5 DE NOVEMBRO DE 2024
54ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO
Secretaria: CARLOS CEZAR, MILTON LEITE FILHO, THIAGO AURICCHIO, CARLA MORANDO, TOMÉ ABDUCH e CAPITÃO TELHADA
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 21h37min. Coloca em discussão a PEC 9/23, em 1º turno.
2 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
4 - SIMÃO PEDRO
Discute a PEC 9/23, em 1º turno.
5 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem da deputada Paula da Bancada Feminista, para respondê-la oportunamente.
7 - DR. EDUARDO NÓBREGA
Discute a PEC 9/23, em 1º turno.
8 - DR. JORGE DO CARMO
Discute a PEC 9/23, em 1º turno.
9 - PAULO FIORILO
Para reclamação, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Reitera que a PEC 9/23 foi debatida ao longo de um ano, estando pronta para ser pautada na Ordem do Dia.
11 - CARLOS CEZAR
Discute a PEC 9/23, em 1º turno.
12 - GIL DINIZ
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem do deputado Gil Diniz, para respondê-la oportunamente.
14 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Para comunicação, faz pronunciamento.
15 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
16 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
17 - ENIO TATTO
Discute a PEC 9/23, em 1º turno.
18 - PROFESSORA BEBEL
Discute a PEC 9/23, em 1º turno.
19 - GUILHERME CORTEZ
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
20 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem do deputado Guilherme Cortez, para respondê-la oportunamente.
21 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde à questão de ordem do deputado Luiz Claudio Marcolino. Reitera que houve debate acerca do tema ao longo de um ano.
23 - PAULO FIORILO
Discute a PEC 9/23, em 1º turno (aparteado pelo deputado Barros Munhoz).
24 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
25 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde à questão de ordem do deputado Luiz Claudio Marcolino. Defende que o rito para convocação de sessão extraordinária, pela urgência, é prerrogativa da Presidência.
26 - REIS
Discute a PEC 9/23, em 1º turno.
27 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Solicita verificação de presença.
28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
29 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
30 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
31 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem do deputado Luiz Claudio Marcolino, para respondê-la oportunamente.
32 - BARROS MUNHOZ
Discute a PEC 9/23, em 1º turno (aparteado pela deputada Monica Seixas do Movimento Pretas).
33 - PROFESSORA BEBEL
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
34 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Dá resposta à questão de ordem da deputada Professora Bebel. Encerra a sessão às 00h07min.
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* *
- Abre a sessão o Sr. André do Prado.
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O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente em
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
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* *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
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O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Ordem do
Dia, discussão e votação em primeiro turno da Proposta de Emenda nº 9, de 2023,
de autoria do Sr. Governador. Dando sequência à lista de oradores inscritos que
estavam na tribuna, com a palavra do deputado Simão Pedro.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Só para entender o
comando, porque, assim, eu percebo que muita gente não entendeu. Como não
entendeu, eu queria pedir uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
o pedido de Vossa Excelência. Vamos fazer a verificação de presença. Convido o
deputado Carlos Cezar com o deputado Milton Leite Filho para fazermos a
verificação de presença.
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* *
- Verificação de presença.
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* *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Constatado o quórum regimental, devolvo a palavra ao deputado Simão Pedro.
O SR. SIMÃO PEDRO - PT
- SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, senhoras e senhores deputados, deputadas, público que
aqui se faz presente. Quero cumprimentar os estudantes, os professores, aqueles
que serão os mais prejudicados se essa PEC for aprovada.
Eu queria, Sr.
Presidente, começar aqui com a lembrança de uma música, de um hino à nossa
juventude, aos estudantes. Do nosso grande Milton Nascimento, chamado Coração
de Estudante.
“Quero falar de
uma coisa, adivinha onde ela anda, deve estar dentro do peito, ou caminha pelo
ar. Pode estar aqui do lado, bem mais perto do que pensamos. A folha da
juventude é o nome certo desse amor. Já podaram seus momentos, desviaram seu
destino, seu sorriso de menino, tantas vezes se escondeu.
Mas renova-se a
esperança, nova aurora a cada dia, e há que se cuidar do broto, para que a vida
nos dê flor e fruto. Coração de Estudante, há que se cuidar da vida, há que se
cuidar do mundo, tomar conta da amizade, alegria e muito sonho. Espalhados no
caminho, verdes, plantas, sentimento, folhas, coração, juventude e fé.”
Dedico essa
música, essa poesia, aos estudantes que estão aqui, à nossa juventude,
resistindo a essa violência que o governador Tarcísio quer fazer contra a nossa
Educação pública, contra a nossa juventude, contra o nosso futuro.
Essa música,
Sr. Presidente, deputados e deputadas, evoca sentimentos de esperança,
renovação e importância do cuidado com a vida e com o mundo. Uma reflexão sobre
a juventude e o seu papel vital na sociedade, simbolizado pela folha da
juventude, que significa o amor puro e a capacidade de mudança que os jovens
carregam dentro de si.
A canção do
Milton Nascimento, Coração de Estudante, menciona os desafios enfrentados pelos
jovens, como os momentos podados e os destinos desviados, que podem ser
interpretados como as dificuldades e as adversidades, que muitas vezes
obscurecem a inocência e a alegria da juventude.
Resiliência,
otimismo, a música é um hino à vida, ao cuidado com o outro e ao compromisso
com a construção de um mundo mais justo e cheio de possibilidades para todos,
especialmente para os jovens. Coração pulsante das mudanças.
Sr. Presidente,
fiz questão de citar essa música do Milton porque eu estava aqui refletindo
sobre essa tentativa de calar a juventude a todo momento, estudantes que vieram
para cá.
Eu queria
exaltar a coragem e exaltar a presença dos nossos estudantes aqui, porque essa
PEC, essa malfadada PEC, que vai retirar 5%, quase R$ 10 bilhões da Educação
pública, que faz o estado de São Paulo voltar atrás no tempo.
São Paulo, em
1989, os nossos constituintes fizeram uma coisa fantástica, que, diferente do
que o Brasil inteiro estava fazendo com a nossa grande Constituição Federal,
que determinou que 25% da arrecadação será destinada para investimentos na
Educação, e não gasto, como sempre nos lembra o presidente Lula, aqui, os
nossos constituintes resolveram dizer o seguinte, para o estado de São Paulo
investir na Educação, na Educação Pública, desde a educação básica, do ensino
técnico, às nossas universidades públicas, como a USP, a Unicamp e a Unesp.
É uma decisão
do estado de São Paulo: vamos colocar 30% e, com isso, nós conseguimos
construir uma rede de Educação gigante, nós conseguimos construir uma rede de
educação técnica, tecnológica, muito importante, que é o Sistema Paula Souza,
que infelizmente vem sendo sucateado pelo governo Tarcísio, por não aplicar
corretamente...
Não só o
Tarcísio, mas os anteriores também não aplicaram corretamente os recursos que a
Constituição determina na Educação. Nós conseguimos construir três
universidades que nos dão muito orgulho. A USP é um orgulho para todos nós,
pela sua excelência, por estar nos melhores rankings do mundo, inclusive.
Agora, o que
acontece? Parece que esse governo que está aí, com sua base de sustentação, tem
ódio da Educação, tem bronca da Educação, e, para enganar a população, eles
inventaram que vão tirar esse dinheiro para colocar na Saúde.
É lógico, nós
entendemos que a Saúde sempre precisa também de melhores e mais investimentos.
A nossa Constituição determinou que o governo federal e os governos estaduais
investirão um mínimo de 12 por cento.
São Paulo
sempre está batendo na trave, com 12, 12 e pouco, mas, como disse a nossa
querida deputada Beth Sahão - e eu queria também reforçar esse argumento dela
-, o governo poderia muito bem tirar recursos de outras áreas onde ele tem
investido, para não precisar tirar da Educação.
Por exemplo,
como foi bem lembrado aqui, as isenções fiscais. Sessenta e cinco bilhões,
provavelmente mais recursos do que a Educação recebe, de isenções fiscais para
empresários que não precisam recolher impostos.
Seria uma
política interessante se nós tivéssemos transparência, se nós soubéssemos
quantos empregos essas empresas estão gerando, que desenvolvimento estão
criando nas regiões, mas a gente não sabe. Fica a critério do governo, não
existe transparência disso.
Podemos, sim,
tirar dinheiro da publicidade; poderíamos tirar, mas vai tirar da Educação?
Isso é uma violência contra o nosso estado, um ataque à Educação Pública e uma
violência contra os atuais estudantes, contra a nossa juventude, as nossas
crianças e o nosso futuro.
Eu fico aqui fazendo
a seguinte reflexão: vai tirar dinheiro da USP? Provavelmente não, porque os
nossos reitores, os professores das universidades não vão deixar. O Serra
tentou fazer isso em 2007, deputado Enio Tatto. Vossa Excelência lembra, com
aqueles famigerados decretos que nós, com muita mobilização - mobilização dos
estudantes, dos professores, da sociedade -, fizemos ele retirar. O Doria
tentou fazer isso. Então, assim, vai ser muito difícil tirar os 9,59 da
manutenção das três universidades.
De onde ele vai
tirar? Provavelmente vai sucatear mais ainda o Paula Souza. Provavelmente vai
sucatear e retirar mais recursos da Educação Básica. Isso é um contrassenso.
Por quê? Porque está mais do que provado...
Qualquer
deputado desta Casa que passa em frente de uma escola ou que já entrou em uma
escola estadual sabe que ali precisa de melhorias, sabe que ali precisa de
recuperação. Cinquenta por cento das nossas escolas estaduais não têm
acessibilidade. Precisam de investimento, precisam de melhoria. As entradas das
escolas, é só a gente passar na maioria das escolas estaduais, deputada
Ediane...
Muitas escolas
que receberam inclusive o projeto da educação integral não têm refeitório para
os estudantes, as quadras não têm cobertura, são ruins, não têm vestiário para
os estudantes que ficam o dia inteiro na escola poderem tomar um banho depois
de praticar educação física. Então, nós precisamos é de mais investimentos,
principalmente na Educação básica.
Agora eu vejo,
por exemplo, os diretores das Etecs e Fatecs desesperados atrás dos deputados
aqui, pedindo emenda para poder fazer uma obrinha lá, para poder comprar um
equipamento para melhorar as condições de ensino. E o governador Tarcísio
alheio a isso, porque ele só olha para o mercado. Ele quer privatizar a Educação,
já está começando por esses decretos. Nem passou por aqui, né?
Eu quero até me
solidarizar com os estudantes que lá na Bolsa foram duramente reprimidos pela
polícia nesta semana, por protestarem contra a privatização das escolas. (Manifestação
nas galerias.) Ele
só pensa em privatizar com aquele discurso ideológico.
Ele e o pessoal
aqui da direita, da extrema-direita, não gostam, falam: “Não, vocês têm só um
discurso ideológico”. Mas o que é mais ideológico do que esse discurso,
deputado Jorge, de dizer que o privado é melhor que o público?
Por isso que
tem que privatizar, né? Então isso é ideológico, é uma ideia que eles colocam
para que a sociedade pense que tem que ser assim. Às vezes eles sucateiam,
sucateiam para justificar que é melhor privatizar, não é? É o que eles vêm
fazendo eternamente nos serviços públicos. Então não dá para a gente aceitar
esse nível de argumentação, essas ideias, esse debate.
Por isso,
estamos aqui em obstrução, chamando a atenção da base do governo aqui na Casa,
os seus vários partidos, lideranças, porque vai ser uma violência contra a
Educação pública, vai ser uma violência contra os profissionais da Educação,
vai ser uma violência contra os nossos jovens, estudantes, contra as nossas
crianças que precisam, almejam e lutam por melhores condições de trabalho.
Olha a situação
dos professores. Há quanto tempo não se investe na contratação de professores?
Metade dos profissionais da Educação são contratos temporários, como a
categoria “O”.
Precisa de
investimentos aí, e não dessa ameaça, dessa violência que o governo pretende
fazer votando essa PEC aqui, tirando aquilo que os nossos constituintes lá
atrás, que a nossa sociedade sempre defendeu.
Ninguém ousava
mexer com isso. Agora esse governador acha que recebeu um cheque em branco na
eleição e faz aprovar aqui leis inconstitucionais, como as escolas
cívico-militares, essa aberração que não tem amparo na Constituição federal,
estadual, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Agora ele
recuou, com medo de que o Supremo Tribunal Federal determine que é
inconstitucional. Tem que voltar atrás para não passar vergonha. Recuou e
suspendeu, né?
Mas eles
querem, deputado Guilherme, esse secretário que está aí, o secretário da
Educação, o Feder, quer transformar a Educação em um mercado, pegar o dinheiro
público que nós sempre defendemos para fazer com que se gaste com
quinquilharias de empresas que vendem produtos de tecnologia, supostos produtos
de tecnologia, com a suposição de que isso vai melhorar a Educação, etc..
Então, assim, é um absurdo o que estão fazendo com a Educação.
Então esse
governador acha que recebeu um cheque em branco para passar aqui leis
incondicionais como foi a Lei das Terras Públicas, e às vezes ignorando este
Parlamento, como agora faz com essa ideia de privatizar as escolas estaduais -
nem passou por aqui, deputado Enio, nem passou por aqui, deputado Rômulo - por
decretos vendidos na Bolsa de Valores. E tiveram deputados aqui que foram lá
comemorar dizendo assim: “Nós vamos privatizar tudo”, como se isso fosse um
grande feito. É uma violência.
Então o meu
protesto contra esse projeto absurdo. Essa PEC vai fazer o estado de São Paulo,
ao invés de andar para a frente, no sentido de melhorar os índices de
aprendizado, de investir na Educação, de melhorar o nosso ensino público, ele
vai na contramão, no sentido de precarizar mais ainda, de sucatear mais ainda,
quem sabe lá na frente para justificar uma privatização total dos nossos
equipamentos, das nossas escolas.
Então o nosso
protesto. Vamos continuar aqui em obstrução, porque esse projeto não pode
prosperar. Vamos à luta. Parabéns à resistência dos professores, dos estudantes
e das bancadas de oposição deste Parlamento.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra
o deputado Dr. Jorge do Carmo, para
falar contra. Desculpa. Com a palavra o deputado Dr. Eduardo Nóbrega para
falar a favor.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Tenho uma
questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Dra. Paula.
A SRA. PAULA DA
BANCADA FEMINISTA - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr.
Presidente, com fundamento no Art. 260 e seguintes do Regimento Interno desta
Casa de Leis e com fulcro no Art. 58, §3º, da Constituição Federal, no Art. 13,
§ 2º, da Constituição Estadual, da Lei Federal nº 1.579, de 1952, e no Art. 34,
“caput”, § 2º, do Regimento Interno, formulo a V. Exa. a questão de ordem
embasada nos seguintes termos.
A
argumentação central do Projeto de Emenda Constitucional nº 9, de 2023, é de
que a Constituição Federal, em consonância com seu Art. 212, estabelecia
obrigação ao estado de São Paulo do investimento mínimo de arrecadação de
impostos e outras transferências na monta de 25 por cento.
Enquanto
a redação do atual Art. 255 da Constituição Estadual estabelece a obrigação do
estado de São Paulo de investir 30% de sua arrecadação de impostos e outros
recursos de transferências na rede de ensino e que, portanto, o atual
investimento acima do patamar constitucional federal lhe confere justo motivo
para alterar o texto constitucional estadual, invocando a possibilidade legal
de flexibilizar a monta de investimento obrigatório.
Entretanto,
o projeto de emenda à Constituição e todo o seu processo legislativo olvida-se
do quanto disposto no Art. 5º da Constituição Federal de 1988, que diz que a
lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada
Se
o Constituinte Estadual estabeleceu o patamar de 30% de arrecadação de impostos
e outras transferências à rede pública de ensino, não o fez de forma arbitrária
ou sem fundamento, mas sim que, ao tempo de sua redação, o investimento
obrigatório no patamar de 30% era para que pudesse se dar o devido sustentáculo
à consecução do serviço público de Educação de qualidade, na forma que todo
arcabouço jurídico-constitucional existe.
A
benesse à população com o investimento obrigatório no patamar de 30%, que
sequer parece ser suficiente ao devido atendimento da rede pública de ensino,
indene de dúvidas, constitui direito adquirido da coletividade e, portanto,
protegido pelo Art. 5º da Constituição Federal, que foi ignorado na redação da
emenda na Comissão de Constituição e Justiça e em toda a discussão do processo
legislativo.
Ante
o exposto, Sr. Presidente, tem a presente questão de ordem o fito de requerer
de V. Exa. a intervenção na presente discussão do projeto de emenda à
Constituição do Estado nº 9, de 2023, a explicação do trâmite regimental que
ignorou o disposto no Art. 5º da Constituição Federal de 88, que versa que a
lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada, com as razões legais amparadas nas fundamentações arguidas na presente
peça regimental.
Sala
das sessões, 5 de novembro de 2024.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, Dra. Paula. Recebo a sua
questão de ordem, respondendo-a oportunamente.
Com a palavra o
deputado Dr. Eduardo Nóbrega.
O SR. DR. EDUARDO
NÓBREGA - PODE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, colegas deputados e deputadas, venho a esta tribuna como líder do
Podemos para buscar contribuir com esta discussão da PEC 09 proposta pelo
governador Tarcísio de Freitas.
Temos
acompanhado a discussão sem nenhum viés ideológico, mas buscando compreender o
tema e as razões apresentadas por todos aqui que utilizaram esta tribuna, em
respeito aos estudantes e aos profissionais da Educação do estado de São Paulo
e do Brasil.
A
vinculação de 25%, Sr. Presidente, é estabelecida na Constituição Federal e
aplicada para os estados e municípios. No estado de São Paulo, em algum
momento, o legislador entendeu a necessidade de se vincular 30% dos recursos do
Orçamento para investimento na Educação.
Além
das razões que eu acompanhei aqui por aqueles que defenderam a PEC, no sentido
de que, se necessários, esses recursos serão encaminhados ou aplicados na
Saúde, eu trago aqui uma discussão.
Estava
conversando com o nobre deputado Enio Tatto que, no meu entendimento, dos 30%
que compõem o investimento na Educação, as despesas com inativos estão dentro
desses 30 por cento.
E,
salvo engano, se eu não estiver equivocado, em torno de 5% é a despesa com
inativo, que, por determinação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo,
foi remetida para outra dotação, de modo que o que fica para aplicação para o
investimento em Educação são os mesmos 25%, que permanecerão sendo aplicados na
Educação do
estado de São Paulo.
E as despesas
com inativos vão onerar outra parte do Orçamento. Eu trago essa discussão aqui,
porque nós estamos fazendo um grande debate, fazendo com que os estudantes
tenham se manifestado livremente nesta Casa de Leis. Parabenizo os estudantes,
parabenizo o presidente pela condução.
Mas quero fazer
essa discussão aqui de maneira pública, porque se eu estiver correto naquilo
que eu estou interpretando, querido deputado Ricardo, nós estamos discutindo e
fazendo um alvoroço em cima de algo que não vai tirar um real de investimento
na Educação.
E aí é preciso
fazer esse debate e essa contribuição que eu quero dar aqui, como membro do
Podemos, líder do Podemos. E peço ajuda de todos os deputados, pois, se estiver
correto, nós poderemos encaminhar de maneira muito mais tranquila, Sr.
Presidente.
Terminar essa
votação da PEC, permitindo que os investimentos em Educação continuem sendo
aplicados e que a Saúde também receba os investimentos devidos, porque todos
nós somos a favor de investimentos na Educação e investimentos na Saúde.
Percebe-se aqui
que há uma concordância, de todos os nobres deputados, de que tanto a Educação
quanto a Saúde precisam de investimentos. Sabemos que nas escolas - e falo isso
com experiência do município - chove mais dentro das salas de aula do que fora
da escola. Falta eficiência na aplicação do investimento.
Mais do que
recurso, presidente, eficiência na aplicação dos investimentos feitos na
Educação e na Saúde. E esse governo, ao meu ver, tem buscado aplicar de maneira
correta os recursos do Orçamento Público do Estado de São Paulo.
Por isso,
trouxe essa contribuição aqui. Peço para que todos os deputados se debrucem
sobre esses números apresentados, para que a gente possa ter o encerramento
dessa... Nessa linha, o Podemos se coloca, Sr. Presidente, favorável à PEC 09
do governador do estado de São Paulo. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência aos oradores inscritos, com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT -
Boa noite, Sr. Presidente, boa noite, deputadas, deputados, colegas, público da
TV Alesp, assessores, policiais, público da galeria, que incansavelmente está
aqui na luta e na trincheira, em defesa de uma educação melhor.
Muito bom,
parabéns a vocês pela resistência, pela luta, sempre em defesa do nosso Estado.
(Manifestação nas galerias.) E é por isso que esses deputados e deputadas estão
também aqui, especialmente aqueles que estão defendendo a Educação.
Vamos ficar
aqui o tempo que for necessário para a gente defender o que é tão precioso no
nosso País, na nossa vida e no desenvolvimento do nosso Estado, que é a
Educação.
Ouvindo aqui
atentamente o deputado que me antecedeu, Dr. Eduardo Nóbrega, eu não tenho
esses números que V. Exa. falou aqui na cabeça, mas poderíamos pensar o
seguinte: se é fato o que V. Exa. falou aqui, se não vai ter corte nenhum e se
está tudo certo, nós estamos perdendo o maior tempo aqui, de ficar discutindo
uma PEC que, se não vai tirar dinheiro de nada, deixa como está.
Por que a gente
vai mudar então? (Manifestação nas galerias.) Por que a gente está discutindo
aqui? Ninguém está assim gastando o nosso tempo precioso de cada um aqui se não
vai mexer em nada, se não vai tirar recurso nenhum. Não é, deputado Paulo
Fiorilo?
Vamos encerrar
a discussão, deputado presidente. Vamos encerrar essa discussão, e retira essa
PEC. E está resolvido. Ou não é verdade isso aí? (Manifestação nas galerias.)
Não tem mais problema, não tem mais o que a gente ficar discutindo aqui se não
vai ter prejuízo, se não vai ter problema. Então por que a gente está
discutindo essa PEC?
Nós ficamos um
ano discutindo-a na CCJ, deputado Rômulo Fernandes. Eu, V. Exa., deputada
Bebel, deputado Reis. Ficamos lá insistentemente, porque nós não queremos
prejuízo, deputado Alex Madureira. Ninguém quer prejuízo para a Educação,
inclusive o governo, pelo que eu entendi. Mas penso diferente. E acho que vai
ter, sim, prejuízo. E é por isso que nós vamos ficar aqui na luta e na
trincheira.
Por isso eu
queria pedir, para o assessor nosso, colocar. Eu quero esboçar um pouco as más
condições e os resultados insatisfatórios da oferta e o funcionamento da
política educacional no estado de São Paulo. Vejamos.
De acordo com o
Saresp, logo, um dado importante, a avaliação estadual do rendimento educacional
é a seguinte: ano 2021, 96,6% dos alunos da rede paulista terminaram a escola
sem ter aprendido sequer como resolver uma equação de primeiro grau. Tudo o que
estou falando aqui é com base nos dados do Saresp. E também daqui a pouco vou
falar sobre o Tribunal de Contas do Estado.
Vamos lá. Caos
na infraestrutura das escolas, que já foi mencionado aqui pelos colegas
deputados e deputadas que me antecederam, exatamente dos problemas que nós
temos na estrutura da nossa Educação. Logo, precisa de mais recursos, e não de
retirar recursos, pelo que podemos concluir posteriormente aqui.
Então vamos lá.
Relatório do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, 2023. Próxima lâmina,
por favor. Vamos lá: 38,5% das escolas vistoriadas não dispõem de recursos de
acessibilidade para pessoas com deficiência e ou mobilidade reduzida, como
também já foi mencionado aqui por colegas que me antecederam.
Em 47,9% das
escolas, não dispõem de corrimão e guarda-corpos. Em 47,1%, estão sem rampas de
acesso, que sigam, lógico, as normas estabelecidas pela legislação. E vai lá,
vamos ao relatório, continuando.
Em 82,6% das
escolas, não têm sinalização tátil nos pisos e paredes. Em 52,28% das salas de
aula, não têm a adaptação necessária para pessoas com deficiência. Em 48,73%
das escolas, estão com as entradas em inadequações aparentes.
Por aí vai a
fartura que é o dinheiro que está sobrando, e o governo quer retirar. Ainda o
relatório do TCE 2023. Em 23,97%, muros com paredes com buracos ou aberturas
que permitem o acesso de estranho. A gente já viu um monte de muros quebrados.
É um desastre
as escolas, infelizmente, a estrutura das escolas estaduais. A deputada
Professora Bebel, que é uma exímia militante, sabe disso. Em 9,59%, as
portarias estão danificadas ou vandalizadas. Em 8,22%, problemas de controle na
portaria ou nas portarias.
Vamos lá.
Orçamento executado em 2024, esse ano corrente. O governador deixará de aplicar
quase 15 bilhões em Educação. Então nós estamos falando de cortes, sendo que
está deixando de investir naquilo que já tem aprovado por esta Casa. Deixará de
aplicar quase 6 bilhões também na Saúde.
Agora vamos ao
que diz a nossa legislação, a legislação do nosso Estado. O Art. 241 da
Constituição do Estado diz que tem que ter um Plano Estadual de Educação. E nós
exaustivamente debatemos isso na CCJR.
No
Plano Estadual de Educação, que é o atual plano em vigor, tem 21 metas. Vamos
lá. “Meta 20 do Plano Estadual de Educação: ampliar o investimento público em
Educação pública, de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto
Interno Bruto, o PIB do País no quinto ano de vigência do Plano Nacional de
Educação e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB final do decênio”.
Isso é o que
diz Meta 20 do nosso Plano Estadual de Educação. Com base nessas informações do
Tribunal de Contas do Estado e do Orçamento, pergunta que não quer calar. Como
é que a gente está falando de tantos desmandos... a estrutura das escolas
sucateada e, talvez, acho que é por isso que quer vender, quer entregar para a
iniciativa privada, para virar negócio, como já foi também mencionado aqui.
Então, como é
que nós vamos atingir a Meta 20 do Plano Estadual de Educação com essa triste
realidade para nossa Educação? E aí vêm colegas deputados aqui falar: “nosso
governador não está querendo tirar recurso da Educação, ele quer flexibilizar”.
Palavra bonita, “flexibilizar”.
Agora, cortar
recurso da Educação, cortar na carne dez bilhões, ou seja, 5%, ganhou uma
palavra mágica, segundo o deputado Lucas Bove e o deputado Capitão Telhada,
“flexibilização”.
Na verdade, a
PEC vai retirar dez bilhões e vai deixar de fazer aquilo que estávamos aqui
todos mencionando. E agora eu quero pedir licença para a deputada Professora
Bebel, que com muita maestria leu aqui o seu brilhante relatório. Aqui não, lá
na CCJR. Vou lembrar aqui, deputada Professora Bebel, palavras que no seu
brilhante relatório constaram, e eu acompanhei a par e passo.
“Por que os
profissionais da Educação recebem tão baixos salários e não têm uma carreira
que os valorize, do ingresso até a aposentadoria? Pergunta para o governador e
para a base aliada. Por que não se realizam recursos públicos para que 100 mil
profissionais na ativa temporários possam se efetivar? Por quê?”. Talvez o
próximo deputado da base possa responder.
“Por que faltam
funcionários nas escolas, e grande parte das funções está terceirizada e
precarizada? Por que não se realiza concurso para funcionário da Educação? Por
que nas universidades estaduais faltam professores em tantas disciplinas,
ocasionando o fechamento de cursos na USP? Atualmente faltam mais de mil
docentes para completar o quadro.
Por que não se
devolvem os valores confiscados dos aposentados e profissionais? Por que as
escolas técnicas e faculdades de tecnologia estão abandonadas, colocando em
risco o excelente padrão de qualidade desenvolvido pelo Centro Paula Souza ao
longo de décadas?”.
E por aí vai.
Dá para ler a noite inteira aqui. Pena que são 15 minutos.
“Por que os
estudantes, professores, funcionários que frequentam e trabalham por 15 escolas
de lata na Capital e na Grande São Paulo. Por que à situação de emergência
climática não há qualquer tipo de climatização nas escolas? Por que alimentação
escolar é insuficiente e por vezes de má qualidade, e os profissionais não
podem se alimentar nas escolas?
Deputada
professora Bebel, V. Exa. perguntou isso por diversas, por repetidas vezes lá.
Por que o estado promove sistemático fechamento de turmas noturnas,
frequentadas por alunos que trabalham? Por que tantas deficiências na Educação
básica e superior no estado de São Paulo? Vamos lá, para ir concluindo aqui.
Por que a taxa
de escolaridade do estado de São Paulo, de escolarização no estado de São
Paulo, evidencia os desafios em relação aos anos finais de educação básica,
quando os jovens estão na faixa etária de 15 a 17 anos de idade?
No Estado, o
percentual de jovens nessa faixa etária matriculados nas escolas é de 93,7%, ou
seja, há um grupo de quase 6% de jovens fora dessa faixa etária. O Brasil tinha
9,5 milhões de jovens de 14 a 29 anos nessa situação, sendo 58,8 homens e 41,2
mulheres.
Por cor ou
raça, 29 desses jovens eram brancos, 70 pretos e pardos. Quando perguntados
sobre o principal motivo de terem abandonado ou nunca frequentar as escolas,
40,2% dos jovens apontaram a necessidade de trabalhar como fator prioritário.”
Por isso, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, por que escola cívico-militar, se
na verdade isso não deu certo em lugar nenhum, se na verdade se gastou mais de
100 milhões, e ainda bem que a Justiça acertadamente determinou a suspensão, e
o governador retirou.
E é por essas e
outras tantas razões que foram aqui colocadas por deputados e deputadas, que
nós somos contrários a essa PEC nº 9, é que nós achamos que ela é um desastre
para a Educação. E nós, que acreditamos neste Brasil e neste Estado, queremos
mais e mais recursos para a Educação.
Por isso, Sr.
Presidente, nós somos contrários à PEC nº 9.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para
discutir a favor, tem a palavra o deputado Carlos Cezar.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma reclamação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem o pedido
de Vossa Excelência. Dois minutos.
O
SR. PAULO FIORILO - PT
- PARA RECLAMAÇÃO - Nos termos do Art. 264, parágrafo 1º, do Regimento Interno,
formulo a presente reclamação, tendo em vista a inobservância do Art. 170,
inciso 7º, do Regimento Interno desta Casa, que tem a seguinte redação. Artigo
170. Será escrito, dependerá de deliberação do plenário e sofrerá discussão o
requerimento que solicite. Sete. A audiência da comissão sobre proposição na Ordem
do Dia.
Com efeito,
houve apresentação de requerimento escrito, firmado por diversos parlamentares
e, ao contrário do que preconiza a disposição acima, não houve a determinação
de que a matéria fosse submetida ao plenário, violando a disposição expressa no
Regimento Interno.
Nesses termos,
solicito que seja restabelecida a ordem jurídica e submetida a matéria à
imediata deliberação colegiada, como determina a norma regimental. Gostaria que
o senhor pudesse então se manifestar sobre o pedido feito anteriormente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está
registrada a reclamação de V. Exa., deputado Paulo Fiorilo, que insiste nesse
assunto. Esta Presidência já disse a V. Exa. que a nossa decisão foi de pautar
esta PEC diante do grande debate que existiu nesta Casa.
Então, por isso, essa Presidência está
muito tranquila com o debate que está sendo feito nesta Casa, dentro de um ano
na CCJ e agora neste plenário. Então, está registrada a reclamação de Vossa
Excelência. Com a palavra o deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, eu fui relator dessa matéria, dessa PEC nº 9, na CCJ, na Comissão de
Constituição, Justiça e Redação.
E nesse
período, apresentei meu relatório, li o meu relatório, o relatório apresentado
de forma separada pela deputada Professora Bebel. Nós ouvimos atentamente o
relatório apresentado por eles, também dos deputados Paulo, Reis, ouvimos
atentamente, debatemos na comissão.
O SR. GIL DINIZ - PL - Questão de ordem, presidente.
Presidente, ou o deputado discursa ou o militante ali da tropa do PT discursa.
Não tem condição disso aqui acontecer a esta hora, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Uma questão de ordem. Está
preservado o tempo do deputado Carlos Cezar.
O SR. GIL DINIZ - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Não é “o que é isso?”. Não sei o que
os deputados estão me cobrando. Falta de coerência, falta de respeito dos
deputados aqui, presidente, que incentivam esse tipo de comportamento. Eles
incentivam a todo momento esse tipo de comportamento aqui. Inadmissível,
presidente.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Carlos Cezar.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada. Primeiro,
só o silêncio esperar.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Na verdade, não me incomoda, não. Eu só queria dizer que, infelizmente,
acho que o deputado Gil, como ele chegou agora, ele perdeu uma parte do nosso
debate.
Na verdade,
isso já foi amplamente discutido aqui, as pessoas estão anunciando - só prestar
um pouquinho de atenção... eles estavam anunciando que eles estão se retirando,
que eles estão indo embora. Eu acho que não tem nenhum problema fazer isso, eu
vou terminar minha fala, certo, Gil? É o tempo que eu tenho de comunicação.
O SR. GIL DINIZ - PL - Use como você quiser.
A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Agora você me interrompeu, por
exemplo, eu gostaria de ter o meu tempo. Então, assim, acredito que não tem
nenhum problema, a gente já debateu amplamente não só a importância da
manifestação.
Como o deputado
Gil não estava aqui, eu faço questão de dizer a ele que os deputados da
oposição foram lá, conversaram com as pessoas que estavam acompanhando o
debate. Inclusive, parte do nosso acordo aqui foi de que eles continuariam ali
na galeria, enquanto a gente continuaria aqui o nosso debate.
Então eu acho
que as coisas por aqui estão bem tranquilas, não entendo muito bem esse tom um
pouco destoante do restante do plenário. Eu espero que a gente possa seguir
aqui o nosso debate, a gente fazendo oposição da melhor forma possível.
Obrigada,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o deputado Carlos
Cezar.
O SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente, então nós
debatemos essa PEC amplamente na CCJ, discutimos, lemos relatórios, e eu estou
extremamente convencido de que ela vai ao encontro daquilo que é a paixão do
governador Tarcísio. Uma paixão que, quando nós o ouvimos falar sobre Educação,
seus olhos brilham, deputado Dr. Eduardo Nóbrega, porque é um apaixonado pela
Educação.
Como alguém
disse, a educação é a arma mais poderosa que se pode usar para mudar o mundo. E
o governador Tarcísio e esta casa são convertidos a essa causa, mas são
convertidos também à questão da Saúde, têm enfrentado esse problema com ações
inovadoras.
O deputado
Eduardo Nóbrega foi muito feliz aqui ao colocar que se é verdade que a nossa
Constituição previa que fosse investido 30% em Educação, em todos os governos,
até bem próximo, mais de 5% eram gastos com inativos. E isso depois de apontado
pelo Tribunal de Contas vai ter que ser colocado em outra rubrica.
Então, não está
se falando aqui em diminuir recursos para a Educação, muito pelo contrário. O
governador Tarcísio tem buscado ações inovadoras, como, por exemplo, o SUS
Paulista, que permitiu que aportasse mais de 2,9 bilhões de reais na Saúde para
a Santa Casa, o programa da Santa Casa, para ajudar as Santas Casas, e isso
possibilitou a abertura de mais de três mil novos leitos.
E se nós
entendermos isso, três mil novos leitos, deputado Maurici, correspondem a cerca
de 300 hospitais, ou 30 hospitais, cada hospital com 300 leitos, 30 hospitais
com 100 leitos.
Então, o
governador Tarcísio tem feito uma ação inovadora aqui, e a gente precisa aqui
restabelecer essa verdade. Não está se falando em tirar recursos da Educação,
mas sim possibilitar, se há uma previsão constitucional de 30% hoje para
Educação, 12% para a Saúde, isso pode ser flexibilizado. Pode ser.
Pode ser que em
determinado ano se gaste os mesmos 30% em Educação efetivamente, e aí nós vamos
olhar os números que o governador já apresentou nesse período, que nós vivemos
aí de pouco mais perto de dois anos de mandato, quantas ações inovadoras, seja
o Prontos pro Mundo, seja o aumento de creches, sejam mais de duas mil escolas
reformadas, ampliação de vagas, alguns cursos com crescimento de mais de 700
por cento. Ou seja, o governador tem investido em Educação, acredita na
Educação.
Agora, a
verdade precisa ser estabelecida. Eu vi aqui muita gente falando, mas vamos
lembrar que o governo federal, nos anos de 2023, 2024, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva implementou cortes ao orçamento de mais de 4 bilhões de reais nas
áreas de Educação e Ciência e Tecnologia.
Só no ano de
2023, foram 332 milhões, em julho de 23, que o Ministério da Educação sofreu de
bloqueio no orçamento. As áreas mais afetadas foram a educação básica, 201
milhões; a educação superior, 119 milhões. Programas de alfabetização,
transporte escolar, bolsas de estudos também foram impactadas. Isso está
noticiado na imprensa.
Em outubro de
23, ainda, o governo federal bloqueou 116 milhões do orçamento da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes. Esse
contingenciamento afetou programas de bolsas, a formação de professores do
ensino básico.
Em abril deste
ano de 2024, o governo anunciou um corte de 280 milhões no orçamento do
Ministério da Educação. As áreas de pesquisa, assistência estudantil e
universidades, ensino básico, foram as mais impactadas.
Tivemos greves
nos institutos federais. Em 2023, os servidores dos institutos federais
entraram em greve, principalmente devido à falta de reajuste salarial e à
necessidade de reestruturação das carreiras.
A greve foi
motivada pela insatisfação com as condições de trabalho e a falta de diálogo
com o governo sobre as demandas da categoria, Deputado Rômulo.
Em 2024, o
governo, então do PT, do Luiz Inácio Lula da Silva, fez esse corte de mais de
quatro bilhões. Então é preciso que a gente possa restabelecer essas verdades
para que nós tenhamos a convicção aqui, de que os nossos números que estão
sendo apresentados pelo governador Tarcísio são números que estão impactando a
vida de milhares de jovens, de pessoas que hoje têm matérias como educação
financeira, como robótica, pessoas que hoje estão... nós temos um aumento de
12,3% de alunos matriculados, isso representa mais de 115 mil matrículas no
ensino de tempo integral.
O aumento de
240 escolas de tempo integral, são nove horas de ensino e mais de 700% na
educação profissional, saindo de 19.800 alunos para 158 mil alunos em 2025.
Realização de concurso público para 15 mil professores, autorização para a
promoção dos professores que estavam paradas desde 2017.
Esse é o
governador Tarcísio, que olha para a Educação, que olha para a Saúde e que quer
cuidar das pessoas que estão nas filas querendo cirurgia. Hoje já está
anunciada a construção que vai inaugurar em breve o Hospital de Barueri,
Hospital de Birigui, novos hospitais sendo construídos, fora aquilo que já se
conquistou na Saúde.
Ou seja, são
áreas extremamente importantes e que precisam desse olhar severo, desse olhar
sensível, de alguém de uma área tão importante como é a área da Educação. Nós
estamos aqui, essa Casa é feita por parlamentares extremamente comprometidos. E
todos nós estamos comprometidos com a causa da Educação.
Em São Paulo,
aqui, o governador já inaugurou 53 creches em 52 municípios, com a criação de
6.800 vagas, um investimento de mais de 120 milhões em obras. Em 2023, foram
assinados 61 termos de creches que vão viabilizar 3.623 vagas.
O investimento
é de mais de 92 milhões de reais. Já em junho de 2024, foram assinados 101
termos de compromisso para a construção de creches, para a criação de mais de
seis mil vagas; o investimento é de perto de 100 milhões de reais.
E ainda o que
falar desse programa, deputada Professora Bebel, o programa “Prontos para o
Mundo”? Um programa que enche a gente de orgulho, em que vamos ter mil
estudantes selecionados para um programa de intercâmbio, podendo estudar na
Inglaterra, podendo estudar na Austrália, podendo estudar nos maiores cases de
sucesso da Educação.
Então, são 15
mil vagas nas universidades públicas paulistas, em virtude do “Provão
Paulista”; formação dos professores com mais de 75 mil professores em formação
continuada; aumento na frequência dos alunos em cinco por cento. Isso
representa 150 mil alunos a mais em sala de aula. Ou seja, esse governo é um
governo preocupado com a Educação.
Não se pode
falar que se está retirando recursos da Educação. Essa não é uma fala justa,
essa não é uma fala verdadeira. Está se dando a possibilidade de ora se gastar
30% na Educação; se for preciso, vai gastar os 30%; se não, vai gastar 25% na
Educação e vai gastar 17% na Saúde; ou vai gastar 27% na Educação e vai gastar
15% na Saúde. Não está se falando em tirar recursos para usar em marketing,
para usar em publicidade. Está se falando aqui em usar aquilo que é necessário
e não em se criar despesas.
Nós não podemos
nos fazer aqui de desentendidos. Há bem pouco tempo, esses cinco por cento eram
usados, sim, para pagar inativos. Não eram usados...Agora aqui estamos vendo de
forma efetiva: só com as PPPs que foram feitas agora, são bilhões de reais
investidos.
Olha, um
investimento de mais de 1,1 bilhão de reais contratados para construir e
gerenciar 33 escolas em tempo integral, aumentando assim em 35 mil vagas a
oferta no ensino integral a partir de 2026.
E o que falar
dos avanços em tecnologia? São mais de 604 mil dispositivos eletrônicos
entregues nessa gestão. Noventa e sete por cento das escolas já contam com
wi-fi.
São mais de 316
mil notebooks entregues, cerca de 680 milhões em investimentos, mais de 21 mil
smartphones, celulares, entregues; 8.500 plataformas de recargas móveis
entregues. Ou seja, a Secretaria da Educação, hoje, possui uma conectividade,
ela está se atualizando, é um governo que está atualizando.
Então, estamos
falando aqui de dar uma flexibilidade, de poder movimentar em um tempo de
superávit, e não de estarmos enganando as pessoas, imaginando que esse governo
quer tirar dinheiro da Educação. Isso não é uma verdade. Pelo contrário, esse é
um governo vocacionado à Educação, apaixonado pela Educação.
Nós vamos ter
aqui... Nós já temos as melhores universidades do país e vamos ter aqui jovens
que vão, em breve, estar cursando nas melhores universidades do mundo, seja na
MIT, seja em Oxford, seja em Harvard, seja onde for, estarão esses jovens
podendo se imaginar em um lugar melhor, tendo a Educação como uma arma
poderosa.
Hoje, a
Secretaria da Educação aumentou a verba destinada para a alimentação escolar
para 2024. Para os alunos da educação integral, o aumento foi de quase 40%,
passando de 3,93 para 5,50 reais.
No ensino
regular, o reajuste foi de 19,40%, sendo que o total por aluno passou de 1,34. Vamos
lembrar, o orçamento da Secretaria de Educação é um orçamento crescente. O
orçamento previsto para o próximo ano é de quase 35 bilhões, perto de 35
bilhões, ou seja, isso está aumentando ano a ano, não vai diminuir.
Então aqui, Sr.
Presidente, nós precisamos restabelecer essa verdade. Eu gostaria muito que a
bancada do PT, nós estamos vendo se há greves de servidores do governo federal,
esses dias o ministro Haddad não pôde nem dar uma palestra em uma faculdade,
porque as pessoas estavam agredindo-o ali.
Então vamos ser
justos, aqui é um governo que está valorizando professores, que está
contratando professores, é um governo que está investindo em tecnologia, é um
governo que está olhando para a Saúde. Se nós já temos mais de três mil leitos
abertos, novos leitos abertos, são cerca de 30 hospitais com 100 leitos, é um
aumento significativo, isso além dos novos hospitais que estão sendo
construídos nas outras cidades que eu já mencionei aqui.
Então, assim, é
preciso que todos nós aqui nos posicionemos. Eu tenho a convicção plena de que
essa PEC que nós relatamos, que eu tive a alegria de relatar e ter o relatório
aprovado na Comissão de Constituição e Justiça, ela vai se tornar lei no nosso
Estado e isso fará com que nós tenhamos mais eficiência.
Vamos cumprir
aquilo que é legal e vamos dar eficiência, seja eficiência na Educação e
eficiência, também, na Saúde, que se hoje também, vamos falar a verdade, graças
a Deus, deputado Enio Tatto, a população está vivendo mais. Eu estou com 54
anos de idade, mas quero viver bem mais.
Mas
infelizmente, deputado Rômulo - gostaria DE que V. Exa. ficasse aqui, porque eu
tenho mais a falar -, infelizmente o meu tempo está acabando... (Vozes fora do
microfone.) Por favor, deputado Rômulo, permaneça aqui.
Infelizmente,
deputado, as famílias estão diminuindo. A família do deputado Enio Tatto é uma
família grande, com muitos irmãos, mas eu tenho certeza de que os seus netos já
são menores, já são menos, porque as famílias estão diminuindo nos dias de
hoje.
Então é preciso
que nós tenhamos um olhar para o futuro. Se nós queremos ter resultados
diferentes, nós não podemos fazer sempre as mesmas coisas. Nós precisamos fazer
coisas diferentes para ter resultados diferentes.
É apenas isso,
Sr. Presidente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para continuar o debate, eu solicito uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Solicito ao deputado Thiago Auricchio e à deputada
Carla Morando que façam a verificação de presença.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado
o quórum regimental, convido o deputado Emídio de Souza para discutir contra.
Ausente. Dando sequência aos oradores inscritos, com a palavra o deputado Enio
Tatto.
O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste pela TV Alesp, pelas redes sociais. Cumprimento a todos os funcionários. Estamos aqui discutindo a PEC 09, que tira 5% da Educação. E o Governo diz que vai colocar na Saúde.
Em primeiro lugar, deputada Bebel, começa a colocar categoria contra categoria. Parece que fica uma briga entre Saúde e Educação. A Saúde precisa de dinheiro; vamos tirar da Educação. Como se a Educação não precisasse de dinheiro. É tão simples assim para o Governo do Estado de São Paulo.
Primeiro, fazer um relato de que essa PEC tramitou na Comissão de Constituição e Justiça, deputado Reis, que fez parte, pelo menos durante um ano. E vocês, deputada Bebel, deputado Reis, deputado Marcolino, deputado Rômulo, seguraram lá durante um ano. E vocês pediam para que fosse feita uma audiência pública.
E passou um ano na CCJ, e não foi feita a audiência pública. Os jovens estudantes, os bravos estudantes, que estavam aqui, se manifestando, protestando contra essa PEC, eles pediram para que fosse feito um acordo, de ter uma audiência pública.
E nem isso eles tiveram a garantia, que houvesse essa audiência pública, para eles poderem se pronunciar, para eles poderem discutir essa PEC que trata de recursos da Educação. Isso é lamentável. Porque não querem a discussão, não querem envolver a sociedade, os professores, os diretores de escola, os alunos, os pais das crianças, para discutir uma PEC tão importante?
Então não dá para a gente aceitar que vai fazer essa discussão, depois vai ser tratorado, convoca-se todo mundo aqui, e aprova uma PEC onde se vai tirar 5% da Educação. Chamam de flexibilização. Nada de flexibilização: é tirar dinheiro da Educação. Aí a gente tem alguns dados, que o Eduardo Nóbrega colocou aqui. E é verdade uma parte do que ele falou.
Hoje, dos 30% que são gastos, 5% são de inativos e aposentados. Cai para 25%. Está dentro ainda da lei, que é no mínimo 25%. Se você mexe, tira 5% a mais, vai cair para 20%. É totalmente inconstitucional. Você não vai gastar o mínimo de 25% por cento. Então o primeiro erro está aí, que a gente não pode admitir, que a gente não pode aceitar.
O outro detalhe. Eu fico imaginando a fala do deputado Carlos Cezar, de outros deputados, deputado Telhada, que falou aqui, a população do estado de São Paulo ouvindo eles falarem, a maravilha que está a Educação paulista.
Eu fico imaginando o pessoal que estuda, os alunos, os pais, do Colégio Homero, onde eu moro, lá no Jardim Kioto, que eu fui visitar. Fui falar com o diretor, e ele veio pedir emendas para fazer a manutenção da escola. Eu fico imaginando o pessoal que estuda no Adhemar de Barros, lá no Campo Limpo, ouvir os deputados da situação falando mil maravilhas, que tudo está funcionando bem.
O pessoal lá do Pontal do Paranapanema, que a gente vai fazer audiências públicas, deputado Marcolino, e a gente ouve a reclamação do estado físico das escolas estaduais daquela região. Além do problema de merenda, problema de falta de pagamento, os baixos salários para o pessoal de apoio, os professores e os diretores.
O pessoal lá do Vale do Ribeira, que a gente vai fazer audiência pública, e fizemos lá, Ilha Comprida, e que levantavam os mesmos problemas. Só para vocês terem uma ideia. O pedido que eles fizeram, para a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia, era dinheiro para reformas, para investir na escola estadual daquele local.
Isso se espalha no estado de São Paulo todo. E a gente fica ouvindo o pessoal da base aqui, falando que tem dinheiro demais na Educação, que tem que tirar para colocar na Saúde. Então não dá para admitir um discurso desse. É você menosprezar a inteligência da população. E principalmente daqueles que sofrem no dia a dia.
É escola com problema de vazamento, é escola com torneira quebrada, é escola que tem problema de iluminação, escolas que não têm ar condicionado. E o governo propõe uma PEC aqui para tirar 5% dessas escolas.
Não dá para a gente aceitar esse tipo de coisa. Por isso que nós estamos lutando tanto na CCJ, durante um ano, e a gente vai lutar aqui, junto com estudantes, para não deixar aprovar essa PEC de tirar dinheiro da Educação.
Na Saúde, a gente ouviu, eu estava prestando atenção aqui no que o Carlos Cezar colocou. Também não dá para entender, e eu fico imaginando as pessoas que estão nos assistindo, de todo o estado de São Paulo, quando eles vêm falar de maravilhas da Saúde, do SUS São Paulo, como se isso resolvesse o problema da Saúde no estado de São Paulo.
A pessoa que está numa fila enorme para marcar uma consulta, a pessoa que está um ano, dois anos, três anos, quatro anos, que é normal, esperando para uma cirurgia, a pessoa morre e não acontece a cirurgia. Ouvir um deputado da base elogiando a Saúde aqui no estado de São Paulo, não dá para a gente admitir.
E a gente rodando o estado de São Paulo, percebe que muitas vezes não é nem falta de dinheiro, é falta de gestão. É comum você pegar um hospital, um equipamento de Saúde, e a metade do prédio está desocupado, e o governo, para fazer média, muitas vezes eleitoralmente, vai construir um hospital aonde poderia equipar e colocar em funcionamento aquilo que já existe. Essa é uma reclamação que a gente ouve em todo o estado de São Paulo.
Então está muito longe, muitas vezes, de faltar dinheiro, mas sim falta gestão, e aqui no estado de São Paulo, ninguém tocou no assunto, Professora Bebel, tem um grande problema.
Foi o governo tirar a parte que cabia a ele de colocar no Iamspe. Quando a gente fala de Saúde, a gente tem que falar do Iamspe aqui no estado de São Paulo, que é descontado o dinheiro do funcionário público e o governo tinha que colocar a mesma parte.
O que vem acontecendo desde o governo Doria, o governo Rodrigo, e agora com o Tarcísio? Tiraram 80% do repassado governo para o Iamspe. Aí sucateou o Iamspe, e aí todo o funcionalismo público do estado de São Paulo, com as suas famílias, não pode mais usar o hospital do servidor público, e os hospitais conveniados com o Iamspe. Porque as Santas Casas pediram descredenciamento, os Hospitais Filantrópicos pediram descredenciamento, porque o governo não coloca a sua parte no Iamspe.
Falta dinheiro, vai tirar da Educação, que já está com problema, como eu coloquei aqui, em todo o estado de São Paulo? Por que não mexe nas desonerações? O deputado Marcolino em todas as audiências públicas falava sobre isso. São mais de 60 bilhões em 2024 de desoneração.
Em alguns momentos, em alguns setores da economia, é importante a desoneração, mas essa desoneração está na cesta básica, nos alimentos? Não, essa desoneração está em muitas empresas, em muitos setores que não dão a contrapartida que comprometeram a dar para o governo, para a sociedade, reduzindo o preço, aumentando o número de empregos e não fazem isso.
Desoneração para a compra de jatinhos, desoneração para combustível de jet ski, de avião particular, de helicóptero particular. Esse dinheiro poderia muito bem estar sendo colocado na Saúde e estar sendo colocado na Educação. Isso o governo não faz.
Então, são mais de 60 bilhões por ano que o governo abre mão, e agora vem querer tirar dinheiro de um setor tão importante e tão precário no estado de São Paulo, como no país como um todo, que é da área da Educação.
Então, de forma alguma nós temos que concordar, e a gente tem que lutar junto com os estudantes, junto com a sociedade, primeiro para abrir esse debate, democratizar esse debate, fazer audiência pública, que é o mínimo que a gente precisa, e a gente não concordar com essa PEC que você mexe na Educação, setor mais importante que tem para uma sociedade, em todos os níveis, para a gente não deixar aprovar essa PEC.
Deputada Bebel, V. Exa. usou a palavra no início, e eu gostaria, e tenho certeza de que muita gente que está em casa gostaria de ouvi-la mais uma vez no dia de hoje. Então eu queria passar meus últimos cinco minutos para V. Exa. falar, porque V. Exa. é presidente da Apeoesp, e tem dados importantíssimos que pode passar para toda a população do estado de São Paulo.
Não à tirada de dinheiro da Educação, de forma alguma.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
deputada Professora Bebel, pelo tempo remanescente de quatro minutos e três
segundos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bem, eu volto a esta tribuna, agradeço a oportunidade
que me fora dada pelo deputado Enio Tatto. Dizer para o deputado Carlos Cezar,
com quem também tive a honra de estar na Comissão de Constituição, Justiça e
Redação, que nós temos concepções diferenciadas.
Isso é um
ponto: não se trata de verdade ou de mentira. Não é uma questão de ser
verdadeiro ou falso, é uma questão de concepção de educação, que, na prática,
se mostra de uma forma que não dá conta de responder a tudo o que eu lhe disse
aqui.
Falar que o
governador Tarcísio brilha os olhos pela Educação no estado de São Paulo: me
poupe. Os olhos dele brilham, na verdade, por conta de que... eu não tenho
nenhum problema - a opção dele é polícia, não é para nós.
Nós não temos reajuste.
Nós não temos uma carreira decente, por exemplo, que nos dê dignidade e, ao
mesmo tempo, nos dê condições para poder ter um único emprego.
Ninguém sabe a
vida de um professor, porque a vida de um professor é levar a marmitazinha
dentro da sacola e comprar, porque nem isso nos dão, comprar um micro-ondas,
rateado entre os professores, e esquentar e comer na sala dos professores. Nós
não somos tratados como profissionais. Somos tratados como alguém que vai lá e
cumpre como horista.
Nós não temos
jornada de trabalho. Quando se falou na reforma trabalhista que tem o trabalho
intermitente, a jornada intermitente, era o caso dos professores. Para compor a
jornada, você tem que pegar pedacinhos de horas e compor a tua jornada.
Essa é a
realidade. Isso não é verdade ou mentira, é concepção. É como você lê a mais
importante... como é que você trata a mais importante categoria para garantir a
qualidade de ensino.
Então, os
olhinhos do governador Tarcísio, com todo o respeito, não brilham para o nosso
lado. Porque, se não, não tinha gradil ontem lá; não, seria aberto para todo
mundo que quisesse assistir a um leilão, até na concepção contrária.
Mas eles nos
tratam como irracionais. Mas temos que mostrar o serviço a cada final de
bimestre, e por aí vai. E ele quer ainda que a gente mostre os altos índices de
Ideb, sem nos dar condições de formação continuada, o que é lamentável, porque
a gente defende uma formação continuada no próprio local de trabalho, com
jornada, para que a gente possa, de fato, avançar na Educação.
É lamentável e
é dolorido para a gente ouvir o governador. Os olhinhos dele brilham. Eu vou
dizer que o meu presidente, que é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
não teve oportunidade de ter escola, eu digo que os olhos dele brilham para a
Educação, porque foi no governo Lula que o professor deixou de ganhar menos de
um salário mínimo, passou a ter o Piso Salarial Profissional Nacional, que
vergonhosamente o estado de São Paulo não cumpre.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada
Professora Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Foi no governo Lula que se
criou o Fundeb. Foi no governo Lula que nós avançamos muito. Então, se falar em
olho que brilha, é o do presidente Lula.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra do deputado Carlos
Giannazi. Ausente. Com a palavra do deputado Paulo Fiorilo, para discutir
contra.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Questão de ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de
ordem, deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL
- PARA QUESTÃO DE ORDEM - Nos termos do Regimento Interno da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo e do direito à transparência e ao
ordenamento das atividades legislativas, apresento esta questão de ordem para
esclarecer como será organizada a fila de protocolo presencial no processo de
votação, eis a exposição.
A Constituição
e o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo garantem
a necessidade de ordem e clareza no desenvolvimento dos processos legislativos,
incluindo aí o direito dos parlamentares de protocolarem suas intenções de voto
de forma organizada e acessível.
Para que todos
os parlamentares tenham igual acesso ao protocolo e que a ordem de chegada seja
respeitada, é fundamental estabelecer critérios claros para o atendimento
presencial durante a fase de protocolo, precedentes de organização para evitar
conflitos.
A experiência
com filas de protocolo e votação sugere a importância de se prevenir
desentendimentos ou desigualdades, adotando métodos claros para a fila, como o
uso de senhas ou para o registro de chamadas.
Portanto,
questões a serem esclarecidas. Primeira: no contexto do método de votação a ser
utilizado, como será organizada a fila de protocolo presencial para garantir a
ordem de chegada e a equidade de acesso a todos os parlamentares?
Haverá
distribuição de senhas ou algum tipo de marcação de horário para evitar
tumultos? Segunda questão a ser esclarecida: como será feita a conferência da
ordem de chegada?
Será possível
confirmar de maneira objetiva e transparente a ordem de chegada e o atendimento
para que não haja questionamentos quanto à precedência de protocolo de nenhuma
forma?
Terceira
questão a ser esclarecida: caso o número de parlamentares seja elevado, haverá
algum sistema de controle para evitar aglomerações? Em caso positivo, qual será
a organização ou logística adotada para assegurar a segurança de todos e a
fluidez do processo?
Quarta questão:
haverá um prazo específico para a chegada ao protocolo presencial ou será
permitida a entrada conforme a ordem que cada parlamentar se apresentar? Esse
critério será comunicado previamente?
Quinta questão:
quais as medidas adotadas para preservar os direitos dos servidores e a
dignidade da pessoa humana para evitar que assessores sejam submetidos a
situações de trabalho degradantes para garantir a hegemonia da base do governo?
Sexta e última
pergunta: em caso de problemas técnicos ou operacionais que atrasem o andamento
da fila, haverá uma equipe de suporte para resolver de forma imediata qualquer
incidente que possa prejudicar o fluxo?
Essas são as
questões que eu apresento nessa questão de ordem que vou entregar.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu as recebo e
vamos responder oportunamente, deputado Guilherme Cortez. Com a palavra o
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Questão de
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de
ordem do deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Então, requerimento de informação quanto à Ordem do
Dia. Sr. Presidente, requeiro nos termos o Art. 164, inciso VII, do Regimento
Interno, a seguinte informação quanto à Ordem do Dia nesta sessão
extraordinária convocada especificamente para debater a PEC 9, de 2023.
Inicialmente
deve ser registrado que o Art. 164 determina que o presente requerimento de
informação deverá ser despachado imediatamente por Vossa Excelência. É certo
que a formação da Ordem do Dia depende, nos termos do Art. 18 do Regimento
Interno da Assembleia, de decisão do presidente da Casa, adotada após ouvido o
Colégio de Líderes, que deverá ser anunciada ao término dos trabalhos no final
da sessão anterior.
Há nesta Casa
projetos de lei que são submetidos ao regime de urgência constitucional em
atendimento à solicitação do Sr. Governador, que, conforme o entendimento
adotado por V. Exa., é a verdadeira ordem, a qual deve ser simplesmente acatada
por esta Casa, sem qualquer questionamento.
Então temos
tanto em relação ao governador, como temos urgência também em relação aos vetos
dos deputados. Exemplo desse tipo é a situação, como eu afirmei aqui, dos vetos
às proposituras de autoria parlamentar e do próprio governador que estão
pendentes para apreciação.
O governador de
plantão tem sido extremamente pródigo em vetar as propostas integralmente
constituídas pelo Legislativo ou mesmo que tenham sido incluídas nos projetos
de autoria governamental por emendas aprovadas nesta Casa.
Matérias
relevantes, como a inclusão, por iniciativa consensual desta Assembleia, de
mecanismos de democracia participativa na lei de regência das agências
reguladoras, que, por exemplo, foram vetadas pelo governador.
Neste termo com
o Art. 140 do Regimento Interno, é necessário que sejam analisadas, em primeiro
lugar, as matérias acima mencionadas que tramitam em regime de urgência.
Não é possível,
nesse caminho, compreender o critério de V. Exa para determinar a formação da
pauta, quando convocou duas sessões para debater projetos sem a devida
urgência, enquanto matérias submetidas à urgência constitucional não recebem a
mesma atenção.
Nesse sentido,
Sr. Presidente, solicito o presente esclarecimento de forma imediata e que seja
respondido de forma imediata, por determinação do Regimento Interno, ora lido,
no início desse requerimento de informação.
Então, nós
temos urgências, tanto em relação à questão de urgências do Executivo, urgências
de vetos dos deputados estaduais e temos urgência de projetos do Executivo que
foram feitas em emendas por esse Parlamento, e também foram vetadas, têm
urgência em relação aos demais projetos.
Então, eu
queria que você pudesse esclarecer imediatamente a urgência de colocar esses
dois projetos, essa PEC, em dois projetos de hoje, sem habilitar efetivamente a
questão da urgência dos projetos ora apresentados.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Luiz
Claudio Marcolino, o artigo 255 também dá a esse presidente a prerrogativa de
pautar, também, emendas à Constituição, que é a discussão do plenário sobre o
encerramento de documentos, meter-se a prazo de propositura em regime de
urgência.
Então, diante disso, como já disse
anteriormente, essa propositura não está tramitando nesta Casa de forma feita.
Ao contrário, ela foi durante um ano debatida na CCJ, com todas as obstruções
assim feitas e num acordo com o Colégio de Líderes, com todos os deputados.
Por conta do período eleitoral, nós não
pautamos essa PEC, que poderia ser pautada seis meses atrás, para realmente
manter - seis meses não, mas três meses atrás -, para que nós pudéssemos ter um
amplo debate, os deputados estarem na Casa, diante da importância desse
projeto.
Então, diante disso, logo no retorno do
segundo turno, nós estabelecemos que nós colocaremos em pauta a PEC 09 e assim
o fizemos, ouvindo o Colégio de Líderes, ouvindo todos os senhores líderes e a
prerrogativa desse presidente de estar colocando-a nas duas sessões extraordinárias.
Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, aqueles que
nos acompanham aqui pelas galerias, pela TV Alesp até essa hora, eu primeiro
quero fazer aqui um registro que me deixa muito feliz.
Vários
deputados da base vieram a esse microfone para defender a retirada de 10
bilhões de reais da Educação. Impressionante. Até me lembra aqui a votação da
Sabesp, porque na Sabesp, assim, o governo conseguiu ali colocar os 62 votos.
Todo mundo animado, votaram até com um gás lacrimogêneo nessa sala.
Depois a gente
fica sabendo que a cada voto uma emenda, vai uma, duas, três, quatro, cinco,
vinte, impressionante. Eu acho até que deve ser um método que o governador
descobriu para ajudar a avançar aqui a sua base. E me surpreende, 23 horas e 13
minutos, a gente tem aqui 23, 24 deputados e deputadas da base.
Eu estou
surpreso, acho que o deputado líder do Governo deve estar muito feliz hoje,
porque conseguiu trazer a base do governo para ficar aqui nesse debate. Isso é
importante, porque a gente ouve aqui uma série de questões que precisam ser
esclarecidas, deputado Rômulo. Eu fico impressionado.
Primeiro, vamos
aos números, né, deputado Carlos Cezar? Outros deputados aqui, deputado Eduardo
Nóbrega. Assim, eu vou na linha do Dr. Jorge. Esse governo deve estar fazendo
mágica. Porque assim, a gente tem 30, vai para 25, não mexeu no valor, não,
não, não reduziu, é só flexibilizar.
É impressionante. Eu estou aqui, eu acho que
nem os filósofos sofistas tiveram a capacidade que tem o governador de
ludibriar vocês, é impressionante. Porque olha só, vamos aos números do
governador, não os meus. Anexo seis, demonstrativo da aplicação de recursos da
manutenção e desenvolvimento do ensino. Isso não é meu, é do governador.
Sabe qual é o
percentual para a educação? 26,1. Sabe onde é que está o resto? Pagamento de
inativos para o ano que vem. Sabe o que o tribunal já disse, deputado Luiz
Claudio Marcolino? Está errado, o governo não pode pagar, com esse recurso, os
inativos. Mas o governo continua insistindo.
Então, quem
veio aqui e usou deste microfone para dizer que não tinha pagamento, está aqui.
E sabe o que significa isso? Menos dinheiro para a Educação, deputado Maurici,
que é professor, junto com a deputada Bebel, que é professora. Sabe qual é o grande
problema? É que números a gente não muda. E quem escreveu não fui eu. Quem
assinou foi o governador.
Então, vamos
recolocar aqui a verdade. Ele está tirando dinheiro da Educação, e sabe qual é
o problema? Ele cria aqui a contradição: “Vou tirar da Educação para colocar na
Saúde, porque sabe qual é o problema? Diminuiu o número de alunos, aumenta o
número de idosos, mais gente precisa de atendimento na Saúde”.
Vou falar com
você que nos assiste ou que vai nos assistir: quantos parentes você tem que estão
na fila esperando uma consulta, um exame, ou ser atendido porque está com
câncer? Quantos? Pensem nisso, porque quem veio aqui criar a “Tarcisiolândia”
não tem coragem de reconhecer o problema da Saúde.
Deputados aqui
sabem do que estou falando. Deputado Alex Madureira, que conhece de trás para
frente, da frente para trás, o problema da Saúde deste estado: sabe quantas
pessoas estão na fila esperando um atendimento? Aí eu vejo deputados aqui
dizendo: “Não, está tudo bem, maravilhoso, não tem problema, o governador
resolveu a Saúde, o SUS Paulista...”
Ora, ponha a
mão na consciência. Você que vai nos acompanhar depois ou que está nos
acompanhando agora, entre em contato com seu deputado e diga: “Deputado, eu
tenho um parente que está precisando fazer exame; deputado, eu tenho um parente
que está com câncer e não é atendido”. É inadmissível isso, e a gente aqui tem
que ouvir deputado defender a Saúde. Desculpe.
Terceira
questão: para além da Saúde, o governador traz aqui uma contradição, que a
gente deveria discutir de onde tirar o dinheiro para poder resolver o problema
da Saúde. É possível, o problema é que ninguém aqui quer tocar o dedo na
ferida. Eu acho que os deputados liberais deveriam colocar o dedo na ferida.
Se não me
engano, um deputado do PT que veio a esta tribuna, não sei se foi o Luiz
Claudio ou algum outro... Não, o Luiz Claudio não foi, porque ele ainda não
falou. Foi o Simão. Falou da questão da desoneração de ICMS, ITCMD e IPVA. Este
ano, são 65,6 bilhões de desoneração.
Vamos lá: alguém
aqui neste plenário sabe quais são as empresas que estão sendo beneficiadas?
Deputado Barros Munhoz, o senhor sabe quais são as empresas que estão recebendo
benefício fiscal? Se o senhor souber, eu peço que o senhor decline.
O senhor sabe
quais são os produtos que estão sendo produzidos? Se o senhor souber, eu quero
que o senhor decline. O senhor sabe quanto essas empresas estão retornando para
o estado? Se o senhor souber, eu quero que o senhor decline. Sabe por quê?
Porque se o senhor souber, o senhor será processado, porque o estado lacrou a
informação.
Lacrou e disse
que não vai informar ninguém. Aliás, a gente ganhou em primeira instância, eu e
o deputado Teonilio Barba, que está aqui sentadinho. O juiz permitiu acesso à
lista, lista que foi construída ao longo dos governos, inclusive deste que está
dando desoneração. Aliás, aqui aprova por decurso de prazo, é como na ditadura.
Se a gente vota, se não vota, está aprovada a desoneração.
Agora quero
saber o seguinte: a empresa cumpriu com aquilo que acordou? A empresa contratou
quem tinha que contratar, devolveu para o estado o que tinha que devolver?
Porque estamos falando, deputado Barros Munhoz, neste ano, em 65,6 bilhões.
Sabe quanto é no ano que vem? Setenta e seis bilhões, se os meus cálculos não
estiverem errados.
São 66,5
bilhões. Deputado Barros, será que os empresários não poderiam dar uma
“contribuiçãozinha” de dez bilhões? Por que tem que ser da Educação? Aliás,
deputado Barros...
Eu vou lhe
permitir um aparte, o senhor não pediu ainda, mas eu sou um deputado
democrático. Não, só para o deputado Barros, porque para os outros eu não sou
democrático. Nem adianta. Deputado Barros, vou dizer aqui uma coisa para o
senhor: 70,6 bilhões...
O SR. GIL DINIZ
- PL - O
senhor me permite um aparte?
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Não. O senhor não acha que os
empresários aqui do agronegócio...
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - O senhor me permite um aparte?
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Sr. Presidente, ou a chacota termina agora, ou nós
vamos ter problema. Eu já disse que não vou permitir aparte. Eu já disse, eu
disse. Se o senhor não ouviu, eu vou dizer de novo: não permitirei aparte.
(Vozes sobrepostas.) Eu disse ao deputado Barros que, se ele quisesse, eu
daria. Como ele não quer, também não vou dar.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Em solidariedade aos colegas,
eu abro mão do meu aparte.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Muito obrigado, eu fico muito feliz e
vou continuar. (Vozes fora do microfone.) Até porque ele aproveitou para recuar, para recuar do
sigilo.
O SR. GIL DINIZ
- PL - Companheiro Barros Munhoz.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Leva
o Barros para o PL.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Então eu volto ao meu aparte. Pode
ser?
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Pode
ser, mas eu queria só concluir aqui o raciocínio, porque o senhor já aproveita
para declinar aqui do sigilo fiscal das empresas. Quanto elas devolveram para o
Estado? O senhor foi secretário.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Fui, fui.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - De
Agricultura.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Ótimo secretário, por sinal.
O SR. PAULO FIORILO -
PT - Aliás,
eu tenho certeza de que o senhor não foi ótimo. O senhor deve ter sido
excelente. Sabe por quê? Porque possivelmente na gestão do senhor a gente não
tinha esse caixa hermeticamente fechado, em que a gente não sabe quanto é que
está saindo e para quem está indo. (Voz fora do
microfone.)
Então eu vou
permitir, mas eu queria terminar. O senhor sabe qual é o problema? O governo
achou o caminho mais fácil: vamos tirar da Educação e vamos dar para a Saúde,
porque a Saúde está precisando, e a Educação não está precisando mais.
Agora queria
saber: por que as escolas estão com o teto caindo, por que a gente tem
vazamento, por que a gente tem escola sem corrimão? E não sou eu que estou
falando isso, é o Tribunal de Contas que fez uma inspeção nas escolas. É
impressionante.
E, assim, o
pior argumento é ouvir aqui deputado dizer assim: “Ah, o governo federal...”.
Desculpa, eu fui eleito deputado estadual, sou da oposição, fiscalizo este
governo.
Quem quiser
fiscalizar o governo Lula, eleja-se deputado federal, vá a Brasília e faça o
debate. Agora, aqui eu quero discutir o Governo do Estado. Sabe por quê? Porque o Governo do Estado é responsável pelo
Orçamento, que é muito maior do que o de todos os outros estados.
E aí a gente
vem aqui para deputado falar assim: “Porque o governo federal, o governo
federal...”. Eleja-se deputado federal, vá debater, vá fazer a discussão
política. Agora eu quero saber da defesa do seu governo, que o senhor vem aqui
defender, que está dando martelada para poder entregar o Estado. Cada
martelada, uma capivara.
Vamos lá:
martelada da Sabesp. A capivara é uma empresa que não tem expertise. Eu não vou
falar do deputado que defende os pets, porque não está na pauta. Capivara da Sabesp:
bateu, saiu uma empresa que não tem expertise nem conhecimento, não tem uma
cidade no nordeste.
Assim, é
impressionante. Sabe qual é o risco? É que a risada de hoje vire o choro de
amanhã, tendo a Sabesp sendo transformada em uma Enel. Aí a gente vai vir aqui
para dar a listinha daqueles que sorriram nos 20 milhões das emendas, para
poder lembrar, porque é preciso lembrar, nós não podemos esquecer.
Segundo,
segundo. (Voz fora do microfone.) Não, não vou permitir. Segundo.
Calma, tem tempo, tenho quatro minutos. Eu vou dar um aparte. Segundo: o
governador deu mais uma martelada.
Acertou a
empresa que é responsável pela funerária aqui no estado, na cidade de São
Paulo, que está cobrando de forma abusiva, que tem reclamação o tempo todo. É
mais uma capivara. Três dias para enterrar porque não tem dinheiro para pagar.
Vamos para a terceira
martelada. Terceira martelada: descobriram o amigo do governador que trabalhou
com o Paulo Guedes. Então, assim, nós estamos em uma situação calamitosa, né?
Porque cada
martelada, uma capivara. Vai estudar que você vai descobrir. Cada martelada, uma
capivara. Eu acho isso inadmissível. E aí o governo, com a cara de pau, dizendo
que se preocupa com a Educação. Escola cívico-militar, PPPs... Assim, é
inadmissível isso.
E aí eu vou
permitir o aparte ao deputado Barros Munhoz, que vai dar a lista das empresas
que têm desoneração do ICMS neste Estado.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Obrigado,
deputado Paulo Fiorilo. Eu gostaria
de dizer que obviamente eu não tenho essa relação, como V. Exa. também não tem
e como não é papel do deputado estadual de São Paulo.
Nós podemos
conhecer perfeitamente aquilo que cabe ao deputado fazer, que cabe ao deputado
conhecer. Agora, o que eu gostaria de colocar, para não fugir da realidade, é o
seguinte, o PSDB se afundou, está em uma situação crítica, desesperadora, mas
não chegou ao ponto a que chegou o PT. O PT se acabou, o PT se destruiu.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Deputado Barros...
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Dá licença, só um minutinho.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, o aparte fui eu que dei. Se
o senhor for entrar nesse debate, o debate aqui é sobre a Educação e os dez
milhões. É sobre isso? Se for sobre isso, eu vou dar um aparte, senão eu vou
retomar a palavra, porque eu estou com a palavra. Não, relativa não. O debate é
sobre a Educação. Aqui eu não vou permitir esse tipo de coisa, a palavra é
minha.
Se o senhor
quiser discutir Educação, eu vou discutir. Se o senhor quiser discutir o PT,
vamos propor um debate sobre o PT, sobre o PSDB, sobre o PL, sobre quem o
senhor quiser, agora, na minha fala, não. Muito obrigado.
Eu vou terminar
o aparte do senhor, porque eu vou voltar para o meu discurso dizendo o
seguinte, o senhor perdeu a oportunidade de responder à minha pergunta. Eu
perguntei: o senhor tem a lista? Não. O senhor sabe as empresas? Não. Obrigado.
Terminou o aparte, agora é meu.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Mas que maravilha, isso é que é
democracia.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Mas é esse o meu discurso, não é
do senhor. (Falas sobrepostas.) Então eu queria encerrar o aparte do senhor...
(Falas sobrepostas.) Sr. Presidente, o aparte está encerrado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está encerrado. Devolvo a palavra
ao deputado Paulo Fiorilo.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu preciso dar aula de matemática
para o deputado Barros, não é possível. Três não é quatro. Agora, eu não vou
discutir com o senhor, eu vou discutir a questão da retirada do dinheiro.
Sabe por que,
deputado Barros? Porque os deputados desta Casa deveriam ter o direito de saber
quais são as empresas, porque é dinheiro público. Aliás, o Governo do Estado
sabe disso, sabe as decisões do Supremo. Infelizmente, não dá transparência.
Esse é o governo que vocês estão defendendo para tirar dez bilhões da Educação.
Dez!
E eu vou
terminar aqui, Sr. Presidente, dizendo o seguinte, a Coreia mudou de qualidade,
de patamar, porque investiu na Educação, e o governador faz a opção contrária,
ao contrário de investir na Educação, que é acabar com a Educação do estado.
Pode ficar tranquilo que meu coração está perfeito.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência aos oradores inscritos, com a palavra o deputado Reis. Pela ordem,
deputado. Questão de ordem? O que...
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - QUESTÃO DE ORDEM - É pela ordem. É que
eu fiz uma questão de ordem na minha fala
anterior e V. Exa. utilizou aqui do Art. 255 para responder a minha questão de
ordem. Eu queria perguntar a V. Exa., porque pelo Art. 255 não cabe a resposta
que V. Exa. me deu, então eu queria que...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Luiz
Claudio Marcolino, a resposta que eu dei a V. Exa. é a seguinte, a ordem do dia
tem um rito dentro do nosso Regimento, as urgências têm um rito, porém, as
sessões extraordinárias são prerrogativas desta Presidência, quando ela entende
que, no caso dessa PEC, é uma urgência, sim, porque ela ficou um ano sendo
discutida na CCJ e, logo, posterior, nós debatemos no Colégio de Líderes, com
os líderes, e eu pautei em uma extraordinária, fazendo a minha prerrogativa
valer diante do que foi discutido. É simples.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Só estou
dizendo do artigo que V. Exa. utilizou.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Entendo que V.
Exa. queira fazer obstrução, mas já estava respondido o pedido de Vossa
Excelência.
Com a palavra o deputado Reis.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Só usar, Sr.
Presidente, o artigo que Vossa Excelência...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu já entendi e
respondi a V. Exa. anteriormente.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Estou dentro do
meu tempo ainda. “A discussão em plenário e o seu encerramento submeter-se-ão
aos prazos das proposições em regime de urgência”. Aos prazos, não em relação
ao regime. Então V. Exa. está errada em relação ao artigo que V. Exa. acabou de
responder, ao meu questionamento.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Essa
extraordinária é prerrogativa da Presidência e assim ela foi pautada.
Com a palavra o deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, eu quero
dizer que essa PEC, a PEC 9, nós passamos discutindo-a praticamente um ano na
CCJ, a deputada Professora Bebel, o deputado Rômulo, o deputado Jorge do Carmo,
que faz parte da CCJ, e o deputado Carlos Cezar, que parece que foi o relator, se
não me engano.
E nós passamos,
inclusive, soletrando-a, letra a letra. Foram feitos alguns votos em separado e
foi discutida durante todo esse período. Era de se esperar que esta Casa não
apreciasse essa PEC, que esta Casa não seguisse a lógica do imperador, Dom
Tarcísio de Freitas I, que age como se fosse um imperador, não como uma
república, como se nós fizéssemos parte de uma república, mas, como se ele
fizesse parte de um império. E nós temos que dizer que ele não é o imperador,
ele é o governador.
Ele tem que
ouvir o povo. Aqui, V. Exa. sabe que esta Casa, que representa a população de
São Paulo, representa o povo de São Paulo, mas muitas vezes seguindo a lógica
do imperador. Ele não ouve o povo. Quando deveria ouvir a população, quando os
projetos deveriam ser precedidos de audiências públicas, de chamar o povo aqui
para debater, para discutir, para participar do processo. E somente após ouvir
toda a sociedade, tomar as decisões. Somente após ouvir o que o povo pensa e o
que o povo acha de uma proposta dessa.
O deputado
Paulo Fiorilo falou em 10 bi, mas não são mais os 10 bi, porque nós temos que
atualizar o Orçamento. Nós estamos falando, de mais de 11 bilhões de reais, de
acordo com o Orçamento do ano que vem. Orçamento que não traz nenhum real de
reajuste para os servidores públicos.
Não sei se V.
Exas. sabem: nesse ano, os servidores públicos não tiveram reajuste, e para o
ano que vem também não há previsão de reajuste para os servidores. E aquela
promessa de valorização dos servidores da Segurança Pública também não está na
Peça Orçamentária.
Os tickets de
12 reais, eu acho que esta Casa poderia dar um exemplo e aprovar um decreto,
impondo que fosse pelo menos uma unidade fiscal, porque com 12 reais não está
dando para comprar uma coxinha, sequer um cachorro quente lá no Vitão do
Cachorrão.
Mas, Sr.
Presidente...
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, deputado.
O SR. REIS - PT - Pela ordem.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. Uma
verificação de presença.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa
Excelência. Solicito aos deputados Tomé Abduch e Capitão Telhada que façam a
verificação de presença.
* * *
- Verificação de presença.
* * *
O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL -
Constatado quórum regimental, devolvo a palavra ao deputado Reis.
O SR. REIS - PT – Então, o governador traz essa PEC aqui para, segundo ele,
segundo os oradores que me antecederam, flexibilizar em 5% da receita de
impostos, incluindo recursos provenientes de transferências a que se refere o
caput do Art. 255 da Constituição Paulista, a fim de que possa ser utilizado
tanto em gastos com Educação quanto também para o financiamento adicional das ações
e serviços de Saúde.
Tal
remanejamento, de 5% do orçamento destinado à Educação para a área da Saúde, em
números reais, totaliza uma quantia superior a 11 bilhões de reais,. É claro
que a Saúde precisa, sim, de recursos.
Mas a Educação,
e aqui sem que a gente tenha visitado escolas, em que pese que sempre visito
algumas escolas na zona sul, na zona leste, escolas do Estado, escolas da
Prefeitura, mas, uma pequena volta que nós demos, para falar com aqueles
estudantes que estavam ali, eles falaram de escolas caindo aos pedaços. Falaram
de escolas que não têm quadra coberta. De escola que, quando chove, está caindo
água dentro de sala de aula.
Bom, talvez o
governador não tenha uma equipe adequada, uma equipe que realmente vá a campo
para verificar essas deficiências que existem nas escolas. Porque escola é
pagar bem para o professor, valorizar bem os profissionais da Educação, mas
também é a questão estrutural. Ter o computador, ter o laptop, ter o tablet, e
não ter a banda larga, aquele objeto não serve para muita coisa.
Então, uma
voltinha que nós demos para conversar com eles, para ouvi-los, e só me
manifestar após a fala dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas, vários deles
começaram a falar da situação caótica das escolas do estado de São Paulo.
Então, tirar o
dinheiro da Educação para socorrer a Saúde é também deixar a Educação na UTI. A
Saúde está na UTI. A Educação também está na UTI. Então, ao que me parece,
falta um pouco de visão e de competência para esse governo. E que o governador
que gosta do martelo, até chamei ele de Thorcísio, porque ele pega aquele
martelo e fica batendo. Então, é a mistura de Tarcísio com Thor, que dá o
Thorcísio
O Thorcísio
deveria sair a campo, pedir ao seu secretário que saísse a campo, e visse “in
loco” o que é a situação das escolas de São Paulo, o que realmente aqueles
alunos, que estavam ali, falaram para a gente, sobre a situação caótica das
escolas.
Para ele é
muito simples. Ele gosta de negócios. A gente percebe que é um cara cujo o
mundo são os negócios. É vender, é
privatizar. Eu já o chamei inclusive de Tarcísio Privatizador. Porque é o
Thorcísio, é o Privatizador. A própria Polícia Penal botou nele o título de
“Tarcinóquio”, mistura de Tarcísio com Pinóquio, e assim vai.
Nós gostaríamos
que o governador realmente olhasse de perto o que é essa questão da Educação, e
que o seu secretário e a sua equipe vissem todos esses problemas. Que, ao
querer tirar dinheiro da Educação, ele visse primeiro o que é e como está a
situação da Educação.
O que não se
pode permitir, e que viola frontalmente o interesse público do estado, é
retirar justamente do setor da Educação. Ou seja, pode sim remanejar dinheiro
de outros lugares. Pode mexer no Orçamento tirando de outros lugares. Eu acho
que não deve tirar dinheiro da Educação, não deve tirar dinheiro da Saúde, não
deve tirar dinheiro da Segurança Pública.
São setores
sensíveis. São setores com os serviços que a população mais precisa e que estão
ligadas a essa questão de estado propriamente dito: Educação, Saúde e Segurança
Pública.
Mas,
tem outros lugares que dá para mexer. Eu acho que tem outros lugares,
principalmente, como publicidade, que é desnecessário, o dinheiro que se gasta
em publicidade. Nesse sentido, mostra-se necessário realizar uma análise acerca
da Educação em nosso estado e, em seguida, os impactos da pretensa retirada
financeira.
A Lei Estadual
nº 16.279, de 8 de julho de 2016, aprovou o Plano Estadual de Educação de São
Paulo. À época sancionada pelo então governador e, hoje, vice-presidente da
República, Dr. Geraldo Alckmin, que traçou 21 metas essenciais ao Estado, e
hoje, mais de sete anos após a aprovação do Plano Estadual de Educação, estudos
apontam que o alcance das 21 metas está muito longe de se tornar uma realidade.
É importante
mencionar também que o ano passado foi marcado por uma série de ataques e
ameaças a escolas públicas. Professoras e professores sendo assassinados,
estudantes sendo mortos, servidores com medo de ir às escolas. O cenário está
caótico. Isso somente reafirma a necessidade de mais investimento na Educação e
não a supressão financeira. A Educação precisa de mais recursos, e não da
retirada de recursos.
Desde o envio
da presente PEC a esta Casa de Leis, diversos setores da sociedade têm se
manifestado contrariamente ao absurdo da retirada de recursos financeiros da
Educação.
A título de
exemplo, a Câmara Municipal de Presidente Epitácio aprovou uma moção de apelo à
Assembleia Legislativa para que se rejeitasse a presente PEC, pois totalmente
contrária ao interesse público do povo paulista.
O Núcleo
Especializado da Infância e Juventude da Defensoria Pública do Estado de São
Paulo exarou um parecer com mais de 20 laudas acerca da PEC, que ora estamos
analisando.
Dentre os
diversos pontos trazidos pela Defensoria Pública, o mesmo problema foi
constatado. Reduzir o investimento e o Orçamento da área da Educação é
verdadeiro retrocesso social. Portanto, eivada de inconstitucionalidade por
violação ao princípio da dignidade da pessoa humana, tanto dos professores
quanto dos estudantes.
Outro ponto de
extrema relevância e que não pode ser esquecido é que a presente PEC não é
acompanhada de qualquer estudo de impacto financeiro orçamentário.
Nos termos do
Art. 113 dos atos das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
da República, a proposição legislativa que cria ou altera despesa obrigatória
ou renúncia de receita, deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto
orçamentário financeiro. Trata-se de disposição constitucional que não pode ser
burlada pelo Sr. Governador.
Só por esse
motivo, e se desprezarmos todos os demais, a proposta já não poderia seguir a
sua tramitação. Por motivos muito inferiores e muitas vezes infundados, o Sr.
Governador veta as proposituras aprovadas pelos senhores deputados e senhoras
deputadas. Isso aí deu um título para ele de vetador-geral do estado.
Inclusive,
praticamente foram 145 vetos, projeto do deputado Conte Lopes foi vetado, do
deputado Gil Diniz foi vetado, do deputado Lucas Bove. Ou seja, todos os deputados
tiveram seus projetos vetados aqui nesta Casa.
Inclusive, eu
apresentei um projeto que estabelece o dia 28 de setembro como o Dia do Veto,
que eu espero que esse projeto seja aprovado, porque só falta passar por uma
comissão, que é a Comissão de Direitos Humanos, que não tem se reunido.
Eu peço que
eles se reúnam para apreciar esse projeto e aprovar o parecer, se eu não me
engano, da deputada Beth Sahão, que é favorável à aprovação do dia 28 de
setembro como o Dia do Veto, chamarmos o 28 de setembro como o Dia do Veto.
Porque foi o
dia que ele vetou um projeto importantíssimo para a Polícia Civil. Porque o
policial, quando se aposenta, se ele não tiver cinco anos na classe ou nível,
ele é despromovido, e isso é inconstitucional, porque a Constituição falou de
cargo, não falou de classe e de nível.
Nós
apresentamos um projeto para regulamentar isso, para acabar com esse abuso que
o estado de São Paulo pratica contra os policiais civis. Enquanto a Polícia
Militar tem um posto imediato, ela é promovida, o policial civil é
despromovido. Por isso eu apresentei o projeto, e a categoria ficou com
esperança de que esse projeto fosse sancionado, e o governador o vetou.
Por
isso, eu peguei essa data simbólica, dia 28 de setembro, e fiz o projeto,
estabelecendo o Dia do Veto. Só na atual legislatura são 145 vetos totais e 50
vetos parciais impostos pelo Sr. Governador. Percebe-se que as aprovações de
proposituras oriundas do Poder Legislativo são ínfimas.
Sancionam-se
somente aquelas matérias enviadas pelo próprio Poder Executivo e sem que se
permita apresentar qualquer emenda, visto que todas são rechaçadas. É um
verdadeiro descaso com a população do estado de São Paulo, o que explica, e
muito, o envio da presente PEC a esta Casa de Leis.
Não podemos
permitir a redução e o sucateamento da Educação do nosso estado de São Paulo.
Por esses e outros motivos é que os deputados e deputadas da Bancada do PT na
Comissão de Constituição e Justiça apresentaram - nós apresentamos - votos em
separado, a fim de estabelecer a discussão e cravar o nosso posicionamento
contrário a essa PEC.
Eu mesmo
apresentei um voto com mais de trezentas páginas. Fiquei até um dia lá muito
preocupado com o deputado Conte Lopes e o deputado Mauro Bragato, porque o
presidente da comissão não queria dar horário de almoço, e eles já estavam
ficando da cor do algodão.
Eu falei:
“olha, se não der hora de almoço, o Mauro Bragato vai cair duro aqui, e o Conte
Lopes também. E aí eu vou dar voz de prisão para V. Exa., porque eu não posso
prevaricar, e vou determinar que a Polícia Militar o algeme e conduza até a
autoridade policial para que seja lavrado o flagrante”. Aí, nesse momento, ele
já determinou que os deputados fossem almoçar.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à lista dos oradores inscritos, com a palavra o deputado Maurici.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem,
Sr. Presidente. Posso fazer uma comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois
minutos Vossa Excelência.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito
obrigada, presidente. Estou acompanhando a noite inteira o debate, muito
atentamente ouvindo o que os colegas têm a dizer, e o debate está acontecendo
como se não houvesse a materialidade do Orçamento sobre nossas mesas. O
resultado da peça não pode ser filosofal; ele é material e está no Orçamento.
O debate hoje
está acontecendo como se não houvesse a materialidade do Orçamento sobre a
nossa mesa, como se já não houvesse ali um padrão estabelecido. Inclusive, está
inconstitucional hoje.
Caso a PEC não
seja aprovada, o Tarcísio já não pretende cumprir um investimento na Educação,
tem a redução no Orçamento da Educação na previsão orçamentária do ano que vem;
tem de fato um aumento na Saúde que não corresponde ao corte da Educação, tem
um aumento de seis bi na Saúde, mas sabe onde cresce? Sabe onde cresce o
Orçamento do Tarcísio?
Não é na Saúde,
como tentam pôr, eu vou dar exemplos aqui. Sabe o Tribunal de Justiça, que,
quando vocês defenderam o aumento das custas judiciais, vocês disseram que era
para diminuir o Orçamento do TJ? Tem mais 1,7 bi para o TJ ano que vem em
relação a esse ano.
Sabe onde
cresce? Na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Meio Ambiente não,
porque cortou, da prevenção do incêndio, alagamento e etc. Tem mais três bi
ali. Sabe onde cresce absurdamente? Na secretaria de parcerias e privatizações.
Sabe essa
galera que está vendendo patrimônio do estado de São Paulo a preço de banana
para gente que não tem “know-how” e que é o pior no serviço que desempenha?
Eles vão ter mais 4,5 bi. Isso é material, está no Orçamento.
Eu vou terminar
esta noite perguntando: os senhores estão tranquilos de cortar o Orçamento da
Educação, que tem escola com teto caindo, para investir no pessoal da
secretaria de privatizações, que está vendendo mal o patrimônio do estado de
São Paulo? Termino aqui.
Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Só para
corrigir aqui, estava inscrito para discutir a favor o deputado Barros Munhoz.
Pode se encaminhar à tribuna. Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Para uma questão de
ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Estamos
finalizando a nossa sessão.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT
- PARA QUESTÃO DE ORDEM - Apresento à Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo requerimento de oitiva da Comissão de Administração Pública e de Relações
de Trabalho a respeito da PEC nº 9, de 2023.
A Proposta de
Emenda à Constituição nº 9, de 23, tem por objeto, entre outras matérias, a
alteração de competência para a condução de processos administrativos
disciplinares.
Com efeito, a
alteração que aparentemente é apenas burocrática e sem maiores reflexos na
Organização dos Serviços Públicos é algo que esconde assuntos jurídicos da mais
complexa e relevante estatura.
Assim é porque
a adequada responsabilização funcional é instrumento de garantia de qualidade
no atendimento aos interesses públicos primários e a punição que não observa as
garantias constitucionais se convertem em meio de perseguição e podem, em
última instância, comprometer a própria autonomia dos servidores, em princípio,
do concurso público em função de eventuais demissões irregulares, por exemplo.
As informações
prestadas não dão conta dos efeitos pretendidos com a medida, assim como não
asseguram que a medida em questão será adotada sem que exista comprometimento
dos valores mencionados acima e que são, em última instância, determinações
constitucionais estruturantes de todo o serviço público.
Nessa ordem, é
imprescindível que a medida seja adotada após a oitiva de autoridades e
colheita de elementos que não estão adequadamente reunidos na mensagem
encaminhada pelo Sr. Governador e que podem ser melhor realizadas sob a
condição de comissão permanente, aparelhada para garantir não apenas a
profundidade da discussão, mas, além disso, a reunião de subsídios que permitam
a todas as Sras. Deputadas e Srs. Deputados o adequado esclarecimento a
respeito da matéria.
Além disso, é
certo que não há, atualmente, servidores concursados e estáveis que possam, no
modelo proposto, serem responsabilizados pela realização das atividades em
comento, enquanto a PGE, instituição de Estado há mais de 70 anos, cumpre a
contento essa atribuição.
Essa alteração
implica, inexoravelmente, assim, em impacto orçamentário que não está
adequadamente exposto e não pode, portanto, ser avaliado, visto que isso ocorre
na medida introduzida pela norma que se aprova no presente momento, e não pela
norma futura incerta que organizará a outra carreira responsável pela matéria.
Assim, nos
termos do Art. 170 do Regimento Interno, requeiro que a proposta seja remetida
à Comissão de Administração Pública e Relações de Trabalho, para que seja
objeto de debate técnico e aprofundamento, como demanda da alteração proposta
em seu texto.
Assinado aqui
pelo nosso líder da Federação PT/PCdoB/PV, deputado Paulo Fiorilo, e vou
entregar aqui para ser...
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu recebo o
pedido de V. Exa. e será respondido oportunamente. Com a palavra o deputado
Barros Munhoz.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectadores que, por ventura, ainda nos assistam até este momento, com um
pouco menos de voz do que o normal eu gostaria de fazer alguns comentários não
apenas sobre o que o deputado Paulo Fiorilo falou e me provocou para dizer
quais as empresas que são beneficiadas pelas deduções.
Eu gostaria de
dizer, em primeiro lugar, o seguinte, a maioria das empresas que são
beneficiadas não são individualizadas, elas pertencem a um grupamento
industrial ou agrícola, um agrupamento de empresas. Então, por exemplo, a
indústria de automóvel, o agronegócio de tal tipo de produto e assim por
diante.
Mas, o que eu
gostaria de dizer com bastante clareza é que o nosso partido, o meu partido, o
PSDB, está em declínio acentuado, trágico, bastante lamentável, vaidade de
alguns dos seres que quiseram ser donos do partido e o transformaram no pequeno
partido que hoje ele é. Mas o PT está em uma situação pior ainda.
Eu não estou
fazendo um cotejo do PSDB e do PT, campeonato de perdedor ninguém gosta de
fazer e nem deve fazer, mas eu estou dizendo que, pelo menos aqui em São Paulo,
o PT se esfarelou, e no restante do Brasil também.
O presidente
Lula disse isso na televisão, que o PT tem que se reconstruir, que nem em
Araraquara o PT venceu a eleição. E quando eu disse 13 cidades apenas, é porque
eu quis fazer uma divisão, ou três, melhor dizendo.
São só três
mesmo. Em Lucianópolis, o PT teve 1.156 votos; Santa Lúcia, 3.347; e Matão,
27.431. Subtotal das três cidades em que no primeiro turno o PT elegeu o
prefeito, 31.934 votos. E aí ganhou no segundo turno em Mauá, única cidade.
Perdeu nas outras duas, inclusive Diadema, berço de nascimento do PT.
Não vou falar
do ABC, porque o ABC não tem mais nada de PT, nada, nada, nada. E com os 102
mil votos de Mauá, eu pulei o M. Eu só falei do ABCD. Mauá, 102 mil votos.
Total geral de votos do PT no estado de São Paulo, 134 mil votos.
Eu vou falar do
PSDB, 363 e 256. Posso falar até de boca cheia, perto do PT. Perto do PT, eu
posso falar de boca cheia. Então, minha gente, é triste, é triste, é triste.
No Brasil, que
eu saiba, um estado apenas. E o presidente do Brasil é aquele que está
lamentando, que ontem já fez uma reunião com sete ministros para cortar gastos
do governo.
E hoje tinha
mais uma outra reunião, que talvez não tenha sido realizada por causa da
eleição dos Estados Unidos. E o Lula deve estar muito preocupado com a vitória
do Trump e não com os assuntos de interesse do Brasil.
O fato, minha
gente, é o seguinte. Sabe quanto significa o eleitorado do PT nesta eleição no
estado de São Paulo? Foi 0,39 por cento. O PT devia estar preocupado era com
isso, minha gente. Não é ficar pegando picuinha, correndo atrás de um
governador que merece respeito.
Que coisa gozada,
que coisa gozada. O PT não teve condição de lançar um candidato, valeu-se do
candidato do PSOL, que levou uma lavada de 60 a quarenta.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - O senhor me permite um aparte?
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Se for bem breve, por favor.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - É uma pergunta.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pois não, com prazer.
A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Porque provavelmente eu tenho menos tempo de vida do que o senhor de
Parlamento. Mas eu não sei como é que foi Itapira.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Eu vou contar, eu vou contar.
Itapira foi o seguinte. Na eleição passada, o candidato Antônio Bellini
comprou, entre aspas, o apoio do PSOL e do PT.
Como foi feito?
O PSOL não lançou candidato. E o dono do PSOL Itapira, o dono. (Vozes fora do
microfone.)
Não, o Leandro
não, o Leandro não foi. O dono do PSOL, você sabe quem foi. Foi aquele que,
para fazer isso e não lançar candidato, recebeu simplesmente o setor que faz
compras. Só o setor de licitações.
É o Cristiano
Flores, dono do PSOL. E o PT também não lançou candidato. Agora, nessa eleição,
o PT e o PSOL lançaram candidato, porque estava muito vergonhoso o que eles
fizeram. E a situação do município, caótica. (Vozes fora do microfone.)
Bom, a senhora
fez uma pergunta, eu estou respondendo. Muito bem.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Não, eu... Eu...
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, Professora
Bebel.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - E questão de ordem precede. O senhor é
mais conhecedor de Regimento que eu.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Não, não, não, nós somos iguais.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - É isso. Então, mas o tema qual é
mesmo?
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O tema é a PEC 09.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pronto. E por que o PT entra nessa
discussão de quantos votos?
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Porque ele é o partido com assento
nessa Casa.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Mas o senhor tem que se ater ao
tema.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Barros vai se ater
agora, nesse resto, faltam sete minutinhos, para falar sobre a PEC da Educação,
não é, Barros?
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Vamos, tem bastante tempo para
falar sobre. Eu só quero dizer o seguinte, para concluir. Então, como é que
aconteceu agora? O PT e o PSOL tiveram candidato, só que mandaram toda a
votação para o nosso adversário.
Eles tiveram
simplesmente 1.900 votos somados. O Lula teve 15 mil votos lá. Mas eu não vou
me limitar a isso. Eu vou dizer o seguinte, que teve o PT, como eu disse, 0,39%
dos votos.
E quero dizer o
seguinte... Eu vou chegar lá. Sabe o que acontece, minha gente? O que acontece
é que esse pessoal só sabe ver aquilo que dá resultado e só sabe [Expressão
suprimida.], só sabe atacar, só sabe tentar destruir aquilo que se constrói.
Qual foi o grande vencedor das eleições no estado de São Paulo este ano? Foi o governador
Tarcísio, minha gente.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente?
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Quem é que ignora isso? Os mais
veementes adversários do Tarcísio reconhecem isso. Ou não? Ou foi quem?
O SR. PAULO FIORILO - PT - (Inaudível.), Sr. Presidente.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Não, não vou dar aparte, vocês já
falaram à vontade.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu não pedi aparte. Eu não pedi,
nem quero.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Vocês já falaram à vontade.
Então, quero dizer o seguinte: essa PEC é mais uma coisa... Eu estava aqui. A
Professora Bebel, que eu respeito tanto e admiro tanto, disse aqui quais os...
O Conte estava também, eu estava também e o Bragato também, quando foi passado
para 30 por cento. Mas nem tudo na vida é fixo, é imutável, absolutamente. E
foi necessário fazer o que o Tarcísio está fazendo.
Aliás, quero
dar uma resposta: o Tarcísio vai cortar os benefícios de não cobrança de
tributos das empresas que devem ser cortadas. Podem se preparar. Isso vai
acontecer.
Então, não
adianta ficar simplesmente querendo [Expressão suprimida.] e destruir, ou
destruir e [Expressão suprimida.]. A verdade é essa, minha gente. O Tarcísio
está ofuscando a velha política. Vamos andar para frente, vamos fazer o que tem
que ser feito. São Paulo está estagnado, está parado. Vão dizer: “Bom, mas isso
é responsabilidade do PSDB...”
O SR. TEONILIO BARBA - PT - Uma questão de ordem, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, deputado
Teonilio Barba.
O SR. TEONILIO BARBA - PT - Só solicitar ao presidente André
do Prado, com anuência do deputado Barros Munhoz, para retirar dos Anais desta
Casa a palavra “denegrir”, porque ela tem uma tendência de questão racial.
Só isso.
O SR. LUCAS BOVE - PL - Questão de ordem, presidente.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Não, dá licença, só quero...
O SR. LUCAS BOVE - PL - Solicitar que não seja retirada,
porque a palavra “denegrir” vem do latim “denigrare”, que significa “manchar”.
Não tem absolutamente nada a ver. (Fala fora do microfone.) É manchar, eu posso
manchar de vermelho, como, por exemplo, o Brasil está manchado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pessoal, faltam cinco minutos
para terminar a sessão. Está registrado o pedido do deputado Barba. Com a
palavra o deputado...
O SR. LUCAS BOVE - PL - Vamos preservar a língua
portuguesa.
O SR. TEONILIO BARBA - PT - Estou solicitando ao presidente e
ao deputado na tribuna.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Comandante, sem nenhum problema.
Eu retiro. Sem nenhum problema, eu retiro.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Barros Munhoz retirou,
então agora vamos dar sequência para finalizar, à meia-noite e sete, finalizar
a nossa segunda sessão extraordinária.
O SR. TEONILIO BARBA - PT - Agradeço a compreensão, deputado
Barros Munhoz. O senhor sabe do respeito que tenho pelo senhor. Agradeço a
compreensão.
O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Muito obrigado. Bom, pessoal, o
que eu quero concluir é o seguinte... (Fala fora do microfone.) Não, estou
pedindo ao Lucas. Lucas, vamos continuar aqui para terminar antes de encerrar a
sessão. Por favor, por favor.
O que eu quero
dizer, finalmente, é o seguinte, minha gente: nós temos que fazer um esforço
gigantesco, porque está difícil para nós, brasileiros, acreditarmos em um
amanhã melhor. A perspectiva nossa é de algumas dezenas de anos piores do que
os anteriores. Está aí o tráfico, está aí a realidade nua e crua do Brasil de
hoje.
Então, não é
com picuinhas, questiúnculas, que a gente vai construir o São Paulo dos nossos
sonhos. Eu passei por 13 governadores, minha gente. Fui líder de Governo três
vezes aqui, de dois governadores, do Serra e do Alckmin.
Convivi com o
PT e com todos os partidos, inclusive com o PSOL também. Eu não posso me
conformar com essa ladainha de choro, choro, choro e acusação e acusação e
acusação, sem nada de objetivo que construa.
O governador Tarcísio
não é do nosso partido, nós não somos da base o governador Tarcísio, mas
inquestionavelmente ele está fazendo um bom governo. Como negar a realidade?
Esse homem
correu o estado de São Paulo e ganhou a eleição para governador. Agora correu
diversas cidades e foi vencedor na grande maioria delas. Aqui em São Paulo foi
o grande vencedor.
Qualquer órgão
de imprensa, qualquer criança que saiba o que é uma eleição sabe que o grande
vencedor foi o governador Tarcísio. Então vamos reconhecer a verdade, vamos
trabalhar construtivamente.
Esta PEC é
correta, não vai acontecer nada do que se está apregoando. Não é verdade isso,
até porque é muito fácil, quem tem a coragem e a ousadia, porque para ser bom
governante tem que ter coragem e ousadia realmente, como o Tarcísio tem. Ele
vai ser reconhecido, que realmente estava certo isso.
Tem um exemplo
aqui, se o deputado, presidente, me permitir, o André, que aconteceu agora com
o fundo que tem lá na Fapesp. O governador teve a coragem de dizer, não é
possível, 15 bilhões, ou 1,5 bilhão, não sei exatamente quanto, eu sei que é
uma quantia desproporcional, ficar no cofre da instituição, gerando renda, e a
pesquisando precisando de dinheiro.
O Tarcísio
meteu o dedo nisso, como está metendo agora também na tevê. São Paulo, a tevê
paulista nossa. Quer dizer, não é possível custar o que custa e ter o número de
trabalhadores que tem.
Então chegamos
ao final.
Eu não poderia
deixar de fazer esta minha manifestação.
Agradeço a
todos que me ouviram.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Barros, tenho que encerrar V. Exa., que o nosso tempo da segunda sessão...
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Estou encerrando.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não, tenho que
encerrar, e vou preservar o tempo de V. Exa., de um minuto e dezoito, tempo
remanescente para a próxima sessão. Muito obrigado, fique com Deus.
Está encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão a zero hora e
sete minutos.
*
* *