13 DE MAIO DE 2025
11ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO e ALEX MADUREIRA
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 18h08min. Coloca em discussão o PLC 11/25.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Discute o PLC 11/25.
3 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
4 - ALEX MADUREIRA
Assume a Presidência.
5 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PLC 11/25.
6 - DR. JORGE DO CARMO
Para comunicação, faz pronunciamento.
7 - ORTIZ JUNIOR
Para comunicação, faz pronunciamento.
8 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
9 - GUILHERME CORTEZ
Discute o PLC 11/25.
10 - JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR
Para comunicação, faz pronunciamento.
11 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Discute o PLC 11/25.
14 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência. Encerra a discussão do PLC 11/25. Coloca em votação e declara aprovado o PLC 11/25, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas, englobadamente, as emendas nºs 1 a 12 ao PLC 11/25.
15 - DONATO
Declara voto favorável às emendas de autoria da Federação PT/PCdoB/PV e da Federação PSOL REDE, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
16 - CARLOS GIANNAZI
Declara voto favorável às emendas de autoria da Federação PSOL REDE, em nome da Federação PSOL REDE.
17 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Registra as manifestações. Coloca em discussão o PLC 12/25.
18 - CARLOS GIANNAZI
Discute o PLC 12/25.
19 - REIS
Discute o PLC 12/25.
20 - SIMÃO PEDRO
Discute o PLC 12/25 (aparteado pelo deputado Reis).
21 - VITÃO DO CACHORRÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
22 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PLC 12/25.
23 - BARROS MUNHOZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
24 - BETH SAHÃO
Discute o PLC 12/25.
25 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Convoca uma segunda sessão extraordinária a ser realizada hoje, dez minutos após o término desta sessão.
26 - ORTIZ JUNIOR
Para comunicação, faz pronunciamento.
27 - TEONILIO BARBA
Para comunicação, faz pronunciamento.
28 - EDUARDO SUPLICY
Discute o PLC 12/25.
29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Lembra a realização da segunda sessão extraordinária, a ter início às 20 horas e 48 minutos. Encerra a sessão às 20h38min.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da sessão
anterior.
Ordem do Dia.
*
* *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Item 1 - Discussão
e votação do Projeto de lei Complementar nº 11, de 2025, de autoria do Sr.
Governador.
Em discussão. Para discutir a favor,
com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, funcionários da nossa Assembleia Legislativa; Sr. Presidente,
serão debatidos agora vários projetos.
O projeto da
correção do abono de salário mínimo, o abono de chegada, que é o complemento
para os servidores que não têm a garantia do salário mínimo do estado de São
Paulo. Teremos o subsídio do governador, que acaba impactando no conjunto das
carreiras de Estado, daqui do estado de São Paulo.
Mas o projeto
que vai ser debatido agora é justamente o projeto do abono de chegada. A gente
olha o projeto que foi apresentado, qual que é a nossa grande preocupação em
relação ao “abono de chegada”? Porque nós temos um grupo de servidores no
estado de São Paulo que acaba não tendo a valorização do governador como
deveria.
Então nós temos
hoje servidores, tanto da Educação como servidores da Saúde, que não ganham
sequer o salário mínimo do estado de São Paulo. Daqui a pouco, nós trataremos
sobre o salário mínimo regional - por lei, o salário mínimo regional tem que
ser maior do que o salário mínimo nacional.
E a gente olha
o projeto ora apresentado, que a gente chama de “abono chegada”, e para a gente
é um desrespeito com os servidores do estado de São Paulo. Tem servidores no
nosso estado que ganham como salário-base apenas 974 reais.
Muitas vezes o
Governo, para tentar complementar ou para tentar dar uma adequada no salário do
servidor, tem, lá, um abono complementar, no caso aqui, 665 reais. Dá o valor
de 1.640 reais. E agora, com o abono apresentado, o “abono chegada”, vai
chegar... Vai 164 reais para chegar em 1.804 reais.
A gente olha o
agente de serviços escolares, o agente de organização escolar, o auxiliar de
laboratório, o motorista de ambulância, o auxiliar de serviços gerais, que vai
chegar agora, com esse “abono de chegada”, em R$ 1.804. Só que para esses
servidores que, em alguns casos, mais da metade do seu salário-base... Como o
caso, aqui, do motorista de ambulância: o salário-base desse servidor no estado
de São Paulo é de R$ 353,00 reais, mais um abono de R$ 661,00 para dar mais
outro... Uma gratificação de R$ 619,00 para dar um salário de R$ 1.640,00,
porque era o salário mínimo do ano passado.
Então estou
falando que esse servidor terá agora mais R$ 164,00 para chegar em 1.804 reais.
É uma vergonha para o estado de São Paulo. O estado que fala que é o estado
mais rico do nosso país. Tem servidores no estado de São Paulo que não ganham
sequer um salário mínimo estadual.
É uma vergonha
para o estado de São Paulo ter servidores que, como não têm o salário - sequer
o mínimo do estado de São Paulo -, não levam para a sua aposentadoria essas
gratificações, que não são incorporadas nos salários.
Então não levam
para a sua aposentadoria, não levam para a sua estrutura funcional. Então para
a gente... A gente vê que é um crime o Governo do Estado de São Paulo tratar
servidores públicos do estado de São Paulo dessa forma.
Ao mesmo tempo,
daqui a pouco nós vamos conversar, também, sobre o subsídio do governador.
Apresenta-se aqui o valor de aumentar o subsídio em cinco por cento. Isso é uma
forma de garantir que os servidores do estado, também de carreira, possam ter
uma majoração nos seus salários, principalmente o pessoal que ganha acima do
teto. Teria a barreira do teto.
E esses
servidores têm conversado bastante com os auditores da Receita, e são pessoas
que têm, o tempo todo, trabalhado e criado condição de aumentar a arrecadação
do estado de São Paulo. Agora, quando chega na hora de discutir a valorização,
quando chega na hora de discutir a carreira dos servidores, também...
Estou falando
tanto do pessoal da base da Saúde e da Educação, como dos trabalhadores de
carreira, que têm salários maiores. O desrespeito do governador é o mesmo para
todos os servidores do estado de São Paulo.
Por isso, nós
vamos debater bastante esses projetos no dia de hoje. A nossa bancada, do
Partido dos Trabalhadores... Nós não seremos contrários aos projetos ora
apresentados, mas nós não podemos questionar o governador do estado de São
Paulo, que não está valorizando e respeitando os seus servidores no estado de
São Paulo.
Seja aquele que
não tem sequer o mínimo garantido por lei, como salário inicial, como
servidores, também, de carreira do estado, até hoje no estado de São Paulo, que
trabalham muito para garantir a Receita do estado de São Paulo, mas depois não
são valorizados como se deveria.
Então, Sr.
Presidente, queria trazer aqui, um pouco, esses debates hoje colocados, que
serão colocados em vários projetos no dia de hoje. A bancada do PT votará
favoravelmente a esses projetos. Temos várias emendas ora apresentadas, e é
necessário também que a gente discuta e garanta a legalidade, seja em relação à
retroatividade dos projetos ora apresentados, que nós estamos agora já no mês
de maio.
Hoje a
data-base do servidor público é no mês de março. Nós temos subsídio do
governador, que o pagamento é a partir do dia 1º de janeiro de 2025. Então é
necessário que debatamos a questão da retroatividade, seja em relação ao
salário dos servidores, seja em relação ao subsídio do governador.
Muito obrigado,
senhor presidente. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Luiz Claudio Marcolino. Dando sequência, com a palavra Professora
Bebel.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Eduardo Suplicy. Tem dois minutos V. Exa., senador.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, uma nota à imprensa sobre a situação da Favela do
Moinho.
“O governo
federal não compactua com qualquer uso de força policial contra a população.
Diante da forma como o Governo do Estado de São Paulo está conduzindo a
descaracterização das moradias desocupadas na favela do Moinho, a Secretaria de
Patrimônio da União vai expedir ainda nesta terça-feira, 13 de maio, uma
notificação extrajudicial paralisando o processo de cessão daquela área para o
Governo do Estado.
Como expressado
no ofício de ontem, 12 de maio, a SDUH, a anuência da SPU, a descaracterização,
e não uma demolição das moradias das famílias que voluntariamente deixaram suas
casas, estavam condicionados a uma atuação cuidadosa para evitar o impacto na
estrutura das casas vizinhas e minimizar a interferência nas atividades
cotidianas da comunidade.
Desde o início
das negociações com o governo de São Paulo, em 2024, a SPU deixou explícito que
a cessão da área estava vinculada à condução de um processo de desocupação
negociado com a comunidade e transparente”. É assim no Ministério de Gestão e
da Inovação em Serviços Públicos, Finanças, Impostos e Gestão Pública.
Mas eu agradeceria, Sr. Presidente, porque eu
estava ausente na hora em que aconteceu, expressar os meus sentimentos pela
pelo falecimento do presidente José Pepe Mujica, que presidiu o Uruguai, foi
agricultor, ativista político, líder.
Faleceu hoje
aos 89 anos, deixando um legado de luta pela justiça social, pela democracia.
Ele passou 14 anos preso. Ao ser anistiado, entrou para a política, ajudou a
fundar o Movimento de Participação Popular. Deputado, senador, ministro da
Agricultura e da Pesca, até se tornar presidente em 2010.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Alex Madureira.
* * *
Eu tive a honra
de conhecer esse homem, que combateu a pobreza, defendeu a renda básica da
cidadania e optou por uma vida simples. Morava em um sítio, dirigia o seu
próprio Fusca, de 1987. Ele é um exemplo notável para todos nós que lutamos por
um mundo mais justo e solidário.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM
- A questão de ordem que eu faria é que, face à leitura do nobre deputado e
sempre senador Eduardo Suplicy, nós fizéssemos um minuto de silêncio pela
partida do...
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputada
Bebel, o pedido de V. Exa. é propenso nesse momento, mas o deputado Guilherme
Cortez já havia pedido durante a sessão ordinária. E foi feito esse minuto de
silêncio em respeito ao falecimento do ex-presidente do Uruguai.
Obrigado.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Mas tudo bem. Agradeço então, e vou entrar no debate
e no mérito dele.
Eu tenho
clareza de que 5% é muito pouco. Que, no mínimo, devesse ser a inflação do
período, no caso, os 9.4 por cento. No que diz respeito ao subsídio, à política
de subsídio do governador.
Eu também tenho
clareza de que anexar ou colocar as carreiras junto ao teto do governador, isso
também, se não reajusta o salário do governador, congela o salário de quem tem
o salário vinculado ao do governador. Eu já fui uma das deputadas até muito criticada
inclusive.
Quando este
governador tomou posse, eu fui uma das que votou a favor, porque eu entendia
que o delegado de polícia que tinha o salário vinculado ao dele deveria ter o
reajuste também. Se não foi pelo governador, foi pela categoria ou os funcionários
públicos que estão vinculados a ele.
Nós estamos
aqui, na verdade, em um show de repetições de metodologia de dar reajuste, que
nós debatemos lá no congresso de comissões, e o tempo todo é “faz abono”, “faz
não sei o quê” para se chegar ao mínimo. Mínimo é ponto de partida, não é
máximo.
O que o
governador faz quando ele bonifica, transforma o mínimo no máximo, é o teto.
Não pode ser teto. Piso é piso, teto é teto. E ao teto se chega quando se tem
uma carreira, e nós não temos uma carreira de todo o funcionalismo no estado de
São Paulo. As que tem são aquelas que resistiram, mas que, ao longo do tempo,
por aposentadoria, por exoneração, por uma razão ou outra, deverá desaparecer.
Falo com relação à minha.
Este plenário
votou, no ano de 2022, sob a égide do governo Doria, um subsídio que arrebentou
a vida e a carreira dos professores do estado de São Paulo. Ao fazer isso,
na verdade, ele
rebaixou a carreira, deputado Simão Pedro, e mantém congelado. Por que subsídio
não é bom, é bom carreira? Porque, quando tem carreira, independente do
governo, você tem, sei lá, um quinquênio, 5% o senhor vai ter. Agora, se um
governador resolve ficar quatro anos sem dar reajuste, ele fica quatro anos sem
dar reajuste, porque não tem carreira.
O que uma
carreira faz, tanto para o trabalhador, o servidor, quanto para ele,
governador? Ela organiza as finanças públicas no que diz respeito à gestão do
funcionalismo público. É por isso que a gente defende carreira. É possível ter
uma previsibilidade daquilo que será gasto. Você trabalha com o crescimento
vegetativo da folha; você trabalha, enfim, com a possibilidade de ter os
professores evoluindo de uma forma ou de outra, ou os servidores evoluindo de
uma forma ou de outra.
Então é
importante ter uma carreira, porque a carreira é, na verdade, a razão pela qual
os servidores ficam no serviço público. Porque do contrário, eu quero dizer
para os senhores e para as senhoras, a forma como os servidores públicos têm
sido tratados nos últimos anos é lastimável.
E vocês
perguntam para mim: "mas por que a senhora vai votar favorável?". Eu
vou votar favorável porque eu estou entre aqueles e aquelas que não rasgam
dinheiro, que respeitam o sufoco pelo qual os servidores estão passando, mas
que acredito também, por ser sindicalista, para além de deputada, que a nossa
luta vai fazer com que o governador entenda que nós tenhamos que ser melhor
valorizados. Ou então não tem serviço público de qualidade, e, se tem, é por
conta da vontade dos servidores. E não é desta forma que a gente tem que
tratar.
Nós temos que
tratar os servidores como aqueles e aquelas que têm compromisso com toda a
sociedade paulista. E é por ter compromisso com a sociedade paulista que a
gente faz esta luta. Eu quero dizer que a Apeoesp, o Sindicato dos Professores
do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, vem empreendendo uma luta e, nesse
meio, saiu os 5% da nossa luta.
Mas é pouco,
muito pouco, nós temos direito a no mínimo a inflação do período. Eu vou votar
favorável, porque se 5% é pouco, zero é pior, e a gente tem que lutar, juntos,
para que todos tenham justiça no que diz respeito a sua valorização.
Que tantos os
que têm os maiores cargos, para chegar o de governador, tenham, assim como
aquele que limpa o chão da escola, o professor, a professora, enfim, os que
trabalham na secretaria da escola. Nós, que somos do chão da escola pública,
nós sabemos exatamente isso.
Como também,
pela relação que temos com todo o funcionalismo público do estado de São Paulo,
Saúde e tantos outros que a gente toca junto a essa luta, a gente sabe
perfeitamente que a nossa vida não tem sido fácil.
E eu fico,
deputado Marcolino... às vezes tem professor que escreve o tempo todo para mim:
“mas o abono não ia sair hoje? Mas isso...”. Aí o próprio governo fala: “A senhora
está falando, mas todo mundo pergunta quando vai sair o abono”. Eu falei:
“Porque o senhor não deu perspectiva para eles”.
Qual é a
perspectiva deles mesmo? Rasgar o dinheiro ou lutar, pegar o abono e lutar para
ter de fato um reajuste, para ter de fato uma valorização? Porque, como foi
dito aqui pelo próprio deputado, se há retroatividade para um lado, tem que
haver para o outro.
O salário-base
era janeiro, mas o do funcionalismo é em março. Tudo que se aprovar hoje para o
resto do funcionalismo vai ser a partir de março? Não vai, eu estou sabendo que
não vai; é a partir da sanção do governador.
E a gente tem
que lutar para que tenha retroatividade, porque a gente já, se você pega de
janeiro, até já, até este momento, ou pega de março até o presente momento, já
tem perdas. E ao ter perdas, significa perder o poder de compra. Nosso poder de
compra está longe de ser contemplado com 5%, está longe.
E eu quero
lamentar, porque um assunto desta monta, que poderia abrir um espaço, para a
gente abrir um debate sobre valorização dos servidores públicos do estado de
São Paulo, que tivesse audiências públicas, mas não. É levado para um congresso
de comissões, onde nós, que somos de comissões, participamos e lá debatemos.
A audiência
pública é importante, porque ouviria um pouco mais quem está lá na ponta. Eu
fui relatora das diretrizes nacionais de carreira, e a gente viu, com muita
tristeza, o governador tirar 11 bilhões da Educação e disse que ia para a
Saúde. Mas eu não vi isso agora se transformar num reajuste para a Saúde, e
disse que o que sobrasse ficaria na Educação.
Nós vimos isso?
Não vimos. Então, para onde foram os 11 bi? Melhorou a situação dos postos da
saúde no estado, que está sob a égide do governador? Eu não estou vendo. Eu
estou vendo hospital ameaçado de ser fechado, inclusive, estadual, que tem
gestão estadual.
Então, os
senhores e as senhoras têm uma responsabilidade muito grande no próximo
período, que é um grande debate de monta que a gente quer fazer nesta Casa,
sobre a valorização dos funcionários públicos. Eu tenho um projeto de lei, que
é um projeto que trata da valorização. Não estou falando da minha categoria. Eu
estou falando dos servidores públicos. Lá tem um conjunto de diretrizes. Por
que não normatiza?
A gente vê a
dureza que é, concurso público, aí faz o concurso público e chama 15 mil, como
foram chamados os professores. E a gente sabe, e estamos com apoio, inclusive,
do Ministério Público, que 44 mil daria para, enfim, cobrir essa deficiência de
aprovados no serviço público, no concurso público.
Ora, se ele
chamou 15, diz que vai chamar mais dez, não quer chamar quinze. Nós vamos bater
o pé para chamar mais quinze. Se chamar mais 15, deputado Marcolino, com três
chamadas, ele cumpre uma meta, que é 44 mil, 45 mil, mas ele assim não quer.
Aliás, a minha
bancada votará favorável a esses projetos, que estendem aí, na forma de abono,
os 5% para os servidores públicos do estado de São Paulo, mas chamo também a
atenção.
Há uma dívida
também para com os servidores públicos, e aí quero aproveitar a presença hoje
do deputado Xerife do Consumidor, que ali naquele corredor, junto com a bancada
do Partido dos Trabalhadores, mais toda a oposição, se comprometeu a rever o
reajuste do “ticket-coxinha”, que é de 12 reais, e é uma vergonha. Que, no
mínimo, pagasse 24 reais, e depois todo ano fosse reajustando.
Isso é uma
vergonha. Mas o senhor tem esse acordo conosco. Não foi cumprido? Que alguém
cumpra esse acordo, que alguém assuma. Porque um professor não come com 12
reais, ninguém come com 12 reais. Ninguém.
E para além da
dificuldade também, se for tempo integral, no caso dos professores, eu quero
chamar atenção que esses profissionais não podem nem comer da merenda. Pode
jogar fora, deputado Donato, mas não pode comer da merenda.
Então, eu acho
que a gente está dentro de um inferno astral, em que servidor é o diabo, de uma
tal forma que parece que a gente é tratado como algo pouco importante, quando
somos nós, servidores públicos, que tocamos a máquina estatal, e por ser desta
forma que nós queremos ser valorizados. Por isso chamo a atenção para o
seguinte. Tem reunião ainda, dada aí a... Faltou a palavra.
O governo, na
verdade, meteu uma ação civil, uma ação contra nós, na greve que estávamos
fazendo. Como ele judicializou, o TJ chamou para si a negociação. Nós estamos
nesse processo.
Dia 25 tem
outra reunião. Eu vou dizer, não foi nada cumprido. Não foi cumprido no que diz
respeito a apresentar a dissonância que nos cria, de 06 a 08, não foi cumprido
ticket, não foi cumprido nada. Entendeu? A não ser as comissões, mas essas não
dependem de governo.
Então temos
isso, e dia 6 de junho nós temos a assembleia estadual, para enfrentarmos,
porque com certeza a luta continuará.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - Permite um aparte?
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - O deputado quer um
aparte, mas ela já concluiu.
O
SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - Ela já acabou. Sim.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Quero fazer uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Tem o tempo
regimental.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, quero trazer aqui aos
colegas, deputadas e deputados, que o governador e o prefeito da cidade de São
Paulo, depois de tantas veiculações nos jornais...
Todos nós
sabemos dos problemas que foram as enchentes recorrentes, todos os anos, na
região do Pantanal, São Miguel, Itaim Paulista, aquela região. E agora o
prefeito já havia falado: “As pessoas têm que sair, as famílias têm que sair de
lá”. Nós até concordamos que ninguém deve morar às margens do Rio Tietê.
Não é digno
morar às margens do Rio Tietê. No entanto, as pessoas moram lá não é há uma
semana, há 15 dias, há um mês ou um ano. São 30 ou 40 anos que as pessoas moram
naquele local. Quantos governos já se passaram e se foi perpetuando?
E agora o
governo estadual e o governo municipal apresentam um plano mágico para
remover... Vão fazer uma obra de contenção, um pôlder, uma espécie de pôlder, e
vão remover uma expectativa de 4.300 famílias.
Ocorre, Sr.
Presidente, que a proposta do governo estadual e do governo municipal não é
chave a chave. Não é as pessoas saírem de lá e irem para um apartamento ou irem
para uma casa, para uma moradia.
É simplesmente
sair de lá, depois de ter construído por muitos anos, de ter sofrido e perdido,
inclusive, simplesmente ter o chamado auxílio-aluguel, que é aquele famigerado
auxílio de 400 reais, com o qual ninguém mora de aluguel. Eu sei que é auxílio,
mas essa não é uma proposta decente, isso não é uma proposta que se apresente.
Então, o
prefeito de São Paulo e o governador precisam apresentar uma proposta decente
para que aquelas famílias possam, sim, sair de lá para morar em um lugar
seguro, decente; seguro do ponto de vista geológico e, também, seguro do ponto
de vista da segurança jurídica, da sua documentação.
Por isso, é
necessário que o prefeito e o governador resolvam esse problema, mas não resolvam
esse problema criando outros problemas para aquelas famílias.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado,
deputado Dr. Jorge do Carmo. Já quero chamar o próximo orador inscrito, o
deputado Guilherme Cortez.
Deputado Ortiz Junior.
O
SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA -
PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. Para uma comunicação. Quero dizer à
deputada Bebel que me coloco à disposição dela, se for interessante, para nós
somarmos esforços, todos, para resolver definitivamente essa questão da
alimentação dos professores nas escolas, mas eu queria chamar atenção de que é
uma decisão da Controladoria-Geral da União em conjunto com o Tribunal de
Contas da União. Quer dizer, não é uma decisão do Governo do Estado, nem dos
municípios.
Fui prefeito e
considerava uma excrescência, um absurdo, uma violência contra os professores,
não só contra os professores, mas contra os servidores de modo geral, da
limpeza, da parte administrativa, enfim, que trabalham no estabelecimento de
ensino, não poderem se alimentar na merenda escolar.
Quer dizer, a
Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União preferem que esse
alimento vá para o lixo a alimentar essas pessoas que têm os menores salários -
as pessoas da limpeza, as pessoas que se dedicam ali na escola, no
funcionamento.
Os professores
também, é que a questão municipal é uma questão diferente da questão do estado,
mas também é um absurdo que os professores não possam se alimentar.
Mas só
destacar: eu era prefeito e recebi um comunicado da Controladoria-Geral da
União, no governo anterior, mas mantida neste governo, no sentido de que era
inviável, com o dinheiro do Fundeb, com dinheiro da cota-parte dos recursos que
são repassados para alimentação escolar, permitir que outras pessoas - que não
as crianças - se alimentassem.
É um absurdo
essa decisão. A gente tem que se revoltar contra ela, a gente tem que somar
esforços contra ela, e eu me coloco à disposição para nós, quem sabe, fazermos
um movimento aqui para acabarmos com essa imbecilidade que é uma decisão do
Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral, de não permitir que os
servidores públicos que trabalham na escola possam se alimentar também.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem,
deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu
serei rápida nesta comunicação. Ele tem razão quando ele diz que tem uma norma
nacional, que é FNDE, que não libera isso, mas também eu sei que, se tiver um
termo de ajuste de condutas bem elaborado, dá para fazer, dá para a gente
garantir.
Eu quero atuar nas três esferas, nas
duas onde estou e nas três, porque eu acho que é possível ter um termo de
ajuste de conduta e, nesse sentido, parar de jogar comida fora e deixar as
pessoas, desculpe, passando fome, porque tem hora que tem professor que dá aula
em tempo integral e não tem tempo de levar comida.
Tem que passar a lanchinhos e essas coisas
mais, e isso só dá doença e comorbidades que vão adquirindo, dado que é uma
profissão muito difícil.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado,
deputada Professora Bebel. Com a palavra o deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, meus colegas deputados,
deputadas, servidores desta Casa e público que nos acompanha através das
galerias ou da rede Alesp.
Presidente,
antes de discutir esse projeto, na verdade esses projetos que estão hoje e que
são muito importantes para a gente discutir a realidade do servidor público do
estado, do nosso funcionalismo, eu quero comemorar uma notícia que foi trazida
pelo deputado Suplicy.
Depois das
cenas lastimáveis que a gente viu acontecer hoje mais cedo, por conta do
Governo de São Paulo e da Polícia Militar na Favela do Moinho, cenas de
truculência, de desrespeito às pessoas que estavam lá - inclusive a
parlamentares que estavam lá no exercício das suas prerrogativas parlamentares
do PSOL, a deputada Paula da Bancada Feminista, a deputada Ediane Maria -
felizmente, antes tarde do que nunca, o governo federal decidiu paralisar o
processo de cessão daquela área, que é uma área da União, para o Governo do
Estado de São Paulo.
Essa é uma
decisão importante que é tomada pelo governo por conta do uso desproporcional,
violento, da força contra as pessoas que estavam lá, violando completamente o
direito daquelas pessoas. O que a gente quer é resolver o problema
habitacional.
Queremos
resolver o problema da habitação precária das pessoas que estão na Favela do
Moinho, mas não é disso que se trata o projeto do governo. O que o governo quer
fazer é expulsar aquelas pessoas de lá de maneira completamente arbitrária,
desordenada e despreparada, para limpar o centro para especulação imobiliária.
É disso que se
trata o processo de desocupação da Favela do Moinho e, felizmente, agora não
mais com as digitais do governo federal. A gente espera que essa atitude chame
o Governo do Estado à reflexão, para que a gente possa resolver aquela situação
humanitária que acontece na Favela do Moinho e destinar aquelas pessoas para
habitações adequadas, dignas, como elas merecem, mas não da maneira
desproporcional e violenta como estava sendo feito.
Dito isso,
presidente, hoje nós vamos discutir uma série de projetos, na qual o abono é um
só, que diz respeito à valorização ou não do funcionalismo do estado de São
Paulo.
Eu já disse
várias vezes e volto a dizer aqui nesta tribuna que não existe segredo quando a
gente vai falar do serviço público. Serviço público não se resolve com varinha
mágica, de condão. Serviço público é aquele serviço que chega para a pessoa que
mais precisa, porque ela não tem dinheiro para pagar pelo particular. A UBS, a
creche, a escola, o ônibus, esses serviços todos dependem de homens e mulheres,
de carne e osso, para eles serem prestados para a população.
Essas pessoas,
como quaisquer outras, como nós, deputados, precisam de dinheiro para pagar
suas contas, para se alimentar, para criar os seus filhos. Então um serviço
público de qualidade depende de somente uma coisa: servidor público valorizado.
Não adianta
você pagar uma mixaria para os servidores, você dar um vale-coxinha para os
servidores. Não adianta você dar um aumento, um abono, um aumento pífio para os
servidores e esperar que esse serviço vai ser de primeiro mundo, vai ser de
qualidade, porque os nossos servidores trabalham no limite das suas
possibilidades.
Tem deputado da
direita que adora vir aqui desrespeitar o servidor público, falar que o
servidor é vagabundo, falar que o servidor só quer privilégio. Pelo contrário,
quem pisa no chão da escola pública, quem pisa no chão do SUS, sabe que, na
verdade, os nossos servidores fazem mais do que eles deveriam para manter uma
escola funcionando. Eles fazem mais do que a saúde deles permite para manter o
atendimento de quem mais precisa, apesar de toda a desvalorização por parte de
sucessivos governos.
E hoje nós
estamos aqui com alguns projetos que não valorizam os nossos servidores como eles
merecem. Vamos começar pelo projeto do abono que está em pauta agora. Para quem
é da iniciativa privada, pode não entender muito bem quando a gente fala de
subsídio, quando a gente fala de abono. O que a gente está discutindo agora?
Alguns
servidores que ganham bastante baixo, que estão ali na base do funcionalismo
público, o governo não paga sequer o piso salarial adequadamente, o que já é
uma ilegalidade, porque o piso salarial é um direito constitucional das
categorias, que, como o próprio nome já diz, o piso é o mínimo, é o mínimo
necessário para a gente remunerar adequadamente os nossos servidores.
O que o governo
faz? Ele pega alguns servidores, que ele não paga sequer o mínimo, e ele chega
nesse valor através do abono complementar, ou seja, ele dá um truque, ele faz
uma manobra. Ele paga como teto o que deveria ser piso defasando as condições
salariais dos nossos servidores.
“Mas,
Guilherme, qual é o problema? Afinal eles vão receber, no fim, esse valor.”. O
problema é que o abono complementar não incorpora no salário, que vai ter um
impacto grande para a aposentadoria, para os direitos previdenciários, para os
direitos salariais e trabalhistas desses nossos servidores.
Então o governo
utiliza de uma manobra para não pagar o que deveria para os nossos servidores e
para alcançar esse valor com o que deveria ser um complemento, não o que torna
o piso teto.
Então essa
proposta não valoriza, não contempla os nossos servidores. Ele não está falando
de uma bonificação de fato, como eles merecem. A gente não está falando sobre
um acréscimo, como os servidores merecem.
A gente está
falando de uma manobra para que o governo pague menos do que o piso salarial e
alcance esse valor através de subterfúgios, defasando os nossos servidores do
salário que eles merecem.
E por isso, Sr.
Presidente, nós vamos votar favoravelmente a esse projeto para que os nossos
servidores não fiquem até sem o abono, mas é um absurdo o que a gente está
vendo.
O que nós
lutamos, e nós da bancada do PSOL, da bancada do PT apresentamos uma série de
emendas a esse projeto para que o abono seja de fato um abono e o piso seja
piso. Abono não é piso, e piso não se alcança com abono. Senão a gente está
diante de um processo de precarização do trabalho dos nossos servidores.
Isso não é
novidade, Sr. Presidente, porque o governador Tarcísio não esconde que não tem
apreço pelo serviço público do estado de São Paulo. O governador Tarcísio só
sabe conjugar dois verbos, nenhum deles é valorizar; ele só sabe conjugar
militarizar e privatizar.
O que ele não
pode entregar para a iniciativa privada, ele quer entregar para as forças
armadas, para a Polícia Militar. O que ele não pode entregar para a polícia,
ele quer vender para a iniciativa privada.
Nós vimos isso
com a Sabesp, nós vimos isso com as linhas da CPTM - e semana passada a gente
viu o trágico fim, o trágico desfecho dessa onda de privatização, quando um
trabalhador de 35 anos morreu indo para o seu trabalho em uma das linhas
privatizadas e administrada hoje pela ViaMobilidade.
E é revoltante,
Sr. Presidente, que a ViaMobilidade agora quer passar sua responsabilidade para
quem? Para o Metrô, para a empresa pública, porque privatização é assim mesmo.
A empresa, a concessionária, a iniciativa privada entra com todas as garantias.
O contrato é
feito cheio de garantias de que a empresa privada não vai perder nada, não vai
ter responsabilidade nenhuma. Ela só vai ter que ganhar o dinheiro do
contribuinte, do usuário, no final do mês, mas todas as responsabilidades de
fato continuam na mão do Estado.
Essa é a cara
da privatização, do neoliberalismo de araque que a gente tem no Brasil e que a
gente tem aqui no estado de São Paulo, que é um processo corrupto para você
botar mais dinheiro público no bolso de empresas privadas que não têm qualquer
compromisso com o direito da população.
E, como a gente
viu semana passada, não tem compromisso nem mesmo com a vida dos seus usuários,
porque a ViaMobilidade deixou uma pessoa morrer e seguiu viagem com o trem. Não
poupou uma vida, porque o trem não pode parar, porque o lucro da empresa não
pode parar. Isso é revoltante, Sr. Presidente.
É por isso que
eu queria chamar, convidar os meus colegas deputados, que certamente estão tão
abismados quanto eu que a gente tenha perdido uma vida por conta da negligência
de uma concessionária, para assinar o nosso pedido de CPI da ViaMobilidade que
nós protocolamos hoje, porque não é de hoje que a Via Mobilidade achaca o povo
do Estado de São Paulo.
Não é de hoje
que as pessoas passam aperto nos trens dessa empresa, que já teve caso de
explosão, de pane elétrica, de atropelamento, de descarrilamento. E que,
diariamente, os usuários sofrem com a superlotação e com mais atrasos do que
passavam antes, quando a administração não era privada, era pública.
Então nós temos
que colocar um ponto nessa negligência, na ganância dessas empresas que se
apropriam do que é público, para sugar o dinheiro público, para ganhar mais
dinheiro para os seus acionistas.
Vamos lembrar
que a Sabesp, que foi privatizada com o voto dos deputados que apoiam Tarcísio
nesta Casa, e com a nossa oposição, não faz um ano sequer que foi privatizada,
e a conta de alguns usuários já aumentou em 600 por cento.
Porque sempre
foi uma mentira quando o governador falava que a privatização ia baixar o valor
da conta. Privatização não abaixa valor em lugar nenhum, ela aumenta. Porque, a
partir do momento que a empresa é administrada pela iniciativa privada, o
interesse dos seus acionistas não é outro que ganhar mais e mais dinheiro.
E, não à toa, a
conta das pessoas aumentou em 600 por cento. E os acionistas privados da Sabesp
querem aumentar 600% do quê? Dos seus salários. Aumento muito maior do que esse
aumento ínfimo que o governo está propondo para os nossos servidores, de apenas
5%, que é um aumento que não contempla a reposição da inflação. É um aumento
que não contempla as reivindicações e as campanhas salariais de várias
categorias.
Por isso, a
gente não pode se coadunar com esse “modus operandi” do governo, que é uma
maneira de você dizer que você valoriza, mas que não valoriza o nosso servidor.
O servidor público do estado de São Paulo merece muito mais do que 5% de
reajuste dos seus salários. Mas de onde vai tirar o dinheiro?
Nós aprovamos,
no ano passado, um orçamento bilionário para o estado de São Paulo. Nós
acompanhamos a execução desse orçamento. O que não falta no estado de São Paulo
é dinheiro.
É só você ver o
quanto de dinheiro público o estado e o governo deixam de arrecadar dando
isenções fiscais milionárias para os mais variados ramos da economia. É só a
gente lembrar que esta Casa aqui abriu mão de milhões de reais em multas de
pessoas que desrespeitaram as regras sanitárias durante o período da pandemia
de Covid-19.
Ou seja, não
venham me falar que falta dinheiro para pagar o professor, que falta dinheiro
para pagar o assistente social, que falta dinheiro para pagar o médico e
enfermeiro. Porque dinheiro sobra para dar isenção fiscal para as grandes
empresas amigas de vocês, amigas do governador.
Porque,
enquanto a gente tem merendeira, enquanto a gente tem trabalhador da base do
funcionalismo público que não vai receber nem o piso da sua categoria, porque o
governo vai complementar com abono salarial, o governador também quer aumentar
o próprio salário.
O que é um
descaso e um tapa na cara dos nossos servidores, que trabalham o dia inteiro
para garantir que as pessoas vão chegar no seu trabalho, vão voltar para casa,
que vai garantir que as nossas crianças vão ter um ensino de qualidade.
E os deputados,
que na hora que é para fazer pânico moral, na hora que é para causar o medo na
população, na hora que é para fazer o seu corte no TikTok, são muito preocupados
com a educação dos nossos filhos, que combatem a doutrinação, que combatem isso
ou aquilo. Quero ver esses deputados virem aqui votar para aumentar o salário
dos professores como eles merecem.
Porque isso sim
é se preocupar com a educação das nossas crianças. Quem fala que está muito
preocupado com a saúde, com o serviço, na hora de eleição vai lá falar que vai
defender a população que está passando perrengue nas filas atrás, que vem aqui
agora e apoie as emendas da bancada do PSOL para valorizar mais, como os nossos
trabalhadores da Saúde reivindicam e eles merecem. Nós não estamos pedindo nada
mais do que o mínimo.
O mínimo é um
reajuste salarial digno para os servidores estaduais que fazem os serviços
públicos do nosso estado funcionarem todos os dias, apesar da inflação, apesar
do desrespeito, apesar de anos e anos de desvalorização do seu trabalho.
A gente precisa
de servidor público valorizado. Se a gente quer ter escolas melhores, se a
gente quer ter hospitais públicos melhores, se a gente quer ter um transporte
público melhor e se a gente quer ver o trabalhador do estado de São Paulo, que
depende do transporte público todos os dias, para ir e voltar da sua casa para
o trabalho, que ele chegue inteiro, que ele chegue com qualidade, que ele não
morra em uma estação e em uma linha privatizada, como a gente está vendo nas
linhas administradas pela ViaMobilidade.
Então,
portanto, Sr. Presidente, nós da bancada do PSOL vamos votar favoráveis a esses
projetos, para que pelo menos esses avanços mínimos, ínfimos, a gente conquiste
para os nossos servidores, mas vamos votar a favor.
E convido os
demais deputados a apoiarem as nossas emendas, porque esses reajustes e essas
manobras que o governo faz para sequer pagar o piso para os servidores e chegar
nesse valor através de abono não condizem com que os nossos servidores precisam
e merecem.
E quero
aproveitar também, Sr. Presidente, que eu estou na tribuna, para cumprimentar e
para anunciar a presença do nosso querido embaixador do Saara Ocidental, que
hoje está visitando a Assembleia Legislativa para contar e para compartilhar
com todos nós a realidade do seu povo, que hoje sofre um processo de
colonização muito violento por conta do Marrocos, e que, para quem tiver
interesse, estaremos em uma reunião com os parlamentares agora, a partir das 7
horas da noite, no Plenário José Bonifácio.
Seja bem-vindo,
Sr. Embaixador, e receba o nosso abraço a todo o povo do Saara Ocidental.
Muito obrigado.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado,
deputado Guilherme Cortez.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS -
Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem,
deputado Jorge Wilson, tem o tempo regimental.
O
SR. JORGE WILSON XERIFE DO CONSUMIDOR - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente,
eu gostaria de fazer uma comunicação à nobre deputada Bebel, ela citou o meu
nome em relação ao trabalho, ao diálogo, às reuniões que nós obtivemos para
trabalhar a valorização e o reajuste do servidor.
E tudo que nós
podemos fazer, nós fizemos, esta Casa fez. Na condição e na qualidade de líder
do Governo, também o empenho do presidente do Legislativo, do André, e os
avanços que o servidor teve durante dois anos de governo Tarcísio de Freitas
foram avanços importantíssimos para todos os agentes públicos de todos os
setores do estado.
Gostaria de dar
um exemplo do que é fazer a diferença, a tabela SUS Paulista é a maior do
Brasil. Eu gostaria de fazer uma sugestão aqui à nobre deputada Bebel, para que
a gente pudesse juntar os pacotes de vantagem, os pacotes de aumentos, de
reajuste que os agentes do estado tiveram, tiveram aqui no estado de São Paulo,
também a tabela SUS Paulista, e vamos levar como exemplo lá para o governo
federal, porque o salário mínimo nosso, nós vamos aprovar hoje, vamos votar hoje,
vai para 1.804 reais. Qual é o valor do salário mínimo do piso nacional?
Então eu... Eu
respeito muito o seu trabalho, deputada, V. Exa. faz um trabalho e é muito
importante o seu trabalho, defendendo e procurando valorizar cada vez mais o
servidor. Este deputado e os demais deputados desta Casa tem esse mesmo
compromisso. O que nós pudermos fazer para que o servidor seja valorizado nesta
Casa e no estado de São Paulo, ele será. Só que nós sabemos também da
responsabilidade fiscal.
O governador
tem procurado fazer contas e tem feito a diferença em todos os setores. Hoje a
Saúde pública do País está muito... é, ela está na UTI. Eu posso dizer para
complementar, Sr. Presidente, que ela está na UTI, só que o estado de São Paulo
está se fazendo presente na vida dos 645 municípios do Estado.
Falando-se de
Educação, as climatizações das escolas do estado, as informatizações, os
equipamentos de informatização para as escolas do estado. O estado está... as
reformas das escolas estaduais, de todas as escolas do nosso estado que estão
sendo feitas.
Então eu acho
que o trabalho está acontecendo. O Governo do Estado de São Paulo está se
fazendo cada vez mais leve e cada vez mais presente na vida do cidadão. Agora
uma sugestão para a deputada é levarmos aí todas as melhorias, todos os avanços
para que o governo federal siga o exemplo de São Paulo.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente, também uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PL - Pela ordem
deputada Professora Bebel, a senhora tem o tempo regimental.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero dizer para o senhor, deputado Jorge Wilson, que eu
tranquilamente faço essa comparação com o governo federal e demonstro para o
senhor que o reajuste dado para o Piso Salarial Profissional Nacional é
infinitamente maior do que esse que está sendo dado aqui, pelo estado de São
Paulo, muito maior.
Também chamo a
atenção de que o Piso Salarial Profissional Nacional, que começou com os
professores, foi uma iniciativa da primeira edição do presidente Lula, que
virou referência para todos os estados e para São Paulo.
Então quando V.
Exa. vem, de certa forma, me fazer, assim, a exposição da qual o senhor
discorda, eu quero dizer para o senhor que não é verdade o que o senhor diz. A
Tabela SUS está sendo reajustada neste momento pelo ministro Padilha, que está
colocando isso como pauta central do Ministério da Saúde.
Não é uma obra
só do governador. É importante que o governador assim as tenha, mas é
importante também dizer que cada esfera de governo tem feito a sua tarefa. E a
nossa está infinitamente melhor, do ponto de vista do trato com os servidores
públicos, do trato inclusive com a população carente.
O senhor falou,
por exemplo: “não, a senhora faz um trabalho”. A gente faz, deputado. Claro que
fazemos. O senhor deve fazer o trabalho do senhor também. Mas, lamentavelmente,
a gente mostra. O senhor imagina que, se 5%, o professor, 100.000 professores -
o senhor tem ideia disso? - vão receber entre 0,6 e 0,8 por cento. Isso é valorizar?
Os 5% vão significar isso para eles. Essa é uma contradição que o governador
tem que resolver, porque, então, nós vamos ter uma parte da categoria com
reajuste e outra parte sem reajuste.
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Para concluir, deputada.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Aí o senhor não tem como defender,
os números falam por si.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Quero chamar a
próxima oradora inscrita, deputada Monica Seixas.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve
comunicação, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Tem o tempo
regimental, deputado Paulo Mansur.
O SR. PAULO MANSUR -
PL - PARA COMUNICAÇÃO - Olha, na campanha do presidente
Lula, ele colocou que iria colocar os servidores ganhando salário acima da
inflação. Mentira dele. Mentiroso. Quem fez isso foi o governador Tarcísio,
está aumentando o salário dos servidores, do policial militar, acima da
inflação. Essa é a realidade.
E quando você
fala, Professora Bebel, sobre Educação, o presidente Bolsonaro, você pode até
colocar na IA, lá na inteligência artificial: quem foi o presidente que mais
aumentou na história o salário dos professores? Foi o presidente Bolsonaro, em
35%, quando ele era presidente deste País.
Eu tenho
orgulho de fazer parte da bancada de linha de frente do governador Tarcísio,
porque ele aumentou o salário mínimo paulista para R$ 1.800. É uma prova clara
de que a gente está na frente, que o Governo do Estado de São Paulo é melhor
administrado que o governo federal.
Porque o
governo federal nem consegue pegar um salário mínimo e ajustar para R$ 1.800,00,
ou ajustar para R$ 2.000,00, porque eles são donos do Brasil. Ou seja, a área
federal deveria dar o exemplo de o salário mínimo estar R$ 2.000,00 e não o
Governo do Estado de São Paulo dando um salário mínimo de R$ 1.800,00, dando
exemplo para o governo federal, que está 1.500 reais.
Então vocês não
têm o que falar, vocês não têm argumento. No final, vocês ficam falando,
falando, falando, e acabam votando “sim”, com a gente, no final.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado,
deputado Paulo Mansur. Com a palavra a deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu me
reservo no direito de ter escuta seletiva para manter a saúde mental, mas tem
coisas que a gente não pode deixar de escutar, até porque hoje eu vou votar
favorável ao reajuste do abono dos servidores, assim como o piso do serviço.
Vou votar
contrário ao aumento do salário do governador, e isso eu vou ser contrária
mesmo. Mas toda vez que a gente sobe aqui para votar abono, eu fico com o
coração partido. Partido num lugar sincero de vergonha mesmo, vergonha dos que
ousam chamar isso de avanço, melhoria, bem-estar.
Eu entendo
celebrações, alegrias, desalegrias e frustrações aqui no plenário, gente. Mas,
Srs. Deputados, é muito difícil me concentrar na fala com o barulho geral.
Senhores, desculpa atrapalhar a confraternização, mas eu não consigo me concentrar
na minha fala. Desculpa. Obrigada.
Eu fico triste,
sempre muito triste, apesar de estar votando um reajuste, de votar o abono. Me
parte o coração saber que a gente está tratando de complemento por fora. Para
quem não é servidor público e não entende, é um complemento por fora de
salários.
E esse
complemento por fora de salários não consta para fins de direitos trabalhistas.
Não vai constar nas férias, no décimo terceiro, e o pior: não consta para
aposentadoria. É um “por fora” mesmo. Não é salário.
E quando a
gente está falando de abono complementar, olha aqui o que a lei diz, que está
na nossa mão: a gente vai tratar, para servidores da jornada completa, que têm
como salário R$ 1.804,00...
Os senhores
estão ouvindo eu dizer que a gente vai pagar um valor por fora para chegar aos
1.804 reais? Para quem ganha R$ 1.353,00... Os senhores estão ouvindo a gente
subir aqui na tribuna para dizer que vai pagar um “por fora” para que uma
camada dos servidores chegue...
Não é a mais do
que os R$ 1.353,00; é para que chegue, por fora, a 1.353,00 reais. E a gente
vai pagar um “por fora” para quem ganha 902 reais. Tem gente, no quadro do
serviço público do estado de São Paulo, que tem como salário 902 reais.
E isso me parte
o coração, porque eu vou dar cara a esses servidores. Sempre falo deles aqui.
Existe uma categoria de que a gente não fala muito na Educação, que são os
agentes de organização escolar.
Os agentes de
organização escolar, eu concordo, estão em falta até; se eles estivessem na
escola, talvez a gente não estivesse defendendo a possibilidade de ter policial
lá. Porque são eles os responsáveis por cuidar do pátio, por acompanhar a
dinâmica fora da sala de aula, por cuidar do bem-estar das crianças.
A maioria são
pessoas negras. A maioria são pessoas vulneráveis. O agente de organização
escolar - na minha época, quando eu estava na escola, a gente chamava de
inspetor - é essa pessoa aqui, que ganha 902 reais.
As merendeiras
também estão em falta, porque a maioria está terceirizada, já, na escola
pública estadual. Mas as poucas que restam são essa pessoa aqui, olha, dos 902
reais. As faxineiras das repartições públicas, essas que nos garantem o
bem-estar, o cafezinho, a sala limpa e cheirosa, são essa pessoa aqui, olha,
dos 902 reais.
E aí a gente
está vindo aqui discutir um “por fora” para essas pessoas atingirem um mínimo,
que tem gente que tem a pachorra de vir aqui comemorar e dizer que o estado
deu, se não garante esse mínimo para todos os seus servidores.
Então eu vou
votar pelo reajuste do abono salarial e pelo ajuste dos servidores. Mas dói o
coração, viu, gente. Dói o coração. Eu queria que não existisse abono. E toda
vez que a gente vota isso, várias pessoas balançam a cabeça: não deveria
existir abono, deveria existir salário.
Mas a gente
nunca aqui consegue mudar, para que as pessoas no estado de São Paulo tenham
assegurado, como direito seu, inviolável, o que a gente chama de salário mínimo
ou piso paulista. Porque ele não é uma realidade para todos os trabalhadores do
estado de São Paulo.
E por que eu
vou votar favorável, já que ele está na mesa? Porque é melhor dar mais 5% para
essas pessoas tocarem o dia a dia do que nada. Mas eu gostaria muito que o
abono não existisse. Eu gostaria muito que os pisos salariais das categorias
fossem respeitados, o que ainda não é e a gente está muito distante.
Então, vou
subir na tribuna uma vez só hoje, presidente, para dizer que vou votar
favorável ao abono, ao reajuste dos servidores, mas voto contra o reajuste do
salário do governador, porque, para quem está acima dos R$ 30.000,00, pode não
parecer imperativo e importante o salário de quem está ganhando R$ 902,00 no
serviço público do estado de São Paulo.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. André do Prado.
* * *
Para além
disso, não vou fugir muito do tema para devolver os debates aqui, mas só porque
mais cedo eu subi aqui cobrando do governo federal a sua responsabilidade sobre
o despejo na Favela do Moinho e, para a minha alegria, a SPU, a Secretaria do
Patrimônio da União, acaba de enviar uma notificação extrajudicial ao governo
estadual dizendo que não haverá cessão do terreno, que é dono da Favela do
Moinho, que paralisou o processo porque não concorda com a ação brutal e
violência da polícia naquele território.
Enfim, e ainda
bem, antes tarde do que mais tarde, o governo federal toma a responsabilidade
do terreno, que é seu, e pede para parar a violência brutal, onde Paula e
Ediane, nossas deputadas da bancada do PSOL, estiveram resistindo hoje mais
cedo e foram atingidas também por bombas de gás lacrimogênio.
Aliás, sei que
Paula e Ediane estão aqui, estão cansadas por causa da labuta, seguraram junto
com a população a luta e que bom que o governo federal resiste à desordem e à
barbárie implantada por Tarcísio e Derrite naquele terror que foi a Favela do
Moinho nas últimas semanas.
A Favela do
Moinho resiste e um plano de moradia digna tem que ser a solução para aquele
território que tem pessoas trabalhadoras e de lutas que não podem ser expulsas
do jeito que estavam.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Monica Seixas. Não havendo mais oradores, está encerrada a discussão.
Em votação o projeto, salvo emendas. As
Srs. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado.
Em votação as emendas nº 1 a 12, com
parecer contrário do congresso de comissões. As Srs. Deputadas e os Srs.
Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Rejeitadas.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Para registrar o voto favorável às
emendas do PT e do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado
o pedido de Vossa Excelência.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para votar
favoravelmente às emendas apresentadas pelo PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está também
registrado o pedido de Vossa Excelência.
Item 2 - Discussão e votação do Projeto
de lei Complementar nº 12, de 2025, de autoria do Sr. Governador. Em discussão.
Com a palavra o deputado Carlos Giannazi para discutir a favor.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputadas, Srs. Deputados, público
aqui presente, servidores, telespectador da TV Assembleia, quero dizer que nós
estamos aqui defendendo a aprovação do reajuste salarial, na verdade, da
reposição das perdas inflacionárias, mas não de cinco por cento. Nós
apresentamos várias emendas.
Aliás, não só o
meu mandato, mas vários deputados apresentaram emendas, aumentando esse
percentual. Uma das emendas apresentadas foi a minha de 15% de reposição das
perdas inflacionárias, até porque todos nós sabemos que os servidores públicos
do estado de São Paulo estão há anos com os seus salários arrochados e
defasados por conta, sobretudo, das políticas do PSDB, do Tucanistão, que
sempre colocou em curso no estado de São Paulo uma política de ódio, de
intolerância e de desvalorização dos servidores públicos do nosso Estado e dos
serviços públicos, consequentemente.
E essa política
de desvalorização tem sequência, de uma forma aprofundada agora pelo governo
Tarcísio de Freitas, pelo governo Bolso-Tucano, que tem aprofundado cada vez
mais esse processo.
Não é à toa que
o governador está desrespeitando a data-base salarial dos servidores, lei
aprovada aqui no plenário da Assembleia Legislativa em 2006, ainda. Eu me
refiro aqui à Lei nº 12.391, que estabelece o dia 1º de março como dia da
reposição das perdas inflacionárias.
E também o
governo afronta, além dessa lei estadual, o governo afronta o Art. 37 da
Constituição Federal, que obriga os entes federativos, os municípios, os
estados e a própria União, a fazerem essa reposição.
Então, um
governo fora da lei, deputado Vitão. O governo afronta a lei da data-base e
afronta a Constituição Federal. Foi por isso, inclusive, que eu apresentei
também uma emenda para que haja a retroatividade do pagamento, porque o projeto
apresentado não retroage ao dia primeiro de março. Nós vamos votar o projeto
hoje, e o pagamento, o reajuste, só será realizado no mês que vem, no mês de
junho.
Então, os
servidores estão perdendo o mês de março, abril e maio. Nós estamos perdendo
três meses, porque o governador só encaminhou o projeto de lei agora, após as
nossas manifestações, após as nossas representações feitas ao Ministério
Público Estadual e ao Tribunal de Contas do Estado também. Nós pressionamos o
tempo todo. Senão, nem isso talvez estaria acontecendo.
Então, eu
apresentei uma emenda, quero deixar claro, e peço apoio agora dos deputados e
deputadas. Infelizmente, lá no congresso de comissões, a emenda não foi
recepcionada pelo relator, mas ela pode ser aprovada agora aqui no plenário.
Nós podemos
reverter essa situação aprovando várias emendas. A emenda do reajuste de 15%,
ou de 12%, ou de 9,57%, há várias emendas aumentando o percentual, e também
essa emenda que eu apresentei, que retroage o reajuste que será aprovado
exatamente na data de hoje.
Então, é uma
emenda importante, essa que eu peço apoio também de todos os parlamentares, mas
eu gostaria de frisar isso, que a data-base venceu no dia primeiro de março.
Uma outra
emenda também importante que nós apresentamos, pelo menos eu apresentei, sei
que outros deputados apresentaram a esse projeto de lei, foi em relação ao reajuste
do vale-refeição, conhecido como vale-coxinha da rede do funcionalismo público
estadual.
É uma vergonha
que o estado mais rico da Federação pague 12 reais para um servidor se
aposentar. É um absurdo, deputada Thainara. Doze reais é uma afronta à dignidade
humana dos servidores e servidoras do estado de São Paulo.
Então, tem
várias emendas apresentadas. Eu chamo a atenção dos deputados e deputadas para
que nós possamos hoje fazer justiça com os servidores de todo o estado de São
Paulo, aumentando esse ínfimo reajuste dado pelo governador, que não tem nenhum
compromisso com os servidores.
E lembrando
ainda, quero destacar que no ano passado não houve reajuste, muito menos
reposição das perdas inflacionárias para os servidores em geral. Então, os 5%
não repõem nem a inflação do período e nem a dívida do ano passado. Por isso
que várias emendas foram apresentadas para aperfeiçoar o valor do reajuste
salarial.
Quero destacar
ainda. Muitos dizem: “Mas não tem Orçamento para isso. Se der reajuste ou
reposição das perdas inflacionárias acima de 5% o Estado vai quebrar. Nós vamos
afrontar a Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Quero dizer
duas coisas. Isso não corresponde à realidade. Primeiro, porque o estado de São
Paulo tem o maior Orçamento da sua história. São 370 bilhões de reais, como eu
disse agora no congresso de comissões.
Em segundo
lugar, nós acompanhamos aqui a Lei de Responsabilidade Fiscal, lei que nós
somos contrários. Desde a sua aprovação no governo Fernando Henrique Cardoso,
sabemos que ela é fruto do consenso de Washington, ela é fruto daquela
ideologia do estado mínimo, para tirar dinheiro dos servidores públicos do
estado para pagar juros da dívida pública. Foi por isso que ela foi aprovada
nos anos 2000, ainda na gestão Fernando Henrique Cardoso.
Nós fomos
contra na época, e continuamos sendo críticos dessa famigerada Lei de
Responsabilidade Fiscal. Mesmo assim, o governo não está nem no limite de
alerta e muito menos no limite prudencial dessa lei, em relação ao pagamento,
ao investimento nos servidores públicos do estado de São Paulo, servidores tão
importantes para a execução das políticas públicas, sobretudo da garantia dos
direitos fundamentais na área da Educação Pública, porque são as professoras,
os professores atendendo nas escolas, sobretudo da periferia, os agentes de
organização escolar, os profissionais da Saúde, o pessoal que está atendendo no
SUS, no Sistema Único de Saúde, nas UBSs, nos postos de saúde, nas Upas.
Estão todos lá
na ponta atendendo a população, o pessoal da Segurança Pública, seja da Polícia
Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal, das guardas civis metropolitanas.
Então, são esses servidores. O pessoal da assistência social.
São essas
pessoas que devem ser valorizadas com salários dignos, com valorização
salarial, funcional, com a melhoria das condições de trabalho, porque elas são
as responsáveis, como eu disse, pela efetivação de políticas públicas e dos
direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal.
Então, quem
defende o serviço público de qualidade tem que defender necessariamente a
valorização salarial dos servidores e não é isso que o governador está fazendo,
inclusive entrando em grande contradição até com o candidato Tarcísio de
Freitas. Todos se lembram da campanha eleitoral, em que ele fez promessas, ele
jurou fidelidade, jurou amor aos servidores públicos, aos aposentados, ao
Iamspe.
Eu queria
colocar um vídeo, Machado. Vamos colocar um vídeo rápido de 2022, durante a
campanha eleitoral. A gente vai perceber a diferença entre o Tarcísio de 2022 e
o Tarcísio de 2025. A gente vai ter aqui uma lição.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Bom, aqui é uma
lição de hipocrisia, de mentira e de fake news do candidato Tarcísio de
Freitas. Uma diferença enorme, um abismo, uma contradição entre o Tarcísio de
2022 e o Tarcísio de 2025, que fala que vai cuidar dos professores, dos
diretores, mas está arruinando, destruindo a carreira do Magistério.
Ele fala dos
aposentados, mas não está devolvendo o confisco das aposentadorias e pensões.
Fala do Iamspe, mas o Iamspe está aí e, a cada ano, ele retira recursos do
Iamspe, e também cancela vários convênios com clínicas, com hospitais regionais
no interior, na Baixada Santista. Não investe no Hospital do Servidor Público
Estadual.
Esse é o
Tarcísio de Freitas que jurou amor eterno aos servidores e servidoras, que
disse que os servidores estavam chateados com o Rodrigo Garcia. Quero dizer que
eles estão chateados agora com o próprio governador Tarcísio.
Então, diante
disso, é importante, neste momento, acho que o mais fundamental é que, na hora
da aprovação... Nós vamos aprovar esse projeto de lei, mas que ele seja
aprovado com as emendas apresentadas. A Assembleia Legislativa pode alterar o
projeto de lei. Por isso ele está sendo votado agora, por isso que houve a
apresentação de emendas, por isso que houve congresso de comissões.
Repito: o
relator não acatou as emendas apresentadas. Acho que nenhuma emenda foi acatada
no congresso de comissões, mas o plenário é soberano, o plenário, na hora da
votação, pode reverter o que foi decidido lá no congresso de comissões.
É por isso que
aproveito, nos poucos minutos que me restam para pedir o apoio às emendas
aumentando o percentual para que haja retroatividade do pagamento, que seja a
partir do dia 1º de março, que haja também um reajuste do vale-refeição,
conhecido como vale-cozinha, para todos os servidores do estado de São Paulo. É
inconcebível os 12 reais e várias outras emendas que nós apresentamos a esse
projeto de lei.
Então é o
momento de a Assembleia Legislativa fazer de fato justiça com os servidores e
servidoras de todo o estado de São Paulo. E lembrando ainda, Sr. Presidente,
não posso deixar aqui de registrar a nossa indignação com essa notícia de que o
Estado abriu agora processo seletivo, simplificado para contratar professores
da Rede Estadual, sendo que tem um concurso aberto. Foi realizado um concurso
em 2023.
O governador só
chamou, a Seduc só chamou 15 mil servidores, tem mais de 100 mil. É, daí chamou
15, mas três mil não foram aprovados nas perícias médicas, perícias desumanas,
perícias que maltratavam os servidores.
Então, um
servidor que tinha lá 20 anos trabalhando como professor categoria “O”, foi
reprovado na perícia médica, ou seja, como categoria “O”, como professor
precarizado, o Estado aceitava esse professor. Para efetivá-lo, não.
Então, na
verdade, só 12 ou 13 mil que assumiram de verdade, quando nós temos mais de 100
mil vagas para serem preenchidas por professores aprovados e classificados
nesse último concurso.
Porém, nós já
acionamos o Ministério Público Estadual, o GEduc, porque o próprio GEduc já
tinha entrado com ação civil pública contra o Estado no Tribunal de Justiça,
exatamente cobrando a chamada de pelo menos 44 mil professores aprovados no
último concurso. E, no entanto, isso mostra a falta de compromisso do governador
com a educação, com a carreira do Magistério.
Então, deixo
aqui mais uma vez o nosso apelo a todos os parlamentares que têm de fato
compromisso, não só com os servidores e servidoras do estado de São Paulo, mas
sobretudo com os seus próprios eleitores, eu diria, que estão lá na ponta
atendendo a população nos bairros, na periferia, nas favelas, nas comunidades,
onde tem uma escola pública, onde tem um hospital público, onde tem o pessoal
da segurança pública trabalhando.
E por fim,
dizer, Sr. Presidente, para finalizar, que é um absurdo que para o salário
regional, para o salário mínimo estadual, ele dá um aumento muito maior porque
não vai ser ele que vai pagar esse reajuste. Ele empurra isso para a iniciativa
privada. É como dizia o grande Leonel Brizola: o governador Tarcísio vai fazer
festa com o chope alheio.
Para o piso
regional, ele dá um aumento aí significativo para disputar com o governo
federal, só por isso para fazer política, e para o servidor público apenas 5
por cento. Mas fica aqui o nosso apelo à Assembleia Legislativa, para que as
emendas que nós apresentamos sejam aprovadas.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Carlos Giannazi.
Dando sequência aos deputados
inscritos, para discutir contra, com a palavra o deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
Cumprimentar o presidente, deputado André do Prado, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, cumprimentar também o público presente; presidente, esse projeto, eu
não me inscrevi nos outros projetos para que a gente possa nessa sessão votar
todos os projetos que estão aqui que têm relação com o salário mínimo regional,
com os abonos e com o salário dos servidores públicos do estado de São Paulo.
Mas não posso
deixar de falar que, com relação ao abono complementar, nós fizemos emendas que
foram recusadas, não foram aceitas pelo governo, mas a função nossa é provocar,
é tensionar uma retroatividade da data-base. Ou seja, a data-base do servidor,
de acordo com a Lei 12.391, é 1º de março. E o governo não segue a lógica da
data-base.
E também para
que os servidores, os servidores públicos que ganham menos de um salário
mínimo, pudessem ter o salário mínimo regional como salário base. Pega os
oficiais administrativos que têm o seu salário base, a deputada Mônica Seixas
falou aqui de 900 reais. Mas os oficiais administrativos têm salário de 702
reais.
Então, e
inclusive por uma portaria do departamento médico, eles recebiam uma
insalubridade no grau máximo, e foi reduzida para o grau mínimo. Ou seja,
também passou a sua insalubridade de 785 reais para 196 reais. Então seria
justo que eles pudessem receber pelo menos um salário mínimo como salário base.
Porque os
reflexos, os cálculos de quinquênio, sexta parte, seria em torno desses R$
1.804,00, e não em torno de 700 reais. Com relação à questão do abono, nós
também fizemos a emenda para fixar em pelo menos uma unidade fiscal o
vale-refeição. Uma unidade fiscal está em torno aí de 37 reais e uns quebrados.
O vale-refeição,
isso é uma grita que tem no serviço público, que desde 2018 que não é
reajustado. Então, o vale-refeição está em torno de 12 reais. Eu até estava
falando aqui com o deputado Vitão do Cachorrão, que ele vende um cachorro
quente lá em Sorocaba por 13 reais. O vale-coxinha do governo Senador Tarcísio,
agora a polícia já está lhe chamando de Tarcinco, Tarcinco por cento.
Não dá para
comprar sequer um cachorro quente lá no Vitão do Cachorrão. Então, que pudesse
o governador se sensibilizar, já que os deputados da base governista não acatam
as emendas.
Porque o
relator poderia ter acatado a emenda, e a gente levar pelo menos para uma
unidade fiscal o valor do vale-refeição. O aumento de 5%, inclusive hoje também
vai ser votado o aumento de 5% para o governador, para os seus secretários, e
5% para os servidores de uma forma geral.
Eu entendo que
votar 5% para o governador é também prestigiar aqueles funcionários públicos
que estão devolvendo o dinheiro, que estão ali no teto. Então o teto do
governador é 34.500 reais, você dá 5% para todo mundo. Esses funcionários
públicos que tem no estado de São Paulo, que estão ganhando um pouco mais acima
do teto, acabam por devolver o dinheiro, porque passou do teto.
Então esses 5%
também são um gesto para que esses servidores públicos, que ganham um pouco
acima do governador, possam também ter algum reajuste. Nós fizemos várias
emendas, e fizemos emendas em discussão com os servidores públicos. Porque eu
quero dizer para todos vocês e para os deputados que os servidores públicos,
eles estão muito insatisfeitos com esses 5 por cento.
Eu visitei
escolas, eu fui até escolas na periferia, falar com diretores de escola,
professores. Visitei os batalhões de polícia, visitei as delegacias de polícia,
as seccionais, os departamentos, visitei os presídios. Todo mundo está
indignado com esse irrisório, insignificante reajuste de 5 por cento. É claro,
para o governador, ele ganha 34.500 reais, ele vai ter lá um reajuste de mais
de 1.200 reais.
É um bom
reajuste. Mas o soldado, por exemplo, o soldado da Polícia Militar que ganha 2
mil reais, ele vai ter ali 100 reais de reajuste. E 100 reais de reajuste, às
vezes não dá para fazer uma feira, uma feira ali no final da feira.
Então o
governador, na sua campanha eleitoral, ele fez uma declaração: que a polícia de
São Paulo estava no 24º salário, e que ele levaria para o décimo salário. Isso
é uma promessa. Isso é uma promessa.
Olha, ficar
entre os dez melhores salários do Brasil seria muito importante. Ele fez até
uma promessa um pouco mais moderada do que o João Agripino Doria, porque o João
Agripino Doria tinha prometido que a polícia de São Paulo ganharia o melhor
salário do Brasil. Isso está gravado, né? Isso está gravado, está registrado.
Perdendo só para a Polícia Federal. Perdendo tão somente para a Polícia
Federal.
Então nós temos
estados brasileiros, estados bem mais pobres que o estado de São Paulo, que
pagam um bom salário, pagam um bom salário para os seus policiais. Mas não é o
caso de São Paulo.
Então eu vou
pedir para o Machado passar um vídeo que eu gravei, eu peguei lá do site da
Jovem Pan, que foi uma das promessas do Sr. Governador do Estado de São Paulo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Então é isso.
Está aí, está registrado, o décimo melhor salário do País. E o repórter
pergunta: "Mas, governador, tem dinheiro para isso?" “Tem dinheiro. O
dinheiro virá do Tesouro”. Ele está falando isso. A polícia já está mudando até
o nome do governador. Já falaram que é “Tarcísio sem Palavras de Freitas”. Olha
só, “Tarcísio sem Palavras de Freitas”. O pessoal na rua está no veneno.
Nós temos aqui
deputados do governo que vêm aqui, defendem a Segurança, defendem os policiais,
mas o governo não está ajudando-os. Já começa o que foram as injustiças
praticadas no reajuste que o governador deu assim que ele chegou. Ele deu um
reajuste escalonado, diferenciado.
Então houve
policiais que tiveram 13 por cento. Um sargento passou a vida dele, 30 anos,
até o Gil Diniz estava falando outro dia, um cara que passou 30 anos e se aposentou
é um herói.
E, na hora de
ser valorizado, o governo falou: "Não, esse cargo aí é de passagem".
Como é de passagem, se a maioria dos aposentados da Polícia Militar ou são
terceiros-sargentos, ou são segundos-tenentes? E foram os que mais saíram prejudicados
com aquele reajuste escalonado.
Na reunião que
nós tivemos aqui na semana passada, com a participação de todos os sindicatos,
inclusive com os veteranos da Polícia Militar, eles pediram que pudéssemos dar
um reajuste maior para eles - foi objeto de emendas que nós protocolamos aqui
-, para poder compensar o prejuízo que eles tiveram quando o governo deu aquele
reajuste escalonado. Os investigadores de polícia também foram prejudicados. O
investigador de classe especial teve 15 por cento. O de primeira classe, 16 por
cento.
Então, quando o
governador falou assim, "eu dei um reajuste de dois dígitos", é
verdade. Algumas carreiras foram beneficiadas. Os capitães de polícia, os
coronéis de polícia, os generais foram os beneficiados. O segundo-tenente.
"Ah, mas eu dei um grande aumento para o soldado".
Mas o salário
do soldado é tão baixo, mas é tão baixo que mesmo com esse reajuste que o
governo disse que foi altíssimo, 32%, 34%, aumentou praticamente 450 reais no
padrão do soldado. O governo está dando 5% agora, quando eu pego o salário do
coronel, isso vai dar mais de 1.000 reais de reajuste, mas quando eu pego o
salário do soldado vai para 100 reais.
Então, deu-se
um reajuste melhor para os oficiais, mas a base... E a base são os heróis
mesmo, porque quem enfrenta o crime na rua não é o coronel, não é o major, não
é o capitão, não é o primeiro-tenente.
Você ainda vai
encontrar na rua até segundo-tenente, depois quem é que está na rua? É o
soldado, é o cabo, é o sargento, é o segundo-sargento, é o terceiro-sargento, é
o primeiro-sargento, é o subtenente. São esses que estão na rua fazendo
policiamento, são esses que estão dando a sua cara para apanhar, porque quando
fazem coisa errada é porque estão trabalhando.
Ah, por que a
cúpula nunca tem erro? Claro, não sai para a rua, não sai na rua, não enfrenta
o crime no dia a dia. Então a base foi muito desvalorizada. E quando a gente
pega aqui os reajustes, realmente, não tem como você falar: "Eu dei 30%,
então eu puxei os de baixo para cima". Não puxou.
Se o governador
chegasse com um salário de, pelo menos, um padrão de pelo menos 4.000 reais,
pelo menos 4.000 reais, o policial talvez levaria 7.000 para casa, a gente
contando o RTP, contando a sexta parte, quem tem sexta parte, os quinquênios, o
que seria um salário razoável.
Eu peguei a
tabela aqui, a tabela salarial. No Amazonas, por exemplo, a remuneração de um
investigador, uma remuneração bruta de um investigador, chega a 21.000 reais:
21.831,49, quando nós vamos para São Paulo, a média aqui em São Paulo de um
investigador de início de carreira, 5 mil líquido, 5.600 reais. Olha a
diferença que é o salário de São Paulo, do estado mais rico da Federação, para
um estado como o do Amazonas.
Ou seja, e o
governador vai lá, promete, vai ser pelo menos o 10º melhor salário, senta na
cadeira, depois que ele senta na cadeira, que tem a caneta na mão, uma caneta
com muita tinta, porque o Orçamento do Estado de São Paulo, gente, é muito
dinheiro.
Aí ele fala que
não tem dinheiro, mas nós tivemos um excesso de arrecadação ano passado de
cerca de 25 bilhões. Como não tem dinheiro? Tem má vontade, não tem palavra. É
isso que a gente está vendo.
Então, e tem
outro detalhe que eu tenho dito, o mandato do governador, esse mandato tá
acabando, né? Nós estamos já no mês de maio, o ano que vem já tem eleições, e
tem um período em que o governador não pode dar reajuste. Não pode dar reajuste
para ninguém.
Ou seja, se ele
não acelerar essa agenda da valorização dos servidores públicos, da valorização
dos policiais, ele não vai cumprir essa palavra, essa promessa que ele fez lá
atrás e que ganhou muitos votos, que os policiais foram cabos eleitorais, cabos
não, generais eleitorais, porque você ia pedir voto lá para o Haddad, eles
falavam: "Nós estamos fechado com o Tarcísio", mas olha a paga que o
Tarcísio está dando para eles. Olha a paga, cadê a valorização prometida? Cadê
o décimo melhor salário?
Então,
governador, o que a gente está fazendo nesse debate é pedir para V. Exa. para
que cumpra a sua palavra.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Guilherme
Cortez, para discutir a favor. Ausente.
Dando sequência para discutir contra,
com a palavra a deputada Professora Bebel... Simão Pedro, desculpa, tenho que
chamar os oradores que estão inscritos a favor, Professora Bebel, então o
próximo orador inscrito é o deputado Simão Pedro, que está presente.
Depois, deputada Professora Bebel, para
discutir contra.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta Casa, André do Prado, que comanda
esta sessão, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui
nas galerias, pela TV Alesp, pelas redes sociais, também cumprimento os
funcionários desta Casa.
Nesta
noite, Sr. Presidente, triste para nós do campo democrático, da esquerda, do
campo progressista, porque hoje foi a noite, o dia da morte do nosso querido
José Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, um revolucionário que fez da
simplicidade sua arma política e da coerência um ato cotidiano de rebeldia.
Então,
nós já fizemos aqui um minuto de silêncio, mas não poderia deixar de registrar
a minha admiração pelo guerrilheiro que foi sequestrado pela ditadura militar
uruguaia por 12 anos.
Por 12 anos,
ele foi jogado de uma masmorra para outra junto com outros colegas, sendo que a
família e os seus colegas não tinham notícias, como uma forma de chantagem da
ditadura uruguaia para que um movimento de oposição à ditadura pudesse fazer
atos contra a ditadura.
E levou seis
tiros quando tentou sair da prisão, mas a sua grandeza foi tanta que ele se
elegeu deputado, quando renunciou à luta armada, o seu movimento, elegeu-se
deputado, senador e chegou à Presidência da República, sendo um exemplo para o
mundo inteiro de coerência, de um homem que estava à frente do seu tempo.
O Uruguai é um
país moderno em políticas públicas. Por exemplo, ele regularizou o uso da
cannabis, ele ampliou os direitos reprodutivos das mulheres com a legalização
do aborto, ele instituiu na sua Presidência o casamento homoafetivo. Ou seja,
fez do Estado uma trincheira da dignidade humana e governou sem abrir mão dos
seus princípios inegociáveis.
Então, um viva
ao Pepe Mujica, que vai nos deixar um legado de boas memórias, boas lembranças
e um exemplo de homem público, de um ser humano incrível a ser seguido. Sr.
Presidente, queria também aproveitar essa noite, porque é 13 de maio. É um dia
que se lembra na história oficial brasileira do Dia da Abolição da Escravatura
Negra no Brasil.
Eu sou membro
da Frente Parlamentar de Promoção da Igualdade Racial e Combate ao Racismo. Eu
ontem participei de uma marcha noturna que um amigo nosso aqui, o padre Enes,
que é pároco da igreja da Praça João Mendes, realiza todo ano essa marcha, no
dia doze.
Ele é um
estudioso do assunto e ele estudou como é que era a fuga dos escravos negros do
antigo centro histórico de São Paulo para os quilombos no entorno do início da
cidade, e ele levantou nos seus estudos que os escravizados fugiam à noite.
Então por isso
que ele realiza todo ano essa marcha noturna, e não para comemorar, mas para
lembrar que a escravidão foi abolida, mas persistiram e persistem no Brasil as
injustiças sociais, a desigualdade contra o povo preto.
E eu recebi
também hoje, Sr. Presidente, só para registrar aqui do Rodrigo, presidente da
Câmara Municipal de Eldorado, quilombola de Ivaporanduva, lá no Vale do
Ribeira, uma mensagem que eu achei muito importante e gostaria de lê-la aqui.
“A escravidão
acabou no papel oficialmente em 1888, mas o povo preto carrega ainda as marcas
do preconceito e da desigualdade. O 13 de maio não é dia de festa, é dia de
lembrar que liberdade sem justiça é incompleta. A luta continua por reparação,
respeito e direitos reais”.
Sr. Presidente,
sobre o projeto de lei, eu queria deixar aqui claro o meu posicionamento.
Inscrevi-me para falar a favor por conta do posicionamento nosso, da bancada.
Nós vamos votar a favor desse projeto, embora nós fizemos, enquanto bancada,
deputados individualmente, uma série de emendas, no sentido de buscar melhorar
esse projeto.
Esse projeto do
jeito que ele é, do jeito que ele está, do jeito que, provavelmente, ele vai
ser votado, é ruim. Porque 5%, que é o reajuste que o governador está
concedendo ao conjunto do funcionalismo público estadual, não repõem as perdas
inflacionárias de 2023 e 24. Se formos considerar as perdas inflacionárias,
esse reajuste, no mínimo, teria que ser de mais de nove por cento.
Então, 5% não
repõem as perdas, e quando o governador fala que está valorizando o funcionário
público etc., é uma incoerência. Ele não foi um candidato, como nos mostrou
aqui o deputado Reis, um candidato desinformado.
É um candidato
que deu continuidade aos projetos anteriores, e então ele certamente tem noção
dos recursos em caixa, do potencial de arrecadação, do crescimento do PIB,
deputado Reis.
O SR. REIS - PT - Vossa Excelência me concede um aparte?
O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Claro, por gentileza. Vossa
Excelência é um conhecedor desse assunto, muito mais do que eu.
O SR. REIS - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Não, deputado Simão Pedro, é
para deixar registrado que a inflação de 2023, ela está em torno de 4,62%, e,
em 2024, o governador não pagou essa inflação para os servidores.
A inflação de
2024 é de 4,83 por cento. Somando a inflação de 23 e de 24, nós teríamos aí
9,45%, e obviamente que, se o governador quisesse dar um reajuste, ele teria
que dar alguma coisa a mais do que os 9,45 por cento.
Essa é a grande
grita, é a grande reivindicação dos servidores públicos, porque no dia que o
governador anunciou esse reajuste, inclusive, representantes da bancada da bala
que hoje não estão aqui, eles já saíram anunciando esse reajuste de 5%, dizendo
que era acima da inflação. E, na realidade, esses 5%, somando 23 e 24, o
governador ainda fica devendo muito, devendo muito.
Então, esse é o
registro que eu faço aqui para V. Exa., e, obviamente, aguardar que a bancada
da bala, que chega aqui e faz aquela grita, dizendo que está defendendo os
policiais, que eles possam vir aqui ainda para poder votar esse projeto dos
cinco por cento.
Muito obrigado.
O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Provavelmente, deputado Reis, eles
sabem que os 5% não repõem a inflação acumulada nesses dois anos. Vossa
Excelência, eu quero agradecer, porque aprimorou os números que eu citei aqui.
Mas eu lembrava e lembro mais uma vez aqui que, de fato, há dois anos que não
há reajuste.
Então, nós
entendemos que 5% é o que foi possível a gente conseguir negociar. Nós fizemos
emendas. Eu digo assim, foi possível. Nós entendemos que não dá para votar
contra.
Porque, bem ou
mal, repõe uma parte dessa inflação acumulada. Não repõe tudo, não tem
reajuste, é uma reposição inflacionária parcial, porque recompõe, mais ou
menos, a inflação de 2023 ou 2024, um pouquinho mais. Então, não é suficiente.
Nós fizemos 38
emendas, o conjunto da bancada, junto com os nossos líderes, Professora Bebel,
porque esse ajuste também atinge, é importante para a categoria dos
professores.
Aliás,
categoria dos professores, para ser justo, precisamos ter o Piso Nacional, para
chegar a 4 mil, 867 reais e 77 centavos. Esse era o ideal, mas difícil. Um
governo com essa visão de enxugar tudo, de economizar, de desmontar o estado, de
privatizar, ter essa sensibilidade.
Mas nós vamos
votar a favor, apesar de considerarmos insuficiente, injusto, porque não repõe
nem as perdas inflacionárias. E vamos batalhar até o final para o acolhimento
das nossas emendas.
Por exemplo,
algumas delas que reajustam o vale-coxinha. O vale-alimentação, que hoje está
em torno de 20 reais, já congelado desde 2017.
Nós fizemos
emenda aqui para chegar a 25, 28, 30, mas não estamos contando, pelo visto, com
a sensibilidade da base do Governo, da direção dos líderes do Governo para a
gente ter essa emenda aprovada e os nossos trabalhadores terem um pequeno
ganho, um pouco melhor. Então, essa é a nossa posição, Sr. Presidente.
E a outra
coisa: eu não me inscrevi no projeto anterior, mas é vergonhoso para um estado
como São Paulo, o governo vai para a televisão, faz propaganda, se gaba de que
o salário mínimo regional é o maior do Brasil, tendo setores importantes do
funcionalismo público com salário-base de 900 reais, precisando fazer um
projeto de lei aqui, um abono, para chegar a...
Porque não é
nem o salário. Ele vai ter uma reposição para o governo não passar vergonha,
mas não acumula, não tem efeito para o futuro, para a aposentadoria, que foi o
projeto que acabamos de aprovar.
Votamos
favorável, mas quero fazer esse registro aqui, essa crítica de que é uma
vergonha para o Governo do Estado precisar recorrer a um projeto desse tipo,
tentando não passar vergonha e não ser incoerente, mas é uma grande incoerência
esse tipo de projeto. Nos demais, nós vamos acompanhar o debate da bancada. É
isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.
Aproveitando os
três minutos, Sr. Presidente, quero parabenizar a atitude do Celso de Carvalho,
superintendente da Secretaria de Patrimônio da União, que hoje decidiu publicar
uma suspensão do acordo que tinha sido feito com a Secretaria de Habitação para
que, lá na favela do Moinho, as famílias que aceitassem o acordo de sair dali,
isso seria feito pelos assistentes sociais, pelos técnicos da secretaria, sem o
uso da força policial, como nós vimos hoje à tarde aqui, que nos sensibilizou a
todos.
Então, o acordo
está suspenso. Nota publicada hoje à tarde pelo superintendente de Patrimônio
da União, que é o responsável por aquela área. É propriedade da União, aquela
área ali da Favela do Moinho.
Eu considero
que ele deve abrir conversas - o que provavelmente vai ser - quando o Governo
do Estado se comprometer de verdade a não fazer aquela barbaridade que foi
feita hoje contra a população trabalhadora daquele espaço aqui na cidade.
O povo não está
ali, deputado Marcolino... Eu conheço aquela região, já estive ali. Vossa
Excelência também. Cresceu bastante, mas ali são mulheres trabalhadoras, que
trabalham no centro. Por que vivem no centro? Porque não precisam pegar metrô
para perder um tempo enorme, como a maioria dos trabalhadores que moram nas
periferias de São Paulo fazem.
Então, ganham
um tempo importante, moram perto do trabalho. Agora, para o governo todo mundo
ali é bandido, todo mundo ali é traficante e tem que ser tratado à base do
cassetete da polícia e da repressão.
Então, o nosso
repúdio a essa visão. Há um conflito no centro de São Paulo, pela moradia no
centro, um direito do trabalhador de morar perto do seu trabalho, mas a visão
que preside o nosso governo e a especulação imobiliária expulsar os pobres para
lugares mais distantes, para que não sejam incomodados e ali haja uma
valorização dos imóveis do entorno.
Então, esse conflito vai existir. Nós vamos
apoiar sempre a luta dos movimentos de moradia pelo direito de morar no centro
decentemente. E olha que conheço muitas entidades que recuperaram prédios
abandonados nessa região do centro, na Avenida São João, e hoje são
condomínios, são moradias dignas, depois que ocuparam e denunciaram aquela
situação.
Então, há um
conflito, mas esse conflito tem que ser resolvido pelo diálogo, pela
democracia, e não pela força bruta, como a gente tem visto o Governo do Estado
utilizar para reprimir esses trabalhadores e essas trabalhadoras.
Obrigado.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Uma
comunicação, presidente?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Vossa
Excelência tem o tempo regimental. Vou solicitar que a deputada Professora
Bebel se encaminhe à tribuna para discutir contra. Antes, porém, dois minutos
para o deputado Vitão do Cachorrão fazer uma comunicação.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Rapidamente, presidente. Eu tenho recebido os professores, os
inspetores, auxiliares. Vou votar também a favor desse projeto, mas
infelizmente esse aumento de 5% é uma vergonha.
Faz 20 anos que o professor não tem
aumento, então o reajuste anual é de 6,5% e ele vai receber só 5 por cento. Na
minha opinião, o professor merecia mais respeito. A gente só está aqui, a gente
só é deputado, o policial militar só é policial militar, o juiz só é juiz por
causa dos professores, então os professores merecem mais respeito no estado de
São Paulo.
Eu também estou visitando as escolas
estaduais. Infelizmente... Graças a Deus, a alimentação em alguns lugares está
tendo muito elogio, é boa, só que eles jogam comida no lixo, e o professor, o
auxiliar que ganha mil e pouquinho não pode comer comida na escola, tem que
levar a marmita. Isso tem que ser repensado também. Muita gente passando fome,
a comida sendo jogada no lixo, e o professor não pode comer da comida.
Então vou votar a favor, mas é pouco,
para os nossos mestres, um aumento de 5 por cento.
Que Deus abençoe a todos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra a
deputada professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito
obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, enfim, os
assessores à minha esquerda, à minha direita, os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas.
Eu volto a esta
tribuna porque eu estou querendo clarificar no que diz respeito ao Piso
Salarial Profissional Nacional dos professores. Eu pediria para que o Machado,
por favor, colocasse no telão para mim. Nós temos aqui um estudo, não é, de uma
campanha que é salarial, mas que faz análise, na verdade, dos índices que a
gente tem tido e as perdas que nós temos tido.
Então, veja
bem, quando a gente começa lá com o piso em 2009, a gente, na verdade, não tem
perda. Ali a gente, na verdade, em 2009 foi quando... Em 2008, o plano, o piso
começou, então a gente ganhava acima do piso.
A gente começa
uma decadência ali em 2016. Então eu não estou pondo na conta de onde... Eu
estou dizendo o seguinte: como não acompanhou os reajustes, o Piso Salarial
Profissional Nacional foi tendo perdas.
Então a gente
começou primeiro com uma perda de 2 por cento. Aí chegou agora no ano de 2025,
não é? O professor de educação básica 1, aquele que alfabetiza, que trabalha
com as crianças o tempo todo, ele, no Piso Salarial Profissional Nacional,
deveria ganhar 4 mil, 867 reais e 83 centavos.
Na realidade,
ele ganha R$ 2.603,70, 46,5% abaixo do Piso Salarial Profissional Nacional. Os
demais profissionais, aqueles que dão aula para o segundo ciclo do ensino
fundamental, o ensino médio e todas as modalidades de ensino, esses ganham R$
3.014,12 e, portanto, têm uma defasagem de 38,1%, né? Lamentavelmente é.
Esse é o quadro
da nossa valorização, desvalorização, no estado de São Paulo. E o governo, ao
longo desses anos todos, tem trabalhado com política de bonificação, que não se
incorpora.
Se se
aposentar, não leva também para a aposentadoria. É meio que um “enrolation”,
“eu estou pagando”. Como disse a deputada Monica aqui, é um PF, um “por fora”,
mas que não pode... Uma carreira não pode ser descaracterizada da forma como
está. Isso não sou eu que estou dizendo, é o Dieese. É um departamento que tem
conhecimento e analisa todos os dados. Pode virar o próximo, por favor.
Olha
aqui a curva. Se vocês olharem, a gente vê que vai lá para cima. Então, chega
2025, nós estamos lá em cima em termos de perda, gente. Então, isso é
lamentável. A gente começa aqui em 2009, vai indo, vai indo, vai indo e vai.
Então,
ou senta, eu já propus isso milhares de vezes. Ou senta e discute, uma mesa
permanente de valorização, de forma que vá recompondo essa perda, de forma a
chegar e depois a carreira vai, incide na carreira, ou nós vamos morrer na
praia, gente. Daqui a pouco a atratividade de quem quer ser professor vai cair
por terra.
Os jovens não
querem ser mais professores. Há uma total desilusão com relação à carreira dos
professores, que deveria ser, como foi dito aqui, o Vitão traduz, ela é a mais
importante, porque é a carreira que forma todos os profissionais, todos.
Ninguém é nada se não passar pela mão de um professor.
Não é à toa que
o imperador japonês, no Japão, ele faz um gesto de respeito, maior respeito,
reverência a um professor, mas não faz para outras profissões, porque é a mais
importante. Isso deveria ser modelo para o mundo. Aqui, São Paulo teria
condições de dar uma carreira justa.
Próximo.
Aqui é a tabela
que está abaixo do piso salarial profissional nacional e o número de
professores que são atingidos. Muito pouco está acima do piso salarial
profissional nacional. Naturalmente vocês vão ver, por isso aquela briga. Eu
não me arrependo, deputada Beth.
Eu não me
arrependo, deputado Barba, quando nós brigamos aqui contra a política de
subsídio porque deu nisso aí. Você com uma carreira pode chegar até quase 9 mil
reais; lá no subsídio, 7.300 e pouco. É isso. É isso que está guardado.
E aí eles dizem
o seguinte: não, pode chegar a 15 mil. Mas sabe quando vai chegar? Quando o
professor ou o funcionário de escola chegar a 80 anos. Aí acabou a vida, vai
fazer o quê? Não estou falando, espere, 80 anos tem vida, eu estou dizendo o
seguinte: a carreira já está morta, então eu acho que esse que é o central para
nós. É bom nós entendermos isso.
Próximo, por
favor.
Aqui é assim:
reajuste no próximo abono salarial. Numa jornada de 40, o PB1 tem 280 com mais
20, o PB2 287 com 20. De 30, 215, isso aí é o reajuste agora, com o valor de
4867, o aumento de 6.27 na forma de complemento salarial, é isso aí que dá.
Esse é o complemento.
E aí eu ouso
dizer que eu vou lutar, deputada Beth, para que imediatamente seja votado. Está
certo? A isenção, como é que eu falo, do Imposto de Renda sobre os salários de
todos os profissionais até 5 mil, porque a minha carreira, o meu, os nossos
profissionais e os outros vão ter um 14º salário, pelo menos. Porque a esperar
do atual governador, nós não temos nada, não estamos tendo, olha aqui.
E mais para frente vocês vão ver que tem uma
faixa de 100 mil professores que vai ter de 0,6 a 0,8% com 5% de reajuste.
Então, isso é perceptível, mas não se resolve. Você convence que você está
certa, mas não vem para essa Casa para dizer: vamos dar isso para pelo menos
chegar a isso. Então, isso é inaceitável.
Próximo, por
favor. Aqui é a evolução do salário mínimo e do piso paulista. Você vê,
enquanto o salário mínimo evoluiu 226,5%, o PEB I evoluiu 98.9 por cento.
Portanto, negativamente, 39 por cento. E a gente está aí, penalizando. Quer
dizer, o mínimo é mais valorizado que nós.
Próximo. Piso
em relação à inflação desde a implantação do PSPN. Esse aqui é para começar a
conversar, essa de 145 por cento. Agora, salário base sem perdas
inflacionárias, a gente teria que ter um reajuste imediato de 23.3 por cento. É
isso que a gente precisaria.
Próximo. Os
últimos reajustes não cobrem as perdas do período, está comprovado na tabela
PEB I. Olha a diferença de 5%: é 130, 150 e aqueles que são do subsídio, 264
reais. É isso que o 5% vai significar para nós.
Próximo. Poder
de compra. Isso que é o central, quer dizer, pode ter aumento de massa
salarial, mas você não tem o mesmo poder de compra que você tinha um tempo
atrás. Você vê que está negativo, em termos de salário e cesta básica. O nosso
está tudo negativo em termos de perda para nós.
Próximo. Esse
aqui, essa meta 17 do Plano Estadual de Educação, que está no Plano Nacional,
ela é cara para nós. É uma meta que nós temos no Plano Estadual de Educação que
vai vencer agora em 2026. Vai acabar.
Se todos os
governos dessem 5% ao ano, a gente já tinha atingido a meta 17, porque foram
seis anos para implantar essa meta dezessete. Seis anos, e não implantaram. Aí
a gente precisa hoje de 40,2 por cento. Essa é outra referência que a gente
está colocando, que não consegue repor as nossas feridas.
Aí, Machado, eu
quero que você volte para aquele primeiro caderninho, rapidinho, só para eu
passar aqui, que é o impacto do 0,6 e 0,2. Aqui, o abono complementar, o
reajuste de 5 por cento. Bom, vamos lá.
Aqui são
4.580,57 reais. É para quem está abaixo do piso. Aí o 5%, enfim, vai repercutir
nesta faixa. Mostra a outra faixa, por favor. Por 40 horas, eu estou falando.
Olha aqui, o reajuste de 5% no salário, o aumento vai ser de 0,5, 0,6 a 0,8 nos
vencimentos.
Isso significa
o quê? Significa que nesta faixa são 60, aliás, 100 mil professores
profissionais. Cem mil estão aqui. São 100 mil. É muita gente desvalorizada por
esses 5 por cento.
Próximo, para
terminar. E aí você vê a dissonância. O abono acaba desequilibrando os 5 por
cento. Porque você vai ter uma variação, tem 5%, mais o 6,57 que foi do abono
complementar, aí vai de 5,2 a 5,5 por cento.
Então você sai
de 0,6 a 0,8, mas, por outro lado, tem outra faixa que vai de 5,2 a 5,5. E não
acertam essa métrica, vão ter que agir. Eu não, a categoria vai ter que ter uma
ação, porque, se 100.000 estão fora, 100.000 têm que vir para a rua. Ou acerta
ou acerta, não tem como.
E tem como
acertar isso aí. Ou você pega, aplica 6,26, ao invés de cinco; aí você meio que
dá uma equilibrada. Não é ideal. Isso está na mesa do secretário. Se ele
quiser, é ínfimo. O impacto é ínfimo, deputados e deputadas. Por favor, nos
ajude. É um impacto ínfimo. Olha lá. Pega aqui mais de 97, mas pega 79.100
professores, enquanto o outro pega 100.000 professores.
Então eu vou
votar favorável para não zerar, mas quero dizer que dia 6 nós estaremos nas
ruas, porque 100.000 professores estão tendo reajuste de zero a 6%, com essa
baixaria de 5%, sem considerar esses, considerando que esse abono desequilibrou
toda a carreira do Magistério.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Professora Bebel. Com a palavra, para discutir a favor, deputada Beth
Sahão.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Presidente, posso
usar a palavra por um minuto?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem V. Exa.
dois minutos para comunicação, deputado Barros Munhoz.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje é 13 de
maio, como disse bem, se não me falha a memória, o deputado Simão Pedro. Mas eu
queria dizer que, como itapirense e como respeitador e admirador da nossa
querida raça negra, que tanto fez por Itapira, por São Paulo e pelo Brasil, eu
não posso estar em Itapira hoje na maior festa da nossa cidade, que é a festa
do 13, é a Festa de Maio.
Desde antes de muitos e muitos de nós
termos nascido, comemora-se em Itapira o Dia da Abolição da Escravatura. É uma
festa maravilhosa, organizada pela raça negra de Itapira. E lá, presidente, foi
assassinado um delegado que era contra o que se fazia na escravidão.
Três meses antes da proclamação da
escravidão, três meses antes da abolição, ele foi assassinado. Ele foi morto a
tiros. Joaquim Firmino, símbolo da defesa da raça negra. E foi morto pelos
poderosos agricultores da cidade de Itapira. Então eu faço questão de registrar
esse fato da minha querida Itapira.
Lamento não poder estar lá hoje. Sempre
fui a todas as Festas de Maio. Mas meus netos estão lá, minha filha está lá,
meu genro está lá e minha esposa está lá. Eu gostaria de estar lá, de mãos dadas
com os negros, homenageando o Treze de Maio.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. Eu fiquei emocionado
com a palavra do deputado Barros Munhoz, que sempre traz uma história de nossa
linda Itapira, que ele tão bem representa nesta Assembleia.
E estava prestando muita atenção nas
palavras da deputada Professora Bebel também. Então deputada Beth Sahão, tão
brilhante quanto a Professora Bebel, tem a palavra, V. Exa., pelo tempo regimental.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, Sr. Presidente. Antes de entrar nesse
assunto, eu queria aqui fazer uma referência a uma pessoa que faleceu hoje, o
nosso grande Mujica, que foi presidente do Uruguai, nosso país irmão, vizinho.
Um político
excepcional, que por onde passava encantava as pessoas, deputado Suplicy, pela
sua humildade, pelo seu estilo de vida simples, minimalista, como muitos falam.
Morava numa área rural, criava galinhas no seu quintal. Esse era o presidente.
Plantava flores e vendia flores no mercado.
Esse presidente
que abriu mão daquilo de que infelizmente, às vezes, aqueles que ocupam o poder
não conseguem abrir mão: do luxo, da riqueza. E o Mujica abriu e transformou o
Uruguai, porque fez investimentos importantíssimos no processo de inclusão da
população do Uruguai, seja na saúde, seja na educação, seja na área de
costumes, seja na promoção da igualdade de gêneros, que ele também levou muito
em conta enquanto administrou aquele país.
E era
impressionante, quando ele fazia as suas falas, como isso sempre me emocionava.
Quantas e quantas vezes eu fui às lágrimas, pelo conteúdo deste grande
político, que certamente vai deixar um legado, já deixou um legado
importantíssimo, não só para o Uruguai, mas para os países da América do Sul,
da América Latina e de todo o mundo.
Porque hoje a
morte do Mujica foi repercutida no mundo inteiro. Muitos lamentando a perda
desse grande homem, que será lembrado, ao longo dos anos, das décadas, como uma
pessoa que promoveu um serviço espetacular para aquele país.
E serviu de
exemplo para que outros políticos também possam segui-lo, deixando de lado,
muitas vezes, os prazeres que o poder pode representar, para viver de uma forma
tão simples. E isso foi tão importante para servir como exemplo para todos nós.
Então que o Mujica possa seguir em paz nessa sua nova trajetória, que ele acaba
de nos deixar.
Bem, Sr.
Presidente, eu queria começar falando um pouco aqui daqueles que me
antecederam, desse projeto. A nossa bancada, a bancada do Partido dos
Trabalhadores, apresentou 39 emendas a este projeto, no sentido de poder
corrigir as distorções, corrigir as injustiças que esse projeto traz.
Mas,
infelizmente, nenhuma dessas emendas foi acatada. Nenhuma delas. E eu queria
aqui citar algumas, como por exemplo a questão do aumento dos servidores da
Saúde. Os servidores da Saúde sempre foram servidores muito mal pagos, mas
muito mal pagos.
Muitos
servidores da Saúde não ganham sequer, no seu salário-base, um salário mínimo.
É uma coisa impressionante. Quando a pessoa, às vezes, se aposenta, que ela tem
que deixar de lado as gratificações, as bonificações etc., ela se aposenta com
o mínimo do mínimo.
Nesse sentido,
a nossa bancada propôs um aumento para os servidores, um reajuste para os
servidores da Saúde, de 57,93%, exatamente para tentar recuperar a defasagem
que existe em todos os servidores públicos, mas no servidor da Saúde é mais
sentida ainda essa defasagem, porque é um salário miserável, é um salário de
fome. Como também é uma oferta de fome o vale-refeição. Ora, faça-me favor.
Com um
vale-refeição de 12 reais, hoje você não paga um café aqui na cidade de São
Paulo. Não paga um café. Se você vier para São Paulo na manifestação que a
deputada Bebel está chamando para a próxima semana - deputada Bebel, é isso né?
-, os professores que saírem das suas cidades e pararem num posto para tomar um
lanche e comprar um salgado, eles vão escolher: ou eles compram um salgado, ou
eles compram um refrigerante, ou eles compram uma água.
Porque, com 12
reais, ou é uma coisa ou é outra, ou é outra. E, se comer o vale-coxinha, vai
ter que comer a seco, porque não pode nem tomar um suco ou um refrigerante,
porque o valor não consegue pagar.
Esse é o
vale-refeição oferecido pelo Governo do Estado, um desrespeito para com as
categorias. E não é só... Eu vou ficar neste momento... Vou falar um pouco dos
professores, mas a gente tem que reconhecer e falar de todas as categorias. Por
quê? Porque o aumento correto para poder recompor as perdas nos últimos dois
anos, referentes à inflação, seria de 9,45 por cento. Esse é o aumento correto,
é o mínimo.
E, no entanto,
o que o governo está oferecendo, neste momento, são míseros 5% de reajuste,
para todos os servidores. E a gente tem que reconhecer aqui também que, sem
servidor, este estado para, porque são os servidores que, de forma valorosa e,
às vezes, deixando de lado os baixos salários que eles ganham, mas continuam
executando suas tarefas e oferecendo serviços de qualidade e, sobretudo, com
muita responsabilidade. Então, isso precisa ser destacado.
Que nem sempre,
na maioria dos servidores, aliás, o salário é um importante reforçador, claro
que é, sem dúvida nenhuma, mas a maioria dos servidores deste Estado, dos
servidores estaduais, independentemente da área que eles atuam, o fazem de uma
forma muito correta, a despeito do governador Tarcísio não ter o mínimo
respeito em relação aos servidores do Estado.
Pelo contrário,
o que o governador faz em relação aos servidores é exatamente desvalorizar os
serviços, muitas vezes sucatear determinadas áreas para depois vendê-las a
preço de banana, para depois privatizá-las, como é o caso agora, recentemente,
da Sabesp.
E vocês viram
as crateras que abriram e que, feito por serviço mal feito da Sabesp, ali na
Marginal Tietê. Primeiro abriu uma, eles a consertaram e o asfalto afundou,
afundou o asfalto, e agora uma outra cratera que vai levar meses e meses para
ser recuperada.
“Privatiza,
privatiza que melhora”. Melhora nada, privatiza que piora e piora muito os
serviços públicos. É isso que acontece. O Parque da Água Branca, que nós
estivemos lá na semana passada, deputada Bebel, aqui estavam conosco, dos
deputados que aqui estão, o deputado Simão Pedro, que nos acompanhou, não é
Simão Pedro? Estivemos lá e eles estão querendo colocar um restaurante ali, num
lugar, numa área que já deveria ser preservada, uma área histórica do Parque da
Água Branca.
Uma construção
bonita, com portas de madeira maciça, originais, que serviam de baias para
cavalos anteriormente, e agora eles querem fazer uma churrascaria. E a
justificativa é que será uma churrascaria onde serão oferecidas carnes nobres.
Veja bem, ainda
bem, ainda bem que a justiça suspendeu isso, como eu espero que suspenda também
aqui no Ibirapuera, que está virando um shopping center a céu aberto, porque
também foi privatizado pela Prefeitura Municipal, e que agora é um restaurante
atrás do outro que eles estão tentando abrir.
Ainda bem que o
Ministério Público acabou de abrir um inquérito para investigar e para impedir
que essas ações, que essas práticas continuem. Mas voltando aqui aos nossos
servidores.
O piso
nacional, a deputada Bebel colocou aqui com muita propriedade um cenário muito
bem explicado, deputada Bebel, do piso nacional comparado com o piso dos
professores.
O piso nacional
dos professores, 4.867,83 reais. O piso do PEB I, R$ 2.603,00, e do PEB II,
3.214,00 reais. Quer dizer, nem o PEB II consegue se equiparar ao piso nacional
dos professores neste Estado, que é o estado que tem a maior arrecadação do
País.
O próprio
governador, na época da campanha, disse, referiu-se ao superávit primário, o
deputado Reis mostrou isso aqui naquela ocasião, de R$ 47 bilhões. Eu quero
saber, nesses dois anos e cinco meses, para onde foram aplicados esses 47
bilhões, que ele afirmou que o estado... Inclusive, depois, o candidato
perdedor, que era o ex-governador Rodrigo Garcia, apoiou o governador Tarcísio
no segundo turno. Precisa saber o que aconteceu com esses 47 bilhões.
Por que esses
bilhões não podem ser voltados para recuperar as mais diferentes carreiras dos
servidores públicos do estado de São Paulo? Houve, no ano passado, um excesso
de arrecadação de 25 bilhões. Para onde foram esses 25 bilhões?
Então, além do
excesso de arrecadação, além do superávit primário, além das privatizações que
esse governo faz, que tem muito recurso em caixa, agora me pergunto, e deixo
essa pergunta aqui para quem está nos acompanhando: por que esses recursos não
podem ser investidos, pelo menos uma parte deles, na recuperação dos salários
dos servidores públicos do estado de São Paulo?
Sabe por quê?
Porque o governo Tarcísio menospreza os serviços públicos. Porque o governo
Tarcísio, a cada período, se desfaz dos servidores para poder privatizar, para
poder terceirizar as ações que teriam que ser obrigações do estado. Inclusive,
obrigações constitucionais do estado, como é a questão da Educação, como é a
questão da Saúde.
Então, nós
vamos votar, nossa bancada vai votar a favor. Sabe por que vai votar a favor?
Para não deixar os servidores sem nenhum reajuste. Porque, se nós aqui
fizéssemos a obstrução desse projeto, e fizéssemos uma força tarefa, nós
poderíamos retardar isso, e não somos irresponsáveis.
Mas não poderia
deixar de vir a esta tribuna trazer a nossa indignação, discutir isso com
bastante propriedade, e dizer que, embora votemos a favor, a gente tem que
reafirmar que esse reajuste é uma vergonha, que ele não atende as necessidades
e as demandas dos servidores nesse estado, e que nós temos que continuar
lutando para melhorar e para, em algum momento, oferecer um salário digno que
possa recuperar as perdas havidas ao longo desses anos deste governo que aí
está.
Obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Beth Sahão. Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a
palavra o deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - Comunicação, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Antes, porém, de passar a palavra para uma comunicação ao deputado Ortiz
Junior, gostaria de fazer uma convocação, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, para uma segunda sessão
extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da primeira
sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do
Dia:
*
* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 12º Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de
14/05/2025.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
o deputado Ortiz Junior, para uma comunicação.
O
SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA -
PARA COMUNICAÇÃO - Aproveitar a
menção que alguns deputados fizeram à data de hoje, 13 de maio, celebrando
1888. Fazer um registro importante aqui, cumprimentando os cidadãos e cidadãs
de Redenção da Serra, município do Vale do Paraíba, que foi o primeiro
município do estado de São Paulo a fazer a abolição da escravatura, em 10 de
fevereiro de 1888.
Então,
cumprimentar o nosso amigo, prefeito Jucimar, de Redenção da Serra,
cumprimentando pela passagem desse ato, relembrando esse ato importante dos
fazendeiros ali da região de Redenção da Serra.
Redenção era um
distrito de Taubaté até 1877. Quando fez a abolição da escravatura, já era
elevada à categoria de cidade. Depois, em 1934, voltou a ser distrito, mas
naquela ocasião os fazendeiros de Redenção da Serra se reuniram em uma fazenda
chamada “Ponte Alta”, ali em Redenção da Serra, e então Redenção foi o primeiro
município do estado de São Paulo a abolir a escravatura.
O Brasil foi o
último país da América Latina a realizar essa abolição da escravatura. Apesar
de inúmeras ações, nós tivemos em 1845 uma legislação chamada Bill Aberdeen, de
um chanceler do Reino Unido, que apresentou um projeto de lei no parlamento do
Reino Unido e aprovou a autorização legal à Marinha Mercante Britânica abordar
todos os navios que faziam tráfico de escravos em direção ao Brasil. Isso
motivou uma lei chamada Eusébio de Queirós, de um legislador brasileiro chamado
Eusébio de Queirós, que em 1850 aprovou uma lei proibindo o tráfico de escravos
no Brasil.
Depois, em
1871, aprovou-se no Brasil a Lei do Ventre Livre, que estabelecia que as
crianças nascidas de escravas a partir daquela data nasciam livres. Depois, em
1875, a Lei do Sexagenário, que estabelecia que todos os escravos acima dos 60
anos eram livres a partir da celebração, da entrada em vigor daquela lei. Por
fim, em 1888, em 13 de maio, se promulgou o fim da escravidão no Brasil.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Ortiz Junior.
O
SR. TEONILIO BARBA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente,
pela ordem. Só pedir para o deputado Ortiz Junior para a gente não usar a
palavra “escravo”. Na verdade, “escravizados”, porque eram escravizados.
Ninguém nasce escravo, nem escrava.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está
registrado, deputado Teonilio Barba. Com a palavra, o deputado Eduardo Suplicy
pelo tempo remanescente desta sessão, lembrando-os ainda de que teremos uma
próxima sessão extraordinária dez minutos após o término desta sessão.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente André do Prado, as bancadas do PT e do
PSOL já deixaram muito claro a nossa posição. Vamos votar a favor desses
projetos que estão sendo examinados, mas com o aviso, com a informação de que
não estamos satisfeitos, porque o reajuste proposto deveria ser de pelo menos
10%, para levar em conta a inflação dos dois anos durante os quais não houve
qualquer ajuste para os servidores, sobretudo os da Educação.
Também é
importante que registremos que o auxílio-alimentação, que hoje é de apenas 12
reais, precisa ser aumentado, no mínimo, para 20 reais, um reajuste de 66%, uma
vez que esse valor de 12 reais está congelado desde 2018.
Também, como
todos os colegas deputados do PT e do PSOL, avaliamos que o piso dos
profissionais da Educação nacional hoje, sendo de 4.867,77 reais... Portanto,
São Paulo hoje paga um piso de apenas 2.603 reais para o profissional da
alfabetização, 46% abaixo, e 3.014 reais para os demais profissionais da
Educação; portanto, 38% abaixo.
Desta maneira,
avaliamos que será necessário que a base do Governo possa levar em conta todos
os argumentos da oposição e de todos aqueles hoje que comparecem ao plenário da
Assembleia Legislativa, que aguardam que o governador Tarcísio de Freitas possa
ser mais condizente com os objetivos de realização de justiça, de equidade para
todos servidores do estado de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
Eduardo.
A que horas termina a sessão? Esgotado
o objeto da presente sessão, antes de dar por encerrada, lembramos os Srs.
Deputados que, daqui a dez minutos, teremos uma segunda sessão extraordinária,
com os três projetos de que fizemos a convocação.
Está encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão às 20 horas e 38
minutos.
*
* *