12 DE MARÇO DE 2024

24ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, MAJOR MECCA, REIS, GILMACI SANTOS e BARROS MUNHOZ

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h03min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - MAJOR MECCA

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - REIS

Assume a Presidência.

        

6 - CAPITÃO TELHADA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

7 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - SIMÃO PEDRO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

12 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

13 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

16 - ANA PERUGINI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

17 - VITÃO DO CACHORRÃO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

18 - ITAMAR BORGES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - RÔMULO FERNANDES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - CONTE LOPES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

22 - PAULO MANSUR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

23 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

24 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

25 - MAJOR MECCA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

26 - EDIANE MARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

27 - BETH SAHÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

28 - BETH SAHÃO

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

29 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h59min.

        

ORDEM DO DIA

30 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min. Coloca em votação e declara aprovado o requerimento, do deputado Eduardo Suplicy, de criação de comissão de representação com a finalidade de participar da "Trilha da Democracia, a realizar-se em 14/03, na cidade de Natal-RN". Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PL 87/24. Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; de Educação e Cultura; e de Finanças, Orçamento e Planejamento, hoje, às 16 horas e 45 minutos.

        

31 - PAULO FIORILO

Solicita a suspensão da sessão até as 17 horas, por acordo de lideranças.

        

32 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h33min.

        

33 - BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h01min. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

        

34 - PAULO FIORILO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

35 - PRESIDENTE BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 13/03, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas e 12 minutos. Levanta a sessão às 17h02min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Com a palavra, o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT – Quero saudar o presidente, deputado Carlos Giannazi, o deputado Suplicy, a deputada Professora Bebel, o deputado Capitão Telhada, a deputada Ediane Maria, o deputado Paulo Mansur.

Também os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica e, ainda, fazer uma saudação especial, presidente Carlos Giannazi, para todos os que estão em suas residências nos acompanhando pela rede Alesp.

Presidente, primeiro, eu quero fazer um convite para aqueles que estão me ouvindo em suas casas, porque no dia 19 de março, às 19 horas, nós teremos uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo, onde estaremos comemorando dez anos da Lei de Cotas Raciais na cidade de São Paulo.

É uma lei de minha autoria. A Lei nº 15.939 foi aprovada em dezembro de 2013 e sancionada em março de 2014. Então, ela está completando dez anos de existência, produzindo seus resultados.

Essa lei estabelece cotas no serviço público municipal, não só nos concursos públicos, mas também nos cargos de confiança e também para os estagiários. É uma lei que não cuidou só do concurso público, cuidou também daqueles cargos que o Executivo, no caso o prefeito da cidade de São Paulo, tem o poder de nomear mais de cinco mil pessoas.

Então, se ele tem o poder de nomear, é justo que nomeie negros e negras também para compor o governo. A Lei 15.939 estabelece essas regras. Inclusive eu fiz um requerimento para a Prefeitura, para que eles me informem nesse período de dez anos quantas pessoas foram alcançadas, quantos entraram através dos concursos públicos, professores, auditores fiscais, procuradores do município.

Um exemplo bastante emblemático foi o concurso feito em 2014, para 70 procuradores. Nós tínhamos 300 procuradores na Prefeitura, 300 procuradores municipais e apenas dois negros; 298 brancos, ou seja, a população de São Paulo não se via representada nos cargos públicos, nos cargos de procuradores da Prefeitura de São Paulo.

E no único concurso feito para 70 vagas, aplicou-se o percentual mínimo de 20% e entraram 14 procuradores e procuradoras, negros e negras. Saímos, então, de dois para 16. Isso quer dizer que no tempo, cada vez que houver um concurso, nós vamos reduzir essa desigualdade ético-racial que existe na pirâmide da Prefeitura, buscando a representação da população da cidade de São Paulo, que hoje, segundo o IBGE, é em torno de 37,5% de pessoas negras e pardos.

Dia 19, às 19 horas, no Salão Nobre da Câmara, essa sessão solene é uma iniciativa do vereador João Ananias que, inclusive, foi o meu sucessor, assim que eu saí da Câmara. Ele que assumiu a minha vaga na Câmara Municipal de São Paulo e eu pedi para ele que nós pudéssemos comemorar os dez anos das cotas raciais, uma vez que essa lei já foi perseguida.

Nós já tivemos vereadores da direita, da extrema-direita, que apresentaram projetos para revogá-la, mas eles não conseguiram maioria. Ou seja, é uma lei que está produzindo, sim, os seus resultados, uma lei bem-vinda e que está trazendo essa redução na desigualdade étnico-racial na pirâmide social da Prefeitura de São Paulo.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Major Mecca.

 

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Então, todos os que puderem, que estão me ouvindo, estão em suas casas, todos companheiras e companheiros, passando aqui para lembrar vocês de que é hoje! Vamos juntos comemorar 10 anos de legislação da Lei de Cotas!!

Salão Nobre, 8ºandar - Câmara Municipal de São Paulo, às 19h.

Aguardo você!

#PT

#10anosleidecotas

#NãoàDiscriminação

#VidasNegrasImportam estão convidados: Salão Nobre, 8º andar, Câmara Municipal de São Paulo, o convite é público.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando sequência à relação dos oradores inscritos nesse Pequeno Expediente, deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

Tem V.Exa. cinco minutos regimentais.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Mecca, deputadas, deputados presentes aqui no plenário, telespectador da TV Assembleia; quero aqui repercutir e comentar uma matéria que saiu hoje na “Folha de S.Paulo”.

Gostaria até, Machado, de colocar aqui no telão essa matéria que fala sobre a questão do curso noturno na rede pública de ensino, que diz o seguinte: “Seis em cada dez jovens fora da escola voltariam a estudar se tivessem ensino noturno.”

Olha só a gravidade da situação. Sessenta e dois por cento dessa quantidade de jovens e adultos, jovens, praticamente, adolescentes e jovens voltariam a estudar caso houvesse a oportunidade em cursos noturnos, tanto cursos regulares, como cursos de Educação de Jovens e Adultos. É uma pesquisa feita recentemente aqui com o título “Juventude fora da escola”.

Então, isso é muito grave, porque há muito tempo que nós estamos denunciando - aqui pela Assembleia Legislativa e também pela Câmara Municipal de São Paulo, através do mandato do vereador Celso Giannazi, que é membro titular da Comissão de Educação -, que há fechamento de períodos noturnos e de salas, também do período noturno.

Além de uma grande sabotagem, tanto feita pela Prefeitura de São Paulo quanto pela Secretaria Municipal de Educação, que constantemente sabotam e impedem a abertura de salas de educação de jovens e adultos na área do ensino fundamental, na Prefeitura de São Paulo. E o mesmo acontece com a rede estadual de ensino, a Secretaria da Educação sabota o tempo todo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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E agora, no final do ano passado, ela orientou, a Secretaria da Educação, a Secretaria comandada pelo Renato Feder, dono da “Multi”, “Multilaser”. A gestão Tarcísio também tem orientado as escolas a não abrir cursos no período noturno na área do ensino médio, olha só o absurdo.

E tem mais, essa famigerada proposta, que foi apresentada aqui na Assembleia Legislativa, de escola cívico-militar, essa farsa de escola, uma escola autoritária, uma escola excludente, uma escola que criminaliza os alunos, sobretudo mais pobres, essa escola também não tem o período noturno. Então as escolas PEI, em geral, muitas delas não têm o período noturno.

A escola cívico-militar que não vai passar aqui, porque nós vamos obstruir, haverá uma forte mobilização contra esse projeto anacrônico de tentar militarizar a educação com uma afronta, ainda: o governador disse que vai pagar um salário muito maior para os militares do que para os professores. É uma afronta ao Magistério Estadual essa fala do governador e esse projeto de lei também, que começa a tramitar aqui na Assembleia Legislativa.

Ambas não têm curso noturno. Escola cívico-militar não tem curso noturno, então ela vai alijar os alunos mais pobres, que são esses citados na pesquisa; e a escola PEI também, uma boa parte delas não têm o período noturno e mais a orientação da Secretaria da Educação para que não haja mais abertura do primeiro ano do ensino médio, nem em curso regular e muito menos em Educação de Jovens e Adultos.

Então as duas maiores redes de ensino do Brasil estão excluindo os alunos do período noturno, estão impedindo o acesso à educação de milhares e milhares de jovens. A Educação, tanto na Prefeitura de São Paulo, nas duas redes, a rede municipal e a rede estadual, há uma verdadeira sabotagem, há um impedimento da formação de novas turmas, de novos períodos noturnos. E isso marginaliza esses alunos.

A pesquisa foi direto ao ponto, por isso que eu estou repercutindo aqui e reforçando denúncias que nós já fizemos em vários momentos ao Ministério Público Estadual, ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, à Defensoria Pública, às Comissões de Educação, em audiências públicas que nós realizamos aqui dentro da Assembleia Legislativa, na Câmara Municipal de São Paulo e também, até mesmo, na Câmara dos Deputados, em Brasília, com o mandato da deputada federal Luciene Cavalcante, do PSOL.

Então nós vamos continuar denunciando e cobrando a abertura de cursos noturnos. Cursos regulares no ensino médio e também na modalidade de EJA, de Educação de Jovens e Adultos, tanto na rede estadual de São Paulo, como também na rede municipal.

Era isso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Continuando na lista de oradores, chamamos para fazer uso da palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Major Mecca.

 

O SR. CAPITAL TELHADA - PP - Presidente, uma comunicação, enquanto o deputado se direciona?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem dois minutos, Vossa Excelência.

 

O SR. CAPITAL TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado. Excelente tarde a todos, só para comunicar a presença dos nossos amigos da cidade de Quadra, município no interior de São Paulo, a nossa prefeita Lheonides, junto com o vice-prefeito Cristiano, aqui presentes na nossa Assembleia Legislativa.

Agradeço a presença de V. Exas. na nossa Casa, nesta tarde. Sejam muito bem-vindos, espero que acompanhem um excelente debate aqui, boas discussões nesta tarde. A Casa está sempre aberta para o nosso interior paulista.

Bom, sejam muito bem-vindos, muito obrigado.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Passo a palavra para o deputado Major Mecca.

 

 O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nossos policiais militares, civis, que aqui estão e estão em todo o estado, garantindo a rotina e a paz no estado de São Paulo, a todos vocês que nos acompanham pelas redes sociais uma boa tarde.

Hoje, no dia 12 de março, desde as seis horas da manhã, mais 33 mil presos nas ruas do estado de São Paulo liberados na saída temporária. Só retornam no dia 18, segunda-feira da semana que vem, no final da tarde. É extremamente desestimulante para os nossos policiais, que estão nas ruas todos os dias arriscando suas vidas, combatendo o crime.

É extremamente contrário aos anseios e às expectativas do povo do estado de São Paulo, bem como de todo o Brasil, que não concorda e não aceita mais esse tipo de privilégio para criminoso, para bandido que está nas ruas tirando a vida dos trabalhadores, tirando a vida das mães de família, dos nossos jovens. Nós precisamos acabar com as saídas temporárias em todo o território nacional.

Na data de hoje, o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite se licenciou e foi a Brasília para relatar o Projeto de lei nº 2.253, que acaba com as saídas temporárias.

Esse projeto foi inicialmente, Vitão do Cachorrão, relatado pelo deputado federal Guilherme Henrique. Anteriormente, aprovado na Câmara, foi para o Senado, onde ele foi aprovado e teve uma pequena mudança. Então ele precisa retornar à Câmara dos Deputados.

O secretário de Segurança Pública, que já vivia o problema da saídas temporárias na pele - como todos nós policiais e o povo de bem do nosso estado - hoje retorna com a experiência de secretário de Segurança Pública através das políticas de governo, para diminuir o número de roubos, diminuir o número de homicídios no estado de São Paulo que vem apresentando bons resultados, mas ainda está muito aquém do que o nosso povo precisa.

A saída temporária é uma ferramenta que estimula a impunidade ao crime. O criminoso tem quatro saídas temporárias por ano, mais de uma semana para poder sair, para praticar roubos, para estuprar, para matar.

Nós não podemos mais aceitar esse tipo de privilégio da legislação a criminosos, a bandidos. Então nós temos que registrar aqui o nosso apoio a esse Projeto de lei nº 2.253, que acaba com as saídas temporárias.

Na noite de ontem nós estávamos na cidade de Santos, Capitão Telhada estava junto lá, Tenente Coimbra, e nós acompanhávamos o Derrite, o secretário de Segurança Pública, em uma reunião com os presidentes integrantes dos Consegs de toda a região litorânea da cidade de São Paulo.

Conversávamos com todos eles sobre a importância e a necessidade do apoio e das iniciativas da sociedade civil organizada para pressionar o Congresso Nacional em relação à aprovação e mudanças das legislações penais, processuais penais e leis de execuções penais, porque nós já passamos do tempo de procurar mudar o sistema penitenciário no estado de São Paulo e em todo o Brasil.

Bandido tem que ter penas mais rígidas, bandido não tem que ter visita íntima. Bandido tem que trabalhar dentro da cadeia para pagar a sua estadia, que é o que todo trabalhador faz na sua rotina diária. Ele trabalha para pagar o seu aluguel, trabalha para comer, trabalha para sustentar a sua família.

O preso precisa reaprender aqueles valores que ele não aprendeu anteriormente. Então, dentro da cadeia, ele tem que trabalhar, ele tem que ter oportunidade, sim, de estudar, ser reintegrado, futuramente, à sociedade, mas cadeia não pode ser escritório para bandido planejar como vai ser feito o tráfico internacional de drogas, o tráfico de armas e fazer da cadeia o seu escritório.

Então fica aqui o nosso apoio ao PL 2.253, que acaba com as saídas temporárias em todo o território nacional.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamamos para fazer uso da palavra o deputado Eduardo Suplicy. Já está presente aqui o Vitão do Cachorrão, deputado Vitão.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Reis, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria de assinalar aqui que um estudo do Instituto Fome Zero, encomendado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, mostra que o número de brasileiros que passam fome caiu de 33 milhões de pessoas, em 2022, para 20 milhões de pessoas, em 2023.

Essa projeção divulgada segunda-feira foi feita a partir do cruzamento de dados da Pesquisa de Orçamento Familiar e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, ambas do IBGE.

Como o maior movimento de mobilização civil do Brasil ajudou o País a sair do mapa da fome? O estudo considera duas situações de insegurança alimentar. Primeira, a insegurança alimentar moderada: nessa condição, o indivíduo não faz as três refeições diárias ou não se alimenta o suficiente para ter uma vida saudável.

Segunda, a insegurança alimentar grave: nessa condição, o indivíduo fica um dia ou mais sem comer, no que se traduz como passar fome. O instituto estima que, após subir de 20,6% para 32,8% entre 2018 e 2021, o nível de insegurança alimentar caiu desde então e chegou a 28,9% em 2023, o que ainda é muito elevado.

Projeção da insegurança alimentar e nutricional e estimativas: o indicador analisa pessoas que fazem menos refeições que o necessário ou passam dias inteiros sem se alimentar.

De acordo com o estudo, a redução estimada na quantidade de pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar grave no País está relacionada à queda do desemprego, com a dinâmica favorável dos preços, especialmente dos alimentos.

Também colaborou o crescimento da renda da população, puxado principalmente pelos ganhos com os programas de transferência de renda e pelo reajuste acima da inflação do salário mínimo.

A política de valorização do salário mínimo, proposta pelo governo federal no ano passado e retomada este ano, prevê reajustes anuais que levem em conta a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor e a taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto de dois anos antes.

A recomposição do poder de compra, de acordo com o estudo, fortalece a tendência da redução da insegurança alimentar e nutricional da população.

Segundo José Graziano, um dos fundadores do Instituto Fome Zero, ‘as pessoas ganharam mais do que perderam com a inflação. Mas o maior elemento é a política de aumento do salário mínimo, que atinge todos os brasileiros, mesmo aquelas pessoas que não ganham o salário mínimo são afetadas’, explica o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, de 2012 a 2019, justamente o ex-ministro José Graziano.

O Instituto Fome Zero analisou os indicadores de desemprego e de inflação para retratar a exposição da população carente à insegurança alimentar e nutricional. Combinados, os dois indicadores formam o Índice de Miséria.

Após relativa estabilidade no indicador para o período entre 2017 e 2019, o índice cresceu entre 2019 e 2021, quando alcançou 21,2 por cento. A partir de 2022, no entanto, voltou a cair, chegando a 12,4%, em 2023.

O Índice de Miséria no Brasil calcula a exposição da população carente à insegurança alimentar e nutricional.

Segundo o estudo, no ano passado, a inflação baixa beneficiou os mais pobres e foi o principal fator para a continuidade da queda do Índice de Miséria.

Quatro anos após deixar o Mapa da Fome, a insegurança alimentar e nutricional voltou a crescer no Brasil. E, em 2020, com a crise sanitária da Covid-19 e com a deterioração acentuada dos rendimentos dos mais pobres, o quadro piorou.

Em 2022, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, PENSSAN, divulgou um diagnóstico dos brasileiros em situação de insegurança alimentar. Naquele ano, o País bateu a marca de 33 milhões de brasileiros que não tinham o que comer por um dia ou mais.

Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o “Brasil Sem Fome. O governo federal estabeleceu a meta de tirar o país do Mapa da Fome até 2030 e reduzir a menos de 5% o percentual de domicílios em situação de insegurança alimentar grave.”

Eu quero informar que no próximo dia 21, às quatro horas, no auditório Dom Pedro I, haverá a primeira reunião do grupo de trabalho que vai estudar os passos em direção à renda básica universal e incondicional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito obrigado. Continuando na lista, deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.)

Entrando na Lista Suplementar, deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, deputado Reis, Sras. Deputadas e Srs. Deputados. Sr. Presidente, a gente recebeu, na Comissão de Segurança Pública, semana passada, o secretário Derrite, que veio aqui prestar conta do seu serviço. E um dos assuntos que ele abordou foi a “Operação Escudo”, agora chamada “Operação Verão”.

E amanhã temos um importante debate, Major Mecca, que preside a Comissão de Segurança Pública, e deputado Suplicy, da Comissão de Direitos Humanos. Continuaremos esse debate, ouvindo o ouvidor-geral das polícias, Claudino Silva.

Nós vamos acompanhar. Mas eu queria registrar a minha crítica ao governador, pela sua fala infeliz, essa semana que passou, diante de várias entidades que chamaram a atenção dele, de que possa estar havendo abuso de alguns policiais, dentro dessas operações, onde mataram pessoas inocentes.

Como é o caso daquele jovem que é quase cego, que provavelmente os policiais confundiram ele com outro, mas executaram dentro do seu quarto, diante dos protestos e dos apelos da família.

O governador disse assim: “Não estou nem aí para as críticas, se vão me denunciar na ONU”. O governador foi infeliz porque mostrou um desprezo pela vida humana, um desprezo pelos que defendem os direitos humanos. Que não são os direitos de alguns. Os direitos humanos são direitos de todo mundo.

Eu venho aqui, embora não seja da minha militância esse assunto da Segurança Pública, nosso mandato tem se pautado pelos temas da Habitação, da Reforma Agrária, da Educação e da Segurança Alimentar. Mas, como deputado, o deputado tem que ter esse olhar estratégico sobre o que acontece no Estado.

O deputado do PT rebateu algumas coisas também. Por exemplo, esse assunto, não é um assunto de esquerda ou de direita. É um assunto que interessa a toda a sociedade.

Nós queremos ter uma política de Segurança Pública que passe pela boa remuneração dos trabalhadores da Segurança, como os diversos policiais, militares, civis. Nós temos que ter quadros suficientes, preparados, treinados.

Nós temos que ter quadros, estrutura e a retaguarda das polícias bem equipadas, para não perder a luta para os bandidos. Mas esse não é um assunto da direita ou da esquerda, conservadores ou progressistas. Esse é um assunto de todos nós. Muitas vezes, quando a gente vai criticar os excessos da polícia, nós não estamos criticando a instituição, os bons policiais.

Aliás, na minha família, eu tenho policiais, que eu tenho admiração. A gente está criticando os maus policiais, aqueles que usam a farda, essa farda importante, que todos nós respeitamos, para cometer, às vezes, crimes, para agir fora da lei, para agir fora da Constituição.

Às vezes, a gente percebe que o secretário, e agora, o próprio governador, acabam acobertando. Aí, ao invés da gente ter uma polícia, como bem falou a deputada Simone, na audiência com o Derrite, em vez da gente ter uma instituição respeitada pela população, muitas vezes a população tem medo. Quem tem que ter medo é o bandido, não a sociedade, não as famílias.

Não os pobres que, às vezes, quando chega a polícia do jeito que chega, ficam com medo e se escondem. Trabalhadores, gente honesta, gente que luta para viver honestamente.

Então eu não vi o governador voltar atrás. Em tantas coisas, ele voltou atrás. Mas essa vez ele foi muito infeliz. Eu espero que ele volte atrás nessa fala infeliz, e mude essa operação.

Essa operação pode ser feita, sim, dentro da legalidade, dentro da ordem, dentro da lei, respeitando as pessoas, por mais simples que elas sejam. O morador de favela pode ser negro, branco, japonês.

Mas as pessoas merecem respeito, porque são cidadãos também, pagam impostos, lutam para sobreviver, e não podem ter suas vidas ameaçadas e achincalhadas dessa forma.

Toda vida importa, inclusive do jovem negro, da mulher trabalhadora, do cidadão que luta para construir a sua vida e ter sua felicidade, às vezes de forma muito difícil. A gente não pode ter uma instituição contra essa população.

Então os maus policiais têm que ser identificados, têm que ser julgados e, se possível, punidos, para que a sociedade possa ter uma tranquilidade, ter paz, e ter uma política verdadeira de Segurança Pública.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Dois minutos de comunicação.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Só para dizer ao deputado Simão Pedro que nós, policiais, temos compromisso com a vida, com todas as vidas.

Nós não olhamos raça, religião, partido político. Nós temos compromisso com a vida.

A manifestação do governador foi no sentido de se posicionar contra os ataques que são feitos aos nossos policiais militares que estão nas ruas defendendo a sociedade, que estão patrulhando os morros do litoral de São Paulo e de todas as outras cidades, defendendo as famílias, os trabalhadores honestos em situação de vulnerabilidade, que são subjugados pelo crime organizado e por bandidos armados.

Em todos os confrontos ocorridos, o policial reagiu a um ataque de um criminoso. Toda ação é colocada no papel, é registrada; é aberto um inquérito policial pela Polícia Civil, pelo DHPP.

É aberto um inquérito policial militar. Há o acompanhamento de todas as corregedorias em todas as ações policiais e tudo isso é apurado. Ninguém acoberta nada. Ao contrário, as apurações e a disciplina nas polícias são extremamente rígidas.

Nós estamos nas ruas, os nossos policiais estão nas ruas arriscando sua vida, morrendo para defender o cidadão de bem e cumprir o seu juramento.

O posicionamento do governador Tarcísio de Freitas foi um posicionamento inédito, pois, no estado de São Paulo, nunca tivemos um governador que apoiasse esses homens e mulheres que morrem pelo cidadão de bem.

O posicionamento dele foi no sentido de defender esses homens e essas mulheres que estão derramando o seu sangue para defender o cidadão de bem e estão sendo acusados sem fundamento algum.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Eu já passo a comunicação. Enquanto isso, vou chamar à tribuna a deputada Leci Brandão. Vossa Excelência tem dois minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Só para comentar a fala do nobre deputado Major Mecca, que o que ele fala tem problemas em relação a alguns fatos muito noticiados.

Por exemplo, muitas situações de adulteração da cena das mortes que não deveriam ocorrer; o não uso da câmera. A câmera, eu entendo que é um instrumento de defesa do próprio policial. Um instrumento de trabalho para sua segurança, para a segurança do cidadão que ele vai abordar.

Então, assim, o que estamos vendo é um aumento da letalidade policial nunca visto. Por exemplo, o que está acontecendo no Guarujá já está quase chegando, daqui a pouco, se continuar assim, à maior matança que a polícia já fez, que foi no Carandiru, os 111 presos que foram mortos naquele massacre.

E o governo, quando ele diz “não estou nem aí”, tem alguma coisa errada. A polícia tem que trabalhar com informação, tem que trabalhar com... Eu, por exemplo, fiquei muito sensibilizado quando vi aquela cena de um policial sendo morto e a própria câmera filmou o ataque do bandido atirando nele, em uma dessas operações agora. Não me recordo o nome. Sempre fui solidário aos policiais que foram mortos nessas operações, mas ele estava agindo de forma correta, estava com a câmera.

Então, não é isso que a gente tem visto, não em toda operação, mas em muitas situações. É essa crítica que estamos fazendo. Então, esse aumento da letalidade pode passar a ideia de que a polícia hoje está liberada para matar, independente da pessoa que ela vai encontrar na frente.

Então, é para esse tipo de abuso e cuidado que estamos chamando atenção e é para isso que estamos chamando atenção do governador. É isso que as instituições de defesa dos Direitos Humanos, que fazem um trabalho respeitável, estão fazendo em relação ao que está acontecendo no litoral.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputada Leci Brandão tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só para dizer ao deputado Simão... Matança? Um policial, um trabalhador que sai de sua casa de manhã, deixa sua família para defender a sociedade, é alvo de tiros por parte de um criminoso, vai se defender e, na própria defesa, ele atinge um criminoso.

Isso é matança? É uma inversão total dos conceitos, seja do direito, seja do que for, é inaceitável. Nós, policiais, não aceitamos esse termo “matança”.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O senhor está inscrito para falar e depois o senhor continua. Deputada Leci Brandão.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Excelentíssimo Sr. Presidente deputado Reis, o senhor que é um grande defensor também da polícia, admiro há muito tempo. Sei que o senhor...

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Defensor do povo.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Exatamente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - E a polícia faz parte do povo.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Isso aí. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste pela TV Alesp, funcionários desta Casa, civis, militares, povo dos serviços gerais.

Parece que nos últimos tempos a pauta da Segurança, a pauta dos assuntos policiais tomou conta dessa tribuna aí. A maioria dos deputados está falando sobre isso. Deputado Suplicy, boa tarde. Boa tarde, deputada Ediane, deputada Bebel, deputado Simão Pedro.

Srs. Deputados, o que me traz a essa tribuna hoje mais uma vez é a indignação. Chegou ao nosso conhecimento que, no último domingo, dia dez de março, uma jovem negra, MC Kisha, foi alvo de uma atitude covarde e racista por parte de agentes de segurança da CPTM, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Deixe-me deixar bem claro, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

Nas fotos e vídeos que foram postados no seu perfil nas redes sociais, a MC Kisha mostrou suas tranças arrancadas pela raiz e as marcas das agressões sofridas pelo corpo. Ela costuma fazer apresentações no trem e disse que essa já é a sétima vez que ela sofre violências desse tipo de agente da CPTM.

O que aconteceu domingo vem ocorrendo repetidamente e não pode continuar. Não é possível que a sociedade e o Poder Público considerem normal, aceitável, que agentes de segurança de uma empresa pública-estadual, que integra a administração indireta do estado de São Paulo, ajam dessa forma contra a população.

Esse caso precisa ser apurado com urgência e os agressores devem ser punidos com rigor. A gente não pode se calar diante de ações como essa que humilham e violentam pessoas, principalmente mulheres negras e da periferia.

Eu acho que nós acabamos de aprovar, recentemente, nesta Casa um projeto de lei que declara o hip-hop patrimônio cultural e imaterial. Então, a gente espera que nessa lei, não apenas o hip-hop, mas quem faz a cultura também possa ser protegido, que essa aprovação possa diminuir a forma preconceituosa e a forma violenta com que tratam as pessoas que fazem essa cultura do hip-hop.

As meninas estavam fazendo uma fala no trem, coisa dessa cultura e de repetente os agentes de segurança chegaram, agrediram as meninas, arrancaram as tranças dessa MC, deram um soco no olho dela, - nas fotos mostram que a menina está com o rosto roxo -, e isso a gente não pode admitir.

Aliás, todo mundo sabe que, desde que eu entrei nesta Casa em 2010, eu já disse que qualquer fato que se relacione à posição racista eu vou me pronunciar, não vou parar nunca, só a hora que Deus quiser. Toda a solidariedade para a MC Kisha.

Sr. Presidente, eu acho que não dá mais que, nos dias de hoje, a gente tenha que assistir, saber, tomar conhecimento de agressões de mulheres, mulheres negras principalmente. Estavam fazendo nada, estavam conversando no trem.

Os agentes de segurança chegaram e agrediram essas meninas, arrancaram as tranças da menina. Trança é uma coisa da vaidade da mulher negra, agora todo mundo usa trancinha. Isso foi arrancado pelos agentes da companhia metropolitana.

Então, eu quero deixar aqui a minha solidariedade a essa MC e dizer que nós, deputados e deputadas desta Casa, não vamos nos calar e não vamos fechar os olhos para tanta violência. Chega de violência, principalmente contra a população negra.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próxima oradora deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Professora Bebel, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, cumprimento V. Exa., deputado Reis, cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, assessores à minha esquerda, à minha direita, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, enfim, público presente, e todos que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.

Eu estou aqui em uma luta bastante intensa ainda com relação aos profissionais da Educação, aqueles que têm um trabalho focado na garantia de uma Educação Pública de qualidade.

E quero chamar atenção para o seguinte. Ainda temos quase 30 mil professores, deputado Capitão Telhada, sem salário. Está escrito, eu acabei de receber um WhatsApp agora pedindo pelo amor de Deus que a Apeoesp lance uma campanha de solidariedade aos professores que estão passando necessidade. Porque eles tiveram aulas para serem atribuídas ou não, e eles estão passando necessidade, porque não têm dinheiro para pôr comida na mesa. Essa é uma questão.

Então, nós estamos com muitas dificuldades nessa atribuição de aulas, e, olha, eu vou pedir - não sei se eu vou ter tempo - para que mostrem porque é que essa situação está dada.

Por favor, eu tenho um estudo dos professores admitidos em caráter temporário. Põe no telão. Olha lá, isso é um estudo feito agora, no dia 22 de fevereiro de 2024. Olha as condições de trabalho desses professores.

Vocês vejam bem que efetivos... Nós vamos até o final, a gente vê que eles, na verdade, eles vão diminuindo, diminuindo, e chegamos em dezembro de 2023 com 87 mil. O “F”, aquele estável, que a Apeoesp conseguiu, com muita luta, com articulação com o Paulo Renato, e nós temos só 23 mil, e já chegaram a 70 mil professores nessa condição.

Depois o estável, que foi pela Constituição de 88, um CLT. Olha o “O”, chamo a atenção aqui para quem defende a Educação. Olha o “O”, 101.228 professores. Ultrapassa, deputada Ana Perugini, o número de professores concursados.

Foi feito um concurso público. Sabe para quantos, deputada Leci? Para 15 mil. Diz que vai chamar 25 mil. Eu disse: “Mas passaram 174 mil, qual é a lógica?”. Chamam 50 mil por ano, em dois tempos vocês equilibram essa situação que está aí gritante, dos professores no estado de São Paulo.

Próximo, rapidinho. Aqui é a evolução. Vocês vejam que em janeiro de 2011, a gente vinha com a mesma coisa. Fizemos uma grande greve em 2013, para ter concurso público, e aí a gente consegue abaixar a curva, mas agora a curva subiu novamente, e os temporários estão acima dos professores concursados.

E os temporários, hoje, têm um concurso, que já está valendo, que têm 174 mil. Por que não chamam? Chamam, efetivam, porque a gente vai dar continuidade no contrato, no projeto político e pedagógico, na qualidade de ensino.

Próximo. Proporção de professores por vínculo negocial. O que é o vínculo negocial? Vínculo negocial é se ele é efetivo, “F” estável, “L”, olha um monte de letrinha, e “O”.

Olha, para vocês verem a proporção. Efetivo está 48% e você chega a mais de 50% de professores de outra forma. É claro que está fragmentado, mas a gente está vendo que é possível a gente entender que não é possível ter qualidade de ensino assim.

Próximo, só para eu terminar: docentes por faixa etária. A reforma da Previdência fez com que os professores ficassem mais tempo. Se ele vai ficar mais tempo então você não abriu perspectiva para a juventude.

Então nós vamos ver que menor de 20 nós temos 32; 20 a 29, 16 mil; 30 a 39, 41 mil; de 40 a 49, 72 mil - olhe o impacto da reforma da Previdência; de 50 a 59, 62 mil; maior ou igual a 60, 19.599. Próximo.

Aqui é proporção de vínculo funcional e faixa etária. Depois a gente vendo aí todas as variações também. Próximo. A evolução das... A PEI eu vou deixar para um outro momento, que é a escola de tempo integral, e essa aí tem que ser debatida com o devido olhar. E para fechar, só para fechar, deputado Reis, eu quero jogar aqui uma pérola.

O governador está falando que tem que ter uma PEC para reduzir os recursos, na verdade, transferir para a Saúde, o que para mim é um contrassenso. A Saúde tem que ter a verba dela prevista e a Educação também. Quando ele fizer isso - e ele faz -, ele vai e anuncia a escola cívico-militar, que está aqui na Casa. Está aqui na Casa a escola cívico-militar.

Então o dinheiro - eu vou terminar, deputado - quer dizer, não está sobrando, deputado Suplicy, porque vai ter que investir no programa de escola cívico-militar. Então, espere aí, cadê o dinheiro? Então nós vamos ter redução de verba e com mais atividades educacionais?

Então, para terminar, eu quero dizer que nós tivemos o Dia Internacional da Mulher nas ruas, nas atividades que nós lutamos. E que, lamentavelmente, Piracicaba teve no domingo a terceira morte consecutiva por feminicídio.

O companheiro não aceitou que se afastou e o rapaz foi lá e matou a moça. E fora o ataque feito à vereadora Rai, que está devidamente acompanhada. Nós vamos fazer inclusive um encontro para poder, exatamente, chamar essa discussão

Um forte abraço, Sr. Presidente.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamamos o deputado Capitão Telhada para fazer uso da palavra.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Boa tarde, senhoras e senhores, Srs. Deputados, funcionários civis e militares, todos que nos acompanham pela rede social, pela TV Alesp. Uma excelente tarde a todos. Hoje vou falar sobre Segurança Pública mais uma vez, nossa bandeira principal e caríssima a todo cidadão paulista.

Nós estivemos no sábado agora último, dia 9 de março, lá na cidade de Santos, o coração da Baixada, o maior município da Baixada Santista. E estivemos com a nossa bancada de deputados da Segurança Pública presentes no ato cívico, numa manifestação em apoio aos nossos policiais.

Uma homenagem primeiramente a cada policial que tombou combatendo o bom combate, que foi morto em serviço e com a voz da população presente, centenas de pessoas pedindo que as operações de combate ao crime continuem na Baixada Santista.

Ao meu lado aqui estão algumas fotografias do evento. Nós estivemos lá na Praça das Bandeiras. Estive presente eu, Capitão Telhada, o deputado Major Mecca, deputado Conte Lopes, deputado Gil Diniz, deputado Tenente Coimbra, deputado Paulo Mansur, deputado Coronel Telhada, deputado Paulo Correa Jr, deputado Delegado Olim, todos nós, junto com vereadores da Baixada Santista, desde lá o município de Registro até o município de Bertioga.

Vereadores policiais que também labutam na Segurança Pública, policiais veteranos, associações comerciais, presidentes de Conseg, motociclistas de motoclube, que sofrem com a insegurança. Inclusive, todos fizeram uso da palavra. Não foi um ato em que ficou só político falando, foi lá o motociclista falar, foi a representante da Ordem dos Advogados do Brasil falar, representante da família policial.

Foi uma coisa linda participar desse evento. Por quê? Porque é a voz do cidadão de bem. Não foi meia dúzia de gato pingado que, muitas vezes, oprimido pelo crime organizado, tem que descer na avenida para queimar ônibus, igual aconteceu ontem lá na Baixada, ou então para atravessar na rua e fazer desordem para colocar o horror lá e fazer bagunça.

Ali foi um ato de manhã, um sábado, que estava um baita de um sol. Vários poderiam estar curtindo a sua praia, e foram lá manifestar, levar o seu apoio às operações policiais, porque confiam na sua polícia, confiam na Segurança Pública, e acreditam, assim como eu acredito, que as cidades do litoral que sofrem tanto com o crime organizado, que sofrem tanto com a ação do narcoterrorismo...

Os nossos policiais que lá residem sofrem tanto com a opressão e com o genocídio que acontece com os nossos policiais, para o que eu costumeiramente dou o nome de “policídio”, que acontece no Brasil. Quando um policial é identificado como agente de segurança, ele é morto, ele é executado. Nós já vimos em várias ocasiões isso acontecer.

Dou mais um exemplo: lá, no sábado, estávamos em manifestação e um pelotão do Caep, do CPAM-12 - faz a região lá de Suzano - estava em operação na Baixada e passou lá pela nossa manifestação. Passou o pelotão em patrulhamento, e foram para as suas áreas responsáveis naquele dia.

Depois de uma hora e meia do término lá da manifestação, sabe o que aconteceu com o policial do Caep, que momentos antes estava conosco na manifestação? Ele foi baleado na favela, foi baleado pelo tráfico de drogas, em uma incursão simples.

Foi alvejado por dois disparos. Graças a Deus, não era o momento de ele ir embora, os dois disparos alvejaram-no no braço direito. Sargento Adriel, do CPAM-2, um tiro aqui na altura do ombro, o outro no antebraço. Ele já está em casa se recuperando.

Mas se fosse dez centímetros para o lado, poderia ter acertado a cabeça do policial, poderia ter acertado o coração, poderia ter acertado o estômago, e ele ser mais uma estatística, mais um policial morto em serviço. Deus não quis assim. Então provou como é importante nós, parlamentares, estarmos do lado do povo que gosta da polícia, que quer a polícia trabalhando e que apoia o combate ao crime.

Por isso, ontem participamos novamente de uma reunião dos Consegs lá na Baixada com o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, a quem nós damos todo o crédito pela revolução na Segurança Pública que estamos vendo em São Paulo. O combate firme às organizações criminosas, sem fingir desconhecimento, sem se fingir de morto, enfrentando com coragem esses grupos criminosos.

Ontem foi anunciado pelo secretário que mais 394 policiais militares farão parte do efetivo fixo dos batalhões da Baixada Santista; criações de forças táticas, 23 milhões de investimento em compra de viaturas novas, mas 27 milhões de reais investidos em obras, tanto de delegacias, quanto de quartéis da Polícia Militar, ou seja, não é só durante a Operação Verão. A Baixada Santista pediu isso, a gente levou para o secretário por meio da nossa Bancada.

Por meio da manifestação foi dado visibilidade nesse tema, e o governo respondeu de maneira positiva, “Operação Verão” contínua, o ano todo. Todo final de semana, que tem aquela ida para a Baixada de muito turista, vai ter reforço de policiamento com investimento em tecnologia, viatura e recursos humanos. Parabéns, secretário Derrite.

Parabéns, governador Tarcísio, conte com nosso apoio aqui na Assembleia Legislativa.

Muito obrigado, presidente.

 

* * *

 

-Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Encerrado o Pequeno Expediente, entrando no Grande Expediente.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputada Ana Perugini.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Só para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Tem V. Exa. dois minutos.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada. Até para justificar e explicar o que aconteceu conosco na semana passada. Foi chamada uma oficina. Aliás, a segunda oficina.

Nós deveríamos discutir quais os equipamentos de saúde que a região - aliás, duas regiões, a de São João da Boa Vista e também a de Campinas - tem, para que houvesse a celebração de um contrato de colaboração entre todos os municípios, assinados pelos prefeitos ou os secretários de Saúde, para que nós pudéssemos diminuir a carência, o número de pessoas em espera e essa falta de lógica na distribuição no sistema Cross hoje.

Nós terminamos o encontro, mas ainda não há um pronunciamento do governo em relação ao que nós mais esperamos - e que foi fala de secretários e de prefeitos -, que é a regionalização do sistema Cross, que vai permitir com que aqueles que conhecem o sistema naquela localidade permitam uma fluidez maior e agilização maior dessa fila, que, de fato, é uma fila que atende urgência e emergência e aquilo que é determinado por uma lista de espera para cirurgia.

Só para você ter uma ideia, nós estamos falando de pessoas que estão na fila desde 2013 para uma cirurgia de ortopedia. O caso é gravíssimo, é muito sério. Nós temos uma legislação que ampara os pacientes oncológicos que precisam, depois do diagnóstico, serem atendidos em três meses. Mas isso não está acontecendo, porque não há um aparato para recepcionar esses pacientes.

Então, fica aqui o nosso registro. Nós não estávamos aqui, mas, desde o período da manhã até o finalzinho da tarde, início da noite, ali na cidade de Mogi Mirim discutindo a saúde nessas duas regiões.

E 62 municípios celebraram o acordo de cooperação, mas nós vamos continuar lutando para que logo haja a regionalização do sistema e aqui um chamado, novamente, para que haja transparência.

Aliás, o projeto que foi aprovado aqui na Casa e foi sancionado não é meu. Não é meu, mas foi aprovado na Casa e sancionado pelo governador a transparência do sistema Cross, o que não acontece até agora.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Para uma comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Eu vou chamar o próximo orador que, por permuta com o deputado Luiz Fernando, vai falar o deputado Itamar Borges. Enquanto ele se dirige à tribuna, V. Exa. tem dois minutos.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, deputado Reis. Falando em saúde também, mesmo eu sendo da base do governo, deputado, pelo Republicanos, eu quero colocar aqui o meu pedido e a minha indignação, porque eu tenho mais de 20 municípios, deputado Reis, que solicitaram a carreta da mamografia, que é um diagnóstico, Itamar Borges.

Diagnóstico precoce, em que vai economizar, em que a mulher vai ser curada, em que não vai chegar naquela fase... No interior e nos PAs, nas Upas do interior, a pessoa fica indo e voltando e não tem um diagnóstico precoce. Aí, mais de 20 cidades, através de prefeitos, de vereadores, solicitaram.

Fez um ano, acho, que eu estou aqui, e até agora eu não fui atendido em nenhuma cidade. Não eu atendido, porque não é para mim. Pode ser para a mãe de um deputado, pode ser para a mãe de um vereador, de um senador, para a mãe de uma pessoa que faz faxina, faz limpeza, porque o câncer não avisa. E o câncer, infelizmente, afeta e pega no rico, no pobre, no milionário, e depois ele tem que ser inserido no Hebe Camargo.

Então, nada melhor do que o diagnóstico precoce. Quem é médico e está assistindo, quem trabalha na área da Saúde, e o tratamento precoce também para salvar vidas. Não adianta depois ficar um ano, dois anos indo no PA. Tem cidades pequenas, 640 e poucos municípios que não têm nem posto de saúde. Aí, não atende o nosso pedido, que não é nosso pedido.

A gente faz o pedido pelo povo. Já conversei com o secretário Eleuses pessoalmente, já passei no e-mail a lista das 20 cidades que estão solicitando, e, enquanto eu estiver aqui, eu vou falar pelo povão que me elegeu. Eu não vou ficar aqui de fantoche, não, do governo, falando amém para tudo. Nenhuma cidade foi atendida.

Eu fui eleito por esse povo que mais precisa, então eu peço e imploro que atenda a carreta da mamografia em todo o estado. E, para acabar aqui só, para decidir aqui, a última coisa: só tem uma carreta, Leci Brandão. Deputada Leci Brandão, só tem uma carreta de mamografia para atender, deputada, 640 municípios. Isso é um absurdo no estado.

Então vamos evitar, aqui, as mortes das mulheres.

Muito obrigado pelas palmas, deputada.     

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputado Itamar Borges, tem V.Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Obrigado, presidente, deputado Vitão do Cachorrão; eu quero começar minha fala. Coincidentemente eu vinha para essa tribuna hoje para reconhecer mais um feito, mais um passo importante do nosso governador.

E aí, antes de eu vir para cá, assisti à fala do Capitão Telhada, e na sequência a da deputada Ana Perugini. E eu usaria esses dois exemplos, segurança e saúde, para fazer uma referência do importante trabalho que o governador Tarcísio vem fazendo pelo nosso estado de São Paulo, tanto na área da Saúde, o Dr. Eleuses, e toda a equipe - que é o SUS Paulista -, representa este ano um crescimento de três bilhões de reais a mais de investimento em Saúde que o governo priorizou. Mostrando que saúde é prioridade para o governador Tarcísio, para o secretário Eleuses e para esta Casa que apoiou essa questão orçamentária.

O outro ponto é na área da Segurança. O Capitão Telhada falou por nós todos aqui agora, colocando essas medidas que o secretário Derrite - sempre com apoio do governador Tarcísio e com a orientação do líder -, tem implementado na Baixada, sufocando o crime organizado e repercutindo isso, Major Mecca, Capitão Telhada e demais colegas para todo o estado de São Paulo, fortalecendo o entusiasmo da polícia e a atuação da segurança.

Parabéns, governador Tarcísio, e parabéns ao secretário Derrite e a toda a Polícia Militar, a Polícia Civil, a toda a Segurança Pública.

E hoje de manhã o estado ganhou um importante avanço no Detran, que é com relação a licenciamento, transferência e documentação de veículos. Normalmente você gasta - até ontem, até hoje - de três a sete dias para transferir um documento de um veículo. A partir de agora você vai gastar cinco minutos, será o tempo.

Porque a partir de hoje, desta terça-feira, o Detran em São Paulo se tornou 100% digital e as pessoas físicas, num primeiro momento, e depois a jurídica vão já, a partir deste momento, poder realizar, efetivar essa transferência.

Grande avanço, mostrando que o governo, além de cuidar da gestão, cuida da questão digital. Parabéns a esse avanço, ao secretário Caio, ao governador Tarcísio, ao presidente do Detran e a todos que estiveram envolvidos junto com a Prodesp nesse importante avanço.

Por fim, agradecer a Assembleia Legislativa e todos os meus colegas que, em parceria com o Sebrae, a Frente Parlamentar do Empreendedorismo e Enfrentamento à Guerra fiscal estamos dando contribuições para constituir uma cartilha para todos os candidatos e candidatas a prefeito do nosso estado de São Paulo.

Essa proposta eu vivi quando fui prefeito nas oportunidades antes de eu chegar aqui na Assembleia, que é a Cartilha do Prefeito Empreendedor. São compromissos e pactos que os candidatos farão com a causa do empreendedorismo. Por exemplo, desoneração tributária, redução da carga tributária, simplificação, desburocratização, apoio à micro e pequena empresa.

É esse o papel do homem público, é esse o papel lá na ponta que o município pode fazer para estimular o surgimento de novas empresas, a geração de emprego e melhorar o ambiente empreendedor. E esse intuito...

Nós estamos dando uma contribuição às entidades que fazem parte do Sescon, Fiesp, Associação Comercial, Facesp, e o Sebrae, liderando com a contribuição dos parlamentares desta Casa, para que essa cartilha possa chegar às mãos de todos os candidatos nos 645 municípios.

E que todos eles saiam com esse compromisso de abraçar essa causa e apoiar o emprego, a renda, a micro e pequena empresa e o empreendedorismo.

Presidente, eram apenas esses pontos que eu queria colocar nessa tarde, agradecendo a atenção de todos os colegas deputados e todos os colaboradores da Casa.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE- REIS - PT - Próximo orador, deputado Major Mecca.

 

O SR. RÔMULO FERNANDES - PT - Uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Desculpa, Major Mecca, deputada Professora Bebel.

Enquanto a deputada se dirige à tribuna, V. Exa. tem dois minutos. Depois da Professora Bebel é que é o deputado Major Mecca.

 

O SR. RÔMULO FERNANDES - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente Reis, agradeço a oportunidade. Eu queria trazer um tema rapidamente aqui, falar um pouco sobre educação.

Este estado de São Paulo, nós estamos vivendo um momento muito triste. Ao contrário do governo federal, o Governo do Estado está tentando cortar dez bilhões do Orçamento, é uma coisa que nós estamos tentando impedir.

E o governo federal, hoje, pelo nosso querido presidente Lula, anunciou a criação de institutos federais em Carapicuíba, Cotia, Diadema, Franco da Rocha, Osasco, Ribeirão Preto, Santos, São Paulo - na Cidade Tiradentes, no Jardim Ângela -, São Vicente, Sumaré e, por último, a cidade onde resido, uma cidade chamada Mauá, administrada pelo nosso querido amigo Marcelo Oliveira, que conseguiu essa parceria.

Eu queria fazer esse registro porque o presidente Lula foi o presidente que mais investiu na Educação. Todos sabemos disso, Bebel, você que é uma lutadora dessa pauta, e nos deixa muito felizes com esse anúncio que foi feito hoje, em Brasília, dando essa possibilidade à cidade onde resido, Bebel, que são mais de 400 mil habitantes, exatamente essa ideia de transformar a vida das pessoas, dos meninos do ensino médio, com qualificação, com responsabilidade, com oportunidade.

Eu acho que esse é o grande mérito do nosso querido presidente Lula. Eu queria parabenizar o nosso prefeito Marcelo Oliveira, que, junto com o Padilha, junto com o governo federal, de forma geral, conseguiu essa grande conquista.

Então é um motivo de alegria, um momento de a gente celebrar, diferentemente do governador Tarcísio, que tem feito uma desastrosa administração com relação à pauta da Educação.

Então eu queria parabenizar o prefeito Marcelo Oliveira e o nosso querido presidente Lula, que está dando essa grande oportunidade para os jovens de todo o Brasil.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputada Professora Bebel, tem um tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, presidente Reis, de novo nesta tribuna falando com V. Exa., com a Mesa Diretora de trabalhos e as assessorias. E dizer, até aproveitando um pouco do que disse o deputado Rômulo, sobre a fato de nós termos, o Brasil todinho tendo institutos federais de Educação.

O modelo do Instituto Federal de Educação, deputado Rômulo, é o modelo que a gente persegue para ter um ensino médio de qualidade, até tecnológico e até universitário. É o modelo do Ifes.

Quando tem esse debate de reforma do ensino médio, contrarreforma, ou falso novo - velho ensino médio, que é o que a gente diz -, a gente fala: “não, mas nós temos um padrão de ensino médio, padrão Ifes, Instituto Federal de Educação, do sonho”.

Porque junta teoria, prática, assistência estudantil, consegue manter o jovem estudando por um tempo maior, por tempo integral. Eles saem de lá com uma capacidade, que digo para V. Exa., inquestionável. Então é o modelo que tem que ser perseguido aqui, no estado de São Paulo.

Mas vai na contramão aqui, deputado. Aqui é escola cívico-militar. Eu não tenho nada, eu não estou brigando com vocês que são militares, meus queridos, não é isso. É que é inconstitucional, vai contra a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que versa sobre os princípios da Educação básica.

Para que a gente tem Educação básica? Para ter uma sólida formação. Mas e sólida formação, Professora Bebel, isso não é falácia, isso não é invenção? Não. A sólida formação é ter direito a creches, pré-escolas, ensino fundamental, primeiro ciclo, segundo ciclo, ensino médio e todas as modalidades em si.

E aí vem o governador Tarcísio e planta escola cívico-militar. Eu não tenho nada contra quem quer ser militar. Mas uma imposição, a partir de uma escola, que vai fazer um padrão de cidadão... Porque é tentativa, isso não consegue. Isso, na ditadura, deixaria a gente, no período autoritário neste país, teria nos formatado.

Eu sou fruto dessa escola e a gente saiu pensando de outra forma. Por quê? Porque o pensamento humano, por mais que a gente queira resolver o problema da violência, da indisciplina, aumentar as notas, não é estático. O que eu ensino para um estudante, ele vai confrontar com a realidade. E aí vem a consciência crítica.

Então, quando se fazia muito debate da consciência crítica, deputada Beth, eu sempre dizia: a consciência crítica não é pronta. Quem forma a consciência crítica é o próprio estudante.

Por isso, a sólida formação de que eu falava lá no início. Se eu formar direitinho, se na escola não faltar nada, eu não vou pôr uma cortina de fumaça e falar: “olha, agora vai acabar indisciplina contra os estudantes, contra professor, acabou a violência, vai ser nota 1.000 a forma como as escolas vão funcionar no estado de São Paulo”. E não é verdade. Nós sabemos disso.

Nós éramos indisciplinados em plena ditadura. Não indisciplinados no tom que está hoje, mas éramos. Ou alguém se sentava e não se levantava na hora aqui? Era. Mas tinha lá aquela coisa toda, tinha os castigos, as punições, tal, beleza.

Então, a escola tem que ser um espaço de produção do conhecimento, Beth, não de formatação de pessoas, por favor. E aí nós vamos trazer escola cívico-militar para São Paulo para resolver problema de violência, que é social, é urbana, é de tudo quanto é ordem.

“Ah, o Ideb vai crescer”. Vai mesmo, Beth? Não vai. Sabe por que não vai? Eles vão pegar só as escolinhas que escolherem e que vão ter - como é que eu diria? - condicionantes melhores. E aí você avalia, vai dar alto o Ideb.

É isso que aconteceu no Paraná. É isso que aconteceu em Goiás. E eu sou capaz de apostar que aconteceu em outros lugares que têm Ideb maquiado. São Idebs maquiados, eu não tenho medo de dizer isso. E é isso que vão fazer aqui.

Eu vou pedir para os Srs. Deputados e Sras. Deputadas o seguinte: nós temos essa PEC. Essa PEC é uma faca na cabeça da Educação, dos profissionais da Educação, da escola pública. São 10 bi - como disse o meu querido deputado Rômulo - a menos, só dos 5%.

Depois, vêm três bi e 300 milhões do salário-educação. Depois, mais três bi e 300 milhões. Porque o governo não cumpriu os requisitos do Fundeb, deputado Rômulo, não acabou com a vulnerabilidade absoluta, e agora ele quer escola cívico-militar para melhorar o Ideb - de mentira, porque não é assim que melhora o Ideb.

E não fez as devidas adequações que deveria fazer - perdeu o dinheiro. E ainda quer arrancar 10 bi da Educação. Então nós estamos falando de uma “bagatela” - entre aspas - de quase 20 bilhões de reais. Isso é sério, isso é muito sério.

Eu acho que a base governista do governador Tarcísio tinha que ver isso com mais cuidado. A gente tem que ver o seguinte: a resposta que nós apresentamos vai atacar na raiz do problema ou vai ser uma cortina de fumaça? Para mim, vira cortina de fumaça. Não é debatido com ninguém, não vai ter audiência pública nenhuma, não vai acontecer nada. E nós professores vamos ter que nos virar, sob ameaça, até, de sermos demitidos, para fazer valer políticas que já não estão dando certo na prática.

Então eu estou aqui, nós vamos fazer esse debate abertamente. Vai ter audiência pública. Nós vamos chamar inclusive setores, segmentos da sociedade civil, para dizer o seguinte: nós queremos um investimento na Educação básica. Que pare com essa PEC. Que invista pesadamente na Educação básica.

Eu sou uma pessoa muito do grande debate, do macro. O micro me irrita. Mas o macro, isso eu acho que faço com bastante precisão. Eu acho que você tem que ter métodos ou ações como meios, mas não como um fim. Esse é um risco também. Você põe uma escola cívico-militar para quê? Quando você põe cívico-militar, é inconstitucional, você já direcionou o que a LDB está dizendo que não pode acontecer.

Porque você tem que alfabetizar, você tem que dar a formação reflexiva, a pluralidade de ideias, pensamento pedagógico. Você tem que dar oportunidade. E aí, se o menino quiser ser militar, é uma escolha dele.

Simples assim. Não pode ficar esse ganhou ou perdeu, fazer sinal, porque a bolha quer isso. Não tem nada de bolha. Tem uma população de estudantes jovens, que está precisando de ensino público de qualidade, no estado de São Paulo, Sr. Governador.

Eu acabei de mostrar os dados dos profissionais da Educação. Acabei de dizer, e tenho o estudo do Instituto de Arquitetos do Brasil, que demonstra que 82% das escolas não têm banheiro com acessibilidade, ou só têm dois banheiros. E você faz uma fila para ir ao banheiro. Na pandemia, isso era um risco. Meu Deus, aonde nós vamos parar com esse monte de cortina de fumaça?

É Operação Não Sei o Quê, escola cívico-militar, mexe com 5 bi, 10 bi para cá, perde 3 bi aqui, 3 bi acolá. Alguma coisa está errada. “Plataformização” da Educação, digitalização, e por aí vai, não! Chega de inventar a roda. Ouçam a população paulista. Dia 15 nós vamos para a rua. Nós vamos para a rua, e podemos ter uma greve.

Porque a gente está com o salário zero. O senhor que está rindo, acho que está feliz, com essa desgraceira. Salário zero, é culpa de quem? Do profissional? Então, para terminar, fica aqui a reflexão.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Continuando na lista de oradores, nós chamamos o deputado Major Mecca para fazer uso da palavra. Enquanto ele se dirige à tribuna, V. Exa. tem dois minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, no último sábado, eu estava também em Santos. Se V. Exa. tirasse um zoom, ia me ver em cima do caminhão, junto com o Coronel Telhada, Capitão Telhada, Major Mecca e outros deputados.

Mas eu queria falar a respeito do povo apoiando a ação da polícia lá. Eu sei que muitos deputados são contrários à ação. Mas, vejam bem, até hoje, aquele delegado da federal, doutor Tiago, me dizia, o doutor Maurício, nosso investigador, que até agora não falam dos policiais que morreram, que foram baleados. Mas tem um pessoal que vai para o cinema para ver bandido.

“Ah, porque os dois bandidos estavam desarmados, quatro desarmados”. Vossa Excelência é expert nisso aí. Se foi policial militar, ou se foi policial civil, existe um inquérito policial. Ora, se os caras mataram quatro menores desarmados, como está dizendo o deputado Simão Pedro, cabe ao Ministério Público denunciar os policiais e pedir a prisão preventiva deles.

Senão, cada um dá a versão que quer, e fica uma historieta de um lado e do outro. Eu acho um absurdo isso aí. Você pode simplesmente falar. O povo está defendendo a polícia.

Eu até daria um conselho aos partidos de esquerda. Eu daria, mas os caras dizem que dar conselho não é bom porque, se fosse bom, você pagava. Mas esse discurso está complicando até a vida do presidente Lula. Está até complicando, porque o povo não defende bandido.

Se tem deputado, se vai para a Baixada, vê os bandidos, chora, conversa com a mãe do bandido... Vossa Excelência, deputado Reis, é um homem experiente. Vossa Excelência já viu algum parente de bandido ir à delegacia? “Não, ele era bandido, ele era assaltante, ele morreu, ele merecia morrer.” Então, infelizmente é isso.

Temos que ver os dois lados das coisas, certo? Então, tem um lado da população que está apoiando a polícia e, realmente, lá na Baixada, o crime estava tomando conta. Se a gente falar com o pipoqueiro, com o sorveteiro, com os comerciantes, está todo mundo apoiando a polícia. Então, não tem mais isso. Aquele delegado, cumprindo mandado judicial, o Dr. Thiago, tomou um tiro na cara e até hoje não está falando.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve comunicação, presidente? Sem tomar tempo do deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Só se o orador conceder, porque ele já está com a palavra.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Não, então está bom.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Sim, pode fazer.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Por concessão do deputado Major Mecca, V. Exa. tem dois minutos, o tempo regimental.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, deputado Major Mecca. É só para a gente falar que hoje um passo muito importante no Governo do Estado foi dado: a digitalização dentro do nosso estado, que nós estávamos em penúltimo lugar dentre todos os estados do Brasil, na digitalização, e passamos a ser o primeiro lugar nos estados.

Hoje a gente não precisa mais ir ao cartório para transferir o veículo para o nosso nome. Que maravilha que o governador Tarcísio está fazendo dentro do nosso estado de São Paulo. A digitalização é o futuro do nosso País. Nós hoje somos o sétimo em digitalização, dentre 198 países em potência no mundo.

Isso foi dado pelo presidente Bolsonaro, na época da pandemia, que foi necessário avançar na digitalização dentro do país, gerando um fluxo de três bilhões no Brasil. Milhares de empregos.

Só na digitalização, o estado de São Paulo economizou 150 milhões de reais, porque não faz mais as publicações no “Diário Oficial”. Então, o governador Tarcísio está, além de economizando dinheiro público, tornando mais fácil a vida do cidadão paulista.

Muito obrigado, Major Mecca, por me dar esta comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputado Major Mecca, tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu retorno a esta tribuna desta Casa Legislativa porque é preciso repudiar o termo que foi utilizado pelo deputado Simão Pedro, o termo que vem sendo utilizado pelos deputados dos partidos de esquerda, do PT, do PSOL.

Vejam só, o deputado Simão Pedro veio aqui e colocou, na análise dele, como inadequadas as falas do governador Tarcísio de Freitas, mas utilizou o termo “matança” em relação aos nossos policiais.

“Matança” significa assassinato coletivo, extermínio de muitas pessoas. As senhoras e os senhores estão acusando um trabalhador da Segurança Pública, um pai de família, uma mãe de família, que está arriscando a sua vida para defender a sociedade. Vocês estão chamando-os de assassinos.

Todas as ocorrências policiais, que foram ocorrências distintas, pontos distintos de confronto, para todas essas ocorrências, o local foi preservado, há inquérito em andamento, inquérito por parte da Polícia Civil, por parte da Polícia Militar.

As corregedorias das polícias estiveram no local. O Plantão de Polícia Judiciária Militar compareceu ao local. Mais de meia dúzia de autoridades distintas comparecem ao local no momento, no instante dos fatos, para coletar provas. Até o presente momento, não há indício de excesso por parte de nenhum policial militar ou policial civil.

Como os senhores e as senhoras atribuem o termo de “assassino” aos policiais? Nós não podemos aceitar esse tipo de tratamento por parte de deputados, por parte do Sr. Ouvidor, por quem quer que seja, porque vocês têm que respeitar os policiais do nosso Estado.

Nossos policiais estão morrendo. As senhoras e senhores não sabem a dor de uma esposa, de uma mãe receber uma bandeira dobrada. É irresponsável, é desrespeitosa a forma como vocês, deputados e deputadas de partidos de esquerda, dirigem-se aos policiais do estado de São Paulo, Sr. Presidente, deputado Reis, que já foi policial e sabe do que eu falo aqui.

O senhor ainda é policial e nós não podemos aceitar esse termo. Chamar um policial de assassino, sendo que ele está nas ruas defendendo o cidadão de bem, arriscando a própria vida.

Nós estaremos aqui amanhã, na Comissão de Direitos Humanos, para ouvir o Sr. Ouvidor, o Sr. Presidente do Condepe, e seja quem for de comissões de Direitos Humanos, que nunca estiveram no velório de um policial, nunca estenderam as mãos aos familiares desses policiais mortos por bandidos, por criminosos.

Esses sim são assassinos que matam um trabalhador por conta de um aparelho celular, por conta de uma aliança que não saiu do dedo. Colocam uma mãe de família dentro do porta-malas de um veículo e levam para um cativeiro, para fazer transferência bancária. Esses são bandidos, são assassinos, e estão sendo combatidos com coragem. Não é como acontecia nos governos anteriores aqui no estado de São Paulo.

Assim como não aceitamos falar que o PSDB era partido de direita. Nunca foi, tanto que estão juntos lá, presidente e vice-presidente, trabalhando de forma a prejudicar o povo do nosso País.

É só ver agora os prejuízos que a Petrobras deu para nossa Nação, e daí por diante, até mesmo que o assunto no momento não é esse, é o desrespeito com que as senhoras e os senhores tratam os policiais do nosso Estado, que são homens e mulheres dignos, merecem todo o nosso respeito e toda a honra por parte do Governo do Estado, porque há risco à sua vida, e estão morrendo pelo cidadão de bem.

Muito obrigado, presidente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Continuando na lista de oradores, eu chamo para fazer o uso da palavra a deputada Ediane Maria.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu queria uma comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem V. Exa. dois minutos, enquanto a deputada Ediane Maria se dirige até a tribuna.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Eu serei bem breve. Eu vou me dirigir ao Major Mecca. Major, você sabe quantos anos, desde quando entrei nesta Casa, o respeito que eu tenho pela bancada toda de policiais? Eu não falo “bancada da bala”, eu falo de policiais, que são os profissionais.

E eu não vi isso na fala do deputado Simão Pedro. Ele disse o seguinte, que ele era sensível à defesa dos policiais que fazem o trabalho deles, mas que, como é esta mão - estou traduzindo o que eu entendi. A gente não tem os cinco dedos iguais. A gente tem diferenças nas mãos.

Assim como na minha profissão, como todas as profissões, e ele então pondera para os casos que, enfim, foram - como é que eu diria - bastante exagerados no Estado, e que são passíveis de serem analisados. Você sabe disso. Tem Ouvidoria, tem tudo.

Não estou nem falando de Ouvidoria. Estou falando dos órgãos internos de corregedoria, todas as coisas segundo as quais, quando há excessos, vão para esses órgãos. Porque senão não precisava ter os órgãos. Porque podem ter excessos.

Então, o senhor pode ter certeza, mas absoluta, de que a bancada do Partido dos Trabalhadores, tem sim um respeito com os profissionais e os militares, sejam eles da municipal, civil e militares do estado de São Paulo, porque nós entendemos que cumprem um papel; eu sempre falei isso. Nós, professores, formamos pessoas; vocês protegem; médicos salvam vidas.

Então, com esse espírito, eu queria que a gente tivesse o cuidado para não levar para um excesso, quando a gente está precisando estar... Nessa luta todos têm que ganhar. Nós não podemos ter essa coisa do puxa para lá e para cá. Está bom?

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputada Ediane, tem V. Exa...

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, presidente. Sr. Presidente, uma rápida comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É que eu já tinha passado para ela o tempo. Se ela conceder assim como o senhor concedeu...

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - Só para que eu possa me posicionar com a Professora Bebel, deputada Ediane, se a senhora permitir.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Concedo.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Professora, a senhora também sabe o respeito com que todos nós da bancada da Segurança Pública sempre nos dirigimos a todos os parlamentares, até mesmo porque essa postura nossa como policial faz parte da nossa formação.

Eu, como parlamentar, tenho obrigação de me manifestar em nome dos policiais e exigir o respeito, porque nós não temos como exigir que as pessoas gostem da gente. As pessoas podem gostar, podem não gostar, mas o respeito nós podemos exigir. E o termo “matança”, que significa assassinato coletivo, extermínio de muitas pessoas, não é cabível aos nossos policiais que estão trabalhando.

Então a narrativa de dizer que os nossos policiais estão nas ruas exterminando pessoas não é verdadeira. Isso é uma mentira. Os nossos policiais estão trabalhando, estão se defendendo porque estão sendo agredidos a tiros e está aí o número de policiais mortos, o número de pessoas que morrem nas mãos de criminosos para mostrar a ousadia e o grau de violência da criminalidade.

Então o nosso posicionamento é no sentido de exigir o devido respeito que nós merecemos.

Muito obrigado.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Quero saudar todos os deputados aqui presentes, todas as deputadas. Quero saudar todos os funcionários desta Casa e eu gostaria muito de que o deputado Mecca ficasse para ouvir tudo que a gente precisa conversar.

Porque a gente está cansado, na verdade, de ouvir essas bombas, porque jogam essas bombas e criminalizam e penalizam deputados que estão se colocando a favor de que todos tenham direito à vida, mas antes de fazer a minha fala eu gostaria muito...

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela oportunidade. É que nós temos uma reunião da bancada.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Eu gostaria muito de que passassem o vídeo aqui. Conte, eu te adoro, mas agora eu preciso passar...

 

O SR. CONTE LOPES - PL - É que vai haver uma reunião da bancada, então não é desprestígio a Vossa Excelência. O Major Mecca foi e a gente tem que ir para a reunião agora, às 15 horas e 30 minutos. Desculpe.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Perfeito. Tchau, Conte. Boa reunião.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Essas ações que aconteceram, que estão acontecendo, eu estou aqui para fazer uma denúncia. Uma denúncia da Prefeitura de São Bernardo do Campo, que desde a semana passada quase inteira... Ela começou essa ação de despejo terça, prolongou na quarta, prolongou na quinta.

E aí, o dia mais violento, quando o prefeito estava na sua rede social, sim, sexta-feira, 8 de março, Dia da Mulher, estava se solidarizando, falando da importância do Dia da Mulher, inclusive homenageando a sua companheira, que é uma companheira nossa de Parlamento. Ele, no mesmo momento, estava fazendo essa ação de despejo, jogando mulheres, acho que as imagens falam por si só.

Quando nós colocamos que essa máquina de fazer sem-teto, de jogar as pessoas em situação de rua, é só olhar hoje, deputado Suplicy, o que está acontecendo no centro de São Paulo.

Quantas pessoas; são mais de 51 mil pessoas que estão em situação de rua. É um número grande, isso é uma máquina, isso é histórico, desde 1850, gente, desde quando foi tirado do povo preto o direito de ter sua moradia.

Primeiro porque nós não tínhamos documento, segundo porque nós não tínhamos dinheiro. Mas depois de mais de 300 anos de escravidão, nos jogaram na rua. Vamos olhar para a periferia. Por que a periferia é preta? Por que a cara de quem está em situação de rua é preta na sua grande maioria? Nós fomos largados.

Quando nós colocamos nesta Casa que é necessário que se trate a Comissão de Segurança Pública olhando para todos, em nenhum momento nós estamos atacando, ou enfatizando, ou querendo a morte de ninguém. Nós estamos falando que queremos viver. Só que nós sabemos também, no final do dia, que nós seremos os culpabilizados por defender os direitos humanos.

Seremos sempre criminalizados. Estamos falando aqui o seguinte: como alguém, no Dia da Mulher, vai na rede social, prestigia, e ao mesmo tempo coloca uma ordem para derrubar 50 moradias, e 50 moradias de mulheres, na sua grande maioria, mulheres negras e mães solo que estão perdendo as suas casas, que estão indo para a rua.

Aí todo mundo vai imaginar, deputado Reis, que essas famílias tiveram aquela grande conversa, que é: “vamos lá”. Que existe essa conversa, que é de: “olha, vamos te dar uma garantia, vamos te dar um auxílio-aluguel”, que já não ressarce, já não consegue manter essa pessoa pagando o aluguel, porque é 460 reais. É muito pouco, ninguém consegue alugar nem um cômodo com 460 reais.

Lembrando que tem muita gente que está desempregada, ou seja, não vai conseguir mesmo. Quantas vezes eu fui pedir emprego, quantas vezes, e aí, por eu ter quatro filhos, ninguém queria aceitar, porque olhava para mim com quatro filhos, falavam: “se tiver quatro filhos, não vai vir, uma criança pode ser que adoeça, pode ser que precise da mãe, não vai conseguir fazer toda a sua carga horária de serviço”.

Nós sabemos quem são as pessoas que são penalizadas, e é uma vergonha nós termos que lidar com esse despejo. É uma vergonha, porque no contraponto quem está na periferia o tempo inteiro é criminalizado.

Estamos falando de policiais também, é o estado que usa os policiais, também, para serem mortos. Estamos falando que do mesmo ponto, estamos falando que são jovens, negros e periféricos que são mortos todos os dias.

Mulheres que foram, levaram bala de borracha, levaram spray de pimenta na cara apenas por estar gravando a ação, porque naquele momento, gente, era a única prova que essas famílias tinham de verdade, colocar na rede, mostrar o que estava acontecendo.

Em nenhum momento, as pessoas se... “não quero colocar na rede, não, estamos gravando a ação para mostrar o que estava acontecendo, jovens que levaram paulada na cabeça porque estavam gravando a cena dentro da sua própria casa”.

É essa violência que acontece todos os dias. Todos os dias vários deputados vão nas comunidades acompanhar essa cena lamentável de despejo. É lamentável porque no outro lado a gente sabe que existe uma forte comunicação, porque tem investimento gigantesco, porque a fala do governador Tarcísio de Freitas, que foi uma fala horrorosa, horrorosa.

E aí, como membra da Comissão de Segurança Pública, todos os dias, eu, enquanto mulher, que eu sei, eu sei, na minha pele, que se eu não estivesse aqui como uma parlamentar eleita pelo estado de São Paulo, eu também seria, deputado Rômulo, uma dessas vítimas.

É esse lugar que eles querem para a gente. Nós queremos apenas abrir um diálogo com a sociedade, e a gente está conseguindo, que é de falar: “Gente, é o preto e o pobre que estão morrendo”.

Olhem para o sistema penitenciário, é o preto e o pobre que estão na sua grande maioria. Olhem para quem sofre violência doméstica no estado que vive falando... Inclusive, nós ouvimos aqui, na semana passada, o secretário de Segurança Pública, Derrite, que abandonou, ausentou-se do seu cargo, porque ele precisa urgentemente parar com as saidinhas.

Só que ele se esquece de falar... Sabe o que ele se esquece de falar o tempo inteiro? Porque existe essa máquina. Existe uma máquina que fica propagando coisas que não existem. Apenas 5% das pessoas que saem na saidinha não retornam aos presídios, mas eles tentam pegar esses 5% para falar que todo o 100% não volta. É assim que eles tentam fazer.

Como que haverá uma ressocialização com a sociedade, se você não abre uma vaga de emprego? Se você não solta... Se a pessoa não faz os testes necessários? Se não existe um contato com a família e um contato com a sociedade? Como que existe uma ressocialização? Não existirá.

Ou seja, é necessário que haja um debate sério, verdadeiro, honesto, não isso que colocam o tempo inteiro. Vamos ver quem morre todos os dias? Policial preto. Vamos ver quem morre na periferia? É um apelo que nós fazemos. São jovens pretos, são mães solo e somos nós que estamos morrendo o tempo inteiro.

Eu falo sempre: “Que bom que nós estamos aqui. Que bom que nós estamos aqui enxergando a violência”. De verdade, gente, se nós dependêssemos, lá na base, deputado Reis, deputado Rômulo...

Depender na base, o tempo inteiro, desse discurso de ódio, de propagação dessa divisão na sociedade, e não estivesse aqui olhando e vendo o porquê que as coisas não andam, o porquê as coisas não acontecem e por que existe essa vontade que chega a ser meio que uma coisa de devorar o outro, de acabar com o outro, como se nós estivéssemos aqui atacando alguém.

Nós estamos aqui falando que é necessário que haja, sim, uma formação na sociedade de direitos humanos. É necessário que haja, na sociedade, uma formação de letramento racial para saber quem morre, que é preto e pobre que morre todos os dias. É isso que nós estamos falando. Independente se ele está fardado ou não. Somos nós que morremos o tempo inteiro.

Sabem quem está ganhando com isso? Aqueles lá que estão sentados nos seus gabinetes, bem protegidos pelo estado, e colocam - sim, colocam -, mais uma vez, o filho de uma empregada doméstica, o filho de um pedreiro, o filho de um pintor para ir lá defender o estado, que a gente sabe muito bem que, muitas vezes, esse estado não defende os nossos interesses, muito menos a garantia de uma vida digna nessa sociedade.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, próximo orador, deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Por permuta com o deputado Enio Tatto, a deputada Beth Sahão.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, prazer tê-lo na Presidência, deputados e deputadas desta Casa, servidores e telespectadores que nos assistem, este mês, como V. Exas. sabem, é o mês da mulher - que deveria ser todos os meses, na verdade -, mas os números que nos chegam e que são apresentados pelos mais diferentes levantamentos, pelas mais diferentes instituições e entidades que trabalham com essa questão, são de doer o coração.

O aumento da violência à mulher nesse estado de São Paulo, no Brasil como um todo, mas no estado de São Paulo em particular, até porque o estado de São Paulo hoje é o estado campeão em violência contra a mulher. Infelizmente. Essa violência, Sr. Presidente, capilarizou-se.

Ou seja, há algum tempo a violência acabava acontecendo muito mais na cidade de São Paulo e nas cidades, no seu entorno, nessa região metropolitana tão populosa, com uma densidade habitacional muito grande. Hoje não, hoje a violência contra a mulher ocorre nos mais diferentes municípios, nos mais longínquos, nos pequenos, nos médios e nos grandes.

E aqui a estatística apresentada demonstra que nesse atual governo nós tivemos, só em 2023, 221 mortes que foram reconhecidas como feminicídio, lembrando que essa questão do reconhecimento, da tipificação do crime passa a acontecer a partir de 2018, V.Exa. é policial, sabe disso.

E mais do que isso, não é só... Esses números, deputado Rômulo, certamente são muito maiores. Por quê? Porque uma série de crimes muitas vezes não são classificados como feminicídio. Mulheres, que porventura são mortas, podem não ter essa compreensão por órgãos de segurança quando isto acontece para fazer o esclarecimento sobre as razões do óbito das mulheres.

Nesse sentido, a gente pode prever que esse número é maior do que de fato considera a própria Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. E o que faz o Sr. Governador?

Aliado a isso, antes de entrar nas minhas considerações a respeito do governador, aliado a isso, nós temos 14.504 casos de estupros, deputado Suplicy, somente no ano de 2023, só no ano de 2003, no estado de São Paulo, o que é um número absurdo, e 73% desses estupros acontecem na própria residência.

E mais do que isso, com crianças e meninas abaixo de 14 anos. Portanto, são estupros de vulnerável, e isso é uma excrecência para nós do povo paulista, que não temos uma política forte para poder reduzir essa violência e eliminá-la.

A Secretaria de Política para as Mulheres aqui do Estado tinha, no ano de 2023, 24 milhões de orçamento; gastou 635 mil, ou seja, 3% do valor. E o governador não está nem aí, como ele mesmo falou, aliás são palavras dele que ele não está nem aí para a violência, para as pessoas que são mortas, que ele não tem essa preocupação.

O negócio dele é ir lá fazer leilão para ver se vende o patrimônio público. O negócio dele é jogar para a plateia para achar que a política de segurança pública é a melhor política aplicada quando o estado passa a ser um estado vingativo, quando o estado passa a ser um estado matador. É o estado que é criminoso.

O criminoso existe e ele precisa ser combatido, mas não da forma como vem acontecendo. Hoje mais duas mortes foram registradas na Baixada, infelizmente, na Baixada Santista.

Até quando nós vamos conviver com isso? Até quando nós vamos conviver com o descaso de um governador do Estado que deveria zelar pela proteção e segurança de toda a população paulista e que acaba fazendo uma declaração que é uma aberração para um líder do principal estado desse País.

É uma vergonha para nós, paulistas, termos uma declaração como esta. Ainda bem que ele está sendo denunciado em organismos internacionais já que, infelizmente, aqui na Assembleia Legislativa o governador, na verdade, mereceria até a abertura de uma CPI para poder fazer essas investigações, dado o seu descaso, dado a sua falta de respeito, dado a sua falta de solidariedade com qualquer cidadão. Nenhum cidadão merece ser morto.

É claro que isso pode acontecer em embates, em enfrentamentos, mas não da forma como isso vem acontecendo, sem investigação, sem cuidados. Os próprios servidores de hospitais têm feito essa denúncia.

Ou seja, que as pessoas chegam lá e que não têm a mínima condição de serem investigadas para saber qual foi a razão, de que forma essas pessoas morreram. Aliás, na Operação Escudo, até hoje nós estamos aguardando os laudos corretos de como foram mortas aquelas pessoas.

E voltando para a questão da mulher, a gente aqui tem que dizer o seguinte: são 140 delegacias de Defesa da Mulher que poderiam estar trabalhando de uma forma muito mais intensa, 24 horas por dia, no entanto, apenas 11 delegacias funcionam.

E nós temos um projeto que foi aprovado aqui, um projeto de minha autoria, para fazer com que as delegacias funcionassem 24 horas e o ex-governador João Doria vetou. Nós vamos trabalhar para derrubar esse veto. Então a condição das mulheres neste Estado é muito frágil, é muito complicada.

O deputado Vitão estava falando aqui agora há pouco a respeito da questão do câncer de mama. Eu tenho uma lei, que eu aprovei, de minha autoria, que cria uma semana estadual de prevenção ao câncer de mama, já que é uma das doenças que mais mata as mulheres no nosso Estado e no nosso País.

No entanto, essa lei não é aplicada, porque é uma lei que exige que houvesse campanhas educativas, campanhas publicitárias, colocações desses caminhões que possam fazer os exames preventivos nas mulheres, porque a melhor forma de você combater o câncer de mama são os exames preventivos. Aliás, a saúde como um todo. A melhor forma de você ter boa saúde, é você preveni-la.

E esses caminhões, para uma população de 46 milhões de habitantes, você tem um caminhão no Estado, para poder rodar todas as cidades. Quer dizer, é humanamente impossível que as mulheres que precisam se submeter a esses exames consigam. Porque não conseguem, porque não tem vaga, porque demora anos para esse caminhão chegar.

São 645 municípios. Muitos deles só teriam os exames no dia que esse caminhão pudesse chegar a esses munícipios, o que não acontece. Até porque essa distribuição, Sr. Presidente, é muito malfeita. É desequilibrada.

Então quando eu vejo aqui, deputados subirem a essa Assembleia elogiando o governador do Estado porque acabou de colocar um programa para poder tornar o registro de carro lá no Detran automatizado, é o mínimo, não é?

Afinal de contas, nós estamos em uma era da tecnologia e a tecnologia tem que funcionar a serviço do cidadão. E um órgão como o Detran já deveria ter instalado isso há bastante tempo. Já é tardio esse tipo de tecnologia que possa dar celeridade ao serviço público.

O que eles deveriam ter é uma visão crítica, isso, sim, de que esse governo que aí está, na verdade, é um governo insensível. É um governo que não tem compromisso com as causas mais importantes da população, que não tem compromisso com a vida das pessoas.

Porque quando ele não coloca em prática um conjunto de ações e de políticas públicas capazes de cuidar, de proteger, de acolher, no caso, as mulheres vitimizadas, isso tem nome.

É falta de compromisso. É falta de cuidado. É falta de poder ter, destinar os recursos públicos para essas áreas que são consideradas frágeis e precisam ter uma política muito mais agressiva, muito mais forte, muito mais séria do que na verdade é implantada atualmente, pelo atual comandante do Palácio dos Bandeirantes que, na verdade, está mais preocupado em colocar os seus serviços nessa disputa eleitoral que ora se aproxima do que em poder promover políticas capazes de beneficiar o conjunto da população paulista, mas especialmente aquelas pessoas que mais precisam dessas políticas para poder ter uma vida com segurança, para poder ter uma vida com bem-estar.

E é isso que nós vamos sempre cobrar do Governo do Estado aqui nesta tribuna e nas demais ações que nos pertencem enquanto deputados estaduais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputada Beth Sahão.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Havendo acordo de lideranças, peço a suspensão da presente sessão até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Estão suspensos os nossos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e 59 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Reaberta a sessão. Ordem do Dia. Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Eduardo Suplicy, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar da “Trilha da Democracia”, a realizar-se no dia 14 de março do corrente ano, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, sem ônus para este Poder.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento de urgência ao Projeto de lei nº 87, de 2024, de autoria do nobre deputado Dr. Elton, que declara como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado o Auto de Páscoa de José dos Campos. Em discussão.

Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação; Educação e Cultura e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 45 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projetos de lei nº 87, de 2024, de autoria do nobre deputado Dr. Elton.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo entre os líderes, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Havendo acordo entre os líderes, a nossa sessão está suspensa até as 17 horas.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 33 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 01 minuto, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Reaberta a sessão. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 4a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 13/03/2024.

 

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O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Com a palavra, o deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 02 minutos.

 

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