11 DE MAIO DE 2023
37ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: REIS, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e CONTE LOPES
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - REIS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - THAINARA FARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
5 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PAULO FIORILO
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - CONTE LOPES
Assume a Presidência.
10 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
13 - PRESIDENTE CONTE LOPES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 12/05, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Reis.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início ao Pequeno Expediente, vou
chamar o primeiro orador, deputado Agente Federal Danilo Balas. Ausente.
Deputado Itamar Borges. Ausente. Deputado Dr. Jorge do Carmo. Ausente. Deputado
Ricardo Madalena. Ausente. Deputado Luiz Claudio Marcolino. Tem V. Exa. o prazo
regimental de cinco minutos. É o tempo regimental.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e
funcionárias da Assembleia Legislativa, nobre deputado Reis que assume esta
Presidência.
Nobre deputado
Reis, durante a campanha de 2022, o que mais nós vimos, nas nossas regiões, nas
cidades, nos bairros, é a reclamação da população do nosso Estado em relação à
Saúde.
Então hoje eu
quero falar em relação à Saúde do estado de São Paulo, mostrando que tem uma
portaria, a Portaria nº 90, de 3 de fevereiro de 2023, em que a ministra da
Saúde institui o Programa Nacional de Filas Cirúrgicas Eletivas, Exames
Complementares e Consultas Especializadas no âmbito do Sistema Único de Saúde.
O objetivo
desse programa é garantir a redução das filas de cirurgias e desses exames
complementares. Aqui tem as diretrizes. Universalidade, equidade, integração à
Saúde, ampliação do acesso à atenção especializada, formalização das relações
horizontais, organização da atenção especializada, humanização da atenção
básica e a adesão dos gestores a esse programa. Essas aqui são as diretrizes do
programa apresentado.
Os estados e
municípios têm até 30 dias, a contar da data dessa publicação, para apresentar
o seu plano estadual, para se habilitar a ter a redução dessas filas. Ó, dia 3
de fevereiro de 2023. E o Governo do Estado de São Paulo teria 30 dias, a
partir da sua Secretaria Estadual de Saúde, para poder fazer o seu plano, para
receber esses recursos, a partir dessa portaria.
E a gente olha
aqui, nobre deputado Suplicy, quanto sairia para cada estado - o estado de
Roraima, um milhão e 700; o Acre, 850 mil; o Amazonas, quatro milhões de reais,
e por aí vai.
O estado São
Paulo tem direito a esse programa: 131 milhões e 210 mil reais é o quanto o
Governo do Estado de São Paulo tem direito, a partir da Secretaria de Saúde,
para aderir a esse programa.
Agora pasmem, senhores e senhoras que nos
acompanham aqui na TV Assembleia. No dia 30 de março de 2023, nobre deputada
Thainara, dentro do prazo legal dos 30 dias, o Diário Oficial do Estado de São
Paulo fala do valor dos 600 milhões, fala dos 131 milhões que o estado de São
Paulo iria receber.
Aqui tem uma Comissão Intergestores
Bipartite do Estado de São Paulo. Em sua 331ª reunião ordinária, realizada em
23 de março de 2023, aprova nota técnica orientando o processo de pactuação com
o Governo do Estado para a implementação do Programa Nacional de Redução de
Filas.
Então, foi aprovado no Diário Oficial do
dia 30 de março, foi a reunião desse conselho Bipartite no dia 23 de março,
dentro do prazo estabelecido pelo governo federal, mas pasmem: até agora a Secretaria
de Saúde do Estado de São Paulo ainda não apresentou ao governo federal, ao
Ministério da Saúde, o seu plano de trabalho para a redução dessas consultas e
dessas cirurgias eletivas para o estado de São Paulo.
O estado de São Paulo já deixou de receber,
porque já começaram os pagamentos, porque esse valor vai ser distribuído, vai
ser pago aos estados em três vezes. O estado de São Paulo já poderia estar
recebendo desses 200 milhões que foi o pactuado já a partir do momento que o
estado apresentasse o programa.
O estado de São Paulo já deixou de receber
43 milhões e 736 mil reais dentro desse programa estabelecido desde o mês de
março. Então o mês de março era o prazo. Já passou o mês de abril, estamos já
indo para o final do mês de maio, e até agora o Governo do Estado de São Paulo
não apresentou um programa por parte da Secretaria de Saúde para receber esse
recurso, para fazer a execução.
Então dá a impressão de que aqui no estado
de São Paulo a Saúde está perfeita, não tem ninguém na fila para fazer exame,
não tem ninguém nas filas da Saúde para fazer essas cirurgias eletivas, porque
se tem um recurso à disposição, e 19 estados do País já apresentaram seu
programa para receber o recurso.
O estado de São Paulo, que é o maior
estado da União, não teve a capacidade ainda de apresentar esse plano para
receber o recurso. Dezenove estados já receberam, e o estado de São Paulo está
deixando de receber um recurso que está lá à disposição. O governo federal já
liberou 600 milhões de reais este ano, e o estado de São Paulo até agora não
acessou esse recurso que estaria atendendo bastante a população no nosso
estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, gostaria de solicitar que
minha fala fosse encaminhada ao secretário de Saúde do Estado de São Paulo e ao
governador também, porque é importante que o governador saiba que o secretário
não está encaminhando como deveria essa questão.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É
regimental. Defiro o pedido de V. Exa. para que a sua fala seja encaminhada. O
próximo orador é o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.)
Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Paulo
Mansur. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputada Thainara Faria.
A SRA. THAINARA FARIA -
PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente
em exercício, deputado Reis. Aos deputados presentes em plenário, a
todos que nos acompanham, muito boa tarde ao estado de São Paulo.
É uma alegria poder, nesta tarde, dialogar
com vocês sobre um dia importante e jogar luz a esse tema. Quero falar com
vocês hoje sobre o dia 13 de maio, o dia da abolição da escravização do povo
preto no Brasil.
Ainda há, deputado Suplicy, no imaginário
coletivo, a Princesa Isabel como uma grande libertadora dos escravizados,
aquela que foi, pelo que conta a história, uma senhora bondosa que promoveu
essa libertação.
Mas nós, lutadores pela causa racial,
sabemos que não foi bem assim. Ela não foi uma cidadã bondosa que promoveu a
libertação dos escravizados. Ao contrário. Havia, por parte da Inglaterra, uma
pressão muito forte para que os escravizados fossem libertos, para então
fomentar o sistema capitalista que estava sendo instituído em todo o mundo.
Só que, ao meu
ver, e em minha avaliação, foi, de fato, uma abolição não muito inteligente.
Porque se ela queria, de fato, fomentar o capitalismo... Como é que você
liberta centenas de milhares de escravizados sem dar nenhum tipo de condição
para que os mesmos trabalhem, produzam, vivam e consumam nesse sistema
capitalista?
Então, o que
nós temos no dia 13 de maio é uma realidade de uma pressão internacional
pró-capitalismo, um despejo sem nenhum tipo de direitos garantidos aos negros e
negras, que se reflete até hoje no racismo estrutural.
Quero dizer para
vocês que nós não temos absolutamente nada a celebrar no dia 13 de maio. Dizer
também que a Princesa Isabel não foi nenhuma cidadã bondosa, mas que até hoje
negros e negras colhem o fruto dessa doença que é o racismo no Brasil.
Nós somos o
menor número de Casas Legislativas como esta. Nós somos o maior número na
situação de cárcere. Nós somos as maiores e os maiores alvos de violência,
dentro e fora de nossos lares, violência do Estado, pelo fazer e pelo não
fazer.
Por isso, para
o dia 13 de maio deste 2023, eu, enquanto deputada colocada nesta Casa de Leis
pelo povo do estado de São Paulo, quero fazer a reflexão acerca da necessidade
de nós continuarmos promovendo políticas públicas eficazes, capazes de incluir
negros e negras no Orçamento, na disputa por um lugar na escola, com um teto
sobre sua cabeça e um prato de comida na sua mesa.
Garantir
habitação, educação, acesso aos bens básicos para uma vida cidadã e saudável é
fundamental para que nós tenhamos um estado de São Paulo equânime. Precisamos,
de fato, de ações afirmativas capazes de garantir aqueles direitos que a
Constituição prevê em seu Art. 5º, e tantos outros ao longo da legislação, que
assume que o Brasil tem uma dívida histórica.
Nós fomos o
último país da América Latina a abolir a escravização do povo preto. Mais de
338 anos. Eu sempre digo isso. O que significa esse período de escravização?
Significa que as leis que regem as nossas vidas não foram feitas por nós, por
isso, elas são capazes de nos perseguir, de nos exterminar, e de nos colocar à
margem da sociedade.
Então, por um
13 de maio de fato verdadeiro, reafirmo meu compromisso com a promoção de
políticas públicas e ações afirmativas para dirimir, para diminuir o abismo
social que foi causado no país pela escravização, e dizer que o 13 de maio mais
uma vez não é dia de celebrar, e sim um dia de muita ação e muita luta.
Muito obrigada,
Sr. Presidente Marcolino.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
nobre deputado Thainara. Dando sequência aos oradores do Pequeno Expediente,
nobre deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Capitão
Telhada. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Marina Helou. (Pausa.)
Com a palavra o nobre deputado Rafael
Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Rui Alves. (Pausa.) Com a
palavra o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado
Carlos Giannazi. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com
a palavra o nobre deputado Major Mecca. (Pausa.)
Com a palavra o nobre deputado Mauro
Bragato. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com
a palavra a nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado
Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Reis. Tem V. Exa. o
tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente. Com a palavra o
deputado Reis.
O
SR. REIS - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o
presidente, deputado Luiz Claudio Marcolino, cumprimentar o deputado Suplicy, o
deputado Paulo Fiorilo, deputado Gil Diniz, deputada Thainara, cumprimentar
todos os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, os
integrantes da Polícia Militar, e todos aqueles que nos acompanham pela Rede
Alesp.
Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, público presente, eu quero trazer aqui a informação de que
hoje eu fui recebido lá no Palácio dos Bandeirantes pelo secretário executivo
Sultani, e levei a pauta de vários temas que nós temos discutido aqui,
debatido, e levei uma comissão de oficiais administrativos, representantes do
sindicato dos escrivães de polícia, um representante do sindicato dos oficiais
administrativos, uma representante também da associação dos oficiais
administrativos, duas delegadas da Delegacia Geral de Polícia, e lá nós levamos
essa questão da insalubridade, a pauta da insalubridade, porque mesmo o perito,
mesmo o médico lá, ele dá o mesmo laudo, a pessoa trabalha na mesma sessão, uma
recebe a insalubridade no grau máximo, outra no grau mínimo, então são essas
incoerências que nós há muito estamos denunciando nesta tribuna, não é?
E levei também,
deputado Luiz Claudio Marcolino, a proposta, inclusive fruto de um projeto de
lei complementar de minha autoria, que está protocolado nesta Casa, para
adequar a questão das aposentadorias dos policiais civis à Emenda
Constitucional nº 103, que acontece hoje quando um policial civil pede a
aposentadoria. Se ele não tiver 5 anos na classe, se ele tiver 4 anos, 9 meses
ou 11 meses e 29 dias, por exemplo, ele volta à classe anterior. Então, se ele
estiver na primeira classe, ele volta para a segunda classe.
E a Emenda
Constitucional 103, que tratou da reforma da Previdência, fala de cargos e não
de classes. Claro, se a pessoa está no cargo de investigador e passa para o
cargo de delegado de polícia, aí sim, ele deveria ter cinco anos no cargo de
delegado para poder auferir esse salário do cargo de delegado de polícia. E não
é o que está acontecendo.
Em que pese que
a Polícia Militar tenha o posto imediato, a Polícia Civil não tem, estão no
mesmo guarda-chuva, que é o da Segurança Pública, e já tiveram no passado, mas
acabaram tirando e ainda retornam para a classe anterior, o que é uma
injustiça.
O legislador e
o governo anterior, o João Doria, quando mandou o projeto para cá, foram muito
maquiavélicos nesse quesito. E hoje os funcionários estão indo à Justiça e
estão derrubando isso na Justiça, porque a Emenda 103 não estabeleceu níveis e
nem classe, ela estabeleceu simplesmente o cargo.
Isso traz um
transtorno porque você vai derrubar na Justiça, o funcionário vai derrubar na
Justiça, mas ele tem que contratar um advogado, tem que pagar um advogado, e a
administração pública acaba tendo prejuízo também, porque vai ter que colocar
os seus procuradores para defender o Estado.
E são causas
perdidas. O Estado está perdendo essas causas, ele está tendo prejuízo por
conta dessas causas, então é muito importante que, buscando uma administração
pública que dê respostas nessas questões, nesses conflitos, possam realmente
reformular a Lei 1.354 para dar resposta, para corrigir esse prejuízo que está
sendo provocado a todos os policiais civis.
E não são só
aos policiais civis, temos outras carreiras de funcionário públicos que também
têm níveis, então o texto da 1.354 fala de cargo, classe e nível. Então, a
emenda constitucional tratou de cargo, ela não tratou de classe e nem de nível,
isso foi colocado mais pelo governo anterior, pelo governo João Agripino Doria.
Então essa demanda aqui, levei ao secretário lá, ao secretário de gestão, para
que a gente possa, conjuntamente, buscar corrigir essas injustiças.
Quero dizer
para terminar, Sr. Presidente, que, neste momento, os representantes das
categorias da Polícia Civil estão reunidos no plenário José Bonifácio e estão
lá construindo um texto que será levado ao Sr. Governador Tarcísio de Freitas
para corrigir essa insatisfação que está no PLC 75, que eu acredito, pelo andar
da carruagem, que muito em breve esse PL vai ser pautado aqui, submetido a
votos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
deputado Reis.
Com a palavra a nobre deputada Analice
Fernandes. (Pausa.) Nobre deputada Andréa Werner. (Pausa.) Nobre deputado
Rodrigo Moraes. (Pausa.) Nobre deputada Professora Bebel. (Pausa.) Nobre
deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Fiorilo. Vossa
Excelência tem o tempo regimental, no Pequeno Expediente, de cinco minutos.
Nobre deputado Paulo Fiorilo, regimentalmente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Luiz Claudio Marcolino, deputados,
deputadas, aqueles que nos acompanham pela TV Alesp, assessorias aqui
presentes, vou aproveitar o Pequeno Expediente para retomar o debate de ontem,
até porque acho importante que a gente deixe claro o que nos interessa nessa
discussão.
Ontem, o
governo colocou para votar o projeto do salário mínimo estadual, que atinge uma
parcela de trabalhadores - não atinge a totalidade - e atinge os servidores
estaduais. O deputado Luiz Claudio, o deputado Reis e o deputado Caio França
acompanharam esse debate.
Nós cobramos
insistentemente do governo que pudesse encaminhar a esta Casa o projeto que
atualiza o abono para que o servidor público estadual tenha, a partir de junho,
o salário mínimo do estado, que, para a bancada do PT, não deveria ser 1.550,
mas 1.580.
Apesar de toda
insistência, o líder do Governo não conseguiu uma resposta objetiva e disse que
se compromete em trazê-la até o final de maio, para que esta Casa possa
apreciar e votar o projeto, garantindo aos servidores estaduais que ganham um
salário-base miserável a possibilidade de ganhar um salário mínimo de 1.550.
Nós não vamos deixar de continuar a brigar pelo salário-base de 1.550 para
todos os servidores do estado.
Tivemos aqui,
inclusive, deputados questionando se era real o salário de 300, de 400 reais. O
deputado Luiz Claudio trouxe os holerites. Então, acho que não há dúvida, não
podemos questionar ou ter narrativas diversas, porque o estado tem e nós
sabemos disso. Aliás, os deputados que eram oposição ao PSDB até outro dia - e
hoje não são mais - também falavam isso, também denunciavam isso.
A segunda
questão que brigamos diz respeito à correção do salário pelos indicadores
inflacionários. Esse, na nossa opinião, é o movimento mais importante. O
governo federal, o governo do presidente Lula, fará com o salário mínimo a
recomposição inflacionária e a recomposição de perdas. Aqui, o governo teve
dificuldade de acatar essa proposta, que não seria aplicada necessariamente
este ano e poderia ser aplicada a partir do ano que vem.
Um governo que
tem recursos! Eu disse aqui ontem: o governo começou o ano econômico, fiscal,
com 23 bilhões. Deputado Conte Lopes, 23 bilhões! É muito dinheiro. Talvez só
um pouco menos do que a prefeitura, que tem mais recurso em caixa e tem
dificuldade de gastar. Mas 23 bilhões é muito recurso, que poderia, inclusive,
ser utilizado para a recomposição salarial nesse caso do salário-base.
O que disse o
líder do Governo? “Me comprometo a construir junto ao governo essa proposta.”
Bom, dito isso, agora, as bancadas de oposição têm todos os elementos para
cobrar o líder do Governo, para cobrar o governo, para que a gente tenha esse
projeto trazido a esta Assembleia para o debate, para a discussão e para a
aprovação o mais rápido possível.
Por fim, o que
me chamou atenção é que a base do governo não tinha 48 votos. Impressionante!
Precisou a oposição fazer um gesto para o governo, para que a gente pudesse
aprovar ontem o salário de 1.550 reais. Um gesto responsável, porque entendemos
que aprovar o projeto de 1.550 beneficiaria vários trabalhadores e
trabalhadoras.
Agora, quem
estava aqui, quem acompanhou percebeu que o governo tem uma dificuldade grande
para ter 48 votos aqui nesta Assembleia, se continuar nessa toada, uma toada de
bate-cabeça, uma toada de cobrar secretários, uma toada de cobrar assessores. O
governo começa mal, começa descalibrado e é preciso que a gente tome muito
cuidado, porque dessa forma quem perde são os que mais precisam.
A gente podia
ter avançado, por exemplo, deputado Suplicy, que acompanha de perto as
políticas sociais para aquela região da Cracolândia, que, aliás, já tem vários
prazos sendo vencidos. Tinha a história das câmeras, tinha a história do
acolhimento, tinha uma série de propostas; a gente não tem visto.
Aliás, o senhor
acompanha de perto, sabe a situação gravíssima que é a aquela região neste
momento e o governo protela os prazos, protela as decisões. Então nós
precisamos estar atentos e cobrar do governo aquilo que a gente tem aqui
defendido todos os dias. Sr. Presidente, eu agradeço e nós vamos continuar esse
debate no momento oportuno.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
nobre deputado Paulo Fiorilo. Com a palavra o nobre deputado Conte Lopes. Tem
V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente, nobre
deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estão cobrando muito aqui do
governador Tarcísio de Freitas, que está cumprindo o que ele prometeu na
campanha política. Ontem mesmo, ele aprovou nesta Casa os R$ 1.550,00 do
salário mínimo aqui no estado de São Paulo, maior do que o Lula aprovou lá em
Brasília.
Trouxe para
esta Casa o projeto de aumento da polícia, que ele prometeu valorizar a
polícia; está valorizando. Está valorizando tanto a Polícia Militar quanto a
Polícia Civil, mas parece que tem gente que é contra o governador, por mais que
ele esteja fazendo e tenha o apoio até de 65% da população; muitos criticam por
criticar.
O Tarcísio de
Freitas não é político. Entrou na política agora. Tem quatro meses de governo,
fez 100 dias. Então é evidente, ele precisa se adaptar ao esquema político.
Também acho que é uma dificuldade a priori porque a pessoa que é técnica como
ele é técnico, é engenheiro do Exército, trabalhava lá no governo federal da
presidente Dilma e sempre mostrou sua capacidade, como falou o próprio deputado
Reis aqui.
“Não, foi a
Dilma e tal”. Então, mas hoje ele é governador de São Paulo lançado pelo
presidente Bolsonaro. Ninguém conhecia o Tarcísio de Freitas e ele sabe disso,
só que hoje ele é governador de São Paulo. O Bolsonaro bancou e ele se elegeu.
E nós apoiamos também e estamos apoiando.
Agora, o jogo
político se aprende com o tempo; não resta a menor dúvida. Então acredito eu
que a oposição está cobrando muito, mas ele está cumprindo. A Cracolândia, tem
operações na Cracolândia. O problema da Cracolândia o nosso senador Suplicy
sabe disso.
Nós temos
psicólogos, psiquiatras, sociólogos, médicos, mas esse pessoal trabalha das
oito às seis horas da tarde e depois das seis horas da tarde não se acha mais
ninguém. Fica só a polícia. Esse é o grande problema, né? Inclusive, o
Ministério Público, a Justiça, eles prometem, se reúnem e não acham ninguém à
noite.
Depois das 18
horas, vai todo mundo embora; fica só a polícia com o pepino na mão. É uma
dificuldade? É, mas não é uma dificuldade agora de Tarciso de Freitas. Não é
agora. Isso aí vem de quanto tempo?
Vem do Haddad,
o prefeito. Está aqui o senador Suplicy, que foi secretário dos Direitos Humanos
do prefeito Haddad. Então é um problema que vem de longa data. Agora, teria que
resolver não é o problema do viciado, do traficante. O problema é a população
de São Paulo que não consegue viver ali.
Então ficam
mandando vídeo para a gente à noite, porque chega às oito horas da noite, nove
horas da noite - é o que eu falei, até a polícia diminui um pouco - aí os caras
tomam conta de novo e vem o tráfico, vem tudo.
Agora, uma
pessoa com quatro meses de governo realmente resolver todos os problemas é meio
difícil. Mas até que está conseguindo um bom apoio, está conversando com o
pessoal do próprio PT, do PSOL, não é verdade? O pessoal da Educação está
tentando melhorar, está trabalhando em cima disso. Essa é a grande verdade.
Então, como
falou o próprio Reis: o governador está trabalhando. Veio lá do governo da
Dilma, como ele falou lá: “A Dilma que lançou”. Então está aí: hoje ele é
governador de São Paulo. Agora, precisamos ter um pouco de paciência também.
O homem não
pode resolver tudo em quatro meses, e está resolvendo. Está resolvendo,
inclusive com relação à própria Polícia. Alguns reclamam, vai fazer o quê? Nem
Jesus Cristo conseguiu agradar todo mundo. Nem Jesus Cristo, tanto é que ele
foi crucificado, coitado.
Então é
difícil. “Ah, não, mas eu sou meio isso, meio aquilo.” Então cada um tem uma
coisa. Todo mundo quer vantagem. Quando se fala em aumento salarial, todo mundo
quer vantagem. Cada um quer ganhar mais. Mas tem um limite. Não dá, o dinheiro
não cai do céu. Tem que se estipular de onde vem aquela quantia para se pagar.
Então muitos
policiais também ligam para o nosso gabinete, estão ligando agora para o major
Luiz Carlos, para o meu pessoal, para que se vote o projeto o mais rápido
possível.
Querem aprovar
o projeto. Tem emenda a respeito? Tem emenda a respeito do projeto, se algum
outro for atingido. Mas acho que um pouco de paciência, é um governador que
está há quatro meses e está resolvendo muitos problemas de São Paulo: deve ser
apoiado.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
nobre deputado Conte Lopes. Dando sequência aos oradores no Pequeno Expediente,
tem a palavra o nobre deputado Donato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado
Jorge Wilson. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre deputado Tomé
Abduch. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dr. Elton. (Pausa.) Tem a
palavra a nobre deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Tem a palavra a nobre
deputada Solange Freitas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Leonardo
Siqueira. (Pausa.)
Dando início à Lista Suplementar: tem a
palavra o nobre deputado Danilo Balas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado
Valdomiro Lopes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Beth Sahão. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
deputado Paulo Mansur. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre deputado Jorge
Wilson. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Tem
a palavra o nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado
Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Gil Diniz. Tem V. Exa. pelo
tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Cumprimento todos os deputados
presentes no Pequeno Expediente, cumprimento nossos assessores, policiais
militares e civis desta Casa, público na galeria, quem nos acompanha pela Rede
Alesp, assomei para falar de mais um tema, já já falo dele.
Mas eu gostaria
de pontuar que eu entendo os argumentos da deputada Thainara sobre a princesa
Isabel, sobre a questão da escravidão no País, mas que eu tenho uma outra visão
sobre a mulher que foi Isabel, que foi princesa neste País, pertenceu à casa
imperial. Pelas mãos dela, presidente, foi assinada uma lei tão, tão, tão
importante.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Conte Lopes.
* * *
Eu fico triste
de ver que mulheres, vultos históricos, como a princesa Isabel, não são
respeitadas. E precisa da admiração desses personagens históricos, que nesse
momento histórico tiveram que definir o futuro de uma nação. Ela assim o fez,
assinou a Lei Áurea.
Para quem não
conhece um pouco da princesa Isabel, coloca na rede social, acompanhe o
trabalho do Brasil Paralelo, vocês vão conhecer um pouco mais. Isabel ficou
conhecida como “a redentora”.
Há muito a se
fazer, presidente, não tenho dúvida nenhuma nessa questão racial. Mas gostaria
muito de que as nossas mulheres brasileiras fossem respeitadas, sejam elas de
que origem forem, de que lado ideológico estejam. Mas aqui não acontece.
Então, nesse 13
de maio há essa data e fica aqui o registro, o meu respeito pela história da
Princesa Isabel e por essa decisão que ela tomou quando assumiu, de fato, a
condução do País naquele momento histórico.
E vários
historiadores dizem, presidente, que essa decisão da Princesa Isabel foi a que
derrubou a monarquia no Brasil, decisão feita em 1888, e 1889 vem a
República. Alguns historiadores dizem,
afirmam, deputado Suplicy, que até em retaliação à Princesa Isabel e à família
imperial.
Mas,
presidente, subi aqui a essa tribuna, fiz questão de subir aqui a essa tribuna,
porque o dia 13 de maio também é dia de Nossa Senhora de Fátima. Eu sou devoto
de Nossa Senhora de Fátima, aprovei aqui nessa Casa Legislativa e coloquei no
calendário oficial o dia de Nossa Senhora de Fátima. Tive a oportunidade de
visitar a Cova da Iria em Portugal, na cidade de Fátima.
Tive a
oportunidade de visitar o Santuário, de visitar o túmulo de Jacinta, de
Francisco, da Irmã Lúcia e como foi emocionante para mim estar ali nesse
momento. Como eu disse, sou autor desse projeto que colocou no calendário
oficial do estado de São Paulo o dia de Nossa Senhora de Fátima.
Estou fazendo,
presidente, no meu gabinete um oratório particular em homenagem a Nossa Senhora
de Fátima. Quando for para ser inaugurado vou convidar todos os deputados,
nossos assessores também. Algo simples, mas para homenagear a Virgem Maria, mãe
de Jesus, que tem esse título de Fátima.
E convido aqui
os amigos a estarem comigo em Caieiras no próximo sábado, às 15 horas, na
Basílica de Nossa Senhora de Fátima, junto aos Arautos do Evangelho. Se estiver
pronto, Machado, se puder colocar aqui no telão. Um singelo convite que os
Arautos fizeram aqui para a nós.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Então, para
encerrar, presidente, mais uma vez fica aqui o convite para todos estarem na
Basílica dos Arautos do Evangelho em Caieiras, agora no próximo sábado, dia 13
de maio. Uma missa solene em honra a Nossa Senhora de Fátima.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Eu agradeço as
palavras. Próximo orador inscrito, nobre deputado e senador Eduardo Suplicy.
Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente Conte Lopes, caro Luiz Claudio
Marcolino, deputado da nossa bancada do PT. Eu gostaria hoje de ler a carta que
21 entidades, preocupadas com a situação de moradia do povo brasileiro, e
especialmente em São Paulo, publicam nesta data.
Assinam esta
carta o Movimento Nacional da População em Situação de Rua, o Movimento
Nacional de Luta em Defesa da População em Situação de Rua, o Movimento dos
Trabalhadores Sem-Teto, a Federação das Associações Comunitárias do Estado de São
Paulo, Movimento
Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, o Fórum da cidade, Clínica de
Direitos Humanos Luiz Gama, Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, Centro de
Promoção em Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua, o Serviço
Franciscano de Apoio a Reciclagem, Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania da
Defensoria Pública de São Paulo, um movimento estadual da
população de rua de São Paulo, Instituto Um Momento de Amor, Pimp My
Carroça/Cataki Setras, Associação Social Franciscana, Associação Rei da Rua,
Frente Assistente Social Minha Sampa, o Instituto Polis, com o seguinte teor:
seu prefeito, se rua não é lar, queremos moradia já.
São Paulo, a
cidade mais rica do País, vive hoje a maior crise humanitária de sua história.
Temos nossa população sendo submetida à miséria, fome e à falta de moradia.
Temos cerca de 50 mil pessoas hoje vivendo nas ruas.
Esse problema
que deveria ser enfrentado com esforço inédito de cuidado pelo Poder Público em
promover políticas integradas é tratado pelas gestões de Ricardo Nunes e
Tarcísio de Freitas com práticas violentas já conhecidas de higienismo e
exclusão social.
A Prefeitura
tem tentado esconder a situação de vulnerabilidade social que milhares de
pessoas vivem em nossa cidade, utilizando ações de zeladoria urbana como forma
de expulsar a população em situação de rua em áreas centrais de São Paulo.
São práticas
racistas, fascistas que utilizam a estratégia de “revitalizar” praças públicas
para retirar as pessoas em situação de rua que ali ocupam. O prefeito começa a
colocar grades em praças e viadutos para retirar dessas pessoas a única coisa
que lhes resta, a possibilidade de existir na rua.
Carroças,
carrinhos e até os materiais recicláveis coletados por catadoras e catadores
têm sido apreendidos, danificados e roubados, enquanto empresas privadas vêm
retirando os pontos de coleta de categoria e de sua fonte de renda.
Faz-se
necessário pontuar que a rede socioassistencial não possui vagas suficientes
para abrigar as 50 mil pessoas em situação de rua, tampouco existem políticas
habitacionais que abarcam modalidades de inclusão para essa população. Desta
forma, para as pessoas que dormem nas ruas, calçadas e baixos de viadutos,
esses são os únicos locais onde podem pernoitar.
É importante
destacar também que todos nós queremos uma cidade limpa, inclusiva, a própria
população em situação de rua, visto que muitas vezes as ruas são seu local de
moradia.
Porém, enquanto
houver a falta de políticas habitacionais, socioassistenciais para essa
população, é preciso entender que pessoas pernoitarão nas ruas. Enquanto não
houver banheiros públicos, as pessoas em situação de rua farão suas
necessidades nas ruas.
Enquanto não
houver bagageiros públicos, as pessoas em situação de rua deixarão seus
pertences nas ruas. Por isso, uma política ostensiva de zeladoria urbana não só
não resolverá a questão de limpeza das ruas como violará os direitos dessa
população.
Mostrando que o
objetivo dessa gestão é esconder a população mais vulnerável, a Prefeitura e o
Governo do Estado gradearam a Praça da Sé, impedindo o atendimento na região, e
fecha o Bom Prato, com o maior número de refeições servidas às pessoas em situação
de rua.
Ao mesmo tempo,
dizem ter como objetivo zerar o número de pessoas nas ruas, e para isso já
chegaram a declarar que, se necessário, utilizariam armas químicas. Assim,
enquanto o objetivo dos governantes for o de acabar com as pessoas e não com a
necessidade de utilizar as ruas como forma de moradia, estaremos combatendo os
seres humanos que ali estão e não a situação de miséria à qual são submetidos.
Precisamos de
políticas eficientes que tenham como objetivo possibilitar a saída das ruas.
Enquanto políticas são construídas, precisamos também proteger direitos mínimos
das pessoas que já estão tendo seus direitos violados. O Poder Público não pode
aumentar ainda mais o nível de violação de direitos aos quais a população mais
vulnerável já está submetida.
E as soluções?
Para Nunes e Tarcísio, o marketing é a aposta, importa mais a vitrine e o
palanque político do que a efetividade das medidas e o respeito aos direitos
humanos. Ao passo que a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social
anuncia as 22 mil vagas, dentre estas constam também vagas em núcleos de
convivência e equipamentos que não abarcam pernoite.
É preciso que a
secretaria passe a anunciar os dados reais de acolhimento da cidade. Existem
cerca de 14 mil leitos em nossa cidade, logo, apenas 14 mil pessoas em situação
de rua podem conseguir um local para passar a noite.
Moradia e
trabalho digno parecem não fazer parte da gestão de Tarcísio, que destina a
essa população projetos como o “Saindo das Ruas”, em que deslumbra, em uma ação
higienista, enviar milhares de pessoas em situação de rua para o Interior, para
trabalhar em propriedades agrícolas, sem nenhuma capacidade de fiscalizar em
que condições esse trabalho se dará.
É importante
ressaltar que 918 pessoas foram resgatadas de trabalhos análogos à escravidão
somente neste ano. Em 2022, foram 2,2 mil pessoas resgatadas no campo. Essa
proposta é de grande risco escravocrata. Chamam isso de ‘saída das ruas’, mas
poderia ser chamado de ‘passagem para o inferno’”.
Exigimos
tratamento digno para a população em situação de rua e o fim da repressão,
violação de direitos humanos e expulsão da população pobre do centro da cidade.
Realmente, como
diz o prefeito Ricardo Nunes, barraca não é local de moradia, por isso a
população em situação de rua quer moradia primeiro. É necessário investir em
políticas efetivas que atendam às demandas da população em situação de rua, de
vulnerabilidade, que vive nas ruas.
Eu gostaria de
acrescentar que dentre as inúmeras soluções para esse problema está a renda
básica de cidadania universal e incondicional, sobre a qual eu tenho aqui
falado.
Para encerrar,
se me permite, eu quero cumprimentar o governador Tarcísio de Freitas por uma
ação que eu considero positiva, pois o governador João Doria havia proibido que
o Feira Nacional da Reforma Agrária pudesse ter continuidade de ser realizada
no Parque da Água Branca, mas o governador Tarcísio de Freitas concedeu a
licença e essa feira está se abrindo.
De hoje vai até
domingo próximo. Todos os deputados e deputadas, a população em geral está
convidada para as atividades que lá acontecerão na 4ª Feira Nacional da Reforma
Agrária.
Eu, ainda hoje,
conversei com o secretário de Governo do governador, que foi prefeito aqui de
São Paulo, secretário Kassab, e ele contribuiu inclusive para que houvesse essa
ação positiva. Sempre que houver uma ação positiva este deputado irá reconhecer
e cumprimentar.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradeço ao
nobre deputado, senador Suplicy. Passamos ao próximo orador inscrito, deputado
Luiz Claudio Marcolino. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco
minutos.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, só ainda usando o prazo
do Pequeno Expediente para complementar um pouco a fala do nobre deputado Paulo
Fiorilo, nosso líder, que falou sobre o projeto de ontem.
Ele falou sobre
a questão da bonificação dos servidores que estava nas notas internas entre os
secretários, mas não constava como parte integrante do projeto apresentado e
votado no dia de ontem.
É importante
que o governador mande o mais rápido possível essa complementação da
bonificação, mesmo com a nossa defesa que deveria ser parte integrante do
salário para impactar nas férias, décimo terceiro, nas verbas fixas dos trabalhadores,
servidores do nosso Estado.
Mas um outro
ponto, Sr. Presidente, nós tínhamos apresentado como emenda nesse projeto, que
quando ele fala em um salário mínimo estadual, por princípio, por lei, tem que
ser acima do salário mínimo nacional e tem que compreender aquelas categorias
ou aqueles trabalhadores que hoje não têm o mínimo de apoio.
Mas tem um
problema muito sério nesse projeto do salário mínimo do estado de São Paulo,
que é em relação aos acordos e convenções coletivas. Quando você tem acordo coletivo,
ele é importante porque assegura o direito do trabalhador, mas o acordo
coletivo não pode ser menor do que a lei.
E se você tem
uma lei no estado de São Paulo autorizando e aprovando o salário mínimo
estadual, nós temos trabalhadores, e eu citei ontem rapidamente aqui no
encaminhamento do projeto, que a nossa bancada aprovou, mas colocou essas
ressalvas...
Hoje nós temos
291.301 faxineiros no estado de São Paulo. Só que boa parte do pessoal que
trabalha hoje em limpeza e conservação na área de faxina, esses trabalhadores,
quase 300 mil trabalhadores, recebem, em média, 1.244 reais.
Se nós estamos
falando de um salário de 1.550, esses trabalhadores poderiam estar sendo
abarcados por esse projeto do salário mínimo estadual. Mas como tem lá uma cláusula
no projeto aprovado ontem, que fala que quando você tem um acordo ou uma
convenção coletiva, o empresário fica desobrigado a pagar o salário mínimo
estadual.
Isso vale para
o auxiliar de escritório. No estado de São Paulo, são 153.569 trabalhadores auxiliares
de escritório, recebendo um salário médio de 1.121 reais. Nós temos o operador
de telemarketing, ativo e receptivo... São 105 mil pessoas no estado de São
Paulo, com o salário médio de 1.150 reais.
Vendedor de
comércio varejista, 90.865 pessoas, com salário médio de 1.282 reais;
assistente administrativo tem mais 80.905 trabalhadores no estado de São Paulo,
recebendo 1.161 reais de salário médio; recepcionistas, são 60 mil pessoas, com
salário médio de 1.298; atendentes de lanchonete são 58.936 no estado de São
Paulo, com 1.203 como salário médio; porteiro de edifícios são 50.478, com
1.354 de salário médio; atendentes de lojas de mercados são 48.628, com 1.279
como salário médio. Totaliza aqui duas milhões 338 mil e 583 pessoas que
recebem menos do que 1.550 reais.
Então nós
pegamos um salário médio que varia até 1.550, quando a gente fala médio, tem
alguns que ganham um pouquinho mais, outros um pouquinho menos. Mas nós estamos
falando que têm duas milhões 338 mil pessoas que podiam ser abarcadas pelo
salário mínimo estadual que, por um item que tem lá no acordo aprovado ontem,
não recebem a diferença que tem até o salário mínimo estadual.
Ontem a base do governo não aceitou que a
nossa emenda fosse acatada, mas é um debate que precisa ser feito no estado de
São Paulo. Então, são trabalhadores que hoje têm um salário médio baixo, que o
salário mínimo estadual poderia complementar a renda e o salário desses
trabalhadores.
Porém, tem lá
um item no acordo, na lei aprovada ontem, que quem tem acordo ou convenção
coletiva, a empresa fica desobrigada a fazer o pagamento.
Então, fica
aqui o nosso registro. Apresentamos uma emenda para que pudesse ter sido
apreciada no dia de ontem, no projeto, e não foi apreciada. Mas é importante
que esse debate fique registrado aqui na Assembleia Legislativa.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Aproveitando, Sr.
Presidente, se houver acordo entre os líderes, gostaria de solicitar o
levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É
regimental, nobre deputado. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de
lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca
V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do
Dia.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 54
minutos.
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