29 DE ABRIL DE 2025
54ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: SIMÃO PEDRO, CARLOS GIANNAZI, TENENTE COIMBRA, REIS e DONATO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - SIMÃO PEDRO
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h05min.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE SIMÃO PEDRO
Endossa o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi.
4 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
5 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - TENENTE COIMBRA
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - EDIANE MARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - TENENTE COIMBRA
Assume a Presidência.
9 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE TENENTE COIMBRA
Cumprimenta os alunos do curso de direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, presentes nas galerias.
11 - PAULO FIORILO
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - REIS
Assume a Presidência.
13 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - EDIANE MARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - EDIANE MARIA
Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até às 16 horas e 30 minutos.
16 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido e suspende a sessão às 14h55min.
ORDEM DO DIA
17 - DONATO
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de criação de comissão de representação dos deputados: Luiz Fernando, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em reuniões com Ministros e demais membros do Governo Federal, nos dias 29 e 30/04, em Brasília-DF; Eduardo Suplicy com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em reuniões acerca do tema da cannabis medicinal com Ministros e demais membros do Governo Federal, no dia 29/04, em Brasília-DF; Ana Perugini com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em reuniões com Ministérios do Governo Federal, no dia 29/04, em Brasília-DF; Guto Zacarias com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no Fórum Veja - Brazil Insights New York, entre os dias 09 de 14/05, em Nova York, Estados Unidos da América; e Professora Bebel com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em reuniões com Ministérios do Governo Federal, no dia 29/04, em Brasília-DF. Coloca em votação e declara aprovado requerimento de licença da deputada Marta Costa, com a finalidade de participar de missão cultural, no período de 13 a 28/05, na cidade de Lighthouse Point, Estado da Flórida, Estados Unidos da América.
18 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Para comunicação, faz pronunciamento.
19 - MILTON LEITE FILHO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
20 - PRESIDENTE DONATO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 30/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 16h37min.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Simão Pedro.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Presente o número regimental de
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e
recebe o expediente.
Iniciaremos agora a chamada a partir da
lista dos oradores do Pequeno Expediente inscritos, começando com o Dr. Jorge
do Carmo. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Reis.
(Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o
tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, deputado Simão Pedro; telespectador da TV Assembleia. Sr.
Presidente, eu acabei de chegar agora aqui na Assembleia Legislativa, mas eu
estava exatamente em um ato, em uma manifestação em frente à Câmara Municipal
de São Paulo, uma manifestação dos servidores públicos do município, onde a
Câmara Municipal está agora debatendo e pode votar ainda hoje, o reajuste, na
verdade a reposição das perdas inflacionárias dos servidores e servidoras
municipais.
O fato, Sr.
Presidente, é que o prefeito Ricardo Nunes quer manter os salários arrochados e
defasados também dos servidores municipais, porque o projeto que ele apresentou
é um escárnio total aos servidores e à cidade de São Paulo, que não repõe nem a
inflação do período, porque ele só oferece 2,6% de reposição da perda
inflacionária, só que a inflação do período já chega a quase cinco por cento.
Então isso é
uma afronta aos servidores e servidoras do estado de São Paulo e também,
sobretudo, à população que utiliza os serviços públicos. Porque os servidores
que estão lá, Sr. Presidente - eu tenho até as fotos aqui desses servidores,
pedir para o pessoal da técnica colocar, o Machado está ali -, são professoras,
são agentes de organização escolar, enfermeiras, médicos, tem o pessoal da
Segurança Pública, da Assistência Social, da área da Cultura, da área da
assistência psicológica. São servidores que estão lá na ponta atendendo a
população, sobretudo a população que mais precisa dos serviços públicos.
São essas
pessoas que estão sendo penalizadas por esse projeto, por essa proposta
nefasta, Sr. Presidente, que agride a dignidade humana dos servidores e
servidoras do município. Mas, além disso, também, uma das grandes lutas desse
movimento, dessa manifestação, é em relação ao fim do confisco das
aposentadorias e pensões.
O prefeito
Ricardo Nunes está confiscando as aposentadorias de aproximadamente 100 mil
aposentados e pensionistas em 14 por cento. Aquilo que aconteceu aqui, na
gestão Doria/Rodrigo Garcia, aquele confisco criminoso, que nós derrotamos
depois de dois anos de luta, está ocorrendo também na prefeitura de São Paulo.
Então, isso
está judicializado, tem debate no Supremo Tribunal Federal, tem o PDL 92, do
vereador Celso Giannazi, que revoga esse confisco. Então, nós temos luta contra
o confisco também das aposentadorias e pensões dos servidores municipais.
Além disso, nós
estamos também pressionando a prefeitura - e a Câmara Municipal também, que tem
ação na Justiça - a revogar uma lei que foi aprovada no final do ano passado,
que prejudica imensamente os professores readaptados, que vão perder mais de
30% dos seus salários.
Prejudica
também uma professora, por exemplo, que tira uma licença médica de 30 dias. Ela
perde mais de 30% do seu salário, da sua jornada aqui na Prefeitura, que se
chama Jeif. Ela perde.
Qualquer pessoa
do Magistério municipal que tirar uma licença acima de 30 dias, qualquer
professora que tenha Jeif perde uma parte considerável do seu salário. Os
professores de módulo também, Sr. Presidente, serão duramente penalizados por
essa lei. Então, essa é a luta hoje dos servidores e servidoras da rede
municipal de ensino, sobretudo do nosso pessoal da Educação.
E também contra
a terceirização, contra a privatização das escolas, porque o Ricardo Nunes,
prefeito de São Paulo, coloca em prática a mesma política nefasta e perversa de
terceirizar a gestão escolar, entregando inclusive escolas para a iniciativa
privada, como já acontece com uma escola aqui no centro da cidade.
Então, essa é a
nossa luta na Câmara Municipal hoje. Espero que os vereadores tenham o
compromisso de ficar do lado dos servidores e não do lado do prefeito na
votação que deve ocorrer hoje, e que votem favoravelmente ao substitutivo que
foi apresentado pela oposição, de tal forma que haja a elevação desse ínfimo
percentual de reajuste de apenas 2,6%, Sr. Presidente.
Nós precisamos
ter um índice que seja acima da inflação do período e a Prefeitura tem recursos
para isso, porque ela teve o aumento das suas receitas e tem uma previsão
orçamentária para que haja uma arrecadação ainda maior.
A Prefeitura de
São Paulo está bem abaixo do limite prudencial que é estabelecido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal. Então, ela tem todas as condições financeiras,
econômicas e, também, do ponto de vista legal, para dar um reajuste digno a
todos os servidores e servidoras da Prefeitura de São Paulo, bem como para os
aposentados e pensionistas. Então, todo o nosso apoio à greve dos servidores da
Prefeitura de São Paulo.
Por fim, Sr. Presidente,
criticar e repudiar veementemente a criminalização da greve. O prefeito entrou
na Justiça criminalizando a greve, como fez agora o Ricardo Nunes também em
relação ao estado de greve do Magistério estadual. Então, todo apoio aos nossos
colegas servidores e servidoras da Prefeitura de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Parabéns,
deputado Carlos Giannazi, pelo seu pronunciamento. Vou dar sequência à lista
até que o deputado Carlos Giannazi possa chegar até aqui.
Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.)
Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)
Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado
Delegado Olim. (Pausa.)
Agora, deixo para o deputado Giannazi
chamar a lista de oradores da Lista Suplementar.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, já na Lista Suplementar, com a palavra
a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista.
(Pausa.) Deputado Simão Pedro, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, muito obrigado. Uma boa-tarde mais uma
vez a todas e todos que nos acompanham nesta sessão na terça-feira.
Sr. Presidente,
eu sempre subi aqui à tribuna para fazer oposição ao governo Tarcísio, sempre
elogiar as medidas do governo federal, e, mais uma vez, quero elogiar o
presidente Lula pela decisão dura, mas certa, de demitir o presidente do INSS,
o Alessandro Stefanutto. Agora outros funcionários também estão sendo demitidos
por conta dessa roubalheira que se instalou dentro do INSS desde 2019.
Começou lá
atrás, no governo Bolsonaro, e cresceu como uma bola de neve até explodir neste
momento, quando a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da República, que é
um ministério do presidente Lula, do meu amigo Vinícius de Carvalho, que eu
tenho a honra de ter sido meu chefe de gabinete aqui no primeiro mandato, lá
atrás... Por irem atrás, investigarem com ações judiciais e derrubarem essa
sangria na conta, no salário dos aposentados.
Seis bilhões
mais ou menos desviados. Isso é uma roubalheira, não dá para ninguém compactuar
com isso. Eu quero parabenizar então o presidente Lula por ter conseguido dar
fim a essa sangria, e acho que... Acho não, eu concordo com a decisão da
criação de um grupo de trabalho que está sendo instalado, a partir de hoje,
para que se estude e se apresente uma proposta muito rápida da devolução dos
recursos que foram retirados dos aposentados, principalmente daqueles que não
concordaram com qualquer desconto no seu salário.
Sindicatos,
falsos sindicatos, falsas associações encontraram aí uma forma de desviar
dinheiro daqueles que, quando se aposentam, já têm uma renda menor, porque
perdem benefícios aqui e ali. Então não dá para admitir. Então parabéns,
presidente Lula, vá a fundo.
Eu acho que o
presidente Lula, se for comprovado qualquer envolvimento do ministro Lupi, tem
que demitir o ministro Lupi também, se for o caso, se ficar comprovado o seu
envolvimento ou a sua omissão em relação a esse roubo - eu não tenho outra
palavra para dizer a não ser usar essa expressão - contra os aposentados.
Sr. Presidente,
eu também quero aproveitar aqui este restante do tempo para me solidarizar com
os servidores públicos municipais da capital pela sua greve justa,
reivindicando uma reposição salarial decente, que pelo menos abarque a inflação
deste último período, deste ano, do ano passado, né?
Olha aqui, Sr.
Presidente, um professor da Categoria 1, um professor inicial, no município de
São Paulo, recebe R$ 2.680,00, e um professor Categoria 3, R$ 3.237,00. O que
quer a Prefeitura? Nem a inflação? Quer dar um reajuste agora de 2,6% e mais
2,5 no ano que vem, em maio. Isso é uma coisa indigna, não é? Então toda a
nossa solidariedade.
Também me somo
aqui às palavras do presidente desta sessão, Carlos Giannazi, buscando a
sensibilidade dos vereadores para que hoje, na segunda votação - a primeira foi
na semana passada - da proposta do governo, para que rejeitem essa proposta e
pelo menos permitam aos funcionários terem um reajuste decente dos seus
salários, uma reposição decente das perdas inflacionárias.
Lembrando que
os funcionários já sofreram por esse governo do Ricardo Nunes um desconto de 11
para 14 em relação à Previdência. É um confisco, como bem definida essa atitude
pelos funcionários e por nós todos, essa decisão do governo municipal de
confiscar 3% a mais do salário dos servidores, além dos reajustes do
vale-alimentação e de outros benefícios que os funcionários têm.
E toda a
solidariedade aos professores estaduais que estão em estado de greve também.
Essa enorme categoria está em estado de greve, exigindo negociações com o
Governo do Estado para que as condições salariais e de trabalho possam melhorar
um pouco mais.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra o
deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com
a palavra o deputado Agente Federal
Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Atila
Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.)
Com a palavra, agora, o deputado Tenente
Coimbra, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. TENENTE COIMBRA - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, boa tarde a todos.
Presidente, eu venho aqui para me posicionar com uma fala da deputada Paula
algumas semanas atrás contra o nosso projeto que proíbe a cota trans nas
universidades.
Ela citou
inclusive a nossa CPI, que foi contra a transição hormonal em crianças; ela
citou algum dos nossos projetos; em outras palavras, ela praticamente nos citou
como transfóbicos. E eu tenho muito orgulho dos meus projetos aqui dentro desta
Casa, e se eles forem identificados como transfóbicos, sim, pode me citar de
transfóbico.
Se defender o
direito das mulheres a participarem do esporte é ser transfóbico, pode me
chamar de transfóbico, porque nós temos um projeto nesta Casa que coloca o
esporte de acordo com o sexo de origem. Ou será que é justo um homem, que tem
30% a mais de pulmão, de 20% a 30% de capacidade pulmonar, disputar uma prova
de natação com uma mulher?
Se isso é ser
transfóbico, sim, pode me classificar. Se defender a nossa língua e defender as
nossas crianças é ser transfóbico, sim, pode me classificar, porque temos nesta
Casa um projeto que proíbe a linguagem neutra nas escolas. E tenho muito
orgulho desse projeto.
E, obviamente,
temos o projeto que proíbe bloqueadores hormonais e hormônios em crianças. Foi
protocolado nesta Casa e agora virou uma revisão do próprio CFM. Se isso é ser
transfóbico, sim, pode me classificar.
Tenho orgulho
de todos os meus projetos, inclusive agora virou uma regra do CFM, que não pode
ter transação hormonal, não pode ter bloqueadores hormonais e nem hormônios em
menores de 18 anos. Aliás, ser contra isso é ser contra a ciência. Ou será que
aqueles que são contra a nova regulamentação do CFM são negacionistas?
E olha, que
curiosidade, Sr. Presidente, eu fiz um levantamento rápido quando a deputada
Paula e o deputado Guilherme criticam o nosso projeto que proíbe a cota trans
no estado de São Paulo, que incentiva a meritocracia. O partido de V. Exa., o
partido do PSOL, tem trans entre os seus suplentes, a Sra. Neon Cunha, uma
mulher trans. Então, vamos dar o exemplo. Por que não?
Porque o
pessoal do PSOL que defende a cota trans, alguns dos deputados, não renuncia?
Aqui nesta Casa não temos nenhuma deputada trans, nenhum deputado trans. Eu
estou na minha segunda legislatura, na legislatura anterior nós tínhamos uma
deputada trans. Por que não dar o exemplo? Por que nenhum dos deputados
renuncia, então? Porque é meramente hipocrisia, Sr. Presidente.
Então, temos
muito orgulho dos nossos projetos, vamos continuar batalhando, sim, nesta Casa
por todos eles, pela meritocracia e em defesa da população. Nenhum direito a
menos para nenhuma pessoa, mas também nenhum direito a mais.
Muito obrigado,
Sr. Presidente, uma boa tarde.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Ediane Maria, que fará
uso regimental da tribuna.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Tenente Coimbra.
* * *
Eu acho que o
Brasil... Queria muito pautar hoje o Brasil, o cenário nacional. A gente está
num dilema, e eu vim aqui com várias cores, isso é muito importante. A camiseta
da seleção vai ser amarela, vai continuar azul, vai ser a vermelha? E diante
desse caos todo colocado, estou ansiosa para que chegue logo a vermelha,
obviamente.
Queria trazer
aqui algumas coisas que aconteceram na semana passada. Inclusive ontem foi
muito importante, esta Casa aqui fez um papel fundamental, que foi o de
desmentir o governador Tarcísio de Freitas, que agora atacou como homem da
moradia, o homem da habitação, um governador que quer mudar o estado de São
Paulo. Mas nessa mudança, nessa transformação, ele deixa os principais
envolvidos e interessados de fora do debate.
Ontem tivemos
aqui uma audiência pública. Recebemos nesta Casa a Favela do Moinho, favela
essa, a comunidade que está sofrendo uma grande ameaça de opressão, de medo, de
não saber, porque a informação nunca é correta. Chega um da CDHU, deputado
Giannazi, olha e fala: se você não sair daqui, não aceitar a nossa proposta, o
caminhão, o trator vai vir e vai derrubar a sua casa.
Outro
contraponto é a Polícia Militar abafando a comunidade. Aí você olha o
contraponto: quase 500 crianças, numa comunidade que tem mais de mil pessoas,
500 crianças não podem ir à escola, porque a van agora para longe, o ônibus
para bem longe, a dois quarteirões da comunidade; essas crianças têm que se
deslocar para pegar a van escolar.
Aí, a proposta
do governador Tarcísio de Freitas foi oferecer, de tanto interesse que, pela
primeira vez na história, a gente escuta falar de 800 reais de auxílio-aluguel.
Mas o contraponto: as famílias moram numa área do centro, central, da Capital
de São Paulo. Qual que é a ideia? Eles querem que as pessoas continuem morando
no centro com auxílio-aluguel de 800 reais, que não é para todos.
Agora eu queria
perguntar: Tarcísio de Freitas, mostre para qualquer pessoa que more no centro
de São Paulo se existe um aluguel de 800 reais. Se alguém vai conseguir morar
na área central da Capital de São Paulo pagando 800 reais de aluguel. A gente
sabe que não.
Hoje, uma
quitinete para vários passa de 1.500, 2.500, 4.000 reais. Aí você imagina, às
vezes, para uma pessoa só. Aí você tem criança, você tem idoso, você tem um
cachorro, tem um gato. A gente sabe que várias casas, um fator também para que
não seja alugada é se tiver um animal doméstico.
Ou seja, se tem
filho, já não aceita, igual a mim, Giannazi. Eu, com quatro filhos - lembro
como hoje -, quando ia me separar, queriam que eu saísse da minha casa e
queriam que eu alugasse um espaço. Não existia um lugar, ninguém aceitava
quatro crianças. Ou seja, para eu entrar na casa, tinha que deixar meus filhos
para trás. Não dá.
Então,
Tarcísio, o desafio é esse: arruma essa casa de 800 reais aqui no centro de São
Paulo, que aí a gente conversa. Mas, para além disso, é um terreno da União -
para quem não sabe, é um terreno da União.
Ou seja, quem
decide isso é a Secretaria de Patrimônios da União. E a secretaria falou: “na
na ni na não”, aqui você não vai mexer, porque existe um acordo. O acordo é:
quando o governo mostra um terreno, mas na verdade não só o terreno, precisamos
das moradias, aí sim você pode realocar.
Mas quais são
os critérios? Que seja próximo de onde vai ser retirada a favela do Moinho. Tem
que ser próximo. Por quê? Já tem escola, já tem o postinho em que você passa,
já tem o seu trabalho, tem tudo, você vive ali há mais de 30 anos.
Então precisa
ter... Trocar, já que vai realocar? Que realoque para um lugar próximo. Aí
ficou aquele negócio que a gente já sabe, e a gente não acredita em mais nada
do que o Tarcísio fala, porque ele fala assim, que não ia ter reajuste das
contas quando foi privatizada a Sabesp, mas nós vimos que aumentou. Tudo o que
fala hoje cai por terra, porque tudo é uma grande falácia.
Então é isso, o
desafio é, primeiro, não pode retirar a Favela do Moinho, até porque não teve
ainda o lugar que seria indicado, onde seriam realocadas as famílias. O nosso
mandato fez um requerimento de informação, perguntando: ok, mas cadê? Já que
vai realocar, onde é esse local? Quantas famílias vão caber nesse espaço? Não
existe. Bom, só oficializamos, ainda não tivemos resposta.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PL - Obrigado,
deputada. Convido para fazer uso da palavra Carlos Giannazi. Vossa Excelência
tem o tempo regimental. Perdão. Correto. Deputado Reis, para fazer uso da
palavra por cinco minutos.
O
SR. REIS - PT -
Cumprimentar o presidente, deputado Tenente Coimbra, o público presente, os
funcionários da Alesp, cumprimentar os integrantes da Polícia Civil, da Polícia
Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e também cumprimentar
todos aqueles que nos seguem, nos acompanham diuturnamente pelas redes sociais,
através da Rede Alesp.
Presidente,
Tenente Coimbra, eu quero deixar registrado aqui uma denúncia que chegou por
meio dos veteranos da Polícia Militar e eu já falei para eles que toda a
denúncia que chegar, que aportar em meu gabinete, nós vamos registrar aqui no
plenário da Assembleia Legislativa. Nada ficará escondido, tudo será posto para
que todos tomem conhecimento.
Inclusive, é
objeto de uma matéria que está no site Metrópoles: “Capitão da PM é acusado de
coagir praças a consertar viaturas”. Olha que eu já arrumei muita viatura na
Polícia Militar, mas nunca fui coagido.
Obviamente, a
gente precisa das viaturas para trabalhar, e o Governo não dá a manutenção
adequada, o Governo não compra viaturas. E aí você faz aquela via-crúcis, que é
pedir peças para os comerciantes, pedir peças lá para os donos de autopeças,
depois pedir para os amigos que são mecânicos para arrumar as viaturas.
Mas o
comandante não pode obrigar o policial, o soldado a fazer isso. Nós não podemos
tomar conhecimento de uma notícia dessa e nos calar. “Policiais Militares da 1ª
Companhia do 37º Batalhão Metropolitano acusam o comandante da unidade, o
capitão - vamos dar nome aos bois - Eduardo César da Silva, de aplicar punições
arbitrárias, penalizando soldados que apresentam atestados médicos ou entregam
viaturas com defeito, sem levar em consideração a causa do problema”.
Tem até um
vídeo, eu vou pedir para o Wagner passar o vídeo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Ele fala: “Joe,
Joe”. Está bom, Wagner, obrigado. Como vocês podem observar, o comandante tem
que tratar a tropa com respeito. Não cabe ao comandante falar: “Joe, vai para o
seu...” “Joe” é gíria.
O capitão da
PM: “Joe, vai para o seu QTH, aqui é o comandante da companhia”. Tem que tratar
com respeito os seus subordinados. Não pode tratar dessa forma, deputado Carlos
Giannazi, não pode. E o soldado ainda fala: “Não, estou no horário de
preleção”.
Realmente o
horário de preleção é meia hora antes, das 14 horas às 14 horas e 30 minutos.
“Estou aguardando o CGP”. E vocês viram como que o capitão tratou então os seus
subordinados. Segundo relatos ouvidos pela reportagem, o capitão denunciado da
Corregedoria da corporação estaria inclusive coagindo a tropa a arcar com os
custos dos consertos dos veículos.
“Quando quebra
uma viatura, coisa desse tipo, ele joga no patrulhamento ostensivo a pé, como
se fosse culpa nossa a viatura ter quebrado. Para evitar essa escala, a gente
tem que arrumar por conta”, afirma um policial.
Ele mesmo já
fala: “Se não arrumar, vai para o POP”. A denúncia apresentada à Corregedoria
afirma que o oficial teria criado um ambiente insustentável de trabalho e
afetando a saúde mental, física e até a estabilidade financeira do efetivo. De
acordo com o documento, o capitão costuma aplicar punições, deslocando os
praças para a equipe de POP.
Os PMs
submetidos ao regime trabalham das 14 horas às 22 horas, de terça a sábado, e
ficam impedidos de fazer os bicos oficiais - a lei delegada - para complementar
a renda e têm o convívio familiar prejudicado.
Então, muitas
vezes, os policiais têm que fazer a lei delegada, porque o salário que o
Governo paga é irrisório, paga um salário indigno, um salário ruim, aí ele tem
que fazer um bico, o capitão o submete a uma escala diferente das demais
escalas, e ele nem condição de fazer esse bico tem mais.
Independente do
motivo do defeito da viatura, seja por desgaste natural ou condições precárias
do terreno, o comandante pune todos os policiais que utilizaram o veículo,
alocando-os na mesma escala, ou seja, perseguindo-os. Perseguição.
Para além do
deslocamento para o regime de POP, há relatos de PMs que apresentaram atestados
médicos e teriam sofrido ameaças verbais sobre a abertura de um procedimento
administrativo exoneratório.
A denúncia
apresentada à Corregedoria ainda menciona piadas de cunho homofóbico e
comentários machistas que teriam sido feitos pelo comandante da companhia. O
oficial é acusado de adotar uma postura agressiva e autoritária.
Então o vídeo
que passei aí, diz a matéria: “No vídeo registrado pela câmera corporal
acoplada à farda de um policial” - só para terminar, Sr. Presidente - “e obtido
pelo ‘Metrópoles’ é possível ver o capitão brigando com os dois policiais
militares: ‘Acabou a moleza para vocês, viu? Não vou mais ouvir reclamações
nesse sentido de vocês. Acabou a moleza, então já segue o seu rumo’, afirma”.
E o PM pergunta
sobre a moleza e ele fala: “Acabou a moleza para você, você entendeu? Posição
de sentido. Você está falando com o comandante da companhia. Se você não
aprendeu, vai aprender. Então meia volta, volver. Vai para o seu QTH.”
Então deixo
registrada essa denúncia, já dizendo que fiz um requerimento de informação para
que o governador do estado informe ao nosso mandato se essa é a orientação do
governador Tarcísio.
Essa
truculência praticada por esse comandante, se é orientação do governador
Tarcísio, se é isso o que ele defende, uma vez que na campanha prometeu
melhorar as condições de Segurança, melhorar as condições da polícia, melhorar
os salários e o que a gente vê é esse tratamento de assédio moral praticado
pelo seu comandante.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - TENENTE COIMBRA - PL - Obrigado,
deputado. Convido para fazer o uso da palavra o deputado Paulo Fiorilo. Vossa
Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna,
gostaria de cumprimentar os alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie, do
curso de Direito, que muito nos prestigiam com suas presenças.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente aqui
nas galerias que nos acompanha, assessorias das bancadas, assessoria militar e
aqueles que nos acompanham pela TV Alesp.
Quero
aproveitar aqui a sessão de hoje, o Pequeno Expediente, para um breve relato da
missão que eu cumpri agora nos últimos dias em Portugal. Participei, a convite
da Associação 25 de Abril, das atividades que comemoraram os 51 anos da
Revolução dos Cravos. Importante revolução, não só para Portugal, mas para os
países da África e também para o Brasil.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
* * *
Antes de fazer
referência à Revolução, queria fazer um breve relato do que foi a viagem.
Estive na Universidade de Coimbra, em uma parceria que a universidade está
construindo com a Casa de Portugal, mas aproveitei para acompanhar a assinatura
de um protocolo entre a Universidade de Coimbra e a Fiocruz para a produção de
medicamentos para combater a malária.
Isso é um
primeiro passo, importantíssimo, para colocar a Fiocruz na Europa, em um
mercado importante na produção de medicamentos. Aliás, a Fiocruz também fará
aqui em São Paulo uma parceria com o Instituto Butantan para otimizar as
pesquisas que estão sendo realizadas e, quem sabe, em breve, a gente poder
anunciar a vacina da dengue para todo mundo.
Além de
Coimbra, também participei de um almoço com os “capitães de abril” e aqui faço
referência especifica ao comandante Vasco Lourenço, que nos recebeu para um
almoço na associação e para poder dialogar um pouco sobre o momento histórico
de que eles participaram. Estive na comemoração do 25 de Abril em Porto. As
manifestações ocorrem em todas as cidades, ou quase todas as cidades de
Portugal.
Ano passado eu
estive em Lisboa para comemorar os 50 anos e neste ano, aos 51 anos, eu tive a
oportunidade de participar em Porto. Conversar um pouco com as pessoas e
entender a importância da comemoração deste ano, em especial... Muito em função
da polarização que existe no mundo. Não é diferente em Portugal.
Portugal vive
agora em maio mais um processo eleitoral onde a extrema direita, com uma pauta
de exclusão, com uma pauta de expor os humildes, aqueles que precisam ser
acolhidos, ela polariza não só lá, mas também aqui.
E o 25 de
abril, para os portugueses e para nós, significa a defesa da democracia, a luta
contra o fascismo. Isso tem uma importância muito grande, principalmente nesse
momento que a gente vive situações estranhas para a democracia como, por
exemplo, o pedido de anistia para aqueles que atentaram contra os poderes
constituídos.
Por isso é
importante a gente poder recuperar o que foi a história em Portugal - 25 de
abril, a Revolução dos Cravos, quando o exército se contrapõe ao governo Salazar
e derruba o governo.
Ficou
reconhecido como Revolução dos Cravos, porque naquele dia, combinado com as
forças populares, eles saem para as manifestações e a população os recebem com
cravos. Cravos vermelhos. Isso virou símbolo da revolução, o que contaminou as
colônias, em especial na África, mas também trouxe novos ares para o Brasil.
A gente passava
também por um processo difícil de ditadura e o Brasil também avançava para a
redemocratização. E aqui, nesse momento histórico, a gente vive esse dilema de
reforçar as estruturas democráticas, de recusar qualquer tipo de retrocesso, em
especial na anistia daqueles que invadiram o Congresso, daqueles que
arquitetaram um plano para matar o presidente eleito, o ministro, o
vice-presidente, daqueles que zombaram dos poderes constituídos.
Nós não podemos
achar que isso é normal, que está tudo bem, vamos passar a mão, continua aí
todo mundo do jeito que está. Não, teve gente que pensou no golpe, teve gente
que deu dinheiro para o golpe, teve gente que executou parte do plano. Só não
executou todo, porque, possivelmente, a mudança de horário da reunião do
Supremo, porque a desorganização deles acabou comprometendo a não execução do
plano.
Mas havia ali
um plano claro de matar o presidente eleito, de matar o vice, de matar o
ministro ou de prender o ministro. É esse tipo de coisa que nós precisamos
aproveitar para lembrar e dizer não à ditadura, não ao fascismo, não à anistia.
É assim que a gente vai fazer com que o País possa avançar, se democratizar e
se consolidar como uma democracia.
Só para
terminar, Sr. Presidente, acho que vale a pena um registro breve. Eu falei da
polarização e a gente teve agora eleições no Canadá. O candidato da extrema
direita, apoiado pelo Trump, nas pesquisas anteriores estava muito à frente,
mas acabou perdendo.
Perdeu porque o
eleitor percebeu o risco que seria eleger um representante da extrema direita
quando o próprio Trump está defendendo anexar o Canadá para ser mais um estado
dos Estados Unidos. E o povo canadense deu a resposta.
Acho que são
esses exemplos, como a gente viu na França e como a gente viu em outros países.
Eu tenho certeza de que aqui a gente vai continuar avançando, não vamos
regredir, não vamos permitir que tenha ditadura de novo, não vamos permitir
atitudes fascistas contra pretos, contra indígenas, contra aqueles que são os
mais frágeis da nossa sociedade.
Por isso, Sr.
Presidente, faço esse relato e depois encaminho, por escrito, o relatório da
visita, da viagem, prestando contas daquilo que fui fazer em Portugal.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores, deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, deputada Ediane Maria,
deputado Paulo Fiorilo, público aqui presente, estudantes, professores,
telespectador da TV Assembleia.
Sr. Presidente, hoje o governo, através da Secretaria da
Agricultura, soltou uma nota. Aqui, nota do Estado sobre reestruturação:
“Governo do Estado de São Paulo encaminha para a Alesp projetos que modernizam
e valorizam as carreiras de pesquisadores e assistentes agropecuários”. Sr.
Presidente.
Na verdade,
essa modernização representa, na prática, a destruição dessas carreiras. É o
que diz, na verdade, a nota à imprensa da APQC, que é a Associação dos
Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo.
Soltaram também
uma nota, aqui, dizendo o seguinte, Sr. Presidente: primeiramente, que os
pesquisadores científicos do estado de São Paulo estão com os seus salários
defasados e arrochados já há mais de 13 anos e, também, a nota faz uma crítica
a essa proposta que será encaminhada à Assembleia Legislativa.
Porque até
agora não chegou nenhum projeto aqui. Nós estamos acompanhando aqui pelo
sistema e nada de projeto de reposição de perdas inflacionárias. Aliás, para
todo o funcionalismo público, até agora não houve esse projeto. Hoje já é dia
29 de abril, a data-base do funcionalismo já venceu no dia 1º de março, e até
agora o governador não apresentou nenhuma proposta.
Mas no caso
específico aqui, Sr. Presidente, o que o Governo vai fazer com os pesquisadores
científicos é o que ele está fazendo com os policiais penais, com a rede
estadual, com o Magistério estadual, que é a transformação de salários em
subsídios, em que os trabalhadores perdem.
Perdem a
evolução por tempo de serviço, perdem a sexta-parte, perdem a licença-prêmio.
Então a evolução por tempo de serviço, Sr. Presidente, praticamente desaparece,
e os servidores perdem com essa proposta.
Só quero ler,
aqui, praticamente dois trechos desse documento da APQC, que é muito
importante, porque ele denuncia esse desmonte da carreira dos pesquisadores
científicos.
Então ele diz o
seguinte: “Outro ponto preocupante é a mudança da forma de remuneração do
pesquisador, que passaria a ser por subsídio, prejudicando drasticamente quem
tem mais tempo de dedicação ao serviço público.
A alteração
extingue a possibilidade de salário-base ser somado a adicionais, como
quinquênio e sexta-parte, e por assumir responsabilidades na direção de
institutos e áreas experimentais.
A APQC também
lamenta que carreiras de apoio essenciais para a manutenção de pesquisas de
campo e laboratórios não tenham sido contempladas na proposta do reajuste
salarial, apesar de o estado de São Paulo ter comemorado recentemente o
superávit fiscal das contas públicas.
Além de
salários defasados, esses servidores enfrentam sobrecarga de trabalho provocada
pela falta de concurso público. Hoje, são cerca de oito mil cargos vagos apenas
nas carreiras de apoio”.
Ou seja, tanto
a carreira de pesquisador científico está totalmente abandonada, sem
investimento, Sr. Presidente, porque o Governo não realiza concurso público,
como também as carreiras de apoio à pesquisa no estado de São Paulo.
E nós estamos
acompanhando, inclusive saiu uma matéria hoje, na “Folha”, também repercutindo
a denúncia da APQC, da sua presidente, a pesquisadora professora Dra. Helena
Dutra, dando conta de que o Governo pretende vender áreas de pesquisa em todo o
estado de São Paulo. E através de uma ação da APQC foi suspenso... Na verdade,
foi suspensa uma audiência pública que já preparava essa venda de área de
pesquisa.
Então, Sr.
Presidente, é um ataque à pesquisa. Esse governo do Tarcísio de Freitas, que é
um governo de extrema-direita, um governo bolsonarista, que tem ódio da
pesquisa, tem ódio da ciência... Eles são terraplanistas, Sr. Presidente, eles
são contra a vacina, eles acreditam que a Terra é plana.
Esse é o
governo Tarcísio de Freitas. É um governo de “me engana, que eu gosto”. Ele
tenta vender uma imagem de que é um bolsonarismo mais ameno, mas eles atacam a
ciência, atacam a pesquisa e atacam a Cultura porque, infelizmente, faz parte
da natureza da extrema-direita “protonazifascista” atacar essas áreas, Sr.
Presidente, que contribuem para o avanço civilizatório.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputada Ediane
Maria.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, muito obrigada. Dirijo-me mais
uma vez aqui à tribuna para fazer uma fala muito importante.
No domingo,
pela primeira vez, a gente pôde comemorar, não uma comemoração de como está a
boa categoria, mas podemos, pelo menos, ocupar a Paulista, e agora, finalmente,
nós temos uma data que é nossa, que a gente pode se organizar, que é o Dia
Estadual da Trabalhadora Doméstica e de Cuidados, que por incrível que pareça,
gente, é uma data nacional.
Só que, quando
a gente fala de trabalho doméstico e cuidados no nosso País, a gente fala de um
cenário de invisibilidade, ou seja, não há um grande interesse. A gente teve um
avanço muito grande há 12 anos, que foi a sanção da PEC das Trabalhadoras
Domésticas.
Bom, com essa
sanção, a gente teve poucos avanços, mas avanços importantes, que, pelo menos
naquele momento, a sociedade olhava para as trabalhadoras domésticas e falava,
opa, é importante, eu preciso desta mulher, até porque, para eu ir trabalhar,
eu preciso de ter alguém na minha casa, ou cuidando do meu filho, ou cuidando
da minha casa, para que eu consiga, de fato, estudar, me profissionalizar, ter
um trabalho bom, e foi muito bom a gente poder fazer, proporcionar um
banquetaço.
Um banquetaço
foi uma mesa, uma mesa com mais de 40 lugares, com talheres, com flores, com
tudo que nós, trabalhadoras domésticas, temos direitos. Devido a tantos relatos
de violência, eu acho que aquele momento ali de a gente pautar, estar na Av.
Paulista, poder falar do 27 de abril, que é uma data nossa, que hoje, sim, a
gente está no calendário oficial do estado de São Paulo. E a gente pode se
organizar a partir dessa data, ouvindo a categoria, que foi o que aconteceu.
Chama muita
atenção, quero saudar todo mundo que parou, que tirou foto, que queria saber o
que estava acontecendo naquele momento, e foi um momento muito diferente,
porque as pessoas pensavam, que mesa é essa? Por que essas mulheres estão aqui
sentadas? E acharam lindo aquele movimento.
Então, foi um
dia de a gente saudar, de a gente se ouvir, de a gente ver o que a categoria
precisa. Sabemos, você que está em casa agora sabe, você conhece alguém que
está nesse exato momento trabalhando como empregada doméstica, sem ter registro
em carteira, e ganhando menos da metade do salário mínimo. Ou saindo para
limpar alguma casa somente pela comida.
Ou seja, ainda
vivemos num país que a invisibilidade persiste, e quando a gente cutuca, igual
quando houve em 2023, na prova do Enem, quando foi falado e pautado sobre como
combater a invisibilidade do trabalho de cuidados no nosso País, executado, na
sua grande maioria, por mulheres.
Aquilo lá foi
um choque, foi um boom na sociedade, porque as pessoas não sabiam que a pessoa
que para de trabalhar ou para de estudar para cuidar do filho, do marido, do
sogro, que é a realidade de várias de nós, não sabia que aquilo lá era um
trabalho, porque é tão naturalizado ficar em casa, o cuidado dos filhos, de
todo mundo, e nós vamos ficando para trás nesse processo.
Então, quero
saudar todas as trabalhadoras domésticas. Este mês está finalizando, um mês
lindo, um mês em que fizemos várias ações, tanto nas comunidades, de falar com
as lideranças, de ir em sindicatos, então foi muito grandioso para todas nós.
E também
tivemos aqui, nesta Casa, pela primeira vez, uma sessão solene homenageando as
trabalhadoras domésticas. Então foi muito bom ter uma peça teatral, que foi
apresentada pelas companheiras do MTST, pelo setor de arte e cultura, porque as
pessoas imaginam que nós só ocupamos a terra. Nós ocupamos a terra, mas também
lá nesse território fazemos cultura, formação, fazemos várias atividades e isso
foi muito lindo.
Então, ver as
mulheres aqui chorando, emocionadas, pela primeira vez foram homenageadas e
mostraram que o seu trabalho é fundamental. Até porque, gente, olhar para o
trabalho doméstico hoje, somos em torno de mais de 6 milhões de mulheres que
continuamos o trabalho doméstico nesse País.
Eu falo que é
tão invisível, deputado Reis, que até a somatória ainda é difícil, de achar
quantas são, onde elas estão, as condições que existem. E aí, quando nós vamos
dar conta, quando a sociedade dá conta, são casos como a Sônia Maria de Jesus,
que está ainda sob o poder, sob a tutela daquele homem que a mantém em trabalho
análogo à escravidão.
Então, a luta é
muito árdua. Tenho muito orgulho de chegar aqui, de poder trazer pessoas como
eu para este espaço, de poder fazer política, de poder pensar em uma data, mas,
para além disso, pensar na organização da nossa categoria, porque sabemos que
precisamos de mais espaço de fala, mais espaço de organização.
Precisamos
falar sobre nós. Isso é muito importante. Isso é muito enriquecedor. Então, foi
maravilhoso. Quero saudar a todas. Foi uma semana incrível, foi um mês
incrível, e que bom. Continuo firme, viu? Eu estou por aqui lutando por nós.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Peço a suspensão até às 16 horas e 30
minutos.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o
requerimento de Vossa Excelência. Estão suspensos os nossos trabalhos até às 16
horas e 30 minutos. Muito obrigado.
* * *
-
Suspensa às 14 horas e 55 minutos, a sessão é...
* * *
...a sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Donato.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Reaberta a sessão,
vamos à Ordem do Dia.
* * *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Há sobre a mesa
requerimento do nobre deputado Luiz Fernando, com número regimental de
assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de
uma Comissão de Representação com a finalidade de participar de reuniões com
ministros e demais membros do governo federal para tratar de investimentos para
o estado de São Paulo, nos dias 29 e 30 de abril do corrente ano, em Brasília,
a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. Os Srs. Deputados e Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento do nobre
deputado Eduardo Suplicy, com número regimental de assinaturas, nos termos do
Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de
Representação com a finalidade de participar de reuniões com ministros e demais
membros do governo federal acerca do tema da Cannabis medicinal, no dia 29 de
abril do corrente ano, em Brasília, a ser custeada via verba de gabinete
parlamentar.
Em votação. Os Srs. Deputados e Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento da nobre
deputada Ana Perugini, com número regimental de assinaturas, nos termos do Art.
35 do Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de Representação
com a finalidade de participar de reunião com ministérios do governo federal, a
realizar-se no dia 29 de abril do corrente ano, em Brasília, a ser custeada via
verba de gabinete parlamentar.
Em votação. Os Srs. Deputados e Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento do nobre
deputado Guto Zacarias, com número regimental de assinaturas, nos termos do
Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de
Representação com a finalidade de participar do Fórum Veja Brazil Insights New
York, a realizar-se entre os dias 9 e 14 de maio do corrente ano, na cidade de
Nova Iorque, Estados Unidos da América, sem ônus para este Poder.
Em votação. Os Srs. Deputados e Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento da nobre
deputada Professora Bebel, com número regimental de assinaturas, nos termos do
Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma Comissão de
Representação com a finalidade de participar de reunião com ministérios do governo
federal, a realizar-se no dia 29 de abril do corrente ano, em Brasília, sem
ônus para este Poder.
Em votação. Os Srs. Deputados e Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento de licença
da nobre deputada Marta Costa, nos termos do Art. 84, inciso I, do Regimento
Interno, para desempenhar missão cultural na cidade de Lighthouse Point, estado
da Flórida, Estados Unidos da América, no período de 13 a 28 de maio do
corrente ano.
Em votação. Os Srs. Deputados e Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma reclamação.
O
SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Pela ordem, deputado
Marcolino. Pois não, o senhor tem a
palavra.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, acabei de conversar com
algumas lideranças da região de Marsilac, zona sul de São Paulo, várias delas
me relatando que a Guarda Civil Metropolitana Ambiental está entrando na casa de
diversas famílias - que já têm lá suas casas de forma consolidada - e quebrando
qualquer material de construção que encontra pela frente: bloco, tijolo,
cimento, areia. Quebrando e espalhando pelos bairros do Marsilac, em diversas
ruas.
É um bairro consolidado.
Nós sabemos que, por ventura, se tiver que ter algum tipo de processo de
reintegração, tem que ter todo um processo, tem que ter toda uma estruturação.
Então, mesmo
quando você já tem uma área consolidada em que não há possibilidade de fazer
ampliação, o processo de acompanhamento de ampliação ou não de uma área
consolidada na cidade de São Paulo decorre de um processo legal. Isso não deve
acontecer.
Recebi a
denúncia agora, tem quinze minutos. Estamos levantando cada um dos bairros,
cada uma das regiões, o que está acontecendo. Amanhã vou fazer uma denúncia
formal em relação ao prefeito de São Paulo, em relação à Guarda Civil
Metropolitana, a parte ambiental, mas já queria deixar registrado e solicitar à
Subprefeitura de Parelheiros, que esse meu depoimento fosse encaminhado à
Subprefeitura de Parelheiros, para que tomem as providências.
Amanhã vou
trazer um relato completo de tudo o que está acontecendo para fazer essa
denúncia formal, mas queria que esse depoimento fosse já encaminhado à
Subprefeitura de Parelheiros.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - É regimental. Vamos
encaminhar o depoimento.
Com a palavra o deputado Milton Leite
Filho.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Havendo acordo
entre as lideranças, quero solicitar o levantamento da presente sessão,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Pois não, é
regimental. Como há acordo de lideranças, está levantada a presente sessão. Na
verdade, antes de levantar a sessão, está convocada a sessão ordinária de
amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 37
minutos.
*
* *