22 DE OUTUBRO DE 2025

149ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e EDUARDO SUPLICY

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h01min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

        

4 - EDSON GIRIBONI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Cumprimenta os alunos do Sesi de Jundiaí, presentes nas galerias.

        

7 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - LETÍCIA AGUIAR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência. Cumprimenta os vereadores de São José dos Campos, Roberto do Eleven e Senna, presentes no plenário.

        

11 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Endossa o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi.

        

15 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

16 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

17 - EDUARDO SUPLICY

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

18 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 23/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h26min.

        

* * *

 

ÍNTEGRA

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis. Deputado Reis, que fará o uso regimental da tribuna.

Bom, com a palavra o deputado Reis.

Como eu disse, fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - Cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi, cumprimentar o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e, também, cumprimentar todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pelas redes sociais, através da Rede Alesp.

Presidente, ontem teve a reunião da Comissão de Educação e acabou acontecendo um debate. Porque... O que acontece? Os deputados da extrema direita querem usar as comissões desta Casa para impor a sua pauta ideológica e nós temos que discutir a Educação.

E não sei se V. Exa. já percebeu, eles têm dificuldade de... Quando vai se debater os projetos, o regimento estabelece dez minutos para cada deputado que pertence àquela comissão para debater o projeto, para falar sobre o projeto, fazer uma análise e, obviamente, os deputados que não são da comissão têm cinco minutos. Isso é regimental.

E ontem eu fui lá, a primeira vez que teve reunião, para discutir os projetos, deputado Carlos Giannazi. Inclusive, pedi vista em vários requerimentos de V. Exa., porque senão eles iriam derrubar todos, porque tudo que é da esquerda eles querem derrubar.

E aí gerou todo... Dentro do processo de debate, gerou as polêmicas, e eu gostaria, inclusive, de passar um vídeo aí, porque o deputado Tomé Abduch, inclusive, colocou o acontecido na sua rede, no seu Instagram, nas suas redes sociais, o deputado Tenente Coimbra. E eu acho muito bom, porque eu estou furando uma bolha.

Lá ninguém me conhece e agora passaram a conhecer o deputado Reis. Então, pode me colocar em todas as suas redes. Pode usar bem as minhas falas, os meus discursos, os requerimentos que faço aqui nas suas redes. Machado?

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Olha aí quem está destruindo a Educação: “Governo Tarcísio pune professores por falta, mesmo justificada com atestado.” “Governo de São Paulo planeja fechar quase 150 turmas do ensino noturno e EJA em 2025.” “Desempenho da Educação piorou no primeiro ano de Tarcísio, segundo dados do Saresp.”

Então o deputado Tomé Abduch foi lá e falou que, por conta de que eu estava discutindo os projetos, eu estava atrapalhando a comissão, porque eles não querem que a gente discuta os projetos, porque mostra que a extrema-direita não tem conteúdo, não produz nada que realmente possa dar respostas para a Educação. E aí ele foi com esse discurso.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

Bom, uma fala fora de contexto. A afirmação dele é de que “apenas 7,7% dos alunos do terceiro ano do ensino médio no Brasil têm aprendizagem adequada em língua portuguesa e matemática”.

Por exemplo, no Rio Grande do Sul, são 9,7. Esses dados estão no Anuário Brasileiro da Educação. Mas o que o governo dele faz? O que o governo Tarcísio, o que o governo da extrema-direita faz? O que o governo que o deputado Tomé Abduch apoia, que o deputado Coimbra apoia faz?

Aí estão as matérias. “Defensoria critica PEC de Tarcísio que pode retirar quase 10 bi da Educação.” “Verdadeiro retrocesso”. Quem está falando isso é a Defensoria Pública. “Nota em Educação deixa Tarcísio de fora de evento com Caiado, Ratinho Jr., Leite e Raquel Lyra em São Paulo.” “Governo Tarcísio pune professores por falta, mesmo justificada com atestado.” “Governo de São Paulo planeja fechar quase 150 turmas do ensino noturno e EJA em 2025. Medida é criticada por especialistas.” “Professores de São Paulo rejeitam reajuste abaixo da inflação proposto por Tarcísio e marcam nova greve.” “Tarcísio: ‘Professor em São Paulo não tem o melhor salário e a melhor estrutura, mas tem muito amor.’” “Governador Tarcísio, do Republicanos, reconheceu nesta terça-feira que os professores da rede estadual de ensino não têm as melhores condições de trabalho.”

Então quem está destruindo a Educação, deputado Luiz Claudio Marcolino, é a extrema-direita. É a extrema-direita. E agora eu levantei aqui nesta Casa os projetos da Educação...

Só alguns minutos, uns segundos, um minuto a mais para eu finalizar a minha fala. Dos 264 projetos que foram aprovados aqui nesta Casa, 47 deles têm relação com a Educação e foram vetados pelo governador de São Paulo. Foram vetados.

Eu fui falar que o governador executava um “projeticídio”, porque ele veta todos os projetos dos Srs. Deputados e das Sras. Deputadas, e ainda os deputados da extrema-direita pediram para tirar das notas taquigráficas que ele está assassinando os projetos lá na sua cozinha. Mas são 47 projetos que têm relação com a Educação, para melhorar a Educação, projetos de autoria de vários deputados, inclusive da direita, que foram vetados.

Então eu quero dizer para o deputado Tomé Abduch que é direito meu debater os projetos na Comissão de Educação. Se os deputados não querem debater, o problema é deles. É direito meu.

E aí a gente vai levantando qual é a produção da extrema-direita. Por que eles não querem o debate? Porque tem matérias aqui que não contribuem muito para a Educação, não é? Não contribuem muito para a Educação. Então deveriam ter uma produção melhor para a Educação, mas, obviamente, quando se produz, o governador vai lá e veta.

E aí a grande polêmica surgiu porque comecei a debater um projeto que é de autoria de uma deputada da extrema-direita, que ela colocou lá instituindo o “Dia com Deus”. Aí eu fui e aleguei que todos os dias são dias com Deus. Não é só um dia no ano. Por isso gerou todo esse debate, gerou todo esse falatório, inclusive me colocando nas suas redes.

Então dizer para eles que, na próxima reunião da Comissão de Educação, eu espero que o deputado Giannazi esteja lá também para fazer debate dos projetos e nós vamos debater todos os projetos, porque, quando é projeto deles, eles aprovam.

Quando é projeto... Está lá o projeto da deputada Leci Brandão que eu precisei pedir vista, porque senão eles iriam reprovar, iriam passar o trator. Porque eles são maioria lá.

Eu ainda falei para a deputada Professora Bebel: “Professora Bebel, não tem nexo a gente estar aqui dando quórum para eles refugarem os nossos projetos, refugarem os projetos dos deputados do PT, do PCdoB, do PSOL. Não tem nexo, o governo tem que dar o quórum sempre, não a oposição”.

Mas a deputada Leci Brandão propôs aqui um projeto que declara como patrimônio cultural do estado o grupo Ilú Obá de Min. Bom, é a base dela. Ela tem o direito de apresentar esses projetos. E, obviamente, quando vier para cá, para o plenário, aí vota, porque aqueles que não concordam votam contra. Mas deve tramitar, não dá para ficar matando na origem os projetos dos deputados.

Eu sou contra isso. Eu sempre fui contra, inclusive os projetos deles eu sou contra. E, se assim continuar, em todas as reuniões da Comissão de Educação eu vou me inscrever em todos os projetos. Doa a quem doer, goste ou não goste, eu vou me inscrever em todos os projetos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Já dando sequência aos oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o nobre deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane... Desculpe.

Então com a palavra o deputado Edson Giriboni.

Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDSON GIRIBONI - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Marcolino, deputados, deputadas, todos que acompanham aqui a TV Assembleia, os funcionários desta Casa, enfim, todos que estão presentes aqui nesta sessão fisicamente ou virtualmente.

Mas eu estive esses dias no lançamento do livro “Por que os jovens não PODs?”, do professor Alvaro Marques de Moura, levantando uma questão que passa muito desapercebida pelas pessoas, principalmente na saúde pública, que é a questão dos cigarros eletrônicos. Porque se tem uma imagem de que o cigarro eletrônico é uma substituição saudável dos cigarros tradicionais, mas, pelo contrário, apresenta muito mais nicotina na sua composição - até seis vezes mais -, induz os jovens a se acostumarem com o cigarro.

O comércio ilegal, tendo em vista que é proibida a comercialização, distribuição desses cigarros eletrônicos aqui no Brasil, aqui no estado de São Paulo, há uma perda fiscal significativa de bilhões de dólares pelo comércio ilegal desses cigarros eletrônicos.

Então fica aqui registrado o nosso apelo para que os órgãos de fiscalização atuem fortemente contra esse mal que se perpetua principalmente nos nossos jovens, com uma falsa impressão de que o cigarro eletrônico está sendo saudável ao substituir os cigarros tradicionais. Pelo contrário, induz. Todos os estudos realizados mostram que é a porta de entrada para o vício de um mal tão grande, que é o consumo de cigarro.

Eu queria também aqui fazer, primeiro, um agradecimento, mas também um apelo ao governador Tarcísio, que autorizou a duplicação da SP-258 entre Capão Bonito e Itararé, na divisa com o estado do Paraná, uma reivindicação antiga desta Casa, de vários deputados.

Trabalhamos, lançamos no mandato passado uma frente parlamentar para agilizar, para sensibilizar o governo do estado da importância dessa duplicação que vai ligar o centro do Brasil ao sul do Brasil, totalmente duplicado, sem passar aqui pela região metropolitana de São Paulo.

Tivemos, nos últimos dias 14, 15, 16 da semana passada, audiências públicas em Capão Bonito, Itapeva, Itararé, convocadas pelo Consema, para dar andamento no processo de licenciamento ambiental, apresentação do cronograma dessa duplicação.

Mas, para a nossa surpresa, um cronograma muito longo, muito espaçoso, uma previsão de quatro anos para a execução das obras após o seu início, o que eu tenho certeza não condiz com a velocidade e com o ritmo que o governador Tarcísio tem implementado aqui no estado de São Paulo.

Nós temos algumas ações que já podem ter início o mais rápido possível, como, por exemplo, o Trevo de Buri, que já tem projeto pronto. Basta um aditivo contratual e início o mais rápido possível desta obra, em um ponto negro da SP-258, local de muitos acidentes, já várias mortes ocorrendo, em uma estrada concessionada já há muitos anos.

Então eu acredito que o governo Tarcísio, através da Artesp, possa determinar mais rapidez na execução dos projetos executivos necessários e mais rapidez em um tempo menor. Inconcebível você imaginar uma obra de 100 quilômetros, quatro a seis anos de execução, hoje com toda a tecnologia, com todos os recursos que nós temos disponíveis, em uma concessionária que não precisa seguir toda a burocracia de uma obra pública. É uma concessão e eles têm autonomia para que possam fazer com mais rapidez.

Então fica aqui um apelo ao governador Tarcísio, que esteve em Itapeva e autorizou essa duplicação, mas eu tenho certeza de que ele não concorda com esse cronograma tão excessivo, tão longo, para uma obra tão importante aqui para o estado de São Paulo.

Então é o nosso apelo aqui, nesta Casa, para que nós possamos ter essa obra tão sonhada, que vai ligar o centro do Brasil ao sul do Brasil, sem passar aqui pela Região Metropolitana de São Paulo, fazendo um grande corredor de desenvolvimento, beneficiando a região, principalmente a região sudoeste do estado de São Paulo, a região de Itapetininga, Capão Bonito, Itapeva, uma das regiões ainda que precisa ter um surto de desenvolvimento. E essa obra com certeza será uma ferramenta importante para que nós possamos trazer mais investimento, mais qualidade de vida. É uma região ainda bastante carente aqui no estado de São Paulo.

Então, fica registrado aqui o nosso apelo ao governador Tarcísio para que determine à Artesp providências, para que esse processo seja o mais rápido possível e nós não tenhamos que esperar aí quatro, cinco, seis anos para ter essa obra concluída, depois de tantos anos de luta, de empenho, de trabalho, para que nós pudéssemos chegar na autorização definitiva por parte do governo de estado para a execução dessa obra tão importante para o nosso estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, nobre deputado Edson Giriboni.

Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Leci Brandão. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Com a palavra a deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a palavra a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. pelo tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Marcolino, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, Sr. Presidente, venho à tribuna no dia de hoje aqui para dizer que o governo estadual não se cansa de atacar a educação especial do nosso estado, de atacar crianças com deficiência e de atacar também as professoras auxiliares especializadas, com curso, inclusive, de pós-graduação, que estão atendendo esses alunos, sobretudo através de ação na Justiça, o que é uma situação muito grave.

Para que uma criança, uma família, tenha acesso no estado de São Paulo ao atendimento na área da Educação Especial, a família é obrigada a recorrer na Justiça, Sr. Presidente. É algo cruel e perverso que acontece.

Mas, não bastando isso, o governo estadual já publicou duas resoluções recentemente, a 129 e a 135, exatamente atacando as professoras, no sentido de acabar com essa função na rede estadual e terceirizando, inclusive, contratando empresa privada, para que a empresa contrate pessoas sem formação, apenas no ensino médio, e com cursinho de 80 horas na área de especialização. É isso o que o Estado está fazendo. Está sabotando a educação especial no estado de São Paulo através de duas resoluções.

E, ao mesmo tempo, saiu também uma publicação de um decreto federal, Decreto nº 12.686, que também tem que ser ajustado imediatamente, porque ele confirma esse tipo de política, não deixa claro o que nós precisamos: de professoras com graduação, com licenciatura plena e também com curso de especialização.

E as nossas professoras aqui, deputado Marcolino, na rede estadual, elas têm formação, muitas delas com pós-graduação. Esforçaram-se, formaram-se nessa área e, no entanto, estão sendo descartadas agora pelo estado, através dessas últimas resoluções que foram publicadas.

Então, nós estamos aqui apelando, primeiro que o governo estadual reveja essas resoluções, nós já apresentamos PDLs para que elas sejam revogadas aqui, e que também haja revogação de artigos do Decreto Federal nº 12.686, que institui a Política Nacional Inclusiva e a Rede Nacional de Educação Inclusiva. Inclusive, a última resolução do estado foi publicada no mesmo dia, praticamente, que o Decreto nº 12.686.

Então, nós já estamos também entrando em contato com o governo federal e pedindo uma alteração desse decreto, porque a LDB tem que ser respeitada, Sr. Presidente. Nós temos uma LDB que tem um capítulo só sobre educação especial: são três artigos, o 58, o 59 e o 60. Basta ler esses três artigos e entender o que é educação especial, o que é educação inclusiva.

E essa legislação publicada agora aqui no estado de São Paulo não é inclusiva. Ela exclui da escola, Sr. Presidente, os alunos com deficiência, é isso que está acontecendo, e de várias maneiras: terceirizando para economizar custos, porque, para o governo, a Educação não é investimento, é custo, para ele é gasto.

Então, ele prefere contratar uma pessoa com salário mínimo, em nível médio, sem formação, para atender o aluno, do que contratar uma professora com formação na área, inclusive com pós-graduação.

E a resolução vai mais longe ainda na sua perversidade, Sr. Presidente. Se hoje uma professora atende um único aluno com deficiência numa sala de aula, essa resolução publicada permite que essa professora tenha que atender até cinco alunos. Aí perde o atendimento individualizado e personalizado.

Então, por isso que é urgente a revogação, a revogação dessas duas resoluções, a 129 e a 135, e para isso nós já apresentamos PDLs. E que haja também a modificação do Decreto Federal nº 12.686: ele tem que ser alterado imediatamente, para não confirmar a política aqui do governador Tarcísio de Freitas contra os nossos alunos com deficiência, da rede estadual, e também contra as professoras de educação especial. Repito, Sr. Presidente, professoras com formação na área, professoras dedicadas a essa área da educação especial.

Então nós vamos continuar lutando para reverter essa gravíssima situação aqui no estado de São Paulo e também em nível federal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Muito obrigado, nobre deputado Carlos Giannazi.

Com a palavra o nobre deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Professora Bebel, tem V. Exa. pelo tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente.

Então, aproveitar também, queria anunciar aqui a visita guiada, aqui no nosso Plenário JK, dos alunos e das alunas do ensino médio do Sesi da cidade de Jundiaí. Sejam todos muito bem-vindos aqui à Assembleia Legislativa. Queria pedir uma salva de palmas para os alunos do ensino médio do Sesi da cidade de Jundiaí. Sejam muito bem-vindos aqui à Assembleia Legislativa. (Palmas.)

Com a palavra a nobre deputada Bebel. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente Marcolino, deputado Marcolino. Cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, assessores à minha esquerda, à minha direita, enfim, público presente, por favor, sintam-se cumprimentados. Também senhores e senhoras deputadas e todos que nos veem e assistem através da TV Alesp.

É verdade, a Resolução nº 129 que a APEOESP... Inclusive, fez uma agenda enorme - quase 200, 300, 300 pessoas, para ser mais precisa - e desta agenda nós tiramos uma luta central, em defesa da educação inclusiva.

Não dá para ficar remendando. Nós temos que ir na estrutura do problema. A gente já conseguiu muitas lutas, fazendo debate, por óbvio, naquilo que a gente pontualmente pode estar fazendo. Tem o PDL 30, que pede a sustação desta Resolução nº 129.

E também, todas as que atuam em contrário à educação inclusiva. Que o termo correto é “pessoas com deficiência”. Porque a inclusão, às vezes, é inclusão também do ponto de vista social. E a gente tem que trabalhar os termos direitinho. E nós, então, queremos garantia de atendimento educacional especializado.

Não dá para pôr no genérico, não pode. São deficiências, uma deficiência, um é autismo, outro é TDAH, outro é hiperativo. E tem também, esse bororó todo, para deixar claro, o governo não deixa evidente quem é que vai tratar, por exemplo, das crianças que têm problemas físicos.

Por exemplo, alimentação, higiene. Enfim, essas questões todas têm que ter, sim, um secretário, aliás, uma pessoa para esse serviço. Mas, para formar esses estudantes que precisam de atendimento especializado, nós queremos a formação, de fato, para professores especializados.

Senão, nós vamos tornar a questão assim: atende, mas não incluiu. Não: nós queremos que atenda e inclua. Por isso que a Apeoesp tem uma luta estrutural, radical, no que diz respeito ao entendimento que nós temos com relação ao atendimento dos jovens, das crianças com deficiências.

Por óbvio, tem que se transformar numa política de estado. O que significa uma política de estado? É uma política que, independentemente de qualquer governador, nós possamos ter essa política de atendimento especializado.

Nós temos claro que o Estado tem a obrigação de garantir os seus direitos. Porque o estatuto tem que garantir. Mas eu tenho clara uma coisa. Foram tirados 11 bilhões da Educação, por ano, 5 por cento. Por que é que não se investiu, dado um grau, um número extensivo de crianças com deficiência, por que é que não se investiu nessa política?

Acho que a gente não teria problema. Pelo menos nós estaríamos, de fato, fazendo política pública educacional no estado de São Paulo. Então fica aqui também a recuperação do orçamento da Educação.

E nós lutaremos veementemente para que a política de educação especial tenha, no Orçamento, um pedaço... Como é que diria? Um pedaço, eu não diria, mas uma cota para não faltar e não ficar essa coisa. E nós vamos construir a mobilização pela base. Porque é o que a Apeoesp é.

A Apeoesp é o maior sindicato da América Latina. Inclusive, com “n” posições políticas. Mas, hoje, ele é um sindicato que vai se tornar modelo, porque ele vai se horizontalizar. O que significa que nós vamos fazer a plenária, as assembleias de estudantes, com pai, com moradia. Porque Educação também é pauta desses movimentos.

Para isso, nós vamos organizar, com relação à educação especial, um grande encontro, na Secretaria de Estado da Educação, para que a gente possa resolver essas questões, sobretudo essa questão da educação especial.

Por último, não menos importante, nós tivemos uma grande vitória, que foi não permitir que demitissem os professores que tiraram licença porque ficaram doentes, e foram demitidos das classes de leituras, enfim, do Proati. A ação do juiz, a liminar que o juiz nos deu é mais abrangente.

Ela, na verdade, diz que é para qualquer pessoa que tenha adoecido desde 6 de junho de 2025 e pediu para que o governo cumprisse em 15 dias essa revolução. O que significa o cumprimento, deputado Marcolino? A reintegração de todos aos seus postos de trabalho. Considere uma grandíssima vitória. Que a gente continue lutando.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Muito obrigado. Parabéns, deputada Bebel. Com a palavra a nobre deputada Profª Camila Godoi. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente. Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Marcolino, deputada Bebel, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e estimados representantes da Escola Sesi de Jundiaí, que aqui hoje vêm conhecer os trabalhos da Assembleia Legislativa. Eu sou o deputado Eduardo Suplicy.

Queria falar um pouco sobre a audiência que ocorreu hoje de manhã sobre o Projeto de lei nº 1.048, de 2025, de autoria do governador Tarcísio de Freitas, que versa sobre a regulação da política de Assistência Social no estado de São Paulo. Estiveram presentes Juliana Armede, secretária executiva da Secretaria de Desenvolvimento Social; Rodrigo Lachi, coordenador do Sistema Único de Assistência Social, representando o governo; Maria Nazareth Cupertino, representante do Fórum de Assistência Social; Patrícia Ferreira, do Conselho Regional do Serviço Social de São Paulo - as duas últimas representando as entidades da sociedade civil.

Fico feliz em perceber o interesse do governo em avançar nessa pauta, principalmente tendo em vista que, atualmente, 32 anos após a promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social, da LOAS, apenas São Paulo e Tocantins ainda não possuem uma lei estadual sobre essa política.

Ainda assim, gostaria de destacar que, para avançarmos mesmo - antes da discussão e votação desse PL -, seria importante levarmos em segunda votação a PEC nº 4, de 2014, de autoria da deputada Telma de Souza - já aprovada em primeira votação -, que ajusta a relação da Constituição Estadual à Constituição Federal em relação à Assistência Social.

De qualquer forma, considero que o PL, na forma apresentada, apesar de inovador em alguns aspectos, como as novas modalidades de benefícios eventuais, deixa a desejar em alguns aspectos. Vemos que diversas competências do Estado, segundo o disposto na LOAS, foram deixadas de lado na regulamentação, que foca, sobretudo, no cofinanciamento dos municípios. Embora o cofinanciamento seja importante, sobretudo para os municípios com menor arrecadação, não podemos deixar de lado o papel do Estado na provisão direta do serviço ao lado dos demais entes federativos, seja em caráter de emergência, seja em razão da necessidade de se criar uma rede regional de proteção social.

Outro retrocesso evidente é a nova conformação proposta para o Conselho Estadual de Assistência Social, Conseas, que tem o seu número de integrantes, e as classes representadas enxugadas, em prejuízo da participação popular.

Nesse sentido, protocolei dez emendas ao PL, não só para manter a atual composição do Conseas, mas também para adequar a propositura às exigências da LOA, garantindo que todas as competências do estado, os princípios do Suas, a territorialidade das ações de Assistência Social, sejam contemplados.

Gostaria também de destacar o substitutivo protocolado pela liderança do PT, muito positivo, elaborado em diálogo com especialistas como as professoras Aldaíza Sposati e Bruna Carnelossi, e quero ressalta o papel do Suas de caminhar em direção à implementação da renda básica de cidadania universal e incondicional, como determina o parágrafo único do Art. 6º, da Constituição Federal, e a Lei nº 10.835, de 2004.

Queridas e queridos colegas, como muitos dos presentes na audiência pública enfatizaram, lamento que este PL esteja tramitando em caráter de urgência, pois isso dificulta que possamos discutir essa matéria com a profundidade necessária.

Pior do que isso, é muito prejudicial que esta audiência tenha sido marcada hoje, na mesma data e horário da Conferência da Assistência Social da Macrorregião de São Paulo, o que foi apontado como um impedimento para a participação plena da sociedade civil, que teve que se dividir entre os eventos.

Como a deputada Monica Seixas relembrou durante a manhã, a participação social na formulação das ações de Assistência Social é um imperativo constitucional, e sinto que estamos novamente ignorando esse aspecto fundamental da nossa democracia.

Mas espero que os argumentos e proposta de emendas trazidos pela sociedade civil na audiência pública, e as emendas protocoladas por mim e pelo PT, sejam levados em consideração por todos, para que possamos aprovar um PL que dialogue com todo o Suas, a nível nacional, com participação popular, promoção da liberdade e dignidade real de todos os paulistas.

E gostaria de saudar os estudantes e professores do Sesi de Jundiaí, lhes entregar para a biblioteca do Sesi de Jundiaí este livreto recém-publicado sobre a renda básica de cidadania, uma coletânea das ideias, trajetórias e propostas minhas visando elevar o grau de justiça na sociedade, através da implementação daquilo que já é lei: o direito de toda e qualquer pessoa, não importa sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou mesmo socioeconômica, de participar da riqueza comum de nossa Nação.

Mas como assim a todos? Até o Pelé, se fosse vivo, iria receber, os mais bem-sucedidos empresários, os parlamentares, professores e estudantes aqui presentes? Sim, obviamente os que temos mais colaboraremos para que nós próprios e todos os demais venham a receber.

Se vocês quiserem que eu vá um dia a Jundiaí fazer uma exposição sobre os benefícios que a renda básica universal irá proporcionar, transmitir a vocês que isso já é lei para ser aplicada por etapas, a critério do Poder Executivo, começando pelos mais necessitados.

Então, eu vou lhes enviar, pelo braço assim, essa cartilha; se vocês quiserem depois marcar uma visita minha ao Sesi de Jundiaí para explicar melhor este tema, eu vou com o maior prazer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Muito obrigado, nobre deputado Eduardo Suplicy. Com a palavra, o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Tenente Coimbra. (Pausa.)

Com a palavra, o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Marina Helou. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Marcos Damasio (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.)

Com a palavra o nobre deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Letícia Aguiar, tem V. Exa. pelo tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente.

Com a palavra a nobre deputada Letícia Aguiar.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PL - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento V. Exa., cumprimento todos os que nos acompanham aqui pela galeria e também que nos acompanham pelas redes sociais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta Assembleia que é tão importante para que a gente possa ajudar os municípios, para que a gente possa aqui discutir projetos importantes para todo o Governo do Estado de São Paulo. É nesta Casa também que nós temos a satisfação de receber apoiadores, amigos e aliados que nos ajudam a construir um estado de São Paulo cada vez melhor.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

* * *

 

Hoje eu estou recebendo aqui representantes da minha cidade, de São José dos Campos. Estão aqui conosco o presidente da Câmara, vereador Roberto do Eleven, e também o vereador Senna, de São José dos Campos. Dois representantes da nossa cidade que são aliados do meu trabalho, que trabalham em conjunto comigo. Então fico muito feliz de poder recebê-los aqui.

Presidente, muito me honra a sua visita aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, trabalhando ao nosso lado, ao lado do governador Tarcísio para que a gente possa conduzir esse trabalho em conjunto com o Governo do Estado de São Paulo, para que a gente possa ajudar e auxiliar nas demandas da Saúde, nas demandas das famílias atípicas e nas demandas daquelas pessoas que mais necessitam do trabalho da atuação parlamentar.

Portanto, presidente Roberto do Eleven, vereador Senna, sejam sempre muito bem-vindos à esta Casa, tenham com esta deputada uma grande aliada de São José dos Campos. Eu que já pude destinar para São José dos Campos 59 milhões de recursos para diversas áreas, e agora com esse trabalho aumentando a gente vai conseguir realizar melhores feitos.

Eu preciso também aproveitar a oportunidade de ter dois grandes líderes de São José aqui ao meu lado para convocar todas as mulheres para participarem da Carreta da Mamografia, que chega em São José dos Campos agora nesse dia 27 de outubro e ficará na cidade até o dia 4 de novembro, ali no Centro da Juventude, onde nós estamos divulgando para toda a cidade.

Então vocês, homens, convoquem e convidem as mulheres para participarem desse exame preventivo para que a gente possa prevenir um dos cânceres que mais matam mulheres, que é o câncer de mama. São José dos Campos foi a cidade contemplada em um trabalho que nós realizamos em conjunto: deputada Letícia Aguiar, vereador Senna, presidente da Câmara, Roberto do Eleven, a Prefeitura de São José dos Campos e o governador Tarcísio.

A gente consegue fazer grandes feitos quando a gente faz isso com o trabalho em equipe como um grande time, é assim que a gente constrói, de fato, uma cidade melhor para as pessoas.

Muito obrigada, presidente Roberto do Eleven e vereador Senna. Tenham aqui com esta deputada uma parceria constante pela nossa cidade de São José dos Campos.

Muito em breve, inclusive, estaremos juntos também na Santa Casa de Saúde de São José dos Campos entregando um recurso que o vereador Senna e o presidente Roberto do Eleven solicitaram à esta deputada, para que a gente possa investir na ala de queimados da Santa Casa de Saúde. Ela faz um trabalho importantíssimo na cura e na restauração de vidas. Esse foi um pedido do presidente Roberto do Eleven e do Senna a esta deputada, que faremos a entrega em conjunto para São José dos Campos.

Muito obrigada.

Sejam sempre muito bem-vindos.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputada Letícia Aguiar. Sejam muito bem-vindos. Permita que eu lhes dê para a biblioteca da Câmara Municipal de São José dos Campos este livreto sobre a renda básica de cidadania. Se acharem interessante que eu vá lá um dia explicar a respeito, com o maior prazer.

Tem agora a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Ausente sua excelência. Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)

Agora vamos entrar na Lista Suplementar. Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.

Luiz Claudio Marcolino, do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, nobre deputado Eduardo Suplicy. Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Alesp, eu vou trazer hoje, mais uma vez, o debate sobre os servidores estaduais da Saúde.

Como eu já tinha dito aqui nas minhas falas anteriores, o Governo do Estado de São Paulo descumpriu um acordo firmado com os servidores da Saúde do estado de São Paulo, que era garantir o pagamento do vale-alimentação, que hoje está em 12 reais, o pagamento do bônus dos servidores da Saúde, do prêmio de incentivo e do GDAMSPE, que é uma bonificação para os servidores do Iamspe do estado de São Paulo.

Os servidores da Saúde, depois do descumprimento do acordo firmado entre o Governo do Estado de São Paulo e o SindSaúde, fizeram a paralisação de 48 horas, e agora, toda quarta-feira, até o pagamento do que foi acordado na mesa de negociação, os servidores da Saúde estarão mobilizados até a organização de uma greve por tempo indeterminado.

E é importante deixar frisado, Sr. Presidente Eduardo Suplicy, que essas manifestações estarão ocorrendo na Secretaria de Saúde, na Secretaria da Fazenda, porque pela ligação do secretário da Casa Civil do estado de São Paulo é que só efetuará o pagamento quando tiver recurso.

Então a leitura que ele está passando para a sociedade é que quem não quer garantir o pagamento é o governador do estado de São Paulo, o governador Tarcísio, e o secretário da Casa Civil, o Sr. Arthur, que é o responsável hoje pela Casa Civil no estado de São Paulo.

Hoje a paralisação aconteceu primeiro em protesto, em vários lugares. É importante. Governador Tarcísio, todo o estado de São Paulo saberá que V. Exa. paga apenas 12 reais de vale-refeição, alimentação, para os trabalhadores, servidores públicos do estado de São Paulo. Agora é importante que o governador saiba que ele está sendo responsabilizado.

Em todo o estado de São Paulo está sendo colocado faixas, pedágios, mostrando à sociedade que o governador do estado de São Paulo paga apenas 12 reais de vale-refeição, o quanto cada servidor tem direito de comer por dia no estado de São Paulo, porque as quatro secretarias - Casa Civil, Secretaria da Fazenda, Secretaria Digital e Secretaria da Saúde - fizeram um acordo com o SindSaúde, e não estão cumprindo aquilo que foi acordado.

Então eu queria que passasse, Machado, para mim, as próximas falas. E aqui mostra o Gervásio. Se puder passar o vídeo.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

É importante trazer aqui as informações. O governador Tarcísio colocou uma equipe para propor acordo com o SindSaúde-São Paulo, agora alega que o problema está na Secretaria da Fazenda. Não fez o pagamento da bonificação por resultado, não fez o pagamento do reajuste do vale-refeição, que hoje é de 12 reais, não garantiu pagamento do prêmio de incentivo aos servidores da Saúde.

Aí nós temos aqui, trouxemos aqui algumas informações. Só para mostrar o que, em frente ao Hospital do Servidor, o que é que dá para fazer com 12 reais. Não dá nem para comer um pastel mais um suco. Porque um pastel custa dez reais. Um “hot-dog”, dez reais. Um copo de suco, oito reais. Um suquinho na garrafa, 10 reais. Um refrigerante, oito reais.

Então se a gente olhar aqui, não consegue pagar com os 12 reais que hoje o governador paga os servidores da Saúde do estado de São Paulo. Dá para comer um pastel ou um “hot-dog” e não dá para tomar um suco ou tomar um refrigerante.

E eu queria mostrar que, aqui, além dessas... Aqui em São Paulo, na Secretaria da Fazenda, estão paralisadas também aqui as atividades com pedágio em Botucatu, no Hospital das Clínicas, em Sorocaba, Hospital Leonor Mendes de Barros. Pode passar ao próximo.

Nós temos aqui, na cidade de Assis: “Servidores promovem atos em três locais da cidade. Avenida Rui Barbosa, Rua José Nogueira Marmontel, Rua Barão do Rio Branco”. Também fez... Pode passar.

Na cidade de Presidente Prudente, aqui em São Paulo. “Concentração dos trabalhadores em frente ao CRT IST/Aids, na Capital.” E também em frente à Secretaria da Fazenda. Um ato, também, no hospital... Aqui na Avenida Ibirapuera, no Hospital do Servidor Público Estadual. Na cidade de Promissão. No Hospital e Maternidade Leonor de Barros, também em São Paulo. Em São José do Rio Preto.

Então são algumas das atividades que estão acontecendo hoje em todo o estado de São Paulo, demonstrando o desrespeito do Governo do Estado de São Paulo com os servidores da Saúde.

Como o Gervásio disse, quem salvou muitas e muitas vidas no estado de São Paulo durante a pandemia foram os servidores da Saúde. E hoje o governador Tarcísio paga apenas 12 reais de vale-alimentação para os servidores da Saúde. Não dá para comprar um pastel ou um cachorro quente mais um suco de laranja ou um copo de refrigerante.

Então é isso, governador. São esses servidores do estado de São Paulo que V. Exa. deveria ter o mínimo de respeito. Participou de uma mesa de negociação, chamou quatro secretarias, apresentou uma proposta de pagamento de quatro itens da pauta que foi apresentada no começo deste ano, e já descumpriu dois dos quatro itens.

Então é (Inaudível.) do governador, e é por isso que o estado de São Paulo inteiro vai saber que o governador do estado de São Paulo não cumpre a palavra na mesa de negociação, descumpre o que promete e que ainda paga apenas 12 reais de vale-alimentação para os servidores da Saúde.

Nós estamos apresentando agora na LOA recursos para garantir pagamento do vale-alimentação no ano que vem para todos os servidores do estado de São Paulo, e esperamos que o governador Tarcísio, no mínimo, garanta agora, junto à sua base aqui na Assembleia Legislativa, que os... Os recursos hoje. A emenda apresentada, para garantir vale-alimentação para o ano que vem, seja corrigida, cumpra a palavra com os servidores da saúde e garanta também o reajuste de vale-alimentação para todos os servidores do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Gostaria que essa minha fala seja encaminhada ao secretário da Casa Civil, Arthur Lima, que é o responsável por ter feito um processo de negociação na Casa Civil e ter descumprido esse acordo com os servidores da Saúde.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Sim, é importante que essa solicitação do deputado Marcolino seja cumprida. O envio desta carta para o secretário da Educação. Perdão? Desculpe. Da Casa Civil. O secretário da Casa Civil. Que seja enviado, aí. Muito obrigado.

Tem a palavra agora o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Ainda na Lista Suplementar, deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

Tem a palavra o deputado do PSOL, com muita honra.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, volto à tribuna no dia de hoje.

Eu quero aqui continuar denunciando o governo estadual, a gestão Tarcísio/Feder, porque essa gestão está atacando de forma perversa e cruel os alunos trabalhadores do estado de São Paulo, impedindo que os alunos que trabalham durante o dia ou que tenham alguma outra atividade, por exemplo, fazendo um curso técnico, cuidando dos familiares, que eles possam estudar no período noturno na área do ensino médio regular e, também, na área da Educação de Jovens e Adultos, na conhecida EJA.

O governo está fechando, Sr. Presidente, salas, turnos e até tentando fechar escolas da rede estadual. Isso porque ele reduziu o orçamento da Educação, retirando 11 bilhões por ano do orçamento da Educação, porque aprovou aqui a PEC com a base do Governo. Nós votamos contra, mas a base do Governo votou a PEC nº 9, que retira 11 bilhões por ano da rede estadual de ensino.

E o governo começa a cortar, a enxugar as escolas. E impedindo, excluindo os alunos trabalhadores, fechando turnos em várias regiões do Estado. Eu tenho denunciado isso exaustivamente, já acionei o Ministério Público, o Tribunal de Contas contra esses fechamentos. E nós temos mais um caso, Sr. Presidente, que eu quero mostrar aqui, que é a Escola Estadual Ignes Correa Allen, que fica em Ferraz de Vasconcelos, aqui na região da Grande São Paulo.

Inclusive, a comunidade escolar vai organizar uma audiência pública, um ato lá na Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos agora, no dia 25 de outubro. Eles vão se reunir para se colocar contra o fechamento de todo turno do ensino médio, do curso noturno dessa escola estadual, Ignes Correa Allen, lá no município de Ferraz de Vasconcelos, Sr. Presidente.

Isso vai prejudicar, aproximadamente, 900 alunos serão prejudicados pelo governador do Estado e pelo seu secretário da Educação, que é o empresário Renato Feder, o dono da Multi, antiga Multilaser. Então, é um governo que não tem nenhuma preocupação com a Educação, Sr. Presidente, a grande preocupação é desmontar a Educação.

Então nós queremos fazer essa denúncia pública aqui, apoiar a mobilização da comunidade escolar, no dia 25, lá na Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos. E daqui da tribuna da Assembleia Legislativa já exigir providências do Ministério Público e do Tribunal de Contas, Sr. Presidente. Nós vamos representar já, mandar ofício para o TCE e para o Ministério Público Estadual contra o fechamento do período noturno da escola Ignes Correa Allen.

Isso aí afronta a LDB, a Constituição Federal, a Constituição Estadual, o Plano Estadual de Educação. Um crime contra a Educação é um crime contra os nossos alunos, Sr. Presidente, que têm todo o direito de acessar o curso regular noturno no ensino médio, como determina a Legislação.

Quero ainda, Sr. Presidente, dizer que nós estamos fazendo aqui um apelo ao MEC, ao governo federal e já tomando algumas providências, oficializando o governo federal, para que ele faça a alteração de uma lei que foi aprovada agora, recentemente, a Lei nº 15.202, que foi publicada no dia 11 de setembro de 2025, que criou, Sr. Presidente, a Carteira Nacional Docente, que é essa carteira do professor, uma iniciativa importante, ajuda.

Só que nem todos os professores nem todas as professoras nem todas as pessoas que integram a carreira do Magistério estão conseguindo acessar essa carteira, essas pessoas ficaram excluídas dessa lei. Eu me refiro aqui a, por exemplo, as diretoras das escolas.

As diretoras são integrantes da carreira do Magistério, mas a partir do momento que o cargo delas consta como diretora de escola, então ela não tem o direito de acessar essa carteira, mas ela é uma educadora, é uma professora, porque para ela chegar a ser diretora, ela necessariamente foi professora da rede pública ou privada, mas a lei não considerou isso. A supervisora de ensino, a mesma coisa; ou uma coordenadora pedagógica. Então, isso tem que ser alterado imediatamente.

Também, Sr. Presidente, uma outra sugestão que estamos apresentando é que as professoras aposentadas, que já serviram a Educação, professoras que ficaram 30, 40 anos em sala de aula, não têm o direito da carteira. Têm que ter. As professoras aposentadas devem ser contempladas também com a carteira.

E mais ainda, Sr. Presidente: as educadoras de Educação infantil, que também, por não serem consideradas ainda, do ponto de vista da lei, professoras, mas são professoras, porque exercem a carreira docente, têm formação na área, fizeram concurso público. Inclusive temos uma luta para que elas sejam enquadradas na carreira do Magistério. Elas também têm que ter o direito de acessar essa Carteira Nacional Docente.

Então, estamos fazendo aqui um apelo ao governo federal, tomando várias providências. A deputada federal Luciene Cavalcante já está fazendo gestões junto ao MEC, junto ao governo federal, para incluir, então, as professoras aposentadas na carteira, os especialistas ou gestores, incluindo diretoras, supervisoras e coordenadoras pedagógicas, e também as aposentadas. Professoras aposentadas devem ser inclusas. E as educadoras de Educação infantil. Todas elas, Sr. Presidente.

Então, essa é a nossa luta em relação à Lei nº 15.202, de 2025. Temos que fazer justiça, porque são todas professoras. Todas integram a carreira do Magistério e quem já passou por ela também tem o direito de ser contemplado, como as nossas professoras aposentadas.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Quero ainda, Sr. Presidente, não sei se já estourou o nosso tempo, mas queria fazer pelo Art. 82. Eu posso fazer pelo Art. 82?

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Pode.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Aí eu substituo Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Tudo bem.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Então, pelo Art. 82, Sr. Presidente, eu gostaria de... Pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Pois não. Encerrado o Pequeno Expediente, nós vamos passar daqui a pouco para o Grande Expediente, mas tem a palavra pelo Art. 82 o líder do PSOL, Carlos Giannazi.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, hoje foi um dia importante no Senado Federal. O Senado acabou de aprovar, na Comissão de Assuntos Econômicos, um importante projeto de lei, o PL 2.387, de 2023, que trata do enquadramento das educadoras de Educação infantil na carreira do Magistério, para que elas tenham direito a aposentadoria especial, para que elas tenham direito ao piso nacional do Magistério, para que elas tenham acesso à jornada do piso da Lei nº 11.738, enfim, que elas tenham todos os direitos e todos os benefícios das demais professoras, porque, como eu disse, elas exercem a carreira docente, têm formação na área e são aprovadas em concurso público.

Esse projeto é da deputada federal Luciene Cavalcante e foi formulado junto com o movimento “Somos Todas Professoras”, que nasceu aqui, Sr. Presidente, aqui dentro da Assembleia Legislativa, em 2017, 2018, 2019, e continuou através das audiências públicas que o nosso mandato realizou com municípios.

Nós começamos com um município aqui, outro ali, fazendo audiências públicas com o pessoal de Vinhedo, o pessoal de alguns municípios da Baixada Santista, do Guarujá, com o pessoal de Ibiúna. O movimento foi crescendo, crescendo, virou um movimento estadual e agora é um movimento nacional, liderado, na Câmara Federal, pela deputada Luciene Cavalcante, que fez parte aqui de São Paulo, quando ela nem era ainda deputada federal.

Inclusive, o nome “Somos Todas Professoras” foi ela que cunhou. Ela idealizou esse nome para o movimento. Aí ela foi eleita deputada federal e levou a proposta para a Câmara Federal.

O projeto já foi aprovado em todas as comissões da Câmara Federal, foi para o Senado, e hoje ele foi aprovado nessa Comissão de Assuntos Econômicos. Agora ele segue para a Comissão de Educação. Então, uma vitória importante das educadoras de Educação infantil, que nós queremos dar visibilidade, queremos informar a todo o plenário da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente.

Finalizo com um vídeo que foi gravado hoje lá, na hora da aprovação, das nossas professoras que estavam presentes, que foram, professoras aqui de São Paulo, do Brasil inteiro, acompanhar essa votação na Comissão de Educação.

E agora a luta continua, o projeto segue para a Comissão de Educação e até chegar na sanção. Tenho certeza de que, quando ele for aprovado definitivamente no Senado Federal, será sancionado pelo presidente Lula.

Então quero só terminar com o vídeo, Sr. Presidente, da aprovação.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos ao deputado Carlos Giannazi, que tão atentamente acompanha tudo o que se refere à Educação, aos professores, aos estudantes brasileiros e especialmente no estado de São Paulo. Próximo, Dr. Elton. (Pausa.) Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Danilo Campetti. (Pausa.) Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Alex Madureira. (Pausa.)

Eduardo Suplicy, em permuta com a deputada Thainara Faria, já no Grande Expediente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Então dando sequência aqui à nossa sessão plenária, na lista de oradores, agora já no Grande Expediente, nós vamos chamar o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso regimental da tribuna, e essa participação é em permuta com a deputada Thainara Faria.

Então, com a palavra, o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado, presidente Carlos Giannazi, senhoras e senhores, deputadas e deputados, gostaria de assinalar, primeiro, esta informação de que a Justiça dá 15 dias para o governador Tarcísio reconduzir professores demitidos em licença médica.

Ana Luiza Basilio, da “Carta Capital”, registra que a Justiça de São Paulo fixou um prazo de 15 dias para que os professores afastados do programa “Sala de Leitura”, do Governo de São Paulo, sejam reconduzidos aos seus cargos.

Na decisão emitida na última sexta-feira, dia 17, o juiz José Vilela Pimentel também determinou o restabelecimento das aulas e dos contratos que foram reduzidos ou extintos sob pena de multa diária de mil reais para cada docente não regularizado, limitado a um teto de 50 mil reais. A decisão acolhe uma ação do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo, Apeoesp, que se mobilizou contra o afastamento de docentes afastados ou em licença médica.

A Justiça já havia barrado, via tutela de urgência, o processo imposto pela Secretaria da Educação do Estado, com base em uma resolução que previa a ampliação da jornada docente com atribuições de aulas, além da jornada regular, que só valeria para professores que tivessem 90% ou mais de frequência no período de 15 de fevereiro a 31 de agosto de 2024.

Uma estimativa da Apeoesp aponta que cerca de 600 professores chegaram a ser demitidos neste ano, período em que começaram a se efetivar os desligamentos decorrentes da resolução.

Ao expedir a nova decisão, Pimentel ponderou que a Secretaria da Educação indicou uma aplicação de tutela restrita somente aos casos de afastamento ocorridos a partir de três de outubro deste ano, mantendo desligados professores do programa “Sala de Leitura” que tiveram afastamentos médicos ou licenças anteriores a essa data.

Mas seria incongruente manter o afastamento de professores que foram licenciados por motivo médico em setembro de 2025, por exemplo, enquanto se protege aqueles licenciados após três de outubro de 2025, exemplificou ao deferir a retroatividade dos efeitos de tutela de urgência em 120 dias, alcançando, portanto, os fatos ocorridos desde cinco de junho de 2025. Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo informou não ter sido intimada da decisão.

Também gostaria aqui de comentar que o presidente Lula conseguiria adotar a tarifa zero no transporte ainda em 2025, pergunta o Rafael Calabria na revista “Fórum” com o seguinte texto:

“O governo Lula está reafirmando há semanas que quer abraçar a tarifa zero nos transportes públicos. Ministros, parlamentares e outras lideranças do governo já afirmaram que o Ministério da Fazenda está estudando o assunto e nos últimos dias o Ministério das Cidades passou a ajudar a elaborar a proposta.

Um projeto desse tipo seria inédito e inovador. Uma coisa é uma cidade adotar a tarifa zero no seu âmbito de ônibus municipal, organizando seu contrato e suas contas, como acontece com cada vez mais cidades no Brasil, a exemplo de Maricá. Outra coisa bem diferente é um governo federal criar um programa que, na prática, será de apoio à adoção de gratuidade nas cidades, já que a União não gerencia as redes de transportes urbanos.

Assim, o grande desafio para o governo é como estruturar esse programa de apoio às prefeituras. Além disso, já que não é permitido criar benefícios novos em ano eleitoral, é possível começar o programa ainda em 2025?

A resposta é sim. Assim como o Ministério da Cidade já está trabalhando em outros temas de transporte coletivo, é possível criar um transporte piloto para construir uma vitrine relevante para as eleições gerais do ano que vem.

Ao criar o programa, o Ministério consegue organizar e apoiar as cidades credenciadas e garantir que o projeto tenha qualidade, transparência e um modelo robusto de tarifa zero.

As declarações veiculadas na imprensa sobre uma suposta adoção de tarifa zero em todo o Brasil vem de pessoas que não conhecem o setor de transportes e ignoram que o governo federal não pode impor um projeto às cidades dessa maneira. O trabalho é bem mais complexo e, por isso, ainda mais inovador e importante.

O governo precisaria definir as regras do programa antes do período eleitoral, para que os municípios interessados possam se credenciar. Na sequência, conforme a quantidade de cidades que a União consegue apoiar, iniciar os repasses e implementar a tarifa zero nessas localidades. Considerando o período eleitoral do próximo ano, essa movimentação precisa começar rapidamente, embora a execução do programa possa se estender por mais tempo.

Pela complexidade das cidades maiores, que possuem, por exemplo, sistemas municipais e metropolitanos paralelos, redes de trilhos e custos muito mais altos, seria importante que o programa começasse por cidades médias, favorecendo um crescimento gradual, com acúmulo de aprendizado e experiência para as etapas seguintes.

Ainda assim, para executar o programa com qualidade e de acordo com as diretrizes que serão estabelecidas pelo Ministério das Cidades, essas cidades precisam ter condições mínimas para execução, como órgão local de transporte, plano de mobilidade, contrato regularizado, participação popular e capacidade de controle sobre as empresas locais.

Além desse avanço de qualidade, a atuação do governo federal pode promover melhorias estruturais no médio prazo, como a necessária organização de redes metropolitanas e regionais de transporte, já com padrões de qualidade. A atuação do governo federal pode promover melhorias estruturais no médio prazo, com padrões de qualidade e gestão mais altos que os atuais.

Esses avanços dependem da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 25, proposta pela deputada Luiza Erundina, que institui o Sistema Único de Mobilidade e poderia ser acelerada com o impulso político do presidente Lula.

Todos esses temas ainda recentes para o setor de transporte no país - o Sistema Único de Mobilidade, a gestão metropolitana, as formas de repasse da União para as cidades, os novos modelos de contratação e até as formas de financiamento - são estudadas há anos pelo Ministério das Cidades, o que facilitaria o desenvolvimento do desenho do programa.

Algumas dessas propostas também já têm projetos de lei em debate na Câmara dos Deputados, como marco legal, o projeto de mudança do vale-transporte, elaborado pelo deputado federal Gilmar Tatto. O cenário está muito favorável para o governo Lula conseguir emplacar um projeto profundamente inovador para milhões de pessoas que usam ônibus e trens no País.

É importante cautela, pois o setor é historicamente mal organizado e tem problemas de transparência, mas há ferramentas prontas para resolver isso de forma gradual, sem timidez. Diante da histórica falta de projetos nacionais para o setor, o programa tem potencial de gerar muito impacto e se tornar um divisor de águas no enfrentamento ao abandono do transporte público no País.

Considero importante a informação de que a deputada Luiza Erundina está participando desta movimentação e, sobretudo, em defesa da sua Proposta de Emenda à Constituição nº 25. Meus parabéns à deputada Luiza Erundina.

Gostaria ainda, Sr. Presidente Carlos Giannazi, de comentar aqui o voto do Ministro Barroso no Mapa Mundial do Aborto. Conforme a Bianca Santana publica em 19 de outubro na folha.uol.com.br, na sua coluna de Bianca Santana: “Ninguém é a favor do aborto em si.

O papel do Estado e da sociedade é o de evitar que ele aconteça, dando atenção sexual, dando educação sexual, distribuindo contraceptivos e amparando a mulher que deseje ter o filho e esteja em circunstâncias adversas.”

Assim começa a justificativa de voto do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, horas antes de se aposentar, favorável à ADPF 442, ação que tem o objeto de descriminalizar o aborto no Brasil até a 12ª semana de gestação. O óbvio precisa ser dito. Descriminalizar o aborto não obriga nenhuma mulher a abortar. A decisão individual, em que pesem valores pessoais, familiares e religiosos, deve ser soberana no âmbito individual.

Mas é uma questão de saúde pública reconhecer que as mulheres abortam, mesmo as religiosas, mesmo as que se declaram contrárias ao aborto, e que colocam em risco a própria vida, sem assistência do Estado. Criminalizar o aborto não o torna menos frequente. Criminalizar o aborto coloca em risco a vida de meninas e mulheres pobres.

Décadas de dados da Organização Mundial da Saúde mostram que, onde o aborto é legal e seguro, a mortalidade associada é praticamente nula. Onde é proibido, multiplicam-se os procedimentos clandestinos, as complicações e as mortes evitáveis.

Segundo dados do Center for Reproductive Rights, 77 países permitem a interrupção voluntária da gravidez a pedido da mulher, 12 a autorizam por motivos socioeconômicos e 21 a proíbem em todas as circunstâncias. A tendência internacional tem sido de ampliação de direitos.

A França se tornou, em 2024, o primeiro país a declarar explicitamente na Constituição o aborto como liberdade garantida. A União Europeia, em diferentes resoluções, tem defendido o acesso universal ao aborto seguro como parte dos direitos humanos das mulheres.

A América Latina tem ampliado garantias legais ao aborto, com o protagonismo de mobilizações feministas e de cortes constitucionais que interpretam o aborto como questão de justiça social e igualdade. A Colômbia descriminalizou até 24 semanas. A Argentina legalizou até 14.

No México, a Suprema Corte declarou inconstitucional a criminalização. Nos Estados Unidos, uma decisão da Suprema Corte, de 2022, revogou o precedente que garantia o direito constitucional ao aborto e 12 estados passaram a proibi-lo totalmente. Outros impuseram restrições tão severas que, na prática, impossibilitaram o acesso ao procedimento.

Na África, países como Benim e Serra Leoa vêm propondo reformas para descriminalizar o aborto, reconhecendo o impacto da proibição sobre a saúde materna. Nos diferentes países, a descriminalização do aborto é defendida como questão de saúde pública e de direitos fundamentais, não de igreja nem de polícia. Já que, independentemente da legislação, as mulheres abortam, o papel do Estado deve ser o de oferecer acesso à Saúde ou de punir com cadeia ou morte quem não tem dinheiro para pagar um procedimento ilegal e seguro?

Vou repetir esta indagação. Já que, independentemente da legislação, as mulheres abortam, o papel do Estado deve ser o de oferecer acesso à Saúde, ou de punir, com cadeia ou morte, quem não tem dinheiro para pagar um procedimento ilegal e seguro?

Barroso encerra a justificativa de seu voto afirmando, abrindo aspas: “O papel do Estado não é o de escolher um lado e excluir o outro, entre quem é pessoalmente contrário ou favorável à prática do aborto, mas assegurar que cada um possa viver a sua própria convicção.”

Antes de Barroso, em 2023, Rosa Weber também votou favoravelmente à descriminalização. Tomara que os demais ministros, conscientes do papel do Estado, não esperem a aposentadoria para declararem seus votos.

Carlos Giannazi, são esses os três temas de que hoje resolvi falar.

Agradeço a sua atenção. E cumprimento-o por sua batalha pelo aperfeiçoamento da Educação no estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Parabéns pelas suas intervenções de hoje.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - E peço, Sr. Presidente, o levantamento da sessão, por acordo entre as lideranças.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 15 horas e 26 minutos.

 

* * *