11 DE ABRIL DE 2023

17ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: PAULA DA BANCADA FEMINISTA, GILMACI SANTOS e CONTE LOPES

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência.

        

4 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.   

        

6 - ANDRÉA WERNER

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

11 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

14 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Eduardo Suplicy).

        

16 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Tece comentários aos pronunciamentos dos deputados Donato e Eduardo Suplicy.

        

17 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - RÔMULO FERNANDES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - SOLANGE FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - PROFESSORA BEBEL

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

22 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

23 - SIMÃO PEDRO

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

24 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

25 - DR. EDUARDO NÓBREGA

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

26 - SIMÃO PEDRO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

27 - SIMÃO PEDRO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

28 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 12/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Paula da Bancada Feminista.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Os oradores inscritos no Pequeno Expediente de hoje, deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, saúdo aqui a nossa Presidência em exercício, deputada Monica, hoje, Srs. Deputados, nós tivemos uma grande atividade dos movimentos de moradias da cidade e da Grande São Paulo, a qual a União dos Movimentos de Moradia de São Paulo... nós iniciamos um ato que saiu da Praça Ramos de Azevedo em direção à CDHU, apresentando uma pauta de reivindicação dos movimentos.

Primeiro, tratando dos cem dias do governo Tarcísio, que pouco se fez em relação à habitação do estado de São Paulo. Então, aqui é uma carta endereçada ao governador Tarcísio de Freitas, também ao secretário de Habitação, Marcelo Branco, entregue hoje na CDHU. Então, está aqui:

“A União dos Movimentos de Moradias da Grande São Paulo e Interior, UMM-SP, é uma organização que há 35 anos reúne movimentos de moradia do estado de São Paulo, das diversas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e Baixada Santista, e diversos municípios no interior do Estado.

Atuamos junto às famílias sem-teto, favelados, encortiçados, moradores de área de risco, mutirantes na luta pelo direito à moradia e à cidade. Nesse sentido, queremos apresentar um conjunto de propostas e reivindicações abaixo a essa nova gestão, ao governo do estado de São Paulo.” Tantas reivindicações apresentadas aí para o governador.

“Primeiro, construir políticas articuladas na área de Habitação, que apresenta quais são as propostas em cada uma das regiões do Estado. Recuperar o papel da CDHU como agente central da execução da política de habitação do estado de São Paulo.”

O governo passado trabalhou numa perspectiva de privatizar a CDHU no estado de São Paulo e, aqui, a proposição para que ela seja fortalecida para a construção de moradias do interesse social no estado de São Paulo.

“Terceira: criação de um programa de produção habitacional por autogestão.” A União já apresentou a Lei 9.142/95 para que fosse feito um projeto de condição de habitação por autogestão. Hoje nós temos vários movimentos na cidade de São Paulo, na Grande São Paulo, que já atua com autogestão, com vários empreendimentos e com várias unidades já entregues no estado de São Paulo. “Uma política, um fundo e um Conselho Estadual de Habitação”. Então é importante que exista, por parte do Governo do estado de São Paulo, um fundo, um recurso para construção dessas habitações.

Na cidade de São Paulo hoje já criamos o “Pode Entrar”. O “Pode Entrar” tem recurso no orçamento municipal para a produção de moradia de interesse social, e queremos construir esse mesmo procedimento aqui no estado de São Paulo, inclusive com um fundo e um Conselho Estadual de Habitação. A condição do sistema estadual cidades.

Outro ponto e sexto item: “aportes estaduais para empreendimentos do ‘Minha Casa, Minha Vida’ e entidades que têm alguns empreendimentos apresentados: Martin Luther King; Dorothy Stang; Jerônimo Alves; Milton Santos; Santa Zita; Santa Sofia; Santa Teresinha; Major, lá em Limeira; Muro Azul, em Americana. Novos empreendimentos seriam selecionados na retomada do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Uma parte já foi retomada agora com a gestão do presidente Lula, mas tem ainda empreendimentos a serem executados.

“Construir uma política de despejo zero no estado de São Paulo, para uma política de urbanização de favelas e regularização fundiária. Programa para cortiços e moradia nas áreas centrais.

Enfrentamento ao risco de mudanças climáticas” - tem aqui uma série de propostas em relação a esse item. “Atendimento aos idosos” - nós reivindicamos atendimento a famílias de idosos em todos os programas do governo estadual, respeitando o Estatuto do Idoso - “e a ampliação das Vilas de Dignidade.”

“Conjuntos da CDHU” - então aqui reivindicamos um programa contínuo para a regularização desses conjuntos habitacionais. “A articulação com órgão estadual de licenciamento e aprovação” - que hoje dificulta muito, tanto em relação à Cetesb como a Sabesp e a Enel, tem dificultado o processo de regularização dos empreendimentos, dos projetos habitacionais no estado de São Paulo.

E algumas soluções rápidas que tem que ser apresentadas, como o caso de “extensão de área remanescente no CDHU, na Brasilândia; a destinação de área estadual localizada na Rua Jurupuchita; implementação dos empreendimentos do Campo Limpo; destinação ou permuta do terreno do Campo Limpo (Inaudível.); destinação dos terrenos da Rua Ouvidor; da regularização do Conjunto Praia Grande; continuidade da revitalização do quarteirão da Rua Conde de São Joaquim;  recuperação da estrutura e caixa d’água no projeto da Rua Bucolismo; articulação de Secretaria de Segurança Pública para (Inaudível.) o conflito fundiário nessas áreas; e destinação de áreas a projetos sociais da União de Luta da Gleba Itaquera B.

Sr. Presidente, queria solicitar que esta mesma carta que foi encaminhada hoje com as reivindicações ao presidente da CDHU fosse encaminhada também ao secretário de Habitação e ao governador da cidade de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gilmaci Santos.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado. Será feito à maneira regimental. Será encaminhado, Sr. Deputado.

Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde a todos os deputados e deputadas, a todas as pessoas que nos acompanham pela galeria e pela TV Alesp, aos trabalhadores desta Casa.

Bom, queria dizer, em primeiro lugar, Sr. Presidente, que hoje eu estive na assembleia dos servidores municipais do município de São Bernardo do Campo, que suspendeu a greve - na verdade, o movimento de rua - e decidiu continuar em estado de greve até o dia 25 porque o prefeito, Orlando Morando, felizmente, depois de muita pressão, depois de uma greve que existe desde o dia 27 de março na cidade, resolveu abrir negociação com os trabalhadores, com os servidores municipais.

Está marcada para o dia 25 a Mesa de negociação. As reivindicações dos trabalhadores são muito simples: eles reivindicam a melhora do serviço público da cidade, inclusive com a contratação de mais servidores, para além do reajuste salarial que é de 18%, reivindicado pela categoria. E o prefeito encaminhou para a Câmara Municipal um reajuste de sete por cento.

Então os trabalhadores reivindicam o verdadeiro reajuste salarial. Dizem que é importante dizer que a situação, infelizmente, dos trabalhadores, inclusive dos guardas civis metropolitanos, dos trabalhadores e trabalhadoras da limpeza, da biblioteca é muito precária no município. Então, é fundamental que o prefeito Orlando Morando escute os trabalhadores, faça uma negociação como deve ser feita.

E eles já avisaram que se dia 25 a negociação não começar e não for feita efetivamente, a greve volta. Então o movimento de rua está suspenso, o estado de greve continua. Vim aqui prestar a nossa solidariedade e também pedir que o prefeito Orlando Morando negocie com os trabalhadores, conforme agendado no dia 25 de abril deste ano.

Bom, Sr. Presidente, quero dizer também que ontem o governo federal e o governo estadual completaram 100 dias. E falando sobre serviço público, a gente não pode deixar de dizer que foi ontem também que o governador Tarcísio anunciou o início dos estudos para a privatização - como ele já vinha falando - da Sabesp, mas também da privatização de todas as linhas da CPTM, e realmente isso é uma coisa que não entra na minha cabeça.

Não entra na minha cabeça porque, conforme pesquisas divulgadas inclusive pelo Datafolha, a maioria da população é contra a privatização da Sabesp. Sabe que a privatização da Sabesp vai significar a precarização do serviço público e quem é da periferia sabe que, infelizmente, a gente tem um problema muito grave no fornecimento de água e esgoto e que não é a privatização que vai resolver isso.

Não vai resolver isso porque todas as cidades do mundo que fizeram a privatização da água estão voltando atrás na ideia da privatização. Então nós lutaremos, esta Casa lutará sim e nós seremos parte disso pela garantia de uma Sabesp pública que faça água e esgoto chegarem em todos os lugares do estado de São Paulo.

Mas também a privatização dos trens, que é algo já divulgado e de todas as linhas da CPTM, o início dos estudos pelo governador do estado de São Paulo; nós sabemos que também não vai ser a solução.

Toda vez, todo dia, toda semana, um parlamentar da oposição sobe aqui para clamar para os outros deputados, para clamar para o governador do estado de São Paulo que, por favor, olhe com atenção para a situação da Linha 8 e 9 da CPTM.

É trem descarrilhando, pega fogo, as pessoas têm que andar no meio da via. Não é possível. Garantir a privatização das outras linhas da CPTM inclusive significa precarizar ainda mais o serviço público de trem e transporte aqui no estado de São Paulo.

Nós não aceitaremos isso. É fundamental que nós atuemos e nós atuaremos com muita força para garantir que o estado de São Paulo, o seu patrimônio público não seja... Como eu ia dizendo, é fundamental garantir que o estado de São Paulo não seja completamente liquidado.

O governador Tarcísio passou boa parte do tempo das últimas semanas, inclusive com todas as dificuldades aqui, com ataque às escolas, tudo isso, o governador ficou na Europa tentando vender o nosso patrimônio público. Nós lutaremos para que o patrimônio público do estado de São Paulo não seja liquidado. Por isso, inclusive hoje, peço que todos acompanhem.

Nós faremos uma audiência pública aqui, um evento de diversos parlamentares contra a privatização das linhas do trem, do Metrô, da CPTM e nós estaremos aqui então, a partir das seis da tarde, no Plenário Tiradentes, conversando e debatendo com os trabalhadores do transporte, que são parte dos maiores interessados na manutenção de um transporte público, de um transporte de qualidade no estado de São Paulo, debatendo essa questão.

Deixo o convite para todo mundo na esperança que esta Casa também atue fortemente contra a precarização do serviço público em todo o estado de São Paulo.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde, deputados, deputadas, todos os trabalhadores desta Casa e a população que nos assiste aqui das galerias ou pela TV Assembleia. Sr. Presidente, eu quero começar usando esta tribuna para falar sobre três cidades do estado de São Paulo onde estão acontecendo movimentos grevistas por parte dos servidores municipais.

São as cidades de São Bernardo do Campo, que a deputada Paula que me antecedeu já mencionou aqui - ela esteve hoje mais cedo na mobilização da categoria -, a cidade de Ribeirão Preto, perto da minha região de Franca, e a cidade de Bauru.

Nessas três cidades os servidores municipais, que são aqueles trabalhadores e trabalhadoras que são responsáveis por atender serviços que são direitos essenciais para a população, o enfermeiro, que trabalha na unidade básica de saúde, a professora, que trabalha na escola municipal, a assistente social, o guarda civil municipal, esses trabalhadores estão reivindicando nada mais que seus direitos, o que é deles por direito; reposição das perdas, do período de inflação, reajuste salarial, melhores condições de trabalho e contratação de novos quadros porque a realidade do servidor público hoje no estado de São Paulo e nas redes municipais é de sobrecarga das suas atividades.

Os servidores municipais de São Bernardo do Campo, Ribeirão e Bauru estão em luta para que as prefeituras municipais concedam o que é deles por direito. A greve é um direito do trabalhador brasileiro, que está assegurado pela Constituição. Nenhum servidor público que eu conheço gostaria de precisar fazer greve.

Digo isso porque sei que todos os servidores públicos do estado de São Paulo, seja do serviço estadual ou do serviço municipal, sabem o impacto que tem um movimento de paralisação, um movimento de greve na sua cidade.

Mas a greve, muitas vezes, é a última alternativa, é o único meio para que os patrões, ou para que os governos, escutem a reivindicação da categoria. Não à toa o prefeito Orlando Morando, de São Bernardo do Campo, só aceitou negociar com a categoria dos servidores municipais de São Bernardo depois do início do movimento de greve. Hoje a categoria suspendeu a greve, entrou em estado de greve, para aguardar o procedimento das negociações.

A mesma coisa em relação aos servidores municipais de Ribeirão, a mesma coisa em relação aos servidores de Bauru, que estão em luta. Então quero dizer aqui: servidor público é quem garante o acesso da população aos seus direitos essenciais.

Nada mais justo que esses trabalhadores e trabalhadoras sejam remunerados adequadamente, tenham condições adequadas de trabalho. Para isso, espero que a Prefeitura de São Bernardo, a Prefeitura de Bauru e a Prefeitura de Ribeirão Preto aceitem discutir e negociar condições de trabalho dignas para as suas categorias.

Quero deixar aqui todo o nosso apoio e a nossa força para as categorias de servidores municipais de Ribeirão, de Bauru e de São Bernardo nesse processo de luta.

Vindo para cá, presidente, recebi a notícia de mais um atentado contra escola no País. Algumas semanas atrás a gente estava lamentando aqui o atentado bárbaro que aconteceu na cidade de São Paulo, no bairro da Vila Sônia. Semana passada usei desses microfones para falar do atentado que aconteceu em Blumenau. É alarmante que esteja se tornando uma epidemia a violência nas escolas e em creches no estado de São Paulo e no Brasil.

Nas últimas semanas o meu mandato recebeu dezenas, dezenas de denúncias, de ameaças, de atentados e de massacres em escolas, creches e universidades. Muitos desses são para espalhar o pânico.

Mas, para evitar que qualquer uma dessas ameaças se concretize, a gente oficiou à Secretaria de Educação e à Secretaria de Segurança Pública para perguntar o que o governo estadual está fazendo para prevenir esse tipo de ação e para investigar essas ameaças.

A gente não pode tratar um problema tão grave com soluções simplistas. A gente falar que vai colocar um policial na porta de cada escola sendo que muitas escolas no estado de São Paulo não têm nem inspetor, não têm nem o número adequado de professores, não têm agentes de organização escolar, é uma visão de quem não conhece a realidade da escola pública no estado de São Paulo, que são professores e diretores que quando têm qualquer problema dentro da sala de aula, ou no pátio da escola, são as pessoas que são chamadas para resolver.

Achar que nesse quadro a gente vai conseguir garantir a segurança nas escolas colocando um policial em cada escola é um grande desconhecimento.

A gente precisa cortar na raiz esse problema, presidente. Se hoje a gente tem grupos de ódio que estão se articulando, disseminando discurso preconceituoso, discurso intolerante, discurso de propagação da violência contra as nossas escolas, a gente precisa de investigação.

A gente precisa de que a Polícia Civil seja mobilizada para investigar esses grupos e cortar na raiz, para que nenhum desses grupos que hoje se articulam na internet - e que infelizmente nos últimos anos cresceu muito, segundo as pesquisas, a organização desses grupos - que nenhum deles possa voltar a ameaçar escolas, creches e faculdades, nem no estado de São Paulo, nem no Brasil.

Porque educação e porque escola não é um lugar para se sentir medo. É um absurdo que além de todas as dificuldades que quem trabalha com educação no Brasil enfrenta e que quem estuda na escola pública no Brasil enfrenta, essas pessoas também tenham que sentir medo em ir para a escola.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Andréa Werner.

 

A SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR  - Boa tarde, presidente, boa tarde a todos e todas, boa tarde aos trabalhadores dessa Casa, quem está nos assistindo aí de cima.

Eu vim hoje falar sobre os decretos que o governador Tarcísio anunciou em um evento para umas mil pessoas, no dia 6, na semana passada, lá no Palácio dos Bandeirantes, que são relacionados à pessoa no transtorno do espectro do autismo, que é o caso do meu filho de 15 anos.

Quando a gente olha superficialmente para os decretos, eles parecem uma coisa bacana, e foi a minha impressão, inclusive, lá no evento. Inclusive teve um discurso do secretário Feder sobre a educação inclusiva, que me deixou empolgada, que me deixou feliz, mas o problema é que quando a gente saiu de lá, primeiro que eu demorei muito a ter acesso ao material, eu só fui ter acesso a esse material 24 horas depois; quando ele saiu no Diário Oficial.

E tem uma coisa que eu também queria falar, relacionada a antes disso. Eu já sabia que esse decreto ia sair três semanas antes, e eu fiquei três semanas oferecendo ajuda, querendo ter acesso ao material.

Afinal de contas, o meu gabinete é sobre isso, o meu gabinete é formado por pessoas autistas, pessoas com deficiência, mães de pessoas autistas e especialistas no direito da pessoa com deficiência.

Mas a gente não teve retorno, a gente não conseguiu ter acesso a esse material e não aceitaram a nossa ajuda para pelo menos dar uma olhada nesse material e ver se tinha alguma coisa que estava ali fora da lei brasileira de inclusão, fora da convenção do direito das pessoas com deficiência.

Pois bem. Quando a gente teve acesso a esse material que saiu no Diário Oficial, o que a gente viu foi um pouco preocupante e, na verdade, mostra o que vem se desenhando no estado de São Paulo, que a gente viu acontecer no município de São Paulo recentemente, que é uma dificuldade de as crianças autistas conseguirem incluir as suas mediadoras escolares dentro da sala de aula.

A Prefeitura, recentemente, soltou uma instrução normativa via Coped impedindo as entradas das ATs, que são as acompanhantes terapêuticas das crianças autistas, dentro da sala.

O que a gente viu nesse decreto, principalmente da educação, é que quem vai decidir se a criança autista precisa de suporte, e por suporte eu estou falando da acompanhante terapêutica, de um mediador para ajudar a professora dentro da sala de AEE, no contraturno, de qualquer tipo de adaptação de material quem vai decidir é a Secretaria da Educação.

Parece uma coisa bacana, num mundo perfeito, mas a gente não está num mundo perfeito. O que a gente tem visto acontecer em prefeituras no interior do Estado é que quando essa decisão fica a cargo da Secretaria da Educação os direitos são negados. Sempre se pega uma criança com deficiência autista ou com qualquer outro tipo de deficiência e se fala que não, que não precisa contratar ninguém, que aquela criança não precisa de suporte porque o objetivo é economizar, é não contratar o profissional para poder dar auxílio para aquela criança.

Então, estão recusando os laudos, os relatórios de equipes multidisciplinares daquela criança que dizem que sim, aquela criança precisa de um auxílio dentro da sala de aula, porque a Secretaria da Educação daquele município está dizendo que não, a criança não precisa, porque não quer contratar o profissional.

E esse decreto diz exatamente isso, que agora quem vai decidir se a criança precisa ou não de suporte é a Secretaria da Educação. Então isso me preocupa muito porque a gente tem visto esse filme repetidamente.

Foram mais de 200 denúncias em um mês de mandato de falta de acessibilidade educacional em todos os municípios do Estado, com a mesma questão: as prefeituras estão negando suporte porque a Secretaria da Educação diz que a criança não precisa de suporte.

E é exatamente isso que esse decreto está trazendo, a decisão vai ficar na mão da Secretaria da Educação. A gente já sabe que o que vem por aí é bem preocupante. No dia seguinte desse decreto, a gente já viu mães tendo liminares negadas porque estavam pedindo suporte para os filhos autistas por causa do decreto, porque agora quem vai decidir é a Secretaria da Educação.

Outra coisa que me preocupa é que eu venho conversando, conversei com o secretário Kassab, porque a gente teve uma ação civil pública que beneficia cerca de 80 mil autistas no Estado que foi derrubada judicialmente, recentemente.

E por causa dessa ação civil pública, esses autistas têm acesso à educação especializada aqui no Estado. Eles só têm acesso a essas escolas porque elas são conveniadas pelo Estado por causa da ação civil pública. Agora que ela foi derrubada, essas famílias estão sem saber para onde elas vão.

Eu entendo que essas escolas especializadas muitas vezes extrapolam sua função, elas fazem o papel de assistência social, mas se a gente tirar essa escola especializada dessas famílias, o que a gente está dando em retorno? A gente está dando assistência social, a gente está dando Centro Dia?

Então essas famílias vão ficar desamparadas, e nesse decreto não veio nada, não veio uma linha falando no que a gente vai poder dar para essas famílias, na ação civil pública, para poder resolver essa questão de uma possível falta dessas escolas especializadas.

Não foram consultadas as famílias, não foram consultados as professoras e os professores, que são os que sofrem, em segundo lugar, depois da criança. Quem mais sofre quando tem uma criança autista sem apoio dentro da sala de aula é o professor, que tem que dar conta de 35 alunos e mais uma criança com deficiência, que está sem apoio.

Não se consultaram professores, não se consultou a sociedade civil, não se consultaram as pessoas com deficiência, não ouviram o gabinete que eu ofereci várias vezes. A gente tem especialistas em direito da pessoa com deficiência lá. Agora a gente está vendo o que a gente consegue fazer para dar uma consertada nesse decreto, para que as famílias sofram menos impactos disso.

A gente tem recebido muitos contatos de famílias que estão preocupadas com isso e o que a gente espera é que nas próximas vezes o governo escute. A gente tem gabinetes aqui de pessoas que estão interessadas na causa da pessoa com deficiência, a gente tem especialistas em direito da pessoa com deficiência.

Não dá para deixar passar uma oportunidade de ouvir essas pessoas, de ouvir as famílias, de ouvir os especialistas, de ouvir a sociedade, de ouvir os professores para que a gente não passe um aperto igual a gente está passando agora, com liminares caindo por causa de um decreto equivocado.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputada Monica Seixas do Movimento Pretas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde, colegas. Hoje eu venho falar mais uma vez da sombra de terrorismo e dor que assombra as escolas brasileiras neste momento.

Esses dias eu tenho passado madrugadas acordada, conversando com mães, pais, pessoas completamente assustadas, e assustadas ainda mais porque tem gente de má-fé que aproveita a situação para espalhar fake news e assustar ainda mais as pessoas em um momento que já é bastante difícil.

Quero me solidarizar com professoras e professores, agentes de organização escolar, merendeiras, faxineiras e todo o pessoal da escola pública que está assustado. Quero me solidarizar com mães, pais, cuidadores de crianças, avós e demais responsáveis pela agonia de estar vivendo esse momento, mas eu quero falar também de coisa séria.

Se os terroristas comemoram nos assustar, eles estão comemorando muito essa onda de fake news que fica circulando de WhatsApp em WhatsApp, que tem assustado mães e pais, impedindo-os de levar seus filhos na escola. Primeiro, eu quero falar sobre o que você deve fazer se você acha que tem uma ameaça à escola do seu filho.

Eu acho que a primeira coisa, antes de repassar um áudio de WhatsApp ou uma desinformação para frente que pode assustar mais pessoas, é conversar com a direção da escola do seu filho. A direção da escola do seu filho vai saber orientar se aquele áudio, se aquela mensagem tem lastro na realidade, antes de você repassar e assustar mais gente.

Se não tem lastro na realidade, não repasse; assusta mais pessoas. Se tem lastro na realidade, procure uma delegacia imediatamente. Entregue prints, entregue links, entregue tudo disponível. O governo federal também abriu um canal de denúncias para quem está encontrando na rede social ameaças. É um canal para denúncias, mas você também pode entregar na delegacia links, prints etc.

Depois disso, é preciso que mães e pais, infelizmente, conversem com seus filhos e deixem o canal aberto para, em caso de disputa, de atrito, de briga, de violência, em casa a gente possa saber também para monitorar. Por fim, apoie e faça parte da comunidade escolar do seu filho.

A escola tem muito o que dizer, professoras e professores têm muito o que dizer, mas neste momento também a política precisa dizer e precisa responder. É por isso que a gente está, a partir de uma conversa com as famílias, com os estudantes, com os trabalhadores da Educação, protocolando uma série de projetos que a gente considera parte de uma estrutura gigante, que precisa ser reformada para garantir uma escola de paz e de liberdade.

Parte dessa estrutura passa pelo governo estadual, no mínimo, manter o orçamento da Educação. Recebi, com espanto, a notícia, essa manhã, que o governo estadual planeja retirar orçamento e reduzir o orçamento da Educação. Uma Educação que não tem quadra coberta, nem banheiro disponível para todos os estudantes, que não tem agente de organização escolar.

Aí se fala tanto de policial na escola, mas tem um trabalhador que é responsável pelo cuidado das crianças, que deve conhecer todos os nomes, que sabe quem estuda lá, que deve, inclusive, organizar os estudantes no horário do intervalo, no banheiro etc, que está em falta, na rede pública estadual. Porque, no início do ano, o Tarcísio excluiu os contratos que são os agentes de organização escolar.

Sem cuidador na escola, a gente não observa a rotina e o que está acontecendo entre os estudantes. Os projetos de lei que a gente pretende protocolar, e que a gente está elaborando, o primeiro trata de um protocolo para a transferência de alunos. Hoje, um aluno-problema é transferido de uma escola para a outra, sem que seja transferido junto o seu prontuário escolar.

É o seu histórico: histórico de agressões, histórico de violências, sofridas ou impostas ao outro, desassistência social, miserabilidade, vulnerabilidade. Tudo isso, a escola acompanha, e coloca no prontuário do aluno. Só que, ao transferir, não transfere para a escola nova esse histórico. A gente quer que seja obrigatório que as escolas se comuniquem, e que um aluno seja recebido com o seu histórico.

Para além disso, o estado deve ser obrigado também a encaminhar esses alunos-problema para a assistência social e para a psicologia. A gente também quer propor a obrigatoriedade de um número mínimo de estudantes por sala de aula.

Hoje, com diversos fechamentos de sala de aula, por conta das escolas em período integral, e da reorganização, que o estado faz sem conversar com a comunidade escolar, a gente tem sala de aula com 50 estudantes.

Cinquenta estudantes! O professor não tem condições de dar atenção, na educação, para 50 estudantes de uma vez. A gente precisa reduzir, e colocar um número mínimo de 30 alunos por sala de aula.

Isso já é muita gente para um professor sozinho tocar no dia a dia. Assim como a gente precisa garantir infraestrutura nas escolas, como banheiro supervisionado, quadra coberta, faxina, e inspetores, que são os agentes de organização escolar, que...

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para a conclusão, deputada.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para concluir. Que não migrem, a cada fim de contrato com terceirizadas na escola. Inspetor escolar é um sujeito importantíssimo para se conhecer a escola pública. Hoje eles são terceirizados, e mudam de tempos em tempos. É preciso abrir concurso para ter mais segurança nas escolas.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados. Falamos ontem a respeito de leis inócuas, quando o presidente Lula sanciona um projeto do Congresso Nacional, que as delegacias de defesa das mulheres vão ficar abertas 24 horas. Como se isso resolvesse todos os problemas de feminicídio no Brasil.

Primeiramente, não há efetivo. Então se faz a lei por fazer. Mas, na prática, ninguém quer pôr a mão na massa. As delegacias, aqui em São Paulo, não funcionam 24 horas. Pelo contrário. Não funcionam aos finais de semana. Não funcionam à noite. E trabalham em cima de todos os outros crimes, fora o feminicídio. Então cada um inventa uma história.

Não há punição para bandido. Essa é uma grande verdade. Os nossos promotores e os juízes já são formados na faculdade com uma lei meio, vamos dizer assim, de passar a mão na cabeça de ladrão e de bandido, de soltar todo mundo. Veja, soltar todo mundo.

O caso da Vila Sônia, em que o cara matou a professora: ele estava em Taboão da Serra, a polícia detectou o problema dele. A polícia fez um BO, porque ele estava ameaçando alunos. Mandaram para o psiquiatra, para o psicólogo; ele não foi. Mandaram outra vez, mas ele e a mãe não foram.

O que fez a Secretaria? Simplesmente mudou o cara de Taboão da Serra e mandou para a Vila Sônia, onde ele matou uma professora e só não matou mais graças àquela professora que deu um mata-leão nele, que era uma professora de educação física e conseguiu dominar o cara. Senão, tinha matado mais gente.

Joinville: um assassino frio, calculista - tinha que ter pena de morte para ele - que matou quatro criancinhas à machadada. Depois, covardemente correu para o quartel da PM para não ser morto. Porque tem muita gente que fala: “a pena de morte não adianta”.

De uma coisa eu tenho certeza: de todos aqueles que morreram em tiroteio comigo e com meus companheiros da polícia, nenhum mais estuprou, matou ou roubou mais ninguém. Só se for no pai de santo; na terra, não. No outro mundo, eu não sei. Eu vou encontrá-los lá; aí a gente vai ver o que vai fazer quando acontecer lá. Aqui não teve jeito.

Então, esse cara esfaqueou o próprio pai, matou o cachorro do pai a facadas. E foi todas as vezes preso; foi preso com droga. E o que fizeram com ele? Liberaram. “Vai para casa, não precisa ficar preso, não”.

É assim. Até os maiores traficantes do Brasil: André do Rap foi solto pelo ministro da Justiça, Mello. Coitado do ministro, né: num final de semana, ele está de plantão, ele nem sabe quem é o André do Rap. E cai um habeas corpus bem no colo dele, quando ele está de plantão no final de semana.

E ele libera o maior traficante do mundo. Não é do Brasil, não; do mundo. E depois, quando fala: “Ah, mas espera aí, tem um monte de cadeia para puxar”. “Ah, eu não sabia”. E manda uma determinação para a polícia: “cumpra a prisão do cara de novo”. Só que a polícia ficou seis anos, aqui em São Paulo, para pôr a mão no cara. Solta e manda correr atrás.

Então, na verdade, enquanto não houver ações concretas, inclusive na área jurídica, na área da Justiça, para punir quem tem que ser punido, esse negócio de o cara dar facada no presidente... Fala que é psicopata.

O outro faz não sei o que, é psicopata. Todo mundo é psicopata aqui no Brasil. Não se pune ninguém; vira psicopata e acabou. Para que vai prender? Só que o cara sai e vai matar de novo. Isso, a gente vê em séries e séries de casos.

Então, enquanto a Justiça também não se pronunciar, e ficar o pepino só na mão da polícia, é meio difícil, né. Criminoso tem que cumprir pena. Aqui é o contrário: é saidinha temporária, visita íntima. O cara tem visita íntima e cria o filho dentro da cadeia, que não vai dar boa coisa, infelizmente, né. Quem trabalha no sistema sabe disso.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Conte Lopes. Com a palavra, a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur.

Tem V. Exa. o tempo regimental aqui no Pequeno Expediente.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar todos vocês. E olha, eu acho que o deputado Guilherme Cortez tem alguma coisa comigo, porque quando ele fala, ele fala diretamente olhando para mim, mas falando exclusivamente do meu projeto de lei, que eu apresentei na Casa logo quando aconteceu, no dia 27 de março.

Um menino de 13 anos entra e esfaqueia uma professora de 71 anos, a Elisabeth, aqui na zona leste de São Paulo. Nesse mesmo dia eu entrei com um projeto de lei para ter um policial militar em cada escola do estado de São Paulo.

E por que isso? Porque eu estudei e tive oportunidade de estudar em um colégio particular. No colégio particular em que eu estudei, tinha um policial militar da reserva na porta. A gente sabia que ele era policial militar e a gente tinha orgulho dele, conversava com ele. Ele tratava a gente superbem.

O inspetor não está na escola para resolver problemas de brigas. O inspetor e o professor estão na escola para ajudar as crianças na educação, nas ideias. A Polícia Militar, sim, que está aqui protegendo a gente.

A Polícia Militar, sim, que sabe realmente salvar a vida de uma criança quando ela está engasgada. Quando uma pessoa está tendo um ataque cardíaco, o professor fica em pânico, não sabe o que resolver, mas friamente o policial tem condição, sim, de ajudar a escola.

A Monica citou aqui algo muito interessante, que falta recurso para as escolas. Eu digo o contrário: tem muito recurso nas escolas, tanto que a gente vê a escola Cívico Militar... Vê se tem violência dentro de uma escola Cívico-Militar, porque tem a presença do Exército. Agora nós precisamos dar exemplo para os municípios.

Eu não consigo, como deputado estadual, fazer uma lei para ter um policial militar em todas as escolas do estado, mas sim nas escolas que representam a gente, as escolas estaduais, dando exemplo para os municípios, que realmente está surtindo efeito.

A prefeita de Valinhos sancionou uma lei parecida com a minha, que coloca um guarda municipal em cada escola municipal. Agora um vereador de Cajuru está fazendo a mesma coisa; o vereador Marcelo Silva, da cidade de Campinas, está fazendo a mesma coisa em Campinas, e por aí vai.

A gente precisa pensar muito nesse projeto, para salvar vidas, porque passar um carro de escola... Ronda escolar não resolve o problema rapidamente, gente. Esse projeto de lei é importantíssimo. A gente já tem quatro mil assinaturas.

Em três dias que eu o coloquei na minha rede social, já tem quatro mil assinaturas, e eu tenho certeza de que, quando acabarem as comissões, quando começar tudo aqui, a gente já vai estar em dez mil assinaturas para aprovar esse projeto de lei.

Desde quando eu falei dele dentro do meu programa lá no SBT, comecei a receber uma enxurrada de áudios, uma enxurrada de WhatsApps falando sobre esse tema. As pessoas querem um policial militar na porta das escolas, é um tema que a gente precisa, como deputado estadual, colocar em pauta, para a gente resolver.

Eu quero também citar aqui que ontem eu fiz um evento aqui na Casa. É que eu fui convidado pela Regina Gama Xavier, presidente da Sociedade Federal de Instrumentação Cirúrgica, sobre esse grande tema que é a esterilização, que são aqueles heróis que não aparecem.

Mas a gente sabe que a esterilização é muito importante nas nossas vidas, porque tem pessoas que perderam uma perna porque o instrumento não foi esterilizado, e a pessoa realmente acabou tendo um problema de infecção.

Então ontem, aqui na Casa, homenageei esses heróis que acabam ficando escondidos, acabam não aparecendo. Então eu quero agradecer o convite da Regina Gama Xavier e também falar que hoje de manhã eu estive na cidade de Campinas com o governador Tarcísio.

Ele foi levar a notícia, junto com o Dário Saadi, prefeito da cidade, de levar recursos de mais de 80 milhões para a cidade. Dentro desses recursos, 40 milhões vão ser investidos na Avenida Brasil, que é uma rua que liga o Centro a Matão, Sumaré e diversos outros pontos da cidade.

Falar da felicidade de ter recebido o governador na nossa querida cidade de Campinas e falar que a gente está muito feliz, porque o governador tem ido à cidade de Campinas. Quando teve tragédia de chuva, ele esteve lá, e quando caiu a ponte ele esteve lá, e agora também levando recursos para a cidade.

Então, ele teve momentos difíceis, e agora levando notícias boas.

Obrigado a todos vocês.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Passamos à lista suplementar. Nobre deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Nobre deputado Capitão Telhada. (Pausa.)

Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Uma excelente tarde, Sr. Presidente, deputado Conte Lopes, a todos os deputados e deputadas presentes, uma excelente semana a todos os funcionários civis e militares que nos acompanham, os telespectadores e presentes em plenário na Casa.

Hoje gostaria de citar os 100 dias completos, ontem, de governo Tarcísio, 100 dias que nos enchem de certeza de que realmente teremos, nesses quatro anos, o melhor governo estadual das últimas décadas. São 100 dias em que nós vemos trabalhos a todo vapor na Infraestrutura, na Saúde, na inclusão, na Educação, na Defesa Civil e na Segurança Pública.

Estive reunido com o secretário de Segurança Pública na data de ontem, e os projetos estão em fase de conclusão. A valorização que o policial tanto merece e tanto espera aqui em São Paulo virá, e esses quatro anos ficarão marcados, sem sombra de dúvida, na história do nosso estado de São Paulo.

E nós temos orgulho em fazer parte desse sistema aqui, como parlamentares, para apoiar em todos os projetos positivos as proposituras que vierem do nosso Governo, do Poder Executivo, para que a gente dê andamento aqui na Casa e façamos parte dessa gestão, dessa gestão positiva e de conquistas justas, que o policial tanto merece e tanto espera.

Não é à toa que nós temos uma pesquisa recente do Datafolha, com 83% de aprovação do governo Tarcísio de Freitas, entre “bom”, “ótimo” e “regular”. Oitenta três por cento da população paulista aprova essa gestão, e tem a certeza, a esperança de que esses três meses de trabalhos executados com maestria, com técnica, com dedicação e com responsabilidade refletem os quatro anos que virão à frente.

Quero citar também o trabalho que o nosso vice-governador, Felicio Ramuth, vem fazendo à frente do projeto do centro de São Paulo, de retomada da região central para moradores, para comerciantes e trabalhadores que frequentam aquela região.

E que a gente já começa a ver que algo está sendo feito, que necessita de muita coragem, que necessita de muita técnica para mexer naquele covil que é hoje a Cracolândia e toda a região do centro de São Paulo. Mas a gente percebe que temos já trabalhos que serão em breve refletidos na prática. Eu tenho essa total certeza.

Quero comentar também, nesses minutos que nos restam, que na data de ontem, segunda-feira, dia dez de abril, tivemos novamente ocorrências, onde foram apreendidas em escolas públicas e privadas armas brancas, armas de brinquedo imitando arma de fogo, ocorrências em que vieram novamente denúncias e ameaças de alunos fazerem novos atentados. E, mais uma vez, estamos vendo acontecer, pipocarem no Brasil todo, Manaus, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, ocorrências dessa natureza.

Já há 15 dias falei nesta tribuna, e repito. Nós estamos vivendo essas experiências, e, infelizmente, elas acontecerão ainda no Brasil. Nós temos que tomar providências agora.

Repito que todos os profissionais inseridos no ambiente escolar, desde professores, diretores, funcionários da secretaria e até, um pouco mais para frente, os alunos. Todos os que estão inseridos nesse ambiente têm que ter protocolos, têm que ter treinamento do que fazer diante de uma crise dessas, porque não podemos tampar o sol com a peneira.

Infelizmente, nós conhecemos a mente criminosa e isso voltará a acontecer. A nossa função, como poder público - e eu digo todos, Poder Legislativo, Executivo e Judiciário -, é criar uma malha de proteção e de redução de danos para o ambiente escolar.

Por isso, a minha proposta é que se tenha um treinamento conjunto de todos os que fazem parte desse ambiente escolar, junto com a Segurança Pública, e passe a ter protocolos para que se reduzam danos. Não se trata de política, mas, sim, trata-se de salvar vidas.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Continuando a relação dos deputados inscritos na lista suplementar, nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Nobre deputado Vitão do Cachorrão. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Boa tarde, presidente. Quero agradecer a Deus por mais um dia de vida, mais um dia de trabalho, e agradecer a todos os funcionários da Casa, não é, Andréa? Todos mesmo, desde o pessoal da limpeza do banheiro, do cafezinho, até todas as autoridades, deputadas, deputados.

Agradeço também a presença do Bruno Garcia, vereador de Sarapuí. Preocupado com sua cidade, veio aqui buscar demandas para a Saúde, veio pedir pelo povo, como todos vereadores e prefeitos que vêm aqui também nos gabinetes dos colegas deputados e deputadas.

Hoje, vou trazer um tema aqui pela vida dos trabalhadores. Eu, como comerciante. Aqueles que não me conhecem: Vitão do Cachorrão, porque com muito orgulho, com muita alegra, eu vendo cachorro-quente, hot dog, até hoje. Estou aqui de gravata, estou aqui de terno, mas nunca vou esquecer minha origem, de onde eu vim, para não perder o contato com o povo também.

Na semana passada, recebi um jovem no meu gabinete, um menino já, de uns 30 anos. É jovem porque estou em uma idade mais avançada; então, para mim, é jovem. Você acredita, deputada? Ele trabalha sabe onde? Na estrada. Há mais de 28 anos, a família dele vem trabalhando na Mogi-Bertioga.

Eu entrei em contato com o Governo do Estado para que não se faça isso, para que não aconteça mais isso. Foi pedido a ele para se retirar do local. Há 28 anos que ele vende ali o seu cafezinho, que ele vende as suas frutas, verduras. A gente tem que fazer alguma coisa, porque tem gente, tem muitas pessoas nas nossas rodovias que sustentam a família.

Aconteceu em Sorocaba. Eu, como vereador, fui lá. Uma senhora de cabeça branca, de 70 anos, com muita saúde, vendia mandioca, vendia frutas, verduras, vendia tomate, manga, e sustentava a família. Sustentando a sua família há mais de vinte anos e também pagando a faculdade da neta.

Não chegou nenhuma notificação dando um prazo, falando: “Olha, você vai ter...” Assim, presidente, chegar lá de uma hora para outra. Ela comprou um estoque de frutas e verduras para o final de semana - sexta, sábado e domingo. Ela e outro amigo que trabalhava na frente, em outra barraca na rodovia.

Então, tem que ser regularizadas essas pessoas que trabalham, para que tenha uma distância, que tenha um “guard rail”, como tem nos pontos de ônibus para não acontecer acidentes, mas essas pessoas sustentam suas famílias por 30 anos.

Resumindo: ela comprou um caminhão de frutas e foi pedido para que ela se retirasse urgente. Eu, chegando ao local... Eles questionaram, o pessoal da fiscalização, quem era eu, o que eu estava fazendo lá, porque eu gosto de andar do meu jeito mesmo, de bermuda, shorts.

E estava sem carteira de vereador. Eu me apresentei falando que era o vereador Vitão e, na época, eu ainda não era deputado e essa pessoa pegou e foi convidada a se retirar do local, estragando todo estoque. A nossa deputada aqui que já foi faxineira e está aqui na Casa com muito orgulho...

Tenho orgulho também do seu trabalho, do trabalho de chegar aqui defendendo o povo, veja só a sua situação: ela perdeu o caminhão inteiro de fruta e verdura e ainda teve um guincho para guinchar as mercadorias e não autorizaram. E agora, na semana passada aqui, após o rapaz ouvir a minha fala de comerciante, foi lá no gabinete na estrada de Mogi e Bertioga, doutor, indignado.

Faz 30 dias que ele não trabalha, tem seis famílias que trabalham com ele e, em apenas dois dias, ele recolheu os caminhoneiros que passam e que queriam tomar o café lá - acredite se quiser - e ele vai trazer para mim aqui na Casa mais de 2.500 assinaturas pedindo para ele voltar.

Então peço aqui de coração: a gente tem que governar por todos, inclusive para aqueles que trabalham de manhã para comer à tarde. E eu sei de onde eu vim lá, da escola na periferia, do Humberto de Campos. Para muitos amigos meus a primeira e única refeição era na escola.

Eles não tinham nem o que comer na casa e o comerciante é assim. Hoje em dia é tudo caro e a fruta e a verdura perdem se você não vender num tempo determinado. E ele também vende o seu café, vende o bolo da vovó ali, que a vovó prepara com amor. Isso criou uma indignação - só para encerrar - que eles recolheram em apenas dois dias quase 3.000 assinaturas.

Então vamos trabalhar junto aqui com os deputados e com as deputadas, que quem trabalha nas estradas há mais de 20, 30 anos e nunca aconteceu um acidente, para que essas pessoas sejam mantidas ali e possam trabalhar e ganhar o seu pão.

Muito obrigado a todos.

Que Deus abençoe o nosso Estado, o nosso País.

Um abraço do Vitão do Cachorrão.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Nobre deputado Major Mecca, pelo restante do Pequeno Expediente V. Exa. tem a palavra.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, deputado Conte Lopes. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, os pais e mães de alunos no Estado estão sim com medo de mandar seus filhos para as escolas. Eu em conversas com o governador Tarcísio falei para ele do enorme desafio que seria assumir o estado de São Paulo. Educação falida, a escola falida.

O professor não tem salário, não tem banheiro para aluno, tem nada. E eu falo para os senhores porque eu conheço por constatação. Fui patrulheiro por muito tempo e sempre fui muito bem recebido por professores, por diretores dentro de escolas.

Nós temos um programa, que é a Ronda Escolar, na Polícia Militar, mas, infelizmente, com o passar do tempo o governo esqueceu da Segurança Pública, o nosso efetivo foi definhando. Para os senhores terem ideia, de 94 mil homens da PM de São Paulo, hoje nós temos 79 mil.

A situação dos policiais é extremamente precária. Os policiais estão na água até aqui. Está vendo aqui, perto aqui? Os policiais dentro da água assim, na ponta do pé. Não tem para onde se mexer. Estão aguardando a valorização e nós estamos firmes junto ao secretário de Segurança, o governador. Estamos lá: “Governador, precisa anunciar o reajuste salarial dos policiais”, e vai sair.

Vai sair porque existe hoje um vínculo de confiança com o governador Tarcísio, com o secretário Derrite e com o secretário-adjunto, Dr. Nico. Será anunciado. E para os professores na escola é uma benção ter um policial lá.

Eu digo, Professora Bebel, que eu já comi bolo com professor durante o intervalo, com o diretor. Eu já fui convidado por professor para passar na sala de aula, dar um “bom dia”, uma “boa tarde”, para os alunos: “Pessoal, estamos aqui, viu? Se vocês precisarem de uma ajuda, o homem e a mulher fardada são uma referência de amigos. Pode procurar, pode conversar, que ali você terá um amparo, terá uma ajuda. Conta sempre com a gente. Não esqueçam, respeitem os pais. Respeite seu pai, sua mãe, seus amigos”. É o Proerd.

O Programa de Resistência às drogas sempre foi um sucesso nas escolas do estado de São Paulo. Estamos, sim, preocupados com as escolas. O Governo do Estado está preocupado, sim, com os alunos, com os pais, com as mães.

Pode continuar, presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Encerrou o tempo de V. Exa., em seguida nós passaremos ao Grande Expediente.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Só para encerrar, presidente. Esses 100 dias do governo Tarcísio de Freitas é um governo marcado por iniciativas, por atos de eficiência, medidas eficientes, que realmente atendam o povo do estado de São Paulo, como foi o exemplo da intervenção rápida do governo na tragédia ocorrida em São Sebastião no litoral paulista.

A intervenção rápida é uma postura de estadista, que se deslocou ao local e lá permaneceu, dia, noite, madrugada, amparando as famílias que sofreram as consequências da perda dos seus lares.

Lares improvisados foram construídos para acolher esses seres humanos. Investimento em lares definitivos, mais de 700 casas para que essas famílias, no próximo verão, não passem por esse mesmo problema.

Liberação de crédito sem juros para micro e pequenos empresários que trabalham naquela região, para a retomada dos seus negócios, continuar levando sustento às suas famílias, não haver perda de empregos.

Para concluir, Sr. Presidente, o governador Tarcísio mudará a vida do povo no estado de São Paulo, e esses 100 dias servem, sim, como um indicador de mudança e prosperidade ao povo do nosso Estado.

Muito obrigado, presidente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Passamos aos oradores inscritos no Grande Expediente. Nobre deputado Eduardo Suplicy. O senador Eduardo Suplicy tem o prazo regimental de seis minutos restantes do pronunciamento de V. Exa. de ontem.

 

O SR. EDUARDO SUPLICIY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente Conte Lopes, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, em primeiro lugar quero dizer que considero um marco a sanção, pelo prefeito Ricardo Nunes, da lei que institui a política municipal de atenção integral a crianças e adolescentes em situação de rua e na rua em São Paulo.

Junto a outros vereadores, sou coautor desse projeto, que partiu da querida colega Juliana Cardoso, hoje deputada federal com muito mérito. É importante que haja a regulamentação o quanto antes e, portanto, considero fundamental que haja agilidade na regulamentação para que a lei entre em vigor e cumpra seus propósitos de proteger nossas crianças e adolescentes e preparar um futuro mais justo e fraterno na sociedade.

Gostaria também, Sr. Presidente, de saudar hoje ... que no Supremo Tribunal Federal, o Brasil hoje se despede de um de seus mais brilhantes ministros, corajosos e leais à Constituição que já tivemos. Enrique Ricardo Lewandowski agora se aposenta deixando a cadeira para um futuro sucessor ou sucessora, que em breve será definido.

Nesses 17 anos em que esteve à frente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, além de manter com muita dignidade seus posicionamentos pautados pela sua visão de mundo progressista, imprimiu seu estilo íntegro e empenhado em garantir a justiça em seu estrito significado a todas as pessoas.

Não se esquecendo daqueles e daquelas que, por ocuparem os lugares sociais de maior efeito da desigualdade, ficam mais distantes do alcance de seus direitos garantidos pela Constituição Federal e, portanto, mais vulneráveis às injustiças diversas.

Entre suas contribuições mais estruturais para a sociedade, destaco a concessão de Habeas Corpus coletivo para todas as mulheres presas preventivamente grávidas e mães de crianças com até 12 anos de idade, bem como a determinação de prisão domiciliar a essas mulheres.

Considero que essa tenha sido uma ação de extrema sensibilidade e racionalidade na execução dos direitos humanos, tendo em vista a condição específica das mulheres e de suas crianças no quadro de encarceramento em massa motivado pela guerra às drogas que temos no país.

Isso foi em 2018, quando eu ainda estava como vereador em São Paulo, e essa decisão respaldou a ação de diversos movimentos sociais e entidades organizadas que me confiaram a tarefa de fazer valer o que foi designado pelo Supremo Tribunal Federal através, então, do relator Ricardo Lewandowski na capital e no estado de São Paulo, uma vez que, mesmo sendo determinação federal, não estava sendo cumprida.

Tendo como precedente a decisão do Supremo Tribunal, elaboramos um documento e entregamos ao corregedor do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Geraldo Francisco Pinheiro Franco, pedindo a realização de um mutirão carcerário de avaliação da situação jurídica das mulheres presas.

Assim, de medidas administrativas para a observância desse importante precedente da Suprema Corte, cerca de três mil mulheres estavam sem acesso a esse direito que foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal.

Não posso deixar de citar outro derradeiro ato de extraordinária pertinência: a manutenção da acusação de extorsão contra o ex-juiz Sérgio Moro e ex-procurador Deltan Dallagnol, feita pelo advogado Tacla Duran.

O povo e as instituições brasileiras merecem saber toda a verdade que ainda se encontra oculta nesses e em outros casos de igual importância na credibilidade da Justiça em nosso país.

A trajetória de Ricardo Lewandowski, permeada por desempenhos fundamentais em momentos importantes e históricos para a transformação do país como o julgamento da constitucionalidade das cotas étnicas-raciais para ingresso em universidades públicas e para estudantes regressos do ensino público ou a implementação das audiências de custodia, entre tantos outros feitos, não deixa dúvidas que o seu legado é perfeitamente condizente com a seriedade que aqui observamos em sua postura, seja como magistrado ou como cidadão brasileiro comprometido com a nossa democracia e leal à nossa Constituição.

Parabenizo o ministro por todas as suas contribuições e pelo legado importante que deixa para as instituições brasileiras.

Muito obrigado, presidente Conte Lopes.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Obrigado, senador. Próximo orador inscrito deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com permuta com o deputado Caio França, nobre deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todos os que nos acompanham pelas redes sociais da Assembleia Legislativa; eu queria falar de um assunto hoje meio árido, mas que eu acho que é importante.

Vamos começar pela notícia do dia. O governador Tarcísio já tinha ensaiado essa história, mas hoje no site Metrópoles ele fala e afirma que vai mandar uma PEC para essa Assembleia Legislativa diminuindo os gastos com Educação e permutando esses gastos com a Saúde.

É evidente que Educação e Saúde são prioritários. Acho que o governador conhece pouco a realidade das escolas de São Paulo para falar em diminuição de percentual de Educação.

Nós não temos uma situação de excelência. Vá em qualquer escola estadual e veja a situação física das escolas, mas veja a remuneração dos professores, veja o conjunto da situação da educação pública.

E ele usa um argumento quase pueril, a população está envelhecendo, precisa menos de escola e precisa mais de saúde, como se a dinâmica demográfica fosse exatamente desse jeito e fosse automática.

Não se trata disso; trata-se de um ataque à Educação pública em São Paulo. E o Orçamento do Estado não é feito só de Saúde e Educação, é feito de bilhões de reais em outras áreas e é feito - e é aí que eu queria entrar nesse tema mais árido - de um combate que precisa ser feito, e é pouco feito, à sonegação fiscal.

Nós temos bilhões de reais, acho que centenas de bilhões de reais na dívida ativa do estado de São Paulo. Temos grandes sonegadores e eu vou falar de um deles. Saiu até uma matéria na “Carta Capital”, ano passado, é o Sr. Ricardo Magro.

Ele é o acionista principal ou controlador da Refit, que é a Refinaria de Manguinhos no Rio de Janeiro. Esse senhor, que é um dos maiores sonegadores do Brasil, deve mais de 10 bilhões em vários estados e para a União, tem mandado de prisão expedido e mora em Miami tranquilamente.

Comprou a mansão do Lebron James por 36 milhões de dólares. Miami parece um refúgio adequado para quem quer fugir do Brasil, e ele está lá em Miami zombando da cara dos brasileiros, mas os negócios dele continuam ativos.

No Rio de Janeiro ele deve cinco bilhões de impostos. E por que eu estou falando dele? Porque no estado de São Paulo ele deve também, ele tem distribuidoras, tem em Guarulhos, tem em vários locais que devem, segundo dizem, perto de três bilhões para o fisco paulista. Então o esforço de ir atrás desse dinheiro é muito melhor do que o esforço de tirar dinheiro da Educação, é muito mais socialmente adequado.

E eu falo dele também porque tem uma matéria - e como eu andei dando uma pesquisada - do “Correio da Manhã”, coluna Magnavita, que fala de uma estranha relação.

Tem crescido os rumores que unem o ex-secretário da Fazenda do Rio, Luiz Cláudio Carvalho, com o grupo Refit, Refinaria Manguinhos e o polêmico empresário Ricardo Magro, polêmico empresário, um jeito muito elegante de falar de um bandido que está com ordem de prisão e está foragido do país, mas vamos manter os bons modos aqui da nossa imprensa.

As relações começaram em São Paulo - e por isso estou falando desse caso - na época que Luiz Cláudio cuidava na Secretaria da Fazenda Paulista do setor que atendia a área de combustíveis. Agora o seu ex-assessor e fiscal de rendas em São Paulo, Wildson Gonçalves de Melo, foi convidado para ser subsecretário de petróleo e gás na Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Essa matéria é de 2020.

Bom. Esse senhor Luiz Cláudio aqui, Luiz Cláudio de Carvalho, chegou a ser secretário da Fazenda aqui em São Paulo e depois foi ser secretário da Fazenda no Rio.

Ele é auditor de carreira. E parece que ele está cavando um lugarzinho no governo, talvez para manter esse mecanismo que mantém o Ricardo Magro em Miami zombando da nossa cara, na sua mansão do LeBron James, com cinco anos já de pedido de prisão e com dez bilhões de dívida ao fisco brasileiro, sendo que quase três bilhões ao fisco paulista.

Então é um alerta, Sr. Presidente, é mais um alerta que venho fazer aqui ao governador para que depois, se ele for nomeado em algum cargo, não pareça que não foi avisado, que não sabia de nada.

Está documentado aqui e está feito o alerta para o governador Tarcísio sobre a situação do Sr. Ricardo Magro, da Refit, da distribuidora Fit e, também, desse auditor fiscal, que parece que pode ocupar postos importantes na Fazenda Pública do Estado, Sr. Luiz Cláudio Carvalho.

É mais esse o sentido da minha fala aqui hoje, fazer um alerta ao governo e, também, fazer a minha crítica a essa situação de tirar dinheiro da Educação. É inexplicável. Acho que ele nunca foi a uma escola estadual.

Recentemente eu fui convidado em Itapecerica da Serra para ir a uma escola no Jardim São Pedro, Escola Professora Alice, é um nome japonês que me foge agora. O que eu encontrei nessa escola?

Encontrei um corpo docente muito comprometido, mas as instalações eram absolutamente precárias. As crianças em várias salas improvisadas para poder terem as aulas de que precisavam. Nem todas eram salas de aula; era no refeitório, era uma turma em uma salinha de leitura, toda apertada, os professores se desdobrando.

Essa escola precisa ampliar quatro salas, cobrir a quadra, e não tem dinheiro para isso há anos. E vai tirar mais dinheiro ainda da Educação com a desculpa de que vai financiar a Saúde.

Ora, vamos ver o orçamento da publicidade em São Paulo, por exemplo. Vamos cobrar dívida ativa como deve ser cobrada, vamos aumentar e fiscalizar sobre sonegadores, vamos procurar novas receitas porque a gente tem um sistema tributário absolutamente injusto.

Só para dar um exemplo, tem um imposto estadual que é o ITCMD, que é o imposto sobre herança e doação. A Constituição fala que esse imposto pode ser de até 8 por cento.

No Brasil vários estados cobram 8%; no estado de São Paulo é quatro por cento. Se a gente for ver nos Estados Unidos, na Inglaterra, são 40, 50%. Eu não estou pegando nenhum país... Não é a Venezuela, que assusta o pessoal, não é nada disso. São os Estados Unidos, é 40 por cento.

Pega a Inglaterra, 50% no imposto sobre doações e sobre heranças. Ele, no estado de São Paulo, é 4% sendo que a Constituição permite que ele seja oito.

Então, tem outras fontes para a gente ter um sistema tributário menos injusto, porque é um sistema que tributa os mais pobres através do consumo, a grande arrecadação do Estado é ICMS.

O quilo do arroz, o quilo do feijão, a gasolina, o que for a gente está pagando imposto. E os bilionários do País praticamente não pagam imposto.

Não pagam imposto federal porque não tem imposto sobre grandes fortunas, não tem a taxação dos dividendos das empresas, coisa que só o Brasil não tem - acho que o Brasil e a Letônia são os dois únicos países do mundo que não têm - e a gente nessa situação.

Então, a gente tem que ter um sistema tributário menos regressivo, mais progressivo e precisamos combater a sonegação.

Deputado Suplicy, o senhor queria fazer uma consideração?

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Gostaria de fazer uma indagação à Presidência da Casa, uma vez que o deputado Antonio Donato fez ontem uma pergunta muito relevante e de interesse público.

Qual de nós, 94 deputados estaduais, tem assento e fala na Arsesp, que é uma associação relativa ao saneamento e que, portanto, tem opiniões sobre o que acontece com a Sabesp.

Então, neste momento, em que se está estudando e definindo se vai ou não acontecer a privatização da Sabesp, é muito importante sabermos... Deputado Conte Lopes, quem sabe, já tem a informação, mas que interessa a todo o plenário. Se o presidente André do Prado já informou, ao presidente Conte Lopes.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Estou somente na reserva aqui, senador.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Deputado, eu quero agradecer.

 

O SR. DONATO - PT - Deputado Suplicy, obrigado pelo aparte e pela lembrança. Quando o deputado André do Prado estiver presidindo a sessão, vou fazer uma questão de ordem para ele. Quem é o membro, desse conjunto de deputados, que faz parte do Conselho da Arsesp? Que foi responsável pelo aumento da Sabesp.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Não é público isso aí, excelência?

 

O SR. DONATO - PT - Eu não achei. Está desatualizado o site. E olha que eu procuro. Mas na lei diz que tem um representante da Alesp, que é um deputado, que eu não sei quem é. E que ajudou a aprovar o aumento da tarifa. Preciso saber quais as razões.

É isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Esta Presidência também desconhece, Donato. Próximo orador inscrito, nobre deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Nobre deputada Ediane Maria, com permuta com a nobre deputada Analice Fernandes.

Vossa Excelência tem o prazo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, a todos os servidores desta Casa.

Hoje, ontem, na verdade, completou 100 dias o governo Tarcísio, que a gente pode, claramente, falar que é um estado que hoje está em leilão. Ontem também foi colocado, parabenizando esses 100 dias de mandato do senhor Tarcísio, ontem saiu também, vou até ler aqui: Ontem o Tarcísio anunciou estudos para a privatização de todas as linhas da CPTM.

Nós estamos acompanhando um estado que está ficando fora dos trilhos. Acho que todo mundo já acompanhou, e está acompanhando todos os dias. Semana passada, semana retrasada, todos os dias, nós acordamos com descarrilamento de trens. Nós acordamos com atraso na linha dos trens.

É só olhar o reflexo disso tudo, Sr. Presidente. É só olharmos. Se quer fazer pesquisa, em cima de estudos, então vamos estudar os usuários. Quem está na Linha Esmeralda, no fundão, no Grajaú, que usa essa linha, que é a Linha 9 Esmeralda, vamos fazer um estudo com eles.

Eu até quero fazer um desafio. E também a Linha 8 Diamante, que sai de Itapevi e Carapicuíba. É fundão. Nós queremos sim, inclusive, está um negócio tão atropelado. São 100 dias de tanta coisa, que vários de nós... Inclusive, eu sou moradora do ABC, Região Metropolitana de São Paulo. Várias cidades, São Bernardo, São Caetano; várias cidades estão esperando o metrô chegar.

O que nós estamos vendo? É um desespero pela privatização. É só olharmos essas duas linhas, que acabei de citar. A Linha 8 e a Linha 9 são linhas que foram privatizadas.

O Governo deu uso de concessão das linhas. Que é, na verdade, a privatização. Então é só olhar e ver que foram 27, nesses últimos três meses, nesses últimos 100 dias do governo Tarcísio.

Foram vinte e sete. Posso falar sem nenhum medo de errar: apagão dos trilhos. É isso que nós estamos sofrendo aqui no estado de São Paulo. Até porque, quando a gente fala de privatização, nós vamos falar de uma coisa chamada precarização do trabalho. Precarização da entrega do serviço, que é um serviço essencial, que faz com que várias pessoas se desloquem.

Cadê o direito à cidade? O direito é à cidade, e nós temos que enfrentar o medo? E falemos, então, abramos audiência pública. Vou, inclusive, convidar o governador, Sr. Tarcísio, para ir comigo, às seis horas da manhã, no horário de pico mesmo, à estação para ver como que a gente está hoje.

Nós não precisamos de privatização; nós precisamos, sim, companheira Monica, que a linha, o trem chegue lá no fundão, chegue ao Grajaú. O metrô nem sequer chegou a Santo André. A estação Paulo Freire... Aí estão as confusões que estão acontecendo. Nem sequer chegou. Começou a construir. Vários de nós... Eu estou aqui há 21 anos no estado de São Paulo. Várias linhas de trem, que deveriam chegar, não chegaram.

E nas que tem, que deveriam exercer um papel fundamental de transportar os trabalhadores para acessar a cidade, para virem trabalhar, para virem curtir o centro da cidade, você vira e olha: o que nós temos? São duas horas. O direito à cidade são duas horas dentro do trem, duas horas dentro do transporte público. Transporte público esse que, se você tirar o pé às seis horas da manhã, você é levado pela onda, você é levado.

Quem está lá no fundão sabe muito bem do que eu estou falando; quem tem que usar o transporte público no horário de pico. Você é empurrado para dentro do trem. Você, se tirar o pé do canto, não põe mais o pé. Isso é uma humilhação para o trabalhador, que tem que acordar às seis horas da manhã para garantir que vai chegar, muitas vezes, ao trabalho às oito horas da manhã, sendo humilhado de todas as formas.

Com a precarização, a gente está falando de trens que ficam vazando: ar condicionado que já não funciona fica vazando aquela água na cabeça das pessoas. O povo não pode se movimentar. São várias violências que a gente sofre o tempo inteiro.

Então, não dá para a gente comemorar; muito pelo contrário, vamos visitar, vamos pisar o pé, vamos num horário de pico dentro do trem usar o transporte público e ver se a gente precisa privatizar ou se precisa de fato ampliar essas redes. É disso que a gente está falando.

Aí vamos lá: tem mais essas seis linhas. São duas linhas: Linha 8 e Linha 9, que estão privatizadas, que são da ViaMobilidade. Aí nós vamos voltar - nós temos seis linhas, totalizando essas seis linhas que são da CPTM - e vamos olhar aqui como que cai, como que a privatização precariza ainda mais o trabalho. Apenas nesses três meses, totalizaram, nessas seis linhas, 14 problemas. A gente olha essas duas linhas: já somaram 27 problemas durante esses três meses.

Então, nós percebemos que o estado de São Paulo está em leilão. E ele está saindo fora dos trilhos; é necessário, inclusive, que a gente volte a colocar o estado de São Paulo nos trilhos.

Precisamos, isso sim, transportar: isso sim é dar direito à cidade aos trabalhadores e trabalhadoras que estão no fundão. E eu acho que qualquer mudança que envolve um direito que é um bem para todos, que seja comunicada e que vá lá na periferia...

Inclusive, todo mundo em São Bernardo do Campo está esperando que vá lá, que chegue o metrô, chegue o trem. São... Vamos lá, gente; a gente até esquece. Tanta coisa, né. É tão bagunçado; foram 30 anos da máquina do PSDB atuando aqui no estado de São Paulo. Não tem como a gente... É muita coisa para fazer mesmo. Tem que arrumar este estado inteiro.

Então, a gente está falando de várias cidades em que o metrô não chegou, o trem não chegou. E a gente fica falando de privatização. “Ah, vamos aqui criar uma polêmica”. É sempre isso, né? É o governo da polêmica. “Vamos polemizar? A estação seria Paulo Freire, mas agora, do nada, eu acordei e quero Fernão Dias”.

Aí isso gera um buchicho na rede, vira um furdunço. E nós só queremos uma coisa: que de fato chegue, que o trem chegue, que a gente tenha direito, que a gente tenha acesso.

Inclusive, veio aqui o deputado - por isso que eu falo que as nossas lutas se encontram em algum momento - falando sobre a precarização dos trabalhadores autônomos, que, na verdade, neste Estado e neste País, são os trabalhadores sem direito. Sem direito nenhum, porque o direito que nós temos é de sair correndo. Sair correndo na madrugada com nosso material, correndo o risco de perder tudo.

Então, são esses direitos que os trabalhadores, hoje, com a precarização, com a privatização, estão sofrendo. Na verdade, a piora dos serviços. Diante de tudo isso, gente, eu propus uma CPI para investigar, inclusive, a ViaMobilidade, investigar essas falhas na linha, esses descarrilamentos. O que está acontecendo que está descarrilando o trem e colocando a vida das pessoas em risco?

Acho que todo mundo acompanhou, semana passada e retrasada, as pessoas andando sobre as linhas do trem. Andando, correndo risco de vida, porque muitos têm que chegar no seu trabalho. Não tem como você se atrasar meia hora, uma hora, você chegar para o seu patrão e falar: “não, foi o trem que descarrilhou”, ou: “não, é porque atrasou 19 minutos, atrasou 20 minutos”.

São esses olhares que são necessários quando a gente decide cuidar do povo, porque o governo tem que cuidar do povo. Aí, vamos lá. Para investigar. Eu gostaria muito de que os senhores deputados, todo mundo que está...

Inclusive, vejo várias falas quentes, várias falas de que é necessário a gente cuidar dessa rede da CPTM, do Metrô. Então, por isso, coloquei nessa CPI para investigar a ViaMobilidade, investigar essas falhas do trem, das Linhas 8 e 9, porque não é normal que isso aconteça.

Então, estou colhendo assinaturas para essas CPIs, e gostaria muito de poder contar com todos e todas, já que todos aqui temos um bem comum, que é cuidar do povo. Eu acho que é só isso, gente. Então, é tanta coisa para falar que a gente vai perdendo até nosso raciocínio nesta Casa. É tanta coisa, e o povo está esperando tanta coisa. Não é?

Então, esses 100 dias, eu posso falar uma coisa. Foram 100 dias de retrocesso, foram 100 dias de perda de direitos, e, no contraponto, nós temos que falar do nosso governo Lula, que fez 100 dias, mais um dia, que voltou o “Bolsa Família”, voltou o “Minha Casa, Minha Vida”, voltaram vários programas que foram parados, que foram quase que extintos.

Eles tentaram extinguir os direitos dos trabalhadores, só que a gente voltou. A gente voltou com tudo, e o estado de São Paulo tem que ser exemplo, e temos que colocar... Inclusive, estou aqui também junto para colocar o estado de São Paulo nos trilhos.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Obrigado, nobre deputada. Próximo orador inscrito, nobre deputado Rômulo Fernandes, de permuta com o nobre deputado Jorge do Carmo. Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.

 

O SR. RÔMULO FERNANDES - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Conte Lopes, todas as deputadas e deputados aqui presentes, funcionários, pessoal que trabalha na comunicação, queria falar um pouco sobre um fato ocorrido ontem no Grande ABC.

A gente sabe que muita gente às vezes não conhece, mas eu queria ser um pouco didático aqui, já que as pessoas que nos assistem são do estado inteiro. Então, eu queria falar um pouco.

O Grande ABC é formado por sete cidades. A gente tem ali Mauá, Rio Grande da Serra, Diadema, Santo André, São Bernardo, São Caetano do Sul e Ribeirão Pires, e ali, senador Suplicy, a gente tem um histórico bastante interessante, porque desde 1990 a gente discute algumas coisas em comum.

É uma região que tem ali aproximadamente três milhões de pessoas, e problemas em comum. Para a gente, é bastante importante trazer essa discussão junto. Em 1990, a gente começou a fazer algumas ações consorciadas.

Inclusive, um dos grandes idealizadores do consórcio municipal foi o nosso falecido professor Celso Daniel, que o Suplicy conhece bem, conheceu bem. E ali a gente começou a fazer uma discussão em conjunto, com os sete municípios, com relação ao tratamento de resíduos sólidos, e ali a gente percebeu que a gente podia ter uma sinergia com relação a alguns temas que nos eram comuns.

Foi a partir dessa discussão do consórcio que a gente começou também a fazer um plano de drenagem. Foi ali que a gente começou a discutir a questão dos hospitais regionais, tanto o de Serraria quanto o Mário Covas. Foi ali que a gente começou a discutir a questão de uma alça do Rodoanel. Foi a partir dessa discussão que a gente começou a perceber essa sinergia com relação aos temas que nos eram comuns.

E aí, em 2010, a gente finalmente constituiu o consórcio intermunicipal, até por uma questão da lei federal, Suplicy, e hoje é presidido esse consórcio pelo prefeito Marcelo Oliveira, de Mauá.

E ontem a gente teve uma grande surpresa - minha querida Ediane estava junto lá - a gente teve uma reunião bastante importante com todos os deputados federais, com exceção pessoal de São Caetano, e deputados estaduais, para a gente poder pensar em conjunto todas as ações que a gente pode fazer com relação ao Grande ABC.

Ali, senti uma energia muito bacana, uma vontade imensa. Eu queria, para não ser injusto... Ontem, estavam Ana Carolina, Ediane, Luiz Fernando, o Barba, que justificou, estava o Marangoni como deputado Federal, o Alex Manente, o Vicentinho, o Marcelo Lima, que também justificou. Nós temos ali, Suplicy, nove deputados estaduais e quatro deputados federais.

Eu estou trazendo esse debate aqui porque, quanto ao Grande ABC - que é onde eu vivo e a Ediane também vive, a gente tem vários companheiros lá -, se a gente tiver juízo, independente das bandeiras partidárias que nós defendemos, a gente tem uma grande possibilidade de fazer essa discussão em conjunto.

Ontem, estava lá um representante do governo federal, do governo Lula; estava lá um representante do governo estadual; estava ali a Caixa Econômica Federal. Então, são atores que podem modificar a história da região que estavam na mesma mesa.

A gente não podia deixar de vir aqui reforçar e parabenizar todos os que estavam presentes e lamentar profundamente aqueles que estavam ausentes. Eram poucos que estavam ausentes, mas eu quero lamentar aqui.

Ontem mesmo, Suplicy, a gente fez uma série de discussões de propostas que a gente pode encaminhar juntos. Por exemplo, ontem, a nossa companheira aqui, Ana Carolina, fez uma série de sugestões, por exemplo, com relação aos gastos da Educação.

Hoje, por lei, é 25%, mas, por conta de todas essas coisas que estão acontecendo no estado de São Paulo, um prefeito de qualquer cidade não pode comprar uma câmera para poder ter um certo controle de entrada e saída da escola. Ela não pode ser colocada porque a lei federal não pode colocar nos 25%, porque a lei federal não permite.

Então, a gente precisa trazer essas discussões. O Grande ABC teve a Ford, a Toyota, que saiu dali. A reforma tributária tem que ter um assento do Grande ABC para poder fazer essa discussão. Então, eu queria fazer esse registro aqui e parabenizar todos aqueles que participaram porque são problemas comuns. Nós estamos falando de problema no saneamento, nós estamos falando de problema na Saúde, problema na Educação.

Ontem, aconteceu esse fato. Por isso eu fiz questão de vir aqui parabenizar todos os prefeitos presentes. Estava o Felipe, estava o Paulo Serra, estava a representante de Rio Grande da Serra, representante de Diadema, todos os entes.

Infelizmente, alguns deputados estaduais não estavam lá, principalmente São Caetano, que não compareceu a essa reunião e não está entendendo a importância do consórcio intermunicipal.

Então, por isso eu quis aqui fazer esse relato, parabenizar todos que participaram e dizer da importância que todos nós temos na construção, principalmente, da região do Grande ABC.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Próximo orador inscrito, nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Nobre deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputada Solange Freitas, em permuta com o nobre deputado Rafael Saraiva.

Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Nos últimos dias, eu tenho recebido muitos pedidos de ajuda de profissionais das escolas estaduais da Baixada Santista, que é onde eu resido, eu resido em São Vicente.

Os pais, os alunos, os professores e até diretores de escolas pedindo ajuda, porque os estudantes estão com medo de ir para as escolas. Para vocês terem um exemplo, na escola Ablas, em Santos, 80% dos estudantes ontem não foram às aulas; hoje, não foram às aulas novamente.

Ontem, em duas escolas de São Vicente, uma municipal e uma estadual, foram encontrados adolescentes usando facas. Eles foram levados para a delegacia, foi feito boletim de ocorrência.

Um deles alegou que era para a segurança dele próprio - adolescentes de 12 e 16 anos -, só que esse mesmo adolescente tinha feito uma postagem na rede social dele com ameaças e já tem um histórico complicado junto às pessoas que trabalham na escola onde ele estuda em São Vicente.

Isso acabou causando uma confusão na porta da escola hoje de manhã, porque os pais não queriam que os filhos fossem para a escola. Então, quando falta informação do que vai ser feito também para amenizar esses transtornos, há, na comunidade, entre os pais, entre os estudantes, um temor muito grande.

E, agora há pouco, a informação de que, no Guarujá, em uma escola estadual também, uma adolescente estava portando duas facas. Já tem imagens dessa adolescente saindo da sala de aula com essa faca e os estudantes até achando engraçado. Só que não tem graça nisso tudo.

Fora as fake news, que são muitas que a gente vê por aí, dizendo que, a partir de hoje, iriam ter atentados nas escolas. Foram feitos boletins de ocorrência na Baixada Santista, feitos pelos próprios diretores de escola por conta dessas ameaças nas redes sociais, ou seja, causando pânico entre os estudantes.

Estou citando as escolas estaduais pelo fato de termos essa responsabilidade de cobrar o Governo do Estado, mas a gente sabe que isso está acontecendo nas municipais e também nas particulares.

Feito isso, eu fiz uma enquete nas minhas redes sociais para tentar entender o que as pessoas esperam, o que elas acham que poderia ser feito agora nas escolas para ter segurança.

Olha, foram muitas respostas. Tudo isso que está na minha mão, foram várias e várias respostas de pais e profissionais, que falam o que eles entendem ser seguro, hoje, nas escolas.

Só para vocês terem uma ideia, na enquete das minhas redes sociais, a primeira medida que pais e profissionais entendem que seria importante é o detector de metais. Monitoramento por câmeras, psicólogos, Guarda Municipal nas escolas, polícia nas escolas, unidades emergenciais de segurança nas escolas, são algumas das sugestões que a população está dando para a gente ter um pouco mais de segurança nas escolas.

Eu pedi à Secretaria da Educação do estado uma reunião e, hoje de manhã, conversei com o Vinicius Neiva, que é o secretário executivo da Secretaria da Educação do Governo do Estado. Perguntei para ele o que está sendo feito, o que vai ser feito nas escolas estaduais para garantir a segurança, para dizer a esses pais, para dizer a esses estudantes: “Olha, vocês podem ir à escola, estamos tomando todas as medidas para que evitem problemas, evitem esses crimes que estão acontecendo em algumas escolas pelo país”.

O Vinicius Neiva, eu agradeço muito a atenção dele. Eu pedi e imediatamente ele me respondeu. Ele falou algumas coisas que o estado está fazendo, como, por exemplo, o reforço no monitoramento dentro das escolas e a criação de um canal direto com relação às denúncias de ameaças.

Esse canal direto vai para a polícia. As redes sociais estão sendo monitoradas. Dois mil funcionários estão em treinamento, 500 psicólogos estão sendo contratados e há a ampliação da ronda escolar.

Essas são algumas das medidas que o Governo do Estado, que a Secretaria da Educação está tomando para amenizar esses transtornos nesse primeiro momento.

Há outra questão que eu acho mais polêmica: está sendo discutido sobre colocar um profissional de segurança dentro das escolas. Pode ser um policial, um policial reformado, sem armas.

Só que todo mundo sabe que um policial, seja ele reformado ou não, armado ou não, dentro de uma escola, em uma comunidade, ele vai ser um alvo. Ele é uma pessoa sozinha, ele é um alvo. Não é a melhor forma de garantir a segurança nas escolas e é uma situação polêmica mesmo.

Então, diante disso, vou relembrar para vocês um caso que aconteceu em 2014: os famosos “rolezinhos” nos shoppings. Os jovens estavam indo aos shoppings, isso em todo o país, e fazendo “rolezinhos”, só que criminosos infiltrados estavam causando confusão nos shoppings.

Eu lembro de uma ideia que surgiu de São Vicente, de um conselheiro tutelar, o Gil do Conselho, que hoje está na minha equipe. A ideia foi de instalar monitores sociais dentro dos shoppings.

Em São Vicente, o Brisamar colocou os monitores sociais. Esse exemplo foi seguido em outros shoppings pelo Brasil afora e o problema foi resolvido. Foi uma das soluções para aquele problema que estava acontecendo em 2014.

Diante disso, diante do que está acontecendo nas escolas, estou fazendo hoje uma indicação e um projeto de lei com a mesma intenção. O projeto de lei é mais demorado, mas a indicação para o Governo do Estado fazer, se o governador quiser fazer, ele pode fazer quase imediatamente.

É que tenhamos os monitores sociais dentro das escolas, seguindo o exemplo do que aconteceu em 2014, e esses monitores sociais seriam os jovens das comunidades, dos próprios bairros, de 18 a 21 anos. Eles estariam dentro das escolas, seriam treinados e ficariam nas escolas.

No projeto de lei, eu não estou fazendo um projeto para que tenham gastos do Governo do Estado, porque estou prevendo que esses monitores sociais seriam contratados pelo PDDE, que é o “Programa Dinheiro Direto na Escola”.

Então, as escolas, por meio das APMs, ou das associações que já tenham parcerias, poderiam contratar esses monitores vindos de dentro da comunidade.

Essa é uma medida que pode dar muito certo, a exemplo do que aconteceu nos shoppings e em outros lugares pelo Brasil também. Se o governador quiser, ele pode fazer isso quase que imediatamente. Não precisa do projeto de lei que demora para ser tramitado, que demora para acontecer. Então, ele pode fazer exatamente agora.

Eu acho que não é hora de cortar verbas da Educação. Tem-se falado que o Governo do Estado está estudando a redução das verbas na Educação, mas o que está acontecendo nas escolas está mostrando que não é hora de fazer isso.

Temos tantos programas legais que aconteceram no passado, Escola Total, Escola da Família, que no fim de semana as escolas eram abertas para a comunidade, a comunidade toda se envolvia nas escolas e isso dava mais segurança para as famílias, para os estudantes e para os profissionais também.

Então, essas são as minhas indicações de hoje, que estou apresentando. O projeto de lei também. E vou visitar algumas escolas estaduais para a gente ver o que pode ajudar também em um primeiro momento.

Eu acho que o momento agora é de a gente buscar ajuda, buscar solução, dar uma resposta para a sociedade, porque o que eu estou vendo na Baixada Santista está acontecendo em muitos outros municípios no estado de São Paulo.

Os alunos com medo de ir à escola, ou seja, um retrocesso. Quando a gente precisa mais e mais da educação, a gente está tirando o direito desses adolescentes de aprenderem um pouco mais.

Então, eu acho que é hora de a gente mudar e essa é a minha ideia para o governador, para o secretário de Educação, os monitores sociais dentro das escolas.

Muito obrigada.

 

 O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Obrigado, deputada. O próximo orador inscrito, o nobre deputado Lucas Bove. (Pausa.) Nobre deputado Reis. (Pausa.) Nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Mansur, em permuta com o nobre deputado Agente Federal Danilo Balas.

Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Conte Lopes, eu volto a falar aqui neste palco, para a gente, com mais tempo, poder explicar os nossos pensamentos, tudo que vem ocorrendo aí nas escolas e a enxurrada que eu recebi no WhatsApp, através do programa que a gente fala na televisão, e que é um absurdo a gente não fazer nada imediatamente.

Eu escutando a esquerda falando, vejo a diferença entre a direita conservadora e, realmente, a esquerda do nosso País, porque eu escutei o Donato falando que nós temos um imposto de 4% na herança do estado de São Paulo e ele reclamando que em outros estados tem 8%, e poderia ser aumentado, ou seja, o que a gente vê do PT é que eles gostam de aumentar imposto e gostam de gastar dinheiro público.

Ao contrário do presidente Bolsonaro que, quando esteve no poder, abaixou em 700 itens impostos. A gente vê como está a Argentina, não consegue aumentar mais imposto. Chegou em um limite de imposto que se aumentar imposto o empresário não consegue pagar. E aí o que acontece? Sonegação de impostos.

Esse é um grande problema. A gente sabe disso. Quanto mais imposto você cobra, o empresário emprega menos, sonega mais e a gente fica com menos dinheiro em caixa para investir no nosso País.

Agora, falando sobre tudo que está acontecendo nas escolas, que é algo muito triste. Agora eu recebi pelo WhatsApp - que a gente não sabe já o que é mais verdade e o que não é - um comunicado que, no dia 22, a Escola Americana da cidade de Santos, vai fechar porque estão jogando comunicados de que dia 22 vai ter algo.

A gente nunca viu isso no nosso País, né?  Depois do dia 27, o que ocorreu com a Elisabeth de 71 anos de idade, que foi esfaqueada... É lógico que quando ela recebe o menino de 13 anos ali, ela fica sem reação, e poderia ter acontecido pior. Um monte de garotos saiu correndo.

Tiveram, lá em Blumenau, quatro meninos mortos. Eu olho para a imagem deles, eu vejo ali o rostinho do meu filho, vejo o rostinho de uma criança de quatro, cinco anos, com um machado... A maldade, a brutalidade. Hoje a gente recebe uma notícia lá de Goiás, de que um menino de 13 anos também entrou na escola, feriu três alunos e feriu a professora. Ele estava com um machado, com faca na mão, e graças a Deus ninguém morreu.

Então as ameaças estão surgindo. E eu escutei aqui o Guilherme Cortez falar “a gente tem que tirar o mal pela raiz, não tem esse negócio de polícia nas escolas”. Mal pela raiz?

Existe você tirar o bullying com remédio? Não tem como, não existe remédio para isso, não existe você dar um remédio para a pessoa e acabou o bullying. Você precisa fazer algo de urgência.

Quando eu escuto, Conte Lopes, o Mecca falar aqui com propriedade sobre a polícia, de quando ele estava na Rota e ia nas escolas, era recebido com bolo, as crianças o vendo como um herói.

É claro, o policial para as crianças é visto como um herói E ele falou aqui, o Mecca, que o policial militar, dentro das escolas, é muito bem-vindo e ele também expôs, como ele sabe muito da polícia, que as rondas escolares diminuíram muito do que era antigamente - e aí fica a minha preocupação.

Se a gente tem menos ronda escolar, não é bem-vindo ter um policial militar em cada escola do estado de São Paulo? Porque tendo um policial militar da reserva ou aposentado, você inibe a ação desses psicopatas imediatamente, é algo imediato, porque você não tem como fazer nada, nenhuma solução.

A gente tem agora tudo o que está acontecendo no nosso País, nós temos... o que é que a gente vai fazer? o que é que a gente vai fazer? Não tem o que fazer. Se a gente coloca um policial militar nas escolas, a gente protege as crianças, protege o professor - porque o professor está lá para ensinar, ele não está lá para separar briga, o professor não está dentro do colégio para tirar um menino que está com uma faca na mão.

A Segurança Pública é um direito de todos, e nós precisamos proteger as nossas crianças, sim. É um absurdo, hoje a gente vê colégios particulares com uma segurança privada, e nós temos o dever, como deputados estaduais, de dar o exemplo.

Porque o nosso estado de São Paulo pode, sim, tem recurso para colocar um policial militar da reserva ou aposentado em cada escola do estado de São Paulo. Nós temos recursos para isso.

Você tem as pessoas que estão lá nos corredores dos colégios e você pode ter, sim, uma pessoa ali na porta do colégio, que é um policial que já tem uma visão. Porque a gente sabe que quando tem uma pessoa que passa com um carro de droga nas rodovias, lotado de droga, ele para o caminhão, olha para a cara da pessoa e já sente alguma coisa, Conte Lopes.

Ele manda parar, revista e tem droga. O policial militar tem um faro, ele já tem uma esperteza, então quando vem aquele menino entrando na escola, e se tivesse um policial militar, ele poderia ter impedido. O policial militar, ele dá a vida. Ele não vai sair correndo por medo da morte. Ele dá a vida pelas crianças.

É muito importante esse projeto de lei que eu propus e eu volto a falar aqui no plenário pedindo, suplicando para a esquerda, para o centro, para a direita, para entenderem o projeto. Eu tenho filho e muitos aqui da Casa têm também. A gente sabe da importância da proteção. A gente quer que a nossa criança vá para a escola e a gente tenha a cabeça tranquila.

Hoje eu não consigo realmente parar de pensar nisso: meu filho indo para a escola do jeito que está este País. Cada hora é uma notícia e a gente dá mais notícia na televisão, parece que é pior. Então, esse meu projeto de lei cai direitinho com o que eu tenho certeza que o governador Tarcísio quer. Ainda tem as comissões para passar.

Eu espero que vocês tenham o entendimento dentro do meu projeto de lei. Já tem muita imprensa me ligando. Hoje mesmo o SBT News vai falar comigo sobre o projeto e eu acho de extrema importância para o nosso estado de São Paulo vocês me ajudarem nesse projeto. Você quer falar, deputada? Pode falar.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. O seu tempo ainda corre.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Ele concedeu um aparte, nobre deputada.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - É que aí eu vou querer falar de novo.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - É que eu vou falar pelo Art. 82 depois. Então é melhor V. Exa. terminar.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Está bom. Então só para finalizar, Conte Lopes, tem umas imagens. Coloque as imagens não dos colégios, mas coloque as imagens que eu fiz ontem - que eu acho que é importante a gente colocar - da Regiane Gama Xavier, presidente da Sociedade Federação Instrumental e Cirúrgica, com que eu fiz esse evento ontem.

Eu queria colocar da esterilização. Ela esteve aqui, a gente fez premiações aqui ontem e é muito importante a gente falar sobre esse tema “Esterilização na Pandemia”. A gente olhou mais para esse tema. Ontem eu homenageei esses heróis que acabam não aparecendo no nosso estado de São Paulo e no nosso País.

Então só queria deixar esse registro, agradecer à Regiane por ter me convidado a prestar essa homenagem a todas vocês que fazem esse trabalho fundamental na área médica.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Obrigado, deputado. Encerrado o Grande Expediente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem, nobre deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para falar pelo Art. 82, pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PELO ART. 82 - Boa tarde, Sr. Presidente, Mesa de trabalhos, assessores à minha esquerda, minha direita, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente e todos que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp. O tema violência nas escolas parece que é hoje que está acontecendo. Não é, Monica?

Quantas pesquisas foram empreendidas que entraram por aqui e saíram por aqui? E agora querem resolver da pior forma - essa é a minha opinião. Há abordagens e abordagens. Eu vou respeitar o deputado Paulo Mansur, que fez aqui o seu pronunciamento. Óbvio que temos que respeitar a diversidade de opiniões, mas quero dizer o seguinte: a gente vai ter que ter várias frentes para resolver essa questão da segurança nas escolas.

É desta forma que eu gosto de tratar. Como ter um ambiente seguro em que nossos filhos entrem com a certeza de que vão sair vivos, que os professores entrem com a certeza de que vão sair vivos?

Nós temos que um pouco dar uma olhada, porque se tem uma coisa que se perdeu a dimensão são as redes sociais, e estão soltas. Então, desculpe, o senhor pode encher de policiamento.

Essa juventude está fazendo - e aí é uma leitura minha, deputada Monica -, ela está tão somente cumprindo o que um governo falou para ela quatro anos: armamento, armamento, armamento e ódio. É assim que vai resolver. E nós vamos trocar pela palavra “desarmamento, desarmamento, desarmamento, amor e paz, sobretudo”.

É dessa forma que nós vamos resolver. É pueril da minha parte? Não, porque faz desde 2013, o meu sindicato empreende pesquisas nas escolas estaduais, demonstrando cada ano que esses números não mudam, e agora nós estamos indo para os ataques.

Esses ataques, me perdoem também, a última pesquisa que nós empreendemos agora, nós fizemos também a questão referente ao impacto da pandemia sobre a juventude, observou-se que a juventude conviveu com a palavra “morte” três anos, vendo a morte com os pais, os amigos, enfim, e, ao mesmo tempo, o presidente, com a arminha na mão, dizendo que era importante, em vez de um prato de comida, ele pedir arma, armamento, armamento, e negando a ciência.

Essa é a cabeça, essa é a juventude que se formou nesses quatro anos, e agora nós vamos resolver com violência. Sinceramente, quero dizer que o plano nacional por segurança nas escolas, na minha opinião, é o que nós vamos defender.

Haverá uma audiência pública aqui no dia 17 agora, estamos fazendo. Nesse dia 17 nós queremos trazer, se possível, alguém do Ministério da Justiça para mostrar para nós qual é esse plano, porque é esse o plano que eu penso que São Paulo tem que ter para que tenhamos um ambiente mais seguro aqui para o estado de São Paulo, porque, do contrário, me perdoe, nós vamos estar correndo sempre atrás do rabo. Parece-me, essa não tem sido a melhor questão.

Por último, não menos importante, eu não tive tempo de falar dos 100 dias do governo Tarcísio. Ontem estivemos em frente a uma escola. Quero destacar um ponto que é frontal para nós.

Primeiro, o governo Tarcísio, ao invés de investir mais em Educação, está retirando verbas da Educação. De 30, baixar para 25, oxalá deixar mais flexível, para que se em um momento precisar mais de saúde, saúde, outro momento mais, e não é assim. Isso foi uma luta histórica nossa, dos profissionais da Educação, que garantimos, e a sociedade civil, que o mínimo constitucional fosse destinado à Educação pública deste País.

Se isto ocorrer, nós vamos ter menos que 25 por cento. O governo, nesse tempo, gastou um pouco mais que 20, e tem aí as universidades também, com 9.57, e mais também outros empreendimentos que se fazem.

Então nós não podemos permitir que essa PEC venha para esta Casa. Se essa PEC chegar aqui, é nós não permitirmos a aprovação dessa PEC. Isso, para mim, é um descompromisso com a Educação pública no estado de São Paulo.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. Para usar a palavra pelo Art. 82, pela bancada do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental. Vossa Excelência tem o prazo regimental.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PELO ART. 82 - Para dialogar um pouco do que trouxe a Professora Bebel, e o que foi tema do debate hoje, as escolas precisam ser profundamente debatidas, mas debatidas com a seriedade que o momento exige; e exige.

As escolas públicas e a escola como um todo, professores e professoras, estão há muitos anos no centro, no alvo da extrema direita. Começou com o Escola sem Partido, começou com a perseguição da liberdade de cátedra, começou com a perseguição do debate sobre diversidade na escola, começou, começou, começou, e a realidade é que hoje, enquanto a escola não tem História e Geografia, enquanto na escola está faltando professor, Bebel, porque extinguiram o contrato da categoria “O”, enquanto estão superlotando salas com 50 alunos porque estão fechando silenciosamente salas de aula, no imaginário desses adolescentes, eles estão sendo disputados e não só pela deep web, não.

Agora está no Twitter, está no Instagram, está no Facebook, em rede aberta, gente pregando ódio e a morte.

Enquanto os nossos jovens não estão sendo educados pela tolerância e adversidade, eles estão sendo formados e disputados por anos de um Brasil que fala de matar, matar, matar, matar, e de ódio à coisa pública e sobretudo aos professores. Odiar os professores, pregar o ódio aos professores, e não é de se surpreender essa reação extrema de jovens que estão sendo disputados pela internet.

O antídoto disso é uma escola mais participativa, mais democrática que não tenha medo de ensinar aos jovens a serem tolerantes com a divergência, com a diferença, com a diversidade. Uma escola que abrigue a todos.

E aí, Bebel, essa extrema direita que se baseou nesses anos todos a partir da mentira, da desinformação se sustenta a partir da desinformação e do medo do povo. Pega problemas seriíssimos, graves que precisam ser encaminhados e transformam em palco de ódio sem fim com soluções rasas.

Essa mesma extrema direita que vive na mentira, sobe aqui à tribuna para dizer que não sabe mais checar o que é verdade, o que é mentira enquanto compartilha nas suas redes sociais, Bebel, áudios mentirosos que só espalham medo sobre ataque nas escolas.

E me assusta ver isso de alguém que passa horas na TV aberta fazendo jornalismo. Se um jornalista não sabe checar a verdade, não sabe mais responsabilidade ética sobre o que produz a gente está mesmo num momento em que a gente não está procurando soluções.

O que se traz aqui são mais problemas para colocar gasolina num Brasil em chamas em que são nossas professoras, maioria mulheres, maioria pobre, porque o estado de São Paulo paga mal as nossas professoras, são nossos estudantes da periferia, filhas de mães pobres que estão com medo, sofrendo, sendo feridas e morrendo.

A gente está propondo uma série de coisas, infelizmente, mas o que não cabe agora é reduzir o orçamento da Educação. É um absurdo a proposta de reduzir de 30 para 25% o investimento da Educação nesse momento.

Há diversas propostas sobre escola pública e de como ter uma escola pública mais segura, de como ter jovens melhores formados, como ter professores mais amparados e etc.

E nisso de ignorar a realidade, ignora-se inclusive a realidade da Segurança Pública. Primeiro, que o projeto do deputado Paulo Mansur ainda não é uma realidade. Ele está protocolado, as comissões não existem, não tem nem possibilidade de esse projeto começar a tramitar agora, e quando ele tramitar a gente vai discutir isso no prazo regimental. Não existe debate sobre isso agora. Então não tem ninguém obstruindo o projeto do deputado agora. É uma mentira falar sobre isso.

E depois é que os deputados da própria Segurança Pública, que também se ignora o acúmulo deles, dizem que é insuficiente um policial por escola.

Os policiais não são heróis, os policiais são humanos que também vão morrer, que também são pouco assalariados, também são poucos.

A gente está discutindo a necessidade da contratação de policiais civis para dar conta de tirar da rede aberta as ameaças às escolas, de levar a cabo e prender esses possíveis agressores que estão propagandeando em redes sociais o que querem fazer.

A gente está discutindo um déficit de 22 mil trabalhadores na Polícia Civil. Eu não consigo imaginar qual é o déficit na Polícia Militar, não consigo imaginar qual é a realidade do policial militar dentro da sua viatura no dia a dia, mal assalariado e o quanto ele fica exposto. Mas sabe o que eu consigo imaginar, Bebel? Eu consigo imaginar a precarização que torna a coisa pública um negócio.

E eu quero terminar aqui a minha fala com uma denúncia grave. O UOL trouxe hoje documentos, cópias de vídeo e de conversas de WhatsApp que foram publicadas e obtidas pelo “Estadão” em que viaturas e helicópteros da Polícia Militar estão sendo usados por assessores, por um irmão de assessor especial do Tarcísio, para segurança privada em ferrovia próxima ao Porto de Santos.

É isso o que acontece quando a gente precariza as coisas e ignora a coisa pública. A polícia segurança pública, que não deveria sequer fazer bico, e eu não vou discutir aqui os bicos que os policiais fazem porque ganham muito mal, inclusive, porque não são valorizados pelo Estado, mas a forma como o Estado permite e usa debaixo do seu nariz aparelhos públicos, como o helicóptero da Polícia Militar, para permitir que se façam negócios de segurança privada, é muito grave a denúncia.

A gente vai encaminhar à Secretaria de Segurança Pública para que responda imediatamente sobre as denúncias feitas.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Pelo Art. 82, para falar em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Conte Lopes, deputado Suplicy, deputado Marcolino, público que nos acompanha, quero cumprimentar a todos vocês nesta tarde de terça-feira.

Ontem estive em um ato convocado pela nossa bancada, junto com lideranças dos movimentos sociais, para a gente discutir os 100 dias do governo Tarcísio.

A nossa constatação foi que nesses 100 dias pouco o governador apresentou para a sociedade, a não ser a pauta das privatizações. Foi à Inglaterra para tentar vender ativos como a Sabesp, a CPTM e assim por diante. Hoje ele repete isso dizendo que na sua fala sobre os 100 dias vai radicalizar na proposta de privatização da CPTM.

Nas áreas sociais, quase nada o governador fez ou declarou que vai fazer. Repito aqui, essa questão da Educação, quando ele anuncia alguma coisa, é algo negativo, porque diminuir os recursos da Educação de 30 para 25 com o argumento de que vai usar essa diferença para aplicar em Saúde, ora, vamos tirar de outras áreas, da publicidade, de outras áreas que não afetem a qualidade de vida. Quer dizer, tirar da Educação é um despropósito a que nós vamos nos opor, vamos denunciar.

Mas eu queria falar que eu estive hoje com o deputado Marcolino, já que estamos repercutindo as questões sociais, estivemos em um ato da União dos Movimentos de Moradia, no centro da Capital.

Do Teatro Municipal, caminhou-se até a sede da Secretaria Estadual de Habitação, onde os movimentos foram buscar um diálogo com o Governo do Estado, porque até agora o Governo do Estado nada anunciou sobre uma política habitacional tão necessária para o nosso povo.

Todo mundo sabe que com o fim do “Minha Casa Minha Vida” pelo governo anterior, Bolsonaro, com a quase extinção da CDHU, a crise habitacional, que já era grande no nosso Estado pela lentidão dos governos estaduais em atender com uma política habitacional séria, forte à demanda habitacional que cada vez mais cresce no nosso Estado, só falava em privatização, PPP.

Eu não sou contra uma PPP, até porque foi o nosso governo, o governo Lula, que regulamentou e nós já aplicamos em várias situações, mas no caso do social, da Habitação, é necessário seguir os exemplos que os movimentos sociais têm demonstrado. Mutirão por autogestão sai muito mais barato, muito mais em conta, muito mais rápido, com mais qualidade, o custo final da moradia.

Não podemos pegar uma demanda social e objetivar ter lucro para empresários. Nada contra o lucro, nada contra o empresário atuar inclusive nessa área, mas já há um mercado, já há uma demanda em que o mercado pode atuar. Mas na área social o Estado tem que prover. Um pai de família, uma mãe de família conseguir uma casa para proteger a sua família, é algo básico, é um direito.

O Estado tem que ajudar esse cidadão a prover essa demanda, essa sua situação. A casa significa segurança. A casa própria significa a família se organizar, ter uma perspectiva de um futuro melhor. Mas, aqui em São Paulo, nada. Só para a gente ter uma dimensão dessa crise habitacional de que eu falo, é só ver como aumentou o número de moradores de rua.

É o caso da cidade de São Paulo. Eu lembro que fui secretário municipal, no governo Fernando Haddad, de 2013 a 2016. Eram 16 mil moradores de rua. Hoje está chegando na casa dos 70 mil. Famílias morando na rua. As ocupações proliferaram no nosso Estado. E não só aqui em São Paulo, na periferia. Mas é em Campinas, é no interior.

Recentemente, estive numa cidade chamada Luiziânia. Participei de uma assembleia onde tinha mais de 200 pessoas ansiando por um projeto da prefeitura junto com o Governo do Estado com a esperança de que, com o Minha Casa Minha Vida, muitos trabalhadores e trabalhadoras pobres teriam acesso a uma casa, era muito grande. Quando a gente fala da possibilidade, brilha nos olhos dessas pessoas. Mas o Governo do Estado, até agora, nada.

Por isso que os movimentos foram para a rua hoje, as suas entidades, para protestar e exigir que o Governo do Estado, que tem um Orçamento de 300 bilhões esse ano, possa dedicar uma parte disso para construir moradia, para ajudar as 500 mil famílias que não têm casa, principalmente, que moram na Região Metropolitana, nas grandes cidades, possam ter a perspectiva de um futuro melhor.

Muito obrigado.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem, nobre deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pergunto se posso fazer uma comunicação de dois minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o prazo.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Queria solicitar que seja transcrita a entrevista da senhora Mónica Baltodano. Foi da Frente Sandinista de Libertação e chegou a ser uma ministra do governo Daniel Ortega.

Mas agora, tendo em vista as atitudes do presidente Daniel Ortega, que ela disse que são extremamente ditatoriais, infelizmente, ela, inclusive, faz um apelo a todos os partidos progressistas e de esquerda, na América Latina, para que venham a ter um diálogo que possa ser pacífico e construtivo. Mas que diga que isto não pode mais continuar a acontecer.

Inclusive, eu estive num almoço com ela, com o Luiz Eduardo Greenhalgh e cerca de 20 pessoas. Ouvimos o depoimento dela. Vamos transmitir ao presidente Lula estas observações sobre as formas ditatoriais. Inclusive, ela própria perdeu a nacionalidade, perdeu todos os seus bens, os seus documentos.

Está exilada na Costa Rica. Então ela está fazendo um giro por países da América Latina para realizar essa denúncia. Então peço que seja transcrita esta entrevista dela na “Folha de S. Paulo” de hoje.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Será providenciado, nobre deputado. Nobre deputado Dr. Eduardo Nóbrega.

 

O SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Nos termos do Art. 82, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - PELO ART. 82 - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, população que nos acompanha pela TV Alesp. Tenho a honra e a satisfação de estar aqui, usando esta tribuna, na tarde de hoje, desta terça-feira.

Quero cumprimentar todos os amigos que estão presentes na Assembleia, os vereadores da cidade de Taboão de Serra, que faço questão de citar nominalmente: vereadores Rodney, Alex Bodinho, Sandro Ayres, Anderson Nóbrega.

Da cidade de São Lourenço da Serra, vereador Ceará Pança. E a visita ilustre de um dos maiores ídolos do Brasil, não só do maior clube do mundo, que é o Esporte Clube Corinthians Paulista, o Marcelinho Carioca. Obrigado também por essa visita à Assembleia Legislativa. Obrigado, Marcelinho.

Sr. Presidente, o que me traz à tribuna é uma situação que ocorre na cidade de Taboão da Serra, em que o prefeito, nesta semana, conseguiu rescindir o contrato de gestão que a cidade mantinha há quase sete anos com uma OS chamada SPDM. Eu não quero generalizar a atuação dessa OS. Ela faz a gestão da Saúde em diversos municípios do estado de São Paulo. Salvo engano, também em outros estados.

Mas, no município de Taboão da Serra, exclusivamente, essa OS prestou um péssimo serviço de Saúde à população. Eu ainda, quando era vereador no município, fazia diversas críticas: requerimentos, indicações apontando os erros porque essa OS não cumpria com a sua missão.

Nos últimos anos, Sr. Presidente, eram mais de sete milhões de reais por mês para que a OS SPDM fizesse a gestão de Saúde do pronto-socorro, da UPA e do hospital do Pronto-Socorro Infantil da cidade de Taboão da Serra. Infelizmente, o povo da cidade sofre, há muito tempo, com a falta de um serviço digno de Saúde.

O prefeito Aprígio, ex-deputado desta Casa, conseguiu fazer a rescisão desse contrato. E o que preocupa os vereadores que vêm à Assembleia, preocupa o prefeito Aprígio e a todo o povo da cidade de Taboão da Serra?

Que essa OS, agora que foi retirada da gestão da Saúde da cidade, é a OS que faz a gestão do Hospital Geral do Pirajussara. O hospital que tem, por função, atender aos pacientes do município de Taboão, de Embu, do entorno, além de ser referência também para outras especialidades médicas.

E a grande preocupação é que a OS comece agora a negar vagas para os pacientes de Taboão da Serra que serão atendidos ou por uma gestão direta ou por uma gestão indireta, de acordo com a necessidade da cidade de Taboão da Serra.

Portanto, Sr. Presidente, eu trago essa preocupação. Não quero ser leviano, não vou fazer aqui, da tribuna da Assembleia, uma acusação de que irá acontecer a negativa de atendimento aos pacientes de Taboão da Serra.

Mas quero, por cautela, já preparar um requerimento de informação, nos termos do Art. 166 do Regimento Interno da Alesp, para solicitar da SPDM, na gestão do Hospital Geral do Pirajussara, a quantidade de pacientes da cidade de Taboão da Serra que foram atendidos nos últimos anos, pelo menos nos últimos dois anos, pelo Hospital Geral do Pirajussara.

Com isso, Sr. Presidente, eu já tenho os números. E se houver, querido deputado Eduardo Suplicy, uma negativa de atendimento, os números vão cair daqui para a frente. E aí ficará claro que estará havendo uma retaliação da OS SPDM, por não mais ser a gestora do contrato de Saúde de Taboão de Serra, negando vaga ao munícipe de Taboão.

Como isso ainda não é um fato - eu ainda não acredito que isso possa acontecer -, é uma preocupação dos Srs. Vereadores que vêm até a Alesp com esse objetivo de proteger o cidadão de Taboão de Serra.

Podem ter certeza de que encontrarão, no deputado estadual Eduardo Nóbrega e, certamente, no plenário desta Casa, toda a atenção devida, porque nós cumpriremos nosso papel, que é o de fiscalizar todas as OSs, principalmente as que recebem recursos do estado de São Paulo e dos municípios, também, do nosso Estado.

Por fim, Sr. Presidente, queria aqui... Aconteceram, aqui neste plenário, diversas falas no sentido desses crimes hediondos que estão ocorrendo, infelizmente, no país, com essa falta de segurança escolar.

E na região - para concluir, Sr. Presidente - sudoeste de São Paulo, a seccional de Taboão da Serra, Dr. Helio Bressan, teve uma atitude que me parece muito acertada: ele se antecipa a qualquer possibilidade de ocorrência de fatos graves na nossa região.

E se colocou à disposição de todos os diretores de escolas, tanto das escolas do Estado, quanto das escolas do município, para que possam fazer uma resposta rápida em um caso de necessidade.

Na sexta-feira, Sr. Presidente, vai haver uma reunião no teatro da cidade de Taboão da Serra com o delegado seccional de Taboão, o comandante da Polícia Militar, o Mota, com os diretores de escolas, o prefeito municipal José Aprígio, para que possam criar mecanismos de respostas rápidas em caso de necessidade.

Só para ter ideia, e concluindo, dizer que na cidade de Taboão o prefeito vai implementar um aplicativo, um botão do pânico que será disponibilizado para os diretores e em comunicação com a Guarda Municipal, com a Polícia Civil e com a Polícia Militar. Em cerca de dois minutos, Sr. Presidente, as forças de Segurança chegarão a uma unidade escolar em caso de necessidade.

Então eram esses os comunicados.

Obrigado pela tolerância, por ter passado o tempo regimental.

Agradeço o plenário e aos vereadores presentes.

Muito obrigado.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, antes de pedir o levantamento da presente sessão, queria fazer também uma saudação aos vereadores de Taboão da Serra e dar as boas-vindas, em especial, ao meu amigo Marcelinho Carioca, esse grande craque do futebol brasileiro.

Sejam bem-vindos. Está fazendo muita falta, principalmente para o Corinthians.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Para pedir o levantamento da presente sessão, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.

Está levantada a presente sessão.

Obrigado a todos.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 26 minutos.

 

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