28 DE MARÇO DE 2025
13ª SESSÃO SOLENE PARA ENTREGA DE COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO AO SR. ROBERTO SALLOUTI, COFUNDADOR DO INTELI E CEO DO BTG
Presidência: LEONARDO SIQUEIRA
RESUMO
1 - LEONARDO SIQUEIRA
Assume a Presidência e abre a sessão às 20h07min.
2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Nomeia a composição da Mesa. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
3 - PRESIDENTE LEONARDO SIQUEIRA
Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene para realizar a "Entrega de Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao Sr. Roberto Sallouti, cofundador do Inteli e CEO do BTG", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Destaca a justeza da presente homenagem. Reitera a importância de valorizar o papel social dos empreendedores e da iniciativa privada. Tece elogios ao Inteli, que tem como um de seus fundadores o homenageado desta sessão.
4 - MAIRA HABIMORAD
CEO do Inteli, faz pronunciamento.
5 - ANDRÉ ESTEVES
Presidente do Conselho de Administração do BTG Pactual, faz pronunciamento.
6 - FÁBIO PRIETO
Secretário de Estado da Justiça e Cidadania de São Paulo, representando o governador Tarcísio de Freitas, faz pronunciamento.
7 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Tece considerações sobre o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. Lê o currículo de Roberto Sallouti, homenageado desta sessão.
8 - PRESIDENTE LEONARDO SIQUEIRA
Outorga o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Roberto Sallouti, cofundador do Inteli e CEO do BTG Pactual.
9 - ROBERTO SALLOUTI
Cofundador do Inteli e CEO do BTG Pactual, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE LEONARDO SIQUEIRA
Fala sobre a importância da participação na política. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 21h29min.
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- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Leonardo Siqueira.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS -
Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de outorgar o Colar
de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Sr. Roberto Sallouti.
Comunicamos aos
presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e
também pelo canal da Alesp no YouTube. Convido, neste momento, para a
composição da nossa Mesa solene, o deputado estadual Leonardo Siqueira,
proponente desta sessão solene. Por favor, deputado.
O nosso
homenageado, CEO do BTG Pactual e “co-founder” e “chairman” do Inteli, o Sr.
Roberto Sallouti, por favor, bem acompanhado por sua esposa, a Sra. Juliana Sallouti.
Por favor, Sra. Juliana. O nosso secretário de estado da Justiça e Cidadania, Dr.
Fábio Prieto.
O presidente do
Conselho de Administração do BTG Pactual, acompanhado de sua esposa Lilian
Esteves, André Esteves. Chamamos também Maira Habimorad, CEO do Inteli. Peço
para que todos se mantenham de pé, por favor.
Convido a todos
os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro
pelo Coro Masculino da nossa Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a
regência do maestro cabo De Paula.
Por favor.
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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
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O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Nossos agradecimentos
ao Coro Masculino da Polícia Militar do Estado de São Paulo, pela execução do
Hino Nacional Brasileiro. Muito obrigado. (Palmas.)
Registramos e agradecemos a presença
das seguintes personalidades: o nosso sempre deputado Vinicius Poit, CEO do fundo
Estímulo; Luiz Eduardo D’Urso, aqui representando o secretário de estado da
Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai; Gerson Pires, da assessoria da
vereadora de São Paulo, Cris Monteiro.
Um agradecimento também especial aos
colaboradores do Banco BTG; colaboradores do Instituto de Tecnologia e
Liderança - Inteli; alunos do Instituto de Tecnologia e Liderança - Inteli;
familiares do homenageado, Roberto Sallouti; a todos o nosso muito obrigado.
Passo a palavra neste momento ao
proponente desta sessão solene, o deputado estadual Leonardo Siqueira, para as
boas-vindas e em seguida o seu discurso.
O
SR. PRESIDENTE - LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - Boa noite a
todos. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos nos termos
regimentais. Senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo
presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo a minha
solicitação, com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo ao Sr. Roberto Sallouti, que está aqui ao
meu lado. Agora vou fazer as minhas palavras iniciais, mas eu vou usar o
púlpito ali.
Bom, boa noite a todos. Primeiramente,
obviamente, cumprimentar cada um de vocês, mas inverter um pouquinho aqui a
lógica que acontece no Brasil, em geral, quando, principalmente nos eventos
políticos, eles cumprimentam primeiro as autoridades que estão presentes e só
depois o povo. Eu não concordo com essa ordem, pode parecer uma ordem besta e
simples, mas faz total diferença para a gente poder lembrar, de fato, quem é
que sustenta o Estado.
Não é o Estado que sustenta a
sociedade, é a sociedade que sustenta o Estado. Ainda que seja uma diferença
sutil, é para poder lembrar que quem gera riquezas neste país é o trabalhador,
o empreendedor que, sem nenhum crachá, sem nenhum holofote, acorda de manhã e
paga os impostos para que nós, servidores do estado ou que estão servindo ao
Estado no momento, possamos trabalhar por eles e não nos servir deles.
Então, primeiramente, boa noite a todos
vocês que estão aqui em uma sexta-feira à noite, aos alunos do Inteli que
vieram aqui - são vocês o objetivo final; se existe algum protagonista,
deveriam ser vocês, que são o produto e o objetivo final - aos nossos
familiares e amigos, que são os motivos; ao André Esteves, “chairman” do BTG
Pactual e fundador do Inteli; ao Roberto Sallouti, homenageado hoje, também
atualmente CEO do BTG Pactual e um dos fundadores do Inteli; Lilian Esteves,
uma das fundadoras do Inteli; a Maira, hoje, presidente do Inteli; e o
secretário de Justiça, Fábio Prieto, que está aqui presente na cerimônia de
hoje. E nesse espírito de valorizar aqueles que de fato carregam a sociedade,
gostaria de falar do nosso homenageado aqui hoje, o Roberto Sallouti.
Roberto Sallouti fez economia em uma
das melhores escolas de economia do mundo, a Wharton. Ele entrou no BTG Pactual
em 1994 e quatro anos depois havia se tornado sócio e desde 2015 ele comanda...
Está à frente como CEO do banco.
Eu não preciso, obviamente, falar qual
é a importância do BTG Pactual, porque todo mundo aqui, a grande maioria sabe,
mas eu acho que vale a pena falar qual é o papel de um banco de investimentos
na sociedade. Minha mãe está aqui no canto, minha mãe é professora lá de
Itaquera, da zona leste. Toda vez que eu olho para ela eu me emociono.
Mãe, você sabe qual é o papel de um
banco de investimento, um banco de atacado? Esperta ela, está aqui para ouvir.
Um banco de investimento, um banco de atacado, nada mais é, mãe, do que: ele
concentra os recursos dos poupadores da sociedade e empresta para pessoas ou
empresas que tenham uma boa ideia, que tenham uma capacidade, mas que não têm
os recursos da sociedade. É isso que o BTG Pactual, junto com outros bancos de
investimentos, faz.
Eles estão presentes no que a gente
chama de mercado de crédito, e mercado de crédito nada mais é do que isso, é
você acreditar no futuro de uma empresa, de uma pessoa e poder dar condições
para que hoje ela, no presente, possa cada vez crescer mais; gerar mais
empregos; gerar mais renda; e gerar um futuro melhor para quem quer que seja, e
o banco BTG Pactual faz isso.
Até porque crédito, do latim, para quem
não sabe, vem de “credere” que significa “confiar”. Você confia, você está
dizendo: “Eu confio em você e por isso vou te dar esse crédito”.
Eu sei bem o que é essa confiança,
porque eu era da Força Aérea e tinha perdido meu pai quando tinha 18 anos, e eu
fui lá no Poliedro, um curso da Paulista, e falei: “Eu acho que sou um cara de
talento, eu era da Força Aérea, não tenho dinheiro e gostaria de estudar aqui”.
E me deram uma bolsa, me deram crédito.
Quando entrei na FGV, entre os dez
primeiros, com a ajuda do Poliedro, de novo me deram uma bolsa, me deram
crédito; quando eu fui fazer mestrado na Europa, de novo eu não tinha dinheiro
para pagar todos aqueles custos, me deram uma bolsa, me deram crédito; e quando
eu entrei no doutorado em economia no Insper, o doutorado também tinha uma
bolsa, tinha um crédito.
Então eu sei muito bem o que é isso,
porque em algum momento lá atrás alguém falou: “Olha, você pode não ter todas
as condições agora, mas eu acredito em você”. Para eles, por algum motivo, o
meu futuro valia a pena. Então é isso, mãe, que um banco faz.
E daí você poderia dizer, talvez
ouvindo de algumas pessoas: “Mas o banco cobra dinheiro para fazer isso, ele
não faz filantropia”. É verdade, porque se você acredita e está apostando no
futuro de alguém ou de uma empresa, existe um risco. Então algumas vão dar
certo e outras não vão dar certo, isso significa que as apostas que não deram
certo precisam ser compensadas pelas apostas que deram certo, e obviamente eles
precisam ser remunerados por isso.
Por isso que é importante que cada vez
mais eles tenham mais sucesso e mais lucro, porque cada vez que eles fizerem
isso, eles vão ajudar cada vez mais empresas, porque ainda que alguns digam o
contrário, que o sucesso é um crime, que o lucro é um pecado, eu acredito muito
nas palavras do Abraham Lincoln de que “não é fortalecendo os fortes que você
vai ajudar os mais fracos”, “não é prejudicando o empregador que você vai
ajudar quem precisa de um emprego”, “não é atrapalhando e indo atrás de quem é
dono do capital que você vai ajudar os mais pobres”.
Pelo contrário, foi justamente o
sucesso que eles tiveram no BTG Pactual, que possibilitou o Roberto Sallouti,
junto com o André Esteves e a Lilian Esteves, a começar uma nova etapa da vida
deles, que era hora de não investir apenas em empresas, mas investir em
pessoas.
No fundo o que eles estavam fazendo era
isso, eles estavam usando a mesma lógica do mercado de crédito, mas em pessoas.
Eles acreditavam no futuro dessas pessoas, porque eles sabem que mais do que
resultado, o que importa é deixar um legado.
Então, em 2019, eles se reuniram e
criaram o Inteli com essa vontade de mudar - e 200 milhões do bolso deles de
capital filantrópico -, mas foi justamente o motivo, o fato de ter tido sucesso
nas iniciativas empreendedoras deles que eles puderam ajudar e criar o Inteli
em 2019.
Para quem não conhece, mãe, o Inteli, o
objetivo deles é resolver o gargalo de falta de engenheiros e cientistas sociais
que a gente tem no Brasil. O objetivo é muito simples, formar os futuros
líderes e cientistas de dados que a gente vai ter no Brasil.
E assim, tinha um lema na FGV, quando
eu estudava lá, que era “nenhum aluno jamais deixou de estudar aqui por falta de
dinheiro”. É assim no Inteli também, 66% dos alunos do Inteli tem algum tipo de
bolsa e 55% tem bolsa integral. Ou seja, se você é bom, se você vai atrás, se
você entrou no Inteli, não vai ser a falta de capital que vai te impedir que
você alcance o seu sucesso no futuro. Então, com essa iniciativa, agora
comandada aí com a presidente, a Maira, eles têm colocado e tirado essa
realidade do papel.
Então, Roberto, de novo, foi a
iniciativa no setor privado que te fez ter a possibilidade de ajudar cada vez mais
pessoas e a gente tem que defender um Brasil desses. Que aqueles que, de alguma
maneira, subiram no elevador, mandem o elevador de volta para baixo, para que
outras pessoas também possam subir.
Uma vez eu estava conversando com a
Maira e ela falou: “Infelizmente, no Brasil, grande parte das pessoas daqui,
que tiveram sucesso, que furaram a bolha social, é por três motivos: ou você
tem mãe professora; ou você tem a sua tia da escola, que trabalha na escola; ou
você ganhou bolsa de alguém”. O André Esteves, filho de professora. Minha mãe é
professora. O Sallouti também se encaixa nessas histórias.
Então a ideia é que a gente tenha um
país, cada vez que as pessoas possam, não necessariamente ter igualdade de
resultado, porque se a gente mata a igualdade de resultado, a gente mata uma
sociedade.
A gente quer que quem se dedique e
entregue mais, colha mais. Mas o que a gente quer é igualdade de oportunidade,
para que as pessoas que tenham condições diferentes saiam do mesmo ponto de
partida, e é isso que o mercado de crédito e que o Inteli fazem.
Eu não vou ter aqui, mas eu fui
estagiário do BTG, do Rodrigo Góes. Você com certeza não vai lembrar, mas eu
fui seu estagiário, em 2012. E como é que o estagiário do BTG Pactual, que saiu
lá da zona leste, de Itaquera, consegue hoje estar... E o Mimica, eu me lembro
de você também. É que as pessoas nunca se lembram das pessoas abaixo, não é? Eu
sei bem como é isso, hoje. Mas, sim, eu lembro, o Mimica lá no research.
Então eu fui estagiário lá de vocês. Eu
esqueci a minha carteira de trabalho, mas está lá. Meu primeiro estágio foi no
BTG Pactual. E como é que uma pessoa sai de estágio... E, graças a Deus, fui
eleito com 90 mil votos e com muito trabalho. Como é que ela sai de lá, e hoje
tem essa honra de poder estar entregando...
É, ele está vendo se é verdade mesmo
que eu fui estagiário, vou trazer a carteira de trabalho, você vai ver. É,
2012. Como é que uma pessoa sai da zona leste e foi estagiário do banco e
graças a Deus hoje tem a honra de conceder esta medalha para o Roberto
Sallouti? Por causa disso. Crédito e educação.
O crédito de: “Eu não tenho dinheiro,
mas sou um cara dedicado, apostem em mim”. E educação que, para quem nasce
nesse ambiente como eu saí, é a única forma de você poder mudar de vida. Então
parabéns a todos vocês que tiveram essa iniciativa. A gente precisa cada vez
mais valorizar vocês e a iniciativa de vocês.
Vocês poderiam ter simplesmente parado
no banco. O que, de novo, não é pouca coisa, porque quem trabalha lá sabe a
importância que é o BTG Pactual. Dizem que o lema da “Ben & Jerry's”, que é
uma sorveteria: “A gente não contrata pessoas para vender sorvete; a gente
vende sorvete para contratar pessoas”. É assim que eu vejo o empreendedor.
Então vocês, com essa iniciativa, com
certeza vão ajudar muitos alunos do Inteli, e que eles possam ter um futuro
brilhante. Sem vocês isso não estaria acontecendo.
Obrigado a todos e parabéns a vocês.
(Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos ao
deputado Leonardo Siqueira por suas palavras. Neste momento, nós daremos início
às saudações pelas autoridades e convidados que compõem aqui a Mesa, iniciando
pela CEO do Inteli. Com a palavra, Maira Habimorad. (Palmas.)
A
SRA. MAIRA HABIMORAD - Boa noite a todos.
Bom, eu devo ser a pessoa que mais fez apresentações sobre o Inteli, seja
online ou presencial. Só na pandemia, foram 174 lives que a gente fez. Então
hoje eu vou tomar a liberdade de não falar sobre o Inteli, para falar do
Roberto.
A nossa primeira interação, em 2019,
foi bem curiosa. Ele me recebeu lá no BTG e eu, com esse meu jeito assim
“sincerona”, disse para ele que eu não era particularmente fã de banqueiros.
E ele muito educadamente me respondeu:
“Calma, você nem me conhece ainda, quem sabe você não muda de ideia”. E a
verdade é que eu mudei de ideia, não é? Eu não sei se eu sou fã de todos os
banqueiros, mas definitivamente eu virei fã do Roberto.
Em cinco anos trabalhando juntos... Eu
e a Ana - que está aqui hoje, que é a minha parceira, minha dupla dinâmica,
então estou falando aqui em nome dela também -, em cinco anos trabalhando
juntos, a gente pode testemunhar várias qualidades do Roberto como líder.
Pragmático, inteligente, rápido, íntegro. Mas o que eu escolhi aqui, hoje, é
falar de comprometimento.
Foi o comprometimento do Roberto com o
futuro do Brasil, materializado nos nossos 600 alunos hoje, muitos deles aqui,
foi o que transformou o Inteli de um sonho em realidade.
Sem esse comprometimento, sem esse seu
compromisso, a gente não estaria aqui hoje. A sua liderança inspira muito a
todos nós, mas o que sempre me comove é sua paixão pelo Inteli, o jeito que o
seu olho brilha e o amor que você coloca no projeto.
Quero agradecer ao Leo, por ter
organizado esta merecida homenagem. E hoje, em nome de toda a comunidade do
Inteli, eu te homenageio, Roberto. Te agradeço e te desejo o que eu desejo para
aqueles que eu mais gosto: uma vida longa e uma vida feliz.
Em meu nome, eu te agradeço pela chance
de fazer parte desse projeto tão bonito, tão importante. E como amiga - o que
eu posso hoje te chamar - desejo que você receba em triplo o bem que você faz
para o mundo.
Parabéns. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigado à
Maira Habimorad, CEO do Inteli, por suas palavras. A seguir, vamos ouvir o
presidente do conselho de administração do BTG Pactual, André Esteves.
(Palmas.)
O
SR. ANDRÉ ESTEVES - Boa noite a todos.
Prazer estar aqui. Queria um especial agradecimento ao deputado Leo Siqueira.
Olha, te ouvir... São palavras refrescantes, principalmente quando você dá
prioridade certa ao povo, que muita gente parece esquecer por que a gente serve
a sociedade. Não é em benefício de ninguém que não seja o povo.
Então, suas palavras sobre
empreendedorismo, sobre mérito, sobre dedicação, sobre família, são
refrescantes na política. Espero que a gente continue formando estagiários no
BTG, que sigam esse caminho tão importante na sociedade, que lá eu tenho
certeza de que as pessoas aprendem muito. Aprendem tanto que está aí o Roberto,
sentado hoje, liderando este projeto maravilhoso do Inteli, junto com Maira,
com Ana, com todos nós, essa transformação que a gente procura fazer na
sociedade.
Aqui o Inteli... É difícil você ajudar
a transformar a sociedade. Agora, é importantíssimo tentar fazer isso. Agora, a
gente transformar pessoas que vão transformar a sociedade é mais impactante
ainda. Esse projeto do Inteli, que a gente criou muitos anos atrás, começa
antes da fundação do Inteli.
Começa com um inconformismo nosso,
quando o Roberto e eu ouvíamos um discurso e alguém de fora do Brasil, que
tinha até um certo carinho ou admiração pelo potencial brasileiro, mas achava
que a gente não iria em frente pela falta de engenheiros, por falta de mão de
obra técnica.
Aquilo, em um primeiro momento, nos
criou uma insatisfação. Agora essa insatisfação foi mudando, transitando de
lugar na nossa cabeça. E um dia o Roberto ficou me provocando: “Poxa, a gente
tem que fazer alguma coisa nisso daqui. Eu acho até que eu posso dar uma
desacelerada aqui do banco e correr atrás para a gente levantar o dinheiro para
fazer um grande projeto”. Eu falei: “Mas desacelerar do banco está fora de
questão, então vamos ter que usar nosso dinheiro mesmo”.
Então... Porque não dá para
desacelerar. E fomos em frente. O Roberto é “chairman” no Inteli, lidera o
projeto do ponto de vista prático com a Maira e a Ana lá no dia a dia. Eu tenho
a maior honra, não só de fundar o Inteli, participar dessa história
maravilhosa, Lilian também participa bastante, uma honra para a nossa família,
mas honra maior é ter o Roberto de sócio, ainda mais de amigo, de irmão e
dividir essa jornada maravilhosa, que é a história do banco.
O Inteli é mais um pedaço. Aqui estão
nossos sócios maravilhosos também. Alguns que já passaram por lá, mas continuam
com alma de sócios, igualzinho sempre foram. Isso é o que a gente faz de
diferente. Eu já vejo até olhando os novos sócios também que vão chegar daqui a
pouco, vão estar lá já, já.
Dona Janete, isso tudo é obra da
senhora. Então, primeiro, essas coisas não acontecem por acaso, não pensem
assim. Então tem muito mérito nisso. Para a senhora, um enorme parabéns pela
noite de hoje, mais do que merecida a homenagem do Roberto.
E para vocês, que são... No fundo,
além, dividem o protagonismo desta noite com o Roberto. São vocês, os alunos do
Inteli. A gente teve a responsabilidade de fazer isso, e vocês tiveram o
privilégio de compartilhar isso com a gente.
Agora esse privilégio vem junto a uma
enorme responsabilidade. A responsabilidade é aquilo que a gente está ensinando
para vocês faz quatro anos, que é transformar o Brasil. Transformar o Brasil
para o lado certo.
O Brasil que faz. O Brasil que fica
inconformado com o errado, fica inconformado em não exercer o nosso potencial.
Vocês, ao terminarem o curso, vão estar prontos para transformar o Brasil do
jeito certo.
A gente olhava - sabe, Leo? - essas
universidades fora, a gente falava um pouquinho aqui... O Neco está ali nos
olhando, o general Neco. Então, secretário Pietro, a gente olha essas
universidades americanas, que são excepcionais, as melhores do mundo: está lá
Harvard, Wharton, onde o Roberto estudou, Stanford, que é o polo de inovação
tecnológica do mundo, Chicago, um pensamento econômico maravilhoso e outras
mais 20 universidades de primeira linha. A gente se pergunta por que é que
aquilo aconteceu. Poxa, o que é que o governo americano fez? Na verdade, não
fez nada. Quem fez foi a sociedade.
Então, o Inteli, além dessa criação
maravilhosa, eu espero que ele seja inspiração para nós, como sociedade
brasileira, fazermos mais. Então o Inteli é uma resposta a isso que a gente
pode ser, a isso que a gente pode fazer. Um dia alguém foi lá e fez Harvard,
Stanford, Wharton e todas as outras. Então a gente foi lá e fez o Inteli.
Então, como a gente teve aqui pequenas
coisas no Brasil, pequenos rastros disso. Um dia um brigadeiro visionário foi
lá e fez o ITA. Por causa do ITA nasceu a Embraer, e o Brasil é o terceiro
maior exportador de aviões no mundo.
Então o Inteli vai dar muitos frutos.
Vendo vocês no primeiro ano de empreendedores lá no Inteli, a gente comentava
mais cedo, Maira, Roberto e eu, a emoção que foi ver vocês fazendo “pitch” das
suas ideias, seus projetos, dos seus sonhos.
Então façam os sonhos de vocês virarem
realidade como os do Roberto viraram, como os meus viraram, como os dessa turma
toda que está sentada aí em torno de vocês viraram. Então sejam um exemplo para
o Brasil. É isso que a gente espera de vocês.
Roberto, mais do que merecido,
parabéns. Leo, parabéns pela iniciativa, porque a gente celebrar o nosso
sucesso faz parte. As dificuldades, as frustrações, os erros estão todos os
dias nas páginas dos jornais.
Agora, a sociedade, a empresa ou o
indivíduo que não celebra o sucesso também não vai para frente. Então vamos
celebrar a história maravilhosa e que ela sirva de exemplo para o Brasil, está
bom?
Muito obrigado, gente. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigado ao
André Esteves por suas palavras, ele é o presidente do Conselho de
Administração do BTG Pactual.
Vamos ouvir agora o secretário de
estado da Justiça e Cidadania, nesta sessão solene representando o nosso
governador Tarcísio de Freitas. Com a palavra o Dr. Fábio Prieto. (Palmas.)
O
SR. FÁBIO PRIETO - Boa noite, quero começar... Eu
acho que o Leo está certo de cumprimentar primeiro a capital, mas eu, como
estou no governo, primeiro tenho que cumprimentar as autoridades.
E você merece ser cumprimentado
primeiro porque você é o proponente da homenagem. É um talento e fico contente
que a madrinha do talento esteja bem aqui à nossa direita, a quem eu quero
cumprimentar também pelo filho, pelo seu zelo e dedicação. Não foi o André que
ensinou, não, ele já veio aqui, já faturou, dizendo que foi o Banco Pactual. Já
pegou seu lugar, a senhora viu?
Quero cumprimentar o nosso homenageado,
Roberto, também a esposa Juliana, os meninos aqui, os filhos, o Arthur, o Breno
e o Caio, e, especialmente, a Sra. Janete, que está aqui, que também tenho
certeza de que tem uma participação fundamental em tudo que a gente vai falar
aqui sobre o seu filho.
Cumprimentar a Maira, que tem a
aventura de tocar esse projeto maravilhoso do Inteli, cumprimentar aqui meu
ex-colega de secretariado, professor da GV, o Lucas Ferraz, um grande amigo que
participou comigo aqui do governo do Tarcísio.
Cumprimentar as autoridades,
cumprimentar os amigos, os familiares, especialmente essa moçada que está aqui,
ávida para entender o que está acontecendo aqui.
Bom, Roberto, o ser humano já
desenvolveu várias formas de fazer homenagens. Dizem que a melhor homenagem é aquela que a
gente recebe do par contrário. Não é a sogra, não, é uma questão sociológica: o
par contrário é a pessoa que pensa ou age completamente diferente de você e, em
algum momento da vida, vai a você e se rende a sua história ou ao seu
pensamento ou a sua ação.
Aqui, vendo as mulheres aqui
representadas e muitas de vocês que estão aqui, a gente está aqui no
Parlamento, por exemplo, o par contrário, a mulher que recebeu a maior
homenagem como parlamentar no século passado foi a Margaret Thatcher.
A Thatcher lutou muito por uma política
e teve uma dificuldade enorme, mas uma firmeza, uma solidez nos seus
princípios, um espírito de guerreira e a grande homenagem que a Margaret
Thatcher recebeu foi do par contrário dela, que era o Tony Blair. O Tony Blair
falou, reconheceu e adotou políticas que a Thatcher, algumas políticas que a
Thatcher lutou muito para implementar.
Mas eu gostaria aqui de falar em nome
primeiro do governador Tarcísio, que mandou um abraço a você, a sua esposa,
seus filhos, a sua mãe, enfim, aos seus amigos que estão aqui, dizer que ele
tem grande admiração pelo seu trabalho, não apenas, obviamente, no banco, mas
outras atividades que você tem e ele, como engenheiro, não preciso dizer para
você, especialmente por esse projeto educacional, que você é padrinho, tutor e
entusiasta. Então, eu queria dar o abraço do Tarcísio a você, à família, e
dizer que ele tem um especial interesse nisso, um especial apreço nisso.
E fazer uma homenagem a você, não como
par contrário, dizer a você que o nosso governo está tentando homenagear aquilo
que você pensa, aquilo que você fez e aquilo que você faz, com atitudes, que a
gente está tentando, com muito empenho, mudar a Educação de São Paulo, por
exemplo, que eu acho que é um ponto fundamental. Mudamos o currículo, estamos
dando para os meninos mais matemática e mais língua nativa.
Não tem muito o que fazer, Roberto: se
você quer dar educação, o começo da educação é língua nativa e matemática, não
tem tratado que vá mostrar qualquer coisa diferente disso. E o Tarcísio começou
já mudando o currículo, introduzindo tecnologia, que você conhece bem também,
esse mundo da tecnologia.
Hoje o nosso secretário da Educação tira
o celular e você pode pedir para ele: “eu quero ver a Educação em Catanduva, eu
quero ver a Educação na escola 5 de Catanduva, eu quero ver se tem um Pedro
sentado na escola 5 de Catanduva, eu quero ver se o Pedro esteve hoje na
escola, eu quero ver a nota que o Pedro tirou em matemática”. Ele aperta o
botão no celular e ele te dá tudo isso.
E dá também para o professor. Nós temos
esse controle da política educacional também com o professor. Nós fazemos as
aulas para os professores, as aulas não são obrigatórias, mas isso obviamente
induz no sistema já uma unidade que é muito importante na Educação Pública, até
pelo gigantismo que a gente tem aqui em São Paulo.
Então, quero dizer a você, talvez
homenageando, dentro da linha que você está construindo, que a gente está
cuidando com muito zelo disso, da Educação, se empenhando muito. Fizemos um
programa de inglês, que é outra coisa que eu sei que você tem lá também, demos
70 mil cursos. Isso foi uma pólvora no sistema, a molecada ficou enlouquecida
no sistema público.
Eu estudei em escola pública, em
Santos, nos anos setenta. Hoje, você dizer que estudou em escola pública, no
Brasil a gente estragou tanto a Educação que, se você diz que estuda em escola
pública, você é pobre hoje no Brasil. Define classe social, a queda da
Educação.
A minha família não é pobre. Eu estudei
em uma escola pública que, nos anos 70, a minha professora de português na
escola pública fazia mestrado em Lisboa. O meu professor de química na escola
pública, da Rede Pública de Ensino, era professor de química na Universidade de
São Paulo. Era o mesmo professor.
Então, a gente deixou a Educação cair
nesse nível, e a gente vai recuperar essa Educação, porque isso é fundamental.
Não adianta ter só um Inteli, assim como não adianta a gente ter só esse
reforço na escola pública. É preciso que vocês estejam fazendo esse outro
movimento. E a gente tem feito muita coisa. Estou vendo essa moçada aqui que
vai estudar engenharia. Nós fizemos algumas subversões também no governo.
Então, por exemplo, na minha área, eu
disse ao Tarcísio: “Tarcísio, eu passei a minha vida inteira sendo a liderança
solitária no mundo da Justiça, dizendo que o cidadão tem que estar na frente do
juiz, do promotor e do advogado. E você deve saber que eu fui a única liderança
que sustentou isso, e você deve saber que eu perdi também. Então, eu estou advogando.
Saí, fui magistrado federal 30 anos,
fui promotor de justiça, estava advogando. E se você, que está aqui me
convidando, sabe disso, para eu assumir a Secretaria de Justiça e Cidadania, eu
quero que o seu governo tenha uma secretaria não de justiça e cidadania, mas de
cidadania e de justiça. E que a gente ponha o cidadão na frente do juiz, do
promotor e do advogado, porque o país precisa disso, como precisa de
engenheiros”.
Então, o Tarcísio topou isso. E a gente
pegou e cometeu uma pequena “ousadinha” em algumas coisas. Por exemplo, no
Procon, que você conhece bem, porque está no banco também e sabe o que é o
Procon. No Procon, o cargo de direção não é presidente, ele chama diretor
executivo.
Se vocês pegarem os milhares de Procons
que têm no Brasil, ao longo de todas essas décadas, vocês vão encontrar diretor
do Procon, juiz aposentado, advogado, lobista, sociólogo, promotor aposentado. Não
há um direto-executivo “diretor-executivo” no Procon.
Eu falei: “Tarcísio, eu quero nomear,
ir no mercado e nomear no Procon um diretor-executivo, um diretor-executivo”. Um
sujeito como você, Roberto. Um louco, claro. Não pode ser normal fazer uma
carreira de executivo e ser diretor do Procon. A gente não contou toda a
verdade para ele.
E nós fomos pegar um engenheiro, um
menino que estudou no ITA, que foi uma pessoa brilhantíssima, contratado,
começou a receber. O Olavo Setúbal, que era o banqueiro da época, como vocês
são agora, o Olavo contratou esse menino no quarto ano e ficou pagando salário
para ele no ITA, reservando esse menino para sair. Ele saiu e fez uma carreira
no Itaú, brilhante, e já estava tranquilo.
E eu fui lá e contei uma história. Não
contei toda a verdade para ele, do que é trabalhar no Poder Executivo, e ele
acabou aceitando. E nós fizemos uma pequena revolução no Procon, porque a gente
pôs o Procon trabalhando da cidadania para a justiça.
Nós temos no Brasil um sistema que o
consumidor, ao contrário dos Estados Unidos, por exemplo, em que o consumidor é
o cidadão consumidor, aqui, pelo Código do Consumidor, o consumidor é o
vulnerável, é o hipossuficiente.
Vocês todos aqui, não sei se vocês
sabem, mas vocês são todos vulneráveis e hipossuficientes, pela lei. E a gente
sabe, desde o Império e a República também até hoje, que quando o Estado diz
que você é hipossuficiente ou você é vulnerável, ele vai tornar você
hipossuficiente e vulnerável.
Então, nós mudamos completamente o
Procon, e estou falando isso para você, Roberto, porque eu vim agora da
inauguração da nova sede do Procon. O Procon estava instalado em um prédio
caindo aos pedaços, e aqui a moçada precisa saber, vai aprender engenharia, mas
vai aprender gestão, era um prédio caindo aos pedaços, horrível, em um terreno
enorme aqui em São Paulo, um dos terrenos mais valiosos de São Paulo.
Então, você entrava no terreno, tinha
mato alto no Procon de São Paulo, que é o mais importante da América Latina, e
tinha as galinhas correndo lá. Então, a gente fez um estudo e concluiu que
aquelas eram as galinhas mais caras do Brasil, porque elas viviam ciscando
naquele terreno que era um dos terrenos mais caros do Estado.
E hoje a gente inaugurou, na linha da
gestão, que eu acho que você tem como banqueiro e como entusiasta desse projeto
de Educação, nós contratamos, obviamente, um prédio alugado, novo.
Não sei onde é que foram parar as
nossas galinhas, eu perguntei, ninguém sabe onde elas foram, devem estar
desesperadas, porque perderam o terreno. Nós vendemos o Estado, vendemos o
terreno, vendemos o terreno, aliás, estamos vendendo todos os terrenos aqui de
São Paulo, quem quiser comprar no governo do Tarcísio, compre.
Vendemos o terreno. E também estamos
comemorando hoje, nós mudamos a gestão, e a moçada precisa ouvir isso, nós
entramos no governo e o governo tem muitos cargos com baixa remuneração e que nunca
vão atrair pessoas como vocês daqui a alguns anos. A gente entrou e o Tarcísio,
de cara, fez uma lei extinguindo aqui na Assembleia, de cada cinco cargos,
extinguiu um.
Não sei se vocês sabem da dificuldade
que é fazer isso no Brasil. Eu vi dois... Na minha vida de 64 anos de muita
atuação institucional e política, eu vi dois dirigentes políticos, desde que me
conheço por gente, na história do Brasil, que fizeram isso: Fernando Henrique,
que fez isso na União uma vez, com Pedro Malan, e vi o Tarcísio fazer isso. Vi
o Tarcísio fazer isso no começo do governo. Extinguimos 20% dos cargos. Agora,
estamos organizando todas as secretarias, uma a uma.
A gente quer aumentar os salários das
pessoas que estão lá. Você sabe bem o que é recrutar gente, você e o André,
como é importante você recrutar bem. Recrutar bem é pagar, para começar.
Então, o estado tem muito cargo, paga
mal, e a gente está tentando inverter essa lógica. Estou falando isso porque
acho que faz muito sentido na tua biografia, na tua atuação e nesse projeto
maravilhoso da Educação.
Tem a clássica piadinha: “Por que a
Alemanha tem os maiores filósofos do mundo? Porque ao lado de cada filósofo
alemão moram dez engenheiros brilhantes. A engenharia alemã é brilhante.
E por que a Alemanha tem dez
engenheiros brilhantes? Porque ao lado de dez engenheiros brilhantes moram dez
mil técnicos brilhantes”. Então, tem uma excelência, uma formação do país com
as coisas que interessam, que é pensar e executar.
Então, a gente está entusiasmado com
isso e quando vem aqui na Assembleia, participa de celebrações, é especialmente
gratificante a gente saber que não está jogando sozinho, que você está lá, está
entusiasmando essa moçada. Temos certeza de que isso é importantíssimo para o
Brasil.
A gente sabe que, para ter um bom
filósofo e para ter dez mil técnicos, tem que ter dez engenheiros bons no
bairro. Então, você está cuidando dos dez engenheiros e vai acabar
influenciando o filósofo e os técnicos também, como a Alemanha faz. Isso é
fundamental para o Brasil.
Eu estava contando para o Roberto que,
na área do direito, por exemplo, temos duas faculdades no Brasil que se dedicam
ao mundo dos negócios na graduação. Duas, apenas duas. E somos campeões no
número de faculdades no mundo. O Brasil é o país que tem mais faculdades de
direito no mundo.
Entre essas milhares de faculdades,
temos duas faculdades que se dedicam a negócios, que é a GV, em que o Lucas é
professor, que, por ano, coloca 80 alunos só; e agora o Insper abriu o curso de
Direito.
Aliás, preciso fazer um pouco de
propaganda como pai, que a minha filha está na primeira turma do Direito e
ontem passou no exame da Ordem. Não posso deixar de fazer essa pequena
propaganda.
Então, nós, em um país que tem o PIB
que o Brasil tem, a economia que o país tem, nós formamos por ano, no mundo do
direito e dos negócios, 130 meninos só. Então, eu espero - e aqui é uma
cobrança já para você - que a nossa faculdade de Engenharia forme dois mil
meninos por ano.
O Direito está um pouco atrasado, então
vamos formar engenheiros. A gente precisa aumentar muito o número de
engenheiros e a gente precisa aumentar dramaticamente bacharéis de Direito que
tenham uma visão de negócios.
A gente tem uma dificuldade imensa e
não é por acaso que eu perdi a luta na magistratura, na advocacia e no
Ministério Público; fiquei uma liderança isolada. Agora eu saí da magistratura
e não tem ninguém falando. Acabou o debate. Meus amigos de geração, que são
meus amigos, venceram e não tem nenhuma oposição hoje para debater isso.
O Brasil tem esse modelo. Nós queremos
um modelo... Agora o Leo estava falando aqui, no começo da exposição dele, um
pouco sobre isso. Criamos um modelo legal com Lei de Ação Civil Pública, com
Lei de Improbidade, com Lei da Ficha Limpa e com uma série de leis de
constrangimento do mundo político e do capital que é certamente um dos modelos
que mais cerceiam o investimento e o curso do debate político.
Estamos há vinte anos prendendo a
classe política democraticamente e nós prendemos da esquerda para a direita e
para o centro. É o único país que faz isso durante vinte anos. Não deve estar
construindo muita coisa para fazer isso. Não deve estar cuidando dos
engenheiros, não deve estar cuidando dos físicos. Está perdendo muito tempo com
isso. Essa pauta de prisão tem 20 anos e isso não é normal.
Então, tenho esperança de que, com mais
engenheiros, com mais GV, com mais Insper, com mais faculdades como essa que
vocês estão fazendo, a gente comece... Nós não somos revolucionários, a gente
quer mudar o mundo devagar, porque a gente sabe que revolução também não
funciona. Que a gente vá mudando o mundo com essa moçada que está aqui, que a
gente tenha um país em que o cidadão é que tenha peso.
O voto é que vai definir se a sentença
do juiz, por exemplo, vai tirar um cidadão ou não de uma disputa eleitoral,
como aconteceu, por exemplo, nos Estados Unidos agora, em que o juiz deu uma
sentença contra um dos candidatos, o povo americano foi lá, olhou a sentença do
juiz e elegeu o candidato, porque achou que as prioridades eram outras ou que a
sentença não estava muito certa.
Aqui a gente mudou isso há alguns anos
e mudou basicamente com constrangimentos excessivos no mundo da política e no
mundo do capital. O Brasil está perdendo muito tempo e muita oportunidade com
isso. A gente precisa mudar isso. Então, vamos de Insper, vamos de GV, vamos
com vocês nessa faculdade, porque a gente precisa jogar o Brasil para frente,
mudar a Educação de São Paulo, mudar a cidadania e a Justiça, mudar o
investimento, a infraestrutura.
São Paulo precisa ter dois tatuzões
trabalhando aqui debaixo da gente, que já não tinha há não sei quantos anos.
Uma estação de metrô, como é que pode demorar seis anos para construir uma
estação de metrô? Uma metrópole, que é uma das maiores do mundo, agora a maior
metrópole do ocidente.
Nós construíamos 30 mil moradias
sociais por ano, a cada quadriênio, em média. Nos dois primeiros anos,
estudando o processo de engenharia, Roberto, nós construímos, nos dois
primeiros anos, 50 mil, e temos em construção 100 mil. Então, se a gente não
fizer mais nada, nós multiplicamos por cinco, sendo que o déficit de moradia no
estado de São Paulo é de 900 mil moradias.
Então, se a gente otimizar a construção
e fizer uma gestão financeira e orçamentária correta, a gente tem muita chance
de acabar com o déficit orçamentário deste Estado, que tem o 21º orçamento do
mundo. São Paulo, se fosse sozinho, e se nós não tivéssemos o G20, tivéssemos o
G21, São Paulo seria o G21.
Então, a gente tem muita possibilidade
de fazer coisas em pouco tempo, e a gente tem muita fé nesse projeto de vocês,
obviamente, além do banco, que é um projeto de grande sucesso, e outras
atividades que você tem no mundo da arte, da família, enfim, com tudo que você
construiu na sua vida, mas a gente quer que você continue se dedicando muito a
esse projeto da universidade. Estamos juntos e queremos bem ao seu projeto e
estamos aqui para colaborar naquilo que for possível.
Parabéns pela homenagem, por tudo que
você fez, mas, especialmente, por esse projeto da Educação.
Muito obrigado.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Nosso agradecimento
ao Dr. Fábio Prieto, secretário de estado da Justiça e Cidadania, por suas
palavras, estendendo os agradecimentos aos membros da Mesa que o antecederam.
Senhoras e senhores, o Colar de Honra
ao Mérito Legislativo é a mais alta honraria conferida pela Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo. Foi criado em 2015 e é concedido a pessoas
naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que
tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural e
econômico do nosso Estado, como forma de prestar-lhes, pública e solenemente,
uma justa homenagem.
Esta sessão solene homenageia, com a outorga
do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, o Sr. Roberto
Sallouti.
Roberto Sallouti é CEO e membro do
Conselho de Administração do BTG Pactual. Ele é também presidente dos conselhos
do Inteli e do Banco Pan, além de membro dos conselhos consultivos da Wharton
School e da Parceiros da Educação.
Sallouti é bacharel em economia pela
Wharton School University of Pennsylvania; ingressou no BTG Pactual em 94,
tornando-se sócio em 98; iniciou sua carreira na área de renda fixa, tornou-se
COO, Chief Operating Officer, em 2008, e também CEO, em 2015.
Na área filantrópica, Sallouti
dedica-se principalmente à educação, tendo sido homenageado por seus esforços
pela Brazil Foundation, em 2019.
É cofundador do Inteli, Instituto de
Tecnologia e Liderança, uma faculdade sem fins lucrativos com o propósito de
formar futuros líderes de tecnologia. Apoia também várias iniciativas na área
de educação para estudantes de escolas públicas, e é patrocinador de bolsas de
estudo em Wharton, na Graded e no Inteli.
Seu compromisso com o desenvolvimento
educacional e social reflete não apenas sua trajetória de sucesso no setor
financeiro, mas também o seu legado na formação de novas gerações. Por sua
contribuição significativa ao mercado e à Educação, Roberto Sallouti recebe
hoje esta justa homenagem, reconhecendo sua dedicação e impacto transformador
na nossa sociedade.
Neste momento, nós convidamos para que
venham aqui à frente, por favor, os membros da nossa Mesa solene, juntamente
com o homenageado, para a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do
Estado de São Paulo. Por favor, deputado Leonardo Siqueira, nosso proponente
desta sessão solene, junto ao homenageado.
Demais convidados que acompanham a
Mesa, posicionem-se aqui à frente da Mesa para a outorga do Colar de Honra ao
Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. Deputado Leonardo Siqueira, neste
momento, outorga o homenageado do dia, Sr. Roberto Sallouti.
*
* *
- É feita a outorga do Colar de Honra
ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
*
* *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Parabéns ao
homenageado. A seguir, todos retornam à Mesa, acompanhados pelo deputado
Leonardo Siqueira, e nosso homenageado, Roberto Sallouti, Dr. Fábio Prieto,
André Esteves, Maira Habimorad e Sra. Juliana Sallouti. Por favor. Neste
momento, ouviremos as palavras do homenageado desta noite, Sr. Roberto
Sallouti, por favor.
O
SR. ROBERTO SALLOUTI - Boa
noite. Primeiro, obrigado por estarem aqui numa sexta-feira, fim de
tarde. É realmente uma honra enorme ter vocês aqui com a gente para... Eu estou
recebendo a medalha, mas isso aqui, eu sou o embaixador, o embaixador do Inteli
e de todos que participam desse projeto. Então, eu fico muito honrado de ter
todos vocês aqui. Vou só agradecer, primeiramente, ao Leo Siqueira.
Leo, eu sempre fui teu fã. Desses 90
mil votos, eu devo ter arranjado talvez uns 100, e estou convicto de que foi a
decisão certa. Siga firme, o Brasil precisa muito de lideranças que estão com
disposição de participar da política com os seus valores e com as suas crenças.
Então, muito obrigado.
Secretário Fábio Prieto, muito obrigado
pela presença, muito obrigado por estar aqui representando o governador
Tarcísio. Acho que nesta sala aqui eu tenho convicção que temos muitos fãs do
governador. E eu acompanho a Educação pública em São Paulo há quase 20 anos,
pela Parceiros da Educação. Nossa família já adotou escolas em Ibiúna, rede
pública em Ibiúna.
Eu encontrei o Feder, o Renato Feder, o
secretário de Educação, em um fim de semana recentemente. Ele me mostrou esse
aplicativo que você mencionou. É realmente impressionante.
E mais impressionante é que, eu não sei
se poucas pessoas sabem disso, mas, pela primeira vez, os alunos do ensino
fundamental do estado de São Paulo, ou seja, aqueles que estão se formando na
quarta série, se eu não me engano, estão no nível de países da OCDE.
É a primeira vez na história que isso
acontece. E acho que uma revolução na Educação vai demorar pelo menos 12 anos,
mas acho que a gente está começando e o trabalho que vocês têm feito, não só na
Educação, mas em todas as áreas, é fantástico. Então, por favor, parabenize o
Tarcísio, em nome de todos nós e agradeça a ele em nome de todos nós.
Tenho que agradecer, obviamente, a
presença da minha família: minha maravilhosa esposa, meus três filhos
fantásticos, minha querida mãe, meus irmãos, meu tio Miguel, minha cunhada,
minha norinha, meus primos. Obrigado por estarem aqui. É uma honra tremenda ter
vocês nesse momento de reconhecimento do Inteli.
Agradecer, obviamente, a presença da
família Esteves. O Esteves foi o meu mentor quando eu fiz o meu estágio. Então,
conheço ele desde 1992, e a gente trabalha junto desde então. E, que nem o
Esteves contou um pouco daquela história, realmente eu estava inquieto, estava
nessa provocação, e a Lilian e o André compraram a ideia do Inteli.
Mas, mais do que compraram a ideia do
Inteli, pegaram 200 milhões do bolso deles para ancorar a fundação e para fazer
esse sonho se tornar uma realidade. Acho que tem poucas famílias no Brasil que
já fizeram ou fazem isso. Eu queria agradecer às pessoas que constroem a
liderança do Inteli: Maira, obviamente, Aninha, a 01, todos os professores,
toda a equipe administrativa do Inteli.
Muito obrigado. Vocês se dedicam, vocês
estão lá todo dia, vocês estão fazendo acontecer. É realmente um prazer ter
vocês aqui com a gente. Eu preciso agradecer, claro, também a todos os meus
sócios do BTG Pactual que estão aqui. Esses sócios do BTG Pactual, quando a
gente começou a fazer o Inteli, acho que uns 50 vieram para mim e falaram: “a
gente também quer participar, a gente também quer participar. Como é que faz?
Como é que não faz?”
Aí eu falei: “Turma, a família do
Esteves ancorou o ‘endowment’ da escola, só que a gente precisa ancorar o
programa de bolsas. A nossa família vai dar 40, aí todo mundo falou: ‘Não, não
por isso. Vamos fazer o banco ancorar, e vamos também individualmente dar
várias bolsas’”.
Então, tem aqui o Renatão que tem
bolsa, Fonseca que tem bolsa, o Dantas tem bolsa, Coutinho; o Fonseca e o
Coutinho são nossos ex-sócios, mas como o Esteves falou, continuam sócios do
coração.
E com isso a gente ancorou o programa
de bolsas. Até que os ex-alunos sejam
tão bem-sucedidos e nos substituam, a gente vai ancorar esse programa de bolsas
o tempo que for necessário para garantir o sucesso do Inteli.
E eu não podia deixar de agradecer a
presença dos alunos do Inteli. Vocês que começaram a frequentar a faculdade
durante a pandemia, eu vejo vários de vocês aqui que chegaram no primeiro ano.
A gente não tinha campus, não tinha histórico, mas a gente devia ser muito bom
de “live”, porque a gente convenceu todos vocês a acreditarem em um sonho que
era calcado em uma visão de mundo.
E a gente vê o quanto vocês evoluíram,
vê o que vocês estão conquistando nesses últimos quatro anos, como vocês estão
estagiando com sucesso, como vocês estão fazendo as startups de vocês com
sucesso, e isso é um prazer, uma honra enorme. E, finalmente, gostaria de
agradecer aos amigos e aos outros doadores que apoiam o Inteli.
Estou vendo aqui o Bruno; o Bruno é um
grande fã do Inteli, talvez seja porque ele é marido da Maira, mas eu tenho
certeza de que também não é só isso. Mas todos os outros que eu não mencionei
aqui, muito obrigado pela presença. Vejo aqui o Vinicius, é grande amigo.
Obrigado pela presença.
E, como eu falei, eu sou homenageado,
mas eu... As pessoas me dizem: “Não, você é o CEO do banco, você é o líder do
banco”. Na verdade, é o seguinte, meus sócios me deram a honra de ser o embaixador
do banco que carrega, por essa etapa, o título de CEO. E é a mesma coisa que eu
sinto aqui no Inteli.
Sim, eu fui cofundador; sim, eu
participei; sim, estou sendo homenageado, mas essa homenagem é para todos vocês
que estão fazendo esse sonho se tornar uma realidade. Como é que surgiu o
Inteli? O Inteli surgiu de quatro convicções, que a gente...
Acho que eu falo aqui por todos nós que
convivemos juntos, família, amigos, meus sócios. Vejo o Renatão ali no fundo,
que chegou atrasado. O Renatão de Santos ficou todo feliz que você mencionou
que era de Santos.
A primeira convicção: só educação e
trabalho transformam o país. Se não tiver educação, você não vai ter
produtividade. E se a gente não trabalhar, a gente não vai produzir riqueza.
Essa é uma convicção básica e que a gente trabalha todo dia com ela.
Segunda convicção: o Esteves mencionou
aqui que a gente ouviu de um grande investidor do Silicon Valley que o Brasil
formava pouco engenheiro. A gente ouviu isso duas vezes, foram dois socos no
fígado. Aí na segunda a gente falou: “Pô, esse gringo tem razão, vamos fazer
algo a respeito”.
Uma terceira convicção: o Brasil pode e
tem instituições que são referência mundial. Pode ter um banco tão bom quanto o
BTG no mundo, mas eu garanto que não tem um banco melhor no mundo, não. E é a
mesma coisa que vai acontecer com o Inteli.
O Inteli vai ser reconhecido, é uma
questão de tempo, como um dos melhores... a melhor faculdade da América Latina
e uma das melhores do mundo. Porque é um projeto com consistência, com valores,
com crença e que está atraindo os melhores alunos.
E como foi dito aqui pelo Leo: no
Brasil, o talento não é mal distribuído, a oportunidade é mal distribuída. E a
gente está conseguindo dar oportunidade para os maiores talentos de engenheira
do Brasil. E eu tenho certeza de que, ao longo do tempo, eles vão nos deixar
muito, muito orgulhosos.
E a quarta convicção que a gente tem é
que é muito importante você retribuir ao país e às instituições que foram
importantes na sua vida. O Graded foi muito importante na minha vida, o Wharton
foi muito importante na minha vida e o Brasil foi muito importante na minha
vida.
Então, é muito importante a gente
retribuir de várias maneiras. Todo mundo fala: “Mas eu ainda não tenho dinheiro”.
Você pode retribuir para a sociedade de várias maneiras. Você pode retribuir
com trabalho. Tem épocas da sua vida em que você talvez não tenha dinheiro,
talvez não tenha conhecimento, mas você tem mais tempo para dedicar de
trabalho, porque você talvez não tenha uma família para se dedicar.
Você pode se dedicar com conhecimento,
porque tem uma época da sua vida em que você está com pouco tempo e ainda não
tem dinheiro, mas você já tem uma experiência. Então, você pode participar com
conhecimento. E, obviamente, você pode participar fazendo doações financeiras.
Agora, por experiência própria, quando
você acha um projeto onde você pode dedicar os três recursos, todo o seu
conhecimento e trabalho, como é o caso do Inteli, para mim, o resultado é
fantástico. Mas não só o resultado é fantástico, o prazer, o orgulho que te dá.
O que você recebe de volta é muito maior do que você está retribuindo.
Nós passamos três anos planejando o
Inteli, antes de nascer. O Inteli está indo para o seu quarto ano de operação,
mas teve muito investimento no que seria o Inteli. A gente queria fazer algo em
tecnologia, mas o que era fazer algo em tecnologia?
É curso de programador livre? Curso de
tecnólogo? Curso profissionalizante? Curso executivo? E a gente foi analisar
todas as iniciativas públicas, privadas, filantrópicas que estavam feitas no
Brasil, e a gente viu que tinha várias delas que estavam cobrindo esses gaps
que eu mencionei.
Mas quando você olhava para as
faculdades que formavam as lideranças em tecnologia - ITA, Poli, Insper, as
federais -, elas formam o mesmo número de alunos há décadas. Só que a demanda
por esse conhecimento explodiu.
E aí, no final do primeiro ano, a gente
acabou com uma convicção, que era de que nós iríamos fazer uma faculdade de
graduação, que a nossa meta era fazer dela uma das melhores do Brasil, e que
isso abria muita opcionalidade depois. A gente podia fazer cursos executivos,
podia fazer eletivas para o ensino médio, podia fazer campi em outros estados.
E foi assim que surgiu o projeto Inteli no primeiro ano.
O segundo ano foi: “Bom, como é que se
faz uma faculdade de graduação?” E aí a Aninha, que tinha começado em 2019, e
no início de 2020 a Maira se juntou, elas foram pesquisar, contrataram o Maurício,
o Seiji e outros acadêmicos para entender o que tinha no mundo de referência de
faculdade em tecnologia.
E a gente foi nas tradicionais:
Stanford, MIT, Carnegie Mellon. Falamos: “Legal, mas será que a gente precisa
continuar fazendo educação como se faz há 500 anos? O mundo mudou tanto”. E aí
a gente foi ver o que tinha de experimental: Minerva, École 42. Falamos: “Legal,
mas ainda um pouco experimental.” E aí a gente foi conhecer o ensino baseado em
projetos em Olin.
Por sorte, um dos nossos conselheiros
do banco, o Mark Malitz, tinha sido professor em Babson, que é a faculdade irmã
de Olin - Olin é engenharia, Babson é administração - e nos levou para conhecer
o Heitor, que tinha sido professor com ele. E a gente saiu de lá encantado com
o ensino baseado em projetos.
Algo que tinha mais de 50 anos de
comprovação, evidência científica, e que o aluno estudava de manhã vetores, à
tarde ele aplicava vetores em um projeto de vida real, e ele nunca mais iria
esquecer aquilo.
Eu, quando fui para a faculdade,
estudei para tirar uma nota boa, mas eu não tinha total compreensão do que eu
estava estudando. O ensino baseado em projetos muda isso. E a gente também
voltou, no final do segundo ano, com uma convicção de que a gente queria fazer
um currículo completo.
Então, no Inteli, 70% é engenharia, 20%
é administração e 10% é liderança, ou seja, a gente forma engenheiros com
capacidade de liderar negócios, governos, o que quer que seja, porque eles
conseguem ter uma formação completa.
E ao final desse segundo ano, foi
quando a gente teve a grande doação da família Esteves, que ancorou esse
projeto. E o terceiro ano foi MEC, obra, piloto, live, e começamos em 2021,
logo no meio da pandemia.
Eu lembro vividamente aquele primeiro
dia, quando a gente saiu do auditório, e estavam todos aqueles alunos
mascarados na escadaria do Inteli. Aí acho que foi uma primeira vez que vocês me
viram chorar. Aí eu chorei bastantes vezes, mas realmente deu um orgulho, assim:
“Nossa, é verdade, está acontecendo.”
E, finalmente, acho que uma coisa que é
muito importante para o Inteli é a gente formar os alunos com o que a gente
acredita que são os valores corretos. E na nossa visão tem quatro valores que
tornam a sociedade muito melhor e conseguem, talvez, construir o Brasil que a
gente queira.
O primeiro é ética. Vamos fazer as
coisas direito, vamos fazer as coisas morais. Não é só porque você pode que
você deve fazer. Vamos operar com alto padrão de ética? Vai ajudar o país.
Segundo, sustentabilidade. A gente só
tem um país, não precisamos exagerar, mas a gente tem que cuidar das nossas
florestas, do nosso ar, dos nossos rios, da nossa água, porque senão a gente
não vai deixar um planeta habitável para os nossos filhos.
O terceiro, Estado de Direito. Muitas
vezes me perguntam, mas o que é Estado de Direito? É simples, a regra é clara e
vale para todo mundo. Não tem aquela de que um impedimento é na cabeça, outro
impedimento é no ombro, outro impedimento é no joelho. Se está todo mundo pela
mesma regra, no mesmo padrão, você consegue ter uma sociedade que apoie
empreendedorismo, onde todo mundo vai investir, todo mundo vai acreditar, você
sabe que a justiça vai prevalecer.
E o quarto valor, economia de mercado. Sim,
é o empreendedorismo, é o trabalho, é isso que traz o desenvolvimento de um
país. A gente querer ficar só tirando de quem empreende, de quem faz, a gente
vai acabar matando os empreendedores. E uma coisa que me preocupa muito hoje é
que eu estou vendo no Brasil um êxodo de empreendedores.
É uma coisa que a gente tem que se
preocupar. Os Estados Unidos são Estados Unidos porque todo grande empreendedor
do mundo, da Índia, da China, da África do Sul, quer ir para os Estados Unidos.
E a gente está espantando os nossos. Será que é isso que vai trazer
desenvolvimento para o Brasil? A gente tem uma convicção de que não é isso.
E, finalmente, eu falei para vocês que
a visão do Inteli é ser a melhor faculdade de tecnologia da América Latina e
uma das melhores do mundo. A gente tem instalações fantásticas, a gente tem
professores fantásticos, a gente tem uma equipe de liderança fantástica, mas,
para a gente ser a melhor faculdade da América Latina, a gente precisa ter os
melhores alunos.
E, como eu falei antes, uma coisa que
nos orgulha muito no Inteli é que a gente criou um projeto onde a gente
consegue atrair os melhores alunos. Por quê? Porque a gente faz um processo
seletivo bastante inclusivo. A primeira parte é uma prova de matemática e
lógica eliminatória. Ela pode ser feita presencial ou online.
Ou seja, qualquer um do Brasil pode
participar. A gente tem uma quantidade enorme de alunos do Amazonas, do Ceará,
de Pernambuco, de Minas, de Goiás, por causa desse processo seletivo.
A segunda parte é: vamos conhecer o
aluno como pessoa. Ele faz umas redações onde a gente mede, além das redações,
a experiência de vida, as atividades extracurriculares, olimpíadas estudantis,
esportes, trabalhos sociais, e a gente mede a distância percorrida por um
aluno. O que você tem de resiliência, o que você tem de dedicação, o que você
tem de intensidade, o que você tem de brilho no olho, o quanto você vai se
dedicar. A gente mede isso.
E, finalmente, como o ensino é baseado
em projetos, a terceira fase é um projeto em grupo, onde a gente mede
comunicação, colaboração e pensamento crítico. Disso sai um ranking dos alunos.
E aí que vem a mágica, que eu acho que torna realmente uma oportunidade
fantástica no Brasil.
Você fez o ranking. Aí a turma do Inteli
pergunta quem precisa de bolsa. Aí os alunos que precisam de bolsa falam: “Eu
preciso de bolsa.” E aí, com o apoio de todos, de muitos que estão aqui, a
gente consegue dar uma bolsa no Inteli, que é muito mais competitiva que a
bolsa das universidades públicas, porque ela engloba mensalidade e, se
necessário, alimentação, transporte, moradia, inglês e computador.
Com isso, a gente consegue atrair os
melhores alunos, independentemente da situação financeira da família. E isso
vai gerando um ecossistema, um negócio que se retroalimenta. Outro dia, a gente
foi a um evento no Inteli e o exemplo do elevador que o Leo usou aqui foi usado
por um dos alunos que estava se apresentando lá.
Obviamente, eu chorei, porque
realmente... Cadê o Luiz? Foi você. Você que usou esse exemplo. E, para mim,
foi uma coisa extraordinária, porque ficou claro que os valores em que a gente
acredita, vocês também os estavam abraçando e acreditando neles. E, com isso, a
gente pode ter muito otimismo com o que vai ser o futuro do Brasil.
Sabe, na vida, eu tive muita sorte. E,
como meu pai sempre dizia, eu tive a dedicação para aproveitar todas as
oportunidades que a sorte me deu. Eu tive a oportunidade de nascer em uma
família maravilhosa, que me ensinou o valor da ética, do trabalho e da
resiliência.
Eu tive a sorte de conhecer minha
maravilhosa esposa logo que eu estava para me formar na faculdade e termos três
filhos fantásticos. Eu tive a sorte de estudar em instituições fantásticas que
me prepararam para o mundo.
Tive sorte de o BTG Pactual ser meu
primeiro e único estágio e meu primeiro e único emprego, uma empresa fantástica
onde eu pude crescer, pude fazer amigos que viraram irmãos e onde a gente pode
estar lá orgulhosamente, todo dia, trabalhando para o desenvolvimento do
Brasil.
E, Leo, como é bom ver você explicando
a função social de um banco, porque a gente se orgulha com isso de trazer
desenvolvimento, trazer geração de renda, trazer oportunidade para o povo
brasileiro.
E sim, finalmente, eu tenho muita
sorte, mas muita sorte mesmo, de participar ativamente desse projeto, desse
sonho chamado Inteli, que eu tenho certeza de que vai ser um grande legado para
o Brasil.
Então é um orgulho incomensurável para
mim ser reconhecido, em nome do Inteli, nesta Assembleia do meu estado natal de
São Paulo. Confesso ficar emocionado com a presença de todos vocês.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Após o pronunciamento
do homenageado desta sessão solene, retorno a palavra ao deputado Leonardo
Siqueira, para que proceda ao encerramento desta solenidade. Por favor,
deputado.
O SR. PRESIDENTE - LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - A frase é a
seguinte, Sallouti: “no business, no jobs; no banks, no business”. Ou seja, sem
empresas não há empregos; sem bancos, não há empresas. As pessoas, em geral,
aqui tendem a ficar muito relutantes em defender.
Não, eu defendo, porque justamente o
crédito é você emprestar a alguém do futuro hoje; se a gente tiver mais créditos,
os países com a sociedade mais desenvolvida do mercado de créditos são os que
têm menos pobreza, são os que têm menos desigualdade, então o trabalho de vocês
é fantástico.
Eu conheci o Sallouti em um evento da
Cactus, do Victor Hill. Cadê o Victor Hill? Estava ali, que ajuda também, tem
muito a ver com educação. O Sallouti estava lá. Aí eu falei: “Vou lá falar com
ele”.
Falei: “É um prazer, eu sou deputado”. Ele
falou: “Eu sei quem é você, eu votei em você”. Agora fiquei sabendo também que arranjou
uns 100 votos. Obrigado, espero não estar decepcionando.
Eu falei para ele, eu não conhecia bem
o modelo do Inteli no sentido de “funding", daí eu falei para ele: “Olha,
eu gostaria de contribuir através das emendas parlamentares”. Porque o político
não dá nada, ele não entrega nada para a população, ele só devolve aquilo que é
da sociedade. Aí eu falei para ele: “Talvez faça sentido alocar alguma emenda”.
As pessoas falam para mim: “Ah, tem
emenda para fazer uma cerimônia aqui de festa, uma celebração?” Eu falei: “Não
me peçam dinheiro para isso, primeiro porque o dinheiro não é meu, não tenho
mérito nenhum, o dinheiro é da sociedade, mas não me peçam dinheiro para isso.
Eu só vou investir em hospital, em
Educação e Segurança Pública, porque basta você ir a um hospital, basta você ir
a uma escola que você vai ver o quanto falta recurso para essas instituições”.
Então, talvez na Dinamarca faça sentido;
enquanto a gente tiver pessoas esperando nos corredores de hospitais, não faz
sentido, pelo menos não do meu gabinete vai sair dinheiro para celebrar. Aí eu
falei: “Educação talvez faça sentido”. Ele falou: “Cara, melhor não, deixa que
a gente vai atrás”.
Ou seja, existe uma lição de casa nossa.
Do mesmo jeito que ele se sentiu incomodado em ver que o Brasil não formava
engenheiros suficientes e fez alguma coisa, é nosso papel, como do Estado,
secretário, fazer com que a política tenha um valor mais nobre para as pessoas,
e que aí sim os empresários, os empreendedores possam trabalhar em conjunto com
quem está aqui servindo.
Então essas são minhas palavras finais.
Gostaria de agradecer a todo mundo que está aqui, à minha equipe, que fez isso
acontecer. Cadê eles? Levanta a mão aí e levanta. Fizeram isso acontecer.
Agradecer aqui ao Felipe Salto, que
estava aqui, fiz economia com ele; ao Lucas Ferraz, que foi meu orientador na
GV, pude encontrá-lo depois, ali no Palácio dos Bandeirantes, enquanto
secretário; ao Vinicius Poit, que me incentivou a ir para a política.
Eu falo, Poit, que se eu tenho algum
papel, se eu tenho algum papel na política, mais do que projetos de leis, é
incentivar para que novas pessoas capacitadas possam entrar na política. A
gente só vai resolver a política quando a gente fizer com que pessoas bem
preparadas não se isolem da política, mas participem da política.
Então eu tenho esse papel hoje e você
já fez esse papel para mim, eu entrei por causa de você aí também, então
obrigado, Poit. O Cobra também, que já me ajudou muito; o Renato Breia; o
Arturito também, que está por aí, em algum lugar aqui na Assembleia. Então
queria agradecer a presença de todos que vieram aqui hoje.
Esgotado o objeto da presente sessão,
agradeço a todos os envolvidos na realização desta solenidade, assim como a
presença de todos. Parabéns a todos vocês.
Eu gosto muito de uma frase de “O homem
na Arena”: “Não é o crítico que importa, não é aquele que aponta onde o homem
forte poderia ter feito melhor, mas o crédito pertence a quem está de fato na
arena, com a cara cheia de sangue, suor e lágrima”.
E vocês são essas pessoas e são sempre
vocês, esse tipo de pessoas que vocês apresentam hoje, que a gente deve
valorizar na sociedade.
Obrigado e boa noite. (Palmas.)
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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 29
minutos.
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