25 DE JUNHO DE 2025

24ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS CEZAR, ANDRÉ DO PRADO e GILMACI SANTOS

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência e abre a sessão às 19h53min. Coloca em discussão o PL 412/25.

        

2 - SIMÃO PEDRO

Discute o PL 412/25.

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência.

        

4 - PAULO MANSUR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Discute o PL 412/25.

        

6 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

        

7 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência.

        

8 - DONATO

Discute o PL 412/25 (aparteado pelo deputado Gil Diniz).

        

9 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência.

        

10 - PAULO MANSUR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - LUCAS BOVE

Discute o PL 412/25.

        

12 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência.

        

13 - GIL DINIZ

Discute o PL 412/25.

        

14 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

15 - ALTAIR MORAES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

16 - BETH SAHÃO

Discute o PL 412/25.

        

17 - DONATO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

18 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - REIS

Discute o PL 412/25.

        

21 - ORTIZ JUNIOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

22 - ALTAIR MORAES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

23 - REIS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

24 - MAURICI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

25 - PAULO FIORILO

Discute o PL 412/25.

        

26 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Solicita comportamento regimental aos deputados durante os pronunciamentos.

        

27 - GIL DINIZ

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Pede aos oradores na tribuna para que se atenham ao tema do projeto em discussão. Determina a retirada, das notas taquigráficas, de termos usados pelo deputado Paulo Fiorilo.

        

29 - ALTAIR MORAES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

30 - REIS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

31 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

32 - CARLA MORANDO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

33 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

34 - GILMACI SANTOS

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

35 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Responde à questão de ordem do deputado Gilmaci Santos.

        

36 - DR. JORGE DO CARMO

Discute o PL 412/25.

        

37 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Encerra a sessão às 22h23min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Cezar.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Em discussão o Projeto de lei nº 412, de 2025, de autoria do Sr. Governador.

Para discutir contra, pelo tempo remanescente, convido o deputado Simão Pedro. Tem V. Exa. dez minutos e dois segundos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Para retomar, então, o meu raciocínio, eu estava dizendo que esse debate é um dos mais importantes que fazemos no Parlamento, porque estamos discutindo diretrizes, metas e prioridades para a Lei Orçamentária, que é a principal lei que nós aprovamos neste Parlamento. Essa é uma das principais atividades nossas aqui, corrigir aqueles problemas, deficiências do projeto que o governo manda.

Eu estava dizendo que votarei contra esse projeto, Sr. Presidente, não porque ele está tecnicamente ruim. Tem problemas, sim, mas há intenções nefastas que fazem com que esse projeto seja ruim. Vou dar um exemplo aqui.

Eu estava dizendo do aumento das isenções fiscais, de 73 para 85 bi. O governo está aumentando a renúncia fiscal, a renúncia de impostos, e de forma não transparente. Isso vai resultar em quê?

Além de beneficiar alguns setores que já estão muito bem, como o grande agronegócio, e assim por diante. Serão menos recursos direcionados para as prefeituras, que hoje vivem de pires na mão, menos recursos para a Educação, menos recursos para a Saúde, para a Segurança Pública e outras áreas importantes para garantir qualidade de vida e garantir o bem-estar da nossa população aqui no estado de São Paulo.

Outra coisa, o governo insiste, como já fizeram outros, em intencionar tirar recursos das universidades. Nós temos uma USP, uma Unesp e uma Unicamp, que estão entre as melhores universidades do País em termos de oferta de vaga, de qualidade, por conta dos seus profissionais, porque nós conseguimos uma engenharia institucional que garante 9,57% dos recursos para a manutenção dessas três universidades.

O Serra tentou fazer isso lá atrás, com decretos tentando tirar recursos das universidades, e se deu mal, teve que voltar atrás. O Doria intencionou fazer isso, e agora o Tarcísio, nesta Lei de Diretriz Orçamentária, tira um termo importante, que já existe há mais de 30 anos e que garante o funcionamento das universidades. Tira o termo: “no mínimo 9,57”.

Ou seja, ele tem a intenção de mexer com os recursos das universidades. Ainda bem que nós fizemos uma emenda e a relatora acatou, mas tivemos que corrigir, porque não podemos abrir nenhuma brecha com essa intenção de enfraquecer a pesquisa, enfraquecer a universidade. Mas ele mantém aquela decisão e aquela intenção de tirar 30% dos recursos da Fapesp.

Nenhum país se desenvolve, nenhum estado se desenvolve, econômica e socialmente, sem pesquisa, sem investimento na inovação. E a Fapesp cumpre um papel importante aqui no estado, mas o governo Tarcísio insiste em uma linha negacionista.

De um lado, tentando tirar recursos já constituídos, consolidados, da nossa instituição maior, que é a Fapesp, que investe em projetos de pesquisa e tem ajudado a desenvolver setores importantes, como a Agricultura, a Medicina, a área de remédios e tantos outros, e, por outro lado, ele ataca os institutos de pesquisa, tirando as suas áreas, querendo vender patrimônio, mexendo com os pesquisadores.

Então, nessa linha, é um governo negacionista, porque não entende a importância da ciência e da pesquisa para o desenvolvimento do nosso estado. Mas não é só isso. O governo Tarcísio tira prioridades que devem ser estabelecidas e consolidadas nessa LDO em vários programas, em várias áreas.

Eu vou citar aqui algumas delas, que são muito importantes. Nas áreas sociais, nas áreas de Habitação, somente 9% do orçamento é considerado prioritário, 90% são ações e metas que não são prioritárias.

Então, nesse sentido, é um projeto que enfraquece a qualidade de vida, o bem-estar e o direito da população a ter políticas públicas importantes e fortes. Então por isso que não dá para votar desse jeito nesse projeto.

Pretende tirar recursos do Iamspe, ainda bem que nós fizemos uma emenda e corrigimos, tira a transparência da execução orçamentária, e assim por diante. Então é um projeto muito ruim e vai na contramão daquilo que a sociedade pleiteia e reivindica.

Por exemplo, ninguém aqui é a favor de aumentar impostos mais do que já temos, e aí fica esse debate enviesado aqui, falsificado, dizendo que o governo federal pretende aumentar imposto.

O que nós queremos, eu chamo a atenção disso porque deputados aqui já se referiram a isso, por exemplo, o debate que está acontecendo lá em Brasília neste momento.

O governo precisa de 40 bilhões para cobrir as necessidades orçamentárias para dar conta das despesas do governo federal, para garantir os programas, principalmente os programas sociais, aposentadoria, os programas como os programas de habitação, os programas na área da assistência, da geração de trabalho e renda, emprego, saúde.

Citar aqui o caso do programa “Pé-de-Meia” para garantir que os jovens possam permanecer, ter incentivo para permanecer e terminar o ensino médio. O “Mais Médicos Especialidades” na área da Saúde. Então são programas importantes.

O ministro Haddad, que - não é verdade que foi o pior prefeito desta cidade - foi muito injustiçado. Talvez eles falem que foi o pior porque nós combatemos a corrupção, desmantelamos, deputado Caio França, três quadrilhas que atuavam nas finanças municipais, na Habitação e no serviço funerário.

Desmantelamos essas quadrilhas, combatemos com rigor a corrupção nessas áreas. Resolvemos a dívida da cidade de São Paulo com a União. Diminuiu de 73 bilhões para 28 milhões, o que permitiu que uma gestão como a do Ricardo Nunes tivesse recursos na ordem de 30 bilhões em caixa o ano passado.

Então foi uma gestão eficiente que combateu os malfeitos e implementou programas sociais importantes na cidade. Fernando Haddad já corrigiu a questão do IOF. O que ele fez foi aumentar de 3,38% para 3,5% o IOF, investimentos aí no estrangeiro.

Para quê? Para garantir os 12 bilhões necessários para fechar as contas. Além do mais, ele está pretendendo que as fintechs, as bets paguem um pouquinho de imposto. Mas o que acontece é que a maioria dos deputados no Congresso governam defendendo os interesses dos ricos e não dos trabalhadores.

O que nós queremos é justiça tributária, que os ricos paguem um pouco mais de impostos para garantir que os trabalhadores possam pagar um pouco menos ou não pagar. Vou dar aqui um exemplo. O presidente Lula enviou um projeto para isentar de imposto de renda quem ganha até cinco mil reais. Vai beneficiar milhões de brasileiros trabalhadores, funcionários públicos, milhões.

Como compensar essa isenção? Cobrando um pouquinho daqueles que ganham de 50 mil por mês para cima. Ou seja, você interfere em ganhos de 100 privilegiados, porque quem ganha acima de 50 mil por mês é um cidadão privilegiado, para beneficiar milhões de brasileiros.

“Ah, não, o governo Lula está querendo aumentar imposto.” Eu acho que até vão aprovar a isenção de quem ganha até cinco mil reais, mas não vão deixar cobrar dos ricos. Os ricos precisam pagar imposto por uma questão de justiça.

E é isso que nós temos que discutir, deputado Dr. Jorge do Carmo. E é isso que eles não querem discutir. Eles querem que o governo Lula corte dinheiro do “Minha Casa Minha Vida”. Querem que o governo Lula tire dinheiro do “Mais Médicos”, do “Pé-de-Meia”, e assim por diante. Aí não dá.

Então, Sr. Presidente, eu acho que é essa a grande questão.

Ricos, paguem impostos no Brasil.

Muito obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois minutos o deputado Paulo Mansur.

Enquanto isso, chamo o deputado Eduardo Suplicy para discutir contra.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Quando a gente analisa a Lei Orçamentária, das Diretrizes Orçamentárias, é essencial a gente destacar o padrão da eficiência, desde 2023, quando o governador Tarcísio assumiu o governo.

E é importante a gente falar de equilíbrio fiscal e superávit. Como os deputados do PT vêm falando que a baixa de impostos está sendo um erro do governador Tarcísio, mas sob a administração do governador Tarcísio, quando ele assumiu existia um déficit no estado de São Paulo de R$ 14,7 bilhões em 2023, e ele conseguiu, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, um superávit de impressionantes 21,2 bilhões de reais em 2024. A arrecadação superou 7,9% e a estimativa gerou 26 bilhões de reais adicionais aos cofres públicos do nosso estado de São Paulo.

Então, quando o governador Tarcísio pega o estado de São Paulo e assume, ele assume com um déficit de 14 bilhões, e colocou 22 bilhões de superávit. Como o Bolsonaro pegou as estatais, como o Bolsonaro pegou o País quebrado. É exatamente o que o governador Tarcísio está fazendo.

São 22 secretarias técnicas, enxugamento do dinheiro público, baixa de impostos. É muito importante a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025, que votamos no ano passado, de 2024, que fez tudo isso acontecer.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente André do Prado, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu gostaria, em primeiro lugar, de fazer uma observação, para ser mais preciso, com o deputado Gil Diniz. Em seu entusiasmo aqui para fazer críticas ao Partido dos Trabalhadores, mencionou em um certo momento que o PT votou contra o “Bolsa Escola”.

Permita, eu acho que gostaria de lhe dar o meu livro “Renda de Cidadania: a Saída é pela Porta”, que está na oitava edição. Eu já dei para o... Não, se já tem...

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Eu tenho autografado, deputado.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Então eu gostaria de lhe mostrar o histórico do que aconteceu com o projeto de garantia de renda mínima que eu havia apresentado em abril de 91, logo que eu cheguei no Senado.

O projeto chegou a ser aprovado no Senado em 16 de dezembro de 91, mas houve certo momento em que, em um diálogo com o professor José Márcio Camargo, da PUC do Rio de Janeiro, ele ponderou que seria bom a garantia de uma renda mínima, mas seria bom atrelá-la às oportunidades de Educação.

Daí escreveu sobre como seria importante a garantia de uma renda mínima, relacionando à Educação. Depois veio o “Bolsa Alimentação”, ligado às necessidades de vacinas, depois o “Auxílio Gás” - durante o governo Lula veio o “Auxílio Gás” - e, em outubro de 2003, o presidente Lula unificou esses quatro programas no “Bolsa Família”.

Mas o “Bolsa Escola” surgiu do debate sobre o projeto que eu apresentei e, inclusive, foi colocado em prática antes de o Congresso Nacional aprová-lo, por Cristovam Buarque, do PT, no Distrito Federal, e José Roberto Magalhães Teixeira, prefeito de Campinas.

Ambos iniciaram projetos que depois vieram a se tornar o “Bolsa Escola”, tanto é que o presidente Fernando Henrique Cardoso batizou o projeto como “José Roberto Magalhães Teixeira”, porque ele foi o pioneiro e tinha falecido, e batizou o programa de “Bolsa Escola”, como o governador eleito pelo PT, Cristovam Buarque, tinha batizado.

Mas isso tudo está muito bem explicado no meu livro “Renda de Cidadania: a Saída é pela Porta”, que eu já lhe dei.

Mas hoje venho falar sobre o Projeto de lei nº 412, de 2025, referente à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2026, enviado pelo governador Tarcísio de Freitas. A LDO é essencial no ciclo orçamentário, pois é a partir dela que um governante comunica se vai ampliar hospitais, reformar escolas, criar indicadores, programas e políticas, estabelecer protocolos e aperfeiçoar a rede de serviços públicos.

Quais investimentos serão necessários e onde, o que entra para 2026, o que fica de fora. É uma peça central, em síntese, para dialogar com a sociedade, estabelecendo prioridades e estratégias para o uso dos recursos públicos.

Infelizmente, como eu tentarei demonstrar, essa lei tem sido esvaziada na Assembleia, cumprindo papel mais protocolar do que efetivo. Neste terceiro ano de mandato, a gestão estadual insiste em enviar uma proposta que representa retrocesso em diversos aspectos, sem se comunicar com a população ou escutar as reivindicações parlamentares desta Casa.

A proposta ignora os anseios sociais, não se traduz em legislação moderna, inclusive eficiente e abrangente, em termos de políticas públicas que ampliem metas, indicadores e propostas inovadoras.

Exemplo de más práticas se evidencia na transferência de finanças públicas, com anexos e bases de dados indisponíveis, como a dívida pública e os complementares; no estrangulamento de prazo para a tramitação de emendas parlamentares; e na ausência de avanço do financiamento das universidades estaduais paulistas, ameaçando ainda os recursos da Fapesp. Além disso, o Executivo excluiu as contribuições das audiências públicas, restringindo ainda mais a participação social.

Esses fatores evidenciam a contradição entre a importância social da LDO e o projeto apresentado, que deveria preparar o terreno para a elaboração orçamentária iniciada em setembro, com projeções crescentes de receitas e despesas.

O PL estima um crescimento de 4,5% na arrecadação de 250,8 bilhões de reais em 2025, para 264,6 bilhões em 2026. Já as renúncias de receitas aumentam vertiginosamente, sem debate qualificado que justifique os setores beneficiados - 85,6 bilhões de reais em 2026, 20% a mais que em 2025, e 34% superior a 2024.

Das diretrizes previstas no Plano Plurianual 2024-2027, apenas 30% estão incluídas no projeto de lei da LDO de 2026. O que será feito com o restante, que não aparece como prioridade quanto aos recursos, o conjunto das metas e indicadores definidos como prioritários, representa apenas 9,4% do Orçamento atual, 36,4 bilhões dos mais de 385 bilhões disponíveis. Se a LDO deve refletir as diretrizes do PPA, por que menos de 10% dos recursos estão comprometidos com as escolhas do governo?

Outro ponto crítico é o aumento da presença de parcerias público-privadas e de investimentos federais sem a devida comunicação, fazendo parecer que se trata de iniciativa estadual.

Na verdade, são instituições federais como BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco Central que injetam os recursos e o suporte técnico. Parcerias federativas são bem-vindas, desde que comunicadas com transparência, o que não ocorre.

Diante disso, elaborei, com assessorias temáticas, movimentos sociais, entidades e o Fórum Popular de Segurança Pública e Política de Drogas, emendas ao PL, buscando qualificar diretrizes e metas para atender as demandas sociais e coletivas, publicamos 58 emendas individuais ou em conjunto sobre 19 temas.

Nove da Assistência Social; oito referentes à população LGBTQIA+; oito referentes à Segurança Pública; Transparência e Orçamento Público: quatro; Saúde Mental: quatro; Políticas para Mulheres: quatro; Habitação: quatro; programa “SuperAção”: três; sistema penitenciário: duas; relações étnico-raciais: duas; políticas de drogas: duas; pesquisa sobre cannabis medicinal: duas; educação especial e inclusiva: duas; economia solidária: duas; segurança alimentar: uma; população em situação de rua: uma; pesquisa sobre desigualdades: uma; e medidas socioeducativas: uma.

Quatro emendas foram apresentadas com a deputada Andréa Werner, do PSB, a quem agradeço sobre centros TEA municipais, financiamento aos CAPS e contratação de acompanhantes especializados nas escolas estaduais. Também colaborei com o companheiro de partido, deputado Simão Pedro, em duas emendas de economia solidária. Registro ainda o esforço de nosso líder de bancada, deputado Antonio Donato, que apresentou 138 emendas da bancada, todas assinadas com minha coautoria.

Foram 12 emendas resultantes da contribuição do Fórum Popular de Segurança Pública, pensando em uma política de segurança viável antirracista, justa, solidária e não letal, que envolva a comunidade, combata o preconceito, reconheça o uso medicinal da cannabis.

Esses temas dialogam com a minha trajetória pública voltada aos Direitos Humanos, políticas sociais, redistribuição da renda, economia solidária, participação social e combate às desigualdades sociais, econômicas e raciais, de gênero e no acesso aos serviços públicos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

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É preocupante o papel passivo que esta Casa tem assumido diante da LDO. É preciso qualificar o texto do Executivo, especialmente, considerando a população vulnerável. Com os recursos disponíveis, mesmo com despesas obrigatórias, há espaço orçamentário para promover liberdade, justiça, fraternidade, dignidade, tornando o estado mais justo e sustentável.

É grave, por exemplo, que a população LGBTQIAPN+ sequer seja mencionada no texto da lei. O combate ao racismo é superficial. A Segurança Pública permanece ancorada em armamento, vigilância e monitoramento, sem investir na inteligência policial, perícia técnico-científica ou saúde dos agentes. A pauta ambiental também é negligenciada.

A Semil, Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, privilegia infraestrutura e logística, relegando a sustentabilidade. A transformação do Daee em São Paulo Águas permanece sem diretrizes ou metas claras.

Todas as previsões do PPA sobre segurança alimentar e nutricional estão ausentes na LDO de 2026. Isso gera uma justificativa no momento orçamentário para não alocar recursos adequados, promovendo o subfinanciamento de políticas essenciais.

Outro ponto sensível é a ausência de programas do programa “SuperAção” na LDO. Apesar da propaganda, o programa tem escala limitada, caráter protótipo e possível finalidade eleitoral, atendendo a uma fração muito pequena das famílias elegíveis no Cadastro Único. Ainda assim, é anunciado como política inovadora quando sequer aparece como prioridade na Peça Orçamentária.

Como muitos sabem, defendo e espero ver em vida a implantação da renda básica de cidadania. O projeto do governador ignora completamente essa possibilidade. Não há estudos, avaliações ou menções sobre os programas de transferência de renda ou estratégias complementares à renda básica.

Coloco-me à disposição para fomentar esse diálogo e qualificar as políticas públicas para que ninguém fique para trás.

 Entre minhas emendas estão a realização do censo estadual LGBTQIAP+, a redução da letalidade policial, pesquisa sobre cannabis medicinal, ampliação da titulação de unidades habitacionais, contratação de acompanhantes especializados nas escolas, encaminhamento de casos sensíveis à RAPS e protocolos sobre violência de gênero, entre outros.

Gostaria ainda de registrar uma preocupação quanto à limitação de tempo que tivermos para defender, articular e debater com profundidade as emendas na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.

A tramitação acelerada, com passos extremamente apertados, compromete a qualidade do debate legislativo e enfraquece o papel desta Casa como espaço legítimo de construção democrática.

Faço um apelo respeitoso ao presidente da Comissão de Finanças para que, nas próximas etapas do processo orçamentário, possamos contar com prazos mais razoáveis e compatíveis com a complexidade das matérias em análise.

O fortalecimento da atuação parlamentar passa também pela garantia de tempo adequado para que possamos cumprir com responsabilidade a missão que nos foi confiada pelo povo paulista. Por tudo isso, meu voto é contrário ao PLDO de 2026 e faço um apelo respeitoso, mas firme, a esta Casa Legislativa que não nos limitemos a ter um carimbo automático para os projetos do Poder Executivo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

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Fomos eleitos cada um e cada uma de nós com mandatos próprios e responsabilidades perante à população paulista, independentemente da orientação partidária. Nosso compromisso maior deve ser com os interesses públicos, com as demandas concretas do povo de São Paulo e esse interesse, como demonstrado, não está bem refletido neste projeto de lei.

O papel desta Assembleia Legislativa é aprimorar, questionar, corrigir os rumos propostos pelo governo, sobretudo quando estes se mostram excludentes, vagos ou distantes das mais reais necessidades da população.

Que possamos, portanto, exercer com altivez a função que nos foi conferida, a de representantes legítimos de um povo que espera mais do que omissão, espera coragem, firmeza e responsabilidade.

Muito obrigado, Presidente André do Prado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy, dando sequência aos oradores inscritos para discutir contra, com a palavra o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Ausente.

Dando sequência aos oradores inscritos, com a palavra o deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos que nos acompanham nas galerias e pela Rede Alesp. Eu tinha uma apresentação aqui para fazer sobre a LDO e colocar vários pontos, mas tenho que rebater algumas questões do deputado Gil Diniz.

A primeira delas, que ele só fala... Da LDO mesmo, ele só deu uma estatística de quem apresentou emenda, que foi um elogio para a nossa bancada, nossa bancada, do mesmo tamanho da bancada do PL, apresentou muito mais emendas e aprovou muito mais emendas. Parabéns à nossa bancada. A bancada do PL parece ficar fazendo vídeo e trabalha pouco no processo legislativo. E aí o resultado é esse.

Depois ele vai para o “pot-pourri bolsonarista”, de fugir do assunto, porque não sabe discutir a LDO. Não leu, não se estudou, não se aplicou, não discutiu nada que está na LDO. E aí vai para o primeiro mote deles: a esquerda é contra a PM. Quem está sendo contra a PM é o governador Tarcísio, que prometeu valorizar a PM e não está valorizando.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O senhor me dá um aparte?

 

O SR. DONATO - PT - Não, nesse momento não.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Agora é contra o pobre também, não é só contra a PM, é contra o pobre também.

 

O SR. DONATO - PT - Não, não. O senhor, olha só, é um provocador, mas ele quer que a gente responda. Eu vou ter a maior tranquilidade do mundo de responder as provocações do deputado Gil Diniz.

Quem prometeu que ia valorizar a PM - e ela merece ser valorizada - foi o governador Tarcísio, que repetiu os mesmos 5% do Dória. E a bancada bolsonarista, na época, se rebelou contra o Dória e não se rebelou contra o Tarcísio.

Então quem tem que se explicar são os bolsonaristas, para a PM. Não somos nós, porque nós achamos que a PM tem que ser valorizada. Tem que ter condições de trabalho dignas. Não tem que ter coletes vencidos trocados de um policial para o outro, como aconteceu, não ter o equipamento adequado. E não ter a tropa adequada, porque você tem uma defasagem enorme de policiais.

Eu estive outro dia lá no Capão Redondo, estive em Itapecerica da Serra. A história é sempre a mesma: “Nós não temos efetivo e não temos viatura”. E é verdade. Precisa aumentar o efetivo e precisa melhorar para ter um policiamento digno.

Agora, evidente que excessos, erros, abusos, nós vamos denunciar. E a gente sabe que é de uma pequena parte dos policiais, ínfima, mas que tem que ser reprimida, porque eles têm o poder do estado e um poder diferenciado de qualquer cidadão.

Eles, em nome do estado, em nome da sociedade, têm o monopólio do uso da força. Então é natural que eles sejam acompanhados com mais cuidado, por conta dessa delegação da sociedade do monopólio do uso da força. Mas a gente quer valorizar a PM, e quem não quer é o governador Tarcísio.

Ele falou mais um monte de coisa aí, mas eu nem vou perder muito tempo. Agora falou do “SuperAção”, que a gente votou contra. Votamos contra. Não, não, não, não. O senhor falou à vontade, o senhor quer se inscrever de novo? No encaminhamento o senhor fala. No “SuperAção” nós votamos publicamente aqui e desmontamos essa farsa que é esse projeto que não tem nada de social.

É um projeto de marketing eleitoral do governador, candidato a presidente. E é isso que está incomodando tanto o senhor, deputado Gil Diniz. É que o Tarcísio está se colocando como candidato a presidente. E o senhor, que se comporta como o “filho 05” do Bolsonaro, está incomodado, porque não é essa a estratégia do Bolsonaro. Então o senhor fica incomodado aí.

Então o “filho 05” do Bolsonaro fica incomodado com a estratégia real do Tarcísio, que é de ser candidato a presidente, porque ele fala que quer ser candidato a governador, mas ele age para construir uma candidatura a presidente. E fez um programa social de marqueteiro de campanha, que não é para valer. É por isso que a gente votou contra. E a gente debate onde o senhor quiser sobre esse projeto de marketing eleitoral, e não projeto social.

Aliás, ele acabou com o programa social que existia, que custava 620 milhões em 2023, e agora apresenta um grande programa que custa 500. Ou seja, só ele já cortou 120. Dos 120, que vai pro povo, é só 135, porque 260 vai para as prefeituras, e 100 e pouco vai para ONG, que ninguém sabe como vai ser contratada.

Então, se o senhor quiser debater, a gente debate. Aliás, ontem, nós debatemos exaustivamente. Ontem, o senhor não estava aqui para debater, o senhor não se inscreveu. Não, o senhor não se inscreveu. Por que o senhor não se inscreveu para debater ontem? Ah, porque o senhor é um covarde. Na hora do debate o senhor não vem, o senhor quer discutir agora. Mas, vamos lá, vamos lá.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.

 

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Eu quero falar de LDO, porque eu não tenho medo do senhor, não. Nós vamos falar de LDO, e aqui eu vou rebater o deputado Paulo Mansur com dados.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O senhor me permite um aparte? Só para responder. O senhor me chamou de covarde.

 

O SR. DONATO - PT - Não, o senhor pede uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Deputado Gil Diniz, o orador está na tribuna.

 

O SR. DONATO - PT - Um minuto. O senhor pede uma comunicação para o presidente. Eu não vou conceder.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Não é este deputado que é covarde.

 

O SR. DONATO - PT - Não, não vou conceder.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - É claro que é um covarde.

 

O SR. DONATO - PT - Presidente, eu não estou concedendo aparte. Garanta o meu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Está garantido o tempo de V. Exa., deputado.

 

O SR. DONATO - PT - Eu queria falar pouco. Queria falar pouco, mas provocou, agora tem. Deputado Paulo Mansur, eu vou ler. Tem uma matéria de hoje no “UOL”, o senhor pode ler, sobre o TCE e as contas do Tarcísio. Eu vou ler dois apontamentos. O primeiro, sobre superávit. Olha:

“O conselheiro Dimas Ramalho mencionou que contas públicas tiveram resultado superior no passado. Houve superávit de 8,285 bilhões nas contas.” Foram 8,285 bilhões, e não 14 bilhões, que o senhor falou. “Ou seja, o governo arrecadou mais do que do que gastou.

O resultado reverteu o de 2023, quando houve déficit de 1,6 bilhão. “Mas o resultado de 8,28 pode ser atribuído às privatizações da Sabesp e da Emae, que injetaram 15,8 bilhões nos cofres em 2024, analisam Ramalho e o conselheiro Sidney Beraldo.”

“Sem as privatizações, haveria déficit. Beraldo observou que as despesas teriam superado a receita em R$ 7,5 bilhões, seis vezes o rombo arrecadado em 2023.” O rombo aumentou seis vezes. “Não teremos uma Sabesp por ano para ser privatizada e receber esses recursos adicionais de venda de ativos.”

Ou seja, está se queimando recurso da Sabesp para tapar rombo do governo e não para investimento, como foi prometido. Isso aqui não sou eu, é o relatório do Tribunal de Contas do Estado publicado hoje. Os senhores podem ter acesso. Então desmontada já uma fake news. Vamos para uma segunda questão aqui.

Olha: “Benefícios fiscais sem transparência, nem coerência”. Quem está falando é o Tribunal de Contas do Estado. “Ramalho avaliou a importância de isenções fiscais que somaram 61 bilhões no fim do ano passado. No seu voto, afirmou que os números são expressivos e que falta maior racionalidade nas renúncias feitas pelo estado.

Segundo a fiscalização do TCE, elas beneficiaram cerca de 433 mil contribuintes. Ele criticou o fato de que os benefícios são instituídos, muitas vezes, por decretos do governador e não por meio de lei aprovada pela Alesp. Beraldo apontou que apenas 2,5% dos beneficiários receberam 60 bilhões em isenções no ano passado. Isso equivale a 90% do total renunciado, de acordo com ele.”

Isso é do ano passado, analisando os 61 bi do ano passado. Aí vai para 75 bi e agora vai para 85 bi, crescendo muito mais do que o crescimento da receita corrente líquida. Ou seja, o “Bolsa Empresário” cresce 10 bilhões e aí o programa social é de 500 milhões, que, na verdade, são 135 que vão para a mão do povo. O resto fica na burocracia.

Isso são os gestores eficientes, não é? Dois terços do programa são para a burocracia e um terço para o povo. Isso é gestão eficiente. Então eu não quero tomar muito o tempo dos senhores, mas eu precisava responder algumas questões e é por isso que eu coloquei isso aqui.

Mas eu quero... O senhor está preocupado em esticar, então o senhor tem dois minutos de aparte e eu vou responder o seu aparte.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - É que o deputado não tem mais argumento, então sobrou tempo.

 

O SR. DONATO - PT - Não, tenho uma apresentação toda para fazer.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Não parece.

 

O SR. DONATO - PT - Eu faço o que eu quiser aqui. O senhor não vai dizer o que eu vou fazer.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O senhor deixa os dois minutos? O senhor deixa os dois minutos?

 

O SR. DONATO - PT - O senhor tem os dois minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Então, nós provamos aqui que V. Exa. não quer nem usar o tempo regimental para expor aqui os motivos da bancada do PT.

Este deputado, Donato, jamais se acovardou neste plenário, nem neste mandato, nem no outro. Jamais. O que teve ontem, aqui, foi um acordo com o senhor.

 

O SR. DONATO - PT - Qual acordo?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Para votar, para que seja votado, tanto que vários deputados do PT tiraram a inscrição para que fosse votado o projeto “SuperAção”, porque V. Exa. sabia que tinha quórum para votar o “SuperAção”, do governador Tarcísio. Sabe o que significa PT agora?

 

O SR. DONATO - PT - E o senhor não veio discutir por quê?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Porque havia o acordo com Vossa Excelência.

 

O SR. DONATO - PT - Comigo não. Por que o senhor não veio discutir? O senhor não veio discutir e agora vem nos acusar de ficar até dez horas da noite discutindo.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Porque os líderes partidários... Eu não sou líder. Vossa Excelência tinha um acordo para retirar as inscrições e votar o projeto do governador Tarcísio, o “SuperAção”.

 

O SR. DONATO - PT - Eu não fiz acordo nenhum.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Fez acordo, sim.

 

O SR. DONATO - PT - Aqui os deputados falam quando quiserem e o que quiserem.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Vossa Excelência fez acordo, sim.

 

O SR. DONATO - PT - O senhor estava... Com quem eu fiz acordo?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Com os outros líderes, com os líderes partidários.

 

O SR. DONATO - PT - Com quem? Todos os deputados que estavam inscritos falaram.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Vossa Excelência fez e vai fazer novamente hoje.

 

O SR. DONATO - PT - O senhor não diz o que nossa bancada vai fazer. O senhor não diz o que a nossa bancada vai fazer.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Covarde. Covarde.

 

O SR. DONATO - PT - Covarde é o senhor que não veio discutir.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - É o PT, o “Puxadinho do Tarcísio” neste plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Deputado Gil. Deputado Gil.

 

O SR. DONATO - PT - Isso não cola, não cola.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Quer apostar? Vocês vão abrir mão das inscrições daqui a cinco minutos.

 

O SR. DONATO - PT - Não cola, não cola.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Deputado Gil.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não cola, não cola, não cola.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Eu devolvo a palavra ao orador. Sem ofensa.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Como eu não vou fazer o que o senhor quer?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Quem me ofendeu foi ele.

 

O SR. DONATO - PT - Não, eu só falei uma constatação. O bolsonarismo é covarde. Isso está provado em todos os atos aí.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Está mostrando aqui quem ofendeu e V. Exa. não pediu para que ele não ofendesse.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Só para a gente abaixar e tentar dialogar. Deputado.

 

O SR. DONATO - PT - Mas como eu não vou fazer o que o senhor quer, eu encerro minha inscrição.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Continua em discussão. Para falar a favor, deputado Lucas Bove.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Pela ordem, presidente. Só para comunicar.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem V. Exa. o tempo para uma comunicação.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Olha só a notícia que eu busquei. “Déficit de 14,7 bilhões, em 2023, para um superávit de 21,2 bilhões em 2024, com arrecadação de 7,91% acima da projeção, totalizando cerca de 26 bilhões extras.”

Não são invenções minhas. Constam no relatório do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, TCE, sobre as contas de 2024, governo Tarcísio, aprovado em 25/6/2025 pelo plenário do TCE.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem a palavra o deputado Lucas Bove.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente.

Boa tarde aos deputados, às deputadas aqui presentes, aos nobres policiais militares que fazem a nossa segurança sempre aqui, aos assessores parlamentares e, principalmente, ao povo paulista que nos acompanha e, infelizmente, precisa acompanhar esse tipo de situação.

Deputado Gil Diniz, crítica dessa turma para nós é elogio, vaia dessa turma para nós é aplauso. Então eu tenho certeza de que o senhor sai ainda maior desse tipo de embate aqui, porque nós temos aqui no estado de São Paulo, há 30 anos, uma oposição que não funciona, que não é oposição.

Eles criticam tanto o governador Tarcísio, e o governador tem níveis recordes de aprovação. Eles apontam tanto o dedo para o governador Tarcísio e o governador Tarcísio só cresce nas pesquisas.

Inclusive, sabemos que ele é o nosso candidato à reeleição aqui e reafirma isso, e eu reafirmo categoricamente também. Nosso candidato a presidente, Jair Bolsonaro, tão criticado pela mídia e por todos também, só cresce.

Enquanto isso, o governo que eles dizem defender, pode ser que seja, mas o de vocês já foi preso. Então vamos com calma que o santo é de barro. Então, só para concluir a minha fala aqui, o que acontece é o seguinte. Eles fazem uma oposição de festim, não conseguem fazer críticas contundentes, enquanto o governo federal, enquanto a administração do PT, tão exaltada aqui, derrete.

Nós já falamos, por exemplo, da Segurança Pública. O senhor citou outro dia números aqui que eu também citei. Eles falam mal do Derrite, mas esquecem do governador da Bahia.

Quem é o secretário de Segurança Pública da Bahia? Alguém sabe? A Bancada do PT não sabe, porque os índices de letalidade da polícia baiana são três vezes maiores que os do estado de São Paulo – isso em números absolutos, eu não estou nem falando proporcionalmente, a Bahia tem um terço da população paulista.

O estado de São Paulo é vanguarda. O estado de São Paulo, apesar dos governos de centro-esquerda, que muito bem colocou o deputado Paulo Mansur aqui, entregaram o estado deficitário, imagina um estado deficitário como São Paulo, o governador equilibrou as contas, tem superávit, nós temos certeza de que no ano que vem nós vamos continuar lutando para aumentos salariais mais contundentes para os policiais, para os professores, para a classe trabalhadora, para todos aqueles.

Não aconteceu aqui o que acontece no governo federal: invasão de terra, greve de professor. Eu perguntei ontem na Comissão de Educação: onde estava a Professora Bebel em 2023 e 2024 enquanto os professores federais faziam greve por melhores salários e condições de trabalho? Eu não a vi em cima do caminhão.

Mas para criticar o Tarcísio, que está melhorando todos os índices da Educação, eles são os melhores para fazer, porque, como o senhor mesmo disse, sua excelência mesmo disse, deputado Gil Diniz, são os apóstolos do atraso, são a vanguarda do atraso, querem manipular a pobreza, querem manipular o povo.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O presidente Lula já disse uma vez que as pessoas começam a ganhar mais de dois, três, quatro, cinco mil reais e não votam mais no PT. Ora, por que será? Porque eles percebem. E por que eles estão incomodados com o programa “SuperAção”? Ao contrário do Bolsa Família, que tem 54 milhões de pessoas. Aliás, quem aumentou a bolsa para R$ 600,00 foi o governo Bolsonaro, diga-se de passagem, e permitiu que as pessoas continuassem a receber.

Se o senhor quiser falar, o senhor se inscreve.

Permitiu. É bom quando permite que as pessoas que recebem o auxílio possam trabalhar, possam se soltar das garras do Estado. E é isso que o programa “SuperAção” faz. Ele permite que as pessoas se qualifiquem, trabalhem e continuem recebendo o auxílio.

Como eles desconhecem o projeto, como eles não têm acesso nem no governo federal, nem no governo estadual, nem com o Lula conseguem falar, muito menos com o Tarcísio, porque o Tarcísio não bate palma para louco, eles vêm aqui desesperados e xingam o senhor de covarde, xingam o senhor de tudo, falam aqui, fazem aqui falsas acusações, tentam nos desestabilizar, mas não vão conseguir, porque nós temos a verdade ao nosso lado, nós temos o povo ao nosso lado.

A bancada bolsonarista aqui, se somarmos os votos, foram os deputados mais bem votados aqui desta Casa, com todo respeito aos demais. O presidente Bolsonaro foi para o Nordeste, foi para o Sul, foi para o Centro, foi para todas as regiões, é ovacionado, enquanto o Lula só participa de eventos fechados com público pré-selecionado, a turma da mortadela.

E eles estão aqui agora tentando fingir que vão atrasar a aprovação de um Orçamento que já está aprovado. É uma questão de tempo, senhoras e senhores. Vocês que estão nos assistindo, apostem o que quiser.

Essa LDO vai ser aprovada hoje, porque eles fazem isso. Como eles fazem nas políticas públicas, eles fazem dentro do Parlamento: teatro, jogam para a plateia, enquanto nós, da direita, trabalhamos e fazemos acontecer. Por isso o desespero.

A Tabela SUS Paulista paga muito mais que o governo federal. A Educação de São Paulo é muito melhor do que as outras. A Segurança Pública é muito melhor do que as outras.

Então aqui tem resultado. O Rodoanel, que o Alckmin, vice-presidente da República, demorou duas décadas para entregar, o Tarcísio vai entregar. A Cracolândia, que eles usavam ali como massa de manobra, que eles usavam ali para manter o crime organizado que sustenta esse partido político, ganhando dinheiro, acabou.

Então só resta a eles chamar aqui os deputados que fazem a sua parte, que trabalham, que realizam, que entregam, que não ficam fingindo uma coisa e depois articulando outra, de covardes. É o que falta para eles, gritar aqui, porque nem para vir ao microfone eles têm coragem de vir. Aí quem é covarde?

Então eu quero usar os nove minutos que faltam do meu tempo para passar para o senhor, porque eu acho que ainda que crítica dessa turma seja elogio, eu acho que o povo paulista não merece ouvir que um deputado eleito por 200 mil pessoas, quase 400, mais de 400 votos, somando as duas eleições, seja chamado aqui nessa tribuna por outro parlamentar eleito pelo povo também de covarde.

Com todo o respeito que eu tenho ao deputado Donato, ele sabe que eu tenho, faltou um pouco de medida nessas palavras. Então, eu gostaria, de fato, de agilizar o processo aqui, porque isso aqui custa dinheiro para o povo paulista. Os policiais têm que fazer hora extra aqui até acabar esta sessão, e nós sabemos que vai ser aprovado.

Mas, diante dos fatos, eu peço desculpas ao meu líder aqui, eu sei que havia um acordo, o líder faz todos os esforços no sentido de economizar o dinheiro paulista, de fazer com que as coisas andem aqui, apesar da obstrução ignorante da oposição, mas eu não podia me furtar a vir aqui defender um colega, um amigo, uma pessoa de conduta ilibada, que já sofreu, assim como eu, tantas críticas, tantas fake news e continua de pé.

Então, deputado Gil Diniz, se o senhor quiser ocupar o meu espaço aqui na tribuna e o tempo restante, é uma honra dividi-lo com o senhor.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Agradeço ao nobre deputado Lucas Bove pelas palavras dirigidas a este deputado, e pelo tempo restante aqui dessa tribuna, mas não poderia me furtar a responder as ofensas aqui do deputado Donato.

Você não viu, você que está em casa não viu o que ele acabou de dizer aqui para o presidente, nosso deputado André do Prado. Presidente, acabou o acordo, e o acordo era o PT não falar. Como sempre, como ontem, eu repeti aqui, eu disse aqui, não faltei com a verdade, havia um acordo e eles cumpriram o acordo. Eles estão me acusando, deputado Mansur, de covarde por cumprir o acordo que eles construíram.

Senhoras e senhores, notem isso. Eles querem o silêncio deste deputado, eles querem calar este deputado, eles querem, deputado Mansur, que V.Exa. fique calado enquanto eles fazem o acordo, ao mesmo tempo em que nos acusam de nem estar aqui. Mentira!

Cheguei ontem aqui, quando começava a segunda extraordinária, vindo de São José do Rio Preto, deputado Guto Zacarias. Fui a um compromisso no Hospital de Base em Rio Preto. Fui pela manhã, fiz o compromisso. Um hospital que é referência no estado de São Paulo. Partes das minhas emendas parlamentares vão até lá.

O governador estava lá presente, o prefeito Fábio Candido estava lá presente, alguns deputados estavam lá presentes. Saí de lá, deputado Ortiz, por volta de uma e meia da tarde, duas da tarde, e vim direto para este Parlamento para acompanhar a sessão, por respeito ao acordo que eles construíram.

Eu não me inscrevi para discutir, a pedido do meu líder, eu não encaminhei, eu não fiz sequer uma comunicação. Foi-me permitido fazer uma comunicação faltando 30 segundos para essa sessão, para ouvir aqui desta tribuna que eu sou um covarde. Ah, senhoras e senhores, desculpa.

Covarde é cada deputado do Partido dos Trabalhadores que está abrindo mão do seu tempo para ajudar na aprovação da LDO, como ajudou ontem na aprovação do “SuperAção”, ainda que tenham votado contra os mais pobres do estado de São Paulo.

Porque V. Exas. estavam aqui ontem e, se quiserem, eu faço aqui uma chamada nominal de quem estava aqui em plenário e não usou a palavra para obstruir um projeto a que, supostamente, vocês eram contrários. Hoje V. Exas. vão repetir a mesma coisa. E me acusam de covarde. Covarde é quem faz o acordo e, por ouvir a verdade desta tribuna, vai lá e rompe o acordo.

Então provem aí que a palavra de vocês tem valor e cumpram o acordo, mesmo ouvindo essas verdades aqui da tribuna. Cumpram o acordo que V. Exas. fizeram aqui, agora, para ajudar na aprovação da LDO.

Ouçam essas verdades e cumpram o acordo. “Ah, não, o Gil Diniz subiu na tribuna e atrapalhou o acordo. Ai, eu estou dodói, Mansur. Agora eu vou romper o acordo. Agora nós vamos ficar aqui até o final. Vou bater o pé, vou fazer birra”. É o que vão fazer. É o que eles cansam de fazer aqui conosco a todo o tempo, deputado Guto.

E me acusam de covarde. Ora, covarde é cada deputado do PT. “Puxadinho do Tarcísio”. Não é mais Partido dos Trabalhadores, não. É “Puxadinho do Tarcísio”, que está aqui, neste plenário, e vai abrir mão da palavra para ajudar hoje na aprovação da LDO, porque quer voltar mais cedo para casa e quer entrar em recesso. Essa é a verdade.

Senhoras e senhores, não adianta aqui tentar construir pontes. Não adianta tentar fazer diferente. Não adianta. Está aqui, está claro, está claro que o deputado líder do... “Ah, você é covarde, você estava aqui ontem”. Acusaram-me de chegar atrasado, de não discutir, de não chegar atrasado. Mentira. Mentira.

Agora, cadê os 20 deputados do PT aqui fazendo obstrução? Faça a conta aí, você que está em casa: 15 minutos cada um, 20 deputados. Encaminhamento, questão de ordem. Se for o caso, comunicação. Não, não fazem oposição. O PT, “Puxadinho do Tarcísio”, não faz oposição. É uma oposição de festim.

Ontem, não posso aqui falar que todos os deputados do Partido dos Trabalhadores não queriam votar o “SuperAção”. Sei que tem deputados que gostariam de ter votado, sim. Porém, ontem, votaram contra os mais pobres do estado de São Paulo. Essa é a realidade. Essa é a verdade.

Só que eles não falam para você, petista, eles não falam para você que gosta do discurso deles, da narrativa deles, que a todo momento eles ajudaram na aprovação. Ajudaram na aprovação. Essa é a realidade.

Mas aqui, quando a câmera está ligada, quando o microfone está ligado, vêm aqui e nos acusam de receber emenda para votar, de ser covarde, de não querer fazer a discussão. E repito aqui, repito aqui: não sejam covardes, deputados do PT. Não sejam.

Cumpram o acordo que vocês fizeram aqui, antes de este deputado subir aqui à tribuna e falar. Sei que às vezes a verdade pode doer um pouco, mas essa hoje é a realidade neste plenário. Deputado Lucas disse: “Nós vamos votar a LDO aqui agora. Nós vamos votar e vamos aprovar”, deputado Altair. Só não vamos aprovar se o PT não cumprir o acordo que acabou de ser feito.

Porque, ao chamarem esse deputado de covarde, este deputado sobe aqui e coloca os termos do acordo que eles fizeram, e não fui eu que fiz, deputado Barros Munhoz. Mas nesse momento fui acusado de covardia.

Nunca me faltou coragem para vir aqui neste microfone. Fui do Partido Social Liberal. Fui, deputado Conte Lopes, expulso do partido pelo deputado Junior Bozzella e o finado Major Olímpio.

Fiquei neste plenário aqui sem partido, sem participar de comissão, sem qualquer tipo de cargo que não fossem os do meu gabinete. Fiz oposição aqui - os deputados do PSDB sabem - ao governador de plantão, João Doria. Fui oposição à Presidência, quando era do PSDB.

E ainda assim me mantive aqui, deputado Mansur, com 196.214 votos, porque o meu eleitor sabe o que esperar de mim e sabe que eu cumpro acordo. Eu cumpro a minha palavra, eu não faço acordo aqui por debaixo do pano, para depois quebrar ao ouvir algumas verdades.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois minutos Vossa Excelência. Antes, porém, convido a deputada Beth Sahão para fazer a sua discussão contrária.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só para fazer uma precisão. No ano de 2014, tinha o investimento de seis bilhões de reais para o Rodoanel - quatro bilhões do governo federal e dois bilhões do Governo do Estado, onde foram feitos praticamente 90% das obras do Rodoanel. Nós tivemos o golpe em 2016. De 2016 até 2023, não teve mais investimento no Rodoanel. Nesse período, durante quatro anos, o Bolsonaro foi presidente do Brasil.

Quatro anos. Então, quatro anos de Bolsonaro presidente do Brasil, e durante quatro anos em que o Bolsonaro foi presidente do Brasil, não houve investimento no Governo do Estado de São Paulo. Não teve investimento para o metrô, não teve investimento para o monotrilho, não teve investimento para o Rodoanel.

Então, só para corrigir a fala do deputado Lucas Bove. Quando fala que agora o Tarcísio vai fazer a entrega do Rodoanel, é importante lembrar que só tem agora recursos no Rodoanel porque o presidente Lula volta à Presidência do Brasil, como estava na época a presidenta Dilma no Brasil, e tinha investimento no estado de São Paulo.

Tinha para o Rodoanel, tinha para o metrô, teve para o monotrilho, tinha para a CPTM - tudo isso recursos do governo federal. E agora só voltou a ter obra do Rodoanel porque tem recurso do governo federal.

Então, é importante fazer essa precisão, porque foram quatro anos do Bolsonaro presidente do Brasil, e não teve investimento do Bolsonaro no estado de São Paulo. Então, é importante fazer essa precisão, porque hoje é fácil vir aqui: “ah, o governador Tarcísio vai entregar o Rodoanel”.

Só vai entregar o Rodoanel porque o Lula virou presidente em 2022, colocou recurso no Rodoanel em 23, 24, para que essa obra seja concluída. Então, é importante deixar isso preciso, para o deputado Lucas Bove entender que só tem recurso para o Rodoanel porque tinha a Dilma na Presidência e agora tem o Lula na Presidência do Brasil.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Altair Moraes.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Uma breve comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Uma última comunicação. Depois, a palavra é da deputada Beth Sahão, eu não abrirei mais para comunicação.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Ok, presidente. Só avisando aqui uns deputados que eu não sei se ainda sabem, deputado Gil Diniz, e deputados que estão aqui conosco, que hoje no Congresso foi derrubado o decreto presidencial do IOF.

Que esse governo, ou melhor, esse desgoverno, só sabe aumentar impostos. E hoje foi derrubado. O Congresso derrubou esse decreto presidencial, que desde 1992 não se derrubava um decreto presidencial, mostrando a fragilidade desse desgoverno. E graças a Deus aconteceu isso.

Só que eu queria aqui muito torcer por algo que aconteceu em 1992. Depois que foi esse decreto em 92, que era o Fernando Collor de Mello, que derrubaram o decreto presidencial; depois de seis meses, ele foi “impeachmado”. Vai que a gente tem a sorte de isso acontecer hoje.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra a deputada Beth Sahão.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Ele foi “impeachmado” certamente pela corrupção que o governo dele apresentou nesse ano a que V. Exa. se refere, deputado Altair Moraes. Não, não, não dou a palavra, não. Não dou a palavra. Sr. Presidente, respeite, respeite quem está na tribuna. Respeite quem está na tribuna.

Porque o que nós ouvimos aqui hoje, sinceramente, eu não esperava que deputados, como o deputado Lucas Bove e o deputado Gil Diniz, usassem palavras de tão baixo calão, referindo-se à nossa bancada como todos “covardes” e “loucos”. Eu não vou dizer quem é louco e quem é covarde. Eu não vou revidar aqui. Eu não vou revidar. Eu não me manifestei enquanto V. Exa. estava falando.

Então, eu espero que V. Exa. também fique quieto e não se manifeste enquanto tem gente na tribuna. É o mínimo, é o mínimo que a educação que eu espero que V. Exa., é o mínimo e não vou dar aparte. Não vou dar aparte para Vossa Excelência. No dia que V. Exa. for educado e souber se referir à oposição como devemos nos referir. Eu nunca subi nesta tribuna para desrespeitar ninguém.

Por favor, mantenha-se na sua cadeira e calado, porque eu fiquei calada enquanto V. Exa. falou. Eu fiquei calada enquanto V. Exa. falou, então não admito, Sr. Presidente. Não admito. Aquilo que nós ouvimos hoje, olha, é tanta gente que perdeu muitas aulas - aula de Matemática, aula de Educação, aula de Filosofia. Muitas aulas foram perdidas aqui.

A começar quando disseram que o Bolsonaro foi para o Nordeste. Certamente o Bolsonaro foi para o Nordeste, sabe para quê? Para impedir que as pessoas que queriam votar no presidente Lula no dia das eleições fossem votar, como ele colocou a Polícia Rodoviária Federal a serviço dele e da candidatura dele para impedir que os eleitores pudessem chegar à urna para votar no presidente Lula, para tentar ver se ele conseguia ganhar a eleição e perdeu.

E perdeu a eleição. Perdeu a eleição e vocês vão perder de novo. Vocês podem ter certeza disso. Vocês vão perder de novo. Não cantem de galo não. A política é cíclica. Aprendam isso. A política é cíclica e o presidente Lula, se perdeu hoje um decreto, foi porque a gente sabe do que é composta uma boa parte do Congresso Nacional.

A gente sabe a que interesses eles servem. A gente sabe que eles querem a liberação de emenda uma atrás da outra. Coisa que nós aqui nunca trocamos voto por liberação de emendas. Pelo contrário, a gente às vezes fica o ano inteiro esperando as nossas emendas impositivas, que é uma obrigação do governo, serem pagas e muitas vezes não são.

Vira o ano e a gente continua sem emendas pagas, deputado Donato, que eu me orgulho de tê-lo como nosso líder. E aqui nós não rompemos acordo não. Quando fazemos acordo aqui, fazemos em benefício do conjunto da população paulista. E dizer que o projeto “SuperAção” é um projeto que atende os mais pobres.... Ora, faça-me o favor, aprenda a ler, aprenda a fazer conta.

O “Bolsa Família”, no ano de 2024, atendeu aqui no estado de São Paulo 2.925.000 pessoas a um custo de R$ 19.572.000,00. O BPC, que é o benefício de prestação continuada, deputado Jorge, atendeu 973.000 pessoas a um custo de R$ 16.647.000,00. Vem me dizer agora que o governo Lula não aplica. Vá ler, vá aprender antes de subir aqui nesta tribuna e falar um monte de inverdades.

Olhe essa carta de ficção aqui que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias. O que é que é isso? O que é que tem aqui de política social? O que é que tem aqui de política pública? Absolutamente nada. Absolutamente nada. É uma vergonha. O “VIVALEITE”, que é um projeto para - vocês não falam que vocês estão defendendo o pobre? - entregar um litro de leite para a população mais pobre, foi cortado.

O “Bom Prato”, que é um restaurante com refeições baratas para poder atender a população bem pobre, foi cortado. Agora vem me dizer aqui que vocês defendem pobre. Vocês enganam, enganam. Nesse processo “SuperAção”, 32.000 famílias vão ser atendidas.

O que que é isso no universo de milhões de famílias que precisam ser atendidas, que precisam receber recursos? Dois por cento. Dois por cento da população que tem necessidade de receber esses recursos vai receber.

E olha lá, porque 32 mil, eles dizem que vão aumentar, mas eu só acredito vendo, eu só acredito vendo, porque uma coisa é falar. Aliás, esse projeto ainda nem foi, foi votado ontem, nem foi colocado em prática, nem foi colocado em prática.

Eu quero ver, nós vamos acompanhar, quando eles falam que o projeto vai ter a formação, depois que a pessoa sair dele, ela vai ser empreendedora, o projeto “Bolsa Empreendedor” de vocês não tem um centavo, não tem dinheiro, vocês não colocam dinheiro nem nisso.

Agora vem me dizer que vocês vão, que as pessoas vão aprender um ofício? Faça-me o favor, acompanhe as políticas do governo Tarcísio, porque se vocês acompanhassem, certamente vocês não teriam coragem de subir nesta tribuna para defender.

Defender o indefensável, defender um governo que tira de um projeto importante como “Mulheres de Peito”, se essa que é uma das doenças que mais mata nós mulheres, que é o câncer de mama.

O que é isso? Tiraram 5% da Educação e disseram ao deputado Enio Tatto que iam aplicar na Saúde. Cadê esses recursos da Saúde, se a Saúde perde investimentos, se a Saúde perde em construções diárias, se não tem uma linha que fala na questão da saúde mental.

Sabemos que a saúde mental hoje afeta milhões de pessoas nesse Estado, e saúde mental também é doença, a depressão é uma doença, a ansiedade é um transtorno que precisa ser atendida. E qual é a política pública que o governo tem? Qual a política pública, está aqui a deputada Andréa Werner, que representa essa questão do TEA.

Qual a política pública que tem para os TEA, se não fossem as iniciativas de pessoas voluntárias, que se juntam, que se unem para poder atender a essa demanda tão crescente na nossa sociedade. O que tem nisso? O que tem se nós... A única, a relatora, deputada Solange Freitas, acatou algo, que nós estamos aqui lutando há muitos anos, que é o aumento do percentual para as universidades públicas.

Por muito custo, ficou lá o termo, no mínimo, 9,57; agora dizer que as universidades federais fizeram greve, as universidades federais paralisaram o dia... As universidades federais, durante o governo Bolsonaro, não tinham nem algodão nos seus laboratórios para poder desenvolver pesquisa.

A gente sabe, deputado Enio Tatto, o que o Bolsonaro fez com a pesquisa científica nesse País. A produção veio a zero quase, quase que foram fechadas as universidades. Os institutos de pesquisa, o governador Tarcísio vive ameaçando os institutos de pesquisa aqui no Estado, tirando recursos, não abrindo concursos.

Há institutos de pesquisa que desde 1994 não tem concurso para pesquisador. Agora ele mandou um projeto de pesquisador aqui para destruir a carreira dos pesquisadores aqui no nosso Estado. Esse é o governo que aí está. Esse é o governo que vocês dizem que é eficiente, que é um gestor eficiente.

Gestor eficiente, deputado Marcolino, não coloca quase 86 bilhões de renúncia fiscal. Durante quatro anos, 200... Eu vou até ler aqui para nem aumentar nem diminuir, 284 bilhões de renúncias de receita. E mais do que isso, essas renúncias de receita, a gente não sabe para onde vai.

Quem são os beneficiários? E como V. Exa. colocou, nós somos contra a renúncia de receita tanto aqui quanto lá. Se pegasse uma parte dessa renúncia de receita e investisse em áreas que são fundamentais para a população, seria muito melhor. Esse dinheiro seria muito mais bem utilizado. E, no entanto, essa renúncia de receita vai para o ralo. A gente não sabe para onde vai.

O governo privatizou a Sabesp, levantou dez bilhões de reais. Até agora, cadê esse dinheiro? O gato comeu, deputado Reis? O gato comeu porque ninguém viu esse dinheiro. Sabe onde ele está? Ele deve estar guardado.

Sabe por que, deputada Andréa Werner? Para poder gastar no período eleitoral, para poder ir lá, ano que vem, e inaugurar uma estrada vicinal que foi recapeada, inaugurar uma ponte que foi reformada. É para isso, porque esse é o modus operandi desse pessoal. É assim que eles agem, é desta forma, é guardando, colocando lá no caixa para depois, na época oportuna, tentar transformar o dinheiro público em votos. Esse é o resultado final.

Por isso que o dinheiro da Sabesp até agora até agora é imexível. Sabe por quê? Porque ele vai ser utilizado para isso. Eu tenho convicção. Eu não ocupo mais essa tribuna se esses 10 bilhões de reais não forem utilizados para poder fazer obras que resultem em voto para o governador Tarcísio ou para quem ele certamente indicar. Esse é o jeito do PL.

Com relação com relação ao número de emendas, eu já citei ali no microfone de aparte. É desnecessário dizer que a competência da nossa bancada sempre foi motivo de elogio aqui nesta Casa. A competência da nossa assessoria sempre foi motivo de elogio aqui nesta Casa, por toda a oposição. A gente sabe da disciplina e da responsabilidade do Partido dos Trabalhadores aqui nesta Casa.

Quando o PT vota favoravelmente a um projeto, é porque ele sabe que tem a responsabilidade de fazer esse projeto ser aprovado, para não prejudicar a população. Nós debatemos muito antes disso. Nós discutimos muito antes disso.

Nós temos muitas reuniões para chegarmos aqui e temos a maturidade de saber de que maneira nós vamos proceder, quais serão os nossos encaminhamentos e quais serão os nossos votos. É assim que são as nossas atitudes aqui nesta Casa.

Não vou dar aparte, não vou dar aparte. Não vou, porque V. Exa. hoje passou dos limites. Passou dos limites aqui nesta tribuna. Vossa excelência foi ofensiva, eu considero que V. Exa. foi ofensiva. Portanto, não darei esse aparte.

Vou continuar discutindo sobre esse projeto, vou continuar discutindo sobre as coisas absurdas que foram faladas aqui hoje. E quero dizer mais. Número de votos em eleição não significa nada. Não significa capacidade de luta. Não significa desempenho de um parlamentar.

Tem muitos parlamentares aqui que tiveram menos votos e, no entanto, têm um desempenho brilhante aqui nesta Assembleia Legislativa. E tem muitos parlamentares que tiveram muitos votos e, sinceramente, não fazem por merecer. Não fazem por merecer, porque, se os seus eleitores seguissem, certamente iriam mudar o voto. Iriam mudar o voto.

Então não venham me dizer mais sobre número de votos aqui. Eu já ouvi isso algumas vezes. Eu acho isso um absurdo. Eu acho um absurdo querer comparar votos. Até porque tem gente que vem de cidades menores, que é o meu caso, por exemplo, que estou lá no interior de São Paulo, lutando, batalhando e mostrando as mazelas desse governo estadual. É isso. Portanto, não vamos fazer mais esse tipo de comparação. Vossa Excelência vai querer um aparte, deputado?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Mas eu quero, deputada Beth, a senhora pode me dar uma parte?

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Não, eu não vou dar, eu não vou dar. Eu falei para você que não. Eu iria dar, porque o deputado Donato não foi ofensivo. O deputado Donato defendeu aquilo que nós consideramos importante. É importante. É importante.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gil, por favor, respeite a oradora antes do aparte.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Respeite, porque eu não dei aparte. Eu não dei aparte!

Para finalizar, falar ainda mais um pouco da questão da mulher. Falar de como a Secretaria Estadual da Mulher não tem um centavo para fazer as políticas. Neste estado, aumenta a cada dia a violência sobre as mulheres. Aumentam as agressões, aumentam os estupros, aumenta o feminicídio. E o governador não tem a dignidade de poder implantar políticas públicas que possam acolher e proteger as mulheres.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

 O SR. GIL DINIZ - PL - Comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Donato estava primeiro.

 

O SR. DONATO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, eu queria esclarecer algumas questões com muita tranquilidade. A Casa funciona por acordos. O primeiro acordo feito foi feito no Colégio de Líderes, quando aprovou um calendário.

Nós definimos um calendário, definimos o que seria discutido. Nós pedimos para que alguns PLs fossem excluídos da pauta; fomos atendidos nesse sentido. E aprovamos um calendário - todos os líderes - que acabaríamos hoje e, na terça-feira, votaríamos o projeto da Educação e a redação final da LDO. É isso que foi acordado e é esse o nosso sentido aqui.

A gente queria colaborar, de fato, para que se encerrasse hoje. Não tem problema nenhum nisso e isso não tem nada a ver com o governo Tarcísio. Tem a ver com a Casa, com o funcionamento da Casa e de cada um dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas, porque nós sabemos que existem maiorias estabelecidas. Nosso objetivo é realizar o debate, colocar nossas posições. Nossas posições foram colocadas aqui sem ofender ninguém, o tempo todo.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O senhor me ofendeu.

 

O SR. DONATO - PT - Até o momento em que o deputado Gil Diniz gastou 15 minutos, não para discutir a LDO, mas para atacar o PT do começo ao fim. Então, é inadmissível isso.

Portanto, queremos exercer o nosso direito de fazer o debate, pedir desculpas aos colegas, porque vamos ter que estender isso por mais um dia, dois dias, mas, enfim, as responsabilidades estão claras.

Quando eu me referi ao senhor, falei que o senhor quis colocar um debate que foi feito ontem e de que o senhor não participou. E não foi por meu pedido que o senhor não participou.

O senhor se entenda com seu líder, com sua bancada, que eu não fiz nenhum acordo de que a base não falasse. Não fizemos nenhum acordo disso. Não fizemos nenhum acordo.

Então, o senhor não fique querendo jogar para nós a responsabilidade de quebrar um acordo que o senhor está quebrando, que foi construído no Colégio de Líderes. O senhor, pela forma que tratou a bancada do Partido dos Trabalhadores, agora nós todos estamos inscritos para falar e vamos exercer esse direito.

Agora não temos mais condição de recuar disso.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Antes, porém, quero chamar o deputado Reis para ir à tribuna, é o próximo orador. Com a palavra, o deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só para trazer os fatos aqui ao plenário. Quando eu subi hoje para fazer a discussão, obviamente comecei o discurso falando sobre as emendas e subemendas que foram acatadas pela relatora, deputada Solange.

Rapidamente, os deputados vieram dizer: “Por que o PT teve mais emendas? Porque eles trabalham.” Gritaram aqui neste plenário. “Porque eles trabalham, eles são efetivos, eles fazem e acontecem.” Aí tudo bem, aí não tem problema.

O deputado Donato seguiu por uma linha que... Os deputados me acusam de ser ofensivo, mas ele me chama de covarde. Eu só devolvo na mesma moeda, apenas isso. Se por acaso algum deputado se sentiu ofendido, retiro aqui as palavras, se o deputado Donato retirar também, porque o primeiro a ofender algum deputado aqui em plenário...

O nosso líder, Carlos Cezar, ele me corrigiu no momento. Agora, se o deputado Donato não retirar as palavras que ele me profere - eu deixei claro aqui o motivo -, aí, deputado André do Prado, não tem como retirar nenhuma das minhas palavras, porque não falto com a verdade neste Parlamento.

Eu entendo o calendário, eu entendo os acordos partidários. Eu explicava aqui que, por conta de um acordo, este deputado ontem não fez a discussão. Os deputados aqui sabem disso, que eu respeitei o acordo feito ontem, mas, por isso, fui acusado de covarde, por não discutir ontem o projeto “SuperAção”.

Eu queria discutir. Este deputado queria discutir, este deputado queria encaminhar, este deputado queria fazer uma comunicação, mas, como havia o acordo, este deputado assim não o fez. Então, se o deputado Donato tirar as palavras, eu retiro também. Caso não, fica dessa maneira.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma rápida comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Última comunicação. Depois, o deputado Reis tem a palavra.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Então, Sr. Presidente, eu não estava presente. Até gostaria que o que foi dito de mim fosse dito presencialmente, com a minha presença em plenário. Acho que isso deve ser uma forma de um tratar com o outro e é direito de todo mundo expor uma opinião frente a posição de uma pessoa.

Mas, se tem uma coisa que eu não sou, é incoerente com a formação sindical que eu tenho. Eu tenho liberdade e autonomia sindical, seja que governo for, seja o governo Tarcísio, ou o governo federal.

Quando teve a greve das federais, é claro, não foram, mas eu fui uma das deputadas que defenderam na bancada que se recebesse a comissão de negociação, e a minha bancada a recebeu. E participei também de reunião com os grevistas.

Então, me parece, falar de coisa que não sabe, que não participou, é ruim. Não vou citar nome para não ter réplica, mas eu acho ruim. Vamos procurar, então, focar no assunto. Qual é o assunto? Não é LDO? Como disse a deputada Beth, 15 minutos falando do presidente Lula? Ora, nós vamos ter o tempo certo de fazer essa disputa, que é o ano que vem.

Eu estive com o governador Tarcísio em Piracicaba, eu com a minha posição, ele com a posição dele. Alguém atacou alguém lá? Não, ninguém atacou, se respeitaram. Porque eu sou de uma esfera, eu de um governo de uma esfera e ele é aqui do Estado.

Então, parece-me que vocês batem boca aqui e lá em cima se entendem. Gente, para com isso, vamos nós fazer o enfrentamento que tem que fazer e cuidar do estado de São Paulo, que a gente ganha mais, em vez de ficar atacando um e outro aqui dentro.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado. Com a palavra o deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Muito obrigado, presidente. Bom, eu vi aqui os deputados bolsonaristas bastante entusiasmados com a derrubada do decreto que estabeleceu a cobrança do IOF. Porque são pessoas ricas, são pessoas que têm muito dinheiro, são empresários, pessoas do agronegócio, pessoas que movimentam muito dinheiro, e obviamente não querem pagar nada.

E obviamente que essas pessoas estão representadas por esses deputados, donos de televisão, donos de programa de televisão, porque compra de moeda estrangeira, o IOF foi aumentado para compra de moeda estrangeira.

Eu não vejo a dona Maria, o pintor, a dona de casa, o seu Joaquim, comprando moeda estrangeira, mas eles compram. Eles têm muito dinheiro. Essa turma aqui é uma turma rica. Percebe por que eles estão tão contentes que derrubaram o decreto? Porque vão pagar menos. Não querem pagar. Eles têm muito dinheiro e não querem pagar.

Então, investimento de previdência privada, VGBL. O povo, o seu José, pintor, que eu conheço lá no Capão Redondo, ele não tem VGBL, ele não tem previdência privada, ele não compra dólares, ele não compra euros.

Mas essas pessoas que estão alegres aqui são essas que têm muito dinheiro, e por isso eles estão muito felizes, estão bastante felizes com a derrubada desse decreto que aumentou, porque não havia cobrança para quem comprava moedas estrangeiras, era 1,1, foi para 3,5.

Investimento em previdência, não se cobrava nada, previdência privada, VGBL, foi para 5 por cento. Isso que foi derrubado. Mas são coisas que o povão, o trabalhador, não tem acesso a isso. Outro dia fui a uma reunião, uma pessoa me perguntou do IOF, eu perguntei para ele: “Quanto você paga?” “Ah, eu não pago nada”, percebe?

Outra coisa, com relação ao projeto que foi aprovado aqui ontem, que tanto o Sr. Gil Diniz está indo a êxtase. Ele colocou na sua rede social, ele falou: “Nossa, tive não sei quantas curtidas, eu vivo de curtidas”.

A gente não vive de curtidas, a gente vive da vida real. Nós não estamos fazendo o debate aqui para pôr no Facebook, para pôr no Instagram, e ficar vendo lá quantas curtidinhas eu tive. Ah, eu tive um milhão de curtidas. Ah, nossa, você viu? Eu estou famoso.

O que a gente tem que ver é o povo, realmente, quem cuida do povo? Quem tem políticas públicas para o povo? O que o povo está passando? Não se reflete em rede social, em bolha da rede social.

Então, foi aprovado um projeto ontem que eu posso dizer que no Código Penal, para quem conhece o Código Penal, lá tem um artigo que fala de artifício ardil, ou por qualquer meio fraudulento, induzir ou manter outra pessoa em erro, com o objetivo de obter vantagem indevida.

Então, esse projeto é isso, é uma fraude. Essa “SuperAção” de marketing que foi aprovada aqui ontem é uma fraude. Não existe programa de “SuperAção da Pobreza”. Não existe, mas eles vivem de narrativas.

Nós não estamos aqui para viver de narrativas. Nós estamos aqui para viver do real, do que a gente vê, do que realmente está acontecendo, valer-se, vender um produto que não existe, vender um produto que não existe e que não corresponde ao anunciado.

Então esse projeto é a venda de um produto que não existe. O que é isso, gente, se não um estelionato, um estelionato eleitoral com o objetivo de obter votos, com o objetivo de vender uma coisa para a sociedade que não existe, uma fraude. Por isso, claro, que nós não concordamos, porque o projeto não tem nada, é vazio.

“Fica instituído” - Art. 1º - “fica instituído no âmbito do estado de São Paulo o programa “SuperAção” da pobreza com as...” Qual o programa? Onde está o programa? Onde está o programa? O que diz o programa que não está aqui nesse projeto? E assim ele vai.

No § 1º ele fala: “O valor por tipo de benefício financeiro concedido não poderá ser superior ao valor estabelecido no Inciso I do Art. 1º da Lei 12.640, de 11 de julho de 2007.” O que é? O salário mínimo regional, 1.804 reais. Ninguém pode ganhar mais, dentro desse projeto, do que 1.804 reais.

É o que apresenta esse projeto, mas ele não diz quantas pessoas vão ser atendidas, como vai se dar, e ainda envolve as prefeituras, porque as prefeituras têm trabalho social, aí o governo quer se apropriar daquilo que as prefeituras fazem para se colocar como se fosse dono.

Então por conta dessa fraude é que nós nos colocamos contra, porque isso aqui nada mais é do que um estelionato eleitoral.

A outra questão que o deputado Paulo Mansur trouxe aqui, que o Estado, que o governo Tarcísio teve um superávit de 21 bilhões. Então ele falou aqui de viva voz: “Olha, nós tivemos 21 bilhões, 21 bilhões”, mas, gente, tem 21 bilhões de superávit e diz que não tem dinheiro para reajustar o salário dos policiais. Não tem dinheiro para valorizar os policiais.

O governador deu 5%, 5% para o soldado, cento e poucos reais de reajuste no salário do soldado, gente. Olha, mas tem dinheiro. Tem dinheiro. “Ah, não, porque o PT é contra, porque dá mão para a cabeça.” Posso já dizer uma coisa para vocês?

Desde quando eu estou aqui na condição de deputado, a PM já me abordou três vezes. E eu já pus a mão para a cabeça sem problema nenhum. Não tem problema pôr a mão para a cabeça. Aliás, me abordaram com um carro com a placa escrito Assembleia Legislativa, com a placa preta. Foram lá me abordar. Eu falei: "Pode atirar. Atira. Atira.”

“Ah, não, porque tem um problema, porque tem uns carros com as placas falsas.” Primeiro, tem protocolo, polícia tem que ter protocolo, tem que seguir protocolos. Pesquisa a placa. “Copom, vê aí a placa 72 se tem algum problema.” O Copom vai informar se tem algum problema. Depois, não se aborda ninguém de frente. Existe técnica, existe academia.

E o Seu Tarcísio coloca lá os policiais nas igrejas, faz a preleção, mas instrução prática para exercer o policiamento próprio dito, a gente não vê, porque quando a gente é abordado, eu que conheço, eu identifico as várias ilegalidades e irregularidades na forma de abordar.

Mas não tem problema nenhum, é papel da polícia abordar. Não tem questionamento aqui, é papel da polícia abordar, ver, pedir documentos, ver se está tudo em ordem, não há problema nenhum, mas para dizer como as coisas acontecem.

Então, deputado Gil Diniz, não tem problema que as abordagens sejam feitas, e o PT não tem problema nenhum com isso, até porque eu fui abordado três vezes com carro oficial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

E dizer para vocês que quem cuida mesmo do povo é o presidente Lula, é o governo do PT. Não tem jeito, por mais que vocês queiram vir aqui falar, falar, falar, mas a gente não vê os resultados práticos daquilo que vocês fazem, daquilo que o Tarcísio faz, porque a taxa de desemprego no governo Bolsonaro era 13,2; agora, no governo Lula, está 6,2. Quem está gerando emprego? Quem está tirando as pessoas da pobreza? É o governo Lula.

E dizer para vocês que cerca de 20 bilhões é investido no estado de São Paulo em “Bolsa Família”. Vinte bilhões. Não é um programa que não existe ainda, que estão colocando, que vai gastar 500 milhões. Nós estamos falando de 20 bilhões.

Ponham, gravem aí nos celulares de vocês, escrevam aí: nós estamos falando de 20 bilhões. Isso sim é buscar a superação da pobreza. Sem contar os 538.604 estudantes que estão no programa “Pé de Meia”, que foi criado pelo governo Lula.

Sem contar que amanhã o governo Lula vai estar aqui, lá na Favela do Moinho, para assinar o convênio do programa habitacional para aquelas pessoas que estavam sendo expulsas da Favela do Moinho.

Sem contar que o governo Lula veio aqui para fazer empréstimo, através do BNDES, para o governo Tarcísio, para fazer o túnel submerso do Guarujá, para fazer o Trem Intercidades, para fazer a linha do Metrô do Capão Redondo.

Então, gente, quem está gerando emprego em São Paulo, quem está cuidando dos pobres, quem está buscando a superação da pobreza não é esse programinha aqui, esse programinha 171, é o governo Lula que realmente tem feito a diferença.

Dizer para vocês que eu recebi a questão dos carcereiros de polícia, porque, vejam, o Tarcísio é tão bom que tudo o que ele faz é para ferrar os policiais. Ferrou os oficiais administrativos da Polícia Civil, da Polícia Militar, reduzindo a insalubridade deles do grau máximo para o grau mínimo.

E agora a sua Secretaria de Governo Digital baixou a Portaria nº 2, tirando o abono permanência daqueles que menos ganham, daqueles policiais que estão trabalhando e ajudando a administração pública porque o salário deles é tão pequeno que, se eles se aposentarem, eles não conseguem cuidar da família.

Então deveria buscar a superação da pobreza, primeiro, dos policiais, dos policiais que ganham salários indignos, salários irrisórios. Mesmo tendo 21 bilhões de superávit, conforme disse aqui o deputado Paulo Mansur, da base de sustentação do Tarcísio, deu 5% de reajuste para os servidores públicos.

Não pagou sequer a inflação acumulada de 2023 e 2024, que dava 9,45 por cento. Nesse quesito eu quero dar os parabéns aqui para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que não deixou de dar reajuste em 2024 e não está deixando de dar reajuste agora, em 2025. Foram 6,59% em 2024, e 7% em 2025.

Então esta Casa valoriza os seus servidores, mas o Tarcísio não. O Tarcísio busca colocar os seus servidores cada vez mais na miséria, na pobreza. Eu recebi do “Flit Paralisante”, eu vou ler para vocês, vou tentar ler rápido o que está publicado lá.

“O Massacre dos pequenos pelo governo Tarcísio - a perversidade jurídica da Procuradoria Geral do Estado, que tira de quem pouco ganha para engordar as castas douradas. Pronto. Agora ficou bom! Olha os carcereiros indo embora depois de tirar o abono permanência.

Quando a perversidade se traveste de legalidade, o resultado é o massacre dos mais frágeis. A Portaria SGGD/SGP nº 2, de 2025, assinada sob o comando do governador Tarcísio de Freitas, é o mais recente capítulo da política nefasta que faz da máquina pública paulista um instrumento de opressão contra os servidores de menor escalão e salários miseráveis.

Sob o pretexto de ‘corrigir irregularidades’, o governo suspende o abono de permanência de milhares de funcionários - auxiliares de serviços gerais, oficiais administrativos, agentes escolares, carcereiros e tantos outros -, muitos deles à beira da aposentadoria, que sobrevivem com vencimentos indignos.

Por trás dessa medida, esconde-se a mão pesada e implacável da Procuradoria Geral do Estado, hoje sinônimo de mercenarismo, perversidade jurídica. Verdadeira milícia bacharelesca a serviço do grupo de poder apresentado pelo carioca Tarcísio de Freitas.

O Robin Hood invertido! Aquele que tira dos pobres para dar para os ricos.

A PGE, casta privilegiada e a mais bem paga do Executivo deste Estado, não hesita em produzir pareceres que beiram a fraude, legitimando a retirada de direitos históricos sob argumentos tortuosos, frios e desumanos.

Não há qualquer esforço para proteger quem realmente faz a máquina pública funcionar: o servidor da base, aquele que limpa, vigia, alimenta, cuida, protege. Para esses, resta o desprezo institucional e a violência administrativa, travestida de zelo pelo erário.

Enquanto isso, a elite togada da PGE, blindada por salários e benefícios que ultrapassam qualquer parâmetro de razoabilidade e honestidade, se dedica a justificar, com sofismas jurídicos, a supressão de direitos dos que menos têm.

Não há corte nos próprios privilégios, não há revisão de penduricalhos milionários, não há autocrítica.

O discurso da moralidade só vale para quem está embaixo - para cima, o pacto de silêncio e autoproteção.

A portaria, ao suspender o abono de permanência a partir de junho de 2025, lança milhares de famílias na incerteza e no desespero, sem qualquer política de transição, sem diálogo, sem humanidade.

Pior: sem direito a aposentadoria imediata diante do corte do abono, vez que será necessário se obter a certidão de contagem de tempo de serviço atualizada, requerimento e fila de espera.

O ‘interesse público’ invocado é, na verdade, o interesse de uma minoria abastada, que se utiliza do aparato estatal para esmagar quem já vive à margem do orçamento familiar.

É preciso denunciar, com toda a veemência, essa política de extermínio social.

O governo Tarcísio de Freitas, ao atacar os pequenos, revela sua verdadeira face: um Estado a serviço dos poderosos, que terceiriza sua crueldade à Procuradoria Geral do Estado, convertida em máquina de moer gente.

Fora, Tarcísio!

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, para discutir contra, com a palavra o deputado Paulo... A favor, temos aqui o Dr. Eduardo Nóbrega, que se inscreveu.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - Pela ordem, presidente. Para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Dr. Eduardo Nóbrega, para discutir a favor. Pela ordem, deputado Ortiz Junior.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - PARA COMUNICAÇÃO - Só para fazer um pequeno reparo aqui ao deputado Reis. Eu, evidentemente, não estou na extrema-direita. E acerca desse projeto de aumento do IOF, é importante deixar claro que, segundo os dados do IBGE, 50% da população brasileira está na classe média - A, B ou C. São 100 milhões de pessoas na classe média.

Essas 100 milhões de pessoas viajam ao exterior. Elas vão lá na CVC, parcelam em 12 vezes, fazem uma pequena viagem ao Chile, à Argentina, ao Peru, ao Uruguai; enfim, fazem suas pequenas viagens e compram moeda estrangeira.

Então, 100 milhões de pessoas vão pagar uma alíquota maior do IOF sobre compra de moeda estrangeira. Então, são 100 milhões de brasileiros atingidos, que estão na classe média, que fazem suas pequenas viagens ao exterior.

Então, não são os mais ricos, não são os milionários, não são os donos do agronegócio, os grandes industriais brasileiros que vão ser atingidos pela alíquota majorada do IOF. Aliás, esses nem se importam.

A classe média brasileira de 100 milhões de pessoas - A, B ou C -, que fazem lá os seus pequenos parcelamentos de viagem, é que são as atingidas e as prejudicadas pela majoração do IOF. E olha só o absurdo dessa questão. E eu não estou na extrema-direita, então dizer que só os bolsonaristas pensam assim não está certo. Eu estou aqui mais ao centro.

E há um outro fator importante: o governo pretende arrecadar 60 bilhões de reais, deputado André, com a majoração do IOF. Só de isenções tributárias, esse ano, o governo federal dá 800 bilhões. O governo Tarcísio dá 10% desse valor. E o estado de São Paulo é só 30% do tamanho do Brasil.

Então, proporcionalmente, o governo federal faz muito mais isenções fiscais do que o governo Tarcísio. Faz 800 bilhões de reais. Esse valor paga, deputado André, 17 anos ininterruptos de “Bolsa Família”.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Só uma breve comunicação, para fazer coro com o deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - A última comunicação, para o deputado Dr. Eduardo Nóbrega se dirigir...

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Para fazer coro aqui com o deputado Ortiz, do que ele falou. É uma grande mentira dizer que o IOF, só quem vai sofrer são os ricos.

Ou o deputado Reis não leu ou está defendendo imposto como é que o PT faz sempre, porque não é possível. IOF ele deve saber, eu não sei se ele sabe, é sobre toda e qualquer imposto sobre operação financeira, toda e qualquer operação financeira. A pessoa que é pobre, ela pega o cartão dela e ela divide a compra, a feira no cartão.

O imposto é incidido sobre isso. Ela compra roupa no cartão de crédito, o imposto é sobre isso. Aí o camarada sobe aqui e diz: "Não, é só para rico". Ou não conhece, ou está não sei o quê, meu irmão. Está querendo o aumento de imposto como o PT quer.

Então vamos deixar isso muito claro.

 

O SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Desculpe, minha palavra. Vamos ter educação aqui. Vamos ter educação, gente

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Um minutinho. Ele está com a palavra, deputado Reis.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Vamos ter educação, gente. Vamos respeitar o deputado, vamos respeitar. Eu não faço isso com ninguém. Então o camarada sobe, aí diz assim: "É só rico que vai sofrer". Tremenda de uma mentira. Todos vão pagar, principalmente o pobre.

Tem camarada que ele tem o Uber, ele dirige ali e ele põe a gasolina, o diesel no Uber e ele divide no cartão. Isso também vai ser feito se passasse. Ou seja, não adianta querer passar pano para o governo que quer aumento de imposto, Sr. Presidente.

 

O SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Sr. Presidente, me sinto contemplado com a fala do deputado Altair e abdico da minha fala.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então retiro a fala do deputado Dr. Eduardo Nóbrega e chamo então o deputado Paulo Fiorilo para o próximo orador.

 

O SR. REIS - PT - Uma comunicação no campo da direita.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos a V. Exa., deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Olhe, Sr. Presidente, o deputado que aí fala, que falou, que defende, contra, é porque ele é beneficiário, ele é rico. Ele tem dois empregos, ele tem emprego na Record, tem emprego aqui na Assembleia Legislativa, né? Então obviamente que essas pessoas não querem pagar nada. Por isso que eles falam, vêm aqui, esbravejam.

“Não, porque o cara do Uber vai pagar”. Gente, vocês sabem que esse IOF foi criado mais para pegar os negócios, os investimentos nas “offshore”, os investimentos em mercado estrangeiro. É a turma que não quer pagar. A turma que não quer pagar nada. É a turma, são os “bons vivants”.

São aqueles que têm tudo e não querem dar nada. Só querem, só querem e só querem. E outra coisa, presidente, eu quero até dar os parabéns porque nós estamos no sexto mês. É o segundo dia que eu vejo os deputados aqui participando da sessão.

Seria interessante que eles pudessem, no papel de representar a população, dar mais vida para esta Casa. Porque quando estão aqui as pessoas falando, as pessoas entram lá na rede social da Alesp, elas ficam questionando: "Cadê os deputados? Onde que eles estão?”. Alguns estão em programas televisivos, outros estão nas suas bases, mas seria bom que eles estivessem aqui.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência, deputado Maurici.

 

O SR. MAURICI - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Rapidamente, Sr. Presidente. Primeiro, eu ouvi atentamente a fala do deputado Ortiz, ele falou de 100 milhões na classe média brasileira. Eu não sei de onde ele tirou esse número. Eu não sei de onde ele tirou esse número, porque tem o conceito do que que é classe média. Agora eu queria dizer o seguinte, se botar 100 milhões de pessoas...

Então conceito o IBGE tem o dele, né? Agora se botar 100 milhões de pessoas na fila dos aeroportos do Brasil inteiro para fazer uma viagem internacional não dá, não cabe. Qualquer pessoa razoável sabe disso. Então assim, números todo mundo tem os seus, né?

Em relação ao deputado Altair, o senhor revela toda a sua indignação com o desgoverno que o senhor fala, que quer aumentar imposto, que isso, que aquilo. Deputado, mostre essa indignação com os ministros do seu partido que participam desse desgoverno e diga a eles para pedirem a conta.

Simples assim. É muito mais fácil do que ganhar aqui um pontinho aqui numa gravação aí pro Instagram. Seja mais firme em todos os lugares, não só aqui. Aqui um leão, lá um gatinho?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui presencialmente ou pela TV Alesp, acho que é importante a gente retomar aqui questões que foram trazidas ao debate para poder esclarecer de fato e de vez posições de deputados de direita, bolsonaristas que usaram aqui a tribuna.

Primeiro, infelizmente eu não estou vendo aqui o deputado Lucas, não sei se ele já foi embora, espero que não. Se ele estiver acompanhando do gabinete dele, estou falando aqui publicamente, falo de novo quando ele voltar. Em 2023, na votação das contas do governador - vou aproveitar aqui o deputado Carlos Cezar, o deputado Xerife do Consumidor - o deputado Lucas Bove foi ao microfone de aparte para uma comunicação e disse o seguinte: "Eu gostaria de pedir desculpas à bancada do PT aqui, à bancada de esquerda. Apesar das minhas opiniões pessoais, excedi-me nas palavras aqui, nas críticas. Tenho ciência que essa Casa de Leis é um ambiente que necessita de um debate de alto nível.

Os senhores aqui sabem que eu sempre busco travar debates de alto nível. Mas acabei, de fato, excedendo-me nas palavras aqui. Peço que sejam retiradas das notas taquigráficas as palavras que eu não vou repetir aqui, que de alguma forma ofenderam os deputados da oposição”.

Isso aqui foi um dos vários acontecimentos que nós tivemos nesse plenário, envolvendo o deputado Lucas e o deputado Gil Diniz. Na ocasião aqui, o que sobrou para pedir desculpas foi o deputado Lucas, porque o deputado Gil Diniz foi embora. Vazou do plenário. Não sei, talvez tivesse compromisso, assim como teve lá em São José do Rio Preto. Eu vou aproveitar aqui o deputado Valdomiro.

O deputado Valdomiro estava no mesmo evento do deputado Gil Diniz. O deputado Valdomiro estava aqui às 16 horas e 30 minutos. O deputado Gil Diniz saiu de Rio Preto às 13 horas e 30 minutos. Calma, não tenha pressa; 16 horas e 30 minutos. Ele deve ter vindo de jegue, porque ele chegou... Eu não vou dar aparte.

O senhor não fique no microfone de aparte. Sr. Presidente, peço que o senhor desligue os microfones, porque o deputado Gil tem um problema. Ele não pode ouvir falar do nome dele, porque ele encosta no microfone e quer interferir. Não permitirei. O senhor se recolha ao seu quadrado e leia o Regimento.

Bom, aí o deputado Gil vazou e eu voltei para Rio Preto. O deputado Campetti também chegou no horário. Eu estranhei, porque o deputado Gil veio aqui criar uma fake news. Falou assim, eu saí de São José do Rio Preto às 13 horas e 30 minutos.

Bom, eu sou de Araraquara. Rio Preto está mais ou menos uma hora e meia depois de Araraquara. Caso seja às 16 horas e 30minutos; 19 horas e 30 minutos, por volta das 20 horas, o deputado Gil Diniz chegou aqui; 17 horas, 16 horas, veio de jegue. Só pode ter sido, porque não tinha carro.

Porque fazer de Rio Preto aqui, das 13 horas e 30 minutos da tarde às 19 horas 30 minutos, alguma coisa está errada. Bom, eu não quero saber do deputado Gil.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O senhor me permite um aparte.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não vou dar aparte. Já falei, não peça. O senhor não terá aparte meu. O senhor entendeu ou eu preciso escrever? Não, não vou. Presidente, de boa, Presidente. Aqui não. O senhor não fará comigo o que fez com os outros.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gil, por favor, Gil. Respeita, já foi dito que não terá aparte. Na hora que ele terminar a palavra, o senhor tem dois minutos para comunicação.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Questão de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de Ordem.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Presidente, já fui acusado aqui de ofensa. O deputado Paulo Fiorilo se excede nas palavras. E V. Exa. não corrige em nenhum momento. Quando eu me exceder na palavra, eu sei que eu sou da vossa bancada. Que nós temos aqui uma boa relação.

Eu vou pedir que V. Exa. use essa mesma tolerância, já que quando fui chamado de covarde, o deputado que estava na tribuna e me chamou de covarde não foi corrigido. E quando eu devolvi o mesmo argumento, aí eu fui corrigido. E o deputado Paulo Fiorilo parece que não sabe o que é trânsito. Presidente, não conhece o interior, como diz, conhece.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Bom, agora eu entrei num negócio que eu não falei. Eu não ofendi o deputado Gil em nenhum momento, nem uma palavra com o deputado Gil. Então, Sr. Presidente, questão de ordem, eu não entendi. Mas tudo bem, vamos lá.

Vou voltar aqui de novo, Sr. Presidente. Ou o deputado Gil se recolhe à insignificância, ao quadrado, ao que ele quiser, ou o senhor vai ter que tomar uma medida, porque assim é impossível. Sabe para quê que a gente vem aqui, deputado? Para parlar, para debater, para discutir.

Aí o senhor vem aqui e cria uma meia-verdade, uma meia-verdade. Eu li aqui o que o deputado Lucas Bove falou naquele dia, que o deputado Gil foi embora. Deixou o Lucas aqui. E ele veio aqui pedir desculpas. Um ano e meio depois, repete a mesma coisa. O deputado Lucas veio aqui para dizer, para associar o PT à Cracolândia, ao crime organizado.

De novo, Sr. Presidente. O deputado Lucas não tem moral para fazer isso. Aliás, é um deputado que está numa comissão de ética aqui desta Casa, que deve responder pelo que fez.

Pode estar com sigilo, como disseram aqui alguns deputados, sigilo da justiça, ninguém sabe o que foi. Bom, esta Casa tem condições de apurar. Espero que apure, porque outros deputados foram punidos pelo que fizeram aqui nesta Casa.

E é bom a gente se lembrar disso sempre. Então, eu acho que a gente precisa recolocar o debate. O deputado Gil é da base, do governo. E ele vem aqui para querer tutelar a oposição. É impressionante. O deputado Gil Diniz devia cuidar do mandato dele, das posições dele, da relação dele com a base governista. Ele tem um líder.

Então ele vem aqui como se não tivesse absolutamente nada. Quando interessa: “O meu líder faz acordo. Eu não pude falar ontem. Ai, que mimimi. Não pude falar ontem.” Qualquer deputado pode falar a hora que quiser, só se inscrever. Nós aqui votamos contra o “SuperAção”.

Sr. Presidente, de novo, Sr. Presidente, é difícil. [Expressão suprimida.]. Porque ele precisa ficar testando os deputados daqui da tribuna. Eu não farei isso, eu não permitirei.

Então, deputado Gil, se recolha, não interrompa o orador!

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, eu peço a quem estiver na tribuna, a partir de agora, vamos nos ater ao tema da LDO, que é isso o nosso tema de debate hoje. Diante do que está acontecendo aqui hoje, estamos indo de um caminho de debate ideológico, de debates pessoais. Isso não vai levar a nada, a engrandecer esse projeto.

Estamos discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que é parâmetro para discutir depois a Lei Orçamentária deste estado. E o nível que está aí nesse debate é um nível tão baixo que está dando... As pessoas que estão assistindo pela televisão, nós, deputados, que estamos aqui, o nível que está indo, peço ao deputado Gil, deputado Paulo, todos a partir de agora.

Deputado Gil, é direito dele não dar aparte a Vossa Excelência.

Então eu peço a V. Exa. que não...

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Ele pode ofender outro deputado?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ele pediu a V. Exa. que não ficasse o apartando porque está no microfone de aparte.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Estou fora do microfone, presidente.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, não, não, não, não.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gil, você está provocando o tempo inteiro, fora do microfone.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Está liberado chamar de espirito de porco, presidente? Está liberado falar que o deputado tem espirito de porco, é isso?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu peço respeito para quem estiver na tribuna, seja você, seja Paulo, qualquer deputado. O espirito de porco, que o Paulo quis dizer, esse embate que está indo, que vai acontecer outras acusações, como foi chamado aqui outros adjetivos, que não cabe a qualquer deputado ser chamado. Mas, essa insinuação que está sendo feita aqui...

Eu peço ao deputado Paulo que retire das notas taquigráficas o espírito de porco. Eu, como presidente, peço que retire, deputado Gil.

Mas eu peço a V. Exa. que, a partir de agora, não quero mais que seja interrompido nenhum orador, seja Paulo, seja você, qualquer orador desta tribuna. Os deputados têm que ser respeitados, todos estão aqui nesta Casa, todos os demais deputados estão aqui, querem respeito.

Eu peço, a partir de agora, que tenha ordem nesta Casa. Vamos debater LDO!

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, eu tenho total acordo com o senhor, vamos discutir LDO. Agora, o que eu não poderia é deixar de responder aquilo que foi feito aqui, desta tribuna, no debate da LDO.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Paulo, peço agora. Porque, infelizmente, eu sou muito complacente o tempo inteiro, para não sairmos do debate do tema que está sendo discutido, e está em pauta o projeto. Nós temos, amanhã, Ordem do Dia, Pequeno Expediente, Grande Expediente, comunicações que poderão ser feitas.

Mas, a partir de agora, como o debate está indo para um caminho que não é o correto, que não é o ideal para esta Casa, que não engrandece esta Casa, eu peço para todos os oradores, agora, a partir deste momento, diante do embate que não vai engrandecer em nada o projeto, que nos atenhamos ao tema da LDO.

Obrigado.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu entendi. Eu entendi, Sr. Presidente. Eu vou fazer isso. O senhor pediu, eu vou fazer isso.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Paulo, sei que V. Exa. tem um conteúdo muito grande para debater LDO.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Mais do que isso, eu sempre vou defender que o tema que deve ser discutido aqui é o tema que está na pauta. Então o senhor tem toda a razão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - E concordo plenamente. Eu tenho sido aqui, deputado, muitas vezes, deixando rolar, para um tema de debate acontecer. Mas, quando sai de um extremo, como está acontecendo agora, eu, como presidente tenho que pôr uma ordem. E os critérios que a partir de agora estão estabelecendo, para os oradores que vão a esta tribuna fazerem sua discussão.

Muito obrigado para você. E peço ao deputado Gil também para que possamos, a partir de agora, discutir a LDO.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu agradeço as observações que o senhor fez, Sr. Presidente. Até porque o senhor tá correto no que diz respeito ao Regimento. Espero que não seja só comigo. Que, daqui para frente, não só daqui para frente, mas em todas as outras sessões. Até porque eu fiz referência a 2023, não queria fazer de novo a 2025, 26, assim por diante.

Bom, com relação ao projeto, eu vou aproveitar os meus 8 minutos e 29 segundos para fazer algumas considerações que eu entendo que são necessárias. Até porque a base vai votar a favor do projeto de LDO, e a oposição vai votar contrário, e vem aqui exatamente para explicitar porque se manifesta e vota contrário a esse projeto.

Primeiro, o escândalo das isenções que, ao longo dos últimos seis anos, a gente tem debatido aqui, tem discutido na Comissão de Finanças através do deputado Enio, Marcolino e outros deputados que fizeram parte dessa comissão.

O governo, infelizmente, toda vez que questionado e é defendido pelos deputados bolsonaristas, diz o seguinte: “Não, a gente não dá isenção para empresas, a gente dá isenção para setores”.

Levou uma “chapuletada” do Tribunal de Contas do Estado agora, que, aliás, teceu elogios ao governo federal. Eu preciso registrar aqui, mas fazer um parêntese antes do registro: deputado Campetti, desculpe, eu não citei o senhor, que mora lá em Rio Preto, porque o senhor vem em cinco horas.

Bom, eu queria aqui dizer que, na questão das isenções, o governo usa esse argumento, que é uma falácia, até porque o Tribunal de Contas foi lá e disse o seguinte: “O governo federal já dá transparência, indicando quais são as empresas beneficiadas”.

O Governo do Estado, que, aliás, deveria mudar o status quo, deveria ser um governo diferente do que foi o PSDB, repete as práticas dos tucanos, tucanos que foram criticados aqui pelas oposições ao longo dos quatro anos passados, do governo Doria, e depois do seu vice, que assumiu ao final do mandato.

O que diz o Tribunal de Contas? É preciso dar transparência, é preciso informar exatamente quais são as empresas beneficiadas, porque o valor da isenção é muito alto. E pior: a gente não sabe qual é o retorno e os benefícios que essa isenção está trazendo para o Estado.

Os deputados da base continuam concordando com esse absurdo, achando que é normal. Eu sugiro que cada deputado e deputada leia o parecer do Tribunal de Contas, um parecer elucidativo. Aliás, tem uma indicação para a Procuradoria Geral: que avalie impedir que novas isenções possam ser aprovadas por decurso de prazo, ou votadas de forma açodada, sem o debate, sem a discussão. Eu espero até que o governador tome medidas urgentes para acabar com esse tipo de coisa.

A segunda coisa importante que eu queria dizer sobre esse tema ainda: o Tribunal de Contas, ao longo dos anos, dos governos do PSDB e agora, do Tarcísio, que aliás eu nem sei mais se é governo Tarcísio, se é governo do PSDB misturado, até porque o que tem de tucano no governo do Tarcísio é uma coisa impressionante...

A única coisa que ele não pegou dos tucanos foi o jeitinho de apresentar alguma coisa mais ligada ao social. Quando tentou, apresentou um projeto que é pífio. Pífio. Bate bumbo para não ter banda.

Bom, as recomendações do tribunal deveriam já valer aqui para a discussão da LDO. Infelizmente, o governo dá de ombros, mas eu vou insistir com o tribunal. Eu disse hoje a um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, antes deste debate...

O tribunal tem apontado seguidamente esses erros. Eu acho que o tribunal, para além de pedir que a Procuradoria Geral reoriente, deveria dar a transparência necessária, porque eles colocaram um cabresto no tribunal. O tribunal está proibido de divulgar as empresas. Eles só deram para o tribunal com essa condição.

Aí você encontra o secretário de Governo e o argumento é o mesmo. Encontrei mais de um, inclusive aquele que disse que vai acabar com todos os projetos sociais do governo federal.

Esse mesmo que veio aqui o deputado bolsonarista defender o “Bolsa Família”, que aumentou o valor e tal. Vai acabar com todos os projetos. Aí, o que eles dizem? “Não, a gente dá transparência, sim. Está lá, pega lá o anexo.” O anexo não tem transparência, o anexo é de setores.

Bom, esse é um ponto importante e que a gente deveria refletir. Mas por que a gente não vai refletir? Eu me lembro aqui dos outros debates importantes, das privatizações, da entrega da Sabesp e tal. No caso da entrega da Sabesp, tinha 20 milhões de emenda para deputado. Tem deputado assim: “Não pagam as minhas emendas”.

Eu não consigo entender como a base não recebe emenda e vota a favor dos projetos do governo. Talvez devessem seguir um outro líder, um líder mais altivo, mais presente, que pudesse falar assim: “Não, não pagou emenda, não vota nada”. Mas não é assim, não sei por quê. Estou querendo descobrir qual é o motivo.

Bom, o governador tem dito que São Paulo está na direção certa. Eu, sem medo de errar, vou dizer que o risco de São Paulo trombar em um trem é muito grande, porque a direção certa desse governo é o paredão, é o trem, é trombar com gente grande e, infelizmente, prejudicar o Estado.

A gente podia falar aqui de várias áreas. A Educação é outra em que o tribunal apontou problemas. A gente está vivendo um momento triste da Educação do Estado. Se não é a luta da Apeoesp, da Professora Bebel...

Aliás, semana que vem, Professora, com certeza a gente vai ter um plenário cheio para poder votar um projeto que a senhora construiu para poder resolver um problema dos professores que tinha uma defasagem e que precisava ser aprovado.

Então, a gente vai ter aqui 48 deputados da base para votar num projeto fruto da luta da Apeoesp e da professora Bebel. Isso é importante. Por mais que pareça ser contraditório, mas é o diálogo e o debate que constroem projetos importantes para o estado para melhorar a vida das pessoas. Não como esse que ontem foi votado aqui, que o PT votou contrário, que não tem nenhum problema de explicar o tempo todo, porque ele não ajuda os pobres. Ao contrário.

Você, que está nos assistindo: temos um cadastro de 2,4 milhões de pessoas do CadÚnico, que é o cadastro das pessoas que têm alta vulnerabilidade. O Governo do Estado, esse Governo do Estado defendido aqui pelos bolsonaristas, que vem aqui dizer que o governo está fazendo maravilhas, vai entregar obras, vai beneficiar, até 2026, 104 mil pessoas.

Esse mesmo governo que acabou com programas sociais, que reduziu o orçamento da assistência social, vêm aqui deputados fazer uma defesa impressionante quando a gente percebe que o governo Tarcísio só tem entregado as empresas do Estado. E, pior, entregou, guardou o dinheiro, porque podia pagar melhor o salário dos profissionais.

Eu lembro quando fizemos o debate sobre o aumento dos policiais, o deputado Reis, que milita nessa área, acompanhou de perto. A bancada da bala ficou extremamente incomodada, porque o governo fez uma lambança, não falou com os deputados, propôs um aumento para um e tirava do outro. Precisou a bancada de oposição endurecer aqui para poder ter alguma mudança, além da bancada da bala, que foi enquadrada e que estava reclamando.

Bom, para além disso, acho que tem uma outra coisa importante. Estamos vendo os cortes que foram apresentados, apesar do governo Tarcísio, no texto da LDO, elogiar o governo Lula, impressionante, porque elogia, diz que graças à política econômica, 2024 foi um ano positivo.

Por outro lado, vemos aqui os deputados da oposição ao governo federal quererem sempre desdenhar. Eu sugiro, já sugeri isso, e vou terminar, Sr. Presidente, que os deputados pudessem se eleger federais para poder fazer o debate em Brasília, porque eu queria mesmo era fazer o debate aqui com o deputado Altair sobre o Governo do Estado, sobre o que não está fazendo, sobre a proposta de LDO que mandou para cá, que é pífia, é insignificante, sobre programas que não resolvem o problema da pobreza.

E vem aqui o pessoal bater bumbo. Você, que nos acompanha, que tem acompanhado os discursos dos bolsonaristas, não deixe se enganar. Bolsonarista vai tentar criar fake news o tempo todo. É tipo assim: uma viagem que gasta cinco horas, gasta sete, gasta oito.

Muito obrigado, senhor presidente.

O senhor sabe que eu vou seguir aqui a regra que o senhor propôs.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado. Dando sequência aos oradores, tem a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Uma breve comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos para Vossa Excelência.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Não, só primeiro agradecer ao deputado Paulo Fiorilo, por dizer que quer me ver em Brasília, eu agradeço por isso, eu também quero me ver lá. Então, já posso dizer que eu sou pré-candidato. Obrigado, Paulo, pelo seu apoio. Vou estar lá em Brasília.

E quero dar uma resposta ao deputado Maurici, que falou sobre um ministro que tem e tal, que a gente sabe, e ele sabe também, claro, que isso já é acordo há muito tempo, porque esse ministro vem do governo Lula, eles têm uma grande amizade, então ali foi uma cota pessoal, não uma cota partidária.

O deputado Maurici, que é um homem inteligente, sabe muito bem o que é isso, e diz que a gente é leão aqui e gatinho lá, eu respondo por mim aqui, eu sou leão aqui e em qualquer canto, deputado. Entendeu? Agora lá, eu não posso responder por lá, eu respondo por aqui, aqui eu sou leão, não tenha dúvida disso.

Outra coisa que eu queria falar também é em relação ao deputado Reis, que estava reclamando porque apresento programa de televisão, tenho DRT em jornalismo, RTB, eu não sei se é inveja que ele tem da gente por estar no “Cidade Alerta”, graças a Deus, Deus abriu essa oportunidade.

Não sei se é inveja do deputado Reis ou se é porque ele não gosta de trabalhar. Porque ele diz assim: “Como é que pode o cara ter dois empregos?” Que bom. Que legal que tem dois empregos. É bom que a gente possa trabalhar, tenha dois empregos, tenha uma condição de ter dois empregos. Tem gente que não tem um emprego só, eu não sei se é inveja ou é que não gosta de trabalho.

Mas eu estou aqui deixando a minha opinião em relação a isso, respeitando todos os deputados, é claro. Então, deputado Reis, trabalho sim, graças a Deus, no “Cidade Alerta”, o senhor pode assistir, fique à vontade.

Eu entro todos os dias a partir das cinco horas, até oito da noite. Por sinal, amanhã, quinta, sexta e sábado a gente vai estar no programa “Cidade Alerta”, na Rede Record de Televisão. O senhor pode assistir também, fique muito à vontade.

Agora, não reclame, porque um deputado, ele tem o direito legal, direito legal. Isso não é inconstitucional, isso é um direito legal, e o deputado sobe aqui e me critica porque a gente apresenta um programa de televisão. Não estou entendendo. Não sei se é inveja, mas se é inveja eu vou orar para o senhor um dia ter um programa também.

Obrigado.

 

O SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos para uma comunicação, depois o deputado Dr. Jorge do Carmo tem a palavra.

 

O SR. REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Não, para responder ao deputado Altair, que não tenho inveja nenhuma dele. Eu só disse que ele tem muito dinheiro e que ele não tem problema de pagar imposto, de pagar IOF. Então, ele ficou muito contente porque derrubou o decreto, porque ele não vai precisar pagar mais. Mas foi isso que eu quis dizer, que em relação aos pedreiros, aos carpinteiros, aquelas pessoas que ganham R$ 1.200,00 por mês, porque o salário é R$ 1.500,00, mas tem desconto, ele leva R$ 1.200,00, R$ 1.300,00 para casa, essa pessoa, para ela tanto faz, porque ela não está nesse rol.

Então obviamente que para se produzir políticas públicas, para se garantir políticas públicas, você tem que ter recurso. Ou seja, quem tem muito paga mais. Quem tem pouco paga pouco, quem não tem não paga nada. Essa é a tese que busca fazer justiça. Então aqueles que ganham bem, que têm um bom salário, é bom que eles possam contribuir.

Depois, eu quero dar os parabéns porque ele é um excelente apresentador de televisão. Eu só vejo às vezes alguma incompatibilidade com o horário de serviço e o horário da televisão, porque já aconteceu de nós estarmos em sessão aqui e ele está lá apresentando.

E eu vejo isso incompatível, porque, veja, nós estamos aqui até agora. Já pensou? É horário de trabalho. É horário de trabalho. Então, ele tem que atentar para essa questão da compatibilidade, porque isso pode ser, sim, considerado uma improbidade administrativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente. Uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só rapidamente para esclarecer o deputado Paulo Fiorilo pelo tempo de deslocamento até aqui. Para quem conhece ali o Washington Luís sabe que ela está em obras e sabe o trânsito que é causado pelas obras.

O deputado Danilo Campetti e o deputado Valdomiro estavam também em Rio Preto no mesmo local que eu, só que pegaram uma carona no avião do governador. Eles vieram com o governador, então por isso chegaram aqui muito mais cedo que este deputado. Eu?

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Você foi preterido.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Não. Eu fui de carro, eu fui de carro com a nossa assessoria e não tinha vaga no avião para este deputado, e voltei de carro. Então, não tem problema. Não tem, não tem problema, não tem problema nenhum.

Mas fiz todo o esforço possível para estar aqui, para estar presente aqui, dar quórum, registrar a presença, tentar fazer aqui a discussão. Então, por mais que, como V.Exas. aqui, da bancada do Partido dos Trabalhadores, digam que o este deputado foi preterido no voo, fiz o possível para estar aqui e votar o projeto do Sr. Governador.

E olha só, o deputado Fiorilo questionou: "Ah, eu não entendo porque eles não recebem emenda e votam com o governo.” Não recebi nenhuma emenda voluntária este ano. Nenhuma, zero. Até agora, zero. E mesmo assim, fiz esse esforço possível para estar aqui, para dar o quórum e mais uma vez votar com a base aliada ao governador Tarcísio.

Então, só explicando, porque assim, ele pergunta: "O deputado veio de jegue?” Olha, se a gente for entrar na discussão do jegue, problemático. Sei que vai, vou acabar sendo censurado por isso, mas não, não vim de jegue, vim com a viatura que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo fornece a cada um dos Srs. Deputados.

Foi isso.

 

A SRA. CARLA MORANDO - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, presidente, só para fazer também um comunicado bem rapidinho.

Eu só quero colaborar com a fala dos nossos colegas aqui sobre a questão do aumento de impostos de dois anos de PT, que foram impostos ou que mudaram ou que acrescentaram, mas a cada 37 dias a gente teve um aumento de imposto. E durante dois anos o governo do Lula arrecadou mais de 170 bilhões de reais.

Então, não faz sentido ter mais impostos e que, sim, acaba impactando em toda a classe média do nosso País.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tivemos a última oradora agora na comunicação, Marcolino, depois o Dr. Jorge do Carmo.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, a questão de impostos, de tributação, não sei se o conjunto dos deputados tem acompanhado a discussão da reforma tributária. Nós estivemos com o secretário nesses últimos dias aqui, prestando contas na Comissão de Finanças e Orçamento, e no final da audiência com o secretário nós fomos conversar um pouco hoje com ele sobre a reforma tributária.

E a adequação que está sendo feita ou proposta pelo ministro Haddad lá em Brasília trata, pelo menos, de duas ou três adequações entre os pontos que estão sendo apresentados.

Foi conversado com os governadores, com os prefeitos, porque, agora, no ano de 2025, 26, 27, até 2028, a adequação da reforma tributária para dialogar, do impacto da receita com os municípios e o estado, depende da adequação da arrecadação nesse período. As propostas que foram apresentadas foram dialogadas com os governadores, com a base de todos os partidos, justamente para adequar inclusive na questão tributária.

Então hoje a gente ouve aqui alguns deputados questionarem o movimento que tem sido feito não só em relação ao IOF, mas à adequação da cobrança das “fintechs”, das cobranças das bets, que está sendo debatida em Brasília.

Isso vai aumentar a arrecadação do Governo do Estado de São Paulo, vai aumentar a arrecadação dos municípios. Você adequa uma cobrança de imposto de renda tanto para o estado quanto para o município, tanto das “fintechs” quanto em relação às bets, que vai gerar, pelo menos, mais 21,5% de distribuição do imposto de renda para o estado e para os municípios.

Então seria importante, depois, que V. Exa. conversasse com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo sobre o debate que está sendo feito em Brasília. Porque vai beneficiar o estado de São Paulo, vai beneficiar os municípios, vai ter mais recursos do imposto de renda para esses segmentos, cobrando das “fintechs” e cobrando das bets.

Então acho que é importante o pessoal acompanhar, não é só um debate de IOF, é um debate de estruturação da arrecadação do Brasil, que vai melhorar o estado e o município, porque vai calcular a questão dos impostos do município e do estado nos próximos três anos, que é o que vai fazer a base da contribuição dos estados à reforma tributária para os próximos anos.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, os acordos que nós fizemos com as lideranças, todos os líderes, V. Exa. também, eram de que nós estaríamos encerrando hoje a votação da LDO, e ficaria para a próxima semana a redação final.

Uma vez fazendo a redação final, esta Casa - os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas - estaria apta a entrar em recesso. É o que o Regimento diz, o que o Regimento fala para a gente.

Uma vez que hoje, pelo adiantado da hora, nós temos ainda 15 ou 16 minutos de sessão, provavelmente nós não vamos conseguir votar essa LDO na data de hoje. Não sei se V. Exa. vai chamar sessão amanhã, quinta-feira, deliberativa ou não. Uma vez não chamando, manteremos o acordo para terça-feira.

A minha pergunta, primeiro, presidente, é: uma vez não votando e não fazendo a redação final, aí os trabalhos continuam sem recesso.

Correto, presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Correto, líder. Enquanto não votar a LDO, redação final, não terá recesso.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ok. Então provavelmente nós estamos caminhando para votar a LDO apenas no dia primeiro. Acho que terça-feira, dia primeiro.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Terça-feira.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Terça-feira, dia primeiro.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Este presidente vai colocar na primeira extraordinária, novamente, a LDO.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ok, presidente. Só mais uma questão para eu encerrar a minha fala aqui. Uma vez não conseguindo também, não havendo quórum para que a gente vote essa LDO, vamos trabalhar até votar, tendo quórum. Uma vez não tendo, os deputados que não comparecerem, não assinarem a lista, ainda não estaríamos em recesso em julho. Não assinando a lista, todos esses perderão o seu dia, presidente? Serão descontados?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim, é dia normal. Se não entrar em recesso, as sessões continuarão normalmente.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Então, se não assinar a lista, todos aqueles que não assinarem, independentemente de qualquer coisa, terão falta.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O Regimento é bem claro, só entra em recesso a partir do momento que se vota a LDO.

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito obrigado, presidente. Era a minha questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, Sr. Presidente. Boa noite, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Hoje a gente esticou aqui bastante. Que bom que a gente conseguiu falar, todos os deputados e deputadas, ainda tem deputados inscritos para falar, mas, infelizmente, não vai dar tempo nesta sessão extraordinária.

Mas é que mudou muito o tema, a gente queria discutir a LDO, mas o deputado Gil Diniz mudou o tema desta sessão extraordinária, aí, por isso, perdeu-se bastante tempo. Como disse V. Exa., acabamos mudando, e até palavras ofensivas aqui, infelizmente, ocorreram.

Mas sobre a LDO, que é o tema para que esta sessão extraordinária está convocada, que é o Projeto de lei nº 412, de 2025, todos nós sabemos das falhas dessa Lei de Diretrizes Orçamentárias. Estou falando lei porque certamente o governador vai sancionar.

E aí, quando a gente vê que falta investimento no social, que tem cortes em todas as áreas que a gente gostaria que o projeto “SuperAção”, que foi aprovado ontem aqui, pudesse repor, isso é o que não aconteceu, e nem vai acontecer. Então, é por isso que a gente não vai deixar de fazer críticas à LDO.

Pondo alguns pontos. Pontos aceitos, de emenda do Partido dos Trabalhadores, que foi aqui também questionado, porque o PT foi o partido que mais apresentou emendas, e mais foram aprovadas. Que bom. E foram acolhidas pela deputada relatora, deputada Solange de Freitas.

Vamos lá. Universidades - incorporou a expressão “no mínimo” para 9,57% da cota-parte do ICMS para universidades.

Dois: alterações orçamentárias de forma justificada. Recurso do Tesouro para o Iamspe. Importante. A gente sempre discutiu aqui a importância de ter recurso para o Iamspe, porque o Iamspe é a previdência do funcionário público. E é muito importante.

Eu já nos vi destinando recurso para o Iamspe, porque muitas vezes é cortado. O governador Doria fez isso aqui. O funcionário público paga o Iamspe, e ele retirava. Isso é muito ruim.

Outro ponto importante: transparência na execução orçamentária do Estado nos dados do Portal de Transparência.

Item cinco: preferência para contratação de operações de crédito, empréstimo a entidades nacionais. Transferência de dados da dívida pública. Normas para a reestimativa da receita de despesas e garantias, da previsão dos dados de receita corrente líquida do Orçamento de 2026, que ajuda no cálculo do valor das emendas impositivas, que também é um outro item importante, que nós sempre fizemos questão de ajustar na LDO.

Ainda foram aprovadas emendas de metas físicas para Saúde. Depois daquilo que foi feito aqui - corte da Educação -, sob a justificativa de que o recurso, os 11,3 bilhões que foram cortados da Educação, ia para a Saúde, e todo mundo sabe que não foi.

E se não foi, esta Casa tem a obrigação de primeiro reconhecer que erraram os deputados e deputadas que votaram essa atrocidade que foi o corte do recurso para a Educação, sob a farsa e a desculpa de que iria para a Saúde, e que não foi. E agora a gente tem que ajustar isso aqui na LDO.

Recurso para Habitação - acho importante. A Habitação deste Estado, como diz aquele programa “Casa Paulista”, ele coloca um valor pífio, um valor mínimo para Habitação. E o restante é complementado pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, muitas vezes tão criticado aqui pelos colegas deputados e deputadas. Mas é importante colocar esse recurso, sim.

E outro ponto importante: a proteção da criança e adolescente e dos idosos. Porque todos nós, esta Casa tem a obrigação de colocar recursos para a questão dos idosos e para a questão da criança e adolescente.

Agora, tem os pontos que não são nada positivos. Pontos importantes que não entraram no relatório da LDO, mesmo sendo apresentadas diversas emendas pelos deputados e deputadas do PT. Apesar de terem sido tantas emendas acolhidas, outras tantas não foram acolhidas, nem também pelos deputados de outros partidos.

Um: redução dos 50% dos restos a pagar, das emendas impositivas. Isso é um item que deveria ter sido incorporado.

Dois: redução dos prazos para tramitação das emendas impositivas. Também seria importante. O deputado Luiz Claudio Marcolino colocou muito bem essa questão aqui, que foi exaustivamente discutida na Comissão de Orçamento e não foi incorporada.

Item três: desvinculação dos recursos da Fapesp. Também deveria ter sido incorporada e não foi. Porque os deputados e deputadas não acharam importante votar isso no congresso de comissões.

Item 4 - Demonstrativo próprio da aplicação de 5% dos recursos para a Saúde e Educação. Porque, como disse aqui, mencionei anteriormente, 5% foi reduzido da Educação e o que importa num rombo de 11,3 bilhões por ano de corte da Educação e que não foram para a Saúde.

Item 5 - Transparência da renúncia da receita de inclusão dos beneficiários que recebem gastos tributários. Esse é outro item também que não foi incorporado e deveria porque isso era uma proposta também nossa. Revisão salarial para os funcionários públicos. Olhe quantas vezes a gente brigou aqui para que os funcionários públicos tivessem revisão salarial. Aliás, tem até o vale-coxinha aqui que nunca se reajusta.

E deputados, o nosso ex-líder do Governo aqui, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor, que era o líder do Governo, nós conversamos sobre essa questão do reajuste do funcionário público e também do reajuste do benefício, do chamado vale-coxinha, ou seja, do vale-refeição, que até hoje é uma vergonha para os servidores públicos que tanto clamam aqui nesta Casa para que nós votemos, mas o governador, por ser prerrogativa do governador, ele não manda para esta Casa, ele não manda esse projeto para esta Casa.

Porque se mandasse, a gente teria o maior prazer de votar e aprovar esse recurso que seria importante para os servidores públicos. Demonstrativo dos saldos de todos os fundos especiais de despesas e financiamento. Outro item que também não foi incorporado. Emendas impositivas, consulta à Alesp para remanejamento.

Item 9 - Prevê que a LOA terá disposições claras sobre a estimativa de receita, sobre o plano da Lei Orçamentária e transparência dos fundos. Nunca é demais a gente ter transparência e poder saber que a lei tem que ser clara, transparente. Reforma tributária prevê que o Executivo altere a legislação tributária para cumprir o dispositivo da reforma tributária sobre progressividade de imposto de IPVA e ITCMD.

Essa é outra meta também que nós gostaríamos que estivesse incorporada e não está. Reforma tributária, transparência sobre os fundos de compensação de benefícios fiscais e financeiros fiscais. Outro item que seria muito relevante se tivesse sido acolhido aqui. Por essas razões, Sr. Presidente, é que todo ano é assim.

A gente tem a oportunidade de ir na LDO, que é a lei que aponta diretrizes para o Orçamento, a gente fazer as correções, a gente fazer os apontamentos, apresentar as diretrizes para que o Orçamento no final do ano que nós vamos aprovar aqui, ele seja um Orçamento justo, ele seja um Orçamento que atenda as necessidades do público, do munícipe, do paulista, aquele que paga tanto imposto aqui, mas infelizmente não é isso que acontece.

Então, quando chega no final do ano, a gente vota contra a Lei de Diretrizes e a gente vota contra também no Orçamento. Por quê? Porque nós não concordamos com a forma como ele é apresentado. E aí, este Parlamento que tem o direito de colocar emendas, de fazer sugestões, de melhorar o nosso projeto, e aí as nossas propostas não são acolhidas.

E muitos dos deputados e deputadas que são da base do governo, muitas vezes também não fazem esse embate, não fazem esse debate aqui na tribuna, não fazem essa discussão nas comissões, porque não acham importante. E aí, que justificativa nós vamos apresentar para as pessoas que reclamam da Saúde, da Educação, da Mobilidade, das políticas que faltam para o nosso Estado?

Porque na hora de apontar aqui na Lei de Diretrizes Orçamentárias, na hora de aprovar as diretrizes para que o Orçamento seja melhor elaborado, para que o Orçamento possa atender o clamor e as necessidades do nosso munícipe, do nosso público, das pessoas que dependem de nós, que temos aqui a obrigação, a prerrogativa e o papel de discutir o Orçamento, isso eles não fazem.

Então, é uma crítica que nós fazemos à oportunidade que nós temos. Porque aí os deputados e deputadas aqui que são governistas, muitas vezes falam: "Vocês votam contra, porque vocês são contra o progresso, vocês são contra o governo".

Não é que nós somos contra o governo, nós somos contra as malvadezas, nós somos contra as perversidades, aquilo que... Temos um Estado rico, mas mal distribuído o seu Orçamento, um Orçamento de 372 bilhões, o maior orçamento estadual do Brasil e nós não temos a melhor distribuição.

Na hora de a gente apresentar aquilo que precisa ser melhor distribuído, o Orçamento, isso não é feito, e aí não tem a menor condição de a gente votar favorável. Por isso que a gente discute aqui. E aí o deputado Gil Diniz disse assim: “vocês fazem acordo”. Não fizemos acordo para a gente não discutir, porque discutir é uma coisa que nós gostamos de fazer.

Se, evidentemente, se a base governista gostasse de discutir e de melhorar, que é o papel do Parlamento, certamente esse projeto de lei, a Lei de Diretriz Orçamentária sairia melhor, seria aprovada com mais consistência, seria aprovada com mais responsabilidade, deputada Professora Bebel, para que a gente não tivesse que, quando chegar no fim do ano, votar de novo contrário ao Orçamento.

Porque nós não votamos contrário porque nós somos contra tudo, nós votamos contrário porque não atende, não aponta a distribuição de forma correta, de forma equânime, de forma justa, para que a gente não possa ter tantas distorções. Porque o Estado é rico, mas o povo é pobre. Agora, quando o governador apresenta aqui um plano, um projeto pífio de “SuperAção”, de superação de quê?

Se tem oportunidade no orçamento e na Lei de Diretriz Orçamentária de melhorar isso, de resolver isso, e apresenta cortes no social, não faz nenhum investimento no social, e aí acha que um programa que não diz nada com nada, a gente vai ter que votar a favor? Votamos contra sim. E votaríamos de novo, porque nós não votamos aqui só porque é um projeto que beneficia... Beneficia meia dúzia, muito poucas pessoas.

Então não dá para aprovar aquilo que nós não concordamos. E nós temos argumentos para justificar na sociedade. Quando nós votamos contra um projeto como esse que foi aprovado ontem aqui, quando nós votamos contra a Lei de Diretrizes Orçamentárias e quando nós votamos contra o Orçamento, a Lei Orçamentária todo ano, porque a gente aponta as falhas, a gente apresenta as ideias, a gente apresenta as emendas e boa parte delas, ou quase todas, são rejeitadas.

Porque escolhe-se um relator, uma relatora, e simplesmente é para homologar o que o governador apresenta. Nós não queremos aqui homologar o que o governador apresenta. Queremos é votar e discutir o que tiver nesta Casa para ser melhor para o povo paulista.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Dr. Jorge do Carmo, infelizmente terei que interromper a V. Exa. Vou preservar o tempo de V. Exa., 55 segundos, para a próxima sessão que for pautada esse projeto, devido à nossa sessão ter finalizado às 22 horas e 22 minutos.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - A gente queria mais uma sessão extraordinária hoje, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Se fosse possível, convocaria, mas, infelizmente, temos que nos ater a duas sessões.

Nada mais havendo a tratar, está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 23 minutos.

 

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