7 DE FEVEREIRO DE 2025
4ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e GIL DINIZ
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h00min.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Anuncia a visita de alunos e de professores das Faculdades Integradas Campos Salles.
4 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
8 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
10 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
12 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
14 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
16 - PRESIDENTE GIL DINIZ
Defere o pedido. Lamenta o falecimento do policial militar Rafael Rodrigues Novais. Transmite condolências aos familiares. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 10/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h54min.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
- Passa-se
ao
PEQUENO EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - TV Alesp, vamos
iniciar a sessão. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta
Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, senhoras e senhores
deputados, funcionários da Assembleia Legislativa, população que nos acompanha
aqui nas galerias da Alesp, Sr. Presidente, eu tenho vindo aqui por diversas
vezes defender a Saúde pública do estado de São Paulo, até por representar o
meu partido na Comissão de Saúde aqui da Assembleia Legislativa, mas também a
minha origem.
Eu venho da
categoria bancária. Fui presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo,
Osasco e região. E agora a gente tem acompanhado uma angústia, uma grande
movimentação dos trabalhadores aposentados do banco Itaú. Nós acompanhamos os
trabalhadores e as trabalhadoras dessa categoria bancária do banco Itaú desde
1989, na qual também sou originário desse banco.
Hoje estou
licenciado do banco para desenvolver minha função aqui como deputado estadual,
mas sou bancário de profissão. Inclusive, estou afastado hoje para cuidar do
parlamento estadual, mas nos demandaram já há alguns dias de uma demanda que
tem em relação aos aposentados.
Eu queria
trazer aqui algumas imagens para mostrar um pouco que o banco Itaú, um banco
que teve, em 2024, um lucro de mais de 41 bilhões de reais... Mais de 41
bilhões de reais foi o lucro do banco Itaú em 2024. Um banco que completa 100
anos de idade, mas completa 100 anos de idade e deixa os seus trabalhadores, agora
aposentados, sem plano de saúde.
Por que estão
sem plano de saúde? Nós estamos falando de trabalhadores que tiveram por 30,
35, 40 anos de trabalho em uma instituição financeira como o banco Itaú.
Fizeram com que o banco crescesse e tivesse hoje a rentabilidade que tem.
E quando,
agora, esses trabalhadores se aposentam, não têm mais o direito, não têm
condições de pagar um plano de saúde do qual o banco tem cobrado a sua
totalidade.
Quando estava
na Presidência do sindicato, o banco Itaú, no Brasil, tinha mais de 70
operadoras prestando serviço ao banco. Nós contribuímos para construir ali uma
negociação e ter uma empresa de autogestão, que é gerida pela própria Fundação
Itaú Banco.
Então hoje a
própria fundação do banco faz a gestão de um plano negociado entre o sindicato
e o banco, na época, garantindo que... Diminuiu de 70 operadoras para em torno
de seis operadoras no Brasil.
E, com isso,
garantindo vários planos de autogestão e, com isso, os aposentados estavam
inclusos para garantirem o seu pagamento ou, pelo menos, parte do plano de
saúde, no momento da aposentadoria.
E,
simplesmente, o banco Itaú resolve não dar continuidade, não renovar esse
acordo coletivo e, com isso, abre a possibilidade de cobrar a integralidade dos
seus aposentados. São quase 25 mil trabalhadores aposentados em todo o País.
Isso é um crime
o que o Itaú está cometendo hoje com seus trabalhadores. Foram 30, 35, 40 anos
de trabalho junto a essa instituição e, simplesmente, agora, o Itaú lava as
mãos em relação a essas pessoas que ajudaram na construção desse banco, de um
banco importante hoje no Brasil, mas não quer mais garantir o pagamento desses
aposentados.
Vou passar aqui
um vídeo.
O senhor pode
passar o vídeo, Machado? Prestem atenção.
* * *
-
É exibido o vídeo.
* * *
É
importante trazer esse vídeo, inclusive o presidente do banco na época... Um
antigo... Cuidava do banco... Olavo Setúbal, depois entrou o Roberto Setúbal,
Câmara Pestana foram pessoas que passaram pelo banco. E na época ainda do
Roberto Setúbal como presidente do banco, a gente conseguiu fazer essa
negociação garantindo essa redução de 70 operadoras no Brasil para um plano de
autogestão.
E hoje, por
lei, planos de autogestão podem garantir que aposentados permaneçam no plano. A
lei garante. E que o banco possa fazer subsídio, como foi feito e fazia,
enquanto esse convênio esse acordo estava em validade.
E é bom
reforçar que o banco rompeu unilateralmente um acordo - firmado entre os
trabalhadores da ativa e aposentado com o próprio banco - para abrir essa
possibilidade de cobrar integralmente.
Então, hoje tem
pessoas que chegam a pagar 13, 15 mil reais do valor de plano médico. Então,
não conseguem e acabam saindo, é uma forma do banco excluir e tirar o
aposentado do seu convênio médico.
Então trago
aqui, Sr. Presidente, essa manifestação, porque são pessoas que ajudaram na
contribuição. São 41 bilhões de lucro, em 2024, o banco como Itaú não tem
necessidade de romper um acordo como esse. Um acordo que valeu por mais de 20
anos e deixar quem ajudou na construção do banco praticamente agora sem o
atendimento de saúde privada.
Como eu disse,
sempre venho aqui pela Comissão de Saúde, defendo a Saúde Pública, vou
continuar definindo a Saúde Pública, mas nesse caso, em relação ao Banco Itaú,
tinha um acordo coletivo firmado. Um acordo coletivo assinado. Ele rompe unilateralmente
esse acordo coletivo e deixa desamparado mais de 25 mil aposentados em todo o
Brasil.
Então eu quero
que esse depoimento, Sr. Presidente, seja encaminhado ao presidente do Banco
Itaú, seja encaminhado também à Fundação Itaubanco, que é responsável pela
gestão desse convênio de autogestão. E nós estamos levantando aqui algumas
informações... Inclusive, por ser autogestão, parte das ações são feitas e são
subsidiadas pelo SUS.
Então o
banco... E deixa de pagar imposto tendo uma série de regrinhas ali, que o banco
podia simplesmente absorver, como sempre absorveu esses aposentados nessa
negociação que nós tínhamos junto ao banco.
Então quero
reafirmar, tem uma negociação com o banco no começo do mês de março. Esperamos
que o banco, a partir dessa nossa fala, aqui em plenário, possa retomar esse
diálogo com os aposentados e com os servidores bancários da ativa; reveja essa
questão; e efetivamente inclua novamente os aposentados no plano e mantenha
esse plano como nós já tínhamos estabelecido há mais de 20 anos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente, então quero que esse meu depoimento seja encaminhado ao
presidente do Banco Itaú e ao presidente da Fundação Itaubanco, demonstrando
que o parlamento estadual não concorda com esse tipo de manifestação.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Esta
Presidência fará o encaminhamento do pronunciamento de V. Exa. aos setores do
Banco Itaú, conforme sua solicitação. Quero anunciar aqui a honrosa presença
dos alunos e professores das Faculdades Integradas Campos Salles, sejam
bem-vindos e bem-vindas à Assembleia Legislativa de São Paulo, o Parlamento
Paulista.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Luiz
Claudio Marcolino.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Dando sequência aos oradores do Pequeno Expediente. Com a palavra o deputado
Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra deputado Carlos Giannazi. Vossa
Excelência, tem o tempo regimental de cinco minutos, no Pequeno Expediente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Luiz Claudio Marcolino; Srs.
Deputados e Sras. Deputadas; público aqui presente; e telespectador da TV
Assembleia, há muitos anos que acompanho a luta da faculdade de medicina de
Marília para que ela seja financiada corretamente, para que ela receba recursos
dignos para funcionar e para garantir dignidade salarial e condições de
trabalho dos seus professores, dos seus funcionários e também, logicamente, dos
seus alunos.
Eu já realizei
várias audiências públicas em relação a esse tema aqui na Assembleia
Legislativa. Já fizemos muitas gestões junto ao Ministério Público Estadual, ao
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, para que houvesse um financiamento
adequado, porque a Famema é uma faculdade de medicina estadualizada em 1994. Só
que ela não recebe um financiamento adequado.
E essa tem sido
a nossa grande luta aqui na Assembleia Legislativa, tanto é que, anualmente, eu
apresento emenda ao Orçamento para que haja esse financiamento e não um
subfinanciamento como existe hoje.
Mas, além
disso, nós temos um problema gravíssimo, que eu gostaria aqui de já fazer um
apelo e uma exigência ao governo estadual, ao governo Tarcísio, sobretudo à
Casa Civil, que tem nos seus escaninhos hoje um plano de carreira que institui
aqui o quadro de pessoal docente da Faculdade de Medicina de Marília.
O fato é que,
até hoje, não há um plano de carreira para os professores e para as
professoras. E, com isso, os salários são extremamente aviltantes, Sr.
Presidente. Olha só: um mestre, um professor na área de medicina ou de
enfermagem da Famema, ele ganha um salário base de três mil reais, veja só, por
40 horas semanais. Um professor com doutorado, um doutor, ganha apenas seis mil
reais.
Então, tem que
ter plano de carreira para essa faculdade que tem dentro dela uma autarquia, um
hospital das clínicas, que atende mais de 60 municípios na região de Marília. É
uma faculdade integrada ao sistema de saúde que presta um trabalho relevante em
toda a região. Então, ela tem que receber um financiamento adequado e tem que
ter o plano de carreira e valorização também dos funcionários, dos professores
e dos funcionários.
Agora, a Casa
Civil está já com uma espécie de anteprojeto, Sr. Presidente, que esse projeto
tem que ser encaminhado imediatamente à Assembleia Legislativa. Então, esse é o
nosso apelo nesse momento. Além de um financiamento adequado, que é uma luta
histórica que nós travamos aqui na Assembleia Legislativa, mas, nesse momento,
eu faço esse apelo e essa exigência para que o projeto de lei que institui o
quadro de pessoal docente da Famema, que esse PL seja encaminhado em regime de
urgência.
E eu tenho
certeza de que, na hora que ele chegar aqui na Assembleia Legislativa, ele será
votado também em regime de urgência, porque nenhum deputado, nenhum dos 94
deputados e deputadas vai se opor à valorização da carreira docente dos
professores e professoras da Famema.
A Famema tem um
projeto pedagógico peculiar, singular, de formação. Eu fui até lá já duas
vezes, conheci o projeto. É uma faculdade que tem que ser valorizada. Aliás,
deveria estar encampada por uma das universidades, ou pela Unesp, ou pela
Unicamp, ou pela USP, porque ela tem potencial, ela presta um serviço de
ensino, de extensão, de pesquisa.
E, repito, na
região de Marília, ela cumpre um papel fundamental no atendimento na área da
Saúde para toda aquela população, não só para a cidade de Marília, mas também
para toda a região. São 62 municípios beneficiados com a existência dessa
faculdade, da Faculdade de Medicina de Marília.
Então, Casa
Civil, por favor, encaminhe o projeto de lei para a Assembleia Legislativa, que
nós estamos prontos aqui para votar o projeto em caráter de extrema urgência,
para valorizar os professores e professoras, mestres e doutores dessa
faculdade. Então, fica aqui o nosso pedido e a nossa exigência para que haja
valorização financeira, do financiamento da Famema e a valorização de todos os
seus profissionais, dos docentes e dos funcionários.
Era isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Dando sequência aos oradores no Pequeno
Expediente, com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Gil Diniz.
Tem Exa. pelo tempo regimental de cinco
minutos, no Pequeno Expediente.
O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Presidente, deputado
Marcolino. Boa tarde aos deputados presentes aqui no Pequeno Expediente,
deputado Reis, deputado Giannazi. Boa tarde, nossos assessores, policiais
militares, civis, público aqui na galeria, que nos assiste pela rede Alesp.
Presidente, não
tive oportunidade de estar ontem aqui para repercutir uma das falas, das muitas
falas, sem felicidade do presidente da República, Luiz Inácio, mas gostaria de
passar aqui no telão um vídeo com um pedaço, um trecho da entrevista que ele
deu aqui a um grupo de jornalistas da Bahia, onde ele dá a receita para as
famílias mais pobres do Brasil para que possam aí comprar os alimentos básicos
no supermercado.
Por favor,
coloca aqui no telão.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Presidente,
Luiz Inácio em mais um estelionato eleitoral. Antes da campanha ele dizia:
“Você vai tomar uma cervejinha e comer a sua picanha”. Agora ele olha no
olho da dona Maria e fala: “Você não sabe comprar um produto no supermercado.
Você tem que ser ensinada pelo governo a comprar, a economizar”. É um
absurdo, Presidente.
Luiz Inácio que
diz, que fala na sua biografia, que já passou necessidade. Olha, ele
deve estar com algumas necessidades especiais, inclusive cognitivas,
porque vir a público colocar a conta da inflação na dona Maria, no seu
José, que segundo ele não sabe comprar no supermercado.
Presidente,
lembro-me aqui da minha infância, quando meu pai recebia ali o seu
vale-refeição e nós íamos ao açougue, muito longe de casa, porque somente
nesse açougue aceitava o seu vale-refeição. Quantas vezes,
Presidente, nós não compramos uma carne de segunda, não compramos aí
um acém e pedia para moer, para ter ali a carne moída de segunda. E é
isso que se repete na mesa do trabalhador hoje.
O trabalhador
já está saturado de só ver esse desgoverno aumentar imposto, taxa,
taxa atrás de taxa, nesse desgoverno. E o presidente Lula vem agora
dizer: “Olha, o dono do supermercado está te extorquindo, porque o salário
aumentou”.
Mentira, duas
mentiras. Massa salarial aumentou coisa nenhuma, coisa nenhuma. Dá uma
olhada aí no salário mínimo, como que está. Dá uma olhada no reajuste, seu
João, dona Maria, que você teve no seu salário.
Agora dá uma
olhada no preço do café, dá uma olhada no preço do açúcar, dá uma
olhada no preço do arroz. E Lula pede para que você troque por um
produto similar. É o quê? Você tem que fazer o quê? Trocar um
coxão duro, um coxão mole por pescoço, por moela, por pé de
galinha? Talvez seja isso que ele quer.
Então,
Presidente, aquela picanha prometida em campanha, aquela cervejinha não
passou de um estelionato eleitoral. Mais um estelionato eleitoral, deste
que preside a República brasileira, e, sem dúvida nenhuma precisa de ajuda.
Inclusive um auxílio cognitivo, porque ele não fala nem “lé com cré” e culpa
você, dona Maria, seu João, dos preços estarem aí à altura. A gente precisa
parar esse governo antes que esse governo pare o Brasil.
Muito obrigado,
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Beth Sahão.
(Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.)
Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)
Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado
Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada.
(Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)
E com a palavra agora, o nobre deputado
Reis, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT -
Presidente, dizer para o deputado Gil Diniz que, do ponto de vista econômico, o
presidente está certíssimo. Eu mesmo já cortei o café na minha casa. Não entra
mais café, porque aumentou muito o preço. Eu fui lá e cortei, vamos tomar um
chá, né? Obviamente, se sobrar, se todo mundo parar de comprar café, vai sobrar
na prateleira, vai baixar o preço, vai cair o preço.
E falar de
imposto, tem que lembrar que o Tarcísio aumentou o ICMS no combustível. Então,
para aqueles que pregam, que são contra o aumento de imposto, tem que começar a
lição dentro de casa.
Mas eu não vim
aqui contestar a sua fala. Eu vim aqui falar da reunião que nós tivemos hoje lá
na casa do Tarcísio. Nós tivemos uma reunião na casa dele, a “casa-grande”. Eu
sou da “senzala”, mas hoje me deixaram entrar lá na “casa-grande”, para tratar
da regulamentação da Lei 14.735. Uma lei federal que foi mandada pelo
presidente “Lula I”, desculpa, “Lula II” em 2007, e foi aprovada agora no
governo “Lula III”.
E é neste
momento o que nós temos de ferramenta para discutir, debater a melhora na
Segurança Pública e na Polícia Civil do Estado de São Paulo. E se criou um
grupo, o governo criou um grupo, para em 45 dias, podendo ser prolongado por
mais 45 dias, apresentar um projeto de lei complementar para regulamentar essas
alterações, que veio com a Lei 14.735.
E participaram
desta reunião o secretário-executivo da Casa Civil, o Sr. Fraide Sales, o
deputado federal, o Delegado da Cunha, o deputado estadual, o Delegado Olim,
deputada estadual, a Delegada Graciela, o Dr. Artur Dian, delegado-geral de
polícia, o Sr. Leonardo Sultani, secretário-executivo da Gestão e Governo
Digital, o Sr. Paulo Maculevicius, chefe de gabinete da Secretaria de Segurança
Pública, o Sr. Luiz Fernando e a Dra. Milena, da assessoria da Polícia Civil, a
Dra. Viviane Tenório, assessora legislativa da Casa Civil, o Dr. Múcio
Alvarenga e o Dr. Lessa, delegados de polícia, e a Dra. Rosana, procuradora do
Estado.
Então eu quero
deixar registrado aqui, para os colegas da Polícia Civil, que hoje, sim, houve
esta reunião para tratar da regulamentação desta lei orgânica. Defendi que os
representantes classistas sejam chamados à mesa também. Então este grupo de
trabalho, eles vão chamar os representantes classistas, todo aquele grupo que
está no Resiste, todos os sindicatos, associações representativas.
Inclusive,
falei da demanda dos peritos criminais, porque na lei federal, tem lá em seu
Art. 39 que precisa haver uma lei específica da Polícia Técnico-Científica.
Falamos da questão salarial, porque o governo ele tem essa tendência de levar
para subsídio, em vez de vencimentos, o salário dos policiais civis, que esse
subsídio seja nivelado por cima, que sejam nivelados por cima e não por baixo.
E há uma
resistência com relação aos subsídios por conta da Polícia Penal, que o
subsídio foi nivelado por baixo. Então, se vai ser por subsídio, eu até apresentei,
por exemplo, a tabela dos subsídios da Polícia Federal.
Um delegado de
Polícia Federal, em 2026 - porque tem uma tabelinha 2024, 2025, 2026 - em 2026
ele vai estar iniciando a carreira com R$ 27.831,00 e terminando a carreira com
R$ 41.350,00. E um defensor público, por exemplo, ele inicia a carreira com R$
23.386,00 e termina a carreira com R$ 32.222,00.
Lógico que o
defensor fez a mesma faculdade que o delegado de polícia fez, teve que ter a
prática jurídica, os três anos, mas tem esse salário de entrada do delegado de
polícia, que está em torno de - somando o padrão mais o RTP - doze mil e uns
quebrados. Aí põe lá mais a gratificação de polícia judiciária chega a R$
15.000,00. Líquido mesmo, ele vai levar uns R$ 10.000,00 para casa.
Então, se o
governo for pelo caminho do subsídio, a gente tem que atentar para as
experiências que nós já temos em outros estados, como o estado do Mato Grosso,
por exemplo, em que o salário do delegado de polícia começa com R$ 27.000,00,
termina com R$ 42.000,00, e que para o oficial, porque a nova lei trouxe o
oficial investigador de polícia, seja pelo menos um subsídio de 70% do que é o
subsídio do delegado de polícia.
Então, essa foi
a minha fala. Falei da questão dos oficiais administrativos também, que estão
aguardando um projeto de lei e eles, nesse momento que tem essa discussão da
Lei Orgânica Nacional, querem ver como que resolve a demanda deles, porque o
salário do oficial administrativo é muito baixo. É menos de um salário mínimo,
são R$ 750,00. Aí ele recebe um bônus para complementar um salário mínimo.
Então, a gente espera que nesse debate seja resolvido.
O subsídio de
um delegado lá no estado do Mato Grosso, que não é um estado tão rico quanto
São Paulo, começa com R$ 27.865,00 e termina com R$ 42.471,00. Então, a gente
espera que, nesse amplo debate que o governo deu início, e chamando todos para
conversar, chamando todos à mesa, tenhamos o melhor projeto possível de
regulamentação da Polícia Civil do estado de São Paulo e que realmente caminhe
para aquilo que o secretário Fraide falou e o secretário da Casa Civil também
falou, que o governo quer uma Polícia Civil forte e valorizada.
Então, a gente
espera que esse termo “forte e valorizada” esteja presente realmente - não seja
um faz de conta - neste projeto de lei que será encaminhado - assim que o grupo
de trabalho finalizar - para esta Casa para que seja votado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Agradeço o
nobre deputado Reis. Vossa Excelência é acostumado agora a visitar os palácios,
agora o Palácio Bandeirantes, o Palácio Matarazzo junto ao prefeito. Parabéns.
Este deputado aqui não tem essa oportunidade, mas, quem sabe, V. Exa. abra as
portas para este deputado também. Parabéns.
Seguindo a lista de oradores inscritos
no Pequeno Expediente, convido a fazer uso da tribuna o nobre deputado Barros
Munhoz. (Pausa.) O nobre deputado Donato. (Pausa.) O nobre deputado Lucas Bove.
(Pausa.) O nobre deputado Oseias de Madureira. (Pausa.)
O nobre deputado Rogério Santos.
(Pausa.) A nobre deputada Ediane Maria. (Pausa.) A nobre deputada Delegada
Graciela. (Pausa.) O nobre deputado Simão Pedro. (Pausa.) O nobre deputado
Itamar Borges.
Dando início aqui à Lista Suplementar,
convido a fazer uso da tribuna o nobre deputado Lucas Bove. (Pausa.) O nobre
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) A nobre deputada
Professora Bebel. (Pausa.) O nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) O
nobre deputado Carlos Giannazi.
Vossa Excelência tem o tempo
regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gil Diniz, de volta à tribuna
no dia de hoje, eu quero aqui, Sr. Presidente, comentar e apoiar, logicamente,
as duas leis aprovadas recentemente que tratam da questão da proibição da
utilização dos celulares por alunos da educação básica, na área da educação
infantil, do ensino fundamental e do ensino médio, em todas as escolas públicas
e privadas, hoje já do Brasil.
Nós aprovamos
uma lei, a primeira lei aprovada foi aqui na Assembleia Legislativa, que foi a
Lei nº 18.058, de 2024, que aprovamos no final do ano passado, e agora
recentemente foi aprovada uma lei federal, a Lei nº 15.100, de 2025.
São duas leis
importantes que têm todo o nosso apoio, logicamente, até porque essas leis
estão antenadas, estão em sintonia com o que está acontecendo em vários países
do mundo, em vários sistemas educacionais que estão proibindo a utilização não
só dos celulares, mas das telas também.
O nosso desafio
agora, após a aprovação da lei, é a aplicação dessa lei, o controle, a
aplicação para que isso ocorra de fato. Nós queremos exigir que as secretarias
de Educação, as municipais e as estaduais - no caso, a nossa é estadual -,
tomem providências para criar as condições objetivas para que a lei seja
aplicada, não jogando a responsabilidade para o professor, para o gestor da
escola, mas criando condições materiais para que isso ocorra de fato.
Repito: sem
penalizar os profissionais da Educação. Então, esse é o nosso desafio para este
momento. As secretarias devem orientar e oferecer todas as condições para as
nossas escolas.
Mas não é só
isso, Sr. Presidente: eu falei que em vários países do mundo, em vários sistemas
educacionais, há o banimento das telas, não só de celulares, mas também de
computadores, de tablets, etc., mas aqui em São Paulo a Secretaria da Educação
mantém, através do seu secretário, Renato Feder, as plataformas digitais, ou
seja, ao mesmo tempo em que há a proibição do celular, não há a proibição das
plataformas digitais.
Essas
plataformas são vendidas para a Secretaria da Educação por valores milionários
que enriquecem as empresas dessas plataformas. Essas plataformas prejudicam a
aprendizagem do aluno e impedem que o professor possa ter a sua autonomia
pedagógica, ou seja, é um ataque à autonomia pedagógica dos professores, porque
eles são obrigados a utilizar essas plataformas para atingir metas e
resultados, para mostrar números de utilização dessas plataformas. E prejudica
o aluno, porque o aluno está cansado das plataformas, o aluno não consegue
aprender.
Então, agora a
nossa luta, Sr. Presidente, é para limitar ao máximo o uso dessas plataformas
digitais, que só beneficiam as grandes empresas que vendem, repito, essas
plataformas para a Secretaria da Educação por valores milionários, tanto é que
eu já acionei o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para que investigue
as compras dessas plataformas e o impacto delas na não aprendizagem dos alunos
da rede estadual de ensino.
Lembrando que o
secretário da Educação, Renato Feder, é dono de uma empresa dessas, que vendeu
inclusive aparelhos eletrônicos, como celulares, tablets e computadores para a
Secretaria da Educação.
Parece-me que um
mês antes, alguns dias antes de assumir a secretaria, ele fez uma venda; tem um
contrato de 200 milhões de reais da empresa dele - da qual ele disse que se
afastou, a antiga Multilaser - com a Seduc. E ele está pagando. É a Secretaria
da Educação que paga essa empresa.
Na época,
quando ele assumiu, nós denunciamos isso, fomos ao Ministério Público, ao
Tribunal de Contas, dizendo que não havia ali um conflito de interesses, mas um
verdadeiro escárnio: nomear um empresário que tinha acabado de vender os seus
produtos por um valor de 200 milhões para a secretaria em que ele iria depois
ser o secretário e que ele pagaria, seria o responsável pelo pagamento da sua
empresa. Ele disse que tirou licença da empresa, mas a gente sabe como funciona
isso, Sr. Presidente.
Então, nesse
sentido, defendemos logicamente as duas leis: a estadual, que aprovamos aqui
neste plenário, e a federal, proibindo a utilização dos celulares nas escolas,
na Educação Básica, Educação Infantil, Ensino Fundamental e no Ensino Médio em
todas as escolas do estado de São Paulo, nas públicas e nas privadas. E depois,
a Lei Federal, que estendeu essa proibição para todo o território nacional.
Mas
agora, nossa luta tem sido essa, presidente, de limitar ao máximo a utilização
das plataformas digitais, que os professores possam, de fato, utilizar os
livros didáticos do MEC e ter autonomia para trabalhar os seus conteúdos, os
seus textos, e não ficar seguindo essas apostilas do governo estadual, com
vários erros, que eu citei aqui nessa semana. Havia uma apostila dizendo que o
México faz parte da América Central, uma outra dizendo que a Proclamação da
República foi feita em 1989 e não em 1889.
Então,
os professores estão reféns desses conteúdos, desse material digital, alguns
deles produzidos, inclusive, por inteligência artificial, que já é um
verdadeiro absurdo. Então, a nossa luta é agora, Sr. Presidente, é banir
definitivamente essas plataformas digitais da Rede Estadual de Ensino.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Muito obrigado,
nobre deputado Carlos Giannazi.
Eu o convido aqui a assumir os
trabalhos para que este deputado possa retornar à tribuna nesta tarde.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr.
Carlos Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, já na Lista Suplementar,
com a palavra o deputado Gil Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado,
presidente, nobre deputado Carlos Giannazi.
Permita-me
aqui discordar parcialmente de Vossa Excelência. Pelo que eu saiba, pela minha
experiência de estudante de rede pública de ensino, o celular sempre foi
proibido, deputado Carlos Giannazi, em sala de aula. O aluno não poderia, o
professor ali ensinando, sacar o celular e utilizá-lo em plena aula.
Para
isso que sempre foi utilizada a disciplina, a coordenação pedagógica, Diretoria
de Ensino. Se hoje está generalizado entre os alunos o uso do celular,
obviamente é porque essa hierarquia foi quebrada.
A
autoridade do professor em sala de aula foi praticamente anulada. Agora,
preciso concordar com V.Exa. sobre o uso de telas, em si. Concordo com Vossa
Excelência.
A
gente precisa pensar muito aqui, principalmente, inclusive com aqueles que
investem em campanhas, aqueles que vendem depois os tablets para os governos,
não só de São Paulo, de outros estados também. A gente precisa se debruçar
sobre isso.
E
uma outra preocupação que tenho, deputado Carlos Giannazi, hoje, inclusive pensando
no professor, primeiramente no professor e depois no aluno, ora, os alunos não
deixarão de levar o celular para a sala de aula.
Outro
dia vi na rede social uma escola, provavelmente privada, que colocou algumas
caixinhas para que os alunos coloquem os seus celulares, fechem ali com uma
chave e partam para a sala de aula.
Pois
bem, imagine só essa ideia numa escola pública da periferia de São Paulo e
aquele celular parcelado em 24 vezes para o Joãozinho, por um acaso foi furtado
e ninguém sabe por quê. Não pode ter câmera na sala de aula, não pode ter
câmera na escola. Quem vai se responsabilizar? O pai? A criança? O professor? O
coordenador? O diretor?
Então
vejam só, senhores, numa tentativa de fazer ali algo bom, ao invés de
reforçarem a autoridade do professor, de reforçarem a autoridade da coordenação
pedagógica, do diretor, criaram uma lei que, na minha opinião, e eu registrei o
voto contrário aqui, não sei se foi o único, mas um dos poucos que teve a
coragem de falar para o Executivo Estadual, falar nas minhas redes sociais e
manifestar.
Fui
contra essa lei, primeiramente, como o deputado Giannazi disse aqui,
primeiramente para aprovar em São Paulo, depois no Congresso Nacional e
sancionada por Luiz Inácio, assim como foi sancionada pelo governador Tarcísio.
Não vejo que é por aí. É uma lei que, na minha opinião, é natimorta e vai
causar ainda mais caos na sala de aula. Uma briga que não tem fim entre
professor, aluno e família.
Quero só ver
como que você faz um adolescente não levar o seu celular para a escola. Eu
jamais vou deixar que meu filho vá para a escola sem o seu celular assim. Falo
com ele, como falei com ele hoje.
Meu filho Natan
faz dezesseis anos hoje, liguei para ele no intervalo, obviamente, dei parabéns
a ele, perguntei se estava tudo bem - estava tudo bem, graças a Deus - e assim
quero fazer sempre.
Então é uma lei
de um autoritarismo extremo, que não resolve absolutamente nada, inclusive
inibe professores e alunos de provavelmente documentar alguma coisa que esteja
errada na escola, uma ameaça de um professor a um aluno, de um aluno ao
professor, agressões físicas, como muitos professores, deputado Carlos
Giannazi, V. Exa. que é professor, diretor de escola, já relataram, também
deixarão de ser documentadas através de imagens por conta da omissão de muitos,
que preferem jogar para torcida. “Olha, proibimos o celular na sala de aula”,
como se essas crianças, esses adolescentes não fossem usar. É uma medida que,
na minha opinião, é natimorta.
Presidente,
para encerrar aqui, eu só gostaria de repercutir com o plenário, com aqueles
que nos assistem em casa uma reportagem que saiu hoje na grande mídia. A gente
sempre tem muito cuidado quando sai na grande mídia, principalmente quando ela
começa a criticar o Partido dos Trabalhadores. Nós sabemos da parceria que o PT
e a grande mídia têm.
Saiu hoje que
algumas ONGs, através do Ministério do Desenvolvimento Social, parece, estão
desviando dinheiro de quentinhas, presidente, aqui, na cidade de São Paulo.
A gente precisa
se debruçar sobre esse assunto, porque nós já vimos vários escândalos de
corrupção, petrolão, mensalão nos Correios, empresa em que trabalhei por alguns
anos, deu origem ali, nos Correios, deu origem ao mensalão. Correios que, dias
atrás, estavam com os salários, presidente, dos funcionários atrasados.
Mais de três
bilhões de reais em dívida, em déficit. Olha só, onde o PT põe a mão, é Midas,
aquele mito, onde ele põe a mão não vou falar aqui o que acontece, mas você
sabe aí em casa o que é.
Três bilhões de
prejuízo, salário dos funcionários atrasado e agora essa notícia na grande
mídia, de que várias ONGs aqui contratadas através do Ministério do
Desenvolvimento Social, através da “Cozinha Solidária”, o ministério colocou
muito, mas muito dinheiro para que essas ONGs comprassem comida, marmita para o
povo mais pobre, e esse dinheiro sumiu.
Então a gente
vai protocolar aqui um requerimento de CPI, presidente, para que a gente possa
investigar essas ONGs e os responsáveis por essas ONGs, porque desviar dinheiro
público já é absurdo, completamente, um crime abominável, agora, desviar
dinheiro público para comida, principalmente daquele cidadão mais pobre, aí,
presidente, não é só cadeia, é cadeia, inferno e execração pública.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado Gil Diniz. Gostaria de chamar V. Exa.
para continuar presidindo a sessão no Pequeno Expediente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Dando
sequência à lista dos oradores inscritos no Pequeno Expediente, convido
novamente a fazer uso da tribuna o nobre deputado Carlos Giannazi. Vossa
Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gil Diniz, uma das lutas que
nós travamos aqui, na Assembleia Legislativa, uma das lutas prioritárias é
realmente a defesa dos direitos e da dignidade dos aposentados e pensionistas
do estado de São Paulo.
Nós voltamos
aqui, no ano legislativo de 2025; essa é a primeira semana, praticamente, dessa
volta. Hoje é dia sete de fevereiro de 2025. E nós queremos, Sr. Presidente,
retomar com força total a luta pela devolução do confisco das aposentadorias e
pensões, que foi imposto pelo ex-governador Doria aqui no estado de São Paulo,
prejudicando mais de 600 mil aposentados e pensionistas.
Mas, através de
uma ampla mobilização em todo o estado, nós conseguimos derrotar esse confisco,
após praticamente dois anos, aprovando um projeto de lei coletivo dentro da
Assembleia Legislativa.
Mas agora a
nossa luta é para que haja a devolução do que foi confiscado, porque foi um
confisco irregular, ilegal, Sr. Presidente, e inconstitucional, tanto é que tem
um parecer da própria PGR, a Procuradoria Geral da República.
E esse parecer
era daquele procurador Aras, que foi nomeado, inclusive, pelo Bolsonaro. O
Bolsonaro foi o responsável pelo confisco, porque ele aprovou a reforma da
Previdência - foi a Emenda nº 103. E, no Art. 149, ele abriu as porteiras para
que os municípios e estados pudessem confiscar os aposentados e pensionistas.
Mas o próprio Ministério Público, a própria PGR, na época, deu um parecer sendo
contra o confisco.
Enfim, e agora
nós temos já, no Supremo Tribunal Federal, maioria, que já votou... A votação
não terminou ainda, mas já foi formada uma maioria contra o confisco das
aposentadorias e pensões para quem ganha abaixo do teto do INSS.
Nós estamos
aguardando o final desse julgamento; falta só um voto, do ministro Gilmar
Mendes. Ele que pediu vistas e interrompeu a votação, mas já devolveu o
processo. Nós não sabemos o voto dele ainda, mas agora a nossa luta é para que
o julgamento seja pautado novamente e as Adins que versam sobre esse tema sejam
julgadas.
Na verdade, na
nossa opinião, já tem maioria. Parece que seis ministros já votaram contra o
confisco. Logicamente que tem um lobby agora, dos prefeitos e governadores,
tentando, talvez, convencer, de alguma forma, os ministros a mudarem os seus
votos.
Mas, de
qualquer forma, aqui no estado de São Paulo, nós derrotamos o confisco, Sr.
Presidente. Então é muito importante que haja a devolução do que foi
confiscado. Nesse sentido, eu apresentei um projeto de lei, que é o PLC 09, de
2023, Sr. Presidente, que já foi aprovado, inclusive na Comissão de
Constituição e Justiça.
Um parecer
favorável. Então ele tramita pelas comissões. Eu peço apoio, aqui, dos 94
deputados e deputadas, que têm que ajudar na votação desse projeto, para fazer
justiça em relação ao que foi feito contra os aposentados e pensionistas,
e para que haja a imediata devolução
para os aposentados e pensionistas, que foram confiscados durante dois anos.
Então essa é
uma das lutas prioritárias que nós temos aqui na Assembleia Legislativa. E
estamos também acompanhando em Brasília a votação, o julgamento, sobretudo
através da nossa deputada federal Luciene Cavalcante, professora aqui de São
Paulo, que tem constantemente conversado, em nome do nosso coletivo, Educação
em Primeiro Lugar, com os ministros do Supremo. Ela está muito presente no
Supremo Tribunal Federal. Então essa luta, para nós, é prioritária aqui na
Assembleia Legislativa.
Uma outra luta
também importante para nós, Sr. Presidente, e que é uma prioridade para o nosso
mandato, é justamente a volta das faltas abonadas. Vossa Excelência se lembra
de que o ex-governador Doria aprovou uma reforma administrativa, aqui, que
penalizou imensamente todos os servidores do estado de São Paulo.
Além do
confisco, ele também retirou outros direitos, outros benefícios históricos. Por
exemplo, as faltas abonadas, que estavam consolidadas no Estatuto do
Funcionalismo Público do Estado de São Paulo, na Lei nº 10.261, de 1968. Ele
acabou com as seis faltas abonadas, acabou também com o adicional de insalubridade
dos servidores.
Na verdade,
congelou o reajuste desse adicional. Então eu apresentei um projeto de lei, que
é um projeto importante, que é o PLC nº 32, de 2023, que já foi aprovado também
em duas comissões permanentes. Só falta uma comissão para ele entrar no
plenário.
Ele devolve as
faltas abonadas, ele modifica a Lei nº 1.361, que é a lei do Doria, e volta com
as faltas abonadas. Nós voltamos à Lei nº 10.261. Na verdade, é uma restituição
de um direito básico dos nossos servidores estaduais, que são as faltas
abonadas, Sr. Presidente.
Nós tivemos
muitas perdas nesses últimos anos, nos últimos governos; quando eu falo “nós”,
refiro-me aos servidores públicos do estado de São Paulo. Foi confisco das
aposentadorias e pensões, fim das faltas abonadas, fim do reajuste do adicional
de insalubridade.
Em todas as
áreas do funcionalismo público nós tivemos retrocessos, tanto é que entre ontem
e hoje está ocorrendo uma plenária aqui na Assembleia Legislativa da Frente
Paulista em Defesa dos Serviços Públicos, que é composta por 80 entidades
representativas dos servidores públicos do estado de São Paulo.
O grande lema é
reconquistar os direitos e os benefícios que foram retirados dos servidores do
estado de São Paulo. Então, essa nossa luta pela devolução das faltas abonadas
também é uma luta prioritária, sobretudo para o nosso mandato, que apresentou
uma medida concreta, que é um projeto de lei que não vai causar nenhum impacto
financeiro.
Então é um
projeto que tem muita facilidade de ser aprovado. E dificilmente eu acho que o
governo iria vetar, até porque a retirada da falta abonada, Sr. Presidente, foi
do outro governo, foi do governo Doria.
Então, eu creio
que o atual governo tem todas as condições, inclusive jurídicas, de sancionar o
projeto de lei, o nosso Projeto nº 32, de 2023, que eu tenho certeza de que
será aprovado pelo plenário da Assembleia Legislativa, e a gente possa devolver
as faltas abonadas para todos os servidores do estado de São Paulo.
Era isso, Sr.
Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente,
havendo acordo entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - É regimental, nobre
deputado. Antes de dar por levantados estes trabalhos, só prestar aqui minha
homenagem e minhas condolências à família e aos amigos do policial militar
soldado Rafael Rodrigues Novais, que foi brutalmente assassinado ontem por um
marginal covarde, o assassinou friamente, sem qualquer chance de defesa ao
policial.
Então, registro aqui as minhas
condolências, a minha homenagem aos nossos policiais, dar parabéns aqui aos
policiais, salvo engano, do Comando de Policiamento Metropolitano 3, coronel
Sabino, que identificaram o marginal, que, em confronto, também atacou as
equipes sob o comando do coronel Sabino. Eles deram destino a esse marginal.
Não foi preso. Teve o destino correto: vala para esse marginal.
Mas fica aqui a tristeza de saber que
os nossos policiais militares e civis estão sendo atacados violentamente pelo
crime aqui no estado de São Paulo. Nossas condolências e o nosso compromisso
com a família policial militar e com toda a força de segurança do Estado,
porque é um ataque a essa instituição, que defende, essa, sim, defende o Estado
Democrático de Direito.
Havendo acordo de lideranças, esta Presidência,
antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 54
minutos.
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