24 DE ABRIL DE 2023

25ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: REIS, MAJOR MECCA e CONTE LOPES

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - REIS

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência.

        

6 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE MAJOR MECCA

Endossa o pronunciamento da deputada Monica Seixas do Movimento Pretas acerca da segurança nas escolas e do déficit de servidores na Polícia Militar.

        

9 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - CONTE LOPES

Assume a Presidência.

        

12 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

16 - PRESIDENTE CONTE LOPES

Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 25/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Reis.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início ao Pequeno Expediente, a primeira oradora é a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.)

Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Paulo Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; eu gostaria muito hoje de registrar algo para mim de grande importância, porque o presidente da Comissão Mista do Congresso Nacional que está examinando a Medida Provisória nº 1.164, de 2 de março de 2023, que institui o programa Bolsa Família e altera a Lei 8.742, de 1993, e dispõe sobre a organização de assistência social e outros objetivos, convidou-me para estar amanhã na audiência pública que vai justamente examinar o conteúdo desta medida provisória e o número muito grande de emendas, centenas de emendas que foram apresentadas.

O deputado Dr. Eduardo é o relator desta comissão e, assim como o presidente Fabiano Comparato, ele também é do Partido dos Trabalhadores.

Pois bem, eu fui convidado para debater essa medida provisória por que razão? Por ser autor da Lei, como senador, 10.240, 10.835, de 8 de janeiro de 2004, que consegui que fosse aprovada enquanto eu era senador, justamente a instituição de uma renda básica de cidadania que um dia será universal em nosso país.

Registro a importância desse passo, porque está no Art. 1º: “Fica instituído o programa Bolsa Família no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome em substituição ao programa Auxílio Brasil, instituído pela Lei 14.284, de 29 de dezembro de 2021.

E o § 1º, do Art. 1º, diz que o programa Bolsa Família constitui a etapa do processo gradual e progressivo da implementação da universalização da renda básica de cidadania, na forma estabelecida no Parágrafo Único do Art. 6º da Constituição. E no caput do § 1º, do Art. 1º, da Lei 10.835, de 8 de janeiro de 2004, data da sua promulgação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Eu quero dizer que estou muito feliz de poder participar amanhã, a partir das 14 e 30, em Brasília, em sala que o Congresso Nacional terá definido para essa finalidade, para debater essa medida provisória e contribuir para que possamos acelerar os passos em direção à universalização da renda básica de cidadania incondicional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador é o deputado Major Mecca.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos os que acompanham o nosso trabalho aqui no plenário, policiais e quem nos acompanha pela rede social, pela TV Alesp, para toda e qualquer demanda que haja dentro do Estado, o principal protagonista para que tudo aconteça são os nossos policiais: policiais militares, policiais civis, técnico científicos, policiais penais.

Quando se fala em recuperar o centro de São Paulo, quem está presente como principal protagonista para implantar a ordem? Os nossos policiais. Quando se fala em segurança nas escolas, quem são os principais protagonistas? São os nossos policiais. Quando acontece uma tragédia como a que ocorreu em São Sebastião, quem está com o pé no barro salvando vidas? Os nossos policiais.

Então esses homens e mulheres merecem o respeito que tiveram no estado de São Paulo, principalmente no último governo, que fez inúmeras promessas, a principal delas de que esses homens e mulheres seriam a segunda polícia mais bem paga do Brasil e foram enganados, dentre inúmeras outras mentiras que os nossos policiais estão calejados de ouvir, mas eu tenho como obrigação moral, como representante desses homens e mulheres.

Hoje o secretário de Segurança Pública e o governador, quando me veem, já sabem do que eu vou falar, que é cobrar a recomposição salarial dos nossos policiais do estado de São Paulo. E o faço todos os dias.

A última conversa que tive com o governador foi na sexta-feira passada, dia 21 de abril, quando inclusive fiz um vídeo direcionado aos nossos patrulheiros, aos seus profissionais, porque o dia 21 de abril foi a Inconfidência Mineira, dia de Tiradentes, patrono das polícias no Brasil. Infelizmente, não tivemos nada a comemorar na última sexta-feira, no dia dos policiais.

E falei para o governador: governador, o faça com suas palavras, diretamente da sua boca, converse com a tropa, fale sobre o plano de reajuste, sobre datas e índices.

Esses homens e mulheres precisam ouvir diretamente do senhor e ele irá fazer. Ele irá fazer e eu acredito. Eu não posso me dar ao luxo, deputado Gil Diniz, que trabalha incansavelmente nessa pauta, ao nosso lado. Muito obrigado, deputado Gil, pelo empenho que vem dedicando aos nossos policiais. Você foi soldado temporário e honra a nossa farda, honra as nossas polícias.

Nós não podemos, nesse momento, nos dar ao luxo de subir aqui nesta tribuna e fazer oposição ao governador Tarcísio. Inclusive, precisamos tomar cuidado, porque olha o cenário nacional, olha o Brasil hoje o que atravessa. Estão de olho aqui no estado de São Paulo. Precisamos tomar cuidado.

Políticos que nunca respeitaram o povo. Políticos que não respeitam a nossa Constituição Federal, não respeitam as leis, exploram o pobre que está nas periferias, nas favelas e querem, sim, minar o trabalho do governador Tarcísio de Freitas. Querem minar o nosso trabalho - nós, conservadores de direita, que respeitamos a Deus, respeitamos a família, respeitamos a nossa polícia.

Policiais extremamente sofridos. Não é para menos, são 30 anos de descaso e abandono. Isso não se recupera em quatro meses. Apesar de eu ter falado para o governador: “Governador, quatro meses é pouco de governo, mas 30 anos de sofrimento é muito para homens e mulheres que estão perdendo a sua saúde física, a sua saúde mental na labuta de defender o povo paulista.”.

Estamos cobrando, estamos de pé e representamos esses homens e mulheres que derramam o seu sangue em solo paulista. Os senhores serão reconhecidos e valorizados. Nós estamos aqui trabalhando para isso. Que Deus abençoe a todos vocês, meus irmãos, que defendem o povo de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Mecca. Próximo orador, deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Reis, vou falar na lista suplementar. Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Gil Diniz, líder da tropa de choque do governo Tarcísio de Freitas.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Reis, pela deferência aqui, mas a nossa tropa tem líder, o deputado Jorge Wilson, e tem os vice-líderes também, o Tomé Abduch, o Guto Zacarias. Nós sempre estamos aqui no plenário para defender o que nós acreditamos, principalmente, quando nós, realmente, deputado Mecca, acreditamos e valorizamos.

Nesse caso, como V. Exa. colocou aqui, a nossa instituição, a Polícia Militar do estado de São Paulo, que está rumo aos seus 200 anos. Como V. Exa. disse, fui soldado temporário, fiquei por dois anos na instituição, e ali é uma escola de líderes. Conheço vários soldados, cabos e sargentos que até hoje mantenho contato.

Tenho essa minha admiração, deputada Monica, deputado Suplicy, que estão aqui no Pequeno Expediente, por esses homens e mulheres que doam a sua vida pelo povo de São Paulo, pelo povo paulista. Um verdadeiro sacerdócio, deputado Reis. Não só a Polícia Militar, a Polícia Civil, todos os agentes de segurança aqui em São Paulo que vivem, deputado Mecca, em condições sub-humanas, indignas, muitas vezes.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

* * *

 

Convido o povo de São Paulo aqui a visitar uma delegacia, a visitar, deputado Suplicy, um alojamento de cabos e soldados em algum batalhão, em qualquer batalhão na periferia de São Paulo.

Por isso faço coro às palavras do deputado Major Mecca. Ele, sim, representa - junto a outros aqui - o anseio dos nossos policiais militares e sempre que eu tenho alguma dúvida sobre qualquer questão de Segurança, recorro a ele.

Então eu peço aqui, desta tribuna, tribuna do povo de São Paulo, que o nosso governador olhe nos olhos da tropa e diga, Mecca, converse, coloque aqui essas questões tão sensíveis aos nossos policiais.

Nós queremos a tropa valorizada; nós queremos, sim, o reajuste salarial; nós queremos, sim, o reconhecimento desses heróis que derramam seu suor, seu sangue, suas lágrimas pelo nosso povo e é a cobrança que nós recebemos diariamente.

Eu tenho certeza que no WhatsApp, nas redes sociais dos nossos deputados, estão lá dezenas, centenas, milhares de familiares das nossas forças de Segurança questionando, perguntando, cobrando aquilo que foi prometido.

Então, subo aqui a esta tribuna não no intuito de desgastar a Secretaria de Segurança Pública, o Governo do Estado de São Paulo, mas como um soldado dessa tropa que já sentiu na pele, Mecca, o que é a mão pesada do Estado quando eu mais precisei.

Para quem não sabe, saí da Polícia Militar com sete pinos e uma platina no meu tornozelo. Carrego aqui uma cicatriz do meu trabalho na minha pele. Eu sei, policiais, o que é um palmo no mapa, o que é o seu nome estar escrito com giz ali no quadro negro, mas nós temos a responsabilidade; nós temos, Mecca, que fazer dar certo; nós temos o dever para com o nosso povo, para com a nossa tropa de fazer dar certo.

Está cheio de herói aqui querendo derrubar o governador, está cheio de político com mandato e sem mandato tentando desgastar o nosso governador mas não estão pensando na instituição, estão pensando num projeto político-partidário de poder, justamente pensando nas eleições municipais, na eleição de 26, e não pensam de maneira alguma no policial que está lá na ponta.

Então, se eu puder deixar aqui, da tribuna - não ia falar, Mecca, sobre isso nesse momento, mas seguindo aqui o exemplo de V. Exa., digo aqui ao governador Tarcísio: fale com a tropa, fale com os praças, com as praças, fale com os oficiais, diga a que veio, diga o que está acontecendo neste momento, reúna mais uma vez os parlamentares que estão preocupados com essa demanda e instrua aqui o que vai ser feito e quando vai ser feito.

No nosso caso aqui, o que nós precisamos fazer? Olhar nos olhos dos nossos policiais, desses homens e dessas mulheres que confiaram o voto em nós, deputado Reis, e obviamente trabalhar por cada um deles a minha lealdade, a minha fidelidade a esses que dão as suas vidas pelo nosso povo.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Gil Diniz. Dando sequência à lista de oradores, deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.)

Dando início à lista suplementar, deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Reis, tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o Sr. Presidente Major Mecca, cumprimentar os Srs. Deputados, Sras. Deputadas, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil, todos os funcionários desta Casa, e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pela Rede Alesp.

Sr. Presidente, eu quero reconhecer publicamente, desde quando cheguei aqui, o empenho de V. Exa. na cobrança da valorização dos policiais civis, dos policiais militares, dos policiais penais e dos policiais técnico-científicos.

Várias vezes que V. Exa. subiu a esta tribuna, foi para falar da importância dessa valorização. Eu quero dizer, para V. Exa., deputado Gil Diniz, que eu entendo que qualquer projeto que vier para esta Casa que trate desse tema, os policiais, eles têm a unanimidade desta Casa. Eu percebo isso no dia a dia, conversando com os meus colegas e as minhas colegas, deputados e deputadas. É unanime aqui o apoio às instituições policiais.

Eu quero passar um vídeo, para eu continuar a minha fala. Mas eu quero passar um vídeo. Gostaria que a assessoria técnica pudesse colocar um vídeo do nosso, “nosso” eu digo porque é do Estado, secretário de Segurança Pública, o comandante Derrite.

 

* * *

 

- É exibido vídeo.

 

* * *

 

É isso. O governo age como a “Sylvia Design”. O aumento, só para agosto. E há muito que eu venho a esta Casa e eu vejo: “Vai ter um aumento, vai mandar o projeto, vai ser na semana que vem, na semana que vem, o projeto está aí.”

E o projeto não chega. Agora o secretário falou. Falou que é em julho, a contar de 1º de julho. E ainda nós não sabemos dos índices. Qual será o índice? Tem uma especulação muito grande a respeito disso.

Eu tenho ido aos sindicatos, o Sindicato dos Investigadores de Polícia, sob o comando do nosso companheiro e do nosso colega, Rebouças. O Sindicato dos Delegados e das Delegadas de Polícia, doutora Jaqueline. O Sindicato dos Escrivães de Polícia, o João Xavier. O Jarim, do IPA.

Todos estão ansiosos por esse projeto chegar a esta Casa, para que a gente possa submeter a voto, e aprovar, e conceder essa valorização, que os nossos policiais estão esperando há muitos anos.

O João Enganador disse que nós seriamos a Polícia mais bem paga do Brasil, perdendo só para Brasília. O João Agripino Doria, que eu chamo de João Enganador. Esse aumento não chegou.

Independentemente de quem tenha ganho o governo, na campanha eleitoral foi muito dito isso. Tanto da parte, nossa, do PT, do Haddad, sobre a valorização dos policiais, como também do Sr. Tarcísio.

Corrigir as injustiças. É claro: nós não estamos dizendo que o governo atual é responsável pela defasagem no efetivo, pelos baixos salários, porque ele também chegou há alguns meses.

Nós não estamos dizendo isso. Mas ele tem a oportunidade de buscar que se faça a justiça. A justiça que nós estamos esperando, conforme disse aqui o comandante Major Mecca, há mais de 30 anos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado, deputado Reis, por fazer coro junto a todos nós policiais e falar em nome dessa categoria tão sofrida.

Dando continuidade à lista dos oradores inscritos, deputada Monica Seixas do Movimento Pretas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente; boa tarde, colegas. Primeiro, começar pelo assunto que os senhores mesmos trouxeram: não tenham dúvidas de que se chegar ou se depender da Assembleia Legislativa, terá apoio de toda a Casa a valorização de quaisquer servidores, inclusive os da Segurança Pública, que a gente sabe o quanto são desvalorizados. E, inclusive, também precisam ser contratados.

Aí eu volto aqui a fazer o coro sobre a necessidade de contratação, sobretudo, de policiais civis no estado de São Paulo. E isso precisa constar no Orçamento. A gente precisa fazer um esforço para que este ano o Orçamento não saia daqui sem reserva orçamentária para a abertura de concurso público para a Polícia Civil, senão a gente não vai ter nunca resolução de homicídio. A gente nunca vai ter resolução de quadrilhas organizadas, de crimes organizados.

Então, não espere da gente nada senão o apoio à valorização de qualquer categoria de servidores públicos, que estão abandonados no estado de São Paulo. Aí eu venho falar de outra categoria e de outro serviço.

Hoje eu quero continuar falando da Educação. Durante o final de semana, nosso mandato recebeu diversas denúncias de professores e professoras do Estado inteiro, denunciando demissões e fechamentos de sala.

Num momento em que o país, famílias, estudantes estão preocupados com a escola pública e com a segurança dos estudantes, o governo Tarcísio está fechando silenciosamente salas de aula. Ele está usando uma resolução - que, inclusive, eu acho que a gente precisaria rever - que prevê que sala de aula tem que ter 45 alunos para fechar salas de aula e superlotar outras. Salas de aula com 50, 45 alunos e um professor não garantem assistência pedagógica a ninguém.

É um absurdo o que está acontecendo no estado de São Paulo. Salas superlotadas não garantem educação de qualidade e segurança a alunos em situação de vulnerabilidade, nem para ninguém. É um absurdo que neste momento isso esteja acontecendo, de forma tão sorrateira e silenciosa.

A gente tem centenas de professores sendo demitidos nesse final de semana. Centenas de salas de aula sendo fechadas essa semana. E milhares de alunos sendo apertados para caber em salas de aula sem condições e infraestrutura.

Se a gente quer discutir uma escola pública melhor, primeiro a gente precisa discutir a condição em que esses estudantes estão apertados nas caixas que se chamam de salas de aula neste Estado.

A gente precisa discutir infraestrutura; a gente precisa discutir servidor bem remunerado e seguro para fazer o seu trabalho. A gente precisa valorizar os pobres dos professores, que, nos últimos anos, foram tão perseguidos, humilhados, maltratados, violentados pela política.

Neste momento, a gente está discutindo um monte de ações para a escola pública. Eu acho que o debate sobre a segurança nas escolas... E aí vai se formando um debate sobre polícia, polícia, polícia. Polícia essa que o Estado nem tem.

Digamos a verdade: o estado de São Paulo não tem efetivo para garantir policiamento em 5.500 unidades escolares. Mas, mesmo que fosse garantir policiamento nas 5.500 unidades escolares, seria completamente insuficiente para vencer este momento.

A gente precisa contratar professores e professoras. A gente precisa regulamentar uma sala de um tamanho que um professor consiga lidar com estudantes de 8, 9, 10 11, 12 anos. Vinte alunos por sala já são muitos para um professor acompanhar o estudante, saber se ele tem problemas psicológicos, se está em vulnerabilidade social, se pratica ou sofre bullying.

A gente precisa discutir uma escola pública que tenha, dentro do seu corpo docente, profissionais capazes de mediar conflito, e é por isso que a gente protocolou um projeto para se tornar obrigatório o mediador educacional. Essa figura do mediador educacional já existe no quadro da escola pública, mas, assim como os agentes de organização escolar, que são os profissionais que cuidam do pátio, que cuidam da porta, etc., estão faltando, porque ninguém contrata.

A realidade é que falta agentes de organização escolar e eles também foram demitidos no início do ano. A gente protocolou um projeto para prorrogar o contrato dos inspetores, dos agentes de organização escolar, e o governador Tarcísio ignorou.

O mediador educacional, embora exista no quadro da Educação, está em falta. É esse profissional que vai encaminhar conflitos ente estudante e estudante, estudante e professor, professor e comunidade, que vai dar conta de observar os estudantes para além da pedagogia.

Seria importante que fosse obrigatório, assim como seria importante que o professor tivesse que dar atenção para vinte alunos apenas, assim como seria importante que houvesse inspetor de alunos em toda portaria de escola, em todo pátio de colégio, em todo banheiro de colégio, para observar se os estudantes estão nesse espaço privado usando o banheiro e não matando aula ou praticando violências entre si.

Por isso, é um absurdo que, de forma sorrateira, a Educação esteja sendo golpeada enquanto se faz um discurso para fora que se está priorizando ter uma escola mais segura.

Eu faço um apelo aqui. Da mesma forma, Mecca, que você pode contar com a gente para a valorização da Segurança Pública e seus trabalhadores, a educação também clama por respeito e por valorização.

Acho que a base do governo deveria se reunir com o governador agora e questionar o fechamento silencioso. Nenhum de nós gostaria de ter os filhos apertados em uma caixa de sapato com outros 46 estudantes em uma escola pública precária e vulnerável.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Obrigado, deputada Monica. A senhora tem razão. A responsabilidade da qualidade da educação das nossas crianças é de todos nós, e nós temos que trabalhar em conjunto e lutar por isso.

Só reforçando o que a senhora disse sobre a questão do efetivo, o efetivo das polícias atingiu o ápice de claros. A Polícia Militar nunca esteve tão defasada nos últimos 200 anos. Não tem policial para fazer policiamento ostensivo nas 645 cidades do Estado. A Polícia Civil é a mesma coisa. Temos que trabalhar por isso.

Dando sequência à relação, deputado Conte Lopes. Tem V. Exa. cinco minutos regimentais.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estamos nesta Casa há mais de 30 anos e a conversa é sempre a mesma: falta efetivo.

Se aumenta o efetivo da Polícia Civil e da Polícia Militar, os governantes reclamam que, como existem muitos policiais militares e civis da ativa e da reserva, não se pode dar aumento, porque o efetivo é grande. Às vezes eles se esquecem de que nós estamos em São Paulo, que é a máquina locomotiva do Brasil e é um Estado rico.

É evidente que tem que contratar mais policiais civis e militares, como tem que valorizar. A gente ouve discursos na campanha e até acompanha os discursos. “Vamos tirar a câmera.” É bom colocar aqui que a gente não é contra a tecnologia.

Acontece que inventaram uma câmera, deputado Reis, que foi policial militar, foi investigador de polícia, com um único objetivo: travar o policial. Se ele vai fazer pipi, ele está sendo filmado fazendo pipi. Eu não sei nem como que as PFs vão no banheiro. Eu não sei, se desliga, se não desliga. E o tenente fica lá assistindo. “Pela câmera eu vejo tudo”. Bateu, brigou, teve um tiroteio. A câmera está lá.

Então, foi criado algo diferente do meu tempo. No meu tempo a gente confiava no policial. Tinha erro? Havia erro? É lógico que havia, e o cara era punido, era expulso, ia para a cadeia, problema dele. Só que a tecnologia atual se criou simplesmente para isso, tanto é que qualquer discurso que a gente vê de jornalistas, onde há o pessoal ligado aos Direitos Humanos, diminuiu a morte de policiais em ocorrências.

Se não tem entrevero, o policial não entra no entrevero, porque na hora que ele atira em um bandido, se pega ele atirando, mas não pega o bandido atirando... Porque tem que ser um cameraman, né?

A câmera dele tem que pegar o cara atirando também, e nem sempre você consegue, porque às vezes o cara está correndo para a esquerda, correndo para a direita, está atrás do muro, e você não consegue pegar com a câmera ele atirando em você, mas, obviamente, para o promotor e para o juiz que vai julgar, você atirando está ali, na cara dura.

E o que acontece? Às vezes, a própria Corregedoria da Polícia Militar, várias vezes, antes até, no governo anterior, apresentava para a “Globo”, e a gente assistia no “Fantástico, o Show da Vida” os tiroteios dos policiais. O policial atirando, de acordo com os próprios corregedores, tapando a câmera, para não verem ele atirar no bandido, e coisas nesse sentido, e o policial vai parar na cadeia.

Como tem no Guarujá quatro policiais presos por isso. Atacaram a casa de um amigo meu, do Fofinho - não sei o nome dele, mas é o apelido. Estava com a mulher, estava com a sogra.

Ele ficou com medo da sua esposa ser estuprada, porque foi levada para um quarto. Levaram carro, levaram dinheiro, levaram tudo - isso aí foi em Bertioga -, e os PMs do Guarujá prenderam todo mundo. Prenderam três e um morreu. Como aquele que morreu ficou em dúvida, as câmeras, os quatro policiais estão presos.

O garoto até chora quando ele me vê. “Pô, os caras salvaram a minha vida, recuperaram o meu carro, tudo que eu tinha perdido, e agora estão presos”.

Então, veja a inversão de valores. De salário também, é a mesma coisa. Começamos lá, “vai sair agora o aumento”, agora já vai juntar com os outros funcionários públicos, e, ali na divisão, é óbvio que não vai se valorizar muito a classe policial, não. E você contrata mais, aí entra no bolo.

Então, o que São Paulo precisaria ter é tolerância zero, como Nova Iorque. Dar segurança para o cidadão poder ir para o futebol. Nem futebol o cara pode assistir. Nós conseguimos montar aqui, os promotores públicos, o futebol com uma torcida só. No meu tempo você assistia, estava um palmeirense aqui, e o corintiano do lado. Cada um que se virasse, não tinha essas guerras. Hoje tem.

O cara não pode ir a um teatro, a um cinema, não pode ir ao shopping.

Então, isso aí é óbvio, diminui a arrecadação. Então, tem dificuldades para se dar aumento, e quando chegar na Polícia, pior ainda. Porque não se associam, não podem se associar, não podem reclamar como as outras classes, tanto é que já entraram. Não que não mereçam, merecem, as professoras, mas já entra tudo no mesmo bolo, e começa a atrasar.

 Estamos aqui também batalhando por isso, que se valorize, porque foi a promessa de campanha do Tarcísio de Freitas, como foi a promessa de extinguir as câmeras também.

Só para terminar, eu acho que a câmera tem tecnologia, só que ela tem que servir ao povo. Nem ao policial, nem ao bandido. Agora, qual é a diretora de escola que, filmada por uma câmera, vai entregar um traficante, um bandido, porque está filmando?

Então, é essa a coisa. Como é que vamos servir o povo? Esse é o problema da Polícia. Como vai servir o povo? Não é bom para o policial, e não é bom para a população. Se querem isso também, tudo bem. Ficar com a câmera para não fazer nada? Estão aprendendo a não fazer nada.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Obrigado, deputado Conte Lopes. Dando sequência aos oradores inscritos, deputado Guilherme Cortez. Tem V. Exa. cinco minutos.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputados e deputadas presentes, todos os trabalhadores desta Casa e o público que assiste a gente aqui das galerias ou pelas redes sociais, pela televisão, através da Rede Alesp.

Eu quero falar de alguns temas, aproveitando o tema aqui hoje. O primeiro é que hoje, mais cedo, eu estive na cidade de Guarulhos participando da mobilização dos servidores municipais da Educação.

A gente passou o último mês inteiro discutindo aqui nesta Assembleia, com muita preocupação, a situação da Educação no estado de São Paulo, sobretudo por conta dessa onda de ameaças e disseminação de ódio contra as nossas escolas.

Defender as nossas escolas também significa a gente valorizar os nossos servidores. Eu não estou entre aqueles que acham que, para a gente proteger as nossas escolas, a gente tem que transformar a escola em uma instituição de segurança máxima, em um quartel, privatizar, ou qualquer das soluções que, muitas vezes, são discutidas aqui.

Eu acho que escola segura é uma escola revitalizada, é uma escola integrada - todos os seus setores: os estudantes, servidores, pais, professores - e, acima de tudo, uma escola segura, eu acho, é uma escola onde os seus servidores são adequadamente valorizados.

Lamentavelmente, essa não é a realidade da maioria das nossas escolas, sobretudo porque a gente tem uma lei federal que diz que os estados e as prefeituras têm que pagar o piso para os professores e muitas prefeituras do estado de São Paulo não estão pagando o piso para os professores.

É o caso da prefeitura de Guarulhos, que está querendo chegar ao valor do piso através de bônus, através do abono.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.

 

* * *

 

A gente não acha que piso, que é direito da categoria, tem que ser concedido através de abono, tem que ser concedido através de bônus, mas que tem que ser cumprido o direito dos professores.

O piso é nada mais, nada menos do que o mínimo necessário e adequado para que os trabalhadores trabalhem em condições de dignidade. Por isso, deixar aqui todo o nosso apoio para os professores da rede municipal de Guarulhos nessa mobilização.

Em segundo lugar, foi noticiado pela imprensa - se não me engano, pelo portal “Metrópoles” -, nos últimos dias, que o secretário de Governo Kassab vai liberar, para os deputados da base de apoio do Governo aqui na Assembleia Legislativa, um milhão de reais, deputado Reis, em emendas extras, só para os deputados da base de apoio ao Governo.

A gente falava, durante a campanha eleitoral, que a gente não podia deixar o modelo do orçamento secreto ser reproduzido aqui na Assembleia Legislativa. Qual é o cabimento de que só os deputados que apoiem o Governo tenham privilégio, tenham benefício? Eu acho que isso é uma prática errada, isso é uma prática que apequena o governo do estado de São Paulo e apequena a Assembleia Legislativa.

É completamente absurda essa desproporção em que apenas os parlamentares desta Casa que dão apoio para o governo estadual tenham melhores condições de distribuir emendas.

Essa é uma prática completamente desproporcional, a qual nós somos contra. A gente acha que o Orçamento tem que ser descentralizado, mas isso não deve ser a base para criar mais desproporções.

Inclusive, nesta semana terminam de acontecer as eleições das comissões permanentes aqui na Assembleia. Semana passada, aconteceu a eleição da maioria das comissões e o que aconteceu nesta Casa, na minha opinião, foi muito grave, porque nós, da Federação PSOL Rede, que somos a sexta maior bancada em número de deputados aqui na Assembleia, fomos deixados completamente de fora de um acordo antidemocrático feito para garantir as eleições para a presidência e vice-presidência das comissões.

Muitos falam aqui “princípio da proporcionalidade” para lá, “princípio da proporcionalidade” para cá, mas esse princípio só está sendo observado para aqueles que votaram no mesmo candidato a presidente da Assembleia.

O presidente André do Prado é presidente dos 94 deputados desta Assembleia, da maior Assembleia Legislativa do País. Eu acho que essa é uma postura, também, extremamente antidemocrática, tentando excluir uma bancada importante.

Por último lugar, o tema mais importante, que tem sido discutido no País ao longo das últimas semanas, é o da CPMI, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que vai ser instalada no Congresso Nacional para investigar os atos golpistas e antidemocráticos que aconteceram em Brasília no dia 08 de janeiro.

Tem coisas que chegariam até a parecer engraçadas se elas não fossem trágicas, deputado Reis: que os parlamentares que apoiaram esse tipo de ato, que incentivaram ameaças contra a democracia durante tantos anos agora querem se valer e tentar tomar o governo federal, que foi vítima de uma tentativa de golpe, como se fosse um suposto coautor. Isso é completamente inexplicável, isso é completamente risível.

A CPMI vai ser instalada. Que essa CPMI sirva para investigar não só aqueles que praticaram atrocidades contra o patrimônio público e estão sendo investigados pela Justiça - investigações que têm que ir até o final e têm que responsabilizar e punir essas pessoas -, mas tem que servir para investigar também os mentores intelectuais disso, os financiadores dessa tentativa de ameaça contra nossa democracia, inclusive figuras políticas, parlamentares desta Assembleia, do Congresso Nacional, de qualquer estado deste país, que incentivaram ameaças contra a democracia.

Então, acho que é mais do que importante que essa CPMI aconteça, mas que ela seja feita a sério, que seja uma CPMI que possa investigar a fundo a mais grave ameaça contra a democracia desde a redemocratização do nosso país, que foi a tentativa de golpe de estado protagonizada pela extrema-direita e pelos bolsonaristas no dia 8 de janeiro.

Então, que a CPMI aconteça, vá até o final, investigue e puna os responsáveis, porque não vamos permitir que qualquer pessoa que atentou contra o nosso bem mais importante, que é a democracia deste país, saia impune.

Anistia nunca mais.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos o deputado Guilherme Cortez e chamamos o nobre deputado Eduardo Suplicy. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos, Sr. Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Conte Lopes, prezados deputados, deputado Paulo Reis, companheiros e companheiras neste plenário, eu gostaria de aprofundar a reflexão sobre a reunião para a qual fui convidado, para amanhã estar em Brasília.

Portanto, amanhã, aqui justifico a minha ausência neste plenário, porque estarei convidado pelo presidente da comissão que examina a Medida Provisória nº 1.164, de 2 de março de 2023, que institui o programa “Bolsa Família”, mas que coloca que o programa “Bolsa Família” constitui uma etapa do processo gradual e progressivo de implementação da universalização da renda básica de cidadania, na forma estabelecida inclusive na Lei nº 10.835, de 2004, que é a lei que institui o programa “Bolsa Família”, ainda que por etapas, a começar pelos mais necessitados, como o faz portanto o programa “Bolsa Família”, até que um dia venhamos a ter... E espero que o quanto antes.

É por isso que insisto em falar dessa proposição, para que seja instituída o quanto antes, se possível neste mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que expressou diversas vezes a sua compreensão de como será tão positivo para toda a população brasileira que tenhamos a renda básica universal, incondicional, para toda e qualquer pessoa, não importando sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou socioeconômica, de participarmos da riqueza comum de nossa nação.

A ninguém será negado. Até para os mais bem-sucedidos, para os empresários mais bem-sucedidos? Sim, mas, obviamente, os que temos mais, e vamos colaborar para que nós mesmos e todos os demais venham a receber.

Assim, eliminamos totalmente qualquer burocracia envolvida em ter que saber quanto cada um ganha no mercado formal ou informal; eliminamos qualquer estigma ou sentimento de vergonha de a pessoa precisar dizer: “Olha, eu só recebo até tanto e, por isso, preciso de um complemento”.

Mas é do ponto de vista da dignidade, da liberdade do ser humano, que teremos a maior vantagem, as maiores vantagens da renda básica.

Felizmente, pessoas como Barack Obama, Martin Luther King Jr., papa Francisco e tantos laureados com o Prêmio Nobel de Economia estão completamente a favor. E desde filósofos como Bertrand Russel, que depois de examinar, em 1918, em “Os Caminhos para a Liberdade” as características do fascismo, do comunismo, do socialismo, do nazismo, ele disse: “O meu plano é exatamente esse, que cada pessoa tenha o necessário para a sua sobrevivência e daí para frente cada um vai ter aquilo que obtiver por seu talento, esforço, criatividade, capacidade e assim por diante”.

Então reitero a minha convicção e a minha energia e batalha para que ainda durante a minha vida, caro deputado Reis, eu possa ver instalado no Brasil o direito universal à renda básica.

Também muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradeço ao nobre deputado Eduardo Suplicy, o senador, e passamos ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Oradores inscritos: nobre deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Nobre deputado Reis, em permuta com o nobre deputado Paulo Fiorilo. Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Conte Lopes, que conduz os trabalhos agora no Grande Expediente, eu quero falar aqui que eu me lembro de um candidato a deputado federal e ele na campanha dele falava assim: “Você sabe o que faz o deputado?”.

E ele respondia, ele falava com ele mesmo. Ele falava: “Você sabe o que faz o deputado? Eu também não sei. Quando chegar lá eu te conto”. E eu já tenho coisas para contar, Sr. Presidente. Primeiro, que eu ainda estou esperançoso de ver esta Casa funcionando de fato.

Ainda nós estamos analisando, porque faz parte da posse, 15 de março, praticamente pouquinho mais de 30 dias, mas eu acho pela experiência que eu tenho lá de Câmara Municipal, de comissões, de audiências, eu vejo este negócio aqui meio parado, Sr. Presidente.

Aqui só quem agita pelo PL é o deputado Gil Diniz, que eu vejo todo dia aqui. Raramente eu vejo um outro deputado falando pelo governo que não seja o deputado Gil Diniz, por isso que eu dei o título a V. Exa. de chefe da tropa de choque. Não é chefe do seu partido, não é o líder do seu partido, mas é a tropa de choque.

É aquela tropa que V. Exa. falou da sua experiência na polícia. É aquela tropa de choque que vai para cima do povo, que vai para cima da turba, que vai em cunha, que vai em linha na formação do pelotão, que V. Exa. deve conhecer. Então hoje o Sr. Governador Tarcísio, o privatizador, só tem V. Exa. aqui.

Eu não estou vendo os demais. Eu não vejo os demais aqui fazerem a defesa. O Conte Lopes de vez em quando, mas o Conte Lopes defende muito a polícia, mas também defende o governo. Mas mesmo o chefe da tropa de choque tem sido Vossa Excelência. Não sei se V. Exa. se reconhece como realmente o fiel escudeiro do governador Tarcísio.

Mas eu entendo, deputado Gil Diniz, deputado Conte Lopes, que nós precisamos mostrar serviço para o povo. Nós fomos eleitos, o povo foi à urna, escolheu a gente. Olhe que é muito difícil se eleger. Mais de 2.000 candidatos; somente 94 é que são escolhidos.

Não sei se V. Exa. conhece esse texto bíblico que diz: “Muitos serão chamados, poucos os escolhidos”. Então se chamou muito, mas somente 94 foram escolhidos. Então, é importante que esses 94 realmente digam a que vieram, que esta Casa realmente produza resultados.

E uma outra coisa que eu tenho analisado é que tem projetos, todo dia eu vejo publicado lá no “Diário Oficial” os projetos dos deputados e das deputadas. Então, ali nos seus gabinetes os deputados estão trabalhando, estão produzindo.

Agora, falta a gerência da Casa dar rumo para isso, fazer com que esses projetos sejam analisados, que eles passem pela comissão, que eles sejam votados e aprovados, independente do que pensa o Governo, porque não dá para ficar dificultando projetos de parlamentares porque o governo não concorda.

O Governo tem a caneta que pode sancionar ou que pode vetar e a última palavra é a do Parlamento. Você sabe por que a última palavra é do Parlamento, deputado Conte Lopes? Sabe por que, deputado Gil Diniz, a última palavra é do Parlamento, e não do Governo? Porque o Parlamento é o povo. É como se o povo estivesse aqui.

O Governo, tudo que ele tem que fazer, ele tem que consultar o povo. “Eu quero privatizar a Sabesp”, ele vai ter que vir aqui e falar: “Povo, eu posso privatizar a Sabesp?” Os representantes do povo... Se o povo, talvez, na hora de votar escolheu representantes que não estão muito na linha dele, mas é o que está aqui, é o representante do povo.

Então, esses representantes do povo é que vão decidir se a Sabesp vai ser privatizada ou não. Por isso que a última palavra é do Parlamento. “O governador vetou o projeto”, mas o Parlamento pode derrubar o veto, porque a última palavra é do povo. Tudo aquilo que o Governo vai fazer, ele tem que consultar o povo.

“O povo está de acordo”, então vou fazer. “O povo não está de acordo”, então não vou fazer. Então, é muito importante que os representantes do povo assumam essa responsabilidade de realmente se colocar nesse polo de representatividade, de representação.

Por isso que eu ainda espero ver aqui nesta Casa, presidente Conte Lopes, pelo menos um dia por semana que a gente pare aqui para votar os projetos. “Mas não dá para votar todos os dias”, mas pelo menos um dia por semana. “Mas o Governo não concorda”, não importa. O povo está dizendo para o Governo o que tem que ser feito.

Quando o povo vem aqui e vota o projeto ele está dizendo: “Governo, este projeto para garantir seguranças nas escolas, para melhorar a Educação é a vontade do povo, é a vontade popular”. E o Governo fala: “Eu não concordo, vou vetar”.

Ok, mas o povo ainda pode, mesmo assim, ainda pode dizer para o Governo: “Olha, Governo, em que pese que você vetou, mas o povo vai derrubar o seu veto. O povo não concorda com o seu veto.”

Então, é muito importante que os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas possam assumir realmente esse papel de representação e de que esta Casa possa funcionar de fato porque o povo está nos assistindo.

Eu observei, deputado Conte Lopes, na formação das comissões, que a comissão que mais teve visualização pela rede social foi a Comissão de Segurança Pública. Mais de 600 “views”. Por que isso? Porque a população está muito preocupada e incomodada com a falta de Segurança Pública. Eu observei lá e vocês podem entrar lá no Youtube e observar quais as comissões que mais receberam visualização.

E a Comissão de Segurança, ela é recorde. E até observando os discursos de V. Exas., deputado Gil Diniz, o dia que se fala em Segurança Pública aqui é o dia que mais tem visualização. Porque as pessoas as vezes vêm aqui e começam a falar coisas mas o povo está muito preocupado com essa questão da Segurança Pública.

Então, é um tema muito sensível à nossa população porque a população sofre quando põe o pé na rua; quando põe o pé na rua e passa lá uma moto com duas pessoas e tomam o celular dela; aquela senhora que está lá no ponto de ônibus, esperando o ônibus e passa lá de madrugada, o motoqueiro toma a bolsa dela.

O povo está muito sensível a essa questão da Segurança Pública.  E por isso que na hora em que eu comecei a observar lá no Youtube as comissões, quando elas foram instaladas, a comissão que mais recebeu visualização, que mais está sendo vista pela população aí fora é a Comissão de Segurança Pública.

Então, é muito importante que a gente entenda isso. É muito importante que os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas possam traduzir o que a população do lado de fora está enxergando nessa Casa, o que ela está vendo, o que ela está acompanhando aqui nessa Casa, e que essa questão de segurança nas escolas, de segurança nos bairros, é uma questão determinante e que nós temos um papel fundamental de mostrar para o governo o caminho que ele tem que seguir.

Então, é importante que os deputados se façam presentes, é importante que os deputados produzam seus projetos, mas é importante que essa Casa possa submeter esses projetos a voto. Eu fiquei analisando aí a quantidade de projetos que foram aprovados por deputados nas legislaturas passadas, e é muito baixo, a produção é baixa e o povo não quer produção baixa. O povo quer resultados.

Então, nós queremos uma Assembleia Legislativa que funcione e que dê resultados. E o governo está passivo. Desculpem-me os governistas, mas o governo está lento, o governo, até agora, não mandou nenhum projeto para essa Casa. O governo já tinha que ter lá uma produção de projetos de modificações, de alterações.

Ele acabou de assumir o governo, ele tinha que fazer essa Casa funcionar a 100 por hora. Está muito gelado isso aqui, está muito frio isso aqui. É muito importante que aqueles que receberam voto do povo, o voto popular, honrem esse voto, mostrem para o povo a que vieram.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos ao nobre deputado Reis.

Chamamos a nobre deputada Ana Perugini. (Pausa.) Nobre deputado Gil Diniz, com permuta com o deputado Rodrigo Moraes.

Vossa Excelência tem o prazo regimental de 10 minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, deputado Conte Lopes.

Retorno aqui a essa tribuna, e comentava com o deputado Reis aqui a organização que o Partido dos Trabalhadores tem. Ele nem ia usar a tribuna, presidente, mas como ele sabia que eu estava inscrito para falar sobre alguns temas aqui já subiu à tribuna e da cartola aí tirou dez minutos e deu aqui a sua aula, como sempre.

Parabéns ao deputado Reis.

Eu sempre digo a nossa bancada: inscrevam-se no Grande Expediente, ocupem a tribuna, senão é isso, o desgaste sutil do nosso governo. Não sou líder, deputado Reis, não sou comandante da Tropa de Choque, mas sempre venho aqui à tribuna para defender realmente aquilo que eu acredito.

E obviamente sem o compromisso com o erro. Se em algum momento acreditar que estou defendendo alguma ideia que não faz sentido ou que me convenceram que o contrário estava com a razão, subo aqui humildemente para reconhecer essa posição. Mas lhe dou aqui parabéns mais uma vez pela aula de Parlamento, aula de plenário que V. Exa. nos dá nesse momento.

Mas, presidente, subo aqui a essa tribuna, era o primeiro tema que eu iria tratar, um tema urgente, um tema que já abordei na semana passada sobre, deputado Reis, o genocídio do povo armênio, o primeiro genocídio do século XX.

Esse final de semana, na Catedral Armênia, ali no Bom Retiro, nós celebramos, deputado Conte Lopes, a memória dos mártires armênios, um verdadeiro genocídio provocado pelo governo otomano em 1915.

Aqui está a advogada Nathália Hovsepian, que muito nos honra com a sua presença, é descendente do povo armênio, é uma pessoa que milita pelos direitos humanos nessa área. Estava comigo ontem na divina liturgia, na missa da Catedral Armênia, e aqui eu agradeço a Vartine Kalaydjian, ao bispo Nareg Berberian, ao embaixador Armen Yeganian, que estavam presentes também e muito me honraram com o convite.

Deputado Conte Lopes, nós não podemos esquecer as atrocidades que foram cometidas pelo governo turco-otomano no início do século XX.

Eu, que estou hoje na Comissão de Direitos Humanos mais uma vez, hoje presidida pelo deputado Eduardo Suplicy, do Partido dos Trabalhadores - PT e PL à frente dessa comissão -, faço questão de subir à tribuna e render as homenagens ao povo armênio, não esquecendo justamente essa tragédia, esse massacre, esse genocídio no início do século XX, mas também as questões atuais da Armênia, do Artsakh, com o Azerbaijão, que são tão urgentes quanto.

Hoje há uma única estrada que liga Armênia à República de Artsakh, que está sendo bloqueada pelo Azerbaijão. Eu não duvido, e pelo o que eu conheço, pelo o que eu converso, pelo o que eu estudo, com quem vive lá, quem conhece a região, é um pré-anúncio do que pode vir a acontecer, uma outra tragédia, e é o que nós não queremos.

Então respeitando aqui, obviamente, os direitos humanos, nós sempre estamos aqui alertando o parlamento paulista, o povo de São Paulo, o povo brasileiro do que acontece hoje e rememorando a atrocidade cometida ali contra esse valoroso povo no início do século XX.

O Conselho Nacional Armênio do Brasil fez uma moção, que distribuiu a vários parlamentos, redigida aqui pela nossa advogada Nathália Hovsepian, que eu tomo a ousadia de ler aos pares desta tribuna.

“Apresenta-se à Mesa, observadas as formalidades regimentais, moção e memória das vítimas do genocídio armênio, em respeito ao compromisso internacional firmado pela Convenção e Prevenção ao Crime de Genocídio de 1946, ratificado pelo Brasil.

No dia 24 de abril o mundo rememora as atrocidades do genocídio armênio. A data é celebrada com eventos de conscientização sobre as causas e os efeitos do primeiro genocídio moderno, missas e atividades para educação em direitos humanos, negacionismo e o apagamento histórico do crime.

Nos Estados Unidos, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, aproveitou a data para, em 2021, reconhecer oficialmente o genocídio armênio. No Brasil, dezenas de municípios e os estados de São Paulo, Paraná e Ceará também incluíram formalmente aos seus calendários o dia de reconhecimento e homenagem às vítimas do genocídio armênio.

A cidade de São Paulo é atualmente o município brasileiro com a maior comunidade armênia, estimada em mais de 100 mil pessoas. O estado de São Paulo acolheu ao longo das décadas dezenas de famílias de armênios que se estabeleceram na Capital e no Interior, espalhados pelas mais diversas cidades do estado.

Comprometido com a memória e com a prevenção de novos genocídios, o estado de São Paulo aprovou em 23 de abril de 2015, a Lei 15.813, que instituiu ‘o Dia do Reconhecimento e Lembrança às Vítimas do Genocídio do Povo Armênio’. Pelo acolhimento e pelo reconhecimento, a comunidade armênia do Brasil será sempre grata.

Rememorar o genocídio armênio, apesar de doloroso, tem duas principais funções, honrar as vítimas e prevenir novas práticas genocidas através da história e da educação em direitos humanos.

Sabemos, infelizmente, que a história se repete e que o caso dos armênios não foi suficiente para impedir o Holocausto e os genocídios da Bósnia, Timor Leste, Ruanda e tantos outros. Para melhorar, nova legislação, conscientização social e técnicas de prevenção a novos crimes. Conhecer para não repetir é essencial.

Para aqueles que não são familiarizados com o tema, nunca é demais repetir que há 108 anos, em 24 de abril de 1915, no dia conhecido como Domingo Sangrento, o então ministro do Interior Turco Otomano Talat Paxá determinou a prisão e execução em Constantinopla, atual Istambul, de mais de 200 intelectuais armênios.

Sem as lideranças intelectuais, os armênios ficaram vulneráveis aos ataques que se sucederam em duas etapas, o assassinato em massa dos homens em idade de alistamento e, em seguida, a deportação forçada de mulheres, idosos e crianças nas chamadas ‘caravanas da morte’.

As testemunhas e os sobreviventes relataram o cometimento das mais atrozes barbaridades.

Desde pilhagens, assassinatos em massa, tráfico de pessoas, conversão forçada ao islamismo, até o aprisionamento em campos de extermínio. O genocídio resultou na morte de 1 milhão e meio de armênios e no deslocamento forçado de mais de meio milhão. Toda a etnia armênia foi retirada de seu território ancestral, ocupado há mais de 2 mil e 500 anos, em uma bem-sucedida limpeza étnica.

Os poucos sobreviventes foram desapossados de seus bens, suas casas, suas terras e suas famílias. Reconstruíram suas vidas com praticamente nenhum recurso e com a bagagem psicológica de quem viveu o inferno na terra. O crime, amplamente noticiado na época, merecendo 150 publicações no New York Times, foi acompanhado pelo mundo, que se manteve inerte, sob o manto da soberania dos estados.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, e com a vitória das Forças Aliadas, buscou-se responsabilizar o governo turco-otomano, denominado de jovens turcos, pelas mortes armênias, através do Tratado de Sèvres que, no entanto, nunca foi ratificado.

No âmbito internacional, houve a tentativa de instituir um tribunal de exceção para o julgamento do crime. Mas o momento político desfavorável frustrou a pretensão e anistiou os turco-otomanos, através do Tratado de Versalhes, resultando em impunidade.

Juridicamente, o caso armênio revolucionou o Direito Internacional. Os trabalhos e estudos em torno do tema culminaram na criação do termo “genocídio”, pelo advogado polonês Rafael Lemkin, na criação da classe de crimes contra a humanidade, ao crime de genocídio e à convenção do sistema ONU.

Apesar dos avanços, em termos de arcabouço normativo, a impunidade decorrente do genocídio dos armênios influenciou e estimulou outros genocídios. Especialmente o Holocausto. Hitler, em seu discurso, antes de invadir a Polônia, ao apresentar o seu plano de extermínio dos judeus, declarou: ‘Afinal, quem se lembra do extermínio dos armênios?’

Além da declaração formal de Hitler, a utilização de técnicas de deportação e a instituição de campos de extermínio comprovam a sua inspiração no genocídio armênio.

O que nos leva a afirmar que, se não houvesse a conivência da comunidade internacional com a impunidade no caso dos armênios, talvez o Holocausto não teria ocorrido. Ou não, ao menos, nas mesmas proporções.

Rememorar o genocídio dos armênios, todos os anos, é uma oportunidade para relembrar à sociedade de que a barbárie está sempre à espreita. E que é preciso reconhecer e se posicionar para efetivar a promessa firmada pelo Brasil, pela ratificação à Convenção de Prevenção ao Crime de Genocídio, de 1946.

Neste ano, o compromisso de prevenir e reprimir novos genocídios vem com um manto de urgência. A República de Artsakh, de população armênia, está, desde o dia 15 de dezembro, sofrendo uma tentativa de genocídio e limpeza étnica pelo povo do Azerbaijão, que bloqueou ilegalmente a única estrada que liga o país à Armênia, interrompendo o transporte de alimentos, remédios e mercadorias, em pleno inverno.

O bloqueio realizado, ao corredor de Lachin, tem como objetivo forçar a saída dos habitantes de Artsakh de seu próprio território ao tornar as condições de vida insuportáveis na República, através da fome, frio e colapso econômico. A Corte Internacional de Justiça determinou o desbloqueio da estrada em fevereiro deste ano. Mas a medida, até o presente momento, não foi cumprida.

Com o objetivo de impedir o agravamento da crise humanitária no território de Artsakh, a comunidade internacional, incluindo o Parlamento Europeu, e o secretário de estado americano, Antony Blinken, pressionam o Azerbaijão pelo desbloqueio ao corredor de Lachin. Neste ano, além de contar mortes e relembrar datas, relembrar o genocídio dos armênios requer reconhecer a independência de Artsakh e juntar vozes pelo fim do bloqueio ao corredor de Lachin.”

Muito obrigado, Sr. Presidente, pelo tempo dado aqui na tribuna. Eu peço que as palavras deste discurso sejam encaminhadas ao novo embaixador armênio aqui no Brasil.

Viva ao povo da Armênia! Não ao genocídio. Nós precisamos, sempre, rememorar essa tragédia que foi esse massacre, esse extermínio, essa limpeza étnica do povo armênio em 1915, presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Se houver acordo entre os líderes, levantar a presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental a solicitação de V. Exa. e será levada à Presidência para que seja providenciada.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia os seguintes Projetos de lei vetados: 645 e 870, de 2021; 600, de 2022; 31 e 43, de 2023.

Convoca, ainda, V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de quarta-feira, com os aditamentos ora anunciados.

Está levantada a presente sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 15 horas e 25 minutos.

 

* * *