. Para uma comunicação?

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, uma breve comunicação para que a gente possa ouvir o Marcelo Aguiar, deputado.

 

O SR. REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu acho que o deputado Paulo Mansur deve ter algum problema cognitivo. Acho que tenho dó daqueles que assistem ao programa dele, porque ele não entender o que eu falei e vir aqui fazer toda essa retórica desnecessária, é porque ele não prestou bem atenção.

Eu falei que lá tem, sim, um preso que é chamado de Bolsonaro. Eu falei: “Lá tem um preso...” Não sou eu que estou falando, está na matéria. Está escrito aqui na matéria, na mídia jornalística, que lá tem um preso, lá no presídio da Polícia Civil, que é chamado de Bolsonaro. Eu não falei que é o Bolsonaro. Eu não falei em nenhum momento que é o Bolsonaro.

Depois, ele trazer a prisão ilegal, inconstitucional, do presidente Lula é porque ele também não conhece o processo. Ele não leu a sentença, ele não conhece a sentença, ele não conhece tudo o que aconteceu para levar à prisão injusta do presidente Lula. Tanto foi injusta que ela foi anulada. Senão, ele estaria preso. Por que é que tudo foi anulado? Por que é que os atos foram nulos, não é? Então ele deveria pegar...

Eu li toda a sentença que condenou o presidente Lula, e lá o juiz fala que era a convicção dele. O juiz não prende, não condena por convicção, ele prende por provas. Ele prende por provas.

Então, atribuir ao presidente a propriedade de um apartamento no Guarujá de que ele nunca teve a chave, a posse - não tinha escritura no nome dele, ele nunca usou aquele apartamento -, simplesmente para tirar a liberdade do presidente e simplesmente para impedir que ele fosse candidato... E obviamente teria sido reeleito, porque a eleição do Lula prova isso.

Não cabe a uma pessoa que tem desconhecimento desse acontecimento vir aqui falar esse monte de bobagem que o deputado Paulo Mansur falou. É lamentável.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Vamos garantir a fala do nobre deputado Marcelo Aguiar. Tem V. Exa. o tempo de cinco minutos. 

 

O SR. MARCELO AGUIAR - PODE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Thainara. Eu lhe agradeço. Quero cumprimentar todos que estão nos assistindo pela TV Alesp, todos que estão presentes nesta Casa, todos os parlamentares que já usaram a tribuna nesta tarde, o nosso querido excelentíssimo também deputado Mansur, que acabou de fazer menção aqui e também o deputado Reis.

Olha, para até um pouquinho arejar a mente de vocês, eu sei que nos presídios pode ter celular, mas com certeza tem picanha. Pode procurar que tem picanha no presídio. Antes disso, eu queria mostrar, se puder, as imagens que eu trouxe. Se possível, se o pessoal da mídia puder soltar as imagens. 

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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Pois é, senhoras e senhores, povo do estado, do meu estado de São Paulo. Hoje eu venho aqui para dividir com vocês um ensinamento precioso. Eu até vi aqui o parlamentar que me antecedeu, o meu querido Jorge do Carmo, que ele recebeu um conselho na sua infância: vai estudar.

É um conselho que ele poderia ter dado para o nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque ele traz aqui um ensinamento precioso que nos foi concedido pelo presidente da República.

Até a nossa querida Bebel, nossa querida deputada Bebel, ele poderia ter recebido esse conselho. Ele, com toda a sua sabedoria e simplicidade, nos deu um conselho que pode mudar as nossas vidas: se for ao mercado e as coisas estiverem caras, não compre.

Compre algo mais barato, Bebel. Olhem aqui o conselho do presidente Lula para nós. Vejam que genialidade, parece que é até uma descoberta revolucionária da economia moderna.

Quem diria que, diante da necessidade, bastava simplesmente não comprar? Realmente ninguém nunca pensou nisso antes. Não compre. O arroz subiu, o feijão encareceu, o leite está um absurdo.

Meu povo, não sofra, basta comprar um similar. Quem precisa de carne pode comprar osso. O Mansur falou: “compre acém”. Não, compre osso, porque o acém não dá para comprar, compre osso. Quem precisa de leite pode tomar água.

Agora, enquanto nós seguimos esse brilhante conselho e aprendemos a nos virar com o que podemos, a pergunta que fica é: será que esse ensinamento tão valioso vale para todos? Porque, vejam só: enquanto nos aconselham a cortar gastos, a substituir produtos e a nos virar, tem gente que não economiza um centavo sequer.

As viagens continuam, as diárias são pagas, os jantares caríssimos seguem a todo vapor, o povo é orientado a se contentar com menos, mas quem dá esse conselho parece que não abre mão de nada.

E onde estão aqueles que vivem dizendo que defendem os pobres? Estão voando de jatinho, hospedados nos melhores hotéis, brindando com vinhos importados em Portugal, enquanto dizem que se preocupam com a nossa fome.

Eles falam em igualdade, mas vivem nas mais absurdas, nas mais absolutas diferenças. E o que nos resta? Bom, pelo visto, se o mercado estiver caro, não compre. Se a passagem estiver cara, não viaje. Se o aluguel estiver caro, durma na rua. É isso que esperam de nós.

Meus amigos, não se deixem enganar. Governar não é dar conselho barato para quem sofre. Governar é dar exemplo e mostrar na prática o que se prega. Então, da próxima vez que tentarem te convencer de que o problema é você que precisa se adaptar e se contentar com menos, pergunte-se por que eles nunca se contentam.

Aliás, o relógio que ele está usando naquele vídeo custa mais de 78 mil reais, que é um Rolex, só para que vocês saibam.

Que Deus nos abençoe, porque com estas ideias vamos precisar.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, nobre deputado Marcelo Aguiar.

Pela ordem, Professora Bebel, para uma comunicação, dois minutos.

Já chamo o nobre deputado Eduardo Suplicy para se dirigir à tribuna, e é o próximo orador.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Bem, eu quero de forma respeitosa, deputado Marcelo Aguiar... Aliás, não gostaria de recepcioná-lo debatendo com V.Exa., porque nós, óbvio, diante do que o senhor disse ali, ideologicamente estamos em campos diametralmente opostos.

Mas eu quero dizer para o senhor o seguinte: o que acontece com o momento econômico, nós temos que analisar o contexto histórico. Se não quiser enxergar que o povo esteve na fila do osso e que agora pode ter opção, isso minha mãe, o presidente Lula faz, o que as donas de casas fazem: se não dá para comer o tomate, nós vamos comer uma outra verdura. O que não podemos deixar de ter é o básico.

É verdade, houve um aumento nos alimentos da cesta básica, mas vamos analisar o contexto também climático. Vossas excelências são negacionistas nas questões climáticas e, ao serem negacionistas, por óbvio nós não teremos plantações, não teremos produtos agrícolas na mesa.

Aliás, são contra a agricultura familiar, que põe comida na mesa do povo brasileiro, são contra a reforma agrária, que é necessária e estrutural para acabar com a fome do povo brasileiro, e aí nós vamos nos prender àquilo que é pior.

Por exemplo, falar do Rolex do presidente Lula, mas vamos falar das joias, por exemplo, que desapareceram e que tinham que estar lá como um acervo histórico na presidência da República, no Palácio do Planalto.

Então, é bom a gente tomar cuidado com as palavras, as palavras carregam consigo peso. Ideologicamente, estamos em pontos opostos? Por óbvio que sim, mas é preciso fazer uma análise de contexto e uma análise política correta.

Muito obrigada, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, nobre deputada Professora Bebel.

Com a palavra, nosso sempre senador, nobre deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Querida presidente e deputada Thainara Faria, é muito bom falar aqui sabendo que a senhora é a presidente; queridos Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria de trazer hoje, ao plenário, três matérias.

A primeira, o caso do ocorrido em Mongaguá, litoral de São Paulo, na madrugada de ontem, em que quatro pessoas em situação de rua que dormiam na orla da praia foram baleadas.

Três homens e uma mulher tiveram ferimentos, principalmente no tórax e nos braços, mas não correm risco de morte. Ainda não há melhores informações sobre o atirador, e é importante que as autoridades da Segurança investiguem o que aconteceu.

O segundo assunto é a falta de água que vem ocorrendo na Grande São Paulo, em plena onda de calor. Regiões do Butantã, zona oeste, do Guarapiranga, na zona sul, e   do município do Embu das Artes têm relatado interrupções frequentes no fornecimento de água há cerca de dois meses.

Segundo a reportagem do “G1”, uma pessoa na região do Butantã relatou que, na semana retrasada, ficou quatro dias sem água, e quando a água chegou, veio totalmente escura. A Sabesp informou ao jornal que, devido ao calor, o consumo de água aumentou, o que impacta na recuperação dos reservatórios, causando instabilidade no fornecimento. Isso é grave, e não podemos aceitar a falta de água constante que tem acontecido em nosso Estado.

Mas o último assunto que eu queria aqui trazer é a Pesquisa Origem e Destino 2023, do Metrô de São Paulo, hoje divulgada. Segundo a pesquisa, o uso de transporte individual ultrapassou o coletivo na Grande São Paulo, pois 51,2% das viagens diárias foram feitas individualmente, o que inclui táxis, aplicativos e motocicletas, por exemplo.

Na edição anterior da pesquisa, de 2017, a situação era a inversa: mais da metade, 54,1%, usava modais coletivos, como ônibus, metrô e trem. Havia uma tendência de diminuição no uso do transporte público desde a década de 2000, mas a um ritmo muito mais lento do que o observado agora.

O uso dos serviços de táxi por aplicativos, como Uber e 99, aumentou 137% em um período de seis anos. Essa é a principal explicação para o fato de o transporte individual ter superado o sistema coletivo, segundo a pesquisa. O transporte coletivo perdeu três milhões de viagens entre 2017 e 2023, sendo a maior parte desta perda 2,6 milhões no transporte de ônibus.

Outro dado desta pesquisa, que é previsível, mas chama a atenção, é que os moradores mais pobres da Grande São Paulo se deslocam majoritariamente de transporte coletivo, e os mais ricos, de transporte individual.

Segundo o levantamento, entre aqueles com renda familiar de até R$ 2.640,00 por mês, duas em cada três viagens, 67,8%, foram em trens, metrôs ou ônibus. A situação se inverte para quem tem renda familiar acima de 15 mil e 840 reais. Para essas pessoas, aproximadamente 80% das viagens são feitas por transporte individual. A pesquisa possui dados importantes e pode ser acessada na internet.

Tanto o Poder Público estadual, quanto os municipais precisam analisar esses dados para planejar melhorias para os deslocamentos da Grande São Paulo. Atualmente, o custo do transporte está extremamente alto e segue recebendo diversas reclamações. A tarifa de ônibus na Capital passou de R$ 4,40 para R$ 5,00, o maior ajuste em quase dez anos. Metrô e trem passaram para cinco reais e 20 centavos.

Para quem utiliza os dois moldes, o custo da integração está em oito reais e 90 centavos. Em Suzano e Ferraz de Vasconcelos, a tarifa de ônibus está em R$ 6,00. Precisamos repensar esses valores, que se tornaram inacessíveis para muitas famílias. O transporte coletivo de qualidade, com preço acessível, até mesmo com tarifa zero, incentivará a diminuição do transporte individual, refletindo também na queda do trânsito e da poluição. Tudo isso levaria a uma grande melhora na qualidade de vida da população da Grande São Paulo.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputado Eduardo Suplicy, com palavras sempre muito preciosas para a nossa reflexão e para a nossa ação.

Gostaria de chamar a nobre deputada Professora Bebel para fazer uso regimental da palavra.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sra. Presidenta. Cumprimento também a Mesa Diretora de trabalhos, assessores à minha esquerda, à minha direita, público presente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos assiste através da Rede Alesp.

Eu me deparei hoje com os resultados da avaliação do Saresp aqui no estado de São Paulo. E o que se detectou é que os alunos, frente àquela política nacional do PNAIC, que é o Programa Nacional de Alfabetização em Idade Certa, deu certo. E esses alunos todos tiveram desenvolvimento para cima.

No entanto, os estudantes do sexto, sétimo, oitavo e nono anos tiveram uma queda. Então é algo para pensar. E os últimos anos do ensino médio também tiveram queda na avaliação do Saresp. É óbvio: há mudanças de metodologia, por óbvio que há.

Mas é importante entender que a Educação não vai bem, mesmo com toda essa parafernália de plataformização. O que é que está dando certo? Está dando certo porque o primeiro ciclo do ensino fundamental tem uma continuidade de seus profissionais.

Então você cria um vínculo; portanto, nessa continuidade, esse menino continua contigo, você está com ele. E o professor consegue, ano a ano, ir recompondo. Então estão se saindo bem lendo e escrevendo.

Mas aqui desmistifica o tempo integral, que é o último ano do ensino médio. Aqui fica claro que há uma estagnação. Não há uma queda, mas uma estagnação. Lamentável, porque foi feita tanta parafernália, tanta correria para que tivesse ensino integral, todas essas questões.

Mas tem um problema que eu denunciei aqui na semana passada: o troca-troca de professores em todas as atribuições de aulas e a mudança de método na atribuição de aulas. Até que o professor pegue a classe, até que ele enturme, leva um tempo. E, ao levar esse tempo, quem perde é o estudante e a Educação paulista.

Portanto, é tempo de fazer mutirões. Eu até concordo: está falando aqui em fazer monitorias. Vamos fazer mutirões, monitoria; vamos fazer algo pujante. Porque essa juventude precisa de uma escola de qualidade. Eu, deputada presidente Thainara Faria, tive a honra de liderar um cursinho popular em Piracicaba.

Sabe quantos jovens passaram no cursinho popular, sem apoio do estado, nós, 20 estudantes, uma estudante sozinha, deputado Suplicy, passou em seis universidades, estaduais e federais. Escolheu onde quis. Passou estudante. Eu fiquei assim, me senti honrada.

E aí fui para a Secretaria dizer: “Por favor, ofereça para a juventude”. Porque se não conseguiu lá naquele período em que ele estava, ou ela estava, a estudante estava, poderá recuperar.

Então, tem aí uma boa conversa com a Secretaria no sentido de avançar, vamos ver se avança, vamos ver se avançamos, para que a gente possa garantir que todos tenham acesso ao ensino superior público e de qualidade.

Muito obrigada, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputada Professora Bebel.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Encerrando a lista de oradores do Pequeno Expediente, passamos imediatamente para chamar a lista dos oradores do grande expediente.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve comunicação?

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Uma breve comunicação para o deputado Paulo Mansur. Antes já chamar o Agente Federal Danilo Balas, para fazer uso da palavra. (Pausa.) Próximo deputado é o deputado Reis, com permuta com o deputado Simão Pedro.

Agora sim, o nobre deputado Paulo Mansur, pode fazer uso da palavra na breve comunicação.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Olha, eu queria relembrar o maior escândalo que teve no Brasil, que foi o escândalo de corrupção dos Correios.

Quando houve o mensalão, que o Roberto Jefferson subiu para falar de um esquema de corrupção que havia com os deputados federais com compra de voto, foi porque a “Veja” publicou um empresário recebendo dinheiro dos Correios. E tudo começou naquele momento, com a publicação da “Veja”.

Mas, vale lembrar que em 2016, a gente teve um déficit de 1,4 bilhão de reais nos Correios, 1,4 bilhão de reais. Quando o presidente Bolsonaro assumiu, em 2018, teve um lucro de 161 milhões de reais. E aí, em 2019, um lucro de 102 milhões de reais. Já em 2020, ele conseguiu trazer um lucro de 1,5 bilhão de reais.

É claro, porque em 2021 e 2022, a gente teve um maior lucro, que foi 2 bilhões de reais, até por causa da pandemia, e as pessoas estavam mais digitalizando o mundo, ou seja, mais entregas em casa, e isso ajudou. E o presidente Bolsonaro naquele momento acabou ajudando a digitalização e também não cobrando taxas das entregas, como surgindo Shopee, entre outras empresas no Brasil.

E aí, pois bem, o governo Lula assume, em 2023, o País, né? E aí a gente tem um déficit de 597 milhões de reais em 2023. Eu queria saber a mágica disso. Em 2023, 597 milhões de reais.

E agora, para resumir, em 2025, pulando dois anos, é isso que você vai falar agora, a gente tem um prejuízo de 3,2 bilhões de reais. Reis, dá pra fechar os Correios, dá pra fechar os Correios. 3,2 bilhões de reais de prejuízo. Uma estatal que tá dando 50% de todo o prejuízo das estatais vem dos Correios, que dava lucro com o presidente Bolsonaro, deputado Reis, explica para a gente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, deputado Paulo Mansur.

Agora, com a palavra, o nobre deputado Reis, que fez permuta com o deputado Simão Pedro.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputada Thainara, eu retorno à tribuna não para ficar pingando fogo com o Paulo Mansur, senão eu não cumpro o meu papel. Eu tenho que fazer aquilo que aqueles que me elegeram cobram, e eu estou aqui para representá-los, falar em nome deles, não em nome do deputado Paulo Mansur.

Então eu me reinscrevi, não consegui falar no Pequeno Expediente, mas consegui uma permuta com o deputado Simão Pedro e volto ao Grande Expediente para falar um pouco mais desta Casa, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, para falar dos nossos projetos.

O que me deixou surpreso essa semana, deputada Thainara Faria, é que o líder do Governo está colocando óbice nos projetos dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas.

Ou seja, aquela produção legislativa que é feita pelos Srs. Deputados e pelas Sras. Deputadas, aquilo que é debatido na sociedade, que é debatido nas categorias e que é trazido para esta Casa para se transformar em projetos de lei... O líder do Governo, de forma ditatorial - virou um ditador -, está dizendo o que vota e o que não vota porque disse que não quer desgastar o governo. Olha só que gracinha, conforme dizia aquela saudosa apresentadora de televisão. Gracinha, não é?

Então ele não quer pautar nos projetos que, segundo ele, o governador vai vetar, podem ser vetados. O governador já veta tudo. Tudo que se produz aqui, toda plantação dos Srs. Deputados, quando chega no Palácio do Governo, é ceifada. Os projetos, muitos aqui, nascem mortos. Mas nós não podemos deixar de apresentar as nossas proposituras, fruto do debate na sociedade.

Então é muito doloroso para a gente ver quando se faz um grande esforço... E olha que aqui, gente, eu venho de uma experiência na Câmara Municipal que lá sim, lá produzia, lá a gente aprovava. Toda semana tinha votação de projeto dos vereadores. Aqui é um projeto ao ano. O deputado consegue colocar um projeto no período de um ano. Isso é uma vergonha. Isso é muito vergonhoso.

Primeiro que tem 94 deputados, poucos vêm aqui falar com a sociedade. Eu não sei como eles são eleitos, porque eles não dialogam com a sociedade. É só a gente olhar aqui. As cadeiras vazias. Primeiro que eles não vêm aqui. Aí, quando produz, o governador veta, o líder do Governo, e os partidos de sustentação do governo colocando dificuldade nos projetos dos Srs. Deputados.

Depois, que é papel nosso derrubar veto, o presidente desta Casa, que é um anexo, que funciona em anexo - esta Casa é um anexo do Palácio dos Bandeirantes, é um puxadinho -, também não pauta para derrubar os vetos. Porque, em tese, quem dá a última palavra não é o governador.

O governador é um empregado do povo. Ele não é um imperador. Ele se acha um imperador, ele acha que é o dono. Ele não é o dono. A dona é a sociedade. A dona é a população. Ele é apenas um administrador que está lá por prazo determinado, ele não é eterno. Ele não é eterno. Venceu o mandato, ele vai embora. Se ele for reeleito, fica mais quatro anos também. Depois de mais quatro anos, ele não tem direito à reeleição.

Então, olha só, nós protocolamos um projeto muito importante, que é o Projeto nº 62, de 2023, que dispõe sobre a concessão de adicional de insalubridade aos funcionários e servidores da Administração Centralizada e das Autarquias do Estado e dá outras providências. Então nós fizemos esse projeto por quê? Por conta da história dos oficiais administrativos.

Os oficiais administrativos recebiam insalubridade no grau máximo. O Departamento Médico, em um dado momento, foi lá, reduziu por grau mínimo. Neste governo, era 785 reais que ele recebia de insalubridade, passou a 196 reais em uma canetada do Departamento Médico.

Bom, mas ele está em uma repartição policial, que é insalubre na sua essência no grau máximo. Todas as repartições policiais são insalubres, porque têm pessoas armadas, têm presos.

Ali alguém pode ser vítima de violência do nada. Então, como é o Departamento Médico que define o grau de insalubridade, nós fizemos uma legislação para dizer: “Olha, sendo repartição policial, é no grau máximo”.

Aí o governo, o PL, o Partido Liberal, que se diz defensor da polícia, o Republicanos, que se diz defensor da polícia... O governo, então, é contra esse projeto. Ele é contra o projeto, mas isso aqui foi fruto de um debate lá com os servidores, com os oficiais administrativos. Então é direito deles ver esse projeto ser aprovado aqui.

E o governador decide, “ah, eu vou vetar”, ou ele pode mandar uma matéria de autoria dele “ah, porque quem tem que fazer isso é o governador”. É verdade. Mas, como o governador não faz, nós temos que dizer para o governo: olha, governo, isso aqui é um pleito dos oficiais administrativos, que ganham um salário de 750 reais, que têm que ter uma complementação, um bônus, para poder chegar a um salário mínimo.

Isso é vergonhoso, e nós estamos denunciando desde o primeiro dia que nós chegamos aqui. E o governo não moveu uma palha para mudar isso aí. Outro projeto, que nós apresentamos é com relação a um projeto simpático, importante. É com relação à dispensa para doação de sangue. Porque, hoje, se a pessoa doar sangue, ela tem direito a uma dispensa ao ano.

Nós estamos aumentando para quatro, até para que os bancos de sangue tenham mais sangue disponível para socorrer as pessoas. E os funcionários que quiserem fazer essa doação, que eles possam, a cada três meses, quando doar, ter direito a um dia de licença. Também o governo se colocou contra. Isso também é fruto de um debate na sociedade.

O outro projeto, que o governo também está se colocando contra, é o PL 1.712, de 2023, que é o grande problema que nós temos, dos policiais que moram em uma cidade e trabalham em outra. Nós fizemos um projeto simpático. Porque o governo disse que não tem dinheiro. Custa 50 milhões para garantir a gratuidade para ir de uma cidade para outra.

Aí o governo fala que um estado que vai arrecadar, esse ano, 374 bilhões, e que tem um excesso de arrecadação, do ano anterior, de cerca de 26 bilhões, não tem 50 milhões para garantir a segurança do policial, para garantir o transporte dele de uma cidade para outra. O estado mais rico da Federação... Então esse projeto também surgiu desse debate.

Porque as empresas foram lá, fizeram um acordo com o secretário de Segurança, e disponibilizaram até duas vagas no ônibus, para poder transportar de uma cidade para outra. Mas, muitas vezes, você tem 10, 15, 20 policiais, que não têm a disponibilidade do transporte. Muitas vezes estão na estrada, na rodovia, pedindo carona, correndo todos os riscos.

Então veio esse debate, nós ouvimos a categoria, e construímos um projeto que trata que, à medida que as empresas façam o boleto daquela passagem, que elas podem deduzir no imposto, no seu imposto sobre circulação de mercadoria e serviço. Porque a empresa intermunicipal, empresa que vai de uma cidade para outra, ela recolhe esse tributo. Recolhe para o estado, não para a prefeitura.

Então, que ela pudesse compensar o valor desse bilhete, que seria disponibilizado para os policiais civis, militares, policiais penais, bombeiros. Outro dia mesmo eu dei uma carona para um bombeiro. Ele trabalha a 150 quilômetros da casa dele. Obviamente, já faltam bombeiros, porque os concursos que são feitos não estão cumprindo o efetivo, resolvendo a defasagem, recompondo o efetivo.

Então, muitas vezes, o Estado tem que ter aquele profissional lá, e ele não tem, próximo daquela unidade, e ele leva profissionais de longe. E aí a pessoa fica na estrada, correndo risco de ser vítima do crime, do PCC, de levar um tiro, porque ele está ali pedindo carona. Então nós construímos um projeto para resolver isso.

O governo deveria estar preocupado em dar solução para isso. Mas não: eles calam o seu líder do Governo, para ficar dificultando os projetos dos deputados. Olha que vergonha, governador! Que vergonha, Tarcísio! Isso é uma vergonha, o que V. Exa. está fazendo.

Escalando aqui os seus serviçais para poder dificultar, obstruir aqueles projetos que foram construídos na base, que foram construídos com as categorias, para dar resposta para a sociedade. Isso é uma vergonha!

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputado Reis. Seguindo a lista de oradores do Grande Expediente, gostaria de chamar o nobre deputado Donato. (Pausa.) Nobre deputado Capitão Telhada.

Tem V. Exa. o tempo regimental de 10 minutos para fazer uso da palavra.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - SEM REVISÃO DO ORADOR - Uma excelente tarde, Sra. Presidente, a todos os deputados que nos acompanham, à galeria, funcionários civis e militares da Assembleia Legislativa, aqueles que nos acompanham pela TV Alesp, pelos canais digitais, YouTube.

De fato, acredito que esse ano será mais um ano tomado pelos debates em Segurança Pública. Essa sinalização já foi feita desde 2024, ano passado, nas eleições municipais, na virada do ano.

Agora, e, com certeza, será o tema protagonista, não só aqui na Assembleia Legislativa, mas também em nível nacional e, com certeza, nas campanhas que teremos em 2026, a governador, a presidente, a deputados, senadores.

São seis cargos o ano que vem para que o brasileiro, para que o cidadão de bem vá às urnas escolher os seus representantes, e esse tema é muito caro a todos nós. Nós, que viemos das fileiras da polícia - eu, no caso, da polícia militar, tem outros deputados aqui que vieram também da polícia militar, da polícia civil, da polícia federal -, esse tema nos é caro e, dando continuidade ao discurso de outros deputados que me antecederam, vamos continuar falando de Segurança Pública porque é um tema que interessa à sociedade.

É claro, eu acredito que o cidadão em São Paulo, o cidadão no Brasil, ele está muito antenado no que ele tem de atendimento de saúde, ele está muito antenado no que interfere no bolso dele, o quanto ele paga no supermercado por um café, que todo mundo sabe que agora é um item de luxo na casa dos brasileiros, por quanto ele paga no alimento, no produto de higiene, no produto de limpeza. Então, tudo que interfere no custo de vida do brasileiro, ele está muito antenado, e também na Segurança Pública.

E hoje foi um dia que nós tivemos oportunidade - toda a bancada da Segurança Pública, os deputados oriundos das forças policiais -, de estarmos reunidos com o secretário de Segurança pela manhã e aqui na Assembleia Legislativa com o comandante-geral da Polícia Militar diversos temas foram debatidos, perguntas foram feitas.

Conversamos muito sobre as estratégias a serem adotadas no ano de 2025, sobre a valorização dos nossos policiais que urge, o tempo urge, os anos passam muito rápido, os meses, daqui a pouco nós já estamos completando aí mais de um ano sem reajuste. Então, o que nós teremos à frente? Essa pauta é cara a todos os paulistanos, ela é complexa.

A polícia militar, eu acho que falar de polícia, falar de segurança pública é muito parecido com o que a gente vê em programas de televisão quando falam de futebol. Todo mundo é especialista. Todo mundo é especialista, é técnico do time, tem o melhor formato, tem a melhor ideia sobre a escalação, sobre quem joga melhor, sobre quem rende melhor na esquerda, na direita, no meio de campo.

E na Segurança Pública é muito parecido, todo mundo é especialista. Todo mundo vai a um programa de televisão, vai a uma rádio, sobe a um microfone, políticos afora e fala sobre polícia, fala sobre segurança pública, tem lá a solução de todos os problemas. Só que poucos jogaram bola, poucos pisaram lá no campo de futebol e sentiram a pressão da torcida, sentiram, tomaram um empurrão, tomaram pontapé na canela, erraram um gol, saíram machucados ou fizeram um gol, sentiram essa emoção.

Poucos sentaram numa viatura, prenderam alguém, salvaram alguém, foram xingados, responderam um processo administrativo, judicial. Poucos têm essa experiência do campo, do chão da fábrica.

E não quer dizer que quem não tenha essa experiência não possa falar sobre o assunto, é totalmente lícito. Essa coisa de lugar de fala, eu não concordo, não. Eu acho que pode, sim.

Podemos discutir, debater sobre os mais diversos assuntos, como eu também discuto alguns assuntos que eu não exerci na minha carreira. Mas nós temos que ter muita tranquilidade na hora de adentrarmos assuntos que nós não conhecemos, e segurança pública é um desses. Nós estamos num país em que o desafio de ser policial é gigantesco.

Nada ajuda o policial, nada. O policial não tem uma retaguarda jurídica adequada, não tem lei que o protege. A lei no Brasil só protege o marginal.

Não protege o cidadão de bem, não protege o policial, o operador da lei. Infelizmente, no Brasil, a gente vê ainda eco no discurso de que bandido é vítima da sociedade. E esse cálculo, quase que um cálculo matemático, esse entendimento, ele está dentro da cabeça, infelizmente, do jovem que faz a opção em ir para o crime.

Porque é, sim, muitas vezes, ou a maioria esmagadora das vezes, uma opção. Porque o cálculo matemático é que vale a pena. O custo-benefício no Brasil é bom. Por quê? Nós temos resultados lá de condenações, quando a gente fala em homicídio, elucidação de homicídio, de 7% apenas dos homicídios que ocorrem no Brasil. Roubos, nem se fala.

Quando se chega à identificação de um criminoso e se chega à prisão, ou ele sai na audiência de custódia, ou ele fica preso, mas não é condenado, ou quando ele é condenado, ele é condenado a um regime semiaberto, a um regime aberto, ou a uma pena alternativa, não privativa de liberdade.

E isso vai ecoando na sociedade com uma força avassaladora, onde as pessoas chegam à conclusão de que vale a pena ir para o crime. E a polícia tem que trabalhar nesse caos, nesse ambiente caótico, lutando contra uma legislação fraca, lutando contra uma imprensa que muitas vezes é parcial, a grande imprensa, uma cultura que no Brasil, infelizmente, aumenta a crise de autoridade.

Nós temos que lutar, o policial lá na rua tem que lutar contra decisões do Judiciário que só colocam mais dificuldade ainda numa carreira que já é espinhosa, decisões que envolvem a abordagem policial do STJ, decisões do CNJ, por exemplo, que proíbem que a polícia leve de volta para o sistema penitenciário o indivíduo que está numa saidinha de preso em descumprimento às regras que o juiz estabeleceu, enfim, tudo joga contra.

E com esse pensamento perverso e com essa situação tão complicada, está lá o policial, o guarda civil, policial penal, todas as classes que escolheram trabalhar na Segurança Pública e se dedicar.

E a gente chega a uma situação, infelizmente, que é o máximo, que é o extremo do que a gente tenta combater aqui na Assembleia, que é o caso, por exemplo, da semana passada do soldado Rafael Novaes, que era obrigado a morar dentro de uma comunidade, residia dentro de uma favela.

Quem viu as imagens percebeu que ele residia no interior de uma viela de uma comunidade, que, infelizmente, a 50, 100 metros da sua casa existia, inclusive, tráfico de drogas, e se viu exposto e foi morto, foi assassinado covardemente por um assassino, por um bandido que também lá residia e sabia que horário que ele saía, que carro que ele usava, como que ele agia. Ele conhecia todos os momentos de exposição daquele policial. Quantos outros R. Novaes não existem em São Paulo, não existem no Brasil?

Nós aprovamos uma lei aqui na Assembleia Legislativa, no final de 2024, que traz dignidade, que traz oportunidade para os agentes de segurança terem sua casa própria, terem uma carta de crédito, um financiamento facilitado a juros baixíssimos ou zero, em alguns casos, para que ele tenha essa oportunidade de residir num lugar melhor, porque ele exerce uma profissão de risco. Estamos aguardando que essa lei seja regulamentada, que os policiais tenham acesso logo a esse programa.

E aqui já fica a nossa cobrança à Secretaria de Habitação, inclusive. Vamos dar celeridade nesse projeto. Nós aprovamos aqui em novembro, estamos indo já para quatro meses de aprovação, precisamos urgentemente que seja regulamentado, que os nossos policiais tenham acesso a essa oportunidade, tenham acesso a esse regime diferenciado de habitação, porque cada vida importa.

Nós precisamos quantos mais policiais baleados, oprimidos dentro de suas casas, dentro da comunidade que cresceram e ainda não tiveram uma oportunidade de ter um imóvel próprio? Quantos mais nós teremos que levar ao enterro, ir ao velório, cumprimentar a mãe, cumprimentar a irmã, toda a tropa carregando o caixão? De quantos heróis nós precisamos mais?

Eu acredito que a vida do policial importa muito. Toda vida importa e a vida do policial importa também. Não podemos continuar assistindo de maneira passiva ao genocídio que acontece contra os nossos policiais, seja no horário de serviço, seja no horário de folga.

É por isso que - para encerrar, presidente - a gente vai continuar debatendo esse tema da Segurança Pública este ano. As estratégias já estão lançadas, já temos os objetivos a serem alcançados; dentre eles, estão os que citei, de habitação, de valorização policial e reajuste salarial.

Dia após dia, estaremos aqui na tribuna, em reunião com quem quer que seja, para alcançar, junto com a nossa bancada trabalhadora da Segurança Pública.

Deus abençoe a todos.

Obrigado, presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputado Capitão Telhada. Antes de seguir a lista de oradores, gostaria de saudar mais uma vez os presentes no plenário, saudar a Associação Paulista de Supermercados, em nome do amigo Guilherme Rezende, que está aí acompanhando seus companheiros. Vocês são muito bem-vindos a esta Casa.

Seguindo a lista de oradores, gostaria de chamar o deputado Lucas Bove para fazer uso da palavra. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti, por cessão de tempo do deputado Sebastião Santos.

Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos para fazer uso da palavra.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, deputada Thainara Faria. Quero cumprimentar os meus pares, deputadas, deputados, cumprimentar as assessorias, os servidores da Casa, os policiais civis, militares, os amigos que nos acompanham nas galerias e os amigos também que nos acompanham pela Rede Alesp.

Bom, outros oradores me antecederam e eu faço coro até aos oradores que estiveram aqui no Pequeno Expediente retratando o desastre do governo federal na gestão do nosso País. Eu poderia falar da questão que assola os Correios. Eu até falei, na vez passada aqui, que parte dos funcionários não receberam o seu salário em janeiro. Uma gestão catastrófica, estatais dando prejuízo.

Temos agora, como eu disse em outra ocasião, os fundos de pensão. A Previ, cujo administrador foi nomeado agora, no começo da gestão do governo do PT, que é um professor de história - nada contra, toda nossa homenagem aos professores, às professoras de história e também aos sindicalistas do Sindicato dos Bancários - que assumiu um fundo de Previdência.

Catorze bilhões de dívida, de rombo agora, da Previ. Para cada servidor ali que está aposentado, uma dívida de mais ou menos 100 mil reais, que vai repercutir diretamente na aposentadoria desses servidores.

Então, uma gestão catastrófica que transcende a questão dos fundos de pensão, que está encarecendo a cesta básica. Hoje, praticamente, deputado Conte Lopes, deputado Telhada, você oferecer café para uma visita é praticamente uma declaração de amor, deputada Carla Morando. É complicadíssimo.

Como disse aqui o deputado Marcelo Aguiar, um presidente que diz: “Olha, se não tem dinheiro, não compra”... É difícil. Enquanto presidente, tinha que encontrar meios para que a população pudesse sim comprar, para que a população pudesse sim ter picanha, como foi prometido, junto com a cervejinha, etc.

Mas, enfim, poderia falar também da questão das relações internacionais desse governo, que é uma catástrofe, que se alia aos piores ditadores do mundo. Mandou representantes na posse do Maduro, um dos sete países que mandou representantes, uma vergonha, e que reduziu o Brasil a um anão diplomático, uma insignificância diplomática enorme do Brasil.

Mas eu vou falar de um outro assunto, que é muito importante, que a gente precisa trazer ao esclarecimento daqueles que ainda não estão ao lado da verdade, que é a questão do Oriente Médio, que é a questão... o legítimo direito de defesa de Israel.

Eu tive a honra de receber hoje, no meu gabinete, o cônsul Rafael Erdreich, e estávamos conversando especificamente sobre essa questão, sobre o acordo de cessar-fogo que já liberou alguns reféns, mas que foi interrompido hoje por aquela organização criminosa, que é o Hamas.

Eu vou pedir para o Machado passar um vídeo, rapidamente.

Por gentileza, Machado.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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Eu indico o perfil do Rafael Rosenshein, que é major, e ele presta esclarecimentos diários, ele é o porta-voz de Israel para o Brasil, e ele presta esclarecimentos diários sobre o que está acontecendo no Oriente Médio.

Para que a gente não fique do lado errado, para que a gente não fique do lado que não seja da verdade e para que a gente leve esclarecimentos, eu, ano passado, propus a criação da Frente Parlamentar entre Brasil e Israel e sua soberania - se o Machado puder colocar a foto - que foi instituída e já conta, hoje, com mais de 30 membros, 30 deputados.

E no dia 24 de fevereiro, nós faremos aqui no Plenário Juscelino Kubitschek a instalação oficial da frente, em um evento que contará com a presença também do cônsul, de toda a comunidade israelita.

E eu convido todos os deputados e deputadas para que estejam presentes, não só os da frente, e aqueles que quiserem estar do lado certo da história que façam parte da frente e que propaguem realmente aquilo que é verdade na história, que é o direito de defesa de Israel, que foi invadido pelo Hamas.

Foram 1.200 israelenses mortos, 250 foram capturados por essa organização terrorista. Terroristas. E Kfir Bibas, que está sendo mantido refém, seu pai foi liberado agora, no fim de semana, mas ainda se encontra com sua mãe e seu irmão Ariel. Kfir foi capturado com nove meses.

Se puder passar a próxima. Eu apresentei um projeto de lei que institui o dia estadual, para que a gente não esqueça, dia estadual em memória às vítimas do ataque terrorista promovido pelo Hamas em Israel. E eu fiz em homenagem ao Kfir Bibas. Nós temos um projeto de lei municipal, na Câmara de São Paulo, cujas autoras são as vereadoras Cris Monteiro e Sonaira, salvo engano a Sonaira também, para a gente instituir, em nome do Kfir Bibas, o dia sete de outubro, que foi o dia desse terrível ataque a Israel, que vitimou 1.200 pessoas.

Tivemos a notícia hoje de que um dos reféns, o refém mais antigo, o Shlomo Mansour, de 86 anos, foi morto também no dia do ataque. Não se sabia se ele estaria vivo ou não, e hoje foi confirmado que ele, que era um sobrevivente do holocausto, foi morto no dia do ataque do sete de outubro.

Então fica aqui o meu pedido aos deputados, o meu pedido a todos aqueles que nos assistem, que estejam do lado da verdade, estejam do lado certo da história. Israel é a única democracia do Oriente Médio, cercada por países e cercada por grupos que querem o fim não só do Estado de Israel, mas querem exterminar judeus.

Que a gente fique do lado certo da história, que a gente fique do lado certo, que a gente fique do lado da verdade.

Muito obrigado, presidente.

Fiquem todos com Deus.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, nobre deputado Danilo Campetti.

Vamos seguir a lista de oradores desta tarde, chamando o deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Altair Moraes. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputada Beth Sahão, em permuta com o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.)

Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo, em permuta com a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.)

Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Nobre deputado Luiz Claudio Marcolino.

Tem o tempo regimental de dez minutos para fazer uso da palavra.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, população que nos acompanha nas galerias e na TV Alesp, a gente sempre traz alguns debates importantes na Assembleia Legislativa.

Eu trouxe esta semana um diálogo sobre assistência médica dos aposentados do Banco Itaú. Tenho trazido, de forma recorrente, o debate sobre o desenvolvimento do estado de São Paulo pelas regiões metropolitanas.

Debatemos também os recursos que o Governo do Estado tem deixado de repassar aos municípios, que no ano passado foram 65 bilhões, este ano 72 bilhões das desonerações tributárias, mas também trazemos aqui, de tempos em tempos, reflexões sobre o governo federal e também sobre o Governo do Estado de São Paulo. E acho que esse é o papel do Parlamento.

Mas é importante, quando existem algumas incorreções ou algumas inverdades, que elas sejam corrigidas. Acabei de ouvir o nobre deputado Danilo Campetti. Acho que é importante, acho que todos nós aqui temos o direito de falar, mas nós também temos que ter as devidas correções.

Em relação ao fundo de pensão da Previ, eu sou originário do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A gente sempre coordenou os trabalhos junto aos bancos privados, à Caixa Econômica Federal, em relação também ao Banco do Brasil. Inclusive, vários dirigentes dos fundos de pensão da Funcef, da Previ, sempre foram indicados, sempre foram escolhidos entre os trabalhadores bancários, tanto do Banco do Brasil quanto da Caixa Econômica Federal.

Tem eleições internas dos funcionários para fazer a composição desse fundo de pensão, porque um fundo de pensão nada mais é do que recursos que tem dos trabalhadores do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal - falando desses dois fundos de pensão -, e também recurso repassado pelo Banco do Brasil para a constituição desse fundo.

Então nada mais justo, quando você tem um fundo de pensão, que os trabalhadores, as trabalhadoras possam e devam fazer a indicação dos seus representantes a partir de uma eleição direta, como existe hoje no Banco do Brasil, na Previ e na Funcef, na Caixa Econômica Federal. Daí o questionamento que foi feito em relação...

Acho que aí vem o questionamento do nobre deputado Danilo Campetti: o questionamento de ter um sindicalista no fundo de pensão, na presidência da Previ. Não tem problema.

Nós temos hoje um sindicalista na Presidência do Brasil. Nós temos sindicalista governando, hoje, alguns estados do nosso país. Nós temos sindicalistas ocupando muitos cargos de gestão no Brasil afora. Um sindicalista ocupar espaço no poder público não pode ser um demérito.

Eu sou sindicalista, sou deputado estadual. Hoje estou ocupando um cargo como deputado estadual. Acho que cada um de nós pode ocupar os espaços de gestão pública, desde que você tenha preparo para isso. Nós passamos por um processo de eleição.

E hoje o Fukunaga, como o Sérgio Rosa, que também foi diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, do qual eu fui presidente - os dois presidem, hoje, o fundo de previdência. E quem indica o presidente do fundo de previdência é o presidente do Banco do Brasil.

Nesse caso, hoje, uma presidente. E já teve outros presidentes. Como hoje, nós podemos, e é papel... No caso do governador Tarcísio, na hora em que ele assume o Governo do Estado de São Paulo, e quando ele tem as suas autarquias, e como ele tem a sua estrutura, quem faz a indicação das presidências das autarquias, das fundações, é o governador do estado de São Paulo. Como, no governo federal, quem ganhou as eleições foi o presidente Lula. E aqui em São Paulo foi o governador Tarcísio.

Então a autonomia da indicação tem que ser feita por quem está na gestão do Poder Executivo. Nós podemos até não concordar: você é oposição no governo federal, eu sou oposição aqui no governo do estado de São Paulo.

Mas é importante que você corrija, de repente, algumas informações, porque no caso, mesmo hoje, da gestão do fundo de pensão da Previ, nós estamos falando de um fundo de mais de 200 bilhões.

E esse desequilíbrio que foi feito agora, foi feito a partir de uma empresa que teve uma queda na sua ação, e é uma empresa privada que foi privatizada no governo Fernando Henrique Cardoso.

Com certeza, se a Vale, hoje, estivesse sendo gestada, como é feito hoje em empresas públicas do nosso país, estaria muito melhor do que está, hoje, na mão da gestão privada. Então nós estamos falando que uma empresa privada, que hoje é a Vale do Rio Doce, teve uma queda na ação.

E a ação... Como é que funcionam os fundos de ação? Então é importante corrigir, passar a informação para quem está nos ouvindo. A ação sobe e desce. Uma empresa... Ela não sobe permanentemente. Uma hora, ela está lá em cima; outra hora, está lá embaixo. Então nós estamos falando de um fundo de 200 bilhões de reais. Quatorze bilhões - um mês está em cima, outro mês está embaixo. Então é só fazer essa correção.

Agora, minha preocupação é virem atacar porque é um sindicalista, presidente, da Previ. Isso eu não posso aceitar. Eu conheço o Fukunaga, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, pessoa preparadíssima, funcionário de carreira do Banco do Brasil.

Ele é patrocinador, também, da Previ, com as contribuições que tem dos servidores do Banco do Brasil, agora nós não podemos achar que um sindicalista, por uma questão de mercado, ação sobe, ação desce, agora questionar de ter sindicalista ocupando a presidência.

É prerrogativa da presidência do Banco do Brasil fazer indicação. Fez, é uma pessoa competente, já demonstrou isso nesse um ano e pouco, quase dois anos, da gestão à frente da Previ, cresceram bastante os investimentos da Previ no último período.

De novo, é um fundo de 200 bilhões de reais, e quando a gente fala em 14 bilhões de reais, inclusive é um dos encaixes que teve em relação à Vale do Rio Doce, que teve uma queda no valor da sua ação que acabou impactando, que hoje a Previ também é acionista da Vale do Rio Doce, como é de várias empresas: da JBS.

Hoje a Previ é uma das maiores empresas de fundo de pensão que temos no País. É um fundo de pensão de muita qualidade. Então eu acho que vim aqui fazer essa precisão, mas muito mais questionar V. Exa. de questionar um sindicalista no espaço de gestão da Previ.

Então já estivemos na Previ, já estivemos na Funcef, já estivemos em outros fundos de pensão. Temos vários governadores que foram sindicalistas, ou bancários, ou químicos; pega o Jaques Wagner, governador da Bahia, hoje senador: sindicalista da área química. Nós tivemos, no Rio Grande do Sul, dois governadores, tanto Olívio Dutra, como Tarso Genro, sindicalistas do setor bancário.

Nós tivemos Wellington Dias governador do estado do Piauí, senador, hoje ministro, também bancário, da Caixa Econômica Federal. Nós tivemos e temos o Zeca, do PT, no Mato Grosso, também funcionário do Banco do Brasil, governador do estado do Mato Grosso. E do Ceará, e posso contar de Minas Gerais, e vários prefeitos.

Então sindicalista também tem o direito de ocupar espaço de gestão pública. Então não aceito de V. Exa. um questionamento para dizer que não pode ter um sindicalista ocupando um cargo como o da Previ.

Quando a gente discutia a questão das operações da Previ, e estou trazendo aqui de novo: foi um problema da Vale do Rio Doce, que acabou tendo uma queda na sua ação e acabou impactando. Então não dá para tratar isso como má gestão e tentar relacionar isso ao que é um sindicalista do Banco do Brasil. É uma pessoa que eu conheço, respeito muito, de alta qualidade, e por ser servidor do Banco do Brasil tem todo o direito de fazer parte da presidência da Previ.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sra. Presidenta. Solicitar a suspensão até as 16 horas e 30 minutos.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - É regimental. A sessão está suspensa até as 16 horas e 30 minutos.

 

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- Suspensa às 15 horas e 47 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 33 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Reaberta a sessão. Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Itamar Borges, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar da Feira Internacional GULFOOD 2025, a realizar-se entre os dias 17 e 21 de fevereiro do corrente ano, em Dubai, Emirados Árabes Unidos, sem ônus para este Poder.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento da nobre deputada Márcia Lia, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar do Grande Encontro de Prefeitos e Prefeitas Para Aproximar as Prefeituras dos Programas do Governo Federal e Fortalecer o Pacto Federativo, a realizar-se nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro do corrente ano, em Brasília, a ser custeado via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento dos nobres deputados Rafael Saraiva e Caio França, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, a realizar-se nos dias 12 e 13 de fevereiro do corrente ano, em Brasília, a ser custeado via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento de retirada do Projeto de lei nº 747, de 2024, de autoria do nobre deputado Marcos Damasio, nos termos do Art. 169, do inciso IV, do Regimento Interno.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental, deputado.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu gostaria de relatar uma reunião que tivemos hoje, que o senhor acompanhou na íntegra, do Colégio de Líderes, com o comandante-geral da Polícia, o coronel Cássio, que veio ao Colégio de Líderes para falar um pouco das ações que a Polícia Militar tem realizado no estado de São Paulo.

Tivemos a oportunidade de dialogar com o comandante-geral sobre o crime organizado e as suas raízes, ou seus tentáculos, tanto nas disputas eleitorais, quando o comandante disse que foi criada uma Operação Liberdade, como também na polícia militar, em que o comandante disse que tem 17 presos, estão no Presídio Romão Gomes, e que se houver outros casos, também serão punidos com o rigor da lei.

Nós apresentamos ao comandante, numa visita realizada há alguns dias, uma proposta de projeto de lei assinada por mim, pelo deputado Eduardo Suplicy e pelo deputado Reis, que trata da transparência da polícia e que busca dialogar para que a gente evite situações como essa.

Eu acho que é preciso primeiro deixar claro: a polícia é uma instituição de Estado. Eu já disse aqui outras vezes que a gente não pode deixar que ela se transforme em uma instituição de governo. Esse é o primeiro passo.

Segundo: a gente propôs uma CPI para que a gente pudesse avaliar as medidas tomadas para mitigar essa situação, que a gente tem acompanhado todos os dias pela imprensa.

A cada dia tem uma notícia envolvendo alguns policiais militares e civis, o que preocupa, porque a gente está vendo esse enraizamento cada vez mais forte. Então, é um passo importante.

Na próxima, a gente tem aqui o Dr. Artur, responsável pela Polícia Civil, e, quiçá, com o apoio do senhor e dos outros deputados, a gente não possa ouvir o secretário Derrite, até porque ele deve ter muita coisa para falar com a gente.

Eu queria reafirmar publicamente: o Colégio de Líderes me parece o local mais apropriado para esse tipo de debate, porque lá a gente tem condições de fazer um debate sem que haja o calor ideológico quando isso ocorre e o Presidente tem a capacidade e a condição de conduzir de forma correta, como fez hoje.

Por isso, eu reitero aqui ao senhor, que preside esta sessão, que a gente possa, ao final da conversa com o Dr. Artur, trazer o secretário responsável pela pasta.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo entre as lideranças que estão aqui, eu solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de liderança, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 38 minutos.

 

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