18 DE NOVEMBRO DE 2024
160ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e LECI BRANDÃO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h14min.
2 - LECI BRANDÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - LECI BRANDÃO
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Tece elogios à atuação do deputado Carlos Giannazi no âmbito da Educação.
6 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
8 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 19/11, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h39min.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno
Expediente, com a palavra a Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado
Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Carlos
Cezar. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.)
Deputado Capitão Telhada. (Pausa.)
Deputado
Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi, passo a vez.
Com
a palavra agora a nobre deputada Leci Brandão, que fará o uso regimental da
tribuna.
A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente,
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, assessoria do
plenário, todo o povo dos serviços gerais, senhoras e senhores telespectadores
da nossa TV Alesp, Sr. Presidente, no último final de semana, a imprensa e as
redes sociais veicularam um vídeo em que estudantes de direito da Universidade
de São Paulo foram alvos de racismo por parte de alunos do mesmo curso da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O fato aconteceu durante um jogo de handebol nos Jogos
Jurídicos estaduais, em Americana, no interior de São Paulo. Esse, Sr.
Presidente, é mais um caso absurdo de racismo semelhante aos montes que
presenciamos todos os dias, mas não posso ficar calada diante de tamanha
violência e, mais ainda, de uma coisa que está vindo de estudantes que,
futuramente, poderão estar em órgãos do Judiciário decidindo sobre a vida de
outras pessoas.
Nesta semana em que relembramos a luta de Zumbi e
Dandara dos Palmares e de tantos homens e mulheres negros que lutaram e lutam
pelos seus direitos garantidos e respeitados, diante de um fato como esse, acho
que todos nós deveríamos levantar a nossa voz e fazer de tudo para que isso não
se repita. No vídeo é possível ver integrantes da torcida da PUC chamando os da
USP de cotistas e pobres.
Cotistas e pobres. Como se estudantes cotistas e
pobres fossem inferiores aos demais. As cotas são a reparação de um direito que
foi tirado do nosso povo preto e pobre, vieram para ficar e devem ser
ampliadas.
As cotas vieram para ficar e serão ampliadas, se Deus
quiser. As cotas são um direito, não um favor. Nós temos direito a ter assuntos
e ter também assento em todos os espaços de poder neste País que foi construído
por nós.
Espero que a reitoria e toda a direção da PUC São
Paulo tomem providências e que os estudantes envolvidos sejam punidos. Não
adianta apenas repudiar, as medidas cabíveis precisam ser tomadas.
As punições precisam ser aplicadas academicamente, mas
também juridicamente. Nesse sentido, quero dizer que apoio totalmente a
denúncia protocolada no Ministério Público pela vereadora Luana Alves e pela
deputada federal Sâmia Bomfim, do PSOL.
Viva Zumbi! Viva Dandara!
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Chamo V. Exa. para continuar presidindo a sessão. Com a palavra a
deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado
Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputada
Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Rômulo
Fernandes. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.)
Deputado
Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Felipe
Franco. (Pausa.) Deputado André Bueno. (Pausa.) Deputada Carla Morando.
(Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.)
Deputado Edmir Chedid. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Deputada
Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Jorge
Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com
a palavra o deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Professora
Bebel. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Dr. Eduardo
Nóbrega. (Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra
a deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane
Maria. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Lucas Bove.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Marina Helou. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Rafael
Saraiva. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a palavra
a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Simão Pedro.
(Pausa.)
Agora sim, entrando na Lista Suplementar,
eu passo a Presidência para a nobre deputada Leci Brandão.
* * *
-
Assume a Presidência o Sra. Leci Brandão.
* * *
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Bom,
continuando a lista de oradores, deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a
palavra, Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra, deputado Carlos Giannazi.
Tem, V. Exa., o uso da palavra pelo
tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Senhora Presidente, deputada Leci Brandão, uma honra
tê-la presidindo esta sessão, que eu farei agora o meu primeiro pronunciamento
no dia de hoje.
E quero já,
deputada Leci Brandão, dizer que hoje eu estou protocolando, tanto no
Ministério Público Estadual, como também no Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo, duas representações contra uma decisão criminosa e absurda do governo
estadual em terceirizar o atendimento de alunos da rede estadual com
deficiência.
O que o governo
está fazendo? Contratando, deputada Leci Brandão, uma empresa terceirizada para
contratar pessoas apenas com o ensino médio, sem formação específica, sem
formação em nível superior, para dar atendimento às nossas crianças, aos nossos
adolescentes e adultos que têm algum tipo de deficiência.
E tem aqui,
inclusive, saiu no “Diário Oficial” o extrato dessa contratação dessa empresa,
no dia oito, que eu já tinha denunciado esse extrato de contratação, ou seja, o
que está aqui, olha, tem o nome da empresa, tudo eu já denunciei, isso vai
estar anexo, logicamente, nas representações que eu estou protocolando no MP.
O governo está
substituindo professores especializados, professores auxiliares de educação
especial por uma empresa terceirizada que vai contratar pessoas sem formação
nessa área, deputada Leci Brandão, na área da educação especial. Olha só o
absurdo.
Vai demitir os
professores, vai mandar embora as professoras auxiliares de educação especial,
professoras com especialização, professoras que fizeram pedagogia, que se
especializaram nessa área, estão dando atendimento em toda a rede estadual de
ensino, serão afastadas, logicamente, porque vai entrar uma empresa
terceirizada.
Aqui já tem o
valor do contrato, que vale só por um ano, de mais de dois milhões de reais.
Tem a data da assinatura, que a prova do crime está aqui. E, repito, vai ser
anexada às representações. Então, é um ataque frontal às crianças e
adolescentes matriculados na rede estadual de ensino que têm deficiência e um
ataque também às suas famílias.
Deputada Leci
Brandão, é um absurdo, é um crime contra essas famílias e contra essas crianças
e contra as professoras também que se dedicam, que abraçaram essa causa nobre
da educação especial, de atender crianças e adolescentes com necessidade
especial.
Simplesmente o
governo vai acabar com isso, com esse tipo de contratação, contratando aí uma
empresa terceirizada, que vai ter lucro, logicamente, oferecendo esse serviço e
pagando um salário bem inferior para pessoas apenas com a formação na área do
ensino médio.
Então, nós
estamos nessa luta, denunciando, já tinha denunciado alguns dias atrás essa
intenção do governo, mas agora estou acionando tanto o Ministério Público como
o Tribunal de Contas, porque é obrigação do governo investir na área da educação
especial.
Tem um capítulo
na LDB, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que é a Lei nº
9.394/96, que é só sobre educação especial, um direito dos alunos. Tem um
agravante, em relação ao estado de São Paulo.
Ele atende
pessoas com ação judicial. Ou seja, o que é um direito do Brasil, que está
garantido na Constituição Federal, na LDB, nos planos de Educação, e aqui na
nossa Constituição Estadual também, aqui em São Paulo a pessoa, para acessar o
direito, a família tem que entrar com uma ação judicial para conseguir uma
vaga, um atendimento na rede estadual.
Então é isso
que o governo está fazendo. É um governo contra a educação especial e contra os
alunos com deficiência. Essa é a verdade. Porque ele já tentou. O Tarcísio de
Freitas, quando assumiu o Estado, o governo, ele tentou extinguir a Secretaria
da Pessoa com Deficiência. Nós fizemos uma ampla mobilização, e ele recuou.
Depois,
recentemente, ele publicou um decreto extremamente polêmico, onde na verdade
ele lava as mãos em relação a esse tipo de atendimento, jogando a
responsabilidade para as famílias, que as famílias se virem em relação a esse
tipo de atendimento, de infraestrutura, dentro da própria escola. E agora esse
extrato, contratando uma empresa privada, que vai contratar, repito, pessoas
sem formação universitária, sem pessoas com nível superior.
Isso é um
crime. Nós não vamos tolerar. Nós estamos inicialmente acionando o Ministério
Público estadual e o Tribunal de Contas. Há muita mobilização no Estado, das
famílias e dos professores. Inclusive no próximo dia 20 agora, dia Nacional da
Consciência Negra, acho que é o feriado mais importante do Brasil. Porque, o 15
de novembro, o povo não participou. Foi um golpe militar, a República. O 7 de
setembro também, o povo não participou.
Mas o 20 de
novembro é fundamental. Neste dia nós teremos manifestações no estado de São
Paulo. Destaco duas aqui. Uma em Santos, na Praça da Independência, no Gonzaga.
E uma outra também em Franca, onde as professoras e as famílias estão se
mobilizando. E em outras regiões do Brasil.
Então esses
movimentos têm todo o nosso apoio, para que haja a continuação dos contratos
dessas professoras, que dedicaram as suas vidas por uma área muito importante,
que é o atendimento às crianças e adolescentes com deficiência.
Isso está
garantido na LDB, na Constituição Estadual, que foi aprovada aqui no plenário,
e na Constituição Federal também. Então, todo o nosso apoio às nossas
professoras especializadas e auxiliares em educação especial na rede estadual.
Nenhuma
professora a menos na rua. E nada de substituir professora por essa empresa,
que vai ganhar mais de 2 milhões de reais, pagando salários miseráveis para
pessoas com formação apenas no ensino médio.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Deputado
Carlos Giannazi, eu queria dizer que é muito bom a gente sempre ter a
oportunidade de ouvir os discursos de Vossa Excelência. É um parlamentar que
sempre defendeu a Educação, em todos os aspectos.
Continuando a lista de oradores, com a
palavra o deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o uso da palavra pelo tempo
regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputada Leci Brandão. De volta à
tribuna, para fazer o meu segundo e último pronunciamento no dia de hoje. Eu
queria falar, deputada Leci Brandão, de um tema que a senhora está acompanhando
bastante, e apoia também, que é o movimento do VAT, Vida Além do Trabalho.
Esse movimento,
que foi criado no Rio de Janeiro, e hoje se espalha por todo o Brasil. É o
movimento pelo fim da escala escravocrata 6x1. Ou seja, a pessoa trabalha seis
dias, e descansa apenas um dia. Esse movimento toma conta do Brasil. É uma
pauta da classe trabalhadora.
Nós temos mais
de 20 milhões de pessoas trabalhando no comércio e trabalhando nos serviços,
que são oprimidas, que são vítimas desse modelo de jornada, no Brasil, que
atenta contra a família, atenta contra a saúde mental das pessoas, atenta
contra a possibilidade de uma pessoa, que vive nessa jornada, de estudar, de se
aperfeiçoar, de descansar, de ter convívio com a família.
Essa pessoa não
tem nem condições de expressar a sua religiosidade, ir na igreja, no seu culto
religioso, não importando qual a religião dessa pessoa, ela não tem tempo de estar
com os filhos, de ter vida cultural, de ter autocuidado, porque ela só tem um
dia de folga. Isso é um absurdo. Essa escala tem que ser banida do Brasil, como
já foi banida de vários países do mundo, mas aqui ela persiste.
É uma pauta
importantíssima. Eu participei de uma marcha agora, um movimento no feriado,
aqui na Avenida Paulista. Então, o Brasil está se mobilizando. É uma pauta da
classe trabalhadora, que tem a ver com uma pauta antiga, que é a redução da
jornada de trabalho. Nós já conseguimos um avanço na Constituição de 1988. Até
lá, naquele período, a jornada era de 48 horas.
Nós
conseguimos, na Assembleia Nacional Constituinte, aprovado em 1988, no
Congresso Nacional, reduzir para 44 horas, e o Brasil não acabou, a economia
não quebrou. Porque muitos diziam, me lembro, em 1988, de que: “Vai quebrar o
Brasil, a Economia vai quebrar se reduzir a jornada de trabalho”. Não aconteceu
nada.
O Brasil não
quebrou, deputada Alice Brandão. Aliás, sempre que há uma conquista da classe
trabalhadora, de um direito trabalhista, o patronato e os seus aliados na
grande imprensa dizem isso. “Não, vai quebrar a Economia”.
Tem aqui um
exemplo que eu quero dar, que é quando nós aprovamos o 13º salário, isso em
1962. É uma matéria do “O Globo”, do jornal “O Globo”. Olha o que ele fala: “Considerado
desastroso para o país o 13º salário. Olha só o absurdo. Isso é “O Globo”, isso
em 1962. A imprensa toda repercute nisso. Sempre é um desastre para a economia.
Quando foi
aprovado o fundo de garantia, a licença-maternidade, a licença-paternidade, o
patronato se organiza e usa os meios de comunicação que eles dominam. “O Globo”
é um deles, está aqui uma prova. Como foi também, deputada Leci Brandão, quando
houve a publicação da Lei Áurea, da abolição da escravatura no Brasil, também
diziam os jornais das elites econômicas exatamente isso: “Vai quebrar, o Brasil
vai ser inviável sem a escravidão”. Está aí o Brasil. Então, não tem nada
disso. O Brasil não quebra.
Então, os
mesmos que estão contra essa jornada, 6x1, são os que estavam lá, que foram
contra o 13º salário, contra as férias remuneradas, contra a
licença-maternidade, contra a redução da jornada de trabalho de 48 para 44
horas semanais.
São os mesmos,
mas é o mesmo personagem. Ou ele é alienado, desinformado, e absorve a
ideologia do patronato, que não é a dele, mas Paulo Freire já dizia que o
oprimido hospeda dentro dele o opressor. O opressor está dentro do oprimido.
Então, ele
defende o interesse de uma outra classe que não é a dele, porque ele não tem
consciência política, consciência de classe social. Ele não entende qual o lado
dele. Então, ele defende o interesse do opressor, de quem está explorando.
Mesmo que ele
seja explorado, ele defende o explorador, mas ele não percebe isso, porque a
alienação, a inculcação ideológica é muito profunda na nossa sociedade, através
da escola, dos meios de comunicação, da igreja, dos vários aparelhos
ideológicos do Estado. Althusser já dizia isso há muito tempo.
Então, ele fica
prisioneiro dessa ideologia das elites econômicas, e defende o interesse das
elites, e não o interesse da classe que ele pertence, que é a classe
trabalhadora. Mas são esses que estão agora contra o fim desse modelo de
jornada de trabalho 6x1.
Mas eu quero
dizer, para concluir, deputada Leci Brandão, nós estamos nessa luta, dando todo
o apoio a esse movimento, para que a PEC, que a Erika Hilton, a deputada
federal do PSOL, vai apresentar, que ela já tem as assinaturas, prospere, seja
aprovada, e que esse seja apenas um tema da grande luta que nós vamos pautar
agora.
Nada de deixar
a extrema-direita pautar o Brasil. Nós, trabalhadores, trabalhadoras, temos que
pautar o Brasil com as nossas pautas trabalhistas. E nós queremos mais, porque
tem outras precarizações no mundo do trabalho.
Tem a
precarização de quem trabalha com aplicativos, quem é PJ, tem a reforma do
Temer, que tem que ser banida, tem que ser revogada imediatamente, que criou,
inclusive, o trabalho intermitente.
Então tem
muitas outras categorias exploradas. E defender, aqui, veementemente, a jornada
de 4x3: a pessoa trabalhar 4 dias e descansar 3, como já acontece em várias
empresas no Brasil - sobretudo após a pandemia - e em várias empresas do mundo.
Em vários
países já há essa jornada, porque o trabalhador tem que descansar, tem que ter
tempo para a família, para a cultura, para fazer leitura, para cuidar da saúde,
para ter autocuidado, para desenvolver a sua espiritualidade, a sua
religiosidade. Tudo isso precisa de tempo.
A vida não se
resume ao mundo do trabalho. O trabalho é uma dimensão importante da vida do
ser humano, mas não é tudo. Por isso que nós defendemos que haja um
aprofundamento. Nós queremos, na verdade, aprofundar, e nós defendemos a
jornada de 36 horas, quatro por três. Nós vamos além dessa pauta que está dada
agora, que é importante, porque ela puxa as outras pautas.
No momento,
para concluir, deputada Leci Brandão, em que o mercado, que os banqueiros, os
especuladores da dívida pública brasileira estão pressionando o governo federal
a apresentar um pacote de ajuste fiscal para retirar mais dinheiro ainda da Educação
pública, da Saúde, da Previdência e das áreas sociais, para que esse dinheiro
seja canalizado para o pagamento de juros da dívida pública brasileira. É isso
que eles querem.
Então o governo
federal, o governo Lula, está sendo pressionado agora. Vem aí um pacote de
ajuste. Espero que o governo não ceda aos banqueiros, aos especuladores, e a
gente possa... Porque, se eles querem tirar dinheiro da Educação, falando que
tem que fazer ajuste fiscal, que faça um ajuste fiscal no Plano Safra, lá do Agronegócio.
O governo Lula
deu 340 bilhões de reais para o Agronegócio. Que tire de lá, que tire, deputada
Leci Brandão, dinheiro, sabe de onde? Do pagamento de juros da dívida pública,
que consome 47% do orçamento do Brasil, da riqueza do Brasil.
É de lá que tem
que tirar; das grandes fortunas que não pagam impostos. Então tem que tirar do
andar de cima e não do andar de baixo. Nada de tirar dinheiro da Educação, como
o Tarcísio está fazendo aqui, reduzindo o orçamento da Educação do estado de
São Paulo.
E, para
concluir ainda, eu tenho aqui dois projetos tramitando, um deles já pronto para
votação, que já trata da redução da jornada de trabalho para duas categorias
importantes de trabalho: os agentes de organização escolar, ou seja... Na
verdade, todo o quadro de apoio escolar da rede estadual. É um projeto de lei
que reduz para 30 horas a jornada desses trabalhadores e dessas trabalhadoras.
E um outro
também que reduz a jornada de trabalho, esse pronto para votação já, que trata
da questão dos servidores da Fundação Casa. Esse foi um projeto construído - os
dois - coletivamente com essas categorias profissionais, e que estão aqui
praticamente prontos para votar no plenário da Assembleia Legislativa.
Então, o nosso
mandato sempre pautou pela redução da jornada de trabalho em todos os níveis,
tanto é que nós apresentamos aqui esses dois projetos. E, então, finalizando: todo
o apoio ao fim da escala 6x1 e ao movimento VAT - Vida Além do Trabalho.
Muito obrigado,
deputada Leci Brandão.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - E, havendo acordo
entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Muito
obrigada, deputado Carlos Giannazi.
Havendo acordo de lideranças, esta Presidência,
antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última
quarta-feira.
Está levantada a presente sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 39
minutos.
* * *