14 DE MAIO DE 2025

63ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, REIS, GUILHERME CORTEZ e EDUARDO SUPLICY

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h06min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - LETÍCIA AGUIAR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

4 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término desta sessão.

        

5 - REIS

Assume a Presidência.

        

6 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência.

        

9 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ

Cumprimenta alunos da Unisalesiano Auxilium, de Araçatuba, presentes nas galerias. 

        

11 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - DANILO CAMPETTI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência. Determina um minuto de silêncio em respeito ao falecimento de Divaldo Pereira Franco.

        

15 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Cumprimenta a deputada Paula da Bancada Feminista por sua atuação parlamentar.

        

17 - DANILO CAMPETTI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Comenta o pronunciamento do deputado Danilo Campetti.

        

19 - MARINA HELOU

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Cumprimenta a deputada Marina Helou por sua atuação parlamentar.

        

21 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

22 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

23 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

24 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 15/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 30 minutos. Levanta a sessão às 15h41min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.

 Dando início ao Pequeno Expediente, com a palavra o nobre deputado Olim. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

Com a palavra o nobre deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Reis.

Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

O SR. REIS - PT - Saudar o deputado Luiz Claudio Marcolino, o público presente, o deputado Suplicy, os funcionários desta Casa, os integrantes das Forças de Segurança e todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela rede Alesp.

Presidente, eu vou deixar registrado aqui, no Pequeno Expediente, um projeto que eu espero que seja aprovado na semana que vem. Era para ter sido aprovado na semana que passou, mas houve alguns desentendimentos com a pauta e acabou não tendo a sessão para aprová-lo.

Mas tudo indica que os projetos dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas que estão na pauta serão colocados a votos na semana que vem. Nós fizemos um projeto que é uma grande grita que tem dentro das Forças de Segurança Pública, que é o transporte. São os servidores da Segurança Pública, os policiais civis, militares, penais, técnico-científicos que trabalham em uma cidade e residem em outra.

Eles tinham, por conta de um decreto, se eu não me engano de 2020, 2021, a gratuidade por conta da pandemia. Obviamente chegou esse governo e revogou a portaria, a Artesp revogou a portaria que dava a garantia dessa gratuidade.

Até porque as empresas apresentaram a conta para o governo, de cerca de 70 milhões de reais, e o governo, quando fala que tem que pagar, corre, né? Mas nós temos que garantir a segurança dos nossos policiais.

Então é o PL 1.712, que cria o programa “Pró Transporte dos Policiais”, na forma que especifica, e dá providências correlatas. O Art. 1º diz que fica criado o programa “Pró Transporte dos Policiais”, a fim de implantar benefício aos integrantes das carreiras policiais do estado de São Paulo, destinado a proporcionar a locomoção gratuita no transporte coletivo rodoviário intermunicipal aos policiais civis, militares, técnico-científicos e penais, no trajeto compreendido entre sua residência e o local de trabalho, e vice-versa.

No Art. 2º diz: para os fins desta lei, entende-se por transporte coletivo de passageiros intermunicipal aqueles realizados por modal viário. No Art. 3º: para fazer jus ao benefício de que trata esta lei, o policial deverá estar inscrito junto ao respectivo órgão responsável pela gestão do benefício.

No Art. 4º, para a compensação dos custos das passagens, as empresas responsáveis pelo transporte coletivo de passageiros poderão converter o valor das passagens disponibilizadas aos policiais em créditos tributários para fins de abatimento no imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, e de comunicação ICMS.

Art. 5º: A ulterior regulamentação do Poder Executivo definirá as normas complementares para a concessão, gestão e fiscalização do benefício de que trata esta lei, assim como os limites.

As despesas decorrentes da execução desta lei ocorrerão à conta de dotações orçamentárias consignadas no orçamento vigente, suplementadas, se necessário. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Então, eu estou fazendo questão de deixar registrado este projeto, porque a gente está propondo aqui uma compensação tributária, ou seja, a empresa que emitiu os boletos para transportar os seus policiais e, obviamente, para ela transportar os policiais, ela tem que estar conectada com o setor do estado, que vai informar quais são os policiais que têm direito, o trajeto, porque somente aqueles que dependem dessa locomoção de uma cidade para outra é que fará jus.

E, ao emitir o boleto, ela poderá abater no seu imposto. Invés de o governo ir lá e pagar para ela, ela faz a compensação em torno do tributo que ela tem que recolher para o Estado.

A gente está acostumado aqui a ver os projetos serem vetados. Eu pesquisei bem para que o governador não diga que tenha vício de iniciativa. E não tem vício de iniciativa, porque lá no Art. 61 da Constituição Federal, eu vou abrir aqui no Art. 61, só para terminar, Sr. Presidente, mais uns segundos.

No Art. 61, que fala das leis e diz lá, o § 1º do Art. 61: são iniciativa privativa do presidente da República, as leis que... E fala lá dos efetivos das Forças Armadas, a criação de cargos e funções. Aí, na letra “b”, esse artigo traz: organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoais da administração dos territórios.

Então, não foram acrescentados aqui estados e municípios. Isso quer dizer que o legislador estadual pode legislar, sim, sobre a questão tributária. Nós levantamos a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Então, quando a gente fala de compensação tributária, é possível que um deputado pode, no âmbito do estado, propor e é possível que um vereador, no âmbito da prefeitura, também possa propor essa questão. Então, o projeto não é inconstitucional.

Depois, qual que é o outro motivo que o governador pode vetar? Ele pode vetar quando ferir o interesse público. Ora, você garantir a segurança dos policiais, garantir o transporte dos policiais, já que o governo precisa desses policiais trabalhando naquelas cidades distante de onde eles residem, isso não fere, garantir esse direito não fere o interesse público.

Então, quando o governador pode vetar um projeto? Quando ferir o interesse público e quando for inconstitucional. O projeto não é inconstitucional e não fere o interesse público.

Então, a gente espera do governador de São Paulo, do Sr. Tarcísio de Freitas, que ele possa, assim, fazer justiça e garantir que o policial deixe de ficar lá na rodovia pedindo carona e correndo todos os riscos. Imagina o policial lá pedindo carona, passa alguém do PCC, pode dar um tiro nele.

Então, isso é justiça e é um direito. E a gente espera que esse projeto, assim, seja sancionado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, deputado Reis.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma comunicação, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - É regimental, tem V. Exa. até dois minutos.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, presidente, cumprimento Vossa Excelência.

Recebi em minhas redes sociais alguns pedidos de policiais a respeito do PLC nº 135, de autoria do deputado Major Mecca, meu colega nesta Casa, para que eu pudesse ser apoiadora.

Então, estou reforçando o meu apoio ao PLC nº 135, que versa sobre a averbação de tempo de serviço dos policiais militares. Tem o meu apoio e já consta a minha assinatura.

Sr. Presidente, hoje estou recebendo a visita do nosso vereador Senna, de São José dos Campos, que está presente aqui no Plenário, vereador de uma cidade tão importante como São José dos Campos, que é a capital do Vale do Paraíba, capital do avião, da tecnologia.

Estou o recebendo aqui para que a gente possa tratar de um assunto e um tema muito importante, de uma propositura que ele apresentou como vereador na Câmara Municipal de São José dos Campos, para que São José dos Campos também seja referência no tratamento às pessoas com autismo, que nós tenhamos em São José a Casa do Autista, projeto desse vereador, que conta com o apoio desta deputada na destinação de recurso.

A Casa do Autista será um espaço de acolhimento, de atendimento às pessoas com TEA, mas também para as suas famílias. Além do tratamento, do atendimento multidisciplinar, que é, sem dúvida, essencial para o tratamento, para o cuidado dessas pessoas com autismo, nós também temos que ter o entendimento de adaptar e reconhecer as dificuldades e desafios das famílias atípicas.

De modo especial as mães atípicas, muitas delas mães solo, que têm dificuldade em criar os seus filhos, para que elas possam ter um ambiente agradável, familiar; que elas possam ter também um apoio socioeconômico e emocional junto às suas famílias e aos seus filhos.

Então, vereador Senna, parabéns pela sua propositura. E reforçando o que já lhe disse, do compromisso de destinar um milhão de reais para a construção da Casa do Autista em São José dos Campos. Só, agora, esperando o apoio dos demais vereadores da Câmara Municipal de São José dos Campos e da prefeitura da cidade para que a gente possa avançar com a Casa do Autista em São José dos Campos.

Parabéns.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, deputada. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º, do Art. 100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 13a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 15/05/2025.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Passo agora a Presidência dos trabalhos ao nobre deputado Reis.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores no Pequeno Expediente, chamo o deputado Simão Pedro para fazer uso da palavra. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Reis, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Alesp; Sr. Presidente, ontem, no debate sobre a recomposição, o reajuste dos servidores, nós discutimos bastante aqui sobre a carreira dos servidores públicos do estado de São Paulo e o desrespeito que o governo vem tendo, não só em relação aos servidores da Saúde, da Educação, mas também em relação aos trabalhadores vinculados às carreiras de Estado. Então a gente percebe que tem um desrespeito permanente com os servidores.

E ontem nós recebemos uma denúncia, no final dos nossos trabalhos, de que o Governo do Estado quer privatizar mais um hospital importante do nosso estado, que é o Hospital Heliópolis.

Ontem, no final do dia, as chefias de cada setor chamaram todos os servidores e comunicaram que, a partir de setembro deste ano, o Hospital de Heliópolis será terceirizado, e o edital deverá ser publicado na próxima segunda-feira.

Mas o que nos estranha, nobres deputados - deputado Eduardo Suplicy, deputado Reis, deputado Guilherme Cortez -, é que foram feitas várias conversas com a direção do hospital, nas quais eles tinham já determinado que o Hospital Heliópolis não passaria por um processo de entrega para organização social.

O mesmo diálogo, a mesma conversa foi feita também com o próprio secretário de Saúde do estado de São Paulo, hoje o secretário Eleuses, que também tinha afirmado que o Hospital Heliópolis não estava na previsão de passar por uma terceirização ou uma entrega para uma organização social.

Então esse hospital não estava dentro da previsão, e a gente estava cobrando que era necessária uma recomposição dos quadros de funcionários do hospital. A gente pegou aqui um dado importante em relação ao Hospital Heliópolis: que eram necessários, pelo menos, 1.200 servidores.

Então já tinha sido apontado tanto pelo SindSaúde, como em reunião com o secretário, que era necessário que esse hospital tivesse pelo menos mil para dar conta da demanda que tem hoje.

Só tem 840 servidores que se dividem em quatro plantões. Só para a gente ter uma noção do que é que nós estamos falando, do desmonte que já vem sendo feito ao longo dos últimos anos. Só na área de Enfermagem, o Hospital de Heliópolis contava com 940 profissionais.

Hoje tem apenas 840, dividido praticamente em quatro plantões durante os trabalhos. E o Hospital de Heliópolis é um hospital que foi fundado desde 1969, e ele está instalado praticamente na maior comunidade que a Capital tem hoje. Só no bairro de Heliópolis, nós estamos falando de mais de 200 mil moradores.

Só no bairro de Heliópolis. E hoje o hospital de Heliópolis acaba atendendo não só o bairro de Heliópolis, mas atende no ABC Paulista Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e até a região de Diadema. O hospital conta hoje com 300 leitos em cirurgia geral, clínica e neurocirurgia.

Hoje o hospital de Heliópolis é um hospital de referência em relação ao tratamento de oncologia, principalmente na área de cabeça e pescoço. O governo já vinha, nos anos anteriores, tentando terceirizar algumas áreas, ali como a área de Recepção, Raio-X, Segurança, Limpeza, UTI, Quimioterapia, Radioterapia e Tomografia.

Só que, por diversas vezes, a própria direção sempre falou: “Não, esse hospital não será terceirizado, esse hospital não será encaminhado para OS”. E o que nos estranha é que não só as chefias informaram os trabalhadores dessa terceirização, dessa entrega para uma OS, que vai ter o edital a partir de segunda-feira, mas já falando para os servidores: “Já procurem um lugar para vocês irem”.

Então isso demonstra o desrespeito que o Governo do Estado de São Paulo tem com os servidores. Pessoas que trabalham no hospital de Heliópolis há 20, 25 anos, alguns com 30 anos de trabalho, simplesmente a chefia fala: “Procurem um outro lugar para trabalhar, que a partir de setembro vocês não estarão mais trabalhando aqui no Hospital de Heliópolis”. Então não houve negociação, não houve diálogo com o sindicato.

Então os sindicatos de Saúde têm orientado as pessoas a não fazerem esse movimento de forma individual. Tem que ter uma negociação com a secretaria do Estado, tem que ouvir a população, porque a população de Heliópolis com certeza não foi consultada em relação a esse desmonte do hospital e deve ser muito bom para os hospitais... Nós tivemos agora o hospital de Barueri, OS, os hospitais da zona norte passaram para OS.

Então a gente percebe que hoje os hospitais públicos do estado de São Paulo estão sendo entregues para as organizações sociais e que muitas vezes a gente vê, como vimos agora esta semana, problemas em dois hospitais que hoje são do Estado e que foram entregues às OS.

A gente tem visto aí as superlotações, temos visto que não têm tido atendimento, não têm tido cirurgias de forma adequada. E são hospitais que eram do Estado e hoje estão na mão das OS. Então essa não é a saída.

Passar para a organização social não é a saída. A saída é ter concursos públicos, recontratar pelo menos os 1.200 servidores necessários para o hospital de Heliópolis, reduzir a fila que tem, mas no mínimo é o respeito com a população e é o respeito com os servidores que trabalham naquele hospital.

E já tinha o compromisso do diretor, já tinha o compromisso do secretário de Estado da Saúde que não seria feito a privatização, a entrega para uma OS desse hospital. Então, queremos aqui deixar registrado e gostaria, Sr. Presidente, que fosse encaminhado ao secretário Eleuses, que fosse encaminhado ao governador do estado de São Paulo. Nós não podemos aceitar esse desrespeito.

Então é necessária uma negociação o mais rápido possível com a Comissão de Saúde aqui da Assembleia Legislativa, junto ao sindicato também do SindSaúde, junto com a direção do hospital, junto com o secretário, para que esse processo de entrega de mais um patrimônio público do estado de São Paulo não aconteça.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É para encaminhar a fala de Vossa Excelência?

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Eu gostaria que fosse encaminhada a minha fala ao secretário de Saúde e ao governador do estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Defiro o requerimento de V. Exa. para que seja encaminhada a todos os interessados. Chamo para fazer uso da palavra o deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.)

Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, Sr. Presidente, meus colegas deputados, servidores desta Casa, público presente que nos acompanha na galeria ou através da Rede Alesp.

Sr. Presidente, hoje eu venho nesta tribuna com o “kufiya”, que é um famoso lenço, um símbolo do povo e da resistência palestina, para lembrar que hoje 14 de maio, é o dia da tragédia palestina. Tragédia que em árabe se chama Nakba.

Essa data tem esse significado, porque 77 anos atrás, em 1948, foi no dia 14 de maio, que começou o processo de expulsão dos palestinos do seu território, e hoje, 77 anos depois, nós estamos vivendo uma segunda Nakba. Um aprofundamento da Nakba e da tragédia do povo palestino.

Já completamos mais de um ano e meio, Sr. Presidente, desde que o Estado de Israel iniciou uma onda de genocídio, de limpeza étnica, de ataque desproporcional contra o povo civil na Faixa de Gaza e em todo o território palestino.

Hoje nós faremos uma audiência pública, junto com outros deputados aqui nesta Casa, a partir das 7 horas da noite, no Plenário Tiradentes, para retomar a memória da luta do povo palestino.

Mas, Sr. Presidente, os horrores que a gente já se acostumou a ver, através dos nossos celulares, jornais, que acontecem todos os dias na Faixa de Gaza e na Palestina, imagens de crianças despedaçadas, mulheres mortas, prédios destruídos, toda uma região inteira reduzida a pó e a destroços.

Não tenho a capacidade, que alguns parecem ter, de naturalizar e me conformar com essas coisas, porque eu lembro que no começo os deputados da extrema-direita vinham aqui enrolados em bandeiras de Israel falar contra o povo palestino, solidarizar com o povo israelense, com toda razão.

Mas com o tempo eu fui parando de ouvir esses deputados virem aqui solidarizar também com os civis palestinos que, há quase 500 dias, estão sofrendo com o processo de genocídio.   É claro que nós repudiamos qualquer prática do terrorismo e que nós nos solidarizamos com os reféns israelenses que foram feitos pelo Hamas.

Agora, o que isso desencadeou não tem proporcionalidade nenhuma, Sr. Presidente, porque o que estamos vendo acontecer todos os dias na Faixa de Gaza é o aniquilamento de civis, é o governo de Israel, junto com o Trump nos Estados Unidos, dizendo que defendem uma limpeza total, inclusive para fazer empreendimentos imobiliários na Faixa de Gaza.

É um absurdo, não tem outro nome, é genocídio, é limpeza étnica. Isso só tem precedente na história aos horrores que foram perpetrados pelo regime nazista na Alemanha e na Segunda Guerra Mundial, com uma diferença: que naquele período a população mundial, quando soube a verdade do que aconteceu durante o holocausto, dos horrores cometidos pelo nazismo na Segunda Guerra Mundial, as pessoas puderam dizer: “eu não sabia que isso estava acontecendo”.

Hoje, ninguém bem informado pode dizer que não sabe o que está acontecendo na Faixa de Gaza, porque todos os dias, para quem quiser ver, os jornais, as redes sociais, nos mostram, com detalhes, a cores - é o primeiro caso de genocídio televisionado na história da humanidade que a gente está vendo acontecer na Faixa de Gaza.

Então neste dia triste, neste dia de memória, neste dia em que a gente relembra que há 77 anos o povo palestino está sendo expulso das suas casas, do seu território, nós reafirmamos a nossa integral solidariedade com povo palestino.

Que não só recentemente, mas há 77 anos, sofre com o processo de apagamento da sua história, da sua cultura, de genocídio hoje, e que nós, aqui no Brasil, somos solidários ao povo palestino e assim seremos, até que esse capítulo nefasto da nossa história recente de genocídio seja interrompido.

E para quem diz “mas a Palestina é uma coisa muito longe” e prefere não se preocupar com isso, digo que, para mim, toda vida tem o mesmo valor. Da mesma maneira como me comovem as imagens que acontecem agora na Favela do Moinho, em São Paulo, fico igualmente comovido quando vejo essas imagens de horror que acontecem na Faixa de Gaza.

Aliás, Sr. Presidente, neste tempo que me falta, quero denunciar também os horrores que estão acontecendo aqui na cidade de São Paulo a mando do governador Tarcísio, na Favela do Moinho.

Nós temos deputadas do PSOL que estão presentes lá, acompanhando a operação que há vários dias acontece para remover as pessoas que ocupam a Favela do Moinho. A gente não quer, presidente, que ninguém viva em favelas, porque favela é uma habitação absurdamente precária. A gente quer que todo mundo tenha uma moradia digna para poder morar. Agora, o que está acontecendo na Favela do Moinho não se trata disso.

O que o governo está fazendo na Favela do Moinho é limpar aquele território das pessoas pobres para abrir espaço para especulação imobiliária. Não é para habitação popular, não é para habitação social, não, é para abrir mais espaço no centro da cidade para a especulação imobiliária vender, revender, alugar imóveis com preço mais caro. E sem nenhuma resposta para as pessoas que estão sendo expulsas de maneira truculenta e contra a sua vontade da Favela do Moinho.

Aliás, no dia de ontem o governo federal, em uma medida muito correta, paralisou, suspendeu o processo de cessão daquela área, que era uma área da União, para o Governo do Estado de São Paulo. Portanto, não tem mais desculpa para que o governo siga com aquela operação ostensiva e violenta, violando os direitos dos moradores que estão lá.

Nós, parlamentares da oposição, estamos atuando junto com o deputado Suplicy, a deputada Paula, a deputada Ediane para encontrar uma solução para aquela crise humanitária que está acontecendo. Certamente não é deixar as pessoas vivendo em habitações precárias, mas também não é você expulsar aquelas pessoas como se elas não tivessem direito de escolher onde elas querem morar, de maneira violenta, passando por cima das casas das pessoas, amedrontando crianças, mulheres e as pessoas dignas, trabalhadoras que moram na Favela do Moinho.

Então quero me solidarizar, também, com todos os moradores daquela região e reafirmar o nosso apoio e o nosso empenho para que a gente possa ter uma solução negociável, uma solução pacífica para resolver aquele problema, que não passe por cima do direito de ninguém, porque os moradores da Favela do Moinho também têm direito e têm que ser respeitados.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.

 

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O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Guilherme Cortez, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, venho hoje a público manifestar minha profunda preocupação com o que vem ocorrendo no território conhecido no fluxo da assim chamada Cracolândia, na região central de São Paulo. É inaceitável e profundamente alarmante que mais de 1.200 pessoas em situação de extrema vulnerabilidade tenham simplesmente desaparecido.

Esse dado, divulgado inclusive nas redes oficiais do próprio governo municipal, não pode ser tratado com indiferença ou com a frieza de uma estatística para quem deseja esvaziar o problema sem enfrentá-lo com humanidade e responsabilidade. Acredito que também é grave o posicionamento do prefeito Ricardo Nunes, que declarou com naturalidade, sem qualquer sinal de inquietação, que esse desaparecimento seria fruto de atuação da Segurança Pública.

Ora, como pode um gestor público afirmar tal coisa sem ao menos se questionar onde estão essas pessoas? Elas continuam vivas? Estão seguras? Receberam atendimento? Foram acolhidas ou simplesmente jogadas para outras margens da cidade? A impressão que passa e que, infelizmente, encontra eco em muitas denúncias que tenho recebido é de que essas pessoas passaram a ser tratadas como estorvo, como algo que precisa ser removido, silenciado e invisibilizado.

Eu agradeço, se puderem, os responsáveis pelos vídeos aqui e do som, o Machado e o Wagner, se puderem apresentar aquilo que... Com um vídeo sobre o que aconteceu na madrugada do dia anterior.

 

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- É exibido o vídeo.

           

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A impressão que passa, e que, infelizmente, encontra eco em muitas denúncias que tenho recebido, é de que essas pessoas passaram a ser tratadas como estorvo, como algo que precisa ser removido, silenciado e inviabilizado.

Acompanho esse território há muitos anos. Minha assessoria está lá constantemente no local, ouvindo relatos, acolhendo denúncias, dialogando com os usuários, profissionais da saúde e da assistência social, comerciantes e moradores.

Nos últimos dias, temos recebido relatos absolutamente desesperadores, como, por exemplo, pessoas sendo forçadas a entrar em ônibus durante a madrugada, sob ordens de policiais militares e da GCM, sem saberem para onde estão sendo levadas.

Fala-se em internações compulsórias, prisões sem mandato, abandonos em bairros periféricos distantes e um uso crescente da violência como método de dispersão. Entretanto, não se sabe ao certo o que está acontecendo, porque não há transparência.

Há relatos de que no último sábado, à noite, a região da Rua dos Protestantes foi esvaziada a força. E desde então a Guarda Civil Metropolitana passou a impedir que qualquer pessoa retorne ao local. Isso não é apenas uma operação, é uma política deliberada de apagamento e negação da presença humana em um espaço público.

Hoje, inclusive, vimos no jornal “Folha de S. Paulo” a divulgação de um vídeo em que viaturas da polícia aparecem, obrigando a circulação das pessoas em situação de rua na Praça Marechal Deodoro sem qualquer explicação, sem justificativa legal, retomando o famigerado método de circulação forçada, que não resolve absolutamente nada, apenas viola, ainda mais, os direitos dessas pessoas.

Não podemos e não vamos aceitar que o desaparecimento de seres humanos seja naturalizado. A ausência de respostas concretas sobre o paradeiro dessas pessoas é uma omissão gravíssima, que exige investigação rigorosa, providências imediatas e responsabilização dos agentes e gestores envolvidos. Precisamos de explicações formais do Poder Executivo sobre o paradeiro dessas pessoas.

É nosso dever assegurar que nenhuma vida seja tratada como descartável. A governabilidade, para mim, sempre teve um lugar, o bem viver, a dignidade, a inclusão e o cuidado. É por isso que, com firmeza, seguirei cobrando a justiça, a verdade inteira e a responsabilidade de cada um.

Muito obrigado, Sr. Presidente Guilherme Cortez.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Antes de seguir com a lista de oradores do Pequeno Expediente, eu queria registrar e cumprimentar a presença dos alunos do Unisalesiano de Araçatuba. Sejam muito bem-vindos.

Eu acho que esta Casa sempre fica muito melhor quando está ocupada pelos estudantes, porque esta Casa também é de vocês. Sejam todos bem-vindos aqui, e espero que aproveitem a nossa sessão.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sejam bem-vindos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Seguindo a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, eu chamo agora o deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputada Monica Seixas. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Major Mecca. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos para uso da tribuna.

Seja bem-vindo, deputado Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente Guilherme Cortez, que preside esta sessão, os nossos policiais militares que aqui estão, os policiais civis, todos os funcionários que nos dão suporte, os alunos que acompanham a nossa atividade parlamentar.

É de extrema importância a presença dos senhores na vida política, estudar o que acontece, como funcionam todos os Poderes, para que nós deixemos de ser enganados por políticos que, única e exclusivamente, fazem manobras para manutenção de todos eles no poder. E o povo permanece abandonado.

É o que acontece na área central de São Paulo. Eu, há dois anos, presido uma frente parlamentar para a revitalização do centro. Fizemos várias audiências públicas ouvindo os moradores, ouvindo os comerciantes da região central. E o povo do estado de São Paulo sofre com aquela questão da Cracolândia há décadas: 20, 30, 40 anos, e o governo sempre foi omisso em buscar soluções para os problemas.

Os deputados de esquerda têm o hábito de atribuir aos policiais militares a responsabilidade pela violência, e isso é uma injustiça - e muito grande - porque os nossos policiais se sacrificam extremamente, arriscam as suas vidas. Muitos morrem no cumprimento do dever. Muitos são agredidos com garrafadas, pedradas, quando buscam levar ordem a esse tipo de ambiente. Sofrem inúmeras injustiças.

E se eu digo aqui, não é porque eu li em jornal nenhum. Não é em mídia nenhuma, porque as mídias no Brasil são todas enviesadas. São todas com um teor ideológico de esquerda.

Não se preocupam em preservar vidas, que é a premissa de todos nós, policiais: preservar vidas e respeitar a dignidade da pessoa humana, conversando como eu conversei com moradores da protestante, fazendo reuniões nos salões de festa dos prédios.

Nós ouvimos de morador chorando, porque de manhã, para sair de dentro de casa para levar o filho para a escola, tinha que pedir licença para abrir o portão, com uma caixa de madeira cheia de droga em cima, com droga sendo comercializada. Com viciados defecando e urinando na porta da casa deles. Dificuldade até para abrir a janela para entrar um ar, porque o cheiro da urina e das fezes era muito forte.

E nós buscamos solução para isso. Porque os 31 anos que eu servi na Polícia Militar do Estado de São Paulo, quando nós atuávamos para colocar traficante na cadeia, para prender bandido, estuprador... e havia uma troca de tiro, nós éramos transferidos para bem longe das nossas casas, com o cunho de prejudicar inclusive a família com a nossa ausência.

E hoje há uma política pública de combate ao crime organizado, de trazer ordem aos ambientes, ordem que dê qualidade de vida a quem trabalha, a quem é honesto. Quando a gente vê os partidos de esquerda virem aqui nessa tribuna, é para passar a mão na cabeça de bandido. Policial que toma garrafada, pedrada, tiro. Isso os senhores esquecem, que nunca haverá por parte da esquerda aqui.

Eu cito um exemplo aqui a todos os senhores, da soldado Juliane, soldado negra, homossexual, que foi visitar uma amiga no Paraisópolis e foi assassinada, executada, por ser policial militar.

Não houve uma palavra dos deputados de esquerda aqui nesta tribuna para honrar quem foi a soldado Juliane. Não houve. Há sim iniciativas para defender aqueles que estão trabalhando para o tráfico de drogas na Favela do Moinho.

Sabe quanto das casas já foram ofertadas a famílias que estão lá? Mais de mil casas, e muitas famílias já se mudaram; mas existe, sim, a resistência do crime organizado, que quer levar as drogas aos nossos filhos, aos nossos sobrinhos, viciá-los, porque eles são contra a internação compulsória.

Se a pessoa está alheia a todos os valores, dependente, ela tem que ser internada, ela precisa de tratamento médico, e o traficante tem que ir para cadeia, tem que ir para tranca, sem progressão de pena.

Cumprimento integral da pena, que é o que nós temos que mudar no Brasil, que o PT, o PSOL, todos são contra. Querem que cadeia seja resort para bandido do crime organizado. Fumar maconha, assistir Champions League e fazer da cadeia o seu escritório para o tráfico internacional de drogas, de armas, de pessoas.

No entanto, para concluir, Sr. Presidente, é importante nós consignarmos aqui que, nesse governo, policiais militares não serão transferidos, afastados da rua, porque estão servindo ao povo de bem, à população, e estão arriscando a sua vida para combater o crime. Permanecerão nas ruas, defendendo o cidadão de bem, defendendo a dignidade das pessoas.

Parabéns policiais do 7º Baep, o 7º Batalhão de Ações Especiais, que fui eu que que deu início a ao à criação daquele batalhão na área central. Parabéns aos policiais do 16º Batalhão e a Companhia de Ações Especiais da Zona Oeste, que está defendendo o povo de bem de Paraisópolis, trocando tiro com um bandido. O ladrão que escolhe para onde quer ir. Se ele quiser ir para a cadeia, vai ser respeitado, algemado e levado aos pés da Justiça. Se resolver trocar tiro, a opção foi dele.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado, deputado Mecca. Chamo agora a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira.

Passando agora para a Lista Suplementar, chamo o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.)

Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez, que declina. Deputado Eduardo Suplicy.

Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos para uso da tribuna novamente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Guilherme Cortez, gostaria de, com todo o respeito ao Major Mecca, deputado estadual como nós aqui, que pode ter a certeza de que o que desejo para cada cidadão de São Paulo é que seja tratado com toda dignidade e respeito e que é necessário que aqueles que trabalham na Polícia Militar, na Polícia Civil, que essas pessoas tenham a forma mais adequada de lidar com os seres humanos. Eu espero que isso possa ser bastante melhorado proximamente.

Mas gostaria de aqui encaminhar, de ler uma carta que foi encaminhada ao Antonio Prata, jornalista que escreveu uma crônica na “Folha de S. Paulo” denominada... Então eu vou ler aqui:

 “O Fórum da Cidade de São Paulo em Defesa da População em Situação de Rua teve a surpresa de ler o artigo de Antonio Prata em sua coluna para a ‘Folha’ no último dia 3.

Em seu texto, Antonio Prata critica com veemência o termo ‘pessoa em situação de rua’, o que ele chamou de ‘aberração do politicamente correto’. Ele ainda completa: ‘Mendigo é o nome dessa pessoa. Mendigo não é alguém que simplesmente não tem casa. Não está em ‘situação de rua’ e nem é ‘sem teto’. É sem tudo. É o fundo do fundo do alçapão no fundo do alçapão do poço’.

O Fórum da Cidade acredita que Antonio Prata esteja desinformado sobre o histórico da luta do povo de rua, por onde surgiu o termo ‘situação de rua’ e os prejuízos derivados da utilização da palavra ‘mendigo’.

Há mais de uma década, o Fórum da Cidade ressalta a humanidade das pessoas que estão nesta realidade. Reconhecer isso significa que quem está na rua não pode ser confundido com a sua situação atual de vulnerabilidade. Termos como ‘mendigo’, ‘indigente’ e ‘pedinte’ já foram muito utilizados para fazer referência às pessoas que vivem nas ruas.

Esses rótulos pejorativos remetem à ideia de pessoas associadas à mendicância, à vadiagem e à delinquência e que, por essa razão, não seriam merecedoras de políticas públicas que as auxiliassem a superar a pobreza.

O termo ‘situação de rua’ surgiu a partir da reivindicação dos movimentos sociais, de pessoas com trajetória de rua e de gestores públicos que trabalham com o tema sob uma perspectiva de superação da estigmatização do grupo, até então visto pela ótica da vadiagem.

Nesse sentido, em 2009, a partir do Decreto Federal nº 7.053, chegou-se à definição: ‘população em situação de rua é o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degredadas como espaço de moradia e de sustento de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória.

Cada vez mais são nítidas as causas estruturais diversas, como o desemprego, os preços abusivos no mercado imobiliário e a violência, que levam ao aumento do número dessas pessoas morando nas ruas, calçadas, moradias precárias e viadutos.

Reduzir esse grupo heterogêneo à mendicância pode demonstrar má-fé, falta de conhecimento ou pode servir como justificativa para o que a gestão pública tem feito com essas pessoas. O termo ‘situação de rua’ é essencial para o tratamento digno dessas pessoas, que não estão fadadas a ser mendigos, como o estigma da palavra impõe.”

O Fórum da Cidade é composto pela 94ª Subsessão da OAB Sessão São Paulo, Subsessão Penha de França, Comissão de Políticas Públicas para Pessoas em Situação de Rua, Movimento Estadual da População em Situação de Rua, Movimento Nacional de Luta e Defesa da População em Situação de Rua, o Movimento Nacional da População em Situação de Rua e o Fórum da Cidade em Defesa da População em Situação de Rua, que assinam esta carta que conclui que o “termo situação de rua” é essencial para o tratamento digno dessas pessoas, que não estão fadadas a ser mendigo, como o estigma da palavra impõe.

“Assim, o Fórum da Cidade defende que cada vez mais se olhe para essas pessoas como seres humanos, com potencial e possibilidades de mudança. Falar em pessoas que estão em situação de rua é defender a cidadania e os direitos garantidos na Constituição e nas leis conquistadas pela organização de pessoas com trajetória de rua. A rua não é lugar para morar, muito menos para sofrer preconceitos.”

Então eu quero dizer que aquelas pessoas, inclusive aquelas que estiveram por tantos anos vivendo na Cracolândia, que estão de fato em situação de rua, precisam de políticas que possam efetivamente transformar a sua condição de vida.

Não é à toa que, para que isso se torne viável e possível, como senador, apresentei a lei no Senado que foi aprovada e sancionada pelo presidente há 21 anos, a lei que institui a renda básica de cidadania universal e incondicional.

Eu espero que possam, aqueles que hoje estão fazendo parte do grupo de trabalho que está estudando, junto ao Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável, que estão estudando quais são os passos necessários para passar da renda básica de cidadania, aliás, do “Bolsa Família” para a renda básica de cidadania, até chegar a ser universal e incondicional.

Quero aqui lembrar que, certo dia, o querido presidente Pepe Mujica fez um elogio à renda básica universal.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Eduardo Suplicy.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Encerrando agora a lista de oradores do Pequeno Expediente e passando para a lista de oradores inscritos no Grande Expediente, eu chamo a deputada Paula da Bancada Feminista, por permuta comigo, e convido o nobre deputado Eduardo Suplicy para me substituir na Presidência da sessão.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, deputado Danilo.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - É regimental.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Faleceu ontem o líder religioso Divaldo Pereira Franco, em Salvador. Pautou sua vida pela assistência aos mais necessitados, pela caridade, pela solidariedade.

E em respeito aos mais de quatro milhões de brasileiros que se declaram espíritas, eu gostaria de pedir, Sr. Presidente, um minuto de silêncio em homenagem a esse líder religioso, em respeito aos brasileiros que se declaram espíritas.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Concluiu?

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Sim.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Um minuto de silêncio.

 

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 - É feito um minuto de silêncio.

 

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O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Passo agora a palavra à deputada Paula da Bancada Feminista, em permuta com o deputado Guilherme Cortez.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente em exercício, deputado estadual Eduardo Suplicy, nosso sempre senador, que me alegra muito dividir esta Casa; quero cumprimentar meus colegas parlamentares aqui presentes, os funcionários desta Casa, as pessoas que nos acompanham pela galeria e pela rede Alesp.

Sr. Presidente, eu venho aqui a esta Casa agora, inclusive, como não costumo fazer, não trajada de roupa social, porque eu acabo de voltar da Favela do Moinho pelo segundo dia consecutivo. Ontem eu passei toda a tarde na Favela do Moinho, agora passei toda a manhã, até vim direto para cá da Favela do Moinho.

Na verdade, muito me surpreendeu a necessidade de ir até a Favela do Moinho hoje. Ontem nós vivemos uma ação absolutamente truculenta da CDHU em parceria com o BAEP da Polícia Militar dentro da favela.

Eu vou falar um pouco mais sobre isso, mas hoje, na verdade, me surpreendeu a existência da mesma operação, porque, na verdade, na noite de ontem foi emitida uma nota pelo governo federal, que é o titular do terreno da Favela do Moinho, onde hoje está a Favela do Moinho.

Foi emitida uma nota pelo governo federal, assim como uma notificação extrajudicial, interrompendo o processo de cessão da terra, da cessão do terreno para o Governo do Estado de São Paulo, que tem o interesse em construir o Parque do Moinho naquela região na beira do trem, onde moram hoje 800 famílias.

Qual é o motivo dessa interrupção? Justamente a violência sofrida hoje, o processo violento que o Governo do Estado tem se utilizado para conduzir a desapropriação dos moradores, de forma absolutamente arbitrária, e o descumprimento de acordo entre a CDHU, associação de moradores, de como se daria esse processo de saída dos moradores e a descaracterização dos imóveis desocupados.

Pois bem, isso nos chocou muito. Ontem nós vivemos uma ação absolutamente violenta, mas, acima de tudo, o que me chocou foi neste plenário aqui, a defesa que um deputado estadual, o Capitão Telhada - que hoje inclusive fez questão de ir até a Favela do Moinho, eu o encontrei lá -, para parabenizar a ação violenta e truculenta da Polícia Militar.

E disse aqui inclusive, deputado estadual Eduardo Suplicy - que nos defendeu, a mim e à deputada Ediane, que estávamos expostas à violência dentro da Favela do Moinho -, o que o deputado Capitão Telhada fez foi vir aqui ao plenário ontem e dizer que nós estávamos defendendo ações de bandidos, de vândalos, de pessoas que estavam cometendo crimes dentro da Favela do Moinho e que, na verdade, não houve nenhum abuso por parte da Polícia Militar.

Eu queria, por favor, Machado, que passasse o primeiro vídeo aqui no plenário.

 

* * *

 

- É feita a exibição.

 

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 Vocês vão ver, esse é o momento em que o BAEP entra na comunidade.

 “Quem é o comandante?” E eu me apresento como deputada. Sou deputada, eu quero saber quem é o comandante. E falo que eu quero falar com o comandante. Eu e a deputada Ediane, e a gente começa a ser empurrada pelo BAEP. Empurradas. E eu pergunto se eles vão agredir a deputada.

Como vocês podem ver, carteira funcional na mão, perguntando quem era o comandante do BAEP, com quem eu queria conversar. Falo que eu queria falar com o comandante, a gente fica parado lá com a nossa carteira funcional e eu perguntando quem é o comandante do BAEP nessa ação.

Para quem não consegue ouvir. “Quem é o comandante? Quem é o comandante?” O comandante não se apresentou.

Pode tirar, Machado. Não só não se apresentou, como fez o que aconteceu no segundo vídeo. Se puder, por favor, passar, do exato momento em que vai ser jogada uma bomba de gás. Essa sou eu, de calça vermelha. Essa é a bomba. Olha a bomba, olha a bomba, prisões, e a gente correndo fugindo da bomba.

Eu passei muito mal, mas na verdade isso não é sobre mim. Na verdade, isso é sobre um processo absolutamente arbitrário que os moradores da Favela do Moinho estão vivendo.

Um processo que é, na verdade, conduzido pela CDHU, com amplo apoio da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que usa sua força para fazer isso aqui que vocês viram.

E se eles fazem isso com deputada, eu nem preciso dizer qual é o nível de terror que estão tocando dentro da Favela do Moinho. Eu fui até lá ontem porque um bebê de 11 meses foi hospitalizado, porque ele desmaiou com o gás lacrimogêneo.

Crianças dentro de uma creche que existe dentro da Favela do Moinho, aterrorizadas com a operação policial que estava acontecendo. Tiro de bala de borracha, gás lacrimogêneo, bomba de efeito moral. Foi uma cena de terror.

Os moradores da Favela do Moinho estão vivendo cenas de terror porque o Governo do Estado de São Paulo resolveu descumprir um acordo que fez, e tirar a qualquer custo aquelas pessoas de lá, como se elas fossem bicho. Elas não são tratadas nem como animais. Elas não são tratadas nem como seres humanos.

São crianças, pessoas com deficiência, idosos, que estão sendo arrancados das suas casas dessa forma, com terror. E aí eu venho aqui, da mesma forma que questionei o deputado Capitão Telhada, e faço aqui hoje nesse plenário.

Vim correndo de lá até aqui para fazer esse questionamento, agora de forma pública, para dizer: Capitão Telhada, o senhor que se presta a ir até a favela do Moinho, no meio do sofrimento dessas pessoas, parabenizar a ação repressiva da Polícia Militar do Estado de São Paulo, eu espero ter o mesmo apoio do senhor, que é meu colega parlamentar, que é tão parlamentar quanto eu, eu espero que V. Exa. também se compadeça do fato de que duas deputadas tiveram bomba jogada aos seus pés.

Passaram mal enquanto defendiam 800 famílias que estão sendo retiradas, de forma arbitrária, pelo Governo do Estado de São Paulo, das suas casas. Isso, para V. Exa., é defender bandido? Para mim é defender os direitos humanos.

Vossa Excelência desconhece o que são direitos humanos. Vossa Excelência desconhece o que são as vidas das pessoas pobres, das pessoas negras que são obrigadas a viver na beira da linha do trem, que não queriam estar vivendo nessa situação.

E V. Exa. tem a coragem de vir até esse plenário dizer que duas deputadas que estavam sitiadas, sitiadas dentro de uma comunidade pela ação violenta do BAEP, que essas duas deputadas estavam defendendo ação criminosa, estavam defendendo bandido? Pois V. Exa. vai ter que provar, vai ter que provar. Porque V. Exa. será representado por mim civilmente, criminalmente no Conselho de Ética dessa Casa.

Eu não vou naturalizar, e não vou tolerar deputados que digam aqui que deputadas que defendem os direitos humanos, que defendem pessoas pobres, que defendem pessoas negras que vivem na beira da linha do trem, e que estão sendo removidas de suas casas, crianças que vivem operação policial dentro da sua comunidade, que a gente está defendendo crime! Isso é uma vergonha, deputado! É uma vergonha! Vossa Excelência vai ter que provar cada palavra que disse!

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputada Paula da Bancada Feminista, pela assertividade com que defendeu também o procedimento que teve ontem ali na Favela do Moinho.

Tem a palavra agora o deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. Tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy. Quero cumprimentá-lo, cumprimentar as Sras. Deputadas, os Srs. Deputados, as assessorias, os servidores da Casa, os amigos que nos acompanham nas galerias, na Rede Alesp e os policiais, meus irmãos - policiais militares, policiais civis, policiais penais.

Sr. Presidente, eu venho à tribuna para celebrar juntamente com toda a comunidade judaica hoje, 14 de maio, quando se celebram os 77 anos de um dos momentos mais marcantes da história moderna, que é a assinatura da declaração de independência de Israel e a criação do Estado de Israel. Esse dia não marca apenas o nascimento de uma nação, ele simboliza a realização de um sonho de 2.000 anos, mantido vivo por gerações que, mesmo diante da dor da diáspora e da perseguição, jamais deixaram de acreditar na promessa de um lar.

Israel nasceu do anseio profundo de um povo por liberdade, dignidade e autodeterminação. E, em apenas algumas décadas, transformou-se em um farol de inovação, resiliência e coragem. Conhecido como a Startup Nation, o país conquistou o respeito e a admiração do mundo graças aos seus avanços extraordinários nas áreas da ciência, tecnologia e medicina, frutos de uma sociedade vibrante, plural e determinada a prosperar.

Neste dia, lembramos também daqueles que tornaram esse sonho possível, e é importante ressaltar essa questão. Entre eles o diplomata, na minha concepção, o maior chanceler que o Brasil já teve, Oswaldo Aranha, então presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, cuja atuação firme e visionária foi crucial para a aprovação da Resolução 181 da ONU, que recomendou a criação de um Estado judeu. Comemoramos, assim, não apenas uma data, mas a permanência de um ideal, de um Estado soberano, democrático e seguro para o povo judeu, agora e no futuro.

Eu quero complementar, Sr. Presidente, dizendo que a nação judia, que o Estado de Israel, por toda a sua existência, vem sofrendo inúmeros ataques. Nós não podemos nos esquecer dos seis milhões de judeus mortos na Segunda Guerra, diante do nazismo. Nós não podemos esquecer que ainda há, na atualidade, atos de antissemitismo, atos que apoiam grupos terroristas, que querem nada mais nada menos que a extinção do povo judeu. É isso que o Hamas prega. É isso que outros proxies terroristas, como os Houthis, pregam também.

Só para a gente lembrar, no dia 7 de outubro de 2023, o Estado de Israel foi atacado, a nação judia foi atacada, foram 1.200 judeus mortos em um dia. Foram 250 judeus sequestrados e mantidos em cárcere. Eram homens e mulheres, mulheres que foram estupradas em cárcere, crianças.

E eu me lembro aqui da morte de Kfir Bibas e toda a sua família; só restou o pai. Esses facínoras colocaram crianças em fornos, cortaram cabeça de crianças, estupraram mulheres, mataram famílias inteiras. E como eu disse ontem, a gente ouve do nosso representante maior aqui, do nosso chefe de Estado, declarações antissemitas.

O Sr. Lula da Silva, por reiteradas vezes, ataca o Estado de Israel, que se defendeu dessa investida terrorista. Não há guerra contra a comunidade palestina. Inclusive, o líder palestino, Mahmoud Abbas, que está segregado pelo Hamas na Cisjordânia, não está na Faixa de Gaza. Ele condena, ele é um veemente crítico de Israel; mas ele condena a manutenção dos reféns em condições subumanas. O Hamas subjuga, há décadas, a população palestina, só que aqui a gente não ouve nada.

A nossa diplomacia brasileira passa, novamente, vergonha, porque não é uma diplomacia institucional, é uma diplomacia personalista, que quer atender aos anseios do presidente, que quer atender aos anseios ideológicos que ele prega. E o País, com isso, perde; o Brasil, com isso, perde. Ele perde seu equilíbrio institucional, seu equilíbrio nas relações exteriores.

Eu não posso deixar de novamente repudiar essas falas, repudiar essa posição, porque ela repercute diretamente nos brasileiros aqui, judeus e árabes, que vivem em plena paz, em plena harmonia. Eu disse ontem: sinagogas e mesquitas dividem o mesmo quarteirão no nosso país, judeus e árabes são sócios em empresas.

E eu reitero: depois dessas declarações do Sr. Lula da Silva, os atos de antissemitismo cresceram mais de 260%. Aonde ele quer chegar com isso? E disse que quer pregar a paz. Está levando o País a uma posição de irrelevância institucional sem precedentes. Se diz disposto a fazer uma mediação, mas não mantém o equilíbrio e a imparcialidade necessários para realizar essa função.

Então, Sr. Presidente, cabe reiterar ainda - e eu disse ontem - que a ajuda humanitária é proporcionada aos cidadãos da Faixa de Gaza, por Israel. São 57 mil caminhões que entraram na Faixa de Gaza, levando mais de um milhão de toneladas de assistência. Há 13 padarias, lá em Gaza, que proporcionam mais de três milhões de pães diários aos moradores de Gaza.

Os dutos de água que foram destruídos pelo Hamas, em seus mais de 12 mil foguetes lançados, foram restabelecidos por Israel, e o fornecimento de água está lá. Hoje, se a população palestina padece de condições em Gaza, é por culpa única e exclusivamente do Hamas, que, ao invés de reverter os bilhões que foram enviados para Gaza para ajuda humanitária para a população, optou por construir túneis subterrâneos e adquirir armamento, mísseis, foguetes para lançar contra Israel.

Então, hoje é dia, sim, de celebrar a existência desse Estado. E eu, na condição de presidente da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil-Israel e Suas Soberanias, gostaria de dizer que nós vamos celebrar esse aniversário de 77 anos da fundação do Estado de Israel no dia 22, agora, do corrente mês, aqui no plenário Juscelino Kubitscheck, e poderemos receber aqui, abrir as portas, mais uma vez, do maior Parlamento estadual da América Latina para toda a comunidade judaica.

E é com muita honra que nós os receberemos, inclusive os sobreviventes, que nos honram muito, e eu tenho certeza de que estarão presentes. E também as entidades representativas do Estado de Israel e da comunidade judaica brasileira.

Então fica o meu registro, a minha alegria em poder estar aqui confraternizando, comemorando os 77 anos do Estado de Israel.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Fiquem todos com Deus.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Caro deputado Danilo Campetti, gostaria de dizer que eu, todo dia, fico pensando quão importante é para o mundo, para o Planeta Terra, que Israel e Palestina possam chegar a viver em paz. Tem a palavra agora a deputada Marina Helou, em permuta com o deputado Rômulo Fernandes.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, presidente. Uma honra, mais uma vez falar aqui liderada pelo senhor. Quero cumprimentar todos os meus colegas, deputadas e deputados, cumprimentar todos que aqui trabalham, para que a gente possa aqui exercer o nosso papel de representar a população paulista neste Parlamento. Eu subo aqui primeiro para comemorar uma boa notícia.

Ontem a gente teve a publicação do Atlas da Violência, de 2025, uma publicação importantíssima para que a gente possa ter dados e evidências sobre a violência no Brasil e, a partir disso, pensar políticas públicas que, de fato, enderecem os nossos problemas.

E a gente teve uma boa notícia no Atlas da Violência, em 2025, que foi uma consistente redução de homicídios no nosso País. A gente tem visto, desde 2018, uma queda consistente no número de homicídios gerais e totais no nosso País, que sempre é algo para a gente celebrar.

Mas, infelizmente, eu subo aqui também com uma notícia muito preocupante e alarmante que o Atlas da Violência nos trouxe, que é o fato de que o assassinato de mulheres está indo na contramão.

Enquanto a gente tem um modelo de segurança que tem avançado e reduzido o número de assassinatos em geral no Brasil, a gente tem um crescimento do número de assassinatos de mulheres no Brasil. E a gente fala aqui dos números, que entre 2022 e 2023 houve um aumento de 2,5% entre o número de mulheres assassinadas no nosso País.

E que é muito grave o que a gente tem falado aqui, o que esse dado nos mostra, porque ele mostra um aumento da misoginia e da violência de gênero, da violência contra as mulheres no nosso País, o que é muito grave, porque o homicídio, o assassinato, é a última violência de uma cadeia de violências que nós, mulheres, estamos sendo expostas no nosso País.

E a gente tem falado cada vez mais sobre isso, visto que temos, sim, aumentado os dados importantes de denúncia, os dados importantes de acolhimento dessas mulheres em situação de violência, em situação de violência nas suas casas.

Porém, o aumento do número de assassinatos é inaceitável, ele mostra que a gente não está conseguindo mudar essa trajetória, que a gente não está conseguindo transformar a realidade de tantas mulheres que sofrem violência no nosso País. E o aumento, ele traz uma média nacional de dez mulheres mortas por dia no nosso País. Essa é uma média extremamente alta.

Então, todos os dias, uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez mulheres são assassinadas única e exclusivamente por serem mulheres. Ele traz também que a gente não está falando que todas as mulheres sofrem violência de forma igual: 68%, quase 70%, sete dessas dez que eu acabei de dizer, são pretas ou pardas.

São as mulheres negras no nosso País que mais sofrem violência, e é para elas que a gente precisa dedicar a construção de soluções e a construção de uma sociedade mais justa.

Esses são dados do Sinan, Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, e que têm mostrado que a gente tem também um aumento das violências não letais. Ou seja, não é só, como eu disse, o homicídio que é o último de uma cadeia de violências que tem aumentado.

A gente teve, em 2023, 177.086 atendimentos a mulheres vítimas de violência em casa - uma alta de 22% em relação ao ano anterior; e dessas, uma em cada quatro tinham até 14 anos.

A violência contra meninas nesse país é um escândalo, deveria parar todos as nossas atuações, porque proteger as nossas crianças e adolescentes deveria ser a nossa prioridade absoluta. Proteger as nossas meninas de violência e abuso sexual, de violência em suas próprias casas, deveria ser a nossa principal pauta.

É inaceitável vivermos em um País com esse número de... Não tem nem uma palavra que a gente possa descrever isso de uma forma clara, o que está acontecendo. São meninas sendo violentadas nas suas próprias casas.

Em todas as faixas etárias os agressores, os assassinos foram homens. Aqui a gente precisa fazer esse recorte, porque é inaceitável que a gente feche o olho para uma realidade que está piorando no País.

Não é possível que a gente fale “A gente tem um aumento do número de estupros, a gente tem um aumento do número de relatos, porque as mulheres estão mais empoderadas para denunciarem”. Quando que o que a gente tem visto, é o que tem aumentado de verdade, é a própria violência.

A gente precisa de educação nas escolas, a gente precisa de uma lei e uma penalidade maior para os perpetuadores de violência, para os criminosos que perpetuam essa violência. A gente precisa garantir um sistema penal, judicial e policial preparado para atender essas mulheres a qualquer horário do dia.

Aumentar o número de delegacia das mulheres, aumentar o número de atendimento, de patrulhas Maria da Penha, que a gente vem apoiando pelo meu mandato. A gente precisa garantir que essas mulheres vivam em uma situação de maior segurança.

Quero comentar também que, falando sobre o tema de mulheres, algumas vezes a gente já celebrou aqui nesta Casa o avanço sobre a dignidade menstrual, a gente aprovou neste Parlamento a Lei de Dignidade Menstrual, que garante que todas as meninas possam ter acesso a absorventes nas escolas.

A gente tinha um projeto de lei construído com diversas deputadas de muitos partidos diferente, suprapartidário, de direita, de esquerda falando sobre a dignidade menstrual e que trazia a importância de disponibilizar absorventes para todas as mulheres em situações de vulnerabilidade, mulheres em situações de rua, mulheres em situações de abrigo, mulheres do sistema prisional. Infelizmente, esse projeto não foi sancionado pelo Governo do Estado.

A gente vê hoje que ainda é um problema grave a dignidade menstrual das mulheres no sistema prisional. Elas ainda não têm o acesso ao absorvente, esse item de saúde, higiene básica, esse item fundamental para as mulheres, todos os meses garantido. As mulheres do nosso sistema prisional não têm.

Um levantamento de um relatório do Justa, trouxe que se a gente garantisse que todas as mulheres do sistema prisional tivessem acesso a absorventes, isso teria um custo menor do que 0,01% do Orçamento do Estado. É irrisório, isso é uma decisão política, não é uma decisão difícil de fazer, é uma decisão de priorizar as mulheres e as suas necessidades em primeiro lugar.

A gente tem aqui uma proposta do PL 59.000/23, que está no Congresso Nacional e que precisa de celeridade. A gente precisa garantir que essas mulheres tenham acesso à dignidade.

A gente entende, sim, que o sistema prisional é um sistema importante para avançar na correção, na punição de crimes no nosso País, mas ele depende e a nossa Constituição garante a dignidade de todas essas pessoas e ter acesso a absorventes é necessário para a dignidade dessas mulheres.

A gente está aqui desde 2021 destinando emendas para essa pauta e a partir desse relatório do Justa, acho que é muito importante a gente chamar a atenção para que o Governo do Estado tome essa decisão básica de humanidade e garanta acesso à dignidade menstrual para todas as mulheres no sistema prisional.

Tenho mais dois minutos, para acabar de contar aqui para vocês o que a gente tem feito. A gente queria celebrar, neste momento, a luta que a gente tem feito pelo mandato para garantir que todas as crianças tenham acesso à natureza.

A gente teve uma grande vitória nesta Casa, que foi proibir os celulares nas escolas, trazendo o direito e o desenvolvimento saudável para crianças e adolescentes em algumas horas livres de redes sociais, livre do celular, para que possam se desenvolver nas escolas, suas competências socioemocionais, relacionais, de atenção, de conteúdo, combater a desigualdade social que estava aumentando ainda mais o fosso da desigualdade entre as escolas privadas, que já proibiam os celulares e continuam proibindo, e a escola pública.

A gente sabe que essa luta contra as redes sociais, contra os jogos do tigrinho, contra o vício de crianças e adolescentes milimetricamente planejados e estudados, é uma luta muito grande e que precisa continuar acontecendo, mas ela precisa ser acompanhada do que a gente oferece para o desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes, como a gente pensa em uma cidade mais acolhedora, como a gente pensa em mais espaços de parquinho, mais espaços de brincar, mais espaços de esportes para adolescentes, mais espaços de teatro; mais espaços para que eles possam se desenvolver na sua criatividade, na sua plenitude.

Um desses pontos importantes que os neurocientistas do mundo inteiro já apontam é a importância do contato com a natureza para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. A gente está protocolando e construindo, juntos, um projeto de lei do direito à natureza para as crianças.

A gente vai fazer uma sessão solene aqui nesta Casa, muito importante, dia 19. Eu quero convidar todas e todos para participarem e estarem aqui com a gente para construirmos um caminho das crianças até a COP 20 - a conferência das partes que discutem as mudanças climáticas, acho que este ano vai ser em Belém - para a gente levar o pleito das crianças e garantir o direito a natureza, garantir que crianças...

O desenvolvimento saudável passa por a gente proteger e fortalecer o nosso meio ambiente, combater as mudanças climáticas e permitir o contato saudável com a natureza.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem, deputada Marina Helou, sempre tratando de assuntos de grande interesse público, como a defesa da mulher brasileira. Meus cumprimentos.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Obrigada, presidente. Neste momento também está tendo a audiência pública aqui sobre os institutos de pesquisa da Casa, convido todos a irem. Para aproveitar, vou pedir para o senhor, então, o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Havendo acordo, então, entre as lideranças e os partidos, damos por levantada a sessão. Antes, porém, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembrando ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje às 16 horas e 30 minutos. Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Poderia ainda falar pelo Art. 82?

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - É regimental, tem a palavra.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, deputada Marina Helou, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, eu quero aqui, na tribuna da Assembleia Legislativa, fazer uma gravíssima denúncia. Estou recebendo aqui várias reclamações da comunidade escolar da Escola Estadual Padre Jorge Mattar, uma escola que fica no município de Iacanga.

Essa escola pertence à Diretoria de Ensino de Bauru, e essa escola já disse não - há algum tempo, 2022 ou 2023 - à implantação autoritária da farsa da escola de tempo integral.

Essa proposta já foi rejeitada pelo conselho de escola. No entanto, Sr. Presidente, a Diretoria de Ensino de Bauru está forçando a barra, tentando pressionar a escola a aceitar a implantação desse famigerado projeto que nós conhecemos como a farsa da escola de tempo integral.

Essa é a única escola do estado no município de Iacanga. Se ela se tornar uma escola de tempo integral, ela vai se expulsar... vai excluir uma boa parte dos seus alunos, sobretudo do ensino médio. Um absurdo, Sr. Presidente, o que está acontecendo hoje no estado, essa manipulação, esse assédio, essa forçação de barra para a implantação desse projeto.

Nós temos denúncias de pais de alunos de que hoje haverá uma reunião, hoje à noite, convocada às pressas pela direção da escola - me parece que com a participação da supervisão.

Há informações de que os professores não vão poder falar nessa reunião, porque os professores, logicamente, como sabem do que acontece no estado, muitos se posicionam contrariamente a este projeto. A diretoria de ensino tem medo da posição contrária ao modelo PEI, Sr. Presidente.

Então, nesse sentido, me parece que os professores estão sendo proibidos de falar. Isso é um absurdo, Sr. Presidente, porque o que rege hoje a educação brasileira, um dos grandes princípios da educação brasileira, está lá na LDB, na Constituição Federal também, no capítulo da Educação. É o princípio da gestão democrática da escola pública.

Então isso não pode existir. Quem decide se uma escola vai ser PEI ou não, é toda a comunidade escolar - os professores, os funcionários, a gestão, os pais dos alunos, os alunos. É uma decisão coletiva. Nenhum seguimento pode ser excluído. Então, nesse sentido, Sr. Presidente, estou aqui na tribuna da Assembleia Legislativa para denunciar este fato gravíssimo. Aqui vou exigir explicações da Secretaria da Educação e da Diretoria de Ensino, também, de Bauru.

Que deixem as pessoas da comunidade escolar decidirem se querem ou não e que todos tenham o direito à fala em qualquer reunião. Uma reunião tem que ser chamada com antecedência para que as pessoas saibam o tema e que elas possam se preparar, entender o processo.

Agora, é muito estranho, Sr. Presidente, porque já houve uma consulta. A consulta já foi feita, a escola já disse não. Então isso é uma tentativa de impor goela abaixo da comunidade um modelo de escola que ela já rejeitou.

Então nós estamos aqui exigindo, Sr. Presidente. Primeiro, que esse projeto não seja implantado - a não ser que a comunidade queira, mas ela já disse não. Conselho de Escola é a maior representação, na verdade, do que significa gestão democrática da escola pública, porque o Conselho tem representação de professor, funcionário, de pais de alunos, de alunos. Todo o conjunto de pessoas que estão envolvidas na comunidade escolar, todas essas pessoas estão representadas no Conselho de Escola.

Então já houve essa consulta. Estranhamente uma nova consulta? Então tem alguma coisa errada aí, Sr. Presidente, mas por isso nós vamos acompanhar aqui com lupa o que vai acontecer.

Mas, já de antemão, nós exigimos que a Seduc e a diretoria de ensino respeitem a comunidade escolar, respeitem os professores, e que a liberdade de expressão, a liberdade de livre manifestação de opinião dos professores, dos funcionários, que seja garantida imediatamente nessa reunião e em todas as reuniões.

Caso isso não ocorra e caso a diretoria de ensino tente colocar goela abaixo esse modelo de escola que vai prejudicar a comunidade escolar - em todos os lugares, ou em quase todos os lugares, houve isso, exclusão de alunos, exclusão de professores -, nós vamos tomar, Sr. Presidente, as devidas providências.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Quero ainda, Sr. Presidente, antes de pedir o levantamento, fazer uma rápida comunicação. Obrigado, Sr. Presidente.

Olha, eu quero, também, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente, denunciar o que está acontecendo no município de Santana de Parnaíba. Lá a prefeitura está aprovando uma legislação na Câmara Municipal. Não, na verdade, já aprovou, já tem decreto. Já tem lei, já tem decreto, Sr. Presidente, penalizando os servidores e as servidoras municipais, retirando direitos. Direito à cesta básica, direito ao vale-refeição, ao bônus.

Como que a prefeitura está fazendo isso? Editando uma legislação que, na verdade, atrela a presença dos servidores no seu trabalho ao recebimento desses benefícios, que são benefícios que são conquistas históricas da própria categoria profissional, dos servidores. Ou seja, se uma pessoa precisa fazer uma falta médica, tem alguma doença, precisa fazer um tratamento médico, ela falta.

Então ela deixa de receber, por exemplo, o vale-refeição, o bônus, a cesta básica. É isso que está acontecendo hoje lá em Santana de Parnaíba. Isso tem revoltado, e com razão, os servidores e as servidoras do município.

Inclusive haverá um ato agora, na próxima sexta-feira, tenho aqui, no próximo dia 16 de maio, às 18 horas e 30 minutos, lá no Monumento das Bandeiras. Haverá uma concentração dos servidores contra esses ataques e essa retirada de direitos, das conquistas, dos benefícios, dos servidores que agora não podem mais ficar doentes.

O servidor que ficar doente, lá em Santana de Parnaíba, perde o direito ao vale-refeição, ao bônus, perde direito à cesta básica, Sr. Presidente. Isso é um absurdo total.

Ele está tentando... Acho que o prefeito de Santana de Parnaíba está tentando imitar, aqui, o governo estadual. Quem fazia isso era o PSDB, e agora é o governador Tarcísio que faz a mesma coisa, retirando esses direitos. Um absurdo, Sr. Presidente, porque o vale-refeição é uma conquista, é um direito. O bônus, a cesta básica...

Não tem sentido a prefeitura baixar uma legislação para dificultar o acesso a todos esses direitos e a todos esses benefícios. Por isso, nós exigimos que essa legislação seja imediatamente revogada, Sr. Presidente. Não é possível que isso esteja acontecendo aqui, em uma cidade próxima da cidade de São Paulo.

Então todo nosso apoio à luta dos servidores e servidoras e também ao ato que ocorrerá agora, no próximo dia 16 de maio, às 18 horas e 30 minutos, no Monumento das Bandeiras.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre as lideranças, eu peço o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Carlos Giannazi, por suas observações.

Então havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca Vossas Excelências para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, que está marcada.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 41 minutos.

           

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