
10 DE OUTUBRO DE 2025
141ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h13min. Comenta visita à Escola Municipal Tibério Justo da Silva, em São Roque. Critica o PL 87/25. Defende a gestão democrática no ensino público. Clama por diálogo das autoridades municipais com o magistério. Exibe matéria jornalística sobre o tema. Manifesta-se contrário ao PLC 9/25. Ressalta a importância dos institutos de pesquisa. Anuncia vídeo do Instituto Agronômico de Campinas, sobre cafeicultura. Lamenta o confisco na remuneração de aposentados e de pensionistas. Informa andamento processual sobre a causa no STF. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 13/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h31min.
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ÍNTEGRA
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Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
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Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
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O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Antes de dar início, aqui, à lista dos
oradores inscritos, eu gostaria de dizer que recentemente eu estive na cidade
de São Roque, conversando com a comunidade escolar da Escola Municipal Tibério
Justo da Silva, e fiquei chocado com o que ouvi.
Primeiramente, a Prefeitura aprovou
recentemente, na Câmara Municipal, um projeto de lei, o Projeto de lei nº 87,
de 2025, criando uma escola de tempo integral no mesmo bairro. O fato é que as
crianças dessa escola, Tibério Justo da Silva, serão transferidas para essa
nova escola, e não houve nenhum debate com a comunidade escolar.
Não houve diálogo, não houve o respeito
a um princípio garantido pela Constituição Federal, pela LDB... Que, na
verdade, é um princípio constitucional, que é o princípio da gestão democrática
da escola pública.
E esse princípio foi e está sendo
desrespeitado pela Prefeitura, pela Secretaria da Educação, que está
tripudiando a gestão democrática e, sobretudo, prejudicando os professores e as
professoras, que lecionam nessa escola há muitos anos, professores e
professoras em geral concursados, que foram avisados em cima da hora, foram
desprezados na sua carreira.
Alguns deles acumulam cargos, têm
dificuldade de fazer uma remoção para uma outra escola, serão injustiçados até
no processo de remoção. Enfim, não houve nenhuma preocupação, nenhum cuidado,
nenhuma empatia da Prefeitura, da gestão e da Secretaria da Educação com a vida
funcional dessas professoras e professores.
Repito, que lecionam há muitos anos na
Escola Municipal de Ensino Fundamental Tibério, lá no bairro do Mailasqui, uma
região mais afastada, uma região onde tem uma população mais carente, essas
professoras estão lá há muitos anos fazendo um trabalho importante com a
comunidade escolar.
Então haverá a quebra do vínculo dessas
professoras e professores com os alunos, com os pais, com a comunidade - está
revoltando a comunidade - e um prejuízo muito grande do ponto de vista
funcional, do ponto de vista da carreira, do ponto de vista salarial para essas
professoras.
Agora, o que eu estranhei também é que
esse projeto de lei foi aprovado em uma segunda, em uma manhã na verdade, a
votação ocorreu às nove horas da manhã. É estranho, porque, normalmente, as
câmaras municipais funcionam à noite em caso... Principalmente quando é um caso
como esse, que vai mexer na vida escolar de uma comunidade.
E é importante que as sessões sejam
realizadas à noite, sobretudo no interior, de tal forma que a população possa
participar, possa acompanhar, mas fazer uma sessão em um dia de semana, às nove
horas é, no mínimo, estranho.
Então, queria aqui fazer um apelo à
Prefeitura, ao prefeito de São Roque para que reveja essa perversa e cruel
decisão, de não dialogar com as professoras da escola, em não respeitar a
gestão democrática e buscar uma saída que seja justa para o magistério
municipal dessa escola, que os professores não sejam prejudicados e nem a
comunidade escolar, porque, repito, não houve diálogo. Eu recebi várias
informações nesse sentido, nas conversas que realizei aí em São Roque.
Então, fica aqui o nosso apelo e a
nossa exigência para que a Prefeitura busque alternativas de tal forma que não
haja nenhum tipo de prejuízo para as professoras e professores.
E para isso, tem que dialogar com os
professores, isso não aconteceu, por isso que nós estamos tendo essa gravíssima
crise aí na cidade de São Roque. E se nada for feito, nós vamos tomar
providências aqui pela Assembleia Legislativa.
Inclusive, tem a matéria aqui publicada
no jornal da região - o “Jornal da Economia”, que é o jornal que atende lá
várias cidades -, mostrando essa crise que eu estou apresentando aqui, para que
as pessoas acompanhem e cobrem o prefeito de São Roque.
Quero ainda, antes de fazer aqui o
encerramento da nossa sessão, dizer que nós estamos aqui ainda lutando,
bastante, para impedir a aprovação do PLC 9, o projeto de lei que acaba com a
carreira dos pesquisadores do estado de São Paulo. Infelizmente, o governador
Tarcísio-Bolsonaro, que é um governo anticiência, antieducação, anticultura,
apresentou esse projeto para destruir a pesquisa e a ciência do estado de São
Paulo.
É um governo que está devastando o
nosso Estado em várias áreas e sobretudo agora, também, na área da Ciência,
porque os governos de extrema direita, os governos protofascistas odeiam a Ciência,
odeiam a pesquisa, odeiam a Educação, odeiam a Cultura. Então, nesse diapasão,
o governo ataca quem? Os pesquisadores e as pesquisadoras do estado de São
Paulo, bem como os institutos de pesquisa.
É grave essa situação, nós estamos aqui
lutando para que o projeto seja derrotado, não seja aprovado. Porém, o governo
tem maioria e já houve a discussão do projeto, não há mais tempo de discussão.
Na próxima terça-feira haverá o encaminhamento apenas das lideranças
partidárias.
Nós vamos continuar, logicamente,
obstruindo de todas as formas regimentais, mas quero fazer um apelo, mais uma
vez, à base do Governo, para que não seja cúmplice desse crime, desse ataque
terrorista contra a ciência e contra a pesquisa do estado de São Paulo, que
corre um sério risco caso esse projeto seja de fato aprovado.
Tenho aqui um vídeo muito interessante
que foi apresentado pela presidente da APQC, Associação dos Pesquisadores do
Estado de São Paulo, a Dra. Helena Dutra, resgatando um vídeo que foi
apresentado na grande imprensa, no “Jornal Nacional”, sobre a importância dos
institutos de pesquisa do estado de São Paulo e aqui ilustrando com o exemplo
do Instituto Agronômico de Campinas, o IAC, que tem pesquisa de ponta com
reconhecimento internacional, sobretudo nessa área do café.
Quero mostrar aqui esse vídeo que ela
apresentou, para convencer aqui, para chamar atenção dos deputados e deputadas
da base do Governo, que estão insistindo em caminhar para o abismo junto com o
governador “Tarcísio Bolsonaro” nessa cruzada contra a ciência e contra o
desmonte da pesquisa do nosso estado nas várias áreas, na área da agricultura,
na área da Saúde Pública, na área do Meio Ambiente.
Então, vamos apresentar esse vídeo
primeiro.
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- É exibido o vídeo.
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Bom, esse exemplo que a presidente da
APQC trouxe, a Helena Dutra, é só de um instituto. Isso vai acontecer em todos
eles, nos 16 institutos de pesquisa do estado de São Paulo, nas mais variadas
áreas. Vamos ter um retrocesso jamais visto, porque o PLC 09 acaba, na prática,
com a carreira dos pesquisadores científicos do estado de São Paulo.
Por isso, é muito importante que a
população pressione os deputados da base do Governo, pressione o governador,
pressione o secretário da Agricultura, para que o projeto seja retirado imediatamente,
porque, caso ele seja aprovado, o prejuízo será indizível aqui para o estado de
São Paulo.
Vamos perder toda essa pesquisa, toda
essa história, todo esse conhecimento que nós temos, todas essas credenciais
históricas na área da Pesquisa Científica. Então, vamos derrotar o PLC 9. Ele
tem que ser retirado daqui imediatamente. Então, na terça-feira, grande
mobilização aqui na Alesp para impedir essa votação.
Quero ainda dizer que nós continuamos a
nossa luta aqui em defesa dos aposentados e pensionistas do estado de São
Paulo. Estamos trabalhando em duas frentes. A primeira delas é para que haja a
devolução do confisco que durou dois anos aqui no estado de São Paulo.
Durante dois anos, na gestão
Doria/Rodrigo Garcia, houve o confisco de aposentados e pensionistas por conta
da reforma previdenciária do governo Bolsonaro, que ocorreu em 2009.
Aí o Doria regulamentou em 2020 e, em
seguida, baixou um decreto confiscando as aposentadorias e pensões de quem
ganhava abaixo do teto do INSS, prejudicando mais de 600 mil aposentados e
pensionistas. Nós fizemos um amplo movimento no estado de São Paulo, com a
participação ativa e determinante das “twitteiras”, das aposentadas, que foram
ao Twitter, nas redes sociais, das entidades representativas do Magistério.
E depois de muita luta, eu apresentei
aqui o PDL 22, que mobilizou bastante o Legislativo. E, no final, houve um
acordo, foi apresentado um projeto, nós aprovamos o projeto acabando com o
confisco aqui na Assembleia Legislativa, no estado de São Paulo. Na verdade,
através da aprovação de um projeto que foi assinado por todos os deputados, os
94 deputados e deputadas aqui da Assembleia Legislativa, e nós derrotamos.
Agora a nossa luta é para que haja
devolução do confisco, do dinheiro confiscado durante os dois anos. Eu
apresentei um projeto de lei que está tramitando nas comissões, já passou na
primeira e principal comissão, que é a Comissão de Constituição e Justiça.
Mas, ao mesmo tempo, há um julgamento
no Supremo Tribunal Federal, no STF, de algumas Adins, que versam sobre essa
inconstitucionalidade. O julgamento já começou e quase todos os ministros e
ministras já votaram.
Inclusive, nós já temos, em tese,
maioria para derrotar o confisco, para julgar inconstitucional confiscar
aposentadorias e pensões de quem ganha abaixo do teto do INSS. Ficou faltando
só um voto, praticamente, do ministro Gilmar Mendes, que pediu vista. Ele
devolveu já, só que o julgamento não entrou ainda na pauta novamente.
E teve uma
mudança agora na Presidência do Supremo. Era o Barros, agora entrou o Fachin. O
Fachin acabou de assumir e o Fachin deu um voto também contra o confisco. Ele
está do nosso lado, do lado dos aposentados.
Então, a nossa luta agora é para que
seja realizado o julgamento, que seja retomado o julgamento para que nós
possamos ter essa vitória já praticamente garantida, embora os ministros possam
ainda mudar de voto - é possível isso. E prefeitos e governadores estão indo lá
no Supremo fazer lobby, pressionando, tentando convencer os ministros a mudar
os votos, mas me parece que não aconteceu.
Eles não conseguiram ainda convencer.
Nós também estamos indo, através do nosso Coletivo Educação em Primeiro Lugar,
junto com a deputada federal Luciene Cavalcante, junto com o vereador Celso
Giannazi. Nós já tivemos várias reuniões com vários ministros do Supremo,
mostrando a eles a injustiça que é confiscar aposentadorias e pensões.
Então, nós estamos fazendo essas duas
mobilizações. Uma aqui na Alesp para aprovar o nosso PL, que devolve o que foi
confiscado na gestão Doria, e a outra gestão é conversando com os ministros no
Supremo Tribunal Federal. Porque a partir do momento que o Supremo julgar que é
inconstitucional, fica mais fácil para a gente obrigar o governo estadual a
devolver o que ele confiscou durante os dois anos.
E aqui na Capital nós lutamos também
para derrubar o confisco, porque ele continua, porque o prefeito Ricardo Nunes
está confiscando em 14% todos os aposentados pensionistas. São mais de 100 mil
pessoas sendo confiscadas na Capital. Então, nós estamos na luta lá na Câmara
Municipal para aprovar o PDL 92, do vereador Celso Giannazi, que revoga também
esse confisco.
Então, na Prefeitura de São Paulo, a
situação é pior, porque lá ainda nem foi levantado o confisco. Ele existe
ainda. E depois haverá, com certeza, a luta, após o fim do confisco, para a
devolução. Mas aqui no Estado nós estamos mais adiantados, porque nós já
derrubamos o confisco.
Agora nós queremos devolver os valores
roubados e assaltados dos 600 mil aposentados e pensionistas. Então, essa é a
nossa luta aqui em defesa dos direitos e da dignidade dos aposentados e
pensionistas do estado de São Paulo.
Esta Presidência cumprindo, então,
determinação constitucional, adita à Ordem do Dia, com o Projeto de lei nº 889,
de 2019, vetado. E, havendo acordo de lideranças, antes de dar por levantados
os trabalhos, convoco Vossas Excelências para a sessão ordinária de
segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 31
minutos.
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